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PLANO DE

SEGURANÇA E SAÚDE
HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO

METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO
INSTRUMENTOS E DOCUMENTAÇÃO
GESTÃO E CONDICIONALISMOS EXISTENTES

Licenciatura em Engenharia Civil - Turma NB1


Pedro Mota - 11371635
Pedro Marrelli - 1171897

PORTO
OUTUBRO 2018
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ÍNDICE

CAPITULO 1...................................................................................03
1 Objetivo Geral e Específicos
2 Introdução a Higiene e Segurança do Trabalho
3 Higiene e Segurança do Trabalho em Portugal
4 Princípios Gerais da Higiene e Segurança do trabalho
5 Higiene e Segurança do trabalho voltada para a Costurção Civil

CAPITULO 2
1 Plano de Segurança e Saúde
2 Plano de Segurança e Saúde Face a Legislação
3 Identificação dos Intervenientes no Plano de Segurança e Saúde
4 Evolução do Plano de Saúde e Segurança
5 Plano de Ações - Condicionalismos Existentes no Local
6 Gestão do Plano de Segurança e Saúde

Capitulo 3
1 Diferença do Plano de Saúde e Segurança com o Brasil
2 Conclusão Geral e Especifica
3 Bibliografia
4 Anexos

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CAPÍTULO 1

1 Objetivos Gerais e Específicos

Reconhecer a importância da Higiene e Segurança no âmbito do trabalho e


apresentar um enquadramento teórico sucinto que permita compreender os
aspectos fundamentais da Segurança no processo de Construção é o objetivo
geral presente neste relatório.
Especialmente, unificar informações dispersas por dezenas de documentos e,
em particular, pela legislação referida na bibliografia a respeito do Plano de
Segurança e Saúde, detalhando os princípios de elaboração, aplicação e
execução dentro de estaleiros na Construção Civil desde a fase de projeto até
a fase de finalização dos trabalhos.

2 Introdução a Higiene e Segurança do Trabalho

Traduz-se como Segurança do trabalho o conjunto de metodologias cuja


finalidade é a prevenção de acidentes pela minimização dos riscos
associados aos processos produtivos. Dentro deste conceito, segundo a
Organização Mundial de Saúde, define-se como saúde o estado de bem estar
físico, mental e social, e não somente a ausência de doença, tais
metodologias indispensáveis a prevenção de doenças caracteriza-se como
higiene. Em união entre segurança, saúde e higiene formam os princípios que

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asseguram a qualidade de vida daqueles que exercem determinada atividade
profissional.
Segundo a legislação presente no decreto 273/2003, de 29 de Outubro, a
higiene e a segurança do trabalho estão relacionadas a um conjunto de leis,
normas, procedimentos técnicos e educacionais que visam à proteção de
integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos à saúde,
inerentes as tarefas do cargo e ao ambiente onde são executadas.
“A higiene e segurança do trabalho têm como objetivo a redução das
perdas decorrentes dos acidentes de trabalho, tanto do ponto de vista humano
como financeiro da previsibilidade do comportamento da atividade produtiva
na empresa. Ela é responsável então pela preservação da saúde do
trabalhador através de um programa de prevenção de acidentes e
enfermidades ocupacionais, melhorando a qualidade de vida e de trabalho do
mesmo. Assim, segurança do trabalho é um conjunto de medidas que visam
minimizar os acidentes trabalhistas, bem como proteger a integridade e
capacidade de execução do trabalhador, pois na mesma estão embutidas
estudos sobre a prevenção e controle de riscos de acidentes de trabalho.”
(MATOS, 1998).
A preocupação com a segurança e saúde do trabalhado surgiu no início
do século XX, no então recente Estados Unidos da América, quando a
Comissão de Saúde de Massachusetts (Massachusetts Board of Health)
nomeou oficiais sanitários para inspecionar fábricas, oficinas e escolas. O
intuito era mostrar ao público em geral que existia uma alta incidência de
acidentes e doenças causadas pela indústria (FLIPPO, 1979). Mas foi
somente em 1912 que o tema entrou em discussão com a organização de um
Conselho Nacional de Segurança. Foram promulgadas leis estaduais de
remuneração aos trabalhadores que impunham responsabilidade financeira
ao empregador para compensar os feridos em trabalho e pagar as despesas
de hospitalização. Nesta época, também, o Conselho Nacional de Segurança

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começou uma campanha para a educação dos empregadores frente a todos
os custos envolvidos em um acidente. Entendeu-se por acidente de trabalho
“o que ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício
do trabalho pelos segurados” (...) “provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou perda ou ainda redução permanente ou
temporária da capacidade para o trabalho” (PIZA, 1997). Dessa forma o
empregador americano tomou conhecimento das despesas diretas e indiretas
de operar uma fábrica sem um setor de coordenação especializado em
segurança.surgiu então a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) que
dispôs sobre a obrigatoriedade de seguro contra acidentes e determinou à
empresa a responsabilidade de prevenção dos acidentes.
A partir da Primeira Grande Revolução Industrial, no final do século XIX, e
no decorrer do desenvolvimento económico do setor, o meio ambiente de
trabalho passou por modificações, pois as condições de trabalho
desfavoráveis como ruído excessivo, o excesso de calor ou frio, a exposição a
produtos químicos e as vibrações, entre outros, aumentaram gradativamente,
causando desconforto, provocando tensões e originando maior número de
acidentes. Parte deles aconteciam por causa da má integração entre o
homem, a tarefa e o seu ambiente de trabalho. Portanto, era fundamental uma
boa adequação do ambiente para a execução das tarefas, o seguimento das
normas de segurança e o planeamento das instalações onde seriam
desenvolvidos os trabalhos e sua organização, pois além de agilizar os
serviços, tinham como objetivo evitar riscos para os trabalhadores,
fomentando a necessidade da higiene e segurança no trabalho.
“Os acidentes, em geral ocorrem por dois motivos: falha humana, sendo
aquela que decorre da execução de tarefas de forma contrária às normas de
segurança e, fatores ambientais, sendo as falhas físicas que comprometem a
segurança do trabalho. Como essas condições estão nos locais de trabalho
deduz-se que foram instaladas por decisão e/ou mau comportamento de

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pessoas, independente do seu nível hierárquico dentro da empresa,
permitindo o desenvolvimento de situações de risco àqueles que lá executam
suas atividades, o que torna necessário a implantação de programas de
higiene e segurança no trabalho, que visam a prevenção de ocorrência e
riscos de acidentes. A prevenção é uma ação de evitar ou diminuir os riscos
profissionais através de um conjunto de medidas tomadas no licenciamento e
em todas as fases de atividade do estabelecimento ou do serviço” (FESTI,
2003).

