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Responsabilidade
Democrática
Compromisso Cidadão/Estado
Adelaide Meneses
2008/2009
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CP 1 – Liberdade e Responsabilidade Democrática
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Adelaide Meneses, Dr.ª
Índice
Identidade, Liberdade ................................................................................................................................... 4
Actividade: ............................................................................................................................................... 5
Participação e Cidadania ............................................................................................................................... 7
Actividade: ................................................................................................................................................ 7
Actividade ................................................................................................................................................ 8
Cidadania / Estado ...................................................................................................................................... 11
Actividade ............................................................................................................................................... 14
Actividade ............................................................................................................................................... 14
Democracia ................................................................................................................................................. 17
Democracia – Forças ............................................................................................................................ 17
Democracia — Fraquezas ..................................................................................................................... 17
Actividade: .............................................................................................................................................. 17
Sociedade civil, Organização politica dos estados democráticos ...................................................................20
O Presidente da República ....................................................................................................................... 21
A Assembleia da República ......................................................................................................................22
O Governo...............................................................................................................................................22
Os Tribunais ........................................................................................................................................22
A organização administrativa do poder ................................................................................................ 23
Actividade ...............................................................................................................................................24
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Liberdade, Identidade
Identidade, Liberdade
A questão da liberdade individual apresenta várias discussões em diferentes filósofos e traduz até
hoje uma dúvida axiomática da filosofia, o homem é livre?
Liberdade: Conceito vivido ou aspirado? - Partindo de uma análise grega possuímos a liberdade
política ou social, e a liberdade pessoal. A primeira baseia-se no facto de que, existe uma comunidade
humana: se esta tem autonomia e independência que consiste na possibilidade de reger seus próprios
destinos sem interferência de outras comunidades, esta é considerada livre. Nos indivíduos, dentro da
comunidade tal autonomia consiste não em fugir das leis, mas em agir de acordo com elas. Esta análise é
comum em dicionários da língua portuguesa. Mas é no conceito de liberdade pessoal é que vamos nos
aprofundar. Temos a seguinte definição:
A liberdade pessoal também é concebida como autonomia e independência, porém como
independência das pressões e coações provenientes da comunidade. Na Grécia era permitido,
normalmente, aos cidadãos deixar algum tempo seus negócios, para dedicar-se ao ‘ócio’, que não é
obrigatoriamente negação de toda a actividade, e sim ‘estudo’ que lhe permite cultivar melhor sua própria
personalidade. Quando o próprio indivíduo considera tal ócio como um direito e o impõe por si mesmo,
então sua liberdade consiste ou está prestes a consistir numa separação da comunidade, por acaso fundada
na ideia de que no indivíduo existe uma realidade que não é estritamente falando ‘social’, mas sim
totalmente pessoal.
Desta definição partiu a ideia de liberdade que temos, por exemplo, em Sartre. Sartre afirma que o
homem está condenado a ser livre, pois, o homem não somente escolhe o que ele é, mas também o que a
si mesmo vai causar, ou seja, esta realidade pessoal acima citada é que denomina os caminhos que cada
indivíduo segue, conforme seus limites e definições de realidade social. Em Stuart Mill encontraremos
identificações com este estado de liberdade sujeito a uma individualidade, mas em contraponto esta
liberdade está fadada somente aos pensamentos e não propriamente dita às acções dos homens enquanto
seres sociais. Para Mill a liberdade consiste no exercício da individualidade do sujeito e deste exercício tira-
se a busca do próprio bem à própria maneira, o homem é livre para agir com seus pensamentos, mas
limita-se às leis estipuladas dentro da sociedade, pois não pode agir do modo que lhe convém.
Tudo o que faz a existência valiosa a alguém está na dependência da força das restrições à
actividade alheia. Ninguém pretende que as acções devam ser tão livres como as opiniões. Pelo contrário,
mesmo as opiniões perdem a sua imunidade quando as circunstâncias em que se exprimem são tais que a
sua expressão constitui um incitamento positivo a algum ato nocivo.
Temos aqui o que parece ser o princípio da ética, não faça ao próximo o que não gostaria que este
o fizesse.
