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Ciclo celular

De acordo com a teoria celular, as


células, para além de serem as
unidades básicas da vida, asseguram a
continuidade dessa mesma vida, na
medida em que se dividem e originam
novas células.
A informação genética contida nos
ácidos nucleicos encontra-se, nos seres
eucariontes, no núcleo da célula.
Quando uma célula se divide, é
necessário que a molécula de DNA se
replique, permitindo que cada célula-
filha herde uma cópia de toda a
informação genética que a célula-mãe
possuía.
Desta forma, as características
perpetuam-se de geração celular em
geração celular.
Ciclo celular

A maioria dos organismos


procariontes apresenta uma só
molécula de DNA, que não está
associada a proteínas e se encontra
dispersa no hialoplasma.
Neste caso, a divisão celular é um
processo simples, que pode ocorrer
assim que a molécula de DNA se
tenha replicado.
Pelo facto de estes organismos
serem unicelulares (bactérias), cada
vez que ocorre a divisão celular,
verifica-se a produção de dois novos
indivíduos (reprodução) que, salvo
algumas excepções, são idênticos
entre si e idênticos à célula-mãe.
Ciclo celular

Os organismos eucariontes são bem mais


complexos pelo que a sua divisão celular é um
processo mais complexo e demorado.
Os organismos eucariontes possuem a
informação genética distribuída por várias
moléculas de DNA, as quais estão associadas
a proteínas designadas histonas.
De um modo geral, as células crescem,
aumentam o seu conteúdo e depois voltam a
dividir-se. Cada célula origina duas células-
filhas que, se tudo correr bem, serão
geneticamente iguais à célula-mãe.
As células-filhas, por sua vez, podem tornar-
se células-mãe de uma outra geração celular.
A capacidade de as células se dividirem é a
base do crescimento dos seres vivos, da
reconstituição de células e de tecidos e da
reprodução.
Ciclo celular

Nos seres vivos unicelulares


uma só divisão origina dois novos
indivíduos (reprodução).

Num indivíduo multicelular


são necessárias várias divisões
celulares para que se origine
um indivíduo adulto a partir da
célula-ovo.
Ciclo celular

Durante a divisão celular, os organelos, as enzimas e outros constituintes


que fazem parte das células são distribuídos pelas células-filhas.
O DNA é auto-duplicado e as cópias rigorosamente distribuídas. É esta
fidelidade na duplicação e na distribuição do material genético pelas células-
filhas que assegura a continuidade genética da vida.
Ciclo celular

A unidade básica de um cromossoma de uma


célula eucariótica é uma longa molécula de DNA que se
encontra ligada a proteínas, representando estas mais
de 50% da totalidade do cromossoma.
O DNA transporta a informação genética, enquanto
que as proteínas são responsáveis pela forma física do
cromossoma, ao mesmo tempo que regulam a
actividade do DNA.
Em alguns períodos da vida celular, cada cromossoma é constituído por
uma única molécula de DNA associada a proteínas, sendo assim, constituído
por um cromatídeo.
Noutros períodos, contudo, o DNA duplica e o cromossoma fica constituído
por dois cromatídeos, isto é, duas moléculas de DNA associadas a
proteínas. Os dois cromatídeos apresentam-se ligados por uma estrutura
sólida e resistente chamada centrómero, que é uma zona de constrição do
cromossoma, com uma sequência de DNA específica, à qual se liga um
disco proteico.
Ciclo celular

Cada porção do DNA eucarionte, associado às


histonas, constitui um filamento de cromatina.
Estes filamentos encontram-se, na maior parte do
tempo, dispersos no núcleo da célula. O cromossoma
encontra-se distendido, é fino e flexuoso, sendo difícil a
sua observação ao microscópio óptico.
Contudo, quando a célula está em divisão, os
cromossomas apresentam-se bem individualizados uma
vez que estão profundamente condensados. Os filamentos
sofrem um processo de espiralização, originando
filamentos curtos e espessos designados cromossomas
(corpos coloridos) visíveis ao microscópio óptico.
Enquanto que as moléculas de DNA são responsáveis
pelo armazenamento da informação genética, as histonas
conferem estabilidade ao DNA e são responsáveis pelo
processo de condensação.
Assim, pode afirmar-se que as histonas contribuem, de
forma decisiva, para a forma física dos cromossomas.
Ciclo celular
Ciclo celular

Na fase de condensação, cada cromossoma


é constituído por dois cromatídeos, que
resultaram de uma duplicação do filamento inicial
de cromatina, e que ocorreu anteriormente. Assim,
cada um dos cromatídeos é formado por uma
molécula de DNA e por histonas que lhe estão
associadas.
Os cromatídeos de um cromossoma encontram-
se unidos por uma estrutura resistente designada
centrómero, que é uma zona de constrição do
cromossoma, com uma sequência de DNA
específica, à qual se liga um disco proteico.
A parte terminal dos cromossomas designa-se por telómero e previne o
encurtamento causado por enzimas que degradam o DNA a partir das
extremidades da molécula. Os telómeros são importantes na manutenção e
estabilidade dos cromossomas.
Muitos processos de envelhecimento celular têm sido atribuídos à redução
dos telómeros que se verifica em cada divisão celular.
Ciclo celular

A condensação da cadeia de
DNA resulta da associação entre as
histonas e o DNA.
O filamento de DNA, presente em
cada cromatídeo, enrola-se em
torno de um conjunto de histonas,
formando um nucleossoma.
Os nucleossomas, por sua vez,
podem dispor-se de tal maneira,
que conduzem à formação do
cromossoma no seu estado mais
condensado.
Ciclo celular

O número e o tipo de
cromossomas, presentes no núcleo
das células, varia de espécie para
espécie, mas é constante e característico
em cada espécie (cariótipo).
Quando uma célula se divide, cada
célula-filha recebe uma cópia de cada
um dos seus cromossomas,
assegurando-se, desta forma, que
recebem toda a informação genética que
a célula-mãe possuía.
Ciclo celular

O processo que permite


que um núcleo se divida
originando dois núcleos-
filhos, cada um contendo
uma cópia de todos os
cromossomas do núcleo
original e,
consequentemente de toda a
informação genética,
designa-se mitose.
Ciclo celular

Esta divisão nuclear é, geralmente, seguida de uma divisão do


citoplasma, designada citocinese. Assim, a partir de uma célula-mãe
formam-se duas células-filhas, idênticas entre si e idênticas à célula-mãe
que lhes deu origem.
O conjunto destas divisões celulares permite que, a partir de uma
célula inicial, se origine um organismo constituído por vários milhões de
células.

