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Piracicaba
2008
Jhones Onorino Sarturi
Médico Veterinário
Orientador:
Prof. Dr. LUIZ GUSTAVO NUSSIO
Piracicaba
2008
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
CDD 636.213
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
3
DEDICO
4
5
OFEREÇO
6
7
EPÍGRAFE
Sun Tzu
8
9
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Iraci e Onorino, que sempre me ensinaram a fazer o possível
para alcançar o impossível.
Ao meu irmão, Marcos, pelo exemplo de luta e dedicação.
À minha irmã, Kátia, pelas palavras e atos que me incentivaram sempre a seguir
em frente.
Aos meus queridos sobrinhos, Fabrízio e Laiza, pela inocência de seus olhares
que poucas vezes assisto, mas que sempre estão em meus pensamentos.
À Dra. Maity Zopollatto pelos ensinamentos e apoio nas horas mais difíceis da
condução deste trabalho.
À República Zona Rural, pelo grande apoio e pelos ótimos momentos de
convivência e amizade.
Aos meus eternos amigos Juliano Ernesto e Fernando Arévalo Batista, pela
grande amizade e palavras de incentivo nos momentos mais importantes de minha vida.
A todos que de maneira direta ou indireta contribuíram para a elaboração deste
trabalho.
MUITO OBRIGADO!
11
SUMÁRIO
RESUMO........................................................................................................................ 13
ABSTRACT .................................................................................................................... 15
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... 17
LISTA DE TABELAS ...................................................................................................... 19
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ......................................................................... 21
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 23
2 DESENVOLVIMENTO ................................................................................................ 25
2.1 Revisão bibliográfica ................................................................................................ 25
2.1.1 Co-produtos na alimentação animal ...................................................................... 25
2.1.2 Polpa cítrica peletizada ......................................................................................... 26
2.1.2.1 Desempenho de bovinos de corte ...................................................................... 28
2.1.2.2 Composição químico-bromatológica .................................................................. 31
2.1.3 Polpa cítrica úmida ................................................................................................ 33
2.1.4 Aditivos na ensilagem............................................................................................ 37
2.1.4.1 Aditivos na ensilagem de polpa cítrica úmida..................................................... 38
2.1.4.2 Benzoato de sódio .............................................................................................. 40
2.1.5 Polpa de citros úmida despectinada (Braspolpa®) ................................................ 43
2.2 Material e métodos ................................................................................................... 46
2.2.1 Local dos experimentos......................................................................................... 46
2.2.2 Delineamento experimental ................................................................................... 46
2.2.2.1 Ensaio 1 ............................................................................................................. 46
2.2.2.2 Ensaio 2 ............................................................................................................. 47
2.2.3 Instalações ............................................................................................................ 47
2.2.4 Animais, rações experimentais e manejo alimentar .............................................. 48
2.2.4.1 Ensaio 1 ............................................................................................................. 48
2.2.4.2 Ensaio 2 ............................................................................................................. 52
2.2.4.2.1 Confecção da silagem de PCUD ..................................................................... 55
2.2.5 Amostragens ......................................................................................................... 58
2.2.6 Avaliações no painel das silagens ......................................................................... 59
12
RESUMO
Polpa cítrica úmida despectinada em substituição à polpa peletizada no
desempenho de bovinos de corte confinados
O objetivo deste trabalho foi avaliar a substituição parcial (30%) da polpa cítrica
peletizada (PCP) por polpa de citros úmida despectinada (PCUD) na ração de bovinos
em terminação. No 1o experimento, utilizou-se a PCUD em sua forma in natura. Para
este ensaio foram utilizados 48 machos não castrados (24 Nelore e 24 Canchim) com
idade aproximada de 18 meses e peso vivo inicial de 404 e 439 kg para Nelore e
Canchim, respectivamente. O delineamento utilizado foi o de blocos ao acaso com
arranjo fatorial 2x2 (duas raças e dois tratamentos) com os animais agrupados por raça
e peso vivo inicial. O período experimental foi de 92 dias divididos em três períodos. As
rações foram compostas de bagaço de cana-de-açúcar in natura, PCP, farelo de soja,
uréia, núcleo mineral e vitamínico, bicarbonato de sódio e monensina sódica, além da
polpa de citros úmida despectinada in natura. No 2o experimento, utilizou-se a PCUD
em sua forma ensilada, aditivada na ensilagem ou não com benzoato de sódio (0,18%
da MV). Para este ensaio foram utilizados 54 machos não castrados tricross
(Nelore/Angus ou Nelore/Santa Gertrudis x Pardo Suíço de corte) com idade
aproximada de 16,5 meses e peso vivo inicial de 303 kg. O delineamento utilizado foi o
de blocos ao acaso com os animais agrupados por peso vivo inicial. O período
experimental foi de 91 dias divididos em três períodos. As rações foram compostas de
bagaço de cana-de-açúcar in natura, PCP, farelo de algodão, uréia, núcleo mineral e
vitamínico, bicarbonato de sódio e monensina sódica, além da PCUD ensilada com e
sem benzoato de sódio. Para os dois ensaios as rações continham 85% de ingredientes
concentrados e 15% de bagaço cana-de-açúcar in natura, formuladas de acordo com o
NRC (Gado de corte) nível 1 para serem isoprotéicas e com balanço positivo de
proteína degradável no rúmen e proteína metabolizável. Foram avaliados o ganho de
peso diário (kg/dia de PV), o consumo de matéria seca (kg/dia de MS), a conversão
alimentar (consumo de matéria seca/ganho de peso diário), a energia líquida para
manutenção, ganho e energia metabolizável das rações (Mcal/kg de MS) e a relação
entre a energia calculada com os dados do experimento e a predita pelo NRC (1996)
nível 1 (observado/predito). Em ambos os experimentos, a substituição da PCP por
PCUD aumentou a ingestão de fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido
(P<0,01) e não afetou o consumo de matéria seca (8,05 vs. 8,13 e 7,76 vs. 7,78 kg/dia
para o 1o e 2o ensaio, respectivamente), o ganho de peso diário (1,11 vs.1,16 e 1,27 vs.
