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Livro Eletrônico

Aula 00

Direito Penal p/ Polícia Civil-SP (Escrivão) Com videoaulas - Pós-Edital

Professor: Renan Araujo

00000000000 - DEMO
DIREITO PENAL P/ PC-SP 2018 (PîS-EDITAL) Ð ESCRIVÌO
Teoria e quest›es
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo

AULA DEMO
TEMPO E LUGAR DO CRIME. DO CRIME - CONCEITO.
ELEMENTOS (PARTE I): FATO TêPICO; CLASSIFICA‚ÌO
DOS CRIMES (DOLOSO, CULPOSO, CONSUMADO,
TENTADO E IMPOSSêVEL). ILICITUDE.
SUMçRIO
1 TEMPO E LUGAR DO CRIME ................................................................................... 6
1.1 Tempo do crime ............................................................................................. 6
1.2 Lugar do Crime............................................................................................... 7
2 DO CRIME ............................................................................................................. 7
2.1 Conceito de crime .......................................................................................... 7
0
2.2 Fato t’pico e seus elementos ........................................................................ 10
2.2.1 Conduta ..................................................................................................... 10
2.2.2 Resultado natural’stico.................................................................................. 12
2.2.3 Nexo de Causalidade .................................................................................... 13
2.2.4 Tipicidade ................................................................................................... 21
2.3 Crime doloso e crime culposo ....................................................................... 22
2.3.1 Crime doloso ............................................................................................... 22
2.3.2 Crime culposo ............................................................................................. 25
2.3.3 Crime preterdoloso....................................................................................... 27
2.4 Crime consumado, tentado e imposs’vel ...................................................... 28
2.4.1 Iter criminis ................................................................................................ 28
2.4.1.1 Cogita•‹o (cogitatio) .............................................................................. 28
2.4.1.2 Atos preparat—rios (conatus remotus) ...................................................... 28
2.4.1.3 Atos execut—rios.................................................................................... 29
2.4.1.4 Consuma•‹o ......................................................................................... 30
2.4.1.5 Exaurimento ......................................................................................... 30
2.4.2 Tentativa .................................................................................................... 30
2.4.3 Crime imposs’vel ......................................................................................... 33
2.4.4 Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz ................................................ 35
2.4.5 Arrependimento posterior.............................................................................. 36
2.4.6 Causas de exclus‹o do fato t’pico ................................................................... 38
2.4.6.1 Coa•‹o f’sica irresist’vel ......................................................................... 38
2.4.6.2 Erro de tipo inevit‡vel ............................................................................ 39
2.4.6.3 Sonambulismo e atos reflexos ................................................................. 39
2.4.6.4 Insignific‰ncia e adequa•‹o social da conduta ........................................... 39
2.5 Ilicitude ....................................................................................................... 39
2.5.1 Estado de necessidade .................................................................................. 40
2.5.2 Leg’tima defesa ........................................................................................... 43
2.5.3 Estrito cumprimento do dever legal ................................................................ 45

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2.5.4 Exerc’cio regular de direito ............................................................................ 46
2.5.5 Consentimento do ofendido ........................................................................... 47
2.5.6 Excesso pun’vel ........................................................................................... 48
3 ERRO .................................................................................................................. 48
4 COA‚ÌO MORAL IRRESISTêVEL E OBEDIæNCIA HIERçRQUICA ........................... 58
5 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 59
6 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 61
6.1 Sœmulas do STJ ............................................................................................ 62
7 RESUMO .............................................................................................................. 62
8 EXERCêCIOS DA AULA ......................................................................................... 68
9 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 86
10 GABARITO ..................................................................................................... 118

Ol‡, meus amigos!

ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATƒGIA
CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprova•‹o de
voc•s no concurso da POLêCIA CIVIL DO ESTADO DE SÌO PAULO (PC-SP).
N—s vamos estudar teoria e comentar exerc’cios sobre DIREITO PENAL, para o
cargo de ESCRIVÌO DE POLêCIA CIVIL.
E a’, povo, preparados para a maratona?
O edital acabou de ser publicado, e a Banca ser‡ a VUNESP. A prova
objetiva est‡ agendada para o dia 10.06.2018. S‹o 800 vagas para escriv‹o
de pol’cia!!
Bom, est‡ na hora de me apresentar a voc•s, certo?
Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pœblico
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de Janeiro,
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes,
porŽm, fui servidor da Justi•a Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de
TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e p—s-
graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama Filho.
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos Pœblicos.
Desde o come•o da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferen•a! Algumas pessoas me perguntam
como consegui sucesso nos concursos em t‹o pouco tempo. Simples: Foco +
For•a de vontade + Disciplina. N‹o h‡ f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente
secreto! Basta querer e correr atr‡s do seu sonho! Acreditem em mim, isso
funciona!
ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro,
poder colaborar para a aprova•‹o de outros tantos concurseiros, como um dia eu
fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprova•‹oÓ, n‹o estou falando apenas

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por falar. O EstratŽgia Concursos possui ’ndices alt’ssimos de aprova•‹o
em todos os concursos!
Neste curso voc•s receber‹o todas as informa•›es necess‡rias para que
possam ter sucesso na prova da PC-SP. Acreditem, voc•s n‹o v‹o se
arrepender! O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua
aprova•‹o, com sua vaga, ou seja, com voc•!
Mas Ž poss’vel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc• ainda
n‹o esteja plenamente convencido de que o EstratŽgia Concursos Ž a melhor
escolha. Eu entendo voc•, j‡ estive deste lado do computador. Ës vezes Ž dif’cil
escolher o melhor material para sua prepara•‹o. Contudo, alguns colegas de
caminhada podem te ajudar a resolver este impasse:

==0==

Esse print screen acima foi retirado da p‡gina de avalia•‹o do curso. De


um curso elaborado para um concurso bastante concorrido (Delegado da
PC-PE), s— que ministrado em 2015. Vejam que, dos 62 alunos que avaliaram
o curso, 61 o aprovaram. Um percentual de 98,39%.
Ainda n‹o est‡ convencido? Continuo te entendendo. Voc• acha que
pode estar dentro daqueles 1,61%. Em raz‹o disso, disponibilizamos
gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que voc• possa analisar o
material, ver se a abordagem te agrada, etc.
Acha que a aula demonstrativa Ž pouco para testar o material? Pois
bem, o EstratŽgia concursos d‡ a voc• o prazo de 30 DIAS para testar o
material. Isso mesmo, voc• pode baixar as aulas, estudar, analisar detidamente
o material e, se n‹o gostar, devolvemos seu dinheiro.
Sabem porque o EstratŽgia Concursos d‡ ao aluno 30 dias para
pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso n‹o vai acontecer! N‹o
temos medo de dar a voc• essa liberdade.
Neste curso estudaremos todo o conteœdo de Direito Penal previsto no
Edital. Estudaremos teoria e vamos trabalhar tambŽm com exerc’cios
comentados.
Abaixo segue o plano de aulas do curso todo:
!
AULA CONTEòDO DATA

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Tempo e Lugar do Crime. Do Crime 14.04
Aula 00
(arts; 13 a 25 do CP).

Concurso de pessoas e concurso de


Aula 01
crimes. 21.04
Crimes contra a pessoa: crimes 24.04
contra a vida, les›es corporais,
Aula 02 crimes contra a honra, crimes contra
a liberdade pessoal e crimes contra a
inviolabilidade do domic’lio.

Aula 03 Crimes contra o patrim™nio


28.04

Aula 04 Crimes contra a dignidade sexual 04.05

Crimes contra a fŽ pœblica (artigos 10.05


Aula 05
289 a 311 do CP)

Crimes praticados por funcion‡rio 12.05


Aula 06 pœblico contra a administra•‹o em
geral
Crimes praticados por particular
Aula 07 contra a administra•‹o em geral 14.05
(art. 328 a 334-A do CP).
Crimes contra a administra•‹o da 16.05
Aula 08
Justi•a

Nossas aulas ser‹o disponibilizadas conforme o cronograma apresentado.


Em cada aula eu trarei algumas quest›es que foram cobradas em
concursos pœblicos, para fixarmos o entendimento sobre a matŽria.
Sempre que poss’vel, trabalharemos com quest›es da pr—pria
VUNESP, que Ž a Banca do concurso. Todavia, para n‹o ficarmos com uma
prepara•‹o defasada, vamos utilizar tambŽm quest›es de outras Bancas
renomadas (FCC, FGV, etc.).
AlŽm da teoria e das quest›es, voc•s ter‹o acesso a duas ferramentas
muito importantes:
¥! RESUMOS Ð Cada aula ter‡ um resumo daquilo que foi estudado,
variando de 03 a 10 p‡ginas (a depender do tema), indo direto ao
ponto daquilo que Ž mais relevante! Ideal para quem est‡ sem
muito tempo.
¥! FîRUM DE DòVIDAS Ð N‹o entendeu alguma coisa? Simples: basta
perguntar ao professor Vinicius Silva, que Ž o respons‡vel pelo
F—rum de Dœvidas, exclusivo para os alunos do curso.

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Outro diferencial importante Ž que nosso curso em PDF ser‡


complementado por videoaulas. Nas videoaulas iremos abordar os t—picos do
edital com a profundidade necess‡ria, a fim de que o aluno possa esclarecer
pontos mais complexos, fixar aqueles pontos mais relevantes, etc.

No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos!


Prof. Renan Araujo

E-mail: profrenanaraujo@gmail.com

Periscope: @profrenanaraujo

Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia

Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br
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www.youtube.com/channel/UClIFS2cyREWT35OELN8wcFQ

Observa•‹o importante: este curso Ž protegido por direitos autorais


(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a
legisla•‹o sobre direitos autorais e d‡ outras provid•ncias.

Grupos de rateio e pirataria s‹o clandestinos, violam a lei e prejudicam os


professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe
adquirindo os cursos honestamente atravŽs do site EstratŽgia Concursos. ;-)

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1! TEMPO E LUGAR DO CRIME
Antes de entrarmos no estudo do crime, seu conceito, elementos,
precisamos definir duas coisas: (a) quando se considera praticado o delito; (b)
onde se considera praticado o delito.

Vejamos, portanto, o tempo e o lugar do crime, segundo o C—digo Penal.

1.1!Tempo do crime
Para podermos aplicar corretamente a lei penal, Ž necess‡rio saber quando
se considerada praticado o delito. Tr•s teorias buscam explicar quando se
considera praticado o crime:
1)! Teoria da atividade Ð O crime se considera praticado quando da a•‹o
ou omiss‹o, n‹o importando quando ocorre o resultado. ƒ a teoria
adotada pelo art. 4¡ do C—digo Penal, vejamos:
Art. 4¼ - Considera-se praticado o crime no momento da a•‹o ou omiss‹o, ainda que outro
seja o momento do resultado.

2)! Teoria do resultado Ð Para esta teoria, considera-se praticado o crime


quando da ocorr•ncia do resultado, independentemente de quando fora
praticada a a•‹o ou omiss‹o.
3)! Teoria da ubiquidade ou mista Ð Para esta teoria, considera-se
praticado o crime tanto no momento da a•‹o ou omiss‹o quanto no
momento do resultado.

Como vimos, nosso C—digo adotou a teoria da atividade como a


aplic‡vel ao tempo do crime. Isto representa sŽrios reflexos na aplica•‹o da
lei penal, pois esta depende da data do fato, que, como vimos, Ž a data da
conduta.
Nos crimes permanentes, aplica-se a lei em vigor ao final da
perman•ncia delitiva, ainda que mais gravosa que a do in’cio. O mesmo ocorre
nos crimes continuados, hip—tese em que se aplica a lei vigente ˆ Žpoca do
œltimo ato (crime) praticado. Essa tese est‡ consagrada pelo STF, atravŽs do
enunciado n¡ 711 da sœmula de sua Jurisprud•ncia:
SòMULA N¼ 711
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua
vig•ncia Ž anterior ˆ cessa•‹o da continuidade ou da perman•ncia.

EXEMPLO: JosŽ sequestra Maria, no dia 10.01.2018, com vistas ˆ obten•‹o de


valor pelo resgate (crime de extors‹o mediante sequestro). No dia 10.03.2018,
o cativeiro Ž estourado e Maria Ž libertada. No dia 15.02.2018 (durante o per’odo
em que Maria estava sob o poder de JosŽ), sobrevŽm nova lei agravando a pena

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do crime de extors‹o mediante sequestro. Neste caso, a lei aplic‡vel ao caso de
JosŽ Ž a lei nova, que vigorava no momento em que o cessou a perman•ncia,
pois esta lei nova entrou em vigor DURANTE a pr‡tica do crime (e n‹o depois).

Mas isso n‹o ofende o princ’pio da irretroatividade da lei mais


gravosa? N‹o, pois neste caso NÌO Hç RETROATIVIDADE. Neste caso, a lei
mais grave est‡ sendo aplicada a um crime que ainda est‡ sendo praticado, e
n‹o a um crime que j‡ foi praticado.

1.2!Lugar do Crime
Para sabermos se ser‡ aplic‡vel a lei penal brasileira a determinado delito,
precisamos saber, com exatid‹o, qual Ž o local do crime. Para tanto, existem
algumas teorias:
1)! Teoria da atividade Ð Considera-se local do crime aquele em que a
conduta Ž praticada.
2)! Teoria do resultado Ð Para esta teoria, n‹o importa onde Ž praticada a
conduta, pois se considera como lugar do crime o local onde ocorre a
consuma•‹o.
3)! Teoria mista ou da ubiquidade Ð Esta teoria prev• que tanto o lugar
onde se pratica a conduta quanto o lugar do resultado s‹o considerados
como local do crime. Esta teoria Ž a adotada pelo C—digo Penal, em
seu art. 6¡:
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o, no
todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado

Entretanto, esta regra da ubiquidade s— se aplica quando estivermos


diante de pluralidade de pa’ses, ou seja, quando for necess‡rio estabelecer o
local do crime para fins de defini•‹o de qual lei (de que pa’s) penal aplicar.
S— para finalizar, vou deixar de lambuja para voc•s um macete para
gravarem as teorias adotadas para o tempo do crime e para o lugar do crime:
Lugar = Ubiquidade
Tempo = Atividade
Muita LUTA, meus amigos!!

2! DO CRIME
2.1!Conceito de crime
O Crime Ž um fen™meno social, disso nenhum de voc•s duvida. Entretanto,
como conceituar o crime juridicamente?

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Muito se buscou na Doutrina acerca disso, tendo surgido inœmeras posi•›es
a respeito. Vamos tratar das principais.
O Crime pode ser entendido sob tr•s aspectos: Material, legal e anal’tico.
Sob o aspecto material, crime Ž toda a•‹o humana que lesa ou exp›e
a perigo um bem jur’dico de terceiro, que, por sua relev‰ncia, merece a
prote•‹o penal. Esse aspecto valoriza o crime enquanto conteœdo, ou seja,
busca identificar se a conduta Ž ou n‹o apta a produzir uma les‹o a um bem
jur’dico penalmente tutelado.
Assim, se uma lei cria um tipo penal dizendo que Ž proibido chorar em
pœblico, essa lei n‹o estar‡ criando uma hip—tese de crime em seu sentido
material, pois essa conduta NUNCA SERç crime em sentido material, pois n‹o
produz qualquer les‹o ou exposi•‹o de les‹o a bem jur’dico de quem quer que
seja. Assim, ainda que a lei diga que Ž crime, materialmente n‹o o ser‡.
Sob o aspecto legal, ou formal, crime Ž toda infra•‹o penal a que a lei
comina pena de reclus‹o ou deten•‹o, nos termos do art. 1¡ da Lei de
Introdu•‹o ao CP.1
Percebam que o conceito aqui Ž meramente legal. Se a lei cominar a uma
conduta a pena de deten•‹o ou reclus‹o, cumulada ou alternativamente com a
pena de multa, estaremos diante de um crime.
Por outro lado, se a lei cominar a apenas pris‹o simples ou multa, alternativa
ou cumulativamente, estaremos diante de uma contraven•‹o penal.
Esse aspecto consagra o SISTEMA DICOTïMICO adotado no Brasil, no
qual existe um g•nero, que Ž a infra•‹o penal, e duas espŽcies, que s‹o o crime
e a contraven•‹o penal. Assim:

CRIMES
INFRAÇÕES
PENAIS
CONTRAVENÇÕES
PENAIS

1
Art 1¼ Considera-se crime a infra•‹o penal que a lei comina pena de reclus‹o ou de deten•‹o, quer
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contraven•‹o, a infra•‹o penal a
que a lei comina, isoladamente, pena de pris‹o simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou
cumulativamente.

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Vejam que quando se diz Òinfra•‹o penalÓ, est‡ se usando um termo
genŽrico, que pode tanto se referir a um ÒcrimeÓ ou a uma Òcontraven•‹o penalÓ.
O termo ÒdelitoÓ, no Brasil, Ž sin™nimo de crime.
O crime pode ser conceituado, ainda, sob um aspecto anal’tico, que
o divide em partes, de forma a estruturar seu conceito.
Primeiramente surgiu a teoria quadripartida do crime, que entendia que
crime era todo fato t’pico, il’cito, culp‡vel e pun’vel. Hoje Ž praticamente
inexistente.
Depois, surgiram os defensores da teoria tripartida do crime, que
entendiam que crime era o fato t’pico, il’cito e culp‡vel. Essa Ž a teoria que
predomina no Brasil, embora haja muitos defensores da terceira teoria.
A terceira e œltima teoria acerca do conceito anal’tico de crime entende que
este Ž o fato t’pico e il’cito, sendo a culpabilidade mero pressuposto de
aplica•‹o da pena. Ou seja, para esta corrente, o conceito de crime Ž
bipartido, bastando para sua caracteriza•‹o que o fato seja t’pico e il’cito.
As duas œltimas correntes possuem defensores e argumentos de peso.
Entretanto, a que predomina ainda Ž a corrente tripartida. Portanto, na
prova objetiva, recomendo que adotem esta, a menos que a banca seja muito
expl’cita e voc•s entenderem que eles claramente s‹o adeptos da teoria bipartida,
o que acho pouco prov‡vel.
Todos os tr•s aspectos (material, legal e anal’tico) est‹o presentes
no nosso sistema jur’dico-penal. De fato, uma conduta pode ser
materialmente crime (furtar, por exemplo), mas n‹o o ser‡ se n‹o houver
previs‹o legal (n‹o ser‡ legalmente crime). Poder‡, ainda, ser formalmente crime
(no caso da lei que citei, que criminalizava a conduta de chorar em pœblico), mas
n‹o o ser‡ materialmente se n‹o trouxer les‹o ou amea•a a les‹o de algum bem
jur’dico de terceiro.
Desta forma:

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MATERIAL

CONCEITO DE TEORIA
FORMAL
CRIME BIPARTIDA

TEORIA ADOTADA PELO


ANALÍTICO
TRIPARTIDA CP

TEORIA
QUADRIPARTIDA

Esse œltimo conceito de crime (sob o aspecto anal’tico), Ž o que vai


nos fornecer os subs’dios para que possamos estudar os elementos do
crime (Fato t’pico, ilicitude e culpabilidade).
O fato t’pico Ž o primeiro dos elementos do crime, sendo a tipicidade um de
seus pressupostos. Vamos estud‡-lo, ent‹o!

2.2! Fato t’pico e seus elementos


O fato t’pico tambŽm se divide em elementos, s‹o eles:
¥! Conduta humana (alguns entendem poss’vel a conduta de
pessoa jur’dica)
¥! Resultado natural’stico
¥! Nexo de causalidade
¥! Tipicidade

2.2.1!Conduta
Tr•s s‹o as principais teorias2 que buscam explicar a conduta: Teoria
causal-natural’stica (ou cl‡ssica), finalista e social.

2
Temos, ainda, outras teorias de menor relev‰ncia para fins de concurso, como a teoria funcionalista
teleol—gica de CLAUS ROXIN, segundo a qual a no•‹o de ÒcondutaÓ deve estar vinculada ˆ fun•‹o do Direito
Penal (que Ž a de prote•‹o de bens jur’dicos). Logo, conduta seria a a•‹o ou omiss‹o, dolosa ou culposa,
que provoque (ou seja destinada a provocar) uma ofensa relevante ao bem jur’dico.
H‡, ainda, o funcionalismo sist•mico (tambŽm chamado de radical), cujo principal expoente Ž JAKOBS.
Para essa teoria a conduta deve ser analisada com base na fun•‹o que o Direito Penal cumpre no sistema
social, mais precisamente, a fun•‹o de reafirmar a ordem violada pelo ato criminoso. Assim, para esta teoria,
a conduta seria a a•‹o ou omiss‹o, dolosa ou culposa, que viola o sistema e frustra a expectativa normativa

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Para a teoria causal-natural’stica, conduta Ž a a•‹o humana. Assim,
basta que haja movimento corporal para que exista conduta. Esta teoria est‡
praticamente abandonada, pois entende que n‹o h‡ necessidade de se analisar
o conteœdo da vontade do agente nesse momento, guardando esta an‡lise (dolo
ou culpa) para quando do estudo da culpabilidade.3
EXEMPLO: JosŽ est‡ conversando com Maria na rua, quando Paulo d‡ um susto
em JosŽ que, mediante um movimento reflexo, acerta um tapa em Tiago, que
passava pelo local, causando-lhe les‹o corporal leve. Neste caso, para a teoria
causalista, o importante seria saber se foi o movimento corporal de JosŽ que
provocou o resultado. No caso, de fato foi JosŽ quem provocou a les‹o corporal
em Tiago. Assim, para a teoria causalista, neste exemplo ter’amos uma conduta
penalmente relevante, j‡ que o movimento corporal de JosŽ provocou a les‹o em
Tiago. Para esta teoria, portanto, seria irrelevante, neste momento, saber se JosŽ
agiu com dolo ou culpa, o que s— seria analisado futuramente, para definir se
havia ou n‹o culpabilidade.

Assim, para a teoria causalista a conduta seria um simples processo f’sico,


um processo f’sico-causal, desprovido de qualquer finalidade por parte do agente.
A finalidade seria objeto de an‡lise na culpabilidade.
Para a teoria finalista, que foi idealizada por Hans Welzel, a conduta
humana Ž a a•‹o (positiva ou negativa) volunt‡ria dirigida a uma determinada
finalidade. Assim:
Conduta = vontade + a•‹o ou
omiss‹o

Logo, retirando-se um dos elementos da conduta, esta n‹o existir‡, o que


acarreta a inexist•ncia de fato t’pico. ƒ necess‡ria, portanto, a conjuga•‹o do
aspecto objetivo (a•‹o ou omiss‹o) e do aspecto subjetivo (vontade).

EXEMPLO: Jo‹o olha para Roberto e o agride, por livre espont‰nea vontade.
Estamos diante de uma conduta (quis agir e agrediu) dolosa (quis o resultado).
Agora, se Jo‹o dirige seu carro, v• Roberto e sem querer, o atinge, estamos
diante de uma conduta (quis dirigir e acabou ferindo) culposa (n‹o quis o
resultado).

Vejam que a ÒvontadeÓ a que se refere como elemento da conduta Ž uma


vontade de meramente praticar o ato que ensejou o crime, ainda que o resultado
que se pretendesse n‹o fosse il’cito. Quando a vontade (elemento da
conduta) Ž dirigida ao fim criminoso, o crime Ž doloso. Quando a vontade

(expectativa de que todos cumpram a norma). Importa saber, portanto, se houve viola•‹o ˆ norma, n‹o
importando se h‡ alguma ofensa a bens jur’dicos.
3
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 287/288

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Ž dirigida a outro fim (que atŽ pode ser criminoso, mas n‹o aquele) o crime Ž
culposo.
Esta Ž a teoria adotada em nosso ordenamento jur’dico.
Vejamos os termos do art. 20 do CP4:
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite
a puni•‹o por crime culposo, se previsto em lei.

Ora, se a lei prev• que o erro sobre um elemento do tipo exclui o dolo e a
culpa, se inevit‡vel, ou somente o dolo, se evit‡vel, Ž porque entende que estes
elementos subjetivos est‹o no tipo (fato t’pico), n‹o na culpabilidade. Assim, a
conduta Ž, necessariamente, volunt‡ria.
A grande evolu•‹o da teoria finalista, portanto, foi conceber a conduta como
um Òacontecimento finalÓ5, ou seja, somente h‡ conduta quando o agir de alguŽm
Ž dirigido a alguma finalidade (seja ela l’cita ou n‹o).
Para terceira teoria, a teoria social, a conduta Ž a a•‹o humana, volunt‡ria
e que Ž dotada de alguma relev‰ncia social.6
H‡ cr’ticas a esta teoria, pois a relev‰ncia social n‹o seria um elemento
estruturante da conduta, mas uma qualidade que esta poderia ou n‹o possuir.
Assim, a conduta que n‹o fosse socialmente relevante continuaria sendo
conduta.7
Verifica-se, portanto, que a conduta, para fins penais, pode se dar por a•‹o
ou por omiss‹o.

2.2.2!Resultado natural’stico
O resultado natural’stico Ž a modifica•‹o do mundo real provocada
pela conduta do agente.8
Entretanto, apenas nos crimes chamados materiais se exige um
resultado natural’stico. Nos crimes formais e de mera conduta n‹o h‡ essa
exig•ncia.
Os crimes formais s‹o aqueles nos quais o resultado natural’stico pode
ocorrer, mas a sua ocorr•ncia Ž irrelevante para o Direito Penal. J‡ os crimes de
mera conduta s‹o crimes em que n‹o h‡ um resultado natural’stico poss’vel.
Vou dar um exemplo de cada um dos tr•s:

4
DOTTI, RenŽ Ariel. Curso de Direito Penal, Parte Geral. 4. ed. S‹o Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2012,
p. 397
5
DOTTI, RenŽ Ariel. Curso de Direito Penal, Parte Geral. 4. ed. S‹o Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2012,
p. 396
6
DOTTI, RenŽ Ariel. Op. cit. p. 397
7
ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general: Tomo I. Civitas. Madrid, 1997, p. 246/247
8
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 354

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¥! Crime material Ð Homic’dio. Para que o homic’dio seja consumado, Ž
necess‡rio que a v’tima venha a —bito. Caso isso n‹o ocorra, estaremos
diante de um homic’dio tentado (ou les›es corporais culposas);
¥! Crime formal Ð Extors‹o (art. 158 do CP). Para que o crime de extors‹o
se consume n‹o Ž necess‡rio que o agente obtenha a vantagem il’cita,
bastando o constrangimento ˆ v’tima;
¥! Crime de mera conduta Ð Invas‹o de domic’lio. Nesse caso, a mera
presen•a do agente, indevidamente, no domic’lio da v’tima caracteriza o
crime. N‹o h‡ um resultado previsto para esse crime. Qualquer outra
conduta praticada a partir da’ configura crime aut™nomo (furto, roubo,
homic’dio, etc.).

AlŽm do resultado natural’stico (que nem sempre estar‡ presente), h‡ tambŽm


o resultado jur’dico (ou normativo), que Ž a les‹o ao bem jur’dico tutelado
pela norma penal. Esse resultado sempre estar‡ presente! Cuidado com
isso! Assim, se a banca perguntar: ÒH‡ crime sem resultado jur’dico?Ó A
resposta Ž NÌO!9

2.2.3!Nexo de Causalidade
Nos termos do art. 13 do CP:
Art. 13 - O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž imput‡vel a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado n‹o
teria ocorrido.

Assim, o nexo de causalidade pode ser entendido como o v’nculo que une
a conduta do agente ao resultado natural’stico ocorrido no mundo exterior.
Portanto, s— se aplica aos crimes materiais!
Algumas teorias existem acerca do nexo de causalidade:
¥!TEORIA DA EQUIVALæNCIA DOS ANTECEDENTES (OU DA CONDITIO
SINE QUA NON) Ð Para esta teoria, Ž considerada causa do crime toda conduta
sem a qual o resultado n‹o teria ocorrido. Assim, para se saber se uma conduta
Ž ou n‹o causa do crime, devemos retir‡-la do curso dos acontecimentos e ver
se, ainda assim, o crime ocorreria (Processo hipotŽtico de elimina•‹o de
ThyrŽn). EXEMPLO: Marcelo acorda de manh‹, toma cafŽ, compra uma arma e
encontra Jœlio, seu desafeto, disparando tr•s tiros contra ele, causando-lhe a
morte. Retirando-se do curso o cafŽ tomado por Marcelo, conclu’mos que o

9
Pelo princ’pio da ofensividade, n‹o Ž poss’vel haver crime sem resultado jur’dico. BITENCOURT, Cezar
Roberto. Op. cit., p. 354

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resultado teria ocorrido do mesmo jeito. Entretanto, se retirarmos a compra da
arma do curso do processo, o crime n‹o teria ocorrido.
O inconveniente claro desta teoria Ž que ela permite que se coloquem como
causa situa•›es absurdas, como a venda da arma ou atŽ mesmo o nascimento
do agente, j‡ que se os pais n‹o tivessem colocado a crian•a no mundo, o crime
n‹o teria acontecido. Isso Ž um absurdo!
Assim, para solucionar o problema, criou-se outro filtro que Ž o dolo.
Logo, s— ser‡ considerada causa a conduta que Ž indispens‡vel ao
resultado e que foi querida pelo agente. Assim, no exemplo anterior, o
vendedor da arma n‹o seria responsabilizado, pois nada mais fez que vender seu
produto, n‹o tendo a inten•‹o (nem sequer imaginou) de ver a morte de Jœlio.
Nesse sentido:
CAUSA = conduta indispens‡vel ao resultado + que tenha
sido prevista e querida por quem a praticou

Podemos dizer, ent‹o, que a causalidade aqui n‹o Ž meramente f’sica, mas
tambŽm, psicol—gica.
Essa foi a teoria adotada pelo C—digo Penal, como regra.

¥!TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA Ð Trata-se de teoria tambŽm


adotada pelo C—digo Penal, porŽm, somente em uma hip—tese muito espec’fica.
Trata-se da hip—tese de concausa superveniente relativamente
independente que, por si s—, produz o resultado10. Como assim? Vamos
explicar desde o come•o!
As concausas s‹o circunst‰ncias que atuam paralelamente ˆ conduta
do agente em rela•‹o ao resultado. As concausas podem ser: absolutamente
independentes e relativamente independentes.
As concausas absolutamente independentes s‹o aquelas que n‹o se
juntam ˆ conduta do agente para produzir o resultado, e podem ser
preexistentes (existiam antes da conduta), concomitantes (surgiram durante a
conduta) e supervenientes (surgiram ap—s a conduta). Exemplos:

EXEMPLO (1) Pedro resolve matar Jo‹o, e coloca veneno em seu drink.
PorŽm, Pedro n‹o sabe que Marcelo tambŽm queria matar Jo‹o e minutos
antes tambŽm havia colocado veneno no drink de Jo‹o, que vem a morrer em
raz‹o do veneno colocado por Marcelo. Nesse caso, a concausa preexistente
(conduta de Marcelo) produziu por si s— o resultado (morte). Nesse caso, Pedro
responder‡ somente por tentativa de homic’dio.
__________________________________________________

10
CUNHA, RogŽrio Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Especial. 7¼ edi•‹o. Ed. Juspodivm. Salvador,
2015, p. 232/233

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EXEMPLO (2) Pedro resolve matar Jo‹o, e come•a a disparar contra ele
projŽteis de arma de fogo. Entretanto, durante a execu•‹o, o teto da casa de
Jo‹o desaba sobre ele, vindo a causar-lhe a morte. Aqui, a causa concomitante
(queda do teto) produziu isoladamente o resultado (morte). Portanto, Pedro
responde somente por homic’dio tentado.
__________________________________________________
EXEMPLO (3) Pedro resolve matar Jo‹o, desta vez, ministrando em sua
bebida certa dose de veneno. Entretanto, antes que o veneno fa•a efeito,
Marcelo aparece e dispara 10 tiros de pistola contra Jo‹o, o mantando. Nesse
caso, Pedro responder‡ somente por homic’dio tentado.
__________________________________________________
Em todos estes casos o agente NÌO responde pelo resultado ocorrido.
Por qual motivo? Sua conduta NÌO FOI a causa da morte (aplica-se a
pr—pria e j‡ falada teoria da equival•ncia dos antecedentes). Se suprimirmos
a conduta de cada um destes agentes (nos tr•s exemplos), o resultado morte
ainda assim teria ocorrido da mesma forma. Logo, a conduta dos agentes
NÌO Ž considerada causa.

Entretanto, pode ocorrer de a concausa n‹o produzir por si s— o resultado


(absolutamente independente), afastando o nexo entre a conduta do agente e o
resultado, mas unir-se ˆ conduta do agente e, juntas, produzirem o resultado.
Essas s‹o as chamadas concausas relativamente independentes, que
tambŽm podem ser preexistentes, concomitantes ou supervenientes.
Mais uma vez, vou dar um exemplo de cada uma das tr•s e explicar quais
os efeitos jur’dico-penais em rela•‹o ao agente. Primeiro come•arei pelas
preexistentes e concomitantes. Ap—s, falarei especificamente sobre as
supervenientes.

EXEMPLO (1) Caio decide matar Maria, desferindo contra ela golpes de fac‹o,
causando-lhe a morte. Entretanto, Maria era hemof’lica (condi•‹o conhecida
por Caio), tendo a doen•a contribu’do em grande parte para seu —bito.
Nesse caso, embora a doen•a (concausa preexistente) tenha contribu’do para
o —bito, Caio responde por homic’dio consumado. Por qual motivo? Sua
conduta FOI a causa da morte (aplica-se a pr—pria e j‡ falada teoria da
equival•ncia dos antecedentes). Se suprimirmos a conduta de Caio, o
resultado teria ocorrido? N‹o. Caio teve a inten•‹o de produzir o resultado?
Sim. Logo, responde pelo resultado (homic’dio consumado).
___________________________________________________
EXEMPLO (2) Pedro resolve matar Jo‹o, e coloca em seu drink determinada
dose de veneno. Ao mesmo tempo, Ricardo faz a mesma coisa. Pedro e Ricardo
querem a mesa coisa, mas n‹o se conhecem nem sabem da conduta um do
outro. Jo‹o ingere a bebida e acaba falecendo. A per’cia comprova que
qualquer das doses de veneno, isoladamente, n‹o seria capaz de produzir o
resultado. PorŽm, a soma de esfor•os de ambas (a soma das quantidades de

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veneno) produziu o resultado. Assim, Pedro responde por homic’dio
consumado.
Por qual motivo? Sua conduta FOI a causa da morte (aplica-se a pr—pria
e j‡ falada teoria da equival•ncia dos antecedentes). Se suprimirmos a
conduta de Pedro, o resultado teria ocorrido? N‹o. Pedro teve a inten•‹o de
produzir o resultado? Sim. Logo, responde pelo resultado (homic’dio
consumado).

AtŽ aqui n—s conseguimos resolver todos os casos pela teoria da equival•ncia
dos antecedentes, da seguinte forma:
¥! Nas concausas absolutamente independentes Ð Em todos os
casos a conduta do agente n‹o contribuiu para o resultado. Logo,
pelo ju’zo hip—tese de elimina•‹o, a conduta do agente n‹o foi causa.
Portanto, n‹o responde pelo resultado.
¥! Nas concausas relativamente independentes (Preexistentes e
concomitantes) Ð Em todos os casos a conduta do agente
contribuiu para o resultado. Logo, pelo ju’zo hip—tese de elimina•‹o,
a conduta do agente foi causa. Portanto, responde pelo resultado.

Agora Ž que a coisa complica um pouco.


No caso das concausas supervenientes relativamente independentes,
podem acontecer duas coisas:
§! A causa superveniente produz por si s— o resultado
§! A causa superveniente se agrega ao desdobramento natural da
conduta do agente e ajuda a produzir o resultado.

EXEMPLO (1) - Pedro resolve matar Jo‹o (insistente esse cara!), e dispara 25
tiros contra ele, usando seu Fuzil Autom‡tico Ligeiro-Fal, CALIBRE 7.62 (agora
vai!). Jo‹o fica estirado no ch‹o, Ž socorrido por uma ambul‰ncia e, no caminho
para o Hospital, sofre um acidente de carro (a ambul‰ncia bate de frente com
uma carreta) e vem a morrer em raz‹o do acidente, n‹o dos ferimentos
causados por Pedro.
Nesse caso, Pedro responde apenas por tentativa de homic’dio.
Por qual motivo? Sua conduta n‹o foi a causa da morte. Mas, se
suprimirmos a conduta de Pedro, o resultado teria ocorrido? N‹o. Pedro teve a
inten•‹o de produzir o resultado? Sim.
Ent‹o por que n‹o responde pelo resultado??
Aqui o CP adotou a teoria da causalidade adequada. A causa
superveniente (acidente de tr‰nsito) produziu por si s— o resultado, j‡ que o
acidente de ambul‰ncia n‹o Ž o desdobramento natural de um disparo de arma

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de fogo (esse resultado n‹o Ž consequ•ncia natural e previs’vel da conduta do
agente11).
Perceba que a concausa superveniente (acidente de carro), apesar de
produzir sozinha o resultado, n‹o Ž absolutamente independente, pois
se n‹o fosse a conduta de Pedro, o acidente n‹o teria ocorrido (j‡ que a v’tima
n‹o estaria na ambul‰ncia).
Por isso dizemos que, aqui, temos:
§! Concausa superveniente relativamente independente Ð A conduta
de Pedro Ž relevante para o resultado.
§! Que por si s— produziu o resultado Ð Apesar disso, a conduta de Pedro
foi relevante apenas por CRIAR A SITUA‚ÌO, mas n‹o foi a respons‡vel
efetiva pela morte.

EXEMPLO (2) - No mesmo exemplo anterior, Jo‹o Ž socorrido e chegando ao


Hospital, Ž submetido a uma cirurgia. Durante a cirurgia, o ferimento infecciona
e Jo‹o morre por infec•‹o. Nesse caso, a causa superveniente (infec•‹o
hospitalar) n‹o produziu por si s— o resultado, tendo se agregado aos
ferimentos para causar a morte de Jo‹o. Nesse caso, Pedro responde por
homic’dio consumado.

Mas qual a diferen•a entre o exemplo (1) e o exemplo (2)? A diferen•a


b‡sica reside no fato de que:
§! No exemplo (1) Ð A conduta do agente Ž relevante em apenas um
momento: por criar a situa•‹o (necessidade de ser transportado pela
ambul‰ncia).
§! No exemplo (2) - A conduta do agente Ž relevante em dois
momentos: (a) cria a situa•‹o, ao fazer com que a v’tima tenha que
ser operada; (b) contribui para o pr—prio resultado (j‡ que a infec•‹o
do ferimento n‹o Ž um novo nexo causal).

Segue abaixo um esquema para melhor compreens‹o:

11
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal Ð Parte Geral. Ed. Saraiva, 21¼ edi•‹o. S‹o Paulo,
2015, p. 324/325

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AGENTE NÃO
RESPONDE PELO TEORIA DA
ABSOLUTAMENTE
INDEPENDENTES RESULTADO, POIS EQUIVALÊNCIA DOS
SUA CONDUTA ANTECEDENTES
NÃO FOI CAUSA.

CONCAUSAS PREEXISTENTES AGENTE RESPONDE PELO TEORIA DA


OU RESULTADO, POIS SUA EQUIVALÊNCIA DOS
CONCOMITANTES CONDUTA FOI CAUSA. ANTECEDENTES

PRODUZIU SOZINHA
RELATIVAMENTE O RESULTADO - NÃO
INDEPENDENTES TEORIA DA
RESPONDE PELO
CAUSALIDADE
RESULTADO. É
ADEQUADA
CAUSA, MAS NÃO É
CAUSA ADEQUADA.
SUPERVENIENTES
NÃO PRODUZIU
SOZINHA O
RESULTADO - TEORIA DA
EQUIVALÊNCIA DOS
RESPONDE PELO ANTECEDENTES
RESULTADO - FOI
CAUSA

¥! TEORIA DA IMPUTA‚ÌO OBJETIVA Ð A teoria da imputa•‹o objetiva, que


foi melhor desenvolvida por Roxin12, tem por finalidade ser uma teoria mais
completa em rela•‹o ao nexo de causalidade, em contraposi•‹o ˆs "vigentes"
teoria da equival•ncia das condi•›es e teoria da causalidade adequada.
Para a teoria da imputa•‹o objetiva, a imputa•‹o s— poderia ocorrer quando o
agente tivesse dado causa ao fato (causalidade f’sica) mas, ao mesmo tempo,
houvesse uma rela•‹o de causalidade NORMATIVA, assim compreendida como
a cria•‹o de um risco n‹o permitido para o bem jur’dico que se pretende
tutelar. Para esta teoria, a conduta deve:
a)! Criar ou aumentar um risco Ð Assim, se a conduta do agente n‹o aumentou
nem criou um risco, n‹o h‡ crime13. Exemplo cl‡ssico: JosŽ conversa com
Paulo na cal•ada. Pedro, inimigo de Paulo, atira um vaso de planta do 10¼
andar, com a finalidade de matar Paulo. JosŽ v• que o vaso ir‡ cair sobre a
cabe•a de Paulo e o empurra. Paulo cai no ch‹o e fratura levemente o bra•o.
Neste caso, JosŽ deu causa (causalidade f’sica) ˆs les›es corporais sofridas
por Paulo. Contudo, sua conduta n‹o criou nem aumentou um risco. Ao
contr‡rio, JosŽ diminuiu um risco, ao evitar a morte de Paulo.
b)! Risco deve ser proibido pelo Direito Ð Aquele que cria um risco de les‹o para
alguŽm, em tese n‹o comete crime, a menos que esse risco seja proibido pelo
Direito. Assim, o filho que manda os pais em viagem para a Europa, na
inten•‹o de que o avi‹o caia, os pais morram, e ele receba a heran•a, n‹o
comete crime, pois o risco por ele criado n‹o Ž proibido pelo Direito.
c)! Risco deve ser criado no resultado Ð Assim, um crime n‹o pode ser imputado
ˆquele que n‹o criou o risco para aquela ocorr•ncia. Explico: Imaginem que

12
ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general: Tomo I. Civitas. Madrid, 1997, p. 362/411
13
ROXIN, Claus. Op. cit., p. 365

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JosŽ ateia fogo na casa de Maria. JosŽ causou um risco, n‹o permitido pelo
Direito. Deve responder pelo crime de inc•ndio doloso, art. 250 do CP.
Entretanto, Maria invade a casa em chamas para resgatar a œnica foto que
restou de seu filho falecido, sendo lambida pelo fogo, vindo a falecer. Nesse
caso, JosŽ n‹o responde pelo crime de homic’dio, pois o risco por ele criado
n‹o se insere nesse resultado, que foi provocado pela conduta exclusiva de
Maria.

A conduta humana, como se viu, pode ser uma a•‹o ou uma omiss‹o.
A quest‹o Ž: Qual Ž o resultado natural’stico que advŽm de uma omiss‹o?
Naturalisticamente nenhum, pois do nada, nada surge.

⇒! Assim, se uma omiss‹o n‹o pode gerar um resultado natural’stico,


como definir o nexo de causalidade nos crimes omissivos?
0

Para a perfeita compreens‹o dos crimes omissivos, Ž necess‡rio dividi-los


em duas espŽcies: crimes omissivos puros (ou pr—prios), e crimes omissivos
impuros (ou impr—prios).
Nos crimes omissivos puros o agente se omite quando o tipo penal
estabelece que a omiss‹o, naquelas circunst‰ncias, tipifica o delito.
EXEMPLO: Pedro passava por uma rua quando percebeu que Maria se
encontrava ca’da no ch‹o, clamando por ajuda. Pedro atŽ podia ajudar, sem que
isso representasse qualquer risco para sua pessoa. Todavia, Pedro decidiu n‹o
prestar socorro ˆ Maria.

No exemplo anterior, Pedro se omitiu, deixando de prestar socorro a quem


necessitava, mesmo podendo fazer isso sem risco pessoal. Neste caso, Pedro
praticou um crime omissivo pr—prio, pois o art. 135 do CP criminaliza esta
conduta. Vejamos:
Omiss‹o de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assist•ncia, quando poss’vel faz•-lo sem risco pessoal, ˆ crian•a
abandonada ou extraviada, ou ˆ pessoa inv‡lida ou ferida, ao desamparo ou em grave e
iminente perigo; ou n‹o pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pœblica:
Pena - deten•‹o, de um a seis meses, ou multa.

Como se v•, o tipo penal estabelece que aquele que n‹o fizer o que norma
determina responder‡ por aquele crime. Assim, no crime omissivo puro o agente
simplesmente descumpre a norma penal, que impunha o dever de agir.
Neste caso, Ž irrelevante avaliar se houve qualquer resultado (no exemplo,
Ž irrelevante saber se houve dano ˆ v’tima), pois o agente responde
criminalmente pelo simples fato de ter violado a norma penal, descumprindo o
mandamento.

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Nos crimes omissivos impuros, ou impr—prios, tambŽm chamados de
crimes comissivos por omiss‹o n‹o h‡ um tipo penal que estabele•a como crime
uma conduta omissiva. Em tais crimes o agente Ž responsabilizado por um
determinado resultado lesivo, por ter se omitido quando tinha o dever legal
de agir, n‹o imposto ˆs pessoas em geral.
EXEMPLO: Maria Ž casada com JosŽ. Todavia, Maria possui uma filha de 11 anos
de idade, Joana, oriunda de seu casamento anterior. Certo dia, Maria descobre
que JosŽ est‡ tendo rela•›es sexuais com sua filha. Com receio de que JosŽ se
separe dela, Maria n‹o adota nenhuma provid•ncia, ou seja, acompanha a
situa•‹o sem nada fazer para impedir que sua filha seja estuprada.

Neste caso, Maria praticou um crime omissivo impr—prio. Isto porque Maria
tinha o espec’fico dever de prote•‹o e cuidado em rela•‹o ˆ sua filha, de
forma que tinha o dever de agir para impedir que a filha fosse v’tima daquele
crime, ou seja, tinha o dever de agir para impedir a ocorr•ncia do resultado.
Se nos crimes omissivos puros a an‡lise do resultado Ž irrelevante, porque
o agente responde simplesmente por ter se omitido, nos crimes omissivos
impuros a an‡lise do resultado Ž penalmente relevante, pois o pr—prio resultado
ser‡ imputado ˆquele que se omitiu. No exemplo anterior, portanto, Maria
responder‡ pelo pr—prio crime de estupro (no caso, estupro de vulner‡vel, art.
217-A do CP), pois tinha o dever legal espec’fico de agir para evitar o
resultado.

A quest‹o que se coloca Ž: Qual Ž o resultado natural’stico que advŽm


de uma omiss‹o? Naturalisticamente nenhum, pois do nada, nada surge. Ent‹o,
como a m‹e poderia responder pelo estupro da filha, j‡ que a conduta da m‹e,
tecnicamente, n‹o foi a causa do estupro?
Tecnicamente falando, a conduta da m‹e n‹o deu causa ao resultado. O
resultado foi provocado pela conduta do padrasto. Entretanto, pela teoria
natural’stico-normativa, o resultado ser‡ imputado ˆ m‹e, em raz‹o do seu
descumprimento do dever de vigil‰ncia e cuidado.
Assim, nos crimes omissivos impr—prios a rela•‹o de causalidade que
liga a conduta do agente (uma omiss‹o) ao resultado NÌO ƒ FêSICA (pois a
omiss‹o n‹o d‡ causa ao resultado), mas NORMATIVA, ou seja, o resultado Ž a
ele imputado em raz‹o do descumprimento da norma (omitir-se, quando deveria
agir), num racioc’nio de presun•‹o: se o agente tivesse agido, possivelmente
teria evitado o resultado; como n‹o o fez, deve responder por ele.

RELAÇÃO DE
CRIMES CAUSALIDADE RESULTADO
COMISSIVOS FÍSICA OU NATURALÍSTICO
NATURAL

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CRIMES COMISSIVOS RELAÇÃO DE


POR OMISSÃO RESULTADO
(OMISSIVOS
CAUSALIDADE NATURALÍSTICO
IMPRÓPRIOS) NORMATIVA

2.2.4!Tipicidade
A tipicidade pode ser de duas ordens: tipicidade formal e tipicidade
material.
A tipicidade formal nada mais Ž que a adequa•‹o da conduta do agente
a uma previs‹o t’pica (norma penal que prev• o fato e lhe descreve como
crime). Assim, o tipo do art. 121 Ž: Òmatar alguŽmÓ. Portanto, quando Marcio
esfaqueia Luiz e o mata, est‡ cometendo fato t’pico (tipicidade formal), pois est‡
praticando uma conduta que encontra previs‹o como tipo penal.
N‹o h‡ muito o que se falar acerca da tipicidade formal. Basta que o
intŽrprete proceda ao cotejo entre a conduta praticada no caso concreto e
a conduta prevista na Lei Penal (subsun•‹o). Se a conduta praticada se
amoldar ˆquela prevista na Lei Penal, o fato ser‡ t’pico, ou seja, haver‡
adequa•‹o t’pica, por estar presente o elemento ÒtipicidadeÓ.

CUIDADO! Nem sempre a conduta praticada pelo agente se amolda


perfeitamente ao tipo penal (adequa•‹o imediata). Ës vezes Ž necess‡rio que se
proceda ˆ an‡lise de outro dispositivo da Lei Penal para se chegar ˆ conclus‹o de
que um fato Ž t’pico (adequa•‹o mediata).
EXEMPLO: Imaginem que Abreu (El Loco) dispara contra Adriano (El Imperador),
que n‹o morre. Nesse caso, como dizer que Abreu praticou fato t’pico (homic’dio
tentado), se o art. 121 diz ÒmatarÓ alguŽm, o que n‹o ocorreu? Nessa hip—tese,
conjuga-se o art. 121 do CP com seu art. 14, II, que diz ser o crime pun’vel na
modalidade tentada.

Assim, a adequa•‹o t’pica pode ser:


⇒! Imediata (direta) Ð Conduta do agente Ž exatamente aquela descrita
na norma penal incriminadora. Ex.: JosŽ atira em Maria, querendo sua
morte, e Maria morre. H‡ adequa•‹o t’pica imediata ao tipo penal do
art. 121 do CP.
⇒! Mediata (indireta) Ð A conduta do agente n‹o corresponde
exatamente ao que diz o tipo penal, sendo necess‡ria uma norma de
extens‹o. Ex.: Paulo empresta a arma para que JosŽ mate Maria, o

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que efetivamente ocorre. Paulo n‹o praticou a conduta de Òmatar
alguŽmÓ, logo, a adequa•‹o t’pica depende do art. 29 do CP (que
determina que os part’cipes respondam pelo crime). Assim: art. 121
+ art. 29 do CP.

Por fim, temos ainda a tipicidade material, que Ž a ocorr•ncia de uma


ofensa (les‹o ou exposi•‹o a risco) significativa ao bem jur’dico.
Assim, n‹o haver‡ tipicidade material quando a conduta, apesar de
formalmente t’pica (prevista na Lei como crime), n‹o for capaz de afetar
significativamente o bem jur’dico protegido pela norma. Um exemplo disso ocorre
nas hip—teses em que h‡ aplica•‹o do princ’pio da insignific‰ncia.
EXEMPLO: JosŽ subtrai uma folha de papel em branco, pertencente ˆ escola em
que o filho estuda. Neste caso, a conduta Ž formalmente t’pica (est‡ prevista na
Lei como crime de furto). Todavia, n‹o h‡ tipicidade material, j‡ que n‹o Ž uma
conduta capaz de ofender significativamente o bem jur’dico protegido pela norma
(o patrim™nio da escola).

2.3!Crime doloso e crime culposo


O dolo e a culpa s‹o o que se pode chamar de elementos subjetivos do
tipo penal.
Com o finalismo de HANS WELZEL, o dolo e a culpa (elementos
subjetivos) foram transportados da culpabilidade para o fato t’pico14
(conduta). Assim, a conduta (no finalismo) n‹o Ž mais apenas objetiva, sin™nimo
de a•‹o humana, mas sim a a•‹o humana dirigida a um fim (il’cito ou n‹o).
Vamos estudar cada um destes elementos separadamente.

2.3.1!Crime doloso
O dolo Ž o elemento subjetivo do tipo, consistente na vontade, livre e
consciente, de praticar o crime (dolo direto), ou a assun•‹o do risco produzido
pela conduta (dolo eventual). Nos termos do art. 18 do CP:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

O dolo direto, que Ž o elemento subjetivo cl‡ssico do crime, Ž composto


pela consci•ncia de que a conduta pode lesar um bem jur’dico mais a vontade de
lesar este bem jur’dico. Esses dois elementos (consci•ncia + vontade)
formam o que se chama de dolo natural.

14
BITENCOURT, Op. cit., p. 290/291

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Em Žpocas passadas, quando se entendia que o dolo pertencia ˆ
culpabilidade, a esses dois elementos (consci•ncia e vontade) era acrescido mais
um elemento, que era a consci•ncia da ilicitude. Esse era o chamado dolo
normativo. Assim, para que o dolo ficasse caracterizado era necess‡rio
comprovar que o agente teve n‹o s— a vontade livre e consciente de alcan•ar o
resultado, mas tambŽm comprovar que o agente sabia que sua conduta era
contr‡ria ao Direito.
Atualmente, com a transposi•‹o do dolo e da culpa para o fato t’pico (em
raz‹o da teoria finalista), os elementos normativos do dolo ficaram na
culpabilidade, de maneira que a chamada Òconsci•ncia da ilicitude da condutaÓ15
n‹o mais Ž analisada dentro do dolo em si, mas na culpabilidade. Para definir,
portanto, se o fato constitui uma conduta dolosa n‹o Ž necess‡rio, hoje, saber se
o agente tinha consci•ncia de que sua conduta era contr‡ria ao Direito, o que s—
ser‡ analisado na culpabilidade.
Desta maneira, podemos dizer que no finalismo o dolo Ž natural e no
causalismo o dolo Ž normativo.
O dolo direto pode ser, ainda, de segundo grau, ou de
consequ•ncias necess‡rias. Neste o agente n‹o deseja a produ•‹o do
resultado, mas aceita o resultado como consequ•ncia necess‡ria dos meios
empregados.
EXEMPLO: Imagine o caso de alguŽm que, querendo matar certo executivo,
coloca uma bomba no avi‹o em que este se encontra. Ora, nesse caso, o agente
age com dolo de primeiro grau em face da v’tima pretendida, pois quer sua morte,
e dolo de segundo grau em rela•‹o aos demais ocupantes do avi‹o, pois Ž certo
que tambŽm morrer‹o, embora este n‹o seja o objetivo do agente.

H‡, ainda, o que a Doutrina chama de dolo indireto. O dolo indireto se


divide em dolo eventual e dolo alternativo.
O dolo eventual consiste na consci•ncia de que a conduta pode gerar um
resultado criminoso, mais a assun•‹o desse risco, mesmo diante da probabilidade
de algo dar errado. Trata-se de hip—tese na qual o agente n‹o tem vontade de
produzir o resultado criminoso, mas, analisando as circunst‰ncias, sabe que este
resultado pode ocorrer e n‹o se importa, age da mesma maneira.
EXEMPLO: Imagine que Renato, dono de um s’tio, e apreciador da pr‡tica do tiro
esportivo, decida levantar s‡bado pela manh‹ e praticar tiro no seu terreno,
mesmo sabendo que as balas possuem longo alcance e que h‡ casas na
vizinhan•a. Renato atŽ n‹o quer que ninguŽm seja atingido, mas sabe que isso
pode ocorrer e n‹o se importa, pratica a conduta assim mesmo. Nesse caso, se
Renato atingir alguŽm, causando-lhe les›es ou mesmo a morte, estar‡ praticando
homic’dio doloso por dolo eventual

15
A Òconsci•ncia da ilicitudeÓ, inclusive, pode ser real (quando o agente sabe que sua conduta Ž contr‡ria
ao direito) ou meramente potencial (quando, apesar de n‹o saber que sua conduta Ž contr‡ria ao Direito,
tinha condi•›es intelectuais para ter este conhecimento).

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No dolo alternativo o agente pratica a conduta sem pretender alcan•ar um
resultado espec’fico, estabelecendo para si mesmo que qualquer dos resultados
poss’veis Ž v‡lido.
EXEMPLO: JosŽ atira uma pedra em Maria, querendo mat‡-la ou lesion‡-la, tanto
faz. Ou seja, JosŽ n‹o possui a inten•‹o espec’fica de matar, mas tambŽm n‹o
possui a inten•‹o espec’fica de lesionar. O que JosŽ, pretende, apenas, Ž causar
dano a Maria.

O dolo pode ser, ainda:


⇒! Dolo genŽrico Ð Atualmente, com o finalismo, passou a ser chamado
simplesmente de dolo, que Ž, basicamente, a vontade de praticar a
conduta descrita no tipo penal, sem nenhuma outra finalidade.
⇒! Dolo espec’fico, ou especial fim de agir Ð Em contraposi•‹o ao
dolo genŽrico, nesse caso o agente n‹o quer somente praticar a
conduta t’pica, mas o faz por alguma raz‹o especial, com alguma
finalidade espec’fica. ƒ o caso do crime de injœria, por exemplo, no
qual o agente deve n‹o s— praticar a conduta, mas deve faz•-lo com a
inten•‹o de ofender a honra subjetiva da v’tima.
⇒! Dolo direto de primeiro grau Ð Trata-se do dolo comum, aquele no
qual o agente tem a vontade direcionada para a produ•‹o do resultado,
como no caso do homicida que procura sua v’tima e a mata com
disparos de arma de fogo.
⇒! Dolo geral, por erro sucessivo, ou aberratio causae Ð Ocorre
quando o agente, acreditando ter alcan•ado seu objetivo, pratica nova
conduta, com finalidade diversa, mas depois se constata que esta
œltima foi a que efetivamente causou o resultado. Trata-se de erro
na rela•‹o de causalidade, pois embora o agente tenha
conseguido alcan•ar a finalidade proposta, somente o alcan•ou
atravŽs de outro meio, que n‹o tinha direcionado para isso.
Exemplo: Imagine a m‹e que, querendo matar o pr—prio filho de 05
anos, o estrangula e, com medo de ser descoberta, o joga num rio.
Posteriormente a crian•a Ž encontrada e se descobre que a v’tima
morreu por afogamento. Nesse caso, embora a m‹e n‹o tenha querido
matar o filho afogado, mas por estrangulamento, isso Ž irrelevante
penalmente, importando apenas o fato de que a m‹e alcan•ou o fim
pretendido (morte do filho), ainda que por outro meio, devendo, pois,
responder por homic’dio consumado.
⇒! Dolo antecedente, atual e subsequente Ð O dolo antecedente Ž o
que se d‡ antes do in’cio da execu•‹o da conduta. O dolo atual Ž o que
est‡ presente enquanto o agente se mantŽm exercendo a conduta, e
o dolo subsequente ocorre quando o agente, embora tendo iniciado a
conduta com uma finalidade l’cita, altera seu ‰nimo, passando a agir
de forma il’cita. Esse œltimo caso Ž o que ocorre no caso, por exemplo,
do crime de apropria•‹o indŽbita (art. 168 do CP), no qual o agente
recebe o bem de boa-fŽ, obrigando-se devolv•-lo, mas,

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posteriormente, muda de ideia e n‹o devolve o bem nas condi•›es
ajustadas, passando a agir de maneira il’cita.

2.3.2!Crime culposo
Se no crime doloso o agente quis o resultado, sendo este seu objetivo, ou
assumiu o risco de sua ocorr•ncia, embora n‹o fosse originalmente pretendido o
resultado, no crime culposo a conduta do agente Ž destinada a um determinado
fim (que pode ser l’cito ou n‹o), tal qual no dolo eventual, mas pela viola•‹o a
um dever de cuidado, o agente acaba por lesar um bem jur’dico de terceiro,
cometendo crime culposo.
A viola•‹o ao dever objetivo de cuidado pode se dar de tr•s maneiras:
¥! Neglig•ncia Ð O agente deixa de tomar todas as cautelas
necess‡rias para que sua conduta n‹o venha a lesar o bem jur’dico
de terceiro. ƒ o famoso relapso. Aqui o agente deixa de fazer algo
que deveria;
¥! Imprud•ncia Ð ƒ o caso do afoito, daquele que pratica atos
temer‡rios, que n‹o se coadunam com a prud•ncia que se deve ter
na vida em sociedade. Aqui o agente faz algo que a prud•ncia
n‹o recomenda;
¥! Imper’cia Ð Decorre do desconhecimento de uma regra tŽcnica
profissional. Assim, se o mŽdico, ap—s fazer todos os exames
necess‡rios, d‡ diagn—stico errado, concedendo alto ao paciente e
este vem a —bito em decorr•ncia da alta concedida, n‹o h‡
neglig•ncia, pois o profissional mŽdico adotou todos os cuidados
necess‡rios, mas em decorr•ncia de sua falta de conhecimento
tŽcnico, n‹o conseguiu verificar qual o problema do paciente, o que
acabou por ocasionar seu falecimento;

A punibilidade da culpa se fundamenta no desvalor do resultado praticado


pelo agente, embora o desvalor da conduta seja menor, pois n‹o deriva de uma
deliberada a•‹o contr‡ria ao direito.
O CP prev• o crime culposo em seu art. 18, II:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime culposo(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprud•ncia, neglig•ncia ou
imper’cia. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

O crime culposo Ž composto de:


¥! Uma conduta volunt‡ria Ð Dirigida a um fim l’cito, ou quando il’cito,
n‹o Ž destinada ˆ produ•‹o do resultado ocorrido.
¥! A viola•‹o a um dever objetivo de cuidado Ð Que pode se dar
por neglig•ncia, imprud•ncia ou imper’cia.

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¥! Um resultado natural’stico involunt‡rio Ð O resultado produzido
n‹o foi querido pelo agente (salvo na culpa impr—pria).
¥! Nexo causal Ð Rela•‹o de causa e efeito entre a conduta do agente
e o resultado ocorrido no mundo f‡tico.
¥! Tipicidade Ð O fato deve estar previsto como crime. Em regra, os
crimes s— podem ser praticados na forma dolosa, s— podendo ser
punidos a t’tulo de culpa quando a lei expressamente determinar.
Essa Ž a regra do ¤ œnico do art. 18 do CP: Par‡grafo œnico - Salvo os
casos expressos em lei, ninguŽm pode ser punido por fato previsto como
crime, sen‹o quando o pratica dolosamente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984).
¥! Previsibilidade objetiva - O resultado ocorrido deve ser previs’vel
mediante um esfor•o intelectual razo‡vel. ƒ chamada previsibilidade
do homem mŽdio. Assim, se uma pessoa comum, de intelig•ncia
mediana, seria capaz de prever aquele resultado, est‡ presente este
requisito. Se o resultado n‹o for previs’vel objetivamente, o fato Ž
um indiferente penal. Por exemplo: Se M‡rio, nas dunas de Natal, d‡
um chute em Jo‹o, a fim de causar-lhe les›es leves, e Jo‹o vem a
cair e bater com a cabe•a sobre um motor de Bugre que estava
enterrado sob a areia, vindo a falecer, M‡rio n‹o responde por
homic’dio culposo, pois seria inimagin‡vel a qualquer pessoa prever
que naquele local a v’tima poderia bater com a cabe•a em algo
daquele tipo e vir a falecer.

A culpa, por sua vez, pode ser de diversas modalidades:


¥! Culpa consciente e inconsciente Ð Na culpa consciente, o agente
prev• o resultado como poss’vel, mas acredita que este n‹o ir‡
ocorrer. Na culpa inconsciente (ex ignorantia), o agente n‹o prev•
que o resultado possa ocorrer. A culpa consciente se aproxima muito
do dolo eventual, pois em ambos o agente prev• o resultado e mesmo
assim age. Entretanto, a diferen•a Ž que, enquanto no dolo eventual
o agente assume o risco de produzi-lo, n‹o se importando com
a sua ocorr•ncia, na culpa consciente o agente n‹o assume o
risco de produzir o resultado, pois acredita, sinceramente, que ele
n‹o ocorrer‡.
¥! Culpa pr—pria e culpa impr—pria Ð A culpa pr—pria Ž aquela na
qual o agente NÌO QUER O RESULTADO criminoso. ƒ a culpa
propriamente dita. Pode ser consciente, quando o agente prev• o
resultado como poss’vel, ou inconsciente, quando n‹o h‡ essa
previs‹o. Na culpa impr—pria, o agente quer o resultado, mas,
por erro inescus‡vel, acredita que o est‡ fazendo amparado
por uma causa excludente da ilicitude ou da culpabilidade. ƒ o
caso do pai que, percebendo um barulho na madrugada, se levanta e
avista um vulto, determinando sua imediata parada. Como o vulto
continua, o pai dispara tr•s tiros de arma de fogo contra a v’tima,
acreditando estar agindo em leg’tima defesa de sua fam’lia. No

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entanto, ao verificar a v’tima, percebe que o vulto era seu filho de 16
anos que havia sa’do escondido para assistir a um show de Rock no
qual havia sido proibido de ir. Nesse caso, embora o crime seja
naturalmente doloso (pois o agente quis o resultado), por quest›es
de pol’tica criminal o C—digo determina que lhe seja aplicada a pena
correspondente ˆ modalidade culposa. Nos termos do art. 20, ¤ 1¡
do CP:
Art. 20 (...) ¤ 1¼ - ƒ isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunst‰ncias, sup›e situa•‹o de fato que, se existisse, tornaria a a•‹o leg’tima.
N‹o h‡ isen•‹o de pena quando o erro deriva de culpa e o fato Ž pun’vel como
crime culposo.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Cuidado! N‹o existe a chamada Òcompensa•‹o de culpasÓ no Direito Penal


brasileiro. EXEMPLO: Imaginem que Jœlio, dirigindo seu ve’culo, avan•a o sinal
vermelho e colide com o ve’culo de Carlos, que vinha na contram‹o. Ambos
agiram com culpa e causaram-se les›es corporais. Nesse caso, ambos
respondem pelo crime de les›es corporais, um em face do outro.

2.3.3!Crime preterdoloso
H‡ ainda a figura do crime preterdoloso (ou preterintencional). O
crime preterdoloso ocorre quando o agente, com vontade de praticar determinado
crime (dolo), acaba por praticar crime mais grave, n‹o com dolo, mas por culpa.
Um exemplo cl‡ssico Ž o crime de les‹o corporal seguida de morte, previsto no
art. 129, ¤ 3¡ do CP. Nesse crime o agente provoca les›es corporais na v’tima,
mediante conduta dolosa. No entanto, em raz‹o de sua imprud•ncia na execu•‹o
(excesso), acabou por provocar a morte da v’tima, que era um resultado n‹o
pretendido (culpa).
A Doutrina distingue, no entanto, o crime preterdoloso do crime
qualificado pelo resultado16. Para a Doutrina, o crime qualificado pelo
resultado Ž um g•nero, do qual o crime preterdoloso Ž espŽcie. Um crime
qualificado pelo resultado Ž aquele no qual, ocorrendo determinado
resultado, teremos a aplica•‹o de uma circunst‰ncia qualificadora. Aqui
Ž irrelevante se o resultado que qualifica o crime Ž doloso ou culposo. No delito
preterdoloso, o resultado que qualifica o crime Ž, necessariamente, culposo. Ou
seja, h‡ dolo na conduta inicial e culpa em rela•‹o ao resultado que efetivamente
ocorre.

EXEMPLO: Mariana agride Luciana com a inten•‹o apenas de lesion‡-la (dolo de


praticar o crime de les‹o corporal). Contudo, em raz‹o da for•a empregada por
Mariana, Luciana cai e bate com a cabe•a no ch‹o, vindo a falecer. Mariana fica
chocada, pois de maneira alguma pretendia a morte de Luciana. Nesse caso,

16
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 337

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Mariana praticou o crime de les‹o corporal seguida de morte, que Ž um crime
preterdoloso (dolo na conduta inicial, mas resultado obtido a t’tulo de culpa Ð
sem inten•‹o).

2.4!Crime consumado, tentado e imposs’vel


2.4.1!Iter criminis
O iter criminis Ž o Òcaminho do crimeÓ, ou seja, o itiner‡rio percorrido pelo
agente atŽ a consuma•‹o do delito.
O iter criminis pode ser dividido em 04 etapas:

2.4.1.1! Cogita•‹o (cogitatio)


ƒ a representa•‹o mental do crime na cabe•a do agente, a fase inicial, na
qual o agente idealiza como ser‡ a conduta criminosa. Trata-se de uma fase
interna, ou seja, n‹o h‡ exterioriza•‹o da ideia criminosa, ado•‹o de
preparativos, nada disso. Assim, a cogita•‹o Ž sempre impun’vel17, pois n‹o sai
da esfera psicol—gica do agente.

2.4.1.2! Atos preparat—rios (conatus remotus)


Aqui o agente adota algumas provid•ncias para a realiza•‹o do crime, ou
seja, d‡ in’cio aos preparativos para a pr‡tica delituosa, sem, contudo, iniciar a
execu•‹o do crime propriamente dita.
Ex.: JosŽ quer matar Maria. Para tanto, JosŽ vai atŽ uma loja e compra uma faca
bem grande.
Como regra, os atos preparat—rios s‹o impun’veis, j‡ que o agente n‹o
chega, sequer, a iniciar a execu•‹o do crime. Todavia, os atos preparat—rios ser‹o
pun’veis quando configurarem, por si s—, um delito aut™nomo.

Ex.: JosŽ quer falsificar v‡rias notas de R$ 100,00 (quer praticar o crime de
moeda falsa, art. 289 do CP). Assim, JosŽ compra um maquin‡rio destinado a
falsificar moeda. A princ’pio, essa conduta seria um mero ato preparat—rio
impun’vel. Todavia, neste espec’fico caso o CP j‡ criminaliza essa conduta
preparat—ria, estabelecendo um tipo penal aut™nomo, que Ž o crime de
Òpetrechos de falsifica•‹oÓ (art. 291 do CP18), ou seja, o CP j‡ considera crime a
aquisi•‹o do maquin‡rio!

17
Em raz‹o do princ’pio da Òexterioriza•‹o do fatoÓ ou Òmaterializa•‹o do fatoÓ, que impede a puni•‹o de
atitudes internas das pessoas.
18
Petrechos para falsifica•‹o de moeda
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a t’tulo oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho,
instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado ˆ falsifica•‹o de moeda:

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2.4.1.3! Atos execut—rios


Os atos execut—rios s‹o aqueles por meio dos quais o agente, efetivamente,
d‡ in’cio ˆ conduta delituosa, por meio de um ato capaz de provocar o resultado.
Ex.: JosŽ quer matar Maria. Para tanto, espera Maria passar pela porta de sua
casa e, quando ela passa, dispara contra ela um projŽtil de arma de fogo. Neste
momento se inicia a execu•‹o.

Diferenciar o que Ž ato de execu•‹o e o que Ž ato preparat—rio n‹o Ž tarefa


f‡cil. A Doutrina Ž bastante tormentosa a respeito, havendo algumas correntes.
As principais s‹o:
⇒! Teoria material (hostilidade ao bem jur’dico) Ð O agente inicia a
execu•‹o quando cria uma situa•‹o de perigo ao bem jur’dico. Ex.: JosŽ,
querendo matar Maria, se posiciona atr‡s de uma moita, esperando que ela
passe. Nesse caso, j‡ ter’amos execu•‹o do delito.
⇒! Teoria objetivo-formal Ð Para esta teoria a execu•‹o se inicia quando o
agente d‡ in’cio ˆ realiza•‹o da conduta descrita no nœcleo do tipo penal.
Assim, no exemplo anterior, ainda n‹o haveria execu•‹o, pois o agente
ainda n‹o teria dado in’cio ˆ execu•‹o da conduta de ÒmatarÓ.
⇒! Teoria objetivo-material Ð Para esta teoria haver‡ execu•‹o quando o
agente realizar a conduta descrita no nœcleo do tipo penal, bem como
quando praticar atos imediatamente anteriores ˆ conduta descrita no
nœcleo do tipo, partindo-se da vis‹o de uma terceira pessoa. Ex.: No
primeiro exemplo, haveria execu•‹o quando JosŽ estivesse esperando
Maria passar.
⇒! Teoria objetivo-individual Ð Para esta a defini•‹o do que Ž ato execut—rio
passa, necessariamente, pela an‡lise do plano do autor do fato, ou seja, do
seu dolo. Assim, seriam atos execut—rios aqueles que fossem
imediatamente anteriores ao in’cio da execu•‹o da conduta descrita no
nœcleo do tipo. Ex.: JosŽ quer furtar uma casa, e invade a resid•ncia. Neste
caso, mesmo n‹o tendo ainda dado in’cio ˆ subtra•‹o, j‡ haveria ato
execut—rio.

N‹o h‡ consenso, mas vem se firmando a ado•‹o da teoria objetivo-


individual, embora haja quem sustente ter sido adotada a teoria objetivo-formal,
ÒcomplementadaÓ pela an‡lise do plano do agente, a fim de abarcar tambŽm os
atos imediatamente anteriores ˆ realiza•‹o do tipo penal.

Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa.

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2.4.1.4! Consuma•‹o
Aqui o crime atinge sua realiza•‹o plena, havendo a presen•a de todos os
elementos que o comp›em, ou seja, o agente consegue realizar tudo o que o tipo
penal prev•, causando a ofensa jur’dica prevista na norma penal.
Temos, aqui, portanto, um crime completo e acabado.

2.4.1.5! Exaurimento
O exaurimento Ž uma etapa Òp—s-crimeÓ, ou seja, um acontecimento
posterior ˆ consuma•‹o do delito, n‹o alterando a tipifica•‹o da conduta.
Ex.: JosŽ pratica falso testemunho num processo que envolve Maria (crime de
falso testemunho consumado, art. 342 do CP). Ap—s isso, Maria Ž condenada em
raz‹o do testemunho falso de JosŽ (consequ•ncia que Ž mero exaurimento do
delito, n‹o alterando a tipifica•‹o do crime).

2.4.2!Tentativa
Todos os elementos citados como sendo partes integrantes do fato t’pico
(conduta, resultado natural’stico, nexo de causalidade e tipicidade) s‹o, no
entanto, elementos do crime material consumado, que Ž aquele no qual se
exige resultado natural’stico e no qual este resultado efetivamente ocorre.
Nos termos do art. 14 do CP:
Art. 14 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - consumado, quando nele se reœnem todos os elementos de sua defini•‹o legal; (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - tentado, quando, iniciada a execu•‹o, n‹o se consuma por circunst‰ncias alheias ˆ
vontade do agente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Assim, nos crimes tentados, por n‹o haver sua consuma•‹o (ocorr•ncia de
resultado natural’stico), n‹o estar‹o presentes, em regra, os elementos
ÒresultadoÓ e Ònexo de causalidadeÓ.
Disse Òem regraÓ, porque pode acontecer que um crime tentado produza
resultados, que ser‹o analisados de acordo com a conduta do agente e sua
aptid‹o para produzi-los.
EXEMPLO: Imaginem que Marcelo, visando ˆ morte de Rodrigo, dispare cinco
tiros de pistola contra ele. Rodrigo Ž baleado, fica paraplŽgico, mas sobrevive.
Nesse caso, como o objetivo n‹o era causar les‹o corporal, mas sim matar, o
crime n‹o foi consumado, pois a morte n‹o ocorreu. Entretanto, n‹o se pode
negar que houve resultado natural’stico e nexo causal, embora este resultado
n‹o tenha sido o pretendido pelo agente quando da pr‡tica da conduta
criminosa.

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O crime consumado n—s j‡ estudamos, cabe agora analisar as hip—teses de
crime na modalidade tentada.
Como disse a voc•s, pode ocorrer de uma conduta ser enquadrada em
determinado tipo penal sem que sua pr‡tica corresponda exatamente ao
que prev• o tipo. No caso acima, Marcelo responder‡ pelo tipo penal de
homic’dio (art. 121 do CP), na modalidade tentada (art. 14, II do CP). Mas se
voc•s analisarem, o art. 121 do CP diz Òmatar alguŽmÓ. Marcelo n‹o matou
ninguŽm. Assim, como enquadr‡-lo na conduta prevista pelo art. 121?
Isso Ž o que chamamos de adequa•‹o t’pica mediata, conforme j‡
estudamos.
Na adequa•‹o t’pica mediata o agente n‹o pratica exatamente a conduta
descrita no tipo penal, mas em raz‹o de uma outra norma que estende
subjetiva ou objetivamente o alcance do tipo penal, ele deve responder
pelo crime. Assim, no caso em tela, Marcelo s— responde pelo crime em raz‹o
da exist•ncia de uma norma que aumenta o alcance objetivo (relativo ˆ conduta)
do tipo penal para abarcar tambŽm as hip—teses de tentativa (art. 14, II do CP).
Tudo bem, galera? Vamos em frente!
O inciso II do art. 14 fala em Òcircunst‰ncias alheias ˆ vontade do
agenteÓ. Isso significa que o agente inicia a execu•‹o do crime, mas em raz‹o
de fatores externos, o resultado n‹o ocorre. No caso concreto que citei, o fator
externo, alheio ˆ vontade de Marcelo, foi provavelmente sua falta de precis‹o no
uso da arma de fogo e o socorro eficiente recebido por Rodrigo, que impediu sua
morte.
O ¤ œnico do art. 14 do CP diz:
Art. 14 (...)
Par‡grafo œnico - Salvo disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os. (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)

Desta forma, o crime cometido na modalidade tentada n‹o Ž punido da


mesma maneira que o crime consumado, pois embora o desvalor da conduta (sua
reprovabilidade social) seja o mesmo do crime consumado, o desvalor do
resultado (suas consequ•ncias na sociedade) Ž menor, indiscutivelmente. Assim,
diz-se que o CP adotou a teoria dual’stica, realista ou objetiva da
punibilidade da tentativa.19

19
Em contraposi•‹o ˆ Teoria objetiva h‡ a Teoria subjetiva, que sustenta que a punibilidade da tentativa
deveria estar atrelada ao fato de que o desvalor da conduta Ž o mesmo do crime consumado (Ž t‹o
reprov‡vel a conduta de ÒmatarÓ quanto a de Òtentar matarÓ). Para esta Teoria, a tentativa deveria ser
punida da mesma forma que o crime consumado (BITENCOURT, Op. cit., p. 536/537). Na verdade, adotou-
se no Brasil uma espŽcie de Teoria objetiva ÒtemperadaÓ ou mitigada. Isto porque a regra do art. 14, II
admite exce•›es, ou seja, existem casos na legisla•‹o p‡tria em que se pune a tentativa com a mesma pena
do crime consumado.

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Mas qual o critŽrio para aplica•‹o da quantidade de diminui•‹o (1/3
ou 2/3)? Nesse caso, o Juiz deve analisar a proximidade de alcance do resultado.
Quanto mais pr—xima do resultado chegar a conduta, menor ser‡ a
diminui•‹o da pena, e vice-versa. No exemplo acima, como Marcelo quase
matou Rodrigo, chegando a deix‡-lo paraplŽgico, a diminui•‹o ser‡ a menor
poss’vel (1/3), pois o resultado esteve perto de se consumar. Entretanto, se
Marcelo tivesse errado todos os disparos, o resultado teria passado longe da
consuma•‹o, devendo o Juiz aplicar a redu•‹o m‡xima.
A tentativa pode ser:

⇒! Tentativa branca ou incruenta Ð Ocorre quando o agente sequer atinge o


objeto que pretendia lesar. Ex.: JosŽ atira em Maria, com dolo de matar, mas
erra o alvo.
⇒! Tentativa vermelha ou cruenta Ð Ocorre quando o agente atinge o objeto,
mas n‹o obtŽm o resultado natural’stico esperado, em raz‹o de
circunst‰ncias alheias ˆ sua vontade. Ex.: JosŽ atira em Maria, com dolo de
matar, e acerta o alvo. Maria, todavia, sofre apenas les›es leves no bra•o,
n‹o vindo a falecer.
⇒! Tentativa perfeita Ð Ocorre quando o agente esgota completamente os
meios de que dispunha para lesar o objeto material. Ex.: JosŽ atira em Maria,
com dolo de matar, descarregando todos os projŽteis da pistola. Acreditando
ter provocado a morte, vai embora satisfeito. Todavia, Maria Ž socorrida e
n‹o morre.
⇒! Tentativa imperfeita Ð Ocorre quando o agente, antes de esgotar toda a
sua potencialidade lesiva, Ž impedido por circunst‰ncias alheias, sendo
for•ado a interromper a execu•‹o. Ex.: JosŽ possui um rev—lver com 06
projŽteis. Dispara os 03 primeiros contra Maria, mas antes de disparar o
quarto Ž surpreendido pela chegada da Pol’cia Militar, de forma que foge sem
completar a execu•‹o, e Maria n‹o morre.

ƒ poss’vel a mescla de espŽcies de tentativa entre as duas primeiras com


as duas œltimas (cruenta e imperfeita, incruenta e imperfeita, etc.), mas nunca
entre elas mesmas (ao mesmo tempo cruenta e incruenta ou perfeita e
imperfeita), por quest›es l—gicas.

Em regra, todos os crimes admitem tentativa. Entretanto, n‹o admitem


tentativa:
¥! Crimes culposos Ð Nestes crimes o resultado natural’stico n‹o Ž querido
pelo agente, logo, a vontade dele n‹o Ž dirigida a um fim il’cito e,

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portanto, n‹o ocorrendo este, n‹o h‡ que se falar em interrup•‹o
involunt‡ria da execu•‹o do crime20.
¥! Crimes preterdolosos Ð Como nestes crimes existe dolo na conduta
precedente e culpa na conduta seguinte, a conduta seguinte Ž culposa,
n‹o se admitindo, portanto, tentativa;
¥! Crimes unissubsistentes Ð S‹o aqueles que se produzem mediante um
œnico ato, n‹o cabendo fracionamento de sua execu•‹o. Assim, ou o crime
Ž consumado ou sequer foi iniciada sua execu•‹o. EXEMPLO: Injœria. Ou
o agente profere a injœria e o crime est‡ consumado ou ele sequer chega
a proferi-la, n‹o chegando o crime a ser iniciado;
¥! Crimes omissivos pr—prios Ð Seguem a mesma regra dos crimes
unissubsistentes, pois ou o agente se omite, e pratica o crime na
modalidade consumada ou n‹o se omite, hip—tese na qual n‹o comete
crime;
¥! Crimes de perigo abstrato Ð Como aqui tambŽm h‡ crime
unissubsistente (n‹o h‡ fracionamento da execu•‹o do crime), n‹o se
admite tentativa;
¥! Contraven•›es penais Ð A tentativa, neste caso, atŽ pode ocorrer, mas
n‹o ser‡ pun’vel, nos termos do art. 4¡ do Decreto-Lei n¡ 3.688/41 (Lei
das Contraven•›es penais);
¥! Crimes de atentado (ou de empreendimento) Ð S‹o crimes que se
consideram consumados com a obten•‹o do resultado ou ainda com a
tentativa deste. Por exemplo: O art. 352 tipifica o crime de Òevas‹oÓ,
dizendo: Òevadir-se ou tentar evadir-seÓ... Desta maneira, ainda que n‹o
consiga o preso se evadir, o simples fato de ter tentado isto j‡ consuma
o crime;
¥! Crimes habituais Ð Nestes crimes, o agente deve praticar diversos atos,
habitualmente, a fim de que o crime se consume. Entretanto, o problema
Ž que cada ato isolado Ž um indiferente penal. Assim, ou o agente praticou
poucos atos isolados, n‹o cometendo crime, ou praticou os atos de forma
habitual, cometendo crime consumado. Exemplo: Crime de
curandeirismo, no qual ou o agente pratica atos isolados, n‹o praticando
crime, ou o faz com habitualidade, praticando crime consumado, nos
termos do art. 284, I do CP.

2.4.3!Crime imposs’vel
Nos termos do C—digo Penal:

20
Todavia, no excepcional caso de Òculpa impr—priaÓ, como o agente quis o resultado, mas est‡
recebendo a pena relativa ao crime culposo por quest›es de pol’tica criminal, ser‡ cab’vel a tentativa, pois
Ž poss’vel que o agente tente obter o resultado, por erro evit‡vel, n‹o consiga, e teremos um crime tentado,
Como o agente n‹o responder‡ pelo dolo, mas por culpa, poderemos ter um crime culposo em sua forma
tentada.

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Art. 17 - N‹o se pune a tentativa quando, por inefic‡cia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, Ž imposs’vel consumar-se o crime.(Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)

Como podemos perceber, o crime imposs’vel (tentativa inid™nea)


guarda semelhan•as com a tentativa, entretanto, com ela n‹o se
confunde.
Na tentativa, propriamente dita, o agente inicia a execu•‹o do crime, mas
por circunst‰ncias alheias ˆ sua vontade o resultado n‹o se consuma (art. 14, II
do CPC).
No crime imposs’vel, diferentemente do que ocorre na tentativa, embora
o agente inicie a execu•‹o do delito, JAMAIS o crime se consumaria, em
hip—tese nenhuma, ou pelo fato de que o meio utilizado Ž completamente
ineficaz ou porque o objeto material do crime Ž impr—prio para aquele crime. Vou
dar dois exemplos:
EXEMPLO: Imaginem que Marcelo pretenda matar sua sogra Maria. Marcelo
chega, ˆ surdina, de noite, e percebendo que Maria dorme no sof‡, desfere
contra ela 10 facadas no peito. No entanto, no laudo pericial se descobre que
Maria j‡ estava morta, em raz‹o de um mal sœbito que sofrera horas antes.
Nesse caso, o crime Ž imposs’vel, pois o objeto material (a sogra, Maria)
n‹o era uma pessoa, mas um cad‡ver. Logo, n‹o h‡ como se praticar o crime
de homic’dio em face de um cad‡ver.
No mesmo exemplo, imagine que Marcelo pretenda matar sua sogra a
tiros e, surpreenda-a na servid‹o que d‡ acesso ˆ casa. Entretanto, quando
Marcelo aperta o gatilho, percebe que, na verdade, foi enganado pelo vendedor,
que o vendeu uma arma de brinquedo.
Nesse œltimo caso o crime Ž imposs’vel, pois o meio utilizado por Marcelo
Ž completamente ineficaz para causar a morte da v’tima.
Em ambos os casos temos hip—tese de crime imposs’vel.

Na verdade, o crime imposs’vel Ž uma espŽcie de tentativa, com a


circunst‰ncia de que jamais poder‡ se tornar consuma•‹o, face ˆ
impropriedade do objeto ou do meio utilizado. Por isso, n‹o se pode punir a
tentativa nestes casos, eis que n‹o houve les‹o ou sequer exposi•‹o ˆ les‹o do
bem jur’dico tutelado, n‹o bastando para a puni•‹o do agente o mero desvalor
da conduta, devendo haver um m’nimo de desvalor do resultado.

Cuidado! A inefic‡cia do meio ou a impropriedade do objeto devem ser


ABSOLUTAS, ou seja, em nenhuma hip—tese, considerando aquelas
circunst‰ncias, o crime poderia se consumar. Assim, se M‡rcio atira em JosŽ, com

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inten•‹o de mat‡-lo, mas o crime n‹o se consuma porque JosŽ usava um colete
ˆ prova de balas, n‹o h‡ crime imposs’vel, pois o crime poderia se consumar21.

Como o CP previu a impossibilidade de puni•‹o da tentativa inid™nea (crime


imposs’vel), diz-se que o CP adotou a teoria OBJETIVA DA PUNIBILIDADE
DO CRIME IMPOSSêVEL.22

2.4.4!Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz


Embora a Doutrina tenha se dividido quanto ˆ defini•‹o da natureza jur’dica
destes institutos, a Doutrina majorit‡ria entende se tratar de causas de
exclus‹o da tipicidade, pois n‹o tendo ocorrido o resultado, e tambŽm n‹o se
tratando de hip—tese tentada, n‹o h‡ como se punir o crime nem a t’tulo de
consuma•‹o nem a t’tulo de tentativa.
Na desist•ncia volunt‡ria o agente, por ato volunt‡rio, desiste de dar
sequ•ncia aos atos execut—rios, mesmo podendo faz•-lo. Conforme a cl‡ssica
FîRMULA DE FRANK:
⇒! Na tentativa Ð O agente quer, mas n‹o pode prosseguir.
⇒! Na desist•ncia volunt‡ria Ð O agente pode, mas n‹o quer
prosseguir.

Para que fique caracterizada a desist•ncia volunt‡ria, Ž necess‡rio que o


resultado n‹o se consume em raz‹o da desist•ncia do agente.
EXEMPLO: Se Poliana dispara um tiro de pistola em Jason e, podendo disparar
mais cinco, n‹o o faz, mas este mesmo assim vem a falecer, Poliana responde
por homic’dio consumado. Se, no entanto, Jason n‹o vem a —bito, Poliana n‹o
responde por homic’dio tentado (n‹o h‡ tentativa, lembram-se?), mas por
les›es corporais.

No arrependimento eficaz Ž diferente. Aqui o agente j‡ praticou todos


os atos execut—rios que queria e podia, mas ap—s isto, se arrepende do
ato e adota medidas que acabam por impedir a consuma•‹o do resultado.
Imagine que no exemplo anterior, Poliana tivesse disparado todos os tiros
da pistola em Jason. Depois disso, Poliana se arrepende do que fez e providencia
o socorro de Jason, que sobrevive em raz‹o do socorro prestado. Neste caso,
ter’amos arrependimento eficaz.
Ambos os institutos est‹o previstos no art. 15 do CP:

21
O STJ j‡ sumulou entendimento, por exemplo, no sentido de que a presen•a de c‰meras e dispositivos
eletr™nicos de seguran•a em estabelecimentos comerciais n‹o afasta a possibilidade de consuma•‹o do
crime de furto. Assim, se o agente tenta sair do local com um produto escondido (furto), mas Ž detido pelos
seguran•as, n‹o h‡ crime imposs’vel, pois havia uma possibilidade, ainda que pequena, de que ele
conseguisse burlar o sistema e causar o preju’zo ao bem jur’dico tutelado (patrim™nio do estabelecimento)
22
BITENCOURT, Op. cit., p. 542/543.

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Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou
impede que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Para que estes institutos ocorram, Ž necess‡rio que a conduta (desist•ncia


volunt‡ria e arrependimento eficaz) impe•a a consuma•‹o do resultado. Se o
resultado, ainda assim, vier a ocorrer, o agente responde pelo crime,
incidindo, no entanto, uma atenuante de pena genŽrica, prevista no art. 65, III,
b do CP.
A Doutrina entende que tambŽm Hç DESISTæNCIA VOLUNTçRIA
quando o agente deixa de prosseguir na execu•‹o para faz•-la mais tarde, por
qualquer motivo, por exemplo, para n‹o levantar suspeitas. Nesse caso, mesmo
n‹o sendo nobre o motivo da desist•ncia, a Doutrina entende que h‡ desist•ncia
volunt‡ria.
Se o crime for cometido em concurso de pessoas e somente um deles
realiza a conduta de desist•ncia volunt‡ria ou arrependimento eficaz, esta
circunst‰ncia se comunica aos demais, pois como se trata de hip—tese de
exclus‹o da tipicidade, o crime n‹o foi cometido, respondendo todos apenas pelos
atos praticados atŽ ent‹o.

2.4.5!Arrependimento posterior
O arrependimento posterior, por sua vez, n‹o exclui o crime, pois
este j‡ se consumou, mas Ž causa obrigat—ria de diminui•‹o de pena.
Ocorre quando, nos crimes em que n‹o h‡ viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa,
o agente, atŽ o recebimento da denœncia ou queixa, repara o dano provocado ou
restitui a coisa. Nos termos do art. 16 do CP:
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa, reparado o dano
ou restitu’da a coisa, atŽ o recebimento da denœncia ou da queixa, por ato volunt‡rio do
agente, a pena ser‡ reduzida de um a dois ter•os. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)

EXEMPLO: Imagine o crime de dano (art. 163 do CP), no qual o agente quebra
a vidra•a de uma padaria, revoltado com o esgotamento do p‹o franc•s naquela
tarde. Nesse caso, se antes do recebimento da queixa o agente ressarcir o
preju’zo causado, ele responder‡ pelo crime, mas a pena aplicada dever‡
ser diminu’da de um a dois ter•os.

Vejam que n‹o se aplica o instituto se o crime Ž cometido com viol•ncia


ou grave amea•a ˆ pessoa.
A Doutrina entende que se a viol•ncia for culposa, pode ser aplicado o
instituto. Assim, se o agente comete les‹o corporal culposa (viol•ncia culposa),
e antes do recebimento da queixa paga todas as despesas mŽdicas da v’tima,
presta todo o aux’lio necess‡rio, deve ser aplicada a causa de diminui•‹o de pena.

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No caso de viol•ncia impr—pria, a Doutrina se divide. A viol•ncia
impr—pria Ž aquela na qual n‹o h‡ viol•ncia propriamente dita, mas o agente
reduz a v’tima ˆ impossibilidade de defesa (ex. Amorda•a e amarra o caixa da
loja no crime de roubo). Parte da Doutrina entende que o benef’cio pode ser
aplicado, parte entende que n‹o pode.
O arrependimento posterior tambŽm se comunica aos demais agentes
(coautores).
A Doutrina entende, ainda, que se a v’tima se recusar a receber a coisa
ou a repara•‹o do dano, mesmo assim o agente dever‡ receber a causa
de diminui•‹o de pena.
O quantum da diminui•‹o da pena (um ter•o a dois ter•os) ir‡ variar
conforme a celeridade com que ocorreu o arrependimento e a voluntariedade
deste ato.
Vamos sintetizar isso tudo? O quadro abaixo pode ajudar voc•s na
compreens‹o dos institutos da tentativa, da desist•ncia volunt‡ria, do
arrependimento eficaz e do arrependimento posterior:

QUADRO ESQUEMçTICO
INSTITUTO RESUMO CONSEQUæNCIAS

TENTATIVA Agente pratica a conduta Responde pelo


delituosa, mas por crime, com
circunst‰ncias alheias ˆ sua redu•‹o de pena
vontade, o resultado n‹o de 1/3 a 2/3.
ocorre.

DESISTæNCIA O agente INICIA a pr‡tica da Responde apenas


VOLUNTçRIA conduta delituosa, mas se pelos atos j‡
arrepende, e CESSA a atividade praticados.
criminosa (mesmo podendo Desconsidera-se o
continuar) e o resultado n‹o Òdolo inicialÓ, e o
ocorre. agente Ž punido
apenas pelos danos
que efetivamente
causou.
ARREPENDIMENTO O agente INICIA a pr‡tica da Responde apenas
EFICAZ conduta delituosa E COMPLETA A pelos atos j‡
EXECU‚ÌO DA CONDUTA, mas se praticados.
arrepende do que fez e toma as Desconsidera-se o
provid•ncias para que o resultado Òdolo inicialÓ, e o
inicialmente pretendido n‹o agente Ž punido
apenas pelos danos

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ocorra. O resultado NÌO que efetivamente
ocorre. causou.
ARREPENDIMENTO O agente completa a execu•‹o da O agente tem a
POSTERIOR atividade criminosa e o pena reduzida de
resultado efetivamente 1/3 a 2/3.
ocorre. PorŽm, ap—s a ocorr•ncia
do resultado, o agente se
arrepende E REPARA O DANO ou
RESTITUI A COISA.
1.! S— pode ocorrer nos crimes
cometidos sem viol•ncia
ou grave amea•a ˆ
pessoa
2.! S— tem validade se ocorre
antes do recebimento da
denœncia ou queixa.

CASO HAJA
ARREPENDIMENTO
CRIME SE RESPONDE
PELO CRIME
POSTERIOR =
CAUSA DE
CONSUMA CONSUMADO
DIMINUIÇÃO DE
PENA (1/3 a 2/3)

INÍCIO DA
AGENTE DESISTIU DA
EXECUÇÃO DO EXECUÇÃO
DELITO (DESISTÊNCIA
VOLUNTÁRIA) RESPONDE SÓ
PELOS ATOS
AGENTE COMPLETOU A PRATICADOS
CRIME NÃO SE EXECUÇÃO MAS SE
ARREPENDEU E EVITOU O
CONSUMA RESULTADO
(ARREPENDIMENTO EFICAZ)

O RESULTADO NÃO OCORREU


POR FATORES EXTERNOS À RESPONDE PELO
VONTADE DO AGENTE CRIME PRETENDIDO
(TENTATIVA) NA FORMA TENTADA

2.4.6!Causas de exclus‹o do fato t’pico


Haver‡ exclus‹o do fato t’pico sempre que estiver ausente algum de seus
elementos. As principais hip—teses s‹o:

2.4.6.1! Coa•‹o f’sica irresist’vel


A coa•‹o f’sica irresist’vel (tambŽm chamada de vis absoluta) exclui a
CONDUTA, por aus•ncia completa de vontade do agente coagido. Logo, acaba

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por excluir o fato t’pico. N‹o confundir com a coa•‹o MORAL irresist’vel, que
exclui a culpabilidade.
Ex.: JosŽ pega Maria ˆ for•a e, segurando seu bra•o, faz com que Maria
esfaqueie Joana, que est‡ dormindo. Neste caso, Maria n‹o teve conduta, pois
n‹o teve dolo ou culpa. Maria n‹o escolheu esfaquear, foi coagida fisicamente
a fazer isso.

2.4.6.2! Erro de tipo inevit‡vel


No erro de tipo inevit‡vel o agente pratica o fato t’pico por incidir em erro
sobre um de seus elementos. Quando o erro Ž inevit‡vel (qualquer pessoa
naquelas circunst‰ncias cometeria o erro), o agente n‹o responde por crime
algum (afasta-se o dolo e a culpa).
Ex.: JosŽ pega o celular que est‡ em cima do balc‹o da loja e vai embora,
acreditando ser o seu celular. Todavia, quando chega em casa, v• que pegou o
celular de outra pessoa, pois confundiu com o seu. Neste caso, JosŽ praticou, em
tese, o crime de furto (art. 155 do CP). Todavia, como houve erro inevit‡vel sobre
um dos elementos do tipo (o elemento Òcoisa alheiaÓ, j‡ que JosŽ acreditava que
a coisa era sua), JosŽ n‹o responder‡ por crime algum.

2.4.6.3! Sonambulismo e atos reflexos


Nas hip—teses de sonambulismo e de atos reflexos tambŽm se afasta o fato
t’pico, pois em ambos os casos o agente n‹o tem controle sobre sua a•‹o ou
omiss‹o, ou seja, temos a exterioriza•‹o f’sica do ato, sem que haja dolo ou
culpa.
Ex.: JosŽ d‡ um susto em Ricardo, que acaba mexendo os bra•os repentinamente
e acerta uma cotovelada em Paula. Neste caso, Ricardo n‹o responde por crime
de les‹o corporal pois n‹o teve dolo ou culpa.

2.4.6.4! Insignific‰ncia e adequa•‹o social da conduta


Tanto na hip—tese de insignific‰ncia da conduta (aus•ncia de ofensa
significativa ao bem jur’dico protegido pela norma) quanto na hip—tese de
adequa•‹o social da conduta (toler‰ncia da sociedade frente a uma conduta que
Ž tipificada como crime), h‡ exclus‹o do fato t’pico, eis que n‹o haver‡ tipicidade
material.

2.5!Ilicitude
J‡ vimos que a conduta deve ser considerada um fato t’pico para que o
primeiro elemento do crime esteja presente. Entretanto, isso n‹o basta. Uma

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conduta enquadrada como fato t’pico pode n‹o ser il’cita perante o direito. Assim,
a antijuridicidade (ou ilicitude) Ž a condi•‹o de contrariedade da conduta
perante o Direito.
Estando presente o primeiro elemento (fato t’pico), presume-se
presente a ilicitude, devendo o acusado comprovar a exist•ncia de uma
causa de exclus‹o da ilicitude. Percebam, assim, que uma das fun•›es do fato
t’pico Ž gerar uma presun•‹o de ilicitude da conduta, que pode ser desconstitu’da
diante da presen•a de uma das causas de exclus‹o da ilicitude.
As causas de exclus‹o da ilicitude podem ser:
¥! GenŽricas Ð S‹o aquelas que se aplicam a todo e qualquer crime. Est‹o
previstas na parte geral do C—digo Penal, em seu art. 23;
¥! Espec’ficas Ð S‹o aquelas que s‹o pr—prias de determinados crimes, n‹o
se aplicando a outros. Por exemplo: Furto de coisas comum, previsto no art.
156, ¤2¡. Nesse caso, o fato de a coisa furtada ser comum retira a ilicitude
da conduta. PorŽm, s— nesse crime!

As causas genŽricas de exclus‹o da ilicitude s‹o: a) estado de


necessidade; b) leg’tima defesa; c) exerc’cio regular de um direito; d) estrito
cumprimento do dever legal. Entretanto, a Doutrina majorit‡ria e a
Jurisprud•ncia entendem que existem causas supralegais de exclus‹o da ilicitude
(n‹o previstas na lei, mas que decorrem da l—gica, como o consentimento do
ofendido nos crimes contra bens dispon’veis).

2.5.1!Estado de necessidade
Est‡ previsto no art. 24 do C—digo Penal:
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-
se.
!
O Brasil adotou a teoria unit‡ria de estado de necessidade, que
estabelece que o bem jur’dico protegido deve ser de valor igual ou superior
ao sacrificado, afastando-se em ambos os casos a ilicitude da conduta.
EXEMPLO: Marcos e Jo‹o est‹o num avi‹o que est‡ caindo. S— h‡ uma mochila
com paraquedas. Marcos agride Jo‹o atŽ causar-lhe a morte, a fim de que o
paraquedas seja seu e ele possa se salvar. Nesse caso, o bem jur’dico que
Marcos buscou preservar (vida) Ž de igual valor ao bem sacrificado (Vida de
Jo‹o). Assim, Marcos n‹o cometeu crime, pois agiu coberto por uma excludente
de ilicitude, que Ž o estado de necessidade.

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No caso de o bem sacrificado ser de valor maior que o bem protegido,
o agente responde pelo crime, mas tem sua pena diminu’da.23 Nos termos
do art. 24, ¤ 2¡ do CP:
Art. 24 (...)
¤ 2¼ - Embora seja razo‡vel exigir-se o sacrif’cio do direito amea•ado, a pena poder‡
ser reduzida de um a dois ter•os.
!
Assim, se era razo‡vel entender que o agente deveria sacrificar o bem que
na verdade escolheu proteger, ele responde pelo crime, mas em raz‹o das
circunst‰ncias ter‡ sua pena diminu’da de um a dois ter•os, conforme o caso.
Os requisitos para a configura•‹o do estado de necessidade s‹o
basicamente dois: a) a exist•ncia de uma situa•‹o de perigo a um bem jur’dico
pr—prio ou de terceiro; b) o fato necessitado (conduta do agente na qual ele
sacrifica o bem alheio para salvar o pr—prio ou do terceiro).
Entretanto, a situa•‹o de perigo deve:
¥! N‹o ter sido criada voluntariamente pelo agente (ou seja, se foi
ele mesmo quem deu causa, n‹o poder‡ sacrificar o direito de um
terceiro a pretexto de salvar o seu). EXEMPLO: O agente provoca ao
naufr‡gio de um navio e, para se salvar, mata um terceiro, a fim de
ficar com o œltimo colete dispon’vel. Nesse caso, embora os bens sejam
de igual valor, a situa•‹o de perigo foi criada pelo pr—prio agente, logo,
ele n‹o estar‡ agindo em estado de necessidade.24
¥! Perigo atual Ð O perigo deve estar ocorrendo. A lei n‹o permite o
estado de necessidade diante de um perigo futuro, ainda que iminente;
¥! A situa•‹o de perigo deve estar expondo ˆ les‹o um bem jur’dico
do pr—prio agente ou de um terceiro.
¥! O agente n‹o pode ter o dever jur’dico enfrentar o perigo.25

Quanto ˆ conduta do agente, ela deve ser:

23
Bitencourt sustenta que, apesar da ado•‹o da teoria unit‡ria, quando a escolha do agente por sacrificar
determinado bem em detrimento de outro n‹o for a mais correta de acordo com o Direito, mas puder ser
considerada como algo que qualquer pessoa acabaria fazendo da mesma forma, ter’amos o estado de
necessidade exculpante supralegal, ou seja, o Juiz poderia afastar a culpabilidade do agente por considerar
ser inexig’vel conduta diversa. BITENCOURT, Op. cit., p. 411/413

24
A Doutrina se divide quanto ˆ abrang•ncia da express‹o ÒvoluntariamenteÓ. Alguns sustentam que tanto
a causa•‹o culposa quanto a dolosa afastam a possibilidade de caracteriza•‹o do estado de necessidade
(Por todos, ASSIS TOLEDO). Outros defendem que somente a causa•‹o DOLOSA impede a caracteriza•‹o
do estado de necessidade (Por todos, DAMçSIO DE JESUS e CEZAR ROBERTO BITENCOURT). BITENCOURT,
Op. cit., p. 419

25
Todavia, a Doutrina entende que se n‹o h‡ mais como enfrentar a situa•‹o, Ž poss’vel alegar o estado
de necessidade, mesmo por aquele que teria o dever de enfrentar o perigo. Entende-se que n‹o se pode
exigir do agente um ato de hero’smo, sacrificando a pr—pria vida em prol de terceiros.

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¥! Inevit‡vel Ð O bem jur’dico protegido s— seria salvo daquela maneira.
N‹o havia outra forma de salvar o bem jur’dico.
¥! Proporcional Ð O agente deve sacrificar apenas bens jur’dicos de menor
ou igual valor ao que pretende proteger.

O estado de necessidade pode ser


¥! Agressivo Ð Quando para salvar seu bem jur’dico o agente sacrifica
bem jur’dico de um terceiro que n‹o provocou a situa•‹o de
perigo.
¥! Defensivo Ð Quando o agente sacrifica um bem jur’dico de quem
ocasionou a situa•‹o de perigo.

