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direção de
Gastão Wagner de Sousa Campos
Maria Cecília de Souza Minayo
Marco Akerman
Marcos Drumond Júnior
ara Maria de Car!al"o
SA#D$ $M D$%A&$
&'&()*S $M CA&+)*G*
Epidemiologia da Desigualdade, C,sar G- .ictora/ 0ernando C- %arros 1 J- 2atrick .aug"an
Educação Médica e Capitalismo, )ilia %lima Sc"rai3er
Epidemiologia da Saúde Infantil (um Manual paa Diagn!sticos Comunit"ios#, 0- C- %arros 1 C- G- .ictora
Mul$ees% &Sanitaistas de 'és Descalços&, 4elsinaMelo de *li!eira Dias
* Desafio do Con$ecimento% 'esuisa )ualitati*a em Saúde, Maria Cecília de Souza Minayo
+efoma da +efoma% +epensando a Saúde, Gastão Wagner de Sousa Campos
Epidemiologia paa Municpios, -. 2- .aug"an 1 5- 6- Morro7
Distito Sanit"io% / 'ocesso Social de Mudança das '"ticas Sanit"ias do S0S, $ug8nio .ilaça Mendes 9org-:
)uest1es de 2ida% 3tica, Cincia e Saúde, Gio!anni %erlinguer
/ Médico e Seu 5abal$o% imites da ibedade, )ilia %- Sc"rai3er
+udo% +iscos e'e*enção, (3iratan 2aula Santos ei ai- ; ; < - = >->?->
Infomaç1es em Saúde% Da '"tica 7agmentada ao E8eccio da Cidadania, liara 6- S- de Moraes ->@ ? ; < - ;@ B);
Sabe 'epaa uma 'esuisa, A-<2- Contandriopoulos et ai- ><> <??- E !<
/s Estados 9asileios e o Dieito : Saúde, Sueli G- Dallari ; < =;% -F;
>ma ?ist!ia da Saúde 'ública, George 5osen
5ecnologia e /gani@ação Social das '"ticas de Saúde, 5icardo %runo Mendes<Gonçal!es
/s Muitos 9asis% Saúde e 'opulação na Década de AB, Maria Cecília de Souza Minayo 9org-:
Da Saúde e das Cidades, Da!id Capistrano 0il"o
ids% 'esuisa
ids% 3tica, Medicina
Social ee Educação,
5ecnologia,Dina
DinaCzeresnia
Czeresniaetetai-
ai-9orgs-:
9orgs-:
Matenidade% Dilema ente ascimento e Mote, Ana Cristina d>Andretta &anaka
Mem!ia da Saúde 'ública. 7otogafia como 5estemun$a, Maria da 2en"a C- .asconcelios 9coord-:
2el$os e o*os Males da Saúde no 9asil% E*olução do 'as e de Suas Doenças, C- A- Monteiro 9org-:
Dilemas e Desafios das Cincias Sociais na Saúde Coleti*a, Ana Maria Canesui 9org-:
* &Mito& da ti*idade 5sica e Saúde, ara Maria de Car!al"o
Saúde Comunicação% 2isbilidades e Silncios, +urea M- da 5oc"a 2itta
utição, 5abal$o e Sociedade, Solange .eloso .iana
>ma genda paa a Saúde, $ug8nio .ilaça Mendes
3tica da Saúde, Gio!anni %erlinguer
Sobe o +isco. 'aa Compeende e Epidemiologia, Jos, 5icardo de C- Mesuita Ayres
Cincias Sociais e Saúde, Ana Maria Canesui 9org-:
Conta a Maé : 9eia;Ma% E8peincia do S>S em Santos, $ C- %- C ampos 1 C- M- 2- 6enriues 9orgs-:
Ea do Saneamento. s 9ases da 'oltica de Saúde 'ública no 9asil, Gil3erto 6oc"man
* dulto 9asileio e as Doenças da Modenidade% Epidemiologia das Doenças CFnicas ão;5ansmiss*eis, Hnes )essa 9org-:
/gani@ação da Saúde no *el ocal, $ug8nio .ilaça Mendes 9org-:
Mudanças na Educação Médica e +esidncia Médica no 9asil )aura 0euer7erker
Mul$e, a Se8ualidade e o 5abal$o, $leonora Menicucci de *li!eira
Educação dos 'ofissionais de Saúde da méica atina. 5eoia e '"tica de um Mo*imento de Mudança. G H >m /l$a
naltico, GG H s 2o@es dos 'otagonistas, MIrcio Almeida et ai 9orgs-: Sobe a Sociologia da Saúde, $!erardo Duarte 4unes
Educação 'opula e a tenção : Saúde da 7amlia, $ymard Mourão .asconcelos>m Método 'aa n"lise e Co;estão de Coleti*os, Gastão Wagner de Sousa Campos
Cincia da Saúde, 4aomar de Almeida 0il"o
2o@ do Dono e o Dono da 2o@% Saúde e Cidadania no Cotidiano 7abil, Jos, Carlos Cacau )opes Da te Dent"ia, Carlos %otazzo
Saúde e ?umani@ação% a E8peincia de C$apec!, Aparecida )in"ares 2imenta 9org-: Saúde nas 'ala*as e nos estos% +efle81es da +ede de Educação 'opula e Saúde,
$ymard .asconcelos Municipali@ação da Saúde e 'ode ocal% SuJeitos, toes e 'olticas, Sil!io 0ernandes da Sil!a Co;gem do 'S7,Maria 0Itima de Souza
gentes Comunit"ios de Saúde% C$oue de 'o*o, Maria 0Itima de Souza Saúde% Catogafia do 5abal$o 2i*o,$merson $lias Mer"y
lém do Discuso de Mudança na Educação Médica% 'ocessos e +esultados, )aura 0euer7erker 5endncias de Mudanças na 7omação Médica no 9asil% 5ipologia das
Escolas, Jadete %ar3osa )ampert * 'laneJamento no abiinto% >ma 2iagem ?emenutKa,+osana *nockoCamposSaúde 'aidéia, Gastão Wagner de Sousa Campos
9iomedicina, Sabe Cincia% >ma bodagem Ctica, ennet" 5oc"eí de Camargo Jr- Epidemiologia nos Municpios% Muito lém das omas, Marcos Drumond Júnior
'sicateapia Institucional e o Clube dos Sabees, Art"ur 6yppKiito de Moura Epidemiologia Social% Compeensão e Ctica, DEalma Agripino de Melo 0il"o * 5abal$o em
Saúde%
A /l$ando
5$)AL* e E8peienciando
D*S D$MAHS )H.5*S DAo C*)$L*
S>S no Cotidiano,
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$DH&*5A 6(CH&$C São 2aulo/ QRR
T Direitos autorais/ QRR/ de Maria Cecília de Souza Minayo-
T Direitos de pu3licação reser!ados por
Aderaldo 1 5ot"sc"ild $ditores )tda-/
5ua João Moura/ UU < RVQ<RR São 2aulo/ %rasil-
&el-F0aX? 9VV :URYU<Z[-
9VV :UR\R<[QZU 9atendimento ao consumidor:
$<mail? lerereler]"ucitec-com-3r 6ome<page? 777-"ucitec-com-3r
DepKsitos )egais e^etuados-
Dados internacionais de Catalogação na 2u3licação 9CH2: 9Sandra 5egina .itzel Domingues:
M \V Minayo/ Maria Cecília de Souza
* desa^io do con"ecimento? pesuisa ualitati!a em saúde- F Maria Cecília de Souza Minayo- _ Y- ed- _ São 2aulo? 6ucitec/ QRR-
Q\[ p- Q cm- _ 9Saúde em De3ate \: %i3liogra^ia? p- QVV -< HS%4 YV<QZ<RY<V <; <<
- 2esuisas Sociais _ Metodologia Q- Saúde 2ú3lica _ 2esuisa H- &ítulo 6- S,rie
CDD < \-RZQ
índice para catIlogo sistemItico?
-
Q- 2esuisas
2esuisas?Sociais? Metodologia
Saúde 2ú3lica \-RZQ
\-RZQ
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Intodução * D$SA0H* D* C*46$CHM$4&* [ Captulo G
H4&5*D(L* ` M$&*D*)*GHA D$ =
2$SP(HSA S*CHA) [
Captulo L 0AS$ $2)*5A&b5HA DA 2$SP(HSA Y[
Captulo 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* RV Captulo 4 0AS$ D$
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Conclusão Q[
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< & H4&5*D(L*
* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*
-><</<> ;A última coisa ue se encontra ao ^azer uma o3ra , o ue se de!e colocar em primeiro lugar; 92ascal/ 'ensée, ^rase n-; [:
pois ;sendo então todas as coisas causadas e causadoras/ aEudadas e aEudantes/ mediata e imediatamente/ e todas se relacionando por
um !ínculo natural e insensí!el ue liga as mais a^astadas e mais di^erentes/ creio ser tão impossí!el con"ecer as partes sem
con"ecer o todo como con"ecer o <? todo/ sem con"ecer particularmente as partes; 92ascal/ 'en;;--?? ;NOPN; sée, ^rase n-
ZU:-
.-..-•.. - ->',:. ■:- . ■ '::■^'"■'•«ífjísi
IQi D$4&5* da dial,tica tão 3em eXpressa por 2ascal e citada em epígra^e ue se introduz o presente
tra3al"o/ uma proposta teKrico<metodolKgica para a3ordagem ualitati!a das relaçfes sociais ue
in^ormam o campo da Saúde- $m3ora pouco a pouco a pro3lemItica !I se desdo3rando/ este estudo se
organiza dentro de alguns pontos ^undamentais ue perpassam o conEunto das uestfes tratadas/ uais
seEam/ a natureza do social as relaçfes entre indi!íduo e sociedade entre ação/ estrutura e signi^icados
entre suEeito e o3Eeto entre ^ato e !alor entre realidade e ideologia e a possi3ilidade do con"ecimento/
!isto so3 o prisma de algumas correntes sociolKgicas- 2or constituir um tra3al"o de metodologia/ , so3
esse ngulo ue a pro3lemItica citada toma corpo e se eXplicita nos di^erentes ní!eis de a3ordagem da
realidade/ atingindo a discussão dos m,todos e t,cnicas de pesuisa- A partir desse ponto de !ista tenta<se
introduzir alguns eiXos de re^leXão/ eXplicitando o camin"o seguido pelo presente estudo- &oda a
pro3lemItica aui a3ordada tem como espaço pri!ilegiado de interrogação a prItica de pesuisa/ ue se
3usca
9
R * D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*
re^erenciar como a ati!idade ^undamental na produção do con"ecimento-
4a !erdade este estudo se constitui numa pro3lematização de conceitos usualmente empregados para a
construção do con"ecimento e numa teorização so3re a prItica de pesuisa/ entendendo<se ue nem a
teoria e nem a prItica são isentas de interesse/ de preconceito e de incursfes su3Eeti!as- Con^orme ad!erte
%ourdieu/ &R9 teoria da prItica ue aparece como condição de uma ci8ncia rigorosa das prIticas/ não ,
menos teKrica; 9[ZQ/VZ: o pri!il,gio presente em toda ati!idade teKrica supfe um corte epistemolKgico
e um corte social e am3os go!ernam sutilmente essa realidade 9[ZQ/ VY:/ portanto/ ualuer
in!estigador de!e colocar em uestão os pressupostos inerentes a sua ualidade de o3ser!ador eXterno
ue tende a importar para o o3Eeto os princípios de sua relação com a realidade/ incluindo<se aí suas
rele!ncias 9[ZQ/ \R:- Dentro desse espírito/ tenta<se tra3al"ar o conceito de Metodologia/ ^ugindo/ de
um lado/ dauelas a3ordagens apenas teKricas ue não c"egam a en^rentar a prItica de pesuisa de outro/
dauelas concepçfes
dominada ue considerameoindependente
e aplicada indistintamente la3or da in!estigação como uma
dos pressupostos tecnologia
teKricos ue aneutra/ isenta/ a ser
sustentam-
* o3Eeto principal de discussão são as Metodologias de 'esuisa )ualitati*a entendidas como auelas
capazes de incorporar a uestão do SHG4H0HCAD* e da H4&$4CH*4A)HDAD$ como inerentes aos atos, :s
elaç1es, e hs estutuas sociais, sendo essas últimas tomadas tanto no seu ad!ento uanto na sua
trans^ormação/ como construçfes "umanas signi^icati!as-
A introdução dessa de^inição insere conse8ncias teKricas e prIticas na a3ordagem do social- A primeira
delas , uma interrogação so3re a possi3ilidade de se considerar cientí^ico ou não um tra3al"o de
in!estigação/ ue ao le!ar em conta os ní!eis mais pro^undos das relaçfes sociais/ não pode
operacionalizI<los em números e !ariI!eis/ crit,rios usualmente aceitos para emitir Euízo de !erdade no
campo intelectual- *ra/ essa uestão remete hs prKprias entran"as do positi!ismo sociolKgico ue apenas
recon"ece como ci8ncia a ati!idade ;o3Eeti!a;/ capaz de traçar as leis ue regem os ^enjmenos/
menosprezando os aspectos c"amados ;su3Eeti!os;/ impossí!eis de serem
* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*
sintetizados em dados estatísticos- 4o entanto/ o prKprio positi!ismo tenta tra3al"ar a ;ualidade do
social; seEa 3uscando su3stanti!I<lo em !ariI!eis/ seEa/ atra!,s do estrutural<^uncionalismo/ ^ocalizando
os produtos da interação social como componentes ^uncionais da realidade/ e tratandoos como entidades
passí!eis de estudo/ independentemente de sua constituição pelos indi!íduos-
$m oposição ao 2ositi!ismo/ a pergunta so3re o ualitati!o , respondida de ^orma di^erente pela
Sociologia Compreensi!a/ ue/ como o prKprio nome indica/ coloca como tare^a das Ci8ncias Sociais a
compreensão da realidade "umana !i!ida socialmente e totalmente di!ersa do mundo das ci8ncias
naturais- $m suas di^erentes mani^estaçfes como a 0enomenologia/ a $tnometodologia/ o Hnteraciona<
lismo Sim3Klico/ o SHG4H0HCAD* , o conceito central para a anIlise sociolKgica- 4uma oposição ^rontal ao
positi!ismo/ a sociologia compreensi!a propfe a su3Eeti!idade como ^undante do sentido e de^ende<a
como constituti!a do social e inerente ao entendimento o3Eeti!o- $ssa corrente não se preocupa de
uanti^icar/
ati!idade mas decriadora/
"umana lograr eXplicar
a^eti!a os meandrosue
e racional/ daspode
relaçfes sociais consideradas
ser apreendida atra!,s do ess8ncia
cotidiano/e da
resultado da e
!i!8ncia/
da eXplicação do senso comum- *s pro3lemas da corrente compreensi!ista se encontram na atomização
da realidade na anIlise dos grupos sociais como uma totalidade nela mesma/ e na aus8ncia uase total de
discussfes re^erentes a pro3lemas estruturais- Sua concentração nos signi^icados , a3soluta/ le!ando<as a
menosprezar a 3ase material do uni!erso sim3Klico-
0azendo uma síntese so3re a uestão ualitati!a/ superior ao positi!ismo a hs a3ordagens
compreensi!istas/ a dial,tica marXista a3arca não somente o sistema de relaçfes ue constrKi o modo de
con"ecimento eXterior ao suEeito/ mas tam3,m as representaçfes sociais ue constituem a !i!8ncia das
relaçfes o3Eeti!as pelos atores sociais/ ue l"e atri3uem signi^icados- 0rente h pro3lemItica da uantidade
e da ualidade a dial,tica assume ue a ualidade dos ^atos e das relaçfes sociais são suas propriedades
inerentes/ e ue uantidade e ualidade são inseparI!eis e interdependentes/ ense<Eando<se assim a
dissolução das dicotomias uantitati!oF ualitati!o/ macroFmicro/ interioridade e eXterioridade com ue se
de3atem as
Q * D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*
di!ersas correntes sociolKgicas- Com relação aos signi^icados/ a anIlise dial,tica os considera como parte
integrante da totalidade ue de!e ser estudada tanto ao ní!el das representaçfes sociais como das
determinaçfes essenciais- So3 esse en^oue/ não se compreende a ação "umana independente do
signi^icado ue l"e , atri3uído pelo autor/ mas tam3,m não se identi^ica essa ação com a interpretação
ue o ator social l"e atri3ui- 2ortanto/ em relação ã a3ordagem ualitati!a/ o m,todo dial,tico/ como diz
Sartre/ ;recusa<se a reduzir- $le ultrapassa conser!ando; 9[ZY/ ZZ:- Demonstra sua superioridade
precisamente pela capacidade de incorporar as ;!erdades parciais; das outras correntes/ criticando e
negando suas limitaçfes- 2erce3e a relação inseparI!el entre mundo natural e social entre pensamento e
3ase material entre o3Eeto e suas uestfes entre a ação do "omem como suEeito "istKrico e as
determinaçfes ue a condicionam- *s princípios de especificidade $ist!ica e de totalidade l"e con^erem
potencialidade/ para/ do ponto de !ista metodolKgico/ apreender e analisar os acontecimentos/ as relaçfes
e cada momento
difeenciação l"ecomo etapatra3al"ar
permitem de um processo/
o carItercomo parte de um de
de antagonismo/ todo- *s crit,rios
con^lito de comple8idade
e de cola3oração entre ose de
grupos sociais/ e no interior de cada um deles/ e pensar suas relaçfes como múltiplas em seus prKprios
ngulos/ intercondicionadas em seu mo!imento e desen!ol!imento interior e interagindo com outros
^enjmenos ou grupos de ^enjmenos-
A a3ordagem dial,tica por,m estI pouco desen!ol!ida/ particularmente no ue concerne ao ponto de
partida das representaçfes sociais- Hsso le!a a ue os estudos su3stanti!os realizados a partir dessa
perspecti!a seEam um desa^io ue en^renta o pesuisador/ pois eXige dele uma superação dos
instrumentos de pesuisa usualmente empregados pelas correntes compreensi!istas ou ^uncionalistas/ e a
inclusão dos SHG4H0HCAD*S na totalidade "istKrico<estrutural-
A discussão crítica do conceito de ;Metodologias Pualitati!as; nos induz a pensI<las não como uma
alternati!a ideolKgica hs a3ordagens uantitati!as/ mas a apro^undar o carIter do social e as di^iculdades
de construção do con"ecimento ue o apreendem de ^orma parcial e inaca3ada- As di^erentes teorias ue
a3rangem 9cada uma delas: aspectos particulares e relegam outros/ nos re!elam o
* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&* U
ine!itI!el im3ricamento entre con"ecimento e interesse/ entre condiçfes "istKricas e a!anço das ci8ncias/
entre identidade do pesuisador e seu o3Eeto/ e a necessidade indiscutí!el da crítica interna e eXterna na
o3Eeti!ação do sa3er- * prKprio termo ;Metodologias Pualitati!as; consagra uma imprecisão/ uma
di^iculdade "istKrica das teorias de se posicionar ^rente h especi^icidade do social- $le supfe uma
a^irmação da ualidade contra a uantidade/ re^letindo uma luta teKrica entre o positi!ismo e as correntes
compreensi!istas em relação h apreensão dos signi^icados- Se entendermos a interdepend8ncia e a
insepara3ilidade entre os aspectos uanti^icI!eis e a !i!8ncia signi^icati!a da realidade o3Eeti!a no
cotidiano/ !eremos a re^erida denominação como redundante e mesmo parcial- A noção de Metodologia
de 2esuisa Social _ não ^ossem as conotaçfes "istoricamente mediadas do primeiro termo _ seria
su^iciente para uali^icar o campo de a3ordagem das relaçfes sociais/ a3rangente de seus aspectos
estruturais e da !isão ue os atores sociais proEetam dessas relaçfes-
&razendo o de3ate
semel"antes do ;ualitati!o;
hs do m3ito maior daspara o campo
Ci8ncias da Saúde/
Sociais- Hsso sepresencia<se o eclodir
de!e ao ^ato/ de uestfes
em primeiro lugar/ de ue a
saúde não institui nem uma disciplina nem um campo separado das outras instncias da realidade social-
2or isso/ tanto no ue concerne h pro3lemItica teKrica uanto h metodolKgica ela estI su3metida hs
mesmas !icissitudes/ a!anços/ recuos/ interrogaçfes e perspecti!as da totalidade sociolKgica da ual ^az
parte 9Apezec"ea? [YV/ \<ZQ:- A sua especi^icidade , dada pelas in^leXfes sKcio<econjmicas/
políticas e ideolKgicas relacionadas ao sa3er teKrico e prItico so3re saúde e doença/ so3re a
institucionalização/ a organização/ administração e a!aliação dos ser!iços e a clientela dos sistemas de
Saúde- Dentro<desse carIter peculiar estI sua a3rang8ncia multidisciplinar e estrat,gica- Hsto ,/ o
recon"ecimento de ue o campo da Saúde se re^ere a uma realidade compleXa ue demanda
con"ecimentos distintos integrados e ue coloca de ^orma imediata o pro3lema da inter!enção- 4este
sentido/ ele reuer como essencial uma a3ordagem dial,tica ue compreende para trans^ormar e cuEa
teoria/ desa^iada pela prItica/ a repense permanentemente-
* recon"ecimento da especi^icidade do setor saúde não retira/
* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*
por,m/ sua cumplicidade com a pro3lemItica social mais ampla/ seEa no campo da realidade empírica
9pois a uestão da saúde en!ol!e o conEunto das relaçfes sociais !i!enciadas nas Ireas da produção e das
condiçfes de produção:/ seEa no m3ito conceituai/ onde o especí^ico estI atra!essado por distintas
posiçfes ^ace hs possi3ilidades de organização da !ida social- &eoricamente isso signi^ica di^iculdades de
aproXimação do o3Eeto/ de !encer dicotomias analíticas/ de se mo!er no terreno da totalidade das
dimensfes ue o ^enjmeno saúdeFdoença re!ela e oculta- Creio ue a cristalização dessas limitaçfes estI
na prKpria conceituação de termos como ;Saúde 2ú3lica; ou ;Saúde Coleti!a;- * primeiro/ consagra uma
dimensão reducio<nista de direção e de inter!enção do $stado numa Irea social mais ampla e compleXa
do ue a de^inida pelas prIticas sanitIrias o^iciais- * segundo termo , tam3,m am3íguo e inespecí^ico-
Donnangelo 9[YU/[<Q: e Mer"y 9[YV/ Q: detectam a imprecisão do adEeti!o ;coleti!o; para
conceituar o campo da saúde/ por causa da ampla conotação ue comporta e pela relação de eXterioridade
ue esta3elece
$ssa ^rente
am3igidade ao o3Eeto-
se torna muito presente em &eiXeira 9[YV/ YZ<R[: uando a autora considera ;Saúde
Coleti!a; como um conceito operacional prKprio do campo de aplicação das Ci8ncias Sociais h Saúde
para analisar os ;corpos sociais; 9classes/ grupos e relaçfes: em suas relaçfes "istKrico<estruturais- Sem
entrar no m,rito do redu<cionismo ue aí se processa em relação h a3rang8ncia do social e em relação h
delimitação do espaço da saúdeFdoença no ;corpo;/ ainda ue ;corpo social;/ tenta<se realizar/ neste
estudo/ uma ampliação do conceito sociolKgico de saúde ue a3ranEa a totalidade das relaçfes ue cont8m
e se eXpressam no cultural/ lem3rando com %oltanski ue?
;*s determinismos sociais não in^ormam Eamais o corpo de maneira imediata/ atra!,s de uma ação ue se
eXerceria diretamente so3re a ordem 3iolKgica sem a mediação do cultural ue os retraduz e os trans^orma
em regras/ em o3rigaçfes/ em proi3içfes/ em repulsas ou deseEos/ em gostos e a!ersfes; 9[Z[/[:-
* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&* V
&al como , pensado neste tra3al"o/ o conceito sociolKgico de Saúde ret,m ao mesmo tempo suas
dimensfes estruturais e políticas e cont,m os aspectos "istKrico<culturais de sua realização- Como
ualuer tema a3rangente do cultural/ a saúde sK pode ser entendida dentro de uma sociologia de classe-
2or,m dentro de uma sociologia de classe ue? (a# possua instrumentos para perce3er o carIter de
a3rang8ncia das !isfes dominantes 9pois as classes se encontram entre si/ no seio de uma sociedade em
relação e com pro3lemas de aculturação recíproca: (b# perce3a tam3,m a especi^icidade dos sistemas
culturais e de su3culturas dominadas em suas relaçfes contraditKrias com a dominação (c# de^ina a
srcem e a "istoricidade das classes na estrutura do modo de produção (d# conce3a sua realização tanto
nos espaços ^ormais da economia e da política como nas matrizes essenciais da cultura como a ^amília/ a
!izin"ança/ os grupos etIrios/ os grupos de lazer etc/ considerando como espaços inclusi!os de con^litos/
contradiçfes/ su3ordinação e resist8ncia tanto as unidades de tra3al"o como o 3airro/ o sindicato como a
casa/ a consci8ncia
conceito como o seXo/
de Saúde demarca<se umaespaçamento
política comoradical?
a religião- Hntroduzindo
ela amplia a cultura
e cont,m na de^inição
as articulaçfes do
da realidade
social- 2ensada assim/ cultura não , um lugar su3Eeti!o/ ela a3range uma o3Eeti!idade com a espessura
ue tem a !ida/ por onde passa o econjmico/ o político/ o religioso/ o sim3Klico e o imaginIrio- $la , o
locus onde se articulam os con^litos e as concessfes/ as tradiçfes e as mudanças e onde tudo gan"a
sentido/ ou sentidos/ uma !ez ue nunca "I apenas um signi^icado-
A saúde enuanto uestão "umana e eXistencial , uma pro3lemItica compartil"ada indistintamente por
todos os segmentos sociais- 2or,m as condiçfes de !ida e de tra3al"o uali^icam de ^orma di^erenciada a
maneira pela ual as classes e seus segmentos pensam/ sentem e agem a respeito dela- Hsso implica ue/
para todos os grupos/ ainda ue de ^orma especí^ica e peculiar/ a saúde e a doença en!ol!em uma
compleXa interação entre os aspectos ^ísicos/ psicolKgicos/ sociais e am3ientais da condição "umana e de
atri3uição de signi^icados- 2ois saúde e doença eXprimem agora e sempre uma relação ue perpassa o
corpo indi!idual e social/ con^rontando com as tur3ul8ncias do ser "umano enuanto ser total- Saúde e
doença são ^enjmenos
1
\ * D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*
clínicos e sociolKgicos !i!idos culturalmente/ porue as ^ormas como a sociedade os eXperimenta/
cristalizam e sim3olizam as maneiras pelas uais ela en^renta seu medo da morte e eXorciza seus
^antasmas- 4este serttido saúdeFdoença importam tanto por seus e^eitos no corpo como pelas suas
repercussfes no imaginIrio? am3os são reais em suas conse8ncias- 2ortanto/ incluindo os dados
operaciona<lizI!eis e Eunto com o con"ecimento t,cnico/ ualuer ação de tratamento/ de pre!enção ou
de planeEamento de!eria estar atenta aos !alores/ atitudes e crenças dos grupos a uem a ação se dirige-
preciso entender ue/ ao ampliar suas 3ases conceituais/ as ci8ncias sociais da saúde não se tornam menos
;cientí^icas;/ pelo contrIrio/ elas se aproXimam com maior luminosidade dos contornos reais dos
^enjmenos ue a3arcam-
De ualuer ^orma/ a a3ordagem social da saúde/ do ponto de !ista cultural e ualitati!o/ não constitui
uma ideologia e não institui uma posição uní!oca- 6istoricamente ela , perpassada tam3,m pelo de3ate
teKrico das ci8ncias sociais como EI se repetiu- * estrutural<^uncionalismo tem marcado a lin"a de
con"ecimento dos grupos ,tnicos e sociais a partir da antropologia/ so3retudo !inculado h ;medicina
tropical; e como su3sídio hs ;ci8ncias da conduta; 94unes? [YV/U<UU $strella? [YV/\<\[ Agudelo?
[YV/QRU<QUU:- Seu arrai<gamento no campo da saúde/ e!idencia/ entre outros pro3lemas/ o ^ato de ue as
prKprias 3ases do ^uncionalismo se espel"am no modelo 3iolKgico como metI^ora da sociedade-
2rocessa<se aí um e^eito circular em ue a 3iologia o^erece seu re^erencial h sociologia ue por sua !ez
l"e proporciona su3sídios h compreensão dos aspectos culturais da saúdeFdoença- di^ícil a tra!essia do
espel"o > PP.;NP
Das a3ordagens ualitati!as/ a ^enomenologia , a ue tem tido maior rele!ncia na Irea da saúde- As
anIlises ^undamentadas em seus pressupostos t8m des!endado as concepçfes de saúdeFdoença como
culturalmente especí^icas/ a ar3itrariedade do $stado na imposição de padrfes culturais/ a relati!idade da
!erdade da medicina/ o carIter reprodutor das instituiçfes m,dicas/ a dominação da ,tica m,dica/
ad!ogando uma no!a ^iloso^ia da medicina- 2roposiçfes da política de atenção primIria/ de autocuidado/
re!alorização da medicina tradicional/ de participação comunitIria/ e de certos grupos de
"
t
* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&* Z
in!estigaçãoFação e de pesuisa participante con!ergem in^lu8ncias ^enomenolKgicas 94unes? [YV/U<
Z Garcia? [YU/[<U:-
As aproXimaçfes dial,ticas ue partem do ponto de !ista dos suEeitos sociais so3re o processo
saúdeFdoença e a3rangem as relaçfes ue perpassam sua política e institucionalização/ são muito poucas-
&rata<se "oEe de uma eXig8ncia criati!a ue complemente ou ultrapasse as anIlises macroeconjmicas e
"istKrico<estruturais do setor-
dentro desse es^orço de ampliar o de3ate teKricoFmetodolKgico no campo da saúde/ so3 o en^oue
dial,tico/ ue coloco este tra3al"o- $m nen"um momento ele se pretende aca3ado ou magistral- AlmeEa
apenas ser uma centel"a a mais no camin"o de 3uscas de in!estigação e de integração/ num setor tão
compleXo e essencialmente multidisciplinar-
* presente estudo desdo3ra<se num conEunto de uatro capítulos/ onde/ a3ordando uestfes
metodolKgicas especí^icas/ tenta<se re^letir so3re o carIter aproXimati!o das Ci8ncias Sociais/ a lKgica
interna peculiar da 2esuisa Social e mormente das a3ordagens ualitati!as/ e os aspectos mediadores da
tecnologia em relação hs teorias e hs prIticas- Considera<se o Ciclo da 'esuisa como um processo de
tra3al"o ue dialeticamente termina num produto pro!isKrio e recomeça nas interrogaçfes lançadas pela
anIlise ^inal- As pIginas seguintes são a eXplicitação desse es^orço atra!,s da re^leXão e da crítica de
conceitos/ e da proposta de um camin"o de pensamento- 4o primeiro capítulo são apresentados
pressupostos e especi^i<cidades prKprias ao campo metodolKgico/ ou seEa/ os conceitos de Metodologia/
de 2esuisa Social/ de 2esuisa $strat,gica/ de Pualitati!o e de Puantitati!o- $m seguida "I um resumo
dos traços gerais das principais lin"as de pensamento sociolKgico e suas implicaçfes no campo da saúde-
&rata<se de um temIrio introdutKrio ao tra3al"o de in!estigação-
4o segundo capítulo processa<se uma re^leXão so3re a 7ase E8ploat!ia da 'esuisa cuEa importncia
^undamental , eXorcizar o empirismo das a3ordagens sociais- $stão aí discutidos os conceitos 3Isicos de
um marcoateKrico/
empírica/ a pro3lemItica
amostragem de de^inição
na in!estigação do o3Eeto/
ualitati!a a construção
e a aproXimação dodos instrumentos de a3ordagem
campo-
Y * D$SA0H* D* C*46$CHM$4&* H
$m seguida/ no terceiro capítulo/ a3orda<se o momento do 5abcaTU de Campo, ou seEa/ a t,cnica e a
pro3lematização dos conceitos ^l^ *3ser!ação 2articipante/ de $ntre!ista/ de 5epresentação Social e ^e
5epresentação Social de Saúde e Doença-
2or ^im/ no uarto capítulo estão eXpostas as modalidades mai^ ^reentes de 5atamento do Mateial
)ualitati*o, isto ,/ os conceitos de AnIlise de Conteúdo/ de AnIlise do Discurso e de AnIlise 6ermen8u<
tico<Dial,tica- &ermina<se com uma proposta prItica de anIlise 3uscando<se sintetizar e ultrapassar as
modalidades usuais de a3ordagem-
* Ciclo completo proEeta a in!estigação como um processo com etapas e ati!idades especí^icas em cada
^ase/ ue podem ser delimitadas em cronograma e ao mesmo tempo como um mo!imento permanente de
integração das partes no todo e de sucessi!o recomeçar- $le !eicula a id,ia de um tra3al"o ue tem
dinmica prKpria em 3usca da o3Eeti!ação do con"ecimento/ mas tam3,m , uma 3usca inaca3ada ue se
reinicia
da cada !ez
construção ue apresenta um produto ;pro!isKrio;/ integrando a "istoricidade do processo social e
teKrica-
$sse senso de relati!idade e de utopia , o ue une este tra3al"o a todos os es^orços daueles ue 3uscam
uma ;ci8ncia mais cientí^ica; no campo da saúde? a partil"a da id,ia de ue o con"ecimento , um
processo in^inito e não "I condição de ^ec"I<lo numa ^ase ^inal/ assim como não se pode pre!er o ^inal do
processo "istKrico em3ora o proEetemos como politicamente democrItico e socialmente igualitIrio para
ser ecologicamente saudI!el-
CA2H&()*
H4&5*D(L* ` M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
PRIMEIRA PARTE
C*4C$H&*S %+SHC*S
)S&$ capítulo tem um o3Eeti!o introdutKrio- .isa a conceituar alguns termos ue constituem o o3Eeti!o a
ser perseguido durante todo o tra3al"o- 2retende tam3,m pro3lematizar a a3ordagem da pesuisa social-
Di!ide<se em duas partes ue se complementam e ue serão tratadas progressi!amente no decorrer deste
estudo-
4a primeira etapa tratamos da especi^icidade da metodologia das ci8ncias sociais/ de^inimos@o conceito
deErnetodologia/ de pesuisa e tam3,m introduzimos a pol8mica ue se instaura no meio cientí^ico entre o
m,todo uantitati!o e o m,todo ualitati!o-
* es^orço inicial de conceituação/ dentro da dinmica ue esta3elecemos durante todo o processo de
estudo/ , ao mesmo tempo uma pro3lematização ue re^lete as !Irias correntes de pensamento no interior
das ci8ncias sociais- 5e^ere<se hs múltiplas possi3ilidades de a3ordagem metodolKgica e seus
pressupostos- As correntes de pensamento t8m sua "istKria/ !eiculam uma !isão de mundo e t8m a !er
com a rea"ddesocial compleXa ondeioram geradas e ue elas tentam eXpressar-
4o campo da saúde/ considerada esta como um ^enjmeno social de alta signi^icação/ o positi!ismo/ a
^enomenologia e a dial,tica marXista são as principais tend8ncias de interpretação-íilas representam não
apenas di^erentes possi3ilidades de anIlise/ mas uma luta
19
QR M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
ideolKgica ue/ por sua !ez/ tem a !er com a luta política mais ampla na sociedade-
A $S2$CH0HCHDAD$ DA M$&*D*)*GHA DA 2$SP(HSA S*CHA)
l$ntrar no campo da Metodologia da 2esuisa Social , penetrar num mundo pol8mico onde "I uestfes
não resol!idas e onde o de3ate tem sido perene e não conclusi!oJ
* primeiro tema mais pro3lemItico , o da di^erença ou não entre os m,todos especí^icos das ci8ncias
sociais e das ci8ncias ^ísico<naturais e 3iolKgicas- &emos ue começar en^rentando a uestão/ ainda ue
não ten"amos respostas de^initi!as? $ o ^azemos salientando alguns pontos ue distinguem as Ci8ncias
Sociais e as tornam especí^icas/ EI assinalados por Demo 9[Y:-
* primeiro deles , o ^ato inconteste de ue o o3Eeto das Ci8ncias Sociais , $ist!ico. Signi^ica ue as
sociedades "umanas eXistem num determinado espaço/ num determinado tempo/ ue os grupos sociais
ue as constituem são mutI!eis e ue tudo/ instituiçfes/ leis/ !isfes de muridf são pro!isKrios/
passageiros/
Como estão emdoconstante
conse8ncia primeirodinamismo e potencialmente
princípio/ podemos dizer uetudo estIo3Eeto
nosso para de
serestudo
trans^ormado-
possui NTnsncia
$ist!ica. Goldmann 9[YR/ Z<R: nos introduz ao conceito de conscincia poss*el e de conscincia
eal, conceitos ue podem nos aEudar a entender a especi^icidade das ci8ncias sociais- De acordo com o
desen!ol!imento das ^orças produti!as/ E?om a organização particular da sociedade e de sua dinmica
interna/ desen!Kl!em<se !isfes de mundo determinadas ue nem os grupos sociais e nem os ^ilKso^os e
pensadores conseguem superar- Alguns grupos sociais e alguns pensadores logram sair do ní!el de ;senso
comum; dado pela ideologia dominante/ mas/ mesmo assim/ seu con"ecimento , relati!o e nunca
ultrapassa os limites das relaçfes sociais de produção concretas ue eXistem na sua sociedade- *
pensamento e a consci8ncia são ^ruto da necessidade/ eles não são um ato ou entidade/ são um processo
ue tem como 3ase o prKprio processo "istKricoE
Desta ^orma as ci8ncias sociais/ enuanto consci8ncia possí!el/ estão su3metidas hs grandes uestfes de
nossa ,poca e t8m seus
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) Q
limites dados pela realidade do desen!ol!imento social- 2ortanto/ tanto os indi!íduos como os grupos e
tam3,m os pesuisadores são dialeticamente autores e ^rutos de seu tempo "istKrico-
(ma terceira característica das Ci8ncias Sociais , a identidade ente o suJeito e o obJeto da in!estigação-
$las in!estigam seres "umanos ue/ em3ora seEamEnuito@di^erentes por razfes culturais/ de classe/ de
^aiXa etIria oupor ualuer outro moti!o/ t8m um su3strato comum ueEaaJoE&iarn solidariainente
im3ricados e comprometidos/
*utro aspecto distinti!o das Ci8ncias Sociais , o ^ato de ue ela , intnseca e e8tinsecammte
ideol!gica. 4ingu,m "oEe ousaria negar a e!id8nciaEie ueEoda ci8ncia , comprometida- $la !eicula
interesses e !isfes de mundo "istoricamente construídas e se su3mete e resiste aosEimitesEdadps pelos
esuemas de dominação !igentes- Mas as ci8ncias ^ísicas e 3iolKgicas participam de ^orma di^erente do
comprometimento social/ pois eXiste um distanciamento de natureza entre o ^ísico e o 3iolKgico em
relação
entre a seu o3Eeto/eem3ora
o pesuisador as desco3ertas
a natureza? da c"amada
;o real , a realidade ue;no!a ^ísica; re!elem
ele con"ece;- o im3ricamento
4a in!estigação social/relacionai
por,m/
essa relação , muito mais crucial- A !isão de mundo do pesuisador e dos atores sociais estão implicadas
em todo o processo de con"ecimento/ desde a concepção do o3Eeto at, o resultado do tra3al"o- uma
condição da pesuisa/ ue uma !ez con"ecida e assumida pode ter como ^ruto a tentati!a de o3Eeti!ação
do con"ecimento- Hsto ,/ usando<se todo o instrumental teKrico e metodolKgico ue aEuda uma
aproXimação mais ca3al da realidade/ mant,m<se a crítica não sK so3re as condiçfes de compreensão do
o3Eeto como do prKprio pesuisador- Con^orme nos ad!erte ),!y Strauss? ;4uma ci8ncia onde o
o3ser!ador , da mesma natureza ue o o3Eeto/ o o3ser!ador ,/ ele mesmo/ uma parte de sua o3ser!ação;
9[ZV/ QV:-
2or ^im/ e isso tem uma pro^unda importncia para este tra3al"o/ o o3Eeto das Ci8ncias Sociais ,
essencialmente ualitati*o. Arealidada social/ ue sK se apreende porEprXHmãção,&corr^frme )8nin
9[VV/ QV:/ mais rica do ue ualuer teoria/ ualuer pensamento ue possamos ter so3re ela- 2ois o
pensamento tende a di!idir/ a separar/ a ^azer distinção so3re momentos e o3Eetos ue se nos apresentam-
Se ^alamos ie Saúde ou Doença essas categorias trazem uma carga
QQ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
"istKricacultural/ política e ideolKgica ue não podser contida apenas numa ^Krmula num,rici^ou num
dado estatística- Gur!itc" 9[VV:/ nos diz ue a realidade tem camadas e a grande tare^a do pesuisador ,
de apreender al,m do !isí!el/ do ;mor^olKgico/ e do ecolKgico; _ ue podem ser entendidos
uantitati!amente _ os outros ní!eis ue interagem e tornam o social tão compleXo- 4este sentido/ ,
uestionI!el porue redundante a denominação ;2esuisa ualitati!a; usada neste tra3al"o- uma
terminologia imprKpria ue sK tem sentido por oposição a ;2esuisa uantitati!a;- A rigor ualuer
in!estigação social de!eria contemplar uma característica 3Isica de seu o3Eeto? o aspecto ualitati!o- Hsso
implica considerar suEeito de estudo? gente, em deteminada condição social, pertencente- deteminado
gupo social ou classe com suas cenças, *aloes e significados. Hmplica tam3,m considerar ue o o3Eeto
das ci8ncias sociais , compleXo/ contraditKrio/ inaca3ado/ e em permanente trans^ormação-
* C*4C$H&* D$ M$&*D*)*GHA
A compreensão
conceito da especi^icidade do m,todo das ci8ncias sociais nos conduz h pergunta especí^ica so3re o
de Metodologia.
$ntendemos por metodologia o camin"o e o instrumental prKprios de a3ordagem da realidade- 4este
sentido/ a metodologia ocupa lugar central no interior das teorias sociais/ pois ela ^az parte intrínseca da
!isão social de mundo !eiculada na teoria- $m ^ace da dial,tica/ por eXemplo/ o m,todo , o prKprio
processo de desen!ol!imento das coisas- )8nin nos ensina ue o m,todo não , a ^orma eXterior/ , a
prKpria alma do conteúdo porue ele ^az a relação entre o pensamento e a eXist8ncia e !ice<!ersa
9[VV/Y:-
6I autores por,m ue consideram a metodologia como tendo um papel seçundIriodeEdi8ncias-
AErazãadeser dessa atitude , p ^atoEie ueEicompreendam como um conEunto de t,cnicas a serem usadas
parase@a3ordaro social
Da ^orma como a tratamos neste tra3al"o/ a metodologia inclui as concepçfes teKricas de a3ordagem/ o
conEunto de t,cnicas ue possi3ilitam aEipreensã da realidade e tam3,m o potencial criati!o Uo
!
pesuisador-
$nuanto a3rang8ncia de concepçfes teKricas de a3ordagem/ a
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) QU
ci8ncia e a metodologia camin"am Euntas/ intrinca!elmente engaEadas- 2or sua !ez/ o conEunto de t,cnicas
constitui um instrumental secundIrio em relação h teoria/ mas importante enuanto cuidado metKdico de
tra3al"o- $las encamin"am para a prItica as uestfes ^ormuladas a3stratamente- Seu endeusamento e rei^
icação conduzem ao empirismo tão ^reente ainda nas ci8ncias sociais- Mas o contrIrio/ isto ,/ a
eXcessi!a teorização e a pouca disposição de instrumentos para a3ordar a realidade/ pro!enientes de uma
perspecti!a pouco "eurística/ conduzem a di!agaçfes a3stratas ou pouco precisas em relação ao o3Eeto de
estudo-
Se a teoria/ se as t,cnicas são indispensI!eis para a in!estigação social/ a capacidade criadora e a
eXperi8ncia do pesuisador Eogam tam3,m um papel importante- $las podem relati!izar o instrumental
t,cnico e superI<lo pela arte- $sta ualidade pessoal do tra3al"o cientí^ico/ !erdadeiro artesanato
intelectual ue traz a marca do autor/ nen"uma t,cnica ou teoria pode realmente suprir- em parte o ue
Wrig"t Mills denomina ;Hmaginação SociolKgica; e consiste na capacidade pessoal do pesuisador de
^azer/ das preocupaçfes sociais/ uestfes pú3licas e indagaçfes perscrutadoras da realidade- $ em parte ,
a capacidade de perce3er atra!,s das uestfes especí^icas le!antadas/ as correlaçfes multilaterais e
sempre mutI!eis ue cercam a realidade o3Eeti!a/ dentro dos limites da ;consci8ncia possí!el;- &rata<se
de um im3ricamento entre a "a3ilidade do produtor/ sua eXperi8ncia e seu rigor cientí^ico-
* C*4C$H&* D$ 2$SP(HSA S*CHA)
$ntendemos por 'esuisa a ati!idade 3Isica das Ci8ncias na sua indagação e desco3erta da realidade-
uma atitude e uma prItica teKrica de constante 3usca ue de^ine um processo intrinsecamente inaca3ado e
permanente- uma ati!idade de aproXimação sucessi!a da realidade ue nunca se esgota/ ^azendo uma
com3inação particular entre teoria e dados-
* termo 'esuVsa<SJ#WVMVtem uma carga "istKrica e/ assim como as@ teorias sociais/ re^lete posiçfes
^rente h ;reã&íc&ãd,/ momentos do desen!ol!imento e da dinmica social/ preocupaçfes e interesses de
classes e de grupos determinados- $nuanto prItica intelectual re
Q M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
F ^lete tam3,m di^icul6ades e pro3lemas prKprios das Ci8ncias Soei ) a sua relati!a Eu!entude para
delimitar m,todos e leis especí^iç
Do ponto de !ista antropolKgico/pode<se dizer ue sempre eXis) a preocupação do ;"orrio sapiens; com o
con"ecimento da realidad As tri3os primiti!as/ atra!,s dos mitos/ EI tenta!am eXplicar ^enjmenos ue
cercam a !ida a morte/ o lugar dos indi!íduos na organização social com seus mecanismos de poder/
controle/ con!i!8ncia e reprodução do conEunto da eXist8ncia social- Dentro das dimensfes de espaço e
tempo/ a religião tem sido um dos rele!antes ^enjmenos de eXplicaçfes hs indagaçfes dos seres "umanos
so3re os signi^icados da eXist8ncia indi!idual e grupai- 6oEe/ as perguntas "umanas 3uscam soluçfes
ainda concomitantemente nos mitos modernos/ nas mais di^erentes ^ormas religiosas/ em sistemas
^ilosK^icos e particularmente nas Ct8naas-JAs Cincias nas sociedades industrializadas constituem os
esuemas&JeeXplicaçfes dominantes considerados mais plausí!eis e intelectualmente aceitos-
4ão nos ca3e
constitui aui uma
uma ^orma discussão dessa
de a3ordagem prioridade/
dominante/ nem mas apenas
por isso ad!ertir
se torna para o ^ato
eXclusi!a de ue/ se*s
e conclusi!a- a ci8ncia
pro3lemas dos seres "umanos e da organização social atuais trazem uestfes ^rente hs uais a ci8ncia
continua sem respostas e sem ^ormulaçfes/
!Do ponto de !ista "istKrico/ no ue aui nos concerne peculiarmente/ a Leslsa Social !em carregada
de 8n^ases e interesses mais amplosEdcrue seu campo especí^ico- Alguns autores como Sc"rader nos
ad!ertem ue essa ati!idade intelectual no mundo moderno tenX- srcem nos@grupos contestadores das
desigualdades da sociedade qindustrial- Muitos pesuisadores renomados como )azars^eld/ Ja"o<da e
Gunnar Myrdal iniciaram suas carreiras de in!estigadores na 3usca de solução para os pro3lemas sociais
causados pela Segunda Guerra Mundial 9Sc"rader? [ZY/YY:- 4os $stados (nidos/ Sc"rader comenta
ue a pesuisa social nasceu na ;ello7 2ress/ isto ,/ em Eornais de crítica social-
Sa3emos/ ao contrIrio/ ue na Hnglaterra/ os antropKlogos a!ançaram muito na compreensão de
sociedades primiti!as ^inanciados por interesses colonialistas- 2or,m/ as in!estigaçfes antropolKgicas
le!antaram uestfes ue contraria!am os interesses da metrKpole e
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) QV
dos ^inanciadores como o relati!ismo cultural/ o pensamento lKgico dos primiti!os e a auto<su^ici8ncia de
sua organização social-
A conclusão inicial , de ue a pesuisa enuanto ati!idade intelectual so^re as limitaçfes e contradiçfes
mais amplas do campo cientí^ico/ dos interesses especí^icos da sociedade e das ;uestfes consagradas; de
cada ,poca "istKrica-
A partir da Segunda Grande Guerra/ com a ampliação do poder dos $stados so3 o signo da
industrialização/ o a!anço da pesuisa social tem crescido Eunto com o interesse para se entender/
organizar/ regular e controlar a população- 2articularmente isso se re^lete em campos como a economia/ a
demogra^ia e a sociologia-
6oEe o termo 'esuisa em 'olticas Sociais, a começar pela Hnglaterra e pelos $stados (nidos/ passou a
signi^icar um campo de interesse cientí^ico ue tem implicaçfes imediatas do ponto de !ista de
dominação e controle
industrializados comodo nos$stado- A proli^eração
su3desen!ol!idos temdea !er
centros
comdeo interesse
pesuisasdo
sociais
podertanto nos de
pú3lico países
con"ecer/
regular e controlar a sociedade ci!il- K3!io/ trata<se de um interesse contraditKrio e con^liti!o ^rente ao
ual a sociedade ci!il/ enuanto aparato de construção de consenso social/ ^az as suas mediaçfes e
tam3,m eXpressa sua autoria e resist8ncia-
Do ponto de !ista teKrico e ^ormal eXiste uma classi^icação tradicional ue di!ide a 2esuisa em ;pura; e
;aplicada;- * metodKlogo e pesuisador %ulmer 9[ZY/Y<UV: re^uta essa denominação- Comenta ue
;pura ou 3Isica; e ;aplicada; re^erem<se a uma di!isão ^alsa na medida em ue pesuisas teKricas podem
ter importantes conse8ncias prIticas e pesuisas aplicadas certamente t8m implicaçfes e contri3uiçfes
teKricas- $ssa dicotomia se 3aseia no modelo de tecnologia em ue o cliente ue paga eXplicita o ue
uer- í&al eXig8ncia se torna inadeuada hs ci8ncias sociais ue não es^ao em posição de/ mecnica e
simplistamente/ responder aos deseEos dos clientes-
%ulmer propfe uma classi^icação alternati!a de 2esuisa Social/ su3stituindo a di!isão tradicional- As
cinco modalidades/ re^eridas a3aiXo/ constituem/ segundo o autor/ ;tipos; dentro de um continu;um, sem
eXclusão dos di^erentes termos- Como o ;tipo ideal; em We3er/ elas seriam uma construção teKrica para
compreensão do
Q\ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
campo de anIlise/ sem pretenderem reproduzir a realidade ou tornI<la estanue? 9: 'esuisa b"sica%
preocupa<se com o a!anço do con"ecimento atra!,s da construção de teorias/ o teste das mesmas/ ou para
satis^ação da curiosidade cientí^ica- $la não tem uma ^inalidade prItica/ em3ora as desco3ertas da
pesuisa 3Isica possam in^luenciar e su3sidiar tanto políticas pú3licas/ decisfes dos "omens de negKcio e
o a!anço do mo!imento social 9Q: 'esuisa estatégica% 3aseia<se nas teorias das ci8ncias sociais/ mas
orienta<se para pro3lemas ue surgem na sociedade/ ainda ue não pre!eEa soluçfes prIticas para esses
pro3lemas- $la tem a ^inalidade de lançar luz so3re determinados aspectos da realidade- Seus
instrumentos são os da pesuisa 3Isica tanto em termos teKricos como metodolKgicos/ mas sua ^inalidade
, a ação- $ssa modalidade seria a mais apropriada para o con"ecimento e a!aliação de 2olíticas/ e
segundo nosso ponto de !ista/ particularmente adeuado para as in!estigaçfes so3re Saúde 9U: 'esuisa
oientada paa um poblema especfico% , em geral auela realizada dentro das instituiçfes
go!ernamentais
pro3lemas ou para
prIticos elas- *s resultados
e operacionais da in!estigação
9: 'esuisa;ção% são pre!istos
consiste para aEudarpai
numa in!estigação a lidar com
passu ao
desen!ol!imento de programas go!ernamentais para medir o seu impacto $sse conceito de %ulmer di^ere
do conceito de pesuisa<ação apresentado por &"iollent 9[Y\:- 2ara esse autor?
;A pesuisa<ação , um tipo de in!estigação social com 3ase empírica ue , conce3ida e realizada em
estreita associação com uma ação ou com a resolução de um pro3lema coleti!o no ual os pesuisadores
e os participantes representati!os da situação ou do pro3lema estão en!ol!idos de modo cooperati!o ou
participati!o;-
A di^erença 3Isica de conceituação reside no ^ato ue/ no primeiro caso/ a in!estigação acompan"a a ação
dos programas/ mas , eXterna a elas- 4o segundo/ o en!ol!imento do pesuisador na ação , parte
integrante da pesuisa 9V: 'esuisa de Inteligncia% são os grandes le!antamentos de dados
demogrI^icos/ econjmicos/ estatísticos/ realizados por especialistas ou por instituiçfes/ a ^im de aEudar a
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) QZ
^ormulação de políticas- 4o nosso caso/ os Censos e as 2esuisas do H%G$ seriam eXemplos clIssicos de
pesuisas de intelig8ncia- De> alguma ^orma simpli^icada/ as 2esuisas de *pinião 2ú3lica preenc"eriam
tam3,m essa ^unção sociolKgica 9%ulmer? [ZY/ Y<[:-
%ulmer comenta/ re^erindo<se ao campo das Hn!estigaçfes $strat,gicas/ ue a ;2esuisa %Isica; tem tido/
como sua marca permanente/ uma ^orte orientação unidisciplinar/ di^icultando sua rele!ncia possí!el
para as políticas pú3licas- 4a ponta oposta/ os estudos interdisciplinares t8m desapontado muito pela sua
pouca consist8ncia teKrico<metodolKgica- Segundo ele/ os ;sur!eys; se tornaram o reino do senso comum-
Hsto ,/ ^reentemente estão orientados? (a# pelo ;empirismo; e pelo ;positi!ismo; onde se parte do
princípio de ue os ^atos ^alam por si mesmos e ue nada eXiste al,m dos dados (b# pelos interesses
políticos dos cientistas eFou políticos ue encomendam seu tra3al"o- * pressuposto desses estudos , de
ue os go!ernantes e políticos precisam con$ece os fatos para poderem optar- 4este sentido/ !olta<se ao
;empirismo;/ minimizam<se
t,cnico<su3alterno os in^ormaçfes-
pro!edor de pro3lemas teKricos/ diminui<se
A interpretação o papel
passa a serdoconduzida
pesuisador
porue se torna
outros e comum
!i,s
político dado ^ora do m3ito das ci8ncias sociais-
2ara ^inalizar/ podemos dizer ue a 2esuisa Social não pode ser de^inida de ^orma estItica ou estanue-
$la sK pode ser conceituada "istoricamente e entendendo<se todas as contradiçfes e con^litos ue
permeiam seu camin"o- Al,m disso/ ela , mais a3rangente do ue o m3ito especí^ico de uma disciplina-
2ois a realidade se apresenta como uma totalidade ue en!ol!e as mais di^erentes Ireas de con"ecimento
e tam3,m ultrapassa os limites da ci8ncia-
$ assim/ a pesuisa e os pesuisadores !i!em so3 o signo das conting8ncias "istKricas de sua ati!idade-
De um lado estão as di^iculdades de ^inanciamento ue cerceiam ou restringem as possi3ilidades tanto da
in!estigação como do encamin"amento de conclusfes- Do outro/ "I as grandes uestfes ,ticas e
cientí^icas do pesuisador so3re a realidade e so3re o produto artesanal ue realiza? como !ai ser
empregado e interpretado
na corda 3am3a tanto da aus8ncia de consenso so3re o conceito ue tra3al"amos e sua cienti^icidade/
uanto dos o3Eeti!os sociais de
QY M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
nossa produção/ ue podemos re^letir so3re 2esuisa e so3re Metodologia de 2esuisa Social como o
^aremos neste tra3al"o-
P(A4&H&A&H.* 2E+S>S P(A)H&A&H.*/ S(%J$&H.* 2E+S>S *%J$&H.*
0reentemente/ de acordo com nosso ponto de !ista/ a discussão relati!a aos m,todos uantitati!os e
ualitati!os na a3ordagem do social tem se desen!ol!ido de ^orma inadeuada- A dicotomia ue se
esta3elece na prItica/ de um lado/ deiXa h margem rele!ncias e dados ue não podem ser contidos em
numeres/ e de outro lado/ hs !ezes contempla apenas os signi^icados su3Eeti!os/ omitindo a realidade
estruturada-
Di!ersas !ezes !oltaremos a esse tema no presente tra3al"o/ repetindo autores ue tra3al"am
eXausti!amente com a uestão- Gur!itc"/ por eXemplo/ denomina a região mais !isí!el dos ^enjmenos
sociais de ;mor^olKgica/ ecolKgica/ Irea concreta; 9[VV/Rss:- $ comenta ue esse ní!el admite uma
eXpressão
atenção adeuada
para o ^ato deatra!,s
ue/ ade euaçfes/
partir m,dias/
daí torna<se grI^icos
di^ícil e estatísticas/
tra3al"ar * mesmo
com números/ umaautor/ por,m/
!ez ue c"ama
camin"amos
para o uni!erso de signi^icaçfes/ moti!os/ aspiraçfes/ atitudes/ crença e !alores- $sse conEunto de dados
considerados ;ualitati!os; necessita de um re^erencial de coleta e de interpretação de outra natureza- 4o
entanto/ o prKprio Gur!itc" nos ad!erte ue essas camadas são interdependentes/ interagem e não podem
ser pensadas de ^orma dicotjmica-
Ao se desen!ol!er uma proposta de in!estigação ou at, mesmo no desenrolar das etapas de uma pesuisa/
!amos recon"ecendo a con!eni8ncia e a utilidade dos m,todos disponí!eis/ ^ace ao tipo de in^ormaçfes
necessIrias para se cumprirem os o3Eeti!os do tra3al"o- Certamente/ ualuer pesuisa social ue
pretenda um apro^undamento maior da realidade não pode ^icar restrita ao re^erencial apenas uantitati!o-
Segundo 2arga 4ina/ coordenador do último $4D$0 9$studo 4acional de Despesas 0amiliares _[Z:/
, plenamente recon"ecido em sociologia ue a operacionalização das !ariI!eis sociais/ para construção
de indicadores ue permitam a anIlise uantitati!a/ tem le!ado at, 3ons cientistas sociais a ela3orarem
so3re algo muito ^rI<
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) Q[
gil/ ao ;medirem; !ariI!eis cuEa operacionalização em indicadores num,ricos estI al,m das
possi3ilidades das ci8ncias sociais 9[YU/\U:-
$ste autor/ enuanto parte da presid8ncia do H%G$ e responsI!el pelo Departamento de Hndicadores
Sociais/ propjs a constituição de um grupo de estudo ;ualitati!o; ue tentasse apro^undar aspectos da
realidade 3rasileira ue os indicadores num,ricos apontassem como cruciais- Seu argumento , de ue a
aglomeração dos dados apenas oculta e ^alseia a eXist8ncia de ^enjmenos de eXtrema rele!ncia para a
compreensão da situação do país- $m conse8ncia/ isso tem in^lu8ncia nas proposiçfes de políticas
sociais-
4os comentIrios so3re o tra3al"o/ 2arga 4ina recon"ece ue pesuisas ualitati!as podem ser de
ualidade muito superior hs ue ^azem anIlises uantitati!as e c"ama atenção para o ^ato de ue não
eXiste um continuum entre ualitati!o<uantitati!o em ue a superioridade estaria no segundo termo- Cita
Cicourel/
;$stes de uem retira
comentIrios 9^eitosargumentos para eseu
por 0orgensen tra3al"oindicam
Coom3s: no $4D$0?
o pro3lema do sociKlogo?
9: se seus conceitos teKricos não são su^icientemente precisos para orientI<lo uanto hs ^ormas de
sistemas de mensuração ue são adeuadas h mensuração de seus dados/ então "I grande possi3ilidade de
ue !en"a a iludir a si prKprio/ impondo m,todos ue ^orçam a introdução/ na sua teoria e nos seus dados/
de relaçfes incongruentes e interpretaçfes ^alsas e 9Q: os prKprios instrumentos de mensuração
disponí!eis são inapropriados/ pela natureza de sua construção/ e le!am assim/ h mensuração por >^iat> e
não h mensuração literal; 92arga 4ina/ [Z\/ parte H/ VR/ apud Cicourel? [\[/U:-
Ao mesmo tempo em ue ocorria o le!antamento de dados so3re condiçfes de !ida de VQ-RRR pessoas 9[Z: o coordenador do
$4D$0 promo!eu uma esp,cie de estudo ;ualitati!o; recol"endo impressfes dos pesuisadores de campo so3re a realidade
encontrada- $sse conEunto de in^ormaçfes estI compilado em uatro !olumes/ dois pu3licados em [Z\ e dois outros em [ZY
denominados Estudo das Infomaç1es não;estutuadas do EDE7 c sua integação com os dados uantificados. Segundo opinião
de !Irios estudiosos da realidade do país/ a pesuisa não<estruturada transmite impressfes tão ^ortes ue constituem um acer!o
altamente signi^icati!o Eunto com os dados uantitati!os-
UR M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
A grande uestão em relação h uanti^icação na anIlise sociolKgica , a sua possi3ilidade de esgotar o
^enjmeno social- Corre<se o risco de ue um estudo de alto ga3arito do ponto de !ista matemItico ou
estatístico/ em ue toda a atenção se concentre na manipulaçãr so^isticada dos instrumentos de anIlise _
portanto/ competente do ponto de !ista estatístico _ despreze aspectos essenciais da realidade- $ assim
muitas !ezes teremos uma ;resposta eXata; para ;perguntas erradas ou imprecisas;-
$ssa discussão do ;uantitati!o; *esus ;ualitati!o; tem sua srcem nas di^erentes ^ormas de perce3er a
realidade social- 6ug"es nos a!isa ue a principal in^lu8ncia do positi!ismo nas ci8ncias sociais ^oi a
utilização dos termos de tipo matemItico para a compreensão da realidade e a linguagem de !ariI!eis
para especi^icar atri3utos e ualidades do o3Eeto de in!estigação 9[YU:- *s ^undamentos da pesuisa
uantitati!a nas ci8ncias sociais são os prKprios princípios positi!istas clIssicos segundo os uais? 9a: o
mundo social opera de acordo com leis causais 93: o alicerce da ci8ncia , a o3ser!ação sensorial 9c: a
realidadepor
!alores consiste em estruturas
outro- $stas e instituiçfes
duas ordens identi^icI!eis
são correlacionadas paraenuanto
^ornecerdados 3rutos pore um
generalizaçfes lado/ crenças
regularidades 9d:e
o ue , real são os dados 3rutos considerados dados o3Eeti!os !alores e crenças são realidades su3Eeti!as
ue sK podem ser compreendidas atra!,s dos dados 3rutos 96ug"es? [YU/ Q<\U:-
A uestão do uantitati!o traz a re3oue o tema da o3Eeti!idade- Hsto ,/ os dados relati!os h realidade
social seriam o3Eeti!os se produzidos por instrumentos padronizados/ !isando a eliminar ^ontes de
propensfes de todos os tipos e a apresentar umI linguagem o3ser!acional neutra- A linguagem das
!ariI!eis ^orneceria a possi3ilidade de eXpressar generalizaçfes com precisão e o3Eeti!idade-
A restrição ue os contestadores do uantitati!ismo sociolKgico l"e colocam não estI relacionada com a
t,cnica- Hsto ,/ não estI em Eogo a des!alorização da anIlise multi!ariada/ a anIlise conteXtual ou de
correlaçfes- São poderosos e recon"ecidos instrumentos/ supondo<se a necessidade de dados aglomerados
ou indicadores so3re coleti!idades- A crítica estI no ^ato de se restringir a realidade social ao ue pode ser
o3ser!ado e<uanti^icado apenas- Adorno c"ega a
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) U
dizer ue o m,todo positi!ista empírico ameaça ^etic"izar seus assuntos e tornar<se a si mesmo um
^etic"e/ na medida em ue reduz a o3Eeti!idade ao m,todo e não atinge o conteúdo 9Adorno? [Z[/ Q<
QV:-
$ssas críticas !istas a partir de !Irios autores e teorias podem se resumir assim? (a# As a3ordagens
uantitati!as sacri^icam os signi^icados no altar do rigor matemItio 96arrison? [Z/ R<Q Dilt"ey?
[V\ We3er? [[ Sc"utz? [\U:- (b# $Xiste uma crença ing8nua de ue as distorçfes podem ser
e!itadas pela codi^icação 6arrison comenta ue a pre^er8ncia do sociKlogo pelo uestionIrio re^lete seu
desprezo pela !ida do "omem comum e a crítica aos elementos su3Eeti!os da o3ser!ação indica a
ina3ilidade de considerar seu tra3al"o o3Eeti!amente 96arrison? [Z:- (c# ` e!id8ncia de ue os m,todos
uantitati!os simpli^icam a !ida social limitando<a aos ^enjmenos ue podem ser enumerados 92ark 1
%urgess? [Q/ .<.HH:-(d# $ ao ^ato de ue uando ^azem in^er8ncias para al,m dos dados/ os sociKlogos
tra3al"am
porue elesapriorística
pertencemehpreconceituosamente/
mesma sociedade uetomando como ^amiliar
estão estudando os ^enjmenos
96arrison? ue [\U:-
[Z Sc"utz? acontecem/
(ma das ^ormas de realização do positi!ismo/ o ^uncionalismo na antropologia de certa ^orma ultrapassa
os limites da teoria geradora- Dentro de uma lKgica prKpria/ Malino7ski ad!erte<nos em toda a sua o3ra
para a necessidade de compreender? (a# tudo o ue pode ser documentado estatisticamente ;mediante
e!id8ncia concreta;/ isto ,/ o ;arca3ouço da sociedade; (b# mas complementado pela ;maneira como
determinado costume , o3ser!ado/ o comportamento dos nati!os/ as regras eXatamente ^ormuladas pelo
etnKgra^o/ ou as prKprias eXceçfes ue/ uase sempre/ ocorrem nos ^enjmenos sociolKgicos; ;o corpo e
o sangue da !ida real ue compfem o esueleto das construçfes a3stratas; ;os imponderI!eis da !ida
real; (c# o ponto de !ista/ as opinifes e as eXpressfes dos nati!os/ isto ,/ as maneiras típicas do pensar e
sentir ue correspondem hs instituiçfes e h cultura de uma comunidade 9[ZV/ V<\R:- Contudo são ainda
as regularidades/ as leis gerais em seu ^uncionamento e em sua estrutura/ isto ,/ a sociedade enuanto
precedendo aos indi!íduos ue o ^uncionalismo procura/ mesmo uando atinge a su3Eeti!idade-
UQ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
* positi!ismo sociolKgico clIssico 9Durk"eim? [ZY: atri3ui h imaturidade das ci8ncias sociais o ^ato de
ela não ser capaz de pre!er e de determinar a ação "umana- As outras teorias ue incorporam no seu
m3ito a intersu3Eeti!idade/ a^irmam ue a !ida "umana , essencialmente di^erente e ue essa di^erença
^undamental em relação hs ci8ncias ^ísicas e 3iolKgicas reuer um tratamento teKrico di!erso-
2odemos dizer ue "oEe/ ao mesmo tempo em ue acontece in^ormatização de todos os setores da
organização social/ eXiste uma re!alorização do ualitati!o nas ci8ncias sociais/ 6I um mo!imento em
torno dauele aspecto para o ual Granger c"ama atenção? ;o !i!ido;/ isto ,/ ;a eXperi8ncia ue , captada
não como predicado de um o3Eeto/ mas como ^luXo de cuEa ess8ncia temos consci8ncia em ^orma de
relem3ranças? atitudes/ moti!açfes/ !alores e signi^icados su3Eeti!os; 9Granger? [\Z/RZ:-
&rata<se não sK de uma re!alorização teKrica/ mas da prKpria antropologia enuanto uestão social- Sc"a^^
nos ad!erte ue se trata de um ;sinal dos tempos;?
;* domínio
pergunta da pro3lemItica
so3re antropolKgica
a eXist8ncia "umana/ na ^iloso^ia
numa ,poca em uemoderna
a mesmaresulta da necessidade
eXist8ncia de uma
estI ameaçada e osresposta
sistemash
de !alores ^iXados por tradição estão a3alados; 9Sc"a^^? [\Z/R:-
4o mesmo sentido/ em seu li!ro / 'oblema do ?omem, %u3er distingue ,pocas de ascensão ueda do
pensamento antropolKgico/ con^orme o sentimento de solidão do ser "umano- * autor ressalta ue essa
uestão sK alcança maturidade em nossa ,poca/ por dois moti!os- * primeiro , a degeneração de ^ormas
tradicionais da con!i!8ncia "umana com a ^amília/ a comunidade rural/ a !ida ur3ana- * segundo/ , o
prKprio sentimento de perda de domínio/ pelo "omem/ do mundo por ele criado?
;* "omem deiXa<se ultrapassar por suas prKprias o3ras; 9---: ;* "omem se encontra então diante de um
^ato terrí!el? criou demjnios e não sa3e dominI<los;- 9---: ;Pual era/ no caso/ o sentido do
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) UU
poder trans^ormado em impot8ncia * pro3lema se reduziu h pergunta so3re a natureza do "omem/ ue
gan"ou um no!o signi^icado/ so3retudo prItico; 9[\Q/[<\U:-
6oEe/ a uestão do "omem enuanto ator social gan"a corpo e ^az emergirem/ com toda a sua ^orça/ as
ci8ncias sociais ue se preocupam com os significados. &rata<se de uma 8n^ase prKpria de nosso tempo
em ue se ^orti^ica a introspecção do "omem/ a o3ser!ação de si mesmo e se ressaltam uestfes antes
passadas desperce3idas- Hsso não nos le!a a menosprezar o m,todo uantitati!o/ mas a colocI<lo como
um dos elementos da compreensão no todo- Conduz<nos tam3,m a en^atizar as correntes de pensamemto
ue assumem como a ess8ncia da sociedade o ^ato do "omem ser o ator de sua prKpria eXist8ncia- $ssa
atoia e autoia em condiç1es dadas , o material 3Isico com o ual tra3al"amos na pesuisa social/ e ue
pode ser traduzida em números/ grI^icos e esuemas/ mas não se limita e não se resume aí-
Mann"eim/ considerado o ^undador da sociologia do con"ecimento/ opfe<se ao positi!ismo ue tenta
tornar
tão mensurI!eis
carregados e dis<cerní!eis
de !alores ue sK umsem am3igidade
participante todos ossocial
do sistema ^atos estudado
sociais- Comenta ue "I certos C"ama
pode compreend8<lo- termos
atenção para a participação do sociKlogo como o3ser!ador da realidade ue pesuisa e diz<nos ue isso
pode signi^icar o sacri^ício do ue hs !ezes se considera como necessIria ;neutralidade e o3Eeti!idade
cientí^ica;- Mas/ acrescenta ue o intento de o3ter o3Eeti!idade/ neste sentido/ , um positi!o o3stIculo aos
con"ecimentos sociolKgicos?
;estI claro ue uma situação "umana sK , caracteriza!el uando se tomam em consideração as
concepçfes ue os participantes t8m dela/ a maneira como eXperimentam suas tensfes nesta situação e
como reagem a essas tensfes assim conce3idas; 9[\Y/ ZR:-
Completa a^irmando ue?
