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DIREITO PENAL P/ PC-SP 2018 (PîS-EDITAL) Ð ESCRIVÌO
Teoria e quest›es
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
AULA DEMO
TEMPO E LUGAR DO CRIME. DO CRIME - CONCEITO.
ELEMENTOS (PARTE I): FATO TêPICO; CLASSIFICA‚ÌO
DOS CRIMES (DOLOSO, CULPOSO, CONSUMADO,
TENTADO E IMPOSSêVEL). ILICITUDE.
SUMçRIO
1 TEMPO E LUGAR DO CRIME ................................................................................... 6
1.1 Tempo do crime ............................................................................................. 6
1.2 Lugar do Crime............................................................................................... 7
2 DO CRIME ............................................................................................................. 7
2.1 Conceito de crime .......................................................................................... 7
0
2.2 Fato t’pico e seus elementos ........................................................................ 10
2.2.1 Conduta ..................................................................................................... 10
2.2.2 Resultado natural’stico.................................................................................. 12
2.2.3 Nexo de Causalidade .................................................................................... 13
2.2.4 Tipicidade ................................................................................................... 21
2.3 Crime doloso e crime culposo ....................................................................... 22
2.3.1 Crime doloso ............................................................................................... 22
2.3.2 Crime culposo ............................................................................................. 25
2.3.3 Crime preterdoloso....................................................................................... 27
2.4 Crime consumado, tentado e imposs’vel ...................................................... 28
2.4.1 Iter criminis ................................................................................................ 28
2.4.1.1 Cogita•‹o (cogitatio) .............................................................................. 28
2.4.1.2 Atos preparat—rios (conatus remotus) ...................................................... 28
2.4.1.3 Atos execut—rios.................................................................................... 29
2.4.1.4 Consuma•‹o ......................................................................................... 30
2.4.1.5 Exaurimento ......................................................................................... 30
2.4.2 Tentativa .................................................................................................... 30
2.4.3 Crime imposs’vel ......................................................................................... 33
2.4.4 Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz ................................................ 35
2.4.5 Arrependimento posterior.............................................................................. 36
2.4.6 Causas de exclus‹o do fato t’pico ................................................................... 38
2.4.6.1 Coa•‹o f’sica irresist’vel ......................................................................... 38
2.4.6.2 Erro de tipo inevit‡vel ............................................................................ 39
2.4.6.3 Sonambulismo e atos reflexos ................................................................. 39
2.4.6.4 Insignific‰ncia e adequa•‹o social da conduta ........................................... 39
2.5 Ilicitude ....................................................................................................... 39
2.5.1 Estado de necessidade .................................................................................. 40
2.5.2 Leg’tima defesa ........................................................................................... 43
2.5.3 Estrito cumprimento do dever legal ................................................................ 45
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2.5.4 Exerc’cio regular de direito ............................................................................ 46
2.5.5 Consentimento do ofendido ........................................................................... 47
2.5.6 Excesso pun’vel ........................................................................................... 48
3 ERRO .................................................................................................................. 48
4 COA‚ÌO MORAL IRRESISTêVEL E OBEDIæNCIA HIERçRQUICA ........................... 58
5 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 59
6 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 61
6.1 Sœmulas do STJ ............................................................................................ 62
7 RESUMO .............................................................................................................. 62
8 EXERCêCIOS DA AULA ......................................................................................... 68
9 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 86
10 GABARITO ..................................................................................................... 118
ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATƒGIA
CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprova•‹o de
voc•s no concurso da POLêCIA CIVIL DO ESTADO DE SÌO PAULO (PC-SP).
N—s vamos estudar teoria e comentar exerc’cios sobre DIREITO PENAL, para o
cargo de ESCRIVÌO DE POLêCIA CIVIL.
E a’, povo, preparados para a maratona?
O edital acabou de ser publicado, e a Banca ser‡ a VUNESP. A prova
objetiva est‡ agendada para o dia 10.06.2018. S‹o 800 vagas para escriv‹o
de pol’cia!!
Bom, est‡ na hora de me apresentar a voc•s, certo?
Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pœblico
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de Janeiro,
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes,
porŽm, fui servidor da Justi•a Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de
TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e p—s-
graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama Filho.
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos Pœblicos.
Desde o come•o da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferen•a! Algumas pessoas me perguntam
como consegui sucesso nos concursos em t‹o pouco tempo. Simples: Foco +
For•a de vontade + Disciplina. N‹o h‡ f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente
secreto! Basta querer e correr atr‡s do seu sonho! Acreditem em mim, isso
funciona!
ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro,
poder colaborar para a aprova•‹o de outros tantos concurseiros, como um dia eu
fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprova•‹oÓ, n‹o estou falando apenas
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por falar. O EstratŽgia Concursos possui ’ndices alt’ssimos de aprova•‹o
em todos os concursos!
Neste curso voc•s receber‹o todas as informa•›es necess‡rias para que
possam ter sucesso na prova da PC-SP. Acreditem, voc•s n‹o v‹o se
arrepender! O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua
aprova•‹o, com sua vaga, ou seja, com voc•!
Mas Ž poss’vel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc• ainda
n‹o esteja plenamente convencido de que o EstratŽgia Concursos Ž a melhor
escolha. Eu entendo voc•, j‡ estive deste lado do computador. Ës vezes Ž dif’cil
escolher o melhor material para sua prepara•‹o. Contudo, alguns colegas de
caminhada podem te ajudar a resolver este impasse:
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1! TEMPO E LUGAR DO CRIME
Antes de entrarmos no estudo do crime, seu conceito, elementos,
precisamos definir duas coisas: (a) quando se considera praticado o delito; (b)
onde se considera praticado o delito.
1.1!Tempo do crime
Para podermos aplicar corretamente a lei penal, Ž necess‡rio saber quando
se considerada praticado o delito. Tr•s teorias buscam explicar quando se
considera praticado o crime:
1)! Teoria da atividade Ð O crime se considera praticado quando da a•‹o
ou omiss‹o, n‹o importando quando ocorre o resultado. ƒ a teoria
adotada pelo art. 4¡ do C—digo Penal, vejamos:
Art. 4¼ - Considera-se praticado o crime no momento da a•‹o ou omiss‹o, ainda que outro
seja o momento do resultado.
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do crime de extors‹o mediante sequestro. Neste caso, a lei aplic‡vel ao caso de
JosŽ Ž a lei nova, que vigorava no momento em que o cessou a perman•ncia,
pois esta lei nova entrou em vigor DURANTE a pr‡tica do crime (e n‹o depois).
1.2!Lugar do Crime
Para sabermos se ser‡ aplic‡vel a lei penal brasileira a determinado delito,
precisamos saber, com exatid‹o, qual Ž o local do crime. Para tanto, existem
algumas teorias:
1)! Teoria da atividade Ð Considera-se local do crime aquele em que a
conduta Ž praticada.
2)! Teoria do resultado Ð Para esta teoria, n‹o importa onde Ž praticada a
conduta, pois se considera como lugar do crime o local onde ocorre a
consuma•‹o.
3)! Teoria mista ou da ubiquidade Ð Esta teoria prev• que tanto o lugar
onde se pratica a conduta quanto o lugar do resultado s‹o considerados
como local do crime. Esta teoria Ž a adotada pelo C—digo Penal, em
seu art. 6¡:
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o, no
todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado
2! DO CRIME
2.1!Conceito de crime
O Crime Ž um fen™meno social, disso nenhum de voc•s duvida. Entretanto,
como conceituar o crime juridicamente?
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Muito se buscou na Doutrina acerca disso, tendo surgido inœmeras posi•›es
a respeito. Vamos tratar das principais.
O Crime pode ser entendido sob tr•s aspectos: Material, legal e anal’tico.
Sob o aspecto material, crime Ž toda a•‹o humana que lesa ou exp›e
a perigo um bem jur’dico de terceiro, que, por sua relev‰ncia, merece a
prote•‹o penal. Esse aspecto valoriza o crime enquanto conteœdo, ou seja,
busca identificar se a conduta Ž ou n‹o apta a produzir uma les‹o a um bem
jur’dico penalmente tutelado.
Assim, se uma lei cria um tipo penal dizendo que Ž proibido chorar em
pœblico, essa lei n‹o estar‡ criando uma hip—tese de crime em seu sentido
material, pois essa conduta NUNCA SERç crime em sentido material, pois n‹o
produz qualquer les‹o ou exposi•‹o de les‹o a bem jur’dico de quem quer que
seja. Assim, ainda que a lei diga que Ž crime, materialmente n‹o o ser‡.
Sob o aspecto legal, ou formal, crime Ž toda infra•‹o penal a que a lei
comina pena de reclus‹o ou deten•‹o, nos termos do art. 1¡ da Lei de
Introdu•‹o ao CP.1
Percebam que o conceito aqui Ž meramente legal. Se a lei cominar a uma
conduta a pena de deten•‹o ou reclus‹o, cumulada ou alternativamente com a
pena de multa, estaremos diante de um crime.
Por outro lado, se a lei cominar a apenas pris‹o simples ou multa, alternativa
ou cumulativamente, estaremos diante de uma contraven•‹o penal.
Esse aspecto consagra o SISTEMA DICOTïMICO adotado no Brasil, no
qual existe um g•nero, que Ž a infra•‹o penal, e duas espŽcies, que s‹o o crime
e a contraven•‹o penal. Assim:
CRIMES
INFRAÇÕES
PENAIS
CONTRAVENÇÕES
PENAIS
1
Art 1¼ Considera-se crime a infra•‹o penal que a lei comina pena de reclus‹o ou de deten•‹o, quer
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contraven•‹o, a infra•‹o penal a
que a lei comina, isoladamente, pena de pris‹o simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou
cumulativamente.
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Vejam que quando se diz Òinfra•‹o penalÓ, est‡ se usando um termo
genŽrico, que pode tanto se referir a um ÒcrimeÓ ou a uma Òcontraven•‹o penalÓ.
O termo ÒdelitoÓ, no Brasil, Ž sin™nimo de crime.
O crime pode ser conceituado, ainda, sob um aspecto anal’tico, que
o divide em partes, de forma a estruturar seu conceito.
Primeiramente surgiu a teoria quadripartida do crime, que entendia que
crime era todo fato t’pico, il’cito, culp‡vel e pun’vel. Hoje Ž praticamente
inexistente.
Depois, surgiram os defensores da teoria tripartida do crime, que
entendiam que crime era o fato t’pico, il’cito e culp‡vel. Essa Ž a teoria que
predomina no Brasil, embora haja muitos defensores da terceira teoria.
A terceira e œltima teoria acerca do conceito anal’tico de crime entende que
este Ž o fato t’pico e il’cito, sendo a culpabilidade mero pressuposto de
aplica•‹o da pena. Ou seja, para esta corrente, o conceito de crime Ž
bipartido, bastando para sua caracteriza•‹o que o fato seja t’pico e il’cito.
As duas œltimas correntes possuem defensores e argumentos de peso.
Entretanto, a que predomina ainda Ž a corrente tripartida. Portanto, na
prova objetiva, recomendo que adotem esta, a menos que a banca seja muito
expl’cita e voc•s entenderem que eles claramente s‹o adeptos da teoria bipartida,
o que acho pouco prov‡vel.
Todos os tr•s aspectos (material, legal e anal’tico) est‹o presentes
no nosso sistema jur’dico-penal. De fato, uma conduta pode ser
materialmente crime (furtar, por exemplo), mas n‹o o ser‡ se n‹o houver
previs‹o legal (n‹o ser‡ legalmente crime). Poder‡, ainda, ser formalmente crime
(no caso da lei que citei, que criminalizava a conduta de chorar em pœblico), mas
n‹o o ser‡ materialmente se n‹o trouxer les‹o ou amea•a a les‹o de algum bem
jur’dico de terceiro.
Desta forma:
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MATERIAL
CONCEITO DE TEORIA
FORMAL
CRIME BIPARTIDA
TEORIA
QUADRIPARTIDA
2.2.1!Conduta
Tr•s s‹o as principais teorias2 que buscam explicar a conduta: Teoria
causal-natural’stica (ou cl‡ssica), finalista e social.
2
Temos, ainda, outras teorias de menor relev‰ncia para fins de concurso, como a teoria funcionalista
teleol—gica de CLAUS ROXIN, segundo a qual a no•‹o de ÒcondutaÓ deve estar vinculada ˆ fun•‹o do Direito
Penal (que Ž a de prote•‹o de bens jur’dicos). Logo, conduta seria a a•‹o ou omiss‹o, dolosa ou culposa,
que provoque (ou seja destinada a provocar) uma ofensa relevante ao bem jur’dico.
H‡, ainda, o funcionalismo sist•mico (tambŽm chamado de radical), cujo principal expoente Ž JAKOBS.
Para essa teoria a conduta deve ser analisada com base na fun•‹o que o Direito Penal cumpre no sistema
social, mais precisamente, a fun•‹o de reafirmar a ordem violada pelo ato criminoso. Assim, para esta teoria,
a conduta seria a a•‹o ou omiss‹o, dolosa ou culposa, que viola o sistema e frustra a expectativa normativa
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Para a teoria causal-natural’stica, conduta Ž a a•‹o humana. Assim,
basta que haja movimento corporal para que exista conduta. Esta teoria est‡
praticamente abandonada, pois entende que n‹o h‡ necessidade de se analisar
o conteœdo da vontade do agente nesse momento, guardando esta an‡lise (dolo
ou culpa) para quando do estudo da culpabilidade.3
EXEMPLO: JosŽ est‡ conversando com Maria na rua, quando Paulo d‡ um susto
em JosŽ que, mediante um movimento reflexo, acerta um tapa em Tiago, que
passava pelo local, causando-lhe les‹o corporal leve. Neste caso, para a teoria
causalista, o importante seria saber se foi o movimento corporal de JosŽ que
provocou o resultado. No caso, de fato foi JosŽ quem provocou a les‹o corporal
em Tiago. Assim, para a teoria causalista, neste exemplo ter’amos uma conduta
penalmente relevante, j‡ que o movimento corporal de JosŽ provocou a les‹o em
Tiago. Para esta teoria, portanto, seria irrelevante, neste momento, saber se JosŽ
agiu com dolo ou culpa, o que s— seria analisado futuramente, para definir se
havia ou n‹o culpabilidade.
EXEMPLO: Jo‹o olha para Roberto e o agride, por livre espont‰nea vontade.
Estamos diante de uma conduta (quis agir e agrediu) dolosa (quis o resultado).
Agora, se Jo‹o dirige seu carro, v• Roberto e sem querer, o atinge, estamos
diante de uma conduta (quis dirigir e acabou ferindo) culposa (n‹o quis o
resultado).
(expectativa de que todos cumpram a norma). Importa saber, portanto, se houve viola•‹o ˆ norma, n‹o
importando se h‡ alguma ofensa a bens jur’dicos.
3
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 287/288
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Ž dirigida a outro fim (que atŽ pode ser criminoso, mas n‹o aquele) o crime Ž
culposo.
Esta Ž a teoria adotada em nosso ordenamento jur’dico.
Vejamos os termos do art. 20 do CP4:
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite
a puni•‹o por crime culposo, se previsto em lei.
Ora, se a lei prev• que o erro sobre um elemento do tipo exclui o dolo e a
culpa, se inevit‡vel, ou somente o dolo, se evit‡vel, Ž porque entende que estes
elementos subjetivos est‹o no tipo (fato t’pico), n‹o na culpabilidade. Assim, a
conduta Ž, necessariamente, volunt‡ria.
A grande evolu•‹o da teoria finalista, portanto, foi conceber a conduta como
um Òacontecimento finalÓ5, ou seja, somente h‡ conduta quando o agir de alguŽm
Ž dirigido a alguma finalidade (seja ela l’cita ou n‹o).
Para terceira teoria, a teoria social, a conduta Ž a a•‹o humana, volunt‡ria
e que Ž dotada de alguma relev‰ncia social.6
H‡ cr’ticas a esta teoria, pois a relev‰ncia social n‹o seria um elemento
estruturante da conduta, mas uma qualidade que esta poderia ou n‹o possuir.
Assim, a conduta que n‹o fosse socialmente relevante continuaria sendo
conduta.7
Verifica-se, portanto, que a conduta, para fins penais, pode se dar por a•‹o
ou por omiss‹o.
2.2.2!Resultado natural’stico
O resultado natural’stico Ž a modifica•‹o do mundo real provocada
pela conduta do agente.8
Entretanto, apenas nos crimes chamados materiais se exige um
resultado natural’stico. Nos crimes formais e de mera conduta n‹o h‡ essa
exig•ncia.
Os crimes formais s‹o aqueles nos quais o resultado natural’stico pode
ocorrer, mas a sua ocorr•ncia Ž irrelevante para o Direito Penal. J‡ os crimes de
mera conduta s‹o crimes em que n‹o h‡ um resultado natural’stico poss’vel.
Vou dar um exemplo de cada um dos tr•s:
4
DOTTI, RenŽ Ariel. Curso de Direito Penal, Parte Geral. 4. ed. S‹o Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2012,
p. 397
5
DOTTI, RenŽ Ariel. Curso de Direito Penal, Parte Geral. 4. ed. S‹o Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2012,
p. 396
6
DOTTI, RenŽ Ariel. Op. cit. p. 397
7
ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general: Tomo I. Civitas. Madrid, 1997, p. 246/247
8
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 354
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¥! Crime material Ð Homic’dio. Para que o homic’dio seja consumado, Ž
necess‡rio que a v’tima venha a —bito. Caso isso n‹o ocorra, estaremos
diante de um homic’dio tentado (ou les›es corporais culposas);
¥! Crime formal Ð Extors‹o (art. 158 do CP). Para que o crime de extors‹o
se consume n‹o Ž necess‡rio que o agente obtenha a vantagem il’cita,
bastando o constrangimento ˆ v’tima;
¥! Crime de mera conduta Ð Invas‹o de domic’lio. Nesse caso, a mera
presen•a do agente, indevidamente, no domic’lio da v’tima caracteriza o
crime. N‹o h‡ um resultado previsto para esse crime. Qualquer outra
conduta praticada a partir da’ configura crime aut™nomo (furto, roubo,
homic’dio, etc.).
2.2.3!Nexo de Causalidade
Nos termos do art. 13 do CP:
Art. 13 - O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž imput‡vel a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado n‹o
teria ocorrido.
Assim, o nexo de causalidade pode ser entendido como o v’nculo que une
a conduta do agente ao resultado natural’stico ocorrido no mundo exterior.
Portanto, s— se aplica aos crimes materiais!
Algumas teorias existem acerca do nexo de causalidade:
¥!TEORIA DA EQUIVALæNCIA DOS ANTECEDENTES (OU DA CONDITIO
SINE QUA NON) Ð Para esta teoria, Ž considerada causa do crime toda conduta
sem a qual o resultado n‹o teria ocorrido. Assim, para se saber se uma conduta
Ž ou n‹o causa do crime, devemos retir‡-la do curso dos acontecimentos e ver
se, ainda assim, o crime ocorreria (Processo hipotŽtico de elimina•‹o de
ThyrŽn). EXEMPLO: Marcelo acorda de manh‹, toma cafŽ, compra uma arma e
encontra Jœlio, seu desafeto, disparando tr•s tiros contra ele, causando-lhe a
morte. Retirando-se do curso o cafŽ tomado por Marcelo, conclu’mos que o
9
Pelo princ’pio da ofensividade, n‹o Ž poss’vel haver crime sem resultado jur’dico. BITENCOURT, Cezar
Roberto. Op. cit., p. 354
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resultado teria ocorrido do mesmo jeito. Entretanto, se retirarmos a compra da
arma do curso do processo, o crime n‹o teria ocorrido.
O inconveniente claro desta teoria Ž que ela permite que se coloquem como
causa situa•›es absurdas, como a venda da arma ou atŽ mesmo o nascimento
do agente, j‡ que se os pais n‹o tivessem colocado a crian•a no mundo, o crime
n‹o teria acontecido. Isso Ž um absurdo!
Assim, para solucionar o problema, criou-se outro filtro que Ž o dolo.
Logo, s— ser‡ considerada causa a conduta que Ž indispens‡vel ao
resultado e que foi querida pelo agente. Assim, no exemplo anterior, o
vendedor da arma n‹o seria responsabilizado, pois nada mais fez que vender seu
produto, n‹o tendo a inten•‹o (nem sequer imaginou) de ver a morte de Jœlio.
Nesse sentido:
CAUSA = conduta indispens‡vel ao resultado + que tenha
sido prevista e querida por quem a praticou
Podemos dizer, ent‹o, que a causalidade aqui n‹o Ž meramente f’sica, mas
tambŽm, psicol—gica.
Essa foi a teoria adotada pelo C—digo Penal, como regra.
EXEMPLO (1) Pedro resolve matar Jo‹o, e coloca veneno em seu drink.
PorŽm, Pedro n‹o sabe que Marcelo tambŽm queria matar Jo‹o e minutos
antes tambŽm havia colocado veneno no drink de Jo‹o, que vem a morrer em
raz‹o do veneno colocado por Marcelo. Nesse caso, a concausa preexistente
(conduta de Marcelo) produziu por si s— o resultado (morte). Nesse caso, Pedro
responder‡ somente por tentativa de homic’dio.
__________________________________________________
10
CUNHA, RogŽrio Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Especial. 7¼ edi•‹o. Ed. Juspodivm. Salvador,
2015, p. 232/233
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EXEMPLO (2) Pedro resolve matar Jo‹o, e come•a a disparar contra ele
projŽteis de arma de fogo. Entretanto, durante a execu•‹o, o teto da casa de
Jo‹o desaba sobre ele, vindo a causar-lhe a morte. Aqui, a causa concomitante
(queda do teto) produziu isoladamente o resultado (morte). Portanto, Pedro
responde somente por homic’dio tentado.
__________________________________________________
EXEMPLO (3) Pedro resolve matar Jo‹o, desta vez, ministrando em sua
bebida certa dose de veneno. Entretanto, antes que o veneno fa•a efeito,
Marcelo aparece e dispara 10 tiros de pistola contra Jo‹o, o mantando. Nesse
caso, Pedro responder‡ somente por homic’dio tentado.
__________________________________________________
Em todos estes casos o agente NÌO responde pelo resultado ocorrido.
Por qual motivo? Sua conduta NÌO FOI a causa da morte (aplica-se a
pr—pria e j‡ falada teoria da equival•ncia dos antecedentes). Se suprimirmos
a conduta de cada um destes agentes (nos tr•s exemplos), o resultado morte
ainda assim teria ocorrido da mesma forma. Logo, a conduta dos agentes
NÌO Ž considerada causa.
EXEMPLO (1) Caio decide matar Maria, desferindo contra ela golpes de fac‹o,
causando-lhe a morte. Entretanto, Maria era hemof’lica (condi•‹o conhecida
por Caio), tendo a doen•a contribu’do em grande parte para seu —bito.
Nesse caso, embora a doen•a (concausa preexistente) tenha contribu’do para
o —bito, Caio responde por homic’dio consumado. Por qual motivo? Sua
conduta FOI a causa da morte (aplica-se a pr—pria e j‡ falada teoria da
equival•ncia dos antecedentes). Se suprimirmos a conduta de Caio, o
resultado teria ocorrido? N‹o. Caio teve a inten•‹o de produzir o resultado?
Sim. Logo, responde pelo resultado (homic’dio consumado).
___________________________________________________
EXEMPLO (2) Pedro resolve matar Jo‹o, e coloca em seu drink determinada
dose de veneno. Ao mesmo tempo, Ricardo faz a mesma coisa. Pedro e Ricardo
querem a mesa coisa, mas n‹o se conhecem nem sabem da conduta um do
outro. Jo‹o ingere a bebida e acaba falecendo. A per’cia comprova que
qualquer das doses de veneno, isoladamente, n‹o seria capaz de produzir o
resultado. PorŽm, a soma de esfor•os de ambas (a soma das quantidades de
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veneno) produziu o resultado. Assim, Pedro responde por homic’dio
consumado.
Por qual motivo? Sua conduta FOI a causa da morte (aplica-se a pr—pria
e j‡ falada teoria da equival•ncia dos antecedentes). Se suprimirmos a
conduta de Pedro, o resultado teria ocorrido? N‹o. Pedro teve a inten•‹o de
produzir o resultado? Sim. Logo, responde pelo resultado (homic’dio
consumado).
AtŽ aqui n—s conseguimos resolver todos os casos pela teoria da equival•ncia
dos antecedentes, da seguinte forma:
¥! Nas concausas absolutamente independentes Ð Em todos os
casos a conduta do agente n‹o contribuiu para o resultado. Logo,
pelo ju’zo hip—tese de elimina•‹o, a conduta do agente n‹o foi causa.
Portanto, n‹o responde pelo resultado.
¥! Nas concausas relativamente independentes (Preexistentes e
concomitantes) Ð Em todos os casos a conduta do agente
contribuiu para o resultado. Logo, pelo ju’zo hip—tese de elimina•‹o,
a conduta do agente foi causa. Portanto, responde pelo resultado.
EXEMPLO (1) - Pedro resolve matar Jo‹o (insistente esse cara!), e dispara 25
tiros contra ele, usando seu Fuzil Autom‡tico Ligeiro-Fal, CALIBRE 7.62 (agora
vai!). Jo‹o fica estirado no ch‹o, Ž socorrido por uma ambul‰ncia e, no caminho
para o Hospital, sofre um acidente de carro (a ambul‰ncia bate de frente com
uma carreta) e vem a morrer em raz‹o do acidente, n‹o dos ferimentos
causados por Pedro.
Nesse caso, Pedro responde apenas por tentativa de homic’dio.
Por qual motivo? Sua conduta n‹o foi a causa da morte. Mas, se
suprimirmos a conduta de Pedro, o resultado teria ocorrido? N‹o. Pedro teve a
inten•‹o de produzir o resultado? Sim.
Ent‹o por que n‹o responde pelo resultado??
Aqui o CP adotou a teoria da causalidade adequada. A causa
superveniente (acidente de tr‰nsito) produziu por si s— o resultado, j‡ que o
acidente de ambul‰ncia n‹o Ž o desdobramento natural de um disparo de arma
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de fogo (esse resultado n‹o Ž consequ•ncia natural e previs’vel da conduta do
agente11).
Perceba que a concausa superveniente (acidente de carro), apesar de
produzir sozinha o resultado, n‹o Ž absolutamente independente, pois
se n‹o fosse a conduta de Pedro, o acidente n‹o teria ocorrido (j‡ que a v’tima
n‹o estaria na ambul‰ncia).
Por isso dizemos que, aqui, temos:
§! Concausa superveniente relativamente independente Ð A conduta
de Pedro Ž relevante para o resultado.
§! Que por si s— produziu o resultado Ð Apesar disso, a conduta de Pedro
foi relevante apenas por CRIAR A SITUA‚ÌO, mas n‹o foi a respons‡vel
efetiva pela morte.
11
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal Ð Parte Geral. Ed. Saraiva, 21¼ edi•‹o. S‹o Paulo,
2015, p. 324/325
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AGENTE NÃO
RESPONDE PELO TEORIA DA
ABSOLUTAMENTE
INDEPENDENTES RESULTADO, POIS EQUIVALÊNCIA DOS
SUA CONDUTA ANTECEDENTES
NÃO FOI CAUSA.
PRODUZIU SOZINHA
RELATIVAMENTE O RESULTADO - NÃO
INDEPENDENTES TEORIA DA
RESPONDE PELO
CAUSALIDADE
RESULTADO. É
ADEQUADA
CAUSA, MAS NÃO É
CAUSA ADEQUADA.
SUPERVENIENTES
NÃO PRODUZIU
SOZINHA O
RESULTADO - TEORIA DA
EQUIVALÊNCIA DOS
RESPONDE PELO ANTECEDENTES
RESULTADO - FOI
CAUSA
12
ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general: Tomo I. Civitas. Madrid, 1997, p. 362/411
13
ROXIN, Claus. Op. cit., p. 365
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JosŽ ateia fogo na casa de Maria. JosŽ causou um risco, n‹o permitido pelo
Direito. Deve responder pelo crime de inc•ndio doloso, art. 250 do CP.
Entretanto, Maria invade a casa em chamas para resgatar a œnica foto que
restou de seu filho falecido, sendo lambida pelo fogo, vindo a falecer. Nesse
caso, JosŽ n‹o responde pelo crime de homic’dio, pois o risco por ele criado
n‹o se insere nesse resultado, que foi provocado pela conduta exclusiva de
Maria.
A conduta humana, como se viu, pode ser uma a•‹o ou uma omiss‹o.
A quest‹o Ž: Qual Ž o resultado natural’stico que advŽm de uma omiss‹o?
Naturalisticamente nenhum, pois do nada, nada surge.
Como se v•, o tipo penal estabelece que aquele que n‹o fizer o que norma
determina responder‡ por aquele crime. Assim, no crime omissivo puro o agente
simplesmente descumpre a norma penal, que impunha o dever de agir.
Neste caso, Ž irrelevante avaliar se houve qualquer resultado (no exemplo,
Ž irrelevante saber se houve dano ˆ v’tima), pois o agente responde
criminalmente pelo simples fato de ter violado a norma penal, descumprindo o
mandamento.
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Nos crimes omissivos impuros, ou impr—prios, tambŽm chamados de
crimes comissivos por omiss‹o n‹o h‡ um tipo penal que estabele•a como crime
uma conduta omissiva. Em tais crimes o agente Ž responsabilizado por um
determinado resultado lesivo, por ter se omitido quando tinha o dever legal
de agir, n‹o imposto ˆs pessoas em geral.
EXEMPLO: Maria Ž casada com JosŽ. Todavia, Maria possui uma filha de 11 anos
de idade, Joana, oriunda de seu casamento anterior. Certo dia, Maria descobre
que JosŽ est‡ tendo rela•›es sexuais com sua filha. Com receio de que JosŽ se
separe dela, Maria n‹o adota nenhuma provid•ncia, ou seja, acompanha a
situa•‹o sem nada fazer para impedir que sua filha seja estuprada.
Neste caso, Maria praticou um crime omissivo impr—prio. Isto porque Maria
tinha o espec’fico dever de prote•‹o e cuidado em rela•‹o ˆ sua filha, de
forma que tinha o dever de agir para impedir que a filha fosse v’tima daquele
crime, ou seja, tinha o dever de agir para impedir a ocorr•ncia do resultado.
Se nos crimes omissivos puros a an‡lise do resultado Ž irrelevante, porque
o agente responde simplesmente por ter se omitido, nos crimes omissivos
impuros a an‡lise do resultado Ž penalmente relevante, pois o pr—prio resultado
ser‡ imputado ˆquele que se omitiu. No exemplo anterior, portanto, Maria
responder‡ pelo pr—prio crime de estupro (no caso, estupro de vulner‡vel, art.
217-A do CP), pois tinha o dever legal espec’fico de agir para evitar o
resultado.
RELAÇÃO DE
CRIMES CAUSALIDADE RESULTADO
COMISSIVOS FÍSICA OU NATURALÍSTICO
NATURAL
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2.2.4!Tipicidade
A tipicidade pode ser de duas ordens: tipicidade formal e tipicidade
material.
A tipicidade formal nada mais Ž que a adequa•‹o da conduta do agente
a uma previs‹o t’pica (norma penal que prev• o fato e lhe descreve como
crime). Assim, o tipo do art. 121 Ž: Òmatar alguŽmÓ. Portanto, quando Marcio
esfaqueia Luiz e o mata, est‡ cometendo fato t’pico (tipicidade formal), pois est‡
praticando uma conduta que encontra previs‹o como tipo penal.
N‹o h‡ muito o que se falar acerca da tipicidade formal. Basta que o
intŽrprete proceda ao cotejo entre a conduta praticada no caso concreto e
a conduta prevista na Lei Penal (subsun•‹o). Se a conduta praticada se
amoldar ˆquela prevista na Lei Penal, o fato ser‡ t’pico, ou seja, haver‡
adequa•‹o t’pica, por estar presente o elemento ÒtipicidadeÓ.
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que efetivamente ocorre. Paulo n‹o praticou a conduta de Òmatar
alguŽmÓ, logo, a adequa•‹o t’pica depende do art. 29 do CP (que
determina que os part’cipes respondam pelo crime). Assim: art. 121
+ art. 29 do CP.
2.3.1!Crime doloso
O dolo Ž o elemento subjetivo do tipo, consistente na vontade, livre e
consciente, de praticar o crime (dolo direto), ou a assun•‹o do risco produzido
pela conduta (dolo eventual). Nos termos do art. 18 do CP:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
14
BITENCOURT, Op. cit., p. 290/291
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Em Žpocas passadas, quando se entendia que o dolo pertencia ˆ
culpabilidade, a esses dois elementos (consci•ncia e vontade) era acrescido mais
um elemento, que era a consci•ncia da ilicitude. Esse era o chamado dolo
normativo. Assim, para que o dolo ficasse caracterizado era necess‡rio
comprovar que o agente teve n‹o s— a vontade livre e consciente de alcan•ar o
resultado, mas tambŽm comprovar que o agente sabia que sua conduta era
contr‡ria ao Direito.
Atualmente, com a transposi•‹o do dolo e da culpa para o fato t’pico (em
raz‹o da teoria finalista), os elementos normativos do dolo ficaram na
culpabilidade, de maneira que a chamada Òconsci•ncia da ilicitude da condutaÓ15
n‹o mais Ž analisada dentro do dolo em si, mas na culpabilidade. Para definir,
portanto, se o fato constitui uma conduta dolosa n‹o Ž necess‡rio, hoje, saber se
o agente tinha consci•ncia de que sua conduta era contr‡ria ao Direito, o que s—
ser‡ analisado na culpabilidade.
Desta maneira, podemos dizer que no finalismo o dolo Ž natural e no
causalismo o dolo Ž normativo.
O dolo direto pode ser, ainda, de segundo grau, ou de
consequ•ncias necess‡rias. Neste o agente n‹o deseja a produ•‹o do
resultado, mas aceita o resultado como consequ•ncia necess‡ria dos meios
empregados.
EXEMPLO: Imagine o caso de alguŽm que, querendo matar certo executivo,
coloca uma bomba no avi‹o em que este se encontra. Ora, nesse caso, o agente
age com dolo de primeiro grau em face da v’tima pretendida, pois quer sua morte,
e dolo de segundo grau em rela•‹o aos demais ocupantes do avi‹o, pois Ž certo
que tambŽm morrer‹o, embora este n‹o seja o objetivo do agente.
15
A Òconsci•ncia da ilicitudeÓ, inclusive, pode ser real (quando o agente sabe que sua conduta Ž contr‡ria
ao direito) ou meramente potencial (quando, apesar de n‹o saber que sua conduta Ž contr‡ria ao Direito,
tinha condi•›es intelectuais para ter este conhecimento).
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No dolo alternativo o agente pratica a conduta sem pretender alcan•ar um
resultado espec’fico, estabelecendo para si mesmo que qualquer dos resultados
poss’veis Ž v‡lido.
EXEMPLO: JosŽ atira uma pedra em Maria, querendo mat‡-la ou lesion‡-la, tanto
faz. Ou seja, JosŽ n‹o possui a inten•‹o espec’fica de matar, mas tambŽm n‹o
possui a inten•‹o espec’fica de lesionar. O que JosŽ, pretende, apenas, Ž causar
dano a Maria.
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posteriormente, muda de ideia e n‹o devolve o bem nas condi•›es
ajustadas, passando a agir de maneira il’cita.
2.3.2!Crime culposo
Se no crime doloso o agente quis o resultado, sendo este seu objetivo, ou
assumiu o risco de sua ocorr•ncia, embora n‹o fosse originalmente pretendido o
resultado, no crime culposo a conduta do agente Ž destinada a um determinado
fim (que pode ser l’cito ou n‹o), tal qual no dolo eventual, mas pela viola•‹o a
um dever de cuidado, o agente acaba por lesar um bem jur’dico de terceiro,
cometendo crime culposo.
A viola•‹o ao dever objetivo de cuidado pode se dar de tr•s maneiras:
¥! Neglig•ncia Ð O agente deixa de tomar todas as cautelas
necess‡rias para que sua conduta n‹o venha a lesar o bem jur’dico
de terceiro. ƒ o famoso relapso. Aqui o agente deixa de fazer algo
que deveria;
¥! Imprud•ncia Ð ƒ o caso do afoito, daquele que pratica atos
temer‡rios, que n‹o se coadunam com a prud•ncia que se deve ter
na vida em sociedade. Aqui o agente faz algo que a prud•ncia
n‹o recomenda;
¥! Imper’cia Ð Decorre do desconhecimento de uma regra tŽcnica
profissional. Assim, se o mŽdico, ap—s fazer todos os exames
necess‡rios, d‡ diagn—stico errado, concedendo alto ao paciente e
este vem a —bito em decorr•ncia da alta concedida, n‹o h‡
neglig•ncia, pois o profissional mŽdico adotou todos os cuidados
necess‡rios, mas em decorr•ncia de sua falta de conhecimento
tŽcnico, n‹o conseguiu verificar qual o problema do paciente, o que
acabou por ocasionar seu falecimento;
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¥! Um resultado natural’stico involunt‡rio Ð O resultado produzido
n‹o foi querido pelo agente (salvo na culpa impr—pria).
¥! Nexo causal Ð Rela•‹o de causa e efeito entre a conduta do agente
e o resultado ocorrido no mundo f‡tico.
¥! Tipicidade Ð O fato deve estar previsto como crime. Em regra, os
crimes s— podem ser praticados na forma dolosa, s— podendo ser
punidos a t’tulo de culpa quando a lei expressamente determinar.
Essa Ž a regra do ¤ œnico do art. 18 do CP: Par‡grafo œnico - Salvo os
casos expressos em lei, ninguŽm pode ser punido por fato previsto como
crime, sen‹o quando o pratica dolosamente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984).
¥! Previsibilidade objetiva - O resultado ocorrido deve ser previs’vel
mediante um esfor•o intelectual razo‡vel. ƒ chamada previsibilidade
do homem mŽdio. Assim, se uma pessoa comum, de intelig•ncia
mediana, seria capaz de prever aquele resultado, est‡ presente este
requisito. Se o resultado n‹o for previs’vel objetivamente, o fato Ž
um indiferente penal. Por exemplo: Se M‡rio, nas dunas de Natal, d‡
um chute em Jo‹o, a fim de causar-lhe les›es leves, e Jo‹o vem a
cair e bater com a cabe•a sobre um motor de Bugre que estava
enterrado sob a areia, vindo a falecer, M‡rio n‹o responde por
homic’dio culposo, pois seria inimagin‡vel a qualquer pessoa prever
que naquele local a v’tima poderia bater com a cabe•a em algo
daquele tipo e vir a falecer.
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entanto, ao verificar a v’tima, percebe que o vulto era seu filho de 16
anos que havia sa’do escondido para assistir a um show de Rock no
qual havia sido proibido de ir. Nesse caso, embora o crime seja
naturalmente doloso (pois o agente quis o resultado), por quest›es
de pol’tica criminal o C—digo determina que lhe seja aplicada a pena
correspondente ˆ modalidade culposa. Nos termos do art. 20, ¤ 1¡
do CP:
Art. 20 (...) ¤ 1¼ - ƒ isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunst‰ncias, sup›e situa•‹o de fato que, se existisse, tornaria a a•‹o leg’tima.
N‹o h‡ isen•‹o de pena quando o erro deriva de culpa e o fato Ž pun’vel como
crime culposo.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
2.3.3!Crime preterdoloso
H‡ ainda a figura do crime preterdoloso (ou preterintencional). O
crime preterdoloso ocorre quando o agente, com vontade de praticar determinado
crime (dolo), acaba por praticar crime mais grave, n‹o com dolo, mas por culpa.
Um exemplo cl‡ssico Ž o crime de les‹o corporal seguida de morte, previsto no
art. 129, ¤ 3¡ do CP. Nesse crime o agente provoca les›es corporais na v’tima,
mediante conduta dolosa. No entanto, em raz‹o de sua imprud•ncia na execu•‹o
(excesso), acabou por provocar a morte da v’tima, que era um resultado n‹o
pretendido (culpa).
A Doutrina distingue, no entanto, o crime preterdoloso do crime
qualificado pelo resultado16. Para a Doutrina, o crime qualificado pelo
resultado Ž um g•nero, do qual o crime preterdoloso Ž espŽcie. Um crime
qualificado pelo resultado Ž aquele no qual, ocorrendo determinado
resultado, teremos a aplica•‹o de uma circunst‰ncia qualificadora. Aqui
Ž irrelevante se o resultado que qualifica o crime Ž doloso ou culposo. No delito
preterdoloso, o resultado que qualifica o crime Ž, necessariamente, culposo. Ou
seja, h‡ dolo na conduta inicial e culpa em rela•‹o ao resultado que efetivamente
ocorre.
16
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 337
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Mariana praticou o crime de les‹o corporal seguida de morte, que Ž um crime
preterdoloso (dolo na conduta inicial, mas resultado obtido a t’tulo de culpa Ð
sem inten•‹o).
Ex.: JosŽ quer falsificar v‡rias notas de R$ 100,00 (quer praticar o crime de
moeda falsa, art. 289 do CP). Assim, JosŽ compra um maquin‡rio destinado a
falsificar moeda. A princ’pio, essa conduta seria um mero ato preparat—rio
impun’vel. Todavia, neste espec’fico caso o CP j‡ criminaliza essa conduta
preparat—ria, estabelecendo um tipo penal aut™nomo, que Ž o crime de
Òpetrechos de falsifica•‹oÓ (art. 291 do CP18), ou seja, o CP j‡ considera crime a
aquisi•‹o do maquin‡rio!
17
Em raz‹o do princ’pio da Òexterioriza•‹o do fatoÓ ou Òmaterializa•‹o do fatoÓ, que impede a puni•‹o de
atitudes internas das pessoas.
18
Petrechos para falsifica•‹o de moeda
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a t’tulo oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho,
instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado ˆ falsifica•‹o de moeda:
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2.4.1.4! Consuma•‹o
Aqui o crime atinge sua realiza•‹o plena, havendo a presen•a de todos os
elementos que o comp›em, ou seja, o agente consegue realizar tudo o que o tipo
penal prev•, causando a ofensa jur’dica prevista na norma penal.
Temos, aqui, portanto, um crime completo e acabado.
2.4.1.5! Exaurimento
O exaurimento Ž uma etapa Òp—s-crimeÓ, ou seja, um acontecimento
posterior ˆ consuma•‹o do delito, n‹o alterando a tipifica•‹o da conduta.
Ex.: JosŽ pratica falso testemunho num processo que envolve Maria (crime de
falso testemunho consumado, art. 342 do CP). Ap—s isso, Maria Ž condenada em
raz‹o do testemunho falso de JosŽ (consequ•ncia que Ž mero exaurimento do
delito, n‹o alterando a tipifica•‹o do crime).
2.4.2!Tentativa
Todos os elementos citados como sendo partes integrantes do fato t’pico
(conduta, resultado natural’stico, nexo de causalidade e tipicidade) s‹o, no
entanto, elementos do crime material consumado, que Ž aquele no qual se
exige resultado natural’stico e no qual este resultado efetivamente ocorre.
Nos termos do art. 14 do CP:
Art. 14 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - consumado, quando nele se reœnem todos os elementos de sua defini•‹o legal; (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - tentado, quando, iniciada a execu•‹o, n‹o se consuma por circunst‰ncias alheias ˆ
vontade do agente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Assim, nos crimes tentados, por n‹o haver sua consuma•‹o (ocorr•ncia de
resultado natural’stico), n‹o estar‹o presentes, em regra, os elementos
ÒresultadoÓ e Ònexo de causalidadeÓ.
Disse Òem regraÓ, porque pode acontecer que um crime tentado produza
resultados, que ser‹o analisados de acordo com a conduta do agente e sua
aptid‹o para produzi-los.
EXEMPLO: Imaginem que Marcelo, visando ˆ morte de Rodrigo, dispare cinco
tiros de pistola contra ele. Rodrigo Ž baleado, fica paraplŽgico, mas sobrevive.
Nesse caso, como o objetivo n‹o era causar les‹o corporal, mas sim matar, o
crime n‹o foi consumado, pois a morte n‹o ocorreu. Entretanto, n‹o se pode
negar que houve resultado natural’stico e nexo causal, embora este resultado
n‹o tenha sido o pretendido pelo agente quando da pr‡tica da conduta
criminosa.
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O crime consumado n—s j‡ estudamos, cabe agora analisar as hip—teses de
crime na modalidade tentada.
Como disse a voc•s, pode ocorrer de uma conduta ser enquadrada em
determinado tipo penal sem que sua pr‡tica corresponda exatamente ao
que prev• o tipo. No caso acima, Marcelo responder‡ pelo tipo penal de
homic’dio (art. 121 do CP), na modalidade tentada (art. 14, II do CP). Mas se
voc•s analisarem, o art. 121 do CP diz Òmatar alguŽmÓ. Marcelo n‹o matou
ninguŽm. Assim, como enquadr‡-lo na conduta prevista pelo art. 121?
Isso Ž o que chamamos de adequa•‹o t’pica mediata, conforme j‡
estudamos.
Na adequa•‹o t’pica mediata o agente n‹o pratica exatamente a conduta
descrita no tipo penal, mas em raz‹o de uma outra norma que estende
subjetiva ou objetivamente o alcance do tipo penal, ele deve responder
pelo crime. Assim, no caso em tela, Marcelo s— responde pelo crime em raz‹o
da exist•ncia de uma norma que aumenta o alcance objetivo (relativo ˆ conduta)
do tipo penal para abarcar tambŽm as hip—teses de tentativa (art. 14, II do CP).
Tudo bem, galera? Vamos em frente!
O inciso II do art. 14 fala em Òcircunst‰ncias alheias ˆ vontade do
agenteÓ. Isso significa que o agente inicia a execu•‹o do crime, mas em raz‹o
de fatores externos, o resultado n‹o ocorre. No caso concreto que citei, o fator
externo, alheio ˆ vontade de Marcelo, foi provavelmente sua falta de precis‹o no
uso da arma de fogo e o socorro eficiente recebido por Rodrigo, que impediu sua
morte.
O ¤ œnico do art. 14 do CP diz:
Art. 14 (...)
Par‡grafo œnico - Salvo disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os. (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
19
Em contraposi•‹o ˆ Teoria objetiva h‡ a Teoria subjetiva, que sustenta que a punibilidade da tentativa
deveria estar atrelada ao fato de que o desvalor da conduta Ž o mesmo do crime consumado (Ž t‹o
reprov‡vel a conduta de ÒmatarÓ quanto a de Òtentar matarÓ). Para esta Teoria, a tentativa deveria ser
punida da mesma forma que o crime consumado (BITENCOURT, Op. cit., p. 536/537). Na verdade, adotou-
se no Brasil uma espŽcie de Teoria objetiva ÒtemperadaÓ ou mitigada. Isto porque a regra do art. 14, II
admite exce•›es, ou seja, existem casos na legisla•‹o p‡tria em que se pune a tentativa com a mesma pena
do crime consumado.
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Mas qual o critŽrio para aplica•‹o da quantidade de diminui•‹o (1/3
ou 2/3)? Nesse caso, o Juiz deve analisar a proximidade de alcance do resultado.
Quanto mais pr—xima do resultado chegar a conduta, menor ser‡ a
diminui•‹o da pena, e vice-versa. No exemplo acima, como Marcelo quase
matou Rodrigo, chegando a deix‡-lo paraplŽgico, a diminui•‹o ser‡ a menor
poss’vel (1/3), pois o resultado esteve perto de se consumar. Entretanto, se
Marcelo tivesse errado todos os disparos, o resultado teria passado longe da
consuma•‹o, devendo o Juiz aplicar a redu•‹o m‡xima.
A tentativa pode ser:
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portanto, n‹o ocorrendo este, n‹o h‡ que se falar em interrup•‹o
involunt‡ria da execu•‹o do crime20.
¥! Crimes preterdolosos Ð Como nestes crimes existe dolo na conduta
precedente e culpa na conduta seguinte, a conduta seguinte Ž culposa,
n‹o se admitindo, portanto, tentativa;
¥! Crimes unissubsistentes Ð S‹o aqueles que se produzem mediante um
œnico ato, n‹o cabendo fracionamento de sua execu•‹o. Assim, ou o crime
Ž consumado ou sequer foi iniciada sua execu•‹o. EXEMPLO: Injœria. Ou
o agente profere a injœria e o crime est‡ consumado ou ele sequer chega
a proferi-la, n‹o chegando o crime a ser iniciado;
¥! Crimes omissivos pr—prios Ð Seguem a mesma regra dos crimes
unissubsistentes, pois ou o agente se omite, e pratica o crime na
modalidade consumada ou n‹o se omite, hip—tese na qual n‹o comete
crime;
¥! Crimes de perigo abstrato Ð Como aqui tambŽm h‡ crime
unissubsistente (n‹o h‡ fracionamento da execu•‹o do crime), n‹o se
admite tentativa;
¥! Contraven•›es penais Ð A tentativa, neste caso, atŽ pode ocorrer, mas
n‹o ser‡ pun’vel, nos termos do art. 4¡ do Decreto-Lei n¡ 3.688/41 (Lei
das Contraven•›es penais);
¥! Crimes de atentado (ou de empreendimento) Ð S‹o crimes que se
consideram consumados com a obten•‹o do resultado ou ainda com a
tentativa deste. Por exemplo: O art. 352 tipifica o crime de Òevas‹oÓ,
dizendo: Òevadir-se ou tentar evadir-seÓ... Desta maneira, ainda que n‹o
consiga o preso se evadir, o simples fato de ter tentado isto j‡ consuma
o crime;
¥! Crimes habituais Ð Nestes crimes, o agente deve praticar diversos atos,
habitualmente, a fim de que o crime se consume. Entretanto, o problema
Ž que cada ato isolado Ž um indiferente penal. Assim, ou o agente praticou
poucos atos isolados, n‹o cometendo crime, ou praticou os atos de forma
habitual, cometendo crime consumado. Exemplo: Crime de
curandeirismo, no qual ou o agente pratica atos isolados, n‹o praticando
crime, ou o faz com habitualidade, praticando crime consumado, nos
termos do art. 284, I do CP.
2.4.3!Crime imposs’vel
Nos termos do C—digo Penal:
20
Todavia, no excepcional caso de Òculpa impr—priaÓ, como o agente quis o resultado, mas est‡
recebendo a pena relativa ao crime culposo por quest›es de pol’tica criminal, ser‡ cab’vel a tentativa, pois
Ž poss’vel que o agente tente obter o resultado, por erro evit‡vel, n‹o consiga, e teremos um crime tentado,
Como o agente n‹o responder‡ pelo dolo, mas por culpa, poderemos ter um crime culposo em sua forma
tentada.
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Art. 17 - N‹o se pune a tentativa quando, por inefic‡cia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, Ž imposs’vel consumar-se o crime.(Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
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inten•‹o de mat‡-lo, mas o crime n‹o se consuma porque JosŽ usava um colete
ˆ prova de balas, n‹o h‡ crime imposs’vel, pois o crime poderia se consumar21.
21
O STJ j‡ sumulou entendimento, por exemplo, no sentido de que a presen•a de c‰meras e dispositivos
eletr™nicos de seguran•a em estabelecimentos comerciais n‹o afasta a possibilidade de consuma•‹o do
crime de furto. Assim, se o agente tenta sair do local com um produto escondido (furto), mas Ž detido pelos
seguran•as, n‹o h‡ crime imposs’vel, pois havia uma possibilidade, ainda que pequena, de que ele
conseguisse burlar o sistema e causar o preju’zo ao bem jur’dico tutelado (patrim™nio do estabelecimento)
22
BITENCOURT, Op. cit., p. 542/543.
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Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou
impede que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
2.4.5!Arrependimento posterior
O arrependimento posterior, por sua vez, n‹o exclui o crime, pois
este j‡ se consumou, mas Ž causa obrigat—ria de diminui•‹o de pena.
Ocorre quando, nos crimes em que n‹o h‡ viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa,
o agente, atŽ o recebimento da denœncia ou queixa, repara o dano provocado ou
restitui a coisa. Nos termos do art. 16 do CP:
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa, reparado o dano
ou restitu’da a coisa, atŽ o recebimento da denœncia ou da queixa, por ato volunt‡rio do
agente, a pena ser‡ reduzida de um a dois ter•os. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
EXEMPLO: Imagine o crime de dano (art. 163 do CP), no qual o agente quebra
a vidra•a de uma padaria, revoltado com o esgotamento do p‹o franc•s naquela
tarde. Nesse caso, se antes do recebimento da queixa o agente ressarcir o
preju’zo causado, ele responder‡ pelo crime, mas a pena aplicada dever‡
ser diminu’da de um a dois ter•os.
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No caso de viol•ncia impr—pria, a Doutrina se divide. A viol•ncia
impr—pria Ž aquela na qual n‹o h‡ viol•ncia propriamente dita, mas o agente
reduz a v’tima ˆ impossibilidade de defesa (ex. Amorda•a e amarra o caixa da
loja no crime de roubo). Parte da Doutrina entende que o benef’cio pode ser
aplicado, parte entende que n‹o pode.
O arrependimento posterior tambŽm se comunica aos demais agentes
(coautores).
A Doutrina entende, ainda, que se a v’tima se recusar a receber a coisa
ou a repara•‹o do dano, mesmo assim o agente dever‡ receber a causa
de diminui•‹o de pena.
O quantum da diminui•‹o da pena (um ter•o a dois ter•os) ir‡ variar
conforme a celeridade com que ocorreu o arrependimento e a voluntariedade
deste ato.
Vamos sintetizar isso tudo? O quadro abaixo pode ajudar voc•s na
compreens‹o dos institutos da tentativa, da desist•ncia volunt‡ria, do
arrependimento eficaz e do arrependimento posterior:
QUADRO ESQUEMçTICO
INSTITUTO RESUMO CONSEQUæNCIAS
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ocorra. O resultado NÌO que efetivamente
ocorre. causou.
ARREPENDIMENTO O agente completa a execu•‹o da O agente tem a
POSTERIOR atividade criminosa e o pena reduzida de
resultado efetivamente 1/3 a 2/3.
ocorre. PorŽm, ap—s a ocorr•ncia
do resultado, o agente se
arrepende E REPARA O DANO ou
RESTITUI A COISA.
1.! S— pode ocorrer nos crimes
cometidos sem viol•ncia
ou grave amea•a ˆ
pessoa
2.! S— tem validade se ocorre
antes do recebimento da
denœncia ou queixa.
CASO HAJA
ARREPENDIMENTO
CRIME SE RESPONDE
PELO CRIME
POSTERIOR =
CAUSA DE
CONSUMA CONSUMADO
DIMINUIÇÃO DE
PENA (1/3 a 2/3)
INÍCIO DA
AGENTE DESISTIU DA
EXECUÇÃO DO EXECUÇÃO
DELITO (DESISTÊNCIA
VOLUNTÁRIA) RESPONDE SÓ
PELOS ATOS
AGENTE COMPLETOU A PRATICADOS
CRIME NÃO SE EXECUÇÃO MAS SE
ARREPENDEU E EVITOU O
CONSUMA RESULTADO
(ARREPENDIMENTO EFICAZ)
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por excluir o fato t’pico. N‹o confundir com a coa•‹o MORAL irresist’vel, que
exclui a culpabilidade.
Ex.: JosŽ pega Maria ˆ for•a e, segurando seu bra•o, faz com que Maria
esfaqueie Joana, que est‡ dormindo. Neste caso, Maria n‹o teve conduta, pois
n‹o teve dolo ou culpa. Maria n‹o escolheu esfaquear, foi coagida fisicamente
a fazer isso.
2.5!Ilicitude
J‡ vimos que a conduta deve ser considerada um fato t’pico para que o
primeiro elemento do crime esteja presente. Entretanto, isso n‹o basta. Uma
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conduta enquadrada como fato t’pico pode n‹o ser il’cita perante o direito. Assim,
a antijuridicidade (ou ilicitude) Ž a condi•‹o de contrariedade da conduta
perante o Direito.
Estando presente o primeiro elemento (fato t’pico), presume-se
presente a ilicitude, devendo o acusado comprovar a exist•ncia de uma
causa de exclus‹o da ilicitude. Percebam, assim, que uma das fun•›es do fato
t’pico Ž gerar uma presun•‹o de ilicitude da conduta, que pode ser desconstitu’da
diante da presen•a de uma das causas de exclus‹o da ilicitude.
As causas de exclus‹o da ilicitude podem ser:
¥! GenŽricas Ð S‹o aquelas que se aplicam a todo e qualquer crime. Est‹o
previstas na parte geral do C—digo Penal, em seu art. 23;
¥! Espec’ficas Ð S‹o aquelas que s‹o pr—prias de determinados crimes, n‹o
se aplicando a outros. Por exemplo: Furto de coisas comum, previsto no art.
156, ¤2¡. Nesse caso, o fato de a coisa furtada ser comum retira a ilicitude
da conduta. PorŽm, s— nesse crime!
2.5.1!Estado de necessidade
Est‡ previsto no art. 24 do C—digo Penal:
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-
se.
!
O Brasil adotou a teoria unit‡ria de estado de necessidade, que
estabelece que o bem jur’dico protegido deve ser de valor igual ou superior
ao sacrificado, afastando-se em ambos os casos a ilicitude da conduta.
EXEMPLO: Marcos e Jo‹o est‹o num avi‹o que est‡ caindo. S— h‡ uma mochila
com paraquedas. Marcos agride Jo‹o atŽ causar-lhe a morte, a fim de que o
paraquedas seja seu e ele possa se salvar. Nesse caso, o bem jur’dico que
Marcos buscou preservar (vida) Ž de igual valor ao bem sacrificado (Vida de
Jo‹o). Assim, Marcos n‹o cometeu crime, pois agiu coberto por uma excludente
de ilicitude, que Ž o estado de necessidade.
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No caso de o bem sacrificado ser de valor maior que o bem protegido,
o agente responde pelo crime, mas tem sua pena diminu’da.23 Nos termos
do art. 24, ¤ 2¡ do CP:
Art. 24 (...)
¤ 2¼ - Embora seja razo‡vel exigir-se o sacrif’cio do direito amea•ado, a pena poder‡
ser reduzida de um a dois ter•os.
!
Assim, se era razo‡vel entender que o agente deveria sacrificar o bem que
na verdade escolheu proteger, ele responde pelo crime, mas em raz‹o das
circunst‰ncias ter‡ sua pena diminu’da de um a dois ter•os, conforme o caso.
Os requisitos para a configura•‹o do estado de necessidade s‹o
basicamente dois: a) a exist•ncia de uma situa•‹o de perigo a um bem jur’dico
pr—prio ou de terceiro; b) o fato necessitado (conduta do agente na qual ele
sacrifica o bem alheio para salvar o pr—prio ou do terceiro).
Entretanto, a situa•‹o de perigo deve:
¥! N‹o ter sido criada voluntariamente pelo agente (ou seja, se foi
ele mesmo quem deu causa, n‹o poder‡ sacrificar o direito de um
terceiro a pretexto de salvar o seu). EXEMPLO: O agente provoca ao
naufr‡gio de um navio e, para se salvar, mata um terceiro, a fim de
ficar com o œltimo colete dispon’vel. Nesse caso, embora os bens sejam
de igual valor, a situa•‹o de perigo foi criada pelo pr—prio agente, logo,
ele n‹o estar‡ agindo em estado de necessidade.24
¥! Perigo atual Ð O perigo deve estar ocorrendo. A lei n‹o permite o
estado de necessidade diante de um perigo futuro, ainda que iminente;
¥! A situa•‹o de perigo deve estar expondo ˆ les‹o um bem jur’dico
do pr—prio agente ou de um terceiro.
¥! O agente n‹o pode ter o dever jur’dico enfrentar o perigo.25
23
Bitencourt sustenta que, apesar da ado•‹o da teoria unit‡ria, quando a escolha do agente por sacrificar
determinado bem em detrimento de outro n‹o for a mais correta de acordo com o Direito, mas puder ser
considerada como algo que qualquer pessoa acabaria fazendo da mesma forma, ter’amos o estado de
necessidade exculpante supralegal, ou seja, o Juiz poderia afastar a culpabilidade do agente por considerar
ser inexig’vel conduta diversa. BITENCOURT, Op. cit., p. 411/413
24
A Doutrina se divide quanto ˆ abrang•ncia da express‹o ÒvoluntariamenteÓ. Alguns sustentam que tanto
a causa•‹o culposa quanto a dolosa afastam a possibilidade de caracteriza•‹o do estado de necessidade
(Por todos, ASSIS TOLEDO). Outros defendem que somente a causa•‹o DOLOSA impede a caracteriza•‹o
do estado de necessidade (Por todos, DAMçSIO DE JESUS e CEZAR ROBERTO BITENCOURT). BITENCOURT,
Op. cit., p. 419
25
Todavia, a Doutrina entende que se n‹o h‡ mais como enfrentar a situa•‹o, Ž poss’vel alegar o estado
de necessidade, mesmo por aquele que teria o dever de enfrentar o perigo. Entende-se que n‹o se pode
exigir do agente um ato de hero’smo, sacrificando a pr—pria vida em prol de terceiros.
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¥! Inevit‡vel Ð O bem jur’dico protegido s— seria salvo daquela maneira.
N‹o havia outra forma de salvar o bem jur’dico.
¥! Proporcional Ð O agente deve sacrificar apenas bens jur’dicos de menor
ou igual valor ao que pretende proteger.
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MISERABILIDADE O STJ entende que a simples alega•‹o de
miserabilidade n‹o gera o estado de
necessidade para que seja exclu’da a ilicitude
do fato. Entretanto, em determinados casos,
poder‡ excluir a culpabilidade, em raz‹o da
inexigibilidade de conduta diversa
(estudaremos mais ˆ frente).
2.5.2!Leg’tima defesa
Nos termos do art. 25 do CP:
Art. 25 - Entende-se em leg’tima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necess‡rios, repele injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
O agente deve ter praticado o fato para repelir uma agress‹o. Contudo, h‡
alguns requisitos:
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Com rela•‹o ˆs agress›es praticadas por inimput‡vel, a Doutrina se divide,
mas a maioria entende que nesse caso h‡ leg’tima defesa, e n‹o estado de
necessidade.
Na leg’tima defesa, diferentemente do que ocorre no estado de necessidade,
o agredido (que age em leg’tima defesa) n‹o Ž obrigado a fugir do
agressor, ainda que possa. A lei permite que o agredido revide e se proteja,
ainda que lhe seja poss’vel fugir!
A rea•‹o do agente, por sua vez, deve ser proporcional. Ou seja, os meios
utilizados por ele devem ser suficientes e necess‡rios a repelir a agress‹o injusta.
EXEMPLO: Se um ladr‹o furta uma caneta, a v’tima n‹o pode matar este ladr‹o
para repelir esta agress‹o ao seu patrim™nio, pois ainda que o meio utilizado
seja suficiente para que o patrim™nio seja preservado, n‹o Ž proporcional
sacrificar a vida de alguŽm por causa de uma caneta. Mas nem se for uma
Mont Blanc de R$ 5.000,00? N‹o!!!
A leg’tima defesa n‹o Ž presumida. Aquele que a alega deve provar sua
ocorr•ncia, pois, como estudamos, a exist•ncia do fato t’pico tem o cond‹o de
fazer presumir a ilicitude da conduta, cabendo ao acusado provar a exist•ncia de
uma das causas de exclus‹o da ilicitude.
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primeiramente agrediu, agora poder‡ agir em leg’tima defesa. Se A
agride B com tapas leves, e B saca uma pistola e come•a a disparar contra A,
que se afasta e para de agredi-lo, caso B continue e atirar, A poder‡ sacar sua
arma e atirar contra B, pois a conduta de A se configura como excesso na
rea•‹o, e B estar‡ agindo em leg’tima defesa sucessiva.
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Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato:
(...)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito.
Age acobertado por esta excludente aquele que pratica fato t’pico, mas o faz
em cumprimento a um dever previsto em lei.
Assim, o Policial tem o dever legal de manter a ordem pœblica. Se alguŽm
comete crime, eventuais les›es corporais praticadas pelo policial (quando da
persegui•‹o) n‹o s‹o consideradas il’citas, pois embora tenha sido provocada
les‹o corporal (prevista no art. 129 do CP), o policial agiu no estrito cumprimento
do seu dever legal.
CUIDADO! Quando o policial, numa troca de tiros, acaba por ferir ou matar um
suspeito, ele n‹o age no estrito cumprimento do dever legal, mas em leg’tima
defesa. Isso porque o policial s— pode atirar contra alguŽm quando isso for
absolutamente necess‡rio para repelir injusta agress‹o contra si ou contra
terceiros.26
26
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 431
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considerada crime, por quest›es l—gicas. Trata-se de preservar a coer•ncia do
sistema27.
Mas o direito deve estar previsto em lei? Sim! A Doutrina majorit‡ria
entende que os direitos derivados dos costumes locais n‹o podem ser invocados
como causas de exclus‹o da ilicitude.
Quando um atleta entra no octagon (aquela jaula das artes marciais mistas,
antigo vale-tudo), e agride o outro atleta, est‡ causando-lhe les›es corporais
(art. 129 do CP). Entretanto, n‹o comete crime, pois tem esse direito j‡ que
ambos est‹o se submetendo a uma pr‡tica desportiva que permite esse
tipo de conduta.
CUIDADO! Se esse mesmo atleta descumprir as regras do esporte (chutar
a cabe•a do outro atleta ca’do, por exemplo) e causar-lhe les›es, poder‡
responder pelo crime que cometer, pois n‹o lhe Ž permitido fazer isso!
2.5.5!Consentimento do ofendido
O consentimento do ofendido n‹o est‡ expressamente previsto no CP como
causa de exclus‹o da ilicitude. Todavia, a Doutrina Ž pac’fica ao sustentar que o
consentimento do ofendido pode, a depender do caso, afastar a ilicitude da
conduta, funcionando como causa supralegal (n‹o prevista na Lei) de exclus‹o
da ilicitude).
Ex.: JosŽ e Paulo combinam de fazer manobras arriscadas numa moto, estando
Paulo na garupa e JosŽ guiando a motocicleta. Neste caso, se JosŽ perder a
dire•‹o e causar les›es culposas em Paulo, n‹o haver‡ crime, eis que o
consentimento de Paulo em rela•‹o ˆ conduta arriscada de JosŽ afasta a ilicitude
da conduta.
27
O Prof. Zaffaroni entenderia que, neste caso, o fato Ž at’pico, pois, pela sua teoria da tipicidade
conglobante, um fato nunca poder‡ ser t’pico quando sua pr‡tica foi tolerada ou determinada pelo sistema
jur’dico. Fica apenas o registro, mas essa teoria n‹o Ž adotada pelo CP e Doutrinariamente Ž discutida.
Lembrem-se: Fica apenas o registro.
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2.5.6!Excesso pun’vel
O excesso pun’vel Ž o exerc’cio irregular de uma causa excludente
da ilicitude, seja porque n‹o h‡ mais a circunst‰ncia que permitia seu exerc’cio
(cessou a agress‹o, no caso da leg’tima defesa, por exemplo, seja porque o meio
utilizado n‹o Ž proporcional (agredido saca uma metralhadora para repelir um
tapa, no caso da leg’tima defesa). No primeiro caso, temos o excesso extensivo,
e no segundo, o excesso intensivo. Nesses casos, a lei prev• que aquele que se
exceder responder‡ pelos danos que causar, art. 23, ¤ œnico do CP:
Art. 23 (...)
Par‡grafo œnico - O agente, em qualquer das hip—teses deste artigo, responder‡ pelo
excesso doloso ou culposo.
3! ERRO
Erro de tipo essencial
Sabemos que o crime, em seu conceito anal’tico, Ž formado basicamente
por tr•s elementos: fato t’pico (para alguns, tipicidade, mas a nomenclatura aqui
Ž irrelevante), ilicitude e culpabilidade.
Quando o agente comete um fato que se amolda perfeitamente ˆ conduta
descrita no tipo penal (direta ou indiretamente), temos um fato t’pico e, como
disse, estar‡ presente, portanto, a tipicidade.
Pode ocorrer, entretanto, que o agente pratique um fato t’pico por
equ’voco! Isso mesmo! O agente pratica um fato considerado t’pico, mas o
faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos.
O erro de tipo Ž a representa•‹o err™nea da realidade, na qual o
agente acredita n‹o se verificar a presen•a de um dos elementos essenciais que
comp›em o tipo penal.
EXEMPLO: Imaginemos o crime de desacato:
Art. 331 - Desacatar funcion‡rio pœblico no exerc’cio da fun•‹o ou em raz‹o dela:
Pena - deten•‹o, de seis meses a dois anos, ou multa.
Imaginemos que o agente desconhecesse a condi•‹o de funcion‡rio pœblico da
v’tima. Nesse caso, houve erro de tipo, pois o agente incidiu em erro sobre
elemento essencial do tipo penal.
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condi•‹o de garantidor no caso concreto28 (aquele que tem o dever de impedir o
resultado).
EXEMPLO: Imagine que uma m‹e presencie o estupro da pr—pria filha, mas
nada fa•a, por n‹o verificar tratar-se de sua filha. Nesse caso, a m‹e incidiu em
erro de tipo, pois errou na representa•‹o da realidade f‡tica acerca de elemento
que constitu’a o tipo penal. Ou seja, n‹o identificou que a v’tima era sua filha,
elemento este que faria surgir seu dever de intervir.
28
BITENCOURT, Op. cit., p. 512
29
Com rela•‹o a estes termos, CEZAR ROBERTO BITENCOURT os considera como Òelementos
normativos especiais da ilicitudeÓ. Para o autor, elementos normativos seriam aqueles que
demandam mero ju’zo de valor acerca de um objeto (saber que o documento falsificado Ž pœblico,
por exemplo, no crime de falsifica•‹o de documento pœblico). Termos como ÒindevidamenteÓ,
Òsem justa causaÓ, etc., seriam antecipa•‹o da ilicitude do fato inseridas dentro do tipo penal.
(BITENCOURT, Op. cit., p. 350). Fica apenas o registro, j‡ que a Doutrina majorit‡ria entende
que tais express›es s‹o elementos normativos do tipo penal. Ver, por todos: GOMES, Luiz Flavio.
BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 211.
30
BITENCOURT, Op. cit., p. 514/515
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alguŽm, em t‹o pouco tempo, haveria furtado sua bolsa e que outra
pessoa deixaria no mesmo lugar uma bolsa id•ntica. Nesse caso, ÒAÓ
incorreu em erro de tipo escus‡vel, pois n‹o poderia, com um
exerc’cio mental razo‡vel, saber que aquela n‹o era sua bolsa.
¥! Inescus‡vel Ð Ocorre quando o agente incorre em erro sobre
elemento essencial do tipo, mas poderia, mediante um esfor•o
mental razo‡vel, n‹o ter agido desta forma. Exemplo:
Imaginemos que Marcelo esteja numa reparti•‹o pœblica e acabe por
desacatar funcion‡rio pœblico que l‡ estava. Marcelo n‹o sabia que se
tratava de funcion‡rio pœblico, mas mediante esfor•o mental m’nimo
poderia ter chegado a esta conclus‹o, analisando a postura da pessoa
com quem falava e o que a pessoa fazia no local. Assim, Marcelo
incorreu em erro de tipo inescus‡vel, e responderia por crime
culposo, caso houvesse previs‹o de desacato culposo (n‹o h‡).
Assim, lembrem-se:
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Erro de tipo acidental
O erro de tipo acidental nada mais Ž que um erro na execu•‹o do fato
criminoso ou um desvio no nexo causal da conduta com o resultado31. Pode se
apresentar de diversas formas:
31
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 376
32
Por todos, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador,
2015, p. 380
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Dolo geral ou aberratio causae
Aqui temos o que se chama de DOLO GERAL OU SUCESSIVO. ƒ o engano
no que se refere ao meio de execu•‹o do delito. Ocorre quando o agente,
acreditando j‡ ter ocorrido o resultado pretendido, pratica outro ato, mas ao final
verifica que este œltimo foi o que provocou o resultado.
Ex.: O agente atira contra a v’tima, visando sua morte. Acreditando que a
v’tima j‡ morreu, atira o corpo num rio, visando sua oculta•‹o. Mais tarde,
descobre-se que esta œltima conduta foi a que causou a morte da v’tima, por
afogamento, pois ainda estava viva.
Embora, tenhamos dois crimes (um homic’dio doloso tentado na primeira
conduta e um homic’dio culposo consumado na segunda conduta), a Doutrina
majorit‡ria entende que o agente responde por apenas um crime, pelo
crime originalmente previsto (homic’dio doloso consumado33), tendo sido
adotada a TEORIA UNITçRIA (ou princ’pio unit‡rio).34
Mas qual o nexo causal que se deve considerar? O pretendido ou o
efetivamente ocorrido? Embora n‹o haja unanimidade, prevalece o
entendimento de que deve o agente responder pelo nexo causal efetivamente
ocorrido (e n‹o pelo pretendido).35
Ex.: JosŽ deseja matar Maria. Sabendo que Maria usa seu carro todas as
manh‹s para ir ao trabalho, coloca uma bomba no ve’culo, que ser‡ acionada
assim que for dada a partida no carro. Maria, contudo, n‹o usa o carro naquele
dia, e quem acaba ligando o ve’culo Ž seu marido, que vem a falecer em raz‹o
da bomba. Vejam que, aqui, o agente n‹o errou na hora de executar o ato
criminoso, mas acabou atingindo pessoa diversa em raz‹o de acidente no curso
da empreitada criminosa.
33
GRECO, RogŽrio. Curso de Direito Penal. Volume 1. Ed. Impetus. Niter—i-RJ, 2015, p. 360
34
Doutrina minorit‡ria (mas muito importante) sustenta que o agente deva responder por dois
crimes em concurso: homic’dio doloso tentado (primeira conduta) + homic’dio culposo
consumado (segunda conduta). Trata-se da ado•‹o da teoria do desdobramento.
35
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p.
380/381
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Nesse caso, assim como no erro sobre a pessoa, o agente responde pelo
crime originalmente pretendido. Esta Ž a previs‹o do art. 73 do CP36.
No que tange ˆs consequ•ncias, o erro na execu•‹o pode ser de duas ordens:
Erro sobre a execu•‹o com unidade simples (Aberratio ictus de resultado œnico)
O agente atinge somente a pessoa diversa daquela visada. Neste caso,
responde como se tivesse atingido a pessoa visada (e n‹o aquela efetivamente
atingida), da mesma forma como ocorre no erro sobre a pessoa.
EXEMPLO: JosŽ quer lesionar Maria, e atira contra ela uma pedra. Todavia, erra
o alvo e acaba acertando Paulo. Neste caso, JosŽ responde pela les‹o corporal
praticada. Todavia, devemos levar em considera•‹o as condi•›es pessoais de
Maria, n‹o as de Paulo, na hora de aplicar a pena. Assim, se Maria era a m‹e de
JosŽ, JosŽ ter‡ sua pena agravada (crime praticado contra ascendente, art. 61,
II, ÒeÓ do CP), mesmo n‹o tendo atingido Maria.
Erro sobre a execu•‹o com unidade complexa (Aberratio ictus de resultado duplo)
O agente atinge a v’tima n‹o visada, mas atinge tambŽm a v’tima
originalmente pretendida. Nesse caso, responde pelos dois crimes, em
CONCURSO FORMAL.
EXEMPLO: JosŽ quer lesionar Maria, e atira contra ela uma pedra. Todavia, alŽm
de acertar Maria, a pedra acaba acertando tambŽm Paulo, que passava na hora.
Neste caso, JosŽ responde pelos dois crimes.
36
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execu•‹o, o agente, ao invŽs de
atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado
o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no ¤ 3¼ do art. 20 deste C—digo. No caso de ser
tambŽm atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste
C—digo.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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§! Pessoa visada, coisa atingida Ð Responde pelo dolo em rela•‹o ˆ pessoa
(tentativa de homic’dio ou les›es corporais).
Ex.: JosŽ atira contra Maria, querendo sua morte. Contudo, erra na execu•‹o e
acaba por atingir uma planta. Neste caso, JosŽ responde apenas pela tentativa
de homic’dio.
37
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 379
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exemplo anterior, o agente responderia pelo furto do quadro de pequeno valor (e
n‹o pelo furto da obra de arte valiosa).
Erro de proibi•‹o
A culpabilidade (terceiro elemento do conceito anal’tico de crime) Ž formada
por alguns elementos, dentre eles, a POTENCIAL CONSCIæNCIA DA
ILICITUDE.
A POTENCIAL CONSCIæNCIA DA ILICITUDE Ž a possibilidade de o
agente, de acordo com suas caracter’sticas, conhecer o car‡ter il’cito do fato. N‹o
se trata do par‰metro do homem mŽdio, MAS DE UMA ANçLISE DA PESSOA
DO AGENTE.
Quando o agente age acreditando que sua conduta n‹o Ž il’cita, comete
ERRO DE PROIBI‚ÌO (art. 21 do CP).
O erro de proibi•‹o pode ser:
Ø! Escus‡vel Ð Nesse caso, era imposs’vel ˆquele agente, naquele caso
concreto, saber que sua conduta era contr‡ria ao Direito. Nesse caso,
exclui-se a culpabilidade e o agente Ž isento de pena.
Ø! Inescus‡vel Ð Nesse caso, o erro do agente quanto ˆ proibi•‹o da
conduta n‹o Ž t‹o perdo‡vel, pois era poss’vel, mediante algum
esfor•o, entender que se tratava de conduta il’cita. Assim, permanece
a culpabilidade, respondendo pelo crime, com pena diminu’da de um
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sexto a um ter•o (conforme o grau de possibilidade de conhecimento
da ilicitude).
EXEMPLO: Um cidad‹o, l‡ do interior, encontra um bem (rel—gio de ouro, por
exemplo) e fica com ele para si. Entretanto, mal sabe ele que essa conduta Ž
crime, previsto no CP (apropria•‹o de coisa achada). Vejamos:
Art. 169 - Apropriar-se alguŽm de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou
for•a da natureza:
Pena - deten•‹o, de um m•s a um ano, ou multa.
Par‡grafo œnico - Na mesma pena incorre: (...)
Apropria•‹o de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de
restitu’-la ao dono ou leg’timo possuidor ou de entreg‡-la ˆ autoridade competente, dentro
no prazo de 15 (quinze) dias.
Percebam que atŽ mesmo uma pessoa de razo‡vel intelecto Ž capaz de n‹o
conhecer a ilicitude desta conduta. Assim, o agente, diferentemente do que
ocorre no erro de tipo, REPRESENTA PERFEITAMENTE A REALIDADE (Sabe
que a coisa n‹o Ž sua, Ž uma coisa que foi perdida por alguŽm), mas ACREDITA
QUE A CONDUTA ƒ LêCITA.
Imaginem, no mesmo exemplo, que o camarada que achou o rel—gio, na
verdade, soubesse que n‹o podia ficar com as coisas dos outros, mas acreditasse
que o rel—gio era um rel—gio que ele tinha perdido horas antes (quando, na
verdade, era o rel—gio de outra pessoa). Nesse caso, o agente sabia que n‹o
podia praticar a conduta de Òse apropriar de coisa alheia perdidaÓ (N‹o h‡,
portanto, erro de proibi•‹o), mas acreditou que a coisa n‹o era ÒalheiaÓ,
achando que fosse sua (erro de tipo). Ficou clara a diferen•a?
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ladr‹o (acreditava que as circunst‰ncias f‡ticas autorizariam agir em
leg’tima defesa).
¥! Erro de proibi•‹o indireto Ð O agente atua acreditando que
existe, EM ABSTRATO, alguma descriminante (causa de
justifica•‹o) que autorize sua conduta. Trata-se de erro sobre a
exist•ncia e/ou limites de uma causa de justifica•‹o em abstrato. Erro,
portanto, sobre o ordenamento jur’dico38. Ex.: JosŽ encontra-se num
barco que est‡ a naufragar. Como possui muitos pertences, precisa de
dois botes, um para se salvar e outro para salvar seus bens. Contudo,
Marcelo tambŽm est‡ no barco e precisa salvar sua vida. JosŽ, no
entanto, agride Marcelo, impedindo-o de entrar no segundo bote, j‡
que tinha a inten•‹o de utiliz‡-lo para proteger seus bens. Neste caso,
JosŽ n‹o representou erroneamente a realidade f‡tica (sabia
exatamente o que estava se passando). JosŽ, conduta, errou quanto
aos limites da causa de justifica•‹o (estado de necessidade), que n‹o
autoriza o sacrif’cio de um bem maior (vida de Marcelo) para proteger
um bem menor (pertences de JosŽ).
38
BITENCOURT, Op. cit., p. 524/525
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A coa•‹o FêSICA irresist’vel NÌO EXCLUI A CULPABILIDADE. A coa•‹o
FêSICA irresist’vel EXCLUI O FATO TêPICO, pois o fato n‹o ser‡ t’pico por
aus•ncia de CONDUTA, j‡ que n‹o h‡ vontade.
CîDIGO PENAL
Ä Art. 13 do CP Ð Nexo de causalidade e relev‰ncia da omiss‹o
Rela•‹o de causalidade(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 13 - O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž imput‡vel a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado
n‹o teria ocorrido. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Superveni•ncia de causa independente(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - A superveni•ncia de causa relativamente independente exclui a imputa•‹o
quando, por si s—, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se
a quem os praticou. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Relev‰ncia da omiss‹o(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 2¼ - A omiss‹o Ž penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
a) tenha por lei obriga•‹o de cuidado, prote•‹o ou vigil‰ncia; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorr•ncia do resultado. (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Arrependimento posterior(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa, reparado o
dano ou restitu’da a coisa, atŽ o recebimento da denœncia ou da queixa, por ato
volunt‡rio do agente, a pena ser‡ reduzida de um a dois ter•os. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime imposs’vel (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 17 - N‹o se pune a tentativa quando, por inefic‡cia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, Ž imposs’vel consumar-se o crime.(Reda•‹o dada
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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¤ 3¼ - O erro quanto ˆ pessoa contra a qual o crime Ž praticado n‹o isenta de pena.
N‹o se consideram, neste caso, as condi•›es ou qualidades da v’tima, sen‹o as da
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Erro sobre a ilicitude do fato (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 21 - O desconhecimento da lei Ž inescus‡vel. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevit‡vel, isenta de pena; se evit‡vel, poder‡ diminu’-la de um sexto a um ter•o.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - Considera-se evit‡vel o erro se o agente atua ou se omite sem a
consci•ncia da ilicitude do fato, quando lhe era poss’vel, nas circunst‰ncias, ter ou
atingir essa consci•ncia. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Coa•‹o irresist’vel e obedi•ncia hier‡rquica (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 22 - Se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia a ordem,
n‹o manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, s— Ž pun’vel o autor da coa•‹o ou
da ordem.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
6! SòMULAS PERTINENTES
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6.1!Sœmulas do STJ
Ä Sœmula 567 do STJ Ð Durante algum tempo se discutiu, principalmente na
Doutrina, se a exist•ncia de sistema de vigil‰ncia ou monitoramento eletr™nico
seria um impedimento absoluto ˆ consuma•‹o do delito de furto, caracterizando
crime imposs’vel. O STJ, j‡ h‡ algum tempo, havia solidificado entendimento no
sentido de que tal fato n‹o impede, em absoluto, a consuma•‹o do furto, motivo
pelo qual n‹o h‡ que se falar em crime imposs’vel, mas em tentativa, j‡ que
o meio utilizado n‹o Ž absolutamente ineficaz. Em raz‹o disso, foi editado o
verbete de sœmula 567 do STJ:
Sœmula 567 do STJ - Sistema de vigil‰ncia realizado por monitoramento eletr™nico
ou por exist•ncia de seguran•a no interior de estabelecimento comercial, por si s—,
n‹o torna imposs’vel a configura•‹o do crime de furto.
7! RESUMO
CONCEITO DE CRIME
O Crime pode ser entendido sob tr•s aspectos: Material, formal (legal) e anal’tico:
¥! Formal (legal) Ð Crime Ž a conduta prevista em Lei como crime. No Brasil,
mais especificamente, Ž toda infra•‹o penal a que a lei comina pena de
reclus‹o ou deten•‹o
¥! Material Ð Crime Ž a conduta que afeta, de maneira significativa (mediante
les‹o ou exposi•‹o a perigo), um bem jur’dico relevante de terceira pessoa.
¥! Anal’tico Ð Ado•‹o da teoria tripartida. Crime Ž composto por fato t’pico,
ilicitude e culpabilidade.
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subsidiariamente, da teoria da causalidade adequada, na hip—tese
de superveni•ncia de causa relativamente independente que produz,
por si s—, o resultado. OBS.: Teoria da imputa•‹o objetiva n‹o foi
expressamente adotada pelo CP, mas h‡ decis›es jurisprudenciais
aplicando a Teoria.
¥! Tipicidade Ð ƒ a adequa•‹o da conduta do agente ˆ conduta descrita
pela norma penal incriminadora (tipicidade formal). A tipicidade
material Ž o desdobramento do conceito material de crime: s— haver‡
tipicidade material quando houver les‹o (ou exposi•‹o a perigo)
significativa a bem jur’dico relevante de terceiro (afasta-se a tipicidade
material, por exemplo, quando se reconhece o princ’pio da
insignific‰ncia). OBS.: Adequa•‹o t’pica mediata: Nem sempre a
conduta praticada pelo agente se amolda perfeitamente ao tipo penal
(adequa•‹o imediata). Ës vezes Ž necess‡rio que se proceda ˆ
conjuga•‹o de outro dispositivo da Lei Penal para se chegar ˆ
conclus‹o de que um fato Ž t’pico (adequa•‹o mediata). Ex.: homic’dio
tentado (art. 121 + art. 14, II do CP).
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¥! Dolo geral, por erro sucessivo, ou aberratio causae Ð Ocorre
quando o agente, acreditando ter alcan•ado seu objetivo, pratica
nova conduta, com finalidade diversa, mas depois se constata que
esta œltima foi a que efetivamente causou o resultado. Trata-se de
erro na rela•‹o de causalidade, pois embora o agente tenha
conseguido alcan•ar a finalidade proposta, somente o alcan•ou
atravŽs de outro meio, que n‹o tinha direcionado para isso.
¥! Dolo antecedente, atual e subsequente Ð O dolo antecedente Ž o
que se d‡ antes do in’cio da execu•‹o da conduta. O dolo atual Ž o
que est‡ presente enquanto o agente se mantŽm exercendo a
conduta, e o dolo subsequente ocorre quando o agente, embora
tendo iniciado a conduta com uma finalidade l’cita, altera seu ‰nimo,
passando a agir de forma il’cita.
Crime culposo
No crime culposo a conduta do agente Ž destinada a um determinado fim (que
pode ser l’cito ou n‹o), mas pela viola•‹o a um dever de cuidado, o agente
acaba por lesar um bem jur’dico de terceiro, cometendo crime culposo. Pode se
dar por:
¥! Neglig•ncia Ð O agente deixa de tomar todas as cautelas
necess‡rias para que sua conduta n‹o venha a lesar o bem jur’dico
de terceiro.
¥! Imprud•ncia Ð ƒ o caso do afoito, daquele que pratica atos
temer‡rios, que n‹o se coadunam com a prud•ncia que se deve ter
na vida em sociedade.
¥! Imper’cia Ð Decorre do desconhecimento de uma regra tŽcnica
profissional para a pr‡tica da conduta.
Modalidades de culpa
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¥! Culpa consciente e inconsciente Ð Na culpa consciente, o
agente prev• o resultado como poss’vel, mas acredita que este n‹o
ir‡ ocorrer (previsibilidade SUBJETIVA). Na culpa inconsciente, o
agente n‹o prev• que o resultado possa ocorrer (h‡ apenas
previsibilidade OBJETIVA, n‹o subjetiva).
¥! Culpa pr—pria e culpa impr—pria Ð A culpa pr—pria Ž aquela na
qual o agente NÌO QUER O RESULTADO criminoso. ƒ a culpa
propriamente dita. Pode ser consciente, quando o agente prev• o
resultado como poss’vel, ou inconsciente, quando n‹o h‡ essa
previs‹o. Na culpa impr—pria, o agente quer o resultado, mas,
por erro inescus‡vel, acredita que o est‡ fazendo amparado por uma
causa excludente da ilicitude ou da culpabilidade. A culpa, portanto,
n‹o est‡ na execu•‹o da conduta, mas no momento de escolher
praticar a conduta.
OBS.: crime preterdoloso (ou preterintencional): O crime preterdoloso
ocorre quando o agente, com vontade de praticar determinado crime (dolo),
acaba por praticar crime mais grave, n‹o com dolo, mas por culpa.
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Arrependimento posterior - N‹o exclui o crime, pois este j‡ se consumou.
Ocorre quando o agente repara o dano provocado ou restitui a coisa.
Consequ•ncia: diminui•‹o de pena, de um a dois ter•os. S— cabe:
¥! Nos crimes em que n‹o h‡ viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa;
¥! Se a repara•‹o do dano ou restitui•‹o da coisa Ž anterior ao recebimento
da denœncia ou queixa.
ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE)
ƒ a condi•‹o de contrariedade da conduta perante o Direito. Em regra, toda
conduta t’pica Ž il’cita. N‹o o ser‡, porŽm, se houver uma causa de exclus‹o da
ilicitude. S‹o elas:
¥! GenŽricas Ð S‹o aquelas que se aplicam a todo e qualquer crime. Est‹o
previstas na parte geral do C—digo Penal, em seu art. 23;
¥! Espec’ficas Ð S‹o aquelas que s‹o pr—prias de determinados crimes, n‹o se
aplicando a outros.
ESTADO DE NECESSIDADE
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¥! Atitude necess‡ria Ð O agente deve agir nos estritos limites do
necess‡rio. Caso se exceda, responder‡ pelo excesso (culposo ou
doloso).
EspŽcies:
¥! Agressivo Ð Quando para salvar seu bem jur’dico o agente sacrifica
bem jur’dico de um terceiro que n‹o provocou a situa•‹o de perigo.
¥! Defensivo Ð Quando o agente sacrifica um bem jur’dico de quem
ocasionou a situa•‹o de perigo.
¥! Real Ð Quando a situa•‹o de perigo efetivamente existe.
¥! Putativo Ð Quando a situa•‹o de perigo n‹o existe de fato, apenas
na imagina•‹o do agente.
LEGêTIMA DEFESA
Conceito Ð ÒEntende-se em leg’tima defesa quem, usando moderadamente dos
meios necess‡rios, repele injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou
de outremÓ.
Requisitos:
¥! Agress‹o Injusta Ð Assim, se a agress‹o Ž justa, n‹o h‡ leg’tima
defesa.
¥! Atual ou iminente Ð A agress‹o deve estar acontecendo ou prestes a
acontecer.
¥! Contra direito pr—prio ou alheio Ð A agress‹o injusta pode estar
acontecendo ou prestes a acontecer contra direito do pr—prio agente
ou de um terceiro.
¥! Rea•‹o proporcional Ð O agente deve repelir a agress‹o injusta,
valendo-se dos meios necess‡rios, mas sem se exceder. Caso se
exceda, responder‡ pelo excesso (culposo ou doloso).
OBS.: Na leg’tima defesa, diferentemente do que ocorre no estado de
necessidade, o agredido (que age em leg’tima defesa) n‹o Ž obrigado a fugir
do agressor, ainda que possa.
EspŽcies de leg’tima defesa:
¥! Agressiva Ð Quando o agente pratica um fato previsto como infra•‹o
penal.
¥! Defensiva Ð O agente se limita a se defender, n‹o atacando nenhum
bem jur’dico do agressor.
¥! Pr—pria Ð Quando o agente defende seu pr—prio bem jur’dico.
¥! De terceiro Ð Quando defende bem jur’dico pertencente a outra
pessoa.
¥! Real Ð Quando a agress‹o a imin•ncia dela acontece, de fato, no
mundo real.
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¥! Putativa Ð Quando o agente pensa que est‡ sendo agredido ou que
esta agress‹o ir‡ ocorrer, mas, na verdade, trata-se de fruto da sua
imagina•‹o.
T—picos importantes:
¥! N‹o cabe leg’tima defesa real em face de leg’tima defesa real.
¥! Cabe leg’tima defesa real em face de leg’tima defesa putativa.
¥! Cabe leg’tima defesa sucessiva
¥! Sempre caber‡ leg’tima defesa em face de conduta que esteja acobertada
apenas por causa de exclus‹o da culpabilidade
¥! NUNCA haver‡ possibilidade de leg’tima defesa real em face de qualquer
causa de exclus‹o da ilicitude real.