Pode ser ainda:


¥! Real Ð Quando a situa•‹o de perigo efetivamente existe;
¥! Putativo Ð Quando a situa•‹o de perigo n‹o existe de fato, apenas na
imagina•‹o do agente. Imaginemos que no caso do colete salva-vidas,
ao invŽs de ser o œltimo, existisse ainda uma sala repleta deles. Assim,
a situa•‹o de perigo apenas passou pela cabe•a do agente, n‹o sendo
a realidade, pois havia mais coletes. Nesse caso, o agente incorreu
em erro, que se for um erro escus‡vel (o agente n‹o tinha como saber
da exist•ncia dos outros coletes), excluir‡ a imputa•‹o do delito (a
maioria da Doutrina entende que teremos exclus‹o da culpabilidade).
J‡ se o erro for inescus‡vel (o agente era marinheiro h‡ muito tempo,
devendo saber que existia mais coletes), o agente responde pelo crime
cometido, MAS NA MODALIDADE CULPOSA, se houver previs‹o em
lei.

Alguns pontos importantes:


ESTADO DE ƒ poss’vel, desde que ambos n‹o tenham criado
NECESSIDADE a situa•‹o de perigo.
RECêPROCO
COMUNICABILIDADE Existe. Se um dos autores houver praticado o
fato em estado de necessidade, o crime fica
exclu’do para todos eles.
ERRO NA EXECU‚ÌO Pode acontecer, e o agente permanece coberto
pelo estado de necessidade. Ex.: Paulo atira em
M‡rio, visando sua morte, para tomar-lhe o
œltimo colete do navio. Entretanto, acerta Jo‹o.
Nesse caso, Paulo permanece acobertado pelo
estado de necessidade, pois se considera
praticado o crime contra a v’tima pretendida,
n‹o a atingida.

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MISERABILIDADE O STJ entende que a simples alega•‹o de
miserabilidade n‹o gera o estado de
necessidade para que seja exclu’da a ilicitude
do fato. Entretanto, em determinados casos,
poder‡ excluir a culpabilidade, em raz‹o da
inexigibilidade de conduta diversa
(estudaremos mais ˆ frente).

2.5.2!Leg’tima defesa
Nos termos do art. 25 do CP:
Art. 25 - Entende-se em leg’tima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necess‡rios, repele injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

O agente deve ter praticado o fato para repelir uma agress‹o. Contudo, h‡
alguns requisitos:

REQUISITOS PARA A CONFIGURA‚ÌO DA LEGêTIMA DEFESA


¥! Agress‹o Injusta Ð Assim, se a agress‹o Ž justa, n‹o h‡ leg’tima defesa.
Dessa forma, o preso que agride o carcereiro que o est‡ colocando para
dentro da cela n‹o age em leg’tima defesa, pois a agress‹o do carcereiro
(empurr‡-lo ˆ for•a) Ž justa.
¥! Atual ou iminente Ð A agress‹o deve estar acontecendo ou prestes a
acontecer. Veja que aqui, diferente do estado necessidade, n‹o h‡
necessidade de que o fato seja atual, bastando que seja iminente. Desta
maneira, se Paulo encontra, em local ermo, Poliana, sua ex-mulher, que por
vingan•a amea•ou mat‡-lo, e esta saca uma arma, Paulo poder‡ repelir essa
agress‹o iminente, pois ainda que n‹o tenha acontecido, n‹o se pode exigir
que Paulo aguarde Poliana come•ar a efetuar os disparos (absurdo!).
¥! Contra direito pr—prio ou alheio Ð A agress‹o injusta pode estar
acontecendo ou prestes a acontecer contra direito do pr—prio agente ou de
um terceiro. Assim, se Paulo agride Roberto porque ele est‡ agredindo
Poliana, n‹o comete crime, pois agiu em leg’tima defesa da integridade f’sica
de terceiro (Poliana).

Quando uma pessoa Ž atacada por um animal, em regra n‹o age em


leg’tima defesa, mas em estado de necessidade, pois os atos dos animais
n‹o podem ser considerados injustos. Entretanto, se o animal estiver sendo
utilizado como instrumento de um crime (dono determina ao c‹o bravo que
morda a v’tima), o agente poder‡ agir em leg’tima defesa. Entretanto, a
leg’tima defesa estar‡ ocorrendo em face do dono (les‹o ao seu patrim™nio, o
cachorro), e n‹o em face do animal.

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Com rela•‹o ˆs agress›es praticadas por inimput‡vel, a Doutrina se divide,
mas a maioria entende que nesse caso h‡ leg’tima defesa, e n‹o estado de
necessidade.
Na leg’tima defesa, diferentemente do que ocorre no estado de necessidade,
o agredido (que age em leg’tima defesa) n‹o Ž obrigado a fugir do
agressor, ainda que possa. A lei permite que o agredido revide e se proteja,
ainda que lhe seja poss’vel fugir!
A rea•‹o do agente, por sua vez, deve ser proporcional. Ou seja, os meios
utilizados por ele devem ser suficientes e necess‡rios a repelir a agress‹o injusta.
EXEMPLO: Se um ladr‹o furta uma caneta, a v’tima n‹o pode matar este ladr‹o
para repelir esta agress‹o ao seu patrim™nio, pois ainda que o meio utilizado
seja suficiente para que o patrim™nio seja preservado, n‹o Ž proporcional
sacrificar a vida de alguŽm por causa de uma caneta. Mas nem se for uma
Mont Blanc de R$ 5.000,00? N‹o!!!

A leg’tima defesa pode ser:


¥! Agressiva Ð Quando o agente pratica um fato previsto como infra•‹o
penal. Assim, se A agride B e este, em leg’tima defesa, agride A, est‡
cometendo les›es corporais (art. 129), mas n‹o h‡ crime, em raz‹o
da presen•a da causa excludente da ilicitude.
¥! Defensiva Ð O agente se limita a se defender, n‹o atacando nenhum
bem jur’dico do agressor.
¥! Pr—pria Ð Quando o agente defende seu pr—prio bem jur’dico.
¥! De terceiro Ð Quando defende bem jur’dico pertencente a outra
pessoa.
¥! Real Ð Quando a agress‹o a imin•ncia dela acontece, de fato, no
mundo real.
¥! Putativa Ð Quando o agente pensa que est‡ sendo agredido ou que
esta agress‹o ir‡ ocorrer, mas, na verdade, trata-se de fruto da sua
imagina•‹o. Aqui, aplica-se o que foi dito acerca do estado de
necessidade putativo!

A leg’tima defesa n‹o Ž presumida. Aquele que a alega deve provar sua
ocorr•ncia, pois, como estudamos, a exist•ncia do fato t’pico tem o cond‹o de
fazer presumir a ilicitude da conduta, cabendo ao acusado provar a exist•ncia de
uma das causas de exclus‹o da ilicitude.

CUIDADO! A leg’tima defesa sucessiva Ž poss’vel! ƒ aquela na qual o


agredido injustamente, acaba por se exceder nos meios para repelir a agress‹o.
Nesse caso, como h‡ excesso, esse excesso n‹o Ž permitido. Logo, aquele que

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primeiramente agrediu, agora poder‡ agir em leg’tima defesa. Se A
agride B com tapas leves, e B saca uma pistola e come•a a disparar contra A,
que se afasta e para de agredi-lo, caso B continue e atirar, A poder‡ sacar sua
arma e atirar contra B, pois a conduta de A se configura como excesso na
rea•‹o, e B estar‡ agindo em leg’tima defesa sucessiva.

Da mesma forma que no estado de necessidade, se o agredido erra ao


revidar a agress‹o e atinge pessoa que n‹o tem rela•‹o com a agress‹o (erro
sobre a pessoa), continuar‡ amparado pela excludente de ilicitude, pois o crime
se considera praticado contra a pessoa visada, n‹o contra a efetivamente
atingida.
No caso de leg’tima defesa de terceiro, duas hip—teses podem ocorrer:
¥! O bem do terceiro que est‡ sendo lesado Ž dispon’vel (bens
materiais, etc.) Ð Nesse caso, o terceiro deve concordar com que o
agente atue em seu favor.
¥! O bem do terceiro Ž indispon’vel (Vida, por exemplo) Ð Nesse caso,
o agente poder‡ repelir esta agress‹o ainda que o terceiro n‹o
concorde com esta atitude, pois o bem agredido Ž um bem de car‡ter
indispon’vel.

Voc•s devem ficar atentos a alguns pontos:


¥! N‹o cabe leg’tima defesa real em face de leg’tima defesa real, pois
se o primeiro age em leg’tima defesa real, sua agress‹o n‹o Ž injusta, o
que impossibilita rea•‹o em leg’tima defesa.
¥! Cabe leg’tima defesa real em face de leg’tima defesa putativa.
Assim, se A pensa estar sendo amea•ado por B e o agride (leg’tima defesa
putativa), B poder‡ agir em leg’tima defesa real. Isto porque a atitude de
A n‹o Ž justa, logo, Ž uma agress‹o injusta, de forma que B poder‡ se
valer da leg’tima defesa (A atŽ pode n‹o ser punido por sua conduta, mas
isso se dar‡ pela exclus‹o da culpabilidade em raz‹o da leg’tima defesa
putativa).
¥! Se o agredido se excede, o agressor passa a poder agir em leg’tima defesa
(leg’tima defesa sucessiva).
¥! Sempre caber‡ leg’tima defesa em face de conduta que esteja
acobertada apenas por causa de exclus‹o da culpabilidade (pois
nesse caso a agress‹o Ž t’pica e il’cita, embora n‹o culp‡vel).
¥! NUNCA haver‡ possibilidade de leg’tima defesa real em face de
qualquer causa de exclus‹o da ilicitude real.

2.5.3!Estrito cumprimento do dever legal


Nos termos do art. 23, III do CP:

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Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato:
(...)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito.

Age acobertado por esta excludente aquele que pratica fato t’pico, mas o faz
em cumprimento a um dever previsto em lei.
Assim, o Policial tem o dever legal de manter a ordem pœblica. Se alguŽm
comete crime, eventuais les›es corporais praticadas pelo policial (quando da
persegui•‹o) n‹o s‹o consideradas il’citas, pois embora tenha sido provocada
les‹o corporal (prevista no art. 129 do CP), o policial agiu no estrito cumprimento
do seu dever legal.

CUIDADO! Quando o policial, numa troca de tiros, acaba por ferir ou matar um
suspeito, ele n‹o age no estrito cumprimento do dever legal, mas em leg’tima
defesa. Isso porque o policial s— pode atirar contra alguŽm quando isso for
absolutamente necess‡rio para repelir injusta agress‹o contra si ou contra
terceiros.26

Se um terceiro colabora com aquele que age no estrito cumprimento do


dever legal, a ele tambŽm se estende essa causa de exclus‹o da ilicitude. Diz-se
que h‡ comunicabilidade.

ƒ muito comum ver pessoas afirmarem que essa causa s— se


aplica aos funcion‡rios pœblicos. ERRADO! O particular
tambŽm pode agir no estrito cumprimento do dever legal. O
advogado, por exemplo, que se nega a testemunhar sobre
fato conhecido em raz‹o da profiss‹o, n‹o pratica crime, pois
est‡ cumprindo seu dever legal de sigilo, previsto no estatuto
da OAB. Esse Ž apenas um exemplo.

2.5.4!Exerc’cio regular de direito


O C—digo Penal prev• essa excludente da ilicitude tambŽm no art. 23, III:
Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato:
(...)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito.

Dessa forma, quem age no leg’timo exerc’cio de um direito seu, n‹o


poder‡ estar cometendo crime, pois a ordem jur’dica deve ser harm™nica, de
forma que uma conduta que Ž considerada um direito da pessoa, n‹o pode ser

26
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 431

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considerada crime, por quest›es l—gicas. Trata-se de preservar a coer•ncia do
sistema27.
Mas o direito deve estar previsto em lei? Sim! A Doutrina majorit‡ria
entende que os direitos derivados dos costumes locais n‹o podem ser invocados
como causas de exclus‹o da ilicitude.
Quando um atleta entra no octagon (aquela jaula das artes marciais mistas,
antigo vale-tudo), e agride o outro atleta, est‡ causando-lhe les›es corporais
(art. 129 do CP). Entretanto, n‹o comete crime, pois tem esse direito j‡ que
ambos est‹o se submetendo a uma pr‡tica desportiva que permite esse
tipo de conduta.
CUIDADO! Se esse mesmo atleta descumprir as regras do esporte (chutar
a cabe•a do outro atleta ca’do, por exemplo) e causar-lhe les›es, poder‡
responder pelo crime que cometer, pois n‹o lhe Ž permitido fazer isso!

2.5.5!Consentimento do ofendido
O consentimento do ofendido n‹o est‡ expressamente previsto no CP como
causa de exclus‹o da ilicitude. Todavia, a Doutrina Ž pac’fica ao sustentar que o
consentimento do ofendido pode, a depender do caso, afastar a ilicitude da
conduta, funcionando como causa supralegal (n‹o prevista na Lei) de exclus‹o
da ilicitude).
Ex.: JosŽ e Paulo combinam de fazer manobras arriscadas numa moto, estando
Paulo na garupa e JosŽ guiando a motocicleta. Neste caso, se JosŽ perder a
dire•‹o e causar les›es culposas em Paulo, n‹o haver‡ crime, eis que o
consentimento de Paulo em rela•‹o ˆ conduta arriscada de JosŽ afasta a ilicitude
da conduta.

A Doutrina elenca alguns requisitos para que o consentimento do ofendido


possa ser considerado causa supralegal de exclus‹o da ilicitude:
⇒! O consentimento deve ser v‡lido Ð O consentimento deve ser prestado
por pessoa capaz, mentalmente s‹ e livre de v’cios (coa•‹o, fraude, etc.).
⇒! O bem jur’dico deve ser pr—prio e dispon’vel Ð Assim, n‹o h‡ que se
falar em consentimento do ofendido quando o bem jur’dico pertence a outra
pessoa ou Ž indispon’vel como, por exemplo, a vida.
⇒! O consentimento deve ser prŽvio ou concomitante ˆ conduta Ð O
consentimento do ofendido ap—s a pr‡tica da conduta n‹o afasta a ilicitude.

27
O Prof. Zaffaroni entenderia que, neste caso, o fato Ž at’pico, pois, pela sua teoria da tipicidade
conglobante, um fato nunca poder‡ ser t’pico quando sua pr‡tica foi tolerada ou determinada pelo sistema
jur’dico. Fica apenas o registro, mas essa teoria n‹o Ž adotada pelo CP e Doutrinariamente Ž discutida.
Lembrem-se: Fica apenas o registro.

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2.5.6!Excesso pun’vel
O excesso pun’vel Ž o exerc’cio irregular de uma causa excludente
da ilicitude, seja porque n‹o h‡ mais a circunst‰ncia que permitia seu exerc’cio
(cessou a agress‹o, no caso da leg’tima defesa, por exemplo, seja porque o meio
utilizado n‹o Ž proporcional (agredido saca uma metralhadora para repelir um
tapa, no caso da leg’tima defesa). No primeiro caso, temos o excesso extensivo,
e no segundo, o excesso intensivo. Nesses casos, a lei prev• que aquele que se
exceder responder‡ pelos danos que causar, art. 23, ¤ œnico do CP:
Art. 23 (...)
Par‡grafo œnico - O agente, em qualquer das hip—teses deste artigo, responder‡ pelo
excesso doloso ou culposo.

Aplica-se a qualquer das causas excludentes da ilicitude. Assim, o policial


que, ap—s prender o ladr‹o, come•a a desferir socos em seu rosto, n‹o estar‡
agindo amparado pelo estrito cumprimento do dever legal, pois est‡ se
excedendo.

3! ERRO
Erro de tipo essencial
Sabemos que o crime, em seu conceito anal’tico, Ž formado basicamente
por tr•s elementos: fato t’pico (para alguns, tipicidade, mas a nomenclatura aqui
Ž irrelevante), ilicitude e culpabilidade.
Quando o agente comete um fato que se amolda perfeitamente ˆ conduta
descrita no tipo penal (direta ou indiretamente), temos um fato t’pico e, como
disse, estar‡ presente, portanto, a tipicidade.
Pode ocorrer, entretanto, que o agente pratique um fato t’pico por
equ’voco! Isso mesmo! O agente pratica um fato considerado t’pico, mas o
faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos.
O erro de tipo Ž a representa•‹o err™nea da realidade, na qual o
agente acredita n‹o se verificar a presen•a de um dos elementos essenciais que
comp›em o tipo penal.
EXEMPLO: Imaginemos o crime de desacato:
Art. 331 - Desacatar funcion‡rio pœblico no exerc’cio da fun•‹o ou em raz‹o dela:
Pena - deten•‹o, de seis meses a dois anos, ou multa.
Imaginemos que o agente desconhecesse a condi•‹o de funcion‡rio pœblico da
v’tima. Nesse caso, houve erro de tipo, pois o agente incidiu em erro sobre
elemento essencial do tipo penal.

O erro de tipo pode ocorrer, tambŽm, nos crimes omissivos


impr—prios (comissivos por omiss‹o), pois o agente pode desconhecer sua

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condi•‹o de garantidor no caso concreto28 (aquele que tem o dever de impedir o
resultado).
EXEMPLO: Imagine que uma m‹e presencie o estupro da pr—pria filha, mas
nada fa•a, por n‹o verificar tratar-se de sua filha. Nesse caso, a m‹e incidiu em
erro de tipo, pois errou na representa•‹o da realidade f‡tica acerca de elemento
que constitu’a o tipo penal. Ou seja, n‹o identificou que a v’tima era sua filha,
elemento este que faria surgir seu dever de intervir.

ATEN‚ÌO! Quando o erro incidir sobre elemento normativo


29
do tipo , h‡ diverg•ncia na Doutrina! Parte entende que continua se tratando
de erro de tipo. Outra parte da Doutrina entende que n‹o se trata de erro de
tipo, mas de erro de proibi•‹o, pois o agente estaria errando acerca da licitude
do fato30. Exemplo: O art. 154 do CP diz o seguinte: Art. 154 - Revelar alguŽm, sem
justa causa, segredo, de que tem ci•ncia em raz‹o de fun•‹o, ministŽrio, of’cio ou profiss‹o,
e cuja revela•‹o possa produzir dano a outrem: Pena - deten•‹o, de tr•s meses a um ano, ou
multa. Nesse caso, o elemento Òsem justa causaÓ Ž elemento normativo do tipo.
Se o mŽdico revela um segredo do paciente para um parente, acreditando que
este poder‡ ajud‡-lo, e faz isso apenas para o bem do paciente, acreditando
haver justa causa, quando na verdade o parente Ž um tremendo fofoqueiro que
s— quer difamar o paciente, o mŽdico incorreu em erro de tipo, pois acreditava
estar agindo com justa causa, que n‹o havia. PorŽm, como disse a voc•s, parte
da doutrina entende que aqui se trata de erro de proibi•‹o. Mas a teoria que
prevalece Ž a de que se trata mesmo de erro de tipo.

O erro de tipo pode ser:


¥! Escus‡vel Ð Quando o agente n‹o poderia conhecer, de fato, a
presen•a do elemento do tipo. Exemplo: ÒAÓ entra numa loja e ao
sair, verifica que esqueceu sua bolsa. Ao voltar, A encontra uma bolsa
id•ntica ˆ sua, e a leva embora. Entretanto, ÒAÓ n‹o sabia que essa
bolsa era de ÒBÓ, que estava olhando revistas distra’da, tendo sua
bolsa sido levada por outra pessoa no momento em que saiu da loja
pela primeira vez. Nesse caso, ÒAÓ n‹o tinha como imaginar que

28
BITENCOURT, Op. cit., p. 512
29
Com rela•‹o a estes termos, CEZAR ROBERTO BITENCOURT os considera como Òelementos
normativos especiais da ilicitudeÓ. Para o autor, elementos normativos seriam aqueles que
demandam mero ju’zo de valor acerca de um objeto (saber que o documento falsificado Ž pœblico,
por exemplo, no crime de falsifica•‹o de documento pœblico). Termos como ÒindevidamenteÓ,
Òsem justa causaÓ, etc., seriam antecipa•‹o da ilicitude do fato inseridas dentro do tipo penal.
(BITENCOURT, Op. cit., p. 350). Fica apenas o registro, j‡ que a Doutrina majorit‡ria entende
que tais express›es s‹o elementos normativos do tipo penal. Ver, por todos: GOMES, Luiz Flavio.
BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 211.
30
BITENCOURT, Op. cit., p. 514/515

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alguŽm, em t‹o pouco tempo, haveria furtado sua bolsa e que outra
pessoa deixaria no mesmo lugar uma bolsa id•ntica. Nesse caso, ÒAÓ
incorreu em erro de tipo escus‡vel, pois n‹o poderia, com um
exerc’cio mental razo‡vel, saber que aquela n‹o era sua bolsa.
¥! Inescus‡vel Ð Ocorre quando o agente incorre em erro sobre
elemento essencial do tipo, mas poderia, mediante um esfor•o
mental razo‡vel, n‹o ter agido desta forma. Exemplo:
Imaginemos que Marcelo esteja numa reparti•‹o pœblica e acabe por
desacatar funcion‡rio pœblico que l‡ estava. Marcelo n‹o sabia que se
tratava de funcion‡rio pœblico, mas mediante esfor•o mental m’nimo
poderia ter chegado a esta conclus‹o, analisando a postura da pessoa
com quem falava e o que a pessoa fazia no local. Assim, Marcelo
incorreu em erro de tipo inescus‡vel, e responderia por crime
culposo, caso houvesse previs‹o de desacato culposo (n‹o h‡).

Assim, lembrem-se:

ERRO SOBRE A EXISTÊNCIA FÁTICA


DE UM DOS ELEMENTOS QUE
ERRO
COMPÕEM O TIPO PENAL
DE TIPO

Pode ser que se utilize o termo ÒErro sobre elemento constitutivo do


tipo penalÓ. Eu prefiro essa nomenclatura, mas ela n‹o Ž utilizada sempre.

ATEN‚ÌO! Existe, ainda, o que se convencionou chamar de Òerro de tipo


permissivoÓ. O que Ž isso? O erro de Òtipo permissivoÓ Ž o erro sobre os
pressupostos objetivos de uma causa de justifica•‹o (excludente de ilicitude).
Assim, o erro de Òtipo permissivoÓ seria, basicamente, uma
descriminante putativa. Fala-se em Òtipo permissivoÓ em raz‹o da teoria dos
elementos negativos do tipo, surgida na Alemanha no come•o do sŽculo
passado. Para esta teoria, as causas de exclus‹o da ilicitude seriam
elementos NEGATIVOS do tipo. Ou seja, enquanto o Òtipo incriminadorÓ
propriamente dito seria a descri•‹o da conduta proibida, as excludentes de
ilicitude corresponderiam a ÒressalvasÓ ˆ ilicitude da conduta. Desta forma, o
que a Doutrina quis dizer foi que, basicamente, quando o art. 121 do CP diz que
Òmatar alguŽmÓ Ž crime, ele na verdade quer dizer que Òmatar alguŽm Ž crime,
exceto se houver alguma causa de justifica•‹oÓ.
Esta Ž uma teoria que conta com alguns adeptos e, independentemente disso,
o fato Ž que o termo Òerro de tipo permissivoÓ Ž largamente utilizado e,
portanto, digno de nota!

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Erro de tipo acidental
O erro de tipo acidental nada mais Ž que um erro na execu•‹o do fato
criminoso ou um desvio no nexo causal da conduta com o resultado31. Pode se
apresentar de diversas formas:

Erro sobre a pessoa (error in persona)


Aqui o agente pratica o ato contra pessoa diversa da pessoa visada, por
confundi-la com a pessoa que deveria ser o alvo do delito. Neste caso, o erro Ž
irrelevante, pois o agente responde como se tivesse praticado o crime
CONTRA A PESSOA VISADA. Essa previs‹o est‡ no art. 20, ¤3¡ do CP.
Aqui o sujeito executa perfeitamente a conduta, ou seja, n‹o existe falha na
execu•‹o do delito. O erro est‡ em momento anterior (na representa•‹o mental
da v’tima).
Ex.: Jo‹o quer matar seu pai, pois est‡ com raiva em raz‹o da partilha dos
bens de sua m‹e. Jo‹o fica na espreita e, quando v• uma pessoa chegar,
acreditando ser seu pai, mira bem no cr‰nio e lasca um bala•o certeiro, fazendo
com que a v’tima caia desfalecida. Ap—s, verifica que a pessoa n‹o era seu pai,
mas seu irm‹o.
Neste caso o agente responder‡ como se tivesse praticado o delito contra
seu pai (pessoa visada) e n‹o pelo homic’dio contra seu irm‹o. Trata-se da teoria
da equival•ncia.

Erro sobre o nexo causal


No erro sobre o nexo causal o agente alcan•a o resultado efetivamente
pretendido, mas em raz‹o de um nexo causal diferente daquele que o agente
planejou. Pode ser de duas espŽcies:

Erro sobre o nexo causal em sentido estrito


Aqui o agente, com um s— ato, provoca o resultado pretendido (mas com
nexo causal diferente).
Ex.: JosŽ dispara dois tiros contra Maria, visando sua morte. Maria, em raz‹o
dos disparos, cai na piscina, e morre por afogamento.
O agente responde pelo que efetivamente ocorreu (morte por
afogamento).32

31
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 376
32
Por todos, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador,
2015, p. 380

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Dolo geral ou aberratio causae
Aqui temos o que se chama de DOLO GERAL OU SUCESSIVO. ƒ o engano
no que se refere ao meio de execu•‹o do delito. Ocorre quando o agente,
acreditando j‡ ter ocorrido o resultado pretendido, pratica outro ato, mas ao final
verifica que este œltimo foi o que provocou o resultado.
Ex.: O agente atira contra a v’tima, visando sua morte. Acreditando que a
v’tima j‡ morreu, atira o corpo num rio, visando sua oculta•‹o. Mais tarde,
descobre-se que esta œltima conduta foi a que causou a morte da v’tima, por
afogamento, pois ainda estava viva.
Embora, tenhamos dois crimes (um homic’dio doloso tentado na primeira
conduta e um homic’dio culposo consumado na segunda conduta), a Doutrina
majorit‡ria entende que o agente responde por apenas um crime, pelo
crime originalmente previsto (homic’dio doloso consumado33), tendo sido
adotada a TEORIA UNITçRIA (ou princ’pio unit‡rio).34
Mas qual o nexo causal que se deve considerar? O pretendido ou o
efetivamente ocorrido? Embora n‹o haja unanimidade, prevalece o
entendimento de que deve o agente responder pelo nexo causal efetivamente
ocorrido (e n‹o pelo pretendido).35

Erro na execu•‹o (aberratio ictus)


Aqui o agente atinge pessoa diversa daquela que fora visada, n‹o por
confundi-la, mas por ERRAR NA HORA DE EXECUTAR O DELITO. Imagine que
o agente, tentando acertar ÒAÓ, erre o tiro e acaba acertando ÒBÓ. No erro sobre
a pessoa o agente n‹o Òerra o alvoÓ, ele Òacerta o alvoÓ, mas o alvo foi confundido.
SÌO COISAS DIFERENTES!
A aberratio ictus pode decorrer de mero acidente durante a execu•‹o do
delito (n‹o houve m‡ execu•‹o pelo infrator, mas mero acidente).

Ex.: JosŽ deseja matar Maria. Sabendo que Maria usa seu carro todas as
manh‹s para ir ao trabalho, coloca uma bomba no ve’culo, que ser‡ acionada
assim que for dada a partida no carro. Maria, contudo, n‹o usa o carro naquele
dia, e quem acaba ligando o ve’culo Ž seu marido, que vem a falecer em raz‹o
da bomba. Vejam que, aqui, o agente n‹o errou na hora de executar o ato
criminoso, mas acabou atingindo pessoa diversa em raz‹o de acidente no curso
da empreitada criminosa.

33
GRECO, RogŽrio. Curso de Direito Penal. Volume 1. Ed. Impetus. Niter—i-RJ, 2015, p. 360
34
Doutrina minorit‡ria (mas muito importante) sustenta que o agente deva responder por dois
crimes em concurso: homic’dio doloso tentado (primeira conduta) + homic’dio culposo
consumado (segunda conduta). Trata-se da ado•‹o da teoria do desdobramento.
35
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p.
380/381

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Nesse caso, assim como no erro sobre a pessoa, o agente responde pelo
crime originalmente pretendido. Esta Ž a previs‹o do art. 73 do CP36.
No que tange ˆs consequ•ncias, o erro na execu•‹o pode ser de duas ordens:

Erro sobre a execu•‹o com unidade simples (Aberratio ictus de resultado œnico)
O agente atinge somente a pessoa diversa daquela visada. Neste caso,
responde como se tivesse atingido a pessoa visada (e n‹o aquela efetivamente
atingida), da mesma forma como ocorre no erro sobre a pessoa.
EXEMPLO: JosŽ quer lesionar Maria, e atira contra ela uma pedra. Todavia, erra
o alvo e acaba acertando Paulo. Neste caso, JosŽ responde pela les‹o corporal
praticada. Todavia, devemos levar em considera•‹o as condi•›es pessoais de
Maria, n‹o as de Paulo, na hora de aplicar a pena. Assim, se Maria era a m‹e de
JosŽ, JosŽ ter‡ sua pena agravada (crime praticado contra ascendente, art. 61,
II, ÒeÓ do CP), mesmo n‹o tendo atingido Maria.

Erro sobre a execu•‹o com unidade complexa (Aberratio ictus de resultado duplo)
O agente atinge a v’tima n‹o visada, mas atinge tambŽm a v’tima
originalmente pretendida. Nesse caso, responde pelos dois crimes, em
CONCURSO FORMAL.
EXEMPLO: JosŽ quer lesionar Maria, e atira contra ela uma pedra. Todavia, alŽm
de acertar Maria, a pedra acaba acertando tambŽm Paulo, que passava na hora.
Neste caso, JosŽ responde pelos dois crimes.

Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou


aberratio criminis)
Aqui o agente pretendia cometer um crime, mas, por acidente ou erro na
execu•‹o, acaba cometendo outro. Aqui h‡ uma rela•‹o de pessoa x coisa
(ou coisa x pessoa). Na aberratio ictus h‡ uma rela•‹o de pessoa x pessoa.
Pode ser de duas espŽcies:

Com unidade simples


O agente atinge apenas o resultado NÌO PRETENDIDO. O agente responde
apenas por um delito, da seguinte forma:

36
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execu•‹o, o agente, ao invŽs de
atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado
o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no ¤ 3¼ do art. 20 deste C—digo. No caso de ser
tambŽm atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste
C—digo.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

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§! Pessoa visada, coisa atingida Ð Responde pelo dolo em rela•‹o ˆ pessoa
(tentativa de homic’dio ou les›es corporais).
Ex.: JosŽ atira contra Maria, querendo sua morte. Contudo, erra na execu•‹o e
acaba por atingir uma planta. Neste caso, JosŽ responde apenas pela tentativa
de homic’dio.

§! Coisa visada, pessoa atingida Ð Responde apenas pelo resultado


ocorrido em rela•‹o ˆ pessoa.
Ex.: Imagine que alguŽm atire uma pedra num ve’culo parado, com o dolo de
danific‡-lo (art. 163 do CP). Entretanto, o agente erra o alvo e atinge o dono,
que estava perto, causando-lhe a morte (art. 121, ¤3¼ do CP). Nesse caso, o
agente acaba por cometer CRIME DIVERSO DO PRETENDIDO. Responder‡
apenas pelo crime praticado efetivamente (homic’dio culposo).

Com unidade complexa


O agente atinge tanto o alvo (coisa ou pessoa) quanto a coisa (ou pessoa)
n‹o pretendida. Aplica-se, neste caso, a mesma regra do erro na execu•‹o:
atingindo ambos os bens jur’dicos (o pretendido e o n‹o pretendido) responder‡
por AMBOS OS CRIMES, em CONCURSO FORMAL (art. 70 do CP).37

CUIDADO! Se o agente visa atingir uma pessoa (les›es corporais, por


exemplo) e, alŽm de atingir a pessoa visada, acaba tambŽm quebrando uma
vidra•a, ele NÌO responde por les›es corporais dolosas + dano culposo, pois
NÌO Hç CRIME DE DANO CULPOSO.

Erro sobre o objeto (error in objecto)


Aqui o agente incide em erro sobre a COISA visada, sobre o objeto
material do delito.
Ex.: O agente pretende subtrair uma valiosa obra de arte. Entra ˆ noite na
resid•ncia mas acaba furtando um quadro de pequeno valor, por confundir com
a obra pretendida.
O CP n‹o previu esta hip—tese de erro, mas diante de sua possibilidade f‡tica,
a Doutrina se debru•ou sobre o tema. Uma vez ocorrendo erro sobre o objeto,
n‹o h‡ qualquer relev‰ncia para fins de afastamento do do dolo ou da culpa, bem
como n‹o se afasta a culpabilidade. O agente responder‡ pelo delito.
Mas qual delito? Neste caso, h‡ diverg•ncia doutrin‡ria. A doutrina
majorit‡ria, porŽm, sustenta que o agente deve responder pela conduta
efetivamente praticada (independentemente da coisa visada). Assim, no

37
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 379

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exemplo anterior, o agente responderia pelo furto do quadro de pequeno valor (e
n‹o pelo furto da obra de arte valiosa).

Erro determinado por terceiro


No erro de tipo o agente comete o erro ÒsozinhoÓ, ou seja, n‹o Ž induzido a
erro por ninguŽm. No erro determinado (ou provocado) por terceiro o
agente erra porque alguŽm o induz a isso.
Neste caso, s— responde pelo delito aquele que provoca o erro. Entende-se
que h‡, aqui, uma modalidade de autoria mediata, na qual o autor mediato
(agente provocador) utiliza o autor imediato (agente provocado, aquele que
comete o erro) como mero instrumento para seu intento criminoso.

Ex.: Determinado mŽdico, querendo a morte do paciente, entrega ˆ enfermeira


(dolosamente) uma dose de veneno, e a induz a ministra-lo ao paciente,
alegando tratar-se de um sedativo. A enfermeira, sem saber do que se trata,
confiando no mŽdico, ministra o veneno. O paciente morre. Neste caso,
somente o mŽdico (aquele que provocou o erro) responde pelo homic’dio (neste
caso, doloso).
A enfermeira, em regra, n‹o responde por crime algum, salvo se ficar
demonstrado que agiu de forma negligente (por exemplo, se tinha plenas
condi•›es de saber que se tratava de veneno, ou se podia desconfiar das
inten•›es do mŽdico, etc.).

Erro de proibi•‹o
A culpabilidade (terceiro elemento do conceito anal’tico de crime) Ž formada
por alguns elementos, dentre eles, a POTENCIAL CONSCIæNCIA DA
ILICITUDE.
A POTENCIAL CONSCIæNCIA DA ILICITUDE Ž a possibilidade de o
agente, de acordo com suas caracter’sticas, conhecer o car‡ter il’cito do fato. N‹o
se trata do par‰metro do homem mŽdio, MAS DE UMA ANçLISE DA PESSOA
DO AGENTE.
Quando o agente age acreditando que sua conduta n‹o Ž il’cita, comete
ERRO DE PROIBI‚ÌO (art. 21 do CP).
O erro de proibi•‹o pode ser:
Ø! Escus‡vel Ð Nesse caso, era imposs’vel ˆquele agente, naquele caso
concreto, saber que sua conduta era contr‡ria ao Direito. Nesse caso,
exclui-se a culpabilidade e o agente Ž isento de pena.
Ø! Inescus‡vel Ð Nesse caso, o erro do agente quanto ˆ proibi•‹o da
conduta n‹o Ž t‹o perdo‡vel, pois era poss’vel, mediante algum
esfor•o, entender que se tratava de conduta il’cita. Assim, permanece
a culpabilidade, respondendo pelo crime, com pena diminu’da de um

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sexto a um ter•o (conforme o grau de possibilidade de conhecimento
da ilicitude).
EXEMPLO: Um cidad‹o, l‡ do interior, encontra um bem (rel—gio de ouro, por
exemplo) e fica com ele para si. Entretanto, mal sabe ele que essa conduta Ž
crime, previsto no CP (apropria•‹o de coisa achada). Vejamos:
Art. 169 - Apropriar-se alguŽm de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou
for•a da natureza:
Pena - deten•‹o, de um m•s a um ano, ou multa.
Par‡grafo œnico - Na mesma pena incorre: (...)
Apropria•‹o de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de
restitu’-la ao dono ou leg’timo possuidor ou de entreg‡-la ˆ autoridade competente, dentro
no prazo de 15 (quinze) dias.