1,36 kg/dia para o 1o e 2o ensaio, respectivamente) e a conversão alimentar (7,82 vs.
7,29 e 6,62 vs. 5,96 kg de MS/kg de GPD para o 1o e 2o ensaio, respectivamente). Os
valores observados de energia líquida de manutenção, ganho e energia metabolizável
das rações não diferiram (P>0,05) entre os tratamentos. Já a relação de energia
(observada/predita) do tratamento com PCP foi inferior (P<0,05) à da ração contendo
PCUD (1,15; 1,39; 1,22 vs. 1,23; 1,51; 1,28 e 1,10; 1,31; 1,18 vs. 1,18; 1,45; 1,24
Mcal/kg MS de ELm, ELg e EM para o 1o e 2o ensaio, respectivamente). A substituição
parcial de PCP por PCUD in natura ou ensilada não alterou o desempenho dos animais.
ABSTRACT
Despectinated moist citrus pulp in partial replacing of pelleted citrus pulp on
beef cattle performance
The objective of this study was evaluate despectinated citrus pulp (Braspolpa®)
replacing 30% of pelleted citrus pulp in feedlot beef cattle finishing diets. In the first trial,
was used despectinated citrus pulp in natura. Forty eight yearling bulls (24 Nelore and
24 Canchim), 18 months old and averaging 404 and 439 kg initial live weight for Nelore
and Canchim, respectively. The animals were assigned in a randomized block design
with a 2x2 factorial scheme (two breeds and two treatments) and grouped by breed and
initial live weight. Experimental period lasted 92 days, with three periods. Diets
contained sugar cane bagasse in natura, dried citrus pulp, soybean meal, urea, mineral-
vitamin mix, sodium bicarbonate, sodium monensin, and the energy sources tested
(despectinated citrus pulp). In the second trial, the despectinated citrus pulp was ensiled
with or without sodium benzoate (0.18% of GM). Fifty four yearling bulls (Nelore/Angus
or Nelore Santa Gertrudis x Braunvieh), 16.5 months old and averaging 303 kg initial
live weight. The animals were assigned in a complete randomized block design, and
grouped by initial live weight. Experimental period lasted 91 days, with three periods.
Diets contained sugar cane bagasse in natura, dried citrus pulp, cotton meal, urea,
mineral-vitamin mix, sodium bicarbonate, sodium monensin, and the energy sources
tested (despectinated citrus pulp with and without sodium benzoate). For these two
trials, the rations were composed of 85% of the concentrate and 15% of the sugar cane
bagasse in natura, and were balanced according to NRC (1996) level 1, to reach
isonitrogeneous with positive rumen degradable protein and metabolizable protein
balances. Variables evaluated were daily weight gain (DWG, kg/day), dry matter intake
(DMI, kg DM/day), feed conversion (FC, kg DMI/kg DWG), net energy for maintenance
and gain values, and the ratio between calculated net energy (based on experimental
data) and net energy predicted by NRC (1996), level 1 (observed/predicted). In both
trials, the substitution of dried citrus pulp for despectinated citrus pulp increased the
NDF and ADF intakes (P<0.01) and did not affect (P>0.05) DMI (8.05 vs. 8.13 and 7.76
vs. 7.78 kg/day for the first and second trials, respectively), DWG (1.11 vs. 1.16 e 1.27
vs. 1.36 kg/day for the first and second trials, respectively), neither FC (7.82 vs. 7.29 e
6.62 vs. 5.96 kg of DM/kg for the first and second trials, respectively). Observed values
for net energies of maintenance and gain did not differ among treatments (P>0.05).
According to the experimental data, the net energy relation (observed/predicted) for the
PCP treatment was lower (P<0.05) than PCUD treatment (1.15; 1.39; 1.22 vs. 1.23;
1.51; 1.28 and 1.10; 1.31; 1.18 vs. 1.18; 1.45; 1.24 Mcal/kg DM of NEm, NEg and ME
for the first and second trials, respectively). The partial replacing of PCP for PCUD in
natura or ensiling did not change the animal performance.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO
que o produto tenha que ser adquirido, em quantidades pré-determinadas, com muitos
meses de antecedência, com base em contratos de compra, caso contrário, o
consumidor estará sujeito ao mercado varejista, estando, com isso, associado a custos
mais elevados.
A utilização de polpa cítrica in natura é uma maneira de eliminar os custos
originados pelo processo de secagem. Atualmente, na tentativa de utilização desta
polpa úmida, empresas extraem parcialmente o constituinte nobre deste produto, a
pectina, utilizada na indústria de alimentação humana e farmacêutica. Com a extração
da pectina, tem-se como resíduo, a polpa de laranja úmida despectinada (Braspolpa),
produto este com custo inferior. Desta forma, este co-produto torna-se uma nova
alternativa na produção de ruminantes. No entanto, é necessário o esclarecimento no
que se refere aos níveis de inclusão nas rações, assim como a viabilidade do
armazenamento deste co-produto.
Portanto, torna-se imprescindível a avaliação do desempenho de bovinos de
corte, sob regime de confinamento, alimentados com polpa de citros úmida
despectinada em sua forma in natura e armazenada na forma de silagem, assim como,
avaliar o teor energético e composição químico-bromatológicas das rações contendo
este co-produto. Medidas indicativas de perdas do painel das silagens também podem
auxiliar em decisões no manejo diário e na utilização deste alimento.
25
2 DESENVOLVIMENTO
competição da polpa cítrica com cereais locais, como o milho, a cevada e o trigo
(CARVALHO, 1995).
Sob o ponto de vista clínico, alguns problemas dermatológicos são relatados na
literatura, sempre acompanhados de histórico de má conservação do produto em
propriedades onde há contato do material com umidade, proporcionando crescimento
de fungos e, por conseqüência, a produção de toxinas letais. Do contrário, o uso de
polpa cítrica em rações não tem sido relacionado com alterações indesejáveis nas
características clínicas vitais (OLIVEIRA; MELLO; ARAÚJO, 2002).
No entanto, após este marcante episódio, o preço das exportações jamais atingiu
os patamares alcançados anteriormente. Isso fez com que este co-produto se tornasse
atrativo financeiramente para o mercado nacional, e a sua utilização tornara-se apenas
questão de acesso à informação (EZEQUIEL, 2001).
resultando em substituição parcial (40%) de milho moído fino por PCP. Os animais que
receberam a ração com 85% de concentrados tiveram GPD superior (1,36 vs. 1,20
kg/dia) aos animais que receberam ração contendo 91% de concentrados. Neste caso,
a dose intermediária de concentrado (85%) mostrou-se mais eficiente quando
comparada à maior inclusão desses ingredientes (91%). Isso corrobora os dados
observados no estudo de Leme et al. (2000), onde, provavelmente, a maior inclusão de
concentrados tenha sido capaz de ressaltar a diferença energética entre o milho e a
PCP. No entanto, o consumo de matéria seca (CMS) foi menor (6,85 vs. 7,93 kg
MS/dia) para o tratamento com 91% de concentrado, consistindo assim em fator mais
relevante no que diz respeito ao GPD que a diferença energética existente entre o grão
de milho e a PCP.
quando o milho grão é substituído por PCP e a concentração molar de AGV aumenta
mesmo havendo menor quantidade de amido na ração.
Dentre os principais constituintes da matéria orgânica da PCP, podem-se
destacar os carboidratos, pois os mesmos representam em torno de 80% da matéria
seca do co-produto. Dentre os monossacarídeos representantes desta fração, temos a
glicose, xilose, arabinose, galactose, manose, frutose, e os ácidos urônicos (pectina –
ácido galacturônico), representando, 29,0; 2,14; 6,8; 6,57; 2,62; 10,2 e 21,5%,
respectivamente. Dentre os açúcares citados, destacam-se os ácidos urônicos (74% da
pectina é representada por ácido galacturônico), que possuem aproximadamente 98%
de digestibilidade (MIRON; YOSEF; BEN-GHEDALIA, 2001).
O teor de fibra solúvel em detergente neutro (FSDN) encontrado na PCP é de
aproximadamente 33%. Esta fração é representada por carboidratos do tipo (1→3 e
1→4)-β-glucanas, frutanas e substâncias pécticas (HALL; PELL; CHASE, 1998; HALL,
2002). Considerando que grande parte da fibra solúvel é representada pela pectina e
que aproximadamente 74% da mesma é composta por ácido galacturônico, tem-se que
cerca de 24% é representado por ácidos urônicos, muito próximo do observado por
Miron; Yosef e Ben-Ghedalia (2001).
laranja ensilada com aproximadamente 40% de CHO’S, foi recuperada, após 35 dias de
armazenamento, com teor de CHO’S de 12,3 e 22% da MS, para os tratamentos de
desidratação e ácido sórbico, respectivamente. A produção de etanol foi maior na polpa
desidratada (16 vs. 7% da MS), não diferindo do tratamento controle (16,5% da MS).
Isso pode estar associado à maior quantidade de leveduras assimiladoras de lactato
encontradas no efluente deste tratamento (5,4 vs. 4,5 Log UFC/g de MS), embora a
contagem realizada na massa ensilada tenha sido superior para o tratamento com ácido
sórbico (4,3 vs. 3,6 Log UFC/g de MS). Isso parece demonstrar que o ácido sórbico
interferiu mais na atividade das leveduras do que em sua contagem propriamente dita.
Assim, a PTMS observada para o tratamento de desidratação também foi maior (31 vs.
21% da MS). O uso de temperatura (350C) poderia ter colaborado para o
desenvolvimento de microrganismos indesejáveis e/ou a ativação de enzimas como
pectinases, que por sua vez realçam as perdas no processo.
O uso de uréia (1% da MV e 1,8% da MS) durante a ensilagem de polpa de
laranja parece não ter surtido efeito na redução das perdas na fermentação da massa
ensilada (CEVERA; CARMONA; MARTI, 1985; WEINBERG et al., 1988).
O teor inicial de CHO’S de 15% da MS foi reduzido em 50% nos primeiros três
dias de fermentação, enquanto que no décimo dia, em média 80% do conteúdo inicial
havia se perdido. O valor encontrado para perda total de matéria seca (PTMS) para o
tratamento controle e com uréia foi de 26% da MS. O teor de proteína bruta ao término
de 100 dias de ensilagem foi de 17,3% e 10,4% da MS, para os tratamentos com uréia
e controle, respectivamente. No entanto, a perda de PB foi inferior para o tratamento
com uréia (6,25 vs. 10,27% da PB total). A amônia livre do tratamento com uréia
poderia ter sido retida nas substâncias pécticas do co-produto (CEVERA; CARMONA;
MARTI, 1985). O uso de uréia não foi capaz de conter a produção de etanol na massa
ensilada, atingindo teores de 13% da MS (WEINBERG et al., 1988).
Rivas et al. (1991), em estudo com silos experimentais armazenados durante o
período de 100 dias, avaliaram o uso de ácido fórmico (4% da MV), polpa de beterraba
desidratada (6,25% da MV) e cloreto de sódio (2,5% da MV), como aditivos para
controle das perdas na silagem de polpa de laranja, e observaram teores de ácido lático
de 10,23; 12,30 e 8,26% da MS, respectivamente, enquanto que, o tratamento controle
40
apresentou teor de 13,8% da MS, valor este considerado satisfatório para a boa
conservação dessa silagem.
Ítavo et al. (2000) avaliaram o uso de aditivos enzimático-microbiano e químicos
(ácido fórmico, propiônico e acético) na fermentação e composição da polpa de laranja
armazenada sob forma de silagem, contendo teor de MS inicial de 12,1%. Apesar dos
autores indicarem a necessidade de novas pesquisas, relataram que a polpa de laranja
úmida pode ser eficientemente conservada sob a forma de silagem sem o uso de
aditivos, uma vez que o tratamento controle não diferiu entre os demais quanto à
DVIVMS (89%), FDN (19,7%), FDNDIg (94,8%), pH (3,31) e N amoniacal (4% do N
total), para silagens com 13,5% de MS e armazenadas em silos experimentais pelo
período de 63 dias, embora neste estudo, não tenham sido avaliadas as perdas por
gases, efluente e o teor de CHO’S da silagem.
O efeito antimicrobiano dos ácidos pode ser exercido por sua forma dissociada
(altamente polar), onde a concentração elevada de hidrogênio no meio (baixo pH)
descontrola a força próton motriz das células microbianas, fazendo com que a ATPase
impulsione quantidade exagerada de hidrogênio para dentro da célula, limitando o
crescimento dos microrganismos. O efeito de uma base é o contrário, a debilidade de
prótons no meio faz com que a força próton motriz não seja capaz de impulsionar a
ATPase microbiana, assim não sendo capaz de produzir a energia necessária para o
microrganismo.
No entanto, existe outra forma de ação de muitos ácidos, que na prática é muito
mais efetiva, quando o mesmo está em sua forma não dissociada. Nesta forma, o ácido
é apolar, facilitando sua entrada pela membrana celular (dupla camada lipídica). Dentro
do microrganismo, ele pode dissociar-se, abaixando o pH intracelular (que estava
próximo da neutralidade). Isso afeta drasticamente o metabolismo celular, pois afeta o
gradiente de próton e a ação de algumas enzimas (LAMBERT; STRATFORD, 1999;
PALENZUELA, 2000).
Desta forma, o benzoato de sódio apresenta maior efetividade no controle
microbiano, uma vez que apresenta solubilidade 200 vezes maior que a do ácido
benzóico. Sua atividade antifúngica e contra leveduras também é conhecida.
Geralmente, doses de 0,1% MV são suficientes para preservar produtos alimentícios
42
O restante do material que passa por esta filtragem, segue o fluxograma até ser
obtido o produto final, a pectina em padrão comercial.
Este co-produto (Braspolpa®) apresenta grande potencial para a produção de
ruminantes devido a sua característica energética. Pelo fato deste produto passar por
fortes processos de hidrólise (ácido nítrico), existe a possibilidade destes constituintes
fibrosos estarem arranjados de forma mais disponível para a digestão pelos ruminantes.
Outra característica deste material é o baixo pH encontrado no produto final (2,4
a 3,0), o que indica a possibilidade de boas condições para a estocagem do mesmo sob
a forma de silagem.
A apresentação física do co-produto (Figura 3) também é um fator que pode
auxiliar no armazenamento, uma vez que o reduzido tamanho de partícula, associado à
boa homogeneidade do material, auxiliam no processo de auto compactação que
ocorre quando o produto é acomodado no momento em que é descarregado em local
de destiva.
45
2.2.2.1 Ensaio 1
O delineamento utilizado foi o de blocos ao acaso com arranjo fatorial 2x2 (duas
raças e dois tratamentos), com quatro repetições, totalizando 16 unidades
experimentais (baias coletivas). Os fatores de agrupamento constituíam-se da raça e do
peso vivo inicial dos animais, visando compor unidades experimentais com peso inicial
semelhante dentro de cada bloco.
47
2.2.2.2 Ensaio 2
2.2.3 Instalações
manejados com o auxílio dos quatro portões laterais presentes em cada baia. Os
bebedouros eram drenados e lavados a cada dez dias.
2.2.4.1 Ensaio 1
A mistura mineral foi formulada para conter fósforo (8%), cálcio (12%), potássio
(10%), sódio (3%), enxofre (6%), cobre (550 mg/kg), cobalto (6 mg/kg), manganês (800
mg/kg), selênio (13 mg/kg), zinco (2500 mg/kg), iodo (35 mg/kg), monensina sódica
(1800 mg/kg), vitamina A (130000 UI/kg), vitamina D (17000 UI/kg) e vitamina E (1500
UI/kg).
Os componentes químico-bromatológicos dos ingredientes das rações
apresentados na Tabela 1 foram determinados após o término do período experimental.
Assim, para a formulação das rações experimentais foram utilizadas entidades
bromatológicas dos mesmos ingredientes já existentes na biblioteca do programa de
formulação de ração.
A principal diferença entre os tratamentos esteve relacionada com a substituição
parcial (30%) de polpa cítrica peletizada por PCUD in natura. Essa dose de substituição
foi admitida a partir de duas observações; a primeira relacionada à quantidade de MV
ofertada a cada animal, uma vez que a PCUD apresentou em média 15% de MS, e com
isso, doses de inclusão maiores poderiam limitar o consumo dos animais pelo fator de
enchimento ruminal; a segunda, relacionada ao equipamento existente para
homogeneizar a ração, sendo esta dose de inclusão considerada como apropriada para
a mistura com os outros ingredientes utilizados.
Neste estudo, a PCUD foi utilizada em sua forma in natura, sendo que cada nova
remessa foi recebida, em média, a cada dez dias no local do experimento. Esta foi
acondicionada em superfície plana de concreto e coberta por lona plástica (Figura 4).
Próximo de seu término, (dois dias de antecedência) outra remessa era requerida. As
quantidades em MV fornecidas eram ajustadas pelo teor de MS das remessas, sempre
que as mesmas chegavam ao Departamento de Zootecnia da ESALQ. Foram
recepcionadas dez cargas durante o período experimental. Para evitar fontes de
variação no co-produto avaliado, utilizaram-se apenas remessas com proporções
semelhantes de casca, sementes e bagaço de laranja para o ensaio experimental.
Diariamente, eram quantificadas as perdas de superfície do material. Julgava-se
inapropriado para o consumo dos animais, qualquer porção da PCUD in natura que
tivesse coloração enegrecida ou atípica. Estas porções com coloração alterada
51
2.2.4.2 Ensaio 2
A mistura mineral foi formulada para conter fósforo (8%), cálcio (15%), potássio
(10%), sódio (2%), enxofre (8%), cobre (500 mg/kg), cobalto (4 mg/kg), manganês
(1300 mg/kg), selênio (13 mg/kg), zinco (2500 mg/kg), iodo (35 mg/kg), monensina
sódica (1800 mg/kg), vitamina A (250000 UI/kg), vitamina D (20000 UI/kg) e vitamina E
(1500 UI/kg).
Os componentes químico-bromatológicos dos ingredientes das rações
apresentados na Tabela 2 foram determinados após o término do período experimental.
Assim, para a formulação das rações experimentais, foram utilizadas entidades
54
fornecida, utilizou-se a mesma balança de pesagem dos ingredientes, agora, para todos
os componentes da ração.
Este manejo adicional determinou maior demanda de tempo para a alimentação
dos animais, em média, duas horas a mais que o arraçoamento convencional, uma vez
que o material destinado a cada baia era pesado individualmente em baldes plásticos
com capacidade de 30 L.
deslocando, a lona foi sendo desenrolada e a PCUD foi depositada sobre a mesma
(Figura 5).
O primeiro silo finalizado foi aquele referente ao tratamento contendo PCUD sem
nenhum tipo de aditivo químico. Após as 70 toneladas terem sido depositadas por meio
de cinco cargas sucessivas, uma lona plástica preta de 200 micras de espessura foi
utilizada para cobrir o silo. A borda excedente da lona que estava embaixo da massa foi
enrolada conjuntamente à lona da superfície e mantidas pressionadas por sacos de
areia acondicionados a cada metro ao redor de todo o silo. Para esta quantidade de
PCUD armazenada, foi necessária, no momento da ensilagem, cerca de 90 m2 (18 x
5 m) a uma altura de 1,3 m. Após o período de armazenamento, em virtude do declive
do terreno e da acomodação da massa, o silo passou a ocupar área com cerca de 150
m2 (20 x 7,5 m) e com altura no centro da massa de aproximadamente 0,45 m.
Para o segundo silo, a quantidade de PCUD e logística de ensilagem foram
similares ao primeiro. A única diferença foi a aplicação do aditivo químico benzoato de
sódio, que era de origem chinesa e foi adquirido ao custo de R$ 5,60/kg em embalagem
de 25 kg.
57
2.2.5 Amostragens
ganho (ELg) foram obtidos conforme proposto por Zinn e Shen (1998), por meio das
equações 3 e 4, respectivamente. Para tal, foi necessário calcular as exigências de
manutenção (Em) e de ganho (Eg), em Mcal/dia, com base nas fórmulas 1 e 2,
respectivamente, propostas por Lofgreen e Garrett (1968) e NRC (1984),
respectivamente. Para os dados de consumo de matéria seca (CMS), ganho de peso
diário (GPD) e média de peso vivo (PV), foram utilizadas as médias observadas nos
animais pertencentes a cada baia (unidade experimental).
A ração controle descrita acima (equação 6), contém como fonte energética
apenas a polpa cítrica peletizada e, a energia metabolizável adotada para este
ingrediente (2,75) foi calculada segundo o NRC (1996), utilizando o valor de NDT
estimado pelo NRC (2001) com base nas análises químico-bromatológicas realizadas
no presente estudo.
onde:
µ= média geral
efeito do tratamento i, = 1, 2
ti =
rj = efeito da raça j, = 1, 2
das matrizes mais adequadas para a análise estatística, sendo estas expostas na
Tabela 4 (FREITAS, PRESOTTI; TORAL, 2005).
onde:
µ= média geral
efeito do tratamento i, = 1, 2
ti =
rj = efeito da raça j, = 1, 2
onde:
µ= média geral
72
Yij = µ + ti + b j + ∑ ij
onde:
µ= média geral
onde:
µ= média geral
efeito do tratamento i, = 1, 2
ti =
dj = efeito do dia j, = 1,...80
2.3.1 Ensaio 1
O baixo teor energético encontrado para o BIN (34,9%) pode ser explicado, ao
menos em parte, pelo alto teor de cinzas encontrado no material (7,98%). Isso pode ser
indicativo da presença de impurezas no BIN utilizado neste experimento, uma vez que
normalmente são encontrados teores próximos de 2% para esta entidade bromatológica
76
(NRC, 1996; NRC, 2001), embora Gutmanis (1990), Nussio (1993) e Hausknecht (1996)
tenham encontrado teores de 3,48; 3,40 e 3,48% da MS, respectivamente, para este
parâmetro. Em algumas cargas recepcionadas de BIN era possível encontrar
contaminantes grosseiros como pedras misturadas ao material. Embora, Berndt (2000)
tenha relatado o teor de 30% de NDT para o BIN, a literatura geral (NRC, 1996;
MANZANO et al., 2000; NRC, 2001) sugere que o valor encontrado no presente estudo
situa-se abaixo do normal. Os demais parâmetros determinados na composição
químico-bromatológica estão em conformidade com a literatura (NRC, 1996; MANZANO
et al., 2000; NRC, 2001).
Quanto aos teores de FSDN, já era esperado valor inferior (22,81% da MS,
P<0,01) para a polpa de citros úmida despectinada, uma vez que este co-produto fora
parcialmente despectinado por meio de processo químico agressivo. Este valor residual
de FSDN (Tabela 6) sugere que após o processo industrial, cerca de 65% da FSDN (β-
glucanas e pectina) ainda está presente na matéria seca do co-produto. Este fato pode
corroborar porque não foi observada diferença no desempenho dos animais
alimentados com esta fonte alternativa de energia em relação à PCP exclusiva (Tabela
8). Quanto à polpa cítrica peletizada, teores próximos de 35% para FSDN são
comumente encontrados para este co-produto (HALL; PELL; CHASE, 1998; HALL,
2002), concordando com os resultados encontrados.
A estatística descritiva da composição químico-bromatológica das rações
experimentais e das sobras pode ser observada na Tabela 7.
A ração contendo PCUD apresentou teores de FDN e FDA maiores (P<0,01) que
a ração contendo exclusivamente PCP (Tabela 7). A PCUD apresentou teores maiores
(P<0,01) de FDN e FDA (69,29 e 57,46%, respectivamente), e este co-produto
substituiu a polpa cítrica peletizada, que por sua vez apresentou teores de 22,65 e
17,29% para FDN e FDA, respectivamente. Assim, esta observação está de acordo
com a expectativa inicial.
Estas mesmas diferenças foram observadas, para estes dois parâmetros, nas
sobras das rações (Tabela 7). O conteúdo de fibra maior nas sobras da ração PCUD
também já era esperado, uma vez que a ração fornecida aos animais, neste tratamento,
já continha maior teor (P<0,01) desta entidade bromatológica. No entanto, as sobras da
77
CMS também possa ter sido afetado por outros fatores, como o alto teor de polpa cítrica
na ração, o menor valor observado para este parâmetro em relação ao predito, sugere
também que os animais não estiveram sob efeito de ganho compensatório.
Por outro lado, o GPD observado, de 1,16 e 1,11 kg/dia (Tabela 8), foi superior
ao predito pelo programa, 0,60 e 0,70 kg para os tratamentos PCUD e PCP,
80
embora os valores observados para GPD preditos pelo programa de formulação (NRC,
1996), tenham sido inferiores aos observados a campo. Naquele estudo, o CMS foi
superestimado pelo programa. Ribeiro (2007) também adotou o teor de NDT para
silagem de cana-de-açúcar como sendo o valor observado para DVIVMS para aquele
ingrediente, embora, no experimento, tanto o CMS como o GPD preditos pelo programa
de formulação (NRC, 1996) tenham sido compatíveis com os valores observados a
campo.
Foram encontradas diferenças (P<0,05) para as interações de tratamento vs.
raça, apenas para as variáveis CMS de FDN e de FDA. Assim, as mesmas foram
desdobradas na Tabela 9.
% de MS
1,2 70
50
0,7 30
1 2 3 1 2 3
Períodos Períodos
PCUD estimado PCP estimado PCUD estimado PCP estimado
PCUD observado PCP observado PCUD observado PCP observado
35
% da MS
30 14
25 12
20 10
1 2 3 1 2 3
Períodos Períodos
PCUD estimado PCP estimado PCUD estimado PCP estimado
PCP observado PCP observado PCUD observado PCP observado
80
FDN das sobras
% da MS
60
40
20
1 2 3
Períodos
PCUD estimado PCP estimado
PCUD observado PCP observado
87
% da MS
9
4
1 2 3
Períodos
PCUD estimado PCP estimado
PCUD observado PCP observado
MS das sobras
78
68
% da MS
58
48
38
28
18
8
1 2 3
Períodos
86
2
85
84 1
83 0
1 2 3 1 2 3
Períodos
Períodos
DVIVMS das rações estimado DVIVMS das rações observado CMS FDA estimado CMS FDA observado
DVIVMO das rações estimado DVIVMO das rações observado
kg / dia
8
1
7
0,5
6
0 5
1 2 3 1 2 3
Períodos Períodos
Mcal/kg de MS
4
Mcal/kg de MS
3
1,5
2
1
0 1
1 2 3 1 2 3
Períodos Períodos
ELm estimado ELm observado ELm estimado ELm observado
ELg estimado ELg observado ELg estimado ELg observado
EM estimado EM observado EM estimado EM observado
8
7
6
5
1 2 3
Períodos
duas raças apresentaram CMS diferentes. Embora os animais de raça Nelore tenham
consumido menor (P<0,01) quantidade de MS (Tabela 8), os mesmos apresentaram
maior tempo de ingestão (P<0,05), e mais tempo dispensado por kg de MS (P<0,01), e
por kg de FDN (P<0,01) que os animais da raça Canchim. Isso é um indicativo que os
animais de raça Nelore apresentaram ingestão de MS mais lenta que os da raça
Canchim. Assim, estes animais despenderam maior tempo para o processamento do
alimento, o que foi constatado pelo maior (P<0,05) tempo de mastigação por kg MS e
mastigação por kg FDN (P<0,01). A menor massa corporal destes animais e, por
conseqüência, a menor capacidade de ingestão podem ter influenciado nos resultados
obtidos. Apesar disso, Schmidt (2006) não observou diferenças no comportamento
ingestivo de animais Nelore e Canchim, quando alimentados com rações contendo em
média 45% de silagem de cana-de-açúcar, 32% de polpa cítrica peletizada e 20% farelo
de glúten de milho, com exceção do tempo de ingestão de água, que foi maior para os
animais da raça Canchim (18,4 vs. 10,4 min/dia).
Mesmo o efeito de raça não tendo sido pronunciado no estudo realizado por
Schmidt (2006), as médias encontradas por este autor para tempo de ingestão por kg
de MS e FDN (24 e 52 min/dia, respectivamente), ruminação por kg de MS e FDN (62 e
133 min/dia, respectivamente) e mastigação por kg de MS e FDN (87 e 185 min/dia,
respectivamente), mantiveram a relação MS/FDN das variáveis em cerca de 0,47,
semelhante à encontrada no presente estudo (ao redor de 0,42). Isso mostra a
importância da fonte de FDN utilizada na ração, já que cerca de 2 a 2,5 vezes do tempo
gasto para o consumo, ruminação e mastigação por unidade de MS, são gastos com
estas mesmas variáveis por unidade de FDN.
94
Não foi observada diferença (P>0,05) para o tempo de ingestão de água (Tabela
13), mesmo considerando que as rações apresentaram teores de MS diferentes (79 vs.
38,6% para a ração PCP e PCUD, respectivamente, Tabela 7). O tempo despendido
para esta atividade no presente estudo foi semelhante ao encontrado por Loures et al.
