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Brasil: o país que menos valoriza o professor

Pesquisa da Varkey Foundation mostra que país passou de penúltimo para último lugar entre as
35 nações avaliadas; China lidera o índice

Por Bruna Motta

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9 nov 2018, 11h10 - Publicado em 8 nov 2018, 18h57

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Segundo o estudo, a maioria dos entrevistados brasileiros afirmou que a profissão mais
comparável a de professor é a de bibliotecário (Hans von Manteuffel/Agência O Globo)

Segundo a pesquisa da instituição beneficente de ensino global Varkey Foundation, divulgada


nesta quarta-feira (07), o Brasil é o país que mais desvaloriza o professor entre as 35 nações
avaliadas.

O Índice Global de Status de Professores teve sua estreia em 2013 e também mostrava uma
posição desconfortável do Brasil: penúltimo lugar. Desta vez, está em último.

As informações são baseadas em análises de opinião realizadas pelo Instituto Nacional de


Pesquisa Econômica e Social da Inglaterra (National Institute of Economic and Social Research)
com mais de 35.000 adultos na faixa etária dos 16 aos 64 anos e mais de 5.500 professores
ativos em 35 países.

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A pesquisa mostra que 9 em cada 10 brasileiros acreditam que não há respeito por parte dos
alunos aos seus professores. É o menor número entre os 35 países pesquisados. Outro tema
apresentado foi a carga horária semanal dos profissionais em sala de aula, onde a pesquisa
aponta o desconhecimento do público em relação ao tempo gasto pelos mestres. De acordo com
o índice, os professores brasileiros têm uma carga horária semanal muito maior do que se pensa
— 47,7 horas semanais, enquanto o brasileiro julga ser 39,2 horas no período.

“Os professores são contratados para 10h/16h semanais. Isso o obriga a dar aulas em diferentes
redes ou criando profissões paralelas”, afirma Claudia Costin, professora universitária e ex-
secretária de Educação no Rio de Janeiro. Segundo a especialista, seriam necessários contratos
de 40 horas semanais, o que criaria um ambiente adequado para os profissionais planejarem
suas aulas, participarem de grupos colaborativos com outros profissionais e também estreitarem
a relação com os alunos.

Ainda de acordo com o levantamento, a maioria dos entrevistados brasileiros afirma que a
profissão mais comparável a de professor é a de bibliotecário. Na China, líder no índice, Rússia e
Malásia, os mestres são mais comparáveis a médicos.

Costin explica que a diferença do Brasil para os países que valorizam o profissional de educação
vai além dos baixos salários, que tornam a profissão menos atrativa. “Não temos exigências altas
no Brasil. Os alunos piores no Enem vão para o curso de professor. Lá fora é dificílimo se tornar
professor, o que dá prestígio a profissão”, diz.

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Vikas Pota, presidente da Fundação Varkey, acredita que a pesquisa comprova a necessidade de
elevar o status dos professores para melhorar o desempenho dos alunos. “Este relatório dá ao
governo brasileiro toda a evidência que precisa para apoiar os professores, a fim de dar aos
jovens brasileiros as habilidades necessárias para o futuro”, disse. O estudo mostra pela primeira
vez que existe uma relação direta entre o status de professor e o desempenho dos alunos,
conforme medido pelas pontuações do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos).
Os países como a China, que conferem um maior status aos professores, são mais propensos a
registrar maiores pontuações no exame internacional.

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