A vida de uma célula inicia-se quando ela surge a partir da célula-mãe e


acaba quando ela própria se divide para originar duas células-filhas.
Ciclo celular

Além disso, mesmo depois do organismo


estar formado, a divisão celular continua a
ocorrer, no sentido de proceder à renovação
de algumas células ou reparar as que foram
lesadas.
A divisão celular assegura, também a
regeneração de orgãos.
Ciclo celular

Depois de uma célula se dividir, é necessário algum tempo para que essa
célula esteja pronta para uma nova divisão, reiniciando-se todo o processo. A
esta alternância de períodos de divisão e períodos de não divisão chama-se
ciclo celular.
O ciclo celular corresponde ao conjunto de transformações que decorre,
de forma cíclica, desde a formação de uma célula até ao momento em que
ela própria, por divisão, origina duas células-filhas.
O ciclo celular compreende, assim, a fase mitótica e o tempo que
decorre entre duas fases mitóticas, que toma a designação de interfase.

Ciclo celular

Fase mitótica Interfase


Ciclo celular

O ciclo celular tem uma duração muito aproximada em células do


mesmo tipo, podendo variar bastante entre células de tecidos diferentes.
Ciclo celular

A interfase é um período relativamente longo quando


comparado com a mitose (pode ocupar cerca de 90% de
duração de um ciclo completo), podendo demorar horas,
semanas, anos ou mesmo perpetuar-se até à morte da
célula, sem que nova divisão ocorra.
A interfase corresponde ao período compreendido
entre o fim de uma divisão celular e o início da seguinte,
período em que ocorre uma intensa actividade
metabólica.
Durante este período, em que os cromossomas se
encontram distendidos, pelo que não são visíveis, a
célula procede à síntese de diversos constituintes, o que
conduz ao crescimento e à maturação. Desta forma, a
interfase permite que a célula se prepare para uma nova
divisão celular.
A interfase compreende três períodos: Intervalo G1
ou intervalo pós-mitótico, Período S ou período de
síntese de DNA e Intervalo G2 ou Intervalo pré-
mitótico.
Ciclo celular

Após uma divisão celular, inicia-se a


primeira etapa da interfase, o período G1 (do
inglês gap = intervalo).
O período G1 decorre entre o fim da
mitose e o início da síntese de DNA. Durante
este período ocorre uma intensa actividade
de síntese. São produzidas moléculas de
RNA, a partir da informação do DNA nuclear,
no sentido de sintetizar proteínas, lípidos e
glícidos; produzem-se enzimas e organelos
celulares.
Esta fase tem uma duração muito
variável, dependendo do tipo de célula. A
célula aumentou o seu volume celular. Os
cromossomas apenas possuem um
cromatídeo.
Ciclo celular

As células de divisão lenta, ou que


não irão sofrer mais divisões, entram então
numa fase G0, onde permanecem longos
períodos de tempo, até nova divisão ou até
à sua morte.
O tempo de permanência em G0
depende do tipo de células e das condições
que a rodeiam.
As células que não voltam a dividir-se
permanecem no estádio G0 semanas, ou
mesmo anos, até que morram.
É o caso, por exemplo, da maioria dos
neurónios e das fibras musculares de um
indivíduo adulto.
Por outro lado, as células de divisão
rápida entram no período S ou período de
síntese.
Ciclo celular

O período S (do inglês synthesis) é caracterizado pela replicação do DNA.


Durante este período, cada molécula de DNA origina, por replicação
semiconservativa, duas moléculas-filhas idênticas.
Às novas moléculas de DNA associam-se histonas.A quantidade de DNA
duplica.
Nas células animais, fora do núcleo, dá-se a duplicação dos centríolos,
originando-se dois pares desses organelos.
Ciclo celular

O período G2 tem lugar após a


replicação do DNA e antes de ter início a
divisão nuclear.
Neste período, verifica-se a síntese
de mais proteínas, bem como a
produção de estruturas/organelos
membranares, a partir das moléculas
sintetizadas em G1, que serão utilizadas
nas células-filhas.
“Os cromossomas apresentam dois
cromatídeos.”
A função principal do período G2 é
confirmar que a replicação dos
cromossomas está completa e, ainda,
que os eventuais estragos na molécula
de DNA estão reparados.
Ciclo celular

No final do período G2, inicia-se a mitose, período durante o qual o


núcleo da célula experimenta um conjunto de transformações que
culminam com a sua divisão.
Neste período dá-se, sobretudo a síntese de biomoléculas necessárias
à divisão celular, como por exemplo, proteínas que vão ser utilizadas na
fase mitótica.
No final do período G1 e no final do período G2 existe um momento de
controlo, antes de se iniciar a etapa seguinte. Em caso de detecção de
erro o ciclo pode não continuar.
No final da interfase, as células que possuem centríolos apresentam-
nos agora duplicados.
Ciclo celular

A mitose corresponde ao período durante o qual ocorre a divisão


celular.
Embora a mitose seja um fenómeno contínuo, por uma questão de
facilidade de estudo, é comum distinguir-se quatro fases: prófase,
metáfase, anáfase e telófase.

