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Agosto de 2007
TÉCNICAS DE ROTEIRO (PROCEDIMENTOS BÁSICOS E PROCESSOS DE
ADAPTAÇÃO)
PROF. LEANDRO MACIEL
SEMESTRE – 2º 2007
‘ CAros
Caro(a),
Este trabalho que você tem em mãos é um primeiro resultado de
conhecimentos profissionais e acadêmicos levantados em 7 anos de experiência.
Por se tratar de um trabalho ainda inicial, preferia batizá-lo de “mini-apostila”
pois ela ainda não se configura como uma apostila propriamente dita, no sentido
pedagógico do termo.
Esta mini-apostila reproduz conceitos diversos, de outros autores e do
próprio professor, além de algumas dicas de profissionais da área. Não a encare
com um centro de posições fechadas e dogmáticas, mas como um guia, uma
pequena orientação.
Os exercícios e os resumos estão separados. Ao final da apostila, você
encontra os exercícios listados. O professor pode segui-los de acordo com as
indicações de cada capítulo, ou apenas sugerir como trabalho extra-classe, o que
permite uma maior flexibilidade durante as aulas.
E
SARAIVA, Leandro; CANNITO, Newton . Manual de Roteiro (ou Manuel, o primo pobre
dos manuais de roteiro).São Paulo: Conrad, 2004. (código na biblioteca da
universidade - 791.437 S246m)
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(1)Roteiro
CENA
Um roteiro é um plano para uma obra. Toda obra audiovisual tem início no
roteiro - na referência da palavra escrita- que deverá ser convertida em som e
imagem. Basicamente, o roteiro deve ser escrito para a leitura e entendimento de
todos os envolvidos na produção da obra audiovisual: os atores irão interpretar os
personagens, dando-lhes voz e vida; os desenhistas irão criar storyboards; o diretor
irá conduzir a transformação das palavras escritas em imagens, e daí em diante.
Como autor do plano de uma obra, realizada num processo coletivo, o roteirista
verá este plano sofrer todo tipo de interferência: do diretor, do produtor, do ato,
etc.
Áudio & Vídeo: O roteirista deve descrever apenas aquilo que será visto e
ouvido pelo público. Sensações devem ser transmitidas pela combinação de
elementos sonoros e visuais.
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câmera man do programa do Gugu que entende de roteiro está dois passos a frente
daquele que não entende nada.
A não-ficção
A Ficção
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O roteirista é aquele que, reiterando o que foi dito anteriormente, cria o
plano para uma obra audiovisual. Produzir ficção é algo caríssimo, ainda mais num
país como o Brasil. Planejar, antever custos, pode ser feito de forma muito mais
barata ainda na fase do roteiro. Uma cena escrita é mais do que só palavras: é uma
peça rara que um diretor de arte terá que localiza, é um ator importante recitando
uma fala, é um diretor pensando um enquadramento mais ousado.
Ainda, desse campo, há uma vasta gama de tarefas que um roteirista pode
realizar. Criar o projeto de uma série , definir ordem para as cenas de uma
dramatização, redigir textos de análise (pareceres) para um longa-metragem ,
mapear a biografia de um personagem, pesquisar sobre a realidade de uma
comunidade pobre, etc.
Mesmo entre os roteiristas de ficção há especializações: alguns escrevem
mais para cinema, outros mais para tv, outros ainda tem experiência com teatro,
etc. Outros nem de fato escrevem a versão final produzida: são os colaboradores,
os “ghost writer”, script doctor (aqueles que redigem uma análise do roteiro
escrito). Mas tais funções são importantes num esquema de produção profissional.
Pontos de contato
Como você pode sabiamente ter notado, a separação entre esses dois
campos nem sempre é clara e os pontos de “fricção” são muitos. Repare nas
palavras grifadas em ambos capítulos acima: crie (criar), ordem, textos, mapa,
pesquisa...
