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Andragogia

Andragogia

Andragogia é a arte ou ciência de orientar adultos a aprender, segundo a


definição cunhada na década de 1970 por Malcolm Knowles. O termo remete
para o conceito de educação voltada para o adulto, em contraposição
à pedagogia, que se refere à educação de crianças (do grego paidós, criança).

Descrição

O termo surgiu pela primeira vez em 1833 na obra do pedagogo


alemão Alexander Kapp, que em seu livro Platon's Erziehungslehre, traduzindo
para o português como Ideias Educacionais de Platão. Alexander Kapp é citado
como criador da andragogia, mas foi Malcolm Shepherd Knowles que espalhou o
conceito de andragogia criado por Kapp, e por isso é considerado o pai da
andragogia.

Para educadores como Pierre Furter (1973), a andragogia é um conceito amplo


de educação do ser humano, em qualquer idade. A UNESCO, por sua vez, já
utilizou o termo para referir-se à educação continuada.

"Andragogia é a arte de causar o entendimento." - Franklin Wave

Ciência que estuda as melhores práticas para orientar adultos a aprender. É


preciso considerar que a experiência é a fonte mais rica para a aprendizagem de
adultos. Estes são motivados a aprender conforme vivenciam necessidades e
interesses que a aprendizagem satisfará em sua vida. O modelo andragógico
baseia-se nos seguintes princípios.

1. Necessidade de saber: adultos precisam saber por que precisam aprender


algo e qual o ganho que terão no processo.

2. Autoconceito do aprendiz: adultos são responsáveis por suas decisões e por


sua vida, portanto querem ser vistos e tratados pelos outros como capazes de se
autodirigir.

3. Papel das experiências: para o adulto suas experiências são a base de seu
aprendizado. As técnicas que aproveitam essa amplitude de diferenças
individuais serão mais eficazes.
4. Prontidão para aprender: o adulto fica disposto a aprender quando a ocasião
exige algum tipo de aprendizagem relacionado a situações reais de seu dia-a-
dia.

5. Orientação para aprendizagem: o adulto aprende melhor quando os


conceitos apresentados estão contextualizados para alguma aplicação e
utilidade.

6. Motivação: adultos são mais motivados a aprender por valores intrínsecos:


autoestima, qualidade de vida, desenvolvimento.

Andragogia: o que é e como usar na sua empresa?

Ao ouvir a palavra andragogia você se lembra de “pedagogia”? Pois sabia que


elas têm coisas em comum nos seus conceitos. Ambas são voltadas para o
ensino, mas para públicos diferentes. Neste artigo você vai entender a diferença
entre os dois métodos de ensino, como e a educação pelo uso da andragogia e
sua aplicabilidade […]

Ao ouvir a palavra andragogia você se lembra de “pedagogia”? Pois sabia que


elas têm coisas em comum nos seus conceitos. Ambas são voltadas para o
ensino, mas para públicos diferentes. Neste artigo você vai entender a diferença
entre os dois métodos de ensino, como e a educação pelo uso da andragogia e
sua aplicabilidade em treinamentos corporativos.

Afinal, o que é Andragogia?

Prender a atenção de qualquer pessoa hoje em dia não é tão fácil quanto há dez
anos atrás, pois você terá que dividir a atenção com um smartphone. Essa
situação é bem frequente nas salas de aula, sejam com adolescentes, jovens ou
adultos e, até mesmo, com crianças. Para conquistar a atenção dos alunos, há
técnicas e metodologias. Com as crianças e adolescentes, usa-se a Pedagogia.
Já com os adultos, a Andragogia.

Andragogia é a vertente da educação no ensino de adultos e tem aplicação no


ambiente pessoal, social, empresarial ou político. É um ensino baseado na
motivação e o autoconhecimento, além da experiência do aluno ser fundamental.
Trabalha com conteúdos mais aplicáveis ao dia-a-dia. Por isso é que se tem um
aprendizado consciente e disseminado de maneira mais madura. Com isso, o
ensino é mais efetivo.
A Andragogia ficou conhecida através de Malcolm Shepherd Knowles, um
educador americano, na década de 70. Ele a definiu como “arte ou ciência de
orientar adultos a aprender”. Mas, na verdade, foi o professor alemão Alexander
Kapp o responsável pelo surgimento do termo Andragogia, pela primeira vez, em
1833. E o título de “pai da Andragogia” é atribuído a Knowles até os dias de hoje.

Fundamentos da Andragogia

Agora que você já sabe mais sobre a Andragogia, características básicas e como
ela funciona, ainda há os fundamentos andragógicos. Através deles que o
professor consegue direcionar sua metodologia de ensino para a linha
andragógica e verificar se suas aulas estão adequadas para o ensino de adultos.

 Necessidade de saber: adultos apresentam resistência a aprender algo


que não tenha aplicação prática. Por isso, na Andragogia, eles sabem
qual a necessidade e o benefício do que irão aprender e em que irão
aplicar.
 Autoconceito do aprendiz: Por serem independentes em relação a
outras faixas etárias mais jovens, adultos são tratados no ensino
andragógico como indivíduos com autonomia e capazes de fazer suas
próprias escolhas.
 Experiências: As experiências anteriores dos alunos são de grande
importância e são levadas em consideração para uso no aprendizado.
 Prontidão para aprender: Conhecimento voltado para ajudar a explorar
novos horizontes e enfrentar desafios no dia-a-dia. Mais uma vez,
aplicação na prática.
 Orientação para aprendizagem: Ensino direcionado para uma
aprendizagem orientada para resultados.
 Motivação e aprendizagem: Aprendizagem que é motivada por fatores
internos maiores que os externos. A motivação é maior quando sabem
que o ensino trará qualidade de vida, crescimento profissional, entre
outros.

Por que a Pedagogia não é indicada para o ensino de adultos?

Adultos não aprendem como crianças. A educação para adultos é tão diferente
de ensinar outras faixas etárias, que foi preciso existir a Andragogia. Isso porque
adultos não são motivados a apenas ouvir em uma sala de aula. E, na
Pedagogia, é exatamente isso que acontece. Por crianças e jovens ainda
estarem construindo suas percepções de mundo e conhecimentos, o processo
que o professor adota é o de ensino-aprendizagem. Sendo assim, a Pedagogia
baseia-se em:

 A comunicação é receptiva ou vertical e um ensino passivo;


 O professor é quem decide sobre as aulas: métodos, conteúdos,
cronogramas e avaliações;
 O aluno é mais dependente;
 Os conhecimentos adquiridos não tem aplicação imediata.

Sabendo desses pontos, fica mais fácil entender o porque a Andragogia é mais
apropriada para adultos:

 A comunicação é recíproca e horizontal;


 O ensino é centrado no aluno, nas suas condições, motivações,
aspirações e oportunidades para desenvolver competências;
 O aluno é mais independente;
 Autodesenvolvimento contínuo
 Aprendizado que atende as necessidades.

Além disso, as diferenças individuais no processo de orientação e aprendizagem


consideