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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CUIABÁ – MT
2018
LUCIANE REICHERT COSTA
CUIABÁ - MT
2018
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Jose e Ana, por me mostrarem a importância da família e o caminho da
honestidade e da persistência.
Ao meu esposo, Onamis, que, com muito amor, carinho e paciência, nunca mediu esforços
para me apoiar em todas as minhas escolhas e decisões.
Aos meus filhos, Alice e Murilo, sem vocês nenhuma conquista valeria a pena.
AGRADECIMENTOS
À Profa. Dra. Marta Darsie, carinhosamente chamada de “Mamãe Ursa”, por ter me
aceitado como sua orientanda, por ter me ensinado a ser uma pesquisadora e,
consequentemente, uma professora melhor.
Às professoras: Profa. Dra. Eliana Alves Pereira Leite e Profa. Dra. Gladys Denise
Wielewski, por aceitarem participar da minha banca de defesa.
Aos servidores da secretaria do PPGE pela atenção e dedicação a mim dispensada sempre
que precisei.
The present research aims to investigate if the use of metacognitive strategies potentiates the
resolution of mathematical problems of students of the 8th year of the third cycle of
Elementary School. For this, we base the theoretical contribution of Mizukami (1986),
Moreira (1999), Freire (2005) and Lorenzato (2006) to understand the teaching-learning
process and its methodological approaches, as well as the diagnostic evaluation of this process
according to Darsie (1996), Luckesi (2002), Delgado (2011), Blasis, Falsarella and Alavarse
(2013), Viana (2013) among others. In the comprehension of solving mathematical problems
we are based on Glaeser (1973), Dante (1991 and 1998), Pozo and Echererria (1998), Lester
(2001), Câmara dos Santos (2002), Araújo (2009) among others. We also draw on
Antonijevic and Chadwick (1982), Koutselini (1991), Baird (1991), Costa (1994), Darsie
(1998), Flavell (1999), Carrasco (2000), Portilho (2001), Ribeiro ), Araújo (2009), Dreher
(2009), Leite (2011), Speráfico (2013) among others, to understand the concept of
metacognition and metacognitive strategies. Based on the theoretical contribution and the
question: "The development of metacognition with the use of metacognitive strategies
enhances students' learning in solving mathematical problems?", We developed an action
research with seven (07) eighth Elementary School of the Paulo Freire State School in Sinop /
MT, and a sample of the students that were evaluated with performance "below the baseline"
in the Diagnostic Assessment of State Public Education of Mato Grosso (ADEPE-MT) in
2016. For the production of data , we analyzed the results of external evaluations carried out
by the students of the study and verified that the descriptor: "Recognizing different
representations of a rational number", according to the ADEPE / MT Reference Matrix
presented the lowest performance, in this sense, we conduct semi-structured interviews, the
pre-test based on external evaluation questions that refer to the different representations is a
rational number, and the result of the pre-test proved the result of the external evaluation.
Then, we planned the intervention with the use of metacognitive strategies in problem
solving, focusing the rational numbers and we performed the intervention, which was
developed during seven (07) meetings in which the students subject of the research, solved
problems based on the different representations of the rational numbers with the use of
metacognitive strategies and still socialized the procedures and strategies used to solve the
problems proposed. Finally, we still applied the post-test, in which the students of the
research presented a significant improvement in performance in relation to the pre-test. The
data produced during the intervention and the results of the pre- and post-test, lead us to
assume that the use of metacognitive strategies in solving mathematical problems enhances
learning, since students demonstrate: knowledge by focusing on understanding the proposed
problem; planning when choosing the best procedures and strategies for the resolution of the
same; and control over the entire problem solving process proposed.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 11
CAPÍTULO I - O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE NÚMEROS
RACIONAIS ............................................................................................................................ 20
1.1 Breve histórico dos números racionais ........................................................................... 20
1.1.1 Números racionais nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) ....................... 23
1.1.2 Números racionais nas Orientações Curriculares para a Educação Básica do estado
de Mato Grosso – OCs/MT ............................................................................................... 27
1.2 O processo de ensino-aprendizagem da matemática ...................................................... 29
1.2.1 Contrastes entre a aprendizagem mecânica e aprendizagem significativa ............... 32
1.3 O processo de ensino-aprendizagem dos números racionais: em foco o que revelam as
avaliações externas de âmbito nacional e local..................................................................... 36
1.3.1 Avaliações externas em larga escala - ALES .......................................................... 38
1.4 Dificuldades no processo de ensino-aprendizagem dos números racionais ................... 41
CAPÍTULO II - ESTRATÉGIAS METACOGNITIVAS NA RESOLUÇÃO DE
PROBLEMAS DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA .... 43
2.1 Resolução de problemas: aspectos históricos e diferenciando problemas de exercícios 43
2.2 Resolução de problemas no processo de ensino-aprendizagem da matemática ............. 47
2.3 Interfaces entre a metacognição e estratégias ................................................................. 50
2.3.1 Estratégias, estratégias cognitivas e estratégias metacognitivas .............................. 53
2.3.2 Diferentes tipos de estratégias metacognitivas......................................................... 55
2.4 Estratégias metacognitivas na resolução de problemas .................................................. 58
CAPÍTULO III - METODOLOGIA DA PESQUISA.............................................................. 62
3.1 Opção metodológica ....................................................................................................... 62
3.2 Tipo da pesquisa ............................................................................................................. 62
3.3 Local da pesquisa ............................................................................................................ 63
3.4 Sujeitos da pesquisa ........................................................................................................ 64
3.5 As etapas para o desenvolvimento da pesquisa .............................................................. 70
3.6 Instrumentos utilizados para a produção de dados da pesquisa ...................................... 71
3.7 Categorias para análise ................................................................................................... 74
3.8 Análise e interpretação dos dados ................................................................................... 75
CAPÍTULO IV - APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
PRODUZIDOS ......................................................................................................................... 76
4.1 Dificuldades relacionadas aos números racionais apresentadas pelos alunos do 8º ano do
ensino fundamental - sujeitos da pesquisa ............................................................................ 76
4.2 Intervenção com o uso de estratégias metacognitivas na resolução problemas
matemáticos envolvendo números racionais ........................................................................ 80
4.2.1 As respostas apresentadas pelos alunos na resolução de problemas ........................ 81
4.3 Conhecimento, consciência e controle revelados pelos alunos durante o uso de
estratégias metacognitivas na resolução de problemas com números racionais ................. 126
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 132
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 137
APÊNDICES .......................................................................................................................... 142
APÊNDICE A: Autorização para desenvolver a pesquisa ................................................. 142
APÊNDICE B: Autorização para divulgar os resultados da escola na ADEPE/MT/2016 . 143
APÊNDICE C: Autorização para divulgar o nome da escola nos resultados desta pesquisa
............................................................................................................................................ 144
APÊNDICE D: Convite individual para os alunos sujeitos da pesquisa ............................ 145
APÊNDICE E: Termo de assentimento livre e esclarecido para os alunos ........................ 146
APÊNDICE F: Termo de consentimento livre e esclarecido para os responsáveis legais . 148
APÊNDICE G: Roteiro da Entrevista I .............................................................................. 151
APÊNDICE H: Transcrição da Entrevista I na íntegra realizada com os sujeitos da pesquisa
dia 07/05 ............................................................................................................................. 152
APÊNDICE I: Pré-teste ...................................................................................................... 155
APÊNDICE J: Planejamento para a intervenção do uso de estratégias metacognitivas na
resolução de problemas ....................................................................................................... 158
APÊNDICE K: Material entregue aos alunos sujeitos da pesquisa que foi planejado para ser
resolvido no primeiro encontro (09/05) .............................................................................. 168
APÊNDICE L: Lista de atividades relacionadas ao conceito de valor posicional do número
............................................................................................................................................ 171
APÊNDICE M: Material entregue aos alunos sujeitos da pesquisa que foi planejado para
ser resolvido no segundo encontro (11/05) ......................................................................... 172
APÊNDICE N: Registrando as frações e os números decimais ......................................... 174
APÊNDICE O: Material entregue aos alunos sujeitos da pesquisa que foi planejado para ser
resolvido no terceiro encontro (18/05) ................................................................................ 175
APÊNDICE P: Atividades relacionadas a frações equivalentes ......................................... 177
APÊNDICE Q: Material entregue aos alunos sujeitos da pesquisa que foi planejado para ser
resolvido no quarto encontro (21/05) .................................................................................. 178
APÊNDICE R: Material entregue aos alunos sujeitos da pesquisa que foi planejado para ser
resolvido no quinto encontro (23/05).................................................................................. 181
APÊNDICE S: Material entregue aos alunos sujeitos da pesquisa que foi planejado para ser
resolvido no sexto encontro (25/05) ................................................................................... 183
APÊNDICE T: Material entregue aos alunos sujeitos da pesquisa que foi planejado para ser
resolvido no sétimo encontro (06/06) ................................................................................. 185
APÊNDICE U: Roteiro para a Entrevista II ....................................................................... 187
APÊNDICE V: Transcrição da Entrevista II na íntegra realizada com os sujeitos da
pesquisa dia 08/06 ............................................................................................................... 188
ANEXOS ................................................................................................................................ 189
ANEXO 01: Evolução do IDEB da Escola Estadual Paulo Freire ..................................... 189
ANEXO 02: Percentual de alunos da Escola Estadual Paulo Freire que demonstraram
aprendizado considerado adequado na Prova Brasil/2015 ................................................. 190
ANEXO 03: Resultado dos alunos da turma do 6º ano A na ADEPE/MT/2016 ............... 191
ANEXO 04: Resultado dos alunos da turma do 6º ano B na ADEPE/MT/2016 ................ 192
ANEXO 05: Resultado dos alunos da turma do 6º ano C na ADEPE/MT/2016 ................ 193
ANEXO 06: Resultado dos alunos da turma do 6º ano D na ADEPE/MT/2016 ............... 194
ANEXO 07: resultado dos alunos da turma do 6º ano E na ADEPE/MT/2016 ................. 195
ANEXO 08: Resultado geral dos 6º anos da Escola Estadual Paulo Freire ....................... 196
ANEXO 09: Matriz de Referência da ADEPE/MT/2016 - 6º ano do Ensino Fundamental
............................................................................................................................................ 197
14
INTRODUÇÃO
1
Pesquisa realizada em 15/10/2017, às 17h38min, no endereço eletrônico:
http://bancodeteses.capes.gov.br/banco-teses/#!/ com o descritor de busca “estratégias metacognitivas”.
16
que o professor consiga romper com o contrato didático, uma vez que a utilização das
estratégias metacognitivas não faz parte do cotidiano das aulas de Matemática.
Leite (2011) investigou o uso de estratégias metacognitivas na resolução de problemas
matemáticos na Educação de Jovens e Adultos – EJA. Utilizando, como método, o estudo de
caso, a autora concluiu que o uso de estratégias metacognitivas no processo de resolução de
problemas de equação do 1º grau contribui com a aprendizagem matemática dos estudantes da
EJA, uma vez que houve uma melhora significativa com relação ao desempenho dos alunos
na resolução desses problemas.
Já Speráfico (2013) identificou, na resolução de problemas matemáticos com equações
algébricas do 1º grau, a existência da relação entre a competência cognitiva, o uso de
estratégias metacognitivas e a compreensão do erro demonstrando que o uso das estratégias
não ocorrer em todos os momentos da resolução do problema (antes, durante e após a leitura
do enunciado e durante e após a resolução do problema) com a mesma frequência, sendo que
os estudantes com maiores níveis de competência cognitiva demonstraram utilizar um maior
conjunto de estratégias e compreendem melhor a necessidade de sua utilização em todas as
etapas da resolução do que os estudantes com baixos níveis de competência cognitiva.
Com base nos resultados dessas pesquisas, aliada a minha inquietação enquanto
professora, em que verifico a necessidade de melhorar o processo de ensino-aprendizagem,
chegamos à questão norteadora da nossa investigação: “O desenvolvimento da
metacognição com o uso de estratégias metacognitivas potencializa a aprendizagem dos
alunos na resolução de problemas matemáticos, que envolvem números racionais?”.
A partir dessa questão, definimos como objetivo geral dessa pesquisa: Investigar se o
uso de estratégias metacognitivas potencializa a aprendizagem na resolução de
problemas matemáticos, que envolvem números racionais, de alunos do 8º ano do
Ensino Fundamental, da Escola Estadual Paulo Freire de Sinop-MT. Sendo que o
desenvolvimento da referida pesquisa ocorreu neste ano de 2018.
Para contemplar nosso objetivo geral, definimos como objetivos específicos:
identificar o que revelam as avaliações externas – Prova Brasil e ADEPE/MT, na proficiência
de Matemática; identificar as dificuldades apresentadas pelos alunos na resolução de
problemas propostos na realização das avaliações externas (Prova Brasil/2015 e
ADEPE/MT/2016); propor o uso de estratégias metacognitivas na resolução de problemas
matemáticos a alunos do 8º ano do Ensino Fundamental; verificar se as estratégias
metacognitivas possibilitam aos alunos avanços na resolução de problemas matemáticos que
envolvem números racionais.
18
No caso das pedrinhas, cada animal que saia para o pasto de manhã correspondia a
uma pedra que era guardada num saco. No fim do dia, quando os animais voltavam
do pasto, era feita a correspondência inversa: para cada animal que retornava, era
retirada uma pedra do saco. Se no fim sobrasse alguma pedra era porque faltava
algum dos animais. E se fosse acrescentado um animal ao rebanho era só acrescentar
mais uma pedra. (...) A correspondência biunívoca "unidade a unidade” não era feita
21
somente com pedras, mas eram usadas também nós em cordas, marcas nas paredes,
talhes em ossos, desenhos nas cavernas, entre outros tipos de marcação (COSTA;
COSTA; BATISTA, 2006, p. 11).
Desse modo, Bentley (2009) ainda destaca que a invenção dos algarismos está
fundamentada ao longo da história de várias civilizações, que criaram diferentes sistemas e
maneiras de registrar seus números. No entanto, o autor salienta que, com o crescimento e
evolução dos sistemas organizacionais em forma de sociedade, as necessidades humanas de
comunicação também se desenvolveram, sendo necessária a padronização do sistema de
numeração.
Ifrah (1997) enfatiza que inconvenientes gerados pela representação dos diferentes
sistemas durante as transações comerciais entre diferentes civilizações deram origem a um
lento processo de maturação do sistema de numeração decimal, uma vez que a escrita
numérica padrão, para números e operações de adição, subtração, multiplicação e divisão,
fazia-se necessária ao crescimento e evolução dos sistemas organizacionais da sociedade.
Siebert (2015) também destaca que o conhecimento matemático se intensificou,
conforme a demanda das necessidades humanas:
O que se tem historicizado é que no Antigo Egito, por volta de 3.000 a.C. as
margens do Rio Nilo, a agricultura estava crescendo e o Faraó Sesóstris resolveu
dividir as terras em lotes iguais entre os agricultores. Os geômetras17 do Faraó,
conhecidos como estiradores de cordas, faziam as medições todo ano, pois no
período de junho a setembro as demarcações desapareciam devido as inundações.
Para demarcar os lotes, os geômetras esticavam a corda e observavam quantas vezes
essa unidade de medida estava contida no lote. Como muitas vezes a medida não
resultava em um número inteiro, houve a necessidade de um novo conceito de
números, os fracionários. (CASTRO; OLIVEIRA, 2009, apud SILVA, 2013, p. 36).
Nesse sentido, Curty (2016) aponta que os números racionais surgiram a partir da
necessidade de solucionar um problema no processo de medir, ou seja, quando uma unidade
não cabia um número inteiro de vezes no que estava sendo medido, tornando necessário a
redivisão da unidade. Para a autora:
Assim, conforme Curty (2016), muitas notações foram usadas para representar
frações, como os egípcios que utilizavam apenas as frações de numerador 1 e denominadores
diferentes (1/n); os babilônicos que utilizavam frações com denominador 60 (provavelmente
por ser um número menor que 100 com maior número de divisores); os chineses que usavam
as frações decimais (em que os denominadores são potências de 10) e os romanos que
usavam, com maior frequência, frações com denominador 12 (por possuir um número
expressivo de divisores inteiros).
A autora ainda destaca que os hindus escreveram as frações colocando um número
sobre o outro, sem traço, mas o número de baixo representava o tamanho e o número de cima
representava a quantidade de vezes que esse número deveria ser contado. Sendo que essa
notação foi adotada pelos árabes, que a aperfeiçoaram usando a barra horizontal.
Boyer (1974) enfatiza que a noção de fração se desenvolveu no período da Idade do
Bronze (3000 a.C. a 2500 a.C.) uma vez que os povos primitivos da Idade da Pedra,
provavelmente, não tinham necessidade de utilizá-la. No entanto, Siebert (2015) ressalta que a
fração só foi reconhecida como um único número, ou seja, um número racional, no ano 300
d.C. pelo matemático grego Diofanto, conhecido como o pai da álgebra.