Peguemos como exemplo o videoclipe. Dentro deste mesmo formato você
pode ter algo que se aproxime muito mais do documentário (como o registro de
uma turnê da banda, resumido é claro) ou da ficção (o famoso videoclipe “com
historinha” onde o exemplo ainda mais radical é “Thriller”, do Michael Jackson)
Hoje, a maior parte do que é feito nos dois campos seguem de qualquer
forma um modelo maior e que domina o audiovisual: o Narrativo, ou simplesmente
contar-se um enredo (uma narrativa). Uma definição para narrativa, muito simples
de se guardar, é:
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se apropria de procedimentos de linguagens comuns a não-ficção com maior
facilidade); o material catalogado para estudo é mais farto.
Em todo caso , sempre uma das modalidades vai prevalecer: um
procedimento da ficção utilizado numa estrutura não ficcional, ou o inverso.
Exercícios sugeridos
Exercícios 3 e 4.
Leitura
“Jorge Furtado, Ilha das Flores e A Coroa do Imperador” (monografia), escrita por
Leandro Maciel. (Texto complementar disponível no xerox)
ANOTAÇÕES
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(3) Dramaturgia Clássica
Dramaturgia Clássica
Segundo o estudo do drama clássico, drama é ação; este só existe quando temos 1)
um personagem (um ser que gere algum tipo de empatia); 2) um conflito para este
personagem
O personagem persegue seu objetivo, consciente ou não, via ação dramática. Esta
é a soma da intenção do personagem, da ação propriamente dita e do efeito
desta; A força antagônica é algo ou alguém que impede ou dificulta que este
personagem realize sua intenção e atinja seus objetivos.
O personagem tem carência (de algum tipo) ele conquista algo esta
conquista gera uma crise crise que atinge seu auge (o clímax) clímax por
qual passa o personagem e atinge a redenção
Narrativa (=trama, enredo): É uma cadeia de eventos, unida por causa e efeito,
sendo ela passível do espectador acompanhar e determinar espaço e tempo.
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História (=”fábula”): É o que podemos depreender a partir da narrativa, de
maneira genérica (ex: vi um filme sobre uma garota que é possuída e no final é
salva por um padre).
Narrativa Clássica
- Deadlines (prazos): são limites de tempo para realizar os objetivos; tem função
semelhante ao das pinças.
Narração
Exemplos
Exercícios sugeridos
8
Leitura
ANOTAÇÕES
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(4) Estrutura
Principios de estrutura:
Arco dramático: são pontos que marcam o desenvolvimento da narrativa (os pontos
básicos são o “começo, meio e fim”).
Plot line (linhas de trama ou ação): são fios, linhas dessa trama, que são
determinados pelos objetivos do (s) personagem(ns). Estas plotlines desenham uma
estrutura.
Divisão em atos:
Processa-se a princípio através dos pontos de virada, mas hoje é mais aceito que o
roteirista estabeleça a sua própria estrutura (“prototípica”)
1)Aristóteles (“Poética”):
Drama = ação
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Ação dramática= é a soma da vontade, da tomada de decisão e do efeito desta
decisão de um personagem.
Divisão em atos (começo-meio-fim)
Unidade dramática : a peça ideal se passa em um dia e um único espaço
12 passos ou estágios, no qual se baseiam as histórias mitológicas (que por sua vez
atualizam os ritos ancestrais de passagem para a vida adulta):
1) Mundo comum
2) Chamado à aventura
3) Recusa ao Chamado
4) Encontro com o Mentor
5) Travessia do Primeiro Limiar
6) Testes, Aliados e Inimigos
7) Aproximação da Caverna Oculta
8) Provação Suprema
9) Recompensa
10) Caminho de volta
11) Ressurreição
12) Retorno com Elixir
3) Syd Field
4) Kristin Thompson
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(SET UP) (COMPLICATING) (DEVELOPMENT) (CLIMAX)
----------------X------------------X-----------------X------------------.....
(um filme pode variar o número de atos,em geral de 3 até 5. em alguns falta a
complicação; em outros, podemos ter dois adensamentos).
