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Segurança Jurídica e Processo: Recursos, Ação Rescisória E Coisa Julgada

1. Tomando o conceito fixado por Paulo de Barros Carvalho[1] acerca do princípio da segurança jurídica:

“dirigido à implantação de um valor específico, qual seja o de coordenar o fluxo das interações inter-
humanas, no sentido de propagar no seio da comunidade social o sentimento de previsibilidade quanto
aos efeitos jurídicos da regulação da conduta.”

Pergunta-se:

a) Que é segurança jurídica? Qual sua relevância?

Segundo JJ Canotilho[2], o conceito de segurança jurídica pode ser entendido como um elemento essencial
ao Estado de Direito, onde se destacam as definições de estabilidade e o da previsibilidade. No tocante ao
primeiro, no que tange às decisões dos poderes públicos, uma vez realizadas “[...] não devem poder ser
arbitrariamente modificadas, sendo apenas razoável a alteração das mesmas quando ocorram pressupostos
materiais particularmente relevantes”. No que tange ao segundo, remete-se à “[...] exigência de certeza e
calculabilidade, por parte dos cidadãos, em relação aos efeitos jurídicos dos actos normativos”.

A segurança jurídica é um princípio constitucional previsto no caput do artigo 5º da Constituição Federal –


C.F., e pelo inciso XXXVI do mesmo artigo 5º, afirmando que "a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada". Ainda no Art. 5º, o inciso XXXIX do mesmo dispositivo legal define: “não
há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”.

Trata-se de importante exemplo sobre como a segurança jurídica é abordada em sede constitucional.

Lima Castro Diniz em sua obra Coisa julgada e mudança da jurisprudência [4], cujo entendimento sobre a
segurança jurídica nos faz concordar, quando afirma que:“(...) A segurança jurídica é um dos direitos
fundamentais previstos pelo artigo 5º, da CF. A intangibilidade do direito adquirido, do ato jurídico perfeito
e da coisa julgada constitui meio para se realizar a segurança jurídica, a certeza do direito e a estabilidade
das relações jurídicas.(...)”

No tocante a importância da segurança jurídica entendo ser a de almejar pela estabilidade e a certeza da
proteção que a sociedade deposita no direito e nas regras por ele protegidas.

b) Indicar limites objetivos previstos no direito positivo que resguardam o valor da segurança jurídica.
Indique dispositivos da Constituição Federal de 1988 e do Código Tributário Nacional que pretendem
resguardar o valor que subjaz no princípio da segurança jurídica.

Além dos mencionados incisos do artigo 5º da C.F. acima citados, podemos destacar o princípio da legalidade,
cláusula pétrea, que está esculpido no art. 5º, II, da C.F. e no art. 150, I, também da C.F..

Através destes dispositivos, podemos entender que apenas mediante lei é que pode ser exigido ou
aumentado tributo. Desta maneira, apenas em virtude da vontade do povo (por seus representantes) haverá
instituição ou majoração de tributos. Podemos ainda citar o princípio da isonomia, previsto no inciso II do
artigo 150 da C.F., que impede que sejam proferidas decisões diferentes em face de casos idênticos.

c) Como poderia ser resguardada a segurança jurídica no contexto social em hipóteses como a de mudança
de orientação de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, como se deu no caso do direito de
manutenção do credito do ICMS na hipótese de saída de mercadorias com redução da base de cálculo (
sobre esta questão ver RE 161.031/97 e 174.478/SP- Anexos I e II)?
Após o julgamento do recurso (RE 161.031/97), foi proferida outra decisão pelo Supremo que analisou o
tema no RE 174.478/05 e, nesse momento, entendeu que a redução da base de cálculo do ICMS como
hipótese de isenção fiscal parcial, de sorte seria possível o aproveitamento do crédito pelo contribuinte.
Entendeu o Supremo que seria possível mudar seu entendimento sem comprometer a segurança jurídica
pois apenas aproximaram as figuras da redução da base de cálculo do ICMS com a da isenção parcial, a ponto
de as equiparar, na interpretação do art. 155, § 2º, II, b, da Constituição da República.

Assim, em prol da segurança jurídica, o STF reconheceu que sua decisão não feriria este subprincípio,
demonstrando sua posição justa sobre o tema, que aplicou.

d) As prescrições do CPC/15 voltadas à estabilização da jurisprudência vêm ao encontro da realização da


segurança jurídica vide arts. 9º, 10, 926, 535 §§ 5º,6º,7º e 8º 927 ambos do CPC/15 ?