As frações deram origem aos números decimais, sendo que Curty (2016, p. 20)
evidencia: “escrever frações como decimais permite que operações com frações sejam
23
efetuadas pelos algoritmos muito mais simples da aritmética dos inteiros”, mencionando o
livreto do holandês Simon Stevin (1585), intitulado De Thiende (A Arte Dos Décimos). Dessa
forma, Curty (2016) destaca que os números decimais são frações decimais, escritos de
maneiras diferentes.
Ainda segundo Curty (2016), a aritmética comercial dos séculos XV e XVI deu
origem ao termo “por cento” para as frações cujo denominador é igual a 100, uma vez que era
comum citar taxas de juros em centésimos.
De acordo com o breve histórico da formação do conceito de fração, concordamos
com Siebert (2015, p. 75) quando afirma que: “a construção do conceito passou por um
processo gradativo até chegar à sua representação atual”, conforme nos apresenta Curty
(2016):
Assim surgiu o número racional, aquele que pode ser expresso como a razão ou
fração de dois inteiros a e b (b = 0). O conjunto dos números racionais pode ser
expresso do seguinte modo:
Q = {a/b; a e b ∈ Z e b = 0}
O símbolo Q deriva da palavra inglesa “Quotient” que pode ser traduzido como
quociente (CURTY, 2016, p. 20, grifo do autor).
De acordo com essa definição, Curty (2016) destaca que um número racional pode
assumir a representação fracionária, decimal e porcentagem. Ressaltando que, durante o
processo de ensino-aprendizagem, é de fundamental importância que os alunos transitem
pelos diferentes tipos de representação, realizando conversões para facilitar a construção do
conhecimento. Atualmente, os documentos oficiais apresentam uma relação dos números
racionais no processo de ensino-aprendizagem.
Ainda que as escolas estejam organizadas em anos letivos, os PCNs (1997) estão
estruturados para que o currículo seja trabalhado em dimensões mais amplas e flexíveis na
obtenção dos objetivos propostos para cada área, em cada ciclo, sendo que o item relacionado
25
reconheçam que, no contexto diário, os números racionais aparecem muito mais em sua
representação decimal (números com vírgula) do que na forma fracionária. Enfatizando ainda
que:
A prática mais comum para explorar o conceito de fração é a que recorre a situações
em que está implícita a relação parte-todo; é o caso das tradicionais divisões de um
chocolate, ou de uma pizza, em partes iguais. A relação parte-todo se apresenta,
portanto, quando um todo se divide em partes (equivalentes em quantidade de
superfície ou de elementos). A fração indica a relação que existe entre um número
de partes e o total de partes (PCNs – Matemática, 1997, p. 68).
Ressaltam, ainda, que a fração também é usada como índice comparativo entre duas
quantidades de uma grandeza (razão) do tipo: “2 de cada 3 habitantes de uma cidade são
imigrantes” (PCNs – Matemática, 1997, p. 68).
Já a segunda parte dos PCNs – Matemática, de 1998, refere-se aos parâmetros do
currículo do terceiro (5ª e 6ª série) e quarto ciclo (7ª e 8ª série), destacando que:
Assim, os PCNs – Matemática, de 1998, sugerem que nos terceiro e quarto ciclos,
sejam dado continuidade ao que foi proposto nos ciclos anteriores, em que os alunos são
levados a perceber que os números naturais não são mais suficientes para resolver problemas
que envolvem medida de uma grandeza ou o resultado de uma divisão. No entanto,
Deduz-se que uma das causas para essas dificuldades, possivelmente, seja a ruptura
com ideias construídas com a aprendizagem dos números naturais, portanto, para abordar os
números racionais sob essa perspectiva, os PCNs – Matemática (1998) sugerem o estudo dos
problemas históricos envolvendo medidas, que deram origem a esses números, uma vez que
os alunos devem ter familiaridade com as diferentes representações dos números racionais
(representação fracionária, decimal, percentual), para perceber qual delas é mais utilizada ou
adequada para expressar um resultado.
27
capacidades e nos descritores elaborados para os três Ciclos de Formação Humana do Ensino
Fundamental.
Assim, consoante as OCs/MT – Área de Ciências da Natureza e Matemática (2010),
no primeiro Ciclo de Formação Humana (de seis a oito anos), a organização do pensamento
da criança se processa por meio de estruturas lógicas concretas, elaboradas na interação com o
outro e a realidade. Nas Orientações destaca-se que:
pessoa, com o domínio de algum saber, ensina outra pessoa que não tinha domínio daquele
saber. Vale ressaltar, conforme Lorenzato (2006, p. 3), que no contexto educacional: “Ensinar
é dar condições para que o aluno construa seu próprio conhecimento. Vale salientar a
concepção de que há ensino somente quando, em decorrência dele, houver aprendizagem”.
Assim, com o passar do tempo, foram surgindo as teorias de aprendizagem que,
conforme Moreira (1999), são construções humanas que tentam interpretar e sistematizar o
que chamamos de aprendizagem, explicando o que é, como funciona e porque funciona o
processo de aquisição de conhecimento.
Há várias teorias com diferentes abordagens presentes no processo de ensino-
aprendizagem, faremos apenas uma breve apresentação dessas teorias na tentativa de
entendermos o funcionamento das abordagens tradicional, comportamentalista, humanista,
cognitivista e sociocultural no processo de ensino-aprendizagem.
A abordagem tradicional é a prática de ensino-aprendizagem que persevera no
ambiente escolar ao longo do tempo, em que o professor é o transmissor do conhecimento ao
aluno, que deve memorizá-lo, internalizá-lo e repeti-lo mecanicamente, sendo denominada
por Freire (2005) de concepção bancária da educação, por partir do pressuposto de que o
professor é o detentor dos conhecimentos e que o aluno é um mero receptáculo de
informações.
Assim, na abordagem tradicional, aprender significa memorizar, uma vez que o
professor apresenta perguntas acompanhadas de respostas prontas e o aluno, por meio de
listas de exercícios, repete mecanicamente as respostas, sem refletir sobre o assunto estudado.
Mizukami (1986), ainda, enfatiza que, na abordagem tradicional do processo de ensino-
aprendizagem, o professor transmite os conteúdos e conduz seus alunos em direção a
objetivos que lhes são externos, seguindo uma sequência lógica de conteúdos baseados em
documentos oficiais e escolhidos a partir de uma cultura universal, ou seja, não pelo sujeito do
processo (aluno). Dessa forma, o professor expõe o conteúdo da aula, a partir de modelos pré-
estabelecidos e, em seguida, os alunos resolvem exercícios de aplicação, repetição e
recapitulação. Nas avaliações, o aluno deve reproduzir com exatidão o conteúdo ensinado nas
aulas e o resultado baseia-se na quantidade e na exatidão das informações reproduzidas pelo
educando.
Já a abordagem comportamentalista dá ênfase ao aluno, mas o foco está em alcançar
comportamentos que o professor considera desejável, sendo que os comportamentos não
desejados devem ser punidos e os comportamentos desejados devem ser reforçados e
estimulados por condicionantes (notas, prêmios, elogios). Assim, Mizukami (1986) evidencia
31
dessa maneira, proporcionar um ambiente com condições para que o aluno possa aprender por
si próprio (observando, experimentando, comparando, relacionando, analisando, levantando
hipóteses, argumentando, etc.), sendo função do professor, criar e orientar as situações
desafiadoras e desequilibradoras para que o aluno encontre o equilíbrio e construa sua própria
aprendizagem.
Por fim, temos a abordagem sociocultural, que pode ser definida pela frase: “Ninguém
educa ninguém, ninguém se educa. Os homens se educam entre si mediatizados pelo mundo”
(FREIRE, 2005, p. 63). Partindo dessa premissa, antes de se adotar métodos educativos no
processo de ensino-aprendizagem, faz-se necessário conhecer o aluno, sua cultura e seus
meios de vida, para não utilizar atividades pré-fabricadas, fora da realidade do aluno, uma vez
que, para obter bons resultados, não se pode querer apenas que o aluno receba o conteúdo
proposto, é importante considerar a bagagem de saberes e conhecimentos que ele traz consigo,
a partir do meio em que vive, estabelecendo-se uma troca mútua entre professor e aluno, em
que ambos são sujeitos do ato do conhecimento.
Freire (2005) enfatiza, ainda, reconhecer que os contextos e as histórias de vida no
processo de ensino-aprendizagem transformam professores e alunos, uma vez que aprendem
ao mesmo tempo em que ensinam e o diálogo de ensinar a aprender e aprender a ensinar se
desdobra em uma ação emancipadora.
Isso posto e diante da breve análise das abordagens: tradicional, comportamentalista,
humanista, cognitivista e sociocultural, percebemos que os processos de ensino-aprendizagem
são distintos, mas relacionados. Nesse contexto, Per Christian (2012) destaca que, para o
professor desempenhar com êxito o processo de ensinar, faz-se necessário que ele tenha um
vasto conhecimento sobre o processo de aprendizagem, ou seja, o professor precisa
compreender como os diferentes estudantes aprendem e quais são as condições necessárias
para que uma aprendizagem significativa possa acontecer. O autor ressalta, ainda, que a
construção do conhecimento (aprendizagem) é realizada pelo aluno, ou seja, cada um constrói
e reconstrói o conhecimento ao longo de sua vida, sendo que os professores são considerados
guias que motivam, incentivam e mostram o caminho para os seus educandos no decorrer
desse processo.
Diante do atual contexto educacional, percebemos que em muitas salas de aula ainda
prevalece o que Per Christian (2012) chama de causa e efeito, em que o professor transmite o
33
conteúdo e subentende-se que o aluno apenas memorize o conteúdo transmitido, sem atribuir-
lhe um significado, esquecendo-o logo após a avaliação.
Há vários estudos relacionados à tentativa de compreender como as pessoas aprendem,
nesse sentido, Moreira e Masini (2001) destacam a Teoria da Aprendizagem Significativa,
proposta pelo psicólogo norte-americano David Paul Ausubel (1968), propondo que o
processo de aprendizagem envolve a compreensão, transformação, armazenamento e uso da
informação envolvida na cognição, identificando os padrões estruturados dessa
transformação, ou seja, quando uma nova informação se relaciona com um aspecto relevante
da estrutura de conhecimento do indivíduo, assim, se dá a aprendizagem significativa, quando
a nova informação se ancora a subsunçores (ideia – âncora) preexistentes na estrutura
cognitiva de quem aprende.
Em contraste com a aprendizagem significativa, Moreira e Masini (2001) apresentam a
aprendizagem mecânica, em que novas informações são armazenadas de maneira arbitrária,
tendo pouca ou nenhuma interação com os conceitos (subsunçores) existentes na estrutura
cognitiva do aprendiz, destacando a simples memorização de fórmulas, leis e conceitos. Os
autores definem a aprendizagem mecânica como sendo a: “Aquisição de informações com
pouca ou nenhuma interação com conceitos ou proposições relevantes existentes na estrutura
cognitiva. O conhecimento é armazenado de forma literal e arbitrária” (MOREIRA, MASINI,
2001, p. 105).
No entanto, Ausubel (1968) não estabelece uma dicotomia entre a aprendizagem
mecânica e a aprendizagem significativa, classifica-as como um continuum, uma vez que a
aprendizagem mecânica se faz necessária quando o aprendiz adquire uma informação numa
área de conhecimento que lhe é completamente nova. Assim, a aprendizagem começa a ser
significativa na medida em que novos conceitos e informações assimiladas interagem com
este novo subsunçor, agora presente na estrutura cognitiva do aprendiz.
Moreira e Masini (2001) ressaltam o uso de materiais introdutórios, apresentados antes
do próprio material a ser aprendido, chamados de organizadores prévios, que, segundo
Ausubel (1968), servem de âncora para a nova aprendizagem e levam ao desenvolvimento de
conceitos subsunçores que facilitam a aprendizagem subsequente. Assim, os organizadores
prévios permitem ao aprendiz:
Atualmente, há diversas ferramentas metodológicas que podem ser utilizadas para o ensino de
Matemática de forma diferenciada, mais dinâmica. Nesse sentido, Rozal, Souza e Santos
(2017) apresentam que, em Educação Matemática, há várias tendências com propósitos
específicos, mas que, no sentido geral, focam a atenção no processo de ensino-aprendizagem
e citam:
A resolução de problemas, que tem como objetivo tirar o estudante de sua postura
passiva para uma postura ativa e que desmistifica a concepção de que a Matemática
é algo pronto e acabado; os materiais manipulativos e jogos educativos, que
propõem a vivência da matemática em um ambiente concreto e lúdico; a
Etnomatemática, que proporciona ao estudante a compreensão das práticas
matemáticas explorando diversos contextos culturais; a História da Matemática,
que busca contextualizar e inserir a matemática em um meio e uma época bem
definida; a informática educativa, que propõe criar ambientes de exploração da
matemática por meio de recursos tecnológicos utilizando softwares educativos para
ensinar matemática; e a Modelagem Matemática, que embora tenha suas raízes na
Matemática Aplicada, tem o propósito de gerar condições para aquisição de
conhecimento em um ambiente de investigação dinâmico onde são explorados temas
da realidade (ROZAL; SOUZA; SANTOS, 2017, p. 145).
significado ao conhecimento aprendido, uma vez que Rozal, Souza e Santos (2017, p. 160)
reforçam que “na Resolução de Problemas é necessário refletir, produzir uma solução,
registrar, justificar, explicar e discutir o que foi feito, revisar, corrigir e validar a solução do
problema”, respeitando sempre o ritmo de aprendizado de cada aluno.
O objetivo das Avaliações Externas em Larga Escala - ALEs, bem como a exigência
de sua universalização, está promulgado no conteúdo da Lei nº 9.394/1996, também
conhecida como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, vejamos:
As informações geradas pelas ALEs têm sido utilizadas com o objetivo de verificar a
qualidade da educação, sendo que os resultados são considerados indicadores para problemas
ou êxitos nas práticas pedagógicas das escolas, proporcionando dados para que haja um
planejamento educacional e políticas públicas que visem à melhoria da qualidade no ensino.
Werle (2011), nesse sentido, nos diz que:
Delgado (2011) também enfatiza que as políticas públicas devem provocar alterações
no interior da escola, principalmente na forma de organização e no desenvolvimento do
trabalho escolar, interferindo diretamente nas práticas dos professores e em sua cultura, uma
vez que, as práticas pedagógicas devem estar direcionadas para a melhoria da aprendizagem,
39
É importante reconhecer que a avaliação externa não termina com a divulgação dos
resultados das provas e indicadores. Ela continua à medida que envolve a sociedade,
escolas, comunidades e poder público nos debates sobre esses resultados e, a partir
disso, abrindo caminho tanto para adensar e dialogar com as avaliações internas
realizadas no âmbito das escolas (do projeto pedagógico e da ação educativa),
quanto no âmbito das secretarias de educação (das diretrizes da política
educacional). (BLASIS; FALSARELLA; ALAVARSE, 2013, p. 39).
2
Os dados referentes à Prova Brasil estão disponíveis para consulta no endereço eletrônico:
http://portal.mec.gov.br/prova-brasil, com a caracterização dos alunos e das escolas (públicas e privadas)
brasileiras.
40
Neste sentido, os PCNs de Matemática (1998) apontam alguns dos obstáculos que os
alunos enfrentam ao lidar com os números racionais:
Cada número racional pode ser representado por diferentes (e infinitas) escritas
fracionárias: por exemplo, , , , , ... são diferentes representações de um mesmo
número; a comparação entre racionais: acostumados com a relação 3 > 2, terão de
compreender uma desigualdade que lhes parece contraditória, ou seja, < ; se o
“tamanho” da escrita numérica, no caso dos naturais, é um bom indicador da ordem
de grandeza (8345 > 83), a comparação entre 2,3 e 2,125 já não obedece ao mesmo
critério; se, ao multiplicar um número natural por outro natural (sendo este diferente
de 0 ou 1) a expectativa é a de encontrar um número maior que ambos, ao
multiplicar 10 por se surpreenderão ao ver que o resultado é menor do que 10; se a
sequência dos números naturais permite estabelecer sucessor e antecessor, para os
racionais isso não faz sentido, uma vez que entre dois números racionais quaisquer é
sempre possível encontrar outro racional; assim, o aluno deverá perceber que entre
0,8 e 0,9 estão números como 0,81, 0,815 ou 0,87 (BRASIL, 1998, p. 101).
Lima (2013, p. 18), nesse sentido, aponta que os alunos apresentam dificuldades no
conceito de números racionais quando “não entendem porque um mesmo objeto matemático
(uma fração) pode ser representado de infinitas formas diferentes (frações equivalentes)”.
Depreende-se dos destaques efetuados nas pesquisas que muitas das dificuldades apresentadas
pelos educandos na compreensão de determinados problemas, bem como na resolução destes
quando associados às operações matemáticas, com certos tipos de número, podem estar
relacionadas ao não entendimento de que, em cada conjunto numérico, assim como as
operações com ele realizadas, são, na maioria das vezes, diferentes daquelas do conjunto
numérico anterior.
Embora as dificuldades sejam as mais variadas, percebe-se que a falta de compreensão
conceitual pode advir, também, pelas diferentes formas de representações utilizadas nos
métodos atuais de ensino.
42
Sendo que Curty (2016) cita Monteiro e Costa (1996) que apontam como causa para as
dificuldades na aprendizagem dos números racionais, a utilização precoce das regras que
muitas vezes não são compreendidas pelos alunos.