Percebam que atŽ mesmo uma pessoa de razo‡vel intelecto Ž capaz de n‹o
conhecer a ilicitude desta conduta. Assim, o agente, diferentemente do que
ocorre no erro de tipo, REPRESENTA PERFEITAMENTE A REALIDADE (Sabe
que a coisa n‹o Ž sua, Ž uma coisa que foi perdida por alguŽm), mas ACREDITA
QUE A CONDUTA ƒ LêCITA.
Imaginem, no mesmo exemplo, que o camarada que achou o rel—gio, na
verdade, soubesse que n‹o podia ficar com as coisas dos outros, mas acreditasse
que o rel—gio era um rel—gio que ele tinha perdido horas antes (quando, na
verdade, era o rel—gio de outra pessoa). Nesse caso, o agente sabia que n‹o
podia praticar a conduta de Òse apropriar de coisa alheia perdidaÓ (N‹o h‡,
portanto, erro de proibi•‹o), mas acreditou que a coisa n‹o era ÒalheiaÓ,
achando que fosse sua (erro de tipo). Ficou clara a diferen•a?

Agente comete o fato criminoso POR


ACHAR QUE A CONDUTA NÃO É
ERRO DE
PROIBIDA PROIBIÇÃO

O erro de proibi•‹o pode ser direto (que Ž a hip—tese mencionada) ou


indireto. O erro de proibi•‹o indireto ocorre quando o agente atua
acreditando que existe uma causa de justifica•‹o que o ampare. Contudo,
n‹o confundam o erro de proibi•‹o indireto com o erro de tipo permissivo. Ambos
se referem ˆ exist•ncia de uma causa de justifica•‹o (excludente de ilicitude),
mas h‡ uma diferen•a fundamental entre eles:
¥! Erro de tipo permissivo Ð O agente atua acreditando que, no caso
concreto, est‹o presentes os requisitos f‡ticos que caracterizam a
causa de justifica•‹o e, portanto, sua conduta seria justa. Ex.: JosŽ
atira contra seu filho, de madrugada, pois acreditava tratar-se de um

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ladr‹o (acreditava que as circunst‰ncias f‡ticas autorizariam agir em
leg’tima defesa).
¥! Erro de proibi•‹o indireto Ð O agente atua acreditando que
existe, EM ABSTRATO, alguma descriminante (causa de
justifica•‹o) que autorize sua conduta. Trata-se de erro sobre a
exist•ncia e/ou limites de uma causa de justifica•‹o em abstrato. Erro,
portanto, sobre o ordenamento jur’dico38. Ex.: JosŽ encontra-se num
barco que est‡ a naufragar. Como possui muitos pertences, precisa de
dois botes, um para se salvar e outro para salvar seus bens. Contudo,
Marcelo tambŽm est‡ no barco e precisa salvar sua vida. JosŽ, no
entanto, agride Marcelo, impedindo-o de entrar no segundo bote, j‡
que tinha a inten•‹o de utiliz‡-lo para proteger seus bens. Neste caso,
JosŽ n‹o representou erroneamente a realidade f‡tica (sabia
exatamente o que estava se passando). JosŽ, conduta, errou quanto
aos limites da causa de justifica•‹o (estado de necessidade), que n‹o
autoriza o sacrif’cio de um bem maior (vida de Marcelo) para proteger
um bem menor (pertences de JosŽ).

Descriminante putativa x delito putativo


N‹o se deve confundir descriminante putativa com delito putativo.
As descriminantes putativas s‹o quaisquer situa•›es nas quais o agente
incida em erro por acreditar que est‡ presente uma situa•‹o que, se de fato
existisse, tornaria sua a•‹o leg’tima (a doutrina majorit‡ria limita estes casos ˆs
excludentes de ilicitude).
EXEMPLO: Imagine que o agente est‡ numa casa de festas e ou•a gritos de
ÒfogoÓ! Supondo haver um inc•ndio, corre atropelando pessoas, agredindo quem
est‡ na frente, para poder se salvar. Na verdade, tudo n‹o passava de um trote.
Nesse caso, o agente agrediu pessoas (moderadamente, Ž claro), para se salvar,
supondo haver uma situa•‹o que, se existisse (inc•ndio) justificaria a sua conduta
(estado de necessidade). Dessa forma, h‡ uma descriminante putativa por estado
de necessidade putativo (descriminante putativa).

No delito putativo acontece exatamente o oposto do que ocorre no erro de


tipo, no erro de proibi•‹o e nas descriminantes putativas (seja de que natureza
forem). O agente acredita que est‡ cometendo o crime, quando, na verdade,
est‡ cometendo um INDIFERENTE PENAL.
EXEMPLO: Um cidad‹o, sem querer, esbarra no carro de um terceiro,
causando danos no ve’culo. Com medo de ser preso, foge. Na verdade, ele
acredita que est‡ cometendo crime de DANO CULPOSO, mas n‹o sabe que o
CRIME DE DANO CULPOSO NÌO EXISTE. Portanto, h‡, aqui, DELITO
PUTATIVO.

38
BITENCOURT, Op. cit., p. 524/525

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DESCRIMINANTES PUTATIVAS X DELITO PUTATIVO


DESCRIMINANTES PUTATIVAS Agente acredita n‹o estar cometendo crime
algum, por incidir em erro. Contudo, est‡
praticando uma conduta t’pica e il’cita.
DELITO PUTATIVO Agente comete um INDIFERENTE
PENAL, mas acredita estar praticando
crime.

4! COA‚ÌO MORAL IRRESISTêVEL E OBEDIæNCIA


HIERçRQUICA

Para a configura•‹o da culpabilidade, terceiro elemento do conceito


anal’tico de crime, n‹o basta que o agente seja imput‡vel, que tenha potencial
conhecimento da ilicitude do fato, Ž necess‡rio, ainda, que o agente pudesse agir
de outro modo. Trata-se da Òexigibilidade de conduta diversaÓ.
Esse elemento fundamenta duas causas de exclus‹o da culpabilidade:
Ø! Coa•‹o MORAL irresist’vel Ð Ocorre quando uma pessoa coage
outra a praticar determinado crime, sob a amea•a de lhe fazer
algum mal grave. Ex.: Alberto coloca uma arma na cabe•a de Poliana
e diz que se ela n‹o atirar em Romeu, matar‡ seu filho, que est‡
sequestrado por seus comparsas. Nesse caso, n‹o se pode exigir de
Poliana que deixe de atirar em Romeu, pois est‡ sob amea•a de um
mal grav’ssimo (morte do filho).
Ø! Obedi•ncia hier‡rquica Ð ƒ o ato cometido por alguŽm em
cumprimento a uma ordem ilegal proferida por um superior
hier‡rquico. Cuidado! A ordem n‹o pode ser MANIFESTAMENTE
ILEGAL. Se aquele que cumpre a ordem sabe que est‡ cometendo
uma ordem ilegal, responde pelo crime juntamente com aquele que
deu a ordem. Se a ordem n‹o Ž manifestamente ilegal aquele que
apenas a cumpriu estar‡ acobertado pela excludente de culpabilidade
da inexigibilidade de conduta diversa.

CUIDADO! Nesse caso (obedi•ncia hier‡rquica), s— se aplica aos


funcion‡rios pœblicos, n‹o aos particulares!

Com rela•‹o ˆ coa•‹o mora irresist’vel, voc•s podem perceber que eu


coloquei a express‹o ÒMORALÓ em caixa alta. Foi para deixar BEM CLARO que
somente a coa•‹o MORAL irresist’vel Ž que exclui a culpabilidade (por
inexigibilidade de conduta diversa).

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A coa•‹o FêSICA irresist’vel NÌO EXCLUI A CULPABILIDADE. A coa•‹o
FêSICA irresist’vel EXCLUI O FATO TêPICO, pois o fato n‹o ser‡ t’pico por
aus•ncia de CONDUTA, j‡ que n‹o h‡ vontade.

5! DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES

CîDIGO PENAL
Ä Art. 13 do CP Ð Nexo de causalidade e relev‰ncia da omiss‹o
Rela•‹o de causalidade(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 13 - O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž imput‡vel a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado
n‹o teria ocorrido. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Superveni•ncia de causa independente(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - A superveni•ncia de causa relativamente independente exclui a imputa•‹o
quando, por si s—, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se
a quem os praticou. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Relev‰ncia da omiss‹o(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 2¼ - A omiss‹o Ž penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
a) tenha por lei obriga•‹o de cuidado, prote•‹o ou vigil‰ncia; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorr•ncia do resultado. (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Ä Arts. 14 a 17 do CP - Consuma•‹o e tentativa:


Art. 14 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime consumado (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - consumado, quando nele se reœnem todos os elementos de sua defini•‹o legal;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Tentativa (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - tentado, quando, iniciada a execu•‹o, n‹o se consuma por circunst‰ncias alheias
ˆ vontade do agente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Pena de tentativa(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - Salvo disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os.(Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)

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Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Arrependimento posterior(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa, reparado o
dano ou restitu’da a coisa, atŽ o recebimento da denœncia ou da queixa, por ato
volunt‡rio do agente, a pena ser‡ reduzida de um a dois ter•os. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime imposs’vel (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 17 - N‹o se pune a tentativa quando, por inefic‡cia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, Ž imposs’vel consumar-se o crime.(Reda•‹o dada
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Ä Art. 18 do CP Ð Dolo e culpa:


Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime culposo(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprud•ncia, neglig•ncia ou
imper’cia. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - Salvo os casos expressos em lei, ninguŽm pode ser punido por fato
previsto como crime, sen‹o quando o pratica dolosamente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 11.7.1984)

Ä Arts. 19 a 22 do CP Ð Erro, agravamento pelo resultado, coa•‹o moral


irresist’vel e obedi•ncia hier‡rquica:
Agrava•‹o pelo resultado (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, s— responde o agente que
o houver causado ao menos culposamente.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Erro sobre elementos do tipo (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a puni•‹o por crime culposo, se previsto em lei. (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
Descriminantes putativas (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - ƒ isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunst‰ncias,
sup›e situa•‹o de fato que, se existisse, tornaria a a•‹o leg’tima. N‹o h‡ isen•‹o de
pena quando o erro deriva de culpa e o fato Ž pun’vel como crime culposo.(Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Erro determinado por terceiro (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 2¼ - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Erro sobre a pessoa (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

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¤ 3¼ - O erro quanto ˆ pessoa contra a qual o crime Ž praticado n‹o isenta de pena.
N‹o se consideram, neste caso, as condi•›es ou qualidades da v’tima, sen‹o as da
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Erro sobre a ilicitude do fato (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 21 - O desconhecimento da lei Ž inescus‡vel. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevit‡vel, isenta de pena; se evit‡vel, poder‡ diminu’-la de um sexto a um ter•o.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - Considera-se evit‡vel o erro se o agente atua ou se omite sem a
consci•ncia da ilicitude do fato, quando lhe era poss’vel, nas circunst‰ncias, ter ou
atingir essa consci•ncia. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Coa•‹o irresist’vel e obedi•ncia hier‡rquica (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 22 - Se o fato Ž cometido sob coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia a ordem,
n‹o manifestamente ilegal, de superior hier‡rquico, s— Ž pun’vel o autor da coa•‹o ou
da ordem.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Ä Arts. 23 a 25 do CP Ð Exclus‹o da ilicitude:


Exclus‹o de ilicitude(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato: (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - em leg’tima defesa;(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito.(Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Excesso pun’vel (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - O agente, em qualquer das hip—teses deste artigo, responder‡ pelo
excesso doloso ou culposo.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-
se. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - N‹o pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar
o perigo. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 2¼ - Embora seja razo‡vel exigir-se o sacrif’cio do direito amea•ado, a pena poder‡
ser reduzida de um a dois ter•os. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Leg’tima defesa
Art. 25 - Entende-se em leg’tima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necess‡rios, repele injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou de
outrem.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

6! SòMULAS PERTINENTES

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6.1!Sœmulas do STJ
Ä Sœmula 567 do STJ Ð Durante algum tempo se discutiu, principalmente na
Doutrina, se a exist•ncia de sistema de vigil‰ncia ou monitoramento eletr™nico
seria um impedimento absoluto ˆ consuma•‹o do delito de furto, caracterizando
crime imposs’vel. O STJ, j‡ h‡ algum tempo, havia solidificado entendimento no
sentido de que tal fato n‹o impede, em absoluto, a consuma•‹o do furto, motivo
pelo qual n‹o h‡ que se falar em crime imposs’vel, mas em tentativa, j‡ que
o meio utilizado n‹o Ž absolutamente ineficaz. Em raz‹o disso, foi editado o
verbete de sœmula 567 do STJ:
Sœmula 567 do STJ - Sistema de vigil‰ncia realizado por monitoramento eletr™nico
ou por exist•ncia de seguran•a no interior de estabelecimento comercial, por si s—,
n‹o torna imposs’vel a configura•‹o do crime de furto.

7! RESUMO

CONCEITO DE CRIME
O Crime pode ser entendido sob tr•s aspectos: Material, formal (legal) e anal’tico:
¥! Formal (legal) Ð Crime Ž a conduta prevista em Lei como crime. No Brasil,
mais especificamente, Ž toda infra•‹o penal a que a lei comina pena de
reclus‹o ou deten•‹o
¥! Material Ð Crime Ž a conduta que afeta, de maneira significativa (mediante
les‹o ou exposi•‹o a perigo), um bem jur’dico relevante de terceira pessoa.
¥! Anal’tico Ð Ado•‹o da teoria tripartida. Crime Ž composto por fato t’pico,
ilicitude e culpabilidade.

FATO TêPICO E SEUS ELEMENTOS


O fato t’pico tambŽm se divide em elementos, s‹o eles:
¥! Conduta humana (alguns entendem poss’vel a conduta de
pessoa jur’dica) Ð Ado•‹o da teoria FINALISTA: conduta humana Ž
a a•‹o ou omiss‹o volunt‡ria dirigida a uma determinada finalidade.
¥! Resultado natural’stico Ð ƒ a modifica•‹o do mundo real provocada
pela conduta do agente. Apenas nos crimes materiais se exige um
resultado natural’stico. Nos crimes formais e de mera conduta n‹o h‡
essa exig•ncia. AlŽm do resultado natural’stico (que nem sempre
estar‡ presente), h‡ tambŽm o resultado jur’dico (ou normativo),
que Ž a les‹o ao bem jur’dico tutelado pela norma penal. Esse
resultado sempre estar‡ presente.
¥! Nexo de causalidade Ð Nexo entre a conduta do agente e o
resultado. Ado•‹o, pelo CP, da teoria da equival•ncia dos
antecedentes (considera-se causa do crime toda conduta sem a qual
o resultado n‹o teria ocorrido). Utiliza•‹o do elemento subjetivo (dolo
ou culpa) como filtro, para evirar a Òregress‹o infinitaÓ. Ado•‹o,

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subsidiariamente, da teoria da causalidade adequada, na hip—tese
de superveni•ncia de causa relativamente independente que produz,
por si s—, o resultado. OBS.: Teoria da imputa•‹o objetiva n‹o foi
expressamente adotada pelo CP, mas h‡ decis›es jurisprudenciais
aplicando a Teoria.
¥! Tipicidade Ð ƒ a adequa•‹o da conduta do agente ˆ conduta descrita
pela norma penal incriminadora (tipicidade formal). A tipicidade
material Ž o desdobramento do conceito material de crime: s— haver‡
tipicidade material quando houver les‹o (ou exposi•‹o a perigo)
significativa a bem jur’dico relevante de terceiro (afasta-se a tipicidade
material, por exemplo, quando se reconhece o princ’pio da
insignific‰ncia). OBS.: Adequa•‹o t’pica mediata: Nem sempre a
conduta praticada pelo agente se amolda perfeitamente ao tipo penal
(adequa•‹o imediata). Ës vezes Ž necess‡rio que se proceda ˆ
conjuga•‹o de outro dispositivo da Lei Penal para se chegar ˆ
conclus‹o de que um fato Ž t’pico (adequa•‹o mediata). Ex.: homic’dio
tentado (art. 121 + art. 14, II do CP).

CRIME DOLOSO E CRIME CULPOSO


Crime doloso

Dolo direto de primeiro grau - composto pela consci•ncia de que a conduta


pode lesar um bem jur’dico + a vontade de violar (pela les‹o ou exposi•‹o a
perigo) este bem jur’dico.
Dolo direto de segundo grau - tambŽm chamado de Òdolo de consequ•ncias
necess‡riasÓ. O agente n‹o quer o resultado, mas sabe que o resultado Ž um
efeito colateral NECESSçRIO, e pratica a conduta assim mesmo, sabendo que
o resultado (n‹o querido) ocorrer‡ fatalmente.
Dolo eventual - consiste na consci•ncia de que a conduta pode gerar um
resultado criminoso + a assun•‹o desse risco, mesmo diante da probabilidade de
algo dar errado. Trata-se de hip—tese na qual o agente n‹o tem vontade de
produzir o resultado criminoso, mas, analisando as circunst‰ncias, sabe que este
resultado pode ocorrer e n‹o se importa, age da mesma maneira. OBS.:
diferen•a em rela•‹o ao dolo direto de segundo grau: aqui o resultado n‹o
querido Ž POSSêVEL OU PROVçVEL; no dolo direto de segundo grau o resultado
n‹o querido Ž CERTO (consequ•ncia necess‡ria).

O dolo pode ser, ainda:


¥! Dolo genŽrico Ð ƒ, basicamente, a vontade de praticar a conduta
descrita no tipo penal, sem nenhuma outra finalidade.
¥! Dolo espec’fico, ou especial fim de agir Ð Em contraposi•‹o ao
dolo genŽrico, nesse caso o agente n‹o quer somente praticar a
conduta t’pica, mas o faz por alguma raz‹o especial, com alguma
finalidade espec’fica.

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¥! Dolo geral, por erro sucessivo, ou aberratio causae Ð Ocorre
quando o agente, acreditando ter alcan•ado seu objetivo, pratica
nova conduta, com finalidade diversa, mas depois se constata que
esta œltima foi a que efetivamente causou o resultado. Trata-se de
erro na rela•‹o de causalidade, pois embora o agente tenha
conseguido alcan•ar a finalidade proposta, somente o alcan•ou
atravŽs de outro meio, que n‹o tinha direcionado para isso.
¥! Dolo antecedente, atual e subsequente Ð O dolo antecedente Ž o
que se d‡ antes do in’cio da execu•‹o da conduta. O dolo atual Ž o
que est‡ presente enquanto o agente se mantŽm exercendo a
conduta, e o dolo subsequente ocorre quando o agente, embora
tendo iniciado a conduta com uma finalidade l’cita, altera seu ‰nimo,
passando a agir de forma il’cita.

Crime culposo
No crime culposo a conduta do agente Ž destinada a um determinado fim (que
pode ser l’cito ou n‹o), mas pela viola•‹o a um dever de cuidado, o agente
acaba por lesar um bem jur’dico de terceiro, cometendo crime culposo. Pode se
dar por:
¥! Neglig•ncia Ð O agente deixa de tomar todas as cautelas
necess‡rias para que sua conduta n‹o venha a lesar o bem jur’dico
de terceiro.
¥! Imprud•ncia Ð ƒ o caso do afoito, daquele que pratica atos
temer‡rios, que n‹o se coadunam com a prud•ncia que se deve ter
na vida em sociedade.
¥! Imper’cia Ð Decorre do desconhecimento de uma regra tŽcnica
profissional para a pr‡tica da conduta.

O crime culposo Ž composto de:


¥! Uma conduta volunt‡ria
¥! A viola•‹o a um dever objetivo de cuidado
¥! Um resultado natural’stico involunt‡rio Ð O resultado produzido
n‹o foi querido pelo agente (salvo na culpa impr—pria).
¥! Nexo causal
¥! Tipicidade Ð Ado•‹o da excepcionalidade do crime culposo. S—
haver‡ puni•‹o a t’tulo de culpa se houver expressa previs‹o legal
nesse sentido.
¥! Previsibilidade objetiva - O resultado ocorrido deve ser previs’vel
mediante um esfor•o intelectual razo‡vel. ƒ chamada previsibilidade
do Òhomem mŽdioÓ.

Modalidades de culpa

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¥! Culpa consciente e inconsciente Ð Na culpa consciente, o
agente prev• o resultado como poss’vel, mas acredita que este n‹o
ir‡ ocorrer (previsibilidade SUBJETIVA). Na culpa inconsciente, o
agente n‹o prev• que o resultado possa ocorrer (h‡ apenas
previsibilidade OBJETIVA, n‹o subjetiva).
¥! Culpa pr—pria e culpa impr—pria Ð A culpa pr—pria Ž aquela na
qual o agente NÌO QUER O RESULTADO criminoso. ƒ a culpa
propriamente dita. Pode ser consciente, quando o agente prev• o
resultado como poss’vel, ou inconsciente, quando n‹o h‡ essa
previs‹o. Na culpa impr—pria, o agente quer o resultado, mas,
por erro inescus‡vel, acredita que o est‡ fazendo amparado por uma
causa excludente da ilicitude ou da culpabilidade. A culpa, portanto,
n‹o est‡ na execu•‹o da conduta, mas no momento de escolher
praticar a conduta.
OBS.: crime preterdoloso (ou preterintencional): O crime preterdoloso
ocorre quando o agente, com vontade de praticar determinado crime (dolo),
acaba por praticar crime mais grave, n‹o com dolo, mas por culpa.

CRIME CONSUMADO, TENTADO E IMPOSSêVEL


Crime consumado Ð ocorre quando todos os elementos da defini•‹o legal da
conduta criminosa est‹o presentes.
Crime tentado Ð h‡ crime tentado quando o resultado n‹o ocorre por
circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente. Ado•‹o da teoria objetiva da
punibilidade da tentativa: como regra, o agente responde pela pena do crime
consumado, diminu’da de um a dois ter•os. EXCE‚ÌO: (1) crimes em que a mera
tentativa de alcan•ar o resultado j‡ consuma o delito. Ex: art. 352 do CP (Evas‹o
mediante viol•ncia contra a pessoa); (2) outras exce•›es legais.
Crime imposs’vel (tentativa inid™nea ou crime oco) Ð o resultado n‹o ocorre
por ser absolutamente imposs’vel sua ocorr•ncia, em raz‹o: (1) da absoluta
impropriedade do objeto; ou (2) da absoluta inefic‡cia do meio. Ado•‹o da teoria
objetiva da punibilidade da tentativa inid™nea: a conduta do agente n‹o Ž
pun’vel.
Desist•ncia volunt‡ria - Na desist•ncia volunt‡ria o agente, por ato volunt‡rio,
desiste de dar sequ•ncia aos atos execut—rios, mesmo podendo faz•-lo.
FîRMULA DE FRANK: (1) Na tentativa Ð O agente quer, mas n‹o pode
prosseguir; (2) Na desist•ncia volunt‡ria Ð O agente pode, mas n‹o quer
prosseguir. Se o resultado n‹o ocorre, o agente n‹o responde pela tentativa, mas
apenas pelos atos efetivamente praticados.
Arrependimento eficaz - Aqui o agente j‡ praticou todos os atos execut—rios
que queria e podia, mas ap—s isto, se arrepende do ato e adota medidas que
acabam por impedir a consuma•‹o do resultado. Se o resultado n‹o ocorre, o
agente n‹o responde pela tentativa, mas apenas pelos atos efetivamente
praticados.

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Arrependimento posterior - N‹o exclui o crime, pois este j‡ se consumou.
Ocorre quando o agente repara o dano provocado ou restitui a coisa.
Consequ•ncia: diminui•‹o de pena, de um a dois ter•os. S— cabe:
¥! Nos crimes em que n‹o h‡ viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa;
¥! Se a repara•‹o do dano ou restitui•‹o da coisa Ž anterior ao recebimento
da denœncia ou queixa.

ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE)
ƒ a condi•‹o de contrariedade da conduta perante o Direito. Em regra, toda
conduta t’pica Ž il’cita. N‹o o ser‡, porŽm, se houver uma causa de exclus‹o da
ilicitude. S‹o elas:
¥! GenŽricas Ð S‹o aquelas que se aplicam a todo e qualquer crime. Est‹o
previstas na parte geral do C—digo Penal, em seu art. 23;
¥! Espec’ficas Ð S‹o aquelas que s‹o pr—prias de determinados crimes, n‹o se
aplicando a outros.

CAUSAS GENƒRICAS DE EXCLUSÌO DA ILICITUDE

ESTADO DE NECESSIDADE

Conceito Ð ÒConsidera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para


salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro
modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era
razo‡vel exigir-seÓ.
Se bem sacrificado era de valor maior que o bem protegido Ð N‹o h‡
justifica•‹o. A conduta Ž il’cita. O agente, contudo, tem a pena diminu’da de um
a dois ter•os.
Requisitos
¥! N‹o ter sido criada voluntariamente pelo agente (ou seja, se foi
ele mesmo quem deu causa, n‹o poder‡ sacrificar o direito de um
terceiro a pretexto de salvar o seu).
¥! Perigo atual Ð O perigo deve estar ocorrendo. A lei n‹o permite o
estado de necessidade diante de um perigo futuro, ainda que iminente.
¥! A situa•‹o de perigo deve estar expondo ˆ les‹o um bem jur’dico
do pr—prio agente ou de um terceiro.
¥! O agente n‹o pode ter o dever jur’dico de impedir o resultado.
¥! Bem jur’dico sacrificado deve ser de valor igual ou inferior ao
bem protegido - Se o bem sacrificado era de valor maior que o bem
protegido, n‹o h‡ justifica•‹o. A conduta Ž il’cita. O agente, contudo,
tem a pena diminu’da de um a dois ter•os.

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¥! Atitude necess‡ria Ð O agente deve agir nos estritos limites do
necess‡rio. Caso se exceda, responder‡ pelo excesso (culposo ou
doloso).
EspŽcies:
¥! Agressivo Ð Quando para salvar seu bem jur’dico o agente sacrifica
bem jur’dico de um terceiro que n‹o provocou a situa•‹o de perigo.
¥! Defensivo Ð Quando o agente sacrifica um bem jur’dico de quem
ocasionou a situa•‹o de perigo.
¥! Real Ð Quando a situa•‹o de perigo efetivamente existe.
¥! Putativo Ð Quando a situa•‹o de perigo n‹o existe de fato, apenas
na imagina•‹o do agente.

LEGêTIMA DEFESA
Conceito Ð ÒEntende-se em leg’tima defesa quem, usando moderadamente dos
meios necess‡rios, repele injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou
de outremÓ.
Requisitos:
¥! Agress‹o Injusta Ð Assim, se a agress‹o Ž justa, n‹o h‡ leg’tima
defesa.
¥! Atual ou iminente Ð A agress‹o deve estar acontecendo ou prestes a
acontecer.
¥! Contra direito pr—prio ou alheio Ð A agress‹o injusta pode estar
acontecendo ou prestes a acontecer contra direito do pr—prio agente
ou de um terceiro.
¥! Rea•‹o proporcional Ð O agente deve repelir a agress‹o injusta,
valendo-se dos meios necess‡rios, mas sem se exceder. Caso se
exceda, responder‡ pelo excesso (culposo ou doloso).
OBS.: Na leg’tima defesa, diferentemente do que ocorre no estado de
necessidade, o agredido (que age em leg’tima defesa) n‹o Ž obrigado a fugir
do agressor, ainda que possa.
EspŽcies de leg’tima defesa:
¥! Agressiva Ð Quando o agente pratica um fato previsto como infra•‹o
penal.
¥! Defensiva Ð O agente se limita a se defender, n‹o atacando nenhum
bem jur’dico do agressor.
¥! Pr—pria Ð Quando o agente defende seu pr—prio bem jur’dico.
¥! De terceiro Ð Quando defende bem jur’dico pertencente a outra
pessoa.
¥! Real Ð Quando a agress‹o a imin•ncia dela acontece, de fato, no
mundo real.

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¥! Putativa Ð Quando o agente pensa que est‡ sendo agredido ou que
esta agress‹o ir‡ ocorrer, mas, na verdade, trata-se de fruto da sua
imagina•‹o.
T—picos importantes:
¥! N‹o cabe leg’tima defesa real em face de leg’tima defesa real.
¥! Cabe leg’tima defesa real em face de leg’tima defesa putativa.
¥! Cabe leg’tima defesa sucessiva
¥! Sempre caber‡ leg’tima defesa em face de conduta que esteja acobertada
apenas por causa de exclus‹o da culpabilidade
¥! NUNCA haver‡ possibilidade de leg’tima defesa real em face de qualquer
causa de exclus‹o da ilicitude real.

ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL


Conceito Ð Ocorre quando o agente pratica fato t’pico, mas o faz em
cumprimento a um dever previsto em lei.
Observa•›es importantes:
¥! Se um terceiro colabora com aquele que age no estrito cumprimento do
dever legal, a ele tambŽm se estende essa causa de exclus‹o da ilicitude
(h‡ comunicabilidade).
¥! O particular tambŽm pode agir no estrito cumprimento do dever legal.

EXERCêCIO REGULAR DE DIREITO


Conceito Ð Ocorre quando o agente pratica fato t’pico, mas o faz no exerc’cio de
um direito seu. Dessa forma, quem age no leg’timo exerc’cio de um direito seu,
n‹o poder‡ estar cometendo crime, pois a ordem jur’dica deve ser harm™nica.
Ex.: Lutador de vale-tudo que agride o oponente.
Excesso pun’vel Ð Da mesma forma que nas demais hip—teses, o agente
responder‡ pelo excesso (culposo ou doloso). O excesso, aqui, ir‡ se verificar
sempre que o agente ultrapassar os limites do direito que possui (n‹o estar‡ mais
no exerc’cio REGULAR de direito).
________

Bons estudos!
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8! EXERCêCIOS DA AULA

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01.! (VUNESP Ð 2017 Ð TJM-SP Ð ESCREVENTE TƒCNICO JUDICIçRIO Ð
ADAPTADA)
Nos termos previstos no C—digo Penal, Ž correto afirmar que se considera
praticado o crime no momento do resultado.

02.! (VUNESP Ð 2016 Ð PREF. DE ALUMêNIO-SP Ð PROCURADOR)


Um brasileiro, Jo‹o, que reside em Buenos Aires, Argentina, decide matar um
desafeto, JosŽ, que reside na cidade de Alum’nio, SP, Brasil. Jo‹o, em sua
resid•ncia, fabrica uma Òcarta-bombaÓ, no dia 10, e, no mesmo dia, posta o
objeto em uma unidade dos correios de Buenos Aires, com destino a Alum’nio. O
artefato Ž recebido por JosŽ, em Alum’nio, no dia 20. No dia 25 Ž aberto, explode
e mata JosŽ. Com rela•‹o ˆ aplica•‹o da Lei Penal, e de acordo com os arts. 4¼
e 6¼ do CP, assinale a alternativa que traz, respectivamente, o dia do crime e o
local em que ele foi praticado.
a) 10; apenas Buenos Aires.
b) 10; Buenos Aires ou Alum’nio.
c) 20; apenas Alum’nio.
d) 25; apenas Alum’nio.
e) 25; Buenos Aires ou Alum’nio.

03.! (VUNESP Ð 2016 Ð PREF. DE SERTÌOZINHO-SP Ð PROCURADOR)


Rosa Margarida, apaixonada por Carlos Flores, imaginando que se os dois
convivessem por alguns dias, ele poderia se apaixonar, resolveu sequestr‡-lo.
Sendo assim, o privou da sua liberdade e o levou para sua casa. Enquanto Carlos
era mantido em cativeiro por Rosa, nova lei entrou em vigor, agravando a pena
do crime de sequestro.
Sobre a possibilidade de aplica•‹o da nova lei, mais severa, ao caso exposto,
assinale a alternativa correta.
a) N‹o se aplica, tendo em vista a irretroatividade da lei penal mais severa.
b) ƒ aplic‡vel, pois entrou em vigor antes de cessar a perman•ncia.
c) N‹o se aplica, tendo em vista o princ’pio da preval•ncia do interesse do rŽu.
d) ƒ aplic‡vel, pois se trata de crime material e nesses casos deve ser aplicada a
teoria da ubiquidade.
e) N‹o de aplica, pois de acordo com a teoria da atividade, a lei a ser aplicada
deve ser aquela em vigor no momento do crime.

04.! (VUNESP Ð 2016 Ð PREF. DE POç-SP Ð PROCURADOR)


Considera-se praticado o crime no momento
a) do resultado.
b) em que o agente inicia os atos preparat—rios.
c) em que o agente cogita e planeja a pr‡tica criminosa.

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d) da a•‹o ou omiss‹o, ainda que outro seja o momento do resultado.
e) da a•‹o ou omiss‹o, bem como no momento em que se produziu o resultado.

05.! (VUNESP Ð 2010 Ð MPE-SP Ð ANALISTA DE PROMOTORIA)


Considere que um indiv’duo, de nacionalidade chilena, em territ—rio argentino,
contamine a ‡gua pot‡vel que ser‡ utilizada para distribui•‹o no Brasil e
Paraguai. Considere, ainda, que neste œltimo pa’s, em raz‹o da contamina•‹o,
ocorre a morte de um cidad‹o paraguaio, sendo que no Brasil Ž vitimado, apenas,
um equatoriano.
De acordo com a regra do art. 6.¼, do nosso C—digo Penal ("lugar do crime"),
considera-se o crime praticado
a) na Argentina, apenas.
b) no Brasil e no Paraguai, apenas.
c) no Chile e na Argentina, apenas.
d) na Argentina, no Brasil e no Paraguai, apenas.
e) no Chile, na Argentina, no Paraguai, no Brasil e no Equador.

06.! (VUNESP Ð 2009 Ð TJ-SP Ð JUIZ)


O C—digo Penal Brasileiro, em seu art. 6.¼, como lugar do crime, adota a teoria
a) da atividade ou da a•‹o.
b) do resultado ou do evento.
c) da a•‹o ou do efeito.
d) da ubiquidade.

07.! (VUNESP Ð 2007 Ð OAB-SP Ð EXAME DE ORDEM)


O C—digo Penal brasileiro,
a) quanto ao lugar do crime, adotou a teoria mista ou da ubiqŸidade.
b) quanto ao lugar do crime, adotou a teoria da atividade ou da a•‹o.
c) quanto ao tempo do crime, adotou a teoria mista ou da ubiqŸidade.
d) quanto ao tempo do crime, adotou a teoria do resultado.