O homem não quer a ausência de pensamento mas a liberdade para o pensamento criativo, o que
significa que não nos curvemos sob a força do objecto do nosso pensar, pensar é a criação, o pensamento é
a criatura e o objectivo de pensar significa que o criador está acima da criatura, o pensar é a potência e por
isso é mais do que o pensado.
Podemos perceber em Safranski que o conceito verdadeiro de liberdade não é vivido, e sim
desejado. Desejo este, diria inconsciente de se libertar dos limites morais e racionais impostos que tornam
a vida em sociedade possível. O único momento em que se é livre é quando estamos vivenciando nossa
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criação do pensamento, se afastando dos limites e imposições conceituais que regem o colectivo. Este
conceito de liberdade não concorre com o de Mill no ponto em que ele afirma a liberdade de pensamento
e opiniões, mas se defronta deste, quando é limitado pelo sentimento social de não importunar as opiniões
e julgamentos alheios, ou seja, praticar actos nocivos socialmente falando. Portanto, finalizando, nos cabe a
pergunta que merece um aprofundamento filosófico será que é possível o homem ser realmente livre, já
que seus pensamentos não podem ser postos em prática por causa de uma civilidade imposta para uma
ordem colectiva?
Actividade:
“…a liberdade não pode consistir em fazer o que se quer, mas em poder fazer o que se deve querer.
Se um cidadão fosse livre para fazer o que as leis proíbem, já não teria liberdade, porque os outros teriam
também esse poder.”
Montesquieu
“…a liberdade consiste em fazer tudo o que não prejudique a outrem – assim, o exercício dos
direitos naturais de cada homem não tem por limites, senão aqueles que asseguram aos outros membros
da sociedade o gozo destes mesmos direitos. Tais limites não podem ser determinados senão pela lei.”
Constituição Francesa, 1791
“…a liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do seu semelhante” (…) “…o que o
homem perde pelo contrato social é a sua liberdade natural, e o que adquire é a liberdade civil. Distingue-
se a primeira que não reconhece limites outros além da força dos indivíduos, da segunda, que está
protegida e limitada pela vontade geral.”
Rousseau
“…a liberdade não consiste apenas no direito, mas no poder de ser livre”.
Luiz Blanc
“…a liberdade consiste em se poder fazer ou deixar de fazer tudo o que, praticado ou deixado de
ser praticado não desagregue a sociedade nem lhe impeça os movimentos.”
Stuart Mill
“Se uma sociedade livre não puder ajudar os muitos que são pobres, acabará não podendo salvar
os poucos que são ricos”.
John Kennedy
Participação e Cidadania
Participação e Cidadania
Não vivemos isolados, não fazemos o que queremos. Vivemos em sociedade e temos deveres e
direitos para serem respeitados. Somos todos cidadãos!
Para ser cidadão é preciso praticar cidadania, que passa por:
Saber exigir os direitos;
Cumprir os deveres;
Respeitar e viver com os outros;
Conhecer o papel de cada um na Democracia.
A Cidadania é justamente a relação de respeito para com o meio em que vivemos e para com as
pessoas que fazem parte dele. É participar na vida em comunidade, nas pequenas e nas grandes coisas, por
exemplo: na colocação do lixo no seu lugar, na organização de uma festa lá na rua ou na freguesia, na
protecção do meio ambiente, na mão que dá àquele idoso que tenta atravessar a rua e no respeito pela
diferença!
Ser um cidadão activo é estar atento ao mundo e ser capaz de reflectir acerca deste. É saber
analisar o que acontece no dia-a-dia nos quatro cantos do mundo, dar a opinião e discuti-la com os outros!
Actividade:
O direito ao voto é um dever cívico. Em Portugal, podem votar os cidadãos portugueses maiores de
18 anos. Excluem-se os dementes e os judicialmente privados dos seus direitos políticos. Antes de cada
período eleitoral há sempre um recenseamento, nas juntas de freguesia, para novas inscrições, quer dos
jovens que entretanto atingiram os 18 anos, quer para renovação do Cartão de Eleitor daqueles que
tenham mudado a sua área de residência. Para votar o cidadão eleitor tem de apresentar o Cartão de
Eleitor e o Bilhete de Identidade.
