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RESUMO: Neste texto apresentamos o O mundo da tecnologia está cada vez mais
enquadramento teórico que suporta a integração de móvel e a cada dia que passa são reveladas
tecnologias móveis (telemóvel) em contextos novas funcionalidades (Craig & Von Lom,
educativos, nomeadamente: Construtivismo, Teoria 2009). As tecnologias móveis estão a
da Actividade e Modelo de ARCS, as
revolucionar a forma como se trabalha e
especificidades que o compõem e uma reflexão
sobre a sua aplicação. Indicamos possibilidades de aprende, abrindo um leque de opções em todos
utilização das tecnologias móveis dentro e fora da os sectores da sociedade. Elas estão por todo o
sala de aula, apresentando um exemplo de como as lado não sendo excepção nas instituições de
usamos. ensino, porém, na maioria delas, os alunos são
desencorajados a usá-las.
ABSTRACT: We present a framework to support
mobile technologies integration in teaching and A evolução das tecnologias móveis está a
learning contexts, based on Constructivism, Activity ajudar ao aparecimento de um novo paradigma
Theory and ARCS Model, the specificities of its educacional comummente designado por
component and a reflection on its use in an mobile learning. Para Ally (2009) o m-learning
educational context. We suggest examples for their
é a distribuição de conteúdos de aprendizagem
use inside and outside the classroom. Finally, we
present an example that shows how we use mobile através de dispositivos móveis, como o
learning in teaching and learning. telemóvel, PDA, Pocket PC ou Tablet PC.
Outros autores definem este conceito em função
Palavras-chave: Mobile Learning, Construtivismo, das experiências de aprendizagem dos
Teoria da Actividade, Modelo ARCS, telemóvel.
aprendentes ou partindo da perspectiva das
Key Words: Mobile Learning, Constructivism, tecnologias que permitem a aprendizagem
Activity Theory, ARCS Model, mobile phone. (Kukulska-Hulme & Traxler, 2005).
Na opinião de Alexander (2004) a
INTRODUÇÃO aplicação de tecnologias móveis na educação
A globalização e a evolução do mercado está a transformá-la, ao permitir ligar
de trabalho exigem a aquisição de novas professores e alunos dentro e fora da sala de
competências, essenciais para enfrentar os aula e proporcionar uma aprendizagem cada vez
desafios colocados pela permanente mudança mais ubíqua. Foi neste sentido que
que caracteriza a sociedade e as economias no desenvolvemos um projecto de investigação,
mundo actual. Novas competências requerem cujo estudo decorreu ao longo do ano lectivo
novos contextos e novas estratégias de 2008/2009, numa escola secundária pública e
aprendizagem. numa escola profissional, com quatro grupos de
alunos (n=68). O enquadramento teórico que
Sendo a escola um pilar no seio das apresentamos sustenta o estudo desenvolvido,
revoluções sociais, tecnológicas e económicas, de cunho qualitativo – múltiplos casos, que aqui
são numerosas as transformações a desafiá-la. se descreve sucintamente uma pequena parte.
Os computadores, a Internet e actualmente as
tecnologias móveis (telemóvel, PDA, Pocket
PC) ao tornarem-se parte integrante das vidas ALICERCES TEÓRICOS
de todos nós, em particular, das gerações mais Compreender como os sujeitos aprendem e
novas, estão a moldar as nossas vidas (Stead et como a aprendizagem acontece são
al., 2006) e a abrir novas possibilidades. considerações fulcrais para o desenho de
estratégias de aprendizagem, em particular, para
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em contexto educativo dentro e fora da sala de objectivo é mediada por ferramentas, criando
aula, interagem entre si e influenciam-se um triângulo básico: sujeito, objecto (motivo) e
mutuamente. artefacto mediador. A TA é um modelo teórico
que permite nortear a análise holística de um
Contrutivismo determinado fenómeno em estudo, permitindo
Os princípios construtivistas oferecem um incluir os diferentes ângulos da actividade
conjunto de directrizes que auxiliam na criação sócio-histórica e as relações entre diversos
de ambientes educacionais colaborativos sistemas de actividade.