Exercícios sugeridos
Leitura
ANOTAÇÕES
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(5) Formas de Ficção
Lírica –“todo poema de extensão menor, na medida que nele não se cristalizarem
personagens nítidos e em que, ao contrário, uma voz central – quase sempre um
“Eu” – nele exprimir seu próprio estado de alma. “. Ou seja, é quando vemos um
estado subjetivo do personagem traduzido em som e imagem (seria o equivalente a
um “narrador em 1a pessoa”)
Dentro de uma mesma narrativa, podemos usar procedimentos dos três tipos
Mas em geral, um filme apresenta uma categoria onde ele se encaixa, e para
efeito de unidade é importante saber qual é a categoria predominante do filme.
O Drama
O DRAMA:
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Tragédia clássica
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A farsa, tal qual o melodrama, não se interessa pela unidade dramática;
desenvolvimento de uma farsa é uma surpreendente sucessão de situações novas e
arranjos. A farsa é episódica: não leva o mundo suficientemente a sério para
acreditar que existam desenvolvimentos unitários, movimentos com sentido na
ação humana. Neste procedimento, há uma caricaturização do mundo.
A comédia é o desenvolvimento de uma situação dramática unificada, que
ao final chega a um reequilíbrio conciliado, marcado por um final feliz (uma festa,
um casamento). No nível da estrutura, a comédia diferencia-se da tragédia por
buscar driblar as “contradições irreconciliáveis” da época, estabelecendo pactos
que permitem à vida prosseguir.
De maneira geral, os gêneros atuais são subgêneros dos acima citado. por
exemplo: do melodrama, “nasceram” o faroeste, o terror, o romance. A comédia
tem sua subdivisão romântica, e etc
Exercícios sugeridos
Leitura
ANOTAÇÕES
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(7) Processos de adaptação
Diferentes linguagens
- O fluxo interno se da, através de voz over (forma épica), mas de uma forma
normalmente resumida.
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Obs: esta tabela é só uma amostra para reflexão. É claro que há outros meios
deixados de fora e que hoje são muito importantes para o audiovisual, como os
quadrinhos.
Níveis de adaptação
No Manual de Roteiro escrito por Syd Field, ele define 3 níveis possíveis para
uma adaptação de uma obra literária ou teatral para o audiovisual. Cada nível
depende do aproveitamento que se faz da obra de origem (em relação a esta, é
mantida a trama? Apenas um personagem? Muda-se a ambientação?)
Os níveis propostos por Syd Field são em geral estes quatro:
- “Adaptado de”: usaríamos se possível para aquela obra que recebeu uma versão
quase direta para as telas. È mais comumente utilizado para as adaptações de
peças teatrais (“adaptado para a tela”).
- Baseado em: usamos para a obra audiovisual que se mantém fiel a maior parte da
oobra de origem. Por exemplo, aquela onde se mantém a trama e os personagens,
mas se faz algum tipo de pequena concessão dramática (retirar alguns fatos ou
detalhes, por exemplo). Digamos que é adaptado de 60 a 90% do material original.
Exemplo: o terceiro livro e o terceiro filme da série O Senhor dos Anéis
- Inspirado em: usamos a obra original como uma referência importante, sendo
base para personagens ou a trama, mas concessões importantes são feitas, como
omissões de grande parte de eventos, personagens fundidos, etc. Digamos que 50%
a 60% do material original é adaptado. Exemplo: Cidade de Deus.
Exercícios sugeridos
Leitura
ANOTAÇÕES
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(8) Dicas para escrever um roteiro para uma peça radiofônica
O rádio é uma mídia de produção simples. Produzir uma ficção para o rádio
demanda muito menos recurso do que para outras mídias: basta uma boa biblioteca
de som, um estúdio razoável e bons atores. Criar uma ficção para a linguagem
radiofônica envolve algumas sutilezas, contudo elementos básicos da ficção se
mantêm em qualquer linguagem e em qualquer mídia: o conflito, os personagens
que geram algum tipo de empatia, a ação dramática, as formas de ficção, etc.
Alguns teóricos defendem que o rádio é audiovisual, e não somente áudio.