Através do voto são eleitos os representantes do Poder Local (eleições autárquicas), os deputados
da Assembleia da Republica (eleições legislativas), os representantes de Portugal no Parlamento Europeu
(eleições para o Parlamento Europeu) e o Presidente da Republica (eleições presidenciais).
Num regime democrático, como o de Portugal, os políticos agrupam-se em partidos. Estes são
formados por pessoas que se unem pelas mesmas ideias, opiniões e interesses.
nacionalização consciente das nossas responsabilidades, pelo exercício cabal dos nossos direitos, pelo
orgulho e porventura pequeno mas necessário, de vestir a camisola da cidadania.
Ser cidadão não é nada mais do que assumir presença consciente nos destinos colectivos, uma
árvore com vitalidade no desenho forte da floresta segura e com futuro.
Arq. Gomes Fernandes, Jornal de Noticias, 29/08/2001
Actividade
1 - “A Bandeira Nacional, símbolo da
soberania da República, da independência,
unidade e integridade de Portugal, é a
adoptada pela República instaurada pela
Revolução de 5 de Outubro de 1910.”
2 - “O Hino Nacional é A Portuguesa.”
3 - “A língua oficial é o Português.”
Artigo 11º “Símbolos nacionais e língua
oficial”, Constituição da república Portuguesa
A Bandeira Portuguesa
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O Hino Nacional
Letra e Música – criadas pelo compositor Alfredo Keil e pelo poeta Lopes de Mendonça.
A canção surgiu, em 1890, como um cântico patriótico de revolta contra o ultimato que a Inglaterra
impôs a Portugal na sequência da disputa pelo controlo de territórios em África. Á canção deu-se o nome
de "A Portuguesa". O sucesso foi imediato.
A revolução de 1891 foi um fracasso. Os republicanos adoptaram-na como cântico e, por isso, a
música foi proibida. Mas ficou como um hino de protesto, cantado em coro nos círculos republicanos. No
entanto, manteve-se viva no espírito popular, e só foi novamente cantada no dia 5 de Outubro de 1910 (dia
implantação da República).
I II III
Heróis do mar, nobre povo, Desfralda a invicta Bandeira, Saudai o Sol que desponta
Nação valente, imortal, À luz viva do teu céu! Sobre um ridente porvir;
Levantai hoje de novo Brade a Europa à terra inteira: Seja o eco de uma afronta
O esplendor de Portugal! Portugal não pereceu O sinal do ressurgir.
Entre as brumas da memória, Beija o solo teu jucundo Raios dessa aurora forte
Ó Pátria sente-se a voz O oceano, a rugir d'amor, São como beijos de mãe,
Dos teus egrégios avós, E o teu braço vencedor Que nos guardam, nos sustêm,
Que há-de guiar-te à vitória! Deu mundos novos ao Mundo! Contra as injúrias da sorte.
Cidadania / Estado
c) Por naturalização de estrangeiros desde que sejam maiores ou emancipados; residam há pelo
menos seis anos em território português; conheçam suficientemente a língua, tenham
idoneidade moral e civil; possuam capacidade para se assegurar a sua subsistência e regerem-
se a si próprios.
As responsabilidades da cidadania consistem no cumprimento de direitos e deveres. Sendo um dos
propósitos fundamentais da democracia a protecção dos direitos fundamentais, é importante compreender
quais são estes direitos e que relação tem entre si. Por outro lado, a afirmação dos direitos só é possível no
quadro do cumprimento dos deveres de cidadania como sejam as obrigações de pagar impostos, votar em
eleições e defender a pátria. Tais deveres de cidadania não são apenas obrigações de carácter jurídico, de
cujo incumprimento resulta uma sanção. São responsabilidades a que são chamados aqueles que
contribuem para o bem comum da comunidade política a que pertencem.
Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, o Estado português transitou de um regime ditatorial
para um regime democrático. Decorrente desta transformação histórica-política-social, é aprovada e
decretada, a 2 de Abril de 1976, a Constituição da República Portuguesa (CRP), que ainda hoje consagra os
direitos e as garantias fundamentais inerentes a um Estado de direito democrático.