;2ara se tra3al"ar com ci8ncias sociais , necessIrio participar do processo social- Mas essa participação
no inconsciente coleti!o
U M$&*D*HJ*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
não signi^ica/ de modo algum/ ue se ^alsi^iuem os ^atos ou ue eles seEam !istos
incorretamente- 2elo contrIrio/ a participação no conteXto !i!o da !ida social , uma
pressuposição da compreensão da natureza interna de seu conteúdo- / despe@o pelos elementos
ualitati*os e a completa estição da *ontade não constitui obJeti*idade e sim negação da ualidade
essencial do obJeto& 9gri^o nosso: 9[\Y/ZU:-
As pala!ras de Mann"eim eXpressam o pensamento de !Irias correntes teKricas das ci8ncias
sociais/ mas ao mesmo tempo uma luta no campo intelectual em relação ao positi!ismo clIssico
ou ao psicologismo- * ^uncionalismo destaca a importncia do sentido social da conduta
"umana/ em oposição hs atri3uiçfes indi!iduais dos moti!os das condutas- Hsto ,/ su3stitui as
eXplicaçfes su3Eeti!istas das condutas pelos determinantes dos sistemas sociais e 3usca o
sentido de^inidor
carIter da inter<relação
da açãoentre as,ati!idades-
social A sociologia
o seu sentido- ;4a açãocompreensi!a de We3er
estI contida toda nos "umana/
a conduta diz ue o
na medida em ue o ator l"e atri3ui um sentido su3Eeti!o; 9[\[/R:- A ^enomeno<logia/
de^ende a id,ia de ue as realidades sociais são construídas nos signi^icados e atra!,s deles/ e sK
podem ser identi^icadas na medida em ue se mergul"a na linguagem signi^icati!a da interação
social- A linguagem/ as prIticas e as coisas são inseparI!eis na a3ordagem ^enomenolKgica- $la
en^atiza os signi^icados gerados na interação social- 4o seu uadro de re^er8ncia/ o mundo se
apresenta ao indi!íduo na ^orma de um sistema o3Eeti!ado de designaçfes compartil"adas de
^ormas eXpressi!as- * marXismo interpreta a realidade como uma totalidade onde tanto os
^atores !isí!eis como as representaçfes sociais integram e con^iguram um modo de !ida
condicionado pelo modo de produção especí^ico- 4essa a3ordagem su3lin"a<se a 3ase material
como determinante da produção da consci8ncia/ mas assume<se a importncia das
representaçfes sociais como condicionantes tanto na reprodução da consci8ncia como na
construção da realidade mais ampla-
Ao in!,s de recon"ecer na su3Eeti!idade a impossi3ilidade de construção cientí^ica/ essas
a3ordagens acima re^eridas 9cada uma com sua peculiaridade: consideram<na como parte
integrante da singularidade do ^enjmeno social- 4a medida em ue acreditam
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) UV
ue a realidade !ai mais al,m dos ^enjmenos perce3idos pelos nossos sentidos/ tra3al"am com dados
ualitati!os ue trazem para o interior da anIlise/ o su3Eeti!o e o o3Eeti!o/ os atores sociais e o prKprio
sistema de !alores do cientista/ os ^atos e seus signi^icados/ a ordem e os con^litos- $!identemente/ cada
teoria tem seu modo prKprio de lidar com os dados de acordo com a !isão de mundo ue as sustenta-
A uestão da o3Eeti!idade , então colocada em outro ní!el- Dada a especi^icidade das ci8ncias sociais/ a
o3Eeti!idade não , realizI!el- Mas , possí!el a o3Eeti!ação ue inclui o rigor no uso de instrumental
teKrico e t,cnico adeuado/ num processo interminI!el e necessIrio de atingir a realidade- * ue se pode
ter dos ^enjmenos sociais/ , menos um retrato e mais uma pintura con^orme a imagem usada por Demo
9[YV/ZU:- Hsto ,/ seria impossí!el se descre!er com tal ^idedig<nidade a realidade ue ela se tornasse
transparente- (m retrato ^iXa a imagem e o momento/ mas não , dinmico-
A metI^ora da pintura nos inspira a id,ia de uma proEeção em ue a realidade , captada com cores e
matizes particulares/
artística- 4ingu,m dizonde
ue os
umao3Eetos e as
pintura , opessoas
retrato são reinterpretados
da realidade- umaedentre
criadosmuitas
num processo
possí!eisdeimagens
produção
onde o autor introduz m,todos e t,cnicas/ mas onde predomina sua !isão so3re o real e so3re o impacto
ue l"e causa- 4essa o3ra entra tanto o ue , !isí!el como as emoçfes e tudo se une para proEetar a !isão
da realidade-
Certamente "I di^erenças em relação h o3ra de arte e a ci8ncia social- A ci8ncia tem cnones mais rígidos
e seus limites são tam3,m maiores em relação h percepção do real- Mas não se pode descon"ecer ue
ualuer produção cientí^ica na Irea das ci8ncias sociais , uma criação e carrega a marca de seu autor-
2ortanto/ a o3Eeti!ação/ isto ,/ o processo de construção ue recon"ece a compleXidade do o3Eeto das
ci8ncias sociais/ seus parmetros e sua especi^icidade , o crit,rio interno mais importante de
cienti^icidade- preciso aceitar ue o suEeito das ci8ncias sociais não , neutro ou então se elimina o
suEeito no processo de con"ecimento- Da mesma ^orma/ o ;o3Eeto; dentro dessas ci8ncias , tam3,m
suEeito e interage permanentemente com o in!estigador-
A ;o3Eeti!ação; nos le!a a repudiar o discurso ing8nuo ou malicio<
U\ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
so da neutralidade/ mas nos diz ue , necessIrio 3uscar ^ormas de reduzir a incursão eXcessi!a dos Euízos
de !alor na pesuisa- *s m,todos e t,cnicas de preparação do o3Eeto de estudo/ de coleta e tratamento dos
dados aEudam o pesuisador/ de um lado a ter uma !isão crítica de seu tra3al"o e/ de outro/ de agir com
instrumentos ue l"e indicam ela3oraçfes mais o3Eeti!adas- Con^orme ad!erte Demo/ no la3or de
in!estigação/ a prItica não su3stitui a teoria e !ice<!ersa 9[YV/ ZV:-
Muitas são tam3,m as críticas ue podem ser ^eitas h a3ordagem ualitati!a- .8m dos mais di^erentes
pontos e atacando ^lancos !ariados- As mais ^reentes seriam? a# o empirismo de ue são acometidos
muitos pesuisadores ue passam a considerar ci8ncia a prKpria descrição dos ^atos ue l"es são
^ornecidos pelos atores sociais- Dele estão im3uídos aueles ue consideram a !ersão das pessoas so3re
os ^atos como a prKpria !erdade- JI Durk"eim c"ama!a atenção para es te pro3lema 9[ZY/QZss: b# a
8n^ase na descrição dos ^enjmenos em detrimento da anIlise dos ^atos c# o en!ol!imento do pesuisador
com ;estados
com seus !alores/ emoçfes e !isão de mundo na anIlise da realidade d# a di^iculdade em si de tra3al"ar
mentais;-
As críticas em relação h a3ordagem ualitati!a na !erdade são constataçfes das ^al"as e das di^iculdades
na construção do con"ecimento- Mas as ;ci8ncias sociais não podem deiXar de estar permanentemente
engaEadas num discurso com seu prKprio o3Eeto de estudo? um discurso/ no ual tanto o in!estigador
uanto o assunto compartil"am dos mesmos recursos; 9Giddens? [ZY/ QU:-
Cremos ue a pol8mica uantitati!o *esus ualitati!o/ o3Eeti!o *esus su3Eeti!o não pode ser assumida
simplistamente como uma opção pessoal do cientista ao a3ordar a realidade- A uestão/ a nosso !er/
aponta para o pro3lema ^undamental ue , o prKprio carIter especí^ico do o3Eeto de con"ecimento? o ser
"umano e a sociedade- $sse o3Eeto ue , suEeito se recusa peremptoriamente a se re!elar apenas nos
números ou a se igualar com sua prKpria apar8ncia- Desta ^orma coloca ao estudioso o dilema de
contentar<se com a pro3le<matização do produto "umano o3Eeti!ado ou de ir em 3usca/ tam3,m/ dos
signi^icados da ação "umana ue constrKi a "istKria- um desafio na 3usca de camin"os-
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) UZ
S$G(4DA 2A5&$
)H46AS D$ 2$4SAM$4&*
.< ;$n!ol!er uma teoria com o manto da !erdade , atri3uir<
l"e uma característica não realizI!el "istoricamente- 4ada mais preEudicial ao processo cientí^ico ue o apego a enunciados e!identes/ não discutí!eis-
Somente na teoria se pode dizer ue a ci8ncia , a interpretação !erdadeira da realidade/ porue na prItica/ toda interpretação realiza apenas uma !ersão
"istoricamente possí!el; 9Demo? [Y/ QV:-
Antes de nos introduzirmos no campo especí^ico da Metodologia da 2esuisa social/ !amos ^azer algumas
consideraçfes preliminares ue Eulgamos ^undamentais para a prItica de in!estigação-
A primeira delas , de ue nen"uma pesuisa , neutra seEa ela ualitati!a ou uantitati!a- 2elo contrIrio/
ualuer estudo da realidade/ por mais o3Eeti!o ue possa parecer/ por mais ;ing8nuo; ou ;simples; nas
pretensfes/ tem a norteI<lo um arca3ouço teKrico ue in^orma a escol"a do o3Eeto/ todos os passos e
resultados teKricos e prIticos-
$m conse8ncia/ podemos classi^icar as ela3oraçfes so3re o social/ grosso modo/ dentro de alguma
corrente de pensamento ^ilosK^ica ou sociolKgica/ mesmo ue essa ^iliação/ para seus autores/ seEa algo
inconsciente-
2or outro lado/ podemos dizer ue nen"uma das lin"as de pensamento so3re o social tem o monopKlio de
compreensão total e completa so3re a realidade- A ela nos acedemos sempre por aproXimação e usando
uma ^rase de )8nin/ citada por )ukIcs/ a^irmamos ue ;a marc"a do real , ^iloso^icamente mais
!erdadeira e mais pro^unda do ue nossos pensamentos mais pro^undos; 9[\Z/ QUV:-
&endo em !ista ue nosso campo especí^ico , o das Ci8ncias Sociais em Saúde/ desen!ol!eremos
algumas id,ias dominantes nessa Irea/ ue !Irios autores identi^icam com o positi!ismo sociolKgico/ a
^enomenologia sociolKgica e com o materialismo "istKrico- &omamos como re^erenciais as anIlises so3re
o tema/ realizadas por $!erardo 4unes 9[YU:/ [YV: Juan C,sar Garcia 9[YU: e Donnangelo 9[YU:-
$m Cincias Sociais e Saúde na méica atina, 4unes toma \\U re^er8ncias de produção teKrica na
Irea entre os anos de [VR a [Z[/ classi^ica o material e o analisa dentro de um marco re^erencial
UY M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
"istKrico<estrutural/ em termos de? (a# Medicina &radicional (b# Ser!iços de Saúde (c# 2rocesso
SaúdeFDoença (d# 0ormação de 5ecursos 6umanos-
4o estudo do material re^erido/ 4unes apro^unda !Irias uestfes ue não constituem o3Eeto de nossa
preocupação neste tra3al"o/ mas en^atiza tam3,m um en^oue ue nos toca particularmente? as correntes
de pensamento da produção intelectual do período recortado/ articulando<se com as preocupaçfes mais
amplas da sociedade nos !Irios momentos "istKricos e com a 3ase material de sua emerg8ncia-
Sem uerer marcar etapas estanues/ 4unes mostra ue na d,cada de VR as pesuisas esti!eram marcadas
pelas teorias ^unciona<listas e culturais/ ser!indo h implementação de desen!ol!imento e organização de
comunidade-
4as d,cadas de \R e ZR/ as a3ordagens ^enomenolKgicas estarão e^eti!amente presentes no campo do
pensamento so3re saúde- $las uestionarão a onipot8ncia e onipresença do $stado so3re os indi!íduos e
so3re os grupos
dominantes de re^er8ncia
atra!,s do sistemaimediata
de saúde-dos indi!íduos
uma reaçãoede
a ar3itrariedade impositi!a
negati!idade dos daspositi!istas
princípios classes e
^uncionalistas/ em ^a!or de uma a^irmação dos direitos indi!iduais/ do princípio da autonomia das
pessoas e grupos mediadores ^rente ao $stado e hs grandes instituiçfes m,dicas- uma re^leXão so3re os
signi^icados su3Eeti!os e uma condenação teKrica do anonimato/ das leis gerais e das in!arincias prKprias
do positi!ismo sociolKgico-
Segundo 4unes/ a partir dos anos ZR/ "I um grande incremento da produção intelectual na Irea da saúde/
dentro do en^oue marXista- C"ama atenção para o ^ato de ela ter no seu 3oEo uma crítica "istKrico<
estrutural da ^ragilidade e ^ragmentação das anIlises e propostas prIticas da ^enomenologia e positi!ismo-
$ssas tr8s correntes de pensamento continuam presentes/ atuantes e em luta entre si/ nas anIlises
re^erentes h relação SaúdeF Sociedade- 0azem parte da prKpria luta ideolKgica da sociedade atual/ onde as
!isfes sociais de mundo estão comprometidas com posturas concretas na prItica teKrica e política-
Garcia 9[YU: nos ad!erte ue nen"uma delas/ "oEe/ desconliece a !inculação da medicina com a estrutura
social- A uestão 3Isica de cada uma reside no como se dI essa !inculação e em ue grau de
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) U[
autonomia ou depend8ncia situa o ^enjmeno saúde<doença enuanto mani^estação 3iolKgico<social- *
de3ate interno das di^erenteo correntes sociolKgicas re^lete a di^iculdade do pensamento de apreender o
o3Eeto em toda a sua compleXidade e articulaçfes-
4este tra3al"o tentaremos re^letir os dilemas/ as contradiçfes e as perspecti!as dessas lin"as de
pensamento/ enuanto possi3ilidades de construção teKrica do con"ecimento sociolKgico no campo da
saúde e sua articulação com as 3ases sociais em ue são engendradas-
* 2*SH&H.HSM* S*CH*)bGHC*
* positi!ismo constitui a corrente ^ilosK^ica ue ainda atualmente mant,m o domínio intelectual no seio
das Ci8ncias Sociais e tam3,m na relação entre Ci8ncias Sociais/ Medicina e Saúde- As teses 3Isicas do
positi!ismo podem ser assim resumidas? 9: A realidade se constitui essencialmente nauilo ue nossos
sentidos podem perce3er 9Q: As Ci8ncias Sociais e as Ci8ncias 4aturais compartil"am de um mesmo
^undamento
distinção lKgico e metodolKgico/
^undamental elas se
entre ^ato e !alor? distinguem
a ci8ncia apenas
se ocupa do no
fatoo3Eeto
e de!ede3uscar
estudose9U: $Xiste
li!rar uma
do *alo.
"ipKtese central do positi!ismo sociolKgico , de ue a sociedade "umana , regulada por leis naturais
ue atingem o ^uncionamento da !ida social/ econjmica/ política e cultural de seus mem3ros- 2ortanto/ as
ci8ncias sociais/ para analisar determinado grupo ou comunidade/ t8m ue desco3rir as leis in!ariI!eis e
independentes de seu ^uncionamento-
Daí decorre ue os m,todos e t,cnicas para se con"ecer uma sociedade ou determinado segmento dela são
da mesma natureza ue os empregados nas ci8ncias naturais- $ ainda mais/ da mesma ^orma ue as
ci8ncias naturais propugnam um con"ecimento o3Eeti!o/ neutro/ li!re de Euízo de !alor/ de implicaçfes
político<sociais 9o ue se pode colocar tam3,m em uestão no de3ate a3erto a respeito dessas ci8ncias:
tam3,m as ci8ncias sociais de!em 3uscar/ para sua cienti^icidade/ este ;con"ecimento o3Eeti!o;- 4outras
pala!ras/ o cientista social de!e se comportar ^rente a seu o3Eeti!o de estudo _
R M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
a sociedade/ ualuer segmento ou setor dela _ li!re de Euízo de !alor/ tentando neutralizar/ para
conseguir o3Eeti!idade/ na sua prKpria !isão de mundo-
4a prItica/ a postura positi!ista ad!oga uma ci8ncia social des!inculada da posição de classe/ dos !alores
morais e das posiçfes políticas dos cientistas/ e acredita nisso- Denomina ;pr,<Euízos;/ ;pr,<conceitos;/
;pr,<noçfes; ao conEunto de !alores e opçfes políti<co<ideolKgicas do pesuisador/ limites a serem
transpostos para ue ele ^aça ci8ncia 9Durk"eim? [ZY/ \:-
)o7y nos aponta alguns dados "istKricos esclarecedores so3re o positi!ismo 9[Y\/ UU<VR:- Diz<nos ue a
ci8ncia positi!a tem suas raízes na ^iloso^ia das luzes no s,culo .HHH-
2ara )o7y o pai do positi!ismo , Condorcet/ um enciclopedista 9)o7y? [Y\/ UU<VR:- Condorcet
^ormulou de ^orma clara e precisa a id,ia de ue a ci8ncia da sociedade de!eria ser uma MatemItica
Social/ ^ormulada como estudo num,rico e rigoroso dentro das teorias pro3a3ilísticas- Considera!a ue/
da mesma
assim ^orma
de!eria ue nascom
acontecer ci8ncias ^ísicas sociais
as ci8ncias e matemIticas/ os interesses
9Condorcet/ in Mora? e[Y/
as paiXfes não
VYR/ - a pertur3a!am/
ed-:-
* autor atri3uía as di^iculdades no progresso do con"ecimento da realidade social/ ao ^ato de ue o social
era/ no seu tempo/ o3Eeto de interesses religiosos e políticos- Daí ue a meta das ci8ncias sociais seria
conseguir uma ela3oração ;li!re de preconceitos;-
Ainda ue possa parecer estran"o/ comenta )o7y/ o pensamento de Condorcet/ para sua ,poca/ era crítico
e/ at, certo ponto/ re!olucionIrio- Dirigia<se contra as classes poderosas dominantes da ,poca? a HgreEa/ o
poder ^eudal e o $stado oligIruico/ ue se atri3uíam o controle de todo o con"ecimento cientí^ico-
Condorcet indica!a a necessidade de romper com esse monopKlio do sa3er/ li!rando as ci8ncias da
sociedade/ dos interesses e paiXfes das classes ^eudais/ das doutrinas teolKgicas/ dos argumentos de
autoridade da HgreEa e de todos os ;dogmas ^ossilizados;-
)o7y inclui entre os discípulos de Condorcet e de^ensor de suas id,ias/ o socialista utKpico Saint<Simon
9)o7y? [Y\/ VR<\R:- $ste autor c"ama!a a ci8ncia da sociedade de ;^isiologia social;- Considera!a ue
"I dois tipos de ,poca "istKrica? as ,pocas críticas/ necessI<
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
rias para eliminar as ^ossilizaçfes sociais/ e as ,pocas orgnicas ue são momentos "istKricos de
esta3ilidade e de ^uncionamento normal- $m seu tempo/ segundo ele/ "a!ia algumas classes parasitas do
organismo social 9o clero e a aristocracia: ue de!iam dar lugar a uma no!a ^orma de organização para
ue o corpo social ^uncionasse regularmente- Saint<Simon tin"a um proEeto da no!a sociedade/ 3aseado
não na igualdade/ mas numa pirmide de classes ue ele!aria a capacidade produti!a dos "omens ao grau
mIXimo de desen!ol!imento- Segundo ele/ a moral e as id,ias t8m ue ser distintas para as distintas
classes ^undamentais/ a ^im de ue a sociedade seEa li!re e dedicada h produção- A igreEa de!eria ser
su3stituída pela ^I3rica 9Saint Simon/ in Mora? [Y/ Q[Vs-:-
Da mesma ^orma ue a ;matemItica social; de Condorcet/ a ;^isiologia social; de Saint<Simon trazia no
seu interior uma crítica ao sistema social de seu tempo/ hs classes dominantes e apela!a para mudanças
condizentes com a no!a sociedade industrial ue se instala!a-
)o7y comenta
crítica ue*oautor
do mundo- positi!ismo/ at, outKpico
usa o tempo início do
nos,culo
mesmo'/ aparece
sentido como
de arl uma !isãoemsocial<utKpica<
Mann"eim Ideologia e
>topia 9[\Y/U<U:- Mann"eim distingue os conceitos de ideologia e utopia- A primeira seria
constituída por concepçfes/ id,ias/ representaçfes e teorias ue se orientam para a esta3ilização/
legitimação e reprodução da ordem !igente- Hdeologias seriam o conEunto das doutrinas e teorias de
carIter conser!ador/ isto ,/ ser!em para a manutenção do sistema social de ^orma geral- 2elo contrIrio/ as
>topias seriam as representaçfes/ id,ias e teorias ue t8m em !ista uma realidade ainda ineXistente-
&razem no seu 3oEo uma dimensão crítica/ de negação/ ruptura e possi3ilidade de superação do status
uo. $ neste sentido ue podemos ^alar dos elementos ;utKpicos; no positi!ismo de Condorcet e Saint<
Simon-
* mesmo não se poderia dizer das teorias de Augusto Comte/ em3ora este autor se considerasse "erdeiro
dos dois primeiros- 2ara Comte o pensamento teria ue ser totalmente positi!o- Hsto ,/ eliminado todo o
conteúdo crítico de sua anIlise/ os cientistas desco3ririam as leis da sociologia- $ como conse8ncia/ a
partir de seu m,todo positi!o/ o cientista de!eria se consagrar teKrica e pratica<
Q M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
mente h de^esa da ordem social- * positi!ismo em Comte e seus sucessores tem uma conotação política
conser!adora/ contrIria ao ue consideram ;negati!ismo; perigoso das doutrinas críticas/ destruti!as/
su3!ersi!as e re!olucionIrias da 5e!olução 0rancesa e do Socialismo 9Comte? [ZY/<V Durk"eim?
[ZY/UQ<\:-
Comte ^ormulou uma teoria social/ a ue/ num primeiro momento/ denominou 0ísica Social- A^irma ele?
;A 0ísica Social , uma ci8ncia ue tem por o3Eeti!o o estudo dos ^enjmenos sociais/ considerados no
mesmo espírito ue os ^enjmenos astronjmicos/ ^ísicos/ uímicos e ^isiolKgicos; 9[ZY/ U:-
$Xplica ue/ da mesma ^orma ue eXiste na natureza/ "I uma ordem interna ue rege a sociedade/ ue
encamin"a para a "armonia/ o desen!ol!imento e a prosperidade- Ao cientista social ca3eria desco3rir
essa ordem e eXplicitI<la aos leitores para ue/ a partir de sua compreensão/ a esta3ilidade social ^osse
mantida-
Comte considera
riuezas/ importante
concentração ueeconjmico
de poder os sociKlogos eXpliuem
e seu lugar na aos proletIrios
sociedade- $ssesa lei ue regeseriam
elementos a distri3uição de
resultantes
da prKpria natureza da organização social/ ue tem suas leis in!ariantes- Segundo ele/ graças ao
positi!ismo/ os tra3al"adores recon"eceriam as !antagens da su3missão e de sua ;irresponsa3ilidade; no
go!erno da sociedade- Desta ^orma/ o positi!ismo como ;ci8ncia li!re de Euízo de !alor e neutra;
contraditoriamente se proporia a não amaldiçoar os ^atos políticos mas aceitI<los e legitimI<los 9Comte?
[ZY/ YQ<YZ:- .eEamos as prKprias pala!ras do autor?
;* positi!ismo tende poderosamente/ pela sua prKpria natureza/ a consolidar a ordem pú3lica/ pelo
desen!ol!imento de uma sI3ia resignação- 2orue não pode eXistir uma !erdadeira resignação/ isto ,/
uma disposição permanente a suportar com constncia e sem nen"uma esperança de mudança/ os males
ine!itI!eis ue regem todos os ^enjmenos naturais/ senão atra!,s do pro^undo sentimento dessas leis
ine!itI!eis- A ^iloso^ia positi!a ue cria essa
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) U
disposição se aplica a todos os campos/ inclusi!e aos males políticos; 9[ZY/ZR:-
Assim/ segundo Comte/ os distinti!os do espírito positi!ista seriam o senso de realidade/ a utilidade/ a
certeza/ a aptidão orgnica e o 3om senso prItico 9[ZY/ \Qs:- 4ão se pode admirar/ a partir das id,ias
re^eridas/ ue o positi!ismo com3inasse e ^undamentasse todo o conser!adorismo político e legitimador
de situaçfes !igentes- .ale lem3rar ue o lema de nossa 3andeira nacional repu3licana/ o ;*rdem e
2rogresso; tem no papa do positi!ismo sua inspiração/ e em sua ^iloso^ia social/ a 5epú3lica tem a 3ase
de concepção da prItica política-
4o campo da sociologia propriamente dita/ ^oi $mile Durk"eim uem primeiro ^undamentou as
possi3ilidades teKrico<metodolKgi<cas do positi!ismo para compreensão da sociedade- 5econ"ecendo<se
como discípulo de Comte/ Durk"eim se aplicou a pensar a especi^icidade do o3Eeto da sociologia/
relacionI<la com as outras ci8ncias e lançar os ^undamentos de um m,todo para pesuisa social- 2ara ele/
o escopo da sociologia
;pr,<Euízos; , estudar
e as ;pr,<noçfes; ^atos ue o3edeçam
pro!enientes a leis
da ideologia in!ariI!eis/
e da de ^orma
!isão de mundo do o3Eeti!a
sociKlogoe neutra-
t8m ue*s
ser
com3atidos e eliminados do tra3al"o atra!,s de regras do m,todo cientí^ico? ;a sociologia não , nem
indi!idualista e nem socialista;/ dizia ele 9[ZY/ QZ:-
2ortanto/ se um cientista social tem suas pre^er8ncias políticas/ se simpatiza com os operIrios ou com os
patrfes/ se , li3eral ou se , socialista/ tem por o3rigação/ como cientista/ calar as paiXfes e sK nesse
sil8ncio iniciar seu estudo o3Eeti!o e neutro 9[ZY/\R:-
Durk"eim insiste/ com todo rigor/ ue a sociedade , um ^enjmeno moral/ na medida em ue os modos
coleti!os de pensar/ perce3er/ sentir e agir incluem elementos de coerção e o3rigação/ constituindo assim
uma consci8ncia coleti!a ue se eXpressa na religião/ na di!isão do tra3al"o e nas instituiçfes-
Sua preocupação ^oi/ considerada a sociedade como ; coisa;/ criar um m,todo ue pudesse descre!er os
^atos sociais/ classi^icI<los com precisão e de ^orma independente das id,ias do cientista so3re a realidade
social-
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
Daí ue/ para ele/ a tare^a do cientista ,? (a# descre!er as carac rísticas dos ^atos sociais (b# demonstrar
como eles !8m a eXistir (c# relacionI<los entre si (d# encontrar sua organicidade (c# tentar separar as
;representaçfes; dos ^atos dadas pelas id,ias ue ^azemos deles/ da ;coisa<real; 9[ZY/ ZR<\R:-
Durk"eim distingue as categorias do ;senso comum; como sendo os conceitos usados pelos mem3ros da
sociedade para eXplicar e descre!er o mundo em ue !i!em e os ;conceitos cientí^icos; ue descre!em/
classi^icam/ eXplicam/ organizam e correlacionam os ;^atos sociais; de ^orma ;o3Eeti!a;- Hnsiste ue as
causas dos ^atos sociais de!em ser 3uscados em outros ^atos sociais e não na teologia ou nos indi!íduos
9[ZY/ ZU<\:-
(ma das principais in^lu8ncias do positi!ismo nas ci8ncias sociais ^oi marcada pelo lugar de destaue
concedido h pesuisa empírica na produção do con"ecimento- Metodologicamente isso signi^icou
desco3rir as características de regularidades e in!arincias dos ^atos sociais e descre!8<las- $ por ;^ato
social;/
uma Durk"eim
coação entende
eXterior; ;toda
ou ainda ;omaneira de ^azer/
ue , geral ^iXada ou
no conEunto não/ suscetí!el
de uma de eXercer
dada sociedade tendo/so3re o indi!íduo
ao mesmo
tempo/ uma eXist8ncia prKpria/ independente das mani^estaçfes indi!iduais; 9[ZY/ [Qs:- 2ara desco3rir
as regularidades/ Durk"eim e os positi!istas em geral in!ocam a imagem do organismo "umano/
en^atizando os termos ;estrutura; e ;^unção;/ ;mor^ologia; e ;^isiologia; ue di^erenciam maneiras de
^azer e de ser cristalizadas/ onde apenas a di^erença de grau distingue essa ordem de ^atos o3ser!I!eis
interligados 9[ZY/ [R<[U:-
* positi!ismo sociolKgico domina ainda "oEe as Ci8ncias Sociais- 2or,m , al!o de muitas críticas- *
primeiro pro3lema ue surge a partir da concepção positi!ista , a constatação de ue os seres "umanos
não são simples ^orma/ taman"o e mo!imentos? possuem uma !ida interior ue escapa h o3ser!ação
primIria- Daí a di^iculdade na prItica de pesuisa da ;neutralidade; e da ;o3Eeti!idade;- Seria necessIrio
descon"ecer/ ignorar/ considerar irrele!antes os estados mentais tanto do o3ser!ador como dos atores
sociais- A resposta de Durk"eim , de ue esses ^enjmenos poderiam ser
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) V
o3ser!ados atra!,s de mani^estaçfes comportamentais eXteriores/ como índices dos primeiros-
A "istKria do positi!ismo tem re!elado ue a concepção ue se Eulga independente dos Euízos de !alor se
encamin"ou na prItica para a utilização dos termos de tipo matemItico e um deles , a linguagem das
!ariI!eis- A conse8ncia imediata ^oi o desen!ol!imento eXtremamente rIpido de m,todos de pesuisa
de 3ase estatística/ tais como amostragem/ escala/ m,todos de anIlise de dados 9como a regressão/ a
correlação e t,cnicas multi!ariadas:-
Desen!ol!eu<se uma tend8ncia a usar instrumentos de anIlise como se eles ^alassem por si mesmos/ na
ilusão de ue nada "I al,m deles/ segundo os ensinamentos de Durk"eim no 2re^Icio h primeira edição
das +egas do Método Sociol!gico%
;4ão podemos cair na tentação de ultrapassar os ^atos/ uer para eXplicI<los/ uer para eXplicar o seu
curso- 9---: Se eles são inteiramente inteligí!eis/ então 3astam tanto h ci8ncia/ porue/ neste caso/ não "I
moti!o para
razfes; procurar
9[ZY/ Z:- ^ora deles prKprios a sua razão de ser e h prItica/ porue o seu !alor útil , uma das
Desta ^orma os dados são considerados o3Eeti!os se são produzidos por instrumentos padronizados/
!isando a eliminar ^ontes de propensão de todos os tipos e apresentar uma linguagem o3ser!acio<nal
neutra- A linguagem das !ariaçfes representaria a possi3ilidade de eXpressar generalizaçfes com
o3Eeti!idade e precisão-
As uestfes a serem le!antadas ultrapassam os limites do de3ate so3re t,cnicas de pesuisa- Certamente a
anIlise multi!ariada/ a anIlise conteXtual/ a correlação são instrumentos poderosos para a compreensão de
dados aglomerados/ supondo<se a realidade de grandes coleti!idades- São importantes para a construção
de indicadores/ para as c"amadas ;pesuisas de intelig8ncia; como os censos e outras modalidades de
construçfes uantitati!as- * pro3lema , o da autorização/ em primeiro lugar e em termos uase a3solutos/
desta ^orma de interpretação do social/ em ue a realidade se restringiria ao o3ser!I!el e ao uanti^icI!el-
\ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
/ 7uncionalismo
(ma das !ariantes do positi!ismo sociolKgico , o 0(4CH*4A)HSM*/ cuEos representantes são/ na
antropologia inglesa/ Malino7ski e 5adcli^^e<%ro7n e/ na sociologia americana/ Merton e 2arsons- C sr<
tamente ue o positi!ismo não se constitui simplesmente como uma ci8ncia normati!a com um conEunto
de regras uni^ormes- Cada autor tem peculiaridades em sua ^orma teKrica de concepção e anIlise da
realidade- Mas "I um su3strato 3Isico/ uma postura ^rente ao o3Eeto de estudo ue pode nos le!ar a
colocar lado a lado Merton/ 2arsons/ 5adcli^^e<%ro7n e Malino7ski- * ^uncionalismo tem sido a corrente
de pensamento 9dentro do positi!ismo: mais eXpressa na Irea de saúde- *s ^uncionalistas se di^erenciam
de Comte e Durk"eim na medida em ue negam as leis gerais ue regem o ^uncionamento da sociedade
como um todo- &am3,m não reduzem a ci8ncia do social h descrição de acontecimentos ou ^atos
o3ser!I!eis- Desen!ol!em um tipo de teoria especialmente aplicI!el h compreensão da estrutura social e
Q
da di!ersidade
totalidades uecultural ue pode
se constituem comoser organismos
resumida nos princípios
!i!os- ue se seguem?
São compostas (a# As sociedades
por elementos são inter<
ue interagem/
relacionam<se e são interdependentes- São sistemas onde cada parte se integra no todo como su3sistema/
produzindo euilí3rio/ esta3ilidade/ e sendo passí!el de aEustes e reaEustes/ (b# 2or isso mesmo cada
sociedade tem seus mecanismos de controle para regular as in^lu8ncias e!entuais de elementos eXternos
ou internos ue ameacem seu euilí3rio- ;Des!ios; e ;dis^unçfes; ^azem parte da concepção do sistema
ue atra!,s dos mecanismos prKprios de controle tendem a ser a3sor!idos/ produzindo a integração- $sta
, a tend8ncia !i!a do sistema/ (c# A integração se consegue pelo consenso atra!,s de crenças/ !alores e
normas compartil"ados socialmente pelos su3sistemas ue interagem constantemente e se re^orçam
mutuamente/ (d# A conceituação de progresso/ de desen!ol!imento
Q
2ara mel"or compreensão do 0uncionalismo recomendamos a leitura de? Malino7ski/ (ma 5eoiaCientficada Cultua,5J/
Oa"ar$d- [ZV *s gonautas do 'acfico, 5J/ $d- A3ril/ [ZY 5adcli^^e<%ro7n/ Estutua e 7unção na Sociedade 'imiti*a, 5J/
.ozes/ [ZU 5o3ert Merton/Sociologia% 5eoia e estutuaXS-C- $d- Mestre Jou/ [ZR &alccott 2arsons/ 5Yie SKciaF System/
Glencoe/ Hllinois/ &/e 0ree 2ress/ [V-
\ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) H
/ 7un:onalismo T
(ma das !ariantes do positi!ismo sociolKgico , o 0(4CH*4A)HSM*/ cuEos representantes são/ na
antropologia inglesa/ Malino7ski e 5adcli^^e<%ro7n e/ na sociologia americana/ Merton e 2arsons- C er<
tamente ue o positi!ismo não se constitui simplesmente como uma ci8ncia normati!a com um conEunto
de regras uni^ormes- Cada autor tem peculiaridades em sua ^orma teKrica de concepção e anIlise da
realidade- Mas "I um su3strato 3Isico/ uma postura ^rente ao o3Eeto de estudo ue pode nos le!ar a
colocar lado a lado Merton/ 2arsons/ 5adcli^^e<%ro7n e Malino7ski- * ^uncionalismo tem sido a corrente
de pensamento 9dentro do positi!ismo: mais eXpressa na Irea de saúde- *s ^uncionalistas se di^erenciam
de Comte e Durk"eim na medida em ue negam as leis gerais ue regem o ^uncionamento da sociedade
como um todo- &am3,m não reduzem a ci8ncia do social h descrição de acontecimentos ou ^atos
o3ser!I!eis- Desen!ol!em um tipo de teoria especialmente aplicI!el h compreensão da estrutura social e
Q
da di!ersidade
totalidades uecultural ue pode
se constituem comoser organismos
resumida nos princípios
!i!os- ue se seguem?
São compostas (a# As sociedades
por elementos são inter<
ue interagem/
relacionam<se e são interdependentes- São sistemas onde cada parte se integra no todo como su3sistema/
produzindo euilí3rio/ esta3ilidade/ e sendo passí!el de aEustes e reaEustes/ (b# 2or isso mesmo cada
sociedade tem seus mecanismos de controle para regular as in^lu8ncias e!entuais de elementos eXternos
ou internos ue ameacem seu euilí3rio- ;Des!ios; e ;dis^unçfes; ^azem parte da concepção do sistema
ue atra!,s dos mecanismos prKprios de controle tendem a ser a3sor!idos/ produzindo a integração- $sta
, a tend8ncia !i!a do sistema/ (c# A integração se consegue pelo consenso atra!,s de crenças/ !alores e
normas compartil"ados socialmente pelos su3sistemas ue interagem constantemente e se re^orçam
mutuamente/ (d# A conceituação de progresso/ de desen!ol!imento
Q
2ara mel"or compreensão do 0uncionalismo recomendamos a leitura de? Malino7ski/ >ma 5eoia Cientfica da Cultua,5J/
Oa"ar$d- [ZV *s gonautas do 'acfico, 5J/ $d- A3ril/ [ZY 5adcli^^e<%ro7n/ Estutua e 7unção na Sociedade 'imiti*a, 5J/
.ozes/ [ZU 5o3ert Merton/Sociologia% 5eoia e estutuaXS-C- $d- Mestre Jou/ [ZR &alccott 2arsons/ 5lie Social SZstem,
Glencoe/ Hllinois/ &-/e 0ree 2ress/ [V-
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) Z
e de mudanças , adaptati!a- * sistema social tem em si a tend8ncia h conser!ação e h reprodução/ por
isso as ino!açfes/ in!ençfes e tensfes se direcionam para a re!italização do sistema e são a3sor!idas no
seu interior- Como num organismo !i!o cuEa estrutura permanece e se re!igora no mo!imento ^uncional/
as mudanças sociais não atingem as estruturas/ não são re!olucionIrias- 2assam<se ao ní!el da
superestrutura ue tem a ^unção de adaptação e de manutenção do ;status uo; 96ug"es? [YU/ Q<\U
&imas"e^^? [\V/ QYZ<Q[Y:- <<
*s conceitos centrais do ^uncionalismo 9sistema/ su3sistema/ estrutura/ ^unção/ adaptação/ integração/
des!io/ consenso etc-: são coerentes com o positi!ismo sociolKgico/ para uem as leis ue regem os
^enjmenos sociais são intemporais/ in!ariI!eis e tendentes h esta3ilidade e h coesão- A implicação
metodolKgica de am3os 9positi!ismo sociolKgico e o ^uncionalismo como uma de suas !ariantes: , de ue
as totalidades ^uncionais/ ainda ue a in!estigação não seEa de orientação empiricista/ seEam repetidas
dentro de condiçfes
condiçfes glo3ais daempíricas
eXist8nciadesocial
produção dos ^enjmenos-
de ualuer Sua empresa principal
grupo/ desce*endo;as , reproduzir as
em sua compleXidade/
di!ersidade e mo!imento integrati!o/ de tal ^orma ue possam ser comparadas-
Dentre os ^uncionalistas/ 2arsons tem para nKs uma rele!ncia ^undamental porue este cientista
americano aplica a teoria ^uncio<nalista h eXplicação da medicina e das relaçfes m,dicoFpaciente em seu
país- $m sua o3ra 5$e Social SZstem 9[V:/ o tema central , o ^uncionamento das estruturas das
instituiçfes/ consideradas/ estas/ como o nKdulo da Sociologia- As instituiçfes constituem/ para ele/ o
mecanismo integrati!o ^undamental dos sistemas sociais/ de^inidos ora como uma pluralidade de agentes
indi!iduais interagindo/ ora como uma rede de relaçfes entre agentes-
4esta o3ra o conceito de saúde=doença eXplicitado pelo autor , coerente com sua !isão ^uncionalista?
; um estado de pertur3ação no ^uncionamento normal do indi!íduo "umano total/ compreendendo<se o
estado do organismo como o sistema 3iolKgico e o estado de seus aEustamentos pessoal e social; 9[V/
Y:-
Y M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
(ma anIlise lingística destacaria/ na de^inição/ o Eargão ^unciona<lista? estado/ ^uncionamento/ normal/
organismo/ sistema/ aEustamento- 4o conceito/ o 3iolKgico se !incula ao social atra!,s da noção de
euilí3rio ou deseuilí3rio indi!idual ^rente hs pressfes sociais- A doença ,/ para 2arsons/ ;uma conduta
des!iada; e o doente , um personagem social ue se recon"ece na ^orma como a sociedade
institucionaliza o des!io e assim o assimila e o integra-
Daí ue os pap,is e ^unçfes de m,dico e paciente são complemen<tares- A prItica m,dica , um
mecanismo do sistema social para reconduzir o doente h normalidade/ mas ue tam3,m recon"ece seu
des!io e o institucionaliza- $la tem por ^inalidade o controle dos des!ios indi!iduais- Juan C,sar Garcia/
em seu estudo so3re as correntes de pensamento na medicina/ ^az uma crítica contundente ao
^uncionalismo de 2arsons uando analisa o sistema m,dico- Ao de^inir a prItica da medicina/ diz ele/ pela
^inalidade de curar e pre!enir as doenças/ 2arsons se limita a descre!er como ela ^unciona e aparece em
^orma de ^enjmeno
concepção de doençao3ser!I!el/
h noção dedescon"ecendo as condiçfes
;des!io; colocando<a de sua
no m3ito produção
eXclusi!o doepaciente
reprodução-
e do 5eduz
m,dico-a
$n^atiza seus respecti!os pap,is como atores sociais no conEunto da sociedade considerada "armjnica e
euili3rada- Como conclusão/ coloca na maior ou menor susceti3ilidade indi!idual hs tensfes sociais/ a
responsa3ilidade da doença- Descon"ece os con^litos eXistentes na sociedade/ os interesses ue perpassam
a medicina como uma produção social e as determinaçfes sociais da saúdeFdoença 9Garcia? [YU/R<
RY:-
Concluímos dizendo ue o positi!ismo e sua ^orma particular denominada ^uncionalismo sociolKgico t8m
sido as correntes de pensamento com maior in^lu8ncia e !igor na produção intelectual re^erente h uestão
das Ci8ncias Sociais e a Saúde- &al ^ato não nos pode estran"ar/ na medida em ue são estas teorias ue
mel"or se prestam para conser!ar e Eusti^icar a prItica m,dica "egemjnica e os en^oues prIticos no
tratamento dos doentes e das doenças- A re^er8ncia mais atual ue possuímos para esta constatação , a
anIlise intensa e minuciosa realizada por $!erardo 4unes 9[YV:/ onde a autor tece inúmeras
consideraçfes e constata os camin"os seguidos pela produção intelectual em Cincias Sociais e Saúde na
méica ati;
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) [
na. $m3ora pretenda eXaminar apenas esse lado do continente/ $!erardo e os autores da coletnea ^azem
re^er8ncias permanentes aos estudos realizados em todo o mundo ocidental/ tra3al"ando com uma
a3ordagem "istKrico<estrurural 9[YV/ Q[<YU YZ<\:-
4unes coloca o positi!ismo como a corrente de pensamento dominante nos anos VR e nas anIlises da
saúde particularmente atra!,s das correntes ^uncionalistas e culturalistas- Mas "oEe elas ainda continuam
!i!as e presentes tanto na produção cientí^ica como na prItica- 2odem ser identi^icadas por alguns
sintomas ue indicamos a seguir/ a partir da leitura de !Irios autores da coletnea Cincias Sociais e
Saúde na meica atina 9[YU:? (a# 2ouca !alorização conceituai do processo saúdeFdoença e seus
determinantes (b# $n^oue pragmItico e ^uncionalista da medicina como se ela ^osse uma ci8ncia
uni!ersal/ atemporal e isenta de !alores (c# .alorização das ci8ncias sociais como acessKrio ou
complemento na prItica e na teoria m,dicas/ considerando<as como ci8ncias normati!as e com ^inalida<<
de adaptati!a
como e ^uncional
o3Eeti!idade (d# 4a
e con^usão do epidemiologia/
^enjmeno com !alorização eXcessi!a da concreçao estatística tomada
a prKpria realidade-
4a prItica m,dica e suas relaçfes com a sociedade o positi!ismo se mani^esta? 9: 4a concepção da
saúdeFdoença como ^enjmeno apenas 3iolKgico indi!idual em ue o social entra/ compreendido como
modo de !ida e apenas como !ariI!el/ ou , descon"ecido e omitido 9Q: 4a !alorização eXcessi!a da
tecnologia e da capacidade a3soluta da medicina de erradicar as doenças 9U: 4a dominação corporati!a
dos m,dicos em relação aos outros campos do con"ecimento/ adotando<os de ^orma pragmItica 9a
sociologia e a antropologia consideradas importantes apenas para ^azer uestionIrios/ produzir in^ormes
culturais/ ensinar alguns conceitos 3Isicos: no tratamento su3alterno dado aos outros pro^issionais da
Irea 9en^ermeiros/ assistentes sociais/ nutricionistas/ atendentes etc---: em relação ao senso comum da
população/ numa tentati!a nunca totalmente !itoriosa/ de desuali^icI<lo e a3sor!8<lo-
VR M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
A S*CH*)*GHA C*M25$$4SH.A
(ma segunda !isão do mundo ue tem tido pro^unda in^lu8ncia na construção do con"ecimento da
realidade/ inclusi!e na interpretação das relaçfes entre medicina e sociedade/ , a c"amada Sociologia
Compeensi*a. $la pri!ilegia a compreensão e a inteligi3ilidade como propriedades especí^icas dos
^enjmenos sociais/ mostrando ue o SHG4H0HCAD* e a H4&$4CH*4A)HDAD$ os separam dos ^enjmenos
naturais-
4a Intodução :s Cincias do Espito, Dilt"ey polemiza com o positi!ismo/ a^irmando ue os ^atos
"umanos não são suscetí!eis de uanti^icação e de o3Eeti!ação porue cada um deles tem sentido prKprio
e identidade peculiar/ eXigindo uma compreensão especí^ica e concreta- Daí/ deduz ele/ são ^alsas as
teorias sociolKgicas e a ^iloso^ia da "istKria ue !8em na descrição do singular uma simples mat,ria<prima
para posteriores a3straçfes? ;não "I última pala!ra da "istKria ue conten"a o !erdadeiro sentido;
9Dilt"ey?
4a [V\/^oi
Sociologia QV:-
MaX We3er uem esta3eleceu as 3ases teKrico<metodolKgicas da Ci8ncia
Compreensi!a- Contra os princípios do positi!ismo/ ele diz ue?
;A sociologia eXige um ponto de !ista especí^ico EI ue os ^atos de ue se ocupa implicam um g8nero de
causação descon"ecido das ci8ncias da natureza; 9[\/ UU:-
Sua de^inição de Sociologia passou a ser um marco para essa corrente/ dentro das Ci8ncias Sociais?
; uma ci8ncia ue se preocupa com a compreensão interpretati!a da ação social/ para c"egar h
eXplicação causai de seu curso e de seus e^eitos- $m >ação> estI incluído todo o comportamento "umano
uando e at, onde a ação indi!idual l"e atri3ui um signi^icado su3Eeti!o- A >ação> neste sentido pode ser
tanto a3erta uanto su3Eeti!a- 9---: A >ação> , social uando/ em !irtude do signi^icado su3Eeti!o atri3uído a
ela pelos indi!íduos/ le!a em conta o comportamento dos outros e , orientada por ele na sua realização;
9We3er/ [\/ UU:-
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) V
We3er retoma aui o tema central das Ci8ncias Sociais/ isto ,/ a relação entre indi!íduo e sociedade/
a^irmando ue os sociKlogos necessariamente t8m ue tratar dos signi^icados su3Eeti!os do ato social/
We3er não ^az psicologia/ ele uer dizer ue a sociedade , ^ruto de uma inter<relação de atores sociais/
onde as açfes de uns são reciprocamente orientadas em direção hs açfes dos outros-
Segundo We3er/ a sociologia reuer uma a3ordagem di^erente das ci8ncias da natureza/ e isso se
consegue atra!,s de? (a# pesuisa empírica a ^im de ^ornecer dados ue d8em conta das ^ormulaçfes
teKricas? (b# tais dados deri!am de algum modo da !ida dos atores sociais (c# os atores sociais dão
signi^icados a seus am3ientes sociais de ^orma eXtremamente !ariada (d# eles podem descre!er/ eXplicar
e Eusti^icar suas açfes ue são sempre moti!adas por causas tradicionais/ sentimentos/ a^eti!os ou são
racionais-
A sociologia compreensi!a/ em We3er/ nos diz ue as realidades sociais são construídas nos signi^icados
e atra!,s deles
linguagem/ e sK podem
as prIticas/ ser identi^icadas
as coisas na linguagem
e os acontecimentos signi^icati!a da interação social- 2or isso/ a
são inseparI!eis-
We3er propfe/ para conseguir compreender a realidade social/ dois princípios metodolKgicos? (a# a
neutralidade de !alor e (b# a construção do tipo<ideal-
2artindo do princípio de ue a "istKria "umana se constitui de ;constelaçfes singulares;/ do ;caso
concreto;/ o autor propfe a teoria dos tipos<ideais como instrumento racional e teKrico de aproXimação da
realidade- *s ;tipos<ideais; não eXistem empiricamente/ são arti^ícios criados pelo cientista para ordenar
os ^enjmenos/ para indicar suas articulaçfes e seu sentido- Sintetizam e e!idenciam os traços típicos/
srcinais de determinado ^enjmeno tornando<o inteligí!el- We3er constrKi !Irios tipos<ideais sendo os
mais con"ecidos/ a 3tica 'otestante e o Espito do Capitalismo, a 9uocacia e as 7omas de
Dominação 9[Z/ V<Z[:- Sua intenção ao propor esse instrumento metodolKgico de compreensão da
realidade , tornar as Ci8ncias Sociais rigorosas e ^idedignas/ mas de uma perspecti!a di^erente da
a3ordagem positi!ista- $le prKprio comenta?
;4ão eXiste uma anIlise da cultura a3solutamente o3Eeti!a dos
VQ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
^enjmenos sociais/ independente dos pontos de !ista especiais e parciais/ segundo os uais/ de ^orma
eXplícita ou tItica/ consciente ou su3consciente/ aueles são selecionados e organizados para propKsitos
eXpositi!os- &odo con"ecimento da realidade cultural/ como pode ser !isto/ , sempre con"ecimento a
partir de pontos de !ista especí^icos; 9We3er? [V[/ ZQ:-
4a sua luta teKrica contra o positi!ismo/ We3er recon"ece ue os !alores t8m um papel destacado na
seleção do o3Eeto de in!estigação/ na escol"a da pro3lemItica e nas uestfes ue o pesuisador se coloca-
2or,m/ atra!,s da sua tentati!a de ;o3Eeti!idade; ue se concretiza na construção dos tipos<ideais e na
crença de isenção de !alores durante o processo de pesuisa/ We3er reencontra<se com Durk"eim- Cai nas
mal"as do idealismo ue pre!8 a !eri^icação e a !alidade a partir dos m,todos e t,cnicas e os cr8 isentos
de inger8ncia dos !alores tanto "istKricos/ pro!enientes de seu processo de produção/ uanto pessoais/
re^erentes h ideologia do in!estigador-
We3errelação
Com , considerado
ao campoumualitati!o/
clIssico daem
sociologia e sua in^lu8ncia
duas correntes se estende
de pensamento por !Irias
encontramos a3ordagens
o peso da sua teKricas-
contri3uição/ em3ora cada uma delas conser!e seu esuema conceituai peculiar? a fenomenologia
sociol!gica e a etnometodologia. * recon"ecimento da presença de We3er nessas a3ordagens não ,
eXplícita/ mas ao analisI<las perce3emos a presença ^undamental do conceito central 7e3eriano? o
SHG4H0HCAD* da ação social- 5elati!amente ao campo da saúde/ o peso de in^lu8ncia maior estI na
^enomenologia- por isso ue ^alaremos dela com prioridade e apenas sintetizaremos os princípios da
etnometodologia- d/
$tnometodologia compreende o conEunto de re^leXfes ue se a3rigam so3 seu prKprio nome/ al,m do
internacionalismo sim3Klico/ da "istKria de !ida e da "istKria oral- Seu 3erço ^oi a (ni!ersidade de
C"icago e seu principal aruiteto 5o3ert 2ark/ ue nas d,cadas de QR e UR preconiza!a a eXperi8ncia
direta com os atores sociais para a compreensão de sua realidade- Ao mesmo tempo da!a um lugar de
destaue hs 6istKrias de .ida como um material de eXcel8ncia para a sociologia 9[Q:- As id,ias de 2ark
^oram teoricamente desen!ol!idas por 6arold Gar^inkel na d,cada de UR/ ue esta3eleceu o uadro
a!Irios
marcamitos docontri3uição
de sua período de guerra e colocou
tanto para h luz as
o cinema/ a cultura popular
artes/ como parainglesa so3 !Irios
as t,cnicas aspectos/
de pesuisa de deiXando
mercado e
de opinião pú3lica- Seu arui!o classi^ica títulos como Arte/ Assuntos 0inanceiros/ Anti<Semitismo/
Son"os/ Comportamento SeXual- Apesar de seu espírito ino!ador/ 6arrison , criticado dentro e ^ora do
m3ito cientí^ico pela sua ^alta de rigor metodolKgico-
V M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
As o3ser!açfes eXternas so3re o tra3al"o de 6arrison de certa ^orma re^letem um uestionamento interno
da sociologia em relação h etnometodologia/ pro!eniente tanto dos positi!istas como dos marXistas? (a#
crítica h consideração de ue os signi^icados su3Eeti!os criam a realidade do mundo (b# crítica h redução
da estrutura social a procedimentos interpretati!os (c# crítica ao descon"ecimento dos ^atores ue
determinam ou condicionam a !isão das pessoas so3re sua situação social (d# crítica h separação entre
pensamento e ação 9Smart? [ZY/UUs:-
* Hnteracionismo Sim3Klico/ enuanto teoria e m,todo/ pode ser compreendido como uma !ertente da
etnometodologia- Sua srcem/ tam3,m da d,cada de QR/ reúne estudos importantes como os de &"omas
9[QZ: 6er3ert Mead 9[\: e Cooley 9[QQ:- 6er3ert %lumer , uem/ em [UZ/ atri3uiu h sua
a3ordagem teKrico<metodolKgica o termo ;interacionismo sim3Klico;- Diz %lumer em sua o3ra?
;4Ks podemos e eu penso ue posso/ ol"ar a !ida "umana/ acima de tudo como um !asto processo de
interpretação/ noe ual
acontecimentos o po!o/
situaçfes ueindi!idual e coleti!amente
encontram--- guia adesignado
4en"um esuema si mesmo para
para analisar
de^inir o3Eeti!os/
a !ida dos grupos
"umanos em seus caracteres gerais se adeua a esse processo de interpretação; 9[V\/ \Y\:-
A concepção interacionista das relaçfes sociais se ^undamenta no princípio de ue o comportamento
"umano , autodirigido e o3ser!I!el em dois sentidos? o sim3Klico e o interacional- Hsso permite a
ualuer ser "umano planeEar e dirigir suas açfes em relação aos outros e con^erir signi^icado aos o3Eetos
ue utiliza para realizar seus planos- Al,m disso/ a concepção interacionista conce3e a !ida social como
um consenso esta3elecido na inter<relação/ por isso/ o sentido atri3uído hs açfes , manipulado/ rede^inido
e modi^icado atra!,s de um processo interpretati!o consensual ao grupo- Do ponto de !ista metodolKgico/
os princípios interacionistas en^atizam ue sím3olos e interação de!em ser os principais elementos a se
apreender na in!estigação- $m segundo lugar/ partindo<se da id,ia de ue sím3olos/ signi^icados e
de^iniçfes são ^orEados pelos atores sociais/ ,
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) VV
necessIrio apreender a natureza re^leXi!a dos suEeitos pesuisados- Hsto ,/ o in!estigador de!e tentar ^ugir
da ^alIcia do o3Eeti!ismo/ su3stituindo sua prKpria perspecti!a pela dos grupos ue ele estI estudando
92ayne? [Y/\ 6aguette? [YZ/Us Denzin/ [ZU/V<[:-
*s mo!imentos etnometodolKgicos decaíram nos $stados (nidos/ e na Hnglaterra sua in^lu8ncia ^oi
peuena- 2or,m/ a partir da d,cada de VR/ a tradição etnometodolKgica tem sido retomada com !igor-
4ingu,m pode negar "oEe a in^lu8ncia dos tra3al"os de Go^^man para a sociologia- Hnclusi!e na Irea de
saúde/ a anIlise das ;instituiçfes totais; te!e e tem impacto- * renascer de estudos sociolKgicos de
peuenos grupos dentro de a3ordagens etno<metodolKgicas !em ocupando o espaço deiXado pelo
descr,dito do positi!ismo e pelo escasso desen!ol!imento "eurístico das correntes marXistas/ mais
preocupadas com a3ordagens ^ilosK^icas ou macros<sociais-
Assim como a $tnometodologia/ a 0enomenologia , considerada/ dentro das Ci8ncias Sociais/ a
Sociologia
^iloso^ia deda 2ida Cotidiana.
6usserl $m3ora
ue ela 3usca na suae ^undamentação
seu nome ela3oração se perce3am as in^lu8ncias
metodolKgica- 7e3erianas
* argumento , na , o
de 6usserl
mesmo de Dilt"ey e de We3er/ isto ,/ os atos sociais en!ol!em uma propriedade ue não estI presente nos
outros setores do uni!erso a3arcados pelas ci8ncias naturais? o SHG4H0HCAD* 96usserl? [YR/<Y:-
4as Ci8ncias Sociais/ Sc"utz , o representante mais signi^icati!o do pensamento ^enomenolKgico- $le
consegue dar consist8ncia sociolKgica aos princípios ^ilosK^icos de 6usserl e ^azer deles !o apenas uma
atitude/ mas teoria e m,todo na a3ordagem da ealidade social/ inspirando<se e ao mesmo tempo
distinguindo<sede WctaX- A ^enomenologia sociolKgica apresenta? (a# uma crítica adi#ai ao o3Eeti!ismo
da ci8ncia/ na medida em ue propfe a s$%je&iidade como ^undante do sentido (b# uma demonstração
da su3Eeti!idade como sendo constituti!a do ser social e inerente ao m3ito da autocom<preensão
o3Eeti!a (c# a proposta da descrição ^enomenolKgica como tare^a principal da sociologia-
Sc"utz traz para o campo de preocupaçfes da ^enomenologia social o mundo da *ida cotidiana onde o
"omem se situa com suas angústias e preocupaçfes em intersu3Eeti!ídade com seus seme<
V\ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
l"antes 9compan"eiros/ predecessores/ sucessores e contemporneos:- * espaço<tempo pri!ilegiado nessa
teoria , a !ida presente e a relação ^ace a ^ace-
Do ponto de !ista do con"ecimento/ Sc"utz o di!ide em tr8s categorias? (a# a do !i!ido e eXperimentado
no cotidiano (b# o da epistemologia ue in!estiga esse mundo !i!ido (c# o do m,todo sociolKgico para
in!estigação-
4o primeiro ní!el/ o mundo social apresenta<se aos indi!íduos na ^orma de um sistema o3Eeti!ado de
designaçfes compartil"adas e de ^ormas eXpressi!as- o mundo da cotidianidade/ tal como ,
eXperimentado pelo "omem em ;atitude natural; e aceito como tal- Dentro da ;atitude natural; o "omem
não uestiona a estrutura signi^icati!a do mundo/ mas age e !i!e nela-
* mundoXotidiano se apresenta atra!,s de tipi^icaçfes construídas pelos prKprios atores sociais/ de
acordo com suas rele!ncias- $ssas tipi^icaçfes incluem o uni!ersal e o estI!el/ o especí^ico e o mutI!el-
Aui se o3ser!a
construção umacriada
analítica das di^erenças de Sc"utz
pelo cientista/ em relação
para Sc"utz a We3er-
o ator $nuanto
social/ não apenaspara este/ o tipo<ideal
o cientista/ tipi^ica o , uma
mundo para compreend8<lo e comunicar<se com seus semel"antes-
Sc"utz a^irma ue o o3Eeto das ci8ncias sociais uando , estudado EI se encontra de certa ^orma
estruturado e interpretado/ pois a realidade social EI possui sentido para os "omens ue !i!em nela- Desta
^orma/ diz ele/; os o3Eetos das ci8ncias sociais são construtos em segunda pot8ncia; 9[\Q?URR<U:-
2ortanto/ o ponto de partida para a ^enomenologia sociolKgica são os ;construtos de primeira ordem;
usados pelos mem3ros de uma sociedade isto ,/ o senso comum/ ainda ue ele conten"a id,ias !agas/
im3uídas de emoção/ ^ragmentadas e am3íguas- Sc"utz não uestiona se o con"ecimento do senso
comum , superior ou in^erior h construção cientí^ica- Segundo ele/ o propKsito do cientista social ,
re!elar os signi^icados su3Eeti!os implícitos ue penetram no uni!erso dos atores sociais- * cientista
social cria um sa3er di^erente a partir do con"ecimento de ;primeira ordem;/ atra!,s da ela3oração de
modelos do ator social/ de ;tipos ideais; para eXplicitar os signi^icados da realidade social e para
descre!er os procedimentos dos signi^icados- $sses modelos corts<
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) VZ
truídos pelo cientista a partir do mundo da !ida cotidiana se distinguem do senso comum/ segundo
Sc"utz? (a# pela consist8ncia lKgica/ isto ,/ pela possi3ilidade de descre!er o !i!ido/ 3uscando traz8<lo
para a ordem das signi^icaçfes (b# pela possi3ilidade de interpretação (c# e pela sua adeuação h
realidade-
* modelo cientí^ico para compreensão do mundo social/ Sc"utz o descre!e a partir dos seguintes
princípios? (a# a intersu3Eeti!idade? estamos sempre em relação uns com os outros (b# a compreensão?
para atingir o mundo do !i!ido/ a ci8ncia tem ue apreender as coisas sociais como signi^icati!as (c# a
racionalidade e a internaciona<lidade? o mundo social , constituído sempre por açfes e interaçfes ue
o3edecem a usos/ costumes e regras ou ue con"ecem meios/ ^ins e resultados-
2ara a compreensão empírica da realidade/ Sc"utz ela3ora alguns conceitos ue nos remetem ao ato
social- * primeiro deles , o de situação% signi^ica o lugar ue algu,m ocupa na sociedade/ o papel ue
desempen"a
situado e suas posiçfes
3iogra^icamente ,tico<religiosas/
no mundo intelectuais
d@ !ida so3re o ual e enopolíticas
ual de!eSc"utz diz ue o e8Zci[n"m
agir- Distingue "omem estI
bioftifi@i. de con$ecimento. $sse último consiste na sedimentação das eXpeiir<cias e situaçfes
!i!enciadas- * estoue de con$eãmaiSa"oT9\ soam. ^unciona como um marco de re^er8ncia/ atra!,s
dopr^n^espae^cX mundo e pauta sua ação- Sc"utz usa tam3,m os i estutua de ele*]ncias re^erindo<se h
importnciaiEnea conteXtos possuem para o suEeito/ o ue se i com sua 3agagem de con"ecimento e cornai
$sses conceitos desen!ol!idos na sorininy ii i_-m H'6H)H i pa Sc"utz t8m eXtrema importncia na
3aseca%pí%ad3t sesacsa OJes passam do conteXto indi!idual para oi i_i liiiiii ymu; ecomunitIrio
atra!,s do ue o autor considera ma=ma^UU_ de perspecti!a/ de comunicação/ de comunidade de
a^aEetãns e de interpretação inter<su3Eeti!a- 5ece3emos/ segundo o aata/ a maior parte de nossos
con"ecimentos atra!,s de nossos paas/ pro^essores e predecessores- 5ece3emos uma !isão de mando/
maneiras de classi^icar e tipi^icar ue criam o nosso uni!erao/ e um con"ecimento ue !ai do ;^amiliar;
ao ;anjnimo; e nos coloca a partir da situação ;^ace a ^ace;/ isto é, no ní!el da !ida prItica/ em relação
com o mundo 9[\?\<VR:-
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) VZ
truídos pelo cientista a partir do mundo da !ida cotidiana se distinguem do senso comum/ segundo
Sc"utz? (a# pela consist8ncia lKgica/ isto ,/ pela possi3ilidade de descre!er o !i!ido/ 3uscando traz8<io
para a ordem das signi^icaçfes (b# pela possi3ilidade de interpretação (c# e pela sua adeuação h
realidade-
* modelo cientí^ico para compreensão do mundo social/ Sc"utz o descre!e a partir dos seguintes
princípios? (a# a intersu3Eeti!idade? estamos sempre em relação uns com os outros (b# a compreensão?
para atingir o mundo do !i!ido/ a ci8ncia tem ue apreender as coisas sociais como signi^icati!as (c# a
racionalidade e a internaciona<lidade? o mundo social , constituído sempre por açfes e interaçfes ue
o3edecem a usos/ costumes e regras ou ue con"ecem meios/ ^ins e resultados-
2ara a compreensão empírica da realidade/ Sc"utz ela3ora alguns conceitos ue nos remetem ao ato
social- * primeiro deles , o de situação% signi^ica o lugar ue algu,m ocupa na sociedade/ o papel ue
desempen"a e suas
3iogra^ícamente no posiçfes
mundo da,tico<religiosas/
!ida so3re o ualintelectuais
e no ualede!e
políticas- Sc"utz dize8peincia
agir- Distingue ue o "omem estI situado
biog"fica de
con$ecimento. $sse último consiste na sedimentação das eXperi8ncias e situaçfes !i!enciadas- * estoue
de con$ecimento do ator social ^unciona como um marco de re^er8ncia/ atra!,s do ual interpreta o
mundo e pauta sua ação/ Sc"utz usa tam3,m os termos ele*]ncia e estutua de ele*]ncias re^erindo<se
h importncia ue os o3Eetos e os conteXtos possuem para o suEeito/ o ue se relaciona/ por sua !ez/ com
sua 3agagem de con"ecimento e com a situação 3iogrI^ica-
$sses conceitos desen!ol!idos na sociologia ^enomenolKgica por Sc"utz t8m eXtrema importncia na 3ase
empírica da pesuisa- $les passam do conteXto indi!idual para o conteXto grupai e comunitIrio atra!,s do
ue o autor considera ecipocidade de perspecti!a/ de comunicação/ de comunidade de o3Eeti!os e de
interpretação inter<su3Eeti!a- 5ece3emos/ segundo o autor/ a maior parte de nossos con"ecimentos atra!,s
de nossos pais/ pro^essores e predecessores- 5ece3emos uma !isão de mundo/ maneiras de classi^icar e
tipi^icar ue criam o nosso uni!erso/ e um con"ecimento ue !ai do ;^amiliar; ao ;anjnimo; e nos coloca
a partir da situação ;^ace a ^ace;/ isto ,/ no ní!el da !ida prItica/ em relação com o mundo 9[\?\<
VR:-
VY M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
2ara Sc"utz a intesubJeti*idade , a categoria central na anIlise ^eno<menolKgica porue ela , um dado
^undamental da eXist8ncia "umana no mundo- $le a resume nos seguintes termos?
;Aui onde estou _ lI onde meu semel"ante estI? Eamais podemos estar no mesmo lugar/ estar na mesma
posição/ estar os dois aui ou lI; 9[\?Z:-
$ssa intesubJeti*idade , !i!ida em situação d ;^amiliaridade; so3re a ^orma do n!s e permite a captação
do outro como único em sua indi!idualidade- *u em situação de anonimato ue a^asta a unicidade e
indi!idualidade do outro e produz as situaçfes de generalização- * grau mIXimo de anonimato , a
consideração do outro como númeo ou função 9[\?R<VR:-
Como se pode concluir/ na ^enomenologia "I um curioso descon"ecimento dos ^enjmenos estruturais e
uma aus8ncia de discussão so3re as uestfes do poder/ da dominação/ da ^orça/ da estrati^ica<ção social-
Sua a3ordagem atomiza a realidade como se cada ^ato ou grupo constituísse um mundo social
independente-
2ara os ^enomenKlogos/ são os peuenos grupos como a ^amília/ as entidades religiosas/ as associaçfes
!oluntIrias/ os responsI!eis pela identidade dos indi!íduos/ pela sua esta3ilidade e por seu sistema de
signi^icados/ na medida em ue os integram uma !isão de mundo compartil"ada-
Contrapfe<se ao positi!ismo nos mais di^erentes aspectos? (a# h am3ição dessa teoria de construir
eXplicaçfes totalizantes e in!ariI!eis como nas ci8ncias naturais/ a ^enomenologia a^irma ue a !ida
"umana , essencialmente di^erente e sK pode ser compreendida atra!,s do mergul"o na linguagem
signi^icati!a da interação social (b# h separação entre ^atos sociais e !alores no positi!ismo/ a
^enomenologia diz ue a linguagem/ prIticas/ coisas e acontecimentos são inseparI!eis- $ a linguagem ,
essencial para ue a realidade seEa do Eeito ue ,/ isto ,/ a realidade , a prKpria !ida cotidiana nos
indi!íduos onde eles se comunicam/ concordam/ discordam/ Eusti^icam<se/ negam ou criam (c# h
pretensão de construir con"ecimentos o3Eeti!os e neutros/ a ^enomenologia diz ue sK "I con"ecimento
su3Eeti!o/ pois , o "omem ue imprime leis ao real/ e o ato de con"ecimento reúne
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) V[
o o3ser!ador e o o3ser!ado/ am3os possuidores de signi^icados atri3uídos pelo prKprio "omem (d# h
coerção da sociedade so3re o indi!íduo/ a ^enomenologia proclama a li3erdade do ator social ue atra!,s
de sua "istKria 3iogrI^ica e em inter<relação com seus semel"antes/ cria signi^icados e constrKi sua
realidade (e# desta ^orma a ^enomenologia proclama e a3solutiza o componente ,tico na relação da
ci8ncia com a sociedade- Diz ue o con"ecimento de!e estar sempre su3metido a eXig8ncias morais/ pois
ele , uma ^orma dentre as possí!eis de con^irmação da realidade- $ ao contrIrio do positi!ismo ue
con^ere primazia ao reinado da ci8ncia/ a ^enomenologia ad!oga sua su3missão aos princípios da ,tica e
da moral de determinada sociedade- U
$m seu teXto? As Coentes de 'ensamento no Campo da Saúde 9[YU? [Z<U:/ Juan C,sar Garcia nos
^ala so3re a ^orma especí^ica do desen!ol!imento da ^enomenologia nas anIlises sociolKgicas e no de3ate
político so3re as relaçfes da Medicina com a Sociedade- 4a d,cada de \R e com maior ^orça nos anos ZR
a ^enomenologia
esuemas Eunto com
de dominação ueoacompan"aram
marXismo propuseram
o enormeuma crítica radical
crescimento das relaçfes
das ^orças de produção
produti!as ocorridoenos
dos
países capitalistas a partir da Segunda Guerra Mundial- A onda desen!ol!i<mentista cuEos rumos do
progresso não signi^icaram a socialização do 3em<estar a constatação do apro^undamento das
desigualdades entre ricos e po3res/ entre países centrais e países peri^,ricos o caos ecolKgico e social dos
grandes centros ur3anos/ a corrida armamen<tista/ tudo isso ^ez crescer um mo!imento oposicionista na
sociedade ci!il e um uestionamento pro^undo da ci8ncia como !erdade incontestI!el- A concepção
positi!ista da ci8ncia uni!ersal/ atemporal e isenta de !alores conduzindo os rumos da "umanidade/ "a
Irea da saúde ^oi sendo pro3lematizada por um de3ate teKrico e ideolKgico ue engaEou uestfes tanto de
cienti^ icidade dos postulados !igentes como da ,tica de in!estigação cientí^ica-
Juan C,sar Garcia comenta ue no início a ^enomenologia e o
U
Al,m de Sc"utz , importante citar como nomes rele!antes da Sociologia 0enome<nolKgica/ 2eter %erger e )uckmann/ A
Constução Social da +ealidade, 5J/ .ozes/ [ZU/ Cicourcl/ A-Met$od and Measuement SociologZ, 4- ork/ &"e 0ree 2ress/ [\[-
\R M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
marXismo esti!eram Euntos numa crítica radical- 2or,m/ a partir da metade da d,cada de ZR/ pouco a
pouco ^oi se delineando uma di^erença tam3,m no campo teKrico/ ideolKgico e de propostas relati!as aos
rumos da mudança/ entre as duas correntes- $le diz ue a ;^enomenologia; passou de radical a reacionIria
9[YU?Q:- 2or,m recon"ece sua contri3uição-
A contestação intelectual da ^enomenologia ao positi!ismo desen!ol!eu<se em !Irios aspectos como
crítica contundente h instituição m,dica/ h prItica m,dica/ h ,tica m,dica/ ao sistema pú3lico de saúde e h
concepção 3iom,dica de saúdeFdoença- (ma crítica destruidora so3re o carIter reprodutor e coerciti!o da
instituição m,dica/ so3re os e^eitos negati!os da medicalização ^oi realizada por H!an Hllic" em A
E8popiação da Saúde 9[ZV:- * seu ;parti pris; contra o carIter dominador e totalizante da instituição
m,dica c"egou a um ní!el uase ^K3ico- Mas se o eXagero deiXa "oEe desacreditada cienti^icamente sua
o3ra/ assim mesmo ela aponta uma s,rie de elementos ue outros intelectuais tentam demonstrar- Sua tese
, de ue a h"ipertro^ia
o3stIculo realizaçãodas grandes
de seus instituiçfes
prKprios !oltadas
o3Eeti!os- paradoa ;crescimento
$le ^ala assist8ncia social tornou<se
mKr3ido o maior ue
da medicina;
conduz? (a# h ine^icIcia glo3al do sistema (b# h perda da capacidade da população de se adaptar ao meio
social/ de aceitar a dor e o so^rimento/ por causa da medicalização da !ida (c# ao mito de a medicina
aca3ar com a dor/ o so^rimento e a doença/ mito ue compromete a capacidade cultural dos "omens de
lidar com a !ida e a morte-
* li!ro de Hllic" se insere num de3ate ^undamental da sociologia e ue , assumido tanto pela
^enomenologia/ como pelo marXismo- a relação do indi!íduo com a sociedade e suas possi3ilidades
^rente aos esuemas coerciti!os- $sse de3ate c"ega a algumas a^irmaçfes ue EI se constituem em
aXiomas/ atra!,s de !Irios estudos- 2rimeiro ue a atenção m,dica não tem signi^icado necessariamente a
mel"oria de ualidade de saúde da população 9Mceo7n/ [Y:- Segundo/ ue o carIter dominador da
medicina tem induzido a prItica m,dica a ampliar cada !ez mais seu controle so3re o corpo/ os e!entos da
!ida "umana/ os ciclos 3iolKgicos e a !ida social 9%oltanski/ [Z[:- $ por ^im/ ue o pro^issionalismo
m,dico tem redundado principalmente na de^esa de pri!il,gios corporati!os e ser!ido mais para atender a
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) \
interesses econjmicos do ue para responder hs necessidades de sa(de da população 9%oltanski/ [Z[
Arouca/ [ZV )oyola/ [Y:-
A esses uestionamentos Eulgados ^undamentais/ Euntaram<se outros so3re a ,tica m,dica e so3re uma
concepção social mais a3rangente de saúdeFdoença- São pontos particularmente de^endidos por
^enomenKlogos para uem as relaçfes morais e culturais desempen"am papel ^undamental-
Junto com a crítica da descaracterização cultural/ por parte da instituição m,dica/ dos ^enjmenos da !ida
e da morte e da medica<lização da !ida/ os ^enomenKlogos propfem a necessidade de desen!ol!er uma
^iloso^ia da medicina ue le!a em conta os pro3lemas ,ticos dos eXperimentos e ser!iços re^erente h !ida
"umana e ue se resta3eleça na concepção de saúdeFdoença 9para ^ins m,dicos: a rele!ncia
antropolKgica entre religião e medicina 92elegrino? [Z\:-
Garcia comenta ue a partir de [\Y a literatura e congressos so3re ,tica m,dica cresceram
aceleradamente/
direitos in^luenciando
dos usuIrios do sistemamo!imentos
de saúde e dedarepúdio
sociedade
ao ci!il no sentido
domínio de criar
controlador do uma
sa3erconsci8ncia
e do ^azer dos
m,dicos- A partir dos anos ZR/ no mundo inteiro ^oram criadas comissfes de ,tica/ ^undamentais no
recon"ecimento de ue as pessoas t8m o direito de ser in^ormadas e participar do processo de re^leXão
so3re o ue acontece nos la3oratKrios/ nos "ospitais e nas clínicas-
*s ^enomenKlogos consideram ue a cura se 3aseia em !alores/ sím3olos e sistemas de signi^icados
compartil"ados nos seus grupos de re^er8ncia- São esses grupos ue protegem os indi!íduos contra as
grandes estruturas impessoais e anjnimas onde/ comenta Sc"utz/ eles se tornam um número- Ad!ogam
portanto uma re^orma do sistema de saúde ue le!e em conta os !alores culturais dos grupos/ seus
mediadores 9os peuenos grupos: e seus ecossistemas 9Manning e 0I3rega? [ZU Douglas? [Z:-
A partir das mesmas id,ias !ai se desen!ol!endo tam3,m uma lin"a "olística na concepção da
saúdeFdoença ue se uni^ica nos seguintes pontos? (a# a saúde tem ue ser pensada como um 3em<estar
integral? ^ísico/ mental/ social e espiritual (b# os indi!íduos de!em assumir sua responsa3ilidade
inalienI!el ^rente hs uestfes de sua saúde (c# as prIticas da medicina "olística de!em aEudar as pessoas
\Q M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
a desen!ol!er atitudes/ disposiçfes/ "I3itos e prItica ue promo!am seu 3em<estar integral (d# o sistema
de saúde de!e ser reorientado para tratar das causas am3ientais/ comportamentais e sociais ue pro!ocam
a doença (e# as pessoas de!em se !oltar para a "armonia com a natureza/ utilizar prIticas e meios
naturais de tratamento 9Garcia? [YU/QY<UR:-
*s resultados prIticos das concepçfes ^enomenolKgicas so3re o setor Saúde t8m sido? (a# um
uestionamento so3re o papel do $stado e das grandes instituiçfes m,dicas (b# incremento dos peuenos
grupos pri!ados e !oluntIrios re^erentes h uestão da saúde (c# recon"ecimento de modalidades
alternati!as de eXpressão e de tratamento de saúde (d# aparecimento de no!as ^ormas institucionalizadas
de saúde pú3lica com3inadas com associaçfes !oluntIrias atenção primIria autocuidado uso da
medicina tradicional participação comunitIria educação e saúde !inculadas h pesuisa<ação-
A crítica h a3ordagem ^enomenolKgica no campo da saúde !eio particularmente dos marXistas/
compan"eiros
a3riram depara
o ^lanco camin"ada dos primeirose momentos-
uma reacomodação Segundo eles/
posterior assimilação e usoaspelo
propostas
$stadodos ^enomenKlo<gos
capitalista/ das
alternati!as em uestão- Assim/ em lugar de radicalizarem mudanças/ tornaram<se conser!adores-
Com relação ao arca3ouço teKrico/ a principal crítica marXista , de ue a estrutura social , captada de
^orma unilateral pela ^enome<nologia- Ao en^atizar a autonomia dos indi!íduos/ dos peuenos grupos/ dos
sistemas de crença e !alores/ os ^enomenKlogos descon"ecem as 3ases sociais dos !alores e crenças e o
carIter de totalidade/ "istoricamente construído/ das relaçfes de dominação econjmico<política e tam3,m
ideolKgica do sistema capitalista-
Com relação h uestão ,tica/ a ^enomenologia assume como a3soluto o componente ,tico da relação
ci8ncia<moral- * marXismo a^irma ue a ,tica e a ci8ncia são duas ^ormas de consci8ncia em relação
dial,tica com as condiçfes materiais de sua produção- Desta ^orma su3mete h crítica tanto uma como
outra-
Juan C,sar Garcia c"ama a tenção para o ^ato de ue as proposiçfes ^enomenolKgicas t8m sido
tomadasnos países capitalistas tanto centrais como peri^,ricos para uma reorganização do sistema de
saúde 9e de outros setores sociais:?
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) \U
;4o terreno da prItica m,dica;/ diz ele/ ;surgem programas alternati!os de autocuidado de
saúde/ atenção primIria por pessoal não pro^issional/ re!italização da medicina tradicional/ etc-
A maioria destas eXperi8ncias e os princípios so3re os uais se sustentam ^oram apropriados
pelo $stado na maioria dos países da Am,rica )atina na d,cada de ZR/ ao mesmo tempo em ue
se reduziam/ de ^orma relati!a/ os orçamentos estatais para a Irea social; 9[YU/Q:-
Garcia argumenta ue isso acontece pai passu com a crise ^iscal do $stado e com a crise
econjmica capitalista/ cuEa resposta hs crescentes necessidades da população , a adoção de
alternati!as 3aratas ue oneram mais uma !ez os usuIrios das políticas sociais?
; uma tentati!a de con!erter o consumidor da assist8ncia m,dica em pro!edor desta/ atra!,s
do auto<cuidado e da sua participação nas estruturas intermediIrias-; Conclui Garcia? ;*
desen!ol!imento
como determinadoeconjmico social , entendido
pelo in!estimento _ dentro
pri!ado gerador deste corpo
de riueza e pelateKrico
aEuda reacionIrio
!oluntIria/ _
contri3uinte do 3em<estar social; 9Garcia? [YU/UR:-
Concluindo/ cremos ue os uestionamentos da teoria ^enome<nolKgica no campo da saúde t8m
sido ^undamentais e podem ser recuperados dialeticamente na medida em ue se articulem suas
anIlises hs 3ases sociais de produção dos sistemas econjmicos/ políticos e ideolKgicos- 2or,m
sua !isão unilateral ue a3solutíza os !alores>e crenças dos grupos e a autonomia do indi!íduo
so3re a sociedade aca3a por gerar o ue nega desde o início? a assimilação interessada do
$stado de suas propostas ,ticas e morais-
Al,m disso/ essa corrente de pensamento enuanto campo de in^lu8ncia ideolKgico<política
pode ter importncia trans^ormadora se esti!er articulada com categorias mais gerais ue
re^litam mudanças no mundo material/ isto ,/ com as trans^ormaçfes econjmicas ue
acontecem no sistema capitalista atual- As a3ordagens alternati!as na Irea da Saúde/ propiciadas
pela ^enomenologia/ são "oEe de
\ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
tal importncia/ ue se tornou impossí!el descon"ec8<las enuanto ^enjmenos de uestionamento dos
paradigmas dominantes- Seu eclodir não se dI em !ão/ ^az parte de um mo!imento geral teKrico e prItico
de 3usca de saídas para a crise em ue se mergul"ou o mundo pragmItico- cedo ainda para a!aliar a
contri3uição positi!a ou negati!a dos resultados da ^enomenologia na Saúde- $la deiXou de ser apenas
lin"a de pensamento? trans^ormou<se em mo!imentos sociais ; alternati!os; ue estão aí/ eXistem e se
multiplicam- Mostram acima de tudo ue nen"uma corrente de pensamento eXiste e se desen!ol!e
independente das uestfes prIticas ue l"e coloca a realidade social-
* MA5HSM*
A o3ra de MarX , coerente com o princípio 3Isico de sua metodologia de in!estigação cientí^ica? tem a
marca da totalidade- 2or isso mesmo/ uma das pol8micas so3re a contri3uição de seu tra3al"o para as
Ci8ncias Sociais se de!e ao ^ato da di^iculdade de catalogI<la como 0iloso^ia/ 6istKria/ $conomia/
Sociologia
$sse carIteroudeAntropologia-
a3rang8ncia/ ue tenta/ a partir de uma perspecti!a "istKrica/ cercar o o3Eeto de
con"ecimento atra!,s da compreensão de todas as suas mediaçfes e correlaçfes/ constitui a riueza/ a
no!idade e a propriedade da dial,tica marXista para eXplicação do social- Goldmann 9[YR: atri3ui esse
carIter cienti^icamente totalizante da o3ra de MarX hs grandes uestfes ue ele se coloca no plano teKrico
e de como as !incula h utilidade e hs necessidades "umanas-
Constitui uma tare^a gigantesca e pro^unda a aproXimação do pensamento de MarX e dos marXistas ue
tentaram re^letir so3re o "omem e a sociedade- Como nosso escopo especí^ico neste tra3al"o se re^ere h
compreensão das correntes de pensamento e metodologias ue t8m in^luído nas anIlises e nas prIticas do
setor Saúde/ , por esse !eio ue analisaremos o marXismo- Daremos 8n^ase h sua a3ordagem/ ue ,
dial,tica/ das relaçfes entre o indi!íduo e a sociedade/ entre as id,ias e a 3ase material/ entre a realidade e
a sua compreensão pela ci8ncia/ e hs correntes ue en^atizam o suEeito "istKrico e a luta de classes-
Dentro da perspecti!a marXista como sociologia do con"ecimen<
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) \V
to/ os princípios ^undamentais ue eXplicam o processo de desen!ol!imento social/ podem ser resumidos
nos termos? mateialismo $ist!ico e mateialismo dialético.