Podemos alegar isto quando notamos que, ao contar uma história através apenas
de sons, apelamos essencialmente para nossa imaginação. Ao ouvir o som de um
molho de chaves caindo, por exemplo, nós imaginamos esta chave caindo ao chão-
nós vemos mentalmente a imagem da chave. . Podemos, inclusive, determinar o
tipo de piso em que ele caiu, a quantidade de chaves.
Ainda, a nossa audição é um dos sentidos mais primitivos, pois ele é capaz
de mover nossos sentimentos mais instintivos. Por exemplo: se você ouve um som
brusco, você pode se assustar e cair da cadeira.
Personagem
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através do que eles falam (ou deixam de falar). Mas o poder de sugestão pode ser
utilizado a nosso favor:
Por exemplo, com o uso seguido de efeitos sonoros e da trilha, podemos dar
uma dimensão maior a uma cena. Sons de passos e a voz de uma mocinha
suspirando podem nos sugerir uma perseguição.
Vamos um pouco além. Imagine um casal discutindo sua relação. Eles estão
numa cozinha: ouvimos os sons de um deles lavando pratos, os passos do outro se
aproximando e o arrastar de uma cadeira. Há o ruído constante do motor de uma
geladeira: este sugere um clímax de tensão. A cena segue com o casal discutindo
até o ponto em que um deles termina a relação. Há um momento de silêncio, onde
tudo, inclusive o ruído do motor da geladeira, cessa.
Espaço
Trilha
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Trilha Longa – normalmente usada para bg, é a música que acompanha a
ação por longo tempo. Eventualmente seu volume pode subir e tornar-se o trecho
principal da peça
Trilha Curta – aquela usada para caracterizar ação ou personagem (por
exemplo, música-tema de casal apaixonado)
Trilha Pontual- aquela usada para pontuar a ação: um susto com uma vinheta
musical dramática. Num momento de decepção, uma vinheta cômica típica.
Exemplo: Onomatopéias de pessoas brigando, caindo, tossindo etc.
Formato radiofônico
(legenda:
LOC : O locutor do programa de rádio musical e de notícias (com o tom comum da
pepoca, bem empostado)
PEAR: professor Pearson, um cientista, com um tom de voz formal e uma
entonação fria, até acadêmica de se falar.
CARL: o comentarista (repórter) Carl Philips
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(...) (...) – 13: 30
- (TÉRMINO- 14:12)
(DUR: 2”)
TEC: SIRENES DA POLÍCIA
TEC: SIRENES DE AMBULÂNCIA CARL: SENHORAS E SENHORES, AQUI
TEC: BURBURINHO MAIS UMA VEZ CARL PHILIPPS,
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TEC: CAEM PARA BG FALANDO DA FAZENDA WILMUTH, EM
GROVERS MILL, NOVA JERSEY.
CARL (LOC) (PAUSA) O PROFESSOR
E EU FIZEMOS OS DEZESSETE
TEC: SOBE BG (POR 2”) QUILOMETROS DE PRINCETON ATÉ
AQUI EM DEZ MINUTOS (PAUSA;
TEC: CAEM PARA BG RELUTANTE). BEM...EU...EU NÃO SEI
COMO COMEÇAR PARA DIZER O QUE
TENHO DIANTE DE MEUS OLHOS.
(PAUSA) BEM, EU ACABEI DE CHEGAR.
AINDA NÃO TIVE A CHANCE DE OLHAR
TEC: SOBE BG (POR 2”) EM VOLTA. (PAUSA) SIM, EU ACHO QUE
TEC: CAEM PARA BG É ISSO! EU QUE...É...UMA COISA
EXATAMENTE NA MINHA FRENTE,
SEMIENTERRADA NUM GRANDE
BURACO! DEVE TER SE CHOCADO COM
UMA ENORME FORÇA (...)