Muitos dos princípios, dos direitos e das garantias que são consagrados na nossa Constituição
consubstanciam-se num documento fundamental que subjaz aos regimes democráticos modernos – a
Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, outorgada por Portugal (artigo 16.º, n.º2, da CRP). É
nesta Declaração que se consagram princípios fundamentais inerentes à condição humana: a liberdade, a
igualdade em dignidade e perante os direitos e a fraternidade.
Os diversos direitos e garantias de cidadania consagrados na Constituição da República Portuguesa
de 1976 podem ser classificados, tendo por base a proposta de Thomas Marshall:
Direitos e garantias pessoais (ou direitos cívicos);
Direitos e garantias de participação política (ou direitos políticos);
Direitos económicos, sociais e culturais (ou direitos sociais em sentido lato).
E considerando que a estes estão subjacentes princípios fundamentais gerais, dos quais
destacamos:
O Princípio da Universalidade (artigo 12.º), no qual é garantido a todos a usufruição dos
direitos e a sujeição dos deveres que são consignados na Constituição;
O Princípio da igualdade (artigo 13.º), que estabelece que todos os cidadãos são iguais
entre si e perante a lei e, por tal, “Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado,
privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo,
raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução,
situação económica ou condição social”.
Todos os direitos – civis, políticos, económicos, outros – se relacionam. O direito de dispor uma
propriedade, nomeadamente de adquirir, usar, transferir e legar, relaciona-se com o direito à privacidade e
autonomia pessoa e também com um direito público, como seja o da protecção ambiental.
O direito político de associação está relacionado com o direito de aderir a sindicatos, associações
profissionais ou ordens. O alcance do direito de livre expressão pode ser limitado quando essa liberdade é
utilizada para prejudicar outrem.
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Os conflitos de primazia entre os diversos direitos diminuem ou abalam fortemente a coesão social,
o problema do alcance e limite dos direitos resulta do facto de nenhum direito poder ser absoluto. É
habitual dizer-se que o meu direito se estende até onde começa o direito do outro. Na verdade, os direitos
não podem ser absolutos pois de nada valeriam se não for preservada a comunidade em que se originam.
Para preservar essa comunidade é necessário atender ao bem comum, e para esse fim é necessário que
existam responsabilidade e virtudes cívicas.
Os direitos individuais podem ser considerados inalienáveis ou indiscutíveis, desde que nenhum
seja considerado absoluto. Na realidade, os diversos direitos podem reforçar-se mutuamente ou podem
entrar em conflito entre si, ou com outros valores e interesses comuns; é por esse motivo que existem
limitações aos direitos individuais em situações definidas constitucionalmente como estados de excepção.
Os direitos civis ou inerentes à nossa condição são os que decorrem da nossa pertença a uma
comunidade. Não resultam de uma concessão do Estado, mas sim do acordo original entre as pessoas para
estabelecerem uma comunidade. Entre os direitos civis destacam-se os direitos da liberdade de
pensamento e de consciência, o direito à privacidade e à autonomia pessoal, a liberdade de expressão e de
associação, liberdade de circulação e de resistência. Todos estes direitos são protegidos pela nossa lei
constitucional que acolhe os preceitos da Declaração Universal dos Direitos do Homem e a Convenção
Europeia dos Direitos do Homem. As preocupações neste ponto centram-se nas mais diversas e
importantes questões da vida pública, tais como a corrupção, abusos de liberdade de imprensa, hábitos
pessoais de consumo nocivo à comunidade, mobilidade de emigrantes, acolhimento de estrangeiros, etc.
Os direitos políticos resultam de um acordo entre os cidadãos e o Estado que concede àqueles
certos direitos em troco do cumprimento de obrigações decorrentes do respeito pela supremacia do
Direito. O direito de reunião e de expressão políticas, o direito de eleger e ser eleito para cargos públicos e
o direito de petição à Assembleia da República são deste tipo e devem ser acautelados. Outros processos
políticos, tais como a regionalização, o acesso a informação classificada, a redefinição dos círculos
eleitorais, a ratificação de avanços no processo de integração europeia, exigem também o direito dos
cidadãos a exprimir o seu voto, quer indirectamente através dos representantes eleitos, quer directamente
através de referendos.