Fase mitótica

Mitose ou cariocinese Citocinese

Divisão do núcleo Divisão do citoplasma


Ciclo celular

As células possuem numerosos


filamentos cilíndricos, microtúbulos,
constituídos por uma proteína. Estes são
coordenados por um centro organizador
de microtúbulos [MTOC - Microtubule
Organizing Center).
Nas células animais, o centro
organizador de microtúbulos é constituído
pelo centrossoma, que inclui os
centríolos dispostos perpendicularmente.
Os centríolos são estruturas
cilíndricas constituídas por microtúbulos
altamente organizados, possuindo cada
centríolo nove conjuntos de três
microtúbulos.
Ciclo celular

A mitose corresponde ao
conjunto de transformações
durante as quais o núcleo das
células eucarióticas se divide.
Nesta fase as células
reorganizam os seus
microtúbulos na forma de um
fuso bipolar estando o MTOC
nos pólos do fuso.
A mitose é um processo
contínuo onde, no entanto se
distinguem convencionalmente
quatro estádios: prófase,
metáfase, anáfase e telófase.
Ciclo celular

Profase
Etapa mais longa da mitose.
Os filamentos de cromatina dispersa (DNA não
condensado) condensam-se tornando-se cada
vez mais grossos e mais curtos.
Cada cromossoma é constituído por dois
cromatídeos (cromatídeos-irmãos) unidos por
um centrómero.
Os dois pares de centríolos começam a
afastar-se em sentidos opostos, formando-se
entre eles o fuso acromático ou mitótico,
constituído por um sistema de microtúbulos
proteicos.
Quando os centríolos atingem os pólos, a
membrana nuclear desorganiza-se, os
nucléolos desaparecem e os cromossomas
unem-se ao fuso acromático.
Ciclo celular

Metafase
Os cromossomas atingem o máximo do seu
encurtamento.
Os pares de centríolos encontram-se
posicionados nos pólos da célula.
O fuso acromático completa o seu
desenvolvimento, notando-se que alguns
microtúbulos se ligam aos cromossomas.
Os cromossomas dispõem-se com os
centrómeros no plano equatorial (plano
equidistante entre os dois pólos), voltados
para o centro desse plano e com os braços
para fora. Os cromossomas assim
imobilizados formam uma placa equatorial e
estão prontos para se dividirem.
Ciclo celular

Anafase
É a etapa mais curta da mitose.
Dá-se a clivagem de cada um dos
centrómeros, separando-se os cromatídeos,
que passam a constituir dois cromossomas
independentes (cromossomas-filhos).
Os microtúbulos ligados aos cromossomas
encurtam-se e estes começam a afastar-se,
migrando para pólos opostos. Ocorre a
ascensão polar dos cromossomas-filhos.
A célula alonga-se ligeiramente, aumentando
a distância entre os pólos da célula.
No final da anafase, os dois pólos das células
têm conjuntos completos e equivalentes de
cromossomas, cada um constituído por um
cromatídeo, e, portanto, de DNA.
Ciclo celular

Telofase
Quando os dois conjuntos de
cromossomas atingem os pólos da
célula, inicia-se a telofase.
A membrana nuclear reorganiza-se à
volta dos cromossomas-filhos de cada
célula.
Os nucléolos reaparecem.
Dissolve-se o fuso mitótico.
Os cromossomas descondensam-se
e alongam-se, tornando-se menos
visíveis.
A célula fica constituída por dois
núcleos, terminando assim a mitose.
Ciclo celular
Ciclo celular

Interfase Prófase Metáfase

Anáfase Telófase
Ciclo celular
Ciclo celular

Nas células animais, o início da citocinese é


marcado pelo surgimento de uma constrição da
membrana citoplasmática na zona equatorial da
célula.
Este anel contráctil ou estrangulamento resulta
da contracção de um conjunto de filamentos proteicos
que estão localizados junto da membrana plasmática
e que vai formando um sulco de clivagem.
Este estrangulamento acentua-se, até que a célula-
mãe seja dividida em duas células-filhas. Nas células animais, a
citocinese ocorre por
estrangulamento do
citoplasma.
Este estrangulamento
deve-se à progressiva
contracção de microfibrilas
proteicas, que conduzem à
divisão da célula-mãe em
duas células-filhas.
Ciclo celular
Ciclo celular

Nas células vegetais, a citocinese difere do processo


descrito para as células animais.
Nas células vegetais, a existência de parede esquelética
não permite a citocinese por estrangulamento.
Assim, verifica-se que vesículas resultantes do complexo
de Golgi, contendo celulose, outros polissacarídeos e
proteínas, são depositadas na região equatorial da célula
devido à acção orientadora de microtúbulos que se formam
entre os dois pólos celulares.
As biomoléculas, transportadas pelas vesículas Golgianas,
originam uma lamela mediana, que se torna visível na
telófase. A deposição de celulose na lamela mediana vai
originar uma parede celular, que se começa a formar do centro
da célula para a periferia. Quando esta parede atinge a parede
da célula-mãe, completa-se a divisão da célula-mãe em duas
células-filhas.
As membranas das vesículas origina as membranas
citoplasmáticas das células-filhas
Ciclo celular

As paredes celulares não são herméticas,


existindo poros de comunicação, designados
plasmodesmos, que permitem a comunicação
entre o citoplasma das diferentes células.
Ciclo celular

As células vegetais das plantas superiores não possuem


centríolos. As fibras do fuso acromático são formadas a partir de
estruturas, que se localizam nos pólos, designadas centros
organizadores de microtúbulos.
Geralmente, a mitose nuclear é acompanhada pela divisão do
citoplasma - citocinese - completando-se, desta forma, a divisão
celular, que individualiza duas células-filhas.
A citocinese inicia-se na anáfase ou na telófase.
Juntamente com o citoplasma ocorre a divisão dos organelos e de
outras estruturas celulares, mas que não necessitam de serem
uniformemente distribuídos, pois a célula tem a capacidade de síntese
de novos compostos e organitos.
Ciclo celular

As células-filhas, formadas a partir da divisão nuclear mitótica, asseguram


não só a continuidade da célula-mãe mas ainda a manutenção das
características hereditárias desta, já que cada uma delas possui uma
quantidade e uma qualidade de DNA exactamente iguais às do DNA da
progenitora.
Após a mitose e a citocinese, as células podem seguir diferentes
processos:
diferenciação e maturação (é o que acontece com as hemácias que,
após a sua formação, deixam de cumprir o ciclo celular)
entrada em fase G1 prolongada (também chamada G0, ocorre em
células com longo período de vida e que raramente se dividem,
como é o caso de algumas células do fígado), entrando mais tarde
em fase de síntese e mitose;
início de uma nova fase de síntese e preparação para uma nova
mitose (como acontece no ovo ou zigoto)
Variação do teor de DNA ao longo do ciclo celular