3 Higiene e Segurança do Trabalho em Portugal

Com a difusão dos ideais Marxistas e republicanos e a grande influencia


do processo de revolução trabalhista americano, no inicio do século XX
Portugal passava por um intenso período político-social, saindo da 1ª
Republica (1910-1974) seguindo em direção ao Estado Novo e a Ditadura
(1926-1974) houve o surgimento de organizações internacionais que
garantissem a manutenção da segurança de trabalho. A OIT - Organização
Internacional do trabalho, fundada em 1919 e tendo Portugal como membro
fundador, a OMS - Organização Mundial da Saúde criada a partir da ONU -
Organização das Nações Unidas, de 1948 e a fundação de uma Associação
Europeia de Livre Comercio, em 1959, foram os grandes incentivos da criação
de uma legislação vigente que protegesse o trabalhador.
A Lei nº 83, de 24 de Julho de 1913 foi a primeira a concretizar a noção
alargada de acidente de trabalho, estabelecendo o principio de
responsabilidade patronal, podendo essa responsabilidade ser transferida
para as asseguradoras. A necessidade do Estado português se legislar nesta
matéria era premente: por um lado, nos anos 80 do século passado, houve um

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aumento substancial da ocorrência de acidentes de trabalho e doenças
profissionais; por outro, a entrada do nosso país na então Comunidade
Económica Europeia obrigou ao acompanhamento da legislação europeia já
produzida.
O atual quadro Legislativo e conceitual no domínio da segurança e saúde
no local de trabalho resulta da integração de Portugal como membro de pleno
direito da CEE - Comunidade Económica Europeia, em 1986, e da adesão ao
Sistema Monetário Europeu em 1992. A Diretiva Quadro (Diretiva
89/391/CCE), de 12 de Junho de 1989, teve em vista a aplicação de medidas
destinadas a promover a melhoria da saúde e segurança do trabalho no
contexto atualizado.
A Segurança no Trabalho (ST) deu-se inicio oficial no Decreto-Lei 441/91,
de 14 de Novembro, tendo este sido alterado pelo DL 133/99, de 21 de Abril e
posteriormente adotado pela Diretiva nº 2007/30/CE, de 20 de Junho. Esse
diploma consagrou e enquadrou o regime jurídico da segurança, higiene e
saúde no trabalho, preenchendo um vazio jurídico até aí existente.
Com o D.L. 441/91 oficializou-se uma mudança de paradigma na forma de
encarar a Segurança do Trabalho no nosso país. Prevenção passou a ser a
palavra chave. As entidades empregadoras passaram a ser obrigadas a
cumprir com os princípios essenciais de prevenção, e a implementar planos
ou sistemas de Higiene e Segurança no Trabalho (SHT) que abrangessem
todos os seus trabalhadores.

4 Princípios Gerais da Higiene e Segurança do Trabalho

A partir da Diretiva Quadro estabelecida na CEE, o novo modelo base da


Segurança e Saúde tinha como linhas mestras os seguintes princípios:

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- O empregador é responsável pela prevenção;
- Os riscos são múltiplos. Nem todos os riscos são físicos;
- A prevenção é o pilar base da segurança e assenta em princípios gerais;
- O trabalhador é uma componente essencial da política e cultura
organizacional.
Assim, a identificação de riscos, exercícios de evacuação, materiais de
primeiros socorros, medidas de proteção coletiva, entre outros, foram
termos que, com o novo paradigma, deixaram de ser apenas palavras ao
vento e passaram a ser realidades palpáveis na maioria das empresas
portuguesas.
Entre os princípios, encontram-se a prevenção e a proteção, ambas são
duas realidades presentes na Higiene e segurança do trabalho que são
complementares e não exclusivas. A primeira pode ser definida como
“conjunto de medidas e ações cautelares tendentes a eliminar ou limitar as
consequências de um acidente antes que este se produza”; a segunda é
entendida como o “conjunto de medidas e ações destinadas a preservar ou
minimizar as consequências de um acidente quando este acontece”.
Os princípios gerais de prevenção são:
- Evitar/eliminar os riscos inerentes ao local de trabalho;
- Avaliar com rigor os riscos não anuláveis;
- Diagnosticar a origem dos fatores de risco e as suas consequências; -
Combater os riscos na sua origem;
- Adaptar o trabalho ao homem, e não o inverso. Se é certo que qualquer
sistema de ST não pode descurar nenhuma dos dois conceitos, também é
relevante frisar que, se a prevenção for bem efetuada, não será
necessário colocar à prova os mecanismos de proteção empregues
(embora estes tenham sempre de ser empregues).

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A Lei 100/97, de 13 de Setembro, que aprova o novo regime jurídico dos
acidentes de trabalho e doenças profissionais apresenta as seguintes
definições para acidente de trabalho e local de trabalho:
- Acidente de Trabalho é aquele que se verifique no local e tempo de
trabalho, produzindo, direta ou indiretamente, lesão corporal, perturbação
funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de trabalho ou
de ganho, ou a morte.
- Local de Trabalho é onde possa ocorrer o acidente de trabalho. No caso de
ocorrer acidente no trajeto casa-trabalho, considera-se acidente de trabalho.

O conceito de acidente de trabalho conjuga três elementos fundamentais


que se têm de verificar cumulativamente:
- elemento espacial
- local de trabalho;
- elemento temporal;
- tempo de trabalho;
- elemento causal;
- efeito entre o evento e a lesão.

