Sei sulla pagina 1di 10

DANÇA, CRIANÇA E CURRÍCULO NOS MUNICÍPIOS DO RIO

GRANDE DO NORTE: UMA PROPOSIÇÃO.

Carolina Romano de Andrade1 - UFRN

Grupo de Trabalho Políticas Educacionais: GT – 04


Agência Financiadora: CAPES

Resumo
Esta comunicação apresenta a pesquisa em desenvolvimento no estágio de pós-doutorado que se
propõe apresentar uma reflexão sobre o tipo de Dança que está sendo apresentada para a Educação
Infantil (EI) nos municípios do Estado do Rio Grande do Norte (RN). A intenção é verificar, por meio
das diretrizes/propostas/orientações curriculares municipais para EI, quais as concepções de Dança,
Movimento e Educação estão presentes nestes documentos. Para tanto, a pesquisa possui três fases, a
primeira consiste na coleta e seleção do material, dentre as diretrizes/propostas/orientações
curriculares municipais para EI do RN. A segunda refere-se ao tratamento do material: organização,
identificação e definição de um quadro teórico de referências. A última consiste na análise dos dados.
A metodologia da investigação pauta-se em um estudo documental de natureza qualitativa, que utiliza
como método a análise do discurso (AD) sob a ótica da corrente francesa, proposta por Orlandi (2013).
Palavras-chave: Dança. Educação Infantil. Currículo. Rio Grande do Norte

O cenário nacional da educação infantil e a dança.


De acordo com as legislações vigentes até o ano 1988, o atendimento às crianças
pequenas não era prioritário no sistema educacional brasileiro. Esse cenário se modifica
com a promulgação da Constituição Federal (CF) de 1988, como destacado no art. 208,
inciso IV, no qual foi garantido pela primeira vez o direito da criança entre 0 a 5 anos
frequentar creches e pré-escolas2.
Nesse sentido, Paschoal e Machado (2009) afirmam que a CF de 1988 foi um marco
no que se refere aos direitos da criança, concebida como sujeito de direitos, conforme
consta no art. 227.

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente,


com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao

1
Bailarina, pesquisadora e professora de dança credenciada pela Royal Academy of Dance (RAD). Pós-doutora
em Artes– IA-UNESP, Doutora em Artes, IA-UNESP (2016). Professora colaboradora do
DACEF(Departamento de Artes Cênicas, Educação e Fundamentos da Comunicação) e do Mestrado Profissional
PROF-ARTES, IA-UNESP. Pós-doutoranda no PPGARC- UFRN, bolsista PNPD/CAPES. Email:
carolromano@hotmail.com
2
A redação desse artigo foi modificada no ano de 2006, pela emenda Constitucional nº 53 e assim confere no
Art. 208. “O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: IV - educação infantil, em
creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade”.
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (BRASIL,
1988).

Para Nunes, Corsino e Didonet (2011) “Esse novo quadro político inseriu a criança
num contexto de cidadania e definiu novas relações entre ela e o Estado” 3
(p. 30). Nesse
sentido, cabe à União estabelecer normas gerais para a educação e aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, a execução.
Outra mudança significativa nesse cenário foi a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB) nº 9394/96 que considerou a Educação Infantil (EI) como parte do
sistema nacional de ensino e primeira etapa da Educação Básica. Além disso, estabeleceu
entre as suas finalidades o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico,
afetivo, intelectual, linguístico e social, complementando a ação da família e da
comunidade, como profere o art. 294.
Nesse sentido, a EI passa a fazer parte do processo educativo formal5, como
responsabilidade das instituições escolares, que necessitam integrar os sistemas de ensino.
Assim, em relação à EI, o Ministério da Educação fixa as diretrizes e as normas nacionais e
presta assistência técnica aos Estados, Distrito Federal e Municípios para desenvolvimento
de seus programas.
Entre a série de documentos que podem ser usados como referências para esse
ensino atualmente encontra-se, a Base Nacional Curricular Comum (BNCC), as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) e o Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), elaborados pelo Ministério da Educação. As
Diretrizes Curriculares (DCNEI) 6, entre outros aspectos, apresentam os fundamentos