O DNA ao longo do ciclo celular sofre uma duplicação, passando de 2Q a


4Q, e uma redução, passando de 4Q a 2Q.
Variação do teor de DNA ao longo do ciclo celular

A interfase corresponde a um período localizado entre duas mitoses


sucessivas. O período G1, imediatamente a seguir ao término da mitose
possui 2Q de DNA, já que cada cromossoma é constituído por um
cromatídeo, logo uma só cadeia de DNA. Como esta célula vai sofrer uma
nova mitose o seu DNA vai ser reposto na totalidade, o que acontece
durante o período S em que ocorre a replicação semi-conservativa do
DNA.
No final do período S a célula possui 4Q de DNA, que se vai manter
durante o período G2, que tal como o período G1 são etapas de
crescimento celular.
Durante a interfase não ocorre, porém, qualquer alteração no
número de cromossomas que é 2n.
Variação do teor de DNA ao longo do ciclo celular

A célula entra em mitose, iniciando-se pela prófase.


A prófase sendo uma fase de desorganização nuclear não afecta nem o
número de cromossomas (2n), nem a quantidade de DNA (4Q),
acontecendo o mesmo durante a metáfase em que se forma a placa
equatorial.
No entanto, a anáfase é o único momento em que há redução do teor de
DNA. Na anáfase ocorre a separação dos cromatídeos de cada
cromossoma-mãe, migrando estes cromossomas-filhos para pólos opostos
da célula. Como cada cromossoma-filho tem agora apenas um cromatídeo o
DNA foi reduzido a metade (passa de 4Q a 2Q), pois apenas existe uma
cadeia de DNA. O número de cromossomas mantém-se (2n) sendo, porém,
cada cromossoma-filho constituído por um só cromatídeo e meio
centrómero.
A telófase ao ser a fase inversa da prófase não altera nem o número de
cromossomas, nem o teor de DNA.
Variação do teor de DNA ao longo do ciclo celular
Ciclo celular
Regulação do ciclo celular

Os mecanismos de regulação do ciclo celular actuam fundamentalmente em


três pontos: no final de G1, durante a mitose e no final de G2.
Regulação do ciclo celular

Quando os mecanismos de controlo se encontram


comprometidos, a célula perde a capacidade de regular o seu
próprio ciclo de divisões.

Nesta situação pode verificar-se:


um crescimento descontrolado da célula devido à
sucessão ininterrupta de divisões;
a replicação de cromossomas com erros;
a ocorrência da morte fora da altura prevista de acordo
com a sua função no organismo.
Regulação do ciclo celular

Na etapa G0 as células fazem como que uma "avaliação


interna" relativamente ao prosseguimento do ciclo celular.
Se a avaliação é negativa, as células não se dividem,
permanecendo num estádio denominado G0. O tempo de
permanência em G0 depende não só do tipo de célula, mas também
das circunstâncias que a rodeiam.
As células que não voltam a dividir-se permanecem no estádio
G0 semanas ou mesmo anos, até à sua morte.
Quando são devidamente estimuladas, as células que se
encontram em G0 podem abandonar este estado e prosseguir o seu
ciclo celular.
Regulação do ciclo celular

No caso do ciclo celular prosseguir e ainda na fase final de G1 se as


moléculas de DNA não se apresentam de forma adequada, desencadeia-
se a apoptose ou morte celular programada.
Regulação do ciclo celular

No final de G2 há também um momento de


controlo antes de se iniciar a mitose. Se a
replicação do DNA ocorreu correctamente, o
ciclo prossegue.
No caso de terem ocorrido anomalias na
replicação do DNA, esta ainda não ter
terminado ou DNA se apresentar danificado
por radiações solares ou por raios X, por
exemplo, o ciclo é, em regra, interrompido.
Durante a mitose há também um momento
em que o ciclo pode ser interrompido, o que
acontece no caso de a repartição dos
cromossomas pelas células-filhas não se estar
a efectuar de forma equitativa.
Estes mecanismos de regulação do ciclo
celular são de primordial importância, uma vez
que, quando estes mecanismos falham, pode
ocorrer, por exemplo, um cancro ou
neoplasia maligna.
Regulação do ciclo celular

Numa neoplasia as células dividem-se descontroladamente, originando


grandes aglomerados celulares com diferenciação insuficiente, que podem
adquirir características de malignidade.
Se as massas anormais de células (tumores) que perderam o controlo dos
seus ciclos celulares crescem lentamente e as células se mantêm no seu
tecido habitual, o tumor é benigno.
No caso das células cancerosas, verificam-se alterações nas suas
membranas celulares e no seu metabolismo; as células saem dos tecidos
habituais e entram nos vasos sanguíneos ou linfáticos, fazendo-se transportar
com os fluidos que aí circulam. Mais tarde, instalam-se noutros tecidos,
invadindo-os e iniciando aí novos tumores – metástases.
As células dos tumores malignos podem então, invadir os tecidos vizinhos
ou espalharem-se por outras partes do corpo - metastização (do grego
metóstasis = mudar de lugar), originando novos tumores noutros locais.
Estas células podem desenvolver-se a partir de qualquer tecido e dentro de
qualquer órgão, através de complexos processos de transformação .
Regulação do ciclo celular

Célula cancerosa (ME)


Regulação do ciclo celular

Os novos tumores, ao desenvolverem-se de forma descontrolada,


podem tornar-se de tal maneira invasivos que impedem o normal
funcionamento de um ou mais órgãos, causando a morte do indivíduo.
A migração das células e a sua fixação em novos locais está
dependente, entre outros factores, do rompimento e do estabelecimento de
ligações entre as células ou entre as células e o meio envolvente (matriz
extracelular).
Estas ligações dependem de proteínas membranares, das quais se
destacam as caderinas e as integrinas.
Alterações nos genes que codificam essas proteínas, podem levar à
produção de formas anormais destas, o que pode resultar numa alteração
da adesão célula-célula e da adesão célula-matriz.
Neste caso, as células de um tecido podem separar-se (desagregação
do tecido), degradarem a matriz extracelular e iniciar um processo de
migração.
Quando atingem os vasos sanguíneos, as células cancerosas
disseminam-se pelo organismo, podendo invadir e fixar-se em novos locais.
Esta migração anormal das células tumorais é um processo necessário
para que ocorra a metastização.
Regulação do ciclo celular