As consequências dos acidentes de trabalho têm repercussões nos três


intervenientes na relação laboral (trabalhador, entidade empregadora e
Estado).
Para o trabalhador, podem manifestar-se quer a nível pessoal, quer a nível
laboral:
-Psicológicas: alterações do comportamento e de hábitos de vida,
diminuição da qualidade de vida, por exemplo.
-Físicas: repercussões permanentes, tais como deficiências motoras.
Interrupção ou redução da atividade física.

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-Económicas: custos não suportados pelas seguradoras ou sistemas de
comparticipação de acidentes. Perda de parte da remuneração durante o
período de ausência do posto de trabalho.

Para a entidade empregadora, os acidentes de trabalho podem acarretar as


seguintes consequências:
- perda do trabalhador em termos provisórios ou permanentes;
- diminuição da produção;
- acréscimo de contribuição para o regime de proteção social;
- investimento em informação/formação, aos trabalhadores;
- indemnizações, coimas e custas judiciais e consequências penais;
- aumento do prémio de seguro;
- custos administrativos inerentes ao tratamento do acidente;
- prejuízos materiais e do equipamento;
- danos na imagem de qualidade.

Como é perceptível, para as empresas, as consequências dos acidentes de


trabalho estão intimamente relacionadas com os custos. Estes podem ser:
-diretos (por exemplo, perda do trabalhador em termos provisórios ou
permanentes);
- indiretos (danos na imagem de qualidade).
É normal o peso dos custos indiretos ser muito maior que os dos diretos.
Não existe algo como a segurança absoluta mas podemos reduzi-la a níveis
aceitáveis, reduzindo os riscos, através da utilização de mecanismos de
proteção e prevenção, que deverão acompanhar as exigências sociais e a
evolução tecnológica.
O Risco é a probabilidade de ocorrência de danos sobre pessoas ou bens,
resultantes da concretização de uma determinada condição perigosa, em
função dos:

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- Probabilidade de ocorrência de uma determinada condição perigosa;
- Grau de gravidade dos danos consequentes.
Estes danos podem ser materiais, ambientais e, em casos extremos,
humanos. Mas para sabermos que riscos teremos que enfrentar, há que saber
avaliá-los.
A avaliação de riscos é um processo dinâmico, diretamente relacionado
com o desenvolvimento das condições de trabalho e evolução tecnológica. O
processo de avaliação de riscos tem dois grandes objetivos:
- estimar a magnitude do risco para a saúde e segurança dos
trabalhadores, decorrentes das circunstâncias em que o perigo pode ocorrer
no local de trabalho;
- obter a informação necessária para que o empregador reúna as
condições ideais para para poder tomar uma decisão sobre o tipo de
medidas de prevenção e proteção a adotar.
Este processo consiste em duas etapas, a análise de riscos e a valoração de
riscos. A análise de riscos procede à caracterização global do objeto ou alvo
de estudo. Este pode ser:
- uma tarefa ou uma sequência de tarefas;
- um local ou posto de trabalho;
- um equipamento; - a fonte do risco;
- a probabilidade de ocorrência;
- a extensão do risco;
- o potencial de dano do risco.
Para que a análise de riscos seja efetuada correntemente deverá ocorrer uma
recolha exaustiva de informação sobre o objetante em estudo. Estes são os
principais itens a considerar:
- legislação;
- fichas de segurança;
- dados estatísticos;

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- relatos de experiência de trabalhadores;
- auditorias de segurança;
- aplicação de métodos e sistemas de segurança.
A valoração do risco é o processo que permite a elaboração de juízos de
valor sobre a aceitabilidade do risco tendo em conta critérios
sócio-económicos ou ambientais. No fundo, é a comparação dos valores
obtidos na fase de análise de riscos, o que se pode considerar um referencial
de risco aceitável.
A estimativa, seja esta quantitativa ou qualitativa, dos riscos previamente
identificados proporciona uma série de variáveis determinantes para a o
processo de decisão da entidade empregadora:
- o conhecimento sobre a sua magnitude;
- a sua caracterização;
- a permissão de selecionar as medidas de prevenção mais adequadas às
características do risco, do trabalho e das pessoas expostas;
- a possibilidade de introduzir correções ao objeto de estudo, de forma a
eliminar ou reduzir o fator de risco.

5 Higiene e Segurança do Trabalho na Construção Civil

O problema da segurança da construção não é novo pois o Homem


constrói há milhares de anos e a insegurança é um fator intrínseco ao ato de
construir, Contudo, a evolução das sociedades e a sua organização leva-as à
produção de regras ou leis que visam a resolução dos problemas mais
penitentes devendo notar-se que, nesta matéria, já existem leis especificas no

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Código de Hamurabi, há 3700 anos atrás. Com o desenvolvimento do Estado
Português, foi somente em 6 de Junho 1895 que foi publicado um Decreto
Real abordando especificamente a higiene e segurança do trabalho na
construção.
A Diretiva 92/57/CEE do Conselho, de 24 de Junho de 1992, conhecida
como “Diretiva Estaleiros”, trata da implementação das prescrições mínimas
de segurança e de saúde a aplicar nos estaleiros temporários ou móveis. Foi
primeiramente vertida para o direito interno através do DL nº 155/95, de 1 de
Julho e mais tarde, revisionada e aperfeiçoada, definiu-se através do DL nº
273/2003, de 29 de Outubro cujo objetivo geral é “estabelecer regras gerais
de planeamento, organização e coordenação para promover a segurança,
higiene e saúde no trabalho em estaleiros da construção”.
Foi a partir da Diretiva 89 do Conselho de 30 de Novembro que engloba o
DL 273 que fomentaram outros inúmeros Decretos de Leis e sucessivas
Diretivas relativos a Segurança em Estaleiros, como: Equipamentos de
Trabalho, Equipamento de proteção Individual, Equipamento de Proteção
Coletiva, Sinalização de Segurança e Saúde no Trabalho, Movimentação
Manual de Cargas, Exposição a Vibração Mecânica, ruídos e agentes
químicos e demais tipos de exposição.
Para a Construção Civil, o regulamento de Segurança no Trabalho,
promulgado pelo DL nº 41.821, de 11 de Agosto de 1958 ainda se encontra
em vigor apesar de apresentar falhas relativas ao processo construtivo civil.
Tais falhas são preenchidas com sobreposições de decretos adicionais, do
anexo de outros decretos existentes, como o 273/91 e da ação de órgãos
fiscalizadores como o IPQ - Instituto Português de Qualidade e as Comissões
Técnicas do Trabalho.