3
No ano de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no capítulo IV, artigo 54, inciso IV reafirmou
que "É dever do Estado assegurar [...] atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de
idade” (ECA, 1990).
4
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da
criança de até 5 (cinco) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) . Essa redação altera a Lei no 9.394,
de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a
formação dos profissionais da educação e dar outras providências.
5
Seu oferecimento acontece em creches (0 a 3 anos) e pré-escola (4 a 5 anos). A avaliação deve ser realizada
sem objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. Esse dispositivo justifica-se pela
existência, após a lei de 1971, de classes de alfabetização em várias redes de ensino, como fase intermediária
entre a pré-escola e a 1ª série, nas quais eram realizadas avaliações de aprendizado, inclusive para acesso à 1ª
série do ensino de 1º grau.
6
Anterior a esta o parecer CNE/CEB nº 22/1998, aprovado em 17 de dezembro de 1998 apresenta as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e a Resolução CNE/CEB nº 1, de 07/04/99, institui as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Dez anos depois da implantação da primeira Diretriz Curricular
norteadores para as Instituições de Educação Infantil, entre eles:

a) Princípios éticos: valorização da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade


e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades
e singularidades.
b) Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do Exercício da
Criticidade e do Respeito à Ordem Democrática;
c) Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, da Ludicidade e da
Diversidade de Manifestações Artísticas e Culturais (BRASIL, 2010, p. 87).

Foi também, a partir da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), Lei nº


9.394/96, que o ensino das Artes, entre elas a Dança, constituiu componente obrigatório
nos diversos níveis da Educação Básica. No caso da EI, é destaque o aspecto lúdico de
jogos, brincadeiras e dança como manifestação artística e cultural essencial para que as
crianças tenham o domínio da linguagem simbólica e do universo sensível.
Outro documento que contém indicações para a EI é o RCNEI que por sua vez,

[...] foi concebido de maneira a servir como um guia de reflexão de cunho


educacional sobre objetivos, conteúdos e orientações didáticas para os profissionais
que atuam diretamente com crianças de zero a seis anos, respeitando seus estilos
pedagógicos e a diversidade cultural brasileira (BRASIL, 1998, p. 07).

Esse conjunto de orientações encontra-se dividido em três volumes, o volume 1,


“Introdução”, apresenta uma reflexão sobre creches e pré-escolas no Brasil, concepções de
criança, de educação, de instituição e do profissional. Essa reflexão serviu para definir os
objetivos gerais da EI e orientar a organização dos volumes 2 e 3. O segundo volume,
“Formação Pessoal e Social”, contém o eixo de trabalho que apresenta os processos de
construção da Identidade e Autonomia das crianças. O terceiro volume, “Conhecimento de
Mundo”, refere-se aos eixos de trabalho orientados para a construção das diferentes
linguagens do conhecimento: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e
Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática.
É a partir desse referencial, que a dança aparece entre os componentes curriculares a

para a Educação Infantil, o parecer CNE/CEB nº 20/2009, de 11/11/09, faz uma revisão das novas Diretrizes
Curriculares e a Resolução CNE/CEB nº 5, de 17 de dezembro de 2009 institui de fato Diretrizes Curriculares
para a Educação Infantil. Diferentemente do RCNEI, que se constitui apenas em um documento orientador do
trabalho pedagógico, o DCNEI tem caráter mandatório para todos os sistemas municipais ou estaduais de
educação e articulam-se às Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica que reúnem princípios,
fundamentos e procedimentos definidos pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação.
serem desenvolvidos com as crianças pequenas no item Movimento7. Este documento
profere que o trabalho com o movimento deve respeitar as diferentes habilidades das
crianças em cada faixa etária, bem como as diversas culturas corporais presentes nas
regiões do país. Os conteúdos8 estão organizados em dois blocos: o primeiro:
Expressividade; e o segundo: Equilíbrio e Coordenação.
No bloco Expressividade, a dança é uma das manifestações da cultura corporal9 por
meio da exploração das danças da cultura de cada lugar, associada ao ritmo a fim de
desenvolver as capacidades expressivas das crianças. Essa primeira parte, destaca que a
criança pode se comunicar e manifestar seus sentimentos e emoções por meio do
movimento. Entre as orientações didáticas, sugere:

•Utilização expressiva intencional do movimento nas situações cotidianas e em


suas brincadeiras.
• Percepção de estruturas rítmicas para expressar-se corporalmente por meio da
dança, brincadeiras e de outros movimentos.
• Valorização e ampliação das possibilidades estéticas do movimento pelo
conhecimento e utilização de diferentes modalidades de dança.
•Percepção das sensações, limites, potencialidades, sinais vitais e integridade do
próprio corpo. (BRASIL, 1998, v. 3, p. 32 – grifo nosso).