Desenvolvimento
de um tumor
pulmonar
Regulação do ciclo celular

Sendo os mecanismos de regulação influenciados


por moléculas provenientes quer do meio interno quer do
meio externo, é fácil compreender o perigo que
determinadas substâncias químicas, como o fumo do
cigarro, poluentes, corantes e outras substâncias
(substâncias carcinogéneas) podem representar para a
saúde.
Algumas destas substâncias são de uso industrial,
como o benzeno; outras estão associadas ao estilo de
vida, como o álcool ou o alcatrão dos cigarros, e outras,
ainda, são utilizadas em experiências laboratoriais. Mas
também as radiações ou a luz solar são consideradas
potenciais agentes carcinogéneos.
Por outro lado, há que evitar todas as situações que
possam danificar o DNA, como radiações, na medida em
que os mecanismos de reparação e de controlo podem não
actuar.
Crescimento e regeneração de tecidos vs Diferenciação celular

A mitose garante que, a partir de uma célula, se formem duas células


geneticamente idênticas entre si e idênticas à progenitora. Por sua vez, estas
células-filhas podem sofrer novas divisões.
Assim, facilmente se compreende que todos os fenómenos de
multiplicação, crescimento e renovação celulares e de reprodução
assexuada estejam associados a fenómenos mitóticos e dependentes deles.
A divisão celular, para além de permitir o crescimento dos seres
pluricelulares, é ainda fundamental na manutenção da integridade dos
indivíduos adultos.
A mitose também pode ser associada à reprodução em seres multicelulares,
como acontece na clonagem em que, descendentes - os clones, são
geneticamente iguais entre si.
Crescimento e regeneração de tecidos vs Diferenciação celular

Apesar de as células eucarióticas se dividirem seguindo os mesmos


mecanismos, o ritmo e o momento são muito variáveis, dependendo do tipo de
célula e de vários factores ambientais.
Em cada ser humano, vários milhões de células encontram-se, por segundo,
em divisão, assegurando a sobrevivência do indivíduo.
As células da epiderme da pele estão constantemente a ser renovadas, de
tal modo que a epiderme é totalmente substituída em algumas dezenas de dias.
As células do fígado dividem-se, pelo menos, uma vez por ano, ao passo que
algumas das células do intestino e muitas células precursoras do sangue
dividem-se mais do que uma vez por dia.
Os glóbulos vermelhos do sangue vivem, em média, 120 dias, sendo
produzidos diariamente na medula óssea 150 a 200 milhares de milhão. As
hemácias e as fibras musculares perdem a capacidade de se dividirem quando
atingem a maturidade.
As células cancerosas, pelo contrário, divide-se continuamente e de forma
uma forma muito descontrolada.
Na maioria das células ocorrem ciclos celulares com uma periocidade que
permite responder às necessidades do organismo.
Crescimento e regeneração de tecidos vs Diferenciação celular

A regeneração de tecidos depende,


igualmente, das divisões celulares.
Mesmo nos animais de organização
mais complexa, embora em menor escala,
a regeneração não deixa de se verificar.
Os peixes regeneram barbatanas e
outros órgão.
Os anfíbios podem reconstituir membros
completos e a cauda.
O próprio organismo humano pode
regenerar certos tecidos do seu corpo.
É o que se passa na cicatrização de
lesões e na regeneração de zonas
danificadas por acidentes, intervenções
cirúrgicas ou acções víricas.
Nas plantas é possível, a partir de um
pequeno segmento do indivíduo, originar
raízes, caules e folhas.
Diferenciação celular

O ciclo celular pode repetir-se inúmeras vezes, de tal forma que, a partir de
uma célula, pode obter-se um organismo multicelular.
Contudo, os organismos multicelulares são, geralmente, formados por
diferentes tipos de células, que estão organizadas em tecidos, os quais
formam órgãos e sistemas de órgãos.

O desenvolvimento de um indivíduo compreende, em regra, um conjunto


de fenómenos biológicos que decorrem desde a célula-ovo até ao estado adulto.
Um aspecto marcante em todo este processo é, sem dúvida; a fantástica
capacidade das células para se dividirem.
Para que, a partir de uma célula inicial se obtenha uma variedade tão grande
de células, é necessário que ocorra um processo de diferenciação.
Diferenciação celular

Após a fecundação, forma-se uma nova célula


que irá, por mitoses e citocineses sucessivas,
originar um organismo multicelular.
O ovo é, assim, a primeira célula de um
organismo e é capaz de originar células-filhas as
quais, por sua vez, poderão originar diferentes tipos
de células.
Diz-se, por isso, que o ovo é uma célula
totipotente, ou seja, tem todas as potencialidades
para originar todas as outras células.
As primeiras divisões do ovo originam células
indiferenciadas, pois são muito semelhantes entre
si e semelhantes à célula inicial que lhes deu
origem. Contudo, à medida que os ciclos celulares
se repetem, as células iniciam um processo de
diferenciação, até se tomarem células
especializadas.
Diferenciação celular

Associado à visão e num mesmo indivíduo podem encontrar-se células


que estão especializadas na captação da luz ao nível da retina, enquanto
outras, no cérebro, fazem a identificação da imagem.
Por outro lado, terá necessariamente de haver células que transportam o
oxigénio para a vida de cada uma das células e outra que armazenam
substâncias de reserva, como a gordura.
Todas as células, porém, pertencem ao mesmo indivíduo e receberam
o mesmo património genético.
De igual modo, nas plantas e em cada indivíduo há uma imensa
diversidade de células especializadas em diferentes funções apesar de
possuírem o mesmo património genético.
Ao longo do desenvolvimento de um indivíduo ocorre, em regra, um
conjunto de processos através dos quais células geneticamente idênticas se
especializam no sentido de desempenharem uma ou várias funções.
Esta especialização bioquímica e morfológica, chamada diferenciação
celular, acarreta alterações não só ao nível da função, mas também da
composição e da estrutura das células.
Diferenciação celular

A diferenciação celular corresponde a um conjunto de processos através


dos quais células geneticamente idênticas se especializam no sentido de
desempenharem uma ou várias funções. As alterações existentes verificam-
se ao nível da função e da estrutura das células.
As células diferenciadas resultam de um processo de diferenciação e
desempenham num determinado tecido, uma função, de acordo com as
características que apresentam.
A diferenciação ocorre porque alguns genes são activados, enquanto
que outros são bloqueados. Assim, por exemplo, uma célula destinada a ser
uma célula muscular inicia um processo de produção de grandes
quantidades de proteínas contrácteis, enquanto outras, que se tornarão
células nervosas, começam a exprimir genes responsáveis pela produção
de neurotransmissores.
Cada célula especializada desempenhará, num determinado tecido, uma
função, de acordo com as características que apresenta.
A diferenciação consiste na especialização celular ao nível da estrutura e
função de uma célula.
Diferenciação celular

A maioria dos tecidos de um organismo no estado adulto não é


constituída exclusivamente por células especializadas. Um grupo
restrito de células apresenta um grau de diferenciação menor do que
as restantes, chamando-se células estaminais.
As células estaminais apresentam um grau de diferenciação
menor que as células especializadas, originam, por mitose, células-
filhas idênticas, morfológica e fisiologicamente, à célula-mãe.
As células-filhas, após diferenciação, originam células
especializadas.
As, resultantes das células estaminais, sofrem uma diferenciação,
garantindo a renovação das células envelhecidas e a reparação de
regiões de tecido lesadas.
As células estaminais não são, contudo, totipotentes.
Diferenciação celular

As células estaminais apresentam as seguintes características:


são células indiferenciadas (não especializadas)
têm capacidade de expansão, isto é, são capazes de se dividirem
(eventualmente de modo indefinido no tempo) e de se diferenciarem em
diferentes tipos de células
apresentam capacidade de auto-renovação, sendo a sua divisão
assimétrica, isto é, originam duas células-filhas que têm destinos
diferentes: uma das células permanece como célula estaminal, enquanto
que a outra pode diferenciar-se numa célula especializada.
Regulação do ciclo celular

Papel dos genes no destino das células estaminais


Diferenciação celular
Diferenciação celular

Existem diferentes tipos de células estaminais, que são


classificadas de acordo com o seu grau de diferenciação.
Diferenciação celular

As células totipotentes têm um potencial de diferenciação ilimitado, isto é,


são capazes de originar qualquer tipo de célula desse organismo.
Apenas o ovo e as primeiras células que dele resultam apresentam
totipotência.
No caso do Homem, consideram-se que as células totipotentes são aquelas
capazes de originar quer os tecidos embrionários, quer os extra-embrionários.
Assim, após a formação do blastocisto, as células deixam de ser totipotentes e
passam a ser designadas pluripotentes.
As células estaminais pluripotentes, embora ainda apresentem um elevado
potencial de diferenciação, já não são capazes de originarem sozinhas a
totalidade do organismo.
Diferenciação celular

A medida que se dá o desenvolvimento embrionário, vão sendo


produzidas células estaminais multipotentes, que dão origem a células
diferenciadas dos diferentes tecidos e órgãos.
As células multipotentes possuem um potencial de diferenciação
restrito, sendo constituintes de tecidos específicos.
Assim, a maioria dos tecidos de um organismo no estado adulto não é
constituída, exclusivamente, por células especializadas.
Uma célula estaminal da medula óssea origina glóbulos vermelhos,
mas não células epiteliais, da mesma forma que as células estaminais dos
epitéIios não originam glóbulos vermelhos.
Há muito que se conhecem células estaminais em indivíduos adultos,
como, por exemplo, as da pele, as do intestino, as da medula óssea e, de
um modo geral, de todos os tecidos cujas células têm de ser substituídas
frequentemente.
Mais recentemente, foram descobertos outros tipos de células
estaminais noutros locais, como no cérebro, no coração e nos músculos.
Diferenciação celular
Diferenciação celular

Nos tecidos adultos das plantas também existem células


indiferenciadas, agrupadas em tecidos chamados meristemas, que
são capazes de se dividirem, levando ao crescimento ou renovação
de zonas lesadas.
Um dos grandes desafios da Biologia do Desenvolvimento, desde
há muitos anos, é produzir um indivíduo completo a partir de uma
única célula de um determinado tecido.
Note-se que uma das grandes dificuldades desta tarefa reside
no facto de as células somáticas de um organismo adulto, mesmo
que sejam células estaminais, não serem totipotentes.
A totipotência corresponde à capacidade que algumas células
diferenciadas possuem de se tornarem indiferenciadas e assim
readquirirem a capacidade de originar novos tecidos.
Diferenciação celular

Em 1950, trabalhos realizados na Universidade de Cornell, por Steward e


seus colaboradores, permitiram verificar que, em organismos vegetais, era
possível produzir um ser adulto partindo de uma célula já diferenciada.
Steward verificou que, quando colocava células diferenciadas retiradas da
raiz da cenoura, num meio de cultura com todos nutrientes necessários, era
possível produzir uma planta adulta completa. Este investigador verificou,
ainda, que este novo indivíduo era geneticamente idêntico à planta parental
(da qual tinha sido retiradas as células que lhe deram origem).
Diferenciação celular

A produção de um ou mais indivíduos geneticamente idênticos,


geralmente a partir de células somáticas, designa-se clonagem. E cada um
dos indivíduos, assim produzido, é chamado clone.
Os clones podem ser definidos ao nível dos genes, das células ou mesmo
dos indivíduos. Trata-se respectivamente de um conjunto de genes, de
células ou de indivíduos multicelulares, geneticamente idênticos entre si e
que são todos descendentes de um único ancestral ( gene, célula ou
indivíduo).
Um clone é um conjunto de células geneticamente idênticas que são
todas descendentes de uma única célula somática que é, portanto, a célula
ancestral.
Diferenciação celular