ESPECTADORES CURIOSOS SE
AMONTOAM EM TORNO DO OBJETO,
APESAR DOS ESFORÇOS DA POLÍCIA
PARA MANTÊ-LOS AFASTADOS. ESTÃO
OBSTRUINDO MINHA LINHA DE VISÃO
(PARA OS CURIOSOS) POR FAVOR! POR
FAVOR, PODERIAM CHEGAR MAIS PRA
LÁ UM POUCO?!
CARL:ENQUANTO OS POLICIAIS
EMPURRAM PARA TRÁS A MULTIDÃO,
AQUI ESTÁ O SR. WILLMUTH,
PROPRIETÁRIO DA FAZENDA. ELE
DEVE TER COISAS ASSIM
INTERESSANTES PARA
ACRESCENTAR...
(- 16:40)
(...)
TEC: SOBE BG (POR 2”)
TEC: CAEM PARA BG ATÉ CORTAR
(-18:00)
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À FAZENDA, MAS NÃO ADIANTA...ELES
CHEGAM DE QUALQUER JEITO. SÃO
FARÓIS LANÇANDO ENORME FOCO
LUMINOSO SOBRE O BURACO EM QUE
O OBJETO ESTÁ MEIO ENTERRADO
(PAUSA). ALGUMAS PESSOAS MAIS
OUSADAS SE AVENTURAM PERTO DA
BEIRADA. SUAS SILHUETAS SE
DESENHAM CONTRA O RESPLENDOR
METÁLICO.
(2”)
PEARSON: POSSIVELMENTE O
ESFRIAMENTO DESIGUAL DE SUA
TEC: PICO DO RUÍDO (2”) SUPERFÍCIE.
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TEC: RUÍDO CAI PARA BG
CARL: AH, COMPREENDO, O SENHOR
AINDA ACHA QUE SEJA UM METEORO?
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MOLHADO! MAS O ROSTO...ELE...ELE É
INDESCRITIVEL...MAL POSSO
CONTINUAR OLHANDO...OS OLHOS
SÃO PRETOS E BRILHANTES, COMO O
DE UMA COBRA. A BOCA TEM A FORMA
TEC: SOBE GRITOS DESESPERADOS DE V, COM SALIVA ESCORRENDO DE
SEUS LÁBIOS DISFORMES, QUE
PARECEM TREMER E PULSAR. O
MONSTRO OU SEJA LÁ O QUE FOR MAL
PODE SE MOVER, PARECE PUXADO
TEC: ZUMBIDO SUAVE PARA BAIXO, TALVEZ PELA
TEC: CAI PARA BG GRAVIDADE OU ...OU ALGO PARECIDO.
(PAUSA) ESPERE! A COISA ESTÁ SE
LEVANTANDO. A MULTIDÃO RECUA...
(...)
(...)
Exercícios sugeridos
ANOTAÇÕES
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(9) “ A Bíblia”
Biografia de personagens
Argumento
Escaleta
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A escaleta é um resumo cena a cena do seu filme. No projeto, serve para
que possamos enxergar de maneira resumida a estrutura do filme. Mas no dia-a-dia
é uma ferramenta de trabalho, que serve para o roteirista poder “brincar” com as
estrutura do filme, trocando cenas de ordem ou as eliminando (com o sistema de
fichas, por exemplo).
Roteiro
É um texto com divisão cena a cena (ou seqüência a seqüência) de uma obra
audiovisual. Na formatação padrão, conhecida como Master Scenes, uma página de
roteiro corresponde a aproximadamente uma página de roteiro. Esta é a
formatação mais utilizada comercialmente,e por isso mesmo se tornou padrão.
Formatação padrão: Fonte: Courier ou Courier New 12 point 10 pitch. Não se
usa itálico nem negrito (para se manter um padrão de leitura). Margens : Vertical:
Em cima 2,5cm; Em baixo 2,5cm-3cm. Ação/Cabeçalhos: Esquerda 3,5cm; Direita
3,5-4cm. Nomes: 9 cm da esquerda. Diálogo: 6,5cm da esquerda
7,5cm da direita. Instruções para o ator: 7cm da esquerda. Justificação: Diálogo e
ação para a esquerda.