Para tanto, são incentivados danças, folguedos, brincadeiras de roda e cirandas que,
além do caráter de socialização que representam, trazem para a criança a possibilidade de
realização de movimentos de diferentes qualidades expressivas e rítmicas. O fato de essas
manifestações serem realizadas em grupo acresce ao movimento um sentido socializador e
estético (BRASIL, 1998).
No bloco Equilíbrio e Coordenação, a dança é apresentada entre as atividades
ligadas aos aspectos motores. Para estimular o conhecimento e controle do próprio corpo,
valoriza-se a exploração das diferentes qualidades de movimento por meio da utilização
das brincadeiras, jogos e da Dança, que enfatizem percepção espaço-tempo. Como
orientações didáticas indicam

• Participação em brincadeiras e jogos que envolvam correr, subir, descer,


escorregar, pendurar-se, movimentar-se, dançar etc., para ampliar gradualmente o

7
Vale ressaltar que desde os jardins de infância na concepção de Froebel a Dança já é mencionada para a criança
pequena, mas no RCNEI (1998) ela é apresenta como parte da cultura corporal (ANDRADE, 2016).
8
Essa nomenclatura é a utilizada no RCNEI.
9
Segundo Escobar (1995, p. 94), cultura corporal se refere ao "amplo e riquíssimo campo da cultura que abrange
a produção de práticas expressivo-comunicativas, essencialmente subjetivas que, como tal, externalizam-se pela
expressão corporal”.
conhecimento e controle sobre o corpo e o movimento.
• Utilização dos recursos de deslocamento e das habilidades de força, velocidade,
resistência e flexibilidade nos jogos e brincadeiras dos quais participa.
• Valorização de suas conquistas corporais. (IDEM, v. 3, p. 36 – grifo do autor).

Além dessas alterações, destaco as disposições relativas à Educação Infantil na BNCC


(BRASIL, 2017). A Base coloca cinco Campos de Experiência fundamentais para a infância,
afim de que a criança aprenda e se desenvolva. Os campos destacam noções, habilidades,
atitudes, valores e afetos e buscam garantir os direitos de aprendizagem das crianças. Dentre
os campos, a dança é mencionada nos campos Corpo, gestos e movimentos e Traços, sons,
cores e formas.
No primeiro campo mencionado, a proposta é que as crianças “por meio das diferentes
linguagens, como a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, elas se
comunicam e se expressam no entrelaçamento entre corpo, emoção e linguagem” (BRASIL,
2017, p. 47). Por sua vez, no campo Traços, sons, cores e formas a dança é posta para as
crianças entre as linguagens como possibilidade de “expressão e criação de suas próprias
produções artísticas ou culturais, exercitando a autoria (IDEM)”.
Além desses documentos nacionais que regulamentam e orientam a EI, as Secretarias
de Educação dos Estados do Amapá, Paraná, Santa Catarina, Rondônia e dos Municípios de
Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Natal, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, entre
outros, apresentam referenciais, parâmetros, orientações e/ou propostas curriculares que
mencionam a dança (movimento e seus temas correlatos) em seu conteúdo. Essas informações
foram obtidas por meio do Relatório de análise de propostas curriculares de Ensino
Fundamental e Ensino Médio, organizado10por Maria das Mercês Ferreira Sampaio,
publicado pelo Ministério da Educação/Secretaria de Educação Básica, no ano de 2010 e
Relatório de Pesquisa: Mapeamento e análise das propostas pedagógicas municipais para a
educação infantil no Brasil, organizado por Grupo de Estudos em Educação Infantil,
publicado pelo Ministério da Educação/Secretaria de Educação Básica, no ano de 2009.

O entendimento da dança nos municípios brasileiros: um olhar para o Rio Grande do