$nuanto o materialismo "istKrico representa o camin"o teKrico ue aponta a dinmica do real na
sociedade/ a dial,tica re^ere<se ao m,todo de a3ordagem deste real- $s^orça<se para entender o processo
"istKrico em seu dinamismo/ pro!isoriedade e trans^ormação- %usca apreender a prItica social empírica
dos indi!íduos em sociedade 9nos grupos e classes sociais:/ e realizar a crítica das ideologias/ isto ,/ do
im3ricamento do suEeito e do o3Eeto/ am3os "istKricos e comprometidos com os interesses e as lutas
sociais de seu tempo- Como se pode perce3er/ esses dois princípios estão pro^undamente !inculados/
nauele sentido EI ad!ertido 9e citado anteriormente: por )8nin? ;* m,todo , a prKpria alma do
conteúdo;-
)o7y pre^ere usar indistintamente os termos? dial,tica marXista/ materialismo dial,tico/ materialismo
"istKrico
9[Y\/ e ^iloso^ia
QV:- ComentadaueprIXis
Eulga9este último/ umalimitar
empo3recedor denominação gramsciana:
a de^inição paraaos
do marXismo se re^erir ao marXismo
dois conceitos ue
colocamos no início- &odos os termos citados/ diz ele ;apontam para elementos do m,todo marXista;- Sua
o3ser!ação particular , a de preser!armos o ue "I de essencial no pensamento marXista/ o seu carIter
"istKrico? ;o "is<toricísmo , o centro/ o elemento motor/ a dimensão dial,tica e re!olucionIria do m,todo;
9[Y\/ Q\:-
Com relação h dimensão mateialista, )o7y 9[Y\:/ Goldmann 9[YR:/ %ottomore e 5u3el 9[\:/ Adam
Sc"a^^ 9[\Z: insistem em mostrar ue ela não constitui/ em si/ a maior no!idade do marXismo- * prKprio
MarX/ tomando a "istKria como centro/ tem um diIlogo com os ue ele denomina ;materialistas
!ulgares;/ os contrapfe aos ;ideKlogos alemães;/ e critica a am3os?
;2ara os materialistas !ulgares a produção real da !ida aparece como não<"istKrica/ ao passo ue o
"istKrico , mostrado h !ida comum supraterrestre; 9[ZU/ QZ:-
$ completa re^erindo<se aos idealistas?
\\ tyC&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
;A ^iloso^ia "egeliana da "istKria , a última conse8ncia/ le!ada h sua eXpressão mais pura/ de toda
"istoriogra^ia alemã ue pretende !er não os interesses reais nem seuer políticos/ mas os pensamentos
puros ue ine!ita!elmente aparecem--- como uma s,rie de pensamentos ue de!oram uns aos outros at,
serem engolidos pela ;autoconsci8ncia; 9[Y/ V:-
(m eXame do pre^Icio Contibuição : Ctica da Economia 'oltica 9[ZU: nos mostra ue a eXpressão
;material; em MarX , usada simplesmente para designar as condiçfes primIrias da !ida "umana- Suas
eXpressfes? ;!ida material;/ ;condiçfes materiais de eXist8ncia;/ ;^orças materiais de produção;/
;trans^ormação das condiçfes materiais de produção; estão relacionadas com uma "istoriogra^ia- .isam a
promo!er uma interpretação cientí^ica das trans^ormaçfes sociais ue 3aiXam do c,u para a terra/ isto ,/
das id,ias como ^onte/ para o "omem<natureza<sociedade como geradores- 4este sentido sua
"istoriogra^ia , uma ;sociologia "istKrica;/ con^orme a eXpressão de Goldmann 9[YR:-
%ottomore
;A e 5u3el
8n^ase ue comentam
ele da!a so3re
h estrutura a especi^icidade
econjmica do ;mate<rialismo;
na sociedade em MarX?
não era no!idade- Sua contri3uição pessoal
nessa es^era ^oi o conteXto dentro do ual discutiu a estrutura econjmica? o conteXto do desen!ol!imento
"istKrico do tra3al"o "umano como relação primIria entre "omem<natureza e entre os "omens e seus
semel"antes- * tra3al"o de MarX con^orme ele mesmo disse/ antes de tudo era uma no!a "istoriogra^ia/ e
seu interesse dominante era a trans^ormação "istKrica; 9[\/ U:-
São dois os conceitos ^undamentais ue resumem o materialismo dial,tico/ conceitos ue carregam um
alto grau de totalidade? Modo de 'odução e 7omação Social.
* )ossa efle*!o a+$i ass$ida so%e o a*iso se #olo#a $a osi!o #í&i#a ao a*iso al&/$sseíao +$e e0a a
/is&ia e+$a&o #os&$!o /$aa si0ifi#a&ia e o s$jei&o so#ial a !o se #oo "efei&o il$sio de es&$&$as
ideol0i#as".
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) \Z
0iora!ante resume assim o conceito de Modo de 'odução% (a# uma estrutura glo3al ^ormada por
estruturas regionais 9ou instncias:/ ou seEa/ uma estrutura econjmica/ uma estrutura Eurídico<política
uma estrutura ideolKgica/ (b# uma estrutura glo3al na ual eXiste sempre uma estrutura regional ue
domina as demais- $sta dominncia de ualuer uma das instncias se dI "istoricamente (c# uma
estrutura glo3al na ual , sempre o ní!el econjmico ue determina as outras instncias 9[ZY/ UUss:-
Modo de 'odução, na !erdade/ , um conceito a3strato ^ormal ue não eXiste na realidade/ mas pretende
ser um modelo teKrico de aproXimação da realidade- A ele MarX associa o de 7omação Social ue se
re^ere hs dimensfes dinmicas das relaçfes sociais concretas numa sociedade dada-
A 7omação Social se constitui numa unidade compleXa de articulação das !Irias instncias da
organização social ue pode conter !Irios modos de produção/ entre os uais um , dominante e determina
os outros 90iora!ante? [ZY/ U:- 2ode ser entendida como a realidade ue se ^orma processualmente na
"istKria/
de seEa ela mais
uma ^ormação ouinclui
social menostanto
organizada ou institucionalizada/
as mudanças e tansfomaç1esmacro
comoouasmicrossociolKgi<ca-
perman8ncias e suas*^ormas
estudo
estruturais- dentro do conceito a3rangente de 7omação Social ue podemos analisar/ numa
determinada sociedade/ o desen!ol!imento das ^orças produti!as e as relaçfes sociais de produção as
classes sociais 3Isicas e a luta de classes a di!isão do tra3al"o as ^ormas de produção/ circulação e
consumo de 3ens a população as migraçfes o $stado o desen!ol!imento da Sociedade Ci!il as
relaçfes nacionais e internacionais de com,rcio/ de produção e de dominação as ^ormas de consci8ncia
real e possí!el dos di^erentes grupos sociais e por ^im o ;modo de !ida;/ conceito ue em MarX estI
!inculado a ;modo de produção;-
Como o o3Eeti!o principal do tra3al"o estI re^erido hs uestfes metodolKgicas/ daremos 8n^ase h
compreensão da dial,tica/ !ista so3 o prisma de alguns autores marXistas ue pri!ilegiam uma no!a
"istoriogra^ia e recon"ecem a autoria do suEeito social-
A "ipKtese ^undamental desse conEunto de autores marXistas , de ue nada eXiste eterno/ ^iXo e a3soluto-
2ortanto não "I nem id,ias/
\Y M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
nem instituiçfes e nem categorias estIticas- &oda !ida "umana í social e estI suEeita a mudança/ a
trans^ormação/ , perecí!el e por issc toda construção social , "istKrica-
Di^erentemente dos positi!istas ue 3usca!am as leis in!ariI!eis da estrutura social para conser!I<la/ a
lKgica dial,tica introduz ru compreensão da realidade o princípio do con^lito e da contradiçã? como algo
permanente e ue eXplica a trans^ormação-
4ada se constrKi ^ora da "istKria- $la não , uma unidade !azia c/ estItica da realidade mas uma totalidade
dinmica de relaçfes u<eXplicam e são eXplicadas pelo modo de produção concreto- Hsto ,/ c ^enjmenos
econjmicos e sociais são produtos da ação e da interaçãc da produção e da reprodução da sociedade pelos
indi!íduos-
2or isso Goldmann/ retomando o pensamento de MarX/ coloca er p, de igualdade e de reciprocidade a
"istKria e a sociologia- ;&oe ^ato social , im ^ato "istKrico; diz ele 9[Y[? Z:- Aconsel"a/ corr-? norma
metodolKgica
uma para
ci8ncia doí as Ci8ncias
^atos "istKricosSociais/
ue nãoa3andonar toda auma
pode ser senão sociologia e >oda
sociologia a "istKria
"istKrica a3strata
ou uma para alcançar
"i^tKria
sociolKgica- * interesse central de tal ci8ncia , o ^ato de ue os seres "umanos não são apenas obJeto de
in!estigação/ mas pessoas com as uais agimos em comum? são suJeitos em relação- Diz Goldmann?
;A de^ormação cientí^ica não começa uando se tenta aplicar ao estudo das comunidades/ m,todos das
ci8ncias ^ísico<uímicas/ mas se encontra no ^ato de se considerar essa comunidade como o3Eeto de
estudo; 9[YR/ QQ:-
2ara Goldmann/ a !ida social constitui o único !alor comum ue reúne os "omens de todos os tempos e
de todos os lugares- Hnsiste em di^erenciar a no!a "istoriogra^ia ou sociologia marXista ue tem como
o3Eeto/ tanto em< relação ao passado como ao presente? (a# a compreensão das atitudes ^undamentais dos
indi!íduos e dos grupos em ^ace dos !alores/ da comunidade e do uni!erso (b# a compreensão das
trans^ormaçfes do suEeito da ação no relacionamento dial,tico _ Fmundo e da sociedade "umana/
^azendo a síntese entre o ^%%%tio e o presente (c# como conse8ncia/ a compreensão das
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) \[
açfes "umanas de todos os tipos e de todos os lugares ue ti!eram impacto na eXist8ncia e na estrutura de
determinado grupo "umano/ e mais glo3almente/ na sociedade "umana presente e ^utura 9[YR? QR<QU:-
Goldmann englo3a na sua de^inição de o3Eeto/ a "istKria e os ^enjmenos/ a ní!el coleti!o ou indi!idual-
(ltrapassa e ^az a síntese entre a "istoriogra^ia tradicional ue dI 8n^ase h ação dos go!ernantes/ líderes/ e
auela ue le!a em conta as determinaçfes do modo de produção e o papel da coleti!idade/ do po!o/
uase sempre deiXado de lado na !isão positi!ista 9[YR/ Q:-
4a perspecti!a da dial,tica marXista/ tudo o ue ultrapassa o indi!íduo para atingir a !ida social constitui
acontecimento "istKrico- )o7y comenta ue MarX considera!a a "istKria do mundo tam3,m do ponto de
!ista daueles ue a ^azem sem ter a possi3ilidade de pre!er as c"ances de seu sucesso 9[YV/ ZR:-
;* ue 3aseamos na compreensão das ^ormas "istoricamente di^erentes de !i!er em comum;/ diz
Goldmann/ ;, a >signi^icação "umana>/ impossí!el de ser compreendida ^ora da estrutura social; 9[YR/
Q:- 2orue na
necessidade Ktica
e da açãoda"umana
dial,tica/
noameio
consci8ncia
sensí!el/senaconce3e/ desde
natureza/ a srcem/aos
em relação como um"omens/
outros produto dentro
social da
de
determinadas condiçfes de produção-
Goldmann recon"ece e recupera dialeticamente o m,rito da ^e<nomenologia ue nos lem3ra a
importncia/ para as Ci8ncias Sociais/ dos signi^icados dados pelos atores sociais a seus atos e aos
acontecimentos ue consideram rele!antes/ isto ,/ hs moti!açfes/ aos o3Eeti!os perseguidos e aos ^ins
!i!idos em comunidade-
Mas/ a seguir/ Goldmann distingue o marXismo da ^enomenolo<gia/ criticando a sua postura apenas
descriti!a e compreensi!a dos ^enjmenos/ atitude contrIria h dial,tica- 2ara ele/ as Ci8ncias Sociais t8m
ue a3ranger? (a# a compreensão da consci8ncia dos agentes sociais (b# tam3,m os ^atores sociais
ine!itI!eis/ seEam uais ^orem as intençfes dos atores sociais e as signi^icaçfes ue eles l"es atri3uam-
4outras pala!ras/ a anIlise sKcio<"istKrica de!e dar conta da coer8ncia e da ^orça criadora dos indi!íduos
e da relação entre as consci8ncias indi!iduais e a realidade o3Eeti!a-
A segunda tese ^undamental da dial,tica marXista , o carIter to<
ZR M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
tal da eXist8ncia "umana e da ligação indissolú!el entre "istKria dos ^atos econjmicos e sociais e a
"istKria das id,ias- A partir dessa perspecti!a o conceito de totalidade , utilizado tam3,m como um
instrumento interpretati!o pelo ual se !isa a compreender/ não a identidade ou o padrão de in!arincia
9como no ^uncionalismo: da realidade social/ mas as di^erenças na unidade/ tais como são engendradas
numa realidade determinada- 2ortanto/ no processo de pesuisa/ 3usca reter a eXplicação do particular no
geral e !ice<!ersa- JoEa c"ama nossa atenção/ repetindo )8nin/ ue o particular não eXiste senão na
medida em ue se !incula ao geral e o geral sK eXiste no particular e atra!,s dele- 2ortanto o princípio
metodolKgico da totalidade nos le!a a?
;Apreender os ^enjmenos em sua auto<relação e "etero<relação/ em suas relaçfes com a multiplicidade de
seus prKprios ngulos e de seus aspectos intercondicionados/ em seu mo!imento e desen!ol!imento/ em
sua multiplicidade e condicionamento recíproco com outros ^enjmenos ou grupos de ^enjmenos; 9JoEa?
[\/signi^ica
Hsso VV:- metodicamente?
_ compreender as di^erenças numa unidade ou totalidade parcial
_ 3uscar a compreensão das coneXfes orgnicas/ isto ,/ do modo de relacionamento entre as !Irias
instncias da realidade e o processo de constituição da totalidade parcial
_ entender/ na totalidade parcial em anIlise/ as determinaçfes essenciais e as condiçfes e e^eitos de sua
mani^estação-
A perspecti!a totalizadora , "eurística porue re^lete relaçfes reais/ isto ,? (a# ao mesmo tempo ue !8 a
realidade o3Eeti!a como um todo coerente (b# compreende e analisa as partes do todo foado
correlaçfes concretas de conEuntos e unidades sempre determinadas- $la a^irma os princípios da
comple8idade e da difeenciação.
* prKprio MarX nos a!isa?
&3 preciso ue/ em cada caso particular/ a o3ser!ação empírica coloue necessariamente/ em rele!o _
empiricamente e sem
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) Z
ualuer especulação ou misti^icação _ a coneXão entre estrutura social/ política e produção; 9[Y/ UV:-
2or outro lado a !isão de totalidade nos mostra ue não "I pontos de partida a3solutamente de^initi!os-
Goldmann/ citando 2ascal/ ;a última coisa ue se encontra ao ^azer uma o3ra , a compreensão do ue se
de!e colocar em primeiro lugar; nos diz ue/ ;nunca se pode c"egar a uma totalidade ue não seEa ela
mesma elemento ou parte; 9[\Z/:-
Sua posição se de!e h prKpria característica dinmica do m,todo dial,tico cuEa ^undamentação , o
pensamento !i!o e o carIter inaca3ado tanto da "istKria como da ci8ncia em constante de!ir- Hsso ^az ue
o con"ecimento da realidade/ ;seEa uma perp,tua oscilação entre o todo e as partes ue de!em se
esclarecer mutuamente; 9[\Z/ :-
no interior da concepção de totalidade dinmica e !i!a ue se coloca o princípio de união dos contrIrios
ue contrapfe a dial,tica a ualuer sistema maniueísta ou positi!ista- 2ara se re^erir ao mo!imento
interno da
;Sendo realidade
então todas asso3 o ponto
coisas de !ista
causadas a ue nos re^erimos/
e causadoras/ aEudadas Goldmann
e aEudantes/recorre mais
mediata uma !ez a 2ascal?
e imediatamente/ e
todas se relacionando por um !ínculo natural e sensí!el ue liga as mais a^astadas e as di^erentes/ creio
ser tão impossí!el con"ecer as partes sem con"ecer o todo/ como con"ecer o todo sem con"ecer as partes;
9[\Z/: 92ascal/ 'ensée, ^rase ZU:-
*ra/ o princípio de união dos contrIrios a3range as totalidades parciais e as totalidades ^undamentais- Hsso
signi^ica perce3er ue eXiste uma relação dial,tica?
(a# ente os fenFmenos e sua essncia, ente as leis e o fenFmeno. )ukIcs nos diz ue?
;$m relação ao mundo das leis/ o mundo dos ^enjmenos representa o todo/ a totalidade/ porue cont,m a
lei e al,m disso/ a rKpria ^orma ue se mo!e; 9[\Z/ QUQ:-
ZQ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
$ osik ad!erte<nos ue a realidade , a unidade do ^enjmeno e da ess8ncia?
;* ^enjmeno indica a ess8ncia e a esconde e sem a compreensão do ^enjmeno em suas mani^estaçfes/ a
ess8ncia seria inatingí!el; 9[\[/Q:-
(b# ente o singula e o uni*esal, ente o paticula e o geal% )8nin nos lem3ra ue ;o particular e o
singular não eXistem a não ser por sua participação no uni!ersal 9[VV/ QV:- Mas tam3,m ue o geral e
uni!ersal sK se realizam nas totalidades parciais o concreto aparece como um ponto de c"egada e como
ponto de partida/ não "I mediação sem imediato- nas determinaçfes particulares ue o m,todo !ai
3uscar o neXo eXplicati!o das totalidades concretas- * real como imediato por sua !ez/ reaparece
mediatizado/ pela teoria/ na totalidade ue o circunscre!e-
(c# ente a imaginação e a a@ão. As concepçfes teKricas da dial,tica marXista so3re o suEeito do
con"ecimento empen"am<se no com3ate tanto contra as tend8ncias ue eXageram a supremacia da razão/
como contra
o^erece o irracionalismo
uma imagem moderno-
mais grosseira ue)8nin
o real/comenta
tanto noue/ aodo
plano re^letir a realidade/
pensamento comoo do
con"ecimento
sentimento- Mas
recupera o papel da imaginação no pensamento cientí^ico/ ;seria ridículo negar o papel da imaginação
mesmo na ci8ncia mais rigorosa; 9[VV/ QY:
(d# ente a base mateial e a conscincia. Hsto ,/ eXiste uma correlação entre o modo de produção/ as
estruturas de classe e as maneiras de pensar- Mas a depend8ncia do mo!imento da consci8ncia social em
relação hs modi^icaçfes na 3ase econjmico<social não , unilateral? as modi^icaçfes na 3ase não
signi^icam mudanças mecnicas e imediatas na superestrutura e "I uma in^lu8ncia mútua e entre as
instncias- Do ponto de !ista da pesuisa/ esse mo!imento dial,tico entre id,ias e ^atos sKcio<econjmicos
traz algumas conse8ncias para as uais Goldmann nos ad!erte- Segundo ele/ 3asta estudar seriamente a
realidade "umana para sempre encontrar o pensamento/ caso se ten"a partido de seu aspecto material e os
^atos sociais econjmicos/ #aso se &e/a começado da "istKria das id,ias?
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) ZU
;2ara o pensador dial,tico/ as doutrinas ^azem parte integrante do ^ato social estudado e não podem ser
separadas a não ser por uma a3stração pro!isKria? seu estudo , indispensI!el para a anIlise do pro3lema-
Damesma ^orma a compreensão da realidade social e "istKrica constitui um dos elementos mais
importantes uando se !isa a compreender a !ida espiritual de uma ,poca; 9[YR/ V:-
(e# ente teoia e p"tica% eXiste uma integração entre esses dois termos- 4o marXismo a categoria 3Isica
de anIlise da sociedade , o modo de produção "istoricamente determinado- A categoria mediadora das
relaçfes sociais , o tabal$o, a ati!idade prItica- * tra3al"o constitui um aspecto particular da ordem
cultural mas tem !alor de determinação dessa ordem? , atra!,s do tra3al"o ue o reino da cultura se
so3repfe ao reino da natureza 9MarX? [Y/V:- 2or isso a teoria marXista , a teoria da ação "umana ue
ao mesmo tempo ^az "istKria e , determinada por ela? 3usca as trans^ormaçfes do suEeito da ação/ isto ,/
as trans^ormaçfes da sociedade "umana- Do ponto de !ista do processo de con"ecimento/ a ati!idade
"umana
;* , seu crit,rio
con"ecimento ue decisi!o- Con^ormedede^ine
estI em condiçfes )ukIcs?
apreender diale<ticamente as astúcias da e!olução sK , !Ilido
e e^icaz uando suas auisiçfes ^orem eXpedientes para a ação prItica cuEas eXperi8ncias !irão/ por sua
!ez/ enriuecer o con"ecimento e l"e ^ornecer uma ^orça sempre no!a; 9[\Z/ QUZ:-
na prIXis/ na perspecti!a dial,tica/ ue se dI a emancipação su3Eeti!a e o3Eeti!a do "omem e a
destruição da opressão enuanto estrutura e trans^ormação da consci8ncia- 4outras pala!ras/ a
trans^ormação de nossas id,ias so3re a realidade e a trans^ormção da realidade camin"am Euntas-
(f# ente o obJeti*o e o subJeti*o. A a3ordagem dial,tica considera parte da mesma totalidade o o3Eeto e o
su3Eeto- )ukIcs critica a ^ enomenologia ue coloca o su3Eeti!o uase como a3soluto- Comenta ue ela
miti^ica o mundo das sensaçfes como se ele ^osse o3Eeti!o e pudesse proclamar a eXist8ncia independente
da consci8ncia- Critica
; Wr&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
o m,todo ^enomenolKgico ue pretende partir dos dados imediatos da eXperi8ncia !i!ida sem analisar sua
estrura e condiçfes (G`6, \Z<ZR:- Goldmann ^az as mesmas restriçfes e acrescenta?
;* con"ecimento em sociologia/ se encontra no duplo plano do suEeito ue con"ece e do o3Eeto estudado
pois at, os comportamentos eXteriores são comportamentos de seres conscientes ue Eulgam e escol"em/
com maior ou menor li3erdade/ sua maneira de agir; 9[YR/ [Y:-
Mas tanto )ukIcs como Goldmann não compartil"am com o raciona<lismo h moda do s,culo .HHH e
H 9e de sempre: para uem a razão , a única instncia de con"ecimento adeuado- Sensação/
sentimentos/ eXperi8ncia !i!ida/ id,ia/ imaginação eram considerados elementos destinados a pap,is
su3ordinados senão enganadores na "ieraruia do material da ci8ncia social- As concepçfes teKricas
desses autores 9)ukIcs? [\Z/QV e Goldmann? [YR/Y: empen"am<se em com3ater tanto os eXageros
da supremacia da razão como dos su3Eeti!ismos/ assumindo a relati!idade dos ^atores o3Eeti!o e
su3Eeti!o/de
processo material e espiritual
con"ecimento e sua
e não unidade
apenas dial,tica-entre
da oposição &rata<se da relati!idade
su3Eeti!o e o3Eeti!o-intrínseca
&em a !eracom
todoaoprKpria
capacidade "umana de apreensão da realidade/ con^orme sugere )8nin?
;* ue di^iculta sempre , o pensamento porue ele separa e mant,m em distinção os momentos de um
o3Eeto ligados na realidade; 9[VV/ QV:-
)ukIcs nos ad!erte ue nossos con"ecimentos são apenas aproXimaçfes da plenitude da realidade e por
isso mesmo são sempre relati!os- 4a medida/ por,m/ em ue representam a aproXimação e^eti!a da
realidade o3Eeti!a ue eXiste independentemente de nossa consci8ncia/ são sempre a3solutos 9[\Z/ QUU:?
;* carIter ao mesmo tempo a3soluto e relati!o da consci8ncia ^orma unidade indi!isí!el- 9---: 4a medida
em ue as ci8ncias sociais escamoteiam a dial,tica do sentido a3soluto e relati!o do
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) ZV
con"ecimento/ amputando<o de aproXimação/ suprime<se a margem de li3erdade ^ilosK^ica da ati!idade
social; 9[\Z/ QUV:-
(g# ente indução e dedução% JoEa c"ama nossa atenção para o ^ato de ue na lKgica dial,tica indução<
dedução são o3rigatoriamente com<plementares e "armjnicas- 4ão podemos con"ecer uma coisa a não
ser decompondo<a/ para a seguir recompj<la/ reconstruí<la e reagrupar suas partes- AnIlise e síntese são
inseparI!eis/ mas para sintetizar com 8Xito , preciso analisar- 2ortanto sempre ue a indução parte do
essencial ela se con^unde com a dedução/ pois a anIlise deduti!a elimina as circunstncias e apresenta o
^enjmeno em sua simplicidade e essencialidade conceituai 9JoEa? [\/\\:-
4a !erdade/ JoEa a^irma a impropriedade dos termos induti*o, deduti*o, uando se tenta dar conta da
lKgica dial,tica?
;4a ordem do con"ecimento;/ diz ele/ ;aprendemos o essencial por meio do geral por ser este mais
/acessí!el e maneEI!el-
$ngels tam3,m Masaoo a3surdo
se re^ere geral sK ue
se realiza
, oporno particular;-
indução contra dedução como se indução não ^osse
raciocínio e/ portanto/ igualmente dedução?
;Hndução e dedução !ão necessariamente a par como síntese e anIlise- $m lugar de se destacar uma delas
como principal , preciso sa3er utilizI<las onde cou3erem e isso sK serI possí!el uando se ten"a em !ista
ue elas !ão a par e se completam reciprocamente; 9[VQ/ QUR:-
Como o3ser!ação ^inal so3re o princípio da totalidade na lKgica dial,tica/ permitimo<nos reproduzir
algumas o3ser!açfes de Sartre/ em )uestion de Mét$ode, pela sua plasticidade em descre!er o ue "I de
essencial nesse mo!imento?
;* marXismo a3orda o processo "istKrico com esuemas uni<!ersalizantes e totalizadores- 9---: Mas em
nen"um caso/ nos tra3al"os de MarX/ esta perspecti!a pretende impedir ou tornar inútil
Z\ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
a apreciação do processo como totalidade singular? ele tenta mostrar os ^atos no pormenor e no conEunto-
Se ele su3ordina os ^atos anedKticos h totalidade/ , atra!,s daueles ue pretende desco3rir esta- 9---:
Assim o marXismo !i!o , "eurístico? com relação h pesuisa concreta/ seus princípios e seu sa3er anterior
aparecem como reguladores; 9[YR/ QZ:- < <
As o3ser!açfes de Sartre t8m uma conotação "istKrica e uma ad!ert8ncia teKrica implícita contra os ue
tentam ^azer do marXismo uma doutrina ou um pensamento especulati!o em relação h realidade- $sse
a^astamento do empírico tem constituído prItica acad8mica de muitos ue se dizem marXistas- A crítica
daí decorrente/ tanto de dentro do prKprio marXismo como a partir de outras correntes de pensamento/ , a
da perda do mo!imento dial,tico da prItica cientí^ica- Muitos marXistas/ na sua ati!idade intelectual/
trans^ormaram o processo de con"ecimento em mera procura de ^atos e situaçfes empíricas capazes de
pro!ar as !erdades contidas nos esuemas a3stratos de determinaçfes gerais/ diz<nos &"iollent 9[YQ/
Q[:- 2ortanto/
acontecer ainda
, uma ue ue
prItica ten"amos mostrado
não depende as características
apenas 3Isicas
de con"ecimento da metodologia
t,cnico/ mas de umadial,tica/ o seu
postura intelectual
e de uma !isão social da realidade-
Puando/ do ponto de !ista marXista/ a3ordamos a uestão da saúdeFdoença assim como a medicina e as
instituiçfes m,dicas/ esses ^enjmenos são colocados em relação com a totalidade social e com cada uma
de suas instncias dentro da especi^icidade "istKrica de sua mani^estação- Saúde=Doença passam a ser
tratadas não como categorias a<"istKricas mas como um processo ^undamentado na 3ase material de sua
produção e com as características 3iolKgicas e culturais com ue se mani^estam- São !istas como
mani^estação tanto nos indi!íduos como no coleti!o/ ;de ^ormas particulares de articulação dos processos
3iolKgicos e sociais no processo de reprodução- Assim/ o indi!idual/ da mesma ^orma ue o coleti!o/ são
^enjmenos 3iolKgicos socialmente determinados; 9Castellanos? [YV/ R:-
4o entanto/ como na anIlise de ualuer outro setor/ os estudos marXistas relati!os h saúde e hs
instituiçfes m,dicas não t8m unanimidade na a3ordagem- Garcia os di!ide entre os ue en^atizam o
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
desen!ol!imento das ^orças produti!as e os ue acentuam a dinmica "istKrica das relaçfes de produção
9[YU/RZ:-
4o primeiro caso/ Garcia cita os estudos de Stern/ Sigerist e Milton &"erry 9[YU/U:- $sses autores/
ainda ue pioneiros na leitura da saúde so3 o en^oue marXista nos $stados (nidos/ não conseguem
romper as 3arreiras do positi!ismo- .eiculam uma !isão desen!ol!i<mentista da tecnologia prKpria da
medicina o^icial e uma crença na possi3ilidade de domínio/ pelos cientistas do setor/ das doenças e da
morte- A ^al"a particular de suas anIlises reside na !isão idealista e tecnolKgica da medicina- Ao mesmo
tempo t8m di^iculdade de perce3er as relaçfes de desigualdades sociais/ de supereXploração/ da
depredação da ^orça de tra3al"o e da pouca e^icIcia dos atos m,dicos em relação hs condiçfes gerais da
produção capitalista-
Suas o3ras !eiculam tam3,m uma legitimação a3soluta da medicina em relação hs alternati!as mIgico<
religiosas
!isão e tradicionais
3astante da população- Desta
economicista<tecnocrItica ue^orma os tra3al"os/
os aproXimam particularmente
do positi!ismo e das de Stern/dominantes
crenças re^letem uma
do
papel da medicina em relação h construção do processo social 9Garcia? [YU/:-
Dentre os autores ue acentuam as relaçfes de produção como o elemento dinmico e essencial da
realidade social em relação ao tema da saúde/ Garcia destaca 2olack 9[YU/\: na 0rança com sua o3ra
Medicina do Capital. $ste li!ro ressalta o ^ato de/ no capitalismo/ a uestão da saúdeFdoença das
di^erentes classes sociais estar marcada pela lKgica do lucro/ da produção e reprodução do sistema- Seu
marco de anIlise segue de certa ^orma as ;teorias reproduti!istas; ue descon"ecem as lutas de classes
como centro da dinmica social e portanto não encontram saída para os esuemas de dominação- Seu
tra3al"o re^lete o ar de contestação da intelectualidade ^rancesa do mo!imento de maio de [\Y- $m3ora
ataue o economicismo/ cai nas tramas do estruturalismo- Minimiza ou omite as contradiçfes ue
permitem h classe tra3al"adora encontrar respostas "istKricas e ser protagonista/ mesmo dentro de sua
situação dominada-
4a Am,rica )atina/ )aurell 9[YU?UU<V[: mostra ue a a3ordagem marXista nasce Eunto com um
mo!imento muito mais amplo da sociedade/ a partir da d,cada de \R- &rata<se de uma contestação ao
sentido de progresso ue a industrialização dependente acarretou
ZY M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
nos países peri^,ricos- A modernização capitalista se traduziu na internacionalização acelerada do capital/
industrialização e ur3anização tam3,m aceleradas/ ^ortes migraçfes do campo para as cidades e uma
desigualdade a3issal entre os mais ricos e os mais po3res dos países em uestão-
Sem negar o papel/ o a!anço e as contri3uiçfes da medicina/ iniciou<se um mo!imento intelectual no
interior do setor saúde para 3uscar eXplicaçfes mais totais/ mais "istKricas e mais adeuadas para a
situação de mor3imortalidade das populaçfes dos países latino<americanos- 4esse es^orço/ não se pode
separar o la3or teKrico e a luta política ue se desen!ol!eram pai passu, tanto no setor saúde como no
mo!imento social/ para uma no!a leitura e uma no!a postura dos pro^issionais t,cnicos e intelectuais da
Irea-
4unes 9[YV: se re^ere ao ^ato de ue , a partir da d,cada de ZR ue cresce na Am,rica )atina a
recorr8ncia ao materialismo "istKrico e dial,tico para eXplicar o ^enjmeno da saúdeFdoença- *s estudos
partem
da da premissa
saúdeFdoença e osdetipos
ue de
a posição de classe
patologias eXplicaem
dominantes mel"or ue ualuer
determinada ^ato 3iolKgico a distri3uição
sociedade-
$ssas anIlises realizam uma crítica radical aos euí!ocos positi!istas e desen!ol!imentistas/ mostrando?
(a# ue o a!anço cientí^ico e tecnolKgico da medicina não tem correspondido h mel"oria de saúde das
sociedades em seu conEunto (b# ue a distri3uição dos ser!iços estI em razão in!ersa das necessidades da
grande maioria da população dos países latino<americanos (c# neste ponto a crítica atinge tam3,m os
^enomenKlogos? ue a prItica e o sa3er m,dicos ^azem parte da dinmica das ^ormaçfes sKcio<
econjmicas e , no interior delas/ ue podem ser eXplicados como ^enjmenos "istKricos especí^icos/ mas
correlacionados com o processo social glo3al- *s estudos so3 o en^oue do materialismo "istKrico
a3rangem as uestfes de saúde e sociedade/ políticas pú3licas/ planeEamento e administração/ concepçfes
de saúdeFdoença/ anIlises institucionais/ saúde e processo de tra3al"o e uestfes metodolKgicas- Dentre
os autores citamos alguns ue são re^er8ncias o3rigatKrias uando se toca na uestão? Arouca 9[ZV:
Donnangelo 9[Z\: 2ossas 9[Y: &am3ellini 9[ZV: )aurell 9[ZY [YU [Y\ [YZ: %reil" e Granda
9[Y\:
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) Z[
Garcia 9[Y [YU: Cordeiro 9[YR: *li!eira e &eiXeira 9[YV: 4unes 9[Z\ [YU [YV: Mendes
Gonçal!es 9[Z[:-
4unes 9[YV: assinala ue , tam3,m na d,cada de ZR ue o campo de re^leXão so3re a saúde se a3re para
as ci8ncias políticas em particular/ mas tam3,m para outras Ireas de ci8ncias sociais como educação/
nutrição/ ser!iço social/ Eunto com a sociologia e a antropologia _ desta !ez com outras preocupaçfes
ue a !isão positi!ista não a3rangia- Hsso se de!e a !Irios ^atores? (a# a deterioração das condiçfes de !ida
de contingentes imensos da população aglomerados nas cidades/ passou a le!antar uestfes e a eXigir
respostas mais amplas ue a de^inição apenas 3iolKgica da doença !o consegue eXpressar (b# uma
crescente consci8ncia social de ue a l$&a ela saúde ^az parte da construção da cidadania (c# e a certeza/
&a%2 por parte dos go!ernos instituídos/ de ue a saúde , um &ea de grande interesse político-
4o %rasil e na Am,rica )atina o o3Eeto tradicional denominado Saúde 'ública passa a merecer
tratamento/proposta
pre!enção denominação e conotação
pelo $stado/ para oue o traz do
coleti*o, ueinespecí^ico ;pú3lico;
sugere direitos/ re^erente
situação h política
"istKrica/ de
comprometimento
de condiçfes de !ida social e uma crítica ao indi!íduo como responsI!el único por sua saúdeF doença- A
no!a disciplina e campo de inter!enção Saúde Coleti*a incorpora de^initi!amente as Ci8ncias Sociais no
estudo dos ^enjmenos saúdeF doença-
&eiXeira especi^ica o ue ela considera ;mudança ualitati!a; do en^oue proposto na medida em ue
trans^ere a 8n^ase dos copos biol!gicos para os copos sociais% grupos/ classes e relaçfes sociais
re^eridos ao processo saúdeFdoença?
;A possi3ilidade de constituição de um corpo especí^ico de con"ecimento denominado SA#D$ C*.$&H.A
encontra<se dado precisamente pela adoção do m,todo "istKrico<estrutural; 9[YV/[R:-
Cordeiro eXpressa assim a no!a !isão ue en^atiza o social/ o coleti!o e o carIter "istKrico ue marca os
modos de adoecer e morrer?
YR M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
;A doença em sua eXpressão normati!a da !ida/ como ^enjmeno indi!idual e em sua eXpressão coleti!a/
epidemiolKgica/ onde aduire signi^icado no conEunto das representaçfes sociais e nas rei!indicaçfes
políticas/ estI estruturada em uma totalidade social- Como ^orma adaptati!a da !ida/ resultante das
relaçfes dos grupos sociais entre si e com a natureza/ mediadas pelo processo de tra3al"o e doença tem
uma "istoricidade das relaçfes sociais _ econjmicas/ políticas e ideolKgicas _ ue se realizam nas
sociedades concretas; 9[YV/ [:-
2elo ^ato de a Irea da Saúde ser um campo ue necessariamente Eunta a teoria e a prItica de ^orma
imediata/ a posição marXista em relação hs outras correntes de pensamento 9positi!ismo e ^enomeno<
logia: toma o carIter de uma luta ideolKgica e política ue repercute nos mo!imentos sociais e tem a
in^lu8ncia deles em relação hs uestfes consagradas e emergentes-
So3 o ponto de !ista teKrico e metodolKgico a Saúde Coleti*a como o3Eeto de estudo estI em construção-
)aurell
tema com9[YU: re^ere<se
a imagem h di^iculdade
da ;caiXa do pensamento
preta;- Hsso de a3ranger
indica ao mesmo tempoeaapreender as relaçfes
necessidade e correlaçfes
de in!estimento do
tanto da
delimitação dos marcos conceituais como nos re^erenciais de a3ordagem-
Como o3Eeto de inter!enção/ o tema Saúde Coleti*a ^az parte de um mo!imento mais amplo ue inclui
no!a de^inição conceituai de Saúde=Doença e de Estado mpliado, correspondendo a 3usca de mudanças
ualitati!as para o continente/ incluindo conuistas sociais pro^undas para a maioria da população- 0az
parte tam3,m de um processo de re!isão e a!aliação de um sistema de saúde totalmente de^asado do
diagnKstico das necessidades e aspiraçfes da população-
Como preocupação metodolKgica/ o su3sistema ue maior 8n^ase e cuidados tem merecido dentro da
a3ordagem "istKrico<estrutural , a Saúde do 5abal$ado.Seu eiXo 3Isico , o 'ocesso de 5abal$o !isto
a partir das unidades de produção/ so3 o ponto de !ista "istKrico e como determinante para o desgaste e o
uadro de mor3idade dos tra3al"adores-
* último teXto de )aurell/ 'aa ei estúdio de Ia salud en su elaci!n
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) Y
con ei poceso de poducci!n 9[YZ: , um dentre uma s,rie de estudos onde a autora tenta a!ançar/ do
ponto de !ista especí^ico do processo de tra3al"o como ^onte de doença e de desgaste/ para a construção
de um instrumento de a3ordagem ue le!e em conta a especi^icidade "istKrica/ indicadores ue
correlacionam !ariI!eis do processo produti!o e as eXperi8ncias/ percepçfes e opinifes dos prKprios
tra3al"adores 9[YZ?<U:-
As contri3uiçfes das Ci8ncias Sociais para a construção do con"ecimento da Irea da Saúde dentro do
re^erencial "istKrico<estrutural/ por,m/ en^rentam alguns pro3lemas- As uestfes atinentes ao tema/ do
ponto de !ista do sa3er ou da prItica/ compartil"am do de3ate maior so3re a natureza das relaçfes entre
suEeito/ estrutura e sociedade "umana- A lin"a considerada por &eiXeira como o ;prKprio m,todo da saúde
coleti!a; 9[YV/ YZ: conce3e a trans^ormação como resultante das contradiçfes entre ^orças produti!as e
relaçfes de produção- Seu teKrico de maior renome/ Alt"usser/ resume assim a !isão so3re o suEeito e a
estrutura?
;A estrutura das relaçfes de produção determina os lugaes e as funç1es ue são assumidas pelos agentes
de produção ue não são mais do ue ocupantes destas funç1es. *s !erdadeiros >suEeitos> não são seus
ocupantes e ^uncionIrios 9---: contra todas as e!id8ncias do >dado> da antropologia ing8nua/ não são os
>indi!íduos concretos>/ os >"omens reais> mas a de^inição e a distri3uição destes lugares e destas ^unçfes-
*s !erdadeiros >suEeitos> são pois estes definidoes e estes distibuidoes% as relaçfes de produção;
9Alt"usser? [\\/VZ: 9gri^o do autor:-
A eleição das ;relaçfes t,cnicas; como suEeito traz em conse8ncia uma !isão por !ezes mecanicista e
^etic"izada da realidade contra a ual MarX nos pre!ine no seu teXto ;* 0etic"ismo da Mercadoria;
9MarX? / Capital, )i!ro H/ [Z/ Z[<YU:/ mostrando ue mesmo as relaçfes t,cnicas e econjmicas são
relaçfes sociais- $m Alt"usser o suEeito sK , considerado como ;e^eito ilusKrio das estruturas ideolKgicas;
9Anderson? [Y/ :-
4a Irea da Saúde os resultados das anIlises "istKrico<estruturais se ^azem sentir na escol"a das temIticas
macrossociais e nas prIticas
YQ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
ue pri!ilegiam mudanças ao ní!el dos arca3ouços políticos da dominação e da organização e
administração do setor- São pouco presentes os estudos ue/ a partir dos suEeitos sociais e de suas
representaçfes/ a!aliam e uestionam o sistema/ os ser!iços e as prIticas-
A introdução mais recente do re^erencial gramsciano no con"ecimento do setor tem ^eito e!oluir uma
lin"a de pensamento ue com3ina mel"or a anIlise das estruturas com o dinamismo prKprio das relaçfes
e representaçfes sociais- * conceito de $egemonia permite analisar as relaçfes entre as classes tam3,m
^ora do terreno da produção econjmica e tra3al"ar com os aspectos da direção cultural e política- Al,m
disso/ o uadro teKrico de Gramsci re!aloriza o campo ideolKgico não apenas como ^orma de dominação/
mas tam3,m de con"ecimento/ identi^icando o dinamismo/ a concreção e a "istoricidade das !isfes
di^erenciadas de mundo 9Gramsci? [Y:-
4a mesma lin"a de a3ertura do leue conceituai para o dinamismo da ação dos suEeitos na trans^ormação
das estruturas 9Anderson?
Aruimedes; "I outros autores cuEa marXista
[Y/QU: a3ordagemna teKrica
Irea dapermite camin"ar emas
saúde/ superando<se 3usca do ;ponto
dicotomias de as
entre
estruturas o3Eeti!as e as relaçfes su3Eeti!as-
A construção de re^erencial , o desa^io da no!a etapa de con"ecimento- * m3ito da totalidade tanto
conceituai como de aproXimação empírica de!eria a3ranger? (a# as condiçfes de produção das unidades
produti!as/ priorizando<se o processo de tra3al"o 9)aurell? [YU [Y\ [YZ: (b# as condiçfes gerais de
produção 9MarX? * Capital, )i!ro /-a seção/ [Z/ Q<VY )oEkine? [Y/R<U: (c# o papel central
da ação "umana na ^ormação das classes e no ad!ento e superação das estruturas 9&"ompson? [ZY
Anderson/ 2-? [Y/YR<QR: (d# a cultura como lugar de eXpressão das de^iniçfes tanto das relaçfes
essenciais como das especi^icidades dos grupos/ classes e segmentos 9.erret? [ZQ Gramsci? [Y
Goldmann? [YR:-
4o ue concerne a esse uadro de totalidade , necessIrio rede^inir os conceitos considerados c"a!es para
o con"ecimento da saúde? (a# * pocesso de tabal$o como locus pri!ilegiado das relaçfes de produção e
reprodução dessas relaçfes e !isto como matriz de ^ormação sKcio<econjmica/ política e ideolKgica e
portanto de luta de
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) YU
classe/ de dominação e de resist8ncia- $ssa de^inição eXtrapola auela ue dI 8n^ase apenas aos aspectos
t,cnicos e econjmicos/ e a3range a totalidade das relaçfes antagjnicas entre capital e tra3al"o no interior
do processo produti!o/ (b# As condiç1es geais de podução na relação imediata entre o processo de
produção e a estrutura social e política onde se dI a organização do espaço/ a distri3uição da riueza/ dos
euipamentos de !ida ur3ana e social/ isto ,/ as condiçfes de !ida e a inter!enção do $stado 9MarX? [Z/
Q<VY )oEkine [Y/QR<QQ:-
)oEkine nos ad!erte para o risco ue , di!idir/ como se ^ossem dois mundos di^erentes/ o da produção e o
do consumo- Hnsiste em mostrar a necessidade de unir os dois termos e recuperar/ para a anIlise/ o papel
da política estatal na regulação dos ^enjmenos sociais- * estudo das determinaçfes de!e contemplar o
!ínculo entre a política estatal e a socialização contraditKria das ^orças produti!as e das relaçfes de
produção-
5e^erindo<se
produti!as se ao ;ur3ano; com
relacionam )oEkine comenta
o espaço uere^eridas
dessas as ^ormasunidades/
de organização do espaço
e são/ antes ^oranada/
de mais das ^ormas
unidades
de
di!isão social e territorial do tra3al"o?
;Considerar a ur3anização como domínio do consumo/ do não<tra3al"o/ opor reprodução da ^orça de
tra3al"o a tra3al"o !i!o/ , retomar um dos temas da ideologia 3urguesa segundo a ual sK , ati!idade
produti!a a ati!idade de produção de mais<!alia; 9)oEkine? [Y/QQ:-
4outras pala!ras/ a aglomeração da população/ as di^erenciaçfes dos 3airros/ a localização dos meios de
consumo coleti!o 9euipamentos de saúde/ educação/ transporte/ cultura/ lazer etc-: não t8m leis
di^erentes dauelas ue regem a acumulação de capital- A es^era de produção/ consumo e troca estão em
permanente interação e são todos espaços "istKricos de in!estigação-
Como conse8ncia/ a con^iguração "istKrica do espaço 9ur3ano ou rural: ue congrega a produção e as
condiçfes gerais de produção , um locus demonstrati!o e e^eti!o das lutas de classe- 4ele se cristalizam
as contradiçfes entre as eXig8ncias do tra3al"o !i!o e as
Y M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
restriçfes a esse desen!ol!imento/ ue a lKgica da acumulação impfe-
2or sua !ez/ o $stado tem ue ser incorporado nas anIlises/ como um instrumento ue re^lete as
contradiçfes e as prKprias lutas de classes geradas pela segregação social- * $stado , uma ^orma
ampliada de socialização das condiçfes gerais de produção- 5ealiza? (a# a regulação social ue atenua os
e^eitos das desigualdades/ da eXclusão e da mutilação capitalista em relação hs classes tra3al"adoras (b# a
seleção/ a dissociação e a segregação dos recursos pú3licos destinados aos meios de consumo coleti!o
9euipamentos e ser!iços de saúde/ educação/ transporte/ saneamento/ lazer etc-: para a reprodução da
^orça de tra3al"o/ (c# / papel cental da luta de classes na tansfomação e no e*ento de no*as
estutuas% ue signi^ica a consideração da ação "umana e o papel do suEeito "istKrico no processo de
mudanças- A ação tem o carIter não sK de trans^ormar a natureza ao criar a possi3ilidade de eXist8ncia
mas tam3,m sustem e reproduz o suEeito e modi^ica a realidade das suas relaçfes sociais? Z
;4ão sK as
mudam/ condiçfes
pois trazem ho3Eeti!as
luz no!asseualidades
modi^icamuenoneles
ato daeXistiam/
reprodução 9---: mas tam3,m
en!ol!em<se os reprodutores
com a produção/
trans^ormam<se/ desen!ol!em no!os poderes e id,ias/ no!os modos de intercm3io/ n3!as necessidades e
no!as linguagens; 9MarX? [ZU9a:/ [:-
A signi^icação da ação do suEeito "istKrico em MarX não ignora o ^ato de ue os "omens não são Ir3itros
totalmente li!res de seus atos- 2elo contrIrio/ a leitura de seu pensamento deiXa claro ue o produto da
ati!idade pr,!ia 9os conteXtos sociais mesmo de !alores/ crenças e atitudes: representa limitaçfes so3re o
leue de opçfes do presente- 4o entanto/ em3ora a realidade seEa determinada em termos de seus
condicionantes anteriores/ a ação presente não sK não , determinada pela realidade como , capaz de
deiXar nela a sua marca trans^ormadora- As consideraçfes anteriores se conEugam com? (d# impot]ncia
da cultua como mediadoa ente a obJeti*idade das elaç1es dadas e o suJeito $ist!ico tansfomado.
Certamente o conceito de cultura sK pode ser entendido dentro de uma sociologia das classes ue seEa
su^iciente<
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) YV
mente a3rangente para perce3er? (a# o carIter de amplitude das !isfes dominantes e ao mesmo tempo a
recíproca aculturação ue se processa inter e intraclasses/ entre e intragrupos/ segmentos e categorias no
ue se concerne aos ^enjmenos sociais/ incluindo<se a saúde e a doença (b# a luta de classes como sendo
de^inida e eXplicitada nas estruturas e mecanismos econjmico<políticos ^ormais/ mas realizada tam3,m
nas matrizes essenciais de con^ormação do modo de !ida/ como a ^amília/ a !izin"ança/ os espaços de
lazer etc- 2ois a cultura enuanto produtora de categorias de pensar/ sentir/ agir e eXpressar de
determinado grupo/ classe ou segmento/ articula as concessfes/ os con^litos/ a su3ordinação e as
resist8ncias e l"es o^erece sentido- $la , um espaço de eXpressão da su3Eeti!idade/ mas , um lugar
o3Eeti!o com a eXpessura do cotidiano por onde passam e gan"am cor os processos políticos e
econjmicos/ os sistemas sim3Klicos e o imaginIrio social- $m relação h saúde/ a cultura/ !ista a partir dos
suEeitos indi!iduais ou coleti!os/ eXpressa a totalidade ^undamental do ser "umano ue se resume no
perene
;A conú3io
!isão entre corpo
da totalidade parte edomente/ mat,ria
indi*duo eale paticula,
espírito/ e porue
ue MarX tão 3em desco3re
a coleti*idade contana seguinte
cuJa citação?
sepaação de
si, eage o indi*duo, , a !erdadeira coleti!idade do "omem/ o se $umano& 9[ZQ/ ZV:-
2or,m/ a posição di^erenciada das classes/ categorias eFou segmentos sociais l"es con^ere uma ^orma
peculiar de perce3er/ de reagir e de lutar ^rente aos ^enjmenos ue dizem respeito a sua !ida e a sua
morte- 4esse particular ualuer anIlise de!e en^atizar as di^erenciaçfes e a compleXidade das relaçfes
entre e intraclasses/ e as di^erenças e contradiçfes entre suas prIticas e concepçfes 9.erret? [ZQ/ V<Q
Gramsci? [Y/ VY:-
* uadro teKrico de aproXimação da totalidade dos processos de saúdeFdoença/ na a3ordagem marXista
;ualitati!a; parte das representaçfes sociais em relação dial,tica com 3ase material ue as in^orma- $sse
ponto de apoio em direção h compreensão das estruturas se ^undamenta na importncia do pensamento
para a ação e no carIter contraditKrio/ dinmico e potencialmente trans^ormador do campo ideolKgico
9&"ompson? [ZY Gramsci? [Y .erret? [ZQ:-
Y\ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
4esse ponto a re^leXão se dirige para a !ertente da tradição marXista ue atra!,s de )ukIcs/ de Gramsci/
de Sartre e de &"ompson 9para mencionar apenas alguns grandes nomes: encamin"am as uestfes da
consci8ncia de classes e do suEeito "istKrico/ numa perspecti!a teKrico<prItica- &al lin"a se opfe ao
estruturalismo de Alt"usser ue corta o nK da relação entre suEeito e estrutura-
C*4C)(S$S
Puando tomamos di^erentes correntes de pensamento para a3ordar/ a partir delas/ uestfes
metodolKgicas/ assumimos a postura segundo a ual a ci8ncia em geral não eXiste- 6I prIticas cientí^icas
di^erenciadas/ desigualmente desen!ol!idas e ue t8m como su3stratos ;!isfes sociais de mundo;
teoricamente di!ersas-
&entamos nos aproXimar/ no teXto/ dos tr8s principais marcos re^erenciais ue dentro das Ci8ncias Sociais
t8m in^luenciado com maior !igor as produçfes teKricas e a prItica no campo da saúde- Seria reiterado
dizermonolíticas
nem ue a ^ormaeesuemItica
nem ^ec"adas-como a3ordamos
Como as desse
o o3Eeti!o !Iriastra3al"o
possi3ilidades de apreender
, a uestão a realidade
metodolKgica não são
!isamos
apenas a introduzir a pro3lemItica das correntes de pensamento/ para/ ao mesmo tempo sugerir as
di^iculdades/ a compleXidade/ e a especi^icidade do la3or do cientista social no campo da pesuisa- Hsto ,/
não "I normas mIgicas institucional e uni!ocamente consagradas para a apreensão do real-
Gostaríamos de ressaltar mais uma !ez ue damos 8n^ase/ como opção de a3ordagem/ h metodologia
dial,tica- $ssa opção não , apenas uma postura ideolKgica- Demo a coloca como a metodologia especí^ica
das ci8ncias sociais porue , mais ^ecunda para analisar os ^enjmenos "istKricos- Sua opinião se 3aseia
na o3ser!ação da realidade social e na adeuação a ela da !isão dial,tica ue pri!ilegia? (a# a contradição
e o con^lito predominando so3re a "armonia e o consenso (b# o ^enjmeno da transição/ da mudança/ do
!ir<a<ser so3re a esta3ilidade (c# o mo!imento "istKrico (d# a totalidade e a unidade dos contrIrios
9[YV? Y\<RR:-
Goldmann ^ala com radicalidade?
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) YZ
;2erguntar se as P8ncias Sociais de!em ser dial,ticas ou não/ , simplesmente perguntar se elas de!em
compreender ou de^ormar a realidade; 9[YR/ ZR:-
Cardoso/ em / Método Dialético na n"lise Sociol!gica 9[ZU: recupera a contri3uição do
^uncionalismo e do estruturalismo para a compreensão das totalidades sociais/ mas mostra ue apenas o
m,todo dial,tico consegue apreender? (a# o real ^enom8nico numa s,rie de mediaçfes pelas uais as
determinaçfes imediatas e simples alcançam inteligi3ilidade ao se cincunscre!erem em constelaçfes
glo3ais (b# as representaçfes da realidade dos atores sociais e as coneXfes especí^icas 9não mecnicas e
irre!ersí!eis: ue a realidade empírica mant,m com os ^atores e e^eitos essenciais ue determinam a
dinmica e o sentido do processo social (c# a trans^ormação da natureza e da sociedade e/ ao mesmo
tempo/ as regularidades estruturais e os ^enjmenos ue se repetem/ como produto o3Eeti!ado da ati!idade
social processo ue estI em permanente criação pela ação "umana 9[ZU?<QQ:-
Cardoso ad!erte ue
^enomenolKgicas etc/seso3
pode/ metodologicamente/
a condição de su3met8<lasrecorrer a eXplicaçfes
hs representaçfes estruturais/ ue
^undamentais ^uncionais/
o m,todo
dial,tico supfe da realidade 9[ZU/Q:- A uestão 3Isica , de ue essas outras correntes de pensamento
tendem a eliminar as tensfes dial,ticas/ pois não ^azem um uestionamento do sentido das açfes e das
trans^ormaçfes de sentido-
4este tra3al"o/ em3ora eXplicitando uma opção de m,todo/ tentamos a3ordar e !alorizar as di^erentes
contri3uiçfes de estudiosos/ uando/ do nosso ponto de !ista/ signi^icam uestionamentos ou re^leXfes
so3re os pro3lemas ^undamentais da metodologia da pesuisa- Durk"eim/ We3er/ Sc"utz/ Cicourel/
Gur!itc"/ para mencionar apenas alguns clIssicos da sociologia/ Eamais poderiam ser omitidos- A 8n^ase
dada aos autores ue se posicionam pela lKgica dial,tica se de!e ao ^ato de a considerarmos como a ue
mel"or responde hs necessidades metodolKgicas da pesuisa social/ ue !inculam a teoria h prItica/
mormente no campo da saúde/ onde a realidade apela de ^orma tão eXistencial e imediata?
,ífcíí-*
CA2'&()* Q
0AS$ $2)*5A&b5HA DA 2$SP(HSA
A3 A4E E*loa&ia da Pes+$isa 2 &ao io&a&e +$e ela em si pode ser considerada uma
2esuisa $XploratKria- Compreende a etapa de escol"a do tKpico de in!estigação/ de delimitação do
pro3lema/ de de^inição do o3Eeto e dos o3Eeti!os/ de construção do marco teKrico conceituai/ dos
instrumentos de coleta de dados e da eXploração do campo-
A partir da perspecti!a dial,tica ue deseEamos seguir/ gostaríamos de apresentar as 3alizas dentro das
uais/ a nosso !er/ se processa o con"ecimento- A primeira delas , seu carIter aproXimado- Hsto ,/ o
con"ecimento , uma construção ue se ^az a partir de outros con"ecimentos so3re os uais se eXercita a
apreensão/ a crítica e a dú!ida- um processo de tentati!as ue )imoeiro Cardoso esclarece muito 3em/
usando
;* a imagem se
con"ecimento do ^az
^eiXe de luz?de muitas tentati!as e da incid8ncia de muitos ^eiXes de luz/
a custo/
multiplicando os pontos de !ista di^erentes- A incid8ncia de um único ^eiXe de luz não , su^iciente para
iluminar um o3Eeto- * resultado dessa eXperi8ncia sK pode ser incompleto e imper^eito/ dependendo da
perspecti!a em ue a luz , irradiada e da sua intensidade- A incid8ncia a partir de outros pontos de !ista e
de outras intensidades luminosas !ai dando ^ormas mais de^inidas ao o3Eeto/ !ai construindo um o3Eeto
ue l"e , prKprio- A utilização de outras ^ontes luminosas poderI ^ormar um o3Eeto inteiramente di!erso/
ou indicar dimensão inteiramente no!as ao o3Eeto; 9)imoeiro Cardoso? [ZY/ QZs:-
59
[R 0AS$ $2)*5A&b5HA DA 2$SP(HSA
$sse carIter aproXimado do sa3er intelectual , rele!ante em toda a teoria marXista e )8nin comenta ue/
ao re^letir a realidade/ o con"ecimento o^erece sempre uma imagem mais grosseira ue o real/ tanto no
plano do pensamento como dos sentimentos 9[VV/QY:-
* segundo ponto diz respeito ao carIter de inacessi3ilidade do o3Eeto- A inatingi3ilidade do obJeto se
eXplica pelo ^ato de ue as id,ias ue ^azemos so3re os ^atos são sempre mais imprecisas/ mais parciais/
mais imper^eitas ue ele- 2ortanto/ o processo de pesuisa consiste na de^inição e rede^inição do o3Eeto-
De um lado/ porue seu con"ecimento , ^ruto de um eXercício de cooperação onde tra3al"amos so3re as
desco3ertas uns dos outros depois/ porue cada teoria ^ormula o o3Eeto segundo seus pressupostos- 4este
sentido/ como a^irma )imoeiro Cardoso/ ele , sempre uma ;representação; ^eita so3 determinado ponto
de !ista/ tentando/ a seu modo/ reproduzir o real 9[ZY/UR:-
* terceiro ponto se re^ere h !inculação entre pensamento e ação- *u seEa/ nada pode ser intelectualmente
um pro3lema/
escol"a de um se nãonão
tema ti!eremerge
sido/ em primeira instncia/
espontaneamente/ um pro3lema
da mesma da !ida
^orma ue prItica- Hsto não
o con"ecimento uer,dizer ue a
espontneo- Surge de interesses e circunstncias socialmente condicionadas/ ^rutos de determinada
inserção no real/ nele encontrando suas razfes e seus o3Eeti!os- $sse , um ponto de !ista ue reúne tanto
o racionalismo a3erto de %ac"elard 9[\Y: como a dial,tica marXista 9)ukIcs? [Z 6a3ermas?
[YR/[YY: e o perspecti!ismo de Mann"eim 9[Z:-
* uarto ponto en^atiza o carIter srcinariamente interessado do con"ecimento ao mesmo tempo ue sua
relati!a autonomia- * ol"ar so3re o *3Eeto estI condicionado "istoricamente pela posição social do
cientista e pelas correntes de pensamento em con^lito na sociedade 9)o7y? [YV/V:- 2or,m eXiste uma
;autonomia relati!a; das ci8ncias sociais/ uma certa continuidade no interior dessa ci8ncia 9MarX
continua/ critica e ultrapassa 5icardo na &eoria do .alor:/ uma l!gica intena da pesuisa cientfica, uma
especialidade da ci8ncia enuanto prItica/ !isando a desco3erta da !erdade 9)o7y? [YV/ [<\:-
Mann"eim ^ala da uestão rea^irmando a estreita relação entre interesses especí^icos de classe e teorias/
m,todos e preocupaçfes sociolKgicas-
0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA [
4o entanto/ diz ele/ , necessIrio admitir ue apKs uma classe ter desco3erto algum ^ato "istKrico ou
sociolKgico/ todos os grupos/ uaisuer seEam seus interesses/ não sK podem le!ar em consideração as
desco3ertas como as incorporam ao seu sistema de interpretação do mundo- As correntes intelectuais
di!ersas não se desen!ol!em isoladamente mas se a^etam e se enriuecem mutuamente- $m3ora não se
^undam num sistema comum/ consideram a totalidade dos ^atos desco3ertos/ partindo de di^erentes
aXiomas gerais 9Mann"eim? [Z/ QY<UR:-
dentro da perspecti!a assinalada ue passamos a discutir elementos ue compfem a ^ase eXploratKria de
uma in!estigação e todas as etapas su3seentes-
&omamos em primeiro lugar o cuidado de de^inir alguns conceitos ^undamentais usados na prItica das
Ci8ncias Sociais para construir o uadro teKrico da pesuisa- $m seguida discutimos a construção do
o3Eeto como um la3or teKrico e como es^orço prItico de in^ormação/ crítica e eXperi8ncia- $ propomos
depois e ^inalmente
eXploratKria uma
no campo dadiscussão so3reC"amamos
in!estigação- o instrumento de apreensão
atenção dosdadados
para o tema empíricos)ualitati*a
mostagem e de entrada
ue
costuma ser um dos pontos de maior impasse para o in!estigador-
4esse mo!imento aparentemente linear de desen"o das etapas da pesuisa ueremos en^atizar/ de um
lado a necessidade/ para ^ins de anIlise/ de dar atenção a cada procedimento e de outro/ para a li3erdade
de recon"ecer as di^erentes t,cnicas e m,todos como guias e prescindir deles uando se tornam
o3stIculos- $ nessa interação ue se torna possí!el realizar um tra3al"o cientí^ico criador-
C*4C$H&*S 0(4DAM$4&AHS 4A *2$5ACH*4A)HOAL* DA 2$SP(HSA
Antes de partirmos para a re^leXão so3re o mo!imento ue preside o processo de de^inição do o3Eeto/
pretendemos de^inir alguns termos usados na ati!idade de pesuisa/ presentes em todo o desen!ol!imento
do tra3al"o e cruciais na primeira etapa- São eles? teoria/ conceito/ noção/ categoria/ "ipKtese e
pressupostos?
(a# C"amamos &$*5HA a um conEunto inter<relacionado de princípios e de^iniçfes ue ser!em para dar
organização lKgica a aspectos
[Q 0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA
selecionados da realidade empírica- (ma teoria reúne um conEunto de pressupostos e aXiomas 9uma
a^irmação cuEa !erdade , e!idente e uni!ersalmente aceita em determinada disciplina:/ proposiçfes
logicamente inter<relacionadas e empiricamente !eri^icI!eis- As proposiçfes de uma teoria são
consideradas leis se EI ^oram su^icientemente compro!adas/ e $ip!teses, se constituem ainda pro3lema de
in!estigação- 4a realidade/ tanto leis como "ipKteses estão sempre suEeitas h pro3lematização e h
re^ormulação- A ess8ncia de uma teoria consiste na sua potencialidade de eXplicar uma gama ampla de
^enjmenos atra!,s de um esuema conceituai ao mesmo tempo a3rangente e sint,tico-
* marXismo 9uma teoria/ ele mesmo: insiste no ^ato de ue todas as teorias são "istoricamente
construídas/ eXpressam interesses de classe porue são ;representação do real; a partir de determinadas
escol"as articuladas com a prItica social- $las são portanto ^ormas de con"ecimento e de
descon"ecimento/ na medida em ue proEetam luz so3re determinados aspectos da realidade e ocultam
outros/
A num
relação e!idenciamento
dial,tica deelimitaçfes
entre teoria lKgicas e se
realidade empírica sociolKgicas
eXpressa no9)ukIcs? [\Z/
tato he ue QUU )o7y?
a leaMahe [YV/V<UV:-
iníoima a teorI
ue po& sua !ez a antecede/ permite perce38<la/ ^ormulI<la/ dar conta dela/ ^azendo<a distinta/ num
processo sem ^im de distanciamento e aproXimação- A teoria domina a construção do con"ecimento
atra!,s de conceitos gerais pro!enientes do momento anterior- Seu apro^undamento/ de ^orma crítica/
permite des!endar dimensfes não pensadas a respeito da realidade ue não , e!idente e ue não se dI? ela
se re!ela a partir de interrogaçfes ela3oradas no processo de construção teKrica
(b# &oda construção teKrica , um sistema cuEas !igas mestras estão representadas pelos C *4C$H&*S- *S
conceitos são as unidades de signi^icação ue de^inem a ^orma e o conteúdo de uma teoria- 2odemos
considerI<los como operaçfes mentais ue re^letem certo ponto de !ista a respeito da realidade/ pois
^ocalizam determinados aspectos dos ^enjmenos/ "ieraruizando<os- Desta ^orma eles se tornam um
camin"o de ordenação da realidade/ de ol"ar os ^atos e as relaçfes/ e ao mesmo tempo um camin"o de
criação- A teoria marXista torna e!idente os aspectos "istKricos e compro<
[Q 0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA
selecionados da realidade empírica- (ma teoria reúne um conEunto de pressupostos e aXiomas 9uma
a^irmação cuEa !erdade , e!idente e uni!ersalmente aceita em determinada disciplina:/ proposiçfes
logicamente inter<relacionadas e empiricamente !eri^icI!eis- As proposiçfes de uma teoria são
consideradas leis se EI ^oram su^icientemente compro!adas/ e $ip!teses, se constituem ainda pro3lema de
in!estigação- 4a realidade/ tanto leis como "ipKteses estão sempre suEeitas h pro3lematização e h
re^ormulação- A ess8ncia de uma teoria consiste na sua potencialidade de eXplicar uma gama ampla de
^enjmenos atra!,s de um esuema conceituai ao mesmo tempo a3rangente e sint,tico-
* marXismo 9uma teoria/ ele mesmo: insiste no ^ato de ue todas as teorias são "istoricamente
construídas/ eXpressam interesses de classe porue são ;representação do real; a partir de determinadas
escol"as articuladas com a prItica social- $las são portanto ^ormas de con"ecimento e de
descon"ecimento/ na medida em ue proEetam luz so3re determinados aspectos da realidade e ocultam
outros/
A num
relação e!idenciamento
dial,tica deelimitaçfes
entre teoria lKgicas e se
realidade empírica sociolKgicas
eXpressa no9)ukIcs? [\Z/
^ato de ue QUU )o7y?
a realidade [YV/V<UV:-
in^orma a
teoria ue por sua !ez a antecede/ permite perce38<la/ ^ormulI<la/ dar conta dela/ ^azendo<a distinta/ num
processo sem ^im de distanciamento e aproXimação- A teoria domina a construção do con"ecimento
atra!,s de conceitos gerais pro!enientes do momento anterior- Seu apro^undamento/ de ^orma crítica/
permite des!endar dimensfes não pensadas a respeito da realidade ue não , e!idente e ue não se dI ela
se re!ela a partir de interrogaçfes ela3oradas no processo de construção teKrica
($# &oda construção teKrica , um sistema cuEas !igas mestras estão representadas pelos C *4C$H&*S- *s
conceitos são as unidades de signi^icação ue de^inem a ^orma e o conteúdo de uma teoria- 2odemos
considerI<los como operaçfes mentais ue re^letem certo ponto de !ista a respeito da realidade/ pois
^ocalizam determinados aspectos dos ^enjmenos/ "ieraruizando<os- Desta ^orma eles se tornam um
camin"o de ordenação da realidade/ de ol"ar os ^atos e as relaçfes/ e ao mesmo tempo um camin"o de
criação-
A teoria marXista torna e!idente os aspectos "istKricos e compro<
0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA [U
metidos da construção dos conceitos/ c"amando atenção para a necessidade de apreend8<los/ analisI<los e
de^ini<los como "istoricamente especí^icos e socialmente condicionados- A prKpria "ieraruização dos
conceitos/ numa determinada teoria/ re!ela a ue aspectos da realidade se dI maior atenção- 4ão se trata
apenas de compreender alguns como sendo logicamente mais ela3orados 9e o são:/ mas tam3,m de
entender as determinaçfes sociolKgicas presentes na sua construção-
Daí ser importante introduzir o termo 4oço- $timologicamente a pala!ra C *4C$H&* !em de concepção,
isto ,/ estI !inculada h su3Eeti!idade/ ele , conce3ido- 2or noção entendemos aueles elementos de uma
teoria ue ainda não apresentam clareza su^iciente e são usados como ;imagens; na eXplicação do real-
$les eXpressam tam3,m o camin"o do pensamento- *u seEa/ eXpressam a relação intrínseca entre a
eXperi8ncia e a construção do con"ecimento- 4ingu,m coloca uma pergunta se nada sa3e da resposta/
pois então não "a!eria o ue perguntar- &odo sa3er estI 3aseado em pr,<con"ecimento/ todo ^ato e todo
dadonão
;Se EI são interpretaçfes/
uisermos são maneiras
ue as categorias de construirmos
analíticas e depermaneçam
ue adotamos selecionarmos a rele!ncia
estran"as da realidade?
ao o3Eeto;/ diz
Demo/ ;de!emos aceitar a eXist8ncia de noçfes pr,!ias; 9Demo? [Y/Y:-
(c# Aos conceitos mais importantes dentro de uma teoria denominamos CA&$G*5HAS- * termo ;categoria;
possui uma conotação classi^icatKria- &"eodorson 1 &"eodorson/ por eXemplo/ de^inem as categorias
como conceitos usados com ^inalidade de classi^icação 9[ZR/ U[:- Dentro de um !isão positi!ista?
;As categorias são ru3ricas ou classes as uais reúnem um grupo de elementos so3 um título gen,rico/
agrupamento esse e^etuado em razão dos caracteres comuns desses elementos; 9%ar<din? [Z[/Z:-
o conceito , usado por %ardin de ^orma instrumental dentro da t,cnica de anIlise de conteúdo-
[ 0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA
4a ;Hntrodução; h Ctica da Economia 'oltica 9[ZU/ Q<Q:/ MarX ^az uso por di!ersas !ezes do
termo ;categoria; para indicar conceitos relati!os h realidade "istoricamente rele!antes/ eXpressando os
aspectos ^undamentais dentro de sua a3ordagem/ das relaçfes dos "omens entre si e com a natureza- 2ara
o marXismo as categorias não são entidades/ são construídas atra!,s do desen!ol!imento do
con"ecimento e da prItica social- &ra3al"o/ Classe Social/ 0amília/ Consci8ncia de Classe/ por eXemplo/
são categorias ue eXpressam a unidade das relaçfes entre o "istKrico e o lKgico-
2ara a ^inalidade deste tra3al"o/ distinguimos entre Categoias nalticas e Categoias Empicas. As
primeiras são auelas ue ret8m "istoricamente as relaçfes sociais ^undamentais e podem ser
consideradas 3alizas para o con"ecimento do o3Eeto nos seus aspectos gerais- $las mesmas comportam
!Irios graus de a3stração/ generalização e de aproXimação- As segundas são auelas construídas com
^inalidade operacional/ !isando ao tra3al"o de campo 9a ^ase empírica: ou a partir do tra3al"o de campo-
$las t8m aempírica-
realidade propriedade
2or de conseguir
eXemplo/ apreenderSocial
Conscincia as determinaçfes e asdeespeci^icidades
e Conscincia ue se eXpressam
Classe, +epesentação Social, sena
situam como categorias de anIlise/ num ní!el ele!ado de a3stração- Concepção Social de Saúde Doença ,
um conceito operacionalizI!el a partir das categorias analíticas citadas acima- 2or outro lado/ se surge
atra!,s do tra3al"o de campo uma eXpressão como ;Doença de Deus; em oposição a ;Doença dos
6omens;/ a compreensão dessas duas categorias empíricas a partir do ponto de !ista dos atores sociais/
possi3ilita des!endar relaçfes especí^icas do grupo em uestão- Hsto ,/ permite re!elar condiçfes
empíricas misti^icadas/ concepçfes peculiares do o3Eeto e relaçfes dinmicas desse segmento no ue diz
respeito h sociedade eh natureza- $ssa categoia empica, construída a partir dos elementos dados pelo
grupo social/ tem todas as condiçfes de ser colocada no uadro mais amplo de compreensão teKrica da
realidade/ e de/ ao mesmo tempo/ eXpressI<la em sua especi^icidade- 2ermite a!ançar o con"ecimento a
partir da categoria analítica ;representaçfes sociais; operacionalizada numa categoria empírica/ por sua
!ez aduirindo possi3ilidade analítica
0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA [V
(d# De^inimos 6H2b&$S$S como a^irmaçfes pro!isKrias a respeito de determinado ^enjmeno em estudo-
São a^irmaçfes para serem testadas empiricamente e depois con^irmadas ou reEeitadas- (ma "ipKtese
cientí^ica deri!a de um sistema teKrico e dos resultados de estudos anteriores e portanto ^azem parte ou
são deduzidas das teorias/ mas tam3,m podem surgir da o3ser!ação e da eXperi8ncia nesse Eogo sempre
impreciso e inaca3ado ue relaciona teoria e prItica-
Goode 1 6att propfem algumas condiçfes para a ^ormulação de "ipKteses em ci8ncias sociais ue
resumimos a seguir? (a# ue seEam conceitualmente claras/ parcimoniosas e com poder eXplicati!o/
c"egando a de^inir sua operacionalidade (b# ue ten"am re^er8ncias empíricas/ isto ,/ ue esteEam
relacionadas com os ^enjmenos concretos ue se pretende estudar (c# ue seEam relacionadas com as
t,cnicas disponí!eis/ isto ,/ possi3ilitem a apreensão empírica dos aspectos ue se uer in!estigar 9Goode
1 6att? [\[/ R<Z:-
Da mesma
parte ^ormadeue
do uadro os termos pro3lematizados
preocupaçfes teKrico<prIticas anteriormente/
do in!estigador/ase?ip!teses t8m sua "istKria/
das preocupaçfes dominantes^azem
numa
,poca- *u seEa/ perguntamo<nos por aspectos da realidade ue a ci8ncia _ "istoricamente condicionada
_ se interessa-
* prKprio termo ;"ipKtese; possui uma conotação positi!ista ue cr8 na possi3ilidade do con"ecimento
o3Eeti!o da realidade e nas pro!as estatístico<matemIticas como compro!adoras da o3Eeti!idade- 6oEe
tanto o marXismo como a ^enomenologia/ em3ora incorporem o conceito de ;"ipKtese;/ o reinterpretam e
o pro3lematizam- 4a a3ordagem ualitati!a/ as "ipKteses perdem a sua dinmica ^ormal compro3atKria
para ser!ir de camin"o e de 3aliza no con^ronto com a realidade empírica- Costuma<se at, a usar o termo
25$SS(2*S&*S para ^alar de alguns parmetros 3Isicos ue permitem encamin"ar a in!estigação empírica
ualitati!a/ su3stituindo<se assim o termo ?ip!tese com conotaçfes muito ^ormais da a3ordagem
uantitati!a-
Com relação a essa temItica se esta3elece uma pol8mica "istKrica ue a nosso !er constrKi uma ^alsa
dicotomia entre dados uantitati!os e dados ualitati!os- A tend8ncia , de se atri3uir a pec"a de
imprecisão aos últimos/ no sentido ue não permitem testes ;precisos; como a ;a3ordagem cientí^ica;
eXige- Daí ue/ uando surge a
[\ 0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA
uestão da !eri^icação/ muitos analistas se !oltam para os dados uanti^icI!eis-
necessIrio ultrapassar esse !i,s positi!ista das ci8ncias sociais e uando ^or possí!el uanti^icar/
uanti^iuemos/ mas não colouemos aí a cienti^icidade do tra3al"o- *s dados ;ualitati!os; são
importantes na construção do con"ecimento e/ tam3,m eles/ podem permitir o início de uma teoria ou a
sua re^ormulação/ re^ocalizar ou clari^icar a3ordagens EI consolidadas/ sem ue seEa necessIria a
compro!ação ^ormal uantitati!a- * princípio geral , de ue todos os dados de!em ser articulados com a
teoria- A o3ser!ação cientí^ica/ seEa a partir de "ipKteses 3em delineadas/ seEa com pressupostos mais
gerais/ , sempre pol8mica/ con^irma ou in^irma teses anteriores-
A natureza mais a3erta e interati!a de um tra3al"o ualitati!o ue en!ol!e o3ser!ação participante/
permite ue o in!estigador com3ine o a^azer de con^irmar ou in^ irmar "ipKteses com as !antagens de
uma a3ordagem não<estruturada- Colocando interrogaçfes ue !ão sendo discutidas durante o processo de
tra3al"o de campo/
empiricamente ela elimina
e re^ormula uestfes
"ipKteses irrele!antes/
iniciais dI 8n^ase a determinados aspectos ue surgem
e pro!isKrias-
$ssas o3ser!açfes ue t8m como 8n^ase a uestão das "ipKteses na a3ordagem ualitati!a ^azem<nos
!oltar para um clIssico da antropologia ^uncionalista/ Malino7ski/ mas ue nesse particular pratica!a um
raciocínio dial,tico- De acordo com sua orientação/ o in!estigador tem ue se esmerar na constituição/
ampliação e articulação de seu uadro teKrico- esse re^erencial uel"e permite esta3elecer perguntas
^undamentais para compreensão da realidade emp>nca- 2or,m/ de!e conser!ar uma a3ertura e
^leXi3ilidade capazes de/ apesar da teoria/ desco3rir as particularidades da realidade empírica
9Malino7ski? [YR/Z<Q:- Certamente essas o3ser!açfes o locam o tra3al"o cientí^ico 3em acima de
uma postura t,cnica de compro!ação ou in^irmação de "ipKteses-
A D$0H4HL* D* *%J$&*
Geralmente uando nos propomos a iniciar uma ati!idade de pesuisa/ nKs a situamos dentro de um
uadro de preocupaçfes teKrico<prIticas- *u seEaF temos uma ea de Inteesse ue , um cam<
0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA [Z
po de prIticas/ onde as uestfes ue incitam nossa curiosidade teKrica se concentram/ como por eXemplo/
Saúde do &ra3al"ador/ 2olíticas 2ú3licas/ Saúde e Cultura/ $ducação e Saúde etc- 4o interior dessa ea
de Inteesse ue antecede e ultrapassa um proEeto especí^ico/ se situa a uestão da de^inição do /bJeto ou
a de^inição do 'oblema. &rata<se de um recorte capaz de conter relaçfes essenciais e eXpressar
especi^icidade-
Do ponto de !ista prItico o /bJeto , geralmente colocado em ^orma de pergunta _ , uma uestão _ e se
!incula a desco3ertas anteriores e a indagaçfes pro!enientes de múltiplos interesses 9de ordem lKgica e
sociolKgica:- A clareza e a precisão nesse primeiro instante decorre de uma relação dial,tica entre o
es^orço de esta3elecer marcos conceituais o mais possí!el amplos e a3rangentes e de os articular h prItica-
*u seEa/ de os !incular aos interesses e pro3lemas ue estão mo3ilizando a escol"a do tema- * real estI
sempre colocado como premissa/ em3ora operacionalmente partamos da ela3oração do a3strato para o
concreto-
2ara o delineamento do o3Eeto/ a primeira tare^a a ue nos propomos , um tra3al"o de pesuisa
3i3liogrI^ica/ capaz de proEetar luz e permitir uma ordenação ainda imprecisa da realidade empírica- $sse
la3or inicial tem algumas condiçfes necessIrias?