Exercícios sugeridos
Exercícios 6 e 7, da mini-apostila
Leitura
ANOTAÇÕES
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EXERCÍCIOS
O gerente de uma famosa rede de sex shops ("Lojas H Romeu") quer criar um
vídeo institucional bem curto e interessante, para ser exibido numa feira para
franquias e franqueados. Ele deseja:
- linguagem atraente, bem-humorada e sem vulgaridades
- conteúdo claro e informativo
- incentivo a possíveis novos franqueados
- utilização de boa parte das seguintes informações a respeito da rede: maior
rede do brasil, com mais de 30 lojas só na Grande São Paulo; faturamento médio
mensal, por loja, de 50 mil reais; capital inicial de apenas 100 mil reais, com
ponto sugerido pela franquia (próximo a metrôs, em centros urbanos), e com
benefícios ao franqueado, como bônus por venda acima da meta de 20% e ajuda
de custo no aluguel em 15% em caso de pagamento à vista. Público
diversificado: a loja oferece produtos a todos os gêneros e opções sexuais; há
produtos para homens, mulheres, gays, lésbicas e simpatizantes. Não há
produtos setorializados, o que poderia constranger os freqüentadores. Há uma
gama imensa de produtos: 50 tipos diferentes de vibradores, desde exemplares
de 30 cm até alguns disfarçados como canetas e batons; há locadora erótica
separada da pornográfica, e cabines de peep show, bastante discretas.
Melhor treinamento e atendimento: o cliente só é abordado caso solicite; tem
liberdade para observar, tocar e examinar, desde que respeitados os devidos
limites; garantia de novo produto em caso de defeito ou informação incorreta;
a seleção de atendentes devem respeitar a diversidade sexual
Lema da rede: "sua fantasia é seu limite"
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O aluno deve redigir uma proposta breve (cerca de uma página) a partir de uma
notícia de jornal. Os alunos adaptam uma noticia de jornal para o formato
audiovisual, através de processo de criação que envolve a discussão de uma notícia
e a sua transformação em argumento. O professor fornecerá a matéria completa,
caso necessário:
No fórum de Tremembé (SP), cidade onde está presa, ela disse que não abrirá
mão dos cerca de R$ 2 milhõesSuzane von Richthofen não vai abrir mão da herança à
qual tem direito, no valor estimado de R$ 2 milhões. Ela esteve ontem à tarde no fórum
de Tremembé, cidade do Vale do Paraíba onde está detida, e, na frente da juíza Márcia
Berings Domingues de Castro, abdicou da renúncia. Esta foi a terceira vez que Suzane
disse, diante da Justiça, que vai continuar lutando pelos bens deixados pelos pais que
ajudou a matar. Suzane cumpre pena de 39 anos de prisão pela participação no
assassinato dos próprios pais, Marísia e Manfred von Richthofen, em outubro de 2002,
junto com Daniel e Christian Cravinhos, também presos em Tremembé.
(...)
Na penitenciária, fica na cela com detentas evangélicas e cumpre tarefas diárias,
como varrer o pátio. Em dias de visitas, aos sábados e domingos, ela costuma não descer
até o pátio para não ser reconhecida pelos parentes das presas. Os familiares costumam
comentar, na saída das visitas, que nunca vêem Suzane e que as outras presas comentam
que ela é ''''muito quieta''''.
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submeteu-se a um teste de gravidez obtendo o resultado positivo. Segundo ela,
por intermédio dos meios de comunicação, teve o conhecimento de que a
empresa teria colocado no mercado um lote do medicamento feito de farinha.
De acordo com a Schering, na época, um lote foi elaborado para testes de
qualificação de uma das máquinas, mas, por motivos desconhecidos, acabou
sendo colocado no mercado. O fato foi divulgado, a pedido da empresa, a fim de
alertar a população da existência do medicamento sem princípio ativo.