Norte.
10
Nos demais Estados citados no relatório, as Secretarias do Estado apresentam propostas a partir dos primeiros
anos da Educação Fundamental, não incluindo a Educação Infantil. Isso porque, o Governo Federal, em 1996
,por meio da Lei 9394//96 (LDBEN), estabelece como competência municipal a oferta de educação para crianças
de 0 a 5anos, sendo de 0 a 3 anos creche e de 4 a 5 anos, pré-escola.
Ao analisar os mapeamentos citados acima averiguei que a dança voltada as crianças
pequenas é um componente para a Educação que está sendo construído e alterado. O reduzido
campo teórico e a escassez de documentos municipais específicos acabam refletidos muitas
vezes em uma prática pedagógica frágil. Para Pimenta (2005), o saber docente não é formado
apenas da prática, mas também é alimentado pelas teorias. Como ter uma prática fortalecida se
ainda pouco se pensa ou se escreve sobre dança na EI? Obviamente que esse movimento leva
anos e percebi que faz parte de uma construção coletiva, que envolve ações governamentais,
políticas públicas e participação comunitária, em um processo de longo prazo.
A partir dessas pesquisas avalio que a dança, ainda é uma área de conhecimento a ser
explorada, descoberta e há muito que fazer pensar, escrever, produzir, relatar.
Nesse sentido, a ideia principal dessa pesquisa, ligada a essa comunicação, é
investigar a dança apresentada nos documentos oficiais voltados a educação infantil, dessa
vez nos 167 municípios do Estado do Rio Grande do Norte.
Além desses documentos, é sabido que o Estado do Rio Grande do Norte (RN) possui
um documento curricular que regulamenta a Educação Infantil, o que se acaba por destacar o
RN, entre os demais Estados do país, pela preocupação em organizar a EI no Estado. Apesar
da autonomia do munícipios para redigir seus documentos, o Estado teve a preocupação em
ter um documento regulador do ensino infantil, atento a se adequar as novas regulamentações
advindas da BNCC. Esse material foi produzido em conjunto com os municípios do RN, por
meio da Comissão Estadual destinada à implementação da Base Nacional Comum Curricular
no Estado do Rio Grande do Norte (BNCC/RN). Esse documento fará parte do escopo da
análise proposta por esse pós-doutoramento.

Procedimentos metodológicos
Para apresentar uma reflexão sobre o tipo de dança que está sendo apresentada na EI
por meio de identificar as concepções de Dança, Movimento e Educação nas
diretrizes/propostas/orientações curriculares municipais do Rio Grande do Norte.
As perguntas que norteiam essa investigação são:
 Existe um pensamento/concepção de dança para a EI?
 Quais as correntes de pensamento de Educação que influenciaram na
elaboração desses documentos?
 Essas correntes corroboraram com o tipo de educação para a dança que é
apresentada?
 Que tipo de dança é oferecida aos professores e as crianças por meio desses
documentos?
Para responder esses questionamentos pretendo, por meio desse projeto, realizar um
levantamento nas diretrizes/propostas/orientações curriculares municipais para a Educação
Infantil nas capitais das cinco regiões do país, com o intuito de:
 Identificar as concepções de Dança, Movimento e Educação.
 Revelar os referenciais teóricos adotados.
 Definir e classificar as convergências e divergências teóricas.
 Conhecer os objetivos das propostas de dança e movimento.
 Evidenciar as escolhas curriculares na área da dança para a EI no RN.
 Apresentar uma reflexão sobre o tipo de dança que está sendo apresentada na
EI.
Para tanto estão em desenvolvimentos as seguintes etapas:
a) Coleta dos documentos para a análise.
De acordo com a lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, os aparelhos públicos
devem garantir o acesso à informação. Diante desta exigência, as prefeituras e os demais
órgãos realizaram uma ampla divulgação das informações de interesse público, a fim de
fomentar o desenvolvimento de uma cultura de transparência e controle social na
administração.
Dessa maneira, com o intuito de adequar-se à lei, União, Estados, Distrito Federal e
Municípios construíram seus próprios portais de informação. Esses deveriam conter, entre
outros dados: competências e estrutura organizacional; autoridades, endereços e telefones de
órgãos e entidade; resultados de inspeções, auditorias, prestações de contas; repositório de
perguntas frequentes; descrição dos principais programas, ações, projetos e obras, com
informações sobre sua execução, metas e indicadores;
Por esse motivo, utilizarei como fonte primária para esse mapeamento, os dados
obtidos nos sites das Prefeituras Municipais. A primeira etapa, portanto, constitui uma
consulta aos sites das Secretarias de Educação das Prefeituras Municipais, a fim de buscar as
orientações curriculares para a Educação Infantil.

b) Seleção dos documentos que serão utilizados para análise.


A seleção dentre os 167 municípios acontecerá, a posteriori, após a coleta e leitura
das diretrizes/propostas/orientações curriculares municipais para a Educação Infantil,
considerarei documentos que apresentem menção a Dança e/ou Movimento, dentre os
critérios explicitados anteriormente.

c) Organizando o material
Depois de realizada a seleção dos documentos, estes serão agrupados a fim de
facilitar as próximas etapas. A intenção é organizar quadros com as principais informações
relacionadas à Dança e Movimento em categorias. A definição das categorias acontecerá a
posteriori, ou seja, irão emergir dos documentos e serão escolhidas no processo de pesquisa.
O intuito é agrupar os dados, considerando o que há de comum entre eles. Destacarei ainda,
as diferenças entre os documentos. A ideia para essa etapa é tratar o material e prepará-lo
para a análise.

d) Identificação das concepções de Dança, Movimento e Educação.


