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TRECHOS DE LIVROS SOBRE DASKALOS  

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MAGO DE STROVOLOS - HOMENAGEM AO SOL - FOGO NO CORAÇÃO - 
MERGULHANDO COM A BALEIA 
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NOTA DO EDITOR 
 
Eu li “o Mago de Strovolos” pela primeira vez, aos 16 anos de idade, em meados da 
década de 80. O livro estava largado pela sala; acho que minha mãe assinava um clube do 
livros ou coisa assim, pois na casa de professores universitários e engenheiros, assuntos 
metafísicos eram tidos como de pouca valia. 
 
O livro me deixou uma forte impressão: Quem mistura conceitos orientais como 
reencarnação com cristianismo, e mais ainda, com psicologia moderna aplicada? Mais 
tarde li também os dois outros livros da série magus, enquanto cursava meu curso de 
psicologia. 
 
Somente aos meus 40 anos de idade, em 2016, encontrei alguém que havia estudado 
pessoalmente com Daskalos, que estava disposto (ou qualificado) a passar os 
ensinamentos adiante, na melhor forma oral tradicional. Fiz uma viagem até Banff, 
Canadá, onde participei do primeiro Seminário dos Pesquisadores da Verdade na 
América, com Daniel Joseph. 
 
No retorno, me coloquei a praticar os exercícios básicos de Daskalos, como o exercício 
dos três sóis, e a introspecção. Embora haviam me dito que resultados práticos somente 
poderiam ser alcançados com prática diligente por 10 a 20 anos, ao fim de 8 meses de 
prática, comecei a ter experiências que não poderiam ser mera coincidência ou 
imaginação de minha parte. 
 

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Quem diria, um empresário entrincheirado nos meandros da vida material e financeira, 
tendo experiências singulares de consciência. ​Isto somente corrobora de que os 
Ensinamentos são para qualquer pessoa, independente de credo, raça ou classe 
social. 
 
Em meu retorno, procurei maneiras de compartilhar minhas experiências com os 
Ensinamentos, para que mais pessoas pudessem descobrir o novo mundo dentro de nós 
mesmos. Lançamos a página Pesquisadores da Verdade no facebook 
(​https://www.facebook.com/Researchersoftruthbrasil​) e iniciamos a tradução de livros 
de Daniel Joseph e o re-lançamento da série Magus para o Brasil. 
 
Como a edição brasileira estava encerrada, contatei ao Sr. Markides que gentilmente me 
vendeu os direitos para re-publicar este livro, que tanto mudara minha vida, e que 
espero auxilie a muitos outros também. 
 
Daskalos costumava dizer; “Se você quer conhecer o gosto do sal, você precisa ir até as 
minas de sal, e minerá-lo primeiro”. Se você não descobrir o verdadeiro gosto do sal 
através deste livro, pelo menos que este seja fonte de insight e inspiração, para que 
ilumine mais da tua Verdadeira Natureza.  
 
Caso desejes nos acompanhar via facebook, e praticar exercícios práticos traduzidos para 
o português, você poode fazê-lo gratuitamente em 
www.researchersoftruth.com.br​/daskalos.pdf e w ​ ww.pesquisadoresdaverdade.com.br   
 
Que Deus lhe ilumine no seu retorno à sua natureza divina. 
 
Gustavo S. Strobel 
 
 
 
 
 
 
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__________________________________________________________________ 
Seminários oficiais dos Pesquisadores da Verdade em 
www.researchersoftruth.com​e 
www.pesquisadoresdaverdade.com.br​ou no​whatsapp 
+5541987874343 
 
LINKS PARA DOWNLOAD DE MEDITAÇÕES GUIADAS DE DASKALOS 
(Este documento pode e deve ser distribuído gratuitamente, permissão dos autores 
concedida) 
   
www.researchersoftruth.com.br/ChamaDaskalos.m4a 
www.researchersoftruth.com.br/RespiracaoEterica.m4a 
www.researchersoftruth.com.br/TresSois.m4a 
 
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O MAGO DE STROVOLUS - PRIMEIRO CAPÍTULO ABAIXO 
 
Livro Completo disponível em ​www.lumaviva.com.br  
 
 
CAPÍTULO 1 
O Mago de Strovolos 
 
Eu  conhecia  Spyros  Sathi  desde  a  infância.  Sua  reputação  como  o  principal 
especialista  do  submundo  me  causou  uma  mistura  de  fascinação,  curiosidade  e  susto. 
Quando  crianças,  nós  foram  advertidos  pelo  padre  da  nossa  paróquia  para  evitar  o 
“Mago  de  Strovolos”,  “o  homem  com'  poderes  satânicos”.  Ouvimos  com  os  olhos 
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arregalados  contos  sobre  possessão  e  exorcismos  e  mitos  de  sua  casa  superlotada  de 
espíritos  desencarnados.  O  nome  dele  era  sinônimo  do  ocultismo  em  si  e  qualquer  um 
com  coragem  e  o  desejo  de  contatar  a  mãe  morta  tinha  que  bater  à  sua  porta.  Essa era a 
imagem  de  Spyros  Sathi  que  eu  tinha  em  mente  quando  saí  do  Chipre  para  os  Estados 
Unidos em 1960. 
 
Quase  duas  décadas  depois,  quase  não  me  lembrava  do  homem  com  quem  eu 
fantasiava,  mas  nunca  conheci  na  minha  juventude.  Isso  até  o  primeiro  semestre  de 
1978,  em  uma  visita  a  Chipre,  quando  o  meu  o  interesse  pelo  “Mago  de  Strovolos” 
ressurgiu.  Eu  conversava  casualmente  com  uma  velha  amiga,  uma  filóloga,  quando  ela 
me  disse  como  um  segredo  que  ela  e  seu  marido,  um  juiz,  pertenciam  a  um  “Círculo 
para a Pesquisa da Verdade” semissecreto. 
Fiquei  surpreso  ao  saber  que  o  mestre  espiritual  desse  culto  místico  não  era 
ninguém  senão  o  “Magus  de  Strovolos”.  Eu  imediatamente  manifestei  interesse  em 
conhecê-lo.  Foi  no  fim  de agosto, quando fui de carro com minha amiga para Strovolos, 
um  subúrbio  de  Nicósia, para encontrar Spyros Sathi. “Que irônico” eu pensei, “ter que 
passar  18  anos  nos  Estados  Unidos  antes  de poder conhecer esse homem misterioso que 
morava  a  pouco  mais  de  três  quilômetros  da  minha  casa.  Eu  esperava  encontrar  uma 
pessoa  de  disposição  severa  e  uma  aparência  agressiva,  combinando  com  sua  reputação. 
Nenhum  dos  meus  pré-julgamentos  se  mostrou  verdadeiro.  Ele  era  alto  e  simpático, 
tinha um jeito de avô em meados dos seus 60 anos, era funcionário público aposentado e 
vivia  frugalmente  da  sua  pensão  do  governo.  Em  vez  de  um  feiticeiro  ameaçador  meio 
louco  eu  encontrei  um  uma  pessoa  vívida  e  profundamente  religiosa,  com  um  grande 
senso  de  humor  cujos  hobbies  incluíam  pintura  e  música  clássica.  Ele  pensava  em  si 
mesmo  como  um  curandeiro  e um “psicoterapeuta”, um médico da alma, cuja principal 
preocupação  na  vida  era  aliviar  a  dor  ao  seu  redor, como disse, e ajudar os interessados ​e 
prontos para embarcar uma jornada de autodescoberta. 
—  ​Já  nos  conhecemos!,  exclamou  ele  quando  o  conheci,  encostando  a  mão  direita  na 
testa. 
—  ​Eu  acho  que  não,  disse  sorrindo,  e  estendi  minha  mão  conforme  minha  amiga  nos 
apresentava. 
 

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—  ​Nós  já  nos  conhecemos,  ele  assentiu  com  confiança,  e  nos  convidou  para 
sentar  em sua pequena sala de estar. Eu presumi que ele tinha me confundido com outra 
pessoa e deixei o assunto para lá. 
Daskalos,  como  minha  amiga  o  chamou,  nos  ofereceu  café  e  perguntou  sobre  meu 
histórico  familiar,  uma  prática  comum  no  Chipre,  com  em  uma  população  de  pouco 
mais  de  meio milhão de pessoas em que “todo mundo é parente de todo mundo”. Então 
eu  comecei  a  fazer  perguntas  sobre  sua  vida  e  seus  ensinamentos.  Para  minha  agradável 
surpresa,  Daskalos  era  um  homem  falador  e  respondeu  minhas  perguntas  sem  reservas. 
Ele  até  me  convidou  para  participar  das  reuniões  que  ele  promovia  a  cada  quinzena. 
Naquele  primeiro  encontro  eu  entendi  que  seus  ensinamentos  eram  uma  mistura  de 
misticismo  cristão  com a religião indiana. O conceito de carma, ou a lei de causa e efeito, 
como  ele  chamava,  e  a  doutrina  da  reencarnação  parecia ter um papel central no que ele 
disseminava  para  seus  discípulos.  Minha  curiosidade  sobre  o  mundo  de  Daskalos  se 
intensificou  quando  percebi  que  ele  dificilmente  era  um  xamã  primitivo,  mas  sim  um 
homem  articulado  e  intelectual.  No  entanto,  o  mundo  dentro  do  qual  ele  vivia  era 
misterioso e exótico do meu ponto de vista. 
—  ​Já  ouvi  falar  de  curas  milagrosas  que  você  realizou,  disse.  “Existe  uma  chance 
de  eu  poder  testemunhar  esses  milagres?  Eu  confessei  a  Daskalos  que  tinha  dificuldade 
de  aceitar  a  noção  de  "milagres".  Continuei  dizendo  que  a  literatura  antropológica  é 
cheia  de  relatos  de  curas  extraordinárias  feitas  por  xamãs  e  curandeiros.  ​—  ​Mas  eu 
preciso testemunhar tais fenômenos antes de ser convencido, disse. 
—  ​Em  primeiro  lugar,  Daskalos  respondeu,  sorrindo,  ​—  ​aquelas  curas  de  que 
você  ouviu  falar  sobre  não  foram  realizadas  por  mim,  mas  pelo  Espírito  Santo.  Eu  não 
sou  mais  do  que  um  canal  dessa  superinteligência.  Você  testemunhar  ou  não  um 
chamado  milagre  não  depende  de  mim.  Se  é  parte  do  Plano  Divino  que  você 
testemunhe  um  milagre,  então  você  vai.  Mas  nós  simplesmente  não  podemos  ordenar 
que um milagre aconteça. 
Antes  de  eu  ir  embora  naquele  dia  Daskalos me convidou para participar de uma 
reunião  que  ele  teria  com  alguns  de  seus  alunos  na tarde seguinte, no Stoa. O “Stoa” era 
uma  pequena  sala  na  parte  de  trás  do  seu  quintal,  separado  do  resto  da  casa,  onde  ele 
treinava  seus  discípulos.  O  Stoa  foi  dividido  em  dois.  Na  parte  principal  eram  dadas  as 
instruções  e  ficava  o  Santuário  onde  Daskalos  realizava  suas  meditações  e  orações.  O 
Santuário  estava  cheio  de  artefatos  religiosos,  ícones  de  Jesus  Cristo,  da  Virgem Maria e 
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de  velas  brancas.  No  altar  havia  uma  taça  de  prata  e  ao  lado  dela  havia  uma  pequena 
espada  sem  um  ponto,  descansando  em  uma  cruz.  Esta  Espada  Sem  Ponta,  eu  soube 
mais tarde, foi de grande significado simbólico para os círculos de Daskalos.  
Aceitei  o  convite  dele  para  ir  ao  encontro  junto  com  minha  esposa,  Emily,  que 
viu  Daskalos  pela  primeira  vez.  Quando  chegamos  à  casa  dele,  meia  hora  antes  da 
reunião  formal,  Daskalos  tinha  acabado  de  terminar  uma  terapia  e  parecia  exausto, 
sentado  em  uma  poltrona  e  vestindo  um  avental  de  couro  semelhante  àquele  que  os 
açougueiros  usam  no  Chipre.  Ao  lado  dele  estava  um  camponês  de  aparência  rústica, 
porém feliz e sorridente. 
—  ​Lá  vem  o  Thomas,  o  desconfiado!,  Daskalos  exclamou  bem-humorado 
quando  me  viu  entrando  na  sala com Emily. ​— ​Se você estivesse aqui dez minutos atrás, 
teria testemunhou um milagre.  
Daskalos explicou que o visitante tinha um problema na coluna nos últimos vinte 
anos,  resultado  de  espancamentos  que  ele  sofreu  nas  mãos  de  soldados  britânicos 
durante a guerra clandestina anticolonial dos anos 1950. 
"Agora  ele  está  bem",  declarou  ele  com  confiança,  se  ele  for  ao  médico  agora  e 
fizer um raio X, verão que a coluna dele foi totalmente curada. 
O  camponês,  com  uma  expressão  de  incredulidade  no  rosto,  continuou  a  sorrir 
alegremente  quando  lhe  fiz  perguntas  sobre  sua  doença.  Ele  me  disse o quanto estava se 
sentindo bem e como as dores com que ele tinha sofrido por todos esses anos se foram. 
—  Eu  ​gostaria  de  estudar  isso,  murmurei,  ​—  ​mas  estou  indo  para  os  Estados 
Unidos amanhã. 
—  Eu  devo  alguma  coisa  para  você?,  perguntou  o  camponês  depois  algum 
tempo. 
—  Claro  que  sim!  ​—  respondeu  Daskalos.  ​—  ​Faça  exatamente  como  eu 
aconselhei. Coma e beba menos e tome vitaminas. 
Apesar  da  persistência  do  homem,  Daskalos  se  recusou  a  aceitar  qualquer 
compensação por seus serviços. 
Na  hora  da  reunião,  Daskalos  parecia  revitalizado,  como  se  estivesse  carregado 
por  alguma  energia  misteriosa.  Após  uma  oração  curta  ele  começou  a  lição.  ​—  ​O 
homem,  ele  disse,  ​—  ​é  uma  eterna  entidade,  uma  emanação de uma “Entidade sagrada” 
e  depois  de  sua  passagem,  por  meio  da  "Ideia  do  Homem",  um  arquétipo  dentro  do 
Absoluto,  ele  adquire  forma  e  existência.  No  momento  em  que  passamos  a  idéia  do 
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homem  embarcamos em nossos ciclos de encarnação. O objetivo final é retornar à fonte, 
levando consigo experiências acumuladas de vidas terrenas. 
Daskalos  então  falou da Mente como a supersubstância pelas quais os "universos" 
são  construídos.  É  o  material  que  nós,  seres  humanos,  usamos  para  construir 
"elementais".  ​—  Nós  ​damos  à  luz  a  elementais  com  nossos  pensamentos  e  sentimentos. 
Uma  vez  "projetados",  eles  têm  uma  existência  própria  e  podem  afetar  aqueles  ao  redor 
nós que "vibram" na mesma frequência. 
Não  foi  fácil  para  nós  acompanhar  a  palestra,  pois  aquela  foi  a  primeira  vez  em 
que  fomos  expostos  a  tal  linguagem.  Eu  percebi  que  entender  o  vocabulário  e  visão  de 
mundo de Daskalos exigia exposição contínua e discussões com ele. 
Emily  e  nossos  filhos permaneceram no Chipre enquanto eu retornava ao Maine, 
nos  EUA,  para lecionar durante o segundo semestre de 1978. Nós nos reencontraríamos 
no  Chipre  no  Natal  e  eu  começaria  o  meu  período  sabático  no  primeiro  semestre  de 
1979.  Assim,  passaríamos  nove  meses  seguidos  no  Chipre,  uma  grande  oportunidade 
para  nos  inserirmos  mais  uma  vez  em  nossa  cultura  nativa  e reacender antigas amizades, 
bem  como  fazer novas. Ao mesmo tempo, eu planejei completar um manuscrito sobre o 
problema do terrorismo internacional, cujo material de pesquisa eu já havia me reunido. 
No  fundo  da  minha  mente,  no  entanto,  Spyros  Sathi  estava à minha espreita. Os 
breves  encontros  com  ele  me intrigaram e me levaram a ler mais sobre xamanismo e cura 
não  médica.  Até  meados  do  semestre,  ao  ler  Rolling  Thunder,  de  Doug  Boyd,  um 
estudo sobre um médico nativo americano, eu fiquei literalmente abalado pela ideia de  
Usar  minha  licença  sabática  para  reunir  material  sobre  Spyros  Sathi  com  a  intenção  de 
escrever  um  livro  sobre  ele  em  algum  momento.  “O  manuscrito  sobre  terrorismo”,  eu 
pensei, “poderia esperar”. 
Eu  não  estava,  no  entanto,  confiante  de  que  ele  me  permitiria  ser  nada  além  de  um 
discípulo.  Eu  sabia  que  ele  não  gostava  de  publicidade.  No  entanto,  senti  que  já 
tínhamos  estabelecido  um  bom  relacionamento  e  estava  esperançoso  de  que  ele  não  se 
oporia.  
Para  preparar  o  terreno  eu  enviei  para  ele  uma  carta  e  um  livro  sobre 
desenvolvimentos  sociais  e  políticos  no  Chipre.  Na  minha  carta  eu  não  mencionei 
nenhuma  das  minhas  intenções,  mas  simplesmente  escrevi:  "Estou  mandando  este  livro 
para  você  porque  percebi  que  você  se  interessa  pelos  problemas  do  Chipre.  Até 
dezembro!”. 
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No  segundo  dia  do  meu  retorno  à  ilha,  visitei  minha amiga filólogo e revelei a ela 
as minhas intenções. 
—  ​Não  crie  esperanças  ​—  ela  me  avisou.  ​—  ​Daskalos  não  permite  que  ninguém 
escreva sobre ele. Ele sequer dá entrevistas. 
Por  mais  que  os  avisos  dela fossem decepcionantes, eu pensei que deveria tentar a 
sorte.  Eu  não  via  Daskalos  há  mais  de  três  meses  e  estava  ansioso  para  restabelecer 
contato  com  ele  assim  que  fosse possível. Quando cheguei a sua casa, ele estava ocupado 
fazendo  uma  sessão  de  cura.  A  porta  da  sala  estava  fechada, mas eu podia distintamente 
ouvir  a  voz  dele.  Eu  me  sentei  no  corredor  para  esperar,  enquanto  Daskalos 
diagnosticava  que  os  problemas  de  pele  desse  paciente  eram  psicológico  e  que  cura 
envolvia uma mudança de atitude da sua parte. 
—  ​Onde  você  estava  nesse  tempo  todo?,  ele  exclamou  quando  me  viu  enquanto 
acompanhava  o  visitantes  até  a  porta.  Para  minha  decepção,  ele  não  parecia  se  lembrar 
de que eu tinha passado os últimos quatro meses nos Estados Unidos. 
—​ Você não recebeu minha carta? - eu perguntei um pouco intrigado. 
—  Que  carta?  -  ele  respondeu,  fingindo  não  saber  que  havia  recebido  uma  cópia 
do meu livro 
—  ​É  este  aqui?  -  um  jovem  que  parecia  ser  um  dos  aprendizes  de  Daskalos  disse, 
abrindo uma gaveta e tirando meu livro lá de dentro. 
—​ Sim, é esse - eu respondi. 
— É sério ​que você escreveu isso? ─ exclamou Daskalos apontando para o livro. 
Obviamente, ele não tinha se dado ao trabalho de olhar para o meu livro, ler o conteúdo, 
nem  mesmo  de  notar  quem  era  o  autor.  Fiquei  com  o  ego  ferido.  Eu  senti  que  a 
perspectiva  de  ele  me  deixar  escrever  um  livro  sobre  sua  história  parecia  remota  no 
momento. No entanto, decidi persistir apesar da estranheza da situação. 
—  ​Eu  estarei  no  Chipre  pelos  próximos  nove  meses  -  disse.  ​—  ​Eu  tirei  um 
sabático da universidade e... 
—  ​O  que  é  sabático?  -  ele  me  interrompeu.  Quando  eu  expliquei,  ele  balançou a 
cabeça  em  descrença.  ​—  ​Você  quer  dizer  -  ele  continuou,  erguendo  as 
sobrancelhas,fazendo  uma  careta  de  zombaria  -  que  vai  continuar  recebendo  mesmo 
passando todo esse tempo sem trabalhar? Como é bom ter momentos de lazer! - ele 
comentou com seu jovem aprendiz. 
Antes  que  eu  tivesse  a  chance  de  protestar  e  dizer  que  um  ano sabático não eram 
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férias, ele me confundiu com uma questão embaraçosa. 
—  A  propósito  -  ele  disse  em  uma  voz  baixa  e  provocante  -  Você  pode  nos  dizer 
qual é o seu salário, se não for incômodo?  
Eu  me  senti  encurralado,  mas  ele  pareceu  ignorar  meu desconforto. Eu sabia que 
as pessoas simplesmente não faziam esse tipo de pergunta. 
—  ​Claro  -  eu  respondi,  engolindo  o  excesso  de  saliva.  Revelei  a  ele  o  quanto 
ganhava. 
—  ​É  muito  dinheiro  -  ele  ficou  maravilhado  e  balançou  a  cabeça  em  sinal  de 
espanto.  Eu  desajeitadamente me apressei para explicar que tal salário podia parecer alto, 
mas dificilmente poderia ser considerado mesmo médio pelos padrões norte-americanos. 
Ele  não  pareceu  aprovar  aquilo.  A  reação  de  Daskalos  fez  com  que  eu  me  sentisse 
membro  de  uma  classe  de parasitas. Naquela hora eu percebi que os conselhos da minha 
amiga  tinham  sido  muito  sábios.  Eu  presumi  que  as  chances  de  escrever  um  livro  sobre 
ele  eram,  para  todos  os  efeitos  práticos,  nulas.  Daskalos  não  me  levou  nem  um  pouco a 
sério. 
—  ​Eu  gostaria  de  usar  meu  período  sabático  para  escrever  um  livro  sobre  você  - 
eu disse depois de juntar coragem, sabendo muito bem qual seria a resposta. 
Ele ficou pensativo e sério por alguns segundos, sem dizer uma palavra. 
—  ​O  que  você  tem  de  importante  para  escrever  sobre  mim? - ele perguntou com 
a voz baixa. 
Eu  respondi  que  muitas  pessoas  que  falavam  inglês,  particularmente nos Estados 
Unidos, ficariam muito interessadas em ouvir a mensagem dele sobre a vida. 
—  ​Mas  o  que  eu  ensino  não é minha mensagem - ele respondeu, abrindo as mãos 
para  dar  ênfase  à  resposta.  ​—  Eu  sou  simplesmente  o  canal  de  Yohannan  e  de  outros 
mestres invisíveis. 
— ​Quem é Yohannan? 
Daskalos  passou  a  explicar  que  Yohannan  simplesmente  era  o  discípulo  de Jesus, 
João, o evangelista, que falou por meio do corpo de Daskalos. 
—  ​Muitas  vezes  as  vibrações  de  sua  presença  são  tão  intensas  que  meu  cérebro 
material  tem  dificuldade  em  canalizar  seus  ensinamentos.  Nesses casos eu simplesmente 
saio  do  meu  corpo  e  deixo  Yohannan  entrar completamente nele enquanto eu me sento 
na  plateia  ouvindo  a  conversa.  Você  entende  agora  por  que  eu não devo receber crédito 
por esses ensinamentos? 
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Daskalos fez uma pausa por um momento e olhou para mim enfaticamente. 
—  A  fama  é  uma  armadilha  em  nosso  caminho  espiritual  -  disse  ele,  como  se 
estivesse  avisando  a  si  mesmo  e  a  mim  dos  perigos  que  se escondem na publicidade - Eu 
devo 
permanecer anônimo. 
“É  o  fim  do  meu  projeto”,  eu  pensei  e  comecei  a  me  resignar  com  a  ideia.  Mas 
antes de completar meu pensamento, Daskalos me surpreendeu. 
—  ​Você  pode  escrever  sobre  os  ensinamentos,  se  quiser,  presumindo  que  eu não 
vou  receber  o  crédito  -  ele  falou  em  voz  baixa.  Fiquei  maravilhado  e  prometi  que  iria 
manter seu anonimato o máximo que pudesse. 
O  nome  Daskalos,  no  fim  das  contas,  é  um  título  comum  em  grego,  a maneira como as 
pessoas se dirigem aos professores. 
—  ​Estou  muito  feliz  por  você  me  deixar  escrever  sobre  o  seu  mundo  ",  eu  disse 
brevemente  -  Mas  estou  intrigado.  Por  que  eu?  Eu  sei  que  até  hoje  você  se  recusa  até  a 
dar entrevistas. 
Ele  sorriu  e  olhou  para  mim  com  intensidade.  ​—  ​Antes  de  eu  responder,  diga 
uma coisa: você acredita em reencarnação? 
Eu fiquei surpreso com a pergunta e por um momento fiquei perdido, sem saber 
o  que  dizer.  Na  minha  formação  como  sociólogo  eu  aprendi  a  ser  cético  e  a  evitar 
questões metafísicas consideradas impossíveis de responder. Fomos levados a 
Acreditar  que  perguntas  como  aquela  interferem  com  a  objetividade  e  o 
desprendimento necessário para uma observação válida. 
— ​Eu não tenho base para acreditar ou não acreditar - disse -, mas eu sou 
aberto  à  persuasão.  Eu  ainda  mencionei  que  ficava  sempre  impressionado  com  a 
eloquência  dos  argumentos  apresentados  a  favor  da  reencarnação  ao  longo  dos tempos, 
de Platão aos Teosofistas e passando por Madame Blavatsky. 
 
Daskalos apreciou minha resposta e balançou a cabeça em sinal aprovação. 
Então, começou a responder à minha pergunta. 
—  ​Esta  não  é  a  primeira  vez  que  nos  encontramos  -  disse  ele  com  toda 
sinceridade.  ​—  ​Nós  nos  conhecemos  há quatro encarnações. Nosso encontro nesta vida 
-  ele  prosseguiu,  enquanto  eu  notava um olhar misterioso em seu rosto, porque eu devia 
estar  com  cara  de  perplexo  e  incrédulo  -  não  é  acidental,  pois  não  é  acidental  que  você 
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tenha  um  grande  interesse  em  política  e  misticismo.  Você  morou  na  Índia  na  época em 
que  eu  era  um  iogue  e  nos  conhecíamos.  Sua  maior  preocupação  nessa  encarnação  era 
desempenhar o papel de mediador entre várias tribos em guerra. Mas você não foi capaz.  
Daskalos  continuou e caiu na gargalhada. ​— ​Apesar das suas boas intenções, você 
causou  uma  guerra.  Durante  o  tempo  da  rainha  Isabel  da  Espanha,  -  ele  disse  -  quando 
os  espanhóis  empurraram  os  mouros  para  fora  da  Península,  você  estava  novamente no 
meio  da  turbulência  política.  Sua  mãe  era  mourisca  e  seu  pai  era espanhol. Você tentou 
ser  um  mediador  entre  os  dois  grupos  em  guerra,  novamente  sem  sucesso.  Foi  uma 
aventura  que  quase  custou  a  sua  vida.  Seu  interesse  pelo  misticismo  se  desenvolveu  no 
Tibete,  onde  você  encarnou  várias  vezes.  Sua  obsessão  em encontrar a verdade o levou a 
vagar  de  um  monastério  para  outro.  Nesta  encarnação  atual,  o  monastério  é  a 
universidade onde você dá aulas. 
Com  essa  última  observação,  não  consegui  esconder  um  sorriso.  A ideia de que a 
Universidade do Maine fosse o meu monastério atual me pareceu muito divertida. 
—  ​Você  chegou  perto  da  iluminação  várias  vezes  no  passado.  Daskalos  continuou 
enquanto  se  concentrava  em  meu  rosto  ​—    Mas  você  costuma  voltar  no  último 
momento. 
— ​Como assim? 
—  ​A  sua  atenção  se  distrai  com  outras  considerações  mais  mundanas.  A 
propósito  -  Daskalos  disse  de  repente,  mas  me  deu  antes  a  chance  de  digerir  a  história 
sobre minhas encarnações - quem apresentou Iacovos para você? 
O  jovem  que  estava  ouvindo  silenciosamente  sorriu  enquanto  nós  éramos 
apresentados. 
—  ​Iacovos  -  Daskalos  anunciou  com  naturalidade,  como  se  quisesse  me  chocar 
ainda mais - tem quatro mil anos de idade”. 
—  ​Estranho  -  eu  respondi  bem-humorado  -  ele  parece  não  ter  mais  do  que  vinte 
anos. 
Daskalos  argumentou  que  ele  e  Iacovos  eram  “velhos  amigos”  e  que  a  amizade 
entre ambos já durava muito tempo. 
— ​Para quem eu posso contar essas histórias sem que me chamem de louco? - 
Daskalos  disse  rindo  e  me  deu  um  tapinha  no joelho - Até alguns de nós - ele continuou 
voltando-se  para  o  jovem  aprendiz  -,  apesar  de  nossas  experiências,  às  vezes,  nos 
perguntamos  se  os  poderes  que  temos  são  reais  ou  não.  Ele  tem  apenas  dezenove  anos  - 
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Daskalos  disse  quando  se  virou  para  mim,'  e  já  questiona  a  realidade  de  suas  próprias 
experiências. Eu mesmo tinha dúvidas nessa idade. 
—  A  lógica,  às  vezes,  se  mete  no  nosso  caminho‘  -  lacovos  murmurou como se pensasse 
alto. 
—​Lógica,  lógica...  Daskalos  reagiu  e  balançou  a  cabeça  com  impaciência.  ​—  ​Se  você 
seguir  a  lógica,  não  vai  muito  longe.  O  que  é  a  lógica,  senão  uma maneira convencional 
de  pensar  em  um  tempo  e  lugar  específicos?  Nossa  preocupação  é  com  o  Logos,  a 
Razão, a Verdade, que estão além do tempo e do espaço. 
Ele  então  mencionou  que  cada  noite  ele  e  alguns  de  seus  os  estudantes  se  tornavam 
"ajudantes  invisíveis".  Eles  praticavam  a  exomatose,  isto  é,  saíam  de  seus  corpos  e 
viajavam  para  longe  “para  servir”.  Aqueles  que  eram  capazes  de  fazer  a  exomatose  eram 
seus  discípulos  mais  evoluídos  que  tinham  colocado  o  "manto  branco",  um  uniforme 
simbólico implicando iniciação dentro do exclusivo círculo. 
 
—  ​Com meus ajudantes invisíveis", disse Daskalos, - vamos a todo lugar. Oriente Médio, 
incluindo Irã e Turquia. No nosso trabalho lá não existe nacionalidade, religião ou raça. 
 
Quando  perguntei  como  a  exomatose  era  possível,  Daskalos respondeu que todo 
ser  humano  tem  três  corpos,  não  apenas  um,  como  as  pessoas  geralmente  pensam.  Nós 
temos,  ele  disse,  além  do  nosso  “corpo  material  bruto”,  um  “corpo  psíquico”,  que  o 
corpo de sentimentos, e um “corpo noético”, que expressa nosso estado mental. 
Cada  um  dos  três  corpos  vive  dentro  de  uma  dimensão  diferente  da  existência,  a 
dimensão  material  bruta,  a  dimensão  psíquica  e  a  dimensão  noética.  Os  três  corpos 
expressam  nossa  “personalidade  temporária",  que  é  uma  manifestação  do  nosso  eu 
interior,  a  "personalidade  permanente".  Quando  nosso  corpo  material  bruto  morre, 
continua  a  viver  dentro  dos  mundos  psíquicos  com  nosso  corpo  noético".  Um  místico 
experiente,  segundo  ele,  poderia  deixar  seu corpo material à vontade, viajar com o corpo 
psiconoético como completa autoconsciência e, em seguida, retornar ao 
corpo material plenamente consciente das experiências que ele teve na exomatose. 
 
—  ​Cada  um  dos  três  corpos  ​—  Daskalos  continuou  ​—,  tem  o  seu 
correspondente  duplo  etérico,  o  campo  de  energia  que  mantém  os  três  corpos  vivos  e 
ligados  um  ao  outro.  A  vitalidade  etérica,  que  torna  a  cura  possível,  é  a  energia cósmica 
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que  os cientistas ainda precisam descobrir. Essa energia é absorvida pelo nosso corpo por 
meio de de alguns centros psiconoéticos, que são “chacras” ou “discos sagrados”. 
Daskalos  afirmou  que,  um  dia,  quando  eu  partisse  em  meu  caminho  de 
Pesquisador  da  Verdade,  experimentaria  todas  essas  verdades.  Eu  lhe  expliquei  que  nos 
Estados  Unidos  havia  um  interesse  crescente  pelo  misticismo  e  que  as  pessoas  não 
ficavam chocadas tão facilmente. 
— Talvez seja assim nos Estados Unidos, mas não aqui no Chipre.  
—  Eu  entendo  -  disse,  percebendo  que  Daskalos  se  referia  às  várias  ameaças  de 
excomunhão que a igreja local havia feito a ele. 
Daskalos fez uma pergunta repentina. 
— Diga, por que você está interessado em escrever esse livro? 
A  pergunta  me  surpreendeu  porque  eu  julgava  que  já  tinha  explicado  o 
suficiente. 
—  Eu  não  tenho  como  saber  —  respondi  —  se  o  mundo  onde  você  vive  é 
verdadeiro  ou  não.  Mas  devo  confessar  que  estou  fascinado  com  o  que  já  ouvi  de  você 
sobre  ele.  Seria  hipocrisia  minha  não  admitir  que  tenho  a  ambição  de  de  escrever  um 
bom  livro,  que  retrate  tão  fielmente  quanto  é  possível  o  mundo  como  você  o  vê. 
Também  quero  saber  como  proceder  para  ter  experiências  semelhantes  às  suas.  Estou 
preparado  para  seguir  as  instruções  sobre  exercícios  de  meditação e tentar entender seus 
ensinamentos sobre o caráter da realidade. 
—  O  que  mais?  —  disse  Daskalos,  suavemente,  me  olhando  com  um  jeito  grave. 
Eu notei que ele tinha achado minha resposta inadequada. 
—  Bem  -  eu  voltei  a  falar  meio  perplexo,  suspeitando  do  que  Daskalos  estava 
pensando  —,  no  caso  de  eu  evoluir  e  desenvolver  poderes  psiconoéticos,  eu  gostaria  de 
fazer curas e ser útil aos meus semelhantes. 
—  Ótimo!  —  exclamou  Daskalos,  recostando-se  na  cadeira  com  um  olhar 
satisfeito.  —  Essa  é  a  nossa  missão  na  vida,  ser  útil  aos  nossos  semelhantes.  Veja,  a 
colheita  é  abundante,  mas  poucos  fazem  essa  colheita.  Você  —  continuou  ele 
apontando para mim —, com seus conhecimentos sobre a sociedade, poderia prestar um 
serviço  relevante  .  Poderia  construir  belos  mundos  onde  os  homens  conseguissem  viver 
em paz e harmonia. 
—  Farei  o  possível  —  respondi  ingenuamente,  sem  ter  noção  do  que  Daskalos 
queria dizer com uma afirmação idealista como aquela. 
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Com  tristeza  nos  olhos,  ele  explicou  que  toda  a  região  do  Oriente  Médio  estava 
sendo atingida por grande violência e sofrimento; que era preciso agir com toda urgência 
possível;  que  os  padrões  morais  estavam  sendo  abandonados  em  toda  parte  e  que  havia 
muita selvageria e injustiça. 
Naquela  noite,  indo  para  casa,  refleti  sobre  o  meu  encontro  com  Daskalos.  Eu 
achava  que  tinha  ficado  definida,  para  mim,  a natureza do meu relacionamento com ele 
nos  próximos  anos.  Minhas  respostas  espontâneas  às  suas  perguntas  evidenciaram,  em 
minha cabeça, a metodologia que deveria seguir para estudar o mundo de Daskalos. 
Mesmo  antes  do  nosso  último  encontro,  eu  havia  compreendido  que,  para 
estudar  os  círculos  de  Daskalos,  não  era  adequado  fazer  uma  abordagem  sociológica 
convencional.  Isso,  eu  pensei,  me  forçaria  a  fazer  certas  perguntas  e  a excluir outras que 
eu  julgava  serem  mais  significativas  e  interessantes.  Em  vez  disso,  preferi  me  tornar  um 
observador  participante,  no  sentido  mais  abrangente  da  palavra.  Para  entender  a 
realidade  de  Daskalos,  precisava  me  tornar  um  discípulo  e  observar  o  mundo  dele  a 
partir  da  sua  experiência.  Decidi  usar  a  sua  linguagem  em  nossas  conversas,  sem 
quaisquer  ideias  preconcebidas  sobre  a  validade  objetiva  da  sua  realidade.  Em  vez  de 
impor  minhas  teorias  para  explicar  o  mundo  dele,  achei  apropriado  seguir  um  método 
fenomenológico  e  deixar  que  ele  mesmo  explicasse  o  seu  mundo,  usando  a  sua 
linguagem e conforme o seu entendimento. Minha ambição 
como  pesquisador  era  usar  meus  conhecimentos  de  pesquisa  de  campo  e  observação 
para  trazer  à superfície da consciência social a vida, o trabalho e a visão do mundo de um 
mestre espiritual que tinha um dom extraordinário. 
 
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LEIA TAMBÉM: HOMENAGEM AO SOL - PRIMEIRO CAPÍTULO ABAIXO 
 
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CAPÍTULO 1 
O curador 

 
Eu  comecei  a  entender  ao  longo  dos  anos  que  a  reputação  de  Spyros  Sathi como 
um  homem  de  habilidades  psíquicas  extraordinárias  eram  bem  fundamentadas.  A 
princípio,  eu  era  profundamente  cético  quanto  às  supostas  curas  milagrosas  dele,  suas 
jornadas  para  fora  do  corpo,  telepatia  e  formas  semelhantes  de  fenômenos 
“paranormais”.  Eu  havia  lido  sobre  essas  questões  em  relatos  feitos  por  observadores 
confiáveis, mas não estava pessoalmente convencido. 
 
Eu  havia  estudado  uma  tradição  positivista  da  Sociologia,  uma  disciplina  que 
estava  no  auge  da  cultura  moderna  racional  e  secular.  Por  suas  próprias  suposições 
teóricas  e  metodologias,  tais  “fenômenos”,  como  eram  descritos  por  Spyros  Sathi  são 
desacreditados  e  desmascarados  como  meros  contos de fadas, histórias extravagantes de 
mentes  fracas  e  indisciplinadas,  sobras  de  superstições  passadas.  Aprendi  muito  cedo 
em  meus  estudos  que  “Deus  está  morto”,  que  a  religião  é  uma  projeção  neurótica  de 
medos  inconscientes,  uma  ilusão  destinada  ao  esquecimento  com  o  avanço  da  ciência, 
da  psicanálise  e  da  “iluminação”.  Socialmente,  eu  aprendi,  e  depois  ensinei,  dá  à  luz  a 
deuses  que  necessita  para  sua  própria  manutenção.  Portanto,  quando  os  humanos 
adoram  seus  deuses,  na  realidade  eles  adoram  a  sociedade  disfarçada.  Enquanto 
cientistas  sociais,  esperava-se  de  nós  que  considerássemos  axiomática  a  noção  de  que  a 
religião  nada  mais  era  do  que  um  reflexo  da  sociedade  que  geralmente  serve  como 
distração  para  os  oprimidos  e  as  massas  ignorantes.  Assim,  para  ser  parte  da  vanguarda 
intelectual,  era  necessário  ser,  senão  um  ateu  declarado,  pelo  menos  um  agnóstico  e 
escarnecer  de  qualquer  afirmação  que  sugerisse  remotamente  poderes  residentes  no 
misticismo,  na  espiritualidade  ou  religião.  Quando  Deus  foi  declarado  morto  e 
enterrado  sob  o  peso  do  positivismo  científico,  foi a vez do “Homem” (e da “Mulher”) 
sofrer  um  destino  semelhante.  A  natureza  humana,  fomos  informados,  não  existe.  A 
humanidade  é determinada ou por “condicionamento” ou por outras forças sociais que 
estão  além  do  controle  consciente.  A  liberdade,  junto  com  Deus,  não  era  nada  senão 
uma  invenção  da  imaginação,  outra  ilusão  passageira.  Grandes  nomes  da  cultura 
contemporânea  cantavam  com  entusiasmo  o epitáfio da mente. O “Homem”, segundo 
um  celebrado  philosophe  (filósofo)  francês,  estava  morto.  No  meio  do  século  20,  o 
Homo  sapiens  havia  se  tornado  nada  além  de  uma  folha  de  papel  em  branco  na  qual a 
sociedade escrevia o que bem quisesse. 
Armado  com  essa  panóplia  intelectual,  e  meu  próprio  relacionamento  incerto 
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com  este,  eu  entrei  no  mundo  de  Daskalos  (Mestre),  como  Spyros  Sathi  era  chamado 
por  seus  seguidores.  Eu  nunca  havia  me  sentindo  confortável  com  o  materialismo 
científico.  Eu  o  aceitava  como  um  custo  trágico,  talvez  inevitável  da  vida  intelectual 
moderna.  Dentro  de  mim pairava uma noção à la Dostoiévski dormente e antiquada de 
que “se Deus não existe, então vale tudo”. 
Por  meu  descontentamento  eu  talvez  estivesse  mais  aberto  a  ouvir  a  versão 
sagrada  de  Daskalos  da  realidade,  com  um  mínimo  de  interferência  teórica  da  minha 
parte.  Eu  simplesmente  observava  Daskalos  durante  várias  sessões  de  cura,  ouvia  suas 
palestras  e  conversas  e  dialogava  com  ele  usando  sua  própria  linguagem  e  categorias  de 
entendimento.  Tornei-me  um  observador  participante  no  melhor  sentido  do  termo, 
incluindo  a  prática  de  exercícios  de  meditação  que  ele  prescrevia  para  o 
desenvolvimento  de  supostos  poderes  psiconoéticos  e  autoanálise  sistemática  para 
transcender o ego e transformá-lo. 
Daskalos  me  aceitou  como  eu  era,  um  cético,  um  “São  Tomé”,  como ele gostava 
de  me  chamar  com um humor zombeteiro. Ele gostava e até estimulava, às vezes, o meu 
ceticismo.  “Não  aceite  nada  por  fé.  Você  tem  que  ser  um  ponto  de  interrogação 
errante,  ardente,  examinando  tudo  ​e  sempre  tendo  como  seu  guia  o  autodomínio”, ele 
me aconselhou uma vez. 
Minhas  dúvidas  sobre  as  habilidades  renomadas  de  Daskalos  começaram  a  diminuir 
quando  eu  pude  vê-lo  em  ação  pessoalmente.  A  princípio,  fiquei impressionado com a 
cura  de  uma jovem israelense que afirmava estar possuída por demônios. Os psiquiatras 
e  rabinos  que  ela  visitou  em  seu  país  de  origem  não  puderam  ajudá-la  e  por um tempo 
ela  foi  internada  em  um manicômio. Os “demônios” continuaram a importuná-la até o 
ponto  de  ela  tornar-se  incapaz  de  viver  normalmente,  dormir  ou  ficar  sozinha. 
Daskalos,  depois de diagnosticar o problema como uma “possessão” não por demônios, 
mas  por  dois  espíritos  humanos,  mais  especificamente  nazistas  (“marido  e  mulher  que 
morreram  durante  o  bombardeio  de  Hamburgo"),  prosseguiu  com  o  exorcismo 
baseado  em  fórmulas  derivadas  da  Cabala.  No  decorrer  do  encontro  com  Daskalos,  a 
paciente  foi  libertada  de  seu  problema.  As  vozes  foram  silenciadas  e  ela  voltou  a  viver 
normalmente. 
Em  outra  ocasião,  Daskalos  curou  uma  mulher  cipriota  de  meia-idade  que  tinha 
problemas  de  coluna.  Ela  estava  paralisada  e  os  médicos  no  Chipre  e  no  exterior  a 
aconselharam  a  se  acostumar  a  viver com aquele mal e que nada poderiam fazer por ela. 
Em  questão  de  minutos,  depois  de  tocá-la  e  massageá-la,  Daskalos  a  fez  sair  da  cama 
onde  ela  havia  passado  os  últimos  seis  meses  deitada.  Ele  realinhou  as  vértebras  da 
paciente  para  a  posição  correta  e  ela  até  começou  a  fazer  exercícios.  O que havia de tão 
especial nessa cura era que mulher, que não acreditava totalmente na cura milagrosa, foi 
ver  seu  radiologista  no  mesmo  dia.  As  radiografias  de  uma  semana  antes  mostraram 
claramente  uma  coluna  danificada.  As  novas  exibiam  uma  espinha  normal  e 
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perfeitamente  saudável.  Depois  desse  episódio  e  de  muitos  outros  que  pude 
testemunhar,  não  tive  dúvida  de  que  Daskalos  possuía dons de cura incomuns que não 
podiam  ser  explicados  por  sugestão  ou  outras  teorias  médicas  ou  psicológicas 
convencionais. 
Daskalos  tinha  outras  habilidades  estranhas  que  me  atraíram  lentamente  em 
direção  ao  seu  mundo.  Um  dia,  enquanto  eu  ao  seu  lado,  ele  começou  a  descrever  em 
detalhes  o  interior  da  minha  casa  no Maine. “Eu gosto da sua casa”, ele comentou num 
tom  casual.  “Ela  tem  personalidade”.  Ele  até  sugeriu,  em  tom  de  brincadeira,  que 
deveríamos  instalar  um  telefone  no  quarto  onde  eu  dormia  com  minha  mulher  no 
andar  de  cima,  para  não  descermos  às  pressas  para  a  cozinha  sempre  que  alguém 
telefonasse.  “Quando  você  pensar  intensamente  em  mim,  vou  estar  com  você”,  ele  me 
informou.  Ele  nos  visitou  várias  vezes  no  Maine  com  seu  “corpo  psiconoético”, 
enquanto fazia a “exomatose”. Foi assim que ele soube como era a minha casa. 
Quando  voltamos  ao  Maine,  Emily,  minha  mulher,  teve  um  problema no joelho 
direito.  Ela  sentia  dores  sérias,  não  conseguia  dobrar  o  joelho  em  nenhum  momento, 
especialmente  enquanto estava sentada no carro. Em uma manhã, recebemos uma carta 
de  Iacovos,  o  jovem  aprendiz  de  Daskalos.  “Emily  precisa  ir  ao  médico  para  ver  o 
joelho”,  ele  nos  disse.  Na  carta,  ele  afirmou  que  Daskalos  havia  percebido  que  havia 
algum  problema  no  joelho  direito  de  Emily.  Iacovos  afirmou  que  ele  e  Daskalos 
estavam  fazendo  o  melhor  que  podiam  para  que  ela  fosse  ao  médico  de  qualquer jeito. 
As dores dela desapareceram três dias depois de a carta de Iacovos chegar. 
Uma oportunidade maior de observar as qualidades incomuns de Daskalos surgiu 
no  primeiro  semestre  de  1984,  durante  uma  estadia  prolongada  no  Chipre.  Um amigo 
próximo  meu,  psicólogo,  professor  emérito  de  uma  universidade  da Ivy League (grupo 
formado  pelas  universidades  de  maior  prestígio  nos  Estados  Unidos)  nos  visitou  para 
ajudar  a  organizar  um  workshop  intercomunitário  na  esperança  de  contribuir  para  o 
entendimento  grego-turco  na  ilha.  Por  uma  infelicidade,  ele,  antes  de  chegar  à  ilha, 
enquanto  passeava  em  alguma  montanha  no  alpes  italianos,  foi  mordido  na  perna  por 
um  cachorro  pastor  alemão.  Por  se  tratar  de  um  idoso,  a cicatrização da ferida foi lenta 
e  se  temia  que  ela  infeccionasse.  Ele  não  estava,  no  entanto,  alarmado.  Os  médicos  na 
Itália  o  tranquilizaram.  Quando  ele  chegou  na  ilha  mancando, sugeri de passagem que, 
além  dos  médicos,  talvez  ele  devesse  permitir  que  Daskalos  desse  uma  olhada  no 
machucado. 
Ele  sabia  vagamente  das  minhas  atividades  de  pesquisa  com  Daskalos  e  mais  de 
uma  vez,  de  maneira  educada  e  sutil,  expressou  uma  preocupação  paterna  com  minha 
reputação acadêmica por eu estar lidando com “tais assuntos”. Assegurei-lhe que minha 
abordagem  ao  estudar  o  mundo  de  Daskalos  era  fenomenológica  e  não 
propagandística,  não  tinha  uma  perspectiva  de  um  verdadeiro  crente. Ele assentiu com 
aprovação  acadêmica  e  depois  de  discutirmos  minha  pesquisa  com  ele  mais 
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detalhadamente,  ele  expressou  interesse  em  encontrar  “o  curador”,  que  foi  como  se 
referiu a Daskalos. 
Foi  no  início  de  agosto,  numa  tarde  de  quarta-feira,  que  visitamos  Daskalos  em 
Strovolos,  um  subúrbio  de  Nicósia.  Ele  nos  recebeu  no  momento  em  que  tinha 
acabado  de  concluir  uma  sessão  com  os  integrantes  de  seu  “círculo  íntimo”. ​Eles ainda 
estavam  no  Stoa,  um  quarto  nos  fundos  da  casa  de  Daskalos  onde  conduziam  as 
reuniões  e  meditações.  Daskalos  nos  apresentou  a  seus  discípulos  enquanto  estes 
tiravam  suas  vestes  brancas  e  saíam  do  Santuário.  Depois  que foram embora, entramos 
na sala de Daskalos para tomar café e conversar. 
Com  alguma  hesitação  em  sua  voz,  meu  colega  abriu  a  discussão.  “Sou 
psicólogo”,  começou  ele,  “portanto,  temos  um  interesse  mútuo  nesses  assuntos”. 
Depois  de falarem sobre o estado do conhecimento psicológico, Daskalos expressou seu 
repúdio  à  psicologia  convencional,  alegando que ela ainda estava em seu “estágio inicial 
de desenvolvimento”. 
–  ​A  razão  pela  qual  os  psicólogos  e  psicanalistas  fracassaram  –  Daskalos  disse 
vigorosamente  ​–  é  porque  eles  não  se  estudam.  É  preciso  mergulhar  fundo  em  si 
mesmo.  Não  limite  sua  pesquisa  e  suas  observações  aos  outros,  aos  pacientes,  mas  a 
você  mesmo.  Daskalos  falou  isso  apontando  ameaçadoramente  o dedo para o visitante. 
Felizmente,  o  ego  de  meu  amigo  era  bastante  seguro  e  ele  não  se  ofendeu  com  os 
comentários  irreverentes  de  Daskalos  sobre  sua  profissão.  De  fato,  a  julgar  por  suas 
reações,  tive  a  sensação  de  que  ele  não  estava  totalmente  em desacordo com a avaliação 
de  Daskalos.  Um  psicólogo  social  de  renome  mundial  e  um  bom  ouvinte  com décadas 
de  experiência  em  pesquisa  de  campo,  meu  amigo  estava  mais  interessado  em  ouvir  o 
ponto  de  vista  de  Daskalos  do  que  em  defender  sua  própria  disciplina  ou  a  tradição 
intelectual dentro da qual construiu sua carreira e reputação. 
Daskalos  explicou  que  o  mundo  em  que  ele  vivia  e  trabalhava  era  parte  da 
natureza.  As  pessoas,  portanto,  erroneamente  chamavam  a  sua  “ciência”  de  metafísica. 
–  ​Não  existe  tal  coisa  ​–  ele  insistiu  ​–.  ​Tudo  é  física.  Só  porque  não  podemos  ver  o 
hidrogênio,  isso  não  significa  que  ele  não  existe.  Empregamos  uma  concepção  mais 
ampla  da  realidade  que  está  além  dos  sentidos,  mas  é  bastante  tangível  para  fins  de 
pesquisa.  É  por  isso  que  nos  chamamos  de  Pesquisadores  da  Verdade.  A  maioria  dos 
cientistas  hoje  se  considera  materialista.  Mas  eles  sabem  realmente  do  que  isso  se trata? 
A  compreensão  deles  da  matéria  é  limitada  porque  operam  apenas  no  nível  material 
bruto.  Chamamos  isso  de  “material  bruto”  porque  o  outro  lado  dentro  do  qual 
trabalhamos  também  é  material.  O  ar  é  matéria,  embora  seja  invisível.  O  éter  já  foi 
descoberto  pela  ciência  convencional  e  depois  foi  abandonado  de  um  jeito  tolo.  Mas, 
para nós, é tão real quanto a eletricidade e o usamos em terapia. 
Apontei  para  meu  amigo  que  aqu​ilo  a  que  Daskalos  se  referia,  isto  é,  a  noção  de 
energia  etérica,  era  em  muitos  aspectos  semelhante  ao  élan  vital  de  Bergson,  à  energia 
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orgônica de Reich, ao magnetismo animal de Mesmer e ao conceito hindu do prana.  
– Entendo – o meu amigo disse pensativo, passando a mão pelo queixo. 
–  Nossa  diferença  daqueles  que  se  chamam  de  materialistas  é  esta:  nosso 
laboratório é mais amplo – disse Daskalos com um largo sorriso. 
–  Então,  você  diria  –  meu  amigo  respondeu  lentamente  –  que  estamos  lidando 
com o cérebro humano e isso também é material. 
–  Só  um  minuto  –  reagiu  Daskalos  –.  O  que  você  chama  de  cérebro  nada mais é 
do que a matéria bruta dentro do crânio. Existe outra coisa que chamamos de Mente. 
– Aí, sim. Bem, qual é a diferença segundo você? – meu amigo perguntou. 
–  É  a  diferença  entre  um  gerador  e  a  eletricidade.  A  eletricidade  está  em  toda 
parte  –  Daskalos  respondeu  estendendo  as  mãos  –.  No  entanto,  esse  instrumento  nos 
prova que a eletricidade existe. Mas, em si, não cria eletricidade. 
Daskalos  continuou explicando que toda a matéria é a Mente em várias formas de 
"vibrações".  A  mente,  ele  disse,  não  é  o  Absoluto,  como  ele  preferiu  chamar  o  que  as 
pessoas  entendem  como  Deus,  mas  os  meios  pelos  quais  o  Absoluto  não  manifesto  se 
manifesta.  A  mente  é  a  “superstição”  com  a  qual  os  “universos"  são  criados.  Não  há 
“matéria morta”. 
Na  análise  de meu colega, Daskalos elaborou que o mundo material bruto dentro 
do  qual  a  ciência  convencional  opera  está  no  nível  mais  baixo  de  vibrações  da  Mente. 
Há  também  os  mundos  psíquicos  da  quarta  dimensão  da  existência,  onde  o  espaço 
como  o  conhecemos  não  existe  e  o  mundo  noético,  a  quinta  dimensão,  onde  tanto  o 
espaço  quanto  o  tempo  são  transcendidos.  Além  disso,  existem  os  mundos  noéticos 
mais  elevados,  os  mundos  dos  “arquétipos”  e das formas puras. Um desses arquétipos é 
a  ideia  do  homem.  Uma  vez  que  uma  emanação  de  uma  “Mônada  Sagrada”  passe  por 
esse  arquétipo,  a  existência  humana  começa.  A  alma  eterna  está  vestida  com  um corpo 
noético,  um  corpo  psíquico  e,  finalmente,  na  concepção  e  no  nascimento,  por  um 
corpo material bruto. 
Todos  os  três  corpos  que  todo  ser  humano  vivo  tem  são  corpos  “materiais”  em 
diferentes níveis de vibração, esclareceu Daskalos. 
–  A  tragédia  com  a  ciência  convencional,  incluindo  a  psicologia  é  que  ela 
reconhece  apenas  um,  o  material  bruto,  e  todas  as  teorias  científicas  sobre  a  natureza 
humana e o eu são limitadas ao mais grosseiro nível de existência. 
Daskalos  alegou  então  que  seu  conhecimento  dessas  outras  dimensões se baseava 
em  sua  própria  experiência.  Ele  estava  em  constante  comunicação  com  esses  outros 
mundos,  onde  trabalhava  com  outros  “ajudantes  invisíveis”  e  mestres.  Daskalos 
argumentou  que,  quando  alguém  morre,  continua  a  viver  plenamente  consciente 
dentro  dessas  outras  dimensões,  como  uma  “personalidade  presente”  com  o  corpo 
psiconoético,  o  corpo  de  sentimentos,  desejos  e  pensamentos,  até  a  próxima 
encarnação,  quando  o  ego  construirá  uma  nova "personalidade presente", composta de 
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um  novo  corpo  material  noético,  psíquico  e  denso.  Por  meio  do  eu  interior  ou  da 
“personalidade  permanente”,  a  essência  de  todas  as  experiências  das  vidas  passadas será 
transferida para a nova encarnação. 
Após  mais  questionamentos  de  meu  colega, Daskalos afirmou que o objetivo dos 
ciclos  de  encarnações  é  adquirir  experiências  e  desenvolver  “individualidade  dentro  da 
Unidade”.  Pelo  Carma,  ou  a  lei  de  causa  e  efeito,  o  ego  crescerá  espiritualmente  até  a 
obtenção  da  Teose  ou  a  percepção  de  que  alguém  é  uma  parte  integral  de  Deus  ou  do 
Absoluto.  A  entidade  humana  será  então  libertada  da  necessidade  dos  ciclos  da 
existência  e  da  descida  aos  “reinos  da  separação” e da matéria bruta. Daskalos enfatizou 
que  não  há  “pecado”  como  tal,  uma  vez  que  não  há  castigo  eterno.  Só  existe 
experiência.  Todas  as  almas  humanas  serão  redimidas  através  da  lei  do  carma,  do 
amadurecimento  e  da  assimilação  do  conhecimento  e  da  sabedoria.  “O  assassino  de 
hoje”,  declarou  ele  certa  vez,  “se  tornará  o  mestre  da  iluminação  de  amanhã”.  A 
parábola  do  Filho  Pródigo,  contada por Jesus Cristo, revela criticamente à humanidade 
seu  próprio  destino:  retornar  ao  palácio  do  pai  amoroso  após  as  provações  e 
atribulações das vidas terrenas. 
Daskalos  continuou  a  elaborar  sua  cosmologia,  que  segundo  ele  tinha  como 
fontes  os  mestres  “do  outro  lado”,  entidades  que  vivem  dentro  da  Teose.  A  principal 
delas  é  Yohannan,  ou  João,  o  evangelista,  que  usa  o  corpo  de  Daskalos  para  oferecer  à 
humanidade  lições  sobre  a  natureza  da  realidade  e da existência. Meu amigo de 75 anos 
de  idade  escutava  com  interesse,  mas  sem  demonstrar  quaisquer  sinais  de  que  estivesse 
impressionado  ou  não  impressionado com a erudição cosmológica de Daskalos. Depois 
de  uma  pausa  de  15  minutos,  quando  Daskalos  atendeu  visitantes  que  procuravam 
conselhos sobre problemas familiares, meu amigo prosseguiu e fez mais perguntas. 
–  Eu  tenho  uma  pergunta  sobre  parapsicologia  –  ele  disse  depois  de  limpar  a 
garganta  algumas  vezes  e  receber  um  aceno  encorajador  de  Daskalos  –  Isso  não  é  um 
desafio. Estou apenas tentando explorar seu pensamento. 
– Vá em frente – disse Daskalos sorrindo enquanto cruzava os braços. 
–  Vamos  fazer  um  experimento  tradicional  usando  a  percepção  extrassensorial. 
Existem  cinco  cartões  –  disse  meu  colega,  apontando  para  cartas  imaginárias  que 
estariam  na  mesa  de centro diante de nós –. Um deles tem um círculo. O outro tem um 
quadrado  e  assim  por  diante.  Sabemos  de  muitos  e  muitos  experimentos  em  que 
algumas  pessoas  podem  dizer  qual  carta  eu  tenho  na  mão.  E  do  seu  ponto de vista e de 
todos os pontos de vista, podemos não saber como ocorre a transmissão. 
– Mas nós sabemos – protestou Daskalos rindo. 
–  Não,  deixe-me  terminar.  Segundo  os  parapsicólogos,  há  algumas  pessoas  que, 
do  ponto  de  vista estatístico, têm um desempenho melhor do que o acaso. Enquanto se 
espera  que  pessoas comuns estejam corretas em uma a cada cinco tentativas, ou em 20% 
do  tempo,  essas  outras  pessoas  estão  corretas  70  ou  80%  do  tempo.  Isso  não  poderia 
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ocorrer  por  acaso  –  meu colega falou entusiasmado, com o indicador apontando para a 
frente.  Ele  prosseguiu:  –  Isso  prova  a  realidade  da  percepção  extrassensorial.  Agora 
concordamos  nos  fatos.  Algumas  pessoas  podem  fazer  isso  e  outras  não.  Agora 
podemos  aceitá-lo  cientificamente  como  algo  material  no  sentido  de  que,  quando  vejo 
você, há ondas de luz vindo de você para mim que, nesse sentido, são materiais. 
– Certo – Daskalos assentiu. 
–  E  também  sabemos  que  ondas  de  rádio  podem  passar  por  paredes  e  assim  por 
diante. 
–  Isso  também  é  material  –  Daskalos  respondeu  sorrindo,  com  um  toque  de 
ironia na voz. 
–  Então,  isso  é  tudo  material.  Mas  meu  conhecimento  literário  me  diz  que  os 
parapsicólogos  não  puderam  treinar  ninguém  a  respeito  de  como  fazer  isso,  como 
desenvolver  habilidades  como  essas.  Agora,  do  seu  ponto  de  vista,  baseado  na  sua 
prática  e  experiência,  você  pode  treinar  alguém  para  melhorar  habilidades 
parapsicológicas? 
–  Primeiramente,  meu  caro  professor,  eu  acho  que  os  experimentos  que  você 
mencionou  são  uma  bobagem.  A  parapsicologia  também  está  em  seu  estágio  inicial. 
Não  estamos  interessados  ​em  desenvolver  poderes  psiconoéticos  por  si  mesmos,  para 
criar  fenômenos.  Queremos  desenvolver  esses  poderes  apenas  para  fins  de  cura,  para 
servir  ao  próximo.  Mas  sim,  nós  temos  um  método  que  ensina  as  pessoas  a  lidar com a 
mente. 
– Sim, mas o que isso significa? – meu amigo perguntou. 
–  Existem  ondas  de  rádio  e  se,  com  materiais  apropriados,  construíssemos  um 
aparelho  receptor,  um  rádio,  poderíamos  obter  qualquer  música  ou  transmissão  que 
desejássemos  sintonizando  o  canal  apropriado.  Nosso  objetivo  é  nos  tornarmos  um 
aparato apropriado de recepção das ondas de pensamento. 
– Sim, mas como você se torna um receptor adequado? 
–  Por  meio  de  certos  exercícios  de  meditação  que  levam  à  concentração, 
ensinamos  as pessoas a lidar com essa supersubstância amorfa da Mente e a moldá-la em 
formas  de  pensamento  ou  imagens  mentais.  As  formas  pensamento,  ou  o  que 
chamamos  de  elementais,  têm  substância,  são  feitas  da  Mente,  e  alguém  com 
habilidades de clarividência pode vê-las. 
Daskalos prosseguiu. 
–  Seres  humanos  normais  não  sabem  como  lidar  com  a  mente.  A  mente  da 
maioria  das  pessoas  está  em  numa  condição  embrionária.  As  pessoas  não  conseguem 
nem se concentrar por um único minuto. 
– E os cientistas? – eu mencionei – Eles não sabem como se concentrar? 
–  Não.  Nem  os  cientistas  sabem  se  concentrar  verdadeiramente.  O  tipo  de 
concentração  de  que estou falando é diferente. É a capacidade de manter na mente uma 
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imagem  ao  longo  de  um  período  de  tempo  sem  que  outros  pensamentos  venham  a 
interferir.  Não  é  uma  coisa  fácil.  Os  cientistas  se  concentram,  mas  de  um  jeito  em  que 
um  pensamento  sucede  o  outro  pensamento  sem  uma  concentração  absoluta  e  fixa 
num  único  ponto  ou  imagem. ​Se os cientistas soubessem como meditar e se concentrar 
de  maneira  absoluta  e  indiscriminada,  seriam  dez  vezes  mais  criativos.  Eles 
experimentariam  o  que  eu  chamaria  de  “Sabedoria  em  Realização”,  uma  coisa  que  eu 
não  posso  explicar  o  que é, exceto dizer que em um único momento você seria capaz de 
entender  coisas  que  outras  pessoas  e  cientistas  precisariam  de  anos  de  trabalho  árduo 
para entender. 
–  Quando  você  adquire  essas  habilidades  sem  se  desenvolver  como  ser espiritual, 
não se torna alguém perigoso para si mesmo e para os outros? – perguntei. 
–  Claro.  É  por  isso  que  treinamos  as  pessoas  para  que  elas  não  apenas  saibam 
desenvolver  seus  poderes  psiconoéticos,  mas  também  para  superar  o  egoísmo  e 
purificar  o  subconsciente  de  pensamentos  e  desejos  destrutivos,  por  meio  da 
autoanálise. 
Daskalos  foi  mais  longe ao afirmar que pessoas comuns com um estado “normal” 
de  consciência  vivem  dentro  de  uma  condição  de  hipnose,  um  estado  mecânico  de 
existência. 
–  Eu  chamo  de  estado  normal  uma  situação  em  que  a  atenção  é  dada  às  coisas 
externas  e  a  pessoa  fica  alheia  à  sua  realidade  interior.  Essa  falta  de  consciência  ou 
alienação  do  próprio  eu  autêntico  torna  as  pessoas  robôs  de  sugestões  externas  e,  mais 
frequentemente,  destrutivas.  As  pessoas  pensam  que  estão  vivendo.  ​Na  verdade,  não 
estão  –  ele  afirmou  –.  Elas  só  vão  viver  de  verdade  quando  se descobrirem e, em vez de 
usarem  seus  corpos,  movendo  suas  mãos  e  pernas,  se  concentrando  em  pequenos 
assuntos,  usarem  de  verdade  a  sua  herança  divina  da  Mente  e  se  tornarem  mestres  do 
mundo. 
Dito isso, Daskalos cerrou o punho num gesto simbólico de poder. 
–  Eu  tenho  de  ir  em  breve  –  disse  meu  amigo depois de ponderar a declaração de 
Daskalos.  Mas  antes  quero contar uma coisa sobre a pesquisa de um amigo meu. Tem a 
ver  com  a  química  das  lágrimas.  Ele  descobriu  que  quando se tem lágrimas provocadas 
artificialmente,  como  as  que  surgem  quando  alguém  corta  uma  cebola,  a  composição 
química  das  lágrimas  é  diferente  da  composição  química  das  lágrimas  resultantes  da 
tristeza.  Ele  descobriu  que  existe  um  veneno real nas lágrimas de tristeza, enquanto não 
há  veneno  nas  lágrimas  provocadas  pelas  cebolas.  A  teoria  dele  é  de  que,  na  nossa 
sociedade,  os  homens  não  devem  chorar  quando  estão  tristes,  enquanto  as  mulheres, 
sim.  Ele  acha  que  esse  veneno  tem  algo  a  ver  com  úlceras  do  estômago.  Portanto,  a 
incidência  de  úlceras  entre  os  homens  é  maior  que  nas  mulheres.  As  mulheres 
expressam  suas  emoções  com  mais  facilidade  e  limpam  o  sistema  do  veneno, enquanto 
os  homens  supostamente  são  “homens”.  Ainda  é  uma  teoria  nesse  ponto,  mas  achei 
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que você acharia isso interessante. 
–  Eu  aceito  as  descobertas  do  seu  colega.  Faz  muito  sentido  –  respondeu 
Daskalos, que passou a fazer seus próprios comentários sobre o assunto. 
–  As  lágrimas  são,  digamos,  uma  forma  de  sangramento  branco.  É  o  equivalente 
de  uma  hemorragia  do  sangue.  Agora,  imagine  que  você  corte  o  dedo  e  está  saindo 
sangue.  A  composição  química  do  seu  sangue  dependerá  do  seu  estado  psíquico.  Se 
examinarmos  o sangue de uma pessoa que esteja com raiva e estressada e, em seguida, de 
alguém  calmo  e  pacífico,  descobriremos  que  existe  uma  diferença  química  marcante 
nos  dois  tipos  de  sangue.  É  algo  semelhante  ao  que  o  seu  colega  descobriu  sobre 
lágrimas.  E  digo  mais:  a  síntese  e  a  composição de todos os líquidos e fluidos corporais, 
não  apenas  das  lágrimas  e  do  sangue,  mas  também  a  urina  e  saliva,  são  análogas  ao 
estado  psíquico  do  indivíduo.  Por  quê?  ​Porque  a  matéria  é  governada  pela  energia 
etérica  e  esta  energia  pode  estar  sob  vibrações  calmas  e  pacíficas  ou  sob  vibrações 
violentas.  Eu  conheço  um  caso  em  que  um  garoto,  que  é  visto como um menino mau, 
mordeu  outra  criança num momento de raiva e lhe causou um envenenamento. Com a 
raiva,  a  saliva  do  garoto  se  transformou  em  puro veneno. Quando checaram a saliva do 
garoto  depois  de  ele  se  acalmar,  não  havia  veneno.  A  química  da  saliva  é  um reflexo da 
condição psicológica da pessoa. O mesmo acontece com os animais. 
–  Daskalos,  eu  suponho  que  um  princípio  similar  se  aplique  em  referência  ao 
agiasma  (água  benta)  –  comentei  –. Até onde eu sei, alguns pesquisadores argumentam 
que a composição química da água santificada é diferente da água comum. 
– Certo. É o efeito do pensamento na matéria – acrescentou Daskalos. 
– É o impacto dos elementais que nós, como seres humanos, criamos sem parar. 
–  Você  pode,  por  favor,  explicar  o  que  você  quer  dizer  com  elementais?  –  meu 
amigo questionou. 
–  Todo  pensamento  e  todo  desejo  –  respondeu  Daskalos  –, são cargas de energia 
psiconoéticas  que  são  projetadas  no  ambiente.  Uma  vez  que  esses  “elementais”  são 
empurrados  para  fora,  eles  têm  uma  forma  e  uma  existência  própria.  Os  elementais, 
portanto,  podem  afetar  outros  que  vibrem  na  mesma  frequência  que  a  pessoa  ou  as 
pessoas  que os projetaram. Um Pesquisador da Verdade deve, por meio da autoanálise e 
de  exercícios  apropriados  de  meditação,  projetar  apenas  elementais  benignos  que 
possam ajudar os outros. 
Daskalos  passou  a argumentar que um indivíduo está sempre ligado e responsável 
pelos  elementais  que  cria  incessantemente.  Qualquer  que  seja  o  tipo  de  pensamentos e 
desejos,  ou  elementais,  portanto,  que  lançamos,  eventualmente  eles  retornarão,  seja 
nesta ou em futuras encarnações.  
 

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FOGO NO CORAÇÃO 
CAPÍTULO 1 
O Erevna 
 
Eu mal havia chegado a Nicósia em maio de 1987, quando Stephanos me ligou. Ele disse 
que tinha que falar comigo a respeito de Daskalos e que precisava me ver 
imediatamente. A voz dele estava animada e tinha um senso de urgência. Embora eu não 
tivesse dormido na noite anterior por causa do longo voo do Maine, pedi a ele que viesse 
logo. Independentemente do meu cansaço, fiquei mais do que feliz por ver meu bom 
amigo e confidente Stephanos. 
 
– ​As coisas estão saindo do controle ​–​ ele disse sorrindo enquanto respirava fundo. 
Entregou a mim um jornal com um artigo de duas páginas sobre Daskalos. 
 
Eu balancei a cabeça em desânimo. Apesar de minha promessa de proteger a privacidade 
de Daskalos, parecia não haver mais como manter a identidade dele em segredo. Eu já 
havia escrito dois livros a seu respeito e Chipre é uma ilha pequena demais para qualquer 
pessoa permanecer anônima, particularmente uma pessoa como Daskalos. Quando ele 
realizou um “milagre” de cura diante de alguns jornalistas espantados, era inevitável que 
sua história aparecesse em breve nos jornais. Stephanos estava presente quando a cura 
extraordinária ocorreu e, portanto, foi capaz de explicar. 
 
Stephanos começou a falar enquanto nos acomodávamos, segurando duas xícaras de chá 
gelado. 
 
– ​Eu estava conversando com Daskalos sobre a vez em que esses jornalistas com as 
câmeras e gravadores entraram na casa pedindo uma reunião. Eles tinham ouvido falar 
do que ele estava fazendo e desejavam lhe fazer perguntas. Daskalos convidou-os e 
conversou com eles por mais de uma hora. 

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– ​Isso é uma grande mudança de ideia ​–​ me espantei. Sabia que até aquele momento 
Daskalos nunca havia dado entrevistas a jornalistas. 
 
– ​Eles estavam fazendo todo tipo de perguntas, sobre vida após a morte, reencarnação, 
cura, clarividência e coisas assim. Não acho que aquelas pessoas tivessem ouvido falar de 
tais assuntos antes e elas os ouviam com a expressão fascinada. Então, quando estavam 
prontos para partir, uma inglesa chegou, segurando seu filho de três anos nos braços. O 
que aconteceu depois disso é mais ou menos a maneira como é relatado nos noticiários. 
 
Olhei para o jornal semanal à minha frente mais uma vez enquanto relia as grandes letras 
gregas: “Na frente de várias testemunhas, Spyros Sathi [Daskalos] curou um menino 
inglês de três anos que sofria de pólio”. Li mais: “Foi um milagre? Foi sugestão? Eu 
realmente não sei o que dizer. Eu sei apenas o que vi com meus próprios olhos: Uma 
criança pequena, que alguns minutos antes não ficava de pé , agora poderia correr ao 
redor da sala”.  
O jornalista passou a descrever como Daskalos realizou a cura: “Eu olhei com 
curiosidade para a inglesa que segurava o filho. Só quando ela colocou o menino nos 
braços de Spyros Sathi notei que a perna esquerda estava envolta por uma cinta plástica 
pesada. A perna era atrofiada e claramente mais curta do que a direita. Spyros Sathi 
sentou-se em uma cadeira com a criança nos braços e começou a falar em um tom muito 
doce com o menino, enquanto passava a mão sobre a perna problemática. Um dos meus 
colegas perguntou para a mulher qual era o problema da criança e ela respondeu que ele 
tinha poliomielite, que cairia se ficasse sozinho.  
Enquanto isso, Spyros Sathi continuou a passar a mão pela perna atrofiada, puxou-a 
algumas vezes como se fosse para deixá-la mais comprida. Dez, vinte minutos devem ter 
passado, não me lembro, meus olhos estavam grudados na criança e às vezes em Spyros 
Sathi.  
De repente a criança fez uma careta de dor. Nesse momento ele levantou o menino, 
deu-lhe uma leve bofetada nas nádegas e disse: "Agora vá correr, meu filho!". A criança 
começou a correr pela sala! Foi um milagre? Foi sugestão? Pode-se chegar a qualquer 
conclusão que se queira. Eu apenas descrevo o que vi”.  
 
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– ​O tempo do anonimato acabou – ​ ​ eu disse a Stephanos, que vinha compartilhando 
minhas experiências com Daskalos por quase uma década. 
Conheci Spyros Sathi, um funcionário público aposentado, no verão de 1978. Ele era 
um homem alto, de aparência comum, diferente de qualquer um de seus compatriotas. 
Era possível encontrá-los em abundância nos cafés masculinos de Chipre, matando 
tempo com gamão e cartões, lendo jornais, fofocando e tomando café turco 
preguiçosamente. 
 
Mas Spyros Sathi não era um homem comum e dificilmente era um patrono de casas de 
café. Em seu tempo livre, ele preferia cuidar de suas plantas e cactos, pintar estranhas 
paisagens que pareciam ser de outros mundos e ouvir Beethoven. Se tivesse vivido na 
Sibéria, no Nepal ou em algum povoado africano, os antropólogos provavelmente o 
teriam declarado xamã, e se ele tivesse nascido mexicano ou peruano, certamente teria 
merecido o título de curandeiro. Índios e tibetanos teriam o venerado como um iogue 
ou um lama. 
 
Spyros Sathi era um curador, mestre de conhecimentos metafísicos e de poderes 
psíquicos inimagináveis. Ele afirma ter a capacidade de voar fora de seu corpo 
envelhecido à vontade e de realizar viagens na companhia de "ajudantes invisíveis" para 
lugares distantes e outras dimensões, a fim de “dedicar serviço" para aqueles que 
precisam. Ele pode fazer isso em plena consciência e, assim como a reputação dos xamãs, 
relatar a seus seguidores sobre sua exomatose (experiência fora do corpo). 
 
Pessoas de todos os tipos, depois de esgotar a medicina convencional, discretamente 
procuraram-no para conduzir exorcismos e curar seus corpos e almas de todos os tipos 
de distúrbios físicos e psicológicos. 
Por muito tempo seu nome na ilha era sinônimo de ocultismo, e os devotos religiosos 
evitavam-no como um mago de proporções mefistofélicas.  
 
“​Nunca mencione o nome daquele homem em minha casa", uma tia profundamente 
religiosa e maravilhosa minha uma vez me ordenou. Os primeiros esforços da parte da 
hierarquia clerical para excomungá-lo não deram certo graças à oposição espirituosa do 

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atual Arcebispo Makarios. Havia rumores de que Sua Beatitude era uma espécie de 
discípulo, que assistia secretamente às palestras e lições de Sathi. 
 
O prelado certamente reconheceu que o homem não era uma ameaça ao cristianismo e 
certamente não era um feiticeiro ameaçador. Ele deve ter percebido, como eu, que o 
homem incomum de Strovolos era um místico cristão. 
Para as pessoas sofisticadas que não acreditavam nele, Spyros Sathi não deveria ser 
levado a sério. Ele talvez fosse ladino, definitivamente um charlatão. Na melhor das 
hipóteses, uma curiosidade divertida, um anacronismo inofensivo para os ingênuos e 
estúpidos, alguém feito para aqueles que são gentis na cabeça e não estudam nos modos 
de refletir a reflexão e a objetividade científica. “Você realmente deseja perder seu tempo 
com esse homem?”, perguntou um primo preocupado, um cientista social talentoso, 
sacudindo a cabeça quando mencionei pela primeira vez minha intenção de passar os 
meses da minha licença estudando o mundo de Spyros Sathi. “Por que você não estuda a 
estrutura de classes de Chipre e a relação entre o comportamento eleitoral e a filiação 
partidária? Nenhum órgão fez nada parecido ainda”. 
 
Pela maior parte da vida, Spyros Sathi foi um pária em sua própria sociedade, visto com 
profunda desconfiança por religiosos e não religiosos. Esse não era o caso, é claro, 
daqueles que buscavam a ajuda dele ou do crescente círculo de discípulos que 
arriscavam sua reputação para assistir às suas palestras no Stoa, um quarto transformado 
em santuário nos fundos de sua casa. 
 
Lá eles se reuniam e praticavam as artes místicas, incluindo exercícios de meditação que 
Spyros Sathi designou para o seu desenvolvimento psiconoético e espiritual. Para esse 
grupo de pessoas, ele não era apenas o Mago de Strovolos, mas Daskalos, mestre e 
professor de sabedoria esotérica. 
 
Eu disse a Stephanos que iria ver Daskalos na manhã seguinte, depois de uma boa noite 
de sono. Quando cheguei à casa dele no dia seguinte, havia vários visitantes que, como 
de costume, tinham procurado ajuda por um motivo ou outro. Ele estava com um 
humor jovial e ficou feliz em me ver depois de mais de oito meses desde a minha última 
visita, em agosto de 1986. Longe de estar aborrecido com sua exposição na imprensa, ele 
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sentia-se satisfeito, se divertindo profundamente com a surpresa dos jornalistas. “Não 
teve nada de milagroso ou extraordinário no que aconteceu”, Daskalos riu. “Apenas me 
tornei um veículo para o Espírito Santo, isso é tudo”. Ele repetiu o que já tinha me dito 
muitas vezes, que o que torna um milagre num milagre é a nossa ignorância. Se 
soubéssemos como a Natureza funciona, não chamaríamos tais fenômenos de milagres. 
“O único milagre que existe é a própria vida. Nada mais”, disse ele. 
 
Com seu humor malicioso, Daskalos caracteristicamente fez várias piadas sobre o 
episódio, espalhando hilaridade entre o pequeno público presente. Como ele estava 
acompanhado e ocupado, minha visita foi breve. Combinamos de nos encontrarmos 
novamente no fim da semana. Enquanto isso, passei alguns dias na próspera cidade 
portuária de Limassol, onde restabeleci contato com Kostas, discípulo mais avançado de 
Daskalos e seu sucessor designado. 
O artigo publicado no jornal foi motivo suficiente para criar uma agitação por toda a 
ilha de Chipre, mesmo entre aqueles que ignoravam tais assuntos sobre cura, 
capacidades psíquicas e outros temas. Por conta da minha reputação como especialista 
no assunto, fui procurado por colegas e conhecidos, interessados em ouvir a minha 
opinião sobre o ocorrido. Dentre as pessoas que me contataram estava Sophia, uma 
socióloga nativa de Chipre, que trabalhava em uma universidade canadense. Sophia 
entrou em contato comigo, pois viera passar o verão na ilha e tomou conhecimento de 
minha presença. 
Marcamos um encontro no restaurante Elefthere Karpasia, para a próxima noite de 
sábado. O restaurante se encontrava ao lado da Linha Verde, uma demarcação criada 
pelas Forças das Nações Unidas instaladas em Chipre (UNFICYP), encarregada de 
manter a paz entre os gregos e turcos cipriotas. O restaurante, no entanto, era um prédio 
bombardeado e abandonado, que foi construído em arenito sob o período colonial 
britânico. Eu possuía grande afeição pelo lugar, apesar das obscuras lembranças do 
catastrófico estado das coisas entre os dois grupos étnicos e da calamitosa invasão em 
1974, pela ilha da Turquia. 
O restaurante era simples, composto por apenas quatro paredes com telhados até a 
metade, resultado de destruição em bombardeios. Era possível avistar uma parte de 
Nicósia ocupada pelos turcos por conta do pátio interno, um espaço aberto com 
jasmins, palmeiras e antigos arcos venezianos. O lugar foi tomado por refugiados de 
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Karpasia, a península sob controle da Turquia, onde à tarde e à noite funcionava um 
humilde restaurante durante os calorosos meses do verão. O espaço era perfeito para 
conversas prolongadas e amenas, sendo assim, a frequência de intelectuais nativos e 
alguns ativistas políticos radicais, era frequente. 
 
–H ​ onestamente, sou incapaz de compreender o que você tem feito durantes estes 
longos anos. ​– S​ ophia abriu a conversa com um certo sorriso em sua boca, depois de 
termos nos instalado em uma mesa sob os arcos venezianos – ​ ​Preciso ser franca, esses 
temas com os quais você está envolvido me deixam pouco à vontade. Eles colidem 
frontalmente com minha formação e com meus valores. 
 
– ​Entendo perfeitamente ​– r​ espondi sorrindo, e lhe afirmei que tais reações já não me 
preocupavam mais. 
 
Eu estava quase convencido de que minha amiga Sophia possuía uma estreita concepção 
a respeito das minhas pesquisas. Eu era conhecido a ela como sociólogo político; em 
muitos momentos participamos de seminários sobre a resolução para o problema 
cipriota. Entendo que para Sophia, era difícil conceber a minha mudança radical nos 
textos que estava acostumado a escrever, era difícil compreender também meu interesse 
e preocupação com a vida e o trabalho de subjetivos místicos e suas curas. Sua educação 
compreende uma tradição científica e positivista das ciências sociais, fora doutrinada 
com a crença de que todas as religiões são projeções da sociedade ou até então uma 
psicopatologia, era natural que Sophia questionasse minha aproximação com Daskalos, 
Kostas e todo círculo de seus discípulos. Eu era capaz de ouvir os pensamentos que 
passavam em sua cabeça: “Pobre Kyriacos! Sua intenção não é ruim, mas qual seria o 
bicho que o mordeu?” 
 
– ​Há quase dez anos, quando comecei minhas pesquisas sobre Daskalos, eu era tão 
cético quanto você. ​– d​ isse eu ​– ​Mas depois de todo esse tempo com minhas pesquisas, 
fui convencido a reconhecer que pode existir algo de verídico nisso tudo, algo que não 
deve ser simplesmente ignorado. 
 

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– ​Mas, e quanto a sua objetividade científica? ​– p
​ erguntou Sophia, ligeiramente com 
um tom irônico em sua voz. 
– ​Eu sou capaz de te assegurar que minha abordagem não desvia às metas científicas. 
Simplesmente fiz uso de uma abordagem mais fenomenológica nesta pesquisa em 
particular –​ ​expliquei-lhe que meu objetivo não fora de explicar, ou melhor, de esmiuçar 
o mundo vivenciado por pessoas como Daskalos e Kostas. 
 
– ​Ao invés de conceber o papel do acadêmico americano ​– d ​ isse ​– ​e adentrar no 
universo de Daskalos com ideias rígidas e preconcebidas a respeito de sua realidade, 
decidi optar em deixar que ele me contasse coisas a seu respeito. Dentro de situações 
onde a realidade da pessoa em questão é radicalmente distinta do que se acredita, não é 
recomendável impor a própria opinião, pouco importando quão científica ela possa 
parecer, antes de oferecer a ela a chance de apresentar sua versão fazendo uso de sua 
própria linguagem e suas compreensões. Tomei um cuidado enorme para não impor 
minhas limitações e meus preconceitos. 
 
– ​Kyriaco, você não acha – ​ ​disse Sophia pensativa ​– ​que o método o qual você faz uso 
possui desvantagens? Em outras palavras: não seria uma desvantagem o seu método ser 
descritivo e não baseado em uma predisposição crítica?  
 
–​ Pelo contrário, nos meus encontros com Daskalos e assim também com Kostas, 
sempre desempenhei o papel de São Tomé. Mantive uma predisposição crítica o tempo 
todo, às vezes mais do que o esperado nas circunstâncias. Em outras palavras, me senti 
compelido a explorar a validade do que eles estavam dizendo sobre a natureza da 
realidade. De fato, meu relacionamento com eles foi fácil precisamente porque fui aceito 
como um cético. 
 
Ela persistiu.  
– ​Por outro lado, a sua abordagem implica que você realmente não questione a versão 
deles da realidade. Você não os confronta com uma visão alternativa. 
 
– ​Se eu tivesse ficado no nível de confronto, não teria ido muito longe. Não teria sido 
capaz de pesquisar durante a última década o material volumoso sobre o mundo 
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extraordinário no qual esses místicos vivem e trabalham. Eles teriam me dispensado por 
agora como alguém irremediavelmente dogmático e rígido. 
 
–​ ​Mas, novamente – ​ ​insistiu Sophia ​–​ não existe o risco de você se identificar com essas 
pessoas? O que chamamos na Sociologia de “tornar-se nativo”, esquecer o seu papel de 
sociólogo crítico? 
 
–​ ​Mas isso é um risco ou um preconceito? ​– eu rebati. –​ O risco de ser identificado com 
eles implica que você, como pesquisador, se recusa a entrar na situação para realmente 
entender os seus assuntos. Em vez disso, você prefere manter o desapego científico, 
tratando os outros como objetos de estudo. Eu não acho que, em casos desse tipo, tal 
abordagem levaria a resultados frutíferos ou a qualquer entendimento real. Pelo 
contrário, leva a um viés e à falta de uma percepção real do assunto sob investigação.  
 
Nosso breve e amigável debate sobre metodologia terminou quando o garçom veio à 
nossa mesa. Sophia pediu chá e eu pedi um copo de cerveja. Estava ficando escuro – ​ ​ o 
sol se punha quase uma hora mais cedo ​–,​ mas ainda podíamos ver pessoas nas varandas 
do outro lado do fosso seco e largo que nos separava dos turcos que viviam dentro dos 
muros da cidade, uma estrutura construída por venezianos no século 16, quando eles 
eram os suseranos da ilha. 
 
Sophia olhava para o lado turco da divisória e me fez uma pergunta. 
 
– Kyriaco, você quer dizer que esse Daskalos, supostamente, tem habilidades 
metafísicas? 
 
– Vou lhe falar o que ele mesmo diz, na verdade, é o que todos os místicos verdadeiros 
dizem. Não existe nada metafísico no mundo. ​É a limitação da nossa consciência que 
classificaria certos fenômenos ou habilidades como metafísicos. Se nossa consciência 
fosse diferente, talvez coisas como curas não médicas, habilidades psíquicas e tudo mais 
fossem consideradas perfeitamente normais e naturais. 
Na verdade, eu percebi que a nossa consciência a respeito de o que é a natureza é 
extremamente limitada. Nossa tendência é chamar o que quer que esteja fora dessas 
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limitações de metafísicas e então definir como algo além do escopo da ciência e da razão. 
Quando fazemos essa categorização na nossa mente, consciente ou inconscientemente, 
nós rejeitamos o que rotulamos. Consideramos que é irreal ou, na melhor das hipóteses, 
não é passível de compreensão humana. A mensagem oculta aqui é “Não perturbe”. Em 
outras palavras, consideramos natural e real apenas o que é acessível à nossa visão, 
audição, tato, paladar e olfato comuns. Mas e se formos realmente dotados de 
“supersensitividade”, como místicos e até mesmo alguns cientistas de hoje afirmam? E se 
pudermos desenvolver e dominar esses supersentidos e empregá-los para uma 
compreensão mais profunda do mundo? 
 
Sophia, agora, me escutava com mais interesse. 
 
– ​Nós partimos do pressuposto de que a evolução da consciência humana procede do 
ponto de não haver conscientização para a superstição e a magia primitiva. E a partir daí 
até a razão, culminando nos triunfos do pensamento científico dos séculos 19 e 20. Mas 
não há base lógica para supor que o crescimento da consciência chegou ao seu nível 
máximo, ao destino final, na ciência mecanicista de hoje. Talvez, assim como os grandes 
místicos da história nos afirmaram, existam estágios e níveis racionais e científicos que 
ainda devem ser atingidos pela espécie humana. Na verdade, é exatamente isto que os 
psicólogos transpessoais estão afirmando atualmente. 
 
Sophia estava pensativa e quieta, tomou pequenos goles de seu chá e finalmente 
quebrou o silêncio. 
 
– Em outras palavras, você está sugerindo que pessoas como seus amigos Daskalos e 
Kostas possuem capacidades extraordinárias que vão além dos cinco sentidos, sendo 
superiores a eles? 
 
Respondi com um sorriso. 
 
– Tudo o que posso lhe dizer é o que presenciei durante a companhia dessas pessoas na 
última década. Posteriormente a isto, você mesma pode chegar às suas próprias 
conclusões. Quando iniciei esta pesquisa tinha comigo grande desconfiança em relação a 
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quaisquer afirmações de capacidades paranormais. Entretanto, a minha aproximação 
com Daskalos e Kostas ao decorrer dos anos, e juntamente com minhas leituras sobre 
estes assuntos, me obrigaram a reavaliar meus preconceitos positivistas mais antigos. 
Conclui então, provisoriamente, de que tais capacidades não são apenas reais, normais e 
possíveis, como podem ser consideradas também como heranças filogenéticas da nossa 
espécie. Podem estar adormecidas, sem sombra de dúvidas, na psique humana comum, 
mas acabam por emergirem e se manifestarem em indivíduos mais dotados, como 
Daskalos e Kostas. E dentro desse entendimento, como estes indivíduos acabaram por 
ser estigmatizados e rotulados com denominações como médiuns, clarividentes, 
místicos, xamãs e assim por diante. 
 
– Sou obrigado a admitir – continuei – que meu ceticismo original sofreu um 
considerável “desgaste” com o passar do tempo, após uma série de curas não 
convencionais e de coincidências extraordinárias começarem a acontecer diantes de 
meus próprios olhos. O fato ocorrido outro dia perante os jornalistas, não me trouxe 
nenhum tipo de surpresa, uma vez que pude presenciar e testemunhar tais fenômenos 
com tanta frequência, passei assim a considerá-los completamente comuns. 
 
– Você pode me descrever alguns exemplos? – perguntou Sophia. 
 
– Posso te descrever o caso desta agente de cura britânica, que esteve aqui em Chipre no 
último verão para dar seminários na sua especialidade. O fato ocorreu exatamente 
quando eu estava me preparando para voltar para o Maine. Ela foi ao encontro de 
Daskalos após ter lido meus livros. Assim que terminaram de conversar, Daskalos e 
Kostas curaram um problema crônico que ela tinha em sua espinha dorsal. No 
momento em que ela tomou consciência do que aconteceu com seu problema, passou 
um momento soluçando no Stoa. Nessa mesma noite, um pouco mais tarde, ela fez uma 
ligação para Emily, minha esposa, para contar que quando foi para a cama descobriu 
que suas pernas estavam exatamente do mesmo tamanho, não tinha mais empecilhos 
para andar. E continuou a chorar no telefone. “Aqui estou eu”, disse ela. “Vim até 
Chipre dar seminários e palestras sobre cura e eu mesma acabei sendo curada.” 
 

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Depois de contar este caso para Sophia, pude narrar uma série de outros exemplos. Entre 
eles o caso fascinante da senhora Katina, que era uma mulher paralítica, sofrendo 
durante meses em uma cama por conta de seus problemas na coluna. Daskalos a curou 
diante de nossos olhos. Desde este acontecimento, essa mulher teve a chance de levar 
uma vida completamente normal sem nenhum tipo de recaída. O fato valioso deste caso 
foi de que, logo após sua repentina recuperação, ela visitou seu médico, o qual realizou 
vários exames e radiografias de sua coluna. Os exames apresentaram uma coluna 
vertebral perfeitamente saudável, contestando as radiografias de uma semana há trás que 
mostravam a presença de inúmeros problemas.  
 
– Durante uma outra situação, eu estava passeando de carro com Daskalos. De maneira 
inesperada, ele começou a descrever o interior da minha casa no Maine e fez uma 
brincadeira sobre instalar um telefone no segundo andar da minha casa. “Com esse seu 
hábito de descer as escadas correndo para atender o telefone, você pode acabar caindo e 
quebrando o pescoço, Kyriaco”, disse ele. Até então, ninguém teria descrito a ele o 
interior da minha casa nos Estados Unidos e seguramente nunca havia sido mencionado 
a localização do telefone. 
 
– Talvez – argumentou Sophia com certa relutância na voz – tudo possa ser explicado 
como um fato de mera coincidência. 
 
– Seria muito difícil para mim dizer que essas coisas eram simples coincidências. Ao 
passo que elas acontecem frequentemente, você passa a dar-lhes sua devida atenção. E é 
exatamente neste ponto que a crença de que sejam apenas coincidências passa a perder 
sua força. 
 
Prossegui a conversa descrevendo mais exemplos. 
 
– Tive uma aluna que sofria de problemas físicos por mais ou menos uns vinte anos. Os 
médicos eram incapazes de identificar a origem deles. Levei uma fotografia dela para 
Daskalos. Após segurar a fotografia por alguns minutos, ele declarou que o problema 
estava no cérebro de minha aluna e recomendou que fizesse um eletroencefalograma. E, 

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de fato, validou-se a existência de um problema. Ela evitou contar aos médicos como 
chegou à conclusão de que precisava realizar um exame do cérebro. 
 
Continuei.  
 
– ​Em outro caso parecido eu trouxe uma foto de uma mulher nova-iorquina para 
Daskalos. Ela tinha problemas físicos crônicos e novamente os médicos não conseguiam 
localizar a causa deles. Daskalos pediu que dissesse a ela que o problema era causado por 
dentes estragados que precisavam ser arrancados porque estavam infeccionados e 
envenenavam todo o corpo dela. Com muita hesitação eu escrevi o que Daskalos 
prescreveu e enviei a carta do Chipre. Seis meses depois, recebi um telefonema. Era o 
marido da mulher da foto, que queria me contar o que tinha acontecido. A esposa não 
tinha levado a sério o conselho de Daskalos e não foi ver um dentista para extrair os 
dentes. Em seis meses, quatro dentes literalmente explodiram e ela ficou com muco 
infeccionado escorrendo pela boca. Quando finalmente foi ao dentista, todos os dentes 
da mulher foram arrancados e enfim os problemas físicos dela sumiram. 
 
– ​Se o que você tem me contado são casos reais ​–​ disse Sophia, parecendo perplexa –​ , 
então, uma vez que você exclui a coincidência, como se explicam tais fenômenos? 
 
– ​Ao longo da história, grandes filósofos, místicos e cientistas vêm dizendo que, na 
realidade, não existem coincidências. Carl Jung, por exemplo, desenvolveu a famosa e 
polêmica teoria da sincronicidade argumentando justamente nesse ponto: não existem 
coincidências. Daskalos e Kostas também têm trabalhado a partir de um sistema de 
conhecimento altamente sofisticado que pode explicar a natureza da coincidência. 
 
Naquele momento notei a presença de um antigo amigo na entrada do restaurante. 
Acenei para ele e, depois de nos cumprimentarmos pela primeira vez em anos, ele se 
juntou a outra mesa com seus amigos. Então Sophia e eu nos acomodamos para um 
jantar agradável. Todas as mesas do Elefthere Karpasia estavam cheias e os garçons 
corriam da cozinha para a área externa, ocupados, trazendo aos clientes mezedes, uma 
variedade de diferentes canapés gregos e turcos, acompanhados de cerveja e vinho local 
gelado. 
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– ​Estou pronta para ouvir mais sobre a visão de mundo dos seus amigos ​–​ disse Sophia 
depois de termos passado algum tempo comendo e nos atualizando sobre as vidas um do 
outro. 
 
– ​Nossos pensamentos e sentimentos são energias que projetamos no meio ambiente – ​  
eu disse, em uma tentativa de ​apresentar Sophia aos princípios básicos dos 
ensinamentos. – ​ ​ Estes são os elementais que todo ser humano cria incessantemente. 
 
– Como assim elementais? 
 
– ​Elementais são pensamentos-forma que podem assumir uma variedade de formatos e 
cores. Um místico e clarividente avançado pode percebê-los saindo do subconsciente de 
uma pessoa. Esses elementais têm poder, energia e vida própria. A energia deles pode ser 
positiva ou negativa. Por exemplo, um pensamento benigno e um sentimento bom em 
relação a outra pessoa, é um elemental carregado de energia positiva. Da mesma forma, 
um sentimento ou pensamento negativo é um elemental negativo.  
 
– ​Para onde esses elementais vão? – ​ ​ Sophia perguntou. 
 
– ​É da natureza dos elementais viver dentro do que Daskalos e Kostas chamam de 
dimensões psiconoéticas da existência, influenciando as pessoas que vibram na mesma 
frequência que eles, de um modo subconsciente. Eles retornam à fonte mais cedo ou 
mais tarde. Portanto, qualquer elemental que projetarmos para o meio ambiente, bom 
ou mau, eventualmente retornará para nós sete vezes mais forte. É assim que o Karma 
funciona.  
 
– ​Karma? 
 
– Sim,​ a lei da causa e efeito. Eles afirmam que nada na vida é acidental. Toda a 
existência é governada pela lei do karma, de causa e efeito. Assim como você planta, você 
colhe. Essas injunções, eles dizem, são baseadas na lei do karma. O que quer que 
façamos, seja bom ou ruim, na realidade estamos fazendo para nós mesmos. 
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Expliquei que a lei do Karma funciona dentro do contexto de repetidas encarnações.  
 
– ​Os elementais que projetamos para o ambiente voltarão para nós, seja nesta vida ou 
em uma vida futura. É assim que tecemos nosso destino. 
 
– ​Eles estão dizendo que nós somos totalmente responsáveis ​pelo nosso destino? – ​  
Sophia perguntou. 
 
– ​Exatamente isso. Nossos pensamentos, desejos e emoções são elementais que 
compõem nosso subconsciente. Na verdade, são esses elementais que estruturam o 
nosso subconsciente. Nós carregamos a soma total do nosso subconsciente de uma vida 
para outra.  
 
– ​Veja. Eu acho essa ideia de reencarnação difícil de acreditar ​– S​ ophia comentou dando 
uma risada nervosa. 
 
– ​Daskalos afirma que essas noções não são questões de crença, gosto, desgosto, mas 
fatos da vida. E que com uma investigação séria sobre a natureza da existência, podemos 
descobrir essas verdades. 
 
– Continue, conte mais. O ​ que acontece conosco de uma vida para a outra? O que os 
seus amigos dizem? 
 
– ​Para entender o que acontece conosco depois da morte, você precisa saber que não 
temos apenas um corpo. Na verdade, temos três. 
 
– ​Três? – ​ ​ o olhar incrédulo no rosto de Sophia me fez rir.  
 
Confirmei a informação. 
 
– Isso, t​ rês. Além do corpo de matéria densa, também temos um corpo psíquico e um 
corpo noético. O corpo psíquico é o corpo dos nossos sentimentos e desejos que têm 
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como seu centro o coração. O corpo noético é o corpo dos nossos pensamentos e tem 
como base o centro da nossa cabeça. Cada um desses três corpos existe em dimensões 
diferentes e juntos eles formam a nossa personalidade atual. O corpo de matéria densa 
existe dentro do mundo tridimensional, o corpo psíquico está dentro do mundo 
quadridimensional e o corpo noético existe no mundo pentadimensional. São três 
corpos em um, formando juntos a personalidade atual. Esses corpos estão ligados por 
seus duplos etéricos correspondentes, o campo de energia que os permeia e mantém a 
vitalidade deles. Daskalos e Kostas contam que, no momento da morte, é apenas o corpo 
de matéria densa que morre. Nós, como personalidades autoconscientes, continuamos a 
existir dentro das dimensões psiconoéticas com nossos sentimentos, sensações, gostos e 
aversões. Isso porque temos os outros dois corpos, o psíquico e o noético. 
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TRECHO DE MERGULHANDO COM A BALEIA DE 
DANIEL JOSEPH, aluno direto de Daskalos- 
 
 
 
Capítulo 1 
 
DESPERTO 
 
Era  uma  vez  um  grande  rei  que  governou  seu  reino  com  sabedoria  e  amor.  O  rei 
morava  em um belo palácio. Havia muitos trabalhadores naquele palácio que serviam ao 

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rei  e  que  o  ajudavam  a  administrar o reino. Também vivendo no palácio estava o amado 
filho  do  rei,  o  príncipe.  Ao  jovem  príncipe  nunca  faltou  qualquer  coisa.  Ele  tinha  as 
melhores  roupas,  comida  e  todo  o  conforto  que  o  bom  rei  poderia  fornecer.  Os 
trabalhadores  no  palácio  também  amavam  o  príncipe  e  atentamente  serviam  a  todas  as 
suas necessidades. 
 
Um  dia,  o  jovem  príncipe  estava  olhando  pela  janela  do  palácio  quando  viu  um 
mendigo  na  rua.  O  príncipe  chamou  um  dos  trabalhadores  do  palácio  e  perguntou 
sobre  o  homem  decrépito.  O  trabalhador  explicou  que  nem  todas  as  pessoas  no  reino 
tinham  comida  ou  dinheiro  suficiente  e,  portanto,  tinham  de  implorar  para  obter  o 
sustento  que  precisavam  para  viver.  Isto  entristeceu  o  príncipe,  pensar  que  haviam 
pessoas  no  reino próspero de seu pai que estavam com fome e tinham de recorrer a pedir 
comida. Isso perturbou muito sua paz de espírito. 
 
Naquela  noite,  depois  que  o  príncipe  adormeceu,  ele  teve  um  pesadelo  horrível. 
Ele  sonhou  que  era  um  mendigo,  faminto com roupas sujas e esfarrapadas, vivendo sem 
teto  nas  ruas.  Ele  estava  morrendo  de  fome  e  ninguém  lhe  dava  comida.  O  príncipe  se 
jogava  e  virava  em  sua  cama  gritando  repetidamente:  "Eu  sou  pobre  e  faminto!  Por 
favor,  me  alimente!  Ajudem-me,  eu  sou  um  mendigo  faminto!”  Ele  gritou  até  que  os 
trabalhadores  do  rei  no  palácio  o  ouviram  e  correram  para  ajudá-lo.  Quando  eles 
entraram  em  seu  quarto,  o príncipe ainda estava em um estado terrível e ficava gritando, 
como  em  um  pesadelo,  que  estava  com  a  fome  de  um  mendigo.  Os  trabalhadores 
correram para junto do seu leito e todos gritaram: "Acorde, príncipe!" 
 
 

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Nesta  alegoria,  o  bom  rei representa Deus; os trabalhadores do rei representam os 
arcanjos  que  servem  a  Deus  e  à  humanidade;  o  filho  do  rei,  o  príncipe,  representa  o  ser 
humano,  que  são  os  descendentes  de  Deus,  mas  que  vivem  atualmente  dormindo  em 
ilusão.  Este  é  o  estado  em  que  a  humanidade  caiu  em  viver,  e  vivem suas vidas na ilusão 
da  falta,  e  na  ilusão  da  separação.  Não  faz  diferença  se  estamos  absorvidos  em  falta  de 
importância  ou  extrema  auto-importância.  De  qualquer  forma,  estamos  erroneamente 
vivendo  nosso  erro.  Nosso  dever  como  seres  humanos  deve  ser  despertar  dos  sonhos 
miseráveis  ​de  falta  ou  auto-engrandecimento.  Como  despertar  destas  ilusões, 
re-encontrarmos  aos  nossos  sentidos  e  re-encontrarmos  a  perfeição  de  nossa  identidade 
verdadeira  na  auto-realização  genuína?  Esta  é  a  principal  tarefa  de  um  pesquisador  da 
verdade.  Nós  temos  um  sistema  completo  para  o  despertar  de  uma  maneira  segura  e 
metódica em que todos podem encontrar a si mesmos. 
 
Voltando à história do príncipe. Você notou como nesta história os trabalhadores 
do  palácio  se  dirigiram  ao  príncipe  em  sonho  pela  sua  verdadeira  identidade?  Eles  não 
foram  para  ele  e  disseram:  "Acorde  mendigo  faminto".  Em  vez  disso,  eles  gritaram: 
"Acorde  Príncipe!"  para  despertá-lo  da  ilusão  de  que  ele  estava  com  a  fome  de  um 
mendigo.  Os  trabalhadores  do  rei  nunca  perderam  a  visão  do  príncipe  como  sua 
identidade  verdadeira.  Da  mesma  forma,  nossos  irmãos  arcanjos  não  perderam  visão  de 
nossas  verdadeiras  identidades.  Eles  vêem  e  nos  mantêm  em  sua  meditação  constante 
como  sempre  fomos,  como  somos  agora,  e  como  sempre  seremos:  filhos  do 
Todo-Poderoso; verdadeiros filhos e filhas do nosso Divino Pai. 
 
Ainda  permanece  como  nossa  responsabilidade  fazer  um  esforço  para  elevar 
nossa  consciência  dos  estados  adormecidos  de  subconsciência  para  níveis  mais  elevados 

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de  consciência  e  chegar  à esta realização. A persuasão gentil de Cristo para todos nós foi: 
“Sede  perfeitos,  tão  perfeito  como  o  teu  pai  celestial - Deus” (Mateus 5:48). Isso foi mal 
interpretado?  Isso  é  realmente  possível?  Nós  podemos nos tornar tão perfeitos quanto à 
inteligência  Infinita  Absoluta  que  se  chama  Deus?  Não,  não  podemos  nos  tornar  isso, 
como  personalidades  temporárias1;  no  entanto,  nós  já  somos  isso.  Nossa  verdadeira 
natureza  é  perfeita,  tão  perfeita  quanto  Deus  nosso  Pai  Celestial.  Nós,  como  almas 
espirituais,  não  precisamos  nos  tornar  algo  perfeito,  já  somos  perfeitos.  Pelo  contrário, 
como  personalidades  temporárias,  precisamos  despertar  de  nossos  sonhos  de  separação 
para  perceber  que  nós,  como  almas  espirituais,  somos perfeitos, incorruptíveis, imortais 
e  eternos.  Isto  é  uma  grande  verdade,  é  um  dos  muitos  mistérios  que  nós,  como 
pesquisadores da verdade, desvendaremos com o tempo. 
 
Você  nunca  sentiu  que  é  mais  do  que  apenas  uma  personalidade  limitada 
nomeada  pelos  seus  pais,  vivendo  em  um  determinado  país  e  tendo  uma  certa  gama  de 
pensamentos,  sentimentos  e  comportamentos?  Para  encontrar  o  que  está  além  da 
consciência  limitada  das  nossas  personalidades, devemos primeiro desligar o nosso senso 
de  ego  do  nosso  egoísmo,  que  está  sempre  mudando,  nunca  satisfeito  e  sempre 
procurando  fora  de  si  por  significado  e  felicidade.  Para  fazer  isso,  devemos  usar  nossa 
verdadeira  força  de  vontade.  Nossa  verdadeira  vontade  é  o  poder,  nossa força principal, 
e  devemos  usá-lo  para  engajar  a  nós  mesmos  nas  práticas  de  introspecção,  meditação, 
concentração, observação e visualização para libertar-se de nossas ilusões.  
 

1
Segundo o autor, Personalidade temporária se refere aqui à consciência temporária de uma
encarnação, ao oposto da Super-Consciência, que é um estado onde pode se alcançar a memória de
várias encarnações, várias personalidades temporárias. N.T.
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Estas  não  são  habilidades  simples  para  se  desenvolver.  De  fato,  quando 
desenvolvida  adequadamente,  a  visualização  é  um  dos  maiores  poderes  que  um  ser 
humano  pode  expressar.  Desenvolver  as  cinco  chaves  de  ouro  é  o  meio  mais  seguro  e 
eficaz  que  a  personalidade  pode  usar  para  o  Despertar.  Ao  longo  do  tempo,  essas 
práticas  vão  lentamente  despertar  nossa  personalidade  de  maneira  segura  e  estável  da 
subconsciência, para a consciência desperta.  
 
O  Despertar  da  consciência  tem  muitos  degraus,  que  vão  desde  pouco 
consciente,  mais  consciente,  ainda  mais  consciente,  alcançando  maior  a 
superconsciência  e,  finalmente,  a  completa  auto-realização.  Existem  muitos  graus  de 
Consciência, mas não há diferentes graus de auto-realização (Consciência da Alma). Esse 
estado  é  a  verdadeira  auto-consciência.  O  mais  alto estado de consciência atingível pelos 
seres  humanos  é  essa  auto-super-consciência,  o  que  significa  que  se  pode  ter  acesso  ao 
saber  sobre  qualquer  coisa  em  qualquer  momento  passado  ou  presente.  Isso  também 
significa  ser  capaz  de  ser  e  trabalhar perfeitamente em muitos lugares, simultaneamente. 
Daskalos  poderia,  à  vontade,  entrar  no  estado  de  auto-super-consciência,  mas,  não 
conseguia  habitar  este  estado  de  maneira  permanente  enquanto  ainda  vivia  em  um 
corpo  material  na  Terra.  Poucos  seres  humanos  foram  capazes  de  entrar  nesse  estado 
especial enquanto vivendo na Terra.   
 
A  Super-consciência  é  esse  estado  de  consciência  onde  todas  as  ordens 
arcangélicas  se  expressam. Contudo, o senso de self de um arcanjo não é o sentido de self 
que  um  ser  humano  tem  de  si  mesmo.  Eles  não  têm  livre  arbítrio  como  os  humanos 
possuem.  Então,  sua  consciência  é  programada  para  o  trabalho  específico que eles estão 

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a  fazer.  O  que  podemos  esperar  ao  nos  envolvermos  nos  ensinamentos  e práticas de um 
pesquisador da verdade?  
 
Primeiro,  chegamos  a  um  tipo  preliminar  de  auto-consciência,  que  é 
simplesmente  tornarmos  consciente  de  nossos  egos  de  personalidade  atuais  como  eles 
são  hoje.  Isso  não  é  verdadeiramente  auto-consciência,  mas  é  um  passo  preliminar. Esse 
primeiro  passo  é  aprender  quem  somos  como  personalidades  e  descobrir  a  nossa  gama 
de  pontos  fortes  e  fraquezas  através  dos  processos  de  introspecção,  observação  e 
meditação  de  maneira  eficaz  e  segura.  Nem  todas  as  meditações  são  seguras  ou  até 
mesmo  eficazes.  A  personalidade  é  como  um iceberg com apenas uns vinte por cento da 
sua  massa  visível.  Esta  é  a  parte  consciente.  Há  sim os outros oitenta por cento, que não 
é  tão  visível,  e  permanece  como  o  que  chamamos  de  subconsciência.  Ma,s  o  indivíduo 
totalmente  desperto  (um  mestre)  não  tem  subconsciência,  porque  ele  tornou  seu 
subconsciente consciente. 
 
À  medida  que  descobrimos  as  causas  das  fraquezas  e  aflições  de  nossas 
personalidades  através  da  introspecção,  nós  criamos  etapas  para  limpar  e  corrigir  essas 
limitações.  Quando  formos  bem  sucedidos  na  limpeza  de  nossas  personalidades,  e  a 
eliminação  do  véu  que  separa  nossas  personalidades  do  nosso  verdadeiro  eu,  as  luzes 
radiantes do nosso Eu interior brilharão através da nossa auto-personalidade, e iluminará 
o nosso caminho para o nosso benefício, e para aqueles que nos rodeiam. 
 
É  neste  estágio  do  processo  que  descobrimos  algo  verdadeiramente 
extraordinário.  Nós  começamos  a  perceber  que  esse  Eu  interior  enigmático  que  somos, 
pode  mudar  as  expressões  indesejáveis  encontradas  em  nossa  personalidade.  Isto 

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significa  que descobrimos o Ser por trás de todas essas expressões mutáveis, pro​​vindas da 
personalidade.  Nós,  gradualmente,  despertamos  para  a  verdade  pré-existente,  onde 
somos  muito  mais  do  que as personalidades temporárias que criamos nesta vida, porque 
podemos  examinar,  aprender  e  somos  capazes  de  transmutar  o  chumbo  em  nossos 
corações  para  o  verdadeiro  ouro,  o  que  os  místicos  chamam  de  alquimia.  Nós 
descobrimos  o  verdadeiro  Eu  por  trás  de  suas  expressões  fenomenais  nos  mundos  do 
tempo, espaço e lugar.. Este é o grande despertar. 
 
Há  histórias  de  pessoas  despertando  de  uma  só  vez,  instantâneamente.  Mas  essas 
histórias  são  verdadeiras?  Um  dos  mais  famosos  relatos  é  a  do  indiano  Santo  Ramana 
Maharshi  que  viveu de 1879 a 1951. Sua história é a seguinte: ele era um estudante de 14 
anos  de  idade  do  ensino  médio,  visitando seu tio, quando começou se sentir mal. Ele foi 
para  o  quarto,  deitou-se  e  começou  a  contemplar.  Ele  pensou:  "Eu  vou  melhorar,  ou 
vou  morrer".  Ele continuou sua linha de pensamento, pensando sobre o que aconteceria 
se  morresse.  Ele  sabia  que  eles viriam para o seu corpo morto e o levariam para os Ghats, 
para  a  cremação.  Ele continuou com sua contemplação e imaginou seu corpo queimado 
em  cinzas.  Então,  ele  levantou  a  questão  final:  “Quem  sou  eu  sem  este  corpo?”  Ele 
promoveu  o  questionamento  “Quem  Sou  Eu?"  de  auto-investigação,  passando  da  sua 
identificação  com  suas  emoções  e  pensamentos,  e  logo  chegou  à  conclusão  de  que  ele 
realmente era um espírito imortal - não de um modo intelectual, mas de uma experiência 
direta  da  Verdade.  Ele  saiu  da  escola,  deixou  sua  família  e  saiu  ensinando  a  meditação 
chamada  "Quem  sou  eu".  Ele  é  um  dos  poucos  mestres  da  Índia  que  ensinou 
introspecção. 
 

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Havia  outro  menino  de  14  anos  da  Índia  que  também  teve  um  súbito 
“despertar”.  Eu  o  conheci  pessoalmente  quando  ele  já  era  adulto,  esse  iogue  da  “velha 
escola”  -  um  místico  verdadeiro.  Ele  não  fazia  discursos,  escrevia  livros  ou  buscava  a 
atenção  do  público.  Ele  ensinou  apenas  um  tipo  concêntrico  de  meditação.  Ele  nunca 
cobrou  dinheiro  algum por seu ensino. No entanto, ele foi capaz de alimentar milhares e 
milhares  de  pobres  e  desabrigados  todos  os  domingos  através  de  doações  que  foram 
dadas  a  ele  por  esta  causa.  Seu  nome  era  Shiva  Bala  Yogi. "Bala Yogi" significa "Criança" 
ou  "menino"  iogue.  Seu  súbito  despertar  aconteceu  em  1949.  O  menino  não  tinha 
formação  espiritual  e  vivia  em  uma  aldeia  remota  de tecelões pobres em Adivarapupeta, 
na Índia. 
 
Nesse  momento,  muitos  nessa  aldeia  viviam  em  pequenas  cabanas  de  argila  com 
telhados  de  colmo.  Um  dia,  ele  estava  nadando  com  um  grupo  de  amigos  em  um  canal 
que  corria  pela  aldeia.  Depois  da  natação,  ele  pegou  uma  jaca  de  uma  árvore  próxima  e 
começou  a  comer,  quando  teve  uma  visão  de  Deus.  Nesta  visão,  Deus  disse  à  ele  para 
sentar  e  meditar.  O  menino  sentou-se  e,  imediatamente,  entrou  em  Samadhi,  que  é  um 
estado  transcendente  de  consciência  focada.  Quando  seus  amigos  o  viram  sentado  de 
pernas  cruzadas  com  os  olhos  fechados,  eles  acreditavam  que  ele  estava  brincando.  Eles 
foram  a  ele  e  tentaram  levá-lo  a  responder,  provocando-o.  Eles  o  socaram,  tentaram 
erguer  as  pálpebras  abertas  e,  quando  ele  não  respondeu,  o  arrastaram  para  o  canal  e  o 
jogaram. Ele afundou e não se mexeu.  
 
Foi  neste  momento  que  eles  perceberam  que  isso  não era brincadeira. Os garotos 
o  puxaram  do  canal  e  correram  desesperadamente  para  alertar  os  anciãos  da  aldeia. 
Quando  a  sua  mãe  e  os  anciãos  desinformados  chegaram,  eles  pensaram  que  ele  tinha 

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sido  possuído  por  um espírito e bateram-lhe com força na cabeça com uma bengala para 
quebrar  o  feitiço.  O  garoto  pulou  de  pé,  explicou  sua  visão  para  os  moradores  e 
disse-lhes  que  ele  devia  se  sentar  na  meditação,  assim  como  Deus  disse  a  ele.  Ele 
sentou-se  novamente  no  campo  aberto  e  voltou  ao  Samadhi.  Os  aldeões  não  sabiam  o 
que  fazer,  e  pensaram  que  esta  ideia  iria  passar,  e  ele  voltaria  à  consciência  normal  em 
breve,  mas,  ele  nunca  o  fez.  Ele  nunca  voltou  para  a  casa  de  sua mãe, em vez disso ficou 
no local onde tivera a visão. 
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