Em seu voto, a relatora do recurso, Desembargadora Marilene Bonzanini
Bernardi, afirma que pela realização da perícia constatou-se que a cartela
utilizada correspondia a um contraceptivo em conformidade com as normas
técnicas. O laudo pericial mostrou que os comprimidos possuíam o princípio
ativo em nível satisfatório, adequado para o consumo. “Não há prova nos autos
no sentido de que a autora tivesse feito uso correto do anticoncepcional, de
acordo com a prescrição médica”, finalizou a magistrada.
4. ENTREVISTA DE UM PERSONAGEM
A partir da (s) seguinte (s) tira (s), crie a pauta de uma entrevista com a
personagem envolvida. Mínimo de 5 perguntas.
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5. VIDEOCLIPE
Ouça a seguinte música, veja sua letra e tente pensar como poderia fazer um
videoclipe dela. Defina primeiramente o tema dela; depois crie uma proposta para
ilustrar tal música Se possível rascunhe um storyboard da sua proposta:
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Vamos viver tudo o que há pra viver
Vamos nos permitir
7. ESCREVENDO O INVISÍVEL
8. “TESTE DE ELENCO”
Escritório do PAI. Ele está se sentando à mesa do escritório, como quem acaba de chegar.
ENTRA MARIANA, tensa.
PAI
Tudo bem filha? Dia difícil hoje. Como você está?
MARIANA
Queria te dizer uma coisa, pai, mas tô encabulada de falar.
PAI
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Fala
MARIANA
Tô grávida. Peguei o teste hoje e deu positivo
PAI
Sua débil mental! Idiota! Débil mental! A única coisa que eu te pedi pra não fazer!idiota!
Você sabe o que é um aborto? Hospital, anestesia geral? Vou telefonar pro médico agora,
marcar amanhã....fazer logo esta porra. Como é mesmo o nome daquela merda, daquela
porra daquele ginecologista?
MARIANA
Desculpe...desculpe...eu não sabia.
PAI
Não sabia o quê? Irresponsável...débil mental! Irresponsável, feito sua mãe!
MARIANA
Desculpa, pai
PAI
Não fala comigo
MARIANA
A camisinha estourou, pai, eu não sabia. (Chorando). Tô começando, pô! Não sabia que
camisinha estourava.
PAI
Não sabia que camisinha estourava...Quem não sabe que camisinha estoura? É a mesma
coisa que não saber que carro atropela.
MARIANA
Desculpa
PAI
Desculpa você, filha. O seu problema é maior que e o meu e eu fico gritando. Fiquei
histérico, você há de convir que não é pra menos. Desculpa, eu não devia ter gritado,
tenho que estar do seu lado numa hora dessas. Não é nada demais, a gente resolve.
MARIANA
Desculpo não
PAI
O quê?
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MARIANA
Eu tô nervosa, tô com medo e você fica gritando comigo? (Chorando cada vez mais)
PAI
Filha, filha, abre a porta. Filha, desculpe. Você sabe que eu tenho horror de hospital, de
doença, você sabe como eu fico histérico quando você tem uma febre baixa! Abre, filha,
pra gente conversar.
MARIANA
Não quero conversar
PAI
Mas a gente precisa. Você quer ter esse filho?
MARIANA
Não, quero ficar sozinha
(continua...)
Silêncio. Depois de algum tempo, o PAI desiste e fica vagando pela casa
9. “TESTE 2”
Agora vamos ler uma cabeça de telejornal. O professor irá fazer duas versões. Uma
direto sem cortar e a outra cortando em uma das frases do espectador. Os alunos
devem definir o ponto ideal para se cortar. Marque onde você acha que funcionaria
melhor e defina movimento de câmera, plano, etc. Tente notar as diferenças entre
as duas versões:
(TEXTO DO ÂNCORA):
Um homem que perdeu os dois braços e uma perna em um acidente é
condenado a cinco anos de prisão por uma série de infrações ao volante.
Francis Wiley, 40, declarou-se culpado de todas as acusações.
Wiley, que já tinha cumprido uma pena de prisão por dirigir sem licença,
perdeu seus braços e uma perna quando tinha 13 anos.