08.! (VUNESP Ð 2017 Ð CRBIO-1¡ REGIÌO Ð ADVOGADO - ADAPTADA)


De acordo com o C—digo Penal Brasileiro, nos crimes sem viol•ncia ou grave
amea•a ˆ pessoa, o arrependimento posterior isenta de pena o autor do crime,
desde que reparado o dano atŽ o recebimento da denœncia ou queixa.

09.! (VUNESP Ð 2017 Ð CRBIO-1¡ REGIÌO Ð ADVOGADO - ADAPTADA)

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De acordo com o C—digo Penal Brasileiro, responde penalmente, a t’tulo de
omiss‹o, aquele que deixa de agir para evitar o resultado quando, por lei ou
conven•‹o social, tenha obriga•‹o de cuidado, prote•‹o ou vigil‰ncia.

10.! (VUNESP Ð 2017 Ð CRBIO-1¡ REGIÌO Ð ADVOGADO - ADAPTADA)


De acordo com o C—digo Penal Brasileiro, o crime Ž tentado quando, iniciada a
execu•‹o, o agente impede a realiza•‹o do resultado.

11.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð ESCRIVÌO)


Com rela•‹o ˆ consuma•‹o e tentativa do crime, nos termos previstos no C—digo
Penal, Ž correto afirmar que
(A) salvo disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os.
(B) diz-se o crime consumado, quando nele se reœnem dois ter•os dos elementos
de sua defini•‹o legal.
(C) diz-se o crime consumado, quando nele se reœnem a maioria dos elementos
de sua defini•‹o legal.
(D) diz-se o crime tentado quando n‹o se exaure por circunst‰ncias alheias ˆ
vontade do agente.
(E) diz-se o crime tentado quando, iniciada a cogita•‹o, n‹o se consuma por
circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente.

12.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð ESCRIVÌO)


Segundo o previsto no C—digo Penal, incorrer‡ na excludente de ilicitude
denominada estado de necessidade aquele que
(A) pratica o fato usando moderadamente dos meios necess‡rios, para repelir
injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
(B) atua ou se omite sem a consci•ncia da ilicitude do fato, quando n‹o lhe era
poss’vel, nas circunst‰ncias, ter ou atingir essa consci•ncia.
(C) tendo o dever legal de enfrentar o perigo, pratica o fato para salvar de perigo
atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito
pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel se exigir.
(D) pratica o fato para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade,
nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas
circunst‰ncias, era razo‡vel exigir-se.
(E) pratica o fato para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade,
nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas
circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-se.

13.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)

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O indiv’duo ÒBÓ, com inten•‹o de matar a pessoa ÒDÓ, efetua dez disparos de
arma de fogo em dire•‹o a um ve’culo que se encontra estacionado na via pœblica
por imaginar que dentro desse ve’culo encontrava-se a pessoa ÒDÓ, contudo, n‹o
havia nenhuma pessoa no interior do ve’culo. Com rela•‹o ˆ conduta praticada
por ÒBÓ, Ž correto afirmar que
(A) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio tentado, em virtude
da interpreta•‹o extensiva do crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.
(B) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio consumado, em
virtude da interpreta•‹o extensiva do crime de homic’dio.
(C) o indiv’duo ÒBÓ n‹o poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio.
(D) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio tentado, por
analogia ao crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.
(E) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio consumado, por
analogia ao crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.

14.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


O indiv’duo ÒBÓ descobre que a companhia aŽrea ÒXÓ Ž a que esteve envolvida no
maior nœmero de acidentes aŽreos nos œltimos anos. O indiv’duo ÒBÓ ent‹o
compra, regularmente, uma passagem aŽrea desta companhia e presenteia seu
pai com esta passagem, pois tem interesse que ele morra para receber sua
heran•a. O pai recebe a passagem e durante o respectivo v™o ocorre um acidente
aŽreo que ocasiona sua morte. Diante dessas circunst‰ncias, Ž correto afirmar
que
(A) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio doloso se for
demonstrado que o piloto do avi‹o em que seu pai se encontrava agiu com culpa
no acidente que o vitimou.
(B) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio culposo, tendo
em vista que sem a sua a•‹o o resultado n‹o teria ocorrido.
(C) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio doloso, tendo
em vista que sem a sua a•‹o o resultado n‹o teria ocorrido.
(D) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio culposo se for
demonstrado que o piloto do avi‹o em que seu pai se encontrava agiu com culpa
no acidente que o vitimou.
(E) o indiv’duo ÒBÓ n‹o praticou e n‹o poder‡ ser responsabilizado pelo crime de
homic’dio.

15.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


Nos termos do C—digo Penal considera-se causa do crime
(A) a a•‹o ou omiss‹o praticada pelo autor, independentemente de qualquer
causa superveniente.
(B) a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado n‹o teria ocorrido.

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(C) a a•‹o ou omiss‹o praticada pelo autor, independentemente da sua rela•‹o
com o resultado.
(D) exclusivamente a a•‹o ou omiss‹o que mais contribui para o resultado.
(E) exclusivamente a a•‹o ou omiss‹o que mais se relaciona com a inten•‹o do
autor.

16.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


Com rela•‹o ˆ leg’tima defesa, segundo o disposto no C—digo Penal, Ž correto
afirmar que
(A) o uso moderado dos meios necess‡rios para repelir uma agress‹o consiste
em um dos requisitos para caracteriza•‹o da leg’tima defesa, ainda que essa
agress‹o seja justa.
(B) um dos requisitos para sua carateriza•‹o consiste na necessidade que a
injusta agress‹o seja atual e n‹o apenas iminente.
(C) um dos requisitos para sua caracteriza•‹o consiste na exig•ncia de que a
repulsa ˆ injusta agress‹o seja realizada contra direito seu, tendo em vista que
se for praticada contra o direito alheio estar-se-‡ diante de estado de
necessidade.
(D) a leg’tima defesa n‹o resta caracterizada se for praticada contra uma
agress‹o justa, ainda que observados os demais requisitos para sua
caracteriza•‹o.
(E) considera-se em leg’tima defesa aquele que pratica o fato para salvar de
perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel
exigir-se.

17.! (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ)


H‡ crime em que a tentativa Ž punida com a mesma pena do crime consumado,
sem a diminui•‹o legal. Exemplo: art. 309 do C—digo Eleitoral (Òvotar ou tentar
votar, mais de uma vez, ou em lugar de outremÓ).
Recebe, em doutrina, a denomina•‹o de
a) crime consunto.
b) crime de conduta mista.
c) crime de atentado ou de empreendimento.
d) crime multitudin‡rio.

18.! (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ)


Quando a descri•‹o legal do tipo penal contŽm o dissenso, expresso ou impl’cito,
como elemento espec’fico, o consentimento do ofendido funciona como causa
de exclus‹o da
a) antijuridicidade formal

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b) tipicidade.
c) antijuridicidade material.
d) punibilidade do fato.

19.! (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ)


Conforme o disposto no artigo 14, par‡grafo œnico, do C—digo Penal, ÒSalvo
disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao
crime consumado, diminu’da de um a dois ter•osÓ.
O critŽrio de diminui•‹o da pena levar‡ em considera•‹o
a) a motiva•‹o do crime.
b) a intensidade do dolo.
c) o iter criminis percorrido pelo agente.
d) a periculosidade do agente.

20.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - AGENTE DE POLêCIA)


De acordo com o C—digo Penal, a execu•‹o iniciada de um crime, que n‹o se
consuma por circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente, caracteriza o(a)
a) arrependimento eficaz.
b) arrependimento posterior.
c) tentativa.
d) crime frustrado.
e) desist•ncia volunt‡ria.

21.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL)


Aquele que assume o risco de produzir um resultado criminoso comete crime
movido por
a) culpa.
b) imprud•ncia.
c) dolo.
d) imper’cia.
e) neglig•ncia.

22.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL)


Aquele que pratica fato t’pico para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por
sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo
sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-se, atuou em
a) leg’tima defesa putativa e, portanto, n‹o cometeu crime.
b) estado de necessidade e, portanto, ter‡ a pena diminu’da de 1 (um) a 2 (dois)
ter•os.

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c) leg’tima defesa e, portanto, n‹o cometeu crime.
d) estado de necessidade e, portanto, n‹o cometeu crime.
e) leg’tima defesa e, portanto, ter‡ a pena diminu’da de 1 (um) a 2 (dois) ter•os.

23.! (VUNESP Ð 2002 Ð SEFAZ-SP Ð AGENTE FISCAL DE RENDAS)


S‹o causas de exclus‹o da ilicitude:
a) a leg’tima defesa, o exerc’cio regular de direito e a coa•‹o irresist’vel.
b) a obedi•ncia hier‡rquica, a coa•‹o irresist’vel e a desist•ncia volunt‡ria.
c) o arrependimento eficaz, o arrependimento posterior e o estrito cumprimento
do dever legal.
d) o estado de necessidade, a obedi•ncia hier‡rquica e a desist•ncia volunt‡ria.
e) o exerc’cio regular de direito, o estrito cumprimento do dever legal e o estado
de necessidade.

24.! (VUNESP Ð 2012 Ð DPE-MS Ð DEFENSOR PòBLICO)


Com rela•‹o ao crime culposo, assinale a alternativa correta.
a) Imprud•ncia Ž uma omiss‹o, uma aus•ncia de precau•‹o em rela•‹o ao ato
realizado.
b) Na culpa consciente, o resultado n‹o Ž previsto pelo agente, embora previs’vel.
c) O resultado involunt‡rio trata de elemento do fato t’pico culposo.
d) Na culpa impr—pria, o resultado n‹o Ž previsto, embora seja previs’vel.

25.! (VUNESP Ð 2010 Ð MP-SP Ð ANALISTA DE PROMOTORIA)


O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza
a) s— responde pelos atos j‡ praticados.
b) n‹o comete crime, pois tem afastada a ilicitude da a•‹o.
c) beneficia-se pela causa de diminui•‹o de pena do arrependimento posterior.
d) Ž punido com a pena correspondente ao crime consumado, diminu’da de um
a dois ter•os.
e) ter‡ pena reduzida de um a dois ter•os, mas, desde que, por ato volunt‡rio,
tenha reparado o dano ou restitu’do a coisa, atŽ o recebimento da denœncia ou
da queixa.

26.! (VUNESP Ð 2008 Ð TJ-SP Ð JUIZ)


Ap—s a morte da m‹e, A recebeu, durante um ano, a pens‹o previdenci‡ria
daquela, depositada mensalmente em sua conta banc‡ria, em virtude de ser
procuradora da primeira. Descoberto o fato, A foi denunciada por apropria•‹o
indŽbita. Se a senten•a concluir que a acusada (em raz‹o de sua incultura, pouca

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viv•ncia, etc.) n‹o tinha percep•‹o da antijuricidade de sua conduta, estar‡
reconhecendo
a) erro sobre elemento do tipo, que exclui o dolo.
b) erro de proibi•‹o.
c) descriminante putativa.
d) ignor‰ncia da lei.

27.! (VUNESP Ð 2007 Ð OAB-SP Ð EXAME DE ORDEM)


Pretendendo mat‡-lo, Fulano coloca veneno no cafŽ de Sicrano. Sem saber do
envenenamento, Sicrano ingere o cafŽ. Logo em seguida, Fulano, arrependido,
prescreve o ant’doto a Sicrano, que sobrevive, sem qualquer seqŸela. Diante
disso, Ž correto afirmar que se trata de hip—tese de
a) crime imposs’vel, pois o meio empregado por Fulano era absolutamente
ineficaz para obten•‹o do resultado pretendido.
b) tentativa, pois o resultado n‹o se consumou por circunst‰ncias alheias ˆ
vontade de Fulano.
c) arrependimento posterior, pois o dano foi reparado por Fulano atŽ o
recebimento da denœncia.
d) arrependimento eficaz, pois Fulano impediu voluntariamente que o resultado
se produzisse.

28.! (FCC Ð 2017 Ð TRF5 Ð OFICIAL DE JUSTI‚A)


ƒdipo, irritado com as constantes festas que seu vizinho Laio promove ˆ noite,
atrapalhando seu descanso, resolve procur‡-lo a fim de resolver definitivamente
a situa•‹o. Para tanto, arma-se de uma espingarda e se dirige ˆ casa de Laio,
vindo a encontr‡-lo distra’do. Ato cont’nuo, aponta a arma em sua dire•‹o a fim
de efetuar um disparo contra sua cabe•a. Contudo, Jocasta, que, por
coincid•ncia, havia acabado de chegar ao local, surpreende e consegue impedir
ƒdipo de seu intento, retirando-lhe a arma de sua m‹o, evitando, assim, o disparo
fatal. A conduta de ƒdipo, para o Direito Penal, pode ser enquadrada no
ordenamento jur’dico como
a) arrependimento posterior.
b) desist•ncia volunt‡ria.
c) crime tentado.
d) circunst‰ncia atenuante.
e) arrependimento eficaz.

29.! (FCC Ð 2017 Ð TRF5 Ð OFICIAL DE JUSTI‚A)


Considere:
I. N‹o provoca•‹o volunt‡ria do perigo.
II. Exigibilidade de sacrif’cio do bem salvo.

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III. Inexist•ncia do dever legal de enfrentar o perigo.
IV. Conhecimento da situa•‹o justificante.
V. Agress‹o atual ou pretŽrita.
S‹o requisitos do estado de necessidade o que se afirma APENAS em
a) I, III e IV.
b) II, III e IV.
c) I, II e V.
d) II, IV e V.
e) I, III e V.

30.! (FCC Ð 2016 Ð SEFAZ-MA Ð AUDITOR FISCAL)


NÌO h‡ crime quando o agente pratica o fato t’pico descrito na lei penal
a) mediante coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia a ordem de superior
hier‡rquico.
b) por culpa, dolo eventual, erro sobre os elementos do tipo e excesso justificado.
c) somente em estado de necessidade e leg’tima defesa.
d) mediante erro sobre a pessoal contra a qual o crime Ž praticado, em concurso
de pessoas culposo e nos casos de excesso doloso.
e) em estado de necessidade, leg’tima defesa, em estrito cumprimento do dever
legal e no exerc’cio regular de direito.

31.! (FCC Ð 2016 Ð SEFAZ-MA Ð AUDITOR FISCAL)


O C—digo Penal, ao tratar da rela•‹o de causalidade do crime, considera causa a
a) emo•‹o ou a paix‹o.
b) dela•‹o.
c) a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado n‹o teria ocorrido.
d) excludente de ilicitude.
e) descriminante putativa.

32.! (FCC Ð 2016 Ð ISS-TERESINA Ð AUDITOR-FISCAL)


Considere:
I. obedi•ncia hier‡rquica.
II. estado de necessidade.
III. exerc’cio regular de um direito.
IV. leg’tima defesa.
Dentre as causas excludentes de ilicitude, incluem-se o que consta APENAS em
a) I e II.
b) II, III e IV.

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c) I, II e IV.
d) I, II e III.
e) III e IV.

33.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-GO Ð PROCURADOR)


A consuma•‹o se d‡ nos crimes
a) de mera conduta, com a ocorr•ncia do resultado natural’stico.
b) omissivos impr—prios com a pr‡tica de conduta capaz de produzir o resultado
natural’stico.
c) permanentes, no momento em que cessa a perman•ncia.
d) omissivos pr—prios, com a simples omiss‹o.
e) culposos, com a pr‡tica da conduta imprudente, imperita ou negligente

34.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-RJ Ð PROCURADOR)


A respeito do crime consumado e do crime tentado, da desist•ncia volunt‡ria, do
arrependimento eficaz e do arrependimento posterior, considere:
I. H‡ desist•ncia volunt‡ria quando o agente, embora tenha iniciado a execu•‹o
de um delito, desiste de prosseguir na realiza•‹o t’pica, atendendo sugest‹o de
terceiro.
II. A redu•‹o de um a dois ter•os da pena em raz‹o do reconhecimento do crime
tentado deve ser estabelecida de acordo com as circunst‰ncias agravantes ou
atenuantes porventura existentes.
III. H‡ arrependimento eficaz, quando o agente, ap—s ter esgotado os meios de
que dispunha para a pr‡tica do crime, arrepende-se e tenta, sem •xito, por todas
as formas, impedir a consuma•‹o.
IV. Em todos os crimes contra o patrim™nio, o arrependimento posterior
consistente na repara•‹o volunt‡ria e completa do preju’zo causado, implica a
redu•‹o obrigat—ria da pena de um a dois ter•os.
V. H‡ crime imposs’vel quando a consuma•‹o n‹o ocorre pela utiliza•‹o de meio
relativamente inid™neo para produzir o resultado.
Est‡ correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) I e II.
c) III e IV.
d) IV.
e) II e V.

35.! (FCC Ð 2015 - TCE-CE - Procurador de Contas)


S‹o elementos do crime doloso:
a) previsibilidade objetiva e dever de cuidado objetivo.

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b) previsibilidade subjetiva e dever de cuidado objetivo.
c) desejo do resultado e assun•‹o do risco de produzi-lo.
d) previs‹o do resultado pelo agente, mas que n‹o se realize sinceramente a sua
produ•‹o e especificidade do dolo.
e) elemento subjetivo do tipo e previsibilidade subjetiva.

36.! (FCC Ð 2015 - TCE-CE - conselheiro)


O C—digo Penal adota no seu art. 13 a teoria conditio sine qua non (condi•‹o sem
a qual n‹o). Por ela,
a) imputa-se o resultado a quem tambŽm n‹o deu causa.
b) a causa dispensa a adequa•‹o para o resultado.
c) a a•‹o e a omiss‹o s‹o desconsideradas para o resultado.
d) tudo que contribui para o resultado Ž causa, n‹o se distinguindo entre causa
e condi•‹o ou concausa.
e) a omiss‹o Ž penalmente irrelevante.

37.! (FCC Ð 2015 - TCE-CE - conselheiro)


S‹o elementos da tentativa:
a) in’cio de execu•‹o do tipo penal; falta de consuma•‹o por circunst‰ncias
alheias ˆ vontade do agente; dolo e culpa.
b) in’cio de execu•‹o do tipo penal; falta de consuma•‹o por circunst‰ncias
alheias ˆ vontade do agente; dolo.
c) in’cio de execu•‹o do tipo penal; falta de consuma•‹o por circunst‰ncias
alheias ˆ vontade do agente; culpa consciente.
d) atos preparat—rios; In’cio de execu•‹o do tipo penal; falta de consuma•‹o por
circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente; dolo e culpa.
e) atos preparat—rios; In’cio de execu•‹o do tipo penal; falta de consuma•‹o por
circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente; dolo.

38.! (FCC Ð 2014 Ð TJ-CE Ð JUIZ)


Os crimes omissivos impr—prios ou comissivos por omiss‹o s‹o aqueles
a) cuja consuma•‹o se protrai no tempo, enquanto perdurar a conduta.
b) em que a rela•‹o de causalidade Ž normativa.
c) praticados mediante o Òn‹o fazerÓ o que a lei manda, sem depend•ncia de
qualquer resultado natural’stico.
d) que se consumam antecipadamente, sem depend•ncia de ocorrer ou n‹o o
resultado desejado pelo agente.
e) que o agente deixa de fazer o que estava obrigado, ainda que sem a produ•‹o
de qualquer resultado.

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39.! (FCC Ð 2014 Ð DPE-PB Ð DEFENSOR PòBLICO)
Decididamente disposto a matar T’cio, por erro de pontaria o astuto Caio acerta-
lhe de leve rasp‹o um disparo no bra•o. PorŽm, assustado com o estrondo do
estampido, e temendo acordar a vizinhan•a que o poderia prender, ao invŽs de
descarregar a muni•‹o restante, Caio estrategicamente decide socorrer o c‰ndido
T’cio que, levado ao hospital pelo pr—prio algoz, acaba logo liberado com curativo
m’nimo. Caio primeiramente diz, em sua autodefesa, que o tiro ocorrera por
acidente, chegando ardilosamente a indenizar de pronto todos os preju’zos
materiais e morais de T’cio com o fato, mas sua trama acaba definitivamente
desvendada pela l’mpida investiga•‹o policial que se segue. Com esses dados j‡
indiscut’veis, mais precisamente pode-se classificar os fatos como
a) tentativa de homic’dio.
b) desist•ncia volunt‡ria.
c) arrependimento eficaz.
d) arrependimento posterior.
e) aberratio ictus.

40.! (FCC Ð 2014 Ð DPE-RS Ð DEFENSOR PòBLICO)


A respeito da tipicidade penal, Ž correto afirmar:
a) Para a teoria da tipicidade conglobante, a tipicidade penal pressup›e a
exist•ncia de normas proibitivas e a inexist•ncia de preceitos permissivos da
conduta em uma mesma ordem jur’dica.
b) As causas excludentes da ilicitude restringem-se ˆquelas previstas na Parte
Geral do C—digo Penal.
c) A figura do crime imposs’vel prevista no art. 17 do C—digo Penal retrata
hip—tese de fato t’pico, mas inculp‡vel.
d) Pelo C—digo Penal, aquele que concretiza conduta prevista hipoteticamente
como crime, mas que age em obedi•ncia ˆ ordem de superior hier‡rquico que
n‹o seja notoriamente ilegal, pratica a•‹o at’pica penalmente.
e) Nas hip—teses de estado de necessidade, o C—digo Penal prev• que o excesso
doloso disposto no par‡grafo œnico do art. 23 do C—digo Penal torna il’cita conduta
originalmente permitida, o que n‹o ocorre com o excesso culposo, que mantŽm
a a•‹o excessiva impun’vel.

41.! (FCC Ð 2014 Ð TJ-AP Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Com rela•‹o ˆ exclus‹o de ilicitude Ž correto afirmar:
a) H‡ crime quando o agente pratica o fato em exclus‹o de ilicitude, havendo, no
entanto, redu•‹o da pena.
b) Considera-se em estado de necessidade quem, usando moderadamente dos
meios necess‡rios, repele injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou
de outrem.

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c) Considera-se em leg’tima defesa quem pratica o fato para salvar de perigo
atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito
pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-se.
d) Pode alegar estado de necessidade mesmo quem tinha o dever legal de
enfrentar o perigo.
e) Ainda que o agente haja em caso de exclus‹o de ilicitude, este responder‡
pelo excesso doloso ou culposo.

42.! (FCC Ð 2014 Ð TJ-AP Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


ƒ correto afirmar que:
a) Nos crimes cometidos sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa, reparado o
dano ou restitu’da a coisa, atŽ o recebimento da denœncia ou da queixa, por ato
volunt‡rio do agente, a pena ser‡ reduzida de um a dois ter•os.
b) O agente que, involuntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou
impede que o resultado se produza, n‹o responde pelos atos j‡ praticados.
c) Diz-se o crime tentado quando nele se reœnem todos os elementos de sua
defini•‹o legal.
d) Pelo resultado que agrava especialmente a pena, s— responde o agente que o
houver causado, exceto culposamente.
e) N‹o se pune a tentativa quando, por absoluta impropriedade do meio ou por
inefic‡cia absoluta do objeto, Ž imposs’vel consumar-se o crime.

43.! (FCC Ð 2014 Ð MPE-PA Ð PROMOTOR DE JUSTI‚A)


Aprovada em Sess‹o Plen‡ria de 15 de dezembro de 1976, a Sœmula 554 do
Supremo Tribunal Federal enuncia que ÒO pagamento de cheque emitido sem
suficiente previs‹o de fundos, ap—s o recebimento da denœncia, n‹o obsta o
prosseguimento da a•‹o penalÓ. Com o advento da reforma da Parte Geral do
C—digo Penal pela Lei no 7.209/1984, o sentido normativo dessa sœmula passou
a ser, no entanto, tensionado por importantes segmentos da doutrina brasileira,
notadamente ˆ luz do instituto denominado
a) insignific‰ncia penal.
b) desist•ncia volunt‡ria.
c) arrependimento eficaz.
d) arrependimento posterior.
e) crime imposs’vel.

44.! (FCC Ð 2014 Ð MPE-PA Ð PROMOTOR DE JUSTI‚A)


Segundo sua classifica•‹o doutrin‡ria dominante, o chamado ofend’culo pode
mais precisamente caracterizar situa•‹o de exclus‹o de
a) antijuridicidade.
b) tipicidade.

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c) periculosidade.
d) culpabilidade.
e) punibilidade.

45.! (FCC Ð 2014 Ð TCE-PI Ð ASSESSOR JURêDICO)


Em direito penal:
I. Reconhecida a tentativa, a pena h‡ de ser diminu’da na propor•‹o inversa do
iter criminis percorrido pelo agente.
II. A causalidade, nos crimes comissivos por omiss‹o, n‹o Ž f‡tica, mas jur’dica,
consistente em n‹o haver atuado o omitente, como devia e podia, para impedir
o resultado.
III. O crime culposo comissivo por omiss‹o pressup›e a viola•‹o por parte do
omitente do dever de agir para impedir o resultado.
IV. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevit‡vel, exclui a punibilidade e se
confunde com o desconhecimento da lei.
Est‡ correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) II, III e IV.
d) III e IV.
e) I e III.

46.! (FCC Ð 2014 Ð TRT 18 Ð JUIZ)


ƒ causa de exclus‹o da tipicidade,
a) a insignific‰ncia do fato ou a sua adequa•‹o social, segundo corrente
doutrin‡ria e jurisprudencial.
b) o erro inevit‡vel sobre a ilicitude do fato.
c) a coa•‹o moral irresist’vel.
d) a n‹o exigibilidade de conduta diversa.
e) a obedi•ncia hier‡rquica.

47.! (FCC Ð 2014 Ð TRT 18 Ð JUIZ)


No que diz respeito aos est‡gios de realiza•‹o do crime, Ž correto afirmar que
a) se atinge a consuma•‹o com o exaurimento do delito.
b) h‡ arrependimento eficaz quando o agente, por ato volunt‡rio, nos crimes sem
viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa, repara o dano ou restitui a coisa atŽ o
recebimento da denœncia ou da queixa.
c) h‡ desist•ncia volunt‡ria quando o agente, embora j‡ realizado todo o
processo de execu•‹o, impede que o resultado ocorra.

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d) na desist•ncia volunt‡ria e no arrependimento eficaz o agente s— responde
pelos atos j‡ praticados, se t’picos.
e) a tentativa constitui circunst‰ncia atenuante.

48.! (FCC Ð 2014 Ð CåMARA MUNICIPAL-SP Ð PROCURADOR)


Na tentativa pun’vel, o correspondente abatimento na pena intensifica-se
segundo
a) a aptid‹o para consumar.
b) a periculosidade demonstrada.
c) a lesividade j‡ efetivada.
d) o itiner‡rio j‡ percorrido.
e) o exaurimento j‡ alcan•ado.

49.! (FCC Ð 2014 - TRF 3 Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)


N‹o h‡ crime sem
a) dolo.
b) resultado natural’stico.
c) imprud•ncia.
d) conduta.
e) les‹o.

50.! (FCC Ð 2014 - TRF 3 Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)


Paulo, sabendo que seu desafeto Pedro n‹o sabia nadar e desejando mat‡-lo,
jogou-o nas ‡guas, durante a travessia de um bra•o de mar. Todavia, ficou com
pena da v’tima, mergulhou e a retirou, antes que se afogasse. Nesse caso,
ocorreu:
a) desist•ncia volunt‡ria.
b) arrependimento eficaz
c) crime tentado
d) crime putativo.
e) crime imposs’vel

51.! (FCC Ð 2014 Ð DPE-CE Ð DEFENSOR PòBLICO)


Segundo entendimento doutrin‡rio, o consentimento do ofendido (quando n‹o
integra a pr—pria descri•‹o t’pica), a adequa•‹o social e a inexigibilidade de
conduta diversa constituem causas supralegais de exclus‹o, respectivamente, da
a) tipicidade, da culpabilidade e da ilicitude.
b) culpabilidade, da tipicidade e da ilicitude.
c) ilicitude, da tipicidade e da culpabilidade.

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d) ilicitude, da culpabilidade e da tipicidade.
e) culpabilidade, da ilicitude e da tipicidade.

52.! (FCC Ð 2014 Ð TCE-GO Ð ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


A adequa•‹o perfeita entre o fato natural, concreto, e a descri•‹o abstrata contida
na lei denomina-se
a) culpabilidade.
b) tipicidade.
c) antijuridicidade.
d) rela•‹o de causalidade.
e) consun•‹o.

53.! (FCC Ð 2014 Ð TCE-GO Ð ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


Considere:
I. C’cerus aceitou desafio para lutar.
II. Marcus atingiu o agressor ap—s uma agress‹o finda.
III. L’cius reagiu a uma agress‹o iminente.
Presentes os demais requisitos legais, a excludente da leg’tima defesa pode ser
reconhecida em favor de
a) L’cius, apenas.
b) C’cerus e Marcus.
c) C’cerus e L’cius.
d) Marcus e L’cius.
e) C’cerus, apenas

54.! (FCC Ð 2014 Ð TCE-GO Ð ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


N‹o se admite a tentativa nos crimes
a) unissubsistentes.
b) culposos.
c) omissivos puros.
d) omissivos impr—prios.
e) preterdolosos sem consuma•‹o do resultado agregado.

55.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-GO Ð AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO)


Fernando deu in’cio ˆ execu•‹o de um delito material, praticando atos capazes
de produzir o resultado lesivo. Todavia, aliou-se ˆ sua a•‹o uma concausa
I. preexistente, absolutamente independente em rela•‹o ˆ conduta do agente
que, por si s—, produziu o resultado.

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II. concomitante, absolutamente independente em rela•‹o ˆ conduta do agente
que, por si s—, produziu o resultado.
III. superveniente, relativamente independente em rela•‹o ˆ conduta do agente,
situada na mesma linha de desdobramento f’sico da conduta do agente,
concorrendo para a produ•‹o do resultado.
IV. superveniente, relativamente independente em rela•‹o ˆ conduta do agente,
sem guardar posi•‹o de homogeneidade em rela•‹o ˆ conduta do agente e que,
por si s—, produziu o resultado.
O resultado lesivo NÌO ser‡ imputado a Fernando, que responder‡ apenas pelos
atos praticados, nas situa•›es indicadas em
a) I, II e IV.
b) III e IV.
c) I e III.
d) I e II.
e) II, III e IV.

56.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-GO Ð AUDITOR CONSELHEIRO SUBSTITUTO)


A respeito do dolo e da culpa, Ž correto afirmar que
a) na culpa consciente o agente prev• o resultado e admite a sua ocorr•ncia como
consequ•ncia prov‡vel da sua conduta.
b) no dolo eventual o agente prev• a ocorr•ncia do resultado, mas espera
sinceramente que ele n‹o aconte•a.
c) a imprud•ncia Ž a aus•ncia de precau•‹o, a falta de ado•‹o das cautelas
exig’veis por parte do agente.
d) a imper’cia Ž a pr‡tica de conduta arriscada ou perigosa, aferida pelo
comportamento do homem mŽdio.
e) Ž previs’vel o fato cujo poss’vel superveni•ncia n‹o escapa ˆ perspic‡cia
comum.

57.! (FCC Ð 2011 Ð TCE-SP Ð PROCURADOR)


Os crimes que resultam do n‹o fazer o que a lei manda, sem depend•ncia de
qualquer resultado natural’stico, s‹o chamados de
A) comissivos por omiss‹o.
B) formais.
C) omissivos pr—prios.
D) comissivos.
E) omissivos impr—prios.

58.! (FCC Ð 2011 Ð TCE-SP Ð PROCURADOR)


No estado de necessidade,

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A) h‡ necessariamente rea•‹o contra agress‹o.
B) o agente responder‡ apenas pelo excesso culposo.
C) deve haver proporcionalidade entre a gravidade do perigo que amea•a o bem
jur’dico e a gravidade da les‹o causada.
D) a amea•a deve ser apenas a direito pr—prio.
E) inadmiss’vel a modalidade putativa.

59.! (FCC Ð 2011 Ð TCE-SP Ð PROCURADOR)


Para a doutrina finalista, o dolo integra a
A) culpabilidade.
B) tipicidade.
C) ilicitude.
D) antijuridicidade.
E) punibilidade.

9! EXERCêCIOS COMENTADOS

01.! (VUNESP Ð 2017 Ð TJM-SP Ð ESCREVENTE TƒCNICO JUDICIçRIO Ð


ADAPTADA)
Nos termos previstos no C—digo Penal, Ž correto afirmar que se considera
praticado o crime no momento do resultado.
COMENTçRIOS: Item errado, pois se considera praticado o crime no momento
da conduta (a•‹o ou omiss‹o), ainda que outro seja o momento do resultado,
conforme art. 4¼ do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

02.! (VUNESP Ð 2016 Ð PREF. DE ALUMêNIO-SP Ð PROCURADOR)


Um brasileiro, Jo‹o, que reside em Buenos Aires, Argentina, decide matar
um desafeto, JosŽ, que reside na cidade de Alum’nio, SP, Brasil. Jo‹o, em
sua resid•ncia, fabrica uma Òcarta-bombaÓ, no dia 10, e, no mesmo dia,
posta o objeto em uma unidade dos correios de Buenos Aires, com
destino a Alum’nio. O artefato Ž recebido por JosŽ, em Alum’nio, no dia
20. No dia 25 Ž aberto, explode e mata JosŽ. Com rela•‹o ˆ aplica•‹o da
Lei Penal, e de acordo com os arts. 4¼ e 6¼ do CP, assinale a alternativa
que traz, respectivamente, o dia do crime e o local em que ele foi
praticado.
a) 10; apenas Buenos Aires.
b) 10; Buenos Aires ou Alum’nio.
c) 20; apenas Alum’nio.