Bons estudos!
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8! EXERCêCIOS DA AULA
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01.! (VUNESP Ð 2017 Ð TJM-SP Ð ESCREVENTE TƒCNICO JUDICIçRIO Ð
ADAPTADA)
Nos termos previstos no C—digo Penal, Ž correto afirmar que se considera
praticado o crime no momento do resultado.
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d) da a•‹o ou omiss‹o, ainda que outro seja o momento do resultado.
e) da a•‹o ou omiss‹o, bem como no momento em que se produziu o resultado.
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De acordo com o C—digo Penal Brasileiro, responde penalmente, a t’tulo de
omiss‹o, aquele que deixa de agir para evitar o resultado quando, por lei ou
conven•‹o social, tenha obriga•‹o de cuidado, prote•‹o ou vigil‰ncia.
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O indiv’duo ÒBÓ, com inten•‹o de matar a pessoa ÒDÓ, efetua dez disparos de
arma de fogo em dire•‹o a um ve’culo que se encontra estacionado na via pœblica
por imaginar que dentro desse ve’culo encontrava-se a pessoa ÒDÓ, contudo, n‹o
havia nenhuma pessoa no interior do ve’culo. Com rela•‹o ˆ conduta praticada
por ÒBÓ, Ž correto afirmar que
(A) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio tentado, em virtude
da interpreta•‹o extensiva do crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.
(B) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio consumado, em
virtude da interpreta•‹o extensiva do crime de homic’dio.
(C) o indiv’duo ÒBÓ n‹o poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio.
(D) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio tentado, por
analogia ao crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.
(E) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio consumado, por
analogia ao crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.
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(C) a a•‹o ou omiss‹o praticada pelo autor, independentemente da sua rela•‹o
com o resultado.
(D) exclusivamente a a•‹o ou omiss‹o que mais contribui para o resultado.
(E) exclusivamente a a•‹o ou omiss‹o que mais se relaciona com a inten•‹o do
autor.
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b) tipicidade.
c) antijuridicidade material.
d) punibilidade do fato.
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c) leg’tima defesa e, portanto, n‹o cometeu crime.
d) estado de necessidade e, portanto, n‹o cometeu crime.
e) leg’tima defesa e, portanto, ter‡ a pena diminu’da de 1 (um) a 2 (dois) ter•os.
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viv•ncia, etc.) n‹o tinha percep•‹o da antijuricidade de sua conduta, estar‡
reconhecendo
a) erro sobre elemento do tipo, que exclui o dolo.
b) erro de proibi•‹o.
c) descriminante putativa.
d) ignor‰ncia da lei.
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III. Inexist•ncia do dever legal de enfrentar o perigo.
IV. Conhecimento da situa•‹o justificante.
V. Agress‹o atual ou pretŽrita.
S‹o requisitos do estado de necessidade o que se afirma APENAS em
a) I, III e IV.
b) II, III e IV.
c) I, II e V.
d) II, IV e V.
e) I, III e V.
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c) I, II e IV.
d) I, II e III.
e) III e IV.
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b) previsibilidade subjetiva e dever de cuidado objetivo.
c) desejo do resultado e assun•‹o do risco de produzi-lo.
d) previs‹o do resultado pelo agente, mas que n‹o se realize sinceramente a sua
produ•‹o e especificidade do dolo.
e) elemento subjetivo do tipo e previsibilidade subjetiva.
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39.! (FCC Ð 2014 Ð DPE-PB Ð DEFENSOR PòBLICO)
Decididamente disposto a matar T’cio, por erro de pontaria o astuto Caio acerta-
lhe de leve rasp‹o um disparo no bra•o. PorŽm, assustado com o estrondo do
estampido, e temendo acordar a vizinhan•a que o poderia prender, ao invŽs de
descarregar a muni•‹o restante, Caio estrategicamente decide socorrer o c‰ndido
T’cio que, levado ao hospital pelo pr—prio algoz, acaba logo liberado com curativo
m’nimo. Caio primeiramente diz, em sua autodefesa, que o tiro ocorrera por
acidente, chegando ardilosamente a indenizar de pronto todos os preju’zos
materiais e morais de T’cio com o fato, mas sua trama acaba definitivamente
desvendada pela l’mpida investiga•‹o policial que se segue. Com esses dados j‡
indiscut’veis, mais precisamente pode-se classificar os fatos como
a) tentativa de homic’dio.
b) desist•ncia volunt‡ria.
c) arrependimento eficaz.
d) arrependimento posterior.
e) aberratio ictus.
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c) Considera-se em leg’tima defesa quem pratica o fato para salvar de perigo
atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito
pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-se.
d) Pode alegar estado de necessidade mesmo quem tinha o dever legal de
enfrentar o perigo.
e) Ainda que o agente haja em caso de exclus‹o de ilicitude, este responder‡
pelo excesso doloso ou culposo.
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c) periculosidade.
d) culpabilidade.
e) punibilidade.
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d) na desist•ncia volunt‡ria e no arrependimento eficaz o agente s— responde
pelos atos j‡ praticados, se t’picos.
e) a tentativa constitui circunst‰ncia atenuante.
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d) ilicitude, da culpabilidade e da tipicidade.
e) culpabilidade, da ilicitude e da tipicidade.
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II. concomitante, absolutamente independente em rela•‹o ˆ conduta do agente
que, por si s—, produziu o resultado.
III. superveniente, relativamente independente em rela•‹o ˆ conduta do agente,
situada na mesma linha de desdobramento f’sico da conduta do agente,
concorrendo para a produ•‹o do resultado.
IV. superveniente, relativamente independente em rela•‹o ˆ conduta do agente,
sem guardar posi•‹o de homogeneidade em rela•‹o ˆ conduta do agente e que,
por si s—, produziu o resultado.
O resultado lesivo NÌO ser‡ imputado a Fernando, que responder‡ apenas pelos
atos praticados, nas situa•›es indicadas em
a) I, II e IV.
b) III e IV.
c) I e III.
d) I e II.
e) II, III e IV.
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A) h‡ necessariamente rea•‹o contra agress‹o.
B) o agente responder‡ apenas pelo excesso culposo.
C) deve haver proporcionalidade entre a gravidade do perigo que amea•a o bem
jur’dico e a gravidade da les‹o causada.
D) a amea•a deve ser apenas a direito pr—prio.
E) inadmiss’vel a modalidade putativa.
9! EXERCêCIOS COMENTADOS
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d) 25; apenas Alum’nio.
e) 25; Buenos Aires ou Alum’nio.
COMENTçRIOS: Neste caso temos um crime ˆ dist‰ncia, ou seja, um crime em
que a conduta ocorre num pa’s e o resultado ocorre em outro. Neste caso, o CP
estabelece que ser‡ considerado local do crime tanto o lugar em que foi praticada
a conduta (Buenos Aires-ARG) quanto o lugar em que ocorreu o resultado
(Alum’nio/SP-BRA), conforme art. 6¼ do CP.
Com rela•‹o ao momento do crime, o CP, em seu art. 4¼, estabelece que se
considera praticado o crime no momento da CONDUTA (a•‹o ou omiss‹o), ainda
que outro seja o momento do resultado. No caso, a conduta ocorreu quando o
agente postou a carta-bomba com destino ao Brasil, ou seja, no dia 10.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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Considera-se praticado o crime no momento
a) do resultado.
b) em que o agente inicia os atos preparat—rios.
c) em que o agente cogita e planeja a pr‡tica criminosa.
d) da a•‹o ou omiss‹o, ainda que outro seja o momento do resultado.
e) da a•‹o ou omiss‹o, bem como no momento em que se produziu o
resultado.
COMENTçRIOS: Considera praticado o crime no momento da conduta (a•‹o ou
omiss‹o), ainda que outro seja o momento do resultado, conforme art. 4¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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COMENTçRIOS: O CP brasileiro adotou, como teoria referente ao lugar do crime,
a teoria da UBIQUIDADE, considerando-se praticado o crime no lugar em que
ocorreu a a•‹o ou omiss‹o, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado. Vejamos a reda•‹o do art. 6¼:
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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COMENTçRIOS: Item errado, pois responde penalmente pela omiss‹o aquele
que deixa de agir, quando podia e devia agir para evitar o resultado. Vejamos:
Art. 13 (...) ¤ 2¼ - A omiss‹o Ž penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir
para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
a) tenha por lei obriga•‹o de cuidado, prote•‹o ou vigil‰ncia; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorr•ncia do resultado. (Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Como se v•, o agente n‹o responde penalmente pela omiss‹o quando tinha, por
CONVEN‚ÌO SOCIAL, o dever de prote•‹o, cuidado e vigil‰ncia, mas apenas
quando tinha tal dever por obriga•‹o legal ou quando de outra forma, assumiu a
responsabilidade de impedir o resultado ou, ainda, quando criou o risco da
ocorr•ncia do resultado, com seu comportamento anterior.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
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como ÒtentadoÓ quando, uma vez iniciada a execu•‹o, n‹o se consuma por
circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente, nos termos do art. 14, II do CP.
A tentativa, salvo disposi•‹o em contr‡rio, Ž punida com a pena correspondente
ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os, nos termos do art. 14, ¤
œnico do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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(C) o indiv’duo ÒBÓ n‹o poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio.
(D) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio tentado,
por analogia ao crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.
(E) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio
consumado, por analogia ao crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.
COMENTçRIOS: No caso temos uma hip—tese de crime imposs’vel, pela absoluta
impropriedade do objeto, de forma que o agente n‹o poder‡ ser punido pelo
crime de homic’dio, nos termos do art. 17 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
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(A) a a•‹o ou omiss‹o praticada pelo autor, independentemente de
qualquer causa superveniente.
(B) a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado n‹o teria ocorrido.
(C) a a•‹o ou omiss‹o praticada pelo autor, independentemente da sua
rela•‹o com o resultado.
(D) exclusivamente a a•‹o ou omiss‹o que mais contribui para o
resultado.
(E) exclusivamente a a•‹o ou omiss‹o que mais se relaciona com a
inten•‹o do autor.
COMENTçRIOS: Considera-se causa do crime a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o
resultado n‹o teria ocorrido, nos termos do art. 13 do CP, que consagra a teoria
da equival•ncia dos antecedentes causais.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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E) ERRADA: Tal defini•‹o corresponde ao estado de necessidade, nos termos do
art. 24 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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a) a motiva•‹o do crime.
b) a intensidade do dolo.
c) o iter criminis percorrido pelo agente.
d) a periculosidade do agente.
COMENTçRIOS: A tentativa Ž punida de forma menos gravosa que o delito
consumado, uma vez que o desvalor do resultado Ž menor que no crime
consumado. O patamar de redu•‹o varia de um a dois ter•os, devendo ser
utilizado como par‰metro para uma maior ou menor redu•‹o da pena o iter
criminis percorrido pelo agente, ou seja, quanto mais pr—ximo da consuma•‹o,
menor o patamar de redu•‹o. Quanto mais distante da consuma•‹o, maior o
patamar de redu•‹o.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
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ou quando o agente, mesmo n‹o querendo o resultado, pratica a conduta
assumindo o risco de sua ocorr•ncia, sem se importar se eventualmente o
resultado ocorrer (teoria do consentimento), no que se denomina de dolo
eventual. Vejamos:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime culposo(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprud•ncia, neglig•ncia ou
imper’cia. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
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S‹o causas de exclus‹o da ilicitude:
a) a leg’tima defesa, o exerc’cio regular de direito e a coa•‹o irresist’vel.
b) a obedi•ncia hier‡rquica, a coa•‹o irresist’vel e a desist•ncia
volunt‡ria.
c) o arrependimento eficaz, o arrependimento posterior e o estrito
cumprimento do dever legal.
d) o estado de necessidade, a obedi•ncia hier‡rquica e a desist•ncia
volunt‡ria.
e) o exerc’cio regular de direito, o estrito cumprimento do dever legal e
o estado de necessidade.
COMENTçRIOS: As causas de exclus‹o da ilicitude (ou exclus‹o da
antijuridicidade) est‹o previstas no art. 23 do CP. Vejamos:
Exclus‹o de ilicitude (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato: (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - em leg’tima defesa;(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito. (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Assim, vemos que a alternativa CORRETA ƒ A LETRA E.
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Pretendendo mat‡-lo, Fulano coloca veneno no cafŽ de Sicrano. Sem
saber do envenenamento, Sicrano ingere o cafŽ. Logo em seguida,
Fulano, arrependido, prescreve o ant’doto a Sicrano, que sobrevive, sem
qualquer seqŸela. Diante disso, Ž correto afirmar que se trata de hip—tese
de
a) crime imposs’vel, pois o meio empregado por Fulano era
absolutamente ineficaz para obten•‹o do resultado pretendido.
b) tentativa, pois o resultado n‹o se consumou por circunst‰ncias alheias
ˆ vontade de Fulano.
c) arrependimento posterior, pois o dano foi reparado por Fulano atŽ o
recebimento da denœncia.
d) arrependimento eficaz, pois Fulano impediu voluntariamente que o
resultado se produzisse.
COMENTçRIOS: Neste caso o agente ser‡ beneficiado pelo instituto do
arrependimento eficaz pois, ap—s ter praticado a conduta, tomou as provid•ncias
para impedir a ocorr•ncia do resultado, tendo •xito. Vejamos:
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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Considere:
I. N‹o provoca•‹o volunt‡ria do perigo.
II. Exigibilidade de sacrif’cio do bem salvo.
III. Inexist•ncia do dever legal de enfrentar o perigo.
IV. Conhecimento da situa•‹o justificante.
V. Agress‹o atual ou pretŽrita.
S‹o requisitos do estado de necessidade o que se afirma APENAS em
a) I, III e IV.
b) II, III e IV.
c) I, II e V.
d) II, IV e V.
e) I, III e V.
COMENTçRIOS: O estado de necessidade est‡ disciplinado no art. 24 do CP:
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo
atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio
ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-se. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - N‹o pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o
perigo. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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b) ERRADA: Item errado, pois no caso de crime praticado por dolo, culpa ou
excesso culposo o agente responde pelo crime praticado.
c) ERRADA: Item errado, pois alŽm destas duas hip—teses, o CP prev• ainda que
n‹o haver‡ crime quando o fato for praticado em estrito cumprimento do dever
legal e no exerc’cio regular de direito, na forma do art. 23 do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois estas n‹o s‹o causas de exclus‹o do crime.
e) CORRETA: Item correto, pois esta Ž a exata previs‹o contida no art. 23 do CP:
Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - em leg’tima defesa;(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito.(Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Excesso pun’vel (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - O agente, em qualquer das hip—teses deste artigo, responder‡ pelo
excesso doloso ou culposo.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
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b) II, III e IV.
c) I, II e IV.
d) I, II e III.
e) III e IV.
COMENTçRIOS: Dentre as hip—teses apresentadas, apenas os itens II, III e IV
tratam de situa•›es consideradas excludentes de ilicitude, nos termos do art. 23
do CP.
A obedi•ncia hier‡rquica Ž causa de exclus‹o da CULPABILIDADE.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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II. A redu•‹o de um a dois ter•os da pena em raz‹o do reconhecimento
do crime tentado deve ser estabelecida de acordo com as circunst‰ncias
agravantes ou atenuantes porventura existentes.
III. H‡ arrependimento eficaz, quando o agente, ap—s ter esgotado os
meios de que dispunha para a pr‡tica do crime, arrepende-se e tenta,
sem •xito, por todas as formas, impedir a consuma•‹o.