Apesar das limitações, Wyley ligava o carro com os dedos do pé, mudava as
marchas com o joelho e chegava a usar os dentes para acender as luzes
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Leia os seguintes trechos de sonetos famosos (o professor fornecerá o soneto
completo caso necessário):
b) Crie uma pequena crônica a partir da análise feita no item “a”. Crie dois
personagens, um conflito para ou entre eles. Foque numa situação muito simples.
O narrador deve ser na terceira pessoal do singular. Não use diálogos na forma
direta.
11.“BALÃO”
Os alunos devem criar um diálogo para o espaço destinado ao texto, na(s) tira (s),
criando um novo sentindo para aquilo que é mostrado. Aqui o que vale é o
inusitado:
a)
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b)
12.FOLEY
Os alunos devem realizar uma tarefa extra-classe: trazer de casa objetos que
produzam sons interessantes, que soem artificiais ou não (um sapato de salto
metálico). Quanto mais improvável a conexão entre o objeto e o som produzido,
melhor. Em seguida, o professor trabalhará com os alunos em torno do trecho do
roteiro de “A Guerra dos Mundos” (ver no item da apostila dedicada ao rádio). Leia
o trecho e tente encaixar os sons produzidos por seus objetos com aqueles citados
no roteiro.
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13.CITAÇÃO
Pegue uma citação famosa. “Tudo vale a pena/ quando a alma não é pequena”. Ou
uma máxima. Apreenda a intenção, ou a moral daquela citação.
Agora crie um breve argumento de uma história inspirado nesta citação. Sem
revelar para a classe qual é a citação escolhida, conte brevemente sua história e
vejam se seus colegas adivinham qual foi a citação.
O aluno transcreve de maneira simples uma piada que aprecia . Ele vira a folha e,
no verso, altera o sentido do texto para que a piada se torne um breve relato
dramático (dicas: torná-la trágica é uma boa saída. Mudar o ponto de vista
também)
O professor irá exibir a série “A Vida como ela é” ( Tv Globo). Junto com ele,
procure dividir o texto original de Nelson Rodrigues (logo abaixo, trecho da crônica
“Quem Morre Descansa”) de acordo com o que você assiste (cena, diálogo,
narrador, e ação). Solicite ao professor material para análise de um outro episódio,
caso necessário.
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— Muito bem. Sabe, também, que eu gosto muito de você?
Disse que não tinha certeza, mas desconfiava. Ele insistiu:
— “Pois gosto e muito, mais do que você pensa”. E, súbito,
fez-lhe a pergunta que a surpreendeu e deixou sem fala: —
“Quer casar comigo?”.
Durante alguns momentos, ela não soube o que dizer, não soube
o que pensar. Balbuciou:
— Quer dizer, queria. Mas como? E sua mulher?
Mas Norberto estava preparado para a pergunta:
— “O negócio é o seguinte, meu anjo: minha mulher está
muito mal”. E era verdade. A mulher de Norberto era muito
franzina, um peito cavado, asmática, tinha uma vida de
sacrifício. No inverno, pagava todos os pecados, qualquer
resfriado bobo a deixava sem ar, e tinha sufocações tremendas.
Vivia em casa, estiolando-se, cada dia pior. Há coisa de oito
meses, fizera uma radiografia do estômago. Constatara-se a
úlcera; e, depois, uma do pulmão que revelara a tuberculose.
Chocada com essas variedades de doenças, de provações, Julinha
deixou escapar a exclamação:
— “Que horror!”. Norberto prosseguiu. (...)
16.“AUTO DA COMPADECIDA”
O DIABO
Lá vem a compadecida! Mulher em tudo se mete!
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MARIA
Meu filho perdoe esta alma,
Tenha dela compaixão
Não se perdoando esta alma,
Faz-se é dar mais gosto ao cão:
Por isto absolva ela,
Lançai a vossa bênção.
JESUS
Pois minha mãe leve a alma,
Leve em sua proteção,
Diga às outras que recebam,
Façam com ela união.
Fica feito o seu pedido,
Dou a ela a salvação.
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