Sei sulla pagina 1di 2

Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGA/UFCG

Disciplina: Administração e Sociedade Profa Suzanne Correia, Dra.


Discente: Rodrigo Ribeiro Data: 15/10/2019

Entre Deus e o diabo: mercados e interação humana nas ciências sociais

No texto “Entre Deus e o diabo: mercados e interação humana nas ciências sociais”,
Abramovay (2004) ressalta a importância de compreender os mercados como produto da
interação humana e como construção social, aumentando a análise para que possam ser
abordados sob uma perspectiva sociológica e institucional. Desta forma, a ênfase passa a ser
dada as interações entre atores que têm poder influência em suas relações sociais. Logo, a
Nova Sociologia Econômica (NSE) proposta por Abramovay, consiste em uma nova forma de
analisar os fenômenos econômicos, que ampliam sua visão de maneira holística para
considerar a imersão da economia na vida social.
Nesse sentido, o estudo sobre a organização dos mercados é abordado sob duas
perspectivas: o mercado como um mero mecanismo de formação de preços, com foco na
racionalidade, e o mercado como estruturas sociais, que valoriza interesse dos indivíduos de
forma autônoma e interativa.
Segundo Swedberg, as discussões acerca da sociologia econômica, tiveram inicio em
meados dos século XIX, em resposta aos pressupostos teóricos da econômica clássica e
neoclássica, às quais previam que os indivíduos eram seres totalmente racionais, e suas
decisões não sofriam interferências das relações sociais.
Nesse sentido, as concepções de Abramovay vem ressalvar a importância de
compreender os mercados como produtos da interação humana e como construção social, esse
entendimento teve influência da Nova Sociologia Econômica, que consiste em uma nova
abordagem que permite entender os fenômenos econômicos que implicam na aplicação de
elementos, conceitos e métodos sociológicos na economia e no mercado. Desta forma,
segundo o autor para que haja mercados é fundamental que as condições sociais e
comportamentais se detenham aos interesses de seus dos atores, visto que os mercados podem
ser analisados sob outro prisma, por meio da abordagem de estruturas sociais, formadas no
âmbito da sociedade, sendo esta, um agente emergente e determinante nesse contexto
interacional.
Nessa perspectiva a contribuição seminal de Mark Granovetter aponta o enraizamento
social como proposta de inserção social aos mercados, corroborando para a aplicação e
análise da economia sob a ótica social, valorizando assim o que Pollanyi compreende como
imersão econômica na vida social.
A noção de enraizamento social proposta por Pollanyi e Mark Granovetter configura
o marco basilar da inserção social no campo da economia, a partir dos estudos sobre NSE em
meados da década de 1980. Desta maneira, a abordagem da NSE sobre mercado e sociedade
foi marcada por uma relação de mutualidade, ambas são organizadas e constituídas a partir da
vida social. Ressalta-se, por exemplo, que segundo Schumpeter os estudos em inovação
enquanto campos de pesquisa provieram dessa dinâmica sócio econômica.
Assim, esta imersão contribui para vários desdobramentos no âmbito econômico, tais
como a valorização do social em detrimento de processos puramente racionais e
mercadológicos, bem como o que Zamagni (1995) chama de economia altruísta, abrindo
caminho para o exercício de trabalhos mais benevolentes e a economia solidária proposta por
Singer (2007), por exemplo.
Portanto, ampliar a análise econômica sob uma ótica sociológica é necessário, pois
fornece uma perspectiva mais rica e complexa das organizações e da sociedade, amplia-se
para outro olhar na análise dos fenômenos sociais através de uma abordagem socializada,
considerando os valores simbólicos e compartilhados entre indivíduos, logo, verifica-se que o
estudo da economia sob o prisma social e não apenas com base em motivações racionais
preconiza a análise dos mercados como estruturas sociais e não como mecanismos abstratos,
onde a inserção de valores sociais contribuem tanto para o fortalecimento mercantil, quanto
para o bem estar das relações econômicas e sociais.

REFERÊNCIAS

ABRAMOVAY, Ricardo. Entre Deus e o diabo: mercados e interação humana nas ciências
sociais. Tempo social, v. 16, n. 2, p. 35-64, 2004.

SINGER, Paul. Economia solidária. Iberoamerican Journal of Strategic Management (IJSM),


v. 2, n. 1, p. 03-06, 2007.

Potrebbero piacerti anche