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d) 25; apenas Alum’nio.
e) 25; Buenos Aires ou Alum’nio.
COMENTçRIOS: Neste caso temos um crime ˆ dist‰ncia, ou seja, um crime em
que a conduta ocorre num pa’s e o resultado ocorre em outro. Neste caso, o CP
estabelece que ser‡ considerado local do crime tanto o lugar em que foi praticada
a conduta (Buenos Aires-ARG) quanto o lugar em que ocorreu o resultado
(Alum’nio/SP-BRA), conforme art. 6¼ do CP.
Com rela•‹o ao momento do crime, o CP, em seu art. 4¼, estabelece que se
considera praticado o crime no momento da CONDUTA (a•‹o ou omiss‹o), ainda
que outro seja o momento do resultado. No caso, a conduta ocorreu quando o
agente postou a carta-bomba com destino ao Brasil, ou seja, no dia 10.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

03.! (VUNESP Ð 2016 Ð PREF. DE SERTÌOZINHO-SP Ð PROCURADOR)


Rosa Margarida, apaixonada por Carlos Flores, imaginando que se os dois
convivessem por alguns dias, ele poderia se apaixonar, resolveu
sequestr‡-lo. Sendo assim, o privou da sua liberdade e o levou para sua
casa. Enquanto Carlos era mantido em cativeiro por Rosa, nova lei entrou
em vigor, agravando a pena do crime de sequestro.
Sobre a possibilidade de aplica•‹o da nova lei, mais severa, ao caso
exposto, assinale a alternativa correta.
a) N‹o se aplica, tendo em vista a irretroatividade da lei penal mais
severa.
b) ƒ aplic‡vel, pois entrou em vigor antes de cessar a perman•ncia.
c) N‹o se aplica, tendo em vista o princ’pio da preval•ncia do interesse
do rŽu.
d) ƒ aplic‡vel, pois se trata de crime material e nesses casos deve ser
aplicada a teoria da ubiquidade.
e) N‹o de aplica, pois de acordo com a teoria da atividade, a lei a ser
aplicada deve ser aquela em vigor no momento do crime.
COMENTçRIOS: Neste caso temos um crime permanente, ou seja, um crime
que se prolonga no tempo. Neste caso, entende-se que o crime est‡ ocorrendo
enquanto n‹o cessar a perman•ncia, ou seja, enquanto a v’tima estiver privada
de sua liberdade (no caso da quest‹o).
Nos crimes permanentes, caso sobrevenha uma lei nova, que entre em vigor
durante a pr‡tica do crime (durante a perman•ncia), ela ser‡ aplicada ao crime
que est‡ em andamento, independentemente de ser mais benŽfica ou mais
gravosa. Neste caso, n‹o h‡ retroatividade, pois a lei entrou em vigor DURANTE
a pr‡tica do crime, e n‹o depois. Este Ž o entendimento sumulado do STF (sœmula
711 do STF).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

04.! (VUNESP Ð 2016 Ð PREF. DE POç-SP Ð PROCURADOR)

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Considera-se praticado o crime no momento
a) do resultado.
b) em que o agente inicia os atos preparat—rios.
c) em que o agente cogita e planeja a pr‡tica criminosa.
d) da a•‹o ou omiss‹o, ainda que outro seja o momento do resultado.
e) da a•‹o ou omiss‹o, bem como no momento em que se produziu o
resultado.
COMENTçRIOS: Considera praticado o crime no momento da conduta (a•‹o ou
omiss‹o), ainda que outro seja o momento do resultado, conforme art. 4¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

05.! (VUNESP Ð 2010 Ð MPE-SP Ð ANALISTA DE PROMOTORIA)


Considere que um indiv’duo, de nacionalidade chilena, em territ—rio
argentino, contamine a ‡gua pot‡vel que ser‡ utilizada para distribui•‹o
no Brasil e Paraguai. Considere, ainda, que neste œltimo pa’s, em raz‹o
da contamina•‹o, ocorre a morte de um cidad‹o paraguaio, sendo que
no Brasil Ž vitimado, apenas, um equatoriano.
De acordo com a regra do art. 6.¼, do nosso C—digo Penal ("lugar do
crime"), considera-se o crime praticado
a) na Argentina, apenas.
b) no Brasil e no Paraguai, apenas.
c) no Chile e na Argentina, apenas.
d) na Argentina, no Brasil e no Paraguai, apenas.
e) no Chile, na Argentina, no Paraguai, no Brasil e no Equador.
COMENTçRIOS: O CP brasileiro adotou a teoria da UBIQUIDADE em rela•‹o ao
lugar do crime. Vejamos:
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Assim, podemos perceber que, PELA LEI BRASILEIRA, o crime seria punido
apenas na Argentina (onde foi praticado), no Paraguai e no Brasil (onde o
resultado ocorreu).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

06.! (VUNESP Ð 2009 Ð TJ-SP Ð JUIZ)


O C—digo Penal Brasileiro, em seu art. 6.¼, como lugar do crime, adota a
teoria
a) da atividade ou da a•‹o.
b) do resultado ou do evento.
c) da a•‹o ou do efeito.
d) da ubiquidade.

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COMENTçRIOS: O CP brasileiro adotou, como teoria referente ao lugar do crime,
a teoria da UBIQUIDADE, considerando-se praticado o crime no lugar em que
ocorreu a a•‹o ou omiss‹o, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado. Vejamos a reda•‹o do art. 6¼:
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

07.! (VUNESP Ð 2007 Ð OAB-SP Ð EXAME DE ORDEM)


O C—digo Penal brasileiro,
a) quanto ao lugar do crime, adotou a teoria mista ou da ubiqŸidade.
b) quanto ao lugar do crime, adotou a teoria da atividade ou da a•‹o.
c) quanto ao tempo do crime, adotou a teoria mista ou da ubiqŸidade.
d) quanto ao tempo do crime, adotou a teoria do resultado.
COMENTçRIOS: O CP brasileiro adotou, como teoria referente ao lugar do crime,
a teoria da UBIQUIDADE (ou mista), considerando-se praticado o crime no lugar
em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o, no todo ou em parte, bem como onde se
produziu ou deveria produzir-se o resultado. Vejamos a reda•‹o do art. 6¼:
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
J‡ com rela•‹o ao TEMPO do crime, o CP adotou a teoria da atividade, nos termos
do art. 4¼:
Art. 4¼ - Considera-se praticado o crime no momento da a•‹o ou omiss‹o, ainda que
outro seja o momento do resultado.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

08.! (VUNESP Ð 2017 Ð CRBIO-1¡ REGIÌO Ð ADVOGADO - ADAPTADA)


De acordo com o C—digo Penal Brasileiro, nos crimes sem viol•ncia ou
grave amea•a ˆ pessoa, o arrependimento posterior isenta de pena o
autor do crime, desde que reparado o dano atŽ o recebimento da
denœncia ou queixa.
COMENTçRIOS: Item errado, pois no caso de arrependimento posterior isso n‹o
isentar‡ o agente de pena. O agente, neste caso, ter‡ sua pena diminu’da de um
a dois ter•os, nos termos do art. 16 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

09.! (VUNESP Ð 2017 Ð CRBIO-1¡ REGIÌO Ð ADVOGADO - ADAPTADA)


De acordo com o C—digo Penal Brasileiro, responde penalmente, a t’tulo
de omiss‹o, aquele que deixa de agir para evitar o resultado quando, por
lei ou conven•‹o social, tenha obriga•‹o de cuidado, prote•‹o ou
vigil‰ncia.

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COMENTçRIOS: Item errado, pois responde penalmente pela omiss‹o aquele
que deixa de agir, quando podia e devia agir para evitar o resultado. Vejamos:
Art. 13 (...) ¤ 2¼ - A omiss‹o Ž penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir
para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
a) tenha por lei obriga•‹o de cuidado, prote•‹o ou vigil‰ncia; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorr•ncia do resultado. (Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Como se v•, o agente n‹o responde penalmente pela omiss‹o quando tinha, por
CONVEN‚ÌO SOCIAL, o dever de prote•‹o, cuidado e vigil‰ncia, mas apenas
quando tinha tal dever por obriga•‹o legal ou quando de outra forma, assumiu a
responsabilidade de impedir o resultado ou, ainda, quando criou o risco da
ocorr•ncia do resultado, com seu comportamento anterior.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

10.! (VUNESP Ð 2017 Ð CRBIO-1¡ REGIÌO Ð ADVOGADO - ADAPTADA)


De acordo com o C—digo Penal Brasileiro, o crime Ž tentado quando,
iniciada a execu•‹o, o agente impede a realiza•‹o do resultado.
COMENTçRIOS: Item errado, pois considera-se o crime tentado quando, uma
vez iniciada a execu•‹o, n‹o se consuma o delito por circunst‰ncias alheias ˆ
vontade do agente, nos termos do art. 14, II do CP. Quando o pr—prio agente
impede a ocorr•ncia do resultado poderemos ter desist•ncia volunt‡ria ou
arrependimento eficaz, a depender do caso, na forma do art. 15 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

11.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð ESCRIVÌO)


Com rela•‹o ˆ consuma•‹o e tentativa do crime, nos termos previstos no
C—digo Penal, Ž correto afirmar que
(A) salvo disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os.
(B) diz-se o crime consumado, quando nele se reœnem dois ter•os dos
elementos de sua defini•‹o legal.
(C) diz-se o crime consumado, quando nele se reœnem a maioria dos
elementos de sua defini•‹o legal.
(D) diz-se o crime tentado quando n‹o se exaure por circunst‰ncias
alheias ˆ vontade do agente.
(E) diz-se o crime tentado quando, iniciada a cogita•‹o, n‹o se consuma
por circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente.
COMENTçRIOS: Diz-se o crime consumado quando nele se reœnem a TODOS os
elementos de sua defini•‹o legal, nos termos do art. 14, I do CP. Diz-se o crime

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como ÒtentadoÓ quando, uma vez iniciada a execu•‹o, n‹o se consuma por
circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente, nos termos do art. 14, II do CP.
A tentativa, salvo disposi•‹o em contr‡rio, Ž punida com a pena correspondente
ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os, nos termos do art. 14, ¤
œnico do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

12.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð ESCRIVÌO)


Segundo o previsto no C—digo Penal, incorrer‡ na excludente de ilicitude
denominada estado de necessidade aquele que
(A) pratica o fato usando moderadamente dos meios necess‡rios, para
repelir injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
(B) atua ou se omite sem a consci•ncia da ilicitude do fato, quando n‹o
lhe era poss’vel, nas circunst‰ncias, ter ou atingir essa consci•ncia.
(C) tendo o dever legal de enfrentar o perigo, pratica o fato para salvar
de perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro
modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias,
n‹o era razo‡vel se exigir.
(D) pratica o fato para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua
vontade, nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo
sacrif’cio, nas circunst‰ncias, era razo‡vel exigir-se.
(E) pratica o fato para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua
vontade, nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo
sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-se.
COMENTçRIOS: Atua em estado de necessidade aquele que pratica o fato
definido como crime para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua
vontade, nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo
sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-se, nos termos do art. 24
do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

13.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


O indiv’duo ÒBÓ, com inten•‹o de matar a pessoa ÒDÓ, efetua dez disparos
de arma de fogo em dire•‹o a um ve’culo que se encontra estacionado
na via pœblica por imaginar que dentro desse ve’culo encontrava-se a
pessoa ÒDÓ, contudo, n‹o havia nenhuma pessoa no interior do ve’culo.
Com rela•‹o ˆ conduta praticada por ÒBÓ, Ž correto afirmar que
(A) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio tentado,
em virtude da interpreta•‹o extensiva do crime de homic’dio em vista de
sua inten•‹o.
(B) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio
consumado, em virtude da interpreta•‹o extensiva do crime de
homic’dio.

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(C) o indiv’duo ÒBÓ n‹o poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio.
(D) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio tentado,
por analogia ao crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.
(E) o indiv’duo ÒBÓ poder‡ ser punido pelo crime de homic’dio
consumado, por analogia ao crime de homic’dio em vista de sua inten•‹o.
COMENTçRIOS: No caso temos uma hip—tese de crime imposs’vel, pela absoluta
impropriedade do objeto, de forma que o agente n‹o poder‡ ser punido pelo
crime de homic’dio, nos termos do art. 17 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

14.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


O indiv’duo ÒBÓ descobre que a companhia aŽrea ÒXÓ Ž a que esteve
envolvida no maior nœmero de acidentes aŽreos nos œltimos anos. O
indiv’duo ÒBÓ ent‹o compra, regularmente, uma passagem aŽrea desta
companhia e presenteia seu pai com esta passagem, pois tem interesse
que ele morra para receber sua heran•a. O pai recebe a passagem e
durante o respectivo v™o ocorre um acidente aŽreo que ocasiona sua
morte. Diante dessas circunst‰ncias, Ž correto afirmar que
(A) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio doloso
se for demonstrado que o piloto do avi‹o em que seu pai se encontrava
agiu com culpa no acidente que o vitimou.
(B) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio
culposo, tendo em vista que sem a sua a•‹o o resultado n‹o teria
ocorrido.
(C) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio doloso,
tendo em vista que sem a sua a•‹o o resultado n‹o teria ocorrido.
(D) o indiv’duo ÒBÓ ser‡ responsabilizado pelo crime de homic’dio
culposo se for demonstrado que o piloto do avi‹o em que seu pai se
encontrava agiu com culpa no acidente que o vitimou.
(E) o indiv’duo ÒBÓ n‹o praticou e n‹o poder‡ ser responsabilizado pelo
crime de homic’dio.
COMENTçRIOS: O indiv’duo n‹o praticou e n‹o poder‡ ser responsabilizado pelo
delito de homic’dio, pois sua conduta n‹o foi a causa adequada da morte de seu
pai.
Com sua conduta o agente n‹o criou um risco proibido pelo Direito, pois n‹o Ž
vedado a ninguŽm presentear outra pessoa com uma passagem, ainda que sua
inten•‹o seja v•-la morrer num acidente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRET Aƒ A LETRA E.

15.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


Nos termos do C—digo Penal considera-se causa do crime

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(A) a a•‹o ou omiss‹o praticada pelo autor, independentemente de
qualquer causa superveniente.
(B) a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado n‹o teria ocorrido.
(C) a a•‹o ou omiss‹o praticada pelo autor, independentemente da sua
rela•‹o com o resultado.
(D) exclusivamente a a•‹o ou omiss‹o que mais contribui para o
resultado.
(E) exclusivamente a a•‹o ou omiss‹o que mais se relaciona com a
inten•‹o do autor.
COMENTçRIOS: Considera-se causa do crime a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o
resultado n‹o teria ocorrido, nos termos do art. 13 do CP, que consagra a teoria
da equival•ncia dos antecedentes causais.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

16.! (VUNESP Ð 2015 Ð PC/CE Ð INSPETOR)


Com rela•‹o ˆ leg’tima defesa, segundo o disposto no C—digo Penal, Ž
correto afirmar que
(A) o uso moderado dos meios necess‡rios para repelir uma agress‹o
consiste em um dos requisitos para caracteriza•‹o da leg’tima defesa,
ainda que essa agress‹o seja justa.
(B) um dos requisitos para sua carateriza•‹o consiste na necessidade
que a injusta agress‹o seja atual e n‹o apenas iminente.
(C) um dos requisitos para sua caracteriza•‹o consiste na exig•ncia de
que a repulsa ˆ injusta agress‹o seja realizada contra direito seu, tendo
em vista que se for praticada contra o direito alheio estar-se-‡ diante de
estado de necessidade.
(D) a leg’tima defesa n‹o resta caracterizada se for praticada contra uma
agress‹o justa, ainda que observados os demais requisitos para sua
caracteriza•‹o.
(E) considera-se em leg’tima defesa aquele que pratica o fato para salvar
de perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro
modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias,
n‹o era razo‡vel exigir-se.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Se a agress‹o Ž justa, n‹o h‡ que se falar em leg’tima defesa, nos
termos do art. 25 do CP.
B) ERRADA: A injusta agress‹o pode ser atual ou iminente, nos termos do art.
25 do CP.
C) ERRADA: A leg’tima defesa pode ser praticada para repelir injusta agress‹o
tambŽm contra direito de terceira pessoa.
D) CORRETA: Perfeito. Se a agress‹o Ž justa, n‹o h‡ que se falar em leg’tima
defesa, nos termos do art. 25 do CP.

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E) ERRADA: Tal defini•‹o corresponde ao estado de necessidade, nos termos do
art. 24 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

17.! (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ)


H‡ crime em que a tentativa Ž punida com a mesma pena do crime
consumado, sem a diminui•‹o legal. Exemplo: art. 309 do C—digo
Eleitoral (Òvotar ou tentar votar, mais de uma vez, ou em lugar de
outremÓ).
Recebe, em doutrina, a denomina•‹o de
a) crime consunto.
b) crime de conduta mista.
c) crime de atentado ou de empreendimento.
d) crime multitudin‡rio.
COMENTçRIOS: Estes crimes (que s‹o raros) s‹o chamados de Òcrimes de
atentadoÓ ou Òcrimes de empreendimentoÓ. Nestes crimes o tipo penal j‡ prev•
a tentativa como sendo delito consumado, de forma que n‹o se aplica o art. 14,
II e seu ¤ œnico do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

18.! (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ)


Quando a descri•‹o legal do tipo penal contŽm o dissenso, expresso ou
impl’cito, como elemento espec’fico, o consentimento do ofendido
funciona como causa de exclus‹o da
a) antijuridicidade formal
b) tipicidade.
c) antijuridicidade material.
d) punibilidade do fato.
COMENTçRIOS: Existem crimes cujo tipo penal prev•, expressa ou
implicitamente, a necessidade de que a conduta seja praticada Òsem autoriza•‹oÓ
ou Òcontra a vontadeÓ, etc. Nestes crimes, se a conduta Ž praticada Òcom
autoriza•‹oÓ ou Òde acordo com a vontadeÓ, ou seja, com o Òconsentimento do
ofendidoÓ, n‹o h‡ crime, pois h‡ exclus‹o da tipicidade, j‡ que a aus•ncia do
consentimento do ofendido Ž um elemento normativo do tipo penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

19.! (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ)


Conforme o disposto no artigo 14, par‡grafo œnico, do C—digo Penal,
ÒSalvo disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•osÓ.
O critŽrio de diminui•‹o da pena levar‡ em considera•‹o

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a) a motiva•‹o do crime.
b) a intensidade do dolo.
c) o iter criminis percorrido pelo agente.
d) a periculosidade do agente.
COMENTçRIOS: A tentativa Ž punida de forma menos gravosa que o delito
consumado, uma vez que o desvalor do resultado Ž menor que no crime
consumado. O patamar de redu•‹o varia de um a dois ter•os, devendo ser
utilizado como par‰metro para uma maior ou menor redu•‹o da pena o iter
criminis percorrido pelo agente, ou seja, quanto mais pr—ximo da consuma•‹o,
menor o patamar de redu•‹o. Quanto mais distante da consuma•‹o, maior o
patamar de redu•‹o.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

20.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - AGENTE DE POLêCIA)


De acordo com o C—digo Penal, a execu•‹o iniciada de um crime, que
n‹o se consuma por circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente,
caracteriza o(a)
a) arrependimento eficaz.
b) arrependimento posterior.
c) tentativa.
d) crime frustrado.
e) desist•ncia volunt‡ria.
COMENTçRIOS: Neste caso teremos crime na modalidade tentada, conforme
art. 14, II do CP:
Art. 14 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
II - tentado, quando, iniciada a execu•‹o, n‹o se consuma por circunst‰ncias alheias
ˆ vontade do agente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

21.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL)


Aquele que assume o risco de produzir um resultado criminoso comete
crime movido por
a) culpa.
b) imprud•ncia.
c) dolo.
d) imper’cia.
e) neglig•ncia.
COMENTçRIOS: O crime pode ser doloso ou culposo. Ser‡ culposo quando o
agente agir violando um dever de cuidado, ou seja, com imprud•ncia, neglig•ncia
ou imper’cia. Ser‡ doloso quando o agente quiser o resultado (teoria da vontade)

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ou quando o agente, mesmo n‹o querendo o resultado, pratica a conduta
assumindo o risco de sua ocorr•ncia, sem se importar se eventualmente o
resultado ocorrer (teoria do consentimento), no que se denomina de dolo
eventual. Vejamos:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Crime culposo(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprud•ncia, neglig•ncia ou
imper’cia. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

22.! (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL)


Aquele que pratica fato t’pico para salvar de perigo atual, que n‹o
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito
pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel
exigir-se, atuou em
a) leg’tima defesa putativa e, portanto, n‹o cometeu crime.
b) estado de necessidade e, portanto, ter‡ a pena diminu’da de 1 (um) a
2 (dois) ter•os.
c) leg’tima defesa e, portanto, n‹o cometeu crime.
d) estado de necessidade e, portanto, n‹o cometeu crime.
e) leg’tima defesa e, portanto, ter‡ a pena diminu’da de 1 (um) a 2 (dois)
ter•os.
COMENTçRIOS: Neste caso a pessoa agiu em estado de necessidade e,
portanto, n‹o cometeu crime, j‡ que o estado de necessidade Ž causa de exclus‹o
da ilicitude. Vejamos:
Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato: (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
[...]
Par‡grafo œnico - O agente, em qualquer das hip—teses deste artigo, responder‡ pelo
excesso doloso ou culposo.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-
se. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

23.! (VUNESP Ð 2002 Ð SEFAZ-SP Ð AGENTE FISCAL DE RENDAS)

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S‹o causas de exclus‹o da ilicitude:
a) a leg’tima defesa, o exerc’cio regular de direito e a coa•‹o irresist’vel.
b) a obedi•ncia hier‡rquica, a coa•‹o irresist’vel e a desist•ncia
volunt‡ria.
c) o arrependimento eficaz, o arrependimento posterior e o estrito
cumprimento do dever legal.
d) o estado de necessidade, a obedi•ncia hier‡rquica e a desist•ncia
volunt‡ria.
e) o exerc’cio regular de direito, o estrito cumprimento do dever legal e
o estado de necessidade.
COMENTçRIOS: As causas de exclus‹o da ilicitude (ou exclus‹o da
antijuridicidade) est‹o previstas no art. 23 do CP. Vejamos:
Exclus‹o de ilicitude (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato: (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - em leg’tima defesa;(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito. (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Assim, vemos que a alternativa CORRETA ƒ A LETRA E.

24.! (VUNESP Ð 2012 Ð DPE-MS Ð DEFENSOR PòBLICO)


Com rela•‹o ao crime culposo, assinale a alternativa correta.
a) Imprud•ncia Ž uma omiss‹o, uma aus•ncia de precau•‹o em rela•‹o
ao ato realizado.
b) Na culpa consciente, o resultado n‹o Ž previsto pelo agente, embora
previs’vel.
c) O resultado involunt‡rio trata de elemento do fato t’pico culposo.
d) Na culpa impr—pria, o resultado n‹o Ž previsto, embora seja previs’vel.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: A imprud•ncia, embora seja uma falta de dever de cuidado,
constitui-se numa A‚ÌO, ou seja, na falta de cautela quando da pr‡tica de um
conduta ativa.
B) ERRADA: Na culpa consciente o resultado Ž previsto pelo agente.
C) CORRETA: Item correto, pois a ocorr•ncia de um resultado n‹o querido pelo
agente, embora previs’vel, Ž elemento indispens‡vel de todo tipo penal culposo.
D) ERRADA: Item errado porque esta Ž a defini•‹o de culpa inconsciente. A culpa
impr—pria Ž aquela na qual o agente quer o resultado e, portanto, age
dolosamente. Contudo, lhe Ž imputada a pena do crime culposo porque ele teve
uma representa•‹o equivocada da realidade, em raz‹o de um descuido
interpretativo seu.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

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25.! (VUNESP Ð 2010 Ð MP-SP Ð ANALISTA DE PROMOTORIA)


O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou
impede que o resultado se produza
a) s— responde pelos atos j‡ praticados.
b) n‹o comete crime, pois tem afastada a ilicitude da a•‹o.
c) beneficia-se pela causa de diminui•‹o de pena do arrependimento
posterior.
d) Ž punido com a pena correspondente ao crime consumado, diminu’da
de um a dois ter•os.
e) ter‡ pena reduzida de um a dois ter•os, mas, desde que, por ato
volunt‡rio, tenha reparado o dano ou restitu’do a coisa, atŽ o
recebimento da denœncia ou da queixa.
COMENTçRIOS: Tal agente somente responder‡ pelos atos atŽ ent‹o
praticados, eis que restou configurada a desist•ncia volunt‡ria ou o
arrependimento eficaz. Vejamos:
Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

26.! (VUNESP Ð 2008 Ð TJ-SP Ð JUIZ)


Ap—s a morte da m‹e, A recebeu, durante um ano, a pens‹o
previdenci‡ria daquela, depositada mensalmente em sua conta banc‡ria,
em virtude de ser procuradora da primeira. Descoberto o fato, A foi
denunciada por apropria•‹o indŽbita. Se a senten•a concluir que a
acusada (em raz‹o de sua incultura, pouca viv•ncia, etc.) n‹o tinha
percep•‹o da antijuricidade de sua conduta, estar‡ reconhecendo
a) erro sobre elemento do tipo, que exclui o dolo.
b) erro de proibi•‹o.
c) descriminante putativa.
d) ignor‰ncia da lei.
COMENTçRIOS: No caso em tela, o agente incorreu em erro de proibi•‹o, pois
incidiu em erro sobre a ilicitude do fato praticado. Vejamos:
Art. 21 - O desconhecimento da lei Ž inescus‡vel. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevit‡vel, isenta de pena; se evit‡vel, poder‡ diminu’-la de um sexto a um ter•o.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

27.! (VUNESP Ð 2007 Ð OAB-SP Ð EXAME DE ORDEM)

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Pretendendo mat‡-lo, Fulano coloca veneno no cafŽ de Sicrano. Sem
saber do envenenamento, Sicrano ingere o cafŽ. Logo em seguida,
Fulano, arrependido, prescreve o ant’doto a Sicrano, que sobrevive, sem
qualquer seqŸela. Diante disso, Ž correto afirmar que se trata de hip—tese
de
a) crime imposs’vel, pois o meio empregado por Fulano era
absolutamente ineficaz para obten•‹o do resultado pretendido.
b) tentativa, pois o resultado n‹o se consumou por circunst‰ncias alheias
ˆ vontade de Fulano.
c) arrependimento posterior, pois o dano foi reparado por Fulano atŽ o
recebimento da denœncia.
d) arrependimento eficaz, pois Fulano impediu voluntariamente que o
resultado se produzisse.
COMENTçRIOS: Neste caso o agente ser‡ beneficiado pelo instituto do
arrependimento eficaz pois, ap—s ter praticado a conduta, tomou as provid•ncias
para impedir a ocorr•ncia do resultado, tendo •xito. Vejamos:
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

28.! (FCC Ð 2017 Ð TRF5 Ð OFICIAL DE JUSTI‚A)


ƒdipo, irritado com as constantes festas que seu vizinho Laio promove ˆ
noite, atrapalhando seu descanso, resolve procur‡-lo a fim de resolver
definitivamente a situa•‹o. Para tanto, arma-se de uma espingarda e se
dirige ˆ casa de Laio, vindo a encontr‡-lo distra’do. Ato cont’nuo, aponta
a arma em sua dire•‹o a fim de efetuar um disparo contra sua cabe•a.
Contudo, Jocasta, que, por coincid•ncia, havia acabado de chegar ao
local, surpreende e consegue impedir ƒdipo de seu intento, retirando-lhe
a arma de sua m‹o, evitando, assim, o disparo fatal. A conduta de ƒdipo,
para o Direito Penal, pode ser enquadrada no ordenamento jur’dico como
a) arrependimento posterior.
b) desist•ncia volunt‡ria.
c) crime tentado.
d) circunst‰ncia atenuante.
e) arrependimento eficaz.
COMENTçRIOS: Neste caso, podemos considerar ter havido o in’cio da execu•‹o
dada a an‡lise do plano do agente, de forma que o resultado s— n‹o ocorreu por
circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente, caracterizando-se, portanto, a figura
da tentativa, na forma do art. 14, II do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

29.! (FCC Ð 2017 Ð TRF5 Ð OFICIAL DE JUSTI‚A)

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Considere:
I. N‹o provoca•‹o volunt‡ria do perigo.
II. Exigibilidade de sacrif’cio do bem salvo.
III. Inexist•ncia do dever legal de enfrentar o perigo.
IV. Conhecimento da situa•‹o justificante.
V. Agress‹o atual ou pretŽrita.
S‹o requisitos do estado de necessidade o que se afirma APENAS em
a) I, III e IV.
b) II, III e IV.
c) I, II e V.
d) II, IV e V.
e) I, III e V.
COMENTçRIOS: O estado de necessidade est‡ disciplinado no art. 24 do CP:
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo
atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio
ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-se. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
¤ 1¼ - N‹o pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o
perigo. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Como se v•, portanto, Ž necess‡rio que o agente n‹o tenha provocado


voluntariamente o perigo, bem como inexista o dever legal de enfrentar o perigo.
Por fim, Ž necess‡rio, de acordo com a Doutrina, que o agente saiba que est‡
agindo em situa•‹o de estado de necessidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

30.! (FCC Ð 2016 Ð SEFAZ-MA Ð AUDITOR FISCAL)


NÌO h‡ crime quando o agente pratica o fato t’pico descrito na lei penal
a) mediante coa•‹o irresist’vel ou em estrita obedi•ncia a ordem de
superior hier‡rquico.
b) por culpa, dolo eventual, erro sobre os elementos do tipo e excesso
justificado.
c) somente em estado de necessidade e leg’tima defesa.
d) mediante erro sobre a pessoal contra a qual o crime Ž praticado, em
concurso de pessoas culposo e nos casos de excesso doloso.
e) em estado de necessidade, leg’tima defesa, em estrito cumprimento
do dever legal e no exerc’cio regular de direito.
COMENTçRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois neste caso n‹o h‡ causa de exclus‹o da ilicitude
ou do fato t’pico. H‡, neste caso, causa de exclus‹o da culpabilidade, que n‹o Ž
chamada pelo CP de Òcausa de exclus‹o do crimeÓ.

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b) ERRADA: Item errado, pois no caso de crime praticado por dolo, culpa ou
excesso culposo o agente responde pelo crime praticado.
c) ERRADA: Item errado, pois alŽm destas duas hip—teses, o CP prev• ainda que
n‹o haver‡ crime quando o fato for praticado em estrito cumprimento do dever
legal e no exerc’cio regular de direito, na forma do art. 23 do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois estas n‹o s‹o causas de exclus‹o do crime.
e) CORRETA: Item correto, pois esta Ž a exata previs‹o contida no art. 23 do CP:
Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - em leg’tima defesa;(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito.(Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Excesso pun’vel (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - O agente, em qualquer das hip—teses deste artigo, responder‡ pelo
excesso doloso ou culposo.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

31.! (FCC Ð 2016 Ð SEFAZ-MA Ð AUDITOR FISCAL)


O C—digo Penal, ao tratar da rela•‹o de causalidade do crime, considera
causa a
a) emo•‹o ou a paix‹o.
b) dela•‹o.
c) a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado n‹o teria ocorrido.
d) excludente de ilicitude.
e) descriminante putativa.
COMENTçRIOS: O CP adota, como regra, a teoria da equival•ncia dos
antecedentes, segundo a qual considera-se causa toda a•‹o ou omiss‹o sem a
qual o resultado n‹o teria ocorrido, nos termos do art. 13 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

32.! (FCC Ð 2016 Ð ISS-TERESINA Ð AUDITOR-FISCAL)


Considere:
I. obedi•ncia hier‡rquica.
II. estado de necessidade.
III. exerc’cio regular de um direito.
IV. leg’tima defesa.
Dentre as causas excludentes de ilicitude, incluem-se o que consta
APENAS em
a) I e II.

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b) II, III e IV.
c) I, II e IV.
d) I, II e III.
e) III e IV.
COMENTçRIOS: Dentre as hip—teses apresentadas, apenas os itens II, III e IV
tratam de situa•›es consideradas excludentes de ilicitude, nos termos do art. 23
do CP.
A obedi•ncia hier‡rquica Ž causa de exclus‹o da CULPABILIDADE.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

33.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-GO Ð PROCURADOR)


A consuma•‹o se d‡ nos crimes
a) de mera conduta, com a ocorr•ncia do resultado natural’stico.
b) omissivos impr—prios com a pr‡tica de conduta capaz de produzir o
resultado natural’stico.
c) permanentes, no momento em que cessa a perman•ncia.
d) omissivos pr—prios, com a simples omiss‹o.
e) culposos, com a pr‡tica da conduta imprudente, imperita ou
negligente
COMENTçRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois nos crimes de mera conduta n‹o h‡ resultado
natural’stico previsto para a conduta descrita no tipo.
b) ERRADA: Item errado, pois nos crimes omissivos impr—prios a consuma•‹o
ocorre com a ocorr•ncia do resultado que deveria ter sido evitado pelo agente
que se omitiu.
c) ERRADA: Item errado, pois nos crimes permanentes o crime est‡ se
consumando durante todo o per’odo de perman•ncia.
d) CORRETA: Item correto, pois tais crimes se consumam com a mera realiza•‹o
da conduta (simples omiss‹o por parte do agente).
e) ERRADA: Nos crimes culposos a consuma•‹o ocorre com a ocorr•ncia do
resultado decorrente da conduta negligente, imprudente ou imperita.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

34.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-RJ Ð PROCURADOR)


A respeito do crime consumado e do crime tentado, da desist•ncia
volunt‡ria, do arrependimento eficaz e do arrependimento posterior,
considere:
I. H‡ desist•ncia volunt‡ria quando o agente, embora tenha iniciado a
execu•‹o de um delito, desiste de prosseguir na realiza•‹o t’pica,
atendendo sugest‹o de terceiro.

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II. A redu•‹o de um a dois ter•os da pena em raz‹o do reconhecimento
do crime tentado deve ser estabelecida de acordo com as circunst‰ncias
agravantes ou atenuantes porventura existentes.
III. H‡ arrependimento eficaz, quando o agente, ap—s ter esgotado os
meios de que dispunha para a pr‡tica do crime, arrepende-se e tenta,
sem •xito, por todas as formas, impedir a consuma•‹o.
IV. Em todos os crimes contra o patrim™nio, o arrependimento posterior
consistente na repara•‹o volunt‡ria e completa do preju’zo causado,
implica a redu•‹o obrigat—ria da pena de um a dois ter•os.
V. H‡ crime imposs’vel quando a consuma•‹o n‹o ocorre pela utiliza•‹o
de meio relativamente inid™neo para produzir o resultado.
Est‡ correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) I e II.
c) III e IV.
d) IV.
e) II e V.
COMENTçRIOS:
I Ð CORRETA: A desist•ncia volunt‡ria n‹o precisa partir espontaneamente do
agente, podendo ocorrer mesmo quando o agente atende a um pedido da v’tima
ou de outra pessoa. O importante, aqui, Ž que o agente deixe de prosseguir na
execu•‹o por vontade pr—pria, e n‹o porque foi impedido (caso contr‡rio,
ter’amos tentativa).
II Ð ERRADA: O percentual de redu•‹o ir‡ variar conforme a proximidade do
resultado; quanto mais pr—ximo do resultado, menos o percentual de redu•‹o.
III Ð ERRADA: Item errado, pois para que se configure o arrependimento eficaz
Ž necess‡rio que o agente consiga, efetivamente, evitar a ocorr•ncia do
resultado.
IV Ð ERRADA: Item errado, pois o arrependimento posterior n‹o Ž admitido em
todos os crimes patrimoniais, mas apenas naqueles em que n‹o houver viol•ncia
ou grave amea•a ˆ pessoa, nos termos do art. 16 do CP. AlŽm disso, a repara•‹o
do dano ou restitui•‹o da coisa deve ocorrer atŽ o recebimento da denœncia ou
queixa.
V Ð ERRADA: Se o meio Ž RELATIVAMENTE inid™neo n‹o h‡ crime imposs’vel,
pois o resultado poderia ocorrer. S— haver‡ crime imposs’vel quando o meio for
ABSOLUTAMENTE inid™neo ou o objeto for ABSOLUTAMENTE impr—prio, nos
termos do art. 17 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

35.! (FCC Ð 2015 - TCE-CE - PROCURADOR DE CONTAS)


S‹o elementos do crime doloso:
a) previsibilidade objetiva e dever de cuidado objetivo.