A primeira , de ue a 3i3liogra^ia seEa su^icientemente ampla para traçar a moldura dentro da ual o
o3Eeto se situa? a 3usca de !Irios pontos de !ista/ dos di^erentes ngulos do pro3lema ue permitam
esta3elecer de^iniçfes/ coneXfes e mediaçfes/ e demonstrar o ;estado da arte;- .eEamos um eXemplo-
Supon"amos as Concepçfes de Saúde<Doença de determinado segmento social como o3Eeto de
in!estigação- A sua compreensão implica uma pesuisa 3i3liogrI^ica ue inclua? (a# "istoricamente o
per^il do determinado segmento? sua inserção nas relaçfes sociais de produção/ suas condiçfes de !ida e
de tra3al"o/ consumo/ acesso a 3ens e ser!iços e em especial hueles ue se re^erem ao conceito de Saúde
!igente (b# o conceito "istoricamente construído de Saúde ue !amos adotar/ incluindo aí as políticas do
setor ue o situam do ponto de !ista dominante (c# o conceito de representação social ue torna
operacional a in!estigação e a anIlise-
*ra/ o desen"o desse uadro inicial eXige o domínio anterior de
[Y 0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA
algumas categorias analíticas ^undamentais ue constituem pontos de re^er8ncia gerais numa anIlise
dial,tica/ como Modo de 2rodução/ 0ormação Social/ Classes/ Consci8ncia Social 9de Classe e SanitIria:-
2or,m/ essas categorias não necessitam estar presentes no discurso teKrico ue organiza o proEeto de
pesuisa- Dele de!em constar as de^iniçfes ue se ^azem necessIrias para ^azer surgir do ;caos inicial; o
o3Eeto especí^ico com seus contornos gerais-
* segundo aspecto a ser o3ser!ado em relação h 3i3liogra^ia diz respeito h sua leitura- necessIrio
a3ordI<la como um eXercício de crítica teKrica e prItica- *u seEa/ na pesuisa 3i3liogrI^ica de!emos
destacar as categorias centrais/ os conceitos e as noçfes usadas pelos di^erentes autores- Al,m disso/
por,m/ ^az<se mister destacar os pressupostos teKricos e as razfes prIticas ue su3Eazem aos tra3al"os ue
consultamos- $sse eXercício "ermen8utico , ^undamental para o esclarecimento da posição ue !amos
adotar-
* terceiro ponto
necessIrio relati!odeaoo3Eeti<!ação-
no processo material de consulta temtare^a
&rata<se da um carIter disciplinar
de ^ic"amento e operacional/
onde tam3,m
todo o estudo !ai sendo
cuidadosamente classi^icado e ordenado? (a# 0ic"amento 3i3liogrI^ico? cada li!ro/ artigo/ capítulo de
li!ro/ documento/ recorte de Eornal/ todo o material tra3al"ado !ai rece3endo uma ^ic"a prKpria 9dentro
das regras de ^ic"amento 3i3liogrI^ico o^iciais:/ em ordem al^a3,tica por autor ou por assunto/ con^orme
a opção do in!estigador (b# 0ic"amento por assunto? onde as mat,rias lidas são resumidas e criticadas e
com anotaçfes do leitor- importante nesse tipo de ^ic"amento ue o in!estigador destaue os principais
conceitos usados pelo autor no seu tra3al"o (c# 0ic"amento por temas/ ue reúne anotaçfes e resumos a
respeito de uestfes especi^icamente pertinentes ao contorno do o3Eeto de estudo (d# 0ic"amento de
citaçfes/ com o de!ido cuidado de indicar pIginas/ data de pu3licação e conteXto da citação- $ssa
modalidade de ^ic"amento pode ser incluída na classi^icação por temas ou por assuntos-
4o camin"o entre as id,ias iniciais ue induziram h escol"a 3i3liogrI^ica/ a leitura dos teXtos e as
indagaçfes re^erentes h realidade empírica 9ue aparece sempre como premissa:/ o in!estigador organiza
o discurso teKrico da pesuisa ue pode se apresentar da seguinte ^orma? (a# De^inição do *3Eeto
9de^inição como recorte em
0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA [[
todos os seus aspectos e sempre pro!isKria dentro da a3ordagem dial,tica ue adotamos: (b#
Justi^icati!a? ue descre!e os moti!os !i!enciais e teKricos ue impulsionaram a escol"a do o3Eeto-
Colocando<se aí as principais indagaçfes do pesuisador (c# Marco conceituai teKrico<metodolKgico
onde se esta3elecem os principais conceitos/ categorias e noçfes com as uais se !ai tra3al"ar/ de^inem<se
as "ipKteses ou pressupostos da in!estigação e o ;camin"o do pensamento; ue orientarI o tra3al"o-
Seria K3!io dizer ue todos os cuidados aui apresentados ^azem parte do es^orço metKdico de
o3Eeti!ação/ isto ,/ da "onestidade teKrica do pesuisador ^rente a seu o3Eeti!o e h comunidade cientí^ica-
C*4S&5(L* D*S H4S&5(M$4&*S D$ 2$SP(HSA
Ao ní!el da pesuisa ualitati!a os instrumentos de tra3al"o de campo são? o roteiro de entre!ista/ os
crit,rios para o3ser!ação participante e os itens para discussão de grupos ^ocais-
4esta altura do tra3al"o ^alamos EI eXplicitamente da pesuisa ualitati!a porue estamos num espaço
Hmuito
_ *prKXimo
5*&$H5*hD$realidade empírica
$4&5$.HS&A e totalmente
di^ere do sentidoligada aos marcos
tradicional conceituais$nuanto
do uestionIrio- do m,todo-
este último
pressupfe "ipKteses e uestfes 3astante ^ec"adas/ cuEo ponto de partid a são as re^er8ncias do
pesuisador/ o roteiro tem outras características- .isando a apreender o ponto de !ista dos atores sociais
pre!istos nos o3Eeti!os da pesuisa/ o roteiro cont,m poucas uestfes- Hnstrumento para orientar uma
;con!ersa com ^inalidade; ue , a entre!ista/ ele de!e ser o ^acilitador de a3ertura/ de ampliação e de
apro^undamento da comunicação- Dele constam apenas alguns itens ue se tornam indispensI!eis para o
delineamento do o3Eeto/ em relação h realidade empírica e de!em responder hs seguintes condiçfes? (a#
cada uestão ue se le!anta/ ^aça parte do delineamento do o3Eeto e ue todas se encamin"em para l"e dar
^orma e conteúdo (b# permita ampliar e apro^undar a comunicação e não cerceI<la (c# contri3ua para
emergir a !isão/ os Euízos e as rele!ncias a respeito dos ^atos e das relaçfes ue compfem o o3Eeto/ do
ponto de !ista dos interlocutores-
RR 0AS$ $2)*5A&b5HA DA 2$SP(HSA
5oteiro , sempre um guia/ nunca um o3stIculo/ portanto não pode pre!er todas as situaçfes e condiçfes
de tra3al"o de campo- dentro dessa !isão ue de!e ser ela3orado e usado- 4o processo de pesuisa
pode surgir a necessidade da ela3oração de um uestionIrio ^ec"ado para captar aspectos considerados
rele!antes para iluminar a compreensão do o3Eeto/ esta3elecer relaçfes e generalizaçfes- importante o
uso de !Irias t,cnicas e não "I oposição entre elas- * princípio 3Isico para ela3oração do uestionIrio , o
mesmo ue adotamos em relação ao roteiro? cada uestão ten"a como pressuposto o marco teKrico
desen"ado para a construção do o3Eeto-
HH _ Com relação aos instrumentos para a *%S$5.AL* 2A5&HCH2A4&$/ , importante ue o in!estigador
tome algumas decisfes nesse momento preparatKrio- *u seEa/ serI uma o3ser!ação li!re ou realizada
atra!,s de roteiro especí^ico A3rangerI o conEunto do espaço e do tempo pre!isto para o tra3al"o de
campo ou se limitarI a instantes eF ou a aspectos da realidade/ dando 8n^ase a determinados elementos na
interação
De acordo com os o3Eeti!os da pesuisa/ de!e<se esta3elecer a ^orma e o conteúdo dessa ati!idade
^undamental na a3ordagem ualitati!a/ ainda ue no processo da in!estigação se perce3a a necessidade de
realizar mudanças- )em3ramos ue toda a o3ser!ação de!e ser registrada num instrumento ue
con!encionamos c"amar DH+5H* D$ CAM2*- Desse caderno constam todas as in^ormaçfes ue não seEam
o registro das entre!istas ^ormais- *u seEa/ o3ser!açfes so3re con!ersas in^ormais/ comportamentos/
cerimoniais/ ^estas/ instituiçfes/ gestos/ eXpressfes ue digam respeito ao tema da pesuisa- 0ala/
comportamentos/ "I3itos/ usos/ costumes/ cele3raçfes e instituiçfes compfem o uadro das
5$25$S$4&AL$S S*CHAHS-V
HHH _ Da mesma ^orma ue os anteriores/ os instrumentos para de3ate dos G5(2*S 0*CAHS 9caso a
organização do tra3al"o os pre!eEa: necessitam ser aui delineados- 2ode<se/ por eXemplo/ decidir ue os
temas de discussão e a dinmica adeuada serão escol"idos depois
V
&ermos empregados aui genericamente como entre!ista/ o3ser!ação participante/ representaçfes sociais/ tra3al"o de campo/ estão
conceituados e pro3lematizados no terceiro capítulo deste estudo-
0AS$ $2)*5A&b5HA DA 2$SP(HSA R
da realização das entre!istas- *u pelo contrIrio/ o in!estigador decide esta3elecer de antemão o conteúdo
e a ^orma de de3ate para ue os grupos ^ocais se processem pai passu com as outras t,cnicas de
a3ordagem- possí!el tam3,m ue se tomem as discussfes em grupo como o instrumento principal de
a3ordagem da pesuisa- Daí ue o conteúdo dos grupos de estudo !ai di!ersi^icar? (a# pode ter um papel
complementar/ dando 8n^ase a alguns aspectos considerados rele!antes (b# pode repetir as uestfes do
roteiro para se perce3er a realização da interação indi!idual e grupai (c# pode merecer um
apro^undamento sucessi!o/ em !Irias sessfes/ tomando um carIter su3stanti!o na pesuisa-
A in!estigação ualitati!a reuer como atitudes ^undamentais a a3ertura/ a ^leXi3ilidade/ a capacidade de
o3ser!ação e de interação com o grupo de in!estigadores e com os atores sociais en!ol!idos- Seus
instrumentos costumam ser ^acilmente corrigidos e readaptados durante o processo de tra3al"o de campo/
!isando hs ^inalidades da in!estigação- Mas não se pode ir para a ati!idade de campo sem se pre!er as
^ormas
de de realizI<lo-necessIrio
^undamentação/ Hmpro!isI<lo signi^icaria
e presente correr
em cada o risco
etapa de romper
do processo de os !ínculos com o es^orço teKrico
con"ecimento-
$2)*5AL* D* CAM2*
A $2)*5AL* D* CAM2* contempla as seguintes ati!idades? (a# escol"a do espaço da pesuisa (b#
escol"a do grupo de pesuisa (c# esta3elecimento dos crit,rios de amostragem (d# esta3elecimento de
estrat,gia de entrada em campo-
2ouco temos a dizer so3re os dois primeiros itens/ a não ser lem3rar a sua adeuação prItica ao
delineamento do o3Eeto teKrico- Sa3emos ue esse momento en!ol!e interação/ con"ecimento e contatos
anteriores/ eXperi8ncias e lastros de tra3al"o e de en!ol!imento ue ultrapassam as preocupaçfes lKgicas
do in!estigador-
A uestão da amostagem em pesuisa ualitati!a merece comentIrios especiais de esclarecimento- $la
en!ol!e pro3lemas de escol"a do grupo para o3ser!ação e para comunicação direta- A uem entre!istar/ a
uem o3ser!ar e o ue o3ser!ar/ o ue discutir e com uem discutir
RQ 0AS$ $2)*5A&b5HA DA 2$SP(HSA
4uma a3ordagem uantitati!a/ de^inida a população/ 3usca<se um crit,rio de representati!idade num,rica
ue possi3ilite a generalização dos conceitos teKricos ue se uer testar- 4uma 3usca ualitati!a/
preocupamo<nos menos com a generalização e mais com o apro^undamento e a3rang8ncia da
compreensão seEa de um grupo social/ de uma organização/ de uma instituição/ de uma política ou de uma
representação-
Seu crit,rio portanto não , num,rico- 2odemos considerar ue uma amostra ideal , auela capaz de
re^letir a totalidade nas suas múltiplas dimensfes- 2ortanto propomos alguns crit,rios 3Isicos para a
amostragem? (a# de^inir claramente o grupo social mais rele!ante para as entre!istas e para a o3ser!ação
(b# não se esgotar enuanto não delinear o uadro empírico da pesuisa (c# em3ora desen"ada
inicialmente como possi3ilidade/ pre!er um processo de inclusão progressi!a encamin"ada pelas
desco3ertas do campo e seu con^ronto com a teoria (d# pre!er uma triangulação-\ Hsto ,/ em lugar de se
restringir
Como a apenas uma
conse8ncia/ ^onte da dados/
a amostragem multiplicar
ualitati!a? (a# as tentati!as
pri!ilegia os de a3ordagem-
suEeitos sociais ue det8m os atri3utos
ue o in!estigador pretende con"ecer (b# considera<os em número su^iciente para permitir uma certa
reincid8ncia das in^ormaçfes/ por,m não despreza in^ormaçfes ímpares cuEo potencial eXplicati!o tem
ue ser le!ado em conta (c# entende ue na sua "omogeneidade ^undamental relati!a aos atri3utos/ o
conEunto de in^ormantes possa ser di!ersi^icado para possi3ilitar a apreensão de semel"anças e di^erenças
(d# es^orça<se para ue a escol"a do locus e do grupo de o3ser!ação e in^ormação conten"am o conEunto
das eXperi8ncias e eXpressfes ue se pretende o3Eeti!ar com a pesuisa-
&omemos como eXemplo uma pesuisa da A!aliação Pualitati!a da Atenção 2rimIria h Saúde numa
^a!ela- A amostragem tem ue
\
&riangulação , um termo usado nas a3ordagens ualitati!as para indicar o uso concomitante de !Irias t,cnicas de a3ordagens e de
!Irias modalidades de anIlise/ de !Irios in^ormantes e pontos de !ista de o3ser!ação/!isando h !eri^icação e !alidação da pesuisa-
0alamos mais eXtensi!amente so3re o tema na parte de .alidação e .eri^icação-
0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA RU
a3ranger todos os atores ue compfem o programa/ com 8n^ase no grupo social mais rele!ante para a
in!estigação/ isto ,/ ^amílias com crianças cuEa ^aiXa etIria se inclui nessa política de saúde- Mas dentro
desse grupo seria interessante reco3rir mães ue rece3em os 3ene^ícios do programa e outras ue não
rece3em/ permitindo contrastes e comparaçfes- necessIrio/ por outro lado/ incluir a instituição pú3lica/
os pro^issionais e agentes de saúde responsI!eis pela aplicação da política- $ por ^im a3ordar outros
suEeitos sociais relacionados com a uestão como ^armac8uticos/ curandeiros/ reza<deiras etc- Muitos
atores sociais serão desco3ertos no decorrer da pesuisa/ no e^eito de inclusão progressi!a na
amostragem- Certamente o número de pessoas , menos importante do ue a teimosia de enXergar a
uestão so3 !Irias perspecti!as/ pontos de !ista e de o3ser!ação-
A uestão da !alidade dessa amostragem estI na sua capacidade de obJeti*a o obJeto empiricamente/ em
todas as suas dimensfes-
A $S&5A&GHA
seEa/
D$ $4&5ADA em campo tem ue pre!er os detal"es do primeiro impacto da pesuisa/ ou
como apresentI<la/ como apresentar<se/ a uem se apresentar/ atra!,s de uem/ com uem
esta3elecer os primeiros contatos- * processo de in!estigação pre!8 idas ao campo antes do tra3al"o mais
intensi!o/ o ue permite o ^luir da rede de relaçfes e possí!eis correçfes EI iniciais dos instrumentos de
coleta de dados- 2or ^im/ terminada essa ^ase 3astante prItica mas crucial para o desen!ol!imento da
in!estigação/ serão esta3elecidos os primeiros contatos e o calendIrio de !ia3ilidade e realização da etapa
empírica-
A 0ase $XploratKria termina ^ormalmente com a entrada em campo- 4a realidade/ como temos repetido
por di!ersas !ezes/ as etapas se interpenetram e o es^orço de delinear esse começo de camin"o tem sua
raiz na teoria e na prItica-
&al!ez a insist8ncia na disciplina e m,todo de construção teKrica e instrumental possa parecer 8n^ase
demasiada na tecnologia- 2or,m/ da nossa parte/ esse a!iso de cuidados !em da eXperi8ncia da Irea- São
muitos os estudos ue encontramos ue desden"am ora as re^er8ncias teKricas como se o real ^osse
e!idente/ ora o tra3al"o de campo como se a teoria ^osse ^ruto de especulação e o ue pensamos re^letisse
a imagem do pensado-
J,^0^^0^ -■".■""/"0-".ifa1/1+t/""
CA2H&()* U
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
ili 4&$4D$M*S por Campo/ na pesuisa ualitati!a/ o recorte espacial ue corresponde h a3rang8ncia/ em
termos empíricos/ do recorte teKrico correspondente ao o3Eeto da in!estigação- 2or eXemplo/ se se trata de
entender as concepçfes de saúdeFdoença de determinado grupo social se se trata de entender a relação
pedagKgica entre m,dicoFpaciente se se 3usca compreender o impacto de determinada política pú3lica
para a população/ cada um desses temas corresponde a um campo empírico determinado- A pesuisa
social tra3al"a com gente, com atores sociais em relação/ com grupos especí^icos- $sses suEeitos de
in!estigação/ primeiramente/ são construídos teoricamente enuanto componentes do obJeto de estudo.
4o campo/ ^azem parte de uma relação de intersu3Eeti!idade/ de interação social com o pesuisador/ daí
resultando um produto no!o e con^rontante tanto com a realidade concreta como com as "ipKteses e
pressupostos teKricos/ num processo mais amplo de construção de con"ecimentos-
* tra3al"o de campo constitui<se numa etapa essencial da pesuisa ualitati!a/ ue a rigor não poderia ser
pensada sem ele- *pfe<se aos ;sur!eys; ue trazem os suEeitos para o la3oratKrio do pesuisador/ mant,m
com eles uma relação estruturada/ segundo Mali<no7ski/ ;um eXcelente esueleto ao ual ^altam carne e
sangue;- 4a pesuisa ualitati!a a interação entre o pesuisador e os suEeitos pesuisados , essencial- Sua
preocupação , de ue ;todo o corpo e sangue da !ida real compon"am o esueleto das construçfes
a3stratas;-
RV
CA2H&()* U
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
)J4&$4D$M*S por Campo, na pesuisa ualitati!a/ o recorte espacial ue corresponde h a3rang8ncia/
em termos empíricos/ do recorte teKrico correspondente ao o3Eeto da in!estigação- 2or eXemplo/ se se
trata de entender as concepçfes de saúdeFdoença de determinado grupo social se se trata de entender a
relação pedagKgica entre m,dicoFpaciente se se 3usca compreender o impacto de determinada política
pú3lica para a população/ cada um desses temas corresponde a um campo empírico determinado- A
pesuisa social tra3al"a com gente, com atores sociais em relação/ com grupos especí^icos- $sses suEeitos
de in!estigação/ primeiramente/ são construídos teoricamente enuanto componentes do obJeto de estudo.
4o campo/ ^azem parte de uma relação de intersu3Eeti!idade/ de interação social com o pesuisador/ daí
resultando um produto no!o e con^rontante tanto com a realidade concreta como com as "ipKteses e
pressupostos teKricos/ num processo mais amplo de construção de con"ecimentos-
* tra3al"o de campo constitui<se numa etapa essencial da pesuisa ualitati!a/ ue a rigor não poderia ser
pensada sem ele- *pfe<se aos ;sur!eys; ue trazem os suEeitos para o la3oratKrio do pesuisador/ mant,m
com eles uma relação estruturada/ segundo Mali<no7ski/ ;um eXcelente esueleto ao ual ^altam carne e
sangue;- 4a pesuisa ualitati!a a interação entre o pesuisador e os suEeitos pesuisados , essencial- Sua
preocupação , de ue ;todo o corpo e sangue da !ida real compon"am o esueleto das construçfes
a3stratas;-
RV
R\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
* tra3al"o de campo , de tal ^orma !alorizado na pesuisa social ualitati!a ue ),!i<Strauss
c"ega a a^irmar a seu respeito?
;A pesuisa de campo/ por onde começa toda carreira etnolKgica/ , mãe e ama<de<leite da
dú!ida/ atitude ^ilosK^ica por eXcel8ncia- $ssa ;dú!ida antropolKgica; não consiste apenas em
sa3er ue não se sa3e nada/ mas em eXpor resolutamente o ue se acredita!a sa3er e a prKpria
ignorncia/ aos insultos e aos desmentidos ue in^ligem a id,ias e "I3itos muito caros/ hueles
ue podem contradiz8<los no mais alto grau- Ao contrIrio do ue a apar8ncia sugere/ , por seu
m,todo mais estritamente ^ilosK^ico ue a etnologia se distingue da sociologia; 9[ZV/ QQR:-
),!i<Strauss ^az a a^irmação a partir de uma consideração de Merleau<2onty segundo a ual?
;Cada !ez ue o cientista social retorna hs ^ontes !i!as de seu sa3er/ huilo ue nele opera como
meio de compreender
espontaneamente; as ^ormaçfes
9[ZV/ QQQ:- culturais mais a^astadas de si/ ^az ^iloso^ia
As operaçfes mentais decorrentes das atitudes e prIticas de integração no campo da pesuisa/
segundo ),!i<Strauss/ aEudam o in!estigador a con^rontar<se com seu o3Eeto diretamente/ pois
^az assim uma?
;Sociologia de carne e osso ue mostra os "omens engaEados no seu prKprio de!ir "istKrico e
instalados em seu espaço geogrI^ico concreto; 9ZV/ QQ:-
$ acrescenta de ^orma radical a a^irmação de Mauss so3re seu o3Eeto de estudo?
;4ão , a prece ou o dom ue importa entender/ o ue conta , o melan,sio de tal ou tal il"a-
Contra o teKrico/ o o3ser!ador de!e ter sempre a última pala!ra e contra o o3ser!ador/ o
indígena; 9[ZV/ Q:-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* RZ
São componentes do tra3al"o de campo duas categorias ^undamentais ue tentaremos a3ordar mais
eXausti!amente? (a# Ente*ista,nome gen,rico no ual incluiremos di^erentes a3ordagens ue podem
ser decompostas em? entre!ista a3erta/ entre!ista estruturada/ entre!ista semi<estruturada/ entre!istas
atra!,s de grupos ^ocais e "istKrias de !ida- 0azem parte da relação mais ^ormal do tra3al"o de campo em
ue intencionalmente o pesuisador recol"e in^ormaçfes atra!,s da 0A)A dos atores sociais- Dada a
importncia desse momento da pesuisa a3ordaremos as di!ersas ^ormas de entre!istas e daremos 8n^ase
ao re^erencial teKrico so3re a 0A)A e seu conteXto atra!,s da categoria +epesentaç1es Sociais e/ em
particular/ +epesentaç1es Sociais de Saúde=Doença, (b# /bse*ação 'aticipante como o momento
ue en^atiza as relaçfes in^ormais do pesuisador no campo- $ssa ;in^ormalidade aparente; re!este<se
por,m de uma s,rie de pressupostos/ de cuidados teKricos e prIticos ue podem ^azer a!ançar ou tam3,m
preEudicar o con"ecimento da realidade proposta-
2elaaspectos
de sua importncia/ o tra3al"o
operacionais de campo
ue en!ol!em tem ue
uestfes ser pensado
conceituais- a partir
Hsto ,/ nãodesere^erenciais
pode pensarteKricos e tam3,m
um tra3al"o de
campo neutro- A ^orma de realizI<lo re!ela as preocupaçfes cientí^icas dos pesuisadores ue selecionam
tanto os ^atos a serem coletados como o modo de recol"8<los- $sse cuidado ^az<nos lem3rar mais uma !ez
ue o campo social não , transparente e tanto o pesuisador como os atores/ suEeitos<o3Eeto da pesuisa
inter^erem dinamicamente no con"ecimento da realidade-
A $4&5$.HS&A
Ao lado da o3ser!ação participante/ a ente*ista _ tomada no sentido amplo de comunicação !er3al/ e no
sentido restrito de col"eita de in^ormaçfes so3re determinado tema cientí^ico _ , a t,cnica mais usada no
processo de tra3al"o de campo-
a"n 1 Cannell o^erecem<nos a seguinte de^inição para o ue denominam ;entre!ista de pesuisa;?
RY 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
;Con!ersa a dois/ ^eita por iniciati!a do entre!istador/ destinada a ^ornecer in^ormaçfes pertinentes para
um o3Eeto de pesuisa/ e entrada 9pelo entre!istador: em temas igualmente pertinentes com !istas a este
o3Eeti!o; 9[\Q/ VQ:-
A re^erida conceituação poderia ser replicada com peuenas di^erenças/ pelos di^erentes autores ue
tratam do tema 9&"iollent? [ZY Sc"rader? [\Y Mic"elat? [ZV andel? [ZQ Goode 1 6att? [VQ
6yman? [V:-
Mediante a entre!ista podem ser o3tidos dados de duas naturezas? (a# os ue se re^erem a ^atos ue o
pesuisador poderia conseguir atra!,s de outras ^ontes como censos/ estatísticas/ registros ci!is/ atestados
de K3itos etc- São dados a ue )und3erg c"ama ;o3Eeti!os; 9[\: 2arga 4ina denomina ;concretos;
9[YU: e Gur!itc" 9[VV: os uali^ica como pertencentes ao ní!el ;ecolKgico ou mor<^ olKgico; da
realidade/ (b# os ue se re^erem diretamente ao indi!í d uo entre!istado/ isto ,/ suas atitudes/ !alores e
opinifes- São
denominar in^ormaçfes
;su3Eeti!os;- SKao ní!el ser
podem mais pro^undo dacom
conseguidos realidade ue os cientistas
a contri3uição dos atoressociais
sociaiscostumam
en!ol!idos-
Desta ^orma a entre!ista como ^onte de in^ormação ^ornece dados secundIrios e primIrios/ re^erentes/
segundo Ja"oda/ a ;^atos id,ias/ crenças/ maneira de pensar opinifes/ sentimentos/ maneiras de sentir
maneiras de atuar conduta ou comportamento presente ou ^uturo razfes conscientes ou inconscientes de
determinadas crenças/ sentimentos/ maneiras de atuar ou comportamentos; 9[V/VQ:-
Segundo a ^orma em ue se estrutura a entre!ista/ ela pode ser de !Irios tipos- 6onningmann o^erece a
seguinte classi^icação? (a# sondagem de opinião/ ela3orada mediante uestionIrio totalmente estruturado/
onde a escol"a do in^ormante estI condicionada pela multiplicidade de respostas apresentadas pelo
entre!istador (b# entre!ista semi<estruturada ue com3ina perguntas ^ec"adas 9ou estruturadas: e a3ertas/
onde o entre!istado tem a possi3ilidade de discorrer o tema proposto/ sem respostas ou condiçfes
pre^iXadas pelo pesuisador (c# entre!ista a3erta/ uando o in^ormante discorre li!remente so3re o tema
ue l"e , proposto (d# entre!ista não<direti!a ;centrada; ou ;entre!ista ^ocalizada; onde se apro^unda a
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* R[
con!ersa so3re determinado tema sem pr,!io roteiro (e# entre!ista proEeti!a/ isto ,/ centrada em t,cnicas
!isuais 9uadros/ pinturas/ ^otos: usada uase sempre para apro^undar in^ormaçfes so3re determinado
grupo 96onnigmann? [V:-
2odemos dizer ue as di^erentes ^ormas de entre!istas se resumem em ;estruturada; e ;não<estruturada;
entre as uais "I !Irias modalidades ue se di^erenciam em maior ou menor grau pelo ^ato de serem mais
ou menos dirigidas- A entre!ista ^ocalizada ue pode ser ^eita tanto com um par de interlocutores/ como
em grupo/ tem suas raízes no não<direti!ismo de Carl 5ogers e ^oi introduzida nas ci8ncias sociais/ de
^orma mais ela3orada/ por Merton 9[V\? Vs:- $la pertence h categoria mais geral de pesuisa a3erta ou
não<estruturada e !isa a colocar as respostas do suEeito no seu prKprio conteXto/ e!itando<se a pre!al8ncia
comum nos uestionIrios estruturados/ do uadro conceituai preesta3elecido do pesuisador-
A discussão do campo conceituai da ente*ista como t,cnica de coleta de in^ormaçfes , amplo e
contempla uma
pesuisador- s,rie
2ara ^insdedeuestfes ue !ãocentraremos
nosso tra3al"o desde a ^idedignidade
o tema em do
doisin^ormante ao lugar
aspectos ue social
retiram do
a entre!ista do
campo supostamente neutro da ;coleta de dados;/ para a arena dos con^litos e contradiçfes? (a# $m
primeiro lugar/ trataremos de status dapala*a, dafala indi*idual como re!eladora dos cKdigos de
sistemas e !alores contraditKrios- * assunto nos remete h discussão dos crit,rios de representati!idade da
^ala/ particularmente da representati!idade ualitati!a na pesuisa social (b# $m segundo lugar/
a3ordaremos a discussão do carIter da interação social ue estI em Eogo na relação
pesuisadorFpesuisado- $ste ponto traz luz so3re as implicaçfes sKcio<políticas/ culturais e ideolKgicas
de uma prItica social ue pretende ter crit,rios de o3Eeti!idade-
a# pala!ra como sím3olo de comunicação por eXcel8ncia
* ue torna a entre!ista instrumento pri!ilegiado de coleta de in^ormaçfes para as ci8ncias sociais , a
possi3ilidade de a ^ala ser re!eladora de condiçfes estruturais/ de sistemas de !a^ores/ normas e sím3olos
9sendo ela mesma um deles: e ao mesmo tempo ter a ma<
R 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
gia de transmitir/ atra!,s de um porta<!oz/ as representaçfes de grupos determinados/ em condiçfes
"istKricas/ sKcio<econjmicas e culturais especí^icas-
.Irios estudiosos apontam essa particularidade de a comunicação !er3al ser uma ^orma pri!ilegiada de
interação e para a sua densidade enuanto ^ato social-
%ak"tin considera a pala!ra como o ^enjmeno ideolKgico por eXcel8ncia? ;a pala!ra , o modo mais puro
e sensí!el de relação social;- $ continua?
;$Xiste uma parte muito importante da comunicação ideolKgica ue não pode ser !inculada a uma es^era
ideolKgica particular? trata<se da comunicação da !ida cotidiana- * material pri!ilegiado de comunicação
na !ida cotidiana , a pala!ra; 9[Y\? U\s:-
$sse mesmo autor de^ine o carIter "istKrico e social da ^ala como um campo de eXpressão das relaçfes e
das lutas sociais ue ao mesmo tempo so^re os e^eitos da luta e ser!e de instrumento e de material para a
sua comunicação-
comunicação ue ,Cada ,poca e cada
inteiramente grupo social
determinada pelast8m seu repertKrio
relaçfes de ^ormas
de produção de discurso
e pela estrutura na
sKcio<política
9[Y\/\:- ;A pala!ra , a arena;/ diz ele/ ;onde se con^rontam os !alores sociais contraditKrios;
9[Y\/:- Atra!,s da comunicação !er3al _ ue , inseparI!el de outras ^ormas de comunicação _ as
pessoas ;re^letem e re^ratam; con^litos e contradiçfes prKprios do sistema de dominação/ onde a
resist8ncia estI dialeticamente relacionada com a su3missão-
2reocupado com a teoria da prItica da pesuisa/ %ourdieu contri3ui com algumas pistas/ em resposta a
uma indagação ^reente na pesuisa social/ particularmente nas entre!istas não<estruturadas? $m ue
sentido a ^ala de um , representati!a da ^ala de muitos Suas re^leXfes se re^erem h interação in^ormal na
situação de o3ser!ação e h relação ^ormal ue se dI na entre!ista- Segundo a autor/ a identidade de
condiçfes de eXist8ncia/ tende a reproduzir sistemas de disposiçfes semel"antes/ atra!,s de uma
"armonização o3Eeti!a de prIticas e o3ras?
TMÊ E64E78 TRAA;< D$ CAM2*
gn de transmitir/ atra!,s de um porta<!oz/ as representaçfes de grupos determinados/ em condiçfes
"istKricas/ sKcio<econjmicas e culturais especí^icas-
.Irios estudiosos apontam essa particularidade de a comunicação !er3al ser uma ^orma pri!ilegiada de
interação e para a sua densidade enuanto ^ato social-
%ak"tin considera a pala!ra como o ^enjmeno ideolKgico por eXcel8ncia? ;a pala!ra , o modo mais puro
e sensí!el de relação social;- $ continua?
;$Xiste uma parte muito importante da comunicação ideolKgica ue não pode ser !inculada a uma es^era
ideolKgica particular? trata<se da comunicação da !ida cotidiana- * material pri!ilegiado de comunicação
na !ida cotidiana , a pala!ra; 9[Y\? U\s:-
$sse mesmo autor de^ine o carIter "istKrico e social da ^ala como um campo de eXpressão das relaçfes e
das lutas sociais ue ao mesmo tempo so^re os e^eitos da luta e ser!e de instrumento e de material para a
sua comunicação-
comunicação ue ,Cada ,poca e cada
inteiramente grupo social
determinada pelast8m seu repertKrio
relaçfes de ^ormas
de produção de discurso
e pela estrutura na
sKcio<política
9[Y\/\:- ;A pala!ra , a arena;/ diz ele/ ;onde se con^rontam os !alores sociais contraditKrios;
9[Y\/:- Atra!,s da comunicação !er3al _ ue , inseparI!el de outras ^ormas de comunicação _ as
pessoas ;re^letem e re^ratam; con^litos e contradiçfes prKprios do sistema de dominação/ onde a
resist8ncia estI dialeticamente relacionada com a su3missão-
2reocupado com a teoria da prItica da pesuisa/ %ourdieu contri3ui com algumas pistas/ em resposta a
uma indagação ^reente na pesuisa social/ particularmente nas entre!istas não<estruturadas? $m ue
sentido a ^ala de um , representati!a da ^ala de muitos Suas re^leXfes se re^erem h interação in^ormal na
situação de o3ser!ação e h relação ^ormal ue se dI na entre!ista- Segundo a autor/ a identidade de
condiçfes de eXist8ncia/ tende a reproduzir sistemas de disposiçfes semel"antes/ atra!,s de uma
"armonização o3Eeti!a de prIticas e o3ras?
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
;&odos os mem3ros do mesmo grupo ou da mesma classe são produtos de condiçfes o3Eeti!as id8nticas-
Daí a possi3ilidade de se eXercer na anIlise da prItica social/ o e^eito de uni*esali@ação e de
paticulai@ação, na medida em ue eles se "omogeneizam/ distinguindo<se dos outros; 9[ZU/ YR:-
&eorizando so3ra a prItica da pesuisa de campo/ a^irma ue as condutas ordinIrias da !ida se prestam a
uma deci^ração ainda ue pareçam automIticas e impessoais- $las são signi^icantes/ mesmo sem intenção
de signi^icar e eXprimem uma realidade o3Eeti!a ue ;eXige apenas a reati!ação da intenção !i!ida
daueles ue as cumprem; 9[ZU/Y:- Hnsiste %ourdieu?
;Cada agente/ ainda ue não sai3a ou ue não ueira/ , produtor e reprodutor do sentido o3Eeti!o/ porue
suas açfes são o produto de um modo de agir do ual ele não , o produtor imediato/ nem tem o domínio
completo; 9[ZU/YQ:-
As id,ias de %ourdieu ^azem parte do de3ate so3re a uestão da representatí!idade na pesuisa
ualitati!a-
;(m sistema%aseiam<se no esuema
de disposiçfes durI!eisteKrico do ue denomina
e trans^erí!eis ;"a3itus;/
ue integram istoeXperi8ncias
todas as ,? passadas e
^unciona a todo momento como matriz de preocupaçfes/ apreciaçfes e açfes- * >"a3itus> torna possí!el o
cumprimento de tare^as in^initamente di^erenciais/ graças hs trans^er8ncias analKgicas de esuemas ue
permitem resol!er os pro3lemas/ da mesma ^orma/ graças hs correçfes incessantes dos resultados o3tidos
e dialeticamente produzidos por estes resultados; 9%ourdieu? [ZU/ZY s:-
* autor compara o ;"a3itus; com o inconsciente?
;* inconsciente da "istKria ue a "istKria produz/ incorporando as estruturas o3Eeti!as ue ele produz
nesta uase natureza ue , o >"a3itus>; 9[Z/Z[:-
Q 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
Dir<se<ia ue ele , como uma lei ;imanente; depositada em cada ator social desde a primeira in^ncia/ a
partir de seu lugar na estrutura social- São marcas das posiçfes e situaçfes de classe-
Segundo %ourdieu/ o ;"a3itus; , a mediação uni!ersalizante ue proporciona hs prIticas sem razfes
eXplícitas e sem intenção signi<^icante/ de um agente singula,seu sentido/ sua razão e sua organi<cidade-
2ortanto?
;As relaçfes interpessoais numa pesuisa/ nunca são apenas elaç1es de indi*duos e a !erdade da
interação não reside inteiramente na interação; 9---: ;, a posição presente e passada na estrutura social ue
os indi!íduos trazem consigo em ^orma de >"a3itus> em todo o tempo e lugar/ ue marca a relação;
9[ZU/Y:-
Sapir concorda com %ourdieu uando a^irma ue ;o indi!íduo , um portador passi!o de tradiçfes;- $ ele
mesmo se corrige ao de^inir em termos mais dinmicos ue
;* indi!íduo
inerentes concretizaouso3
hs estruturas mil ^ormas
hs tradiçfes depossí!eis id,ias edada;
uma sociedade modos de comportamento
9[\Z/ Y[:- implicitamente
Acrescenta/ re^erindo<se h entre!ista?
;Se um testemun"o indi!idual , gra!ado ou comunicado/ isto não uer dizer ue se considera tal
indi!íduo precioso em si mesmo- $ssa entidade adulta e singular , tomada como amostra da
continuidade; 9[\Z/ [R:-
$ssa possi3ilidade eXiste/ na medida em ue o comportamento social e o indi!idual o3edece a modelos
culturais interiorizados/ ainda ue de ^orma con^litante- Goldmann nos lem3ra ue a consci8ncia coleti!a
9de classe: sK eXiste nas consci8ncias indi!iduais/ em3ora não seEa a soma delas 9[\Z/Y: e )ukIcs
concorda ue nas consci8ncias indi!iduais se eXpressa a consci8ncia coleti!a/ pois o pensamento
indi!idual se integra no conEunto da !ida social pela anIlise da ^unção "istKrica das classes sociais 9[Z/
\\:-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* U
As citadas re^leXfes ue respondem h uestão da representati<!idade ualitati!a do indi!íduo em relação
h sociedade conduzem a outras perguntas? em ue condiçfes esses indi!íduos representam e em ue
medida o indi!íduo ^ala por si mesmo 4outras pala!ras/ os indi!íduos são aleatoriamente
intercam3iI!eis
Sim e não/ seria a resposta- 2orue ao mesmo tempo em ue os modelos culturais interiorizados são
re!elados numa entre!ista/ eles re^letem o carIter "istKrico e especí^ico das relaçfes sociais- Desta ^orma
os depoimentos t8m ue ser colocados num conteXto de classe/ mas tam3,m de pertin8ncia a uma
geração/ a um seXo/ a ^iliaçfes di^erenciadas etc- $ porue cada ator social se caracteriza por sua
participação/ no seu tempo "istKrico/ num certo número de grupos sociais/ in^orma so3re uma
;su3cultura; ue l"e , especí^ica e tem relaçfes di^erenciadas com a cultura dominante-
Al,m disso/ como a^irma Sc"utz/ cada ator social e8peimenta e con$ece o ^ato social de ^orma peculiar-
a constelação
compor o uadrodas di^erentes
glo3al in^ormaçfes
das estruturas e dasindi!iduais !i!enciadas
relaçfes/ onde em comumnão
o mais importante por, um grupo/
a soma dosue permite
elementos/ mas a compreensão dos modelos culturais e da particularidade das determinaçfes 9[V/ Q\\:-
$ssa compreensão do indi!íduo como representati!o tem portanto ue ser completada com as !ariI!eis
prKprias tanto da especi^icidade "istKrica como dos determinantes das relaçfes sociais- $/ tam3,m/ dentro
do prKprio grupo ou comunidade al!o da pesuisa/ com uma di!ersi^icação ue contemple as "ipKteses/
pressupostos e !ariI!eis estrat,gicas pre!istas para a compreensão do o3Eeto de estudo- -< H'
b# interação entre o pesuisador e os atores sociais no campo
Com relação aos aspectos do intercm3io pesuisadorFpesuisado/ as o3ser!açfes em de3ate nas Ci8ncias
Sociais são de dois ní!eis/ <am3as dando rele!ncia ao carIter pro3lemItico da interação- De um lado
estão as teorias ue en^atizam a situação de desigualdade em ue a entre!ista se processa- Suas
conclusfes tendem a se ^iXar em posiçfes ;reprodutí!istas;- De outro lado estão os ue ressaltam/ do
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
ponto de !ista cultural/ a interação como algo intrinsecamente con^li<ti!o- 2or,m/ con^ere autoria do
produto ao pesuisador e aos pesuisados/ recon"ecendo a possi3ilidade de uns e outros marcarem a
ualidade do des!endamento do social-
A premissa 3Isica/ em am3os os casos/ , de ue ente*ista não , simplesmente um tra3al"o de coleta de
dados/ mas sempre uma situação de inteação na ual as in^ormaçfes dadas pelos suEeitos podem ser
pro^undamente a^etadas pela natureza de suas relaçfes com o entre!istador-
Dentro da primeira concepção apontada acima/ entendemos a situação de ente*ista% (a# Como uma troca
desigual entre os atores da relação- Hsso acontece so3 !Irios ngulos? não , o entre!istado ue toma
iniciati!a os o3Eeti!os reais da pesuisa geralmente l"e são estran"os sua c"ance de tomar iniciati!a em
relação ao tema , pouca? , o pesuisador ue dirige/ controla e orienta as digressfes e concede a pala!ra/
mesmo uando tenta deiXI<lo h !ontade- A atitude simpItica e 3en,!ola do estudioso minimiza o impacto/
mas nãonas
Mesmo anula a relação;pesuisa
c"amadas institucional entre os atores
participante; da interaçãoessas
e ;pesuisa<ação; colocados em se
uestfes posição de desigualdade-
colocam/ em3ora de
^orma di^erente (b# A pesuisa ^ica prisioneira da di!isão social do tra3al"o tradicional na sociedade
capitalista onde o pesuisador/ em posição institucional de poder/ se atri3ui o la3or do uestionamento
dos outros/ da sociedade e de si mesmo o suEeito 9o entre!istado: ;produz; material ue serI
ulteriormente ;eXplorado;/ con^orme sugere )illiane andel?
;Com uadros de re^er8ncias e o3Eeti!os ue na maioria das !ezes são estran"os- A reciprocidade uando
eXiste 9direito de interrogar o interrogador: , outorgada; 9[ZQ/ QV<\:-
Certamente o recon"ecimento dos dois condicionantes da situação de pesuisa des!enda os aspectos da
dominação implícitos na prItica da in!estigação social/ tal como , le!ada nos centros acad8micos- $ssa
re!elação/ ue tem por !ezes resultado em atitudes de imo3ilismo em relação h prItica da pesuisa/ para
ser coerente/ necessita se colocar ao ní!el da totalidade das relaçfes no sistema capitalista-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* V
4ão , apenas a situação de pesuisa ue realiza de ^orma especí^ica uma ^orma de dominação/ mas ela
em si ^az parte do conEunto de reprodução das desigualdades ue permeiam a di!isão social do tra3al"o
no sistema do ual ^azemos parte- 5econ"ecer isso não isenta as implicaçfes de ordem sKcio<política e
ideolKgica da relação de entre!ista/ mas signi^ica colocI<la e interpretI<la con"ecendo as suas condiçfes-
2or outro lado/ a compreensão das teias da dominação ue se emaran"am nas relaçfes sociais nos
conduzem a perguntar pelas 3rec"as e pelo poder dos dominados na interação- Hsto ,/ em ue medida as
in^ormaçfes dadas/ as situaçfes criadas/ os lastros de aliança não re^letem tam3,m a eXpressão de seus
interesses-
A posição radical da sociologia ue !8 na pesuisa apenas mani^estação e reprodução do poder ,
paralisante e cria a imagem do 3eco sem saída para as relaçfes de classes- $la , tão mecnica e tão pouco
dial,tica como o empirismo positi!ista ue descon"ece as condiçfes reais de produção do con"ecimento-
2ortanto/ a dissimetria nas posiçfes do entre!istadorFentre!istado tem ue ser compreendida e assumida
criticamente em todo o processo de construção do sa3er- * impacto resultante do pertenci<mento a outra
classe/ ue se concretiza em eXperi8ncias socioculturais e at, con^litantes/ , um dado condicionante da
pesuisa/ Eunto com todos os outros ^atores ue acompan"am ualuer uma de suas ^ases-
6I outros autores ue/ em lugar de analisar a interação pesuisadorFpesuisado a partir dos
condicionantes dados pelas relaçfes sociais mais amplas/ de3ruçam<se so3re os elementos interiores da
interação- São/ em geral/ antropKlogos/ ue a partir de sua eXperi8ncia de campo/ das di^iculdades
encontradas tanto na o3ser!ação como nas entre!istas/ pfem em e!id8ncia a precariedade do conceito
^ilosK^ico de ;!erdade; no la3or da in!estigação- Mostram as di^iculdades de penetração no mundo dos
outros e colocam em discussão a pretensa o3Eeti!idade na situação de pesuisa- A realidade social , um
lusco<^usco/ mundo de som3ras e luzes em ue os atores re!elam e escondem seus segredos grupais- $m
lugar do carIter de ;passi!idade; ue as teorias reproduti!istas e positi!istas/ so3 pontos de !ista
di^erentes/ con^erem aos entre!istados/ esses autores 9intera<
\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
cionistas sim3Klicos e ^enomenologistas: os proEetam agindo e reagindo durante todo o processo de
contato com o pesuisador-
$Xemplos desses estudiosos/ Go^^man e %erreman ela3oraram de ^orma plIstica e carregada de detal"es
sua re^leXão so3re o intercm3io pesuisadorFpesuisado- (sam a imagem do teatro/ para mostrar ue
am3os são simultaneamente atores e pú3lico na montagem de um espetIculo singular? sua inter<relação
mediada por cKdigos culturais especí^icos e de interesses di^erenciados ue am3os tentam preser!ar e
proEetar-
4a relação do entre!istador com seus in^ormantes/ diz Go^^man?
;0reentemente desco3rimos uma di!isão entre a egião inteio, onde a representação de uma rotina ,
preparada e egião e8teio, onde a representação , apresentada- * acesso a essas regifes , controlado/ a
^im de impedir ue a plat,ia !eEa os 3astidores e ue estran"os ten"am acesso a uma representação ue
não sere^leXão
$ssa dirige aser!e
eles;de
9[V/
3ase QUY:-
para a anIlise de %erreman so3re as suas di^iculdades de acesso a
in^ormaçfes numa comunidade "ima<laia- * título do estudo de %erreman , muito sugesti!o? 'o det"s
de muitas m"scaas 9[ZV/ QU<ZZ:- Constata ue sua eXperi8ncia de tentar entender uma comunidade
muito ^ec"ada segmentada em castas/ com cKdigos culturais rígidos e totalmente estran"os para ele/
guardadas as peculiaridades/ tem condiçfes de ser uni!ersalizada e compartil"ada com outros
pesuisadores-
A ;região interior; pode ser maior ou menor/ mas ualuer grupo guarda seus segredos/ seu lado o^icial e
tem sua estrat,gia comportamental do dia<a<dia- Ainda ue internamente esses grupos manten"am
di^erenças e con^litos/ sua eXist8ncia depende de um certo grau de ^amiliaridade e solidariedade ue
implica partil"a de signi^icados/ de segredos/ de zonas e temas proi3idos/ do ue pode ou não ser dito-
Go^^man a^irma ue "I muito poucas ati!idades ou relaçfes cotidianas cuEos atores não se en!ol!am em
prIticas ocultas/ ue são incompatí!eis com as impressfes promo!idas 9[V[/\:-
A essa tentati!a de Eogo de cena entre pesuisador e in^ormantes para manter em sigilo sua ;região
interior;/ Go^^man denomina
=
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Y 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
propícios h captação de ní!eis mais pro^undos da realidade/ "I/ ao ní!el dos indi!íduos/ in^ormantes
particularmente ;estrat,gicos; para re!elar os segredos do grupo-
Go^^man/ continuando com sua imagem do teatro/ comenta ue?
;(m compan"eiro destituído , sempre passí!el de tornar<se um renegado e !ender h plat,ia os segredos
da peça ue seus irmãos de ontem ainda representam- Cada papel tem seus sacerdotes destituídos de suas
!estes para nos contarem o ue acontece no mosteiro; 9[V[/\:-
2or isso , ue geralmente ualuer grupo cuida de eXercer uma certa !igilncia so3re os indi!íduos e suas
in^ormaçfes/ particularmente so3re os suspeitos de ^alarem demasiado- Puando o tema , proi3ido/ "I
sempre alguma comunicação conspiratKria/ cuidadosamente ^eita de ^orma a não le!antar suspeitas so3re
os in^ratores- *u então/ as re!elaçfes de 3astidores são dadas por pessoas/ não<mem3ros do grupo em
uestão- 6I situaçfes em ue o pesuisador , escol"ido/ ele prKprio/ como con^idente e/ desta ^orma/
passa a compor
considerado um adoregião
grupo-interior tam3,m/ mas so3 condição de não a re!elar- Hsto ,/ passa a ser
%erreman constatou/ a partir de sua eXperi8ncia/ ue dentro de uma coleti!idade "I alguns segmentos ue
correm ;o risco do desempen"o;? são crianças/ os 383ados/ as mul"eres e os !el"os- São pessoas tratadas
como não<pessoas ou como não inteiramente "umanas- 6I sempre o perigo de ue esses atores re!elem
os 3astidores e seEam le!ados a s,rio pela ;plat,ia;- %arnett ressalta ue os mem3ros deslocados ou
insatis^eitos de uma sociedade são in^ormantes mais a3ertos uanto hs ;regifes interiores; 9[VU/ UZY:-
2elo contrIrio/ os in^ormantes mais relutantes em a3rir a cortina dos dados são adultos comprometidos
com o desempen"o do grupo-
4a eXperi8ncia de %erreman 9[ZV/Z: ^oram consistentemente $omens de UV a VV anos de idade os
in^ormantes mais di^íceis- 4a sociedade pesuisada por ele/ esses atores sociais não sK tenta!am ^icar ao
ní!el da imagem o^icial/ mas eXerciam uma censura so3re a ^ala de suas esposas/ ^il"os mais Eo!ens e
so3re os mais idosos-
&al!ez em conteXtos di^erentes/ a categoria mais resistente ao
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* [
ass,dio do pesuisador a seu mundo particular/ seria outra e não os "omens de UV a VV anos- Mas o
princípio de preser!ação do ;risco do desempen"o; seria o mesmo?
;$u sugeriria ser geralmente !erdadeiro;/ diz %erreman/ ;ue os in^ormantes mais relutantes acerca dos
assuntos ue não seEam da lin"a o^icial/ ou do desempen"o da região eXterior/ são aueles ue t8m a
maior responsa3ilidade pela produção do desempen"o/ portanto/ o maior compromisso com seu sucesso;
9[ZV/ZQ:-
Jo"n Dean c"egou a ^azer uma caracterização ;estereotipada; de alguns atores sociais por ele
considerados pri!ilegiados para re!elar os 3astidores da realidade?
_ o ;intruso;/ algu,m de ^ora ou de outra classe ue perce3e o grupo social em uestão a partir de outro
re^erencial
_ o ;recruta; ou no!ato/ ue se surpreende com detal"es/ estran"ando coisas ue para outros seriam
consideradas
_ 3anaisue por estar numa etapa de transição de pap,is/ encontra<se marcado por tensfes e
o ;status no!o;/
receios da no!a eXperi8ncia
_ o ;natural;/ ue possui uma re^leXão 3astante ela3orada da realidade e consegue eXpressI<la com
!i!acidade- 9.ale aui auela distinção de Sc"utz entre uem !i!8ncia e uem con"ece-: * con"ecedor
seria um ;sI3io; em relação ao seu conteXto
_ o ; ing8nuo;/ ue não se policia nem em relação ao ue diz so3re sua coleti!idade e nem em relação
ao pesuisador- A3re as cortinas do 3astidor com mais ^acilidade porue não perce3e as implicaçfes de
seus atos
_ o ;^rustrado; ou ;re!oltado;/ ue se sente 3loueado em seus impulsos e deseEos pela sociedade de ue
, parte
_ os ;de ^ora; ou ;marginais;/ ue estão ausentes do Eogo e dos interesses do esuema o^icial mas ue
;sa3em das coisas;- 2or estarem aliEados do desempen"o/ sentem<se li!res para criticI<los
_ os ;"a3itues;/ isto ,/ os ue EI não t8m mais nada a perder uando re!elam os ;segredos; do poder ou
do grupo
_ o ;carente;/ ue sente necessidade de se colar ao entre!istador e se sente importante por auXiliI<lo
QR 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
_ o ;su3ordinado;/ ue por se adaptar sempre aos superiores/ con"ece os segredos e as transgressfes
9Dean? [V/ QQQ<QV\:-
A ^orma estereotipada de classi^icação/ naturalmente/ tem suas ^al"as intrínsecas- $la , o prKprio
construto do senso comum do pesuisador a partir de sua eXperi8ncia/ ue não esgota todas as
possi3ilidades de in^ormantes pri!ilegiados- De ualuer ^orma a re^leXão de Dean aEuda a pesar ainda
mais as di^iculdades de con"ecimento da realidade social- So3re a compleXidade do tema !ale a pena
repetir para sintetizar as o3ser!açfes de %erreman? (a# primeiro/ ue o controle das impressfes constitui
um aspecto inerente a ualuer interação social (b# ualuer pesuisa social empírica competente de!e
le!ar em conta o desempen"o montado para o pesuisador 9união da o3ser!ação com entre!ista ^ormal: e
o ue resulta daí/ isto ,/ os es^orços empregados na sua produção e as situaçfes de 3astidores ue oculta
(c# tanto a !isão o^icial transmitida 9a região eXterior: como segredos de 3astidores 9região interior: são
componentes
material essenciais da
imprescindí!el da pesuisa
realidade-9[ZV/QU<Z:-
A relação desses dois mundos/ e sua produção de signi^icados são
A conclusão inicial , de ue toda entre!ista/ como interação social/ estI suEeita h mesma dinmica das
relaçfes eXistentes na nossa sociedade- Puando se trata de uma sociedade con^liti!a como a nossa/ cada
entre!ista eXpressa de ^orma di^erenciada essa luz e som3ra da realidade/ tanto no ato de realizI<la como
nas in^ormaçfes ue aí são produzidas- Al,m disso/ pelo ^ato de captar ^ormalmente in^ormaçfes so3re
determinado tema/ a entre!ista tem ue ser incorporada a seu conteXto e !ir acompan"ada/
complementada ou como parte da o3ser!ação participante- Desta ^orma/ al,m da ^ala mais ou menos
dirigida/ captam<se as relaçfes/ as prIticas/ os gestos e cumplicidades e a ^ala in^ormal so3re o cotidiano-
c# $ntre!ista 4ão<$struturada O%,TKiN%s;
A entre!ista na pesuisa social/ como EI !imos na introdução/ reco3re uma s,rie de modalidades t,cnicas
de comunicação !er3al ue podem se reunir em? (a# entre!ista estruturada atra!,s de uestionIrios
aplicados diretamente pelo pesuisador ou indiretamente
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* Q
atra!,s de roteiros ^ec"ados escritos (b# as entre!istas semi<estrutu<radas ou não<estruturadas entre as
uais incluímos a "istKria de !ida e as discussfes de grupo- Am3as podem ser ^eitas !er3almente ou por
escrito/ mas tradicionalmente incluem a presença ou interação direta entre o pesuisador e os atores
sociais e são complementadas por uma prItica de o3ser!ação participante-
4ão ca3eria neste tra3al"o/ ue se limita h pesuisa ualitati!a/ ^alar so3re todas as !irtudes da entre!ista
^ec"ada- 6I li!ros especí^icos ue não sK ensinam a ela3orar uestionIrios como todos os cuidados e
rigor cientí^ico eXigidos para a sua !alidade como instrumento de captação de dados- Mas trata<se de
con^erir<l"e um lugar de complementaridade com as t,cnicas de apro^undamento ualitati!o-
Compreendemos sua adeuação para determinados ^ins/ tal , o caso das ;2esuisas de Hntelig8ncia; ou
;Construção de Hndicadores; como EI ^oi eXplorado no primeiro capítulo- A 2esuisa $pidemiolKgi<ca
tradicionalmente se ^az atra!,s de m,todos e t,cnicas uantitati!as- Apenas atualmente os
epidemiologistas
Puando se trata decomeçam
apreendera se uestionar
sistemas so3re ade
de !alores/ necessidade
normas/ dederepresentaçfes
incorporação de
da determinado
a3ordagem ualitati!a-
grupo
social/ ou uando se trata de compreender relaçfes/ o uestionIrio se re!ela insu^iciente-
Mic"elat resume/ em seu estudo/ as críticas mais comuns ao roteiro ^ec"ado/ para as Ci8ncias Sociais? (a#
primeiramente a entre!ista por uestionIrio estrutura completamente o campo de in!estigação a partir do
pesuisador , ele uem ^ormula as uestfes/ ue det,m o monopKlio da inuirição e da rele!ncia dos
dados (b# desta ^orma eXiste um a^astamento entre a signi^icação do pesuisador/ as respostas ue propfe
aos entre!istados e as signi^icaçfes ue as uestfes t8m para os in^ormantes 9Mic"elat? [ZV/ QQ[<QZ:-
A entre!ista semi<estrururada e não<estruturada di^ere apenas em grau/ porue na !erdade nen"uma
interação/ para ^inalidade de pesuisa/ se coloca de ^orma totalmente a3erta- $la parte da ela3oração de
um roteiro/ so3re o ual EI ^alamos mais intensamente no Capítulo Q- Suas ualidades consistem em
enumerar de ^orma mais a3rangente possí!el as uestfes ue o pesuisador uer a3ordar no campo/ a
partir de suas "ipKteses ou pressupostos/ ad!indos/ o3!iamente/ da de^inição do o3Eeto de in!estigação-
2arga 4ina 9[YU:
QQ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
costuma de^inir a entre!ista não<estruturada ou tam3,m c"amada ;a3erta; como ;con!ersa com
^inalidade; onde o roteiro ser!e de orientação/ de 3aliza para o pesuisador e não de cerceamento da ^ala
dos entre!istados-
4ão se pode descon"ecer/ em nen"uma circunstncia/ con^litos e di^iculdades decorrentes da situação ou
condição de entre!ista EI citados- A entre!ista a3erta não cura as di^erenças e nem diminui as distncias
estruturais- Suas ualidades para estudo da realidade social se colocam dentro das relaçfes sociais
contraditKrias e su3missas aos mesmos uestionamentos a respeito da di!isão social do tra3al"o e das
dissimetrias socioculturais- Dentro da perspecti!a e limitaçfes citadas recon"ecemos a sua importncia
para a construção do con"ecimento so3re o social/ incluindo<se aui a uestão da saúde-
A in^ormação não<estruturada persegue !Irios o3Eeti!os? (a# a descrição do caso indi!idual (b# a
compreensão das especi^icidades culturais mais pro^undas dos grupos (c# a compara3ilidade de di!ersos
casos-
2rocura atingir essas metas/ tentando manter a margem de mo!imentação dos in^ormantes tão amplas
uanto possí!el/ e o tipo de relacionamento li!re de amarras/ in^ormal e a3erto dentro das limitaçfes EI
con"ecidas- * entre!istador se li3era de ^ormulaçfes pre^iXadas/ para introduzir perguntas ou ^azer
inter!ençfes ue !isam a a3rir o campo de eXplanação do entre!istado ou a apro^undar o ní!el de
in^ormaçfes ou opinifes-
A ordem dos assuntos a3ordados não o3edece a uma se8ncia rígida e/ sim/ , determinada
^reentemente pelas prKprias preocupaçfes e 8n^ases ue os entre!istados dão aos assuntos em pauta- A
uantidade de material produzida tende a ser maior e com um grau de pro^undidade incomparI!el em
relação ao uestionIrio/ porue a aproXimação ualitati!a permite atingir regifes inacessí!eis h simples
pergunta e resposta- A a3ordagem desses di^erentes ní!eis tem sido uma uestão ^undamental das
Ci8ncias Sociais/ apro^undada o alguns autores-
4o estudo da realidade social Gur!itc" entende ue "I !Irios iaos ue se superpfem? a primeira
camada/ segundo ele/ seria?
> A s$efí#ie ecolKgica e rrior^olKgica no sentido lato do termo/ os
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* QU
am3ientes tanto naturais como t,cnicos/ os o3Eeti!os/ os corpos e os comportamentos ue participam da
!ida social e captI!eis pela percepção eXterior; 9---: em seguida/;as condutas preesta3elecidas ue são
conduzidas/ "ieraruizadas/ centralizadas/ segundo certos modelos re^letidos e ^iXados pre!iamente em
esuemas mais ou menos rígidos;- 9---: e por ^im ;pap,is sociais assumidos por indi!íduos e por grupos/
as atitudes coleti!as/ os sím3olos sociais; 9[VV/R<U:-
Gur!itc" termina assim suas o3ser!açfes/ altamente pertinentes ao pesuisador de campo?
;2arece impossí!el compreender a realidade social total/ se não se admite ue esta superposição de planos
su3metidos a um determinante mais ou menos ^leXí!el/ repousa so3re um solo !ulcnico/ onde se agita o
ue "I de mais espontneo e inesperado na !ida coleti!a? as condutas criadoras/ as id,ias e !alores
coleti!os/ os estados mentais e os atos psíuicos coleti!os; 9[V/U:-
4outras pala!ras/ Gur!itc" c"ama atenção para o ^ato de ue essas ;camadas; da realidade não são
estanues-Mic"elat/
Segundo $las interagem e reagem dinamicamente
se consideramos e , nesse mo!imento
9como EI ^icou eXplanado na primeiraue podem
parte: ue ser
cadaapreendidas-
indi!íduo/
apreendido atra!,s das in^ormaçfes sintomIticas ^ornecidas pela entre!ista/ , uma aplicação restrita e
peculiar de sua cultura e de sua su3cultura/ podemos dizer em conse8ncia? (a# uanto mais importante ,
o material produzido na entre!ista/ mais ele se enriuece ao atingir ní!eis mais pro^undos (b# a ordem
a^eti!a e da eXperi8ncia , mais determinante dos comportamentos do ue o lado racional
;intelectualizado; (c# a entre!ista o menos estruturada possí!el permite surgir e comunicar esse ní!el
sKcio<a^eti!o<eXistencial 9[ZV/ QUR:-
A re^leXão de Mic"elat !ai contra a ;o3Eeti!idade; !ista so3 o ngulo positi!ista ue se traduz no não<
en!ol!imento/ no uso cuidadoso da linguagem precisa/ no controle rígido de atitudes corporais/
^isionjmicas/ de gestos/ ^rases e pala!ras/ a preteXto de ;neutralidade; condizente com o ;processo
cientí^ico de con"ecimento;-
Q 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
4o caso da pesuisa ualitati!a/ ao contrIrio/ o en!ol!imento do entre!istado com o entre!istador/ em
lugar de ser tomado como uma ^al"a ou um risco comprometedor da o3Eeti!idade/ , pensado como
condição de apro^undamento de uma relação íntersu3Eeti!a- Assume<se ue a inter<relação no ato da
entre!ista contempla o a^eti!o/ o eXistencial/ o conteXto do dia<a<dia/ as eXperi8ncias/ e a linguagem do
senso comum/ e , condição ;sine ua non; do 8Xito da pesuisa ualitati!a-
;Sem intropatia , di^ícil se compreender os aspectos su3Eeti!os da de^inição da situação do entre!istado;/
diz 2arga 4ina 9[YU/ !ol- / QY:- A uem pensa no perigo de o entre!istador se perder nessa imersão da
realidade/ ),!i<Strauss a!isa?
;$ 3em um ^ato o3Eeti!o ue/ o mesmo espírito ue se entregou h eXperi8ncia e se deiXou modelar por
ela/ se torne o teatro das operaçfes mentais ue não anulam as in^ormaçfes da eXperi8ncia/ mas
trans^ormam a eXperi8ncia em modelo/ tornando possí!eis outras operaçfes mentais; 9[ZV/ QZ:-
$m 3ssaimais
!erdade le Don Mareei
su aproXimada Mauss
h ual nos conduz
as ci8ncias a !er/ napodem
do "omem interseção de duas
pretender/ su3Eeti!idades/
uando en^rentamaaordem de
totalidade
de seu o3Eeto 9[ZV/ QQ:-
As consideraçfes/ do ue eu c"amaria ualidades da entre!ista não<estruturada/ nos introduzem agora em
uestfes especí^icas ue necessitam ser apro^undadas e remetem h prItica concreta-
c-l < A primeira delas , a prKpria intodução do ente*istado no campo ue pode ser assim desdo3rada?
(a# pesentação% oprincípio 3Isico em relação a isso , ue uma pessoa de con^iança do entre!istado
9líder da coleti!idade/ pessoa con"ecida e3em aceita: ^aça a mediação entre ele e o pesuisador- Seria
muito ais#ado entrar sem re^er8ncia de lealdade/ em ualuer grupo ou
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* QV
comunidade/ seEa de ue grupo ou classe ^or (b# Menção do inteesse da pesuisa discorrendo so3re o
ue pode direta ou indiretamente contri3uir com as preocupaçfes dK entre!istado menção da instituição h
ual estI !inculada- 2re!8<se a con!eni8ncia de apresentação de uma credencial institucional do
pesuisador 9em geral/ uando se trata de uma pesuisa com segmentos das classes tra3al"adoras/ onde
os laços de lealdade e solidariedade culturalmente são muito ^ortes/ a mel"or credencial , a apresentação
de algu,m de con^iança do in^ormante:/ (c# E8plicação dos moti*os da pesuisa em linguagem de senso
comum/ em respeito aos ue não necessariamente dominam os cKdigos das ci8ncias sociais (d#
Justi^icati!a da escol"a do entre!istado (e# Garantia de anomicidade da entre!ista e a garantia de sigilo
so3re a autoria das respostas ue aparecem no conEunto do tra3al"o- (f# Con*esa Inicial a ue alguns
pesuisadores denominam ;auecimento;- &rata<se de ue3rar o gelo de ter a resposta do agente social
so3re a sua disponi3ilidade de dar in^ormaçfes de criar um clima o mais possí!el descontraído e de
con!ersa- 4opelo
pesuisador casogrupo
de estar
!aicom3inada
se ^orEandocom a o3ser!ação
nas !Irias participante/
instncias a construção da identidade do
de con!i!8ncia-
*3!iamente/ os procedimentos enumerados anteriormente não são nem normas rígidas/ nem um
preceituIrio a ser cumprido ininterruptamente pelo pesuisador- São açfes ue se cumprem no processo
de interação e em possí!el diIlogo com o interlocutor- Sua introdução no tra3al"o de!e<se antes a uma
tentati!a de comunicação de eXperi8ncia/ do ue de instituição de regras e normas/ a serem seguidas-
$m adendo hs uestfes gerais le!antadas so3re a entre!ista não<estruturada/ ^azemos menção h ?ist!ia
de 2ida e h Discussão em upo como estrat,gias importantes em si mesmas de captação de in^ormaçfes
ualitati!as- Mas c"amamos atenção para o seu carIter complementar no conEunto de uma ;3ateria; de
instrumentos ue podem e de!em ser empregados para a compreensão da realidade social-
Q\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
?ist!ia de 2ida
Segundo Denzin?
;A 6istKria de .ida apresenta as eXperi8ncias e as de^iniçfes !i!idas por uma pessoa/ um grupo/ uma
organização/ como esta pessoa/ esta organização ou este grupo interpretam sua eXperi8ncia; 9[ZU/ QQR:-
Denzin , um entusiasta da $ist!ia de *ida como estrat,gia de compreensão da realidade- Seu teXto so3re
o tema em &"e +eseac$ ct trata da de^inição e dos pressupostos do m,todo/ das !Irias modalidades da
"istKria de !ida/ da sua relação com a "istoriogra^ia clIssica/ das estrat,gias analíticas e da rele!ncia
dessa t,cnica para as Ci8ncias Sociais 9[ZU/ Q[<QV[:-
2ara as ^inalidades a ue se propfe nosso tra3al"o/ limitaremos o campo de re^leXão so3re os
pressupostos da t,cnica de coleta de dados e de interação/ as suas principais modalidades/ os detal"es da
etapa de tra3al"o de campo e as !antagens especí^icas da "istKria de !ida para as Ci8ncias Sociais-
Denzin menciona
conEunto !Irios !i!ida
da eXperi8ncia tipos de
por"istKria de !ida?um(a#grupo
uma pessoa/ a "istKria
ou umade instituição
!ida completa(b#ue reco3redetodo
a "istKria !idaotKpica
ue dI 8n^ase a determinada etapa ou setor da !ida pessoal ou de uma organização- Acrescentamos a
"istKria oral ue geralmente ^ocaliza acontecimentos especí^icos tal como ^oram !i!enciados por uma
pessoa ou grupo social-
A "istKria de !ida pode ser escrita ou !er3alizada- 2ara as ^inalidades de nosso tra3al"o damos 8n^ase
huela ue , realizada como uma ente*ista polongada, na ual o pesuisador constantemente interage
com o in^ormante- Auela ue com3ina o3ser!ação/ relatos introspecti!os de lem3ranças e rele!ncias e
roteiros mais ou menos centrados em algum tema-
Como podemos perce3er/ os pressupostos teKricos ue !alidam a "istKria de !ida são da mesma natureza
dos ue ^undamentam a entre!ista e a o3ser!ação participante- $la , instrumento pri!ilegiado para se
interpretar o processo social a partir das pessoas en!ol!idas/
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* QZ
na medida em ue se consideram as eXperi8ncias su3Eeti!as como dados importantes ue ^alam
al,m e atra!,s delas-
%ourdieu apresenta a "istKria do indi!íduo como sendo sempre uma certa especi^icação da
"istKria coleti!a de seu grupo e sua classe?
;2odemos !er;/ diz ele/ ;nos sistemas de disposiçfes indi!iduais/ *aiantes estutuais de
$abitus de grupo e de classe/ sistematicamente organizados nas di^erenças ue os separam? o
estilo pessoal/ isto ,/ esta marca particular ue trazem todos os produtos de um mesmo $abitus,
, uma !ariação em relação ao estilo de uma ,poca ou de uma classe; 9[ZU/Y[:-
.Irios cientistas sociais ue usam a t,cnica da "istKria de !ida a colocam num papel
complementar ao das entre!istas/ dos uestionIrios e da o3ser!ação participante- %ecker amplia
o"ipKteses
m3ito de sua importncia-
e pressuposiçfes Sugereserue
possam ela sir!a4a
a!aliadas- como pedraem
medida deue
toue/ atra!,s dados
acrescenta da ualpessoais
teorias/e
!isfes su3Eeti!as a partir de determinado lugar social/ permite a3rir camin"os de in!estigação
em Ireas ue pareciam resol!idas/ tanto no campo das rotinas institucionais como dos processos
e relaçfes sociais- Al,m disso/ tem o potencial de conseguir dados di^íceis e uase inacessí!eis
atra!,s da eXperimentação ou ;sur!eys; retrospecti!os 9%ecker? [\\/ <.HHH:-
Denzin a^irma ue a "istKria de !ida pode ser o mel"or m,todo para se estudar processos de
socialização/ emerg8ncia de um grupo/ estrutura organizacional/ nascimento e declínio de uma
relação social e respostas situacionais a conting8ncias cotidianas 9Denzin? [ZU/ QVZ:-
0raser/ na introdução ao 3elíssimo tra3al"o de "istKria oral so3re a Guerra $span"ola dI<nos
elementos ue se Euntam e acrescentam as perspecti!as de %ecker e Denzin-
Comenta ue a "istKria de !ida 9tKpica ou mais completa: !er3alizada pelos participantes
constitui uma tentati!a de re!elar o am3iente intangí!el dos acontecimentos ue ^azem parte da
eXperi8ncia de determinado grupo social- .isa a desco3rir o ponto de !ista e as moti!açfes dos
participantes !oluntIrios ou in!oluntIrios na 6is<
QY 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
tKria/ portanto protagonistas dos ^atos sociais/ mas geralmente descartados na !isão o^icial dos setores
dominantes- ; Diz0raser?
; a "istKria !ista pela política interna das classes;-
$ acrescenta?
;2or mais intangí!el ue pareça/ o am3iente , a3strato ou distante? , o ue a gente sente- $ o sentir
constitui a 3ase de seus atos; 9[Z[/ Q\:-
$la não su3stitui a "istoriogra^ia clIssica- Complementa<a- 4ão se trata tam3,m de perguntar se essa
"istKria , mais !erdadeira ue outra? trata<se de um tipo de !erdade/ da !erdade da ;gente comum; como
ela deseEa proEetI<la?
;* ue as pessoas pensam/ e o ue elas pensam ue pensam tam3,m constituem um ^ato "istKrico;
90raser? [Z[/ Q[:-
* material daescritos/
documentos "istKriaincluindo<se
de !ida/ segundo %ecker
a "istKria das9[\\:/ sãosociais
ag8ncias os dados não<con!encionais?
e instituiçfes gra!açfes/
ue lançam luz so3re o
comportamento dos grupos e indi!íduos-
Metodologicamente/ as de^iniçfes de situaçfes recol"idas atra!,s da "istKria de !ida de!em ser
complementadas pela perspecti!a de outros atores sociais ue se relacionam com os ^atos ^ocalizados-
2ortanto , importante se Euntar outras "istKrias de !ida contemporneas com os temas em uestão para
^ins de consist8ncia dos dados-
Da mesma ^orma/ , de ^undamental interesse para compreensão da realidade/ a com3inação da ;6istKria
de .ida; com outros m,todos de a3ordagem/ para re^orço mútuo-
Allport a^irma?
-" i' 'iS, '-"
;A consist8ncia interna ou con^rontação interna conseguida atra!,s de múltiplas a3ordagens/ , uase o
único teste ue temos
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* Q[
para a !alidade das pesuisas- 2ortanto/ em todos os sentidos/ os documentos pessoais entram no interior
de um conEunto a3rangente de estrat,gias de compreensão da realidade; 9[Q/Q:-
Discussão de upo ^ <
Da mesma ^orma ue a 6istKria de .ida/ a discussão de grupo de!e ser !alorizada como a3ordagem
ualitati!a/ seEa em si mesma seEa como t,cnica complementar-
Sc"rader comenta ue no m3ito de determinados grupos sociais atingidos coleti!amente por ^atos ou
situaçfes especí^icas/ desen!ol!em<se opinifes in^ormais a3rangentes/ de modo ue/ sempre ue entre
mem3ros de tais grupos "aEa intercomunicação so3re tais ^atos/ estes se impfem/ in^luindo
normati!amente na consci8ncia e no comportamento dos indi!íduos 9[ZY/ [Y:-
* especí^ico do grupo de discussão são as opinifes/ rele!ncias e !alores dos entre!istados- Di^ere por
isso da o3ser!ação ue ^ocaliza mais o comportamento e as relaçfes- &em uma ^unção complementar h
o3ser!ação
Do ponto departicipante e hs entre!istas
!ista operacional/ indi!iduais-
a discussão de grupo 9;grupos ^ocais;: se ^az em reunifes com um
peueno número de in^ormantes 9seis a doze:- Geralmente tem a presença de um animador ue inter!,m/
tentando ^ocalizar e apro^undar a discussão-
*s participantes são escol"idos a partir de um determinado grupo/ cuEas id,ias e opinifes são do interesse
da pesuisa- A a3rang8ncia do tema pode eXigir uma ou !Irias sessfes de discussão-
$ssa estrat,gia de coleta de dados , geralmente usada para? (a# ^ocalizar a pesuisa e ^ormular uestfes
mais precisas (b# complementar in^ormaçfes so3re con"ecimentos peculiares a um grupo em relação a
crenças/ atitudes e percepçfes (c# desen!ol!er "ipKteses de pesuisa para estudos complementares-
* grupo ^ocai consiste numa t,cnica de inegI!el importncia para se tratar das uestfes da saúde so3 o
ngulo do social/ porue se presta ao estudo de representaçfes e relaçfes dos di^erenciados grupos de
pro^issionais da Irea/ dos !Irios processos de tra3al"o e tam3,m da população-
A ger8ncia dos grupos de discussão por empregar !Irias pessoas
UR 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
, uma uestão não apenas t,cnica- Hmplica a capacidade do animador de não induzir consciente ou
inconscientemente o grupo atra!,s de suas prKprias rele!ncias- Mas implica tam3,m t,cnicas ue assim
Sc"rims"a7 resume? o animador _ (a# introduz a discussão e a mant,m acesa (b# en^atiza para o grupo
ue não "I respostas certas ou erradas (c# o3ser!a os participantes/ encoraEando a pala!ra de cada um
(d# 3usca as ;deiXas; de continuidade da prKpria discussão e ^ala dos participantes (e# constrKi relaçfes
com os in^ormantes para apro^undar/ indi!idualmente/ respostas e comentIrios considerados rele!antes
pelo grupo ou pelo pesuisador (f# o3ser!a as comunicaçfes não<!er3ais e o ritmo prKprio dos
participantes/ dentro do tempo pre!isto para o de3ate- Geralmente o tempo de duração de uma reunião
não de!e ultrapassar de ?RR a ?UR "oras 9Sc"rims"a7? [Y\/Q:-
Al,m da sua importncia pelo apro^undamento ualitati!o de uestfes socializI!eis e pela possi3ilidade
de comparação com grupos semel"antes e distintos/ re^orçamos o papel complementar da discussão de
grupo- Junto com
participante/ o uso das constrKi
o pesuisador "istKriasuma
de !ida/
s,riedas entre!istas a3ertas
de possi3ilidades ou semi<estruturadas
de in^ormaçfes e da o3ser!ação
ue l"e indicam se seu
camin"o estI correto- a triangulação na coleta de dados-
.ale ressaltar mais uma !ez ue/ como todas as outras ^ormas de a3ordagem/ tam3,m esta estI suEeita aos
condicionantes da interação social e de!e ser usada a partir da consci8ncia de suas !antagens e seus
limites-
c-Q < * conteúdo e a situação de entre!ista
A centralidade da entre!ista em suas amplas modalidades , dada pelo o3Eeto de pesuisa com o foco ue
l"e proporcione o cientista social-
A o3ser!ação mais importante relacionada ao conteúdo diz respeito hs perguntas ou itens do roteiro- Cada
sugestão de tema ue se introduz na entre!ista/ ou cada uestão ue se le!anta/ ^az parte de uma interação
di^erenciada com o entre!istado na medida em ue esses itens são uma teoria em ato e trazem implícitos
uma "ipKtese/
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* U
um pressuposto ou um conceito teKrico- 2ortanto/ o impacto resultante da a3ordagem de determinado
assunto no interior da entre!ista/ de!e ser !isto como di!erso do e^eito da entre!ista como um todo-
Da mesma ^orma/ cada situação de entre!ista tem o seu impacto social prKprio- 4ão "I duas situaçfes
iguais e nem seuer semel"antes serão sempre di^erentes/ ainda ue se trate/ em ocasifes distintas/ dos
mesmos atores e do mesmo tema/ por causa tanto de disposição dos interlocutores/ como pelo conteXto da
pesuisa/ isto ,/ por ^atores eXternos ou internos ue condicionam a situação-
A interação dos dois parceiros/ al,m do mais/ tem um signi^icado su3Eeti!o prKprio para cada um
distintamente e am3os le!am em conta/ ao agir/ as respostas ou reaçfes do interlocutor- Como EI !imos
eXausti!amente no início desse tema/ para %erreman trata<se de uma cena entre dois atores para 2arga
4ina são ;duas de^iniçfes de situação ue se con^rontam; 9[YU/ !- HH/ VZ:- 2oderíamos dizer com esses
autores ue/ tanto o pesuisador uanto o entre!istado inter^erem dinamicamente no con"ecimento da
realidade/ e esse
di^erenciados encontro
,/ ao mesmodetempo/
duas su3Eeti!idades representantes
rico/ pro3lemItico de cKdigos socioculturais uase sempre
e con^liti!o-
* ^ato de ue nen"uma situação de entre!ista se repita nem com a mesma pessoa/ nem com a eXploração
do mesmo tema/ coloca de ^orma di^erente a uestão da pro!a de ^idedignidade para a pesuisa
ualitati!a em relação h coleta de dados uantitati!os e ^atos uan<ti^icI!eis- ;Cada caso , um e!ento
único;/ comenta Cicourel 9[\/ YR:-
A uestão do teste de "ipKteses e de pro!as corretas serI tratada em detal"es na uarta parte deste
tra3al"o/ so3re anIlise dos dados- 5esumimos apenas as id,ias 3Isicas so3re o tema/ a partir da
a3ordagem de Cicourel? (a# a credi3ilidade do in^ormante/ isto ,/ suas razfes para ocultar ou deturpar
in^ormaçfes a espontaneidade das respostas e o e^eito da presença do o3ser!ador na sua o3tenção a
euação grupo<o3ser!ador 9o3ser!ação participante: _ in^ormante 9entre!ista: (b# a redação da ;"istKria
natural da pesuisa;/ ou diIrio de campo ue inclui o processo progressi!o de conceituação do o3Eeto
pelo pesuisador (c# o esta3elecimento da ; teoria do ator; por parte
UQ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
do cientista ao desco3rir suas regras de e!id8ncia/ seus constructos/ seus signi^icados-
2or ^im e para os ^ins em uestão !ale ressaltar duas o3ser!açfes- 2rimeiro/ permanece o princípio geral
ue recon"ece a importncia indiscutí!el de cada entre!ista 9pela ualidade do ator e pelos dados
especí^icos ue dele emergem:/ mas nos diz ue , do conJunto delas e a partir do caleidoscKpio das
in^ormaçfes ue o pesuisador compfe seu uadro- $m segundo lugar/ a eXperi8ncia nos mostra ue/
como o pesuisador tra3al"a com !i!8ncias e com as representaçfes correlatas/ por mais ue estimule a
eXplicitação de determinados temas/ se eles não constituem rele!ncias para os in^ormantes/ di^icilmente
emergirão-
c-U < So3re o uso das entre!istas não<estruturadas
Muitos sociKlogos consideram importantes os estudos ualitati!os apenas para ^ins eXploratKrios/
recomendando sempre uestionIrios estruturados para o ue de^inem como ;pesuisa cientí^ica;/ onde "I
possi3ilidade
de de testes cete@a
!alidade e potanto de "ipKteses/ possi3ilidade de repetição pela estandardização das perguntas/ testes
de fidedignidade.
$ssa , uma !isão positi!ista ue coloca como uestão t,cnica/ a resolução de pro3lemas epistemolKgicos
pro^undos/ tais como a ualidade das in^ormaçfes recol"idas- como se o re^inamento de um
instrumento para anIlise de !ariI!eis solucionasse a uestão ^undamental do con"ecimento da realidade-
A essa argumentação/ autores como Cicourel e %ourdieu contestam/ mostrando as !antagens da
a3ordagem ualitati!a/ ^eita so3 determinadas condiçfes e cuidados teKricos- $ 2arga 4ina desen!ol!e
algumas o3ser!açfes ue merecem respeito/ dada a sua longa !ida dedicada h pesuisa social- Z
> $sta digressão , importante para conteXtualizar suas ponderaçfes? o autor ^oi o coordenador nacional do $4D$0 9$studo 4acional
de Despesas 0amiliares:/ realizado em [Z/ ue o3te!e in^ormaçfes so3re VU-RRR ^amílias em todo o %rasil a respeito do
orçamento ^amiliar e/ em detal"e/ so3re consumo alimentar- 0oi o estudo de in^ormaçfes estruturadas mais importante do país/ ue
conseguiu dar in^ormaçfes so3re condiçfes
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* UU
.eEamos seu depoimento- 2rimeiramente o autor cita Gran<ger ue comenta os riscos de ;uma redução
simplista do ualitati!o;- 6I uma dualidade no ualitati!o ue , ^undamental recon"ecer?
;* o3ser!ador pode ter uma percepção da coisa ue , um predicado contingente e relati!o do o3Eeto? a
ess8ncia da coisa captada , compreendida atra!,s das apar8ncias/ numa percepção de modo incompleto/
es3oçada; 9Granger? [\Z/RZ:
2or outro lado/ "I outro tipo de percepção ualitati!a/ ue , uma percepção imediata do !i!ido/ de uma
eXperi8ncia captada como um ^luXo de cuEa ess8ncia temos consci8ncia em ^orma de ;retenção; em nossa
mente/ atra!,s de relem3ranças-
Granger distingue assim ;ualidade o3Eeti!a; e ;ualidade do o3Eeto psíuico; e considera como es^orço
necessIrio da epistemolo<gia das ci8ncias "umanas atuais/ esta3elecer um relacionamento entre
;ualidade do o3Eeto psíuico; e uma estruturação cientí^ica 9[\Z/ [Z:- $m outras pala!ras/ trata<se de
tra3al"ar
2arga com
4ina/ a percepção
a partir do !i!ido/ com
das contri3uiçfes os signi^icados
de Granger/ a^irma? das moti!açfes/ atitudes e !alores-
; assim meridianamente claro ue a utilização de m,todos e t,cnicas não<uantitati!as em uma pesuisa
não , uestão de escol"a de alternati!a ou de pre^er8ncia pessoal? são procedimentos simplesmente
necessIrios;- 9---: ;a necessidade de usar m,todos e t,cnicas não<uantitati!as , conse8ncia da
necessidade de l captar algo dos aspectos su3Eeti!os da realidade social/ e de
recon"ecer a ;dualidade do ualitati!o; ^undamental para Granger; 9[YU/ YQ<YU:-
de !ida da população 9H%G$/ [Z:- Ao mesmo tempo ue dirigia o tra3al"o uantitati!o em ní!el nacional/ este cientista liderou
um estudo de in^ormaçfes não<estruturadas e posteriormente !Irias pesuisas ualitati!as 9de [ZV a [YV: so3re situaçfes de
po3reza em !Irios pontos do país 9H%G$/ [ZV<[YU 2(C<5io/ [YU<[YV:-
U 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
$moutrosmomentos2arga4inacriticaoadEeti!o ;ualitati!o; ao tipo de pesuisa social tal como propomos
aui/ dizendo ue ela , simplesmente pesuisa social?
;A oposição ualitati!oFuantitati!o apro^unda um pro3lema não totalmente resol!ido nas ci8ncias sociais
de uerer imitar os modelos uanti^icI!eis das outras ci8ncias ^ísicas e naturais; 9[YU/ YU:-
Sua proposta de realizar o tra3al"o de campo atra!,s de entre!ista a3erta tem dois !ieses? o primeiro , de
complementar atra!,s de estudos de caso ue se deten"am numa realidade mais ou menos "omeg8nea/ as
in^ormaçfes muito agregadas ue o H%G$ ^ornece atra!,s de grandes proEeçfes estatísticas o segundo , a
certeza de ue/ atra!,s de entre!istas com in^ormaçfes c"amadas ;concretas; Eunto com auelas
pro!enientes da eXperi8ncia e da opinião das in^ormantes so3re suas !i!8ncias/ podemos perce3er mel"or
as compleXidades da realidade- A con!icção de 2arga 4ina , ^ruto de longa eXperi8ncia com indicadores
uantitati!os e os limites de suas possi3ilidades-
2ara ele/ paraasCicourel/
a3ordagem/ paranão<uanti^icI!eis
in^ormaçfes )azars^eld e outrosal,m
autores com
de sua amplaimportncia/
grande eXperi8ncia ^azem
de am3as/
parteasda^ormas
prKpriade
natureza das ci8ncias sociais/ ue se deti!erem nas 3ordas !isí!eis da realidade/ perdem a sua dinmica-
Assim a pesuisa ualitati!a torna<se importante para? (a# compreender os !alores culturais e as
representaçfes de determinado grupo so3re temas especí^icos (b# para compreender as relaçfes ue se
dão entre atores sociais tanto no m3ito das instituiçfes como dos mo!imentos sociais (c# para a!aliação
das políticas pú3licas e sociais tanto do ponto de !ista de sua ^ormulação/ aplicação t,cnica/ como dos
usuIrios a uem se destina-
A *%S$5.AL* 2A5&HCH2A4&$
A /bse*ação 'aticipante pode ser considerada parte essencial do tra3al"o de campo na pesuisa
ualitati!a- Sua importncia , de tal
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* UV
ordem ue alguns estudiosos a tomam não apenas como uma estrat,gia no conEunto da in!estigação/ mas
como um m,todo em si mesmo/ para compreensão da realidade- Sc"7artz 1 Sc"7artz propfem<nos a
seguinte ^ormulação?
;De^inimos o3ser!ação participante como um processo pelo ual mant,m<se a presença do o3ser!ador
numa situação social/ com a ^inalidade de realizar uma in!estigação cientí^ica- * o3ser!ador estI em
relação ^ace a ^ace com os o3ser!ados e/ ao participar da !ida deles/ no seu cenIrio cultural/ col"e dados-
Assim o o3ser!ador , parte do conteXto so3 o3ser!ação/ ao mesmo tempo modi^icando e sendo
modi^icado por este conteXto; 9[VV/ UVV:-
$ssa conceituação aparentemente completa dos re^eridos autores e ue tomamos como ponto de
partidanão se pode considerar pací^ica no de3ate das ci8ncias sociais- As contro!,rsias eXistem com
relação h prKpria prItica de o3ser!ação/ ao ;o ue; e ao ;como; o3ser!ar-
$m primeirocomo
/bse*ação lugar ^orma
!ale dizer ue , no seio
complementar de da antropologia
captação ue seempírica-
da realidade inicia a re^leXão so3re de
A sociologia a estrat,gia
tradição de
uantitati!a , ue/ em princípio/ le!anta as primeiras críticas ao ue denomina ;empirismo; ou
;impressionismo; da prItica antropolKgica- A etnometodologia e a ^enomenologia/ correntes ue
pri!ilegiam estudos empíricos/ retomam para a sociologia o de3ate so3re a o3ser!ação- Hn^luenciados pela
antropologia/ os etnometodK<logos e os ^enomenologistas instauraram no interior da sociologia a
pol8mica so3re seus m,todos/ t,cnicas e crit,rios de !alidação do con"ecimento-
* marXismo tem desen!ol!ido muito pouco sua re^leXão so3re o tema- $Xiste uma pol8mica entre as
!Irias correntes marXistas/ ue tende a paralisar a re^leXão metodolKgica so3re a o3ser!ação como um
momento de apreensão do ^enjmeno- 4o entanto/ "I algumas ela3oraçfes ^ilosK^icas so3re a lKgica
dial,tica/ de grande importncia/ ue lançam luz so3re a prItica do tra3al"o de campo-
4este teXto/ tentaremos entrar no m,rito da uestão /bseação 'atipante, a3ordando as !Irias lin"as
con^rontantes de pensamento e sua contri3uição especí^ica para a construção de con"ecimentos-
U\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
a# / Debate 5e!ico em tono da /bse*ação 'aticipante
* teXto considerado clIssico so3re o 5abal$o de Campo dentro da antropologia ^oi escrito em [QQ por
%- Malino7ski/ a propKsito de sua inserção entre os nati!os das Hl"as &rom3iand no 2ací^ico 9[ZY:-
$m3ora le!ando<se em conta ue o estudo re^lete as concepçfes ^uncionalistas de seu autor/ a rica
eXperi8ncia transmitida e as 3ases metodolKgicas por ele lançadas continuam atuais- Sua legitimidade
permanece intocI!el at, "oEe- 0undamenta<se na necessidade? (a# de 3agagem cientí^ica do estudioso (b#
dos !alores da o3ser!ação participante (c# das t,cnicas de coleta/ ordenação e apresentação do ue
denomina ;e!id8ncias;- C"ama atenção para a importncia do pesuisador distinguir os resultados da
o3ser!ação direta em relação aos depoimentos dos nati!os e suas interpretaçfes dos ^atos/ e as
interpretaçfes e in^er8ncias do pesuisador-
Seu tra3al"o ainda ue criticado do ponto de !ista do seu destino como ser!ilismo ao colonizador
3ritnico/
tema ao mesmo tempo
da relati!ização criouda
da cultura/ grandes pol8micas
organização na classe
compleXa dominante
da !ida inglesa/ eporue
dos primiti!os de sualançou h luz o
importncia
social- Malino7ski Eunto com 5adcli^íe<%ro7n/ outro antropKlogo ingl8s/ re!olucionaram a antropologia
nas tr8s primeiras d,cadas do s,culo / so3retudo pelas propostas re^erentes aos m,todos de tra3al"o de
campo-Y
;&oda a estrutura de uma sociedade encontra<se incorporada no mais e!asi!o de todos os materiais? o ser
"umano;/
diz Malino7ski 9[ZV/R:- Complementa posteriormente seu pensamento a respeito da tare^a do
etnKgra^o?
;$sse material e!asi!o não tem uma !isão integrada resultante do todo/ e ca3e ao pesuisador organizI<la
a partir de tr8s pontos de
Y
2ara re^er8ncia/ !er Malino7ski/ %- gonautas do 'acfico e outros teXtos na coleção 2ensadores- São 2aulo/ $ditora A3ril/ [ZY-
5adclií^e<%ro7n- Mct$od in Social nt$opoiogZ. C"icago- &"e (ni!- o^ C"icago 2ress/ [VY-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* UZ
!ista? (a# o arca3ouço da constituição (b# os imponderI!eis da !ida real ou do comportamento típico (c#
o espírito nati!o;-
Malino7ski tem uma crítica ^undamental a um tipo de pesuisa social ue apreende apenas um ní!el da
realidade atra!,s dos ; sur!eys;? uma ci8ncia ue perce3e o esueleto mas não compreende a !ida porue
ela se ^az longe do lugar onde a !ida acontece?
;6I uma s,rie de ^enjmenos de grande importncia ue não podem ser registrados atra!,s de perguntas/
ou em documentos uantitati!os/ mas de!em ser o3ser!ados em sua realidade- Denominemo<los os
;imponderI!eis da !ida real;- $ntre eles se incluem coisas como a rotina de um dia de tra3al"o/ os
detal"es do cuidado com o corpo/ da maneira de comer e preparar as re^eiçfes o tom das con!ersas e da
!ida social ao redor das casas da aldeia/ a eXist8ncia de grandes amizades e "ostilidades e de simpatias e
antipatias passageiras entre pessoas a maneira sutil mas inuestionI!el em ue as !aidades e am3içfes
pessoaisVV:-
9[ZV/ se re^letem no comportamento dos indi!íduos e nas reaçfes emocionais dos ue o rodeiam;
4esse teXto/ Malino7ski descre!e a atitude do pesuisador de campo/ atitude atra!,s da ual %o"arinan
de^ine a antropologia?
;$la , como a "istKria ou a ci8ncia/ uma atitude ue consiste em desen!ol!er uma !isão estereoscKpica
das ati!idades e id,ias "umanas atra!,s de conceitos inteligí!eis a todos; 9[ZV/ QV\:-
A partir dessa re^leXão estI dado/ para Malino7ski/ o material da o3ser!ação participante- 2rimeiro/ o
conEunto de regras ^ormuladas ou implícitas nas ati!idades dos componentes de um grupo social depois a
^orma como essas regras são o3edecidas ou transgredidas- $m terceiro lugar/ os sentimentos de amizade/
de antipatia ou simpatia ue permeiam os mem3ros do grupo- $m outras pala!ras/ , preciso o3ser!ar o
aspecto legal e o aspecto íntimo das relaçfes sociais ao lado das tradiçfes e costumes/ o tom e a
importncia ue l"e são atri3uídos as id,ias/ os moti!os e os sentimentos do grupo na
UY 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
compreensão da totalidade de sua !ida/ !er3alizados por eles prKprios/ atra!,s de suas categorias de
pensamento-
$m3ora Malino7ski separe/ para e^eitos de estudo/ a realidade social 9!er3alizaçfes/ comportamentos/
estruturas: em tr8s ní!eis/ sua intenção , a reconstrução teKrica da totalidade funcional, o ;arca3ouço da
constituição; da sociedade analisada/ atra!,s das regu<laridades e do ue , típico/ de um grupo social-
2ara conseguir apreender a ;totalidade ^uncional; Malino7ski apresenta seu m,todo/ ue nos princípios
gerais podemos resumir?
;9a: &er o3Eeti!os realmente cientí^icos e con"ecer os !alores e crit,rios da etnogra^ ia moderna-;
Hsso signi^ica imergir na realidade mas ao mesmo tempo dominar o instrumental teKrico- (ma atitude de
o3ser!ador cientí^ico consiste em colocar<se so3 o ponto de !ista do grupo pesuisado/ com respeito/
empatia e inserção o mais íntimo possí!el- Signi^ica a3ertura para o grupo/ sensi3ilidade para sua lKgica e
sua cultura/
;Mas;/ lem3rando<seodeetnogra^
diz Malino7ski/; ue a interação
o não temsocial
sK ue^azestender
parte dasuas
condição
redes enodalugar
situação de pesuisa?
correto e esperar pelo
ue nela cairI- De!e ser um caçador ati!o e dirigir para elas a sua presa e segui<las at, as suas tocas mais
inacessí!eis; 9[ZV/V:-
2ortanto tem ue ser um perscrutador insistente/ ue estI sempre entre as 3alizas dos con"ecimentos
teKricos e das in^ormaçfes de campo?
;* 3om treinamento teKrico e a ^ amiliaridade com os mais recentes resultados cientí^icos não são
eui!alentes a estar carregado de >id,ias preconce3idas>- Se um indi!íduo inicia uma pesuisa com a
determinação de pro!ar certas "ipKteses/ se não , capaz de mudar constantemente seus pontos de !ista e
de reEeitI<los sem relutncia/ so3 a pressão da e!id8ncia/ , desnecessIrio dizer ue seu tra3al"o serI
inútil; 9[ZV/V:-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* U[
4o entanto a preparação teKrica para a ida a campo , tam3,m su3limada por Malino7ski?
;Mas/ uanto mais pro3lemas trouXer para o campo/ uanto mais esti!er "a3ituado a con^ormar suas
teorias aos ^atos e a considerar os ^atos na sua importncia para a teoria tanto mel"or capacitado estarI
para o tra3al"o- As id,ias preconce3idas são perniciosas em ualuer tare^a cientí^ica/ mas os pro3lemas
ante!istos constituem a principal ualidade de um pensador cientí^ico/ e esses pro3lemas são re!elados/
pela primeira !ez ao o3ser!ador/ por seus estudos teKricos; 9[ZV/ V:-
;93: * segundo ponto do m,todo , colocar<se em 3oas condiçfes de tra3al"o e dispor<se a !i!er no
conteXto/ a3erto h realidade do grupo pesuisado;-
Certamente Malino7ski esta!a se re^erindo h sua eXperi8ncia concreta entre os indígenas/ onda a língua/
os costumes e a organização social o apela!am de um lado a ;imergir; para entender- De outro lado/ a
comunidade dos ;3rancos; presentes na localidade era uma tentação permanente de e!asão/ de 3usca do
"a3itual e acon"ecido-
di^erente/ disposiçãoSedesu3stanti!amente a situação
integrar<se no conteXto de um pesuisador
de pesuisa permanece de comunidades
como primiti!as de
condição preliminar ,
uma 3oa in!estigação empírica- $ neste ponto in!ocamos a contri3uição da ^enome<nologia/ representada
por Sc"utz nas ci8ncias sociais/ para apro^undar o tema da relação pesuisador<pesuisado considerado
por ele como um encontro de ;intersu3Eeti!idades;-
2rimeiramente Sc"utz coloca em destaue a especi^icidade do ;campo de ação; do cientista social?
;6I uma di^erença essencial na estrutura dos o3Eetos/ dos pensamentos ou constructos mentais ^ormados
pelas ci8ncias sociais e pelas ci8ncias naturais- 9---: * mundo da natureza tal como , eXplorado pelo
cientista natural/ não >signi^ica> nada para as mol,culas/ Itomos e el,trons ue nele eXistem- * campo de
o3ser!ação do cientista social/ entretanto/ uer dizer/ a realidade
R 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
social/ tem um significado especfico e uma estutua de ele*]ncia para os seres "umanos ue !i!em/
agem e pensam dentro dessa realidade; 9[V/ Q\\<Q\Z:-
2ara Sc"utz/ preocupado com a cotidianidade do ;"omem comum; do ;"omem da rua; os o3Eetos de
pensamento/ construídos pelo cientista social/ t8m ue estar 3aseados nos o3Eetos de pensamento
construídos pelo senso comum dos "omens ue !i!em cotidiana<mente dentro dessa realidade-
A ^enomenologia pensa a relação pesuisadorFpesuisado como uma interação onde as estruturas de
signi^icados de am3os são o3ser!adas e traduzidas para os constructos consistentes de um uadro
re^erencial teKrico- 2ara isso/ Sc"utz propfe algumas atitudes no tra3al"o de campo? (a# * o3ser!ador
de!e colocar<se no mundo de seus entre!istados/ 3uscando entender os princípios gerais ue os "omens
seguemna sua !ida cotidiana para organizar sua eXperi8ncia/ particularmente as de seu mundo social-
Des!endar essa lKgica , condição preliminar da pesuisa (b# Manter uma perspecti!a dinmica ue ao
mesmo
de tempo le!eteKrica/
sua a3ordagem em conta as rele!ncias
o ue l"e permitedos atoresati!amente
interagir sociais/ e ten"a
com em mente (c#
o campo o conEunto de rele!ncias
A3andonar/ na
con!i!8ncia/ uma postura eXterna ;de cientista;/ entrando na cena social dos entre!istados como uma
pessoa comum ue partil"a do cotidiano- Hsto ,/ sua estrutura de rele!ncias teKricas ^ica implícita- Sua
linguagem no campo , a mesma do senso comum dos atores sociais 9[VU/<UY:-
A a3ordagem de Sc"utz , tam3,m em larga escala apro!ada e seguida por Cicourel nas suas anIlises
so3re o o3ser!ador participante- $sse autor insiste particularmente na construção do ;modelo do ator;
pelo pesuisador?
;* o3ser!ador cientí^ico necessita de uma teoria ue ^orneça um modelo do ator/ o ual estI orientado
para agir num meio de o3Eetos com características atri3uídas ao senso comum- * o3ser!ador precisa
distinguir as racionalidades cientí^icas ue usa para ordenar sua teoria e seus resultados/ das
racionalidades do senso comum ue atri3ui aos atores estudados; 9[ZV/R:-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
0risa Cicourel?
;*s dois conEuntos de conteXtos _ o cientí^ico e do senso comum _ são constuç1es feitas pelo
dentista& (G`,R:-
* mesmo item do m,todo so3re a inserção do pesuisador no campo , tam3,m apro^undado por
5aymond Gold atra!,s da pro</ posta de uatro situaçfes teoricamente possí!eis/ ue !ão do eXtremo
;participante total; a outro eXtremo ;o3ser!ador totai;- $ssa classi^icação/ ainda ue esuemItica tem o
m,rito de incluir posturas intermediIrias ue contemplam a o3ser!ação participante em di^erentes
realidades- Certamente as noçfes de ;^amiliar; e ;estrangeiro; ^icam então relati!izadas e podem se
aplicar tanto ao contato com os po!os primiti!os ou grupos de nossa prKpria sociedade ue nos são
tam3,m descon"ecidos/ sociologicamente ^alando-
2or 'aticipante;5otal entendemos o Status do pesuisador ue se propfe a participar inteiramente/
[
;como nati!o;
;representar comemsucesso
todas as IreaseXigidos
pap,is da !ida do
no grupo ue pretende
cotidiano; ou ainda/con"ecer- Hsto signi^ica
segundo Cicourel/ na prItica
;^ingir pap,is;?
;Puero sugerir com isso ue o !alor crucial/ no ue diz respeito aos resultados da pesuisa/ reside mais na
auto<orientação do participante total do ue no seu papel super^icial uando inicia o estudo; 9Cicourel
[ZV/ [<[Q:-
$sse tipo de participação corresponde mais aos pesuisadores ue se en!ol!em no estudo de sociedades
primiti!as como o mostra ),!i<Strauss?
;Puando assume/ sem restrição mental e sem segundas intençfes/ as ^ormas de !ida de uma sociedade
estrangeira/ o antropKlogo pratica a o3ser!ação integral/ auela al,m da ual não "I mais
[
;Como nati!o;/ ;tornar<se nati!o;/ eXpressfes ue signi^icam identi^icação maior possí!el com o grupo pesuisado-
Q 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
nada/ a não ser a a3sorção de^initi!a _ e , um risco _ do o3ser!ador pelo o3Eeto de sua o3ser!ação;
9[ZV/ Q\:-
$sse risco de imersão total tem sido assumido por muitos pesuisadores ue praticam a 2esuisa
2articipante ou 2esuisa<Ação como o3ser!am certos estudiosos 9Dur"am? [Y\/ Z<UY Oaluar? [Y\/
RZ<Q\:-
* 'aticipante;como;/bse*ado , signi^icati!amente di^erente do status anterior porue o pesuisador
deiXa claro para si e para o grupo sua relação como meramente de campo- A participação/ no entanto/
tende a ser a mais pro^unda possí!el atra!,s da o3ser!ação in^ormal/ da !i!8ncia Euntos de
acontecimentos Eulgados importantes pelos entre!istados e no acompan"amento das rotinas cotidianas- A
consci8ncia/ dos dois lados/ de uma relação temporIria 9enuanto dura o tra3al"o de campo: aEuda a
minimizar os pro3lemas de en!ol!imento ue ine!ita!elmente acontecem/ colocando sempre em uestão
a suposta
* ;o3Eeti!idade; nas relaçfes-
/bse*ado;como;'aticipan te , uma terceira modalidade de o3ser!ação participante- empregada
^reentemente como estrat,gia complementar ao uso das entre!istas/ nas relaçfes com os ;atores;- &rata<
se de uma o3ser!ação uase ^ormal/ em curto espaço de tempo e suas limitaçfes ad!8m desse contato
3astante super^icial-
Como /bse*ado;5otal o pesuisador omite a interação direta com os in^ormantes/ mas não sai da cena
do tra3al"o de campo- *s suEeitos da in!estigação "ão sa3em ue estão sendo o3ser!ados e pesuisados-
Como t,cnica de estudo/ a ;o3ser!ação total; , raramente usada de ^orma pura e/ sim/ tem umpapel
complementar em relação a outras estrat,gias de apreensão da realidade 9Gold? [VY/ QZ<QQU:-
$sses uatro tipos de pap,is estereotipados por Gold/ sK podem ser assim entendidos para ^ins analíticos-
4a !erdade nen"um deles se realiza puramente a não ser em condiçfes especiais- $m di^erentes ^ases do
tra3al"o de campo/ um procedimento pode ser pri!ilegiado em relação aos outros/ dadas hs condiçfes de
pesuisa/ aos acontecimentos considerados mais ou menos importantes e h prKpria ^inalidade da
in!estigação/ o parmetro mais o3Eeti!o das di^erentes estrat,gias-
Mais do ue a de^inição a pioi do tipo de pesuisador ue se
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* U
deseEa ser no campo/ , preciso considerar a o3ser!ação participante como um processo ue , construído
duplamente pelo pesuisador e pelos atores sociais en!ol!idos- $sse processo possui momentos cruciais
ue de!em ser encarados/ tanto operacional uanto teoricamente- * primeiro deles , a entrada em campo-
2aul %enEamin/ numa re^leXão so3re a entrada em campo nos diz ue?
; oportuno e hs !ezes mesmo essencial ^azer os contatos com as pessoas ue controlam a comunidade-
$ssas pessoas podem ter status na "ieraruia de poder ou posiçfes in^ormais ue impfem respeito- *
apoio delas ao proEeto pode ser crucial e elas podem ser úteis para se ^azer outros contatos; 9[VU/UR:-
A eXperi8ncia con^irma e relati!iza essas o3ser!açfes do antropKlogo americano- Certamente as pessoas
ue introduzem o pesuisador no campo são com ele responsI!eis tanto pela sua primeira imagem/ como
por portas ue se a3rirão ou se ^ec"arão- * relato de %erreman so3re sua eXperi8ncia numa comunidade
"imalaia , 3astante eloente so3re isto 9[ZV/QU<ZZ:- * per^il dos in^ormantes/ a ualidade dos dados
recol"idos t8m aao!er
;sensi3ilidade; com opode
campo impacto da entrada
minimizar e da apresentação
os aspectos do pesuisador-
ue di^icultariam a coleta de4o entanto/
dados/ sua por si
3uscando
prKprio outros in^ormantes do ue os ;o^icialmente; apresentados e criando em torno de sua pessoa e de
seu tra3al"o um lastro de con^ia3ilidade- 0rente h situação particular da pesuisa/ estI em Eogo a
capacidade de empatia/ de o3ser!ação e de aceitação do pesuisador ue não pode ser trans^ormada em
re<ceituIrio prItico-
(m segundo momento da inserção 9segundo momento aui entendido apenas para ^ins de anIlise: , a
de^inição do papel do pesuisador no interior do grupo onde estI se integrando- 2aul %enEamin a^irma
ue?
;$m parte o pesuisador de campo de^ine seu prKprio papel/ em parte seu papel , de^inido pela situação e
pela perspecti!a dos nati!os 9ou grupos:- Sua estrat,gia , a de uem participa de um
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
Eogo- Ela não pode predizer as Eogadas precisas ue o outro lado !ai faGe, mas pode antecipI<las da
mel"or maneira possí!el e ^azer s$as Eogadas de acordo; 9[V/ U:-
*s pap,is su3stanti!os reais ue o pesuisador desempen"arI/ !ão aia de acordo com a situação de
pesuisa- 4a !erdade/ em relação aos grupos ue elege/ o pesuisador , menos ol"ado pela 3ase lKgica
dos seus estudos/ e mais pela sua personalidade e comportamento- Seus contatos no campo uerem sa3er
se ele , ;uma 3oa pessoa; e ue não !ai ;^azer mal ao grupo;/ não !ai trair ;seus segredos; e suas
estrat,gias de !i!er a realidade concreta-
6I situaçfes e situaçfes de pesuisa/ mas como norma geral/ a ^igura do pesuisador , construída num
processo ue ele pode controlar apenas parcialmente/ pois , marcado pelas prKprias re^er8ncias do grupo
e interpretado dentro dos padrfes culturais especí^icos- Da mesma ^orma/ a !isão so3re o grupo ,
construída processualmente pelo pesuisador na interação com os atores sociais ue o compfem e as
relaçfesue
teKrico uein^orma
consegue captar- uma !isão entre muitas possí!eis/ e tam3,m depende do arca3ouço
o o3ser!ador-
$ssa construção mútua do pesuisador e dos pesuisados atra!,s de sua interação , particularmente
pensada por %erreman atra!,s da imagem do teatro- %erreman a^irma/ a partir de sua eXperi8ncia e
usando re^leXfes de Go^^man so3re a ;A Construção do $u na .ida Cotidiana;/ ue pesuisador e
pesuisado são am3os atores representando pap,is/ um ^rente ao outro- Assim como no teatro "I os
3astidores/ ;região interior;/ e o palco/ ;região eXterior;/ assim as pessoas tendem a se comunicar/ na
interação/ apenas atra!,s do palco/ isto ,/ das regras o^iciais e legitimadas- A relação entre
pesuisadorFpesuisado se dI num Eogo de cenas/ onde am3os tendem a preser!ar a ;região interior; de
sua identidade como pessoa e grupo- 4o entanto/ com relação h compreensão da realidade/ %erreman
en^atiza ue tanto o con"ecimento das regifes interiores 9os segredos de 3astidores: da !ida de um grupo/
como o da encenação eXterior/ isto ,/ da !isão o^icial/ são componentes essenciais 9[ZV/ QU<Z:- 4este
ponto %erreman se encontra com Malino7ski uando este estipula a necessidade de se in!estigar tanto o
arca3ouço estrutural como os ;imponderI!eis da !ida real; e os ;aspectos íntimos das
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* V
relaçfes sociais;- 4en"uma das !ersfes , mais !erdadeira ou mais ^alsa/ am3as são material de tra3al"o
para o pesuisador/ eXpressfes de relaçfes ue ele tenta compreender-
Se a entrada em campo tem a !er com os pro3lemas de identi^icação/ o3tenção e sustentação de contatos/
a saída , tam3,m um momento crucial- As relaçfes interpessoais ue se desen!ol!em durante a pesuisa
de campo não se des^azem automaticamente com a conclusão das ati!idades pre!istas- 6I um ;contato;
in^orma de ^a!ores e de lealdade ue não dI para ser rompido 3ruscamente so3 pena de decepção?
tra3al"amos com pessoas- 4ão "I receitas para esse momento mas algumas uestfes ue podem ser
di^erentemente ^ormuladas ou respondidas pelo pesuisador- São uestfes so3re as uais as ci8ncias
sociais se t8m de3ruçado pouco? em ue p, ^icam as relaçfes posteriores ao tra3al"o de campo Pual o
compromisso do pesuisador em relação aos dados recol"idos/ seu uso cientí^ico e as ^ormas de retorno
aos atores pesuisados A saída do campo portanto en!ol!e pro3lemas ,ticos e de prItica teKrica- A
relação intersu3<Eeti!a
continuidade uedeseEada-
possí!el ou se criou/ pode ela mesma contri3uir para de^inir o corte necessIrio ou a
Concluímos a re^leXão so3re o segundo item do m,todo proposto por Malino7ski/ ue os autores citados
acima tentam compleXi^icar- As di^iculdades de inserção do pesuisador não podem ser pensadas apenas/
como uestão de tempo/ em ue a longa perman8ncia do etnKgra^o num grupo traria/ como conse8ncia/
a sua aceitação- 6I as di^iculdades prKprias ao período de entrada em campo/ mas outras "I/ decorrentes
das características do grupo a ser pesuisado ou de sua situação !i!ida no momento de pesuisa- $ssas
di^iculdades/ ^ica claro/ ^azem parte da realidade ue se pretende con"ecer/ e da construção desse
con"ecimento enuanto contri3uição teKrica-
;9c: * último item do m,todo de o3ser!ação participante preconizado por Malino7ski consiste na
aplicação de um certo número de m,todos particulares para selecionar/ coletar/ manipular e esta3elecer os
dados;-
* autor re^ere<se ao registro da ;organização social e da anatomia da cultura; atra!,s do ue denomina ;o
m,todo de documentação
\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
estatística concreta;/ o registro dos ;imponderI!eis da !ida reai; atra!,s de uma o3ser!ação minuciosa
detal"ada no diIrio de campo uma lista de declaraçfes etnogrI^icas/ narrati!as ^eitas pelos nati!os/
eXpressfes típicas/ ^Krmulas mIgicas/ lendas e peças de ^olclore ue dariam conta da ;mentalidade; do
grupo- Malino7ski comenta ue o o3Eeti!o da o3ser!ação e do registro , apreender o ponto de !ista do
nati!o/ sua relação com a !ida e sua !isão de mundo 9[ZV/ \R<\: e assim apreender o sistema total-
*utros pesuisadores depois de Malino7ski t8m se preocupado em pensar procedimentos teoricamente;
^ecundos na o3ser!ação participante- Alguns deles como Cicourel e Denzin entram em discussão com os
apologistas dos m,todos uantitati!os/ para uem a o3ser!ação participante , sinjnimo de
;impressionismo;-
Denzin insiste ue em comparação com os cientistas ue tra3al"am com ;sur!eys; o pesuisador/ no
tra3al"o de campo ue inclui o3ser!ação participante/ estI mais li!re de preEuízos uma !ez ue não ,/
necessariamente/
não prisioneiro
durante o processo de um instrumento
de pesuisa- A ^luidez darígido denatureza
prKpria coleta dedadados ou de "ipKteses
o3ser!ação testadas
participante antes/
concede ao e
pesuisador a possi3ilidade de usu^ruir ao mesmo tempo de dados ue os ;sur!eys; proporcionam e de
uma outra a3ordagem não<estruturada- 4a medida em ue con!i!e com o grupo/ o o3ser!ador pode retirar
de seu roteiro uestfes ue perce3e como irrele!antes consegue tam3,m compreender aspectos ue se
eXplicitam aos poucos/ e ue o pesuisador ue tra3al"a apenas com uestionIrios certamente
descon"eceria- A o3ser!ação participante aEuda/ portanto/ a !incular os ^atos a suas representaçfes e as
contradiçfes entre as leis e sua prItica/ atra!,s das prKprias contradiçfes !i!enciadas no cotidiano do
grupo 9Denzin? [ZU/ Q\:-
Cicourel concorda com Denzin so3re as !irtudes da o3ser!ação participante/ mas coloca<se de ^orma mais
eXigente em relação h !alidade dessa estrat,gia- Sua preocupação estI !oltada para as condiçfes ue
possi3ilitam o teste de "ipKteses e resol!am os pro3lemas de in^er8ncía e de pro!as corretas-
Com relação a ;o3Eeti!idade; Cicourel comenta ue uanto maior , a participação do o3ser!ador/ maior o
risco de seu en!ol!imento/ mas tam3,m maior a possi3ilidade de penetrar na c"amada ;região
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* Z
interior; do grupo- Se a participação mais pro^unda di^iculta o teste de "ipKteses/ em contraposição ela
pode des!endar os cKdigos do grupo e seus signi^icados mais íntimos- $le postula o controle da
o3Eeti!idade dos dados o3tidos atra!,s da o3ser!ação participante/ mediante re!isfes críticas do tra3al"o
de campo/ eXplicitação dos procedimentos adotados e dos di^erentes pap,is representados pelos suEeitos
da pesuisa e pelo prKprio pesuisador-
Cicourel critica a !isão apenas su3stanti!a dos dados conseguidos/ !isão ue descon"ece a situação e as
condiçfes do tra3al"o de campo- Atra!,s de uma pretensa ;o3Eeti!idade; dos dados/ estes relatos ;pKs<
^acto;/ diz ele/ ;simplesmente acrescentam o3ser!açfes descriti!as de !alidade du!idosa para o conEunto
da ci8ncia social; 9[ZV/ [Y:-
2ara conseguir a!ançar o con"ecimento/ atra!,s da o3ser!ação participante/ recomenda ao pesuisador
ue ^ormule o mais claramente possí!el o ue 3usca con"ecer/ ou seEa/ se uer eXplorar alguma
proposição teKrica/
determinado se uer
tema ainda testar "ipKteses especí^icas ou ^azer uma in!estigação eXploratKria so3re
ne3uloso-
C"ama atenção tam3,m para a necessidade/ seEa ual ^or o resultado da pesuisa/ de tornar eXplícitas as
^ontes de in^ormaçfes so3re o pro3lema a ser pesuisado/ o ;campo; no ual a pesuisa se deu e a
situação na ual a pesuisa ^oi desen!ol!ida tanto do ponto de !ista institucional/ de relação entre os
pesuisadores/ da especi^icidade dos in^ormantes/ e tudo isso considerado como dados da prKpria
pesuisa- São in^ormaçfes so3re o processo de tra3al"o/ necessIrias para a sua compreensão como um
todo-
Cicourel usa um termo de %ecker/ ;"istKria natural da pesuisa; 9[VY/ \VQ:/ para ^alar da importncia do
registro no tra3al"o de campo/ de ^orma processual? 9: das intençfes implícitas ou eXplícitas 9Q: da
teoria e metodologia 9U: das mudanças de posição no decorrer do tra3al"o/ uando as "ipKteses ou
pressupostos são continuamente testados/ re^ormulados e no!amente testados?
;Cada passo produz dados ue podem ser relacionados com os dados a serem o3tidos posteriormente/ a
^im de mel"orar a teoria/ a metodologia e clari^icar o pro3lema central; 9Cicourel? [ZV/ Ys:-
Y 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
0inalmente/ conclui ue/ ainda uando o pesuisador começa seu tra3al"o com !agas noçfes a respeito
do tema a ser estudado/ ainda assim ele pode c"egar a testar algumas "ipKteses especí^icas/ atra!,s do
detal"amento minucioso de seus procedimentos metodolKgicos/ e de suas pressuposiçfes teKricas so3re a
natureza dos grupos e da ordem social-
$m resumo/ aui Cicourel concorda com o pensamento de 2opper segundo o ual ;a o3Eeti!idade dos
enunciados cientí^icos reside no ^ato de ue eles possam ser intersu3Eeti!amente su3metidos a teste;
9[ZU/ :/ ou seEa/ possam ser Eulgados pela comunidade cientí^ica- $sta seria a pro!a de o3Eeti!ação
mais correta-
$ ainda dentro do mesmo uadro de preocupaçfes/ , importante o comentIrio de %ourdieu/ segundo o
ual não "I !irtudes mIgicas na obse*ação paticipante, enaltecida por muitos ue Eulgam eui!o<
cadamente ue o con"ecimento !em a partir da prItica- 2ara %ourdieu/ ;a prItica ue aparece como
condição
; precisodelem3rar
uma ci8ncia
ue o rigorosa
pri!il,gionão , menos
presente emteKrica; 9[ZQ/VZ:/
toda ati!idade e acrescenta?
teKrica/ ! supfe um
na medida em ue ela
corte epistemol!gico, mas tam3,m social, go!erna sutilmente esta ati!idade- Hsso conduz a uma teoria da
prItica ue , correlati!a ao ^ato de se omitir as condiçfes sociais na produção da teoria; 9[ZQ/VY:-
Desta ^orma insiste ue/ na produção de ualuer teoria/ o pesuisador tem ue romper com o senso
comum do grupo pesuisado- $/ numa segunda ruptura/ colocar sempre em uestão os pressupostos
inerentes h sua ualidade de o3ser!ador/ isto ,/ a
;De estrangeiro ue/ preocupado em interpretar as prIticas de outro grupo/ tende a importar para o o3Eeto
os princípios de suas relaçfes com esse o3Eeto/ incluindo<se aui suas rele!ncias; 9[ZQ/\R:-
Ao terminar essas re^leXfes/ retomamos as colocaçfes iniciais- Como ualuer ^ase de tra3al"o de
pesuisa/ tam3,m a o3ser!ação não , neutra- * ue o3ser!ar Como o3ser!ar São uestfes in^luen<
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* [
ciI!eis pelos esuemas teKricos/ preconceitos e pressupostos do in!estigador-
Como !imos/ a posição ^uncional positi!ista tenta perce3er a estrutura social e a totalidade ^uncional a
partir do ;caleidoscKpio; ue , a realidade- A ela3oração dos conceitos de ;sistema social; e ;^unção; tal
como de^inidos por Malino7ski e por outros ^unciona<listas como 5adcli^^e<%ro7n constituíram uma
aEuda importante na determinação dos pro3lemas do tra3al"o de campo- $sses pesuisadores ^izeram não
sK a antropologia social emergir como uma disciplina distinta mas tam3,m ela3oraram uma teoria de
o3ser!ação dos ^atos/ coerente com seus pressupostos teKricos-
4o entanto/ as críticas aos autores citados !8m dos seus prKprios pressupostos teKricos ue consideram os
sistemas sociais como sistemas naturais ue podem ser reduzidos a leis sociolKgicas/ aliados h a^irmação
de ue sua "istKria não tem rele!ncia cientí^ica- $!ans<2ritc"ard se insurge contra os re^eridos
postulados do ^uncionalismo com uma ^rase contundente? ;De!o con^essar ue isso me parece
positi!ismo
A doutrinIrio em
teoria ^enomenolKgica dIsua piorheXpressão;
8n^ase 9[ZV/
construção do QUV:-de ator; ^ormulada a partir da compreensão
;modelo
de suas estruturas de rele!ncia e da cotidianidade compartil"ada com seus consociados/ onde se ^orEa sua
3iogra^ia e se de^ine sua situação- Ao lado disso coloca a importncia de delimitação do ;campo de ação;
do cientista social como sendo intrinsecamente di^erente ao do cientista ^ísico ou ;natural;- Do ponto de
!ista da sua produção/ Sc"utz de^ine o la3or do pesuisador como uma capacidade de reconstruir/ a partir
do senso comum dos atores sociais/ uma tipi^icação da sua realidade capaz de ser compreendida/
interpretada e comparada?
;4a realidade a pergunta mais s,ria a ue a metodologia das ci8ncias sociais de!e responder ,? como ,
possí!el ^ormar conceitos o3Eeti!os e teorias o3Eeti!amente !eri^icI!eis partindo de estruturas de
signi^icados su3Eeti!os A resposta , dada pela !isão 3Isica de ue os conceitos ^ormados pelos cientistas
sociais são >construtos> dos >construtos> cientí^icos ^ormados no segundo ní!el/ de acordo com as regras de
procedimento !Ilidas para todas as ci8ncias empíricas- São construtos de tipo<ideal o3Eeti!o/ e como
VR 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
tais/ di^erentes daueles desen!ol!idos no primeiro ní!el de pensamento do senso<comum/ aos uais eles
de!em superar- São sistemas teKricos incorporando "ipKteses testI!eis; 9[Z/ [Y:-
* teXto de Sc"utz re!ela a preocupação com os dois tipos de construtos 9o do cientista e o do senso
comum: e propfe como ^orma de sua organização o ;tipo<ideal;/ como algo ue/ sem repetir MaX We3er/
tem seus pontos de encontro na teoria compreensi!a- A grande crítica h ^enomenologia ue Sc"utz
representa nas Ci8ncias Sociais , de ue ela tem como ponto de partida a3soluto os dados imediatos da
eXperi8ncia !i!ida/ sem analisar suas estruturas e suas condiçfes-
;$la constrKi o mito de um mundo ue se perce3e o3Eeti!o/ no ual o pensador proclama a eXist8ncia/
independente da consci8ncia; 9[\Z/ ZR:/ diz )ukIcs-
A etnometodologia/ ue no interior da sociologia mais tradicional ad!oga procedimentos de tra3al"o de
campo/ tampouco desen!ol!e uma metodologia particular de o3ser!ação- 5ecol"endo as in^lu8ncias da
sKcio<lingística/
como importante adao3ser!ação
antropologia e da ^enomenologia/
conteXtualizada ela procede perscrutar
para o pesuisador a partir-dessas tradiçfes- 5econ"ece
os ^enjmenos/ descre!8<los
e interpretI<los- uma a3ordagem eXtremamente crítica h o3ser!ação positi!ista ue !8 o ato em si
mesmo sem considerar as pressfes sociais ue Eulgam a ação do senso comum sem racionalidade 92ark
and %urgens? [Q/ .<.H 2ayne et alii? [Y/ YZ<V:-
A posição da etnometodologia/ particularmente da etnometodologia etnogrI^ica/ coincide com a
a3ordagem tradicional da antropologia/ com matizes teKricos da ^enomenologia/ representada por Sc"utz-
*s seus adeptos no entanto tentam derenciI<la/ criticando a antropologia de ser eminentemente
descriti!a- Goudenoug" insiste ue não se pode eXplicar uma cultura descre!endo seus comportamentos
sociais/ econjmicos ou e!entos cerimoniais e a ^orma como determinado ^enjmeno se apresenta- *
desa^io/ segundo ele/ , construir uma teoria dos modelos conceituais os uais eles represen<
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* V
tam e dos uais eles são produtos- 2ortanto teoria e o3ser!ação de!em !ir Euntos para essa ^orma de
compreensão 9Goudenoug"? [\/ YV<[Z:-
As críticas relati!as h etnometodologia se concentram eXatamente na sua preocupação eXcessi!a com o
m,todo e com a interpretação- 4ela se processa uma redução do con"ecimento aos signi^icados su3Eeti!os
ue os suEeitos criam de seu mundo/ e da estrutura social aos procedimentos interpretati!os-
A teoria marXista tem desen!ol!ido pouco sua re^leXão so3re o tra3al"o de campo- 4a !erdade/ na
;$nuete *perIria;/ MarX propfe ue os prKprios operIrios apliuem os uestionIrios- Desta ^orma a
^igura do pesuisador eXterno ao campo não eXiste- A partir dele/ as posiçfes múltiplas do marXismo t8m
!ariado/ em relação ao tra3al"o de campo/ entre a omissão/ a negação como algo 3urgu8s/ a assunção
simplesmente de esuemas da sociologia americana para interpretação da realidade/ ou a tentati!a de
realizar uma sociologia crítica 9&"iollent? [ZY/ QR:- $ntre um eXtremo e outro/ "I o recon"ecimento de
ue a sociologia
Comentando marXista
so3re o tema/tem contri3uído
&"iollent pouco
diz ue para
não se a de^inição
pode dizer uedenoprocedimentos na pesuisa social-
marXismo contemporneo "aEa uma
posição única a respeito da in!estigação em geral e da sociolKgica em particular- 4a apresentação do li!ro
E8istencia;lismo e Ma8ismo, de )ukIcs/ o tradutor comenta a pol8mica dos anos \R/ na 0rança/ em ue
Sartre acusa os marXistas de esclerose/ de incapacidade de apreender o particular/ de perce3er as
representaçfes como síntese de todas as mediaçfes do "omem na sua !ida concreta- $m troca )ukIcs
acusa o eXistencialismo como sendo comprometido com uma camada social- Am3os ^ala!am em nome de
MarX 9[\Z:- $ssa mesma crítica/ continuam a ^azer os etnometodK<logos a respeito da incapacidade do
marXismo de apreender a realidade cotidiana- 4a medida em ue se contenta com as macroanI<lises/
paralisa<se o progresso da re^leXão cientí^ica 96erzlic"/ anotaçfes [Y\:- 4as uni!ersidades "I o
pri!ilegiamento das a3ordagens "istKricas/ econjmicas e ^ilosK^icas e mesmo aí o ue se costuma
considerar como ;anIlise marXista; consiste numa discussão uase eXeg,tica de teXtos clIssicos de MarX/
sem a de!ida pro3lematização do le!antamento e da incorporação dos no!os dados re^erentes a
VQ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
situaçfes concretas- $sse ^ato/ diz &"iollent/ pode ser apontado como srcem do ;teoricismo ^ormalista;
ue consiste em pri!ilegiar a compreensão da estrutura das o3ras clIssicas 9&"iollent? [ZY/ Q:- &a
prItica de con"ecimento/ a lKgica da in!estigação ^oi separada da lKgica de apresentação/ perdendo<se
dentro de !Irias correntes marXistas o sentido do ue "I de ^undamental nas ci8ncias sociais? a pesuisa-
Comenta &"iollent?
;Sem in!estigaçfes no!as e sem preocupação de ela3orar no!os modos de in!estigação sK se pode
discutir a ^orma de apresentação de con"ecimentos antigos/ cuEa capacidade de dar conta da realidade
atual , pro3lemItica; 9[ZY/ QZ:-
5aniero 2anzieri em ;A Concepção Socialista da $nuete *perIria; ^az a mesma crítica ue &"iollent/ e
a^irma ue a posição dogmItica de considerar a sociologia como uma ci8ncia 3urguesa ^ez ue o
marXismo como sociologia/ regredisse- $ acrescenta?
;2arece<me
cientí^ica ueue a sociologia
ultrapassa 3urguesa 9[ZY/
o marXismo; desen!ol!eu<se
QQZ:- a ponto de apresentar características de uma anIlise
Ao mesmo tempo o autor ^az reparos a determinado tipo de sociologia e de antropologia ue recorta a
realidade e sK a ol"a de ^orma parcial e ^ragmentada- $ so3re a *3ser!ação/ comenta?
;* momento de obse*ação sociol!gica, conduzida segundo crit,rios s,rios e rigorosos vmas não
menciona ue crit,rios seriam essesw estI então ligada por uma continuidade muito precisa h ação política
a pesuisa sociolKgica , uma esp,cie de mediação sem a ual nos arriscamos a ^azer uma id,ia otimista
ou pessimista/ de ualuer modo a3solutamente gratuita/ do grau de consci8ncia da classe e da ^orça de
oposição atingida por ele- *ra/ , claro ue essa consideração in^luencia os o3Eeti!os políticos da
in!estigação e representa mesmo seu principal o3Eeti!o; 9[ZY/ QQY:-
2anzieri considera a pesuisa como um instrumento de con"eci<
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* VU
mento da realidade operIria e como contri3uição para ele!ação da consci8ncia de classe- &"iollent/
criticando a atitude ue considera ;passi!a; ou ;positi!ista; da o3ser!ação sociolKgica propfe como
alternati!a o ue c"ama ;uestionamento; dentro da ;pesuisa<ação;- Seria o prKprio en!ol!imento do
pesuisador na realidade e com os atores sociais ue 3usca con"ecer- $ssa uestão merece um estudo
particular/ pois o en!ol!imento do pesuisador não eXime de ;miopia; em relação h realidade e nem
resol!e os dilemas do con"ecimento- 6I EI !Irios estudos metodolKgicos ue/ sem menosprezar/
empreendem uma crítica s,ria aos tra3al"os de 2esuisa<Ação e 2esuisa 2articipante tais como estão
sendo realizadas no %rasil- * ponto de indagação maior diz despeito ao empinsmo ue tem dominado os
tra3al"os e ao seu carIter mais militante ue cientí^ico 9Dur"am? [Y\/Z<UY Cardoso? [Y\/ [V<R\
Oaluar? [Y\/RZ<Q\:- Alguns ^ilKso^os marXistas dão algumas pistas coincidentes com a prIXis da
o3ser!ação participante/ mas sem/ em nen"um momento/ le!antar comentIrios so3re ela- JoEa/ na !gica
Dialética
;* a^irma?
singular e o particular mani^estam a essncia, o geal numa eXu3erncia de atri3utos em ue , di^ícil
distinguir o essencial dauilo ue não o ,/ tanto ue auilo ue não , essencial , mais !isí!el e pode/ por
!ezes/ desempen"ar o papel de essencial;- 9---: ;4o singular perce3emos o geral ue aí estI incluso e
realizado? segundo a eXpressão plIstica de 0ilipon/ o uni!ersal , a comunidade pela ual todos os
particulares se comunicam; 9[\V/ #.
osic/ preocupado com as mani^estaçfes ^enomnicas da realidade/ numa primeira a3ordagem poderia
ser con^undido com um ^enomenKlogo?
;4o trato utilitIrio/ prItico com as coisas/ em ue a realidade se re!ela como mundo dos meios/ ^ins/
instrumentos/ eXig8ncias e es^orços para satis^azer a estas _ o indi!íduo >em situação> cria suas prKprias
representaçfes das coisas e ela3ora todo um sistema correlati!o de noçfes ue capta e ^iXa o aspecto
^enom8nico da realidade- $ssas representaçfes se reproduzem imediatamente na
V 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
mente daueles ue realizam uma determinada prIXis "istKrica/ como categorias de pensamento comuna;
9[\[/R:-
Mas osic se separa de Sc"utz/ ao indicar as determinaçfes?
;&rata<se de uma prIXis ^ragmentIria/ 3aseada na di!isão de tra3al"o/ na di!isão da sociedade em classe e
na "ieraruia de posiçfes sociais decorrentes da di!isão em classe;- 9---: ;* ^enjmeno indica a !erdade e
a esconde;- 9---: ;Captar o ^enjmeno seria indagar e descre!er como a coisa se mani^esta nauele
^enjmeno e tam3,m se esconde;- 9---: ;A realidade , a unidade do ^enjmeno e da ess8ncia; 9[\[/Q:-
JoEa comenta os des!ios das ^iloso^ias do s,culo .HHH e H ue considera!am as sensaçfes/ os
sentimentos/ a eXperi8ncia !i!ida/ id,ias e a imaginação como elementos su3ordinados h única ;instncia
de con"ecimento adeuado/ a razão;- *pfe a isso a re^leXão de )8nin segundo a ual?
;Seria ridículo negar o papel da imaginação mesmo na ci8ncia mais rigorosa;
e c"ama
Diz atenção contra as tend8ncias ue eXageram tanto a supremacia da razão como os su3Eeti!ismos-
)8nin?
;De!emos apreender a eXplorar todos os seus aspectos/ todas as suas correlaçfes e suas mediaçfes para
c"egar h realidade o3Eeti!a/ nos limites de nossas possi3ilidades "istKricas; 9[\V/ QV:-
JoEa completa seu raciocínio ao acrescentar?
;* pensamento concreto consiste em considerar e apreender os ^enjmenos em sua auto<relação e "etero<
relação/ em suas relaçfes com a multiplicidade de seus prKprios ngulos e de seus aspectos
intercondicionados/ em seu mo!imento e desen!ol!imento/ em sua multiplicidade e condicionamento
recíproco com outros ^enjmenos ou grupos de ^enjmenos; 9JoEa? [\V/ VU:-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* VV
A id,ia de ue o particular não eXiste senão na medida em ue se liga ao geral e o geral senão no
particular e atra!,s dele a id,ia de ue a di^iculdade de apreensão estI no pensamento e não na realidade/
pois , o pensamento ue separa e mant,m a distinção de momentos de um o3Eeto a id,ia de ue a marc"a
do real , sempre mais !erdadeira e pro^unda do ue nossa capacidade de apreend8<lo a id,ia de ue "I
uma relati!idade entre os ^atores o3Eeti!os e su3Eeti!os/ material e espiritual são alguns dos princípios
3Isicos da lKgica dial,tica ue podem orientar um tra3al"o de campo com perspecti!as marXistas- $sses
princípios t8m sua culminncia na re^leXão de MarX em Ideologia lemã% ;A consci8ncia não pode
nunca ser outra coisa senão o ser consciente/ o ser dos "omens em seu processo de !ida real; 9[Y/Z:-
* teXto ue tal!ez traga elementos mais prKXimos de compreensão da o3ser!ação , o Método Dialético
na n"lise Sociol!gica de 0ernando 6enriue Cardoso 9[ZU/ <QU:- A partir do estudo do conceito de
totalidade/ o autor insiste ue a interpretação dial,tica/ para ter ^oros de instrumento cientí^ico de anIlise/
precisasKlida
;Sem ser utilizado sem retirar
3ase empírica/ dos dados
a anIlise o !alor
dial,tica corre"eurístico
o risco deue possuem-
perder<se em consideraçfes a3stratas
destituídas de !alor eXplicati!o real; 9[ZU/ Q:-
&rata<se/ segundo o autor/ de eXplicar os processos/ as situaçfes e os sistemas/ não do ponto de !ista da
"istKria EI decorrida/ uando tudo parece ter camin"ado na direção de ^inalidades engendradas por
condiçfes dadas/ mas do ponto de !ista da "istKria como realizadora da ati!idade "umana coleti!a-
5esume Cardoso? ;* marXismo !i!o , "eurístico;- Jamais em MarX encontram<se entidades- 2or eXemplo
;apeuena 3urguesia; no Dezoito %rumIrio ;^ez parte de uma totalidade !i!a/ nos uadros da pesuisa e
não de uma dedução do real a partir de totalidades a3stratas de^inidas a priori; 9Cardoso/ [ZU/Z e QU:-
As consideraçfes de Cardoso e outras no mesmo sentido ^eitas por Miriam )imoeiro em ;)a
ConstrucciKn de Conocimientos; 9[ZZ/<UV: rea^irmam de um lado ue a !isão dial,tica da realidade
V\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* x
pressupfe a in!estigação empírica de outro ue os instrumentos mais concretos de apreensão das
;totalidades !i!as; não estão su^icientemente pensados nem na teoria e nem na prItica e sim ao ní!el
epistemolKgico-
b# Saúde=Doença como 5ema de /bse*ação
Se tomarmos como o3Eeto de estudo e o3ser!ação o tema SaúdeF Doença/ seEa tanto em relação hs
concepçfes ue delas ^az a população/ seEa em relação hs políticas do setor/ a!aliação de co3ertura ou as
rei!indicaçfes do mo!imento social/ as posturas ^uncionalista/ ^enomenolKgica ou marXista seriam
totalmente di^erentes-
4o primeiro caso as o3ser!açfes e entre!istas pri!ilegiariam a compreensão do sistema/ sua organização/
seu ^uncionamento/ as id,ias ue as pessoas t8m a seu respeito/ incluindo<se a 3usca de entendimento e
eXplicaçfes para os ;des!ios; ^uncionais- A população seria o3ser!ada e inuirida so3re sua aceitaçãoF
integração ao
conclusfes sistema e ao
estrat,gicas de esuema m,dico-
tal pesuisa * ;normal;
apontariam e o adeuação
a mel"or ;típico; seriam o con"ecimento
do sistema o^icial-e aos
a seus clientes/ As
usuIrios seriam reser!ados programas de ;educação e saúde; 3us<cando<se corrigir os comportamentos e
prIticas des!iantes- Assim a ^Krmula positi!ista de perce3er o ;normal; , dada pela ideologia dominante e
sua proposta concreta , de ^eordenação do sistema e correção de seus estrangulamentos EI ue os
pressupostos de sua organização não se colocam em uestionamento-
* uadro re^erencial ^enomenolKgico/ !oltado para compreender as estruturas de rele!ncia dos grupos
o3ser!ados 9grupos em ualuer ní!el:/ respeitaria a li3erdade do grupo e de seus componentes como
atores sociais e suas ^ormas alternati!as de interpretação do corpo/ da saúdeF doença/ das políticas e dos
programas- Sua 8n^ase nos indi!íduos enuanto agentes sociais torna<a uma teoria ue se insurge contra o
;o^icial;/ o ;dominante;/ o ;$stado;/ a ;sociedade; e a anomicidade- As propostas daí decorrentes seriam
de respeitar hs di^erentes alternati!as/ uma !ez ue ^oram construídas pela eXperi8ncia dos grupos- uma
postura teKrica antagjnica ao psiti!is<ac ^undonalista ue proclama as propostas dominantes como
sendo
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* VZ
as ;normais;- Sua ^raueza estI em erigir o ;senso comum; como norma de ação/ descon"ecendo as
implicaçfes estruturais ue ^undamentam as eXperi8ncias de !ida dos grupos sociais-
A teoria marXista parte tam3,m da o3ser!ação e do respeito ao senso comum/ mas não o erige como
;norma; e nem o considera um des!io- 4a sua perspecti!a/ as prIticas e programas de saúde eXpressam os
con^litos e di^erenças ue eXistem no setor e as condiçfes de classe da população- &oda a !isão de saúde
da população tem a !er com a situação em ue !i!e e com as contradiçfes mais gerais da sociedade ue
tam3,m se eXpressam no setor saúde- Sua perspecti!a não , de conser!ação nem de reordenação/ nem de
oposição do indi!íduoF sociedade- Sua perspecti!a , sempre a possi3ilidade de trans^ormação 9pelas
contradiçfes: das condiçfes ue geram e reproduzem as situaçfes de doença da população e os sistemas
coníli<ti!os e inadeuados de atender h saúde da população- A o3ser!ação neste caso , o3ser!ação das
condiçfes de !ida/ das prIticas de classe e das ^ormas de organização ue engendram as situaçfes de
saúdeF doença/ numa 3usca de aproXimação cada !ez maior da totalidade/ como tão 3em insiste
Goldmann?
;4unca se pode c"egar a uma totalidade ue não seEa/ ela mesma/ elemento ou parte; 9[\Z/:-
$ssas !isfes teKricas di^erenciadas dos o3ser!adores participantes certamente serão responsI!eis por
respostas hs uestfes? o ue o3ser!ar como o3ser!ar
4o entanto todas elas se reúnem ^rente a algumas premissas metodolKgicas de o3ser!ação do ^enjmeno
9seEa ele ual ^or: social?
_ a necessidade de preparação teKrica
_ a relati!ização das "ipKteses ^rente hs e!id8ncias do campo
_ a necessidade de integração do pesuisador no campo para a apreensão ualitati!a da realidade
_ o uso de instrumentos adeuados para a seleção e a apreensão dos dados-
A tentati!a de cercar o o3Eeto de todos os ngulos possí!eis/ são algumas pistas para o tra3al"o de campo
ue nen"uma teoria pode uestionar- Desta ^orma/ a noção de o3ser!ação não pode ser simples<
VY 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
mente con^undida com ;empirismo;- $ste , apenas uma ideologia particular de o3ser!ação- Criticar as
ideologias de o3ser!ação em<piristas/ positi!istas ou psicologistas não consiste em reEeitar todos os tipos
de inserção- Ao empirismo não podemos opor o teoricismo- Sem in!estigação da realidade concreta/ as
ci8ncias sociais seriam apenas um discurso ^ilosK^ico ou político- Sem pro3lemItica teKrica/ a sociologia
degeneraria em pesuisa de opinião e entronização do senso comum-
3om lem3rar mais uma !ez ue no campo assim como durante todas as etapas da pesuisa tudo merece
ser teorizado como ^enjmeno social e "istoricamente condicionado? o o3Eeto in!estigado/ as pessoas
concretas implicadas/ o pesuisador e seu sistema de representaçfes teKrico<ideolKgicas/ as t,cnicas de
pesuisa/ e todo o conEunto de relaçfes interpessoais e de comunicação sim3Klica-
As relaçfes entre a eXperi8ncia de o3ser!ação e a consci8ncia não são de ordem acumulati!a e a
su3Eeti!idade não des!enda a ess8ncia sem a teoria/ entendida como instrumento para encontrar o geral no
particular-
2ela importncia ue a pesuisa ualitati!a tem para a Irea da saúde/ os temas ue se seguem/ destinam<
se a apro^undar a categoria 3Isica dentro das ci8ncias sociais ue ^undamenta o tra3al"o de campo?
+epesentaç1es Sociais e +epesentaç1es Sociais de Saúde=Doença.
*s dois temas complementares/ sendo o segundo especí^ico a nossas preocupaçfes neste tra3al"o como
um todo/ serão a3ordados dentro das !Irias correntes de pensamento ue perpassam as relaçfes
contraditKrias entre nossa sociedade e nosso tempo-
C*4C$H&* D$ 5$25$S$4&AL$S S*CHAHS
+epesentaç1es Sociais , um termo ^ilosK^ico ue signi^ica a reprodução de uma percepção anterior ou do
conteúdo do pensamento- 4as C8ncias Sociais são de^inidas como categorias de pensamento/ de ação e de
sentimento ue eXpressam a realidade/ eXplicam<na/ pstJ,scando<a ou uestionando<a- $nuanto material
de estudo/ essas pM$epçfes são consideradas consensualmente importantes/ atra!essando a- tostaria e as
mais di^erentes correntes de pensamento so3re
Uda) 4^este teXto/ a3ordamos o !i,s atra!,s do ual os autores
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* V[
como Durk"eim e seus seguidores/ We3er e a escola ^ enomenolKgica representada por Sc"utz/ MarX e os
marXistas tra3al"am o mundo das id,ias e seu signi^icado no conEunto das relaçfes sociais-
Do ponto de !ista sociolKgico/ Durk"eim , o autor ue primeiro tra3al"a eXplicitamente o conceito de
+epesentaç1es Sociais. (sado no mesmo sentido ue +epesentaç1es Coleti*as, o termo se re^ere a
categorias de pensamento atra!,s das uais determinada sociedade ela3ora e eXpressa sua realidade-
Durk"eim a^irma ue essas categorias não são dadas a pioi e não são uni!ersais na consci8ncia/ mas
surgem ligadas aos ^atos sociais/ trans^ormando<se/ elas prKprias/ em fatos sociais passí!eis de
o3ser!ação e de interpretação- Hsto ,/ a o3ser!ação re!ela/ segundo ele/ ue as representaçfes sociais são
um grupo de ^enjmenos reais/ dotados de propriedades especí^icas e ue se comportam tam3,m de ^orma
especí^ica- 4a concepção de Durk"eim , a sociedade ue pensa/ portanto as representaçfes não são
necessariamente conscientes do ponto de !ista indi!idual- Assim/ de una lado/ elas conser!am sempre a
marcacausas
como da realidade
outrassocial onde nascem/
representaçfes e nãomas/ tam3,m/
apenas possuem
a estrutura !ida independente e reproduzem<se tendo
social-
$m3ora recon"eça como 3ase das representaçfes ;o su3strato social;/ Durk"eim ad!oga sua autonomia
relati!a- Segundo ele/ algumas/ mais ue outras/ eXercem so3re nKs uma esp,cie de coerção para atuar em
determinado sentido- Dentre estas se destacam a religião e a moral/ assim como as categorias de espaço/
tempo e de personalidade/ consideradas por ele como representaçfes sociais "istKricas-
$scre!e o prKprio autor?
;As +epesentaç1es Coleti*as traduzem a maneira como o grupo se pensa nas suas relaçfes com os
o3Eetos ue o a^etam- 2ara compreender como a sociedade se representa a si prKpria e ao mundo ue a
rodeia/ precisamos considerar a natureza da sociedade e não a dos indi!íduos- *s sím3olos com ue ela se
pensa mudam de acordo com a sua natureza 9---: Se ela aceita ou condena certos modos de conduta/ ,
porue entram em c"oue ou não
\R 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
com alguns dos seus sentimentos ^undamentais/ sentimentos estes ue pertencem h sua constituição;
9[ZY/ Z[:-
2ortanto/ para Durk"eim não eXistem ;representaçfes ^alsas;/ todas respondem de di^erentes ^ormas a
condiçfes dadas a eXist8ncia "umana- São sím3olos atra!,s dos uais?
; preciso sa3er atingir a realidade ue ele ^igura e ue l"e dI sua !erdadeira signi^icação- Constituem
o3Eeto de estudo tanto uanto as estruturas e as instituiçfes? são todas elas maneiras de agir/ pensar e
sentir/ eXteriores ao indi!íduo e dotadas de um poder coerciti!o em !irtude do ual se l"es impfe; 9[ZY/
YY:-
Cont8m/ como as instituiçfes e estruturas as duas características do ^ato social? (a# eXterioridade em
relação hs consci8ncias indi!iduais (b# eXercem ação coerciti!a so3re as consci8ncias indi!iduais/ ou são
suscetí!eis de eXercer essa coerção-
4o seue/a^ã
social de a^irmar
portanto/ a o3Eeti!idade da
das representaçfes sociologia/
sociais/ Durk"eim tenta
do en!ol!imento eXimir a anIlise
do pesuisador de ualuer
e dissecar ^atode
esse ;^ato;
ualuer comprometimento ideolKgico- Diz ue o m,todo sociolKgico? (a# de!e ser isento de ualuer
^iloso^ia (b# de!e ser o3Eeti!o/ isto ,/ os ^atos são coisas e como tal de!em ser tratados (c# os ^atos
sociais são eXclusi!amente sociolKgicos? a noção de especi^icidade da realidade social , de tal modo
necessIria ao sociKlogo ue sK uma cultura especi^icamente sociolKgica pode compreender os ^atos
sociais 9[ZU/V[<\:-
As id,ias de Durk"eim so3re +Tesentaç1es Sociais são compartil"adas por uma s,rie de estudiosos-
%o"annan/ em 3re!e ensaio so3re a consci8ncia coleti!a e a cultura/ nota ue os termos ;consci8ncia; e
;representaçfes coleti!as; usados por Durk"eim reco3rem o mesmo campo ue a noção de cultura para
os antropKlogos culturais tais como Sapir/ Malino7ski e roe3er- 2ara %o"annan?
;A consci8ncia coleti!a , o idioma cultural da ação social;- 9---: &é a totalidade das representaçfes
coleti!as de acordo com suas mani^estaçfes nas relaçfes sociais; 9[\/ ZZ<[\:-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* \
&am3,m Mareei Mauss/ a3ordando o mesmo tema mostra ue a sociedade se eXprime sim3olicamente em
seus costumes e instituiçfes atra!,s da linguagem/ da arte/ da ci8ncia/ da religião/ assim como atra!,s das
regras ^amiliares/ das relaçfes econjmicas e políticas- 2ortanto/ para ele/ , o3Eeto das ci8ncias sociais
tanto a coisa, o fato, como a sua epesentação. * autor/ no entanto/ c"ama atenção para a di^erenciação
entre esses dois ní!eis/ considerando o risco de se reduzir a realidade h concepção ue os "omens ^azem
dela 9[Z[/Y<VU:-
A !isão de o3Eeti!idade positi!ista das representaçfes sociais tem sido duramente criticada por !Irias
correntes no interior das ci8ncias sociais- 2ara os adeptos da Sociologia Compreensi!a e da a3ordagem
0enomenolKgica/ o aspecto mais pro3lemItico da teoria se re^ere ao poder de coerção atri3uído h
sociedade so3re os indi!íduos/ de maneira uase a3soluta- 2ara os marXistas/ a !isão durk"eimiana
elimina o pluralismo ^undamental da realidade social/ em particular as lutas e antagonismos de classe-
.eEamospara
Sc"utz como a Sociologia
o campo Compreensi!a
das Ci8ncias representada
Sociais a3ordam pordas
o tema MaX We3er e a 0enomenologia traduzida por
+epesentaç1es.
MaX We3er ela3ora suas concepçfes do campo das +epesentaç1es Sociais atra!,s de termos como
;id,ias;/ ;espírito;/ ;concepçfes;/ ;mentalidade;/ usados muitas !ezes como sinjnimos e tra3al"a de
^orma particular a noção de ;!isão de mundo;- 2ara ele/ a !ida social _ ue consiste na conduta
cotidiana dos indi!íduos _ , carregada de signi^icação cultural- $ssa signi^icação , dada tanto pela base
mateial como pelar/ idéias, dentro de uma adeuação/ em ue am3as se condicionam mutuamente-
Segundo We3er/ as id,ias 9ou representaçfes sociais: são Euízos de !alor ue os indi!íduos dotados de
!ontade possuem- 2ortanto/ as concepçfes so3re o real t8m uma dinmica prKpria e podem apresentar
tanta importncia uanto a 3ase material- com estes dois termos/ base mateial e efic"cia das idéias em
relação de afinidade eleti*a 9We3er/ [Z/Y: ue ele analisa a "istKria do a!anço do capitalismo no
mundo ocidental- De um lado/ a^irma ue o capitalismo ;educa; e ;cria; seus suEeitos pela seleção
econjmica- De outro/ demonstra como as id,ias de tra3al"o como !irtude mIXima e !ocação do "omem/
prosperidade como 38nção di!ina/ lucro como ^ator legítimo das relaçfes
\Q 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
econjmicas/ contri3uíram para ^azer a!ançar o capitalismo/ tanto uanto ou mais do ue a ;acumulação
primiti!a;?
;Com re^er8ncia h doutrina do mais ing8nuo materialismo "istKrico/ de ue as id,ias se srcinam como
>um re^leXo> ou como >superestruturas> de situaçfes econjmicas/ somente podemos opinar mais
detal"adamente/ neste caso vda ,tica protestante em relação ao a!anço do capitalismow/ ue a relação
casual , a in!ersa da sugerida pelo ponto de !ista materialista; 9We3er? [YV/ UV:-
A partir da tese da recíproca in^lu8ncia entre os ^undamentos materiais/ as ^ormas de organização político<
social e o conteúdo das id,ias/ We3er teoriza so3re certa autonomia do mundo das representaçfes e a
possi3ilidade concreta de se estudar a e^icIcia "istKrica das id,ias- 4o entanto/ ao a^irmar essa ;certa
autonomia;/ ele não descarta a possi3ilidade empírica de ue/ em determinados momentos/ o econjmico
seEa o ^ator dominante e ue/ em outros/ são ^atores di^erentes os ue mais in^luem na ^ormação social-
Assim/são
;4ão durante a 2rimeira
as id,ias/ mas os Grande Guerra/
interesses We3er
materiais ^ez a seguinte
e ideais declaração?
ue go!ernam diretamente a conduta do "omem-
Muito ^reentemente/ por,m/ as >imagens mundiais> ue ^oram criadas pelas >id,ias> determinaram como
mano3reiros/ as lin"as ao longo das uais a ação ^oi impulsionada pela dinmica dos interesses; 9[Z/
YU:-
Seu pensamento/ na !erdade/ tenta compleXi^icar a teoria _ ue ele considera ;mecnica; _ da
determinação da 3ase material so3re as representaçfes sociais- Alerta para a necessidade de se con"ecer
em cada caso/ uais os ^atores ue contri3uem para con^igurar determinado ^ato ou ação social/ como
!em resumido na conclusão de 3tica 'otestante e o Espito do Capitalismo%
;Aui se tratou do ^ato e da direção em apenas um/ se 3em ue importante ponto de seus moti!os- Seria
importante in!estigar mais adiante/ a maneira pela ual a ascese protestante ^oi por sua
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* \U
!ez in^luenciada em seu desen!ol!imento e carIter pela totalidade das condiçfes sociais/ especialmente
pelas econjmicas- Hsto porue/ se 3em ue o "omem moderno seEa incapaz de a!aliar o signi^icado de
uanto as id,ias religiosas in^luenciaram a cultura e os caracteres nacionais/ não se pode pensar em
su3stituir uma interpretação materialística unilateral por uma igualmente 3ito<lada interpretação causai da
cultura e da "istKria; 9We3er? [YV/ UQ:-
Assim We3er c"ama atenção de um lado para a importncia de se pesuisar as id,ias como parte da
realidade social/ e de outro/ para a necessidade de se compreender a ue instncias do social determinado
^ato de!e sua maior depend8ncia- 2or,m a 3ase de seu raciocínio , de ue/ em ualuer caso/ a ação
"umana , signi^icati!a/ e assim de!e ser in!estigada-
(sando o conceito de ;.isão de Mundo; o autor desen!ol!e o raciocínio de ue/ cada sociedade para se
manter necessita ter ;concepçfes de mundo; a3rangentes e unitIrias e ue em geral são ela3oradas pelos
grupos
;* dominantes-como
enriuecimento 2or eXemplo/ cita ele do
^im o3rigatKrio ue?