A utilização prematura das regras no estudo das frações e decimais, tem sido
detectado como outro fator que atrasa a compreensão dos números racionais, visto
que os alunos não reconhecem a ligação entre o seu conhecimento dos números e as
respectivas regras na resolução de situações na sala de aula de matemática
(MONTEIRO; COSTA, 1996, p.62).
Neste sentido, Siebert (2015) destaca a orientação dada por Catalani (2002),
destacando que o objetivo das atividades propostas durante o processo de ensino-
aprendizagem das frações deve proporcionar ao aluno o pensar e agir sobre a realidade
imediata.
Curty (2016) destaca que a muitos erros relacionados ao registro dos números
racionais e destaca a definição dada por Catoo (2000) que relaciona a dificuldade apresentada
pelos alunos no processo de conversão à mudança de registro, em que os alunos não
estabelecem a ligação entre a forma fracionária e a decimal, por exemplo, por não
reconhecerem as diferentes representações de um número racional.
Neste sentido, os professores se deparam com muitos erros relacionados aos números
racionais em sala de aula, sendo que os resultados das ALEs apenas confirmam esses erros,
sendo que Curty (2016, p. 30) destaca que “Isso deve ser encarado como um alerta para os
docentes refletirem as práticas educativas adotadas e também como um estímulo para
encontrarem alternativas de trabalho para o assunto”.
Além disso, Curty (2016) apresenta e defende a ideia de Romanatto (1997) que
afirmando que, na tentativa de amenizar as dificuldades que rodeiam os números racionais e
consequentemente, diminuir erros, estes devem ser trabalhados e explorados durante todo o
Ensino Fundamental.
Nesta perspectiva, propomos para o desenvolvimento desta pesquisa, o uso de
estratégias metacognitivas na resolução de problemas envolvendo números racionais por
alunos do oitavo (8º) ano do Ensino Fundamental, partindo de dificuldades apresentadas pelos
alunos sujeitos da pesquisa na ALE – ADEPE/MT/2016.
43
[...] embora tão valorizada, a resolução de problemas é um dos tópicos mais difíceis
de serem trabalhados na sala de aula. É muito comum os alunos saberem efetuar os
algoritmos e não conseguirem resolver um problema que envolva um ou mais desses
algoritmos. Isso se deve à maneira com que os problemas matemáticos são
trabalhados na sala de aula e apresentados nos livros didáticos, muitas vezes apenas
como exercícios de fixação dos conteúdos trabalhados (DANTE, 1998, p. 8).
Nesse sentido, de acordo com Lester (2001) podemos concluir que os professores
propõem aos alunos a resolução de problemas no final da explicação de um conteúdo, quando
o aluno sabe qual procedimento deve utilizar ou qual fórmula deve aplicar, baseado nos
conhecimentos adquiridos anteriormente. Sendo assim, os problemas propostos servem
apenas para avaliar se o estudante é capaz de empregar o conceito, técnica ou procedimento
ensinado.
Mas, afinal, o que são exercícios e o que são problemas matemáticos? Para melhor
compreendermos a diferença entre estes termos, o IREM de Strasbourg5, sob direção de
Georges Glaeser6, publicou, em 1973, no primeiro fascículo, Pédagogie de l’exercice et du
problème, do livro Le livre Du problème, um manual em que apresenta a diferenciação entre
exercícios e problemas matemáticos, apontando, ainda, uma classificação de comportamentos
dos alunos e do professor, de acordo com o objetivo da atividade.
5
Instituto de Pesquisa em Matemática, localizado em Strasbourg no leste da França.
6
Matemático francês, que foi diretor do IREM de Strasbourg. Ele trabalhou na análise e educação matemática e
introduziu o teorema de Glaeser[1] Glasser também propôs a epistomologia dos números relativos
45
7
O I.REM de Strasbourg está disponível em: < https://pt.scribd.com/document/9409008/Pedagogie-de-l-
Exercice-Et-Du-Probleme> e a tradução de: “O livro de problemas” fascículo 1 “Pedagogia do exercício e do
problema” apresentada nesta pesquisa foi feita pela opção de tradução deste endereço eletrônico.
46
O autor conclui esse entendimento afirmando que: “Todo professor de Matemática, digno
desse nome, deve iniciar seu aluno à aventura do problema. Para isso, o educador deverá
quebrar os obstáculos extraescolares que incitam à passividade e ao conformismo”
(GLAESER, 1973 p. 20).
Nesse sentido, Araújo (2009) afirma que um problema refere-se a uma ausência
imediata de solução, mas que essa solução precisa ser construída pelo sujeito que está diante
do problema, ressaltando ainda que, o que é problema para um indivíduo, nem sempre é um
problema para outro, uma vez que o que determina ser um problema ou não é o domínio do
conhecimento exigido para resolvê-lo.
No intuito de definir problema com maiores detalhes, pautamo-nos ainda em Câmara
dos Santos (2002) que o classifica em: Problema fechado, Problema aberto e Situação-
problema. Para o autor, os problemas fechados são aqueles que aparecem no final do capítulo
do livro didático, dessa maneira, o autor define que a principal característica do problema
fechado é o enunciado e a localização, uma vez que o aluno já sabe qual conteúdo utilizar
para resolvê-lo. Nesse sentido, o problema fechado definido por Câmara dos Santos (2002)
pode ser comparado aos exercícios didáticos de Glaeser (1973), uma vez que também são
resolvidos sem hesitação nem adivinhação, sendo necessário apenas conhecer o assunto.
Câmara dos Santos (2002) faz ainda, um alerta para a utilização exclusiva desse tipo
de problema em sala de aula, uma vez que no momento da avaliação (externa ou interna), o
enunciado das questões não apresenta explicitamente a qual conteúdo (localização) está se
referindo.
Já o problema aberto não apresenta, previamente, nenhum algoritmo que garanta sua
solução e é, nesse sentido, que Câmara dos Santos (2002) enfatiza a utilização dos problemas
abertos em sala de aula, por terem como objetivo conduzir os alunos a adotarem uma postura
de pesquisadores ao se depararem com uma questão a ser resolvida, em que realizam
tentativas, estabelecem e testam hipóteses e validam seus resultados, transformando a
aprendizagem matemática em “algo provido de uma dinâmica particular, e não mais como
algo que deve ser memorizado para ser aplicado nas avaliações” (CÂMARA DOS SANTOS,
2002, p. 40).
A partir da definição de Câmara dos Santos (2002) podemos comparar os problemas
abertos com definição de problema apresentada por Claeser (1973), por buscarem, por meio
da pesquisa, a solução do problema.
Quanto ao terceiro tipo proposto por Câmara dos Santos (2002), a situação-problema,
o autor indica que pode ser utilizada em sala de aula, quando se tem por objetivo levar o aluno
47
Dante (1998) destaca que, com a resolução de problemas, o professor deve ter como
objetivo: fazer o aluno pensar produtivamente; desenvolver o raciocínio do aluno; ensinar o
aluno a enfrentar situações novas; dar ao aluno a oportunidade de se envolver com as
aplicações da Matemática; tornar as aulas de Matemática mais interessantes e desafiadoras;
equipar o aluno com estratégias para resolver problemas e dar-lhes uma boa base matemática.
Portanto, o professor, ao planejar seu trabalho, selecionando atividades de resolução
de problemas, deve ter em mente os objetivos que deseja alcançar para que possa fazer o uso
adequado da resolução de problemas e precisa, ainda, estar atento a uma série de fatores que
pode ser considerada obstáculo diante da resolução de um problema, além dos referentes à
competência cognitiva dos alunos.
Speráfico (2013) afirma que, além dos fatores cognitivos que se referem às
capacidades de organização dos conhecimentos na memória de longo prazo, os fatores
afetivos também podem ser obstáculos na resolução de problemas, por consistir tanto da falta
de motivação para resolver um problema, como podem estar ligados a sentimentos negativos,
frente aos erros e fracassos cometidos e que, ao se deparar com algum desses obstáculos em
sala de aula, o professor deverá alterar aquilo que tinha planejado, estando sempre atento às
dificuldades apresentadas pelos alunos.
Dante (1998) também ressalta que ensinar a resolver problema é uma tarefa mais
difícil do que ensinar conceitos, habilidades e algoritmos matemáticos, uma vez que o
professor deve fazer perguntas para que os alunos possam compreender o problema e os
alunos devem ser encorajados a fazer perguntas ao professor e entre eles mesmos.
Diante do exposto, é possível perceber as dificuldades presentes na resolução de um
problema matemático, mas é possível também perceber sua importância, uma vez que
potencializa a aprendizagem matemática, desenvolvendo as capacidades de leitura e
interpretação, elaboração de estratégias e procedimentos para resolvê-los, registrando e
examinando se a solução está correta.
49
Dessa maneira, a resolução de problemas é apresentada como mais uma atividade que
o aluno aprende por reprodução/imitação e, mais uma vez, o saber matemático não é
apresentado ao aluno como um sistema de conceitos, que lhe permita resolver um conjunto de
problemas.
A resolução de um problema matemático, segundo Polya (2006), depende da
compreensão do problema que se dá em dois estágios: a familiarização e o aperfeiçoamento
da compreensão, e, nesse sentido, os PCNs de 1997 orientam que:
8
Conselho Nacional de Professores de Matemática, com sede em Reston, Virginia, EUA, atende aos professores
dos EUA e Canadá.
50
Araújo (2009) afirma que o ser humano é capaz de construir conhecimento sobre o
mundo e possui a capacidade de compreender seu próprio processo de conhecimento. E, nesse
sentido, a autora questiona: “Como a mente humana trabalha?”, “Por qual razão define alguns
problemas como fáceis e outros como difíceis?” e “Como acontece a memorização?”
(ARAÚJO, 2009, p. 48).
Na tentativa de responder seus questionamentos, Araújo (2009) menciona Mattos
(2000), que define:
Conforme Leite (2011) e Speráfico (2013), o termo metacognição surgiu nos Estados
Unidos na década de 1970 e teve como precursor na sistematização do conceito, o psicólogo e
professor universitário, John Hurley Flavell (Massachusetts – EUA), especialista em
desenvolvimento cognitivo infantil, que dedicou seu trabalho à psicologia do
desenvolvimento da criança e à psicologia cognitiva, introduzindo a Teoria de Piaget na
psicologia americana. Leite (2011) aponta que:
No entanto, a autora completa que foi a partir da análise das Teorias de Piaget e seus
estudos sobre novos fenômenos de desenvolvimento na compreensão da criança, no
desempenho de papéis, sua capacidade de comunicação e o desenvolvimento de sua memória,
que John Flavell desenvolveu a Teoria da Metacognição (1970), que consiste no
conhecimento que o indivíduo tem sobre seu próprio conhecimento, compreendendo o
funcionamento do pensamento humano e o seu processo de reflexão.
51
Todo o movimento que a pessoa realiza para tomar consciência e controle dos seus
processos cognitivos. Ela diz respeito, entre outras coisas, ao conhecimento do
próprio conhecimento, à avaliação, à regulação e à organização dos próprios
processos cognitivos (DREHER, 2009, p. 57).
52
Além dos diversos teóricos já citados, temos ainda os estudos de Glasson (2001) e
Mazzoni (2001), que, de acordo com Araújo (2009), apresentam os modelos propostos por
Flavell (1970) e Brown (1987):
E os estudos de Baird (1991), apresentados por Leite (2011), que define metacognição,
como sendo:
Sabemos que, diante de um problema que precisa ser respondido, utilizamos uma
série de estratégias que nos auxiliam no processo de solução do mesmo. Mas quais dessas
estratégias são consideradas essenciais?
Inicialmente, cumpre destacar a definição de “estratégia” trazida por Mayor (1995),
como sendo:
Essa definição também é compartilhada por Pozo (2002), ao ser citado por Dreher
(2009), em que define “estratégias” como procedimentos que são aplicados de maneira
controlada, dentro do planejamento de um plano, com o objetivo de se alcançar uma meta.
Desse modo, Dreher (2009) conclui que:
uma ação, mas, para que isso ocorra, necessitam-se de recursos cognitivos, ou de
estratégias cognitivas. (DREHER, 2009, p. 58).
Dreher (2009, p.59) ainda define as estratégias cognitivas como as ações executadas
mediante a um conjunto de atividades ou técnicas a seu serviço, afirmando que a principal
função de uma estratégia cognitiva “é de ajudar a alcançar o objetivo de qualquer iniciativa
em que alguém esteja envolvido”. Definição essa enfatizada por Leite (2011), a partir do
seguinte exemplo:
Leite (2011) também apresenta que Weden e Rubin (1987) definem as estratégias
cognitivas como procedimentos empregados na aprendizagem ou na resolução de problemas
que demandam análise direta.
Para Flavell (1999), conforme Dreher (2009) e Leite (2011), as estratégias cognitivas
têm por finalidade levar o indivíduo, de forma inconsciente e automática, a um objetivo
cognitivo, enquanto que as estratégias metacognitivas avaliam a eficácia das estratégias
cognitivas, ou seja, regulam tudo o que está relacionado ao conhecimento do indivíduo,
definindo quando e como utilizar cada estratégia.
Segundo Leite (2011), para o estudioso Flavell (1999), o uso de estratégias
metacognitivas baseia-se em monitorar a compreensão, assim, o indivíduo deve estabelecer
objetivos de aprendizagem, avaliar as metas que pretende alcançar e modificar, quando
necessário, as estratégias para alcançar os objetivos estabelecidos por meio das metas
estipuladas. Nesse mesmo contexto, Sousa (2007) afirma que:
Assim, Dreher (2009) conclui afirmando que as estratégias cognitivas condizem com
os progressos cognitivos e que as estratégias metacognitivas monitoram o progresso
cognitivo, acreditamos que o uso de estratégias metacognitivas pode auxiliar na resolução de
problemas matemáticos.
55
Por meio do ensino direto, ou seja, evidenciar que elementos são críticos em relação
à busca de informação. Por meio do reforço do êxito nas atividades. Estimular via
modelo: isso requer que o professor apresente uma atividade ou conduta específica
para o aluno, ou seja, explique todos os passos (ANTONIJEVIC; CHADWICK,
1982 apud LEITE, 2011, p. 257).
Nessa perspectiva, a autora ainda concorda com Flavell (1979), que defende a prática
metacognitiva como estratégia para aumentar a quantidade e a qualidade do conhecimento
metacognitivo.
Ainda a partir do entendimento da metacognição como fator importante na
aprendizagem, apresentamos as sugestões de estratégias metacognitivas de Koutselini (1991),
citadas por Leite (2011):
Speráfico (2013) ainda cita os estudos de Joly (2008), que construiu uma escala para
verificar o uso de estratégias metacognitivas na compreensão da leitura como: “reler trechos
em que não há compreensão, analisar a lógica das informações do texto, ficar atento a dados
importantes” (SPERÁFICO, 2013, p. 68, apud JOLY, 2008), sendo que se apresentaram
significativas também na resolução de problemas, uma vez que a compreensão leitora é
fundamental para obter sucesso na resolução de problemas matemáticos.
Para melhor visualização, apresentamos o quadro a seguir, com as sugestões dos
autores citados aqui quanto às estratégias metacognitivas a serem utilizadas na prática
docente.
57
Aquelas em que os estudantes são estimulados a refletir sobre os modos pelos quais
executam determinado procedimento ou resolvem uma dada situação-problema, de
modo que durante a atividade há uma interação constante entre o aluno e a situação,
e entre o aluno e seus próprios processos mentais (LEITE, 2011, p. 103).
aprendo? O que preciso aprender? Como poderei aprender tal assunto? Que recursos poderei
utilizar para aprender? O que devo fazer primeiro? Como vou planejar minhas atividades? De
que recursos disponho para aprender?”.
Assim, Leite (2011, p. 103) também menciona que uma prática a ser estimulada para
o desenvolvimento da metacognição é a de “Registrar o que foi realizado a fim de se
comunicar a outras pessoas não só os resultados, mas todo o processo, para que estas também
possam percorrer os caminhos que levam à solução do problema em questão”. Nesse sentido,
a autora enfatiza que o aluno deve ser incentivado a agir e a refletir sobre os resultados
encontrados, sobre os caminhos que percorreu e, ainda, se não atingiu seus objetivos, sobre
seus erros, sobre as estratégias que pode utilizar para se autocorrigir e sobre como prosseguir
até atingir seus objetivos.
Outro ponto importante a ser destacado diz respeito às pesquisas de Darsie (1998, p.
109), que revelam que a metacognição se manifesta por meio de “Aspectos ligados à reflexão
e tomada de consciência dos procedimentos empregados na construção dos conceitos
matemáticos”.
A partir desse entendimento, as atividades metacognitivas deveriam ser prioridade na
prática pedagógica das aulas de Matemática, uma vez que, segundo Portilho (2011), os alunos
tendem a planejar estratégias que consideram mais adequadas para alcançar as metas
desejadas, a partir do conhecimento que possuem sobre seus próprios recursos para aprender:
Leite (2011, p. 104) ressalta ainda “que a prática da atividade metacognitiva deve ser
uma constante principalmente nas aulas de matemática” por estimular “o aluno a refletir e a
raciocinar sobre os modos pelos quais executa uma atividade ou quando resolve uma dada
situação-problema”. Desse modo, Gonzáles (1995), citado por Leite (2011), evidencia que:
A pesquisa qualitativa pode ser conduzida por diversos caminhos, sendo que, para o
desenvolvimento desta, foi adotada a pesquisa-ação como procedimento, por concordarmos
com Fonseca (2002), ao considerar que:
63
A Escola Estadual Paulo Freire está localizada na Rua das Alfazemas, número 740,
no bairro Jardim das Oliveiras, bairro este da periferia do município de Sinop/MT, que atende
atualmente cerca de novecentos (900) alunos. A escola está organizada em ciclos de formação
humana, atendendo o primeiro, segundo e terceiro ciclos do Ensino Fundamental de nove
anos, nos períodos matutino (16 turmas) e vespertino (16 turmas).
Em fevereiro de 2018, procuramos a direção e a coordenação pedagógica da Escola
Estadual Paulo Freire de Sinop/MT para apresentarmos nosso projeto de pesquisa: a
justificativa, problemática, objetivos e procedimentos metodológicos para o desenvolvimento
da mesma, sendo que, após essa apresentação, fomos autorizados pela gestão da referida
instituição a desenvolvermos a pesquisa proposta (Apêndice A) e ainda fomos autorizados a
divulgar os resultados da avaliação externa ADEPE/MT/2016 (Apêndice B), bem como os
resultados obtidos com o desenvolvimento desta pesquisa (Apêndice C).
Apenas a título de esclarecimento, informamos que a autorização para divulgar os
dados da avaliação externa ADEPE/MT/2016 é necessária, uma vez que para cada escola
participante dessa avaliação foi disponibilizado um login e uma senha para que os gestores e
demais pessoas autorizadas possam acessar no endereço eletrônico:
http://www.adepemt.caedufjf.net, somente os resultados dos alunos que realizaram a
avaliação nessa escola.
considerado adequado na Prova Brasil/2015, observamos que: dos setenta e um (71) alunos do
quinto ano que realizaram a prova, apenas vinte e dois (22) alunos, ou seja, trinta e um por
cento (31%) apresentaram aprendizado considerado adequado na competência de resolução de
problemas. Ainda nessa análise, conforme disposto na tabela a seguir:
Ao analisar a tabela acima, observamos que sessenta e nove por cento (69%) dos
alunos considerados com desempenho inadequado, sendo que foram sugeridas atividades de
reforço para trinta e três (33) deles e os outros dezesseis (16) necessitam de recuperação de
conteúdo por apresentarem pouquíssimo aprendizado.
No entanto, os resultados da Prova Brasil são apresentados em dados gerais,
dificultando a identificação dos alunos com desempenho considerado inadequado,
principalmente, daqueles que necessitam de intervenção para recuperação de conteúdos.
Com isso, analisamos, então, os resultados da Escola Estadual Paulo Freire de Sinop-
MT, na ADEPE/MT/2016, disponíveis em: http://www.adepemt.caedufjf.net, em que foi
possível verificar os resultados dos alunos por turma ou individual e, ainda, observar quais
descritores estavam presentes na avaliação de cada aluno e se acertou ou não a questão
relacionada ao descritor ou a porcentagem de acertos da turma em cada descritor.
Como os alunos-sujeitos desta pesquisa são alunos de oitavo (8º) ano do Ensino
Fundamental, os mesmos participaram da ADEPE/MT/2016, quando estavam cursando o
9
Padrão de desempenho para aprendizagem do Inep/Prova Brasil.
66
sexto (6º) ano, portanto, faremos apenas a análise do desempenho das turmas do sexto (6º)
ano na disciplina de Matemática.
No ano de 2016, a Escola Estadual Paulo Freire tinha cinco (05) turmas de sexto (6º)
ano, classificadas em turma A, B, C, D e E. A partir da análise quantitativa dos dados
disponíveis no endereço eletrônico:
http://resultados.caedufjf.net/resultados/publicacao/privado/aluno.jsf, apresentados nos
anexos10 03 a 07, sendo o anexo 03 – turma do 6º A, anexo 04 – turma do 6º B, anexo 05 -
turma do 6º C, anexo 06 - turma do 6º D e anexo 07 - turma do 6º E, e conforme detalhado na
tabela a seguir (2), um total de cento e quinze (115) alunos dos sextos (6º) anos de Escola
Estadual Paulo Freire de Sinop/MT realizaram a ADEPE/MT/2016 na disciplina de
Matemática:
10
Nos anexos, substituímos os nomes dos alunos por aluno seguido de uma numeração (Aluno 01), uma vez que
não temos autorização da escola, nem dos alunos para divulgar o nome dos mesmos e, ainda, por não ser o
objetivo desta pesquisa analisar os nomes, uma vez que estamos realizando uma análise quantitativa dos alunos
com desempenho considerado “avançado”, “proficiente”, “básico” e “abaixo do básico” na ADEPE/MT/2016.
67
Nesse sentido, podemos concluir que apenas um (01) aluno alcançou desempenho
considerado avançado, quarenta e quatro (44) alunos com desempenho proficiente, quarenta e
sete (47) com desempenho básico e vinte e três (23) alunos com desempenho considerado
abaixo do básico, conforme detalhado na tabela a seguir:
11
Classificação dos padrões de desempenho disponíveis na Revista Pedagógica / Matemática – 6º e 8º ano do
Ensino Fundamental p. 26 disponível em: http://www.adepemt.caedufjf.net/wp-content/uploads/2016/08/MT-
ADEPE-2016-RP-MT-6EF_8EF.pdf.
68
12
Os sujeitos desta pesquisa são alunos da pesquisadora desde fevereiro deste ano.
69
este foi o ambiente disponibilizado para a realização dos encontros de intervenção com o uso
de estratégias metacognitivas na resolução de problemas. Na oportunidade, entregamos
também o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido para os alunos (Apêndice E) e o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido para os responsáveis legais (Apêndice F), com os
objetivos da pesquisa, os procedimentos metodológicos e os instrumentos adotados para a
produção dos dados durante a intervenção.
Depois de efetuarmos o convite e de esclarecermos algumas dúvidas, ainda, informei
aos alunos que nos termos que receberam tinha o número do telefone da
professora/pesquisadora, para que eles ou os responsáveis legais pudessem estar entrando em
contato em caso de dúvidas e/ou para maiores esclarecimentos sobre o desenvolvimento da
pesquisa. E para finalizar, comuniquei aos mesmos que seria uma honra se aceitassem meu
convite e que os esperava dia 07/05, às 13h no laboratório de informática da escola.
Após a entrega do convite aos nove (09) alunos-sujeitos da pesquisa, dois (02)
apresentaram motivos pessoais que os impossibilitaram de participar, uma vez que os
encontros foram realizados no contraturno do ensino regular. Assim, os sujeitos desta
pesquisa são sete (07) alunos do oitavo ano, que apresentaram desempenho “abaixo do
básico” na ADEPE/MT/2016, quando cursavam o sexto ano do Ensino Fundamental da
Escola Estadual Paulo Freire (Sinop/MT).
O quadro a seguir apresenta a caracterização dos alunos-sujeitos da pesquisa, com
nomes fictícios criados pela pesquisadora, sendo que os dados referentes ao sexo, idade e
tempo que estudam na Escola Estadual Paulo Freire foram fornecidos pela secretaria da
escola. A resposta quanto ao fato de gostar ou não gostar de estudar Matemática são dados da
Entrevista I.
partir disso, planejamos a intervenção a começar pela resolução de problemas com o uso de
estratégias metacognitivas.
Sexta etapa: Durante o planejamento, pesquisamos em diversos endereços eletrônicos
relacionados às avaliações externas e definimos as questões trabalhadas (Apêndice J) com os
alunos-sujeitos da pesquisa durante nossos encontros de resolução de problemas.
Selecionamos vinte e quatro (24) problemas matemáticos enfocando as diferentes
representações de um número racional, envolvendo frações, decimal finito, dízima periódica,
porcentagem e números decimais na reta numérica, para serem resolvidos durante sete (07)
encontros de duas (02) horas cada.
Sétima etapa: desenvolvemos a intervenção pedagógica com o uso das estratégias
metacognitivas na resolução de problemas envolvendo números racionais, objetivando
verificar o processo metacognitivo dos alunos-sujeitos da pesquisa e seus possíveis avanços,
em que dispomos das observações da pesquisadora (OP), dos registros dos alunos (RA) e os
encontros videogravados – áudio e imagem (EV).
Oitava etapa: aplicamos o pós-teste I com as dez (10) questões de múltipla escolha do
pré-teste para verificar se as estratégias metacognitivas possibilitam aos alunos avanços na
resolução de problemas matemáticos, análise e comparação dos resultados.
Nona etapa: realizamos a entrevista semiestruturada II (E2) com os alunos-sujeitos da
pesquisa, a partir do roteiro de perguntas (Apêndice T), com o objetivo de obter a opinião dos
alunos sobre os encontros em que utilizaram estratégias metacognitivas para resolução dos
problemas propostos, se gostaram de resolver problemas matemáticos da maneira em foi
trabalhado e acham que as estratégias metacognitivas os auxiliaram na resolução dos mesmos.
Em seguida, entregamos o pré e o pós-teste para que os alunos-sujeitos da pesquisa pudessem
analisar e falar sobre seu desempenho.
Os registros dos alunos são reproduzidos pelas letras “RA”, seguidos do nome fictício
atribuído ao aluno-sujeito da pesquisa e a data em que foi feito o registro, por
exemplo: (RA – Mônica, 09/05).
Nos encontros vídeogravados, registramos a imagem e o áudio, sendo que as
conversas consideradas relevantes estão representadas pelas letras “EV”, seguida do
nome fictício atribuído ao aluno-sujeito da pesquisa e a data do encontro em que foi
registrada a fala, por exemplo: (EV – Florzinha, 11/05).
A entrevista semiestruturada I foi transcrita conforme Apêndice H e a entrevista
semiestruturada II transcrita conforme Apêndice U, sendo que as falas referentes às
entrevistas estão representadas por E1 (entrevista semiestruturada I) e E2 (entrevista
semiestruturada II), seguida do nome fictício atribuído ao aluno-sujeito da pesquisa,
por exemplo: (E1 – Cebolinha).
Elas são resultado não só da teoria que alimenta a ação de investigador, mas também
de toda a informação que ela já recolheu sobre o fenômeno social que interessa, não
sendo menos importantes seus contatos, inclusive, realizados na escolha das pessoas
que serão entrevistadas (TRIVINÕS, 1987, p. 147).
Iniciamos nosso processo de análise pelos resultados das ALEs (Prova Brasil/2015 e
ADEPE/MT/2016) que nos permitiu definir os alunos-sujeitos da pesquisa e o conteúdo
(números racionais) abordado durante a intervenção, uma vez que, conforme é definido por
Fiorentini (2006), a pesquisa-ação é a intervenção intencionada e planejada de professores e
pesquisadores, em que Tripp (2005, p. 455) complementa: “para aprimorar seu ensino, e em
decorrência, o aprendizado de seus alunos”.
Nesse sentido, analisamos todos os dados produzidos a partir dos instrumentos
utilizados durante o desenvolvimento da pesquisa que nos possibilitaram perceber que a
interpretação das observações da pesquisadora, das falas e dos registros dos alunos-sujeitos da
pesquisa, relacionada à aprendizagem, em decorrência do uso de estratégias metacognitivas na
resolução de problemas, exige muita reflexão. Desse modo, buscamos desenvolver um
relatório de pesquisa coerente com o que se refere à aprendizagem matemática dos alunos-
sujeitos da pesquisa.
76
4.1 Dificuldades relacionadas aos números racionais apresentadas pelos alunos do 8º ano
do Ensino Fundamental
O processo de ensino-aprendizagem dos números racionais não tem sido uma tarefa
fácil conforme apresentado no capítulo I, em que vários autores citam obstáculos que os
alunos enfrentam para compreender o conceito relacionado aos números racionais, ressaltando
a diferentes representações que um mesmo número racional pode assumir.
Analisamos os resultados da Prova Brasil (Anexo 02), realizada pelos alunos do quinto
(5º) ano da Escola Estadual Paulo Freire no final do ano letivo de 2015, na qual constatamos
que dos setenta e um (71) alunos que participaram da referida ALE, somente vinte e dois (22)
demonstram aprendizado considerado adequado de acordo com a matriz de referência da
Prova Brasil referente ao quinto (5º) ano do Ensino Fundamental.
Os resultados encontrados e analisados não nos permitiram a identificação dos alunos
para que possamos distinguir quais necessitam de intervenção para melhorar a aprendizagem
e quais apresentam aprendizado considerado adequado.
Analisamos então, os resultados da ADEPE/MT/2016 das turmas dos sextos (6º) anos
da Escola Estadual Paulo Freire (Anexo 03, 04, 05, 06 e 07), uma vez que a referida ALE foi
realizada no início do ano letivo, ou seja, os alunos do 5º ano que participaram da Prova
Brasil no final do ano letivo de 2015, também participaram da ADEPE/MT/2016. Sendo que,
de acordo com a matriz de referência da ADEPE/MT/2016 (Anexo 09), o descritor “D52 -
77
mas apresenta um período que se repete, conhecido como dízima periódica. E que, a
porcentagem também é um número racional por representar uma fração (OP – 07/05).
Como não temos acesso aos cadernos de questões das ALEs analisadas, o pré-teste
(Apêndice I) foi elaborado com dez (10) questões semelhantes as das avaliações externas
(copiados ou adaptados de endereços eletrônicos que disponibilizam simulados de ALEs),
focando as diferentes representações dos números racionais. O pré-teste foi aplicado com o
objetivo de avaliar os conhecimentos prévios dos alunos, verificando se os desafios de
aprendizagem apresentados na ADEPE/MT/2016 ainda persistem ou se já foram sanados.
Durante a resolução do pré-teste os alunos sujeitos da pesquisa sentaram-se nas
cadeiras diante das bancadas disponíveis no laboratório de informática, deixando um espaço
entre eles, de modo que não podiam ver o que o colega estava fazendo. Entreguei-lhes lápis,
borracha, caneta e o pré-teste e ainda, pedi-lhes para que simulassem a resolução de uma ALE
(não podiam utilizar materiais para consulta, nem consultar os colegas e a
professora/pesquisadora durante a resolução do pré-teste), orientei-lhes para que lessem as
questões com muita atenção e que se esforçassem ao máximo para tentar resolvê-las de
acordo com os conhecimentos que possuiam em relação aos números racionais.
Foi disponibilizado aos alunos o tempo de uma hora (60 minutos) para que
resolvessem as dez (10) questões objetivas propostas no pré-teste, sendo questões de múltipla
escolha, em que apenas uma das alternativas em cada questão é a resposta é certa. No entanto,
os alunos sujeitos da pesquisa resolveram e entregaram o pré-teste com suas respostas
assinaladas nas questões em menos de vinte (20) minutos. Neste sentido, “observamos que os
alunos apenas assinalaram qualquer alternativa da questão proposta, uma vez que em vinte
(20) minutos não é possível fazer uma leitura detalhada e interpretativa das questões
propostas, muito menos resolvê-las, o que demanda concentração, atenção e analise
detalhada das alternativas de cada questão” (OP durante a realização do pré-teste).
Com a intenção de apresentar os resultados dos alunos sujeitos da pesquisa no pré-
teste, criamos a tabela a seguir em que: A - representa as questões respondidas na alternativa
correta e E - representa as questões respondidas na alternativa incorreta, sendo que os
resultados obtidos foram os seguintes:
Mônica A A A E E E E E E A 04 40%
Docinho E A E E E E E E A A 03 30%
Cebolinha A A A E A E A A A E 07 70%
Florzinha E A E E E E E E A E 02 20%
Lindinha E A A A E A E E A E 05 50%
Quantidade de acertos
por questão
03 07 04 01 02 01 02 01 04 02
Percentual de acertos por
43% 100% 57% 14% 29% 14% 29% 14% 57% 29%
questão (%)
Fonte: Resultados do pré-teste realizado pelos sujeitos da pesquisa.
Na análise dos resultados dos alunos sujeitos da pesquisa no pré-teste, observamos que
os alunos sujeitos da pesquisa continuam com desempenho considerado abaixo do básico
(insuficiente), sendo que apenas o aluno Cebolinha obteve um percentual de setenta (70%) de
acertos no pré-teste. Assim, os resultados do pré-teste comprovam os resultados da
ADEPE/MT/2016 e indicam para a necessidade de intervenção visando melhorar o processo
de ensino-aprendizagem, uma vez que os alunos continuam apresentando dificuldades em
reconhecer as diferentes representações de um número racional, sendo que este conceito já
deveria estar consolidado pelos alunos do 8º ano do Ensino Fundamental.
Neste sentido, para cada problema proposto, organizamos um quadro em que constam
as estratégias metacognitivas utilizadas para resolvê-lo e as respostas apresentadas por cada
aluno sujeito da pesquisa. Logo após o quadro, descrevemos o encontro com as observações
da pesquisadora (OP).
Docinho
Cebolinha
Florzinha
Emilia
Lindinha
Mônica
Magali
alta de maneira que os demais colegas pudessem acompanhar a leitura, a aluna Mônica leu e
problema e em seguida perguntei se todos tinham entendido o enunciado do problema, todos
responderam que tinham entendido, pedi então para que comentassem sobre o problema com
o objetivo de “estimular perguntas antes da resolução do problema”, a aluna Magali disse: “é
pra saber quantas moedas precisa para dar R$ 2,50” (EV – Magali, 09/05), perguntei então:
“É isso mesmo?” (EV – Pesquisadora, 09/05), os demais concordaram.
A aluna Lindinha ainda perguntou se podia contar nos dedos para resolver,
demonstrando consciência, uma vez que identificou de imediato o procedimento que lhe
facilitaria a resolução do problema. Disse-lhes que podiam resolver o problema da maneira
(recursos, procedimentos e estratégias) que achavam melhor.
Para estimular a estratégia metacognitiva: “Perguntar não apenas pelo resultado, mas
também pelo procedimento empregado ao pensar e pelas estratégias seguidas”, pedi para que
anotassem no espaço em branco da folha, todos os procedimentos, recursos e estratégias
utilizados pelos mesmos durante a resolução do problema. Em seguida, começaram a resolver
o problema proposto.
Quando todos terminaram a resolução do problema 01, pedi para que cada um lesse
ou explicasse para os demais colegas quais os procedimentos, caminhos percorridos, ou seja,
o que havia feito para chegar ao resultado encontrado, perguntando assim, não apenas pelo
resultado, mas pelos procedimentos empregados ao pensar e quais as estratégias.
Para estimular perguntas depois da resolução, perguntei-lhes sobre o que acharam do
problema proposto, sendo que a aluna Mônica disse: “Eu achei fácil” (EV – Mônica, 09/05) e
os demais balançavam a cabeça, demonstrando concordar com a colega. Perguntei então: “Se
fosse um valor maior, por exemplo, quantas moedas de 0,25 centavos são necessárias para
compor R$ 500,00?” (EV – Pesquisadora, 09/05), houve um instante de silêncio em que
percebi que os alunos pensavam, até a aluna Magali respondeu: “Eu acho que resolve da
mesma maneira, só ia dar um pouco mais de trabalho porque o número é maior” (EV –
Magali, 09/05) e os demais concordaram com ela.
Durante a resolução do problema 01, observei que: “Os alunos utilizaram vários
procedimentos (contar nos dedos, agrupamento, adição e divisão) para encontrar a resposta
correta do problema, pode-se deduzir que os alunos apresentaram: conhecimento por
compreenderem o problema, consciência por terem identificado, de acordo com o
conhecimento de cada um, o melhor procedimento e estratégia a ser utilizado para resolver o
problema, e controle, uma vez que, a partir dos objetivos definidos, decidiram sobre os
procedimentos e estratégias, encontrando a solução do problema” (OP – 09/05).
84
Alunos Respostas
Docinho
Cebolinha
Florzinha
85
Emilia
Lindinha
Mônica
Magali
Quando lhes perguntei sobre o que acharam do problema, o aluno Cebolinha disse: “A
gente sempre faz essas contas na calculadora” (EV – Cebolinha, 09/05) e a aluna Magali
complementou: “Sem a calculadora é difícil, por isso na prova a gente erra, porque não pode
usar calculadora” (EV – Magali, 09/05). Nesses relatos, percebe-se que os alunos
demonstram conhecimento das suas dificuldades em relação ao conceito do valor posicional
do número, uma vez que estão habituados a resolver cálculos dessa natureza com o auxilio da
calculadora.
Para mostrar a relevância de cada assunto e encontrar conexões entre eles, pedi para
que comparassem os problemas 01 e 02. Sendo que a aluna Mônica respondeu que: “Nos dois
problemas a conta é de mais” (EV – Mônica, 09/05) e a aluna Florzinha complementa: “Mas
no primeiro os números são iguais e nesse os números são diferentes” (EV – Florzinha,
09/05), referindo-se aos valores da mochila e da lancheira. Perguntei-lhes então, se os valores
da mochila e da lancheira fossem os mesmos, seria mais fácil para resolver. O aluno
Cebolinha respondeu que: “Sem a calculadora seria difícil do mesmo jeito” (EV – Cebolinha,
09/05).
Alunos Respostas
Docinho
88
Cebolinha
Florzinha
Emilia
Lindinha
Mônica
89
Magali
elaboração da tarefa;
- Focalizar a atenção na compreensão da maneira
como se pensa e nos problemas que se tem que
resolver;
- Ajudar a perceber conexões, relações, similaridades
e diferenças.
Alunos Respostas
Docinho
Cebolinha
Florzinha
Emilia
Lindinha
Mônica
Magali
Para resolvermos o problema 04, novamente pedi para que algum aluno lesse o
problema em voz alta, a aluna Lindinha leu o problema e, ao final da leitura, a aluna Magali
disse: “É uma conta de mais” (EV – Magali, 09/05), perguntei então, se os demais também
achavam isso e por que, a aluna Mônica disse: “Esta escrito, mais pesado, então tem que
91
fazer 45,350 mais 3,150” (EV – Mônica, 09/05), perguntei então se a informação “cinco
meses” será utilizada para a resolução do problema, a aluna Emilia disse: “Não professora,
porque ele tinha um peso e quando passou cinco meses ele estava mais gordo” (EV – Emilia,
09/05).
Partir dos relatos dos alunos foi possível observar que haviam compreendido o
enunciado do problema e que demonstravam consciência, uma vez, durante a leitura do
problema, os alunos identificaram o melhor procedimento para resolvê-lo.
Durante a resolução, as alunas Docinho e Florzinha necessitaram da intervenção da
pesquisadora para efetuar a adição, sendo que as referidas ainda apresentam algumas
dificuldades relacionadas ao conceito de valor posicional. A aluna Emilia recorreu à ajuda de
colega Magali, uma vez que também apresenta dificuldades relacionadas ao conceito de valor
posicional.
Os alunos Cebolinha, Mônica, Magali e Lindinha resolveram o problema sem a
intervenção da pesquisadora. Em virtude do tempo, encerrei o encontro e lembrei os alunos
que nosso próximo encontro seria no dia 11/05.
Docinho
Cebolinha
Florzinha
Emilia
Lindinha
93
Mônica
Magali
Para a resolução do problema 05, pedi para que a aluna Docinho lesse o problema em
voz alta para os demais, sendo que, durante a leitura, a aluna Magali percebeu a relação
existente entre o problema 05 com os problemas resolvidos no encontro anterior: “Primeiro
precisa fazer a conta de mais com os dias da semana e depois fazer a conta de menos para
saber o valor de sábado e domingo” (EV – Magali, 11/05). Perguntei-lhes se conseguiam
identificar mais alguma relação, diferença ou conexão relação aos problemas resolvidos
anteriormente, o aluno Cebolinha respondeu que: “Professora, eu acho resolve como o
problema 03, mas esse tem mais números” (EV – Cebolinha, 11/05). Em seguida, os alunos
resolveram o problema.
Durante a resolução, os alunos conseguiram resolver o problema proposto sem a
intervenção da pesquisadora, sendo que durante a socialização do procedimento empregado
ao pensar e pelas estratégias seguidas para resolvê-lo, observamos que os alunos apresentaram
conhecimento em relação à resolução do problema e ainda, de acordo com seus
conhecimentos, identificaram o melhor procedimento e estratégia para resolver o problema.
Destacando a resolução da aluna Emilia que apresentou avanços significativos em
relação à resolução dos problemas com números decimais apresentados no encontro anterior,
sendo que efetuou a adição de maneira correta, sem intervenção, no entanto, ao efetuar a
subtração, demonstrou dificuldades uma vez que envolvia subtração com reserva,
necessitando da intervenção da pesquisadora para resolvê-la.
Na resposta da aluna Docinho, observamos os avanços apresentados em relação à
organização do valor posicional do número na adição, mas na subtração ainda ficou duvidoso,
uma vez que não organizou os dados da maneira considerada adequada para efetuar a
subtração, mas apresentou o resultado correto para o problema proposto.
Neste sentido, observamos que: “os alunos apresentam dificuldades com operações
(adição e subtração) envolvendo números decimais, demonstram conhecimento dessa
94
dificuldade, sendo necessária uma intervenção mais intensificada para suprir essa lacuna
que vem se estendendo desde as séries iniciais do Ensino Fundamental” (OP – 11/05).
Alunos Respostas
Docinho
Cebolinha
Florzinha
Emilia
Lindinha
Mônica
Magali
95
A aluna Emilia leu o problema em voz alta para os demais colegas, sendo que no final
da leitura disse: “Professora, eu não tenho a mínima de como se resolve isso” (EV – Emilia,
11/05) demonstrando consciência de sua dificuldade. A aluna Docinho disse: “Eu estudei isso
no quarto ou no quinto ano, mas não me lembro” (EV – Docinho, 11/05).
Em seguida, na tentativa de ensinar-lhes estratégias para superar as dificuldades,
perguntei se eles sabiam definir numerador e denominador, o aluno Cebolinha respondeu: “Se
eu não estiver errado, denominador é o número debaixo e o outro é o de cima” (EV –
Cebolinha, 11/05), quando perguntei se sabiam o é fração, os alunos não souberam me
responder, nem opinaram.
Ainda na tentativa de ensinar-lhes estratégias para superar as dificuldades, expliquei-
lhes então que toda fração representa a parte de um inteiro, citando o exemplo: “Comprei uma
pizza grande com 12 pedaços e comi 3 pedaços; como posso representar em forma de fração
a parte que eu comi dessa pizza?” (EV – pesquisadora, 11/05), nenhum aluno respondeu.
Expliquei que: “Na fração, o denominador que é o número debaixo como diz o Cebolinha,
representando o todo (tudo) e o numerador, que é o número de cima, é parte consumida,
retirada, ou seja, a parte utilizada do todo, assim, a pizza que comprei tem o total de quantos
pedaços?” (EV – Pesquisadora, 11/05). Eles responderam “12”, perguntei-lhes o que o
número 12 significa neste caso? Eles responderam que é o denominador. E quando perguntei,
qual é o numerador? Eles responderam que é número 3. Em seguida, pedi para que a aluna
Emilia lesse novamente o problema 06 em voz alta para verificar se após a explicação,
compreenderiam o problema proposto.
O aluno Cebolinha disse rapidamente: “Agora eu sei professora” (EV – Cebolinha,
11/05) e os demais acenavam com a cabeça demonstrando que também entenderam o que o
problema está pedindo e começaram a resolver o problema.
Durante a resolução observei que: “Os alunos contavam em quantas partes cada
figura foi dividida e depois contavam quantas partes escuras tinha cada figura e escreviam
uma fração, sendo que em nenhum momento foi solicitada a intervenção da pesquisadora”
(OP – 11/05).
Durante a socialização, os alunos relataram que compararam o problema 06 com o
exemplo da pizza e conseguiram identificar as semelhanças e resolveram o problema
baseados nos procedimentos e estratégias que julgaram apropriados. Todos relataram para
definir o denominador, contaram em quantas partes a figura foi dividida e para definir o
numerador, contaram quantas partes da figura foram pintadas. Sendo que, as alunas Florzinha
96
Docinho Lindinha
Cebolinha Mônica
Florzinha Magali
97
Emilia
Para resolução do problema 07, a aluna Magali prontificou-se para ler o mesmo em
voz alta para os demais colegas. Após a leitura, perguntei-lhes se identificavam alguma
semelhança entre os problemas 06 e 07. A aluna Mônica respondeu que: “Tem uma figura
parecida com as figuras do outro problema” (EV – Mônica, 11/05), o aluno Cebolinha disse
que: “No outro problema, a gente tinha que encontrar a fração e nesse já tem a fração” (EV
– Cebolinha, 11/05).
Com o objetivo de ensinar-lhes estratégias para superar dificuldades, perguntei se é
correto afirmar que a figura e a fração desse problema são consideradas diferentes
representações de um número racional? Eles responderam: “Sim”, continuei perguntando se
há outra maneira de representar um número racional? O aluno Cebolinha pensou um pouco e
disse: “Número com vírgula?” (EV – Cebolinha, 11/05). Perguntei aos demais: “E vocês, o
que acham?” (EV – Pesquisadora, 11/05). Também concordaram que um número com
vírgula pode ser uma representação de um número racional.
Pedi para que focalizassem a atenção no problema, e perguntei: “Como podemos
representar a figura e a fração apresentados no problema de outra maneira?” (EV –
Pesquisadora, 11/05). Todos pensaram, mas não opinaram. Continuei perguntando: “Vocês
lembram do que eu falei no encontro passado? Que toda fração é uma?” (EV – Pesquisadora,
11/05). A aluna Docinho respondeu imediatamente: “Divisão” (EV – Docinho, 11/05),
“Muito bem” (EV – Pesquisadora, 11/05) respondi e continuei perguntando: “Mas qual será
o divisor e o dividendo em uma fração” (EV – Pesquisadora, 11/05). A aluna Mônica
respondeu: “o número de cima dividido pelo número de baixo” (EV – Mônica, 11/05). Os
demais acenavam com a cabeça concordando com a colega, então pedi para que resolvessem
o problema.
Durante a resolução, observei que: “A maioria não efetuou cálculos para resolver o
problema, foram eliminando as alternativas e marcaram a correta sem comprová-la mediante
cálculos. Neste sentido, ficou a dúvida, será que os alunos sujeitos da pesquisa conseguiriam
resolver o problema com tamanho êxito se o mesmo não apresentasse alternativas. Enfim, em
98
virtude do tempo, não houve tempo para a socialização, finalizamos este encontro e nos
encontraremos novamente dia 18/05” (OP – 11/05).
Docinho Lindinha
Cebolinha Mônica
Florzinha
Magali
Emilia
Para iniciarmos a resolução do problema 08, pedi para que um dos alunos lesse o
problema em voz alta e que os demais acompanhassem a leitura. A aluna Lindinha leu o
problema e no final da leitura disse: “Professora, esse chocolate representa a fração um
sobre dois, porque foi dividida em dois pedaços e comeram um pedaço” (EV – Lindinha,
18/05). Então lhe disse: “Parabéns, é isso mesmo!” (EV – Pesquisadora, 18/05).
Em seguida perguntei-lhes: “E agora, como vamos saber qual das figuras abaixo
representa uma fração equivalente a essa do enunciado” (EV – Pesquisadora, 18/05). Neste
momento, o aluno Cebolinha perguntou: “Professora, o que são frações equivalentes?” (EV
– Cebolinha, 18/05), respondi que: “São frações que representam a mesma parte de um todo,
por exemplo: 1/2, 2/4 e 4/8 são frações equivalentes. Vocês saberiam me dizer por quê?” (EV
– Pesquisadora, 18/05). Nenhum dos alunos respondeu, pedi então, para que dividissem as
frações que havia citado.
100
Ao efetuarem as divisões das frações 1/2, 2/4 e 4/8, observei que: “Os alunos
apresentaram dificuldades, sendo que foi necessária a intervenção da pesquisadora para que
efetuassem as divisões” (OP – 18/05).
E ao pedir aos alunos se haviam observado alguma semelhança entre elas, após
efetuarem as divisões, a aluna Mônica logo respondeu: “Os resultados são iguais” (EV –
Mônica, 18/05), os demais complementaram relatando que também haviam feito essa
observação.
Neste sentido, a aluna Magali concluiu: “Professora, então se no chocolate do
problema a fração é 1/2 que dá 0,5, então precisamos encontrar outro chocolate que a conta
vai dar 0,5” (EV – Magali, 18/05), então respondi: “Sim, essa é uma das maneiras de
resolver esse problema” (EV – Pesquisadora, 18/05). Perguntei-lhes se conheciam mais
alguma maneira para resolver esse problema, nenhum aluno opinou, então pedi para que
resolvessem o problema proposto.
Após a resolução, pedi para que os alunos socializassem suas respostas, em que
observamos que somente a aluna Magali apresentou um procedimento de resolução diferente
dos demais, ou seja, utilizou o procedimento de simplificação da fração para determinar a
fração equivalente. Quando a aluna Magali, terminou de socializar sua resposta, o aluno
Cebolinha lembrou-se do procedimento e perguntou se podia resolver o problema utilizando
esse procedimento, respondi-lhe que sim, que a simplificação de frações também é um
procedimento para encontrarmos frações equivalentes.
De acordo com as respostas dos alunos, observamos que: “Os alunos Cebolinha,
Docinho, Emilia, Lindinha e Mônica conseguiram encontrar a conexão entre os exemplos de
frações equivalentes resolvidos anteriormente para resolver o problema proposto, ou seja,
associaram que ½ é equivalente 2/4, ou seja, a metade” (OP – 18/05).
A aluna Florzinha não conseguiu encontrar a conexão entre os exemplos e o problema
proposto, demonstrando conhecimento de suas dificuldades, necessitando da intervenção da
pesquisadora para resolvê-lo.
Pedrinho e José fizeram uma aposta para ver quem comia diferenças.
mais pedaços de pizza. Pediram duas pizzas de igual
tamanho. Pedrinho dividiu a sua em oito pedaços iguais e
comeu seis. José dividiu a sua em doze pedaços iguais e
comeu nove. Então:
(A) Pedrinho e José comeram a mesma quantidade de pizza.
(B) José comeu o dobro do que Pedrinho comeu.
(C) Pedrinho comeu o triplo do que José comeu.
(D) José comeu a metade do que Pedrinho comeu
Aluna: Docinho Aluna: Lindinha
Resposta: Resposta:
Aluna: Emilia
Resposta:
102
Para resolver o problema 09, aluna Mônica prontificou-se para ler o problema em voz
alta para os demais colegas, em seguida perguntei-lhes se havia alguma relação deste
problema com o problema anterior e a aluna Lindinha respondeu: “Precisamos ver qual é a
fração das pizzas que cada um comeu” (EV – Lindinha, 18/05) e a aluna Magali continuou:
“É, e depois é só ver quem comeu mais ou se comeram o mesmo tanto” (EV – Magali,
18/05). Como nenhum aluno tinha questionamentos ou contribuições, pedi para que
resolvessem o problema.
Durante a resolução observamos que: “Os alunos retiraram do problema as
informações necessárias para encontrarem a solução, mas em relação ao procedimento de
resolução, os mesmos fizeram uma correspondência entre a informação igual tamanho (=)
com a informação mesma quantidade (=) contida na alternativa A e concluíram que ambos
(José e Pedrinho) comeram a mesma quantidade de pizza” (OP – 18/05).
Na socialização das respostas encontradas, observamos que: “A aluna Docinho
conseguiu retirar do enunciado do problema as informações de que José comeu 9/12 de sua
pizza e que Pedrinho comeu 6/8 da sua, e ainda, nas figuras que representam as pizzas,
pintou as partes correspondentes aos pedaços que cada um comeu, no entanto, concluiu que
José comeu o dobro do que Pedrinho comeu (alternativa B), alegando que as pizzas estão
divididas em partes diferentes e somente após a socialização das respostas dos demais
colegas, conseguiu verificar que as partes que foram comidas e as que sobram são
equivalentes em ambas as pizzas” (OP – 18/05).
Durante a socialização das respostas, observamos ainda que: “Os alunos demostram
conhecimento, uma vez que conseguiram, com facilidade, retirar do enunciado do problema
as informações referentes as frações (9/12 e 6/8) que correspondem a quantidade de pizza
que José e Pedrinho comeram. Demonstram consciência ao definir de imediato, o melhor
procedimento para resolver o problema, em que identificaram que as partes que sobram em
cada pizza são do mesmo tamanho, deduzindo que Jose e Pedrinho comeram a mesma
quantidade de pizza” (OP – 18/05).
Logo após a socialização dos resultados, elogiei os alunos, parabenizando-os pela
dedicação durante a resolução dos problemas propostos, uma vez que os mesmos já
reconhecem que é necessária a realização de uma leitura criteriosa, atenciosa e interpretativa
do problema para que possam compreender o enunciado do mesmo. E que estão começando a
focalizar a atenção na compreensão dos problemas que estão resolvendo.
Na tentativa de ajuda-los a perceber conexões, relações e similaridades entre os
problemas propostos, perguntei-lhes: “Se simplificássemos as frações (9/12 e 6/8),
103
Docinho
Cebolinha
Florzinha
Emilia
Lindinha
104
Mônica
Magali
Para a resolução do problema 10, pedi que um dos alunos lesse o problema em voz
alta para os demais colegas, a aluna Docinho leu o problema e após a leitura, fiz algumas
perguntas sobre o problema para estimular uma reflexão antes da resolução: “Qual a
quantidade de maçãs?” (EV – Pesquisadora, 18/05). A aluna Mônica respondeu: “São 10
maçãs, que vai ser o número debaixo da fração” (EV – Mônica, 18/05), e respondi: “muito
bem!” (EV – Pesquisadora, 18/05), em seguida, fui até o quadro e desenhei 10 maçãs e
continuei perguntando: “Dessas maçãs, quantas são verdes e quantas são vermelhas?” (EV –
Pesquisadora, 18/05), o aluno Cebolinha respondeu: “se 6 são verdes, então 4 são vermelhas”
(EV – Cebolinha, 18/05), parabenizei o aluno Cebolinha pela resposta e continuei
perguntando: “Então qual a fração representa a quantidade de maçãs vermelhas?” (EV –
Pesquisadora, 18/05), a aluna Mônica respondeu: “4/10” (EV – Mônica, 18/05). Pedi para
focalizassem a atenção no problema proposto e que o respondessem.
Durante a resolução, as alunas Emilia e Magali ainda apresentaram dificuldades e
necessitaram de intervenção, desenhei a quantidade de maçãs do problema, ou seja, 10 maçãs,
em seguida, pedi para que pintassem a quantidade de maçãs verdes, as alunas pintaram 6
maçãs, então perguntei: “As maçãs que vocês pintaram representa que fração?” (EV –
Pesquisadora, 18/05). Elas responderam: “6/10” (EV - Emilia e Magali, 18/05). Continuei
perguntando: “Quantas maçãs sobraram?” (EV – Pesquisadora, 18/05), elas responderam
que sobraram quatro maçãs, então perguntei: “Qual é a cor das maçãs que sobraram, que
vocês não pintaram, de acordo com o problema?” (EV – Pesquisadora, 18/05), elas
responderam que são maçãs vermelhas, então perguntei: “Qual fração representa a
quantidade de maçãs vermelhas?” (EV – Pesquisadora, 18/05). E elas responderam: “4/10”
(EV - Emilia e Magali, 18/05) e assinalaram a alternativa (b) 4/10.
Na socialização dos resultados observei que: “Cada aluno utilizou uma estratégia ou
um procedimento próprio para resolver o problema, ou seja, contando nos dedos, fazendo
risquinhos, desenhando e pintando as maçãs, demonstrando consciência ao identificar o
105
melhor procedimento e/ou estratégia mais apropriada para resolver o problema proposto”
(OP – Pesquisadora).
Neste sentido, após a socialização dos resultados, expliquei ainda que, neste problema
havia uma quantidade pequena de maçãs em que foi possível contar utilizando os dedos ou
desenhar conforme haviam feito, e perguntei se fosse uma quantidade maior, por exemplo:
“Em um total de 500 maçãs verdes e vermelhas, dessas 300 são maçãs verdes, então qual
fração representa a quantia de maçãs vermelhas?” (EV – Pesquisadora, 18/05). O aluno
Cebolinha respondeu: “200em cima e 500 embaixo” (EV – Cebolinha, 18/05), pedi para que
explicasse aos demais colegas como chegou a esse resultado: “É simples professora, pega o
total de maçãs e faz menos as maçãs verdes e o que sobra são as maçãs vermelhas, então a
fração é 200/500, porque das 500 maçãs, 200 são vermelhas” (EV – Cebolinha, 18/05), os
colegas lhe aplaudiram pela explicação e deram lhe parabéns, foi um momento inexplicável, o
aluno Cebolinha estava emocionado e disse que nunca havia se sentido inteligente. Fizemos
uma pequena pausa para irmos ao banheiro, beber água e retornamos em seguida.
Docinho
Cebolinha
Florzinha
Emilia
106
Lindinha
Mônica
Magali
13
Os encontros de intervenção são realizados no Laboratório de Informática que está sob responsabilidade de um
servidor técnico em multimeios, sendo que o técnico abre o laboratório as 13:00 horas e conforme agendamento,
pede para encerrarmos as 15:00, uma vez que após esse horário, geralmente há outra atividade agendada para ser
realizada neste ambiente.
107
Docinho Lindinha
Cebolinha Mônica
Florzinha
Magali
Emilia
A aluna Emilia fez a leitura do problema em voz alta e os demais acompanharam, logo
após a leitura, fiz algumas pergunta com o objetivo de mostrar a relevância das informações
apresentadas no enunciado do problema. Perguntei-lhes: “O que o problema está pedindo?”
(EV – Pesquisadora, 21/05). O aluno Cebolinha respondeu: “Pra ver fração da hora
109
Docinho Lindinha
Cebolinha Mônica
Florzinha
Magali
Emilia
Para resolução do problema 13, a aluna Florzinha fez a leitura do problema em voz
alta para os demais colegas, sendo que após a leitura a aluna Lindinha logo percebeu a
conexão com o problema anterior e disse: “Precisa simplificar para achar as frações iguais”
(EV – Lindinha, 21/05). Questionei-lhe sobre o que significaria essas frações iguais e ela
respondeu: “Quer dizer que as pessoas que tem a mesma fração, estão no mesmo lugar” (EV
– Lindinha, 21/05), parabenizei-lhe pela observação e percebi que todos já estavam
resolvendo o problema.
111
Para iniciarmos a resolução do problema 14 pedi para a aluna Lindinha fazer a leitura
do mesmo para que os demais possam acompanhar, em seguida perguntei-lhes se já haviam
identificado um procedimento ou estratégia para resolver o problema, a aluna Lindinha disse:
“Eu acho que precisa fazer aquele negócio de m.m.c” (EV – Lindinha, 21/05) disse-lhe que
sim, que poderia utilizar esse procedimento, sendo que em seguida, a aluna Magali perguntou:
112
“Mas, professora, e se a gente dividir 120 por 10, não fica mais fácil?” (EV – Magali, 21/05)
pedi para que continuasse seu raciocínio, então ela dirigiu-se até o quadro e foi escrevendo e
dizendo: “Se a gente fizer 120 dividido por 10 o resultado vai ser 12, depois a gente faz 12
vezes 1 e descobre que ele fez 12 km de corrida e se a gente fizer 12 vezes 7 vai dar 84 que foi
o que ele andou de bicicleta, daí para saber o tanto que ele nadou precisa fazer 12 mais 84
que dá 96 e depois fazer 120 menos 96 para ver quanto ele nadou, que dá 24, então ele nadou
24km” (EV – Magali, 21/05), então disse-lhe: “Parabéns, excelente raciocínio!” (EV –
Pesquisadora, 21/05), as demais alunas aplaudiram a colega e pediram para que Magali as
ajudasse a resolver o problema, em seguida, Magali ajudou as colegas na resolução do
problema proposto.
Enquanto Magali ajudava as colegas, observei que: “A aluna estava eufórica, muito
feliz em poder ajudar e ainda dizia que é muito bom ser professora, nem parecia a mesma
aluna da sala de aula regular que não demonstra interesse, dificilmente apresenta uma
atividade resolvida e ainda atrapalha os colegas com brincadeiras e conversas paralelas”
(OP – 21/05).
Após a aluna Magali ajudar as colegas, perguntei se havia alguma dúvida em relação
ao problema, elas disseram que não, sendo que Florzinha (que é da mesma turma que Magali
na sala regular) falou que: “Professora, eu não imaginava que a Magali era tão inteligente,
porque na sala ela não faz nada” (EV – Florzinha, 21/05) e Magali concluiu dizendo: “Vou
melhorar daqui pra frente, minha mãe nunca mais vai ouvir reclamações de mim” (EV –
Magali, 21/05). Incentivei a aluna e as demais, elogiando-as, dizendo que são muito
inteligentes e que aprender todos os conteúdos, desde que se dediquem e se esforcem para
melhorar seu desempenho.
Docinho
113
Cebolinha O aluno JVS precisou sair mais cedo neste encontro devido a compromissos particulares.
Florzinha
Emilia
Lindinha
Mônica
Magali
A aluna Docinho fez a leitura em voz alta e as demais colegas acompanharam a leitura
do problema, sendo que logo após a aluna Lindinha disse: “Agora precisa fazer m.m.c,
porque os denominadores são diferentes” (EV – Lindinha, 21/05) e eu lhe respondi: “Muito
bem, excelente observação” (EV – Pesquisadora, 21/05), mais alguma observação, elas
responderam que não, então iniciaram a resolução do problema proposto.
A aluna Lindinha resolveu e explicou para as demais colegas que, para somar a
primeira e a segunda etapa de recuperação da estrada é necessário calcular o mínimo múltiplo
comum entre os denominadores e depois dividir o valor do m.m.c. pelo denominador.
No entanto, observei que: “Os alunos apresentavam facilidade para calcular o m.m.c.
dos denominadores, no entanto apresentavam dificuldades no processo de dividir o m.m.c.
pelo denominador da primeira fração, em seguida, multiplicar esse resultado pelo numerador
da mesma fração que será o resultado final como numerador da primeira fração cujo
denominador é o m.m.c., sendo que o mesmo processo deve ser feito com a segunda fração”
(OP – 21/05).
Neste sentido, com o objetivo de ensinar-lhes estratégias para superar dificuldades,
optei por intervir no processo de resolução, fui até o quadro e pedi para que os alunos
prestassem atenção na explicação de um exemplo semelhante, no qual expliquei passo-a-
passo todos os procedimentos necessários para resolver o problema.
Logo após a explicação, observei que os alunos estavam mais confiantes, sendo que
efetuaram todos os cálculos e encontraram a soma da primeira com a segunda etapa de
recuperação da estrada, obtendo como resultado a fração 5/12, então a aluna Lindinha
114
Planejamos para quinto encontro, a resolução dos problemas 16, 17 e 18, sendo que
neste encontro resolvemos adotar a estratégia de trabalho em grupo. Organizamos os alunos
em dois grupos, o grupo 01 formado pelos alunos: Docinho, Magali e Cebolinha e o grupo 02
formado pelas alunas: Lindinha, Emilia e Mônica (a aluna Florzinha faltou neste encontro).
Todos os alunos dos grupos receberam o impresso com a sequência desses problemas
(Apêndice R).
01
Docinho
Magali
Cebolinha
02
Lindinha
Mônica
Emilia
Logo após a organização dos grupos, pedi para que resolvessem o problema 16 para
socializarmos logo após a resolução.
Durante a resolução, observei que: “Ambos os grupos iniciaram a resolução do
problema proposto com a leitura em voz alta para que todos acompanhassem, demonstrando
que compreenderam a necessidade de fazer uma leitura criteriosa e interpretativa,
focalizando a atenção no problema que estão resolvendo. Ambos os grupos utilizaram os
mesmos procedimentos e estratégias para resolver o problema proposto, calcularam o m.m.c.
dos denominadores das frações: 2/5, 2/9 e 1/3, em seguida dividiram o m.m.c. pelo
denominador da primeira fração e multiplicaram o resultado pelo numerador da mesma
fração que será o resultado final como numerador da primeira fração cujo denominador é o
m.m.c., e fizeram o mesmo processo com a segunda e a terceira fração. Sendo que este
procedimento nos leva a concluir que os alunos perceberam a conexão, a relação e
similaridade do problema proposto com o problema 15” (OP – 23/05).
116
01
Docinho
Magali
Cebolinha
02
Lindinha
Mônica
Emilia
Antes dos grupos resolverem o problema 17, com o objetivo de estimular perguntar
perguntas antes da resolução do problema, perguntei-lhes sobre o conceito de porcentagem
“Vocês sabem que o símbolo % representa uma fração?” (EV – Pesquisadora, 23/05), eles
responderam que sim, a aluna Mônica acrescentou: “Toda vez que aparece esse negócio
(referindo-se ao símbolo %) quer dizer que o número debaixo é 100” (EV – Mônica, 23/05),
parabenizei a aluna Mônica e continuei explicando que 15% é o mesmo que 15/100. Em
seguida, pedi para que os grupos se reunissem para resolver o problema 17.
Observei que: “Os alunos não apresentavam dificuldades em relação a porcentagem,
resolveram o problema sem necessidade de intervenção” (OP – 23/05).
118
01
Docinho
Magali
Cebolinha
02
Lindinha
Mônica
Emilia
Para resolver o problema 18, com o objetivo de ajuda-los a perceber as conexões entre
os problemas, orientei os alunos a observar que: “Este problema apresenta uma similaridade
com o problema anterior, sendo que precisam descobrir o valor do aumento, mas, depois
ainda precisam calcular o salário inicial com o aumento para descobrirem o valor do salário
atual” (EV – Pesquisadora, 23/05).
119
01
Cebolinha e
Mônica
02
Magali e
Emilia
03
Lindinha,
Docinho e
Florzinha
121
Após a definição dos grupos, os alunos iniciaram a resolução do problema 19, não foi
necessário intervir durante a resolução, percebi que estavam muito concentrados e observava-
se uma pequena competição entre os grupos para verificar quem terminava primeiro, apenas
observei os grupos que terminaram a resolução, praticamente, juntos.
Os alunos socializaram os procedimentos e as estratégias utilizadas para resolver o
problema proposto, sendo que os três grupos usaram os mesmos procedimentos para
resolução: primeiro calcularam o valor do desconto na compra do produto com pagamento à
vista, em seguida subtraíram o valor do desconto do valor inicial do produto, determinando o
valor do produto na compra à vista.
Durante a resolução, foi possível observar novamente que: “Os alunos não
apresentam dificuldades em resolver questões envolvendo porcentagem, uma vez que
resolveram o problema proposto sem nenhuma intervenção, sendo que durante a
socialização, apresentaram todos os procedimentos e estratégias utilizadas para resolver o
mesmo” (OP – 25/05).