Sim. O CPC 2015, no artigo 926, caput, e seu § 1º demonstra a pretensão dar celeridade e isonomia à
atividade jurisdiciona, ao dispor que é dever dos tribunais uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável,
íntegra e coerente, editando enunciados de súmulas correspondentes as suas decisões dominantes. Todavia
o § 2º dispõe, que ao editar estes enunciados os tribunais deverão ater-se às circunstâncias fáticas dos
precedentes que motivaram sua criação.

No artigo 927 do CPC traz a previsão expressa da vinculação dos precedentes, dispondo que deverão ser
obrigatoriamente observados pelos juízes e tribunais.

2. Qual o conteúdo e alcance do termo “precedente” utilizado pelo CPC/ 2015? Jurisprudência e
precedente são termos sinônimos dentro do sistema jurídico brasileiro? Os precedentes são normas
jurídicas? Se sim, de que tipo? O verbo “observar”, veiculado pelo art. 927 do CPC/2015 significa que os
julgadores estão vinculados aos precedentes judiciais? Esta obrigação pode ser reputada instrumento hábil
para garantia da segurança jurídica? ( vide art. 926, 927, 988, IV do CPC/15)

Nosso Código de Processo Civil entende que a eficácia do precedente e das demais decisões não são
idênticas, podendo ser demonstrado por meio art. 927 ao estabelecer que os juízes e tribunais observarão
algumas espécies de decisões.

O “precedente” é sinônimo de decisão judicial atribuindo uma maior eficácia à jurisprudência se


caracterizando por uma série de decisões em um mesmo sentido. Segundo MORETO, Mariana Capela
Lombardi “(...) Toda decisão judicial proferida por autoridade judiciária constitui precedente judicial. (...) O
sentido do termo “jurisprudência” é um pouco diferente, na medida em que pressupõe um mínimo de
constância e de uniformização, que se forma a partir da existência de algumas decisões reiteradas num
mesmo sentido.”

Entendo que “ os precedentes” são decisões que servem como ponto de partida ou para as decisões
posteriores sobre casos semelhantes. Mas entendo que não há diferença entre precedente e jurisprudência.

Em relação a questão se o precedente é norma jurídica, entendo que não se trata de norma jurídica, visto
que não vincula toda sociedade, com exceção das Súmulas Vinculantes.

Assim, se entendermos como sendo o “precedente” uma jurisprudência, então, ela não é norma jurídica.

Os juízes devem observar as decisões proferidas pelos órgãos superiores em casos semelhante, para que não
haja decisão contraditória. Todavia, eles não estão vinculados a tais decisões e, que dependendo do caso em
espécie , a jurisprudência pode ser um instrumento hábil para a segurança jurídica, já que pode seguir um
entendimento uniforme sobre determinada matéria, tornando iguais as decisões de caos semelhantes.
5. A empresa Xpto propôs ação de repetição de indébito tributário em face da União, obtendo decisão,
transitada em julgado junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, reconhecendo a
inconstitucionalidade do tributo pago e condenando a União na restituição. Iniciada a fase de
cumprimento de sentença contra a Uniao sobreveio decisão de mérito do STF, em Ação Direta de
Inconstitucionalidade(Adin), julgando a mesma lei constitucional (isto significa que a referida Adin foi
julgada improcedente e que o controle de constitucionalidade exercido foi o concentrado) Pergunta-se:

a) É necessário o ajuizamento de ação rescisória pela União objetivando a desconstituição da coisa julgada
para não ter que cumprir a sentença que a condenou a restituição do tributo? Se afirmativa sua resposta ,
indicar o fundamento legal contido no CPC/2015 que respalde sua conclusão. Se negativa sua resposta,
justifique -a indicando a solução processual que a Unia deve adotar, bem como o dispositivo do CPC/2015
que respalde sua conclusão. ( vide Anexo III).

Não respondido

A União deve intentar a ação rescisória, que á a única via por meio da qual se obtém a invalidação da
norma individual e concreta albergada pela coisa julgada.

Seria cabível a ação rescisória com base no inciso IV do artigo 966 do CPC, pois, a coisa julgada em sede de
Exceção De Pré-Executividade, fere a coisa julgada que foi objeto da Ação Declaratória de
Constitucionalidade.

b) Tendo havido modificação posterior da jurisprudência do STF, em sentido oposto ao da coisa julgada e
por meio de controle difuso de constitucionalidade, em recurso extraordinário em que houve o
reconhecimento da repercussão geral da matéria, a conclusão a que você chegou na resposta “a” mudaria?
Justifique

não respondido

Em linhas gerais, normas jurídicas são regras de conduta imposta ou reconhecida pelo ordenamento
jurídico, enquanto que leis são formas de manifestação da norma elaborada pelo Poder Legislativo, como
no Brasil.