Os direitos e deveres económicos abrangem o direito de dispor da propriedade, nomeadamente,
adquirir, usar, transferir e legar, tanto bens móveis como imóveis; o direito de escolher uma profissão e de
mudar de emprego, o direito de aderir a sindicatos, associações profissionais ou ordens, o direito de
estabelecer e gerir um negócio, os direitos à propriedade intelectual e a patentes, o direito de celebrar
contratos. A existência destes direitos implica a responsabilidade de ordem vária, pois é inaceitável que o
direito ao uso da propriedade seja, também um direito de abuso da mesma. Essas responsabilidades
traduzem-se em medidas tão importantes quanto o estabelecimento de um salário mínimo nacional, as
medidas de protecção ao consumidor, os direitos de propriedade intelectual e de patentes e sobretudo o
sistema fiscal.
Os direitos e deveres sociais são os que cabem aos indivíduos como participantes na vida pública e
como seres individuais, com carências próprias e que se constituem como parte integrante da sociedade.
Os direitos e deveres sociais englobam medidas sobre segurança social e solidariedade, o direito à
protecção da saúdem habitação e urbanismo, ambiente e qualidade de vida, família, paternidade e
maternidade, infância e juventude. Os deficientes e as pessoas idosas também são objecto de referência
nesta secção.
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Actividade
No mundo contemporâneo, normalmente os povos organizam-se através de Estados. Cada Estado
terá por função providenciar a satisfação de determinadas necessidades do povo, tais como a segurança,
educação, entre outras. Para pagar as despesas a isso inerente necessita de ter receitas, que são os
impostos. Com sentido de justiça e equidade, todo o povo deverá contribuir.
Leia o seguinte texto:
Evasão fiscal é um roubo aos contribuintes
Pela sua própria natureza, a evasão fiscal não se pode medir. É todavia, praticamente certo que
Portugal é um dos países da União Europeia em que ela é mais elevada. O principal problema que se
enfrenta no combate à evasão fiscal é o de a sociedade portuguesa tolerar muito mais do que as de outros
países europeus, onde o nível de consciência cívica é maior. E (o cidadão português) não condena com
vigor a evasão dos outros, até porque, na maioria dos casos, não interioriza que o facto de uns
contribuintes escaparem aos impostos implica que ele tem de pagar mais.
Não é fácil mudar a atitude da sociedade em relação à evasão fiscal, reveladora do fraco espírito
cívico dos portugueses, que alias se manifesta também em muitos outros domínios (condução perigosa,
estacionamento em locais proibidos, baixas fraudulentas por doença, entre outros). É todavia possível, pelo
menos, alterar várias disposições legais e praticas de administração fiscal, de forma a combater mais
eficazmente a fuga aos impostos.
Silva Lopes, Jornal de Noticias, 15/11/2001 (adaptado)
1) Acha bem que alguns portugueses não paguem impostos correspondentes aos
rendimentos que têm? Porquê?
2) Embora não seja fácil mudar a atitude da sociedade em relação à evasão fiscal, como
diz Silva Lopes, é todavia inegável que esta deve mudar. Que medidas sugerem, quer ao
nível das leis, quer ao nível da consciencialização das pessoas?
3) Crie um slogan, sugestivo e bem-humorado, que convença as pessoas ao pagamento
dos seus impostos.
Nota: Imposto – contribuição obrigatória devida aos cidadãos não isentos por lei, para atender às despesas
públicas.
Evasão fiscal – não pagamento dos impostos pelo contribuinte
Actividade
Conhece os termos e os factos? Assina-la verdadeiro ou falso consoante se afirmação é verdadeira ou falsa.
a) A Primeira Constituição portuguesa foi a de 1976.
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a) F (A Constituição Política da Monarquia Portuguesa, aprovada em 23 de Setembro de 1822 é a primeira lei fundamental portuguesa); b) v;
c) v; d) partilha das áreas de jurisdição no globo, para a realização de descobertas e) f (1/7/1867); f) f; g) V; h) v; i) c; j) b; k) b; l)a m) b
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Democracia
Democracia
É um regime que limita o poder político e é emanado pelo povo, através da supremacia da lei
fundamental consensualmente aceite pelo mesmo povo.