(2005), 17 minutos, quando avaliaram o comportamento ingestivo de bovinos Nelore,
alimentados com ração contendo teor de MS de aproximadamente 55%. Resultado
semelhante também foi encontrado por Schmidt (2006), embora este autor tenha
observado diferença entre as raças Nelore e Canchim (10,4 vs. 18,4 minutos,
respectivamente) para essa variável, sendo o mesmo não observado no presente
estudo.
A única diferença entre os tratamentos, quanto ao comportamento ingestivo dos
animais, foi observada quando se considerou a quantidade de FDN consumida pelos
animais. Na Tabela 13, observa-se que a ração PCP proporcionou tempo maior
(P<0,05) de ruminação e de mastigação por kg de FDN que a ração PCUD, mesmo
considerando que a última continha maior (P<0,01) teor de FDN (36,1 vs. 45,3%). Isso
95
é um forte indício da baixa efetividade física da fibra presente na polpa de citros úmida
despectinada, já que esta foi a responsável pelo acréscimo do teor de FDN da ração
PCUD e, ainda assim os animais despenderam de menor tempo de ruminação e
mastigação por unidade desta entidade bromatológica.
3.2 Ensaio 2
assume teor de 28,9%, no presente estudo foi encontrado o valor de 53,1% e, Vilela et
al. (2003) usaram teor de aproximadamente 33% para FDN e 34% para PB. Assim,
quanto maior for o conteúdo PB, cinzas e principalmente de FDN do ingrediente, menor
será o valor energético respectivo atribuído à esse ingrediente.
A DVIVMS e DVIVMO foram superiores (P<0,01) para a ração que continha PCP
(Tabela 15). Este aumento, de aproximadamente 3,5 unidades percentuais, na
digestibilidade da ração PCP pode ser atribuído como característica negativa para as
rações PCUD e PCUD-BNa. Por outro lado, as rações contendo as silagens de PCUD
apresentaram diferencial, relacionado à presença dos AGCC e ácido lático (mais de
10% da MS), que por sua vez, não incrementam a digestibilidade da ração e, no
entanto, são utilizados no metabolismo energético dos ruminantes. Assim, a menor
digestibilidade destas rações pode ter sido compensada pela presença destes
99
para as silagens de PCUD inferior ao da polpa cítrica peletizada, o teor energético final
simulado ou predito, quando a PCUD foi acrescentada, tendeu a diminuir.
O CMS predito foi de 8,85; 8,92 e 8,93 kg MS/dia enquanto que o GPD foi de
0,85, 0,78 e 0,78 kg/dia para os tratamentos PCP, PCUD e PCUD-BNa,
respectivamente. Como podem ser observados, os animais consumiram menos e
apresentaram GPD maior que o predito pelo programa de formulação de ração (Tabela
101
16). O mesmo cenário também foi observado no ensaio 1 de desempenho animal. Isso
indica forte evidência de que o teor energético dos ingredientes das rações tenha sido
subestimado.
Quando se utilizou o método de substituição proposto por Zinn; Owens e Ware
(2002), para estimar o teor de EM das silagens de polpa de citros úmida despectinada
(EMPCUD e EMPCUD-BNa), foi observado que estes co-produtos apresentaram teores de
2,95 e 3,16 Mcal/kg, respectivamente, quando comparado à EMPCP. É interessante
ressaltar que para esse cálculo utilizou-se o teor de 2,77 Mcal/kg para a EMPCP, valor
este estimado com base no teor de NDT (76,75%) para este co-produto com base na
predição realizada pelo NRC (2001) com o uso de análises químico-bromatológicas.
Embora não tenha sido observada diferença (P>0,05) para o GPD nos tratamentos, a
ração contendo silagem de PCUD-BNa proporcionou valor maior que a ração PCP. Esta
diferença, por sua vez, foi capaz de proporcionar EM maior para as silagens de PCUD-
BNa quando avaliadas individualmente. Por fim, ao realizar-se a conversão do teor de
EM para NDT, foram encontrados teores de 81,74 e 87,56% de NDT para a PCUD e
PCUD-BNa, respectivamente.
Quando foi realizada a substituição dos teores energéticos no programa de
formulação para os valores encontrados para a PCUD e PCUD-BNa, mesmo assim, o
GPD predito pelo programa continuou a subestimar o ganho em relação ao observado
no experimento, quando se utiliza o CMS observado no presente estudo. Isso ocorreu,
provavelmente pelo fato do teor de NDT usado para a PCP (76,75%) da ração também
estar sendo subestimado.
O CMS de FDN e de FDA foram maiores (P<0,01) para os tratamentos contendo
silagem de PCUD (Tabela 16), sendo este mesmo fato, também observado no ensaio 1,
nas rações contendo PCUD in natura. Ao realizarmos a relação CMS de FDN por % de
PV, de acordo com os dados da Tabela 16, observamos valores de 0,84, 1,02 e 0,98%
PV, para os tratamentos PCP, PCUD-BNa e PCUD, respectivamente. Observou-se
como no ensaio 1, que os tratamentos contendo PCUD estiveram mais próximos dos
valores sugeridos por Resende et al. (2001), 1,09 a 1,15% PV, ditos como necessários
para que a digestibilidade da MS e MO da ração seja maximizada em bovinos de corte
em confinamento. Assim, tanto no ensaio de desempenho animal 1 como no 2, a
102
hipótese de que a porção fibrosa das rações contendo PCUD sejam diferenciadas
fisicamente, devido ao tratamento industrial imposto na PCUD, e que isso possa ter
proporcionado alterações na análise de trânsito e digestão desse ingrediente, é
ratificada também nesse estudo.
Na Tabela 17 podem ser observadas as equações de regressão para as
variáveis avaliadas que apresentaram efeito significativo (P<0,05) para a interação T x
P (tratamento vs. período). Analogamente, na Figura 9, podem ser observadas as
representações gráficas das interações significativas (P<0,05) das variáveis químico-
bromatológicas analisadas nos tratamentos ao longo dos períodos experimentais,
correspondentes à Tabela 17.