IV. Em todos os crimes contra o patrim™nio, o arrependimento posterior
consistente na repara•‹o volunt‡ria e completa do preju’zo causado,
implica a redu•‹o obrigat—ria da pena de um a dois ter•os.
V. H‡ crime imposs’vel quando a consuma•‹o n‹o ocorre pela utiliza•‹o
de meio relativamente inid™neo para produzir o resultado.
Est‡ correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) I e II.
c) III e IV.
d) IV.
e) II e V.
COMENTçRIOS:
I Ð CORRETA: A desist•ncia volunt‡ria n‹o precisa partir espontaneamente do
agente, podendo ocorrer mesmo quando o agente atende a um pedido da v’tima
ou de outra pessoa. O importante, aqui, Ž que o agente deixe de prosseguir na
execu•‹o por vontade pr—pria, e n‹o porque foi impedido (caso contr‡rio,
ter’amos tentativa).
II Ð ERRADA: O percentual de redu•‹o ir‡ variar conforme a proximidade do
resultado; quanto mais pr—ximo do resultado, menos o percentual de redu•‹o.
III Ð ERRADA: Item errado, pois para que se configure o arrependimento eficaz
Ž necess‡rio que o agente consiga, efetivamente, evitar a ocorr•ncia do
resultado.
IV Ð ERRADA: Item errado, pois o arrependimento posterior n‹o Ž admitido em
todos os crimes patrimoniais, mas apenas naqueles em que n‹o houver viol•ncia
ou grave amea•a ˆ pessoa, nos termos do art. 16 do CP. AlŽm disso, a repara•‹o
do dano ou restitui•‹o da coisa deve ocorrer atŽ o recebimento da denœncia ou
queixa.
V Ð ERRADA: Se o meio Ž RELATIVAMENTE inid™neo n‹o h‡ crime imposs’vel,
pois o resultado poderia ocorrer. S— haver‡ crime imposs’vel quando o meio for
ABSOLUTAMENTE inid™neo ou o objeto for ABSOLUTAMENTE impr—prio, nos
termos do art. 17 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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b) previsibilidade subjetiva e dever de cuidado objetivo.
c) desejo do resultado e assun•‹o do risco de produzi-lo.
d) previs‹o do resultado pelo agente, mas que n‹o se realize
sinceramente a sua produ•‹o e especificidade do dolo.
e) elemento subjetivo do tipo e previsibilidade subjetiva.
COMENTçRIOS: O crime doloso pode se configurar pelo desejo de obten•‹o do
resultado (dolo direto de primeiro grau) ou pela assun•‹o do risco de sua
ocorr•ncia, sem que o agente se importe com o resultado (dolo eventual),
consagrando as teorias da vontade e do assentimento, respectivamente, nos
termos do art. 18 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
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COMENTçRIOS: A tentativa ocorre quando, uma vez Òiniciada a execu•‹o, n‹o
se consuma por circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agenteÓ, nos termos do art.
14, II do CP.
Isto posto, s‹o elementos da tentativa o in’cio de execu•‹o do tipo penal, a falta
de consuma•‹o por circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente e o dolo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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b) desist•ncia volunt‡ria.
c) arrependimento eficaz.
d) arrependimento posterior.
e) aberratio ictus.
COMENTçRIOS: Trata-se de quest‹o pol•mica. A Banca considerou como
resposta correta a letra B, ou seja, desist•ncia volunt‡ria. De fato, Ž poss’vel
considerar ter havido desist•ncia volunt‡ria, eis que o agente deliberadamente
resolveu interromper a execu•‹o (pois podia dar continuidade ˆ execu•‹o). H‡
quem defenda ter havido mera tentativa, em raz‹o do fato de o agente ter
interrompido a execu•‹o por medo de ser preso. Quest‹o bastante pol•mica, mas
a letra B, de fato, parece a mais correta, considerando o fato de que o agente
n‹o foi coagido a interromper a execu•‹o, fazendo-o por vontade pr—pria (ainda
que movido pelo medo).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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e) ERRADA: A conduta excessiva (seja o excesso doloso ou culposo) ser‡
considerada il’cita, devendo o agente responder pelo excesso (seja ele doloso ou
culposo), nos termos do art. 23, ¤ œnico do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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b) O agente que, involuntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o
ou impede que o resultado se produza, n‹o responde pelos atos j‡
praticados.
c) Diz-se o crime tentado quando nele se reœnem todos os elementos de
sua defini•‹o legal.
d) Pelo resultado que agrava especialmente a pena, s— responde o
agente que o houver causado, exceto culposamente.
e) N‹o se pune a tentativa quando, por absoluta impropriedade do meio
ou por inefic‡cia absoluta do objeto, Ž imposs’vel consumar-se o crime.
COMENTçRIOS:
a) CORRETA: Item correto, pois esta Ž a figura do arrependimento posterior,
previsto no art. 16 do CP.
b) ERRADA: O agente, neste caso, apesar de beneficiado pela desist•ncia
volunt‡ria ou pelo arrependimento eficaz, nos termos do art. 15 do CP, responde
pelos atos Jç PRATICADOS.
c) ERRADA: Item errado, pois neste caso teremos um crime CONSUMADO, nos
termos do art. 14, I do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois, Òpelo resultado que agrava especialmente a pena,
s— responde o agente que o houver causado ao menos culposamenteÓ, nos termos
do art. 19 do CP, ou seja, o agente responder‡ caso tenha dado causa ao
resultado agravador PELO MENOS a t’tulo de culpa (e, claro, tambŽm responder‡
se o resultado agravador deriva de DOLO).
e) ERRADA: Item errado, pois a absoluta impropriedade deve ser do OBJETO, e
a inefic‡cia absoluta deve ser do MEIO EMPREGADO (a alternativa inverte as
situa•›es), nos termos do art. 17 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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COMENTçRIOS: Quando da edi•‹o da sœmula, vigorava a reda•‹o original do
CP, que n‹o previa a diminui•‹o de pena em raz‹o do arrependimento posterior
(repara•‹o do dano ou restitui•‹o da coisa antes do recebimento da denœncia,
nos crimes sem viol•ncia ou grave amea•a). Assim, o STF criou uma hip—tese de
extin•‹o da punibilidade em raz‹o da repara•‹o do dano no crime de estelionato
pela emiss‹o de cheque sem fundos. Ou seja, se o agente pagasse a quantia,
ficaria extinta a punibilidade. Todavia, com a reforma de 1984, e a cria•‹o do
instituto do arrependimento posterior, a Doutrina questionou a validade dessa
sœmula, ao argumento de que, atualmente, a repara•‹o do dano (antes do
recebimento da denœncia), neste caso, n‹o pode mais extinguir a punibilidade,
eis que h‡ norma legal explicitando que ser‡ mera causa de diminui•‹o de pena
(arrependimento posterior).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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c) II, III e IV.
d) III e IV.
e) I e III.
COMENTçRIOS:
I Ð CORRETA: Item correto, pois a tentativa, uma vez reconhecida, gera
diminui•‹o de pena. A diminui•‹o variar‡ de acordo com a proximidade de
alcance do resultado. Se a conduta esteve pr—xima do resultado, a diminui•‹o
ser‡ pr—xima do m’nimo poss’vel. Caso a conduta tenha estado distante da
consuma•‹o, a diminui•‹o se aproximar‡ do m‡ximo poss’vel.
II Ð CORRETA: Os crimes omissivos impr—prios, tambŽm chamados de crimes
Òcomissivos por omiss‹oÓ, s‹o aqueles em que o agente o agente tem a obriga•‹o
legal de agir para evitar o resultado, de maneira que, se n‹o o faz e o resultado
ocorre, o agente responde pelo resultado ocorrido (diferentemente dos crimes
omissivos puros, em que o agente responde apenas pela omiss‹o,
independentemente do resultado). Trata-se, aqui, de uma rela•‹o de causalidade
normativa entre a conduta (o n‹o agir) e o resultado. N‹o h‡ causalidade f’sica,
eis que Òdo nada, nada surgeÓ. O agente n‹o deu ÒcausaÓ (fisicamente falando)
ao resultado, mas como devia e podia evita-lo, responde por ele.
III Ð CORRETA: Item correto, pois o agente, neste caso, responder‡ pelo
resultado a t’tulo de culpa quando, por inobserv‰ncia do seu dever de cuidado,
deixar de agir para evitar o resultado, quando devia e podia.
IV Ð ERRADA: Item errado, pois o desconhecimento da lei ninguŽm pode alegar.
Todavia, o erro sobre a ilicitude do fato, se inevit‡vel, afasta a CULPABILIDADE,
n‹o a punibilidade, nos termos do art. 21 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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No que diz respeito aos est‡gios de realiza•‹o do crime, Ž correto afirmar
que
a) se atinge a consuma•‹o com o exaurimento do delito.
b) h‡ arrependimento eficaz quando o agente, por ato volunt‡rio, nos
crimes sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa, repara o dano ou restitui
a coisa atŽ o recebimento da denœncia ou da queixa.
c) h‡ desist•ncia volunt‡ria quando o agente, embora j‡ realizado todo
o processo de execu•‹o, impede que o resultado ocorra.
d) na desist•ncia volunt‡ria e no arrependimento eficaz o agente s—
responde pelos atos j‡ praticados, se t’picos.
e) a tentativa constitui circunst‰ncia atenuante.
COMENTçRIOS: O item correto Ž a Letra D. Vejamos:
Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
A letra B d‡ o conceito do arrependimento posterior, nos termos do art. 16 do
CP, logo, est‡ errada.
A letra A est‡ errada porque a consuma•‹o se d‡ com a ocorr•ncia do resultado
JURêDICO (que pode ou n‹o dispensar o resultado natural’stico, ou seja, um
eventual resultado no mundo f’sico). O exaurimento Ž mera fase POSTERIOR ˆ
consuma•‹o do delito.
A letra C d‡ o conceito de arrependimento eficaz, logo, errada.
A letra E est‡ errada porque a tentativa n‹o Ž circunst‰ncia atenuante, mas causa
de redu•‹o de pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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Par‡grafo œnico - Salvo disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os.(Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Para a defini•‹o de qual o patamar de redu•‹o, ser‡ utilizado o critŽrio da maior
ou menos proximidade com a consuma•‹o do delito. Quanto mais longe, maior a
redu•‹o de pena. Quanto mais pr—ximo da consuma•‹o, menor a redu•‹o.
Ou seja, ser‡ avaliado o itiner‡rio percorrido pela conduta criminosa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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No caso em tela, contudo, o agente evita a ocorr•ncia do resultado, por ter se
arrependido de sua conduta. Neste caso, caracterizado est‡ o arrependimento
EFICAZ. Vejamos:
Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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Assim, a adequa•‹o do fato ao tipo penal gera a tipicidade (formal).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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Lembrando que os crimes UNISSUBSISTENTES n‹o admitem tentativa, pois n‹o
Ž poss’vel fracionar a conduta em diversos atos. Como todo crime omissivo puro
Ž unissubsistente, estes tambŽm n‹o admitem tentativa.
Os crimes culposos tambŽm n‹o admitem tentativa, por uma quest‹o de l—gica:
Se o agente n‹o queria o resultado, n‹o Ž poss’vel falar em ÒtentativaÓ.
Por fim, os preterdolosos n‹o admitem tentativa em rela•‹o ao resultado que
qualifica o crime, pois este resultado Ž obtido a t’tulo de culpa (O agente come•a
a conduta dolosamente, mas obtŽm um resultado diferente, por culpa).
Portanto, a quest‹o foi ANULADA.
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b) Agregaram-se ao nexo causal iniciado pela conduta do agente, contribuindo
para a produ•‹o do resultado.
No primeiro caso o agente NÌO responde pelo resultado, mas apenas pelos atos
que praticou. No segundo o caso o agente responde pelo resultado, pois a
concausa superveniente, a despeito de estar ligada ˆ conduta inicial do agente,
criou um novo nexo de causalidade, vindo a produzir o resultado sem se inserir
na cadeia causal da conduta do agente.
Assim, podemos verificar que somente na afirmativa III o agente responder‡ pelo
resultado, por se tratar de concausa superveniente, relativamente independente
que SE AGREGOU ˆ conduta do agente para, conjuntamente, produzirem o
resultado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
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Os crimes que resultam do n‹o fazer o que a lei manda, sem depend•ncia
de qualquer resultado natural’stico, s‹o chamados de
A) comissivos por omiss‹o.
B) formais.
C) omissivos pr—prios.
D) comissivos.
E) omissivos impr—prios.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Os crimes comissivos por omiss‹o resultam de um Òn‹o fazerÓ o que
a lei manda, mas dependem de um resultado natural’stico.
B) ERRADA: Os crimes formais, de fato, independem da exist•ncia do resultado
natural’stico, mas n‹o necessariamente s‹o omissivos.
C) CORRETA: Os crimes omissivos pr—prios s‹o os œnicos que reœnem ambas as
caracter’sticas, pois decorrem de um Òn‹o fazerÓ o que a lei manda, e s‹o formais,
ou seja, independem de um resultado natural’stico.
D) ERRADA: Os crimes comissivos n‹o decorrem de Òum n‹o fazerÓ, mas de um
ÓfazerÓ. Portanto, a alternativa est‡ incorreta.
E) ERRADA: Os omissivos impr—prios s‹o sin™nimos de comissivos por omiss‹o,
logo, est‡ errada, nos termos da fundamenta•‹o da alternativa A.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
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E) ERRADA: ƒ plenamente poss’vel a modalidade putativa, pois o agente pode
supor, erroneamente, estar presente uma situa•‹o de necessidade que, caso
presente, justificaria sua conduta, de forma a excluir a ilicitude do fato.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
10! GABARITO
1.! ERRADA
2.! ALTERNATIVA B
3.! ALTERNATIVA B
4.! ALTERNATIVA D
5.! ALTERNATIVA D
6.! ALTERNATIVA D
7.! ALTERNATIVA A
8.! ERRADA
9.! ERRADA
10.! ERRADA
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11.! ALTERNATIVA A
12.! ALTERNATIVA E
13.! ALTERNATIVA C
14.! ALTERNATIVA E
15.! ALTERNATIVA B
16.! ALTERNATIVA D
17.! ALTERNATIVA C
18.! ALTERNATIVA B
19.! ALTERNATIVA C
20.! ALTERNATIVA C
21.! ALTERNATIVA C
22.! ALTERNATIVA D
23.! ALTERNATIVA E
24.! ALTERNATIVA C
25.! ALTERNATIVA A
26.! ALTERNATIVA B
27.! ALTERNATIVA D
28.! ALTERNATIVA C
29.! ALTERNATIVA A
30.! ALTERNATIVA E
31.! ALTERNATIVA C
32.! ALTERNATIVA B
33.! ALTERNATIVA D
34.! ALTERNATIVA A
35.! ALTERNATIVA C
36.! ALTERNATIVA D
37.! ALTERNATIVA B
38.! ALTERNATIVA B
39.! ALTERNATIVA B
40.! ALTERNATIVA A
41.! ALTERNATIVA E
42.! ALTERNATIVA A
43.! ALTERNATIVA D
44.! ALTERNATIVA A
45.! ALTERNATIVA A
46.! ALTERNATIVA A
47.! ALTERNATIVA D
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48.! ALTERNATIVA D
49.! ALTERNATIVA D
50.! ALTERNATIVA B
51.! ALTERNATIVA C
52.! ALTERNATIVA B
53.! ALTERNATIVA A
54.! ANULADA
55.! ALTERNATIVA A
56.! ALTERNATIVA E
57.! ALTERNATIVA C
58.! ALTERNATIVA C
59.! ALTERNATIVA B
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