Após a socialização, perguntei-lhes se há alguma conexão, similaridade ou diferença
entre este problema e os problemas resolvidos anteriormente. A aluna Mônica respondeu:
“Este problema também é de porcentagem” (EV – Mônica, 25/05) e a aluna Lindinha
completou: “Mas, nesse a gente tinha que encontrar o desconto e depois fazer menos para
saber o preço e no outro tinha que fazer mais para saber o aumento” (EV – Lindinha, 25/05),
parabenizei os alunos pelas observações e pedi para que resolvessem o próximo problema.
01
Cebolinha e
Mônica
122
02
Magali e
Emilia
03
Lindinha,
Docinho e
Florzinha
Os grupos iniciaram a resolução do problema 20, sendo que o grupo I pediu ajuda, no
sentido de terem efetuado a divisão e não sabiam mais como continuar, perguntei-lhes então:
“O que significa o resultado 6 que vocês encontraram?” (EV – Pesquisadora, 25/05), a aluna
Mônica respondeu que: “É o tanto de caderno que cada criança ganhou” (EV – Mônica,
25/05), então pedi para que o grupo refletisse sobre o seguinte: “Foram distribuídos 120
cadernos no total e cada criança recebeu 6 cadernos” (EV – Pesquisadora, 25/05), os alunos
pensaram e o aluno Cebolinha concluiu e foi efetuando a cálculo: “Professora, eu já lembrei,
precisa fazer aquele negócio de X” (EV – Cebolinha, 25/05) referindo-se a regra de três.
Durante a socialização dos procedimentos e estratégias utilizados pelos grupos para
resolver o problema, observei que os outros alunos também se referem à regra de três como
regra de X, perguntei-lhes sobre o motivo de usarem essa terminologia quando se referem à
regra de três. A aluna Magali respondeu: “Nossa professora do sexto ano disse pra gente
falar assim, pra gente não esquecer que precisa fazer um X no meio e resolver” (EV –
Magali, 25/05), parabenizei os alunos pela resolução.
outra forma podemos representar esta fração? como se pensa e nos problemas que se tem que
(A) 15% resolver;
(B) 25% - Ensinar estratégias para superar dificuldades;
(C) 34% - Perguntar não apenas pelos resultados mas,
(D) 75% também, pelo procedimento empregado ao pensar e
pelas estratégias seguidas.
Grupos Respostas
01
Cebolinha e
Mônica
02
Magali e
Emilia
03
Lindinha,
Docinho e
Florzinha
em seguida dividiram o resultado 300 por 4, encontrando como resultado 75%, que também é
uma representação de um número racional” (OP – 25/05).
Em seguida, fizemos um pequeno resumo de todos os nossos encontros de resolução
de problemas, pedi para que falassem sobre o que acharam importante, se ficaram dúvidas e
sobre o que aprenderam durante esses encontros.
A aluna Mônica disse: “Eu gostei muito de resolver problemas, acho que assim a
gente aprende mais do que só fazer exercícios do livro” (EV – Mônica, 25/05), a aluna
Lindinha disse: “Eu gostei de resolver problemas, mas gostei mais ainda de ter a professora
só pra nós, poderia ser assim na sala também, acho que se tivesse menos alunos na sala a
gente ia aprender melhor, porque com aquele tanto de gente pra ajudar, quando penso que a
professora vai poder me ajudar acaba a aula” (EV – Lindinha, 25/05) e a aluna Magali
completou dizendo: “É professora, esse projeto tinha que ir até o final do ano, porque eu
estou aprendendo muito estudando assim, se a gente não sabe a gente pergunta pro colega,
se o colega também não sabe, a gente tem a professora só para ajudar a gente, não precisa
ficar esperando a professor ajudar todo mundo da sala” (EV – Magali, 25/05), expliquei-lhes
que ainda teríamos um encontro de resolução de problemas e um para encerramento, mas que
poderíamos estar verificando a possibilidade de darmos continuidade, talvez outros
professores também possam abraçar o projeto e darmos continuidade e perguntei novamente:
“Em relação aos números racionais e suas diferentes representações, o que vocês tem para
falar?” (EV – Pesquisadora, 25/05). A aluna Lindinha disse: “Nunca tinha aprendido,
quando via fração na prova deixava em branco, mas agora eu vi que não é tão difícil assim”
(EV – Lindinha, 25/05), a aluna Docinho disse que: “Eu tenho dificuldade na tabuada e na
divisão, acho que é por isso que acho fração tão difícil, porque sempre tem que dividir” (EV
– Docinho, 25/05), o aluno Cebolinha disse: “Eu continuo não gostando de fração, mas
aprendi muita coisa nessas aulas” (EV – Cebolinha, 25/05). Perguntei-lhes ainda se fossem
fazer uma avaliação com as diferentes representações dos números racionais com figuras
representando a parte de um todo, número decimal finito, fração ou porcentagem, como
achavam que seria o resultado, eles responderam que seria um resultado muito bom. Assim,
encerramos o encontro de hoje e retornaremos dia 06/06.
racionais também estão representados na reta numérica e no pré-teste, apenas três alunos
acertaram a questão relacionada a este conceito.
Problema 23
Observe os números que aparecem na reta abaixo.
divisão. Sendo que após a divisão, os alunos marcaram na reta numérica, os pontos
correspondentes aos números racionais: 3,5 e -3,5” (OP – 06/06).
Para a resolução do problema 23, expliquei aos alunos que o número decimal 0,5 e
0,50 possuem o mesmo valor, sendo que a aluna Mônica observou que: “É mesmo professora,
por isso que quando a gente coloca na calculadora, o zero desaparece” (EV – Mônica,
06/06), parabenizei a aluna e pedi para que os alunos focassem a atenção no problema que
tem para resolver e perguntei, na sequencia numérica, qual número vem logo após o 0,50. O
aluno Cebolinha respondeu: “Se a gente colocar o zero depois do 0,5 fica 0,50 daí o próximo
número será 0,51, depois 0,52” (EV – Cebolinha, 06/06), parabenizei o aluno e observei que
o grupo resolvia o problema e assinalaram corretamente a alternativa b.
O problema 24 foi resolvido pelos alunos sem dificuldades, uma vez que já tinham
conhecimento de que o número decimal 2,5 representa duas partes inteiras mais a metade de
uma parte. Assim, assinalaram corretamente a alternativa D do problema.
Em seguida, com o objetivo de levá-los a refletir sobre a própria construção do
conhecimento, pedi para que os alunos olhassem o material que haviam construído durante
todos os nossos encontros de resolução de problemas e que refletissem sobre os
procedimentos e estratégias utilizadas para resolver cada um dos problemas resolvidos por
eles. Os alunos observaram o material durante algum tempo (cerca de 15 minutos) e em
seguida, pedi se queriam fazer algum comentário em relação ao material.
O aluno Cebolinha perguntou: “Nós vamos poder levar esse material pra casa? Minha
mãe ficaria orgulhosa!” (EV – Cebolinha, 06/06), expliquei-lhe que todo material que eles
produziram durante os encontros faz parte da minha pesquisa de mestrado e que agora, todo
este material será organizado, digitalizado e analisado, fazendo parte da produção de dados
para que possa escrever a dissertação, mas que este todo este material será devolvido para eles
no final da análise.
Assim, encerramos nosso último encontro de intervenção e pedi-lhes para que não
faltassem no encontro de encerramento dia 08/06.
sentido, analisamos os dados produzidos durante os sete (07) encontros de intervenção e ainda
organizamos um pós-teste para verificar se houve avanços em relação ao pré-teste e uma
entrevista semiestruturada com o objetivo de dar voz aos sujeitos da pesquisa em relação aos
encontros de intervenção com o uso de estratégias metacognitivas na resolução de problemas.
Durante os encontros de intervenção, foram utilizadas as estratégias metacognitivas
elencadas por Koutselini (1991), conforme segue:
Para estimulá-los a pensar em voz alta iniciamos a resolução da maioria dos
problemas com essa estratégia metacognitiva, com o objetivo de estimulá-los a realizar uma
leitura criteriosa e interpretativa para que possam verificar qual questão o problema está
tratando, perceber todas as informações presentes no enunciado do problema que serão
necessárias para resolução do mesmo. Optamos por desenvolver essa estratégia fazendo a
leitura em grupo, em que um dos alunos sujeitos da pesquisa fazia a leitura em voz alta e os
demais acompanhavam a leitura para que, juntos, possam interpretar o problema proposto.
Focalizar a atenção na compreensão da maneira como se pensa e nos problemas
que se tem que resolver também foi estratégia metacognitiva desenvolvida durante a leitura
criteriosa e interpretativa do problema, sendo que a concentração durante a leitura fazia com
que os alunos focalizassem sua atenção na maneira como se pensa o problema que tem para
resolver. Quando os alunos apresentavam dificuldades para resolver o problema proposto,
pedíamos para que lessem novamente o enunciado, elencando alguns pontos que deveriam ser
focalizados para a compreensão do mesmo.
As resoluções dos problemas propostos foram socializadas com o objetivo de
perguntar não apenas pelos resultados mas, também, pelo procedimento empregado ao
pensar e pelas estratégias seguidas o que nos permitiu a comparação dos resultados
encontrados, em que os alunos podiam verificar os diferentes procedimentos e estratégias
adotados para resolver o mesmo problema.
A estratégia metacognitiva ensinar estratégias para superar dificuldades e ajudar a
perceber conexões, relações, similaridades e diferenças foi utilizada toda vez que os alunos
apresentavam dificuldades e havia necessidade de intervenção, em que ensinávamos
estratégias para superar as dificuldades, em que pedíamos para que lessem novamente ou
líamos com eles o problema proposto; explicamos exemplos semelhantes ou estimulávamos
perguntas para ajuda-los a encontrarem conexões, relações, similaridades ou diferenças entre
o exemplo e o problema proposto.
Entre a resolução de um problema e outro, procurávamos mostrar a relevância de
cada assunto e encontrar conexões entre eles para ajudar os alunos a perceber conexões,
128
14
Optamos por manter as mesmas questões do pré-teste no pós-teste, por serem questões que foram aplicadas em
avaliações externas e como essas avaliações são baseadas na Teoria de Resposta ao Item (TRI) e por não termos
dispormos do domínio suficiente desta teoria, julgamos apropriado não alterar as questões, uma vez que a
alteração poderia mascarar os resultados, pois poderíamos substituir uma questão do pré-teste considerada difícil
pela TRI por uma considerada fácil por está teoria no pós-teste e vice-versa.
129
duas e nessa eu errei só uma, porque eu esqueci de ver quanto que falta pra terminar a
estrada” (EV – Emilia, 08/06) e ainda: “Professora, na primeira eu não sabia nada, agora eu
sei e errei só uma” (EV – Florzinha, 08/06).
Neste sentido, observamos que os alunos refletem sobre seu processo de
aprendizagem, inferindo conscientemente considerações a respeito de seu desempenho
durante a intervenção com o uso de estratégias metacognitivas na resolução de problemas
envolvendo números racionais e reconhecem e sentem-se motivados diante dos próprios
avanços no processo de aprendizagem.
132
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim, ainda que exista um avanço no número de pesquisas nessa área, ainda faz-se
necessários mais estudos que envolvam estratégias metacognitivas no processo de ensino-
aprendizagem, pois percebemos, a partir da nossa análise, que a metacognição desempenha
função importante nas etapas que envolvem a resolução de problemas matemáticos de
números racionais, uma vez que o uso de estratégias metacognitivas, além de possibilitar a
identificação e compreensão dos erros cometidos durante a resolução de um problema e fazer
com que o aluno possa se autoavaliar, permite que estes evitem o acometimento de novos
erros, à medida que supervisionam sua resolução.
Essas estratégias podem, pois, serem utilizadas pelos educadores, juntamente com seus
métodos de ensino, e discutidas com os alunos como uma forma de melhorar a aprendizagem
destes, especialmente, os que demonstram maiores dificuldades na resolução de problemas
matemáticos.
Nesta pesquisa também procuramos apurar as relações entre o contrato didático e a
atividade com estratégias metacognitivas na resolução de problemas matemáticos, buscando
identificar em que proporção o estímulo de estratégias metacognitivas possibilitaria uma nova
negociação do contrato didático firmado. E até que ponto os professores estão dispostos a
romper com o contrato didático, uma vez que a utilização das estratégias aqui tratadas não
integra o cotidiano das salas de aula de Matemática das escolas públicas.
Quanto à escolha dos sujeitos da pesquisa, pautamo-nos nos resultados das Avaliações
Externas em Larga Escala (ALEs), aplicadas nas escolas públicas, em especial, da Avaliação
Diagnóstica do Ensino Público Estadual de Mato Grosso do ano de 2016 (ADEPE-MT).
A partir dessa escolha, verificamos os resultados dos alunos, identificamos quais
descritores estavam presentes na avaliação de cada aluno, se estes acertaram ou não a questão
relacionada ao descritor e, ainda, a porcentagem de acertos da turma em cada um. Uma vez
que os alunos-sujeitos desta pesquisa são alunos de oitavo (8º) ano do Ensino Fundamental, os
mesmos participaram da ADEPE/MT/2016 quando estavam cursando o sexto (6º) ano, o que
fez com que a análise fosse efetuada apenas quanto ao desempenho das turmas do sexto (6º)
ano e, especificamente, na disciplina de Matemática.
Os resultados apresentados neste estudo vão ao encontro dos dados relatados na
literatura, particularmente, ao comprovar a existência de uma efetiva relação entre a
frequência do uso de recursos metacognitivos e o desempenho acadêmico, neste caso, quanto
à resolução de problemas matemáticos com números racionais. Assim, quando optamos pela
quebra do contrato didático e propiciamos aos alunos a utilização das estratégias
134
Assim, parece-nos ser possível afirmar que a pesquisa realizada desempenha o papel
de atuar como forma de contribuição para debater sobre as limitações do método tradicional
de ensino de resolução de problemas de números racionais, aplicado pelos docentes da área de
Matemática. As etapas sugeridas por Polya (1973) facilitam o entendimento de que, para a
resolução de um problema, o aluno deve, inicialmente, compreender o problema e estabelecer
um plano de resolução. Em seguida, deverá executar o plano para, então, verificar a resolução.
Destacando-se ainda que para atingir um grau de eficiência satisfatório, tais etapas
dependerão dos conhecimentos que o aluno possui armazenados em sua memória e como ele
irá ativar esses saberes.
Reconhecer que o método tradicional de ensino da resolução de problemas
matemáticos (com números racionais) não garante a aprendizagem do educando e permitir-se
aplicar metodologias diversificadas para trabalhar em sala de aula é de extrema importância
para que o processo de ensino-aprendizagem se torne significativo, motivo pelo qual optamos
por estudar e ampliar os debates para a aplicação das estratégias metacognitivas na resolução
dos problemas na disciplina de Matemática, uma vez que, dos resultados apresentados,
verifica-se uma melhora significativa na incidência das habilidades metacognitivas, o que nos
leva a acreditar que o trabalho resultou positivamente, visto que foi possível desenvolver as
habilidades metacognitivas com os sujeitos da pesquisa, mesmo num curto prazo.
Posto isso, conclui-se que a metacognição desempenha importante papel no processo
de ensino-aprendizagem, uma vez que por promover ao educando a identificação sobre os
próprios erros e dificuldades, em relação às tarefas e conteúdos, possibilita, ainda, o
monitoramento e autoavaliação quanto ao desempenho na tarefa e o reconhecimento das
estratégias mais eficientes para resolvê-la. Portanto, orientar os alunos para que utilizem
estratégias metacognitivas permite que ele melhore sua capacidade de aprender.
A metacognição refere-se, dessa forma, a um pensamento que envolve controle sobre
o processo de pensamento utilizado nas situações que envolvam o processo de ensino-
aprendizagem. Planejar a maneira de apresentar uma proposta de resolução de problemas em
que o foco seja a aprendizagem, a compreensão, o acompanhamento e a avaliação do
progresso, no sentido da realização efetiva da atividade, são habilidades metacognitivas por
sua própria natureza.
A teoria de que as estratégias metacognitivas têm um papel essencial a desempenhar
no processo de ensino-aprendizagem implica dizer que devem ser praticadas, tanto pelos
alunos, quanto pelos professores.
136
Cumpre destacar que o capítulo I desta pesquisa ainda está em construção, uma vez
que necessita de maior aprofundamento nos estudos em relação às dificuldades apresentadas
no processo de ensino-aprendizagem dos números racionais e às possibilidades que esse
conceito pode trazer para que referido processo se torne mais significativo ao aluno. Nesse
mesmo sentido, o capítulo IV também se apresenta em aberto, necessitando de uma análise
mais detalhada dos dados produzidos durante a intervenção, com o uso de estratégias
metacognitivas na resolução de problemas matemáticos, com o intuito de verificar se os
alunos demonstraram conhecimento, consciência e controle durante a resolução dos mesmos.