No caso das cenouras, as células diferenciadas que se obtêm por


divisão a partir das células iniciais, ao serem removidas do seu local
original e em condições apropriadas, podem originar um grande número
de organismos iguais entre si e ao seu único progenitor inicial.
Das experiências de Steward, pôde concluir-se que uma célula
diferenciada pode reverter o processo de diferenciação, tornando-se
novamente indiferenciada.
Desta forma, estas células podem originar todos os tipos de células
especializadas necessárias para produção de uma nova planta. Isto
implica que o processo de diferenciação não envolva, necessariamente,
alterações irreversíveis na molécula de DNA.
A capacidade que algumas células diferenciadas da raiz de cenoura
revelaram para, a partir delas, originarem uma planta, comprova que
estas células, embora especializadas, contêm todo o genoma do
organismo e que podem expressar os genes essenciais ao
desenvolvimento embrionário.
Diferenciação celular
As tentativas de reproduzir o processo levado a cabo por Steward, em animais,
resultaram em fracasso. As células animais diferenciadas, quando colocadas em
meio de cultura, apresentam dificuldades em dividirem-se, não sendo capazes de
originar um ser vivo completo.
Na tentativa de contornar esta dificuldade, dois embriologistas americanos,
Robert Briggs e Thomas King, levaram acabo, na década de 50, do século
passado, uma série de experiências. Estes investigadores procuraram saber se
seria possível que um núcleo, de uma célula diferenciada, quando transportado
para uma célula totipotente, originasse um novo organismo.
Diferenciação celular

Robert Briggs e seus colaboradores, transplantando núcleos de


células especializadas de um girino para ovos cujo núcleo tinha sido
destruído, conseguiram obter girinos.
Robert Briggs e Thomas King removeram o núcleo de um ovo de rã.
Seguidamente, transplantaram, para esse ovo anucleado, um núcleo de
uma célula de um embrião de rã.
Estes investigadores verificaram ainda que, se o núcleo proviesse de
células de embriões muito jovens, o desenvolvimento de um novo
embrião era possível (embora dificilmente passasse o estado larvar).
Mas, quando usavam núcleos de células com uma certa diferenciação,
nomeadamente de células intestinais, só cerca de 2% dessas células
desenvolveriam um novo embrião.
Assim verificaram que a capacidade de o núcleo transplantado
suportar um desenvolvimento normal estava directamente
relacionado com a idade do dador.
Diferenciação celular

Várias conclusões foram retiradas destes e de outros resultados.


Por um lado, os núcleos das células animais alteram-se com a diferenciação.
Embora a sequência nucleotídica do DNA normalmente não se modifique, a
cromatina sofre alterações.
A partir dos resultados apresentados, verifica-se que, em determinadas
circunstâncias, as células diferenciadas podem perder a sua especialização,
transformando-se em células indiferenciadas.
Estas células readquirem a capacidade de originar um indivíduo completo e
dizem-se totipotentes, uma vez que conservam todas as potencialidades
genéticas do núcleo inicial.
Pode, assim, concluir-se que as células diferenciadas conservam todo o
seu DNA, embora apenas uma pequena parte desse DNA esteja activa.
Concluiu-se também que a capacidade que uma célula possui de originar
outros tipos de célula especializadas é tanto maior quanto menor for o seu
grau de diferenciação.
Diferenciação celular

Actualmente, os biólogos defendem que estas alterações na cromatina são,


por vezes, reversíveis e que, mesmo as células mais diferenciadas, contêm todos
os genes necessários para formar um organismo adulto.
Em 1997, um grupo de investigadores escoceses, liderados por Ian Wilmut,
anunciou ter clonado uma ovelha adulta e terem produzido, assim, o primeiro
animal clonado, a ovelha Dolly.
Para isso, este grupo de investigadores, extraiu células diferenciadas das
glândulas mamárias da ovelha. Após ter cultivado estas células num meio de
cultura apropriado, este grupo parou o ciclo celular em G0. Seguidamente fundiu
estas células com óvulos de uma ovelha de raça diferente, ao qual lhe haviam
extraído o núcleo, obtendo assim um ovo não fertilizado.
As células resultantes desenvolveram embriões que foram implantados numa
outra ovelha. Só um das centenas destes embriões completou o seu
desenvolvimento – a ovelha Dolly.
As análises efectuadas ao DNA confirmaram que era
geneticamente muito idêntica à ovelha dadora da célula
da glândula mamária.
Desta forma, tinha sido conseguido o primeiro clone
de mamífero manipulado pelo Homem.
Diferenciação celular

O processo que conduziu à


formação da ovelha Dolly exigiu
uma reprogramação do núcleo de
uma célula diferenciada, tornando-a
totipotente.
A ovelha Dolly desenvolveu-se até
à idade adulta.
Contudo, começou a apresentar
diversos sinais de envelhecimento
precoce e doenças degenerativas
que conduziram à sua morte.
Diferenciação celular
Após o nascimento da ovelha Dolly, foram anunciadas diversas
experiências de clonagem bem sucedidas. Algumas destas, realizadas em
mamíferos, mostraram que o envelhecimento precoce não surgia se o núcleo
transplantado proviesse de uma célula de embrião.
Estas técnicas de clonagem apresentam ainda uma baixa taxa de sucesso,
ocorrendo frequentemente abortos, malformações ou morte pouco depois do
nascimento.
As técnicas de clonagem continuam a ser desenvolvidas, apresentado um
enorme potencial de aplicação em áreas tão diversas como a agricultura e a
medicina.
De facto, os investigadores têm grandes expectativas relativamente à
possibilidade de utilizar estas técnicas como forma de tratar diversas doenças.
No entanto, a sua aplicação, particularmente, na espécie humana, levanta
sérios problemas éticos.
Diferenciação celular