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CAPÍTULO 2

1 Plano de Segurança e Saúde

O Plano de Segurança e Saúde (PSS) é o principal documento de


prevenção de riscos profissionais para a fase de execução, tendo por objetivo
identificar e avaliar os riscos de SST e respectivas medidas preventivas para
serem tomadas durante essa fase no Estaleiro em causa. Deve estar
disponível antes de iniciado qualquer trabalho no Estaleiro (deve aliás ser
incluído no processo de concurso, quando exista) e deve incluir as regras a
seguir por todos os intervenientes no processo de construção. Deve ser
disponibilizado em tempo a todos esses intervenientes, nomeadamente,
coordenador de segurança e saúde para a fase de construção, supervisores,
empreiteiros, subempreiteiros, trabalhadores independentes, e representantes
dos trabalhadores.

Estas regras devem ser estabelecidas para que o PSS seja dinâmico para ser
complementado durante todo o processo de construção, requerendo-se ao
empreiteiro a sua adaptação e desenvolvimento tendo em conta os processos
construtivos e métodos de trabalho que empregará para ser eficientemente
utilizado. Esse Plano deve conter também exigências ao empreiteiro quanto à
organização de registos demonstrativos das ações e medidas implementadas.

Este documento trata-se de um único plano de segurança e saúde para a obra,


cuja elaboração acompanha a evolução da fase de projeto da obra para a da
sua execução.

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O PSS deve conter os seguintes elementos:

• Memoria descritiva

Destina-se a registar os aspectos gerais relativos ao modo como deve ser


aplicado e implementado o PSS do empreendimento em concreto.

Deve conter um conjunto de informações do qual se destacam:

· Definição de objetivos;

· Comunicação previa;

· Regulamentação aplicável;

· Organograma funcional - Mapa que referencia a estrutura hierárquica;

· Horário de trabalho;

· Seguro de acidentes de trabalho;

· Fases de execução do empreendimento;

· Métodos e processos construtivos;

• Caracterização do empreendimento

A caracterização do empreendimento compreende um conjunto de


elementos que regra geral fazem parte do projeto. Ao Coordenador de
Segurança em projeto compete a compilação destes elementos para
inclusão ou mera referencia à sua existência e localização.

A compilação destes elementos torna-se essencial para servir de base ao


estudo das medidas de prevenção de riscos.

• Ações de prevenção de riscos - conjunto de planos conformes às


características, dimensões e complexidade do empreendimento em
estudo, devendo incluir nomeadamente:

- Plano de ações quanto a condicionalismos existentes no estaleiro/local;

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- Plano de sinalização e circulação do estaleiro;

- Plano de proteções coletivas;

- Plano de proteções individuais;

- Plano de avaliação de riscos;

- Plano de inspeção e prevenção;

- Plano de registo de acidentes e índices de sinistralidade;

- Plano de formação e informação dos trabalhadores;

- Plano de visitantes;

- Plano de emergência.

2 Plano de Segurança e Saúde face á legislação

O plano de segurança e saúde é o instrumento de prevenção de riscos


profissionais de maior relevância, de acordo com a filosofia da diretiva
comunitária nº92/57/CEE designada por: “Estaleiros temporários ou móveis
da construção”, a qual foi transposta para o DL nº155/95 de 1 de Julho,
regulamentado pela portaria nº 101/96 de 1 de Abril. Passados oito anos,
sentindo-se a necessidade de clarificar e aprofundar determinados aspectos
previstos nesse diploma, procedeu-se à sua revisão, com o Decreto-lei
273/2003, de 29 de Outubro, diferenciando-se estes dos diplomas anteriores
que até então tinham sido determinados no âmbito da segurança e higiene,
por serem os primeiros normativos sectoriais de origem comunitária,
específicos para a atividade da construção civil e obras públicas.

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O plano deve ser elaborado a partir da fase do projeto da obra, sendo
posteriormente desenvolvido e especificado antes de se passar à execução
da obra, com a abertura do estaleiro.
A responsabilidade de elaboração do PSS para garantir a segurança e a
saúde de todos os intervenientes no estaleiro durante a fase de projeto é do
dono da obra, sendo depois desenvolvido e especificado pela entidade
executante para a fase da execução da obra.
A elaboração de um PSS é obrigatória em obras em que exista projeto e
que envolvam trabalhos que impliquem riscos especiais ou seja obrigatória a
comunicação prévia de abertura de estaleiro. Contudo, em obras de menor
complexidade em que os riscos são normalmente mais reduzidos, o PSS não
é obrigatório, tendo de existir no entanto Fichas de Procedimento de
Segurança que indiquem as medidas de prevenção necessárias para executar
trabalhos que impliquem riscos especiais.

Os Riscos especiais existem quando se desempenham tarefas que:


- Exponham os trabalhadores a risco de soterramento, de afundamento
ou de queda em altura.
- Submetam os trabalhadores a riscos químicos ou biológicos que podem
originar doenças;
- Exponham os trabalhadores a radiações ionizantes;
- Sejam efetuadas em locais próximos de linhas elétricas de média e alta
tensão;
- Sejam efetuadas em vias ferroviárias ou rodoviárias que se encontrem
em utilização, ou perto destas;
- Impliquem o risco de afogamento;
- São desenvolvidas em poços, túneis, galerias ou caixões de ar
comprimido;

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- Envolvam a utilização de explosivos, ou suscetíveis de originarem
riscos derivados de atmosferas explosivas;
- Envolvam a montagem e desmontagem de elementos pré-fabricados ou
outros, cuja forma, dimensão ou peso exponham os trabalhadores a risco
grave;
- São consideradas, pelos responsáveis pela segurança, suscetíveis de
constituir riscos graves para a segurança e saúde dos trabalhadores

O PSS deve ser incluído pelo dono da obra no conjunto dos elementos
que servem de base ao concurso e, posteriormente, o plano deve ficar anexo
ao contrato de empreitada de obras públicas, isto acontece para que se
respeitem os princípios gerais da prevenção de riscos profissionais e se tenha
atenção às regras respeitantes à segurança, higiene e saúde no trabalho, na
elaboração do projeto.
O dono de obra tem a responsabilidade de impedir que a entidade
executante inicie a implantação do estaleiro sem que esteja preparado o plano
de segurança e saúde para a fase da execução da obra, isto quer dizer que a
abertura de um estaleiro só poderá ter lugar desde que o dono da obra
disponha do PSS.