Finalizamos, sem, contudo, por um ponto final nos estudos, ressaltando que o interesse
pelas estratégias de metacognição decorre do fato de que pudemos perceber e demonstrar que
essa prática exerce uma função de extrema importância nas áreas da aprendizagem escolar,
especificamente, nesse caso, na resolução de problemas com números racionais pelos alunos
do 8º ano de Ensino Fundamental da Escola Pública Paulo Freire de Sinop-MT. Verificamos
que os alunos, sujeitos da pesquisa, ao aplicarem as competências metacognitivas,
apresentaram uma melhor compreensão dos objetivos dos problemas propostos, planificaram
a sua resolução e foram capazes de aplicar estratégias resolutivas, bem como avaliar o seu
próprio processo de resolução de problemas, resultando na melhora significativa do
desempenho.
137
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DANTE, L.R. Didática da Resolução de Problemas de Matemática. 2ªed. São Paulo: Ática,
1998.
DELGADO, A. P. O impacto das políticas públicas nas práticas escolares sob a ótica da
avaliação da aprendizagem. Espaço e Currículo, v. 4, n. 2, p. 162-171, Setembro de 2011 a
Março de 2012. Disponível em < http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rec162 > Acesso
em: 13 abr. 2018.
FLAVELL, J. H. Cognitive development: children’s knowledge about the mind. Annu. Rev.
Psychol. New York, 1999.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 2002.
APÊNDICES
Observação: No caso de aceitar fazer parte da pesquisa o (a) aluno (a) receberá o
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO para que o responsável legal
pelo mesmo tome ciência da sua participação na pesquisa e autorize sua participação.
Atesto recebimento de uma via de igual teor assinada deste Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido.
Eu,___________________________________________________________________,
declaro estar ciente dos objetivos, riscos e benefícios da minha participação na pesquisa e
concordo em participar.
Seu/sua filho (a) está sendo convidado (a) para participar, como voluntário (a), da
pesquisa “O USO DE ESTRATÉGIAS METACOGNITIVAS NA RESOLUÇÃO DE
PROBLEMAS MATEMÁTICOS POR ALUNOS DO 8º ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL DA ESCOLA ESTADUAL PAULO FREIRE DE SINOP/MT”, objeto de
estudo da mestranda Luciane Reichert Costa, do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu
em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso. O objetivo deste estudo é investigar
se o uso de estratégias metacognitivas potencializa a resolução de problemas matemáticos de
alunos do 8º ano do terceiro ciclo do Ensino Fundamental.
A pesquisa está sob a orientação da Profª Dra Marta Maria Pontin Darsie, a quem
poderá contatar quando julgar necessário através do telefone (65) 3615-8452. Em caso de
dúvida você pode procurar o Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Área das
Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso – CEP
Humanidades/UFMT, coordenado pela Profa. Drª Rosangela Kátia Sanches Mazzorana
Ribeiro, ou através do telefone (65) 3615-8935pelo endereço eletrônico cephumanas@ufmt.br
ou no endereço: Avenida Fernando Corrêa da Costa, 2.367, Instituto de Educação – sala 31,
Boa Esperança, CEP: 78060-900.
Os dados da pesquisa serão produzidos a partir de uma pesquisa-ação em que será
proposto aos participantes - alunos do oitavo ano (segunda fase do terceiro ciclo) do Ensino
Fundamental de nove anos da Escola Estadual Paulo Freire de Sinop/MT – sujeitos da
pesquisa o uso de estratégias metacognitivas na resolução de problemas matemáticos,
buscando assim, verificar se o uso de estratégias metacognitivas possibilita aos alunos
avanços na resolução de problemas matemáticos, sendo que os dados produzidos serão
registrados por filmagens, fotografias, gravações de áudio e cadernos de campo. O acesso à
análise dos dados coletados será realizado apenas pela aluna pesquisadora e sua orientadora.
Sua participação neste estudo consistirá em: autorizar que seu/sua filho (a) do oitavo
ano (segunda fase do terceiro ciclo) do Ensino Fundamental de nove anos sob sua
149
responsabilidade para que possa participar das atividades da pesquisa, em que será observado,
filmado e fotografado durante a pesquisa envolvendo o uso de estratégias metacognitivas na
resolução de problemas, onde serão analisadas se as estratégias metacognitivas possibilitam
aos alunos avanços na resolução de problemas matemáticos. O conteúdo das informações
colhidas por esta pesquisa será mantido em sigilo, os dados referentes aos estudantes serão
confidenciais, eles servirão como base para a reflexão e todos os registros efetuados no
decorrer desta investigação científica serão usados para fins acadêmico-científicos e inutilizados
após a fase de análise dos dados e apresentação dos resultados finais na forma de dissertação e
artigos científicos.
Você receberá uma via de igual teor desse termo onde tem o nome, telefone e
endereço eletrônico da pesquisadora responsável, para que você possa localizá-la a qualquer
momento. Seu nome é Luciane Reichert Costa (66)99964-4845 e e-mail:
lucianereichertcosta@gmail.com, mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação na
Universidade Federal de Mato - Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática -
GRUEPEM – UFMT, coordenado pela Profª Drª Marta Maria Pontin Darsie (coordenadora do
grupo e orientadora da pesquisa). Considerando os dados acima, CONFIRMO estar sendo
informado por escrito dos objetivos destes estudos e em caso de divulgação AUTORIZO a
publicação.
Afirmo que autorizei a participação do (a) meu/minha filho (a) pela qual sou
responsável legal, por minha própria vontade, sem receber qualquer incentivo financeiro ou
ter qualquer ônus e com a finalidade exclusiva de colaborar para o sucesso da pesquisa e que
fui informado (a) dos objetivos estritamente acadêmicos do estudo e que posso retirar
meu/minha filho (a) pela qual sou responsável legal, dessa pesquisa a qualquer momento, sem
nenhum prejuízo ou constrangimentos.
Após ser esclarecido (a) sobre as informações, no caso de AUTORIZAR seu/sua filho
(a) fazer parte da pesquisa, assine ao final deste documento, que está em duas vias de igual
teor, uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não terá
nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a instituição que recebe
assistência. Se sentir necessidade, você poderá, a qualquer momento, encerrar a sua
participação.
Atesto recebimento de uma via de igual teor assinada deste Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido.
150
Eu,________________________________________________________________________
_____ portador (a) do RG, nº _______________________, declaro estar ciente dos objetivos,
riscos e benefícios da minha participação na pesquisa e concordo em participar. Sou o
responsável legal pelo estudante
___________________________________________________________________, e
concordo com a sua participação na pesquisa.
-Há alguma diferença entre as avaliações que o (a) professor (a) de matemática aplica em sala
de aula e essas avaliações externas de matemática? (Se sim) Qual (is)?
- Você se dedica, lê com atenção e se esforça ao máximo para resolver as questões das
avaliações externas de matemática? Por quê?
- Geralmente, como são as aulas de matemática que você participa? E você gosta delas assim?
- Quando você resolve problemas matemáticos, você usa alguma técnica, estratégia ou segue
algum passo-a-passo? Qual (is)?
152
Pesquisadora: E vocês quando fazem as avaliações externas, vocês se dedicam, leem com
atenção e se esforçam ao máximo para resolver as questões das avaliações externas de
matemática?
Eles: Sim.
Pesquisadora: Vocês gostam de estudar matemática?
Magali: Mais ou menos.
Mônica: Ano passado, a professora passava no quadro e explicava, dava um exemplo e
depois quando a gente ia pedir ajudar ela não tinha muita paciência para explicar de novo.
Agora, esse ano que a professora explica, eu já aprendi bastante coisa.
Magali: Ano passado eu não aprendi nada.
Pesquisadora: Mas, analisando o contexto geral, vocês gostam de estudar matemática?
Cebolinha: Minha matéria favorita sempre foi matemática, eu só não gosto quando é fração,
tem numero em cima e em baixo, fico meio confuso, tenho dificuldade.
Mônica: Eu gosto de matemática, acho ela importante.
Florzinha: Acho matemática importante, mas gosta? Mais ou menos, as vezes fico confusa
com os números.
Lindinha: Gosto.
Pesquisadora: Geralmente, como são as aulas de matemática de vocês?
Magali: Normal
Pesquisadora: O que é normal pra vocês? O professor vai no quadro, explica, vocês copiam,
depois fazem as atividades do livro ou o professor traz atividades que não estão no livro para
vocês fazerem? Vocês fazem dinâmicas, fazem pesquisas no laboratório de informática ou na
biblioteca? Como são essas aulas?
Mônica: a professora explica, faz bastante atividades com a gente, depois passa algumas pra
gente fazer e depois corrige.
Cebolinha: Geralmente a professora pede pra nós ler no livro, pra nós ver como fazer, depois
passa uns dois três exemplos, se a gente ficou em dúvida tenta fazer outro exemplo e depois
passa algumas atividades e a gente vai fazendo, se esforçando o máximo que der.
Docinho: E as que a gente não consegue a professora explica de novo.
Pesquisadora: E a maioria dessas atividades é com base no livro didático que vocês tem,
levam pra casa e trazem nas aulas de matemática?
Eles: Sim (todos responderam).
Pesquisadora: E vocês gostam delas assim?
Eles: Sim (todos responderam).
Pesquisadora: Se vocês fossem sugerir ou mudar alguma coisa, o que vocês sugeririam ou
mudariam? Se vocês fossem professores, o que vocês fariam?
Cebolinha: Mais aulas práticas (os demais concordaram).
Pesquisadora: Como seriam essas aulas práticas?
Cebolinha: Sair pra fora e jogar bola (os demais riram).
Pesquisadora: Jogar bola é aula prática? Como assim?
Cebolinha: É, a professora chuta a bola para um e faz uma pergunta, chuta a bola pra outro e
faz outra pergunta.
Florzinha: Tipo aquela atividade que a professora passou para medir o campo de futebol.
Cebolinha: Ou a gente vai lá pro campo de futebol, a professora faz uma pergunta,tipo 2x9 e
chuta a bola para alguém que vai responder e chuta a bola de volta para a professora.
Mônica: Gincana.
Magali: Filmes (os demais gostaram dessa sugestão).
Pesquisadora: Eu também gostei dessa sugestão do filme, estava pensando, quando eu for
para as aulas do mestrado, vou deixar uma vídeo aula e enquanto eu estudo em Cuiabá, vocês
assistem o filme da minha aula aqui.
154
APÊNDICE I: PRÉ-TESTE
Nome: _______________________________________________________________
PRÉ-TESTE
Questão 01 Questão 02
Questão 03 Questão 04
Em uma semana, um restaurante serviu Quatro amigos, João, Pedro, Ana e Maria
123 kg de arroz. Usando uma balança de saíram juntos para fazer um passeio por um
precisão, registrou-se que, na segunda- mesmo caminho.
feira, foi servido 15,7 kg de arroz; na
6
terça-feira, 18,32 kg; na quarta-feira, Até agora, João andou do caminho; Pedro,
8
19,35 kg; na quinta-feira, 15,175 kg e, na 9 3 4
; Ana, e Maria,
sexta-feira, 19 kg. Qual foi a quantidade 12 8 6
de arroz servida no sábado e no domingo Os amigos que se encontram no mesmo ponto
dessa semana nesse restaurante? do caminho são:
A) 35,455 kg
Questão 05 Questão 06
b)4/10
c)6/4
d)6/10
Questão 07 Questão 08
Observe as figuras:
A estrada que liga Recife a Caruaru será
recuperada em três etapas. Na primeira etapa,
será recuperado 1/6 da estrada e na segunda
etapa 1/4 da estrada. Uma fração que
corresponde à terceira etapa é
(A) 1/5
Pedrinho e José fizeram uma aposta para ver
quem comia mais pedaços de pizza. Pediram (B) 5/12
duas pizzas de igual tamanho. Pedrinho
(C) 7/12
dividiu a sua em oito pedaços iguais e comeu
seis. José dividiu a sua em doze pedaços
157
Então,
(A) Pedrinho e José comeram a mesma
quantidade de pizza.
(B) José comeu o dobro do que Pedrinho
comeu.
(C) Pedrinho comeu o triplo do que José
comeu.
(D) José comeu a metade do que Pedrinho
comeu.
Questão 09 Questão 10
(B) 10%
(C) 15%
(D) 20%
158
1- Para Dona Maria compor R$2,50 ela - Estimulá-los a pensar em voz alta;
precisará de quantas moedas de R$ 0,25?
- Perguntar não apenas pelos
resultados mas, também, pelo
procedimento empregado ao pensar e
pelas estratégias seguidas;
A) 35,455 kg
B) 54,436 kg
C) 68,564 kg
D) 87,545 kg
Então,
(A) Pedrinho e José comeram a mesma quantidade de
pizza.
(B) José comeu o dobro do que Pedrinho comeu.
(C) Pedrinho comeu o triplo do que José comeu.
(D) José comeu a metade do que Pedrinho comeu.
De dez maças seis são verdes e as outras são - Perguntar não apenas pelos
resultados mas, também, pelo
vermelhas. Considerando o conjunto dessas
procedimento empregado ao pensar e
maças que fração representa as maças pelas estratégias seguidas;
vermelhas.
- Ajudar a perceber conexões,
a) 4/6 relações, similaridades e diferenças;
b) 4/10
c) 6/4
d) 6/10
163
A estrada que liga Recife a Caruaru será - Perguntar não apenas pelos
resultados mas, também, pelo
165
(B) 5/12
(C) 7/12
(D) 12/7
Todos os meses, André deposita 30% de seu - Estimular perguntas antes, durante e
salário na poupança. Se o salário de André é depois da elaboração da tarefa;
R$ 2000,00, quanto é depositado
- Perguntar não apenas pelos
mensalmente, em reais, na poupança?
resultados mas, também, pelo
procedimento empregado ao pensar e
pelas estratégias seguidas;
(C) 15%
(D) 20%
22 -
23
24
168
01 - Para Dona Maria compor R$2,50 ela precisará de quantas moedas de R$ 0,25?
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2
-
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3
Agora, descreva como você chegou a este
- resultado!-
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5 - Em uma semana, um restaurante serviu 123 kg de arroz. Usando uma balança de precisão,
registrou-se que, na segunda-feira, foi servido 15,7 kg de arroz; na terça-feira, 18,32 kg; na
quarta-feira, 19,35 kg; na quinta-feira, 15,175 kg e, na sexta-feira, 19 kg. Qual foi a
quantidade de arroz servida no sábado e no domingo dessa semana nesse restaurante?
A) 35,455 kg
B) 54,436 kg
C) 68,564 kg
D) 87,545 kg
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5 - Em uma semana, um restaurante serviu 123 kg de arroz. Usando uma balança de precisão,
registrou-se que, na segunda-feira, foi servido 15,7 kg de arroz; na terça-feira, 18,32 kg; na
quarta-feira, 19,35 kg; na quinta-feira, 15,175 kg e, na sexta-feira, 19 kg. Qual foi a
quantidade de arroz servida no sábado e no domingo dessa semana nesse restaurante?
A) 35,455 kg
B) 54,436 kg
C) 68,564 kg
D) 87,545 kg
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c) 6/4
d) 6/10
Agora, descreva como você chegou a este resultado!
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b) 1/5
c) 2/5
d) 2/3
e) 1/3
Agora, descreva como você chegou a este resultado!
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177
___________________________________
___________________________________
___________________________________
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___________________________________
___________________________________
___________________________________
4 ___________________________________
Maria, .
6
___________________________________
Os amigos que se encontram no
___________________________________
mesmo ponto do caminho são:
___________________________________
a) João e Pedro
___________________________________
___________________________________
a) 1/5
180
b) 5/12
c) 7/12
d) 12/7
16 - De um total de 180 candidatos, 2/5 estudam inglês, 2/9 estudam francês, 1/3 estuda
espanhol e o restante estuda alemão. O número de candidatos que estuda alemão é:
a) 6
b) 7
c) 8
d) 9
e) 10
Agora, descreva como você chegou a este resultado!
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_____________________________________________
17 - Todos os meses, André deposita 30% de seu salário na poupança. Se o salário de André é
R$ 2000,00, quanto é depositado mensalmente, em reais, na poupança?
___________________________________________________________________________
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_____________________________________________
18 - João recebe um salário mensal no valor de R$ 1.420,00. Nesse ultimo mês, ele recebeu
um aumento de 10% e decidiu depositar o valor correspondente ao aumento em uma conta
poupança. Qual o valor do salário de João após o aumento?
___________________________________________________________________________
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__________________________________________________
183
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__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
b) 10%
c) 15%
d) 20%
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___________________________________________________________________________
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__________________________________________________
21 - No Brasil, 3/4 da população vive na zona urbana. De que outra forma podemos
representar esta fração?
a) 15%
184
b) 25%
c) 34%
d) 75%
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___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________
185
3-
187
- Você gostou resolver problemas matemáticos da maneira que a professora trabalhou com
vocês? Por quê?
- Você acha que da maneira que foi trabalhado, auxilia na resolução de problemas
matemáticos? Por quê?
- E agora, você se sente mais seguro para resolver questões de avaliações externas?
188
ANEXOS
ANEXO 01: EVOLUÇÃO DO IDEB DA ESCOLA ESTADUAL PAULO FREIRE
Fonte: http://www.qedu.org.br/escola/248834-ee-paulo-freire/ideb
190
Fonte: http://www.qedu.org.br/escola/248834-ee-paulo-freire/aprendizado
191