Regime democrático e democracia apontam para um conjunto de disposições complementares de
uma mesma comunidade de cidadãos. O conjunto de cidadãos é soberano e o governo procura o bem
comum e não o bem de determinados grupos, classes ou indivíduos. A democracia procura promover o
bem comum, logo é razoável que o governo seja exercido por representantes eleitos pelo povo. Para
proteger os direitos individuais, é necessário que a vontade dos governantes se subordine aos princípios de
Estado de direito (superioridade dos princípios constitucionais – escolhidos pela população e fundados nos
direitos humanos – sobre a vontade chamados a executar esses princípios. A supremacia do Direito
também implica uma atitude de respeito pela lei, a correcção das injustiças e omissões que foram
verificadas e a resistência a leis comprovadamente injustas, levando até à desobediência civil).
Democracia – Forças
O regime menos mau - Após Lord Acton no séc. XIX, muitos pensadores e políticos afirmaram,
como Winston Churchill, que "a democracia é a pior forma de governo excepto todas as outras formas que
foram ensaiadas".
Realização Humana - Sendo o ser humano um animal social, a sua realização exige participar na
vida pública. A participação em eleições é uma forma concreta de mostrar que cada indivíduo conta.
Paz - A política externa das democracias promove os interesses da paz, do direito, do comércio e da
comunidade e, nesse sentido, apazigua as relações internacionais
Segurança - Os cidadãos dos regimes democráticos dispõem de garantias e de instrumentos no
domínio dos direitos e no da sobrevivência económica para promover a segurança pessoal.
Democracia — Fraquezas
Demagogia - A democracia pode transformar-se de governo do povo em governo das massas,
devido ao papel de dirigentes que arrastam as maiorias para soluções de luta entre as várias classes e
grupos.
Má Política Externa - Os governos democráticos têm mais dificuldades em conduzir a política
externa devido à ausência de estratégia a longo prazo e de flexibilidade táctica para mudar de campo
quando as circunstâncias exigem.
Injustiça - O argumento de que a democracia é boa para quem já é rico mas má para quem ainda é
pobre também é sustentado pelos que consideram que o poder político se serve, sobretudo, a si próprio.
Egoísmo - Os interesses individuais divergentes promovidos pelos regimes pluralistas são maus
para a unidade requerida pela actuação governamental.
Fonte: Walter Clemens Jr., Dynamics of International Relations. 1998
Actividade:
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Não há um regime político perfeito. Mesmo assim, é mais condizente com a dignidade humana
cada homem e cada mulher terem o direito e as condições para que o governo querem, isto é, o regime
democrático. Entretanto, há questões a colocar, perigosos a evitar, cuidados a ter.
Lê o seguinte texto:
“...Daqui até pôr em causa a democracia é um pequeno passo. Será aquela gente... que deverá
eleger o Governo do país? Aqui reside, provavelmente, a questão mais delicada da democracia. Que só
pode ser resolvida do seguinte modo: os governos são eleitos pelo povo, mas não podem ter como
objectivo agradar ao povo.
A esmagadora maioria das pessoas, se fosse questionada a respeito do trabalho e dos impostos,
responderia que gostava de trabalhar menos, ganhar mais e pagar menos impostos.
Ora isso, obviamente é impossível.
Nenhum Governo pode, portanto, ter como meta tomar sempre decisões capazes de suscitar o
aplauso das massas. Pelo contrário: tem de ser, por vezes, antipático. Tem de enfrentar a “ opinião
pública”.
Tem de ser capaz de prever o futuro e adoptar medidas que façam com que o país seja, amanhã,
melhor do que hoje. Mesmo que isso implique sacrifícios.
É uma ilusão pensar que a democracia significa governar com simpatia. Democracia significa ser
eleito por todos – o que é diferente...”
José António Saraiva, expresso, 26 de Maio de 2001 (com suspensões)
1.Partindo do texto de José António Saraiva, propõe a organização de um debate na turma, onde,
entre duas, tenham em conta as seguintes questões:
Deve ou não um governo eleito democraticamente ter como meta agradar ao povo?
A democracia poderá evitar a demagogia?
Quais as vantagens de um regime democrático relativamente a outros não democráticos?