3 Identificação dos intervenientes no PSS e suas obrigações

 Autor do Projeto - projetista, que participa na elaboração do projeto da


obra.
O Autor do projeto deve:

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- Ter em conta os princípios gerais de prevenção de riscos profissionais em
matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho de modo a assegurar a
segurança e a proteção da saúde de todos os intervenientes na obra e no
estaleiro;

- Colaborar com o dono de obra para a elaboração da compilação técnica;

- Colaborar com o coordenador de segurança em obra e a entidade


executante, de modo a dar informações sobre aspectos relevantes dos
riscos associados à execução do projeto;

- Quando não é nomeado coordenador de segurança em projeto, nem


coordenador de segurança em obra o autor do projeto deve elaborar o
plano de segurança e saúde em projeto, iniciar a compilação técnica da
obra e recolher junto da entidade executante os elementos necessários
para a completar.

 Coordenador de Segurança em projeto – pessoa ou conjunto de


pessoas que executa, durante a elaboração do projeto, as tarefas de
coordenação em matéria de segurança e saúde, podendo também
participar na preparação do processo de negociação da empreitada e de
outros atos preparatórios da execução da obra, na parte respeitante à
segurança e saúde no trabalho.

O Coordenador de Segurança em Projeto deve:

- Ter em conta os princípios gerais de prevenção de riscos profissionais em


matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho de modo a assegurar a
segurança e a proteção da saúde de todos os intervenientes na obra e no
estaleiro;

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- Elaborar o plano de segurança e saúde em projeto ou proceder à sua
validação técnica, se tiver sido elaborado por outro interveniente;

- Iniciar a organização da compilação técnica da obra e completá-la nas


situações em que não haja coordenador de segurança em obra;

- Informar o dono da obra sobre as responsabilidades deste no âmbito do


Decreto lei 273/2003 de 29 de Outubro.

 Coordenador de Segurança em Obra – pessoa ou conjunto de pessoas


que executa, durante a realização da obra, as tarefas de coordenação em
matéria de segurança e saúde previstas no Decreto lei 273/2003 de 29 de
Outubro. Não podendo intervir na execução da obra como entidade
executante, subempreiteiro, trabalhador independente ou trabalhador por
conta de outrem, com exceção, neste último caso, da possibilidade de
cumular com a função de fiscal da obra

O Coordenador de Segurança em Obra deve:

- Analisar as fichas de procedimentos de segurança e propor à entidade


executante as alterações adequadas;

- Acompanhar a atividade dos subempreiteiros e dos trabalhadores


independentes de modo a assegurar o cumprimento do plano de segurança
e saúde;

- Apoiar o dono da obra na elaboração e atualização da comunicação


prévia;

- Apreciar o desenvolvimento e as alterações do plano de segurança e


saúde para a execução da obra;

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- Promover e verificar o cumprimento do plano de segurança e saúde, bem
como das outras obrigações da entidade executante, dos subempreiteiros e
dos trabalhadores independentes, nomeadamente no que se refere à
organização do estaleiro, ao sistema de emergência, às condicionantes
existentes no estaleiro e na área envolvente, aos trabalhos que envolvam
riscos especiais, aos processos construtivos especiais, às atividades que
possam ser incompatíveis no tempo ou no espaço e ao sistema de
comunicação entre os intervenientes na obra;

- Coordenar o controlo da correta aplicação dos métodos de trabalho, na


medida em que tenham influência na segurança e saúde no trabalho;

- Promover a divulgação recíproca entre todos os intervenientes no


estaleiro de informações sobre riscos profissionais e a sua prevenção;

- Registar as atividades de coordenação em matéria de segurança e saúde


no livro de obra, nos termos do regime jurídico aplicável ou, na sua falta, de
acordo com um sistema de registos apropriado que deve ser estabelecido
para a obra;

- Assegurar que a entidade executante tome as medidas necessárias para


que o acesso ao estaleiro seja reservado a pessoas autorizadas;

- Informar regularmente o dono da obra sobre o resultado da avaliação da


segurança e saúde existente no estaleiro;

- Informar o dono da obra sobre as responsabilidades deste no âmbito do


Decreto lei 273/2003 de 29 de Outubro;

- Analisar as causas de acidentes graves que ocorram no estaleiro;

- Integrar na compilação técnica da obra os elementos decorrentes da


execução dos trabalhos que dela não constem.

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 Dono da obra - pessoa ou conjunto de pessoas por conta de quem a obra
é realizada, ou o concessionário relativamente a obra executada com
base em contrato de concessão de obra pública;

O dono da obra deve:

- Nomear os coordenadores de segurança em projeto e em obra;

- Elaborar ou mandar elaborar o plano de segurança e saúde;

- Assegurar a divulgação do PSS

- Aprovar o desenvolvimento e as alterações do plano de segurança e


saúde para a execução da obra

- Comunicar previamente a abertura do estaleiro à Inspeção-geral do


Trabalho;

- Entregar à entidade executante cópia da comunicação prévia da abertura


do estaleiro, bem como as respectivas atualizações;

- Elaborar ou mandar elaborar a compilação técnica da obra;

- Assegurar o cumprimento das regras de gestão e organização geral do


estaleiro incluídas no plano de segurança e saúde.

 Empregador - a pessoa ou conjunto de pessoas que, no estaleiro, tem


trabalhadores ao seu serviço, para executar a totalidade ou parte da obra,
pode ser o dono da obra, a entidade executante ou subempreiteiro.

O empregador deve:

- Durante a execução da obra, observar as respectivas obrigações gerais


previstas no regime aplicável em matéria de segurança, higiene e saúde no
trabalho.

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- Comunicar, aos respectivos trabalhadores o plano de segurança e saúde
ou as fichas de procedimento de segurança, no que diz respeito aos
trabalhos por si executados, e fazer cumprir as suas especificações;

- Manter o estaleiro em boa ordem e em estado de salubridade adequado;

- Garantir as condições de acesso, deslocação e circulação necessária à


segurança em todos os postos de trabalho no estaleiro e a correta
movimentação dos materiais e utilização dos equipamentos de trabalho;

- Delimitar e organizar as zonas de armazenagem de materiais, em


especial de substâncias, preparações e materiais perigosos e proceder à
sua recolha, em segurança:

- Cumprir as indicações do coordenador de segurança em obra e da


entidade executante;

- Adotar as prescrições mínimas de segurança e saúde no trabalho revistas


em regulamentação específica;

- Informar e consultar os trabalhadores e os seus representantes para a


segurança, higiene e saúde no trabalho;

 Entidade executante - a pessoa singular ou colecionava que executa a


totalidade ou parte da obra, pode ser simultaneamente o dono da obra, ou
outra pessoa autorizada a exercer a atividade de empreiteiro de obras
públicas ou de industrial de construção civil, que esteja obrigada mediante
contrato de empreitada com aquele a executar a totalidade ou parte da
obra;

A entidade executante deve:

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- Avaliar os riscos associados à execução da obra e definir as medidas de
prevenção adequadas e, propor ao dono da obra o desenvolvimento e as
adaptações do PSS;

- Dar a conhecer o PSS para a execução da obra e as suas alterações


aos subempreiteiros e trabalhadores independentes;

- Elaborar fichas de procedimentos de segurança para os trabalhos que


impliquem riscos especiais e assegurar que os subempreiteiros e
trabalhadores independentes e os representantes dos trabalhadores para a
segurança, higiene e saúde no trabalho que trabalhem no estaleiro tenham
conhecimento das mesmas;

- Assegurar a aplicação do PSS e das fichas de procedimentos de


segurança por parte dos seus trabalhadores, de subempreiteiros e
trabalhadores independentes;

- Assegurar que os subempreiteiros cumpram, na qualidade de


empregadores, as suas obrigações;

- Assegurar que os trabalhadores independentes cumpram as suas


obrigações;

- Colaborar com o coordenador de segurança em obra, bem como cumprir


e fazer respeitar por parte de subempreiteiros e trabalhadores
independentes as declarativas daquele;

- Tomar as medidas necessárias a uma adequada organização e gestão do


estaleiro, incluindo a organização do sistema de emergência;

- Tomar as medidas necessárias para que o acesso ao estaleiro seja


reservado a pessoas autorizadas;

- Organizar um registo atualizado dos subempreiteiros e trabalhadores


independentes por si contratados com atividade no estaleiro;

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TRABALH
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LICENCIATURA EM ENGENHARIA CIVIL
- Fornecer ao dono da obra as informações necessárias à elaboração e
atualização da comunicação prévia;

- Fornecer ao autor do projeto, ao coordenador de segurança em projeto,


ao coordenador de segurança em obra ou, na falta destes, ao dono da obra
os elementos necessários à elaboração da compilação técnica da obra.

 Fiscal da obra – pessoa ou conjunto de pessoas que exerce, por conta


do dono da obra, a fiscalização da execução da obra, de acordo com o
projeto aprovado, bem como do cumprimento das disposições legais e
regulamentares aplicáveis; se a fiscalização for assegurada por dois ou
mais representantes, o dono da obra designará um deles para chefiar;

 Representante dos trabalhadores - pessoa, eleita pelos trabalhadores,


que exerce as funções de representação dos trabalhadores nos domínios
da segurança, higiene e saúde no trabalho;

 Subempreiteiro - pessoa ou conjunto de pessoas autorizada a exercer a


atividade de empreiteiro de obras públicas ou de industrial de construção
civil que executa parte da obra mediante contrato com a entidade
executante;

 Trabalhador independente - pessoa que efetua pessoalmente uma


atividade profissional, não vinculada por contrato de trabalho, para realizar
uma parte da obra a que se obrigou perante o dono da obra ou a entidade
executante; pode ser empresário em nome individual. São obrigados a
respeitar os princípios que visam promover a segurança e a saúde.

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4 EVOLUÇÃO DO PSS – FASES

Como se disse anteriormente, o PSS é um documento dinâmico que


está em permanente atualização, com inicio aquando da conceção geral do
empreendimento e conclusão na receção definitiva deste, ou seja acompanha
a evolução de toda a obra, desde o projeto inicial até à sua conclusão.

Durante essa evolução, há a registar as seguintes fases:

Elaboração do projeto:

Deverá refletir as indicações e exigências que se considerem relevantes a


seguir pelos empreiteiros concorrentes para que estes as incluam nas
respectivas propostas de preço. Deve permitir que os Empreiteiros possam
adequar o PSS aos seus métodos e processos construtivos prevendo as
medidas de proteção necessárias para prevenir os riscos associados.

Para além disso, o PSS em projeto deve ter como suporte as definições do
projeto da obra e as demais condições estabelecidas para a execução da obra
que sejam relevantes para o planeamento da prevenção dos riscos
profissionais. Concretizando também uma avaliação dos riscos existentes e
medidas preventivas a adotar de acordo com o tipo de trabalho a executar, a
fase de obra em que se executam e os riscos especiais para a segurança e
saúde dos trabalhadores.

No âmbito do contrato de empreitada de obras públicas, o PSS em projeto


deve ser incluído pelo dono da obra no conjunto dos elementos que servem
de base ao concurso e ficar anexo ao contrato de empreitada de obras
públicas.

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No caso de obra particular, o dono da obra deve incluir o PSS em projeto no
conjunto dos elementos que servem de base à negociação para que a
entidade executante não alegue desconhecimento ao contratar a empreitada.

No DL273/2003 de 29 de Outubro anexo I está a estrutura indicada do que o


PSS em projeto deve conter:

- Gestão e organização geral do estaleiro a incluir no PSS em projeto

- Identificação das situações suscetíveis de causar risco e que não puderam


ser evitadas em projeto, bem como as respectivas medidas de prevenção.