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b) previsibilidade subjetiva e dever de cuidado objetivo.
c) desejo do resultado e assun•‹o do risco de produzi-lo.
d) previs‹o do resultado pelo agente, mas que n‹o se realize
sinceramente a sua produ•‹o e especificidade do dolo.
e) elemento subjetivo do tipo e previsibilidade subjetiva.
COMENTçRIOS: O crime doloso pode se configurar pelo desejo de obten•‹o do
resultado (dolo direto de primeiro grau) ou pela assun•‹o do risco de sua
ocorr•ncia, sem que o agente se importe com o resultado (dolo eventual),
consagrando as teorias da vontade e do assentimento, respectivamente, nos
termos do art. 18 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

36.! (FCC Ð 2015 - TCE-CE - CONSELHEIRO)


O C—digo Penal adota no seu art. 13 a teoria conditio sine qua non
(condi•‹o sem a qual n‹o). Por ela,
a) imputa-se o resultado a quem tambŽm n‹o deu causa.
b) a causa dispensa a adequa•‹o para o resultado.
c) a a•‹o e a omiss‹o s‹o desconsideradas para o resultado.
d) tudo que contribui para o resultado Ž causa, n‹o se distinguindo entre
causa e condi•‹o ou concausa.
e) a omiss‹o Ž penalmente irrelevante.
COMENTçRIOS: A teoria da equival•ncia dos antecedentes, ou conditio sine qua
non, prega que se considera causa a a•‹o ou omiss‹o sem a qual o resultado n‹o
teria ocorrido, na forma do art. 13 do CP. Essa Teoria n‹o discute o fen™meno
das ÒconcausasÓ, o que Ž explicado pela teoria da causalidade adequada, prevista
no ¤1¼ do art. 13 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

37.! (FCC Ð 2015 - TCE-CE - CONSELHEIRO)


S‹o elementos da tentativa:
a) in’cio de execu•‹o do tipo penal; falta de consuma•‹o por
circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente; dolo e culpa.
b) in’cio de execu•‹o do tipo penal; falta de consuma•‹o por
circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente; dolo.
c) in’cio de execu•‹o do tipo penal; falta de consuma•‹o por
circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente; culpa consciente.
d) atos preparat—rios; In’cio de execu•‹o do tipo penal; falta de
consuma•‹o por circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente; dolo e
culpa.
e) atos preparat—rios; In’cio de execu•‹o do tipo penal; falta de
consuma•‹o por circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente; dolo.

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COMENTçRIOS: A tentativa ocorre quando, uma vez Òiniciada a execu•‹o, n‹o
se consuma por circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agenteÓ, nos termos do art.
14, II do CP.
Isto posto, s‹o elementos da tentativa o in’cio de execu•‹o do tipo penal, a falta
de consuma•‹o por circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente e o dolo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

38.! (FCC Ð 2014 Ð TJ-CE Ð JUIZ)


Os crimes omissivos impr—prios ou comissivos por omiss‹o s‹o aqueles
a) cuja consuma•‹o se protrai no tempo, enquanto perdurar a conduta.
b) em que a rela•‹o de causalidade Ž normativa.
c) praticados mediante o Òn‹o fazerÓ o que a lei manda, sem depend•ncia
de qualquer resultado natural’stico.
d) que se consumam antecipadamente, sem depend•ncia de ocorrer ou
n‹o o resultado desejado pelo agente.
e) que o agente deixa de fazer o que estava obrigado, ainda que sem a
produ•‹o de qualquer resultado.
COMENTçRIOS: Os crimes omissivos impr—prios, tambŽm chamados de crimes
Òcomissivos por omiss‹oÓ, s‹o aqueles em que o agente o agente tem a obriga•‹o
legal de agir para evitar o resultado, de maneira que, se n‹o o faz e o resultado
ocorre, o agente responde pelo resultado ocorrido (diferentemente dos crimes
omissivos puros, em que o agente responde apenas pela omiss‹o,
independentemente do resultado). Trata-se, aqui, de uma rela•‹o de causalidade
normativa entre a conduta (o n‹o agir) e o resultado. N‹o h‡ causalidade f’sica,
eis que Òdo nada, nada surgeÓ. O agente n‹o deu ÒcausaÓ (fisicamente falando)
ao resultado, mas como devia e podia evita-lo, responde por ele.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

39.! (FCC Ð 2014 Ð DPE-PB Ð DEFENSOR PòBLICO)


Decididamente disposto a matar T’cio, por erro de pontaria o astuto Caio
acerta-lhe de leve rasp‹o um disparo no bra•o. PorŽm, assustado com o
estrondo do estampido, e temendo acordar a vizinhan•a que o poderia
prender, ao invŽs de descarregar a muni•‹o restante, Caio
estrategicamente decide socorrer o c‰ndido T’cio que, levado ao hospital
pelo pr—prio algoz, acaba logo liberado com curativo m’nimo. Caio
primeiramente diz, em sua autodefesa, que o tiro ocorrera por acidente,
chegando ardilosamente a indenizar de pronto todos os preju’zos
materiais e morais de T’cio com o fato, mas sua trama acaba
definitivamente desvendada pela l’mpida investiga•‹o policial que se
segue. Com esses dados j‡ indiscut’veis, mais precisamente pode-se
classificar os fatos como
a) tentativa de homic’dio.

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b) desist•ncia volunt‡ria.
c) arrependimento eficaz.
d) arrependimento posterior.
e) aberratio ictus.
COMENTçRIOS: Trata-se de quest‹o pol•mica. A Banca considerou como
resposta correta a letra B, ou seja, desist•ncia volunt‡ria. De fato, Ž poss’vel
considerar ter havido desist•ncia volunt‡ria, eis que o agente deliberadamente
resolveu interromper a execu•‹o (pois podia dar continuidade ˆ execu•‹o). H‡
quem defenda ter havido mera tentativa, em raz‹o do fato de o agente ter
interrompido a execu•‹o por medo de ser preso. Quest‹o bastante pol•mica, mas
a letra B, de fato, parece a mais correta, considerando o fato de que o agente
n‹o foi coagido a interromper a execu•‹o, fazendo-o por vontade pr—pria (ainda
que movido pelo medo).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

40.! (FCC Ð 2014 Ð DPE-RS Ð DEFENSOR PòBLICO)


A respeito da tipicidade penal, Ž correto afirmar:
a) Para a teoria da tipicidade conglobante, a tipicidade penal pressup›e
a exist•ncia de normas proibitivas e a inexist•ncia de preceitos
permissivos da conduta em uma mesma ordem jur’dica.
b) As causas excludentes da ilicitude restringem-se ˆquelas previstas na
Parte Geral do C—digo Penal.
c) A figura do crime imposs’vel prevista no art. 17 do C—digo Penal
retrata hip—tese de fato t’pico, mas inculp‡vel.
d) Pelo C—digo Penal, aquele que concretiza conduta prevista
hipoteticamente como crime, mas que age em obedi•ncia ˆ ordem de
superior hier‡rquico que n‹o seja notoriamente ilegal, pratica a•‹o
at’pica penalmente.
e) Nas hip—teses de estado de necessidade, o C—digo Penal prev• que o
excesso doloso disposto no par‡grafo œnico do art. 23 do C—digo Penal
torna il’cita conduta originalmente permitida, o que n‹o ocorre com o
excesso culposo, que mantŽm a a•‹o excessiva impun’vel.
COMENTçRIOS:
a) CORRETA: Item correto, pois a teoria da tipicidade conglobante, desenvolvida
por Zaffaroni, entende que a tipicidade comporta n‹o apenas a exist•ncia de uma
norma proibitiva, mas a inexist•ncia, no mesmo ordenamento jur’dico, de normas
que permitem ou ordenem a pr‡tica da mesma conduta, por uma quest‹o de
coer•ncia.
b) ERRADA: Item errado, pois estas s‹o apenas as chamadas Òcausas genŽricas
de exclus‹o da ilicitudeÓ, podendo haver outras.
c) ERRADA: Item errado, pois neste caso o fato Ž at’pico.
d) ERRADA: Item errado, pois tal a•‹o ser‡ considerada t’pica, embora amparada
por uma causa de exclus‹o da ilicitude.

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e) ERRADA: A conduta excessiva (seja o excesso doloso ou culposo) ser‡
considerada il’cita, devendo o agente responder pelo excesso (seja ele doloso ou
culposo), nos termos do art. 23, ¤ œnico do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

41.! (FCC Ð 2014 Ð TJ-AP Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Com rela•‹o ˆ exclus‹o de ilicitude Ž correto afirmar:
a) H‡ crime quando o agente pratica o fato em exclus‹o de ilicitude,
havendo, no entanto, redu•‹o da pena.
b) Considera-se em estado de necessidade quem, usando
moderadamente dos meios necess‡rios, repele injusta agress‹o, atual
ou iminente, a direito seu ou de outrem.
c) Considera-se em leg’tima defesa quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro
modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias,
n‹o era razo‡vel exigir-se.
d) Pode alegar estado de necessidade mesmo quem tinha o dever legal
de enfrentar o perigo.
e) Ainda que o agente haja em caso de exclus‹o de ilicitude, este
responder‡ pelo excesso doloso ou culposo.
COMENTçRIOS:
a) ERRADA: Caso o agente pratique a conduta amparado por uma excludente de
ilicitude, n‹o haver‡ crime, eis que a ilicitude Ž um dos elementos do conceito
anal’tico de crime.
b) ERRADA: Item errado, pois esta Ž a defini•‹o da leg’tima defesa, nos termos
do art. 25 do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois esta Ž a defini•‹o do estado de necessidade, nos
termos do art. 24 do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois o estado de necessidade n‹o pode ser alegado por
aquele que tinha o dever legal de enfrentar o perigo, nos termos do art. 24, ¤1¼
do CP.
e) CORRETA: Item correto, pois o excesso (doloso ou culposo), n‹o est‡
acobertado pela excludente de ilicitude, devendo o agente ser punido em raz‹o
do excesso, nos termos do art. 23, ¤ œnico do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

42.! (FCC Ð 2014 Ð TJ-AP Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


ƒ correto afirmar que:
a) Nos crimes cometidos sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa,
reparado o dano ou restitu’da a coisa, atŽ o recebimento da denœncia ou
da queixa, por ato volunt‡rio do agente, a pena ser‡ reduzida de um a
dois ter•os.

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b) O agente que, involuntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o
ou impede que o resultado se produza, n‹o responde pelos atos j‡
praticados.
c) Diz-se o crime tentado quando nele se reœnem todos os elementos de
sua defini•‹o legal.
d) Pelo resultado que agrava especialmente a pena, s— responde o
agente que o houver causado, exceto culposamente.
e) N‹o se pune a tentativa quando, por absoluta impropriedade do meio
ou por inefic‡cia absoluta do objeto, Ž imposs’vel consumar-se o crime.
COMENTçRIOS:
a) CORRETA: Item correto, pois esta Ž a figura do arrependimento posterior,
previsto no art. 16 do CP.
b) ERRADA: O agente, neste caso, apesar de beneficiado pela desist•ncia
volunt‡ria ou pelo arrependimento eficaz, nos termos do art. 15 do CP, responde
pelos atos Jç PRATICADOS.
c) ERRADA: Item errado, pois neste caso teremos um crime CONSUMADO, nos
termos do art. 14, I do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois, Òpelo resultado que agrava especialmente a pena,
s— responde o agente que o houver causado ao menos culposamenteÓ, nos termos
do art. 19 do CP, ou seja, o agente responder‡ caso tenha dado causa ao
resultado agravador PELO MENOS a t’tulo de culpa (e, claro, tambŽm responder‡
se o resultado agravador deriva de DOLO).
e) ERRADA: Item errado, pois a absoluta impropriedade deve ser do OBJETO, e
a inefic‡cia absoluta deve ser do MEIO EMPREGADO (a alternativa inverte as
situa•›es), nos termos do art. 17 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

43.! (FCC Ð 2014 Ð MPE-PA Ð PROMOTOR DE JUSTI‚A)


Aprovada em Sess‹o Plen‡ria de 15 de dezembro de 1976, a Sœmula 554
do Supremo Tribunal Federal enuncia que ÒO pagamento de cheque
emitido sem suficiente previs‹o de fundos, ap—s o recebimento da
denœncia, n‹o obsta o prosseguimento da a•‹o penalÓ. Com o advento da
reforma da Parte Geral do C—digo Penal pela Lei no 7.209/1984, o sentido
normativo dessa sœmula passou a ser, no entanto, tensionado por
importantes segmentos da doutrina brasileira, notadamente ˆ luz do
instituto denominado
a) insignific‰ncia penal.
b) desist•ncia volunt‡ria.
c) arrependimento eficaz.
d) arrependimento posterior.
e) crime imposs’vel.

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COMENTçRIOS: Quando da edi•‹o da sœmula, vigorava a reda•‹o original do
CP, que n‹o previa a diminui•‹o de pena em raz‹o do arrependimento posterior
(repara•‹o do dano ou restitui•‹o da coisa antes do recebimento da denœncia,
nos crimes sem viol•ncia ou grave amea•a). Assim, o STF criou uma hip—tese de
extin•‹o da punibilidade em raz‹o da repara•‹o do dano no crime de estelionato
pela emiss‹o de cheque sem fundos. Ou seja, se o agente pagasse a quantia,
ficaria extinta a punibilidade. Todavia, com a reforma de 1984, e a cria•‹o do
instituto do arrependimento posterior, a Doutrina questionou a validade dessa
sœmula, ao argumento de que, atualmente, a repara•‹o do dano (antes do
recebimento da denœncia), neste caso, n‹o pode mais extinguir a punibilidade,
eis que h‡ norma legal explicitando que ser‡ mera causa de diminui•‹o de pena
(arrependimento posterior).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

44.! (FCC Ð 2014 Ð MPE-PA Ð PROMOTOR DE JUSTI‚A)


Segundo sua classifica•‹o doutrin‡ria dominante, o chamado ofend’culo
pode mais precisamente caracterizar situa•‹o de exclus‹o de
a) antijuridicidade.
b) tipicidade.
c) periculosidade.
d) culpabilidade.
e) punibilidade.
COMENTçRIOS: O ofend’culo (tambŽm chamado de Òofend’culasÓ) s‹o
mecanismos de defesa preordenada (cacos de vidro nos muros, cerca elŽtrica,
etc.). Nesse caso, a Doutrina os considera como hip—teses de exclus‹o da ilicitude
(ou exclus‹o da antijuridicidade).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

45.! (FCC Ð 2014 Ð TCE-PI Ð ASSESSOR JURêDICO)


Em direito penal:
I. Reconhecida a tentativa, a pena h‡ de ser diminu’da na propor•‹o
inversa do iter criminis percorrido pelo agente.
II. A causalidade, nos crimes comissivos por omiss‹o, n‹o Ž f‡tica, mas
jur’dica, consistente em n‹o haver atuado o omitente, como devia e
podia, para impedir o resultado.
III. O crime culposo comissivo por omiss‹o pressup›e a viola•‹o por
parte do omitente do dever de agir para impedir o resultado.
IV. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevit‡vel, exclui a punibilidade e
se confunde com o desconhecimento da lei.
Est‡ correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e III.
b) I, II e IV.

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c) II, III e IV.
d) III e IV.
e) I e III.
COMENTçRIOS:
I Ð CORRETA: Item correto, pois a tentativa, uma vez reconhecida, gera
diminui•‹o de pena. A diminui•‹o variar‡ de acordo com a proximidade de
alcance do resultado. Se a conduta esteve pr—xima do resultado, a diminui•‹o
ser‡ pr—xima do m’nimo poss’vel. Caso a conduta tenha estado distante da
consuma•‹o, a diminui•‹o se aproximar‡ do m‡ximo poss’vel.
II Ð CORRETA: Os crimes omissivos impr—prios, tambŽm chamados de crimes
Òcomissivos por omiss‹oÓ, s‹o aqueles em que o agente o agente tem a obriga•‹o
legal de agir para evitar o resultado, de maneira que, se n‹o o faz e o resultado
ocorre, o agente responde pelo resultado ocorrido (diferentemente dos crimes
omissivos puros, em que o agente responde apenas pela omiss‹o,
independentemente do resultado). Trata-se, aqui, de uma rela•‹o de causalidade
normativa entre a conduta (o n‹o agir) e o resultado. N‹o h‡ causalidade f’sica,
eis que Òdo nada, nada surgeÓ. O agente n‹o deu ÒcausaÓ (fisicamente falando)
ao resultado, mas como devia e podia evita-lo, responde por ele.
III Ð CORRETA: Item correto, pois o agente, neste caso, responder‡ pelo
resultado a t’tulo de culpa quando, por inobserv‰ncia do seu dever de cuidado,
deixar de agir para evitar o resultado, quando devia e podia.
IV Ð ERRADA: Item errado, pois o desconhecimento da lei ninguŽm pode alegar.
Todavia, o erro sobre a ilicitude do fato, se inevit‡vel, afasta a CULPABILIDADE,
n‹o a punibilidade, nos termos do art. 21 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

46.! (FCC Ð 2014 Ð TRT 18 Ð JUIZ)


ƒ causa de exclus‹o da tipicidade,
a) a insignific‰ncia do fato ou a sua adequa•‹o social, segundo corrente
doutrin‡ria e jurisprudencial.
b) o erro inevit‡vel sobre a ilicitude do fato.
c) a coa•‹o moral irresist’vel.
d) a n‹o exigibilidade de conduta diversa.
e) a obedi•ncia hier‡rquica.
COMENTçRIOS: O item correto Ž a Letra A. Isto porque a insignific‰ncia e a
adequa•‹o social s‹o fatores que afastam a tipicidade material (necessidade de
que a conduta seja uma viola•‹o a um bem jur’dica penalmente relevante) e,
portanto, a tipicidade. As demais s‹o hip—teses de exclus‹o da culpabilidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

47.! (FCC Ð 2014 Ð TRT 18 Ð JUIZ)

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No que diz respeito aos est‡gios de realiza•‹o do crime, Ž correto afirmar
que
a) se atinge a consuma•‹o com o exaurimento do delito.
b) h‡ arrependimento eficaz quando o agente, por ato volunt‡rio, nos
crimes sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa, repara o dano ou restitui
a coisa atŽ o recebimento da denœncia ou da queixa.
c) h‡ desist•ncia volunt‡ria quando o agente, embora j‡ realizado todo
o processo de execu•‹o, impede que o resultado ocorra.
d) na desist•ncia volunt‡ria e no arrependimento eficaz o agente s—
responde pelos atos j‡ praticados, se t’picos.
e) a tentativa constitui circunst‰ncia atenuante.
COMENTçRIOS: O item correto Ž a Letra D. Vejamos:
Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
A letra B d‡ o conceito do arrependimento posterior, nos termos do art. 16 do
CP, logo, est‡ errada.
A letra A est‡ errada porque a consuma•‹o se d‡ com a ocorr•ncia do resultado
JURêDICO (que pode ou n‹o dispensar o resultado natural’stico, ou seja, um
eventual resultado no mundo f’sico). O exaurimento Ž mera fase POSTERIOR ˆ
consuma•‹o do delito.
A letra C d‡ o conceito de arrependimento eficaz, logo, errada.
A letra E est‡ errada porque a tentativa n‹o Ž circunst‰ncia atenuante, mas causa
de redu•‹o de pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

48.! (FCC Ð 2014 Ð CåMARA MUNICIPAL-SP Ð PROCURADOR)


Na tentativa pun’vel, o correspondente abatimento na pena intensifica-
se segundo
a) a aptid‹o para consumar.
b) a periculosidade demonstrada.
c) a lesividade j‡ efetivada.
d) o itiner‡rio j‡ percorrido.
e) o exaurimento j‡ alcan•ado.
COMENTçRIOS: Na tentativa, aplica-se a pena prevista para o delito
consumado, com redu•‹o de pena de 1/3 a 2/3:
Art. 14 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
Pena de tentativa(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)

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Par‡grafo œnico - Salvo disposi•‹o em contr‡rio, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminu’da de um a dois ter•os.(Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Para a defini•‹o de qual o patamar de redu•‹o, ser‡ utilizado o critŽrio da maior
ou menos proximidade com a consuma•‹o do delito. Quanto mais longe, maior a
redu•‹o de pena. Quanto mais pr—ximo da consuma•‹o, menor a redu•‹o.
Ou seja, ser‡ avaliado o itiner‡rio percorrido pela conduta criminosa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

49.! (FCC Ð 2014 - TRF 3 Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)


N‹o h‡ crime sem
a) dolo.
b) resultado natural’stico.
c) imprud•ncia.
d) conduta.
e) les‹o.
COMENTçRIOS: Dentre os elementos apontados pela quest‹o, o œnico que
necessariamente estar‡ presente em TODOS os crimes Ž a conduta (a•‹o ou
omiss‹o + vontade), eis que indispens‡vel para sua exist•ncia.
O dolo s— se exige nos crimes dolosos.
O resultado natural’stico s— se exige nos crimes materiais, bem como a les‹o.
J‡ a imprud•ncia s— se exige em alguns crimes culposos (pois podem ser
praticados, tambŽm, por neglig•ncia ou imper’cia).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

50.! (FCC Ð 2014 - TRF 3 Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)


Paulo, sabendo que seu desafeto Pedro n‹o sabia nadar e desejando
mat‡-lo, jogou-o nas ‡guas, durante a travessia de um bra•o de mar.
Todavia, ficou com pena da v’tima, mergulhou e a retirou, antes que se
afogasse. Nesse caso, ocorreu:
a) desist•ncia volunt‡ria.
b) arrependimento eficaz
c) crime tentado
d) crime putativo.
e) crime imposs’vel
COMENTçRIOS: No caso em tela o agente j‡ praticou todos os atos da
execu•‹o, tendo exaurido sua capacidade para a execu•‹o do delito, ou seja,
temos uma execu•‹o perfeita e acabada, de forma que incab’vel falar em
desist•ncia volunt‡ria, que pressup›e a possibilidade de prosseguir na execu•‹o.

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No caso em tela, contudo, o agente evita a ocorr•ncia do resultado, por ter se
arrependido de sua conduta. Neste caso, caracterizado est‡ o arrependimento
EFICAZ. Vejamos:
Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

51.! (FCC Ð 2014 Ð DPE-CE Ð DEFENSOR PòBLICO)


Segundo entendimento doutrin‡rio, o consentimento do ofendido
(quando n‹o integra a pr—pria descri•‹o t’pica), a adequa•‹o social e a
inexigibilidade de conduta diversa constituem causas supralegais de
exclus‹o, respectivamente, da
a) tipicidade, da culpabilidade e da ilicitude.
b) culpabilidade, da tipicidade e da ilicitude.
c) ilicitude, da tipicidade e da culpabilidade.
d) ilicitude, da culpabilidade e da tipicidade.
e) culpabilidade, da ilicitude e da tipicidade.
COMENTçRIOS: O consentimento do ofendido Ž causa supralegal de exclus‹o
ilicitude (antijuridicidade), desde que a aus•ncia de consentimento do ofendido
n‹o esteja expressa no tipo penal como elemento do tipo. Neste caso, teremos
exclus‹o da tipicidade.
A adequa•‹o social afasta a tipicidade material da conduta, por aus•ncia de
lesividade social.
Por fim, a inexigibilidade de conduta diversa Ž um dos elementos capazes de
afastar a culpabilidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

52.! (FCC Ð 2014 Ð TCE-GO Ð ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


A adequa•‹o perfeita entre o fato natural, concreto, e a descri•‹o
abstrata contida na lei denomina-se
a) culpabilidade.
b) tipicidade.
c) antijuridicidade.
d) rela•‹o de causalidade.
e) consun•‹o.
COMENTçRIOS: Quando um fato ocorrido se amoldo perfeitamente a uma
descri•‹o prevista no tipo penal, temos o que se chama de Òadequa•‹o t’picaÓ,
ou ju’zo positivo de tipicidade.

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Assim, a adequa•‹o do fato ao tipo penal gera a tipicidade (formal).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

53.! (FCC Ð 2014 Ð TCE-GO Ð ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


Considere:
I. C’cerus aceitou desafio para lutar.
II. Marcus atingiu o agressor ap—s uma agress‹o finda.
III. L’cius reagiu a uma agress‹o iminente.
Presentes os demais requisitos legais, a excludente da leg’tima defesa
pode ser reconhecida em favor de
a) L’cius, apenas.
b) C’cerus e Marcus.
c) C’cerus e L’cius.
d) Marcus e L’cius.
e) C’cerus, apenas
COMENTçRIOS:
I Ð ERRADA: C’cerus n‹o pode se valer da leg’tima defesa, pois a agress‹o de
seu oponente n‹o ser‡ injusta, posto que ambos concordaram em participar da
luta.
II Ð ERRADA: Neste caso, como a agress‹o j‡ havia cessado, Marcus n‹o agiu
em leg’tima defesa, tendo ocorrido vingan•a.
III Ð CORRETA: Se L’cius reagiu a uma agress‹o iminente (prestes a ocorrer),
estar‡ amparado pela leg’tima defesa (desde que presentes os demais requisitos,
conforme apontado pela quest‹o).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

54.! (FCC Ð 2014 Ð TCE-GO Ð ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO)


N‹o se admite a tentativa nos crimes
a) unissubsistentes.
b) culposos.
c) omissivos puros.
d) omissivos impr—prios.
e) preterdolosos sem consuma•‹o do resultado agregado.
COMENTçRIOS: A quest‹o foi bem anulada. Isso porque todos os crimes citados
NÌO admitem tentativa, ˆ exce•‹o dos omissivos impr—prios, pois estes admitem
a tentativa. Na verdade, a Banca provavelmente queria saber qual deles admitia
a tentativa, mas acabou pedindo o que Òn‹o admiteÓ a tentativa, motivo pelo qual
acabou anulada corretamente.

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Lembrando que os crimes UNISSUBSISTENTES n‹o admitem tentativa, pois n‹o
Ž poss’vel fracionar a conduta em diversos atos. Como todo crime omissivo puro
Ž unissubsistente, estes tambŽm n‹o admitem tentativa.
Os crimes culposos tambŽm n‹o admitem tentativa, por uma quest‹o de l—gica:
Se o agente n‹o queria o resultado, n‹o Ž poss’vel falar em ÒtentativaÓ.
Por fim, os preterdolosos n‹o admitem tentativa em rela•‹o ao resultado que
qualifica o crime, pois este resultado Ž obtido a t’tulo de culpa (O agente come•a
a conduta dolosamente, mas obtŽm um resultado diferente, por culpa).
Portanto, a quest‹o foi ANULADA.

55.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-GO Ð AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO)


Fernando deu in’cio ˆ execu•‹o de um delito material, praticando atos
capazes de produzir o resultado lesivo. Todavia, aliou-se ˆ sua a•‹o uma
concausa
I. preexistente, absolutamente independente em rela•‹o ˆ conduta do
agente que, por si s—, produziu o resultado.
II. concomitante, absolutamente independente em rela•‹o ˆ conduta do
agente que, por si s—, produziu o resultado.
III. superveniente, relativamente independente em rela•‹o ˆ conduta do
agente, situada na mesma linha de desdobramento f’sico da conduta do
agente, concorrendo para a produ•‹o do resultado.
IV. superveniente, relativamente independente em rela•‹o ˆ conduta do
agente, sem guardar posi•‹o de homogeneidade em rela•‹o ˆ conduta
do agente e que, por si s—, produziu o resultado.
O resultado lesivo NÌO ser‡ imputado a Fernando, que responder‡
apenas pelos atos praticados, nas situa•›es indicadas em
a) I, II e IV.
b) III e IV.
c) I e III.
d) I e II.
e) II, III e IV.
COMENTçRIOS: Essa quest‹o se resolve facilmente da seguinte forma: As
concausas ABSOLUTAMENTE independentes (I e II) NUNCA geram a imputa•‹o
do resultado ao agente (a conduta do agente n‹o Ž causa, pois pode ser suprimida
mentalmente sem afetar o resultado).
As concausas RELATIVAMENTE independentes, preexistentes ou concomitantes,
n‹o excluem a imputa•‹o do resultado ao agente, pois h‡ uma soma de
Òesfor•osÓ entre a concausa e a conduta do agente (a conduta do agente Ž causa,
pois NÌO pode ser suprimida mentalmente sem afetar o resultado).
Em rela•‹o ˆs concausas SUPERVENIENTES RELATIVAMENTE independentes,
devemos dividi-las em:
a) Produziram, por si s—, o resultado.

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b) Agregaram-se ao nexo causal iniciado pela conduta do agente, contribuindo
para a produ•‹o do resultado.
No primeiro caso o agente NÌO responde pelo resultado, mas apenas pelos atos
que praticou. No segundo o caso o agente responde pelo resultado, pois a
concausa superveniente, a despeito de estar ligada ˆ conduta inicial do agente,
criou um novo nexo de causalidade, vindo a produzir o resultado sem se inserir
na cadeia causal da conduta do agente.
Assim, podemos verificar que somente na afirmativa III o agente responder‡ pelo
resultado, por se tratar de concausa superveniente, relativamente independente
que SE AGREGOU ˆ conduta do agente para, conjuntamente, produzirem o
resultado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

56.! (FCC Ð 2015 Ð TCM-GO Ð AUDITOR CONSELHEIRO SUBSTITUTO)


A respeito do dolo e da culpa, Ž correto afirmar que
a) na culpa consciente o agente prev• o resultado e admite a sua
ocorr•ncia como consequ•ncia prov‡vel da sua conduta.
b) no dolo eventual o agente prev• a ocorr•ncia do resultado, mas espera
sinceramente que ele n‹o aconte•a.
c) a imprud•ncia Ž a aus•ncia de precau•‹o, a falta de ado•‹o das
cautelas exig’veis por parte do agente.
d) a imper’cia Ž a pr‡tica de conduta arriscada ou perigosa, aferida pelo
comportamento do homem mŽdio.
e) Ž previs’vel o fato cujo poss’vel superveni•ncia n‹o escapa ˆ
perspic‡cia comum.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Na culpa consciente, apesar de prever o resultado, o agente acredita
que ele n‹o v‡ acontecer.
B) ERRADA: Esta Ž a defini•‹o de culpa consciente. No dolo eventual o agente
prev• o resultado como prov‡vel, mas sem se importar com sua eventual
ocorr•ncia.
C) ERRADA: Item errado, pois esta Ž a defini•‹o da NEGLIGæNCIA.
D) ERRADA: A defini•‹o corresponde ˆ IMPRUDæNCIA. A imper’cia Ž a pr‡tica de
uma conduta por quem n‹o tem os atributos exigidos para tal.
E) CORRETA: De fato, a doutrina entende que a previsibilidade objetiva deve ser
aferida com base num ju’zo mediano de intelig•ncia, ou seja, ser‡ previs’vel o
fato que pudesse ser antevisto por uma pessoa de intelig•ncia mediana, inerente
ˆ maioria das pessoas.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

57.! (FCC Ð 2011 Ð TCE-SP Ð PROCURADOR)

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Os crimes que resultam do n‹o fazer o que a lei manda, sem depend•ncia
de qualquer resultado natural’stico, s‹o chamados de
A) comissivos por omiss‹o.
B) formais.
C) omissivos pr—prios.
D) comissivos.
E) omissivos impr—prios.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Os crimes comissivos por omiss‹o resultam de um Òn‹o fazerÓ o que
a lei manda, mas dependem de um resultado natural’stico.
B) ERRADA: Os crimes formais, de fato, independem da exist•ncia do resultado
natural’stico, mas n‹o necessariamente s‹o omissivos.
C) CORRETA: Os crimes omissivos pr—prios s‹o os œnicos que reœnem ambas as
caracter’sticas, pois decorrem de um Òn‹o fazerÓ o que a lei manda, e s‹o formais,
ou seja, independem de um resultado natural’stico.
D) ERRADA: Os crimes comissivos n‹o decorrem de Òum n‹o fazerÓ, mas de um
ÓfazerÓ. Portanto, a alternativa est‡ incorreta.
E) ERRADA: Os omissivos impr—prios s‹o sin™nimos de comissivos por omiss‹o,
logo, est‡ errada, nos termos da fundamenta•‹o da alternativa A.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

58.! (FCC Ð 2011 Ð TCE-SP Ð PROCURADOR)


No estado de necessidade,
A) h‡ necessariamente rea•‹o contra agress‹o.
B) o agente responder‡ apenas pelo excesso culposo.
C) deve haver proporcionalidade entre a gravidade do perigo que
amea•a o bem jur’dico e a gravidade da les‹o causada.
D) a amea•a deve ser apenas a direito pr—prio.
E) inadmiss’vel a modalidade putativa.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Rea•‹o contra agress‹o est‡ presente na leg’tima defesa, n‹o no
estado de necessidade, que pode decorrer de uma cat‡strofe natural, etc.
B) ERRADA: O agente responde tanto pelo excesso culposo quanto pelo excesso
doloso.
C) CORRETA: O bem jur’dico sacrificado deve ser de valor menor ou igual ao bem
jur’dico preservado, nos termos do art. 24 do C—digo Penal, quando fala em
razoabilidade.
D) ERRADA: Tanto age em estado de necessidade quem defende direito pr—prio
quanto quem defende direito de terceiro, nos termos do art. 24 do CP.

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E) ERRADA: ƒ plenamente poss’vel a modalidade putativa, pois o agente pode
supor, erroneamente, estar presente uma situa•‹o de necessidade que, caso
presente, justificaria sua conduta, de forma a excluir a ilicitude do fato.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

59.! (FCC Ð 2011 Ð TCE-SP Ð PROCURADOR)


Para a doutrina finalista, o dolo integra a
A) culpabilidade.
B) tipicidade.
C) ilicitude.
D) antijuridicidade.
E) punibilidade.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: O dolo integra a culpabilidade apenas para a Doutrina natural’stica;
B) CORRETA: Para a Doutrina finalista, de Hans Welzel, o dolo e a culpa
(elementos subjetivos) s‹o deslocados da culpabilidade para a conduta e,
portanto, para o fato t’pico.
C) ERRADA: Como vimos, o dolo integra a conduta, logo, o fato t’pico.
D) ERRADA: A antijuridicidade Ž sin™nimo de ilicitude, logo, est‡ incorreta, pois
o dolo (e a culpa) n‹o Ž um de seus elementos.
E) ERRADA: A punibilidade sequer Ž um dos elementos do crime, sendo
meramente a possibilidade que o Estado possui de fazer valer seu Poder Punitivo.
Assim, est‡ incorreta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

10! GABARITO

1.! ERRADA
2.! ALTERNATIVA B
3.! ALTERNATIVA B
4.! ALTERNATIVA D
5.! ALTERNATIVA D
6.! ALTERNATIVA D
7.! ALTERNATIVA A
8.! ERRADA
9.! ERRADA
10.! ERRADA

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11.! ALTERNATIVA A
12.! ALTERNATIVA E
13.! ALTERNATIVA C
14.! ALTERNATIVA E
15.! ALTERNATIVA B
16.! ALTERNATIVA D
17.! ALTERNATIVA C
18.! ALTERNATIVA B
19.! ALTERNATIVA C
20.! ALTERNATIVA C
21.! ALTERNATIVA C
22.! ALTERNATIVA D
23.! ALTERNATIVA E
24.! ALTERNATIVA C
25.! ALTERNATIVA A
26.! ALTERNATIVA B
27.! ALTERNATIVA D
28.! ALTERNATIVA C
29.! ALTERNATIVA A
30.! ALTERNATIVA E
31.! ALTERNATIVA C
32.! ALTERNATIVA B
33.! ALTERNATIVA D
34.! ALTERNATIVA A
35.! ALTERNATIVA C
36.! ALTERNATIVA D
37.! ALTERNATIVA B
38.! ALTERNATIVA B
39.! ALTERNATIVA B
40.! ALTERNATIVA A
41.! ALTERNATIVA E
42.! ALTERNATIVA A
43.! ALTERNATIVA D
44.! ALTERNATIVA A
45.! ALTERNATIVA A
46.! ALTERNATIVA A
47.! ALTERNATIVA D

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48.! ALTERNATIVA D
49.! ALTERNATIVA D
50.! ALTERNATIVA B
51.! ALTERNATIVA C
52.! ALTERNATIVA B
53.! ALTERNATIVA A
54.! ANULADA
55.! ALTERNATIVA A
56.! ALTERNATIVA E
57.! ALTERNATIVA C
58.! ALTERNATIVA C
59.! ALTERNATIVA B

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