Há um jargão no meio jurídico que diz que “toda lei é uma norma, mas nem toda norma é uma lei.”

Sendo assim, há efeitos práticos na alteração do termo “lei” previsto no artigo 485, V do CPC/73 para o
termo “norma” trazido pelo art. 966, V do CPC/2015, uma vez que quando este último dispositivo diz que
“violar manifestamente norma jurídica” está se referindo a norma latu sensu, ou seja, aquela que pode ser,
por exemplo, o princípio do contraditório e ampla defesa.

c) Ainda se afirmativa sua resposta, depois de transcorrido o prazo de 2 anos para propositura da Ação
Rescisória, a decisão pode ser rescindida, nos termos do art. 505, I, do CPC/15? Justifique.
Desta forma, caso a coisa julgada tenha ferido tais princípios, como acima demonstrado, a ação rescisória
poderia ter sucesso, nos termos do art. 505, II, combinado com o inciso V do artigo 966 do CPC/2015.

d) Havendo modificação posterior da jurisprudência do STF, em sentido oposto ao da coisa julgada e por
meio de controle concentrado de constitucionalidade, qual seria seu impacto no regime de cumprimento
de sentença, relativamente aos diferentes capítulos do julgado?

Considerando a segurança jurídica, os efeitos de tal modificação, o estabelecimento de nova disciplina


concreta da situação jurídica da parte interessada, ainda que possível, estará sempre subordinado à
existência de um novo pronunciamento jurisdicional, desde que comprovada a alteração do estado de fato
ou de direito cuja ocorrência possa legitimar, diante desse novo quadro, o ajuizamento de outra ação e o
reconhecimento, por sentença, de um novo “status” jurídico daí decorrente.

Neste sentido:

“As decisões relativas às relações jurídicas de caráter continuativo, ainda que transitadas em julgado,
podem ser revistas se sobrevier modificação no estado fático ou de direito da lide, como prevê o art. 471, I,
do CPC. Todavia, a ação de revisão ou modificação deverá ser manifestada em processo distinto daquele
em que foi proferida a sentença revisionada.” (RT 667/124, Rel. Juiz OCTAVIANO LOBO)

6. Um contribuinte recolheu determinado tributo a partir de uma base de cálculo prevista em lei. A
instrução normativa regulamentadora (IN n. 01/02) esclareceu que, na base de cálculo, não deveria ser
considerado o valor do transporte pago a terceiro (frete). Um ano depois, a IN n. 03/03 esclareceu que o
frete pago a terceiro integraria a base de cálculo do tributo em questão. Nesse contexto, o contribuinte
consultou você questionando a necessidade de complementação do recolhimento durante a vigência da
IN n. 01/02. O que você responderia? Analise os arts. 100, 103 e 146 do CTN na resposta.

( Parafrasear em casa)

Considerando o princípio da retroatividade benéfica, caso a IN 03/03 beneficiasse o contribuinte, então, os


efeitos desta Instrução Normativa retroagiriam para atingir os atos administrativos praticados anterior a
vigência legal deste dispositivo.

Contudo, o caso em tela diz respeito a integração do frete pago a terceiro na base de cálculo do tributo.
Desta forma, considerando o que prevê o artigo 146 do CTN, diríamos ao contribuinte que ele não deverá
pagar por complementação alguma, visto que a obrigação deve ser cumprida a partir da vigência da nova
IN 03/03.

[1]. In Curso de direito tributário. 15ª edição. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 149.

[2] CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. 7. ed. Coimbra:
Almedina, 2000, p. 132

[3] SILVA, José Afonso da. Constituição e segurança jurídica, in ROCHA, Carmen Lúcia Antunes (coord.).
Constituição e segurança jurídica. 2. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2005, p. 15. .

[4] DINIZ, Marcelo de Lima Castro. Coisa julgada e mudança da jurisprudência: rescisão, inexistência ou
permanência – Material fornecido pelo IBET. p. 930

[5] GERHARDT, Michael J. The power of precedent. Published in 2008 in Oxford ;New York by Oxford
University Press. p. 1-46

[6] MORETO, Mariana Capela Lombardi. O precedente judicial no sistema processual brasileiro. Tese de
Doutorado. São Paulo: USP, 2012, p. 19

[7] DIDIER JR., Fredie e CUNHA, Leonardo José Carneiro da. Curso de Direito Processual Civil. 7ª ed.
Salvador/BA: Editora Juspodivm, 2009, v. 3, p. 29.

[8] JUNIOR, Nelson Nery – Teoria Geral dos Recursos- RT. 2008. São Paulo. P.79

[9] RODRIGUES, Marco Antonio. A Fazenda Pública no processo civil. São Paulo: Atlas, 2016, p. 79.

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