"omem para a glKria de Deus contradiz ao sentido ,tico de
,pocas "istKricas inteiras e anteriores h atual; 9[YV? ZQ:-
$ssas concepçfes a3rangentes 9o modo de encarar o tempo/ o espaço/ o tra3al"o/ a di!isão do tra3al"o/ a
riueza/ o seXo/ os pap,is sociais etc-: perpassam todos os grupos de determinada sociedade-
$m síntese/ We3er/ Eunto com Durk"eim/ nos remete h importncia de compreensão das id,ias e de sua
e^icIcia na con^iguração da sociedade apelando ao estudo empírico do desen!ol!imento "istKrico- 2or
outro lado não contradiz h possi3ilidade tam3,m "istKrica de conEunturas sKcio<econjmicas pro!ocarem
concepçfes e atitudes especí^icas- 2or isso a ^orma com a ual pensa as id,ias , de relação de adeuação
com a estrutura sKcio<econjmica e política-
Sem uerer reduzir a sociologia compreensi!a h ^ enomenolKgica e !ice<!ersa/ podemos considerar ue
essas duas correntes t8m muita semel"ança uando tra3al"am a uestão das +epesentaç1es Sociais.
\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
$nuanto da primeira/ o autor clIssico seria MaX We3er/ as id,ias da ^enomenologia aplicadas hs Ci8ncias
Sociais são ela3oradas teoricamente/ em particular/ por Al^red Sc"utz- Sua contri3uição , 3astante
signi^icati!a/ especialmente para a operacionalização da pesuisa social ualitati!a e , deste ponto de
!ista ue o a3ordamos 9Sc"utz? [ZR/[Z/[YQ:-
Sc"utz usa o termo ;senso comum; para ^alar das representaçfes sociais- 2ara este autor/ tanto o
con"ecimento cientí^ico como o senso comum en!ol!em conEuntos de a3straçfes/ ^ormalizaçfes e
generalizaçfes- $sses conEuntos são construídos/ são ^atos interpretados/ a partir do mundo do dia<a<dia-
2ortanto/ a eXist8ncia cotidiana/ segundo Sc"utz/ , dotada de signi^icados e portadora de estruturas de
rele!ncia para os grupos sociais ue !i!em/ pensam e agem em determinado conteXto social- $sses
signi^icados ue podem ser o3Eeto de estudo dos cientistas sociais são selecionados atra!,s de construçfes
mentais/ de ;representaçfes; do ;senso comum; 9Sc"utz/ [ZU:-
Sc"utz tem como
pressupostos preocupação
das estruturas teKrica o mundo
signi^icati!as do dia<a<dia-
da cotidianidade- istoele/
2ara ,/ ele 3usca compreender
a compreensão os se dI a
do mundo
partir de um estoue de eXperi8ncias pessoais e de outros/ isto ,/ de compan"eiros/ predecessores/
contemporneos/ consociados e sucessores- * autor separa os termos e8peincia e con$ecimento.
primeira pode ser comum a um grande número de pessoas ao mesmo tempo- * segundo , indi!idual?
consiste na ela3oração interior/ su3Eeti!a e intersu3Eeti!a/ atra!,s do senso comum/ da eXperi8ncia !i!ida
e ue ^unciona como esuema de re^er8ncia para o suEeito- Assim o mundo do dia<a<dia , entendido como
um tecido de signi^icados/ instituído pelas açfes "umanas e passí!el de ser captado e interpretado- *
teorema clIssico de W- J- &"omas/ segundo o ual ;se os "omens de^inem situaçfes como reais/ elas são
reais em suas conse8ncias; 9[\U/ [\:/ resume o pensamento ^enomenolKgico/ eXplicado pelo prKprio
autor?
;*s "omens respondem não apenas aos aspectos ^ísicos de uma situação/ mas tam3,m e por !ezes/
primariamente ao sentido ue esta situação tem para eles- (ma !ez ue eles atri3uem algum
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* \V
sentido h situação/ o seu comportamento su3seente e algumas das conse8ncias deste comportamento
são determinadas por este sentido anteriormente atri3uído; 9&"omas? [\U/[Z:-
4a !erdade/ &"omas con^ere ao sentido atri3uído h ação pelo suEeito/ o mesmo ní!el de coerção ue
Durk"eim con^ere hs representaçfes sociais ue emanam do coleti!o-
* número e a natureza das eXperi8ncias de ualuer ator social/ para Sc"utz/ dependem de sua "istKria de
!ida/ ou mel"or/ de sua ;situação 3iogrI^ica;- 2ortanto/ cada ator social tem um con"ecimento de sua
eXperi8ncia e atri3ui rele!ncia a determinados temas/ aspectos ou situaçfes/ de acordo com sua prKpria
"istKria anterior- Daí ue/ para Sc"utz/ o senso comum , de ^undamental importncia/ porue/ atra!,s
dele o ator social ^az sua prKpria de^inição de situação- Hsto ,/ não sK age como atri3ui signi^icados
portadores de rele!ncias h sua ação/ de acordo com sua "istKria de !ida/ seu estoue de con"ecimentos
dado pela eXperi8ncia de interação com os ue o cercam- * estoue de con"ecimentos se ^orma atra!,s de
tipi^icaçfes edopossi3ilidade
rele!ncias mundo do senso comum- Hssodepermite
de compreensão um modoa identi^icação de grupos/
de !ida especí^ico a estruturação
de determinado comum de
grupo-
(ma terceira corrente na interpretação do papel das representaçfes sociais surge da dial,tica marXista- Se
na totalidade de seus escritos MarX ^ala da relação entre as id,ias e a 3ase material/ podemos dizer ue A
Ideologia lemã , uma eXplanação clIssica so3re o tema das 5$25$S$4&AL$S S*CHAHS- 4este teXto o
autor discute/ de acordo com seu ponto de !ista/ o ue c"ama a ;ideologia alemã;- Mostra ue os
^ilKso^os de seu tempo considera!am as ;uimeras/ as id,ias/ os dogmas/ as ilusfes; como produzidos e
reproduzidos pela prKpria ca3eça/ isto ,/ pela consci8ncia- 2ara esses ^ilKso^os/ as mudanças da sociedade
ad!iriam da su3stituição das ;^alsas representaçfes; por pensamentos correspondentes h ess8ncia do
"omem-
Hnsurge<se contra o ue ele denomina ;^antasias inocentes e pueris da ^iloso^ia alemã neo<"egeliana; e/ a
partir da crítica/ ela3ora e discute sua teoria so3re as +epesentaç1es Sociais. Coloca como prin<
\\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
cípio 3Isico do ;pensamento; e da ;consci8ncia;/ deteminado modo de *ida dos indi!íduos/
condicionado pelo modo de podução de sua !ida material?
;Hndi!íduos determinados/ ue/ como produtores atuam tam3,m de ^orma determinada/ esta3elecem entre
si relaçfes sociais e políticas determinadas;- 9---: 2ortanto/ ;a produção das id,ias/ das representaçfes/ da
consci8ncia estI/ de início/ diretamente entrelaçada com a ati!idade material e com o intercm3io
material entre os "omens/ como a linguagem da !ida real- * representar/ o pensar/ o intercm3io espiritual
dos "omens aparece aui como a emanação direta de seu comportamento material;-9---: ;*s "omens são
produtores de suas representaçfes/ de suas id,ias etc/ mas os "omens reais/ ati!os/ tal como se ac"am
condicionados por um determinado desen!ol!imento de suas ^orças produti!as e pelo intercm3io ue a
ele corresponde; 9[Y/ UV<:-
A categoria<c"a!e/ em MarX/ para tratar do campo das id,ias , a C*4SCH4CHA- 2ara ele/ as
representaçfes/
pela as id,ias e os pensamentos são o conteúdo da consci8ncia ue por sua !ez , determinada
3ase material?
;4ão , a consci8ncia ue determina a !ida/ , a !ida ue determina a consci8ncia;- 9---: ;A consci8ncia ,
desde o início um produto social? ela , mera consci8ncia do meio sensí!el mais prKXimo/ , a coneXão
limitada com outras pessoas e coisas ^ora do indi!íduo;- 9---: ;A consci8ncia Eamais pode ser outra coisa
ue o "omem consciente e o ser dos "omens , o seu processo de !ida real; 9[Y/ U<V:-
4o entanto/ apesar de de^ender durante todo o tempo a anterio<ridade da !ida material so3re as id,ias/ ele
!8 esses dois elementos numa relação dial,tica? ;as circunstncias ^azem os "omens/ mas os "omens
^azem as circunstncias; 9[Y/ V:- 4este sentido/ MarX relati!iza o determinismo mecnico da 3ase
material so3re a consci8ncia e c"ama atenção para as contradiçfes eXistentes entre as ^orças de produção/
o estado social e as id,ias 9[Y/ ZU:-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* \Z
2ara MarX/ a mani^estação da consci8ncia se ^az atra!,s da linguagem?
<
;$la nasce da car8ncia/ da necessidade de intercm3io com os outros "omens? a linguagem , a
conscincia eal, prItica/ ue eXiste para os outros "omens e eXiste tam3,m para mim mesmo; 9[Y/U:-
0az ele um paralelo entre consci8ncia e linguagem/ entre as representaçfes e o real in!ertido/ e mostra
como as id,ias estão comprometidas com as condiçfes de classe?
;As id,ias de classe dominante são/ em cada ,poca/ as id,ias dominantes isto ,/ a ciasse ue , a ^orça
material dominante da nossa sociedade/ , ao mesmo tempo sua ^orça espiritual dominante- Daí ue/ as
id,ias daueles aos uais ^altam os meios de produção material estão su3Eeti!adas hs classes dominantes-
As id,ias dominantes nada mais são do ue a eXpressão ideal das relaçfes materiais dominantes/
colocadas como id,ias gerais/ comuns e uni!ersais de todos os mem3ros da sociedade; 9[Y/Z:-
A partirdo
sociais deponto
MarX/dedois outros
!ista autores
marXista _ t8m tra3al"ado
Gramsci maisGramsci
e )ukIcs- detidamente o campo
a3orda o tema/das representaçfes
de ^orma muito
especí^ica/ uando trata do S$4S* C*M(M e do %*M S$4S*- $m seus escritos o autor estI mais
preocupado com a uestão pedagKgica da construção da "egemonia do ue com a pesuisa social- Mas
assim mesmo sua ^ormulação , esclarecedora no campo ue nos concerne/ porue a!ança a teoria
marXista so3re o mundo das id,ias-
* autor comenta ue nos seus ;$scritos; MarX se preocupou com o senso comum e com a solidez das
crenças das massas/ mas não para se re^erir ao seu !alor potencial de mudança- 2elo contrIrio/ ueria
c"amar atenção para a solidez dessas crenças/ particularmente da religião/ enuanto produtoras de normas
de conduta e de con^ormismo 9[Y? \U e Y:- A partir dos ;$scritos; de MarX so3re as crenças das
massas/ Gramsci de^ende<o de a^irmar o ;determinismo econjmico da 3ase material so3re as id,ias; e
desen!ol!e o conceito
\Y 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
de bloco $ist!ico no ual emite sua prKpria teoria so3re as relaçfes entre a 3ase material e as id,ias?
;As ^orças materiais são o conteúdo e as ideologias são a ^orma sendo ue esta distinção entre o conteúdo
e ^orma , puramente didItica/ EI ue as ^orças materiais não seriam "istoricamente conce3í!eis sem ^orma
e as ideologias seriam ^antasias indi!iduais sem as ^orças materiais; 9[Y/ \U:-
2ara o autor/ o senso comum enuanto mat,ria<prima ou como ;representação social; tem um potencial
trans^ormador- Mesmo como pensamento ^ragmentIrio e contraditKrio/ o senso comum de!e ser
recuperado criticamente/ uma !ez ue ele corresponde espontaneamente hs condiçfes reais de !ida da
população- 2or isso com3ate o preconceito racionalista contra o senso comum em !Irias partes de sua
o3ra- 2rimeiramente a^irma ue todos nKs somos presa de algum?
<
;2ela prKpria concepção de mundo pertencemos sempre a um determinado grupo/ precisamente ao de
todos os
algum elementos sociais
con^ormismo/ somosue partil"am
sempre de um mesmo
"omens<massa modo de pensar e 9[Y/Q:-
ou "omens<coleti!os; agir- Somos con^ormistas de
Dentro de uma preocupação mais !oltada para o campo político/ a descrição ue Gramsci ^az da
consci8ncia desse ;"omem<massa; ue todos somos de algum modo/ pfe a nu/ de um lado/ os elementos
de incoer8ncia e conser!adorismo ue a po!oam/ mas de outro lado/ as possi3ilidades e sinais de
mudanças?
;4ossa prKpria personalidade , composta de uma maneira 3izarra? nela se encontram elementos dos
"omens da ca!erna e princípios da ci8ncia mais moderna e progressista preconceitos de todas as ^ases
"istKricas passadas/ grosseiramente localistas e instituiçfes de uma ^utura ^iloso^ia ue serI prKpria do
g8nero "umano mundialmente uni^icado; 9[Y/Q:-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* \[
2ortanto/ ao mesmo tempo em ue o autor aponta os elementos ilusKrios/ !aloriza e 3usca compreender
ual a importncia do senso comum no tra3al"o pedagKgico de construção da contra<"egemonia?
;* su3alterno , apenas simples ;paciente;/ simples coisa/ simples irresponsa3ilidade 4ão/ por certo- $m
ue reside eXatamente o !alor do ue se costuma c"amar senso comum ou bom senso 4ão apenas no ^ato
de ue/ ainda ue/ implicitamente o senso comum empregue o princípio da causalidade/ mas no ^ato
muito mais limitado de ue/ em uma s,rie de Euízos/ o senso comum identi^iue a causa eXata/ simples/
imediata/ não se deiXando des!iar por ^antasmagorias e o3scuridades meta^ísicas/ pseudometa^ísi<cas e
pseudopro^undas; 9[Y/ UV:-
$m resumo/ podemos apresentar a contri3uição de Gramsci so3re as +epesentaç1es Sociais em tr8s
aspectos importantes? (a# primeiramente/ c"ama atenção para o carIter de con^ormismo de ue elas são
re!eladoras e para o carIter de a3rang8ncia desse con^ormismo de acordo com os di^erentes grupos
sociais-cada
como Hstogrupo
,/ retira a id,ia
social temde
seuue o ;senso
prKprio comum; seEa
con^ormismo inerente
e ilusão (b#hem
ignorncia
segundo das massas/
lugar/ alerta mostrando
para os
aspectos dinmicos geradores de mudanças ue coeXistem com o conser!adorismo no senso comum (c#
em terceiro lugar/ analisa a composição mais a3rangente das di^erentes concepçfes de mundo _ das
representaçfes sociais _ de ualuer grupo social e de determinada ,poca "istKrica?
& concepção de mundo de uma ,poca não , a ^iloso^ia deste ou dauele ^ilKso^o/ deste ou dauele grupo
de intelectuais/ desta ou dauela grande parcela das massas populares? , uma com3inação de todos estes
elementos/ culminando em uma determinada direção/ na ual sua culminação torna<se norma de ação
coleti!a/ isto ,/ torna<se "istKria completa e concreta; 9[Y/ UQ:-
$ssa última a^irmação de Gramsci nos remete h compreensão das +epesentaç1es Sociais, para e^eito de
anIlise/ como uma com3inação especí^ica das id,ias das classes dominantes e das concepçfes dos
ZR 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
grupos su3alternos/ numa relação de dominação/ su3ordinação e resist8ncia entre os dois pKlos-
)ukIcs apro^unda o tema das +epesentaç1es em MarX/ atra!,s da noção de ;!isão de mundo;- Segundo
ele/ a !isão de mundo não , um dado empírico imediato/ mas um instrumento conceituai de tra3al"o/
indispensI!el para se compreender as eXpressfes imediatas do pensamento dos indi!íduos- Sua
importncia e realidade tam3,m se mani^estam no plano empírico- $la , o principal aspecto concreto do
^enjmeno da ;consci8ncia coleti!a;- Segundo )ukIcs a ;!isão de mundo; , precisamente esse conEunto
de aspiraçfes/ de sentimentos e de id,ias ue reúne os mem3ros de um grupo 9mais ^reentemente/ de
uma classe social: e as opfem aos outros grupos 9[Z/ \Rss:-
5e^erendando o princípio da determinação da 3ase material so3re as id,ias/ )ukIcs nos diz ue as classes
sociais são ligadas por um ^undamento econjmico ue tem importncia primordial para a !ida ideolKgica
dos "omens/ simplesmente porue os "omens são o3rigados a dedicar a maior parte de suas preocupaçfes
e de suas ati!idades
pri!il,gios a garantir
e h ger8ncia a eXist8ncia/
e aumento e uando se trata das classes dominantes/ h conser!ação de
de sua ^ortuna-
Como os di^erentes autores citados/ )ukIcs concorda ue nas consci8ncias indi!iduais se eXpressa a
consci8ncia coleti!a 9de classe: e c"ama atenção para o ^ato de ue o ^undamento cientí^ico do conceito
de ;!isão de mundo; apreendido atra!,s do indi!íduo/ , a integração desse pensamento indi!idual no
conEunto da !ida social/ notadamente pela anIlise da ^unção "istKrica das classes sociais 9[Z/ \\<YV:-
$m resumo/ a $scola MarXista coloca como denominador comum da ideologia/ das id,ias/ dos
pensamentos/ da consci8ncia/ portanto das epesentaç1es sociais,a 3ase material- Mas introduz na sua
anIlise outro elemento importante ue , a condição da classe? enuanto a classe dominante tem suas
id,ias ela3oradas em sistemas _ ideologia/ moral/ ^iloso^ia/ meta^ísica e religião _ as classes dominadas
tam3,m possuem id,ias e representaçfes ue re^letem seus interesses/ mas numa condição de
su3ordinação- São id,ias marcadas pelas contradiçfes entre seu lugar na produção e sua condição social-
Hsto ,/ enuanto l"e ca3e o tra3al"o/ não l"e so3ra muito a ^ruição dele
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* Z
enuanto l"e , atri3uída a tare^a da produção/ l"e , proporcionado um consumo escasso e precIrio-
2ara MarX as representaçfes estão !inculadas h prItica social- Junto com Durk"eim/ ele mostra a
anterioridade da !ida social em relação hs representaçfes- Mas enuanto para Durk"eim a sociedade , a
;síntese das consci8ncias;/ para MarX/ a consci8ncia emana das relaçfes sociais contraditKrias entre as
classes e pode ser captada empiricamente como produto da 3ase material/ nos ;indi!íduos determinados/
so3 condiçfes determinadas;- * prKprio Durk"eim ^az uestão de marcar essa di^erença uando diz a
respeito da religião?
; preciso guardar<se de !er na teoia das +epesentaç1es um simples reEu!enescimento do materialismo
"istKrico- 4ão pretendemos dizer/ mostrando na religião uma coisa essencialmente social/ ue ela se
limita a traduzir/ em uma outra linguagem/ as ^ormas materiais da sociedade e suas necessidades
imediatas e !itais- A consci8ncia coleti!a , outra coisa ue um simples epi^enj<meno da sua 3ase
mor^olKgica-
produzir todo$la
um,mundo
uma síntese sui geneisdedas
de sentimentos/ consci8ncias
id,ias/ particulares-
de imagens/ ue uma $sta síntese tem
!ez nascidos por e^eito
o3edecem hs leis
ue l"es são prKprias- Atraem<se e se repelem/ segmentam<se sem ue todas estas com3inaçfes seEam
diretamente comandadas pelo estado da realidade su3Eacente; 9[YU/QQZ:-
$m relação a We3er/ MarX se aproXima uando diz ue?
;A no!a classe dominante , o3rigada para alcançar os ^ins a ue se propfe/ a apresentar seus interesses
como sendo interesses comuns de todos os mem3ros da sociedade- o3rigada a emprestar hs suas id,ias a
^orma de uni!ersalidade e apresentI<las como sendo as únicas racionais/ as únicas uni!ersalmente
!Ilidas; 9[Y/ Z:-
We3er/ como EI se !iu/ ^ala da necessidade de concepçfes de mundo a3rangentes para ue determinada
sociedade se manten"a-
ZQ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
$m3ora seus pensamentos coincidam em termos gerais/ eles se separam pelo recorte de classe proposto
por MarX na anIlise do social/ em contraposição ao termo inespecí^ico de ;sociedade; usado por We3er-
Com relação ao status das +epesentaç1es Sociais no conEunto das relaçfes/ Durk"eim esta3elece ue a
!ida social causa as id,ias para We3er eXiste uma relação de adeuação entre id,ias e 3ase material e
MarX coloca a 3ase material em relação de determinação-
2ensando em termos de construção do con"ecimento/ todos os tr8s clIssicos concordam com a
importncia de se compreender as representaçfes sociais-
2ara MarX/ se estas representaçfes estão coladas ao real/ o estudo e a anIlise das representaçfes são um
dado so3re o real/ isto ,/ tam3,m in^ormam so3re a 3ase material na ual se mo!e determinado grupo
social- Durk"eim/ rea^irmando a importncia das representaçfes/ diz ue o pensamento coleti!o de!e ser
estudado tanto na sua ^orma como no seu conteúdo/ por si e em si mesmo/ na sua especi^icidade/ pois
uma representação
estran"as ue possamsocial/ por ser
parecer/ elascoleti!a/
cont8m EI apresenta
!erdades uegarantias
, precisodedesco3rir-
o3Eeti!idade-
2ara 2ortanto/
We3er as por mais
representaçfes e id,ias t8m uma dinmica prKpria e podem ter tanta importncia uanto a 3ase material-
2ara o conEunto dos autores , no plano indi!idual ue as representaçfes sociais se eXpressam- MarX ^ala
na Ideologia lemã de suEeitos "istKricos ou de ;indi!íduos determinados; como portadores de uma
^orma determinada de relaçfes sociais/ políticas e econjmicas- Durk"eim c"ama atenção para o ^ato de
ue as id,ias coleti!as tendem a se indi!idualizar nos suEeitos/ tornando<se para eles uma ^onte autjnoma
de ação- $ We3er nos diz ue o indi!íduo/ enuanto portador de cultura e de !alores socialmente dados/ ,
a ;constelação singular; ue in^orma so3re a ação social de seu grupo/ tendo<se em conta ue o limite de
suas in^ormaçfes , seu prKprio !alor-
Ao terminar essa re^leXão , preciso notar ue em muitos pontos esses autores coincidem/ mas as suas
di!erg8ncias são ^undamentais/ uanto hs suas ;!isão de mundo;- $nuanto para Durk"eim as
representaçfes sociais eXercem coerção so3re os indi!íduos e a sociedade/ para We3er os indi!íduos , ue
são portadores de !alores
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* ZU
e de cultura ue in^ormam a ação social dos grupos- MarX admite com Durk"eim ue os !alores e crenças
eXerçam um papel coerciti!o so3re ;as massas;/ mas insiste no carIter de classe das representaçfes e no
papel da luta de classe ue se dI no modo de produção e determina o campo ideolKgico- Se para
Durk"eim a coerção das representaçfes , de tal monta ue a sociedade , a ;síntese das consci8ncias;/
MarX admite o papel li3erador da consci8ncia de classe/ como motor da mudança no interior das
contradiçfes ue atra!essam a sociedade capitalista-
Conclus1es
A partir dos !Irios autores colocados acima/ podemos dizer ue as +epesentaç1es Sociais enuanto
senso comum/ id,ias/ imagens/ concepçfes e !isão de mundo ue os atores sociais possuem so3re a
realidade/ são um material importante para a pesuisa no interior das Ci8ncias Sociais-
As +epesentaç1es Sociais se mani^estam em condutas e c"egam a ser institucionalizadas/ portanto/
podem e pri!ilegiada
medição de!em ser analisadas
por,m , aa linguagem
partir da compreensão das estruturas
do senso comum, e dos ^orma
tomada como comportamentos sociais-e Sua
de con"ecimento de
interação social- Mesmo sa3endo ue ela traduz um pensamento ^ragmentIrio e se limita a certos aspectos
da eXperi8ncia eXistencial ^reentemente contraditKria/ possui graus di!ersos de claridade e de nitidez
em relação h realidade- ^ruto da !i!8ncia das contradiçfes ue permeiam o dia<a<dia das classes sociais
e sua eXpressão marca o entendimento delas com seus pares/ seus contrIrios e com as instituiçfes- Com o
senso comum os atores sociais se mo!em/ constrKem sua !ida e eXplicam<na mediante seu estoue de
con"ecimentos- Mas/ al,m disso/ as +epesentaç1es Sociais possuem núcleos positi!os de trans^ormação
e de resist8ncia na ^orma de conce3er a realidade- 2ortanto/ de!em ser analisadas criticamente/ uma !ez
ue correspondem hs situaçfes reais de !ida- 4este sentido/ a !isão de mundo dos di^erentes grupos
eXpressa as contradiçfes e con^litos presentes nas condiçfes em ue ^oram engendradas- Assim/ tanto o
;senso comum; como o ;3om senso;/ para usar as eXpressfes gramscianas/ são sistemas de repre<
Z 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* xx
sentaçfes sociais empíricos e o3ser!I!eis/ capazes de re!elar a natureza contraditKria da organização em
ue os atores sociais estão inseridos-
Algumas +epesentaç1es Sociais são mais a3rangentes em termos da sociedade como um todo e re!elam
a !isão de mundo de determinada ,poca/ são as concepçfes das classes dominantes dentro da "istKria de
uma sociedade- Mas essas mesmas id,ias a3rangentes possuem elementos de passado na sua con^ormação
e proEetam o ^uturo em termos de reprodução da dominação- S{
As +epesentaç1es Sociais não são necessariamente conscientes- 2erpassam o conEunto da sociedade ou
de determinado grupo social/ como algo anterior e "a3itual/ ue se reproduz e se modi^ica a partir das
estruturas e das relaçfes coleti!as e dos grupos- 2or isso/ em3ora essas categorias apareçam ela3oradas
teoricamente por algum ^ilKso^o/ elas são uma mistura das id,ias das elites/ das grandes massas e tam3,m
das ^iloso^ias correntes/ e eXpressão das contradiçfes !i!idas no plano das relaçfes sociais de produção-
2or isso mesmo/
contradiçfes nelas estão
e con^litos comopresentes elementos tanto da dominação como da resist8ncia/ tanto das
do con^ormismo-
Ainda ue algumas ^ormas de pensar a sociedade seEam a3rangentes como um cimento ue mant,m as
suas estruturas de dominação/ cada grupo social ^az da !isão a3rangente uma representação particular/ de
acordo com a sua posição no conEunto da sociedade- $ssa representação , portadora tam3,m dos
interesses especí^icos desses grupos ou classes sociais e de seu prKprio dinamismo-
2or serem ao mesmo tempo ilusKrias/ contraditKrias e ;!erdadeiras;/ as representaçfes podem ser
consideradas mat,ria<prima para a anIlise do sKcia e tam3,m para a ação pedagKgico<política de
trans^ormação/ pois retratam a realidade- 2or,m/ , importante o3ser!ar ue as +epesentaç1es Sociais não
con^ormam a realidade e seria outra ilusão tomI<las como !erdades cientí^icas/ reduzindo a realidade h
concepção ue os atores sociais ^azem dela-
2ara terminar/ !ale re^orçar ue a mediação pri!ilegiada para a compreensão das representaçfes sociais ,
a linguagem- Segundo %ak"tin/ ;a pala!ra , o ^enjmeno ideolKgico por eXcel8ncia- A pala!ra , o modo
mais puro e sensí!el de relação social; 9[Y\/ U\:- 2articularmente uando se trata da comunicação da
!ida cotidiana a
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* ZV
pala!ra , ^undamental- $las 9as pala!ras: são tecidas a partir de uma multidão de ^ios ideolKgicos e
ser!em de trama para as relaçfes sociais em todos os domínios- %ak"tin c"ama a nossa atenção para o
^ato de ue cada ,poca e cada grupo social t8m seu repertKrio de ^ormas de discurso/ determinadas pelas
relaçfes de produção e pela estrutura sKcio<política- 2ortanto a pala!ra , a arena onde se con^rontam
interesses contraditKrios/ !eiculando e so^rendo os e^eitos das lutas das classes/ ser!indo ao mesmo tempo
como instrumento e como material 9%ak"tin/ [Y\/ UZ:- 2ela sua !inculação dial,tica com a realidade/ a
compreensão da ^ala eXige ao mesmo tempo a compreensão das relaçfes sociais ue ela eXpressa-
5$25$S$4&AL$S S*CHAHS D$ SA#D$FD*$4LA
a# Saúde=Doença como E8pessão Social e Indi*idual
indiscutí!el a eXist8ncia da Medicina Social como um tema tão antigo uanto a re^leXão so3re o "omem
e a sociedade 95osen/ [YU:- Desde o início deste s,culo/ por,m/ sociKlogos e antropKlogos aportaram
uma contri3uição
saúde muito
e a morte não importante
se reduziam ao demonstrar/
a uma atra!,s de ;natural;/
e!id8ncia ;orgnica;/ estudos empíricos/ o ^ato
;o3Eeti!a;/ mas de ue a doença/ a
esta!am
intimamente relacionadas com as características de cada sociedade- Hsto ,/ re!elaram ue a doença , uma
realidade construída e ue o doente , um personagem social-
Ao introduzir a o3ra de Mareei Mauss/ por eXemplo/ ),!i<Strauss ^ez algumas consideraçfes ue se
tornaram clIssicas?
;* es^orço irrealizI!el/ a dor intolerI!el/ o prazer ou o a3orrecimento são menos ^unção das
particularidades indi!iduais ue de crit,rios sancionados pela apro!ação ou desapro!ação coleti!as;
9[VR/ HHH:-
$ acrescentou?
;$m ^ace das concepçfes racistas ue uerem !er no "omem o produto de seu corpo/ mostra<se/ ao
contrIrio/ ue , o "omem/
Z\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
sempre e em toda parte ue ^az de seu corpo/ um produto de suas t,cnicas e de suas representaçfes;
9[VR/ H.:- i
A partir da re^leXão so3re o tra3al"o de Mauss/ ),!i<Strauss mostra ue uma representação tal como a de
saúdeF doença/ mani^esta de ^orma especí^ica as concepçfes de uma sociedade como um todo- Cada
sociedade tem um discurso so3re saúdeF doença e so3re o corpo/ ue corresponde h coer8ncia ou hs
contradiçfes de sua !isão de mundo e de sua organização social- Assim ue/ o tema re^erido/ al,m de ter
seu prKprio esuema de eXplicação interno e particular/ , como uma Eanela a3erta para a compreensão das
relaçfes entre indi!íduosF sociedade e !ice<!ersa/ das instituiçfes e de seus mecanismos de direção e
controle?
;$m todas as condutas em apar8ncia a3errantes/ os doentes não ^azem senão transcre!er um estado do
grupo e tornar mani^estas tais circunstncias- Sua posição peri^,rica em relação a um sistema local não
impede ue
condutas eles seEam
normais parte integrante
e condutas de um
especiais são sistema total- 2ode<se
complementares; dizer ue/ para cada sociedade/
9[VR/ HH:-
Mareei Mauss/ num 3elo teXto intitulado ;)>Hd,e de Mort; analisa a maneira como po!os no!a<zelandeses
e australianos encaram as doenças e a morte- A id,ia de morte/ demonstra Mauss a partir de !Irios
tra3al"os de campo/ , construída e cria uma ligação direta entre o ^ísico/ o psicolKgico e o moral/ isto ,/
diz ele/ ;o social;- 4um grande número de sociedades/ o medo da morte/ de srcem puramente social/
sem nen"uma mistura de ^atores indi!iduais/ , capaz de criar tais mani^estaçfes mentais e ^ísicas na
consci8ncia e nos corpos dos indi!íduos/ de tal ^orma ue eles se relacionam com sua morte/ com
detal"es/ sem lesfes aparentes ou con"ecidas?
;São casos acontecidos de mortes causadas 3rutalmente/ em numerosos indi!íduos/ mas simplesmente
pelo ^ato de ue eles soubeam ou aceditaam ue iam morrer; 9[VR/ UU:-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* ZZ
Comenta o autor/ a partir dos ^atos o3ser!ados nesses po!os/ ue os indi!íduos eram possuídos
repentinamente por doenças causadas |segundo eles: por ^eitiço/ encantamento ou por pecado de
comissão ou omissão- A id,ia da doença para esses grupos seria a causa mediadora do raciocínio
consciente ou inconsciente de in^ração a alguma norma ou a algum ta3u- São situaçfes em ue o suEeito
ue adoece ou morre não se c ou não se sabe doente a não ser por causas coleti!as ue em geral se
representam pela ruptura com as coisas sagradas ue o sustentam-
A seguinte a^irmação de Mary Douglas apenas con^irma a posição de ),!i<Strauss e Mareei Mauss?
;* corpo social limita a ^orma pela ual o corpo ^ísico , perce3ido- A eXperi8ncia ^ísica do corpo/ sempre
modi^icada pelas categorias sociais atra!,s das uais , con"ecida/ sustenta uma !isão particular da
sociedade; 9[Z/ YU:-
2ortanto/ a partir das ci8ncias sociais podemos dizer ue "I uma ordem de signi^icaçfes culturais mais
a3rangentes
não ue in^orma
,/ em primeiro lugar/olinguagem
ol"ar lançado so3re oao
em relação corpo uemas
corpo/ adoece e ue morre-
h sociedade A linguagem
e hs relaçfes da SeEa
sociais- doença
ual
^or a dinmica e^eti!a do ;^icar doente;/ no plano das representaçfes/ o indi!íduo Eulga seu estado/ não
apenas por mani^estaçfes intrínsecas/ mas a partir de seus e^eitos? ele 3usca no m,dico 9ou no
correspondente a ele em cada sociedade: a legitimidade da de^inição de sua situação- Disso retira atitudes
e comportamentos em relação a seu estado e assim se torna doente paa o outo% para a sociedade-
Do ponto de !ista causai/ a ordem de signi^icaçfes culturais in^orma e se re^ere? (a# h !isão do mundo
(b# a atitudes coleti!as ^ace h in^elicidade dominadora (c# ao ;pecado; ue se personaliza na doença/ isto
,/ ao rompimento do "omem com limites dados pelas regras e normas da sociedade/ ^reentemente
traduzidas em cKdigos morais ou religiosos (d# ao corpo doente como espaço do ;"orrí!el; ue se
mostra/ sim3olizando o ;in^eliz; e ;alienante; nauela sociedade/ auilo ue para ela não estI resol!ido/
não , compreensí!el e re!ela sua precariedade-
ZY 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
$sse neXo causai de srcem pode ser resumido em ^atores endKge<nos e eXKgenos presentes tanto nas
concepçfes dos po!os primiti!os como nas dos mais modernos- Do ponto de !ista m,dico<clínico/ os
^atores endKgenos são pensados atra!,s dos processos 3iolKgicos- Do ponto de !ista do senso comum/ o
indi!íduo , causador de doença atra!,s de uestfes "ereditIrias/ castigo di!ino ou pecado indi!idual- As
causas eXKgenas são pensadas so3retudo a partir da sociedade/ isto ,/ do deseuilí3rio entre as relaçfes
sociais de determinado grupo e dele com o seu meio/ como 3em eXpressam 2eter Manning e 6orIcio
0I3rega Jr-?
;$studos ue compro!am os signi^icados 3Isicos acerca do corpo podem esclarecer não somente o ue ,
uni!ersal e o ue , culturalmente !ariI!el so3re a doença/ mas tam3,m o papel central ue essas noçfes
interrelacionadas eXercem na percepção do "omem na sua relação com o ecossistema; 9[ZU/ ZQ:-
A doença como pro!eniente do indi!íduo/ primeiramente , conce3ida como um processo ue/ de
imediato/eXplicação
ualuer não re!ela ue
seu !ínculo
possa sercom o social-
dada/ Hsto ,/ em
, o indi!íduo ueprimeira
adoece einstncia/
en^renta independentemente
a morte- 4o entanto/dea
atri3uição de sentidos das causas endKgenas , tam3,m socialmente construída- Puase sempre são
interpretaçfes ue re!elam desígnio di!ino/ ^atalidade ou desordem ue remetem h deso3edi8ncia ou h
ue3ra de normas e ta3us coleti!os/ ultrapassando assim as razfes do corpo indi!idual e do estado
orgnico-
As concepçfes da srcem da doença por causas eXKgenas estão ligadas h sociedade/ compreendida como
agressi!a/ opressi!a e ao modo de !i!er pouco saudI!el- 4as tri3os primiti!as doenças/ como distúr3ios
mentais/ são por !ezes atri3uídas a 38nçãos/ presença ou castigo da di!indade/ h o3ra de ^eiticeiros e
mIgicos ou demjnios- 4o mundo moderno as causas são atri3uídas particularmente ao modo de *ida,
de^inido por Claudine 6erzlic" 9[Y: como sendo o uadro espacial e temporal no ual o indi!íduo !i!e/
e suas características 9densidade de população/ atmos^era:/ o ritmo de !ida 9"orIrios e estímulos:/ assim
como seus re^leXos em certos comportamentos
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* Z[
cotidianos? alimentação/ ati!idades/ descanso/ sono- &rata<se de uma representação ue re!ela a relação
de eXterioridade na ^orma como o indi!íduo se pensa em relação h sociedade/ mas ue tem/ ao mesmo
tempo/ signi^icação comum ao grupo- * meio am3iente e a prKpria organização social são representados
como "ostis/ e portadores de doenças e deseuilí3rio- $m tais circunstncias/ a saúde é *ista como um
atibuto do indi*duo ue a^ronta o mundo malsão e passa a ser !ítima dele-
b# Saúde=Doença como e8pessão de contadiç1es sociais
Se SaúdeFDoença , uma noção ue re!ela a realidade social na ual , construída/ para compreendermos
essa representação dentro de nosso conteXto/ , preciso eXaminI<la a partir dos su3stratos econjmico/
político e cultural no ual !i!emos-
4uma sociedade capitalista onde as relaçfes sociais se ^azem a partir de di^erenciação de classes/ da
desigualdade na distri3uição e atri3uição de riuezas/ a concepção de saúdeFdoença estI marcada por
essas contradiçfes-
concepçfes Contradiçfes
mais a3rangentes marcam ascomo
da sociedade representaçfes
um todo e da
sãoclasse dominante
!eiculadas ue especializada
de ^orma in^ormam as atra!,s
da corporação m,dica- 5e^letem<se tam3,m nas representaçfes das classes tra3al"adoras ue se
su3ordinam h !isão dominante/ e a reinterpretam de ^orma peculiar/ de acordo com suas condiçfes de
eXist8ncia e seus interesses especí^icos- São essas eXpressfes de dominação/ de resist8ncia e su3ordinação
ue procuramos entender aui-
$m a Médecine du Capital 2ollack a^irma?
;2ode<se dizer/ sem paradoXo/ ue o capital ^iXa pre!iamente a duração m,dia da eXist8ncia/ para os
di^erentes estratos sociais e distri3ui taticamente sua sentença de morte; 92ollack? [ZQ:-
As representaçfes mais gerais de SA#D$FD*$4LA em nossa sociedade/ no entanto/ não são eXpressfes de
um des!endamento claro das desigualdades e nem eXplicitam os e^eitos do modo de produção so3re a
!ida e a morte dos indi!íduos- 2elo contrIrio/ as
YR 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
^ormulaçfes ideolKgicas em3utidas nas representaçfes tentam escamotear as contradiçfes da !ida real/
em3ora não consigam apresentar uma imagem totalmente coerente da realidade-
Conti/ no seu teXto ;$strutura Social y Medicina; comenta ue?
;A anIlise "istKrica nos mostra como as necessidades das classes dominantes ue se eXpressam como se
^ossem as necessidades da sociedade em seu conEunto/ condicionam o conceito de saúdeF doença- 4a
sociedade capitalista/ o conceito de doença estI centrado na 3iologia indi!idual/ ^ato ue tenta escamotear
o carIter social do ^enjmeno; 9[ZQ/ QYY:-
As representaçfes dominantes em toda a sociedade são mediadas de ^orma muito peculiar pela
corporação m,dica- Hntelectual orgnico da classe dominante na construção da "egemonia ue se eXpressa
em torno do setor saúde/ o m,dico , ao mesmo tempo o principal agente da prItica e agente do
&
con"ecimento-
Atra!,s de relaçfes
corporati!o/ e de instituiçfes
o pro^issional legitimadoras
m,dico reproduz de contraditKria
de ^orma seus atos e discursos/ dentro so3re
as concepçfes de umoesuema
corpo/ so3re
saúdeFdoença/ so3re a !ida e a morte-
A pro^issão/ con^orme %oltanski/ situa o m,dico na con^lu8ncia de tr8s lKgicas a3solutamente
contraditKrias? (a# lKgica do "umanitaris<mo/ ue se traduz na ideologia de ^azer tudo pelo doente/ na
medida em ue se Eulga o depositIrio da !ida e da morte (b# lKgica da racionalidade e do interesse
cientí^ico/ o ue torna cada cliente ;um caso; ou possí!el la3oratKrio de progressão da ci8ncia (c# lKgica
da renta3ilidade econjmica/ ;do gan"ar din"eiro; ue , o grande estímulo de seu status pro^issional na
sociedade capitalista- * conEunto de con^litos gerados por essas lKgicas distintas le!a a ue os m,dicos
não possam/ como os outros comerciantes de 3ens e ser!iços/ eXplicitar como ^im único de seu
empreendimento/ a maXimização de lucros- Mas , essa lKgica ue predomina no setor considerado como
um todo e ue/ na !erdade/ in^orma a sua relação com o $stado e a população 9[Z[/ :-
< -
5e^erindo<se h "istKria da medicina moderna/ %oltanski escre!e ue , ela a?
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* Y
;6istKria de uma luta contra os preconceitos m,dicos do pú3lico e mais especialmente/ das >classes
3aiXas>/ contra as prIticas m,dicas populares/ com o ^im de re^orçar a autoridade do m,dico/ de l"e
con^erir o monopKlio dos atos m,dicos e colocar so3 sua Eurisdição no!os campos a3andonados at, então
ao ar3ítrio indi!idual/ tais como a criação dos r,cem<nascidos ou a alimentação; 9[Z[/:-
$sta "istKria de luta , uma "istKria de dominação perenemente contestada na precariedade no cotidiano-
A 3arreira mais !isí!el entre o m,dico e a população/ no eXercício de sua pro^issão/ se dI atra!,s de um
cKdigo de linguagem ^ec"ado e especí^ico- $sse cKdigo/ como a^irma %ak"tin ;retrata e re^rata a
realidade;- 2rimeiramente ele se atem ao contorno 3iolKgico e indi!idual do doente- Desta ^orma/ eXplica
o ^enjmeno saúdeFdoença como o 3om ^uncionamento dos Krgãos e como responsa3ilidade indi!idual-
Separa o suEeito de seu meio/ de sua eXperi8ncia eXistencial/ de sua classe e dos condicionamentos de sua
situação- $m segundo lugar/ trans^orma o conceito de doença numa especialidade a respeito de
determinado
doença- Krgão/ considerado
$m terceiro o corpo
plano/ a prIXis do c"ega
m,dica doenteaprincipalmente como o3Eeto
prescindir da realidade maisde sa3er eeespaço
imediata daue ,
sensí!el
o corpo e seus sintomas/ !oltando<se para as mensagens in^racorporais ^ornecidas pelos euipamentos
la3oratoriais-
$ssa ^orma de dominação centrada so3re a concepção m,dica da saúdeFdoença corresponde h lKgica mais
glo3al do sistema- Con^orme analisa Arouca?
;4a medida em ue se ^iXa na e^ici8ncia do corpo/ a medicina moderna/ contri3uindo para a
produti!idade/ torna o cuidado m,dico indiretamente produti!o/ mas de ^orma desigualmente distri3uído?
ele possui signi^icados di^erentes diante das di^erentes classes sociais; 9Arouca? [ZV/ QU:-
2ara as classes dominantes/ cuEa leitura so3re o corpo passa pelas eXpressfes de saúde/ !igor/ 3eleza/
"armonia e prazer/ o conceito
YQ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
restrito ao 3iom,dico complementa<se atra!,s de outros cuidados ue se ampliam no lazer/ na est,tica e
termina no di!a psicanalista- Sua di^iculdade em relação aos cKdigos da medicina se eXpressa na
dissimetria da linguagem de compet8ncia t,cnica/ e se anula em termos de distncia social?
;Dos doentes supostamente pertencentes h mesma classe social/ ou pelo menos/ ao mesmo uni!erso
cultural do m,dico/ este espera uma cooperação para c"egar ao diagnKstico/ atra!,s dos sinais e dos
sintomas ue perce3em; 9)oyola? [Y/ QU:-
A !isão mais ampliada de saúde dos grupos dominantes , mediada pela noção de ;modo de !ida
moderno; ue por sua !ez ^etic"iza e coisi^ica a opressão da sociedade so3re os indi!íduos/ como se não
^ossem eles/ atra!,s das ^ormas de organização social e das instituiçfes/ atores e autores/ desse ;modo de
!ida;- $ssa noção construída a partir do senso comum costuma ser resumida em? am3iente poluído/ !ida
agitada/ mis,ria/ !iol8ncia/ marginalidade/ ritmo de !ida cansati!o e !ida social con^liti!a- $ uma
representação
capitalista/ ueue escamoteia
se traduzem emo o3Eeti!ação
conceito de da
relaçfes sociais
!ida no lucro/características do modo
contradição entre os uedeproduzem
produçãoas
riuezas e os ue delas se apropriam/ entre a "armonia como a natureza e seu uso predatKrio com
^inalidade econjmica imediatista- * prKprio 3em<estar redunda e^eti!amente na noção de 3em<estar
relati!o e con^liti!o porue se c"oca com as conse8ncias de uma lKgica ue não se centra nem na
"armonia e nem no euilí3rio da sociedade/ mas nas suas contradiçfes permanentes-
* sistema m,dico o^icial/ uando ^ocaliza seu uadro de re^er8ncia no 3iolKgico indi!idual ou nos
constrangimentos do modo de !ida/ re^orça a representação do ^enjmeno saúdeFdoença de ^orma
positi!ista- 4a !erdade a !isão do social uando se incorpora ao conceito dominante , tratada como um
elemento a mais para o diagnKstico/ numa relação linear e ilustrati!a- A realidade concreta continua
o3scurecida pelas id,ias de ;progresso;/ de ;a!anço;/ de ;domínio so3re a !ida e a morte; de ^orma
e!olucionlsta e desen!ol!imentista/ ue !8 a "istKria da doença como proEeção do grau de domínio do
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* YU
"omem so3re a natureza- $ssa representação prKpria do esuema dominante ue Eusti^ica os
in!estimentos no in!estimento t,cnico/ , importante/ mas parcial- $la desconsidera os condicionantes
"istKri<co<sociais ue marcam de^initi!amente os modos especí^icos de adoecer e morrer numa sociedade
de classe/ e descon"ece todos os aspectos sociais en!oltos tanto na de^inição como na prItica relati!a aos
cuidados com a saúde-
4ada tão poderoso como as ;doenças<metI^oras; para marcar a concepção dominante da sociedade na sua
^orma ;o^icial; de encarar o ^enjmeno da saúdeF doença- 2or ; doenças<metI^oras; entendemos aui/
repetindo a eXpressão de Susan Sontag 9[Y:/ en^ermidades ue enseEam catIstro^es e tomam um carIter
"istKrico/ dentro de determinadas ,pocas/ por mo3ilizarem o conEunto da sociedade- Sontag cita a peste
nos s,culos .H e .HH/ a tu3erculose e a sí^ilis no s,culo H/ o cncer no s,culo e a aids
atualmente-
Do ponto dea ideologia
rea^irmam !ista da tecnologia m,dica/ essas
desen<!ol!imentista doenças
segundo ^uncionam
a ual o podercomo desa^ioin!este
da medicina h ci8ncia/
paraao!encer-
progresso
A e
partir dos interesses corporati!os/ elas são o espaço pri!ilegiado de acirramento na guerra competiti!a dos
grupos pro^issionais/ la3oratKrios/ indústrias de euipamentos- $las medeiam a luta entre sa3er e poder
econjmico organicamente relacionados com o sistema como um todo- Do ponto de !ista ideolKgico/ o
sentido da corporação m,dica e sua imagem sal!adora e ^ilantrKpica estão sempre em Eogo/ numa relação
contraditKria entre os a!anços conseguidos e o ue consideram ^racasso/ isto ,/ a impot8ncia ^rente h
morte-
Do ponto de !ista sociolKgico poderiam ser consideradas 9a despeito da especi^icidade dos mitos/ dos
sintomas e de cada uma: doenças<sínteses porue criam o consenso do mal pro!eniente das ;anomalias
sociais;/ reúnem em si as eXplicaçfes dos deseuilí3rios indi!iduais 9autoEulgamento e autopunição: e
sociais 9modo de !ida opressi!o e repressi!o: apelam para o transcendente/ ligando o material e o
espiritual-
$ssas doenças desa^iam o carIter de classe do modo especí^ico de adoecer e morrer- São interpretadas
como capazes de atingir a todos os grupos sociais indiscriminadamente e/ portanto/ ^azem parte de
Y 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
um imaginIrio social mais amplo ue eXplica a desordem/ os des!ios morais e at, a pretensa ;de!assidão;
do ser "umano- São ^enjmenos pri!ilegiados de uestionamento da precariedade da organização social-
5eúnem a ameaça de morte da "umanidade/ anunciam sua decad8ncia/ perpetuam a perman8ncia
sim3Klica ou real da in^elicidade e c"amam atenção para os ;comportamentos recriminI!eis;/ !etores do
mal de "oEe e sempre- $m algumas delas/ a síndrome de medo da doença re^orça as crenças conser!adoras
da sociedade/ como , o caso da sí^ilis e da aids- "p~in-
Claudine 6erzlic"/ retomando a eXpressão de Susan Sontag/ ^ala a respeito das re^eridas doenças como
metI^oras ue nos ^azem reencontrar a !isão arcaica e moderna do mal/ ue nos re!elam nossa relação
com o mundo de "oEe e ao mesmo tempo e!idenciam nossa ^ragilidade permanente de indi!íduos 9[Y?
ZZ<[Q:? /
;Somos sempre dominados e mudos ^rente aos cataclismos de nosso corpo; 9[Y/R:-
;Mas;/
!olta acrescenta
dela 6erzlic"/nossas
estão articuladas ;a medicina tam3,m/mais
interrogaçfes e não apenas aconcernentes
essenciais saúde<doença/ao,^uturo
"oEe uma metI^ora? em
da "umanidade;
9[Y/RV:-
$ssa última a^irmação da autora re^orça a !isão dominadora da edi#ia como resposta a interrogaçfes
essenciais- )egitimadora do ode de $ grupo dominante/ atri3ui<l"e !ocação sal!adora- $ssa
concepção tem raízes nas teorias desen!ol!imentistas- $la contrasta com a !isão da medicina ;popular;
9atra!,s da ual se eXpressa 3oa parte dos segmentos da classe tra3al"adora nos comportamentos a
esei&o das doenças: ue passa por articulaçfes di^erentes/ ue atri3uem a razão e o ^uturo da
"umanidade/ em última instncia/ h sua reconciliação com Deus- Am3as as concepçfes podem ser
uestionadas na sua atri3uição de causas e em seus e^eitos morais? de um lado se rea^irma o poder de um
grupo so3re o mal de outro/ trans^ere<se para o transcendente a causa e o cuidado da in^elicidade- As
doenças metI^oras/ nos seus mist,rios indicam camin"o de !olta ou de trans^ormação- $m suas
eXpressfes religiosa ou pro^ana/ Sontag as considera com poder conser!ador?
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* YV
;As modernas metI^oras da doença especi^icam um 3em<estar da sociedade assemel"ado h saúde ^ísica
ue , tão ^reentemente apolítico uanto o , um apelo h no!a ordem política; 9Sontag? [Y/ [\:-
2ela sua capacidade desencadeadora de tecnologias/ de con^litos de poder e sa3er e ao mesmo tempo
mo3ilizadora de sentimentos/ emoçfes e medos/ elas se so3repfem/ no imaginIrio social/ ao uadro
social mais amplo de mor3imortalidade de determinada sociedade e ,poca- $sse uadro/ marcado como
um ^enjmeno coleti!o/ pelos impactos dos processos de tra3al"o especí^icos do modo de produção e de
!ida/ re^letem a di!isão de classe peculiar/ no interior da ^ormação social-
Da mesma ^orma ue em relação h construção social das c"amadas ;doenças metI^oras; a realidade
costuma ser misti^içada/ a compreensão crítica do processo saúdeF doença não , ^Icil para as classes
tra3al"adoras- $las prKprias estão im3uídas de concepçfes dominantes/ em3ora criando cKdigos prKprios
de reinterpretação ue compfem seu esuema de resist8ncia cultural- $sse Eogo de su3ordinação e
a^irmação permanentes e ue dão coer8ncia h !isão de saúdeFdoença dos dominados , o ue !eremos a
seguir-
$m relação h ciasse tra3al"adora/ o conceito ue estI su3Eacente na de^inição social de saúdeF doença/
!eiculado pela !isão de mundo dominante , a incapacidade paa tabal$a. $ssa noção tem estreita
relação com a economia e e!entualmente com a criação de mais<!alia e possi3ilidade de acumulação
capitalista- 2ara a classe tra3al"adora/ a representação de ;estar doente; como sinjnimo de inati!idade
tem a marca da eXperi8ncia eXistencial- &rata<se de uma eui!al8ncia ;social; e não ;natural;- As
eXpressfes correntes ;a saúde , tudo/ , a maior riueza;/ ;saúde , igual h ^ortuna/ , o maior tesouro; em
oposição a ;doença como castigo/ in^elicidade/ mis,ria; etc- são representaçfes eloentes de uma
realidade onde o corpo se tornou/ para a maioria/ o único gerador de 3ens- A mis,ria/ a ^ome e o
desespero ue ad!8m do ^ato de estar doente/ l"es dizem/ na prItica/ ue seu corpo , sua ^onte de
su3sist8ncia e sua única ^onte de reprodução- * assalariamento enuanto cerne do modo de produção
capitalista ^az do corpo ;^orça de tra3al"o;/ criador de eXcedentes
Y\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
para as classes ue det8m os meios de produção e única condição para a !ida dos tra3al"adores e suas
^amílias- ;SaúdeFriueza;/ ;corpoFinstrumento de tra3al"o; representam uma realidade !i!ida/ ^ruto das
contradiçfes ue estão na 3ase material da sociedade-
&am3,m a medicina/ como mediadora ue indi!idualiza o mal e a cura/ estI presente nas representaçfes
dos tra3al"adores- 2ara eles/ a doença como responsa3ilidade pessoal e portanto como custo ^inanceiro/ e
a medicalização de um conEunto de atos de sua !ida/ são ^ato real e imposto pelas relaçfes de produção- *
;estar doente; al,m de signi^icar a espoliação de sua única ^onte de su3sist8ncia/ o corpo/ indica tam3,m
um ;status; ^undado em categorias anatjmico<^i<siolKgicas/ estruturadas e legitimadas socialmente
atra!,s do ol"ar e do !eredito m,dico- ;$star doente; corresponde então a su3meter<se a regras/ o3edecer
a prescriçfes e a respeitar consignas- Desta ^orma/ a apreensão essencial do corpo doente/ tendo em !ista
a eXpectati!a ue dele se ^az como ;motor; e ;^uncional; _ numa sociedade onde nos de^inimos e somos
!alorizados
tornem como produtores
os tra3al"adores _ le!a a*ue/
apreensi!os- a incapacidade
sentimento de fa@e,mais
de desintegração socialdoe de
uesu3ordinação
alteaç1es noh medicina
paece,
marcam o corpo do doente da classe tra3al"adora-
Seria/ no entanto incorreto descon"ecer o espaço ue constitui o ^enjmeno saúdeFdoença/ para eXpressar/
nas representaçfes das classes tra3al"adoras/ sua !isão particular/ sua resist8ncia h dominação e seu
proEeto de mudança ue se ^orEa/ de ^orma contraditKria/ ao conEunto das id,ias dominantes-
A particularidade cultural pode ser o3ser!ada a partir da linguagem, mediadora por eXcel8ncia das
concepçfes de mundo- São os m,dicos/ como EI dissemos/ ue det8m a linguagem do corpo coordenado-
2ara as classes tra3al"adoras/ os sintomas são colocados no corpo de ^orma localizada/ nalgum Krgão e
eXpressos atra!,s de eXplicaçfes ue os analisam/ geralmente ligados a ^atos eXistenciais/ inter!ençfes
so3renaturais eFou situaçfes !i!idas no dia<a<dia- $ssa ^orma de atri3uição de causas atra!,s de uma
concepção ao mesmo tempo localizada e analítica/ ue contempla o conEunto das situaçfes in^elizes da
!ida cotidiana/ , tal!ez o primeiro ponto de ruptura com
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* YZ
a linguagem m,dica ue ,/ ao contrIrio/ coordenadora/ sint,tica e especí^ica-
Claudine 6erzlic" comenta ue?
;$ssa concepção localizadora ue tenta ^azer corresponder a cada sinal isolado um Krgão/ nos aparece
como a po3ieza de linguagem so3re o corpo? linguagem ue ignora a ^rase e a sintaXe e ue se reduz ao
nome- Da mesma ^orma ue a pala!ra<^rase representa o primeiro estIgio da linguagem "umana/ para o
doente essa denominação elementar , a única de ue dispfe; 9[Y/ZV:-
A re^erida interpretação da autora/ a nosso !er/ re^lete uma !isão preconceiruosa da classe tra3al"adora
tomada como ignorante e em estIgio in^antil- .isão ue/ por ignorar as condiçfes de produção da
linguagem/ aca3a sendo etnoc8ntrica- Ao caracterizar os doentes das classes tra3al"adoras por sua
ignorncia uanto ao corpo e h mel"or ^orma de cuidI<lo/ desuali^icam<se suas representaçfes de saúdeF
doença e dos seus princípios de "igiene- Ao mesmo tempo o cKdigo da medicina cientí^ica sai por ela
legitimado
dos como
sintomas/ o únicoacapaz
e portanto únicade deci^rar a ^ala
!erdadeira- desarticulada
importante e con^usa
perce3er ue/ aodos doentes/das
contrIrio numa linguagem
concepçfes da
classe dominante ue mant8m com a medicina o^icial uma relação apenas dissim,trica em relação ao
senso comum e ao sa3er t,cnico/ nas classes tra3al"adoras/ as representaçfes re!elam !alores/ atitudes e
interesses em oposição contraditKria- $ssa oposição certamente não se assemel"a a um corte estItico-
Am3as as !isfes se in^luenciam mutuamente em relação de su3missão e resist8ncia- 4a !erdade/ !Irios
estudiosos t8m demonstrado ue tanto o esuema dominante , incorporado/ como os m,dicos a3sor!em o
senso comum e agem atra!,s dele 9%oltanski/ [Z[ )oyola/ [Y Montero/ [YV 6erzlic"/ [Y/[Y
Q; ed/ 0ried<son/ [\:- Mas/ em am3as as partes eXiste uma reinterpretação ;interessada; diríamos/ ue
re^lete as posiçfes di^erenciadas dos atores sociais-
2ara as classes tra3al"adoras?
;A doença 9ou saúde: , considerada no uadro glo3al dos pro<
YY 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
3lemas da !ida e da morte/ como um ^enjmeno ue escapa/ em última instncia/ ao controle do "omem/
como algo ue/ no limite/ , produto de ^orças so3renaturais ou/ mais comumente/ de Deus; 9)oyola?
[Y/\Q:-
2ara esses grupos/ a doença se re^ere internamente a deseuilí3rios ue a^etam de uma sK !ez
espíritoFalma e corpoFmat,ria- As doenças espirituais causadas por ;mau<ol"ado;/ ;tra3al"o ^eito;/
;espírito encostado;/ ;castigo di!ino; _ segundo as crenças dos atores sociais _ integram<se no
indi!íduo/ hs doenças da mat,ria causadas pelo meio am3iente/ o tra3al"o/ as condiçfes de !ida- De
acordo com as circunstncias/ ora o espírito ora a mat,ria são mais !alorizados nas eXplicaçfes- 4o
entanto/ em momento algum/ esses mesmos ^enjmenos são apresentados apenas do ponto de !ista
3iolKgico ou espiritual? en!ol!em a !isão integrada de "omem 9corpo e alma: e sua relação com as
condiçfes de !ida tomadas no sentido mais amplo- As oposiçfes ;corpoFalma;/ ;indi!íduoFsociedade; ue
são complementares
ue as di^iculdades dee linguagem/
mesmo inclusi!as nas representaçfes
seu comportamento da classe
em relação tra3al"adora/
h medicina o^icial-Eusti^icam/ mais do
2ara desespero dos
pro^issionais 9ue eXplicam o ^ato pela ignorncia/ rea^irmando assim seu campo de compet8ncias:/ os
indi!íduos recorrem a eles mas não cr8em estritamente em suas prescriçfes- 5elati<!izam<nas/ seEa em
relação ao uso dos medicamentos/ seEa na consideração de suas pala!ras- $sses grupos t8m uma li3erdade
_ li3erdade de dominados não comprometidos com a perenidade do sistema _ de reinterpretar os
preceitos m,dicos/ de integrI<los dentro de suas condiçfes eXistenciais e ao mesmo tempo prescindir
deles ou su3estimI<los- Assim/ pelo uso/ de acordo com seus interesses imediatos/ do esuema
dominante/ e pela posse estrat,gica de um instrumental de eXplicaçfes e aplicaçfes prKprios/ constrKi<se
uma maneira especial de as classes tra3al"adoras lidarem com os ser!iços e assist8ncia m,dica- $ssa
^orma particular desconcerta e uestiona as tentati!as de racionalizar a partir da lKgica do sistema-
* modo prKprio de se relacionar com a medicina o^icial/ particularmente atra!,s da medicina religiosa e
tradicional/ , um esuema atra!,s do ual a classe tra3al"adora resiste h despossessão do
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* Y[
sentido de sua !ida e de sua morte- $nuanto procura e rei!indica um tratamento adeuado e ; digno; no
sistema o^icial/ mas ao mesmo tempo/ atra!,s de outros sistemas/ encontram uma alternati!a para a sua
representação de corpo e sua relação com o mundo/ os tra3al"adores rea^irmam sua identidade e um sa3er
especí^ico ue se contrapfem e uestionam as interpretaçfes dominantes e legitimadas-
Concluímos ue a ^orma como as classes tra3al"adoras representam o corpo não pode ser taXada de
ignorante/ mas como um sabe especfico ue tem efic"cia eal e consencia conceta sobe a *ida e a
mote de seus membos. Constitui uma estrat,gia de resist8ncia h Ktica dominante ue tenta passar a
imagem do corpo apenas como instrumento de tra3al"o e para isso o disciplina- * em3rutecimento
resultante do ;"omem<^orça de tra3al"o;/ ;"omem<complemento da mIuina;/ ;"omem<mIuina;
es3arra tanto nas concepçfes como na eXperi8ncia eXistente de uma classe ue tanto nas unidades de
tra3al"o como nos seus locais de moradia gritam sim3olicamente pela sua unidadeF glo3alidade perdida-
* eXemplo
pelo H%G$ emmel"or ue hcon^irma
relação situação esse ;gritodaparado
de saúde no ar;po3re
população são as
noestatísticas de sintomas
$studo 4acional classi^icados
de Despesas
0amiliares 9$4D$0: de [Z- &anto as ^ormulaçfes aí contidas como outras ue surgem nas di^erentes
con^iguraçfes de po3reza do país o^erecem um uadro de doenças c"amadas pelos entre!istados como
;ner!osas; so3 o termo ;ner!oso; ou ;doenças dos ner!os; e outras pala!ras temIticas ue eXpressam a
mesma categoria- (sando seu prKprio cKdigo para interpretI<las/ seriam ;doenças do espírito; ue se
re^erem ao conEunto das ansiedades e insatis^açfes pelas ;di^iculdades da !ida;- * cansaço permanente do
so3retra3al"o/ a alimentação insu^iciente/ as restriçfes compulsKrias pro!ocadas pelos 3aiXos salIrios/ o
desemprego/ a incapacidade de lidar com os esuemas 3urocrIticos e impessoalizados compfem o campo
das ;doenças sentidas; so3 a denominação de ;ner!oso;- $las são tal!ez o uestionamento mais louaz e
o desa^io maior ao modelo 3iom,dico- $le pode propor a cura de uma en^ermidade localizada/ mas não
possui um uadro de re^er8ncia para lidar com as sensaçfes eXperimentadas no corpo marcado pela
eXclusão dos 3ens necessIrios h manutenção da !ida indi!idual e social-
[R 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
A título de eXemplo/ podemos perce3er ue a cur!a de mortalidade adulta no %rasil estI marcada
prioritariamente por causas agressi!as 9acidentes de tra3al"o/ acidentes de trnsito/ "omicídios:- *s
indicadores de mortalidade in^antil denotam causas pro!enientes da mis,ria/ da ^ome e da ^alta de
saneamento 3Isico/ itens particularmente importantes para atri3uição do padrão de saúde coleti!a- A
distri3uição das doenças e da morte/ segundo a epidemio<logia social re!ela sua determinação social
9&am3ellini/ [ZV )aurell/ [Y %reil"/ [Y\ 5osIrio Costa/ [Y\:- Cristina 2ossas/ ao terminar seu
li!ro so3re Saúde e 5abal$o conclui ue?
;4ão eXiste nen"uma alternati!a de solução dos pro3lemas de saúde da população 3rasileira ue possa ser
3uscada apenas no interior do prKprio setor SA#D$;-
$ssa re^leXão/ no entanto/ não passa pelo cri!o da medicina o^icia porue aceitI<la signi^icaria colocar
em e!id8ncia o carIter predatKrio e destruidor do sistema dominante- De^inir categorias e programas
centrados
de na segurança
produção/ do!ista
do ponto de tra3al"o e no com3ate
dos interesses a doenças
das classes pro^issionais/
tra3al"adoras/ uestionar
eXige a^rontaras^orças
condiçfes gerais
econjmicas
e políticas dominantes- Desta ^orma as doenças pro!ocadas pelas condiçfes de !ida e de tra3al"o são
tratadas como uestão indi!idual ou inespeci^icamente como ;males da !ida moderna;-
Assim/ as c"amadas ;doenças<metI^oras;/ por atingirem a todos os grupos sociais e serem ameaças
permanentes para os setores dominantes do sistema/ canalizam recursos/ pesuisas e no!as tecnologias
ue certamente 3ene^iciam o conEunto da população- 2or,m/ as doenças relacionadas hs precIrias
condiçfes de eXist8ncia apenas de longe são tocadas como tal- São socialmente ;desconstruídas;/
despidas de seu carIter social e trans^ormadas em ;culpa;/ ;descuido;/ ;ignorncia popular;- A
compreensão de seu carIter apela para mudanças sociais a3rangentes u, se re^erem ao conEunto das
relaçfes de produção e de reprodução-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* [
c# s +epesentaç1es daS0DE como campo de luta poltica
Do ponto de !ista das representaçfes dominantes/ a SA#D$ , o campo de ação do indi!íduo- JI Descartes
dizia ue nada eXiste ue o indi!íduo não possa ^azer por si mesmo/ mel"or ue o mel"or dos m,dicos/ se
ele uiser ter o 3om senso de prolongar sua saúde- $ssa a^irmação re!ela uma !isão "ipocrItica/ segundo
a ual a doença pode ensinar o "omem e a se comportar ou!indo a natureza e perce3endo o ue , mel"or
para ele- $m nossa sociedade atual/ a SA#D$ como !irtude indi!idual se eXpressa de !Irias ^ormas- A mais
simples e generalizada pela !isão m,dicoF 3iolKgica , a aus8ncia de doença ue se mani^esta pelo
;sil8ncio do corpo; ou pela sensação de 3em<estar- $ pensada tam3,m como um capital de reser!a/ isto ,/
como uma esp,cie de resist8ncia ou ro3ustez ue tem sua srcem nos cuidados da primeira in^ncia-
5e^ere<se/ particularmente na !ida adulta/ h id,ia de euilí3rio/ de so3riedade ue permite ;deseuilí3rios
positi!os; graças huele ;capital inicial; conser!ado cuidadosamente- $ssas representaçfes da saúde
como
de algo
!ista essencialmente
dominante- Supfem endKgenoe de atri3uição
uma sociedade indi!idual
e+$ili%ada são particularmente
e passí!el eeHadaas
de ser controlada do ponto
pela !ontade
pessoal-
$m oposição hs concepçfes mencionadas/ a organização ofi%#a em torno dos interesses da classe
tra3al"adora propfe $a lesesea-tação da Saúde como uma uestão !ital de atri3uição didaai e
coleti!a e ue ultrapassa os aspectos 3io^isiolKgicos- e0aeJ19K: [<Q\: considera o tema so3 a
denominação de "8osLoa SanitIria; pensada como um elemento da ;Consf8noa Social;/ essa sim/
contendo a compreensão da relação social em termos mais amplos e glo3ais- &rata<se de uma
representação ue atinge um ní!el de a3rang8ncia e de "istoricidade na sua eXpressão- %erlinguer a de^ine
da seguinte ^orma?
;2or consci8ncia sanitIria entendo a tomada de consci8ncia de ue a saúde , um direito da pessoa e um
interesse da comunidade- Mas como esse direito , su^ocado e este interesse descuidado/ consci8ncia
sanitIria , a ação indi!idual e coleti!a para alingir este o3Eeti!o; 9[ZY/[:-
[Q 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
A uestão da saúde/ no interior da luta das Classes &ra3al"adoras/ sai do campo estritamente m,dico e !ai
para a arena do conEunto das rei!indicaçfes por direitos sociais/ entre os uais se coloca o direito ao
ser!iço e h assist8ncia m,dica-
A representação da saúde como direito coleti!o , uma 3andeira d trans^ormação das condiçfes de !ida e
de tra3al"o e ue em última instncia aponta para trans^ormaçfes do modo de produção e das relaçfes
sociais de produção? mel"ores salIrios/ acesso h terra/ a empregos/ a saneamento 3Isico/ a transporte/ a
moradia/ a educação/ a lazer e a condiçfes de tra3al"o seguras- Mas , tam3,m uma 3andeira de
rede^inição das prioridades do $stado- Des!enda o carIter de classe dos in!estimentos pú3licos/
c"amando atenção para a ^orma dominada e marginal com ue se de^inem as políticas sociais- 2ortanto o
apelo h trans^ormação das condiçfes de !ida e de tra3al"o como condiçfes de Saúde Coleti*a , ao mesmo
tempo apelo h luta/ no interior do aparel"o do $stado/ pelas prioridades sociais ue se colocam sempre em
relação de
política da negati!idade com os interesses econjmicos- 2ortanto/ Saúde Coleti*a , um tema da prItica
classe tra3al"adora-
$ssa representação da Saúde como 9em Coleti*o coincide com o ponto de !ista da $pidemiologia Social
9%reil" e Granda/ [Y\ )aurell/ [YU &am3ellini/ [ZV: ue/ atra!,s de uma posição crítica do
positi!ismo na medicina/ re^orça as propostas de luta da classe tra3al"adora- Sendo ela prKpria um
mo!imento social no interior das concepçfes conser!adoras de saúdeF doença/ a $pidemiologia Social
constitui uma ue3ra nas representaçfes o^iciais- uma !isão por dentro do setor ue/ ao a3rir a
discussão da signi^icncia social da SA#D$ comete tam3,m uma ^enda no sistema e politiza seu o3Eeto-
Sua de^asagem em relação h concepção das classes tra3al"adoras estI no ^ato de ue seu paradigma
cont,m ainda uma redução da saúde e da doença ao contorno do corpo/ ainda ue seEa C*52* S*CHA)/
como a^irma &eiXeira 9[YV/ YY:-
$sse limite ue a estrutura impfe/ rea^irma e reproduz !ai pouco a pouco tam3,m sendo colocado em
uestão- 4ão dI "oEe para reduzir o sentido trans^ormador do conceito de saúde a sua simples ampliação
ao ;coleti!o; enuanto grupo ou classe social/ pensada como núcleo econjmicoFpolítico de ação social- A
c"amada h mu<
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* [U
dança de paradigma inclui uma rede^inição mais totalizante do processo ue le!e em conta todos os
aspectos ue concernem ao corpo/ h mente e ao meio am3iente-
A !isão social de saúde tam3,m !ai ao encontro das concepçfes de resist8ncia das classes tra3al"adoras
ao ní!el do senso comum- 2or,m ela inclui a imagem mais totalizante do "omem<corpoFalma/ mat,ria e
espírito/ assim como as condiçfes de !ida e tra3al"o- Sua de^inição de saúdeFdoença gan"a eXpressão de
resist8ncia cultural de classe- Se na cotidianidade/ sua representação a3rangente da saúde ^ica anu!iada
pela ideologia dominante ue as considera ;responsI!eis por seus males;/ ;incultas;/ ;atrasadas;/
;ignorantes; e ;mal<educadas;/ na luta organizada/ parece<l"es claro ue SA#D$ , uma conuista "istKrica
e ue sua participação , determinante e decisi!a-
C*4C)(S$S
* estudo das representaçfes sociais de SA#D$F D*$4LA a3range aspectos uni!ersalmente o3ser!I!eis e
outros ue
relação são peculiares a cada
indi!íduoFsociedade e seusociedade- $sses aspectos/ tratados no presente tra3al"o dizem respeito h
ecossistema-
SaúdeFDoença constituem metI^oras pri!ilegiadas para eXplicação da sociedade? engendram atitudes/
comportamentos e re!elam concepção de mundo- Atra!,s da eXperi8ncia desse ^enjmeno/ as pessoas
^alam de si/ do ue as rodeia/ de suas condiçfes de !ida/ do ue as oprime/ ameaça e amedronta-
$Xpressam tam3,m suas opinifes so3re as instituiçfes e so3re a organização social em seus su3stratos
econjmico<político e cultural- SaúdeF Doença são tam3,m metI^oras de eXplicação da sociedade so3re ela
mesma? de suas ;anomias;/ deseuilí3rios e preconceitos/ ser!indo como instrumento coerciti!o ou
li3erador para o poder político se legitimar ou ser eXecrado- * status de epesentação significante
pi*ilegiada se de!e ao ^ato de ue a noção SA#D$F D*$4LA estI intimamente !inculada ao tema
eXistencial e inuestiona!elmente signi^icati!o da .HDA e da
M*5&$-
SA#D$F D*$4LA enuanto ^enjmeno social tem seu esuema interno de eXplicaçfes ue parte de um
marco re^erencial de especialis<
[ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
tas 9doutores/ curandeiros/ rezadores/ mIgicos:/ mas tam3,m compfe o uadro da eXperi8ncia do dia<a<
dia ue se eXpressa atra!,s do senso<comum- Am3as as modalidades de representação do ^enjmeno se
in^luenciam mutuamente/ de ^orma dinmica/ em3ora o sa3er do especialista seEa dominante- 2ortanto/ na
construção "istKrica da saúde e da doença tanto são atores e autores/ os intelectuais e t,cnicos do setor
como a população-
A atri3uição de causas endKgenas e eXKgenas ao ^enjmeno da SA#D$FD*$4LA constitui uma atitude
uni!ersalmente compro!ada- no indi!íduo ue essas concepçfes se uni^icam? , ele ue so^re os males
ou det,m a saúde- As causas de srcem/ no entanto/ se eXpressam/ no plano sim3Klico/ com re^er8ncia ao
social/ D*$4LA , sinjnimo de in^elicidade indi!idual e coleti!a? representa o rompimento do "omem com
seus limites esta3elecidos pelas normas e regras da sociedade- SA#D$ signi^ica 3em<estar e ^elicidade? ela
prKpria/ eXplicitamente ou no ;sil8ncio do corpo;/ , a linguagem pre^erida da "armonia e do euilí3rio
entre osociedade
Cada indi!íduo/
tema sociedade e seu
suas doenças ecossistema-
ue consideramos aui ;metI^oras;- São en^ermidades ue/ a partir do
imaginIrio social/ perpetuam na coleti!idade a id,ia de perenidade do mal e de limites do ser "umano
^rente h ameaça da morte- São doenças ue/ por criarem um clima de medo/ de catIstro^e e de desordem/
tendem a ser usadas ideolKgica e politicamente como meios de recompor a "armonia social- $ssas
doenças _ al,m do seu carIter de so^rimento e in^elicidade _ são construídas socialmente como mitos
atra!,s dos uais os mem3ros dos grupos eXpressam sua coerção e coesão em torno da organização
social-
4a sociedade capitalista/ a representação de SA#D$F D*$4LA passa pelas contradiçfes sociais ue
caracterizam o sistema- Do ponto de !ista das classes dominantes/ a saúde , de atri3uição indi!idual
como um capital de reser!a de propriedade pri!ada ue se mant,m pelo euilí3rio e pela "armonia- A
concepção de doença , tam3,m marcada pela responsa3ilidade do indi!íduo em luta contra o mundo
opressi!o- %aseia<se na representação anatjmico<^isiolKgica da pessoa do doente/ na concepção do corpo
como produtor e instrumento de tra3al"o e na id,ia desen!ol!imentista do poder da tecnologia
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* [V
contra as en^ermidades- As representaçfes dominantes são particularmente ela3oradas pelos pro^issionais
m,dicos/ categoria "egemjnica/ intelectuais orgnicos na ela3oração tanto do con"ecimento como na
imposição de normas e atitudes a respeito do corpo e da de^inição social do doente e da doença- 4o
entanto suas id,ias são perpassadas dinmica e perenemente pelo senso comum ue ;contamina; o
c"amado ;sa3er cientí^ico;/ com suas prKprias categorias de interpretação/ esse mundo de signi^icados
so3re a !ida e a morte-
$m contraposição/ apesar de assimilarem as concepçfes dominantes e agirem tam3,m a partir das regras
esta3elecidas pelos especialistas do sistema/ as classes tra3al"adoras possuem um cKdigo de resist8ncia
ue as caracteriza- Seu esuema estI centrado numa !isão mais totalizante do ^enjmeno/ ue a3range a
concepção do "omem como corpoFalma/ mat,riaFespírito e inclui relaçfes a^eti!as e condiçfes de !ida e
de tra3al"o 9sua situação de classes em si: na de^inição de sua situação de SA#D$F D*$4LA- Apesar de
recon"ecer otanto
eXperi8ncia/ poderdos
m,dico e su3ordinar<se
pro^issionais h medicalização/
e sua t,cnica elas possuem
como do sistema uma !isão
de assist8ncia crítica/
e ser!iço de aue
partir da
^azem
uso- 2or isso reinterpretam o esuema racionalizado/ usam<no de acordo com seus interesses imediatos e
concepçfes particulares e não legitimam totalmente o sa3er m,dico- Sua relação com a medicina o^icial ,
sempre precIria/ pro!isKria e con^liti!a- Sua interpretação da !ida e da morte estI ine!ita!elmente
perpassada/ Eunto com a crítica ao sistema dominante/ pelas crenças e tradiçfes/ pela prItica da medicina
caseira eF ou religiosa ue ^azem parte de seu imaginIrio social !inculado h eXperi8ncia cotidiana- Desta
^orma/ a partir do senso comum elas resistem não apenas h linguagem erudita? contradito<riamente
aceitam e recusam o lugar ;material; ue os donos dos meios de produção atri3uem a sua !ida/ isto ,/ o
de ^orça ou instrumento de tra3al"o- 4o seu con"ecimento e nas suas prIticas esses agentes sociais se
recompfem como mat,riaFespírito transcendente/ ator e autor social particularmente marcados pelas
relaçfes a^eti!as e de lealdade/ de seu meio-
A epidemiologia social , o espaço no interior do setor dominante ue recompfe 9de ^orma dominada:
uma representação a3rangente de saúde/ ao englo3ar o social como determinante e os indi!íduos
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<? )!s 2$SP(HSAD*5$S costumam encontrar tr8s grandes o3tI<
culos uando partem para a anIlise dos dados recol"idos no campo 9documentos/ entre!istas/ 3iogra^ias/
resultados de discussão em grupos ^ocais e resultados de o3ser!ação:-
* primeiro deles , o ue %ourdieu denomina ;ilusão da transpar8ncia; isto ,/ o perigo da compreensão
espontnea como se o real se mostrasse nitidamente ao o3ser!ador- $ssa ;ilusão; , tanto mais perigosa/
uanto mais o pesuisador ten"a a impressão de ^amilia<ridade com o o3Eeto- &rata<se de uma luta contra
a sociologia ing8nua e o empirismo/ ue acreditam poder apreender as signi^icaçfes dos atores sociais
mas apenas conseguem a proEeção de sua prKpria su3Eeti!idade- <
* segundo escol"o , o ue le!a o pesuisador a sucum3ir h magia dos m,todos e das t,cnicas/
esuecendo<se do essencial/ isto ,/ a ^idedignidade hs signi^icaçfes presentes no material e re^eridas a
relaçfes sociais dinmicas-
* terceiro o3stIculo/ muito comum na interpretação dos tra3al"os empíricos/ , a di^iculdade de se
Euntarem teorias e conceitos muito a3stratos com os dados recol"idos no campo- Hsso se re^ere a tra3al"os
cuEa ela3oração teKrica ^ica distanciada das descriçfes/ geralmente marcadas pela ;ilusão da
transpar8ncia;-
(ma anIlise do material recol"ido 3usca atingir a tr8s o3Eeti!os?
_ ultapassagem da incete@a% o ue eu perce3o na mensagem/ estarI lI realmente contido Min"a
leitura serI !Ilida e generalizI!el
_ eniuecimento da leitua% como ultrapassar o ol"ar imediato e
[Z
[Y 0AS$ D$ A4+)HS$
espontneo e EI ^ecundo em si/ para atingir a compreensão de signi^icaçfes/ a desco3erta de conteúdos e
estruturas latentes
_ integação das descobetas ue !ão al,m da apar8ncia/ num uadro de re^er8ncia da totalidade social
no ual as mensagens se inserem 9%ardin? [Z[/ Q[:-
4outras pala!ras/ a anIlise do material possui tr8s ^inalidades complementares dentro da proposta de
in!estigação social? (a# a primeira , "eurística- Hsto ,/ insere<se no conteXto de desco3erta das pesuisas-
2ropofe<se a uma atitude de 3usca a partir do prKprio material coletado (b# a segunda , de
;administração de pro!as;- 2arte de "ipKteses pro!isKrias/ in^orma<as ou as con^irma e le!anta outras (c#
a terceira , a de ampliar a compreensão de conteXtos culturais com signi^icaçfes ue ultrapassam o ní!el
espontneo das mensagens-
*s pontos le!antados acima são 3astante comentados por %ardin 9[Z[? QZ<UR:- 2oderíamos dizer ue/
com eXpressfes mais ou menos semel"antes/ correspondem a um m3ito de consenso entre
in!estigadores-
As di!erg8ncias e di^iculdades começam uando se parte para a tare^a concreta de anIlise do material
coletado- Aí não eXiste concordncia nem uanto a pressupostos teKricos e nem uanto a m,todos e
t,cnicas a serem empregados- Al,m disso/ nota<se certa repugnncia dos pesuisadores em tornar
e!idente a sua ;"esitante aluimia; para trans^ormar dados 3rutos em desco3ertas ^inais- &al ^ato não , de
se desprezar porue ^reentemente oculta auele estado ne3uloso/ lím3ico/ no tra3al"o de pesuisa
social/ ue pode ao mesmo tempo esconder alta criati!idade e procedimentos analíticos pouco con^iI!eis
t,cnica e cienti^icamente-
4ossa intenção , discutir essa ^ase da pesuisa/ trazendo h luz os a!anços/ os recuos e os de3ates
re^erentes h anIlise do material ualitati!o-
Aui se instaura uma pol8mica ue tem a !er com os prKprios limites do con"ecimento e com a luta
intelectual para ultrapassI<los- ;AnIlise de Conteúdo; poderia ser um termo gen,rico a ser usado para
designar o tratamento dos dados- Como !amos ter oportunidade de re^letir/ no entanto/ trata<se de um
conceito "istoricamente construído/ com implicaçfes teKrico<metodolKgicas e em oposição a
0AS$ D$ A4+)HS$ [[
outros conceitos- * termo ;AnIlise do Discurso; por eXemplo/ tomado por %ardin 9[Z[? Q<QQR: como
uma t,cnica de AnIlise de Conteúdo/ , conce3ido por seus criadores como prKprio para designar um
campo de con"ecimento com teoria e m,todo/ capaz de destruir e su3stituir a anIlise de conteúdo
tradicional-
2or outro lado/ passou a ser importante trazer para o m3ito desse de3ate a recente re^leXão so3re a
anIlise "ermen8utico<dial,tica- 2roposta por 6a3ermas no seu diIlogo com Gadamer 9[YZ: como uma
metodologia de a3ordagem da comunicação/ a "ermen8utica<dial,tica supera o ^ormalismo das anIlises
de conteúdo e do discurso/ indicando ;um camin"o do pensamento;- 4o entanto/ os recursos t,cnicos
para sua operacionalização não ^azem parte das preocupaçfes de seu autor-
4este estudo/ tentamos discutir as tr8s possi3ilidades mencionadas/ encamin"ando nossa pre^er8ncia pelas
!ias apontadas pela "ermen8utica<dial,tica- $ssa escol"a se ^undamenta na 3usca de um instrumental ue
corresponda
o3Eeto hs dimensfes
a SA#D$ em suas maise h di!ersas
dinmica^acetas?
das relaçfes ue apreendemos
concepçfes/ numa pesuisa
política/ administração/ ue toma como
con^iguração
institucional entre outras/ enuanto representaçfes sociais e anIlise de relaçfes-
A4+)HS$ D$ C*4&$#D*
A eXpressão mais comumente usada para representar o tratamento dos dados de uma pesuisa ualitati!a
, n"lise de Conteúdo. 4o entanto/ o termo signi^ica mais do ue um procedimento t,cnico- 0az parte de
uma "istKrica 3usca teKrica e prItica no campo das in!estigaçfes sociais-
Segundo %ardin/ a n"lise de Conteúdo pode ser de^inida como?
;(m conEunto de t,cnicas de anIlise de comunicação !isando o3ter/ por procedimentos sistemIticos e
o3Eeti!os de descrição do conteúdo das mensagens/ indicadores 9uantitati!os ou não: ue permitam a
in^er8ncia de con"ecimentos relati!os hs condiçfes de produçãoFrecepção destas mensagens; 9%ardin?
[Z[/ Q:-
QRR 0AS$D$A4+(S$
* ^ator comum dessas múltiplas t,cnicas/ desde o cIlculo de ^re8ncias ue ^ornece dados ci^rados/ at, h
eXtração de estruturas traduzí!eis em modelos/ , uma "ermen8utica 3aseada na dedução/ a
H40$54CHA-
A n"lise de Conteúdo na sua "istKria mais recente/ isto ,/ enuanto t,cnica de tratamento de dados
considerada cienti^icamente/ , cau<datIria das metodologias uantitati!as/ 3uscando sua lKgica na
interpretação ci^rada do material de carIter ualitati!o- %erelson/ um dos pais teKricos da anIlise de
conteúdo nos $stados (nidos/ assim a de^ine?
; uma t,cnica de pesuisa para descição obJeti*a, sistem"tica e uantitati*a do conteúdo manifesto das
comunicaç1es e tendo por ^im interpretI<los; 9%erelson? [VQ/Y:-
*s gri^os anteriores colocados por nKs/ t8m a intenção de en^atizar os adEeti!os usados por %erelson/
lem3rando ue eles ^azem parte do !oca3ulIrio da sociologia positi!ista/ como EI temos repetido !Irias
!ezes e emdas
mani^esto di!ersos momentosuando
comunicaçfes/ do tra3al"o-
se trataAde
rele!ncia concedida
uma anIlise ao uantitati!o
de material ualitati!o/e remete<nos
ao conteúdoã
tradicional discussão so3re a especi^icidade do material prKprio hs ci8ncias sociais/ particularmente so3re
a uestão da SHG4H0HCAL*-
6istoricamente a AnIlise de Conteúdo ClIssica tem oscilado entre o rigor da suposta o3Eeti!idade dos
números e a ^ecundidade da su3Eeti!idade- A grande importncia dessa t,cnica de ^unção "eurística &e
sido a de impor um corte entre as intuiçfes e as "ipKteses ue encamin"am para interpretaçfes mais
de^initi!as- $ssa tentati!a ^az parte de um es^orço teKrico secular-
A arte de interpretar os teXtos sagrados/ a eXegese religiosa/ coloca a "ermen8utica/ por eXemplo/ como
uma t,cnica muito antiga- A ati!idade de des!endamento de mensagens o3scuras/ do duplo sentido de um
discurso geralmente sim3Klico e poliss8mico/ remonta h Antigidade- %ardin situa a +et!ica e a !gica
tam3,m como prIticas milenares de tratamento de discurso/ anteriores h atual t,cnica de AnIlise de
Conteúdo- A 5etKrica estuda as modalidades de eXpressão prKprias de uma ^ala persuasi!a- A lKgica
analisa os
0AS$ D$ A4+)HS$ QR
enunciados de um teXto/ seu encadeamento/ e as regras ^ormais ue !alidam o raciocínio-
* termo ;AnIlise de Conteúdo; , uma eXpressão atual- Surge nos $stados (nidos na ,poca da 2rimeira
Guerra Mundial- * campo mais propício para o seu desen!ol!imento ^oi o Eornalismo da (ni!ersidade de
Colúm3ia- Dentre os nomes ue ilustram a "istKria dessas t,cnicas destaca<se )ass7ell ue ^azia anIlise
de material de imprensa e de propaganda desde [V- Sua o3ra principal 'opaganda 5ecniue in t$e
hold ha^oi pu3licada em [QZ-
4essa ,poca/ em todos os ramos das ci8ncias crescia o ^ascínio pela contagem e pelo rigor matemItico-
Assim/ tam3,m na AnIlise de Conteúdo o rigor cientí^ico in!ocado , a pretensa o3Eeti!idade dos números
e das medidas-
A partir da d,cada de R/ os Departamentos de Ci8ncias 2olíticas das uni!ersidades americanas tornaram<
se o locus de desen!ol!imento da AnIlise de Conteúdo/ tendo como material pri!ilegiado as
comunicaçfes
de propaganda da Segunda Guerra
considerada Mundial-
su3!ersi!a/ &rata!a<se
de carIter de )ass7ell
nazista- desmascarar os Eornais
continua!a e periKdicos
seus suspeitos
tra3al"os so3re
anIlise de sím3olos- A ele Euntaram<se estudiosos das mais di^erentes Ireas? sociKlogos/ psicKlogos/
cientistas políticos- * marco distinti!o dessa ,poca são as anIlises estatísticas de !alores/ ^ins/ normas/
o3Eeti!os e sím3olos- A preocupação da o3Eeti!idade e da sistematicidade solidi^icou<se no rigor
uantitati!o para se contrapor ao ue os cientistas denomina!am ;apreensão impressionista;-
Do ponto de !ista metodolKgico/ %erelson e )azars^eld se proEetaram nas (ni!ersidades de Colúm3ia
94: e de C"icago/ sistematizando as preocupaçfes epistemolKgicas da ,poca- $m 5$e nalZsis of
Communications Content 9[Y: os crit,rios ^undamentais então eXigidos para testi^icar o rigor cientí^ico
estão assim resumidos? (a# tra3al"ar com amostras reunidas de maneira sistemItica (b# interrogar<se
so3re a !alidade dos procedimentos de coleta e dos resultados (c# tra3al"ar com codi^icadores ue
permitam !eri^icação de ^idelidade (d# en^atizar a anIlise de ^re8ncia como crit,rio de o3Eeti!idade e
cienti^icidade (e# ter possi3ilidade de medir a produti!idade da anIlise-
%erelson/ )azars^eld e )ass7ell são !erdadeiros marcos criadores
QRQ 0AS$ D$ A4+)HS$
de um instrumental de anIlise- 4eles/ a o3sessão pela o3Eeti!idade e o rigor se con^undem com os
pressupostos do positi!ismo/ eXcluindo<se outras possi3ilidades de eXploração de material ualitati!o-
Seus nomes/ seus tra3al"os e in^lu8ncia continuam marcantes e ainda atuais em relação h pro3lemItica do
tratamento dos dados-
4o período posterior h Segunda Guerra a anIlise de conteúdo so^reu seus anos de depressão- *s prKprios
criadores da t,cnica parecem re^luir seus nimos e se desencantaram das repercussfes de seus tra3al"os
para o a!anço do con"ecimento- de %erelson a seguinte ^rase citada por %ardin?
;A AnIlise de Conteúdo como m,todo não possui ualidades mIgicas e raramente se retira mais do ue
nela se in!este e algumas !ezes menos 9---: no ^inal das contas nada "I ue su3stitua as id,ias 3ril"antes;
9%ardin? [Z[/ QR:-
A constatação do citado autor demonstra um 3aiXar de armas- 2or outro lado/ se a su3metermos h anIlise
de seu prKprio
matemItico conteúdo
pode ser umaperce3eremos uecom
meta e !ir Eunto ela cont,m uma ;3ril"ante
outras ^ormas id,ia;-
de !alidação/ masMostra
nuncaue o rigor a
su3stituir
percepção de conteúdos latentes e intuiçfes não passí!eis de uanti^icação-
A partir dos anos VR e so3retudo na d,cada de \R a uestão da AnIlise de Conteúdo ressurge/ desta !ez
dentro de um de3ate mais a3erto e di!ersi^icado- A Antropologia/ a Sociologia/ a 2sicologia Euntam<se h
2sicanIlise/ ao Jornalismo/ e "I uma retomada de pro3lemIticas anteriormente uase intocI!eis- 4o plano
epistemolKgi<co con^rontam<se duas concepçfes de comunicação? (a# o modelo ;instrumental; ue
de^ende o seguinte ponto de !ista? numa comunicação o mais importante não , o conteúdo mani^esto da
mensagem 9como de^endia %erelson: mas o ue ela eXpressa graças ao conteXto e hs circunstncias em
ue se dI (b# o modelo ;representa<cional; ue dI ^undamental importncia ao conteúdo leXical do
discurso- Hsto ,/ de^ende a id,ia de ue atra!,s das pala!ras da mensagem podemos ^azer uma 3oa anIlise
de conteúdo/ sem nos atermos ao conteXto e ao processo "istKrico-
Do ponto de !ista metodolKgico apro^unda<se a pol8mica entre a
0AS$ D$ A4+)HS$ QRU
a3ordagem uantitati!a e a ualitati!a na anIlise do material de comunicação- $m relação ao primeiro
ponto de !ista predominam as id,ias de %erelson/ )azars^eld e )ass7ell acrescidas de no!as ^ormas de
procedimento/ todas elas 3uscando ;medidas; para as signi^icaçfes/ como crit,rio de cienti^icidade
9*sgood et alii? [VZ:-
*s adeptos das t,cnicas ualitati!as apro^undam sua argumentação dentro da seguinte lin"a? (a# colocam
em c"eue a minúcia da anIlise de ^re8ncia como crit,rio de o3Eeti!idade e cienti^icidade (b# tentam
ultrapassar o alcance meramente descriti!o do conteúdo mani^esto da mensagem/ para atingir/ mediante a
in^er8ncia/ uma interpretação mais pro^unda-
Atualmente as discussfes acima colocadas continuam presentes e !Irios ^atores tendem a alimentar o
de3ate teKrico e t,cnico- A in^ormItica e a semiKtica são duas Ireas ue "oEe in^luenciam de^initi!amente/
em3ora de ^orma di^erente/ as modalidades de tratamento dos dados de comunicação- *s ;c,re3ros
eletrjnicos;
outro lado/ osatualizam com maiorh rigor
estudos re^erentes t,cnico asnão<!er3al
comunicação tend8ncias!8m
uantitati!istas
compleXizar na anIlisededotra3al"o
o campo conteúdo- De
re!elando no!o dinamismo na compreensão das SHG4H0HCAL$S-
* resumo das tend8ncias "istKricas da AnIlise de Conteúdo conduz<nos a uma certeza- &odo o es^orço
teKrico para desen!ol!imento de t,cnicas/ !isa _ ainda ue de ^ormas di!ersas e at, contraditKrias _ a
ultrapassar o ní!el do senso comum e do su3Eeti<!ismo na interpretação e alcançar uma !igilncia crítica
^rente h comunicação de documentos/ teXtos literIrios/ 3iogra^ias/ entre!istas ou o3ser!ação-
Do ponto de !ista operacional/ a anIlise de conteúdo parte de uma literatura de primeiro plano para
atingir um ní!el mais apro^undado? auele ue ultrapassa os signi^icados mani^estos- 2ara isso a anIlise
de conteúdo em termos gerais relaciona estruturas semnticas 9signi<^icantes: com estruturas sociolKgicas
9signi^icados: dos enunciados- Articula a super^ície dos teXtos descrita e analisada com os ^atores ue
determinam suas características? !ariI!eis psicossociais/ conteXto cultural/ conteXto e processo de
produção da mensagem-
QR 0AS$ D$ A4+)HS$
5écnicas de n"lise de Conteúdo
4a 3usca de atingir os Signi^icados mani^estos e latentes no material ualitati!o t8m sido desen!ol!idas
!Irias t,cnicas como AnIlise de $Xpressão/ AnIlise de 5elaçfes/ AnIlise &emItica e AnIlise da
$nunciação- $studando as propostas de cada uma dessas modalidades perce3eremos ue cada uma
en^atiza aspectos a serem o3ser!ados nos teXtos dentro de pressupostos especí^icos- 2assamos a enumerI<
las dando atenção maior ã n"lise da Enunciação e h n"lise 5em"tica por serem as ^ormas ue mel"or
se adeuam h in!estigação ualitati!a do material so3re Saúde-
H _ AnIlise da $Xpressão < qq
Designa um conEunto de t,cnicas ue tra3al"am indicadores para atingir a in^er8ncia ^ormal- A "ipKtese
aui implícita , a de ue eXiste uma correspond8ncia entre o tipo de discurso e as características do
locutor e de seu meio- $n^atiza a necessidade de con"ecer os traços pessoais do autor da ^ala/ sua situação
socialtipo
$sse e osdedados culturais
anIlise ue
tra3al"a o moldam-
com indicadores leXicais/ com o estilo/ o encadeamento lKgico/ com o
arranEo das se8ncias/ com a estrutura da narrati!a- Sua aplicação mais comum tem sido na in!estigação
da autenticidade de documentos/ para a psicologia clínica/ para a anIlise de discursos políticos eFou
persuasi!os 9%ardin? [Z[ (nrug? [Z:-
HH _ AnIlise das 5elaçfes
Designa t,cnicas ue/ ao in!,s de analisar a simples ^re8ncia de aparição de elementos no teXto/
preocupam<se com as relaçfes ue os !Irios elementos mant8m entre si/ dentro de um teXto-
São duas as principais modalidades de anIlise das relaçfes? (a# a de co<ocorr8ncias e a (b# estrutural-
A anIlise de co<ocorr8ncias procura eXtrair de um teXto as relaçfes entre as partes de uma mensagem e
assinala a presença simultnea 9co<ocorr8ncia: de dois ou mais elementos na mesma unidade de conteXto-
2or eXemplo/ no estudo do discurso de uma doente mental
0AS$ D$ A4+)HS$ QRV
o analista o3ser!a ue cada !ez ue ela de^ine sua situação/ a doença aparece !inculada h situação
^inanceira- 4o caso eXiste correlação entre esses elementos-
*sgood 9[V[/[Z: propfe a seguinte se8ncia de procedimentos para a anIlise de co<ocorr8ncias? (a#
escol"a da unidade de registro 9essa pode ser uma pala!ra<c"a!e/ p- eXemplo: e a categorização por
temas (b# escol"a das unidades de conteXto e o recorte de teXto em ^ragmentos 9pode ser/ por eXemplo/
parIgra^os: (c# presença ou aus8ncia da cada unidade de registro em cada unidade de conteXto (d#
cIlculo de co<ocorr8ncias (e# representação e interpretação de resultados-
A utilidade maior da anIlise de co<ocorr8ncia tem sido no esclarecimento das estruturas da personalidade/
na anIlise das preocupaçfes latentes tanto indi!iduais como coleti!as/ para anIlise de estereKtipos e de
representaçfes sociais 9%ardin? [Z[ *sgood? [V[ (nrug? [Z:-
A AnIlise $strutural passa a ser 3astante eXercitada a partir da d,cada de \R e tem como pressuposto
^undamental*s
^enjmenos- a crença na eXist8ncia
estruturalistas de oestruturas
3uscam imutI!eluni!ersais ocultas
e permanente so3 so3 a aparente di!ersidade
a "eterogeneidade aparente-dos
2or trIs
dessa 3usca estI a noção de sistema- Analisar signi^icarI/ pois/ reencontrar as mesmas engrenagens/
uaisuer seEam as ^ormas do mecanismo- A signi^icação/ no caso/ ^ica su3ordinada h estruturação-
A anIlise não se aplica ao !oca3ulIrio/ h semntica ou ao temIrio da mensagem em si- $la se dirige h
organização su3Eacente/ ao sistema de relaçfes/ hs regras de encadeamento/ de associação/ de eXclusão e
de eui!al8ncia- Hsto ,/ ela tra3al"a com todas as relaçfes ue estruturam os elementos 9signos e
signi^icaçfes: mas de maneira in!ariante e independente dos elementos 9%ardin? [Z[ ),!i<Strauss?
[\ %art"es? [\Z:-
HHH _ AnIlise de A!aliação ou 5epresentacional
$la3orada por *sgood 9[V[: tem por ^inalidade medir as atitudes do locutor uanto aos o3Eetos de ue
^ala 9pessoas/ coisas/ acontecimentos:- Seu pressuposto , de ue a linguagem representa e re^lete
QR\ 0AS$ D$ A4+)HS$
uem a utiliza- 2ortanto podemos nos contentar com os indicadores eXplícitos na comunicação para ^azer
in^er8ncias a respeito do emissor-
* conceito 3Isico da AnIlise A!aliati!a , atitude- (ma atitude seria a predisposição relati!amente estI!el
e organizada para reagir so3 a ^orma de opinifes ou de atos em presença de o3Eetos 9pessoas/ id,ias/
coisas/ acontecimentos: de maneira determinada-
(ma atitude seria o núcleo ou matriz ue produz e traduz um conEunto de Euízos de !alor- A anIlise
a!aliati!a consistiria em encontrar as 3ases destas atitudes por trIs da dispersão das mani^estaçfes
!er3ais- semel"ante h anIlise temItica enuanto separa o teXto em unidades de significação. Seu
o3Eeti!o por,m , especí^ico? at,m<se somente h carga a!aliati!a das unidades de signi^icação tomadas em
conta/ em termos de dieção e de intensidade dos Euízos selecionados 9%ardi"? [Z[ *sgood? [V[:-
H. _ AnIlise da $nuncíação
ApKia<se
como numaem
pala!ra concepção de comunicação
ato- A anIlise como
da enunciação processo
considera uee na
nãoprodução
como umdadado estItico/
pala!ra e do discurso
ela3ora<se ao mesmo
tempo um sentido e operam<se trans^ormaçfes- 2or isso o discurso não , um produto aca3ado/ mas um
momento de criação de signi^icados com tudo o ue isso comporta de contradiçfes/ incoer8ncias e
imper^eiçfes- )e!a em conta ue/ nas entre!istas/ a produção , ao mesmo tempo espontnea e
constrangida pela situação- 2ortanto a anIlise da enunciação tra3al"a com? (a# as condiçfes de produção
da pala!ra- 2arte do princípio ue a estrutura de ualuer comunicação se dI numa triangulação entre o
locutor/ seu o3Eeto de discurso e o interlocutor- Ao se eXpressar/ o locutor proEeta seus con^litos 3Isicos
atra!,s de pala!ras/ sil8ncios/ lacunas/ dentro de processos/ na sua maioria/ inconscientes (b# o
continente do discurso e suas modalidades- $ssa aproXimação se dI atra!,s de? 9: anIlise sintItica e
paralingística? estudo das estruturas gramaticais 9Q: anIlise lKgica? estudo do arranEo do discurso 9U:
anIlise dos elementos ^ormais atípicos? sil8ncios/ omissfes/ ilogismos 9: realce das ^iguras de retKrica-
0AS$ D$ A4+)HS$ QRZ
A entre!ista a3erta , o material pri!ilegiado da anIlise da enun<ciação/ no sentido de ue se trata de um
discurso dinmico onde espontaneidade e constrangimento são simultneos/ onde o tra3al"o de
ela3oração se con^igura ao mesmo tempo como emerg8ncia do inconsciente e construção do discurso-
$m termos operacionais a anIlise da enunciação segue o seguinte roteiro? (a# $sta3elecimento do
Copus% delimitação do número de entre!istas a serem tra3al"adas- A ualidade da anIlise su3stitui a
uantidade do material- )e!a<se em conta a uestão central e o3Eeti!a da pesuisa para delinear as
dimensfes do CopusX (b# 2reparação do Material? cada teXto 9entre!ista: , uma unidade 3Isica- Começa<
se pela transcrição eXausti!a de cada peça/ deiXando<se uma margem 9h direita ou h esuerda: para
anotaçfes- A transcrição conser!a tanto o registro da pala!ra 9signi^icantes: como dos sil8ncios/ risos/
repetiçfes/ lapsos/ sons etc: (c# As $tapas da AnIlise? na anIlise de enunciação cada entre!ista ,
su3metida a tratamento como uma totalidade organizada e singular- São o3ser!ados em cada uma os
seguintes
cada peçaaspectos? 9: 9U:
9Q: o estilo o alin"amento e aatípicos
os elementos dinmicae asdo^iguras
discurso
de para se encontrar a lKgica ue estrutura
retKrica-
- 2rimeiramente/ a partir da o3ser!ação do encadeamento das proposiçfes R ^az<se uma anIlise lKgica-
Separam<se por 3arra ou recopiam<se todas as oraçfes o3ser!ando<se as relaçfes ue ressaltam a ^orma
de raciocínio-
$m segundo lugar se realiza a anIlise seencial/ ue se preocupa com a maneira de construção do teXto/
pondo em e!id8ncia o ritmo/ a progressão e a ruptura do discurso
Q-R $stilo? dentro da anIlise de enunciação o estilo , um re!elador do locutor/ de seu conteXto e de seus
interlocutores/ no sentido de ue a eXpressão e o pensamento camin"am lado a lado- importante t8<lo
em conta
U- *s $lementos Atípicos e as 0iguras de 5etKrica? na anIlise da enunciação torna<se ^undamental
o3ser!ar? (a# as epetiç1es de um mesmo tema ou de uma mesma pala!ra dentro de um teXto- $ssa
R
2or proposição entende<se uma a^irmação/ declaração/ Euízo- uma unidade ue 3asta a si mesma/ ue pronunciada sozin"a tem
sentido-
QRY 0AS$ D$ A4+)HS$
repetição pode ser indicador da importncia do termo/ da sua am3i!al8ncia/ da denegação enuanto
tentati!a de con!encimento de uma id,ia/ da presença de uma id,ia recusada (b# os lapsos podem
signi^icar a insist8ncia não<dominI!el de uma id,ia recusada- Segundo a psicanIlise/ a erupção irracional
num conteXto da racionalidade signi^ica uma ue3ra de de^esa do locutor (c# os ilogismos, isto é, os
emperramentos nos raciocínios demonstrati!os- Costumam ser indicati!os de uma necessidade de
Eusti^icação/ ou de um Euízo em contradição com a situação real (d# os &lugaes comuns&. &8m um papel
Eusti^icador- 2odem apelar para a cumplicidade do interlocutor 9^rases ^eitas/ pro!,r3ios culturalmente
partil"ados:- &am3,m/ por !ezes/ t8m a ^unção de des!iar a atenção do entre!istador e indicar a recusa de
apro^undar determinados assuntos (e# os Jogos de pala@Oas% os c"istes podem indicar descontração mas
tam3,m a tentati!a de distanciamento de uma uestão (f# as figuas de et!ica. $las Eogam com o
sentido das pala!ras- As mais comuns são? o paradoXo 9reunião de duas id,ias aparentemente
irreconciliI!eis:
parte pelo todo/ doa "ip,r3ole 9o aumento
a3strato pelo concretoou a diminuiçãoa eXcessi!a
e !ice<!ersa: das coisas:
metI^ora 9designa umaa coisa
metonímia 9uso da
por outra:-
$m suma/ a proposta da AnIlise de $nunciação , conseguir/ atra!,s do con^ronto entre a anIlise lKgica/ a
anIlise seencial e a anIlise do estilo e dos elementos atípicos de um teXto/ a compreensão do
signi^icado- A coneXão entre os temas a3ordados e seu processo de produção e!idenciariam os con^litos e
contradiçfes ue permeiam e estruturam o discurso-
. _ AnIlise &emItica
A noção de &$MA estI ligada a uma a^irmação a respeito de determinado assunto- $la comporta um ^eiXe
de relaçfes e pode ser gra^icamente apresentada atra!,s de uma pala!ra/ uma ^rase/ um resumo- Segundo
%ardin?
;* tema , a unidade de signi^icação ue se li3erta naturalmente de um teXto analisado segundo crit,rios
relati!os h teoria ue ser!e de guia h leitura; 9%ardin? [Z[?RV:-
0AS$ D$ A4+)HS$ QR[
2ara (nrug o tema ,? u " s
;uma unidade de signi^icação compleXa de comprimento !ariI!el/ a sua !alidade não , de ordem
lingística/ mas antes de ordem psicolKgica- 2ode constituir um tema tanto uma a^irmação como uma
alusão; 9(nrug? [Z/[:-
0azer uma anIlise temItica consiste em desco3rir os núcleos de sentido ue compfem uma comunicação
cuEa pesença ou fencia signi^iuem alguma coisa para o o3Eeti!o analítico !isado- *u seEa/
tradicionalmente/ a anIlise temItica se encamin"a para a contagem de ^re8ncia das unidades de
signi^icação como de^initKrias do carIter do discurso- *u/ ao contrIrio/ ualitati!amente a presença de
determinados temas denota os !alores de re^er8ncia e os modelos de comportamento presentes no
discurso-
*peracionalmente a anIlise temItica desdo3ra<se em tr8s etapas?
a
H : 'é;n"lise
Consiste na escol"a dos documentos a serem analisados na retomada das "ipKteses e dos o3Eeti!os
iniciais da pesuisa/ re^ormulan<do<as ^rente ao material coletado e na ela3oração de indicadores ue
orientem a interpretação ^inal-
2ode ser decomposta nas seguintes tare^as?
eitua 7lutuante% do conEunto das comunicaçfes- Consiste em tomar contato eXausti!o com o material
deiXando<se impregnar pelo seu conteúdo- A dinmica entre as "ipKteses iniciais/ as "ipKteses emergentes/
as teorias relacionadas ao tema tornarão a leitura progressi!amente mais sugesti!a e capaz de ultrapassar
h sensação de caos inicial-
Constituição do Copus% *rganização do material de tal ^orma ue possa responder a algumas normas de
!alidade? e8austi*idade 9ue contempla todos os aspectos le!antados no roteiro: epesentati*ida;de 9ue
conten"a a representação do uni!erso pretendido: $omogeneidade 9ue o3edeça a crit,rios precisos de
escol"a em termos de temas/ t,cnicas e interlocutores: petinncia 9os documentos analisados de!em ser
adeuados ao o3Eeti!o do tra3al"o:-
7omulação de ?ip!teses e /bJeti*os. $m relação ao material ualita<
QR 0AS$ D$ A4+)HS$
ti!o/ a proposta do primado do uadro de anIlise so3re as t,cnicas , contro!ersa- 6I autores como 2-
6enry e S- Mosco!ici 9[\Y: e 2arga 4ina 9[YU: ue pri!ilegiam os procedimentos eXploratKrios em
lugar de procedimentos ^ec"ados preesta3elecidos- $ntendemos ue "I necessidade de se esta3elecer
"ipKteses iniciais pois a realidade não , e!idente? responde a uestfes ue teoricamente l"e são
colocadas- 2or,m esses pressupostos iniciais t8m ue ser de tal ^orma ^leXí!eis ue permitam "ipKteses
emergentes a partir de procedimentos eXploratKrios-
4essa ^ase pr,<analítica determinam<se a unidade de registro 9pala!ra<c"a!e ou ^rase:/ a unidade de
conteXto 9a delimitação do conteXto de compreensão da unidade de registro:/ os recortes/ a ^orma de
categorização/ a modalidade de codi^icação e os conceitos teKricos mais -gerais ue orientarão a anIlise-
Qa: E8ploação do Mateial
eXploração do material consiste essencialmente na operação de codi^icação- Segundo %ardin/ realiza<se
naanIlise
A trans^ormação
temIticados dados 3rutos
tradicional !isando
tra3al"a a alcançar
essa ^ase o núcleo
primeiro com ode compreensão
recorte do teXto do
emteXto-
unidades de registro
ue podem ser uma pala!ra/ uma ^rase/ um tema/ um personagem/ um acontecimento tal como ^oi
esta3elecido na pr,<anIlise-
$m segundo lugar/ escol"e as regras de contagem/ uma !ez ue tradicionalmente ela constrKi índices ue
permitem alguma ^orma de uanti^icação-
$m terceiro lugar/ ela realiza a classi^icação e a agregação dos dados/ escol"endo as categorias teKricas ou
empíricas ue comandarão a especi^icação dos temas-
Ua: 5atamento dos +esultados /btidos e Intepetação
*s resultados 3rutos são su3metidos 9tradicionalmente: a operaçfes estatísticas simples 9percentagens: ou
compleXas 9anIlise ^atorial: ue permitem colocar em rele!o as in^ormaçfes o3tidas- A partir daí o
analista propfe in^er8ncias e realiza interpretaçfes pre!istas no seu uadro teKrico ou a3re outras pistas
em torno de dimensfes teKricas sugeridas pela leitura do material-
0AS$ D$ A4+)HS$ Q
Como se pode perce3er/ a anIlise temItica , 3astante ^ormal e mant,m sua crença na signi^icação da
regularidade- Como t,cnica ela transpira as raízes positi!istas da anIlise de conteúdo tradicional- 2or,m
"I !ariantes na a3ordagem ue no tratamento dos resultados tra3al"a com signi^icados em lugar de
in^er8ncias estatísticas- $ssas !ariantes/ de certa ^orma/ reúnem/ numa mesma tare^a interpretati!a/ os
temas como unidades de ^ala/ propostos/ como ^oi eXposto anteriormente/ pela anIlise da enunciação-
A4+)HS$ D* DHSC(5S*
n"lise do Discuso , um conceito relati!amente Eo!em no campo de interseção entre as Ci8ncias Sociais
e a )ingística- Seu criador , o ^ilKso^o ^ranc8s Mic"el 28c"euX ue ^undou/ na d,cada de \R/ a ;$scola
0rancesa de AnIlise do Discurso; com a proposta de su3stituir a n"lise de Conteúdo tradicional-
* uadro epistemolKgico dessa proposta alternati!a de tra3al"ar a )inguagem/ de acordo com seu
principal pensador/ articula tr8s regifes do con"ecimento? (a# * Mateialismo ?ist!ico como teoria das
^ormaçfes
dos sociaissintIticos
mecanismos e suas trans^ormaçfes estando
e dos processos incluída aí(c#
de enunciação a ideologia a ingstica
a 5eoia do(b#Discuso como enuanto
teoria da teoria
determinação "istKrica dos processos semnticos-
28c"euX ad!erte para o ^ato de ue essas tr8s regifes estão perpassadas ainda por uma 5eoia da
SubJeti*idade de natureza psicanalista para eXplicar o carIter recalcado na ^ormação do signi^icado-
* o3Eeti!o 3Isico da n"lise do Discuso , realizar uma re^leXão geral so3re as condiçfes de produção e
apreensão da signi^icação de teXtos produzidos nos mais di^erentes campos? religioso/ ^ilosK^ico/ Eurídico
e sKcio<político- $la !isa a compreender o modo de ^uncionamento/ os princípios de organização e as
^ormas de produção social do sentido-
Seus pressupostos 3Isicos podem se resumir em dois princípios/ segundo 28c"euX? 9: * sentido de uma
pala!ra/ de uma eXpressão ou de uma proposição não eXiste em si mesmo/ mas eXpressa posiçfes
ideolKgicas em Eogo no processo sKcio<"istKrico no ual as pala!ras/
QQ 0AS$ D$ A4+)HS$
as eXpressfes e proposiçfes são produzidas 9Q: &oda ^ormação discursi!a dissimula 9pela transpar8ncia
do sentido ue nela se constitui: sua depend8ncia das ^ormaçfes ideolKgicas 928c"euX? [YY/\R<\Q:-
$nuanto procedimento/ ela pretende in^erir/ a partir dos e^eitos de super^ície 9a linguagem e sua
organização:/ uma estrutura pro^unda? os 25*C$SS*S D$ 25*D(L*- Hnscre!e<se numa sociologia do
discurso/ tendo como "ipKtese 3Isica o ^ato de ue o discurso , determinado por condiçfes de produção e
por um sistema lingístico-
*rlandi de^ine a n"lise do Discuso como uma proposta crítica ue 3usca pro3lematizar as ^ormas de
re^leXão esta3elecidas- $la a distingue e a situa enuanto o3Eeto teKrico? (a# pressupfe a lingística mas se
destaca dela? não , nem uma teoria descriti!a/ nem uma teoria eXplicati!a- 2retende ser uma teoria crítica
ue trata da determinação "istKrica dos processos de signi^icação (b# considera como ^ato ^undamental a
relação necessIria entre a linguagem e o conteXto de sua produção/ Euntando para a compreensão do teXto
as teorias das
cisionista ^ormaçfes
em dois sociais
sentidos? e as teorias
9: procura da sintaXe as
pro3lematizar e da enunciaçao
e!id8ncias (c# pela seu
e eXplicitar sua carIter
especi^icidade/ ela ,
ideolKgico/
re!ela ue não "I discurso sem suEeito e nem suEeito sem ideologia? 9Q: denuncia o enco3rimento das
^ormas de dominação política ue se mani^estam numa razão disciplinar e instrumental 9[YZ? <U:-
A AnIlise do Discurso se situa/ por eXclusão e na 3usca de especi^icidade/ em relação h lingística
tradicional e h anIlise de conteúdo/ enuanto prItica<teKrica "istoricamente de^inida- *rlandi a eXplica
como um 2*4&* D$ .HS&A prKprio de ol"ar a linguagem enuanto lugar do de3ate e do con^lito- 4ela o
&$&* , tomado enuanto unidade signi^icati!a e pragmItica/ ou seEa/ o &$&* , portador do conteXto
situacional eXpresso pelo sentido- 4o entanto/ comenta *rlandi/ isso não signi^ica ue pala!ras/ sentenças
e períodos deiXem de ter um ní!el leXical/ mor^olKgico/ sintItico e semntico- * ue cria a AnIlise do
Discurso/ por,m/ , o 2*4&* D$ .HS&A das C*4DHL$S de 25*D(L* do teXto 9*rlandi? [YZ/UR<V:-
$m relação h AnIlise de Conteúdo/ tanto *rlandi como 28c"euX insistem em marcar uma lin"a di!isKria-
Sua crítica , de ue a AnIlise de Conteúdo toma o te8to como pete8to e o atra!essa sK para
0AS$D$A4+(S$ QU
demonstrar o ue EI ^oi de^inido o pioi pela situação- *u seEa/ o teXto , tomado como documento a ser
compreendido e como ilustração de uma situação- $nuanto isso/ a AnIlise do Discurso/ segundo seus
teKricos/ pretende ^azer o mo!imento contrIrio- Considera o te8to como um monumento e sua
eXterioridade como parte constituti!a da "istoricidade inscrita nele- Considera ue a situação estI atestada
no teXto- Desta ^orma/ !isa menos a intepetação do discurso do ue a compeensão do seu pocesso
poduti*o.
Cremos ue a contri3uição mais atual da teoria da AnIlise do Discurso , a sua insist8ncia de incorporar/
na compreensão de um teXto/ suas condiçfes de produção- 4esse sentido , importante apreender alguns
conceitos desen!ol!idos pelos seus teKricos em ^unção de uma !isão crítica no trato do material- A
de^inição de 5e8to, a re^leXão so3re as possi3ilidades da eitua, os &ipos do Discuso, o sentido do
Silncio, o carIter recalcado da matriz do Sen tido são alguns temas ue os pensadores da AnIlise do
Discurso
5e8to% 4atrazem
AnIlisecomo enriuecimento
do Discurso o 5e8to ,aotomado
de3atecomo
so3re unidade
o tratamento do material
de AnIlise? ualitati!o-
unidade compleXa de
signi^icaçfes- (m teXto pode ser uma simples pala!ra/ um conEunto de ^rases ou um documento maior
-&eXto distingue<se de Discuso. $nuanto este último , um conceito teKrico<metodolKgico/ o primeiro ,
um conceito analítico- * Discuso , a linguagem em interação/ ou seEa/ , o e^eito de super^ície de
relaçfes esta3elecidas e do conteXto da linguagem- * 5e8to , o discurso aca3ado para ^ins de anIlise-
&odo teXto/ enuanto C*52(S , um o3Eeto completo- dele ue partem possí!eis recortes- $nuanto
o3Eeto teKrico/ por,m/ o teXto , in^initamente inaca3ado? a anIlise l"e de!ol!e sua incompletude/
acenando para um Eogo de múltiplas possi3ilidades interpretati!as-
Do ponto de !ista analítico o teXto , o espaço mais adeuado para se o3ser!ar o ^enjmeno da linguagem?
ele cont,m a totalidade- $ssa totalidade se re!ela em tr8s dimensfes de argumentação? (a# 5elaçfes de
0orça? lugares sociais e posição relati!a do locutor e do interlocutor (b# 5elação de Sentido? a
interligação eXistente entre este e !Irios discursos/ o ;coro de !ozes; ue se esconde em seu interior
Q 0AS$ D$ A4+)HS$
(c# 5elação de Antecipação? a eXperi8ncia anteproEetada do locutor em relação ao lugar e h reação de seu
ou!inte-
Segundo *rlandi/ esse mo!imento ue acontece no interior do discurso , ao mesmo tempo o processo/ o
produto e o centro ne!rIlgico da signi^icação a ser recuperado na anIlise do teXto- $m suma/ todo teXto
tem sua ideologia e podemos determinar a relação entre os dois termos pela caracterização de ^ormação
discursi!a da ual ele ^az parte- Pualuer discurso , re^eridor? dialoga com outros discursos , tam3,m
re^erido? produz<se sempre no interior de instituiçfes e grupos ue determinam uem ^ala/ o ue e como
^ala e em ue momento 9*rlandi? [YZ/V<QU[:-
_ eitua e Silncio% Pualuer teXto admite múltiplas possi3ilidades de leitura- * Eogo de relaçfes e de
interaçfes sociais permite tanto o ní!el de leituras para^rIsticas 9recon"ecimento do sentido dado pelos
autores: como o ní!el poliss8mico 9atri3uição de múltiplos sentidos:- &anto a leitura como a signi^icação
são produzidas
^ato pelos interlocutores
de ue o processo discursi!o nãoe leitores-
tem um $ssa
iníciopossi3ilidade deapoia
preciso? ele se múltiplas interpretaçfes
em discursos se ue/
pr,!ios apoiapor
no
sua !ez/ estão 3aseados na eXperi8ncia concreta do leitor/ do interlocutor ou do analista-
Acompan"ando a re^leXão so3re a leitura do teXto/ , importante assinalar as ad!ert8ncias de *rlandi a
propKsito do Silncio. &anto uanto a pala!ra/ o sil8ncio possui suas condiçfes de produção ele ,
am3íguo e eloente- * sil8ncio conseguido pelo opressor , uma ^orma de eXclusão o sil8ncio imposto
pelo oprimido pode eXpressar ^ormas de resist8ncia- *u seEa/ o sil8ncio não , transparente e necessi ta ser
compreendido atra!,s do dito e do não<dito- 2ois assim como "I sil8ncios ue dizem/ "I tam3,m ^alas
silenciadoras- A ^ala autoritIria !isa a impedir ue as pessoas se re!elem/ mas tam3,m uer coagi<las a
dizer o ue não pretendem- 2ortanto/ nem a ^ala nem o sil8ncio
$ntende<se em 28c"euX por 7omação Discusi*a as marcas de estilo ue se produzem na relação da linguagem com suas
condiçfes de produção- A ^ormação discursi!a , de^inida na sua relação com a ^ormação ideolKgica? o ue pode e de!e ser dito-
&oda ^ormação discursi!a dissimula/ pela transpar8ncia do sentido ue nela se constitui/ sua depend8ncia das ^ormaçfes ideolKgicas-
928c"euX? [YY/\R<\Q:-
0AS$ D$ A4+)HS$ QV
dizem por si- Am3os estão eXpressando relaçfes? re!elam as pessoas ue os empregam 9*rlandi? [YZ/
Q\U<UZ\:-
_ 5ipos de Discuso%Segundo *rlandi um tipo de discurso resulta de determinado ^uncionamento
discursi!o- *u seEa/ a ati!idade de dizer , tipi^icante? todo locutor/ uando ^ala/ esta3elece uma
con^iguração ue tem em3utido em si um estilo e se realiza na interação- 2or,m/ se o discurso
determinado sK pode ser compreendido enuanto processo/ seu resultado pode ser classi^icado dentro de
^ormas ou tipos discursi!os distintos- A autora propfe 9creio eu/ na lin"a do tipo<ideal de MaX We3er/ isto
,/ enuanto instrumento de anIlise: a seguinte su3di!isão? o discurso lúdico/ o discurso pol8mico e o
discurso autoritIrio- 4o primeiro a simetria e a re!ersi3ilidade entre os interlocutores , total e a
polissemia , mIXima- 4o pol8mico/ a re!ersi3ilidade , menor e sK se dI so3 certas condiçfes/
comportando certo grau de polissemia- * discurso autoritIrio , totalmente assim,trico e cont,m poucas
possi3ilidades
matrizes de interpretação
de interpretação dentropolis<s8mica-
da lin"a ue *s ;tipos;
inspira se su3di!idem
o modelo teKrico/ oe modelo
permitem a construção
estrutural de
9*rlandi?
[YZ/VR<\R:-
_ Ca"te ecalcado da mati@ do Sentido% 28c"euX c"ama atenção para o ^ato de ue os processos
discursi!os realizam<se no suEeito mas o transcendem/ ainda uando este tem a ilusão de estar na srcem
do sentido- 4a lin"a da psicanIlise lacaniana/ ad!erte o autor para o ^ato de ue al^aia , marcada por dois
ní!eis de recalcamento? ;o esuecido número um; e o ;esuecido número dois;-
* primeiro ;designa o ue nunca ^oi sa3ido e ue portanto toca mais de perto o suEeito ue ^ala/ na
estran"a ^amiliaridade ue ele mant,m com as causas ue o determinam;- &rata<se de uma zona
inconsciente/ no sentido em ue a ideologia ,/ por sua constituição/ inconsciente- 4o entanto ela
determina uma ^orma de estrutura discursi!a-
* ;esuecido número dois; , de !elamento parcial- $le pode ser compreendido/ recuperado e
re^ormulado pelo suEeito da enuncia<ção- Puando tenta apro^undar ou colocar de ^orma mais adeuada
seu pensamento em linguagem/ o ator social situa<se numa zona pr,<
3A4E 7E A)AI4E
QV
dizem por si- Am3os estão eXpressando relaçfes? re!elam as pessoas ue os empregam 9*rlandi? [YZ/
Q\U<UZ\:-
_ 5ipos de Discuso%Segundo *rlandi um tipo de discurso resulta de determinado ^uncionamento
discursi!o- *u seEa/ a ati!idade de dizer , tipi^icante? todo locutor/ uando ^ala/ esta3elece uma
con^iguração ue tem em3utido em si um estilo e se realiza na interação- 2or,m/ se o discurso
determinado sK pode ser compreendido enuanto processo/ seu resultado pode ser classi^icado dentro de
^ormas ou tipos discursi!os distintos- A autora propfe 9creio eu/ na lin"a do tipo<ideal de MaX We3er/ isto
,/ enuanto instrumento de anIlise: a seguinte su3di!isão? o discurso lúdico/ o discurso pol8mico e o
discurso autoritIrio- 4o primeiro a simetria e a re!ersi3ilidade entre os interlocutores , total e a
polissemia , mIXima- 4o pol8mico/ a re!ersi3ilidade , menor e sK se dI so3 certas condiçfes/
comportando certo
possi3ilidades grau de polissemia-
de interpretação * discurso
polis<s8mica- autoritIrio
*s ;tipos; , totalmente
se su3di!idem assim,trico
e permitem e cont,m poucas
a construção de
matrizes de interpretação dentro da lin"a ue inspira o modelo teKrico/ o modelo estrutural 9*rlandi?
[YZ/VR<\R:-
_ Ca"te ecalcado da mati@ do Sentido% 28c"euX c"ama atenção para o ^ato de ue os processos
discursi!os realizam<se no suEeito mas o transcendem/ ainda uando este tem a ilusão de estar na srcem
do sentido- 4a lin"a da psicanIlise lacaniana/ ad!erte o autor para o ^ato de ue aala , marcada por dois
ní!eis de recalcamento? ;o esuecido número um; e o ;esuecido número dois;-
* primeiro ;designa o ue nunca ^oi sa3ido e ue portanto toca mais de perto o suEeito ue ^ala/ na
estran"a ^amiliaridade ue ele mant,m com as causas ue o determinam;- &rata<se de uma zona
inconsciente/ no sentido em ue a ideologia ,/ por sua constituição/ inconsciente- 4o entanto ela
determina uma ^orma de estrutura discursi!a-
* ;esuecido número dois; , de !elamento parcial- $le pode ser compreendido/ recuperado e
re^ormulado pelo suEeito da enuncia<ção- Puando tenta apro^undar ou colocar de ^orma mais adeuada
seu pensamento em linguagem/ o ator social situa<se numa zona pr,<
Q\ 0AS$ D$ A4+)HS$
conscienteFconsciente do sentido de sua ^ala 928c"euX? [YY/ ZV<YR:-
Como se pode o3ser!ar/ a contri3uição dos autores da teoria da AnIlise do Discurso encamin"a<se
^undamentalmente para a crítica da linguagem- $ssa !isão/ a partir do ponto de !ista do processo de
produção/ alerta para o ^ato de ue o emissor e o receptor do discurso correspondem a lugares
determinados na estrutura social 9patrãoF operIrios padreF^i,is paiF^il"os etc:- A situação dada do locutor
assim como a do destinatIrio a^etam o discurso emitido/ pois o suEeito produz e transmite o discurso num
espaço social? o locutor antecipa/ no processo discursi!o/ as representaçfes do sentido de seu interlocutor/
ainda uando esse último seEa con^igurado apenas "ipoteticamente na ^ala sempre re^erida do autor-
$nuanto possi3ilidade t,cnica a anIlise do discurso consuma o seguinte o3Eeti!o? sendo dados condiçfes
de produção determinadas de um discurso em monKlogo e um conEunto aca3ado de realizaçfes
discursi!as (copus, amostra:/ esta3elece a estrutura do processo de produção ue corresponde a essas
condiçfesdededepend8ncia
relaçfes produção- Hsto ,/ os
entre o conEunto
domíniosde928c"euX?
domínios[\[:-
semnticos postos em Eogo neste discurso e as
2ara conseguir as ^inalidades/ o teXto de!e ser su3metido a !Irias operaçfes classi^icatKrias/
simultaneamente semnticas/ sintIticas e lKgicas- De acordo com 28c"euX/ cada ^rase , decomposta em
proposiçfes/ o ue implica em !Irias operaçfes lingísticas? su3stituição das anI^oras pelos termos ue
elas representam o resta3elecimento da ordem corrente na ^rase reagrupamento dos termos de ligação e
?
eXplicitação de proposiçfes latentes- > ><<<<><-
%uscam<se as depend8ncias ^uncionais nas ^rases e entre as proposiçfes e reduzem<se as proposiçfes a
unidades mínimas- 5epresentam<se as proposiçfes em grI^icos e daí c"ega<se h classi^icação das relaçfes
3inIrias o3tidas-
2or ^im/ procede<se h anIlise automItica do material- Hsto ,/ codi^icados os enunciados elementares e as
relaçfes 3inIrias/ os dados são colocados em cartfes per^urados para se proceder h anIlise automItica
928c"euX? [\[:-
2ara 28c"euX a possi3ilidade da anIlise automItica !em do ^ato de ue os mecanismos de produção do
discurso são caracterizados pela
0AS$ D$ A4+)HS$ QZ
repetição do id8ntico/ atra!,s de ^ormas di^erenciadas- &al concepção se apoia na anIlise estrutural dos
mitos de ),!i<Strauss e na prKpria leitura ue ^az da concepção estruturalista do materialismo "istKrico
em Alt"usser? ;3usca<se/ por trIs das !ariaçfes de super^ície/ o princípio gerador ue organiza o
conEunto;-
A proposta operacional de *rlandi parece<nos mais ^leXí!el- $la tra3al"a 9sem eXplicitar se ^az ;anIlise
automatizada;: na seguinte ordem? 9: AnIlise das pala!ras do teXto 9separação dos termos constituintes/
anIlise dos adEeti!os/ dos su3stanti!os/ dos !er3os/ dos ad!,r3ios: 9Q: AnIlise das construçfes de ^rases
9U: Construção de uma rede semntica/ intermediIria entre o social e a gramItica 9: Consideração da
produção social do teXto como constituti!o de seu sentido 9*rlandi? [YZ/VZ:-
Ao terminar essa re^leXão so3re a AnIlise do Discurso enuanto uma prItica<teKrica "istoricamente
construída/ algumas o3ser!açfes se impfem- A contri3uição re^leXi!a e t,cnica EI ^oi anotada- Do ponto
de !istapara
prItica crítico , necessIrio
permitir dizer ue
dimensionar "I relati!amente
o lugar da AnIlise dopouco acúmulo
Discurso de do
no trato produção
materialtanto teKrica como
de ci8ncias sociais-
Sua pretensão de su3stituir a AnIlise de Conteúdo , radicalmente uestionada por %ardinQ?
;2or de3aiXo de uma linguagem a3scjndita ue por !ezes mascara 3analidades/ so3 um ^ormalismo ue
por !ezes escapa ao leitor/ para al,m das construçfes teKricas/ ue ao ní!el da prItica da anIlise são
improduti!as a curto prazo/ eXiste uma tentati!a totalitIria 9no sentido em ue se procura integrar/ no
mesmo procedimento/ con"ecimentos aduiridos ou a!anços at, aí dispersos ou de natureza disciplinar
estran"a? teoria e prItica lingística/ teoria do discurso como enunciação/ teoria da ideologia e
automatização dos procedimentos: cuEa am3ição , sedutora/ mas em ue as realizaçfes são anedKticas- *
ue , deplorI!el; 9%ardin? [Z[/ QQR<QQQ:-
Q
%ardin , um estudioso da AnIlise de Conteúdo e o3!iamente sua discussão com 28c"euX estI in^luenciada por uma !isão da
AnIlise do Discurso ue pretende destruir sua pretensa concorrente-
QY 0AS$ D$ A4+)HS$
*rlandi/ no entanto/ a!ança nas propostas concretas de ação? suas ^ormulaçfes são menos estruturadas e
^ec"adas ue as de 28c"euX- As re^leXfes da autora so3re o discurso pedagKgico/ o discurso político/ o
discurso religioso/ o discurso escolar da "istKria ampliam o campo da a3ordagem crítica e des!endam os
mecanismos de dominação ue se escondem so3 a linguagem 9*rlandi? [YZ/V<QU[:-
A AnIlise do Discurso/ pela sua !ida ainda curta/ não consegue precisar ca3almente seu o3Eeto nem em
termos teKricos nem do ponto de !ista t,cnico- CaudatIria de !Irias uestfes do con"ecimento/ ela
di^icilmente se o3Eeti!a enuanto proposta autjnoma- Seu carIter ;amarrado; ao estruturalismo l"e
su3trai muito da ^leXi3ilidade necessIria para realizar o ue ela prKpria pretende dar conta do S$4&HD*- A
redução a relaçfes 3inIrias paia conseguir a anIlise automatizada/ a nosso !er/ di^icilmente x tmmtm Y a
apreensão das relaçfes dial,ticas constituti!as da
As ad!ert8ncias teKricas da L$S D$ 25*D(L* da linguagem/ ue pode estar presente assim/ por,m/ a
anIlise oposição compl teXto tanto enuanto dinmica e
social-
Discurso so3re as C*4DH<o lado ^orte da teoria de conteúdo- Mesmo ao pensar a relação de FeXterioridade
inclui o monumento numa relação
so3re a 6ermen8utica<Dial,tica
so3re o tratamento dos dados da
AnIlise de Conteúdo; e da ; AnIlise
como uma tecnologia de interpretação
~^^ls<D^al,tíca se apresenta como um ;camin"o
de encontro entre as ci8ncias sociais
desen!ol!endo na ^iloso^ia um de3ate
ue passou a 3ene^iciar as discussfes
Sociais na medida em ue esses autores
77gnir o3Eeti!idade e de a3ordar a prIXis-
e ao con^ronto entre Gadamer e 6a3ermas
0AS$ D$ A4+)HS$ Q[
so3re a "ermen8utica e a dial,tica/ Stein comenta ue a ^iloso^ia não pode ^urtar<se de esta3elecer uma
comunicação direta com as ci8ncias sociais ue constituem o prKprio c"ão da ^iloso^ia "ermen8utica?
;sem o diIlogo e a ocupação direta com as ci8ncias "umanas/ a ^iloso^ia torna<se !azia; 9Stein?
[YZ/U:-
Diríamos ue o in!erso urge se não uisermos ue a uestão do m,todo nas ci8ncias sociais se trans^orme
em mera consideração de procedimentos/ como c"ama atenção Adorno a respeito da sociologia empírica
americana?
;A in!estigação social empírica toma eui!ocadamente o epi^enj<meno/ o ue o mundo ^ez de nKs como
a realidade mesma- Seu m,todo ameaça tanto ^etic"izar seus assuntos/ uanto a degenerar<se em ^etic"e/
isto ,/ a colocar as uestfes do m,todo acima das uestfes de conteúdo; 9[Z[/ Q[:-
&ra3al"ar com a "ermen8utica e a dial,tica/ diria Stein?
;Constitui<se
prKprios num es^orço
procedimentos de proteger
cientí^icos nãoaapenas
contra ameaçao da
o3Eeto das ci8ncias
sel!agem sociais/
atomização dosmas de sal!aguardar
processos os
tecnocrIticos
do con"ecimento; 9[YZ/Q[:-
Hsso não signi^ica ue a "ermen8utica e a dial,tica de!am ser ;encurtadas; atra!,s de sua redução a
simples teoria de tratamento de dados- Mas/ pela sua capacidade de realizar uma re^leXão ^undamental
ue ao mesmo tempo não se separa da prIXis/ podemos dizer ue o casamento dessas duas a3ordagens
de!e preceder e iluminar ualuer tra3al"o cientí^ico de compreensão da comunicação-
6a3ermas ad!erte<nos ue a "ermen8utica<dial,tica não determina t,cnicas de tratamento de dados e sim
a sua autocompreensão 9[YR/ URZ:- $ nesse espírito ue a tomamos aui/ isto ,/ como ;camin"o do
pensamento;-
* ue , 6ermen8utica
Segundo o dicionIrio de 0iloso^ia organizado por 0erra ter Mora 9[Y/[U<[[: a 6ermen8utica
consiste na e8plicação e intepetação de um pensamento- $ssa interpretação pode ser? (a# literal ou de
QQR 0AS$ D$ A4+)HS$
a!eriguação do sentido das eXpressfes usadas por meio de uma anIlise lingística (b# ou temItica/ na
ual importa/ mais ue a eXpressão !er3al/ a compreensão sim3Klica de uma realidade a ser penetrada-
&radicionalmente a 6ermen8utica estI re^erida h eXegese das Sagradas $scrituras e de!e seu
desen!ol!imento ao a!anço "istKrico da gramItica/ da retKrica "umanística e dos estudos 3í3licos-
* conceito de 6ermen8utica ue usamos neste estudo , ela3orado por Gadamer 9[YZ: e clari^icado no
seu de3ate acad8mico com 6a3ermas/ em di^erentes tra3al"os ue t8m contri3uído para o a!anço do
encontro entre ^iloso^ia e ci8ncias sociais/ entre a teoria e a prItica trans^ormadora-
2ara Gadamer/ a "ermen8utica , a 3usca de compreensão de sentido ue se dI na comunicação entre os
seres "umanos? ;ser ue pode ser compreendido , linguagem;- 2ortanto a linguagem constitui o núcleo
central da comunicação? a linguagem ordinIria do "omem comum no seu dia<a<dia- Seus pressupostos são
ue o "omem como ser "istKrico , ^inito e se complementa na comunicação- Mas a compreensão dessa
comunicação
os , tam3,m
"orizontes da ^inita? eocupa
comunicação um ponto nonunca
da compreensão/ tempoescapamos
e no espaço-
da $"istKria/
ainda uando podemos
^azemos ampliar
parte dela e
so^remos os preconceitos de nosso tempo-
Segundo Gadamer/ em princípio/ os meios de uma linguagem natural são su^icientes para esclarecer o
sentido de uaisuer conteXtos sim3Klicos por mais estran"os e inacessí!eis ue possam se apresentar h
primeira !ista? podemos traduzir de ualuer língua para outra/ podemos compreender a cultura de outras
,pocas e de ualuer tempo- 4o entanto/ o conteXto sempre passí!el de compreensão , ao mesmo tempo
uestionI!el e potencialmente incompreensí!el- A eXperi8ncia "ermen8utica 3alança entre o ^amiliar e o
estran"o/ entre a intersu3Eeti!idade do acordo ilimitado e o rompimento da possi3ilidade de compreensão-
Hsso !ale tanto para o estudo de interaçfes de comunidades e grupos socioculturalmente "eterog8neos em
termos de ,pocas/ culturas/ classes/ como para as relaçfes no interior de conEuntos "omog8neos-
(m segundo ponto realçado por Gadamer , a uestão do pre<
0AS$ D$ A4+)HS$ QQ
concerto- * ^ato de pertencermos a determinado grupo social/ a determinado tempo "istKrico/ de
possuirmos determinada ^ormação/ ^az ue a compreensão "ermen8utica seEa ine!ita!elmente
condicionada pelo conteXto do analista- 2or isso/ para Gadamer/ a "ermen8utica tem ue se relacionar
com a retKrica e com a prIXis- A arte da compreensão !incula<se com a arte do con!encimento 9retKrica:
naueles casos em ue a comunicação , trazida para o terreno das decisfes em uestfes prIticas- Desta
^orma/ a "ermen8utica e a retKrica se unem não apenas como camin"o de compreensão da mensagem mas
para entender a orientação e a modi^icação da ação- DI<se aí o cruzamento entre linguagem e prIXis pois
am3as se interpretam mutuamente-
Gadamer critica o Hluminismo ue pretende a isenção da razão "umana/ , cego para os preconceitos/
colocando<se ^ora da "istKria- 2ara ele/ a autoridade e a tradição são os lugares prKprios para se entender a
comunicação do outro-
Como a ^enomenologia/
cotidianas a "ermen8utica
da !ida e promo!e traz para
o esclarecimento o primeiro
so3re plano/pro^undas
as estruturas no tratamento
dessedos dados/
mundo doas condiçfes
dia<a<dia- A
pesuisa "ermen8utica tam3,m analisa os dados da realidade tendo como ponto de partida a manutenção
e a eXtensão da intersu3Eeti!idade de uma intenção possí!el como núcleo orientador da ação- A
compreensão do sentido orienta<se por um consenso possí!el entre o suEeito agente e auele ue 3usca
compreender- 2or paradoXal ue pareça/ no entanto/ eXplica Gadamer/ a compreensão sK se opera por
estran"amento- Apenas o ^racasso na tentati!a de entender a transpar8ncia do ue , dito pode le!ar
algu,m a penetrar na opinião do outro/ na 3usca de sua racionalidade e !erdade/ dentro de um sistema de
intersu3Eeti!idade- Assim a re^leXão "ermen8utica produz identidade da oposição/ 3uscando a unidade
perdida- $la se introduz no tempo presente/ na cultura de um grupo determinado para 3uscar o sentido ue
!em do passado ou de uma !isão de mundo prKpria/ en!ol!endo num único mo!imento o ser ue
compreende e auilo ue , compreendido-
4o de3ate com Gadamer/ 6a3ermas reconstitui os pressupostos metodolKgicos da 6ermen8utica para as
ci8ncias sociais e nKs os retomamos aui como 3alizas no trato do material comunicati!o? (a#
QQQ 0AS$ D$ A4+)HS$
* pesuisador tem ue aclarar para si mesmo o conteXto de seus entre!istados ou dos documentos a
serem analisados- Hsso , importante porue o discurso eXpressa um sa3er compartil"ado com outros/ do
ponto de !ista moral/ cultural e cogniti!o/ (b# * estudioso do teXto 9o termo te8to aui , considerado no
sentido amplo? relato/ entre!ista/ "istKria de !ida/ 3iogra^ia etc-: de!e supor a respeito de todos os
documentos/ por mais o3scuros ue possam parecer h primeira !ista/ um teor de racionalidade e de
responsa3ilidade ue não l"e permita du!idar- * int,rprete toma a s,rio/ como suEeito responsI!el o ator
social ue estI diante dele- (c# * pesuisador sK pode compreender o conteúdo signi^icati!o de um teXto
uando estI em condiçfes de tornar presentes as razfes ue o autor teria para ela3orI<lo- (d# 2or outro
lado/ ao mesmo tempo em ue o analista 3usca entender o teXto/ tem ue EulgI<lo e tomar posição em
relação a ele- Hsto ,/ ualuer int,rprete de!e assumir determinadas uestfes ue o teXto l"e apresenta
como pro3lemas não resol!idos- $ compenetrar<se do ^ato de ue no la3or da interpretação não eXiste
última pala!ra/
poderia (e# &oda
compartil"ar da interpretação 3em<sucedida
eXplicação ela3orada , acompan"ada
se pudesse pela eXpectati!a
penetrar tam3,m no mundo dedo ue o autor
pesuisador-
&anto o suEeito ue comunica como auele ue o interpreta são marcados pela "istKria/ pelo seu tempo/
pelo seu grupo- 2ortanto o teXto re^lete essa relação de ^orma srcinal 96a3ermas? [YZ/ Y\<[Z:- A partir
dos mencionados pressupostos resumimos o camin"o da tare^a interpretati!a? (a# Di^erenciar a
compreensão do conteXto da comunicação/ da compreensão do conteXto do prKprio pesuisador (b# 2ara
isso/ eXplorar e deduzir as de^iniçfes de situação ue o teXto transmitido permite/ a partir do mundo da
!ida do autor e de seu grupo social- $sse mundo da cotidianídade , o "orizonte/ o parmetro do processo
de entendimento do teXto com o ual seus contemporneos e interlocutores concordam ou discordam
so3re algo/ num único *@undo obJeti*o, num mundo social comum, num mundo de intesubJeti;;;idadesX
(c# * pesuisador ao analisar pode pressupor ue compartil"a com o autor suas re^er8ncias ^ormais h !ida
social- A partir da- %$s#a entender porue o suEeito da ^ala acredita em determinada situação social/
!aloriza determinadas normas e atri3ui determinadas açfes ou responsa3ilidades a certos atores sociais-
$m resumo/
0AS$ D$ A4+)HS$ QQU
3usca entender porue o autor do teXto o apresenta dessa ^orma e não de outra-
Somente na medida em ue desco3re as razfes ue ^azem aparecer tal como ,/ um depoimento de
determinado locutor/ o analista pode apreender o ue o suEeito uis dizer/ isto ,/ a signi^icação da ^ala?
;Compreender uma mani^estação sim3Klica signi^ica sa3er so3 ue condiçfes sua pretensão de !alidade
poderia ser aceita; 96a3ermas? [YZ/ [:- --<--<-
(ma pretensão de !alidade cont,m a a^irmação de ue algo , digno de ser recon"ecido-
&entando resumir/ podemos a^irmar ue a "ermen8utica 3usca a compreensão do teXto nele mesmo
;entender<se na coisa;- $la se distingue do sa3er t,cnico ue uer ^azer da compreensão um conEunto de
regras disciplinadoras do discurso- Distingue<se tam3,m da lingística/ cuEo principal o3Eeto , a
reconstrução do sistema a3strato de regras de uma linguagem natural- Com relação h linguagem/ a
"ermen8utica toma como seu campo as eXperi8ncias ^undamentais de ;um ^alante comunicati!amente
competente;-
A "ermen8utica distingue<se/ na sua proposta/ da ^enomenologia social e da etnometodologia- $m am3as/
segundo 6a3ermas 9[YZ/ QU: a linguagem , tomada como suEeito da ^orma de !ida e da tradição/
prendendo<se h pressuposição idealista de ue a consci8ncia lingisticamente articulada determina o ser
material da prIXis !ital- 2elo contrIrio/ a "ermen8utica se apoia na re^leXão "istKrica ue conce3e o
int,rprete e seu o3Eeto como momentos do mesmo conteXto- $sse conteXto o3Eeti!o se apresenta como
tadição, entendida aui como uma linguagem transmitida na ual !i!emos-
* eXercício de compreensão proposto pela "ermen8utica repudia o o3Eeti!ismo ue esta3elece uma
coneXão ing8nua entre os enunciados teKricos e os dados ^aruais/ cuEo paradigma , o mundo natural- Mas
opfe<se tam3,m ao idealismo ^ilosK^ico ou teolKgico ue coloca a !erdade nalgum lugar ^ora da prIXis-
Pual , a concepção dial,tica presente na discussão de 6a3ermas no seu de3ate com Gadamer $
importante distingui<la e ^azer so3re ela uma leitura ;"ermen8utica;/ no sentido de ue o conceito de
QQ 0AS$ D$ A4+)HS$
Dial,tica , "istoricamente construído/ tomando di!ersas conotaçfes tal como , usado dentro de di^erentes
marcos teKricos e desen!ol!ido por autores di^erentes- *s elementos ressaltados por 6a3ermas são os
seguintes?
(a# razão "umana pode mais do ue simplesmente compreender a realidade/ na medida em ue as
condiçfes de racionalidade são tam3,m produto da ação "umana o3Eeti!ada- 2or isso/ para 6a3ermas/ a
razão "umana possui uma ^orça transcendental ue se eXerce na crítica e consegue ultrapassar os pr,<
conceitos- A mesma razão ue compreende/ esclarece e reúne/ tam3,m contesta e dissocia 96a3ermas?
[YZ/ QR<QV:-
(b# A estrutura do ;signi^icado; presente na linguagem , apenas um ^ator na totalidade do mundo real/
ue para 6a3ermas se compfe de tra3al"o/ poder e linguagem- 2ortanto/ a tradição cultural ue se
eXpressa na linguagem estI marcada pelo carIter ideolKgico das relaçfes de tra3al"o e de poder?
;)inguagem
!iol8ncia tam3,m ,4a
organizada- meio de dominação
medida em ue as elegitimaçfes
de poder social- $la ser!e h legitimação
não mani^estam a relação dedas relaçfescuEa
!iol8ncia/ de
institucionalização possi3ilitam/ e na medida em ue isso apenas se eXprime nas legitimaçfes/ a
linguagem tam3,m , ideolKgica- A eXperi8ncia "ermen8utica ue topa com tal depend8ncia do conteXto
sim3Klico com re^er8ncia hs relaçfes ^Iticas/ passa a ser crítica da ideologia; 96a3ermas? [YZ/ Q:-
6a3ermas critica a pretensão idealista da sociologia compreensi!a/ da etnometodologia/ da
^enomenologia e da prKpria "ermen8utica ue/ nas suas anIlises/ ignoram a totalidade da !ida social em
todos os seus momentos- $las se mo!em no espaço da comunicação ordinIria como se ela ^osse uní!oca e
totalizante- * argumento de 6a3ermas se eXpressa na luminosa ^rase de Al3retc" Wemer?
;A ilustração sa3ia o ue a "ermen8utica esuece? ue o >diIlogo> ue/ segundo Gadarner/ nKs somos-/
tam3,m , um conteXto de !iol8ncia e nisto não "I diIlogo 9---: A pretensão de uni!ersalidade do ponto de
partida sK pode ser sustentada uando se parte do ^ a to
0AS$ D$ A4+)HS$ QQV
de ue o conteXto da tradição/ enuanto o lugar possí!el da !erdade e acordo ^Itico/ , tam3,m/ ao mesmo
tempo/ o lugar da in!erdade ^Itica e da !iol8ncia constante; 96a3ermas? [YZ/QZ:-
6a3ermas coloca como ^undamento da comunicação as relaçfes sociais "istoricamente dinmicas/
antagjnicas e contraditKrias entre classes/ grupos e culturas- Desta ^orma ^ica e!idente ue a linguagem
enuanto possi3ilitadora de comunicação traduz tam3,m a di^iculdade de comunicação- Seus signi^
icantes aparentemente iguais carregam conotaçfes e signi^icados eXpressi!os da prKpria realidade
con^liti!a 9[YZ/Q\<\[:- 4uma sociedade marcada por relaçfes sociais de produção pro^undamente
desiguais/ a comunicação estI sistematicamente pertur3ada- A linguagem , um índice de alienação ue
eXpressa a dominação dos "omens so3re seus semel"antes-
(c# (m tra3al"o crítico 3usca um m,todo no ual a interpretação seEa trans^ormação e !ice<!ersa/ e ue
a^irme a im3ricação entre m,todo e coisa- Hsso implica a recusa da totalidade meta^ísica e a a^irmação da
id,ia da totalidade
concepção ue seteKrico<prItica
de totalidade ^az no processo
elae se
ue , operadaperenemente
recompfe tam3,m no no
la3or teKrico-
tra3al"o deComo se trata
re^leXão de uma
e permanece
como "orizonte regulador das uestfes da prItica- Hsso implica no recon"ecimento/ por "onestidade
cientí^ica/ de um engaEamento em todo tra3al"o de compreensão 96a3ermas? [YZ/ Y\<[V:-
(d# 5essalta o condicionamento "istKrico do pensamento/ da re^leXão e os determinismos materiais da
ideologia- Daí ue/ ao mesmo tempo/ 6a3ermas apresente o carIter de uni!ersalidade da #í&i#a tanto
para a 3ase material como para a superestrutura ideolKgica da realidade- Mas esse recon"ecimento das
condiçfes /is&i#as do pensamento su3mete o prKprio discurso crítico a seus de&e!isa$s "istKrico<
sociais? ••///
; (ma trans^ormação dosmodosde produção acarreta uma reestruturação da imagem lingística do
mundo- 9---: 4ão "I dú!ida de ue re!oluçfes nas condiçfes de reprodução da !ida material são/ por sua
!ez/ mediadas lingisticamente? mas uma no!a prIXis não
0AS$ D$ A4+)HS$ QQV
de ue o conteXto da tradição/ enuanto o lugar possí!el da !erdade e acordo ^Itico/ , tam3,m/ ao mesmo
tempo/ o lugar da in!erdade ^Itica e da !iol8ncia constante; 96a3ermas? [YZ/QZ:-
>< < i^
6a3ermas coloca como ^undamento da comunicação as relaçfes sociais "istoricamente dinmicas/
antagjnicas e contraditKrias entre classes/ grupos e culturas- Desta ^orma ^ica e!idente ue a linguagem
enuanto possi3ilitadora de comunicação traduz tam3,m a di^iculdade de comunicação- Seus
signi^icantes aparentemente iguais carregam conotaçfes e signi^icados eXpressi!os da prKpria realidade
con^liti!a 9[YZ/Q\<\[:- 4uma sociedade marcada por relaçfes sociais de produção pro^undamente
desiguais/ a comunicação estI sistematicamente pertur3ada- A linguagem , um índice de alienação ue
eXpressa a dominação dos "omens so3re seus semel"antes-
(c# (m tra3al"o crítico 3usca um m,todo no ual a interpretação seEa trans^ormação e !ice<!ersa/ e ue
a^irme a im3ricação entre m,todo e coisa- Hsso implica a recusa da totalidade meta^ísica e a a^irmação da
id,ia da totalidade ue se ^az no processo e ue , operada tam3,m no la3or teKrico- Como se trata de uma
concepção de totalidade teKrico<prItica ela se recompfe perenemente no tra3al"o de re^leXão e permanece
como "orizonte regulador das uestfes da prItica- Hsso implica no recon"ecimento/ por "onestidade
cientí^ica/ de um engaEamento em todo tra3al"o de compreensão 96a3ermas? [YZ/ Y\<[V:-
(d# 5essalta o condicionamento "istKrico do pensamento/ da re^leXão e os determinismos materiais da
ideologia- Daí ue/ ao mesmo tempo/ 6a3ermas apresente o carIter de uni!ersalidade da crítica tanto para
a 3ase material como para a superestrutura ideolKgica da realidade- Mas esse recon"ecimento das
condiçfes "istKricas do pensamento su3mete o prKprio discurso crítico a seus determinismos "istKrico<
sociais?
;(ma trans^ormação dos modos de produção acarreta uma reestruturação da imagem lingística do
mundo- 9---: 4ão "I dú!ida de ue re!oluçfes nas condiçfes de reprodução da !ida material são/ por sua
!ez/ mediadas lingisticamente? mas uma no!a prIXis não
QQ\ 0AS$ D$ A4+)HS$
, posta em ação apenas por uma no!a interpretação/ e sim antigos modelos de interpretação !8m a ser
tam3,m/ >de 3aiXo para cima> atingidos por uma no!a prIXis e re!olucionados; 9[Z[/ QQ:-
A crítica da comunicação/ para eles/ de!e se ^azer em dois ní!eis? 9: de um lado/ em relação h
intranspar8ncia dos dados 9Q: de outro/ das prKprias categorias usadas para anIlise/ no sentido de ue não
eXiste nen"uma re^er8ncia ^ora da "istKria 96a3ermas? [YZ/ Y\<[V:-
ApKs a caracterização das duas posiçfes metodolKgicas , importante perce3er seus pontos de encontro e
de contraste/ uma !ez ue se recon"eça a importncia da "ermen8utica<dial,tica/ na re^leXão teKrica do
con"ecimento?
; claro ue tanto a dial,tica como a "ermen8utica não perce3eram de maneira eXplícita o paradigma ue
elas inauguraram;/ de^ende Stein- ;Mas seu modo de proceder como m,todo/ dI<l"es indiscuti!elmente
uma autoridade epist8mica capaz de dar conta de seus pressupostos e produzir ní!eis de racionalidade
cuEa legitimação
6a3ermas !ai<se
recon"ece repondo atra!,s
a possi3ilidade do progresso
de um do tra3al"o
encontro ^ecundo entreteKrico; 9Stein? [YZ/R[:-
a 6ermen8utica e a Dial,tica/ em
primeiro lugar no seu ponto de partida? o 6*M$M- $m am3as/ o o3Eeto de anIlise , a prIXis social e o
sentido ue 3uscam , a a^irmação ,tico<política do pensamento-
5econ"ece tam3,m a importncia da re^leXão "ermen8utica e do !alor da tradição mas su3mete<os h
crítica-
;A re^leXão , condenada a c"egar depois do ^ato/ mas ao ol"ar para trIs desen!ol!e uma ^orça
reconstruti!a- 4Ks sK podemos nos !oltar para as normas interiorizadas depois de termos aprendido
primeiro cegamente a segui<las so3 um poder ue se impjs de ^ora- A medida por,m ue a re^leXão
recorda auele camin"o da autoridade no ual as gramIticas dos Eogos de linguagem ^oram eXercitadas
dogmaticamente como regras de concepção do mundo e do agir/ pode ser tirada da autoridade auilo ue
nela era pura
0AS$ D$ A4+)HS$ QQZ
dominação/ e ser dissol!ido na coerção sem !iol8ncia da intelecção <? e da decisão racional; 96a3ermas?
[YZ/Y:-
* autor/ ao mostrar a contri3uição e os limites da "ermen8utica/ c"ega a uma proposta de
complementaridade com a dial,tica/ complementaridade possí!el a partir da prKpria realidade-
$nuanto a "ermen8utica penetra/ no seu tempo e atra!,s da compreensão procura atingir o sentido do
teXto/ a critica dial,tica se dirige contra seu tempo- $la en^atiza a di^erença/ o contraste/ o dissenso e a
ruptura de sentido- A "ermen8utica destaca a mediação/ o acordo e a unidade de sentido-
Assim a "ermen8utica e a dial,tica apresentam<se como momentos necessIrios na produção da
racionalidade- * m,todo dial,tico opera tendo como pressuposto o m,todo "ermen8utico/ em3ora essas
duas concepçfes ten"am sido desen!ol!idas atra!,s de mo!imentos ^ilosK^icos di^erentes- Stein tenta
recuperar a complementaridade dessas a3ordagens mostrando ue? (a# Am3as trazem em seu núcleo a
id,ia ^ecunda
tra3al"o das condiçfes
do pensamento (b# "istKricas de ualuer
Am3as partem mani^estação
do pressuposto de uesim3Klica/ da linguagem/
não "I o3ser!ador e de ualuer
imparcial nem "I
ponto de !ista ^ora do "omem e ^ora da "istKria (c# Am3as ultrapassam a simples tare^a de serem
^erramentas do pensamento- São modos pelos uais o pensamento produz racionalidade/ contra<pondo<se
aos m,todos das ci8ncias positi!istas ue se colocam como eXteriores e isentos do tra3al"o da razão (d#
2or isso/ am3as uestionam o tecnicismo presente nos m,todos das ci8ncias sociais/ para desco3rir o
^undo ^ilosK^ico ue as di!ersas t,cnicas metodolKgicas tendem a negar- Destroem/ dessa ^orma/ a auto<
su^ici8ncia o3Eeti!ista das ci8ncias com 3ase no positi!ismo/ (e# Am3as estão re^eridas h prIXis e
mostram/ no campo das Ci8ncias Sociais/ ue seu domínio o3Eeti!o estI preestruturado pela tradição e
pelos percalços da "istKria 9[YZ/R:-
A união da "ermen8utica com a dial,tica le!a a ue o int,rprete 3usue entender o te8to, a fala, o
depoimento como resultado de um processo social 9tra3al"o e dominação: e processo de con"ecimento
9eXpresso em linguagem: am3os ^rutos de múltiplas determinaçfes mas com signi^icado especí^ico- $sse
te8to , a representação social de
QQY 0AS$ D$ A4+)HS$
uma realidade ue se mostra e se esconde na comunicação/ onde o autor e o int,rprete são parte de um
mesmo conteXto ,tico<político e onde o acordo su3siste ao mesmo tempo ue as tensfes e pertur3açfes
sociais-
C*4C)(S$S? (MA 25*2*S&A D$ H4&$525$&AL*
;4ossos con"ecimentos são apenas aproXimação da plenitude da realidade/ e por isso mesmo são sempre relati!os na medida/
entretanto/ em ue representam a aproXimação e^eti!a da realidade o3Eeti!a/ ue eXiste independentemente de nossa consci8ncia/
são sempre a3solutos- * carIter ao mesmo tempo a3soluto e relati!o da consci8ncia ^orma uma unidade dial,tica indi!isí!el;
9)ukIcs? [\Z/ QUU:-
Ao pensamento de )ukIcs so3re o con"ecimento aproXimado/ em epígra^e/ podemos acrescentar a
re^leXão de %ac"elard de ue?
;* ato de con"ecer/ no seu primeiro impulso , uma desco3erta plena de incerteza e de dú!ida- Sua raiz ,
o Eulgamento descon^iado/ seu sucesso/ um acesso !eri^icado; 9[\[/ QV:-
* ue
de as pIginas anteriores
con"ecimento nos mostram/
não "I consenso e não "Iconcordando com os6I
ponto de c"egada- pensadores
o limite decitados/ , de ue no de
nossa capacidade processo
o3Eeti!ação e a certeza de ue a ci8ncia se ^az numa relação dinmica entre razão e eXperi8ncia e não
admite a redução de um termo a outro- Se isso , !erdade para a totalidade do la3or de in!estigação
cientí^ica/ aplica<se de ^orma muito especí^ica h etapa de tratamento dos dados empíricos-
2oirier comenta ue num curso ministrado na 0rança por )azars<^eld 9um dos renomados pesuisadores
sociais de nosso s,culo: so3re t,cnicas de anIlise de conteúdo aplicadas a "istKrias de !ida/ um dos
alunos l"e perguntou so3re a condução de certos pro3lemas prIticos- Sorrindo/ o mestre l"e respondeu?
;A gente diz e escre!e muitas coisas/ mas na !erdade a gente ^az como pode; 92oirier et alii? [YZ/ ZQ:-
0AS$ D$ A4+)HS$ QQ[
A inter!enção de )azars^eld , altamente signi^icati!a e "onesta/ Desmisti^ica a ;caiXa preta; dos
procedimentos usados por cientistas sociais ue certamente teriam muito a narrar so3re os camin"os e
descamin"os atra!,s dos uais conseguem os ;ass,pticos; resultados de suas pesuisas- 2or outro lado/ a
^ala de )azars^eld re!ela não apenas o lado das di^iculdades reais/ das ^rauezas e das ^al"as de um
pesuisador/ mas insinua o ^ato de ue/ o ue escre!emos ou ^alamos so3re o tra3al"o de in!estigação/
geralmente , uma ;lKgica reconstruída; ue se distancia da ;lKgica em uso; no decorrer do tra3al"o- MarX
^ala do mesmo tema na ;Hntrodução; h Contibuição : Ctica da Economia 'oltica distinguindo o
m,todo de in!estigação/ do m,todo de eXposição 9[ZU/ QR:-
As o3ser!açfes acima não nos eXimem/ por,m/ de um es^orço de re^leXão cuEo desa^io seria unir h crítica
teKrica uma proposta prItica de anIlise do material ualitati!o- $sse desa^io tem ue partir de uma re!isão
das alternati!as at, aui apresentadas e de uma opção ue ao mesmo tempo se torne !iI!el teKrica e
praticamente-
ao mesmo tempo $stamos alerta
da pouca para o 9Andr,?
re^leXão ^ato de ue a pol8mica
[YU/ \U:/ mas eXistente
tam3,m dasnessa Irea de con"ecimento
di^iculdades concretas de, sinal
ultrapassar o ní!el dos dados aparentes e alcançar a compreensão mais pro^unda dos signi^icados-
A crítica 3Isica a respeito da AnIlise de Conteúdo tradicional 9nas suas mais di^erentes modalidades: , a
sua ^raca capacidade eXplicati!a- Sua 8n^ase uase a3soluta na ^ala como material de anIlise/ trans^orma a
uestão da desco3erta e da !alidade/ na "a3ilidade de manipulação de instrumentos t,cnicos/ h moda
positi!ista e cau<datIria das a3ordagens uantitati!as- * material etnogrI^ico , arranEado como um
;Corpus;/ isto ,/ como um conEunto sistematizado e ^iXo/ pri!ilegiando<se tudo o ue pode se constituir
em sistema de signos a serem deci^rados- Desta ^orma/ não entram em pauta o processo de tomada de
decisfes no campo e nem o conteXto da ação analisada- As entre!istas 9ou comunicaçfes em geral:
costumam ser !istas em 3loco/ perdem sua autoria e o Eogo dos ;signi^icantes em cadeia; passa a ser o
^oco da compreensão-
Da mesma ^orma/ a AnIlise do Discurso ue tenta ultrapassar a AnIlise de Conteúdo tradicional/ como o
prKprio nome indica/ tam3,m coloca sua tjnica na ^ala- Su3stituindo o crit,rio estatístico<
QUR 0AS$ D$ A4+)HS$
uantitati!o para a!aliar o rigor da a3ordagem/ pretende compreender as regras prKprias do processo
discursi!o e atingir as estruturas pro^undas na raiz da comunicação- 4o entanto/ o rigor ^ormal de ue se
re!este costuma sacri^icar a riueza dos detal"es e a multidimensionalidade da pesuisa empírica _
características ue constituem a aura e o m,rito da a3ordagem antropolKgica-
*s re^inamentos t,cnicos tanto da anIlise de conteúdo como da anIlise do discurso se apoiam na crença
de ue a ;!erdade; dos signi^icados se situa nos meandros pro^undos da signi^icação dos teXtos- *ra/ a
a3solutização dessa crença deiXa em segundo plano os aspectos eXtradiscursi!os ue constituem o espaço
sKcio<político<econjmico e cultural onde o discurso circula-
A a3ordagem antropolKgica/ a partir dos clIssicos tra3al"os de Malino7ski/ EI "I muito ultrapassou os
limites da 8n^ase na anIlise do conteúdo eXplícito da mensagem- Seu m,todo , coteEar a ^ala com a
o3ser!ação das condutas e dos costumes e com a anIlise das instituiçfes re^erentes ao tema em estudo-
C"ecar interpreta
anIlise o ue , dito com o ueou, o^eito/
o conteúdo com dentro
discurso o ue ,de
cele3rado e estI
um uadro cristalizado-onde
de re^er8ncias Desta ^orma/
a ação uma 3oa
e ação
o3Eeti!ada nas instituiçfes permite ultrapassar a mensagem mani^esta e atingir os signi^icados latentes-
$ssa proposta/ no entanto/ pertence ao clIssico uadro do ^uncionalismo de onde partiu toda a a3ordagem
antropolKgica- $ "oEe o dilema dos ue tra3al"am com anIlises ualitati!as , de superar os esuemas
interpretati!os ^ormais (: Ia %erelson: ou o ^uncionalismo 9h Ia Malino7ski: em 3usca de uma teoria
dial,tica capaz de conter os conteúdos intrinsecamente con^liti!os e antagjnicos de nossa realidade
social- A a3ordagem ue mais se coaduna h interpretação consistente dos dados , a marXista/ na medida
em ue ela se propfe a captar o mo!imento/ as contradiçfes e os condicionamentos "istKricos- *
empreendimento/ por,m/ não , ^Icil como nos ad!ertem Dur"am 9[Y\/ UU:/ Cardoso 9[Y\/Y\s:/ Oaluar
9[Y\/V:/ Magnani 9[Y\/QY:- $sses autores/ a partir de di^erentes temas/ mostram ue as tentati!as de
interpretação ualitati!a marXista t8m descam3ado ora para uma imprecisa categorização/ por
di^iculdades de transposição de conceitos usados em anIlises macrossociais para reali<
0AS$ D$ A4+)HS$ QU
dades microssociais/ ora para uma a3ordagem mais política ue de cun"o cientí^ico/ carente de re^leXão
so3re os pro3lemas episte<molKgicos en!ol!idos-
Apesar das constataçfes ^eitas e a partir das di^iculdades apresentadas na prItica teKrica , o m,todo
"ermen8utico<dial,tico ue apresentamos aui como o mais capaz de dar conta de uma interpretação
aproXimada da realidade- $le coloca a ^ala em seu conteXto para entend8<la a partir do seu interior e no
campo da especi^icidade "istKrica e totalizante em ue , produzida- (saremos portanto a re^leXão do
;camin"o do pensamento; apresentada por 6a3ermas/ mas 3uscaremos apresentI<la tam3,m como uma
possi3ilidade de realização t,cnica em relação hs comunicaçfes re^erentes h Irea de saúde- Su3lin"amos a
necessidade de unir na anIlise todo o material escrito/ como as o3ser!açfes/ o conteXto estruturado e todo
o sentido ;e!asi!o;/ ;dinmico;/ ;compleXo; das relaçfes sociais-
2artindo para o ní!el do concreto/ tomemos como eXemplo um material recol"ido so3re Concepção de
Saúde<Doença de um determinado segmento social- A interpretação tem dois ní!eis ue necessitamos
a3ordar-
* primeiro , o campo das determinaçfes ^undamentais ue EI de!e estar esta3elecido na ^ase eXploratKria
da in!estigação- &rata<se do conteXto sKcio<"istKrico desse grupo social e ue constitui o marco teKrico<
^undamental para a anIlise- $sse momento pode ser pensado esuematicamente como a compreensão? (a#
da ConEuntura sKcio<econjmica e política na ual se insere o grupo e sua participação enuanto ator
social (b# da "istKria do grupo e sua inserção na produção 9enuanto classe e segmento de classe: e suas
condiçfes de reprodução 9salIrio/ moradia/ acesso a 3ens e ser!iços e distri3uição geogrI^ica: (c# da
política de saúde em geral e em particular no ue concerne ao grupo e da categoria SaúdeFDoença
enuanto categoria "istoricamente construída e !i!enciada atra!,s do sistema de saúde (d# das
instituiçfes de saúde hs uais tem acesso o grupo em uestão-
$le tem ue estar presente durante todo o processo de pesuisa e tam3,m no momento interpretati!o-
Arouca nos lem3ra esse uadro de relaçfes essenciais?
QUQ 0AS$ D$ A4+)HS$
;$m um dado momento "istKrico/ em uma ^ormação social dada/ a situação sanitIria representa a
dinmica do ^enjmeno saúdeF doença nas populaçfes/ determinada por um conEunto de relaçfes/ com
outros setores sociais 9econjmicos/ políticos/ ideolKgicos: cuEas necessidades são en^rentadas por um
campo agregado de instituiçfes ue t8m disponí!el um certo sa3er e uma certa tecnologia; 9Arouca?
[YY/:-
* autor se re^ere h situação e hs condiçfes de saúde/ mas suas pala!ras poderiam se adaptar em relação hs
representaçfes sociais de saúdeFdoença-
$sse primeiro ní!el , o plano da totalidade enuanto realidade o3Eeti!a ue signi^ica/ segundo )ukIcs?
;(m todo coerente em ue cada elemento estI/ de uma maneira ou de outra/ em relação com cada
elemento e de outro/ ue essas relaçfes ^ormam na prKpria realidade o3Eeti!a/ correlaçfes concretas/
conEuntos/ unidades ligadas entre si de maneiras complemen<tares di!ersas/ mas sempre determinadas;
9)ukIcs?
4o [\Z/concreto
momento QR:- de interpretação dos dados/ o sentido da totalidade se re^ere tanto ao ní!el das
determinaçfes como ao do recurso interpretati!o pelo ual se 3usca desco3rir as coneXfes ue a
eXperi8ncia empírica mant,m com o plano das relaçfes essenciais- 4em sempre esse momento pode ser
captado apenas atra!,s das representaçfes sociais- A operação intelectual pela ual o3temos a totalidade
concreta implica ue o mo!imento da razão e o mo!imento da eXperi8ncia seEam perce3idos atra!,s de
relaçfes recíprocas e dialeticamente integradas-
Do ponto de !ista "istKrico/ a postura interpreta ti !a dial,tica recon"ece os ^enjmenos sociais sempre
como resultados e e^eitos da ati!idade criadora tanto imediata uanto institucionalizada- 2ortanto/ toma
como centro da anIlise a prItica social/ a ação "umana e a considera como resultado de condiçfes
anteriores/ eXteriores mas tam3,m como prIXis- Hsto ,/ o ato "umano ue atra!essa o meio social conser!a
as determinaçfes/ mas trans^orma o mundo so3re as condiçfes dadas- &/ "omem ^az a "istKria? ele se
o3Eeti!a nela e nela se aliena; 9Sartre? [ZY/ VR:- - a captação desse mo!imento contra<
0AS$ D$ A4A)HS$ QUU
ditKrio/ dinmico/ inaca3ado e em permanente proEeção/ a segunda condição do m,todo dial,tico em seu
uadro de determinaçfes- &omando o caso de concepçfes de SaúdeFDoença temos ue entend8<las como
^rutos e mani^estaçfes de condicionamentos sKcio<"istKricos ue se !inculam a acesso a ser!iços/
tradiçfes culturais/ concepçfes dominantes !eiculadas e a inter<relação de tudo isso- SaúdeF Doença são
um ^enjmeno social não apenas porue elas eXpressam certo ní!el de !ida ou porue correspondem a
certas pro^issfes e prIticas- Mas tam3,m porue elas são mani^estaçfes da !ida material/ das car8ncias/
dos limites sociais e do imaginIrio coleti!o-
A interpretação dial,tica nos ^az !er ue as Concepçfes de SaúdeFDoença de determinado segmento são/
pois/ resultado de condiçfes anteriores e eXteriores ao grupo/ mas ao mesmo tempo especí^icas- $las são
^ruto de condiçfes dadas mas são tam3,m produto de sua ação trans^ormadora so3re o meio social-
* segundo momento interpretati!o , na !erdade o ponto de partida e o ponto de c"egada de ualuer
in!estigação? , o encontro
SaúdeFDoença- com os ^atos
preciso encontrar empíricos/
nesses no caso/ com
;^atos anedKticos; um conEunto
a totalidade de Concepçfes
e/ a pati de
deles, desco3ri<la-
Hsto ,/ esses teXtos t8m uma signi^icação particular e um papel re!elador do todo-
necessIrio/ pois/ tomar como material concreto as representaçfes sociais de SaúdeF Doença/ tais como
são mani^estadas pelos atores sociais/ empiricamente- Hsso implica considerar na anIlise interna/ como
parte das representaçfes? (a# as comunicaçfes indi!iduais 9entre!istas/ "istKrias de !ida/ resultados de
discussfes de grupo etc: (b# o3ser!açfes de condutas e costumes relati!os ao comportamento so3re
SaúdeFDoença (c# anIlise das instituiçfes re^eridas ao tema como Centro de Saúde o^icial/ entidades ai
terna ti!as de tratamento citadas (d# o3ser!ação de cerimjnias e ritos atinentes ao assunto-
A interpretação eXige ela3oração de Categoias nalticas capazes de des!endar as relaçfes essenciais/
mas tam3,m de Categoias Empicas e /peacionais capazes de captar as contradiçfes do ní!el
empírico em uestão- A partir dos dados col"idos e acumulados o in!estigador se !olta para os
^undamentos da teoria para uma re^leXão so3re os conceitos iniciais/ para colocação em dú!ida das
D_ 3A4E 7E A)`I4E
id,ias e!identes- Assim ele constrKi uma no!a aproXimação do o3Eeto? o pensamento antigo ue , negado
mas não eXcluído/ encontra outros limites e se ilumina na ela3oração presente- * no!o cont,m o antigo
incluindo<o numa no!a perspecti!a-
Como operacionalizar esse segundo momento ue na !erdade constitui o desa^io da anIlise o instante
"ermen8utico/ em ue pro!isoriamente e apenas para ^ins analíticos se toma o material de representação
social como um conEunto separado/ a ser tecnicamente tra3al"ado-
Aui pode se apro!eitar todo o progresso t,cnico seEa de determinada ^orma de anIlise de conteúdo ou da
anIlise do discurso/ com a condição de se su3meter essas t,cnicas a uma superação dial,tica/ isto ,/ ao
conEunto das relaçfes en!ol!idas-
* material escrito necessita ser cuidadosamente analisado? ^rases/ pala!ras/ adEeti!os/ concatenação de
id,ias/ sentido geral do teXto- %ak"tin nos lem3ra algumas regras metodolKgicas ^undamentais? 9: não
separar a ideologia
comunicação da realidade
9entendendo<se uematerial
o signodo
^azsigno
parte 9Q: nãosistema
de um dissociar
deocomunicação
signo das ^ormas
socialconcretas de 9U:
organizado:
não dissociar a comunicação e suas ^ormas de sua 3ase material 9in^ra<estrutura:-
5ealizando<se no processo de relação social/ todo signo ideolKgico/ portanto tam3,m o signo lingístico/
!8<se marcado pelo "orizonte social de uma ,poca e de um grupo social determinado- $m3ora as classes
sociais di^erentes sir!am<se de uma sK e mesma língua/ a pala!ra tam3,m se torna a arena onde se
desen!ol!e a luta de classe- A anIlise dos signos 9su3stanti!os/ !er3os/ adEeti!os etc-: seEa no seu sentido
de tema ou ^orma de!e ser orientada pela certeza das contradiçfes ue aí se ocultam 9%ak"tin? [Y\/ <
Z:-
*peracionalmente propomos alguns passos?
-: *rdenação dos dados? ue englo3a tanto as entre!istas como o conEunto do material de o3ser!ação e
dos documentos populares e institucionais/ re^erentes ao tema Concepçfes SaúdeFDoença-; $ssa
1D
)!o e&aos a+$i os de&al/es efee&es <dea!o de Dados- Hndicamos #oo %i%lio0afia #olee&a o &a%al/o
de Poiie e& alii/ es +écits de 2ie. 2aris/ 2(0-195K.
0AS$ D$ A4+)HS$ QUV
etapa inclui? (a# transcrição de ^itas<cassetes (b# releitura do material (c# organização dos relatos em
determinada ordem/ o ue EI supfe um início de classi^icação (d# organização dos dados de o3ser!ação
-tam3,m em determinada ordem/ de acordo com a proposta analítica- $ssa ^ase dI ao in!estigador um
mapa "orizontal de suas desco3ertas no campo-
Q-: Classi^icação dos dados? EI dissemos/ não , o campo ue traz o dado/ na medida em ue o dado não ,
;dado;/ , ;construído;- ^ruto de uma relação entre as uestfes teoricamente ela3oradas e dirigidas ao
campo e num processo inconcluso de perguntas suscitadas pelo uadro empírico hs re^er8ncias teKricas do
in!estigador-
Do ponto de !ista dial,tico a classi^icação , um processo ue/ tendo presente o em3asamento teKrico dos
pressupostos e "ipKteses do pesuisador/ , ^eito a partir do material recol"ido-
* momento classi^icatKrio compfe<se/ segundo nossa proposta/ nas seguintes etapas?
(a# )eituradenominado
eXercício/ eXausti!a e por
repetida dos
alguns teXtos/como
autores prolongando uma relação
;leitura ^lutuante; interrogati!a
permite com
apreender as eles- $sse de
estruturas
rele!ncia dos atores sociais/ as id,ias centrais ue tentam transmitir e os momentos<c"a!es de sua
eXist8ncia so3re o tema em ^oco 9no caso concepçfes de SaúdeFDoença:- $ssa ati!idade aEuda o
pesuisador a/ processualmente/ esta3elecer as categorias empíricas/ con^rontando<as com as categorias
analíticas teoricamente esta3elecidas como 3alizas da in!estigação/ 3uscando as relaçfes dial,ticas entre
am3as-
&rata<se aui de lograr um !erdadeiro con"ecimento compreensi!o ue encontra os atores no seu mundo
social/ seguindo ao mesmo tempo duas prIXis- &omando<se como eXemplo a concepção de SaúdeFDoençh/
, necessIrio entender a eXpressão desse tema tam3,m no comportamento do segmento social-
(b# Constituição de um ;Corpus; ou de !Irios ;Corpus; de comunicaçfes se o conEunto das in^ormaçfes
não , "omog8neo- 2or eXemplo? entre!istas so3re SaúdeFDoença com os populares/ adultos entre!istas
com curandeiros entre!istas com m,dicos do Centro de Saúde entre!istas com Agentes de Saúde- Cada
um desses grupos
QU\ 0AS$ D$ A4+)HS$
^ornece in^ormaçfes e representaçfes especí^icas/ constituindo conEuntos di^erenciados-
4esse momento ^azemos uma ;leitura trans!ersal; de cada corpo- 5ecorta<se cada entre!ista ou
documento em termos de ;unidade de registro; a serem re^erenciadas por t!picos de in^ormação ou por
temas. *s crit,rios de classi^icação em primeira instncia podem ser tanto !ariI!eis empíricas como
!ariI!eis teKricas EI construídas pelo pesuisador- Geralmente a interação de am3os os crit,rios permite
ao analista o apro^undamento do conteúdo das mensagens-
$m geral a primeira classi^icação/ ainda grosseira/ , ela3orada como em ga!etas/ onde cada assunto/
tKpico ou tema , cuidadosamente separado e guardado-
$m seguida/ ^az<se o enXugamento da classi^icação por temas mais rele!antes ue podem surgir tanto
para compro!ação de "ipKteses como material eXploratKrio de campo- 2or eXemplo/ pode ser eXpressi!o
ue numa classi^icação de concepçfes de saúdeFdoença o ;modo de !ida; surEa como uma categoria
empírica rele!ante-
;ner!oso; Pue
surEa como a eXpressão
uma eXplicação;doença de Deus;
reincidente seEa umde
da condição termo
!ida-a Assim
merecer
poranIlise
diante-minuciosa- Pue o
2ode<se dizer ue num processo de apro^undamento da anIlise/ a rele!ncia de algum tema/ uma !ez
determinado 9a partir da ela3oração teKrica e da e!id8ncia dos dados:/ permite re^azer e re^inar o
mo!imento classi^icatKrio- As múltiplas ga!etas serão reagrupadas em torno de categorias centrais/
concatenando<se numa lKgica uni^icadora-
U-: AnIlise 0inal? As duas etapas anteriores _ ainda ue o marco teKrico esteEa presente o tempo todo _
^azem uma in^leXão so3re o material empírico/ ue , como dissemos/ o ponto de partida e o ponto de
c"egada da interpretação- $sse mo!imento incessante ue se ele!a do empírico para o teKrico e !ice<
!ersa/ ue dança entre o concreto e o a3strato/ entre o particular e o geral , o !erdadeiro mo!imento
dial,tico !isando ao concreto pensado- Supondo ue seEam as Concepçfes de SaúdeFDoença de
determinado segmento ue nos importa interpretar temos ue partir do caos aparente das in^ormaçfes
recol"idas no campo e ^azer delas ao mesmo tempo uma re!elação da sua especi^icidade de concepção e
de participação nas concepçfes
0AS$ D$ A4+)HS$ QUZ
dominantes/ e mais ue isso/ de eXpressão da !isão social de mundo do segmento em relação h sociedade
dominante-
$ssa compreensão especí^ica de!e nos in^ormar ue a ^ala e o comportamento dos suEeitos relati!as h
SaúdeFDoença trazem consigo uma signi^icação pro^unda ue a ,poca "istKrica e sua pertin8ncia a uma
classe l"es empresta- 2orue cada ser "umano/ indi!idualmente/ em grupo ou so3 a eXpressão "istKrica de
classe , um ser signi^icante- 4unca se pode compreender sua pala!ra ou seu gesto sem superar o presente
ou sem proEetI<lo para o ^uturo- As signi^icaçfes ue desco3rimos !8m do ser "umano e de seu proEeto e
se inscre!em por toda parte/ na ordem das coisas e nas relaçfes mediadas pelas estruturas enuanto ação
"umana o3Eeti!ada 9Sartre? [ZY/ Z[:-
* produto ^inal e sempre pro!isKrio/ resultado de todas as etapas de pesuisa/ , o concreto pensado do
ual nos ^ala MarX- Mas a sua compreensão Eamais , contemplati!a- $la inclui num mesmo proEeto o
o3Eeto/
al,m deosuperar
suEeito adodicotomia
con"ecimento e as prKprias
o3Eeti!idade *esusinterrogaçfes
su3Eeti!idade/em mo!imento *esus
eXterioridade totalizador- A interpretação/
interioridade/ anIlise
e síntese/ re!elarI ue o produto da pesuisa , um momento da prIXis do pesuisador- Sua o3ra des!enda
os segredos de seus prKprios condicionamentos-
Desta ^orma a totalização ^inal ue consiste no encontro da especi^icidade do o3Eeto pela pro!a do !i!ido
com as relaçfes essenciais/ não , uma ati!idade nem ^Icil e nem eXterna ao in!estigador- $le se inclui
nela enuanto marcado pelo momento "istKrico/ pelo desen!ol!imento cientí^ico 9tam3,m "istKrico:/ por
sua pertin8ncia 9"istKrica: a uma classe social e pela capacidade de o3Eeti!ação- Assim concluímos ue a
in!estigação social enuanto processo de produção e produto , ao mesmo tempo uma o3Eeti!ação da
realidade e uma o3Eeti!ação do in!estigador ue se torna tam3,m produto de sua prKpria produção-
Como o3ser!ação ^inal/ importa relem3rar o apelo imediato e indiscutí!el do o3Eeto ;Saúde; h unidade
indissolú!el entre teoria e prItica? enuanto condução do processo de con"ecimento e enuanto
necessidade de trans^ormação- 2ortanto propomos ue a anIlise ^inal de ualuer in!estigação no setor se
diriEa para uma !inculação
0AS$ D$ A4+)HS$ QUZ
dominantes/ e mais ue isso/ de eXpressão da !isão social de mundo do segmento em relação h sociedade
dominante-
$ssa compreensão especí^ica de!e nos in^ormar ue a ^ala e o comportamento dos suEeitos relati!as h
SaúdeFDoença trazem consigo uma signi^icação pro^unda ue a ,poca "istKrica e sua pertin8ncia a uma
classe l"es empresta- 2orue cada ser "umano/ indi!idualmente/ em grupo ou so3 a eXpressão "istKrica de
classe , um ser signi^icante- 4unca se pode compreender sua pala!ra ou seu gesto sem superar o presente
ou sem proEetI<lo para o ^uturo- As signi^icaçfes ue desco3rimos !8m do ser "umano e de seu proEeto e
se inscre!em por toda parte/ na ordem das coisas e nas relaçfes mediadas pelas estruturas enuanto ação
"umana o3Eeti!ada 9Sartre? [ZY/ Z[:-
* produto ^inal e sempre pro!isKrio/ resultado de todas as etapas de pesuisa/ , o concreto pensado do
ual nos ^ala MarX- Mas a sua compreensão Eamais , contemplati!a- $la incluí num mesmo proEeto o
o3Eeto/
al,m deosuperar
suEeito adodicotomia
con"ecimento e as prKprias
o3Eeti!idade *esusinterrogaçfes
su3Eeti!idade/em mo!imento *esus
eXterioridade totalizador- A interpretação/
in^erioridade/ anIlise
e síntese/ re!elarI ue o produto da pesuisa , um momento da prIXis do pesuisador- Sua o3ra des!enda
os segredos de seus prKprios condicionamentos-
Desta ^orma a totalização ^inal ue consiste no encontro da especi^icidade do o3Eeto pela pro!a do !i!ido
com as relaçfes essenciais/ não , uma ati!idade nem ^Icil e nem eXterna ao in!estigador- $le se inclui
nela enuanto marcado pelo momento "istKrico/ pelo desen!ol!imento cientí^ico 9tam3,m "istKrico:/ por
sua pertin8ncia 9"istKrica: a uma classe social e pela capacidade de o3Eeti!ação- Assim concluímos ue a
in!estigação social enuanto processo de produção e produto , ao mesmo tempo uma o3Eeti!ação da
realidade e uma o3Eeti!ação do in!estigador ue se torna tam3,m produto de sua prKpria produção-
Como o3ser!ação ^inal/ importa relem3rar o apelo imediato e indiscutí!el do o3Eeto ;Saúde; h unidade
indissolú!el entre teoria e prItica? enuanto condução do processo de con"ecimento e enuanto
necessidade de trans^ormação- 2ortanto propomos ue a anIlise ^inal de ualuer in!estigação no setor se
diriEa para uma !inculação
QUY 0AS$ D$ A4+)HS$
estrat,gica com a realidade- 4este sentido/ sugerimos ue/ dentro da id,ia de pesuzsa estrat,gica
en^atizada por %ulmer para a Irea de
2*ltop#3l'CaS9[Z1/n<:/Seceguehconclusãodotra3al"oCom pistas e indicaçfes ue possam ser!ir de
^undamento para propostas de planeEamento e a!aliação de programas/ &e!isão de conceitos/
trans^ormação de relaçfes/ mudanças institucionais/ dentre outras possi3ilidades-
Certamente não se eXcluem as contri3uiçfes de pesuisas 3Isicas ue/ realizadas dentro de uma !isão a
mais longo pa@o, ^undamentem tra3al"os teKricos/ prIticos e estrat,gicos- Sua importncia , de
transcendental recon"ecimento em ualuer campo e tam3,m para a pro3lemItica de saúde-
A)G(MAS/ *%S$5.AL$S S*%5$ A P($S&* DA .A)HDAD$ $ DA .$5H0HCAL*
A pro3lemItica da .A)HDAD$ e da .$5H0HCAL* nas Ci8ncias Sociais ^oi colocada/ em primeiro lugar/
pelo positi!ismo sociolKgico/ mas representa uma discussão implícita em todas as correntes teKricas so3re
aa realidade
cienti^icidade da produção
estudada intelectual-
e o produto A crítica,interna
da in!estigação constitui
a ;utopia; a alma da
de ualuer ci8ncia
marco e a coincid8ncia
teKrico entre
consistente- At,
ue ponto as concepçfes de saúdeFdoença de determinado grupo social coincidem com as relaçfes ue
apreendemos em nossa pesuisa Como podemos garantir a deseEada coincid8ncia entre o pensamento
so3re a realidade e a prKpria realidade &ais perguntas são ine!itI!eis e ^undamentais dentro do campo
cientí^ico/ em3ora se aceite ue a produção intelectual , sempre um ponto de !ista a respeito do o3Eeto-
*s crit,rios de coer8ncia/ consist8ncia/ srcinalidade e o3Eeti!ação resumem/ segundo Demo/ o marco da
crítica interna da in!estigação cientí^ica 9[Y/\:- $sses crit,rios sugerem antes de tudo um de3ate entre
as !Irias correntes sociolKgicas ue não , simples e não estI encerrado- 2or coencia se entende a
propriedade de um discurso logicamente construído/ tanto no sentido teKrico uanto no desdo3ramento de
todas as etapas de in!estigação- &rata<se de um crit,rio ^ormal ue de certa maneira impede a pesuisa de
se tornar uma ati!idade especulati!a ou empirista- Consistncia , a prKpria uali<
QUY 0AS$ D$ A4+)HS$
estrat,gica com a realidade- 4este sentido/ sugerimos ue/ dentro da id,ia de pesuisa estrat,gica
en^atizada por %ulmer para a Irea de políticas pú3licas 9[ZY/<Q:/ se c"egue h conclusão do tra3al"o
com pistas e indicaçfes ue possam ser!ir de ^undamento para propostas de planeEamento e a!aliação de
programas/ re!isão de conceitos/ trans^ormação de relaçfes/ mudanças institucionais/ dentre outras
possi3ilidades-
Certamente não se eXcluem as contri3uiçfes de pesuisas 3Isicas ue/ realizadas dentro de uma !isão a
mais longo prazo/ ^undamentem tra3al"os teKricos/ prIticos e estrat,gicos- Sua importncia , de
transcendental recon"ecimento em ualuer campo e tam3,m para a pro3lemItica de saúde-
A)G(MAS/ *%S$5.AL$S S*%5$ A P($S&* DA .A)HDAD$ $ DA .$5H0HCAL*
A pro3lemItica da .A)HDAD$ e da .$5H0HCAL* nas Ci8ncias Sociais ^oi colocada/ em primeiro lugar/
pelo positi!ismo sociolKgico/ mas representa uma discussão implícita em todas as correntes teKricas so3re
aa realidade
cienti^icidade da produção
estudada intelectual-
e o produto A crítica,interna
da in!estigação constitui
a ;utopia; a alma da
de ualuer ci8ncia
marco e a coincid8ncia
teKrico entre
consistente- At,
ue ponto as concepçfes de saúdeFdoença de determinado grupo social coincidem com as relaçfes ue
apreendemos em nossa pesuisa Como podemos garantir a deseEada coincid8ncia entre o pensamento
so3re a realidade e a prKpria realidade &ais perguntas são ine!itI!eis e ^undamentais dentro do campo
cientí^ico/ em3ora se aceite ue a produção intelectual , sempre um ponto de !ista a respeito do o3Eeto-
*s crit,rios de coer8ncia/ consist8ncia/ srcinalidade e o3Eeti!ação resumem/ segundo Demo/ o marco da
crítica interna da in!estigação cientí^ica 9[Y/\:- $sses crit,rios sugerem antes de tudo um de3ate entre
as !Irias correntes sociolKgicas ue não , simples e não estI encerrado- 2or coencia se entende a
propriedade de um discurso logicamente construído/ tanto no sentido teKrico uanto no desdo3ramento de
todas as etapas de in!estigação- &rata<se de um crit,rio ^ormal ue de certa maneira impede a pesuisa de
se tornar uma ati!idade especulati!a ou empirista- Consistncia , a prKpria uali<
0AS$ D$ A4+)HS$ QU[
dade argumentati!a do discurso ue l"e permite aduirir um lugar no conEunto da produção cientí^ica- *
carIter de oiginalidade de uma in!estigação se mede pela sua real contri3uição ao a!anço do
con"ecimento/ atra!,s da pesuisa e da desco3erta- 2or obJeti*ação se compreende a capacidade de
empregar uma a3ordagem teKrico<metodolKgica e uma tecnologia adeuadas h aproXimação mais ca3al
da realidade- *3Eeti!ação de^ine o prKprio mo!imento in!estigati!o ue/ em3ora não consiga reproduzir a
realidade/ estI sempre em 3usca de uma maior aproXimação- $la signi^ica de um lado/ o recon"ecimento
de ue a id,ia de ;o3Eeti!idade; e ;!eri^icação; , construída e dirigida- Como mostra )imoeiro Cardoso
9[ZY/ UV: o prKprio campo em ue essas id,ias surgem , tam3,m o terreno de uestionamento dauilo
ue se !eri^ica- De outro lado/ o princípio de obJeti*ação sugere tam3,m a crença na necessidade
permanente de um diIlogo crítico entre o in!estigador e seu o3Eeto/ sa3endo ue am3os compartil"am a
mesma condição "istKrica e os mesmos recursos teKricos-
* positi!ismo
no m,todo e nasclIssico responde
t,cnicas h uestão
de ;captação; da da !alidadeComo
realidade- e da !eri^icação com a eXig8ncia
o termo ;captação; sugere/ odepressuposto
rigor colocada
3Isico dessa corrente , de ue o o3Eeto se impfe ao suEeito ue de!e procurar a mel"or ^orma de retratI<
lo- A !eri^icação se realiza atra!,s da o3ser!ação empírica/ ue se puder ser repetida e compro!ada por
!Irias !ezes/ independentemente do suEeito/ serI recon"ecida como ;o3Eeti!a;- A necessidade da
o3ser!ação controlada permitiu ao positi!ismo desen!ol!er inúmeras t,cnicas de coleta de dados e
instrumentais de interpretação 9como controle/ codi^icação/ amostragem representati!a/ uestionIrio/
processamento de dados/ anIlise de conteúdo/ at, a realização de 3ancos de dados:-
Atualmente/ por,m/ o a!anço do de3ate so3re os crit,rios de cienti^icidade tem a3alado a segurança dos
instrumentos positi!istas- 2opper _ recon"ecido como um neopositi!ista _ coloca em uestão os
crit,rios tradicionais de !alidade do con"ecimento/ na medida em ue/ do seu ponto de !ista/ nen"uma
"ipKtese , !eri^icI!el/ pois a acumulação de casos a^irmati!os não pode sustentar uma generalização
teKrica- 2ara esse autor/ a comparação lKgica entre
QR 0AS$ D$ A4+)HS$
as conclusfes/ a comparação entre !Irias a3ordagens teKricas e/ ^inalmente/ o teste atra!,s da aplicação
empírica das conclusfes são os procedimentos mais importantes para se pro!ar a !alidade de uma
in!estigação 9[ZU?U<:- 2opper su3stitui o crit,rio de ;!eri^icação; por ;^alsi^ica3ílidade;- $sse
princípio se institui como conse8ncia do seu pressuposto 3Isico de ue não se pode ^azer uma
generalização a partir da acumulação de casos concretos/ mas apenas um caso negati!o concreto atesta
ue a teoria , ^alsa/ e assim impulsiona o con"ecimento- A ;o3Eeti!idade; não se coloca como uestão
para 2opper/ assim como não eXiste para ele uma teoria ou uma desco3erta e!identes- Pualuer certeza
cientí^ica , sempre pro!isKria at, ue seEa su3metida ao crit,rio de ^alsi^ica3ílidade- 2ortanto/ ele erige
como procedimento ^undamental de Eulgamento cientí^ico a crítica intersu3Eeti!a?
;Direi ue a o3Eeti!idade dos enunciados cientí^icos reside no ^ato de ue eles possam ser
intersu3Eeti!amente su3metidos a testes; 9[ZU/ :-
Dentro do racionalismo
positi!ismo de %ac"elard/
são su3!ertidos tam3,m
para se colocar em os
seucrit,rios
lugar a de !alidade
;tese e de !eri^icação
do primado prKprios
do erro;- 2ara do
esse autor
admitir o erro , a prKpria condição de cienti^icidade de uma teoria/ pois caso contrIrio ela seria um
conEunto de dogmas- A reno!ação cientí^ica se processa pela certeza da incerteza dauilo ue a^irma/ da
sua colocação em c"eue/ atra!,s de uma crítica interna irrestrita- %ac"elard argumenta ue os maiores
o3stIculos epistemolKgicos são as !erdades recon"ecidas como tal/ e propfe o Eulgamento intersu3Eeti!o
das desco3ertas?
;A !erdade sK gan"a seu pleno sentido ao ^im de uma pol8mica- 4ão poderia "a!er assim !erdade
primeira- 4ão "I senão erros primeiros; 9Canguil"em/ comentando %ac"elard? [ZQ/ VR:-
$sse crit,rio intersu3Eeti!o da crítica , tam3,m assumido por autores marXistas como Goldmann ue
insiste no ;tra3al"o cientí^ico como um ^enjmeno social ue supfe a cooperação de numerosos
0AS$ D$ A4+)HS$ Q
es^orços indi!iduais; 9[\Z/ QU:- A di^erença entre os marXistas/ 2opper e %ac"elard , ue/ para os
últimos/ a crítica , o crit,rio central do m,todo/ enuanto para os primeiros/ a crítica , a alma tam3,m da
teoria-
A su3missão do produto do con"ecimento h inter^ace das discussfes não signi^ica ue a !erdade seEa o
resultado dos pontos de !ista dos !Irios estudiosos- Hndica/ entretanto/ ue a pluralidade de perspecti!as
permite lançar di^erentes ^ocos de luz dos descon"ecimentos a respeito do o3Eeto em uestão-
necessIrio tam3,m esclarecer/ como o ^az Demo/ ue aceitar o ;primado do erro; dentro da a3ordagem de
%ac"elard/ não signi^ica a permissi!idade da de^ormação lKgico<^ormal do tra3al"o cientí^ico- 6I o ue
ele denomina ;erros e!itI!eis; metodologicamente ^alando/ como as tentati!as de camu^lar incursfes
ideolKgicas/ argumentos truncados/ in^ormaçfes incorretas/ colocaçfes apressadas 9Demo? [Y/ [:- *
erro ;ine!itI!el; do ual %ac"elard ^az o elogio como motor do con"ecimento/ , o contrIrio da certeza
ing8nua e estI
aproXimado docolocado como condição do processo e da postura cientí^ica ue recon"ece o carIter
con"ecimento-
Dentro das a3ordagens compreensi!istas a uestão da !eri^icação e da ^idedignidade tam3,m , !ista de
^orma di^erente do positi!ismo clIssico- 2artindo do princípio de ue o ato de compreender estI ligado ao
uni!erso eXistencial "umano/ essas correntes de pensamento não admitem ue seEam ^iXadas leis
uni!ocamente para se produzir generalização e !erdade- A maneira de a3rir o con"ecimento para o
uni!erso/ , permitir nele a entrada de outras interpretaçfes- 2or a3ranger eXatamente o mundo da cultura/
, nele ue se pode o3ser!ar/ como diz Stein/ ;un! esp,cie de des!io da uni!ocidade e da transpar8ncia do
discur- ; 9Stein? [YY/Y:- 2ortanto/ , atra!,s da compaação ue se torna mais uni!ersal o sa3er so3re
determinado grupo cultural/ considerada como um recurso ^undamental para se garantir maior
uni!ersalidade ao con"ecimento- Do ponto de !ista t,cnico/ os autores ue tra3al"am a metodologia
ualitati!a propfem a !igilncia interna atra!,s da tiangulação 9Denzin? [ZU/ Q\R<Q[Z: como pro!a
e^iciente de !alidação- A ;triangulação; consiste na com3inação e cruzamento de múltiplos pontos de
!istas atra!,s do tra3al"o conEunto de !Irios pesuisadores/ de múltiplos in^ormantes
QQ 0AS$ D$ A4+)HS$
e múltiplas t,cnicas de coleta de dados- A triangulação de certa ^orma consagra tanto a crítica
intersu3Eeti!a como a comparação/ em3ora os analistas dessa corrente esteEam mais preocupados em
mostrI<la como ati!idade interna ue acompan"a todo o processo in!estiga<ti!o-
Dentro da perspecti!a marXista a uestão da !alidade do con"ecimento , tratada como um pro3lema da
prItica?
;A resolução da antítese teKrica sK , possí!el de uma ^orma prItica/ em !irtude da energia prItica do
"omem- Sua resolução não ,/ portanto/ apenas um pro3lema de compreensão/ mas um pro3lema real da
!ida ue a ^iloso^ia não poderia resol!er/ precisamente porue considera tal pro3lema simplesmente
teKrico; 9MarX? [ZU/<U:-
4as 5eses sobe 7euebac$MarX ^iXa as 3ases da prItica como crit,rio de !erdade- 4a tese n. G, critica
os idealistas ue tomam a realidade como o3Eeto de contemplação e não como ati!idade "umana/
construção "istKrica/
determinados prIXis-pertencem
pensamentos 4a tese n.&ouL,não
indica tam3,mo3Eeti!a-
h realidade a prIticaAcomo
tese crit,rio
n.& , apara se !eri^icar
clIssica se
a^irmação
so3re o carIter compleXo e interati!o da educação?
;A doutrina da trans^ormação das circunstncias e da educação/ esuece ue as circunstncias t8m de ser
trans^ormadas pelos "omens/ e ue o prKprio educador tem ue ser educado; 9MarX? [Y/<:-
Assim nas ;eses sobe 7euebac$ a prItica aparece como ^undamento do con"ecimento na tese n- /
como crit,rio de !erdade na teat n-Q e como ^inalidade do con"ecimento da tese n-U e n- - *u seEa/ na
tese n MarX coloca a prItica como condição do con"ecimento ao mostrar ue a possi3ilidade de
con"ecer estI ligada h ati!idade "umana criadora/ de modo su3Eeti!o por um lado/ e por outro/ ao negar o
processo de con"ecimento como mera proEeção da consci8ncia?
0AS$ D$ A4+)HS$ QU
;Con"ecer , con"ecer o3Eetos ue se integram na relação entre o "omem e o mundo/ ou entre o "omem e
a natureza/ relação ue se esta3elece graças h ati!idade prItica do "omem; 9.Izuez? [\Y/ VU:-
2ortanto/ dentro da id,ia eXpressa na tese n- / a prItica , o ^undamento e o limite do con"ecimento e do
;o3Eeto "umanizado; 9porue mediado pelo "omem: ue como produto da ação , o3Eeto de
con"ecimento-
` tese n- Q propfe a prItica como crit,rio de !erdade do con"ecimento- &rata<se de uma tese 3astante
pol8mica porue ela não inclui diretamente a eXplicação do ue MarX considera ;prItica;- Autores como
.Izuez interpretam o pensamento da tese n- Q/ dizendo ue ;, na ação prItica so3re as coisas ue
demonstramos se nossas conclusfes teKricas a respeito delas são !erdadeiras;- 2or,m/ o autor ad!erte ue
, preciso e!itar interpretar essa relação entre !erdade e prItica num sentido pragmItico como se a !erdade
ou a ^alsidade ^ossem determinadas pelo 8Xito ou pelo ^racasso- A concepção da prItica como crit,rio de
!erdade se positi!ista
concepção opfe h concepção
ue !8 naidealista
prIticadedeue a teoria
^orma trariaoem
imediata si mesma
crit,rio o crit,rio
de !erdade da !erdade/
da teoria como h
9.Izuez?
[\Y/VZ:-
4a tese n- U e na tese n- / em ue rec"aça o papel apenas contemplati!o da teoria/ MarX c"ama
atenção para o dinamismo do con"ecimento ue sK tem sentido como possi3ilidade de trans^ormação da
realidade/ portanto nem somente teoria/ nem somente prItica/ mas união indissolú!el para a ^ecundidade
de am3as-
A uestão do conceito de ;prItica; em MarX , contro!ertida e/ portanto/ torna<se 3astante con^usa a
interpretação desse crit,rio para a crítica interna do con"ecimento- )8nin/ sem discutir o signi^icado do
termo/ a^irma ue ;o ponto de !ista da prIXis de!e ser o primeiro/ o 3Isico do con"ecimento;/ por,m/
acrescenta? -
;* crit,rio da prIXis não pode nunca/ na !erdade/ pro!ar ou re^utar totalmente uma representação "umana
ualuer- $sse crit,rio , 3astante impreciso para não permitir ue os con"ecimen<
Q 0AS$ D$ A4+)HS$
tos do "omem se con!ertam em algo a3soluto; 9citado em %otto<more et alii? [YY/ Q[:-
%ottomore comenta ue o termo ;praXis; em MarX/ ora parece se re^erir h ess8ncia li!re e criadora da
ati!idade "umana e outras !ezes se restringir ao campo político/ econjmico e ,tico/ e por !ezes sugerir
ue a prKpria teoria de!e ser !ista como uma das ^ormas da prIXis 9%ottomore et alii? [YY/Q[Q<Q[\:-
Alt"usser emprega o termo ;prItica teKrica; para ^alar da ;prItica especí^ica ue eXerce so3re um o3Eeto
prKprio e le!a a um produto prKprio? o con"ecimento;- Apresenta a ati!idade intelectual como?
;2rocesso de trans^ormação de uma mat,ria<prima dada num dado produto/ trans^ormação ue se le!a a
ca3o atra!,s de de< terminado tra3al"o "umano/ usando meios de produção determinados; 9[\\? \Z<
ZV:-
2ara Alt"usser/ as ci8ncias?
;4ão & e#essidade de !eri^icação por prIticas eXteriores para de#laa 'edadeios' ou seEa/
Qjfafad# de se$soscon"ecimentos;
con$ecimentos, con"ecimentos +$e
9[\\/ od$Ge" 9---: ;elas mesmas con^erem o crit,rio da
dasZV:-
ObG+$eG acredita/ di^erentemente de Alt"usser/ ue o termo "b&i#a" em MarX não pode ser
generalizado e nem usado 9no seu se&ido trans^ormador: para se re^erir h ;prItica teKrica; porue ela
!o odifi#a realmente o mundo- * conceito se re^ere h ;trans^ormação o3Eeti!a e real; do "omem e da
natureza 9.Izuez? [\Y/ QRQ<QR:- 2or,m .Izuez de^ende ue uma teoria sK pode estar mediando a
trans^ormação e encontrar seu crit,rio de !erdade na prItica/ se permanecer eXatamente como teoria/
possuindo um conteúdo cuEa riueza de consist8ncia possa iluminar a prItica/ compreendida a relação
indissolú!el entre am3as 9[\Y/ QRZ:-
$m Dialética do Conceto, osic ta3al"a o conceito de 25+HS dentro de uma concepção totalmente
di^erente dos autores marXistas citados- 2ara ele ;a prIXis , a es^era do ser "umano/ ela , a prKpria
0AS$ D$ A4+)HS$ QV
criação "umana como realidade o3Eeti!a; 9[\[/ QR:- 2ortanto a ;prItica; não pode ser pensada apenas
como uma ati!idade eXterna do "omem/ como parecem ^az8<k: os autores citados- $le a distingue do
conceito de tra3al"o/ porue/ comenta/ ela compreende al,m do momento la3orati!o/ o momento
eXistencial?
;$la se mani^esta tanto na ati!idade o3Eeti!a do "omem ue trans^orma a natureza e marca com o sentido
"umano os materiais naturais/ como na ^ormação da su3Eeti!idade "umana/ na ual os momentos
eXistenciais como a angústia/ a nIusea/ o medo/ a alegria/ o riso/ a esperança não se apresentam como
eXperi8ncia passi!a/ mas como parte da luta pelo recon"ecimento/ isto ,/ do processo de realização da
li3erdade "umana; 9osic? [\[/ QR:-
* centro da re^leXão de osic/ portanto/ em relação h uestão do con"ecimento , o ser $umano enuanto
ciado% ;o "omem sK con"ece a realidade na medida em ue ele cria;- Mas esse processo de criação e de
con"ecimento
um ele o conce3e
todo indi!isí!el comoe de
de entidades algo interior/ atra!,s
signi^icados 9[\[?daQQ<Q:-
apropriação prItico<espiritual do mundo como
* con"ecimento/ para osic/ representa uma das ^ormas de apropriação do mundo/ ue cont,m os dois
modos "umanos de apropriação/ o sentido su3Eeti!o e o conceito o3Eeti!o?
;* processo de captação e o desco3rimento do sentido da coisa , ao mesmo tempo ciação, no "omem/
do correspondente sentido da coisa- $sses mesmos sentidos/ por meio dos uais o "omem desco3re a
realidade e o sentido dela/ são um produto "istKrico<social; 9osic? [\[/ QU:-
* ponto central da uestão da ;prIXis; como crit,rio de !erdade/ dentro do pensamento de osic/ estaria
na capacidade de o con"ecimento de a3ranger o desen!ol!imento e a eXplicitação dos ^enjmenos
culturais como ati!idade prItica o3Eeti!a do ser "umano "istKrico- A coer8ncia e a crítica interna do
tra3al"o cientí^ico , colocada por ele como um processo indi!isí!el dentro da construção do
con"ecimento/ cuEos momentos são? (a# a destruição da pseudoconcretici<
Q\ 0AS$ D$ A4+)HS$
dade/ isto ,/ da ^etic"ista e aparente o3Eeti!idade do ^enjmeno/ e o con"ecimento de sua aut8ntica
o3Eeti!idade (b# compreensão do carIter "istKrico do ^enjmeno ue mani^esta a dial,tica entre o
indi!idual e o social (c# o des!endamento do conteúdo o3Eeti!o e do signi^icado do ^enjmeno/ de sua
^unção o3Eeti!a e do lugar "istKrico na totalidade social 9osic? [\[/ VQ:-
osic conclui sua crítica h !alidade do produto do con"ecimento dizendo ue seria uma ;mI totalidade;
auela ue entendesse a realidade social apenas so3 a ^orma de o3Eetos/ resultados e ^atos EI dados e não
su3Eeti!amente como prIXis "umana o3Eeti!ada 9[\[/ VQ:- 2ortanto/ para ele/ a pro3lemItica da prItica
não , eXplicI!el pela sua oposição h teoria ou h contemplação- Mas/ compreendida dentro da realidade
"umano<social/ ela se opfe h id,ia de se dado ou seEa/ compreendido como o3Eeto eXternamente
!eri^icI!el ou contempla !el- A teoria da ;prIXis; , uma crítica ao idealismo imo3ilista/ ao positi!ismo
pragmItico e ao estruturalismo ue reduz o suEeito a resultante dos mecanismos incontrolI!eis do modo
de produção-
As re^leXfes so3re o processo de !alidação do con"ecimento nos mostram o campo a3erto de de3ate não
sK da produção empírica/ como da prKpria concepção da realidade a ser estudada e do suEeito ue
con"ece? não dI para separar os elementos indi!izí!eis dessa construção ; prItico<espiritual;-
Dentro da perspecti!a dial,tica da !alidade da pesuisa/ a prItica não pode ser pensada apenas como
ati!idade eXterna de trans^ormação/ mas , importante incluí<la como compromisso social/ e en^atizar a
dimensão interior/ ontolKgica do ser "umano enuanto criador/ e da realidade sKcio<"istKrica como
construção "umana o3Eeti!ada- $m relação ao sa3er/ , necessIrio a3ranger teoria e prItica enuanto
unidades complementares/ prItica teKrica enuanto aproXimação da realidade/ e teoria capaz de incluir e
compreender a trans^ormação social? crit,rios ao mesmo tempo internos e eXternos ue pro!am a lKgica e
a sociolKgica do con"ecimento-
* aporte marXista no campo da ;!eri^icação; do con"ecimento não pode consistir num menosprezo aos
instrumentais das outras a%oda0es, na 3usca de o3Eeti!ação- por,m a sua superação dial2&i#a a
medida em ue coloca no interior da de^inição da prKpria ealidade social/ a condição sine ua non de
seu con"ecimento e de sua
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C*4C)(S*
G 5*C(56 apresentar neste tra3al"o uma contri3uição teKri<co<instrumental/ trazendo para o campo da
metodologia a preocupação com os ;camin"os de pensamento; na construção do sa3er cientí^ico e ao
mesmo tempo c"egar h prItica de pesuisa no campo da Saúde- &entei retirar o carIter apenas t,cnico
usualmente apresentado da metodologia/ mas tam3,m demonstrar ue todo ;t,cnico; tem como
pressuposto uma teoria e ue toda teoria e toda t,cnica estão !inculadas a pressupostos de uma !isão
social de mundo ue as ^undamenta- Hsso não , di^erente na Irea da in!estigação em saúde porue ela
compartil"a os mesmos pro3lemas teKrico<metodolKgicos ue a3sor!em a atenção dos Cientistas Sociais
"oEe- 2or isso/ 3usuei mostrar ue/ do ponto de !ista do con"ecimento/ saúde , um o3Eeto tão inatingí!el
uanto ualuer o3Eeto social ue dele temos um con"ecimento aproXimado pro!eniente de esuemas
teKricos ue por seu carIter peculiar proEetam luz so3re determinados aspectos e descon"ecem outros ue
tam3,m a razão ue o con"ece e não apenas a realidade social o3Eeto do con"ecimento , dinamicamente
"istKrica e ue a ci8ncia da saúde não , ;um sistema contido e detido numa ordenação intemporal de
princípios esta3elecidos e esta3ilizados; 9Melo e Souza? [YZ/ VQ: ue não-eXiste nen"uma e!id8ncia nos
^enjmenos sociais do campo da saúde? nada , dado/ tudo , construído/ inconcluso e superI!el ue a
realidade aí encontrada como todo o social , in^initamente mais rica/ mais dinmica/ mais compleXa do
+$e ualuer discurso cientí^ico so3re ela e ue a ci8ncia ue a a3orda não a captura/ ela apenas indica a
direção e a organização
Q[
QVR C*4C)(S*
intelectual segundo a ual se pode ter maior certeza da aproXimação do real-
&entei re!elar tam3,m o carIter comprometido entre o suEeito e o o3Eeto da in!estigação/ nos mais
di^erentes aspectos/ relação ue se torna particularmente e!idente no caso da saúde onde as uestfes
tratadas a^etam de ^orma tão essencial a todos nKs- * recon"ecimento da construção do o3Eeto como
tare^a "umana/ "istKrica/ solidIria/ compleXa/ aproXimati!a/ descontínua e inaca3ada tam3,m diz respeito
h construção do suEeito- * pesuisador das uestfes da saúde não estI ^ora da realidade ue in!estiga- *
real ue ele con"ece , auele ue ele realiza/ e sua o3Eeti!idade , uma construção ue se dialetiza no
processo de o3Eeti!ação e su3Eeti!ação- 4ão somente o o3Eeto , por ele construído/ mas ele prKprio se
constrKi no la3or da pesuisa- 6I uma polaridade complementar entre o cientista e o seu o3Eeto/ de tal
^orma ue suas ^ormulaçfes o3Eeti!as correspondem a seu processo e ^ormulação su3Eeti!os- Daí ue
;toda constatação por mais rigorosa ue seEa se passa no interior de sua consci8ncia e se encontra/ por
isso/ sendoAsumuestfes
[ZQ/Y:- ^ato su3Eeti!o ligado a um
do in!estigador processo
^azem de euilí3rio
a mediação entre o orientado para
o3Eeto e ele um ^im;
prKprio/ de 9Goldmann?
tal ^orma ue o
con"ecimento ue persegue , ao mesmo tempo reti^icação de seu sa3er e de si mesmo , o
recon"ecimento de seus limites e o mo3ilizador para ultrapassI<los- ;A tomada de consci8ncia ue passa
do !i!ido ao pensado não termina o con"ecimento/ ela ^az parte dele pois o esta3elecimento dos
conceitos não anula a dimensão e a incursão do imaginIrio; 9Canguil"em? [ZQ/VV:- Hsso le!a a concluir
ue ualuer discurso teKrico não , a re!elação total da realidade/ , a realização de um real possí!el ao
suEeito/ so3 condiçfes "istKrico<sociais dadas? o o3Eeto construído anuncia e denuncia o suEeito ue o
constrKi? ela , a eXteriorização de sua interioridade/ do seu tempo/ do seu meio/ de suas uestfes/ de sua
inserção de classe-
* recon"ecimento da polaridade complementar entre suEeito e o3Eeto/ me le!ou tam3,m a demonstrar a
necessidade do es^orço de o3Eeti!ação/ ou seEa/ a 3usca de minimizar as incursfes do su3Eeti!is<mo e do
espontaneísmo pelo compromisso interno de discussão teKrico<metodolKgica e pelo compromisso social
de su3meter a a3ordagem aos crit,rios da prItica- A compreensão teKrica das compleXas
C*4C)(S* QV
relaçfes e correlaçfes ue con^iguram a Saúde como o3Eeto cientí^ico eXige a ela3oração de um conEunto
de conceitos/ de m,todos e de t,cnicas adeuados a ultrapassar o empirismo/ a ;ilusão da transpar8ncia;/
as percepçfes/ as intuiçfes e os preconceitos- *s crit,rios de !alidade interna do con"ecimento ue
passam pelos camin"os do de3ate teKrico e t,cnico/ por,m/ de!em permanentemente ser permeados pelas
uestfes ue a prItica social no campo da Saúde suscita- A relação dial,tica entre o es^orço lKgico e os
compromissos sociais desde a de^inição do pro3lema de pesuisa at, o produto pro!isKrio gerado no
processo do con"ecimento e sua adeuação hs prIticas de Saúde , o parmetro principal da o3Eeti!ação-
2or,m/ em nen"um momento a o3Eeti!idade eXclui o suEeito e sua "istoricidade/ sua ^ormação/ seus
interesses e suas uestfes- Hncluí<lo como condição do con"ecimento ^az parte da !isão mais totalizante
do processo cientí^ico-
Dentro do uadro geral das a3ordagens em Ci8ncias Sociais pri!ilegiei neste tra3al"o as c"amadas
;Metodologiasso3re
con"ecimento Pualitati!as; principalmente
Saúde/ seEa pela importncia
enuanto concepção/ ue possuem
seEa enuanto na prIticas
políticas/ construção do eFou
social
institucional- Como em ualuer processo social/ o o3Eeto ;Saúde; o^erece um ní!el possí!el de ser
uanti^icado mas o ultrapassa uando se trata de compreender dimensfes pro^undas e signi^icati!as ue
não conseguem ser aprisionadas em !ariI!eis- 4a discussão so3re o ;ualitati!o; tentei des^azer a
^reente dicotomia entre macroFmicro^enjmenos/ entre representação e 3ase material/ entre imaginação
e razão/ e no caso especí^ico da saúde/ entre o corpo e a mente- %usuei demonstrar ue seEam eles macro
ou micro/ re^iram<se ao indi!íduo ou a um grupo social/ os ^enjmenos re^erentes h Saúde são compleXos
e o recon"ecimento da sua compleXidade dinmica , reuisito indispensI!el para pensI<los
cienti^icamente? não eXiste nen"uma simplicidade nos micro^enjmenos/ o ^ato aparentemente mais
simples , um compleXo de relaçfes- Pualuer ser "umano/ ualuer grupo ou classe social , uma
multiplicidade de relaçfes e de relaçfes entre relaçfes-
Com re^er8ncia h representação social dos indi!íduos e grupos ela QstI a3ordada como parte da realidade-
4o sentido ue?
QVQ C*4C)(S*
;Pualuer situação "umana sK , caracterizI!el uando se tomam em consideração as concepçfes ue os
participantes t8m dela/ a maneira como a eXperimentam/ suas tensfes e como reagem a essas tensfes
assim conce3idas;- 9---: ;* desprezo pelos elementos ualitati!os e a completa restrição da !ontade não
constitui o3Eeti!idade e sim negação da ualidade essencial do o3Eeto; 9Man"eim? [\Y/ ZR/ ZU:-
A representação social dos indi!íduos e grupos/ por,m/ estI pensada em relação hs 3ases materiais ue a
engendram? de um lado temos ue o "omem , o produto de seu produto? as estruturas da sociedade criam
seu ponto de partida de outro/ temos ue esse "omem constrKi a "istKria dentro das condiçfes rece3idas
ultrapas<sando<as/ e inscre!e sua signi^icação por toda parte/ em todo o tempo e na ordem das coisas- A
compreensão ualitati!a/ tal como a propon"o/ , um mo!imento totalizador ue reúne a condição
srcinal/ o mo!imento signi^icati!o do presente e a intencionalidade em direção do proEeto ^uturo- $la
3usca/ para^raseando Sartre/ ;a unidade pluridimensional do ato em sua ligação com cada um e com
todos; 9Sartre?
material [ZY/\:/
mais e!asi!o ue ,a signi^icação
o pensamentopro^unda
"umano-ue cada ,pocacom
&ra3al"ando empresta h pala!ra/
o material ao gesto
sim3Klico e ao
ue eXterioriza
o ponto de !ista dos atores sociais _ especi^icamente no ue se re^ere aos sistemas de saúde _ tentei
mostrar ue/ seEa a partir dos indi!íduos/ dos grupos/ ou das classes/ a totalidade ^undamental se eXpressa
no perene conú3io entre mente e corpo/ mat,ria e espírito ue na aparente simplicidade de uma
mani^estação so3re saúde/ os suEeitos indi!iduais proEetam sua !isão da sociedade e da natureza/ a
"istoricidade das relaçfes e condiçfes de produção inscritas no seu corpo/ seu espaço "odolKgico/ sua
temporalidade social/ seus in^initos culturais/ seus ^etic"es/ seus ^antasmas e seus anseios de
transcend8ncia- 2ortanto a pesuisa ualitati!a proposta aui recon"ece o suEeito como autor/ so3
condiçfes dadas/ capaz de ;retratar e e&a&a" a realidade- 4ão apenas como um suEeito suEeitado/
esa0ado e reprodutor das estruturas e relaçfes ue o produzem e nas +$ais ele od$G.
Te&ei os&a ue as ;Metodologias de 2esuisa Pualitati!a; não
C*4C)(S* QVU
constituem em si ideologia ou uma crrente de pensamento- 2elo contrIrio/ descre!o<as como
componentes das principais lin"as teKricas das Ci8ncias Sociais e/ em cada uma delas/ su3metidas a uma
organização e a pressupostos peculiares- Do ponto de !ista da a3ordagem empírica recon"ece<se ue o
^uncionalismo e a ^enome<nologia desen!ol!eram e re^inaram mais seu instrumental- Apesar disso/
propon"o a a3ordagem dial,tica como sendo auela capaz de reter ao mesmo tempo o !alor "eurístico
dos dados e conectI<los com as relaçfes essenciais ue não são necessariamente apreendidas atra!,s das
representaçfes sociais- Puando se trata dos ^atos re^erentes h saúde/ essa ^orma de a3ordagem a3range a
"istoricidade dos ^enjmenos 9concepçfes/ relaçfes sociais e institucionais/ políticas etc:/ sua localização
no modo de produção/-ue , a totalidade maior/ incorpora a cultura como sendo cultura de classe e as
representaçfes sociais como eXpressfes do lugar e das condiçfes sociais de !ida e de tra3al"o dos suEeitos
em uestão- Desta ^orma/ a metodologia dial,tica compreende o carIter contraditKrio/ con^liti!o e
totalizante de ualuer
complementar relação
entre a razão e asocial- Do ponto
eXperi8ncia/ entredeas!ista do con"ecimento
categorias analíticas eela
as a3range a polaridade
categorias empíricas/ entre
o mundo natural e o mundo social/ entre o pensamento e a eXist8ncia/ entre a multiplicidade e a unidade/
entre a eXterioridade e a in^erioridade/ entre a anIlise e a síntese-
4o ue tange ao instrumental prItico para o tra3al"o empírico/ mostro ue a a3ordagem dial,tica não o
tem ela3orado- $la de!e/ então/ apropriar<se da eXperi8ncia ^uncionalista e ^enomenolKgica e/ ao
incorporI<la/ ultrapassar<l"es as premissas e pressupostos- Sua superioridade se mostra tam3,m pela
capacidade de a3ranger as !erdades parciais das outras correntes e superI<las- 2or,m/ a construção do
con"ecimento a partir desse re^erencial 9em todos os aspectos/ e de ^orma particular no tra3al"o com
representaçfes sociais: , uma tare^a pouco desen!ol!ida e pouco eXercitada/ , desa^io ao pesuisador da
Irea de Saúde-
2or ^im/ ^aço ainda uma o3ser!ação a respeito dos limites deste tra3al"o- 2ropus<me a desen!ol!er uma
re^leXão teKrico<metodolK<gica/ !isando uma das possi3ilidades de a3ordagem da realidade? as
metodologias ualitati!as- A recuperação conteXtualizada desse re<
QV C*4C)(S*
^erencial parte do pressuposto/ ^undamentado na prItica teKrica/ de ue se trata de uma contri3uição
atualmente importante na Irea de Saúde- 6I em todo o mundo ocidental um renascer de preocupaçfes
antropolKgicas ^rente aos grandes interrogantes ue a sociedade moderna coloca a seus mem3ros- 6I em
todas as Ireas das Ci8ncias Sociais _ incluída a Administração 2ú3lica _ uma tomada de consci8ncia da
importncia de compreender a compleXidade das relaçfes sociais ue criam/ alimentam/ reproduzem e
trans^ormam as estruturas/ a partir do ponto de !ista dos atores sociais en!ol!idos nessas relaçfes- Hsso ,
uma tare^a de a3ordagem ualitati!a- * estudo ue pro!isoriamente termino/ por,m/ não se pretende
eXausti!o? , antes um começo de con!ersa- Constitui<se em re^leXfes 3Isicas para estimular outras
re^leXfes- Cada item aui desen!ol!ido , para ser retomado/ testado e apro^undado? ;a !erdade sK gan"a
sentido ao ^im de uma pol8mica- Assim não poderia "a!er !erdade primeira- SK "I erros primeiros- A
e!id8ncia primeira nunca , uma !erdade ^undamental; 9Canguil"em/ comentando o ;primado do erro; em
%ac"elard?
nesse [ZQ/
terreno ue VR:-
não 4essa 3uscae nem
tem donos sem<^im/ nesse
limites/ processo inaca3ado/
o SHG4H0HCAD* c"eio de contradição
e a H4&$4CH*4A(DAD$ são osemesmos
solidIrio/
da
primeira h última lin"a?
* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*
%H%)H*G5A0HA
AD*54*/ &- W- 1 6*56$HM$5/ M-Sociol!gica. Madrid- $d- &aurus- [Z[-
AG(D$)*/ S- 0- ;As Doenças &ropicais? da anIlise de >^atores> h anIlise de >processos>;- s Cincias em
Saúde na méica atina. *2AS- [YV 9Q[U<UR\:-
A))2*5&/ G- W- 5$e use ofpesonal documents in 'sZc$ological eseac$. 4e7 ork- Social Sciences
5esearc" Council- [Q-
A)M$HDA 0H)6*/ 4- Epidemiologia sem úmeos. 5io de Janeiro- $d- Campus- [YY-
A)&6(SS$5/ )- 'ou Ma8. 2aris- d- Maspero- [\V-
<<<<<<<<- n"lise Ctica da 5eoia Ma8ista. 5J- Oa"ar $d- [\Z-
A4D$5S*4/ 2- Su le Ma8isme /ccidental. 2aris- Maspero- [ZZ-
<<<<<_- Cise da Cise do Ma8ismo. São 2aulo- $d- %rasiliense- [YZ 9U-a ed-:-
A4D5/ M- $- D- A- ;* uso da &,cnica de AnIlise Documental na 2esuisa e na A!aliação
$ducacional;- 5ecnologia Educacional.5io de Janeiro/ ano H 9\:? maio e Eun"o/ [YQ 9R<\:-
<<<<<<<<<- ;&eXto/ ConteXto e Signi^icados? algumas uestfes na anIlise de
dados ualitati!os;- Cadenos de 'esuisa. São 2aulo 9V:? maio de [YU 9\\<Z:-
A2$O$C6$A/ 6- J- ;2ro3lemas MetodolKgicos da 2esuisa na Ci8ncia da Saúde;- As Cincias Sociais
em Saúde na méica atina. *2AS- [YV 9\<Z:-
A5*(CA/ A- S- da S- * Dilema 'e*enti*ista% Contri3uição para a compreensão e crítica da Medicina
2re!enti!a- Campinas- (4HCAM2- [ZV 9&ese de Doutoramento:/ 9mimeo:/
QVV
QV\ %H%)H*G5A0HA
<<<<<<<<<- ;A 5e^orma SanitIria %rasileira;- 5ena, 9no!- [YY:-
%AC6$)A5D/ G- / o*o Espito Cientfico. 5J- $d- &empo %rasileiro- [\Y-
<<<<<<<<- ssaí su Ia Connaissance ppoc$ée. 2aris/ J- .rin- [\[ 9U-ed-:-
<<<<<<<<- afomaci!n dei Espita Cientfico. %uenos Aires- Siglo H- [ZQ-
<<<<<<<<- ;A 0iloso^ia do 4ão;- 9ac$elad. Coleção 2ensadores- São 2aulo- $d-
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%$C$5/ 6- S- ;2ro3lems o^ in^erence and proo^ in 2articipant *3ser!a<tion;/ meican Sociological
+e*ic, QU 9dez-
%$4JAMH4/ [VY: pIg- \VQ<\VU-
2- ;Hnter!ie7ing tec"niues and ^ield relati>Ens"ips;- nl$o;pologZ 5odaZ. C"icago-
(ni!ersity o^ C"icago 2ress- 9[VU:
%$5$)S*4/ %- Content nalZsis in Communication +eseac$. 4- ork- (ni!ersity 2ress- [Z-
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%$55$M A4/ G- ;2or detrIs de muitas mIscaras;- Des*endando M"scaas Sociais. 5io de Janeiro- $d-
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U)A)*C/ G- Intodução : 'esuisa Social. 5J- Oa"ar $d- [Z\-
U)(M$5/ 6- SZmbolic Inteactionism. 4-- 2rentice 6a(- [\[-
%*6A44A4/ 2- J- ;Conscience Collecti!e et Culture; in EssaZs in Soci!togZ Xti 'fulosop$Z. . -
6arper and 5o7- [\ 9ZZ<[\:-
<<<<<<<<;*2rogresso da Antropologia;- Desiíenr^aiidoM^lsc^lr^lsSoc7is- 5io de
aaearo- $d- )i!raria 0rancisco Al!es- [ZV 9QV<QV[:-
%H%)H*G5A0HA QVZ
%*)&A4SH/ )- As Classes So"ais c o Copo. 5J- Graal $d- [Z[-
%*&&*M*5$/ &- %- 1 5(%$)/ M-Sociologia e7ilosofia Social de \al Ma8. 5io de Janeiro- Oa"ar $d- [\-
%*&&*M*5$/ &- %- et alii-Di"on"io do 'ensamento Ma8ista. 5io de Janeiro- Oa"ar $d- [YY-
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<<<<<<<<- ;Condiçfes de Classe e 2osição de Classe;- Economia das 5ocas
Simb!licas. $d- 2erspecti!a- São 2aulo- [Z-
<<<<<<<<- Sociologia. São 2aulo- $d- +tica- [YU-
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CA5D*S*/ 0- 6- * Método Dialético na n"lise Sociol!gica. 5io de Janeiro- H%5AD$S- [ZU 9mimeo:
CA5D*S*/ 5- 9org-: *entua ntopol!gica. 5io de Janeiro- $d- 2az e &erra- [Y\-
<<<<<<<_- ;A!enturas de AntropKlogos em Campo ou como escapar das
armadil"as do m,todo;- *entua ntopol!gica. 5io de Janeiro- $d- 2az e &erra- [Y\ 9[V<R\:-
QVY %H%)H*G5A0HA
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Panuary:?
SC5HMS6AW/ UU<UVU-[VV-
S- nt$opological ppoac$es fo 'ogamme impo*ement. )os Angeles- (ni!ersity o^ Cali^Krnia-
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7ilosofia
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GrI^ica e $ditora Alaúde Htda-
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