Após a organização, identificarei quais as concepções de Dança e Movimento e
Educação. Bem como quais as concepções de criança, infância, currículo, apresentadas nos
documentos.

e) Definição de um quadro teórico de referências: A opção pela análise do


discurso.
Posteriormente a identificação das concepções de Dança, Movimento e Educação,
buscarei nos documentos: quais os autores de referência11 que são identificados nos textos;
quais correntes de educação são privilegiadas e explicitadas. Quanto a autores e correntes
que não se encontram nomeadas, verificarei a possibilidade de identificação das correntes
adotadas a fim de estabelecer um quadro teórico de referências presente nos documentos.
Nesse momento buscarei autores que possam subsidiar e auxiliar na definição desse quadro
teórico.
Para essa etapa, um dos métodos que irei utilizar é análise de discurso (AD) sob a
ótica da corrente francesa, proposto por Orlandi (2013) a partir dos estudos de Pêcheux
(1997). Esse método pode permitir analisar o que se encontra explícito nos documentos e
11
Denomino autores de referência àqueles que possuem grande produção na área de conhecimento à qual
pertencem e servem de suporte aos pesquisadores para o desenvolvimento de novos estudos e teorias.
também o que não está mencionado e se encontra nas entrelinhas do discurso. O intuito é
compreender o sentido das palavras, buscando a formação ideológica que está por trás
delas.
Nesse aspecto, a "Análise de Discurso visa à compreensão de como um objeto
simbólico produz sentidos, como ele está investido de significância para e por sujeitos"
(ORLANDI, 2013, p. 26). Nessa perspectiva teórica os documentos a serem analisados são
contaminados por uma posição ocupada no discurso, atravessada por dizeres de outros, por
vozes e por discursos que já circularam antes e em outros lugares (LUZ, 2015).
Dessa maneira, a Análise de Discurso (ORLANDI, 2013) irá possibilitar a
compreensão das concepções de Dança, Movimento e Educação que norteiam os documentos
selecionados.

Considerações finais
Sendo assim, este projeto pode vir a estabelecer a construção de um diálogo entre
universidade e Secretarias Municipais de Educação, no tocante ao auxílio de proposições para
a dança e movimento, subsidiar a formulação de novas orientações curriculares para EI
baseadas nos documentos oficiais e resultados desse pós-doutoramento.
Além disso, esse estudo pode abrir caminhos para outros que relacionem os
documentos que buscam estabelecer propostas de currículo, com as apropriações e as
múltiplas leituras que os professores e equipe pedagógica fazem dos referenciais no contexto
escolar.
O principal resultado desta pesquisa, partindo da análise e da sistematização dos dados
obtidos em seu percurso, será uma publicação na qual poderei apresentar um cenário do que
vem sendo trabalhado em dança para as crianças pequenas, no Rio Grande do Norte, por meio
do que os documentos reguladores do ensino proferem.

Referências Bibliográficas
ANDRADE, C.R. de Dança para criança: uma proposta para o ensino de dança voltada
para a educação infantil. 2016, 339 p. Tese (Doutorado em Artes),- Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho, Instituto de Artes, 2016.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal,
1988.
_____.Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.
Referencial curricular nacional para a educação infantil. v. 01-03. Brasília: MEC/SEF,
1998.
______.Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares
nacionais para a educação infantil / Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC, SEB,
2010.
______.Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Relatório de Pesquisa:
Mapeamento e análise das propostas pedagógicas municipais para a educação infantil
no Brasil, Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC, SEB, 2009.
_____. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular,
MEC/CONSED/UNDIME NACIONAL, 2017.
LUZ, Roberta Jorge. A linguagem da Dança no currículo de Arte: um estudo de caso em
escolas estaduais de Sorocaba - SP. 2015. 227 p. Dissertação (Mestrado em Artes) -
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Instituto de Artes, 2015.
ORLANDI. E.. Análise de discurso: princípios e procedimentos. 11. ed. Campinas: Pontes
Editores, 2013.
PASCHOAL, J. D.; MACHADO, M. C. G. A História da educação infantil no Brasil:
avanços, retrocessos e desafios dessa modalidade educacional. Revista HISTERDBR On-
line. Campinas, n. 33, p. 78-86, mar. 2009.
PIMENTA. S.G. O estágio na formação de professores: unidade teórica e prática. 3. ed.
São Paulo: Cortez, 2005

Potrebbero piacerti anche