Actualmente, uma área de investigação de grande interesse procura, a


partir de células totipotentes, obter, não indivíduos completos, mas sim tecidos
e órgãos específicos.
Nestas manipulações, ao mesmo tempo que se amplia a compreensão da
especialização da célula, obtêm-se tecidos que podem ser usados no
tratamento de doenças, como, por exemplo, a diabetes e a doença de
Parkinson.
Há basicamente duas formas de proceder nesta linha terapêutica. Uma
consiste em utilizar células totipotentes dos embriões chamadas células
estaminais embrionárias ou células-tronco embrionárias. Estas são
separadas e cada uma é submetida a um tratamento que permite o
desenvolvimento dos tecidos pretendidos.
Um outro processo que levanta menos problemas éticos, consiste em
utilizar células estaminais presentes em alguns órgãos dos indivíduos adultos
como a pele e a medula óssea, ou o cordão umbilical dos recém-nascidos, e
provocar a sua diferenciação nos tecidos que se pretendem.
Diferenciação celular

Face a todos estes dados é previsível que a célula tenha


rigorosos mecanismos de regulação capazes de assegurar
que num determinado momento da vida determinados genes
estejam activos e outros não.
Na verdade, embora todas as células de um mesmo indivíduo
possuam o mesmo património hereditário, os genes que estão
em actividade nos diferentes tecidos podem não ser os mesmos.
Deste facto resultam as diferenças verificadas de tecido para
tecido.
Diferenciação celular

As alterações que se verificam de uma


célula para outra dependem da forma,
como o DNA se expressa.
Se, por exemplo, no caso humano,
determinadas células do pâncreas
produzem insulina e as hemácias
possuem hemoglobina que transporta
oxigénio, é porque há genes activos em
cada um destes tipos de células que são
diferentes, embora ambas as células
possuam os mesmos genes.
De facto, uma porção significativa de
genes tem como função controlar a
actividade de outros genes, mantendo
apenas activos genes cuja acção
proporciona condições vitais para a
célula e lhe conferem funções
específicas.
Diferenciação celular

Estes mecanismos de regulação são um assunto que tem sido alvo de


intensas investigações, algumas delas já premiadas como Nobel da Medicina.
Os mecanismos de regulação não estão ainda totalmente esclarecidos,
sobretudo ao nível dos eucariontes, embora se admita que o controlo ocorra em
diferentes níveis da expressividade do DNA e com intervenção de moléculas do
ambiente celular.
O controlo da expressividade dos genes pode fazer-se a vários níveis,
quer ao nível da transcrição quer ao nível da tradução e é influenciado por
elementos provenientes do ambiente.
Diferenciação celular

Todos os agentes ambientais capazes de provocar alterações no DNA


acabam por afectar a expressão dos genes iniciais de uma célula. Dentro
destes agentes, salientam-se as radiações, algumas drogas e algumas
infecções virais.
Sabe-se, actualmente, que as radiações ionizantes e as radiações
ultravioletas (UV) são capazes de induzir danos no DNA, nomeadamente
em genes envolvidos no controlo do ciclo celular, na reparação do DNA
e na apoptose (morte celular geneticamente programada).
Está também provado que, para determinados valores de dose de
radiação, praticamente todas as mitoses dos órgãos em constante
regeneração são inibidas. As radiações podem, portanto, ser nocivas, e
actuar como agentes mutagénicos.
Determinadas drogas, como, por exemplo, a talidomida, podem impedir a
correcta transcrição de alguns dos genes envolvidos na angiogénese
(formação de novos vasos sanguíneos num tecido vivo) dos membros ou de
órgãos internos, provocando efeitos teratogénicos (ausência de
diferenciação correcta de alguns órgãos).
Diferenciação celular

As metaplasias são mudanças reversíveis num determinado tipo de


células que são substituídas por células de outro tipo.
Por exemplo, as células que revestem as paredes da traqueia e dos
brônquios têm uma forma colunar e apresentam cílios à superfície.
Nos fumadores, essas células vão sendo substituídas por outras
desprovidas de cílios e com forma paralelepipédica.
Provavelmente, este tipo de tecido resiste melhor às agressões causadas
pelo fumo, contudo perdem-se importantes mecanismos de defesa, como o
muco e os cílios existentes nas células, que ajudam a eliminar elementos
prejudiciais transportados pelo ar.
Também no refluxo gástrico crónico, as células que revestem a porção
interior do esófago, devido à agressão constante do ácido proveniente do
estômago, podem experimentar alterações metaplásicas. Como resultado
dessas alterações, passam a apresentar as características das células que
revestem o estômago ou mesmo o intestino.
Diferenciação celular

Alguns vírus são também agentes que influenciam e/ou


regulam a expressão dos genes das células que
parasitam.
Para tal, após introduzirem o seu material genético no
interior das células e o integrarem no genoma do HIV

hospedeiro, usam a maquinaria enzimática destas células


para expressar os genes virais. As células passam a
expressar assim genes que não são seus.
Exemplos destes vírus, parasitas da espécie humana,
são, entre outros, O vírus da imunodeficiência humana
(HIV) e o vírus do papiloma humano (HPV).
Admite-se que alguns medicamentos ingeridos por
mulheres grávidas possam também afectar a diferenciação
celular, conduzindo ao aparecimento de malformações no
feto.
Os elementos provenientes do ambiente activam a
HPV
expressividade de determinados genes em detrimento de
outros, alterando, assim, o tipo de célula e a sua função.
Diferenciação celular

Durante o processo de divisão e diferenciação celulares, ocorrem, por


vezes, erros que conduzem à produção de células cancerosas. Alguns
factores externos, como a radiação, certas substâncias tóxicas e
determinados vírus podem ser responsáveis por estas alterações.
Uma das mais preocupantes alterações que ocorre nas células é a perda
dos mecanismos de regulação celular. Nesta situação, as células
dividem-se de forma descontrolada, até que não existam nutrientes
disponíveis. O resultado desta divisão frenética é a produção de grandes
aglomerados celulares, que constituem os tumores.
Diferenciação celular

As células de alguns tumores


(tumores malignos) podem
espalhar-se pelo organismo,
invadindo outros tecidos, formando
metástases.
A metastização (disseminação
de células cancerosas a partir de
um foco principal) conduz à
formação de novos tumores, que,
ao desenvolverem-se de forma
descontrolada, tornam-se de tal
maneira invasivos que impedem o
normal funcionamento de um ou
mais órgãos, causando a morte do
indivíduo.

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