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O Presidente da República
O Presidente da República representa a República Portuguesa, garante a independência nacional, a
unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas e é, por inerência, o
Comandante Supremo das Forças Armadas (artigo 120.º CRP).
O Presidente é eleito por sufrágio universal, tendo cada mandato a duração de 5 anos. A mesma
pessoa não pode reeleita para um terceiro mandato consecutivo.
As suas principais competências são, genericamente de três âmbitos: em relação a outros órgãos
(como a competência de convocar extraordinariamente a Assembleia da República), para a prática de actos
próprios (por exemplo, o exercício das funções de Comandante Supremo da Forças Armadas) e nas relações
internacionais (nomear embaixadores, ratificar tratados internacionais, etc).
O Presidente da República promulga os diplomas legais, tendo ainda, a este respeito, o poder de
vetar. O direito de veto define-se na capacidade de não promulgar um determinado diploma legal, dentro
do estipulado pela Constituição.
Directamente relacionado com o Presidente da República Portuguesa está o Conselho de Estado.
Este é um órgão político de consulta do Presidente da República, sendo por si presidido. É composto pelos
vários representantes dos órgãos de soberania, pelos antigos presidentes da República eleitos na vigência
da Constituição, por cinco cidadãos designados pelo Presidente e por cinco cidadãos eleitos pela
Assembleia da República.
O Conselho de Estado tem como competências, por exemplo:
Pronunciar-se sobre a dissolução da Assembleia da República;
Sobre a demissão do governo;
Sobre a declaração de guerra e a efectivação da paz.
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A Assembleia da República
A Assembleia da República é a assembleia representativa de todos os cidadãos portugueses (artigo
147.º CRP). Tem um mínimo de 180 e o máximo de 250 deputados.
A eleição dos deputados é feita por círculos eleitorais. Cada círculo eleitoral corresponde a cada
uma das parcelas em que o território nacional é dividido para agrupar os cidadãos eleitores. O número de
deputados por cada círculo será proporcional ao número de cidadãos eleitores nele inscritos.
O sistema eleitoral utilizado é o sistema de representação proporcional.
A legislatura tem a duração igual a 4 sessões legislativas, o que corresponde a, aproximadamente, 4
anos. Assim, realizam-se eleições de 4 em 4 anos para uma nova legislatura, ou seja, para a constituição de
uma nova Assembleia.
As competências de uma Assembleia da República são, por exemplo:
Política e legislativa - fazer leis;
Fiscalização – designadamente vigiar o cumprimento da Constituição a das leis;
Em relação aos outros órgãos – testemunhar a tomada de posse do Presidente da República
ou apreciar o programa do Governo;
A competência legislativa constitui uma das competências primordiais da Assembleia da República,
existindo matérias sobre as quais apenas lhe compete a si legislar.
O Governo
O Governo é um órgão de condução do poder geral do país e o órgão superior de administração
pública (artigo 182.º CRP). É constituído pelo primeiro-ministro, pelos ministros, secretários e
subsecretários de Estado.
Compete ao Governo exercer funções, por exemplo:
Políticas – negociar e ajustar convenções internacionais;
Legislar – fazer decretos-lei;
Administrativas – elaborar os planos, com base nas leis das respectivas grandes opções e
fazê-los executar, fazer executar o Orçamento de Estado, etc.
Os Tribunais
Os Tribunais são os órgãos de soberania com competência para administrar a justiça em nome do
povo (artigo 202.º CRP). São independentes e apenas estão sujeitos à lei.
As categorias dos tribunais são as seguintes, para além do Tribunal Constitucional:
Supremo Tribunal de Justiça – este é o órgão superior da hierarquia dos tribunais.
Tribunais judiciais de primeira e de segunda instância – são os tribunais comuns em matéria
cível e criminal e exercem jurisdição em todas as áreas não atribuídas a outras ordens
judiciais:
Tribunais de Comarca – primeira instância;
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Actividade
Ponha uma cruz [X] na opção que considerar correcta.
- Quer dizer que temos um rei, mas que ele não tem qualquer poder. …………......
- Quer dizer que todos podem fazer o que lhes apetece sem ser punidos por isso
4. Viver em comunidade é:
- Respeitar as liberdades e direitos dos outros. ….……………….....……………….…..