capazes de apoiar experiências de Engeström (2006), persuadido pelas
aprendizagem autênticas, atraentes e reflexivas. limitações do modelo básico da primeira
Para Fosnot (1996) a aprendizagem é um geração da TA, apresenta o modelo triangular
processo centrado no aluno como sujeito activo do sistema de actividade composto pelos
e construtivo. seguintes elementos: sujeito – indivíduo ou
O construtivismo social (sócio- grupo cujas acções são escolhidas para análise;
construtivismo) coloca a ênfase nos aspectos artefactos mediadores – ferramentas para
sociais da aprendizagem. O aluno mais do que desenvolver as actividades no sentido de
um indivíduo isolado é visto como um membro transformar o objecto; objecto – o problema
de um grupo social. Segundo Zurita e para o qual a actividade está dirigida; regras –
Nussbaum (2004) para a construção de normas que condicionam e regulam as acções e
ambientes de aprendizagem construtivistas interacções no interior do sistema de actividade;
eficazes a aprendizagem deve ser construtiva, comunidade – indivíduos que partilham o
activa, significativa, baseada em consulta, mesmo objecto; divisão do trabalho -
reflexiva e colaborativa. distribuição de tarefas entre os membros da
comunidade.
Os princípios básicos do construtivismo
adoptados sustentam a ideia de que o Ao aplicarmos, ainda que de uma forma
conhecimento quando construído pelo aluno é simplificada, os componentes do sistema de
mais facilmente interiorizado; a aprendizagem é actividade às actividades de aprendizagem
um processo activo e reflexivo; a interpretação individual e colaborativa desenvolvidas neste
que o aluno faz da nova experiência é estudo, diremos que: a) num sistema de
influenciada pelo seu conhecimento prévio; as actividade escolar há sempre um objectivo ou
interacções sociais introduzem perspectivas motivo (objecto) para realizar trabalho
múltiplas na aprendizagem; a aprendizagem (actividades) individual ou colaborativo por
requer a compreensão não apenas do todo, mas parte do(s) sujeito(s); b) o objecto ou “espaço
também das partes que deverão ser entendidas do problema” para o qual a actividade está
no contexto do todo. A aprendizagem deve direccionada é moldado ou transformado em
centrar-se em contextos e não em factos resultado/produto com a ajuda de artefactos (em
isolados. contexto escolar os resultados esperados são o
sucesso escolar dos alunos); c) os artefactos
Teoria da Actividade mediadores (ferramentas físicas ou simbólicas,
externas ou internas) do processo individual ou
A Teoria da Actividade (TA) apresenta-se colaborativo são tanto os dispositivos móveis
como um quadro descritivo psicológico que (telemóvel), como os conteúdos disciplinares ou
ajuda a compreender a unidade de consciência e os materiais didácticos; d) as regras são as
da actividade. É uma abordagem normas (implícitas ou explícitas) estabelecidas
multidisciplinar nas ciências humanas e toma que restringem acções no interior do sistema de
como unidade de análise o sistema de actividade, por exemplo, a partilha ou não de
actividade colectivo orientado para o objecto actividades, as decisões tomadas
(motivo) e mediado por artefactos, fazendo a individualmente ou em grupo; e) a comunidade
ponte entre o sujeito individual e a estrutura é formada por alunos, professores e restante
social. A noção básica da TA é que o sujeito comunidade educativa que partilham o mesmo
participante numa actividade actua porque quer objectivo geral; f) a divisão do trabalho é o
atingir um determinado objectivo (objecto). O papel que cada sujeito assume no sistema de
seu interesse dirige-se a uma actividade que actividade (a divisão das tarefas entre os
tenta usar e modificar para alcançar o resultado membros da comunidade pode ser horizontal ou
esperado. A sua intenção para com esse vertical relacionada com o poder e o status).
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