- Instalação e funcionamento de redes técnicas provisórias, nomeadamente


de eletricidade, gás e comunicações, Infra-estruturas de abastecimento de
água e sistemas de evacuação de resíduos.

- Delimitação, acessos, circulações horizontais e verticais e permanência de


veículos e pessoas.

- Movimentação mecânica e manual de cargas.

- Instalações e equipamentos de apoio à produção.

- Informações sobre os materiais, produtos, substâncias e preparações


perigosas a utilizar em obra.

- Planificação das atividades que visem evitar riscos inerentes à sua


sobreposição ou sucessão, no espaço e no tempo.

- Cronograma dos trabalhos a realizar em obra.

- Medidas de socorro e evacuação.

- Arrumação e limpeza do estaleiro.

- Medidas correntes de organização do estaleiro.

- Modalidades de cooperação entre a entidade executante, subempreiteiros


e trabalhadores independentes.

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- Difusão da informação aos diversos intervenientes, nomeadamente
empreiteiros, subempreiteiros, técnicos de segurança e higiene do trabalho,
trabalhadores por conta de outrem e trabalhadores independentes.

- Instalações sociais para o pessoal empregado na obra, nomeadamente


dormitórios, balneários, vestiários, instalações sanitárias e refeitórios.

Adjudicação:

O adjudicatário deve submeter à aprovação do Coordenador de Segurança


em prazo para o efeito determinado no caderno de encargos, todos os
elementos exigidos para complementar o PSS e aplicáveis nesta fase. De
referir que só após a conclusão desta fase é que se poderá dar inicio aos
trabalhos.

Execução dos trabalhos:

É nesta fase que o PSS deve ser adaptado às condições reais de execução.

Tratando-se de alterações introduzidas ao projeto, devem estas adaptações


ser submetidas à aprovação do Coordenador de Segurança, identificando os
riscos e as respectivas medidas preventivas previstas implementar de acordo
com os seus métodos construtivos, sem a qual os trabalhos não poderão
iniciar.

Concluídos todos os trabalhos, efetuadas as receções provisória ou definitiva,


proceder-se-á à confirmação da inclusão no PSS dos elementos considerados
relevantes, entregando ao dono de obra para arquivo e utilização sempre que
necessário, devendo fazer parte da Compilação Técnica, a organizar pelo
Coordenador de Segurança.

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Nesta fase a entidade executante deve desenvolver e especificar o plano de
segurança e saúde em projeto de modo a complementar as medidas previstas,
tendo nomeadamente em conta:

- As definições do projeto e outros elementos resultantes do contrato com a


entidade executante que sejam relevantes para a segurança e saúde dos
trabalhadores durante a execução da obra;

- As atividades simultâneas ou incompatíveis que decorram no estaleiro ou


na sua proximidade;

- Os processos e métodos construtivos, incluindo os que exijam uma


planificação detalhada das medidas de segurança;

- Os equipamentos, materiais e produtos a utilizar;

- A programação dos trabalhos, a intervenção de subempreiteiros e


trabalhadores independentes, incluindo os respectivos prazos de execução;

- As medidas específicas respeitantes a riscos especiais;

- O projeto de estaleiro, incluindo os acessos, as circulações, a


movimentação de cargas, o armazenamento de materiais, produtos e
equipamentos, as instalações fixas e demais apoios à produção, as redes
técnicas provisórias, a evacuação de resíduos, a sinalização e as
instalações sociais;

- A informação e formação dos trabalhadores;

- O sistema de emergência, incluindo as medidas de prevenção, controlo e


combate a incêndios, de socorro e evacuação de trabalhadores.

O plano de segurança e saúde para a execução da obra deve corresponder à


estrutura indicada no anexo II e ter juntos os elementos referidos no anexo III.

ANEXO II - Estrutura do plano de segurança e saúde para a execução da obra

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- Avaliação e hierarquização dos riscos reportados ao processo construtivo,
abordado operação a operação de acordo com o cronograma, com a
previsão dos riscos correspondentes a cada uma por referência à sua
origem, e das adequadas técnicas de prevenção que devem ser objeto de
representação gráfica sempre que se afigure necessário.

- projeto do estaleiro e memória descritiva, contendo informações sobre


sinalização, circulação, utilização e controlo dos equipamentos,
movimentação de cargas, apoios à produção, redes técnicas, recolha e
evacuação dos resíduos, armazenagem e controlo de acesso ao estaleiro.

- Requisitos de segurança e saúde segundo os quais devem decorrer os


trabalhos.

- Cronograma detalhado dos trabalhos.

- Condicionantes à seleção de subempreiteiros, trabalhadores


independentes, fornecedores de materiais e equipamentos de trabalho.

- Diretrizes da entidade executante relativamente aos subempreiteiros e


trabalhadores independentes com atividade no estaleiro em matéria de
prevenção de riscos profissionais.

- Meios para assegurar a cooperação entre os vários intervenientes na obra,


tendo presentes os requisitos de segurança e saúde estabelecidos.

- Sistema de gestão de informação e comunicação entre todos os


intervenientes no estaleiro em matéria de prevenção de riscos
profissionais.

- Sistemas de informação e de formação de todos os trabalhadores


presentes no estaleiro, em matéria de prevenção de riscos profissionais.

- Procedimentos de emergência, incluindo medidas de socorro e


evacuação.

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- Sistema de comunicação da ocorrência de acidentes e incidentes no
estaleiro.

- Sistema de transmissão de informação ao coordenador de segurança em


obra para a elaboração da compilação técnica da obra.

- Instalações sociais para o pessoal empregado na obra, de acordo com as


exigências legais, nomeadamente dormitórios, balneários, vestiários,
instalações sanitárias e refeitórios.

ANEXO III Elementos a juntar ao plano de segurança e saúde para a


execução da obra.

- Peças de projeto com relevância para a prevenção de riscos profissionais.

- Pormenor e especificação relativos a trabalhos que apresentem riscos


especiais.

- Organograma do estaleiro com definição de funções, tarefas e


responsabilidades.

- Registo das atividades inerentes à prevenção de riscos profissionais, tais


como fichas de controlo de equipamentos e instalações, modelos de
relatórios de avaliação das condições de segurança no estaleiro, fichas de
inquérito de acidentes de trabalho e notificação de subempreiteiros e de
trabalhadores independentes.

- Registo das atividades de coordenação, de que constem:

- As atividades do coordenador de segurança em obra;

- As atividades da entidade executante;

- As auditorias de avaliação de riscos profissionais efetuadas no estaleiro

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Aprovação do PSS para a execução da obra

O desenvolvimento e as alterações do PSS referidos anteriormente devem ser


validados tecnicamente pelo coordenador de segurança em obra e aprovados
pelo dono da obra, passando a integrar o PSS para a execução da obra.

O PSS pode ser objeto de aprovação parcial, nomeadamente se não


estiverem disponíveis todas as informações necessárias à avaliação dos
riscos e à identificação das correspondentes medidas preventivas, devendo o
plano ser completado antes do início dos trabalhos em causa. O dono da obra
deve dar conhecimento por escrito do PSS aprovado à entidade executante, a
qual deve dar conhecimento aos subempreiteiros e trabalhadores
independentes por si contratados, antes da respectiva intervenção no
estaleiro, da totalidade ou parte do plano que devam conhecer por razões de
prevenção.

O prazo fixado no contrato para a execução da obra não começa a correr


antes que o dono da obra comunique à entidade executante a aprovação do
PSS.

Aplicação do PSS para a execução da obra

A entidade executante só pode iniciar a implantação do estaleiro depois da


aprovação pelo dono da obra do PSS para a execução da obra.

O dono da obra deve impedir que a entidade executante inicie a implantação


do estaleiro sem estar aprovado o PSS para a execução da obra.

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A entidade executante deve assegurar que o PSS e as suas alterações
estejam acessíveis, no estaleiro, aos subempreiteiros, aos trabalhadores
independentes e aos representantes dos trabalhadores para a segurança,
higiene e saúde que nele trabalhem.

Os subempreiteiros e os trabalhadores independentes devem cumprir o PSS


para a execução da obra, devendo esta obrigação ser mencionada nos
contratos celebrados com a entidade executante ou o dono da obra.

A Inspecção-Geral do Trabalho pode determinar à entidade executante a


apresentação do PSS para execução da obra.

5 PLANO DE AÇÕES – CONDICIONALISMOS EXISTENTES NO LOCAL

O levantamento dos condicionalismos existentes no local tem como


objetivo detectar as situações que interfiram com a execução da obra,
impedindo a sua implantação, ou criando condições de risco que devam e
possam ser prevenidos na fase de conceção. Desta forma, é recomendado
que o Dono da Obra ou seu representante, com a colaboração do Autor do
projeto, tome as medidas necessárias no sentido de, sendo possível, eliminar
esses riscos antes de iniciado qualquer trabalho no terreno. Este
levantamento compreende o registo de todos os elementos que possam
interferir com a implantação da obra e do estaleiro de apoio.

Estes elementos constituem-se por:

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- Construções e outros obstáculos existentes - se existe nos terrenos do
estaleiro alguma linha de alta tensão, ou edifícios vizinhos que possam
interferir com o trabalho no estaleiro;

- Rede de abastecimento de água – Risco de corte do abastecimento para


determinadas zonas e risco de inundação na zona de trabalho e
desabamentos de terras;

- Rede de drenagem de águas residuais - risco de inundação na zona de


trabalho e desabamento de terras, se não houver uma rede de drenagem é
preciso fazer-se uma ligação à rede de esgotos local;

- Rede de drenagem de águas pluviais - risco de inundação na zona de


trabalho e desabamento de terras, se não houver uma rede de drenagem é
preciso fazer-se uma ligação à rede de esgotos local;

- Rede de gás - risco de inalação de gases ou incêndios, pode ser preciso


fazer uma ligação à rede de gás local se não houver uma existente no local.

- Rede elétrica – risco de eletrocussão;

- Rede telefónica e televisiva - risco de de corte dos serviços telefónicos e


televisivos para determinadas zonas;

- Condições de acesso ao local – Se houver nas zonas periféricas vias de


comunicação com elevado trânsito automóvel é necessário precaver
quanto à alta movimentação em torno do estaleiro. Também é preciso que
ela seja imposta quando não há condições favoráveis de acesso, ou até
que seja melhorada.

Este documento fará parte do plano de segurança e saúde para a execução


da obra.

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Atendendo às características da obra, antes do início dos trabalhos o
Empreiteiro terá de proceder à verificação e registo de todos os
condicionalismos existentes, quer para a implantação do estaleiro, quer para a
obra, confirmando aqueles já conhecidos e identificados e todos os outros que,
eventualmente, não tenham sido referenciados e que possam vir a criar
condições de risco.

Assim, o plano a elaborar deverá sistematizar estes condicionalismos e


indicar as respectivas medidas de prevenção de acidentes. A identificação
destes condicionalismos deverá ser feita o mais cedo possível, de forma a
procurar soluções que garantam o nível de segurança pretendido.
Relativamente às infra-estruturas técnicas existentes (redes públicas de água,
esgotos, eletricidade, telefones, gás, etc.), deverão ser identificados os tipos
de infra-estruturas que têm de ser tidos em consideração, pelo que, na fase de
obra, deverá ser efetuado o respectivo reconhecimento, com vista ao
estabelecimento das medidas de proteção a tomar face aos riscos previsíveis.

Exemplo de Quadro para Registo de condicionalismos existentes

Interferência com

Registo de condicionalismos existentes


Estaleiro Obra

Construções e outros obstáculos existentes

Infra-estruturas técnicas, enterradas ou aéreas

Rede de abastecimento de água

Rede de drenagem de águas residuais

Rede de drenagem de águas pluviais

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Rede de gás

Rede elétrica

Rede telefónica e televisiva

Condições de acesso ao local

CAPÍTULO 3

1 Higiene e Segurança do Trabalho no Brasil


2 Conclusão
3 Bibliografia

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4 Anexos

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