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Poder Diretivo
Direito de propriedade
Art. 5º, XXII - é garantido o direito de propriedade;
Livre iniciativa:
CLT:
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite,
assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
4. Vertentes:
Fundamentado no Artigo 2º, da CLT, o poder diretivo do empregador se divide em três prerrogativas
fundamentais dentro do local de trabalho: poder de organização, poder de controle e poder disciplinar.
Funções executivas: como deve organizar o trabalho. Se manifesta por meio de atos meramente
constitutivos, não determinando nenhuma conduta para os trabalhadores.
Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e
ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula
infringente desta garantia.
Advertência verbal ou escrita: não prevista na CLT, mas pode ser aplicada por ser mais benéfica. Não
pode ser anotada no CTPS do empregado.
Suspensão disciplinar de, no máximo, 30 dias consecutivos: mais de 30 dias consecutivos pode dar ensejo
a rescisão indireta (injusta), conforme o art. 474 da CLT. A suspensão suspende tanto a prestação do serviço
como a percepção do salário.
Dispensa por justa causa: é a mais grave das penalidades. Prevista nas hipóteses do artigo 482, CLT:
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à
empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
f) embriaguez habitual ou em serviço;
g) violação de segredo da empresa;
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições,
salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso
de legítima defesa, própria ou de outrem;
l) prática constante de jogos de azar.
m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do
empregado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito
administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional.
* Não cabe justa causa para alguém que é alcoólatra por se tratar de doença, mas o sujeito que chega bêbado
pode ser demitido por justa causa.
Além da gravidade do ato, outros elementos devem ser analisados, como:
Obs. Estabelecer que o funcionário vista uniforme está dentro do poder diretivo do empregador, desde que
não acarrete custos para o empregado, ou seja, desde que o empregador forneça o devido uniforme. -- >
Rescisão indireta é a justa causa inversa, ou seja, o empregador rescinde o contrato judicialmente por falta
do empregador (483);
Art. 483: o empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando:
a. Verificação de antecedentes criminais: como regra, não é possível verificar os antecedentes criminais,
vez que fere o objetivo de ressocialização da pena. Entende-se, pois, tratar-se de prática discriminatória em
relação a pessoas que já cumpriram a pena e que sofrem dificuldade de reingressar no mercado de trabalho
em razão de seus antecedentes. No entanto, o TST relativizou o entendimento, passando a admitir a busca d
antecedentes criminais em situações que entendeu justificáveis. Tal regra se justifica, inclusive, pelo
fomento estatal concedido a algumas empresas visando á contratação de ex detentos.
Jurisprudência STJ: a exigência de certidão de antecedentes não configura danos morais quando existir
expressa previsão legal ou se justificar-se em razão da natureza do ofício ou do grau especial de fidúcia
exigido, a exemplo de empregados domésticos, cuidadores de menores, idosos ou deficientes, motoristas
rodoviários de carga, empregados que laboram no setor da agroindústria com instrumentos perfurocortantes.
Ausente a necessidade especial para exigir a FAC, caracteriza-se o dano moral in re ipsa, ainda que o
sujeito tenha sido ou não contratado
Chamada de pesquisa IBCCRIM a pena não cumpre nenhuma das funções previstas no oj brasileiro
(teoria agnóstica da pena), prova disso é, inclusive, a relativização da verificação de antecedentes criminais
proposta pelo STJ, de forma a impedir o aspecto ressocializador que a pena deveria ter.
b. Detector de metais e instalação de câmeras: mecanismos para aprimorar a vigilância, com finalidade de
zelar pela segurança no ambiente e também pela vigilância patrimonial evitando furtos e desvios. Como
regra, a Justiça admite tais práticas como parte do poder diretivo do empregador, ressalvada a instalação de
câmeras nos banheiros e vestiários, prática essa vedada. É válido ressaltar que essa forma de fiscalização não
pode ser utilizada de forma discriminatória, ex. passar detector de metais só em empregados negros ou
mulheres.
c. Pesquisa no SERASA-SPC: a jurisprudência do TST ainda está dividida. A maioria conclui que tal
prática é discriminatória. A discussão gira em torno de dois pontos: seria uma prática discriminatória para
as pessoas endividados e que precisam de um emprego formal para saldar as dívidas ou, se por outro lado;
sendo cadastros públicos, não se estaria discriminando ou violando a intimidade de tais trabalhadores em
processos seletivos.
Algumas decisões consideram a prática como discriminatória porque a Lei n. 9029/95, que proíbe atos
discriminatórios para efeitos de admissão no empregado, não tem qualquer pertinência com a prática de
empresa em realizar prévia consulta sobre a conduta dos candidatos às vagas de trabalho.
Jurisprudência TST: decisão condenando a dano moral coletivo em virtude de análise do empregador de
inscrição em cadastro de devedor.
d. Exame toxicológico: como regra, não é admitida. Entende-se que implica violação aos direitos da
personalidade do empregado e a sua dignidade como ser humano. Igualmente, entende-se que eventual
inadmissão ou dispensa do empregado em razão do exame apresentar resultado positivo constitui conduta
discriminatória da empresa, sob o fundamento que o vício em álcool e drogas é classificado como doença
pela OMS e o empregado não pode ser penalizado por isso.
f. Revista íntima: devem ser: em bolsas e bolsos; sem qualquer tipo de contato físico com o
empregado, muito menos pedido de retirada de vestimentas que exponham partes do corpo; o revistador
deve ser do mesmo sexo que o revistado, sem exceção.
g. Verificação de email pessoal do empregado: a verificação por parte do empregador do conteúdo das
mensagens enviadas pelo email pessoal pode ser considerado como crime de violação de correspondência e
atentado contra a intimidade do empregado. Vale ressaltar que emails coorporativos, contudo, podem ser
verificados.
Art. 5, XII, CF: XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação
criminal ou instrução processual penal;
Lei 9029/95, art. 2°: Art. 2º Constituem crime as seguintes práticas discriminatórias:
I - a exigência de teste, exame, perícia, laudo, atestado, declaração ou qualquer outro procedimento relativo à esterilização ou a
estado de gravidez;
II - a adoção de quaisquer medidas, de iniciativa do empregador, que configurem;
a) indução ou instigamento à esterilização genética;
b) promoção do controle de natalidade, assim não considerado o oferecimento de serviços e de aconselhamento ou planejamento
familiar, realizados através de instituições públicas ou privadas, submetidas às normas do Sistema Único de Saúde (SUS).
Pena: detenção de um a dois anos e multa.
Parágrafo único. São sujeitos ativos dos crimes a que se refere este artigo:
I - a pessoa física empregadora;
II - o representante legal do empregador, como definido na legislação trabalhista;
III - o dirigente, direto ou por delegação, de órgãos públicos e entidades das administrações públicas direta, indireta e fundacional
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.