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TRABALHO E SINDICATO NO RIO DE

JANEIRO DITATORIAL: ONDE ESTAVAM


A MÃO DE OBRA FEMININA E A MÃO DE
OBRA NEGRA?
Adelle Sant’Anna (FGV/CPDOC)¹
Orientador: Paulo Fontes (UFRJ/IH)²
E-mails: B33273@fgv.edu.br¹; pfontes@mandic.com.br²

Introdução Materiais e métodos


O Rio de Janeiro pré Golpe de 1964 foi apelidado de forma O acesso às experiências desses trabalhadores e esses
pejorativa por setores conservadores como “República sindicatos tem se estabelecido a partir de fontes diversas.
Sindical”, diante da efervescência sindical que se manifestava Nosso esforço tem se voltado principalmente para o
naquele contexto. O golpe foi, de certa forma, uma reação às levantamento de fontes, sendo os arquivos da Hemeroteca
articulações entre trabalhadores rurais e urbanos. Essa é uma Digital, do Centro de Documentação e Memória da Unesp
questão que tem sido obscurecida pela tradicional ênfase (Cedem), do Acervo de Memória Operária do Rio de Janeiro,
historiográfica nas narrativas sobre luta armada, militância de o Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, o Instituto
esquerda e movimento estudantil. Brasileiro de Geografia e Estatística os focos de nossa
O apagamento da agência histórica de trabalhadores incide atenção. Fora esses acervos, também nos dedicamos à leitura
diretamente sobre a discussão acerca da participação de de depoimentos de lideranças negras relacionadas aos
figuras femininas e negras no contexto ditatorial – mulheres e movimentos negro e sindical.
negros trabalhavam naquele período, mas pouco se sabe
sobre essas experiências. É, portanto, a partir de uma Resultados e discussões
perspectiva de recorte de raça e gênero que visamos explorar
a questão de sindicatos cariocas entre 1964 e 1978. A abordagem interseccional entre trabalho, sindicato e raça
tem se mostrado complicada, uma vez que a dimensão racial
muitas vezes não se manifesta nas fontes. Esse silenciamento
Objetivo diante das questões raciais pode ser tanto um indício acerca
das percepções sobre raça no meio sindical naquele contexto
O objetivo dessa pesquisa é estudar trabalhadores e quanto um dado relacionado à emergência do movimento
sindicatos das categorias bancária, têxtil e industrial naval¹ no negro ao final do recorte de nossa pesquisa.
Rio de Janeiro entre 1964 e 1978, tendo como foco investigar
se havia entre esses operários e operárias discussões Notas:
relacionadas a questões raciais e analisar possíveis A escolha pela análise de bancários, têxteis e operários navais se dá
articulações entre esses sindicatos, o movimento feminista e a pelo contraste entre as composições étnico-raciais e de gênero dessas
emergente terceira fase do Movimento Negro.² categorias.¹
Seguimos aqui a periodização de Petrônio Domingues (2007)²

Referências bibliográficas
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Fapesp. 2013.

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