% da MS
40
35
84
1 2 3
1 2 3
Períodos
Períodos
PCUD-BNa estimado PCUD-BNa observado
PCUD estimado PCUD observado PCUD-BNa estimado PCUD-BNa observado
PCP estimado PCP observado PCUD estimado PCUD observado
PCP estimado PCP observado
9
8
7
6
1 2 3
Períodos
terem sido ofertadas. As rações contendo silagem de PCUD evidenciaram sobras mais
homogêneas, significando que os animais tiveram menor oportunidade de selecionar o
alimento no cocho.
Na Tabela 18 podem ser observadas as equações de regressão para as
variáveis avaliadas que apresentaram efeito significativo (P<0,05) para os períodos
experimentais (P).
kg de PV / dia
% do PV
1,5
2
1
1 0,5
1 2 3 1 2 3
Períodos Períodos
Conversão alimentar
10
kg de MS / kg de GPD
9
8
7
6
5
1 2 3
Períodos
CA estimada CA observada
40 2,5
% da MS
30 1,5
20
0,5
10 1 2 3
1 2 3
Períodos
Períodos
FDN das sobras estimado FDN das sobras observado CMS de FDN estimado CMS de FDN observado
HEM das sobras estimado HEM das sobras observado CMS de FDA estimado CMS de FDA observado
CMS de HEM estimado CMS de HEM observado
106
estudo parte do mérito genético fosse atribuída à raça Pardo Suíço de corte, raça esta
caracterizada pelo acabamento tardio de carcaça, os mesmos animais também
possuíam genética de animais precoces, como Angus, conforme descrito no item
2.2.4.2. Assim, pode-se atribuir a redução do GPD ao longo dos períodos
experimentais, acompanhada pelo aumento da conversão alimentar (Figura 10),
observados no presente estudo, à fase de acabamento de carcaça caracterizada pela
menor deposição de musculatura e maior deposição de tecido adiposo, justificando a
diminuição da eficiência alimentar observada (BIANCHINI et al., 2007).
As variações observadas no teor de FDA, hemicelulose, PB e cinzas das rações
observadas nos períodos experimentais podem estar relacionadas à variabilidade da
constituição químico-bromatológica dos ingredientes utilizados.
Na Tabela 19 pode ser observado o tempo despendido pelos animais, com cada
atividade do comportamento ingestivo avaliada, ao consumirem rações contendo PCUD
ensilada ou não com benzoato de sódio e PCP.
Foi observada diferença (P<0,05) apenas para o tempo gasto com a ruminação e
mastigação por kg de FDN consumido. A mesma diferença também foi detectada no
primeiro ensaio de desempenho. Talvez a hipótese de que a polpa de citros úmida
despectinada disponha de fibra com baixa efetividade física, já comentada no ensaio 1,
possa ser justificável, já que os animais que consumiram as rações PCUD e PCUD-
BNa, mesmo tendo consumido maior (P<0,01) quantidade de FDN (Tabela 16),
despenderam menor tempo de mastigação e de ruminação por kg de FDN consumido
(P<0,05) em relação à ração com PCP.
108
Tabela 20 – Variáveis avaliadas nos painéis das silagens de polpa de citros úmida
despectinada
Silo Efeitos3 Interação
1 Fungo Silo 2
Variáveis Benzoato EPM
provável Controle
de sódio T P TxP
Altura total (cm) - 44,94 42,41 0,7 ** *** ***
Deteriorado (cm) - 5,91 5,75 0,13 ns *** ns
Deteriorado (kg MS/dia) - 6,65 6,93 0,24 ns *** ns
pH - 2,85 2,84 0,03 ns *** ***
4
Avaliação visual – Porção fornecida (notas de 0 a 5)
Manchas brancas Geotrichum 0,09 0,15 0,04 ns *** ns
Branco pleno Byssochlamys 0,22 0,3 0,05 ns *** ***
Branco c/ pontos pretos Mucorales 0 0 - - - -
Azulado Penicillium 0,43 0,46 0,06 ns *** ns
Vermelho felpudo Fusarium 0 0 - - - -
Vermelho sangue Monascus 0 0 - - - -
Aspergillus
Cinza/escuro 0,27 0,86 0,07 *** ** ***
fumigatus
Avaliação visual – Porção deteriorada (notas de 0 a 5)4
Manchas brancas Geotrichum 0,96 1,27 0,1 ** *** ***
Branco pleno Byssochlamys 0,52 0,21 0,07 *** *** ***
Branco c/ pontos pretos Mucorales 0 0 - - - -
Azulado Penicillium 1,57 1,1 0,09 *** *** **
Vermelho felpudo Fusarium 0 0 - - - -
Vermelho sangue Monascus 0,07 0,38 0,06 *** ** ns
Aspergillus
Cinza/escuro 3,97 3,83 0,03 *** ** ***
fumigatus
1
kg de MS – quilogramas de matéria seca; pH – potencial hidrogeniônico;
2
EPM – erro padrão da média;
3
T – tratamento; P – período; *** - significativo (P<0,01); ** - significativo (P<0,05);
4
Avaliação visual estabelecida com base em crescimento fúngico, segundo critério desenvolvido pela
Empresa Lallemand (Adaptado de Jouany e Diaz, 2005).
Devido à grande quantidade de dados, uma vez que os mesmos foram aferidos
diariamente nos painéis dos silos em 40 pontos distintos, observou-se diferença
(P<0,05) para a altura total dos silos, mesmo a diferença sendo apenas de
aproximadamente dois centímetros entre os silos.
A camada superficial descartada em centímetros e quilogramas, em cada silo,
não foi diferente (P>0,05), mesmo considerando o tratamento químico com benzoato de
sódio que visava controlar estas perdas (Tabela 20). Na Figura 11, pode ser observada
110
5
1 2 3
Períodos
Perda (cm) - estimado Perda (cm) - observado
Perda (kg) - estimado Perda (kg) - observado
Figura 13 – Parâmetros avaliados no painel dos silos ao longo dos períodos
experimentais
118
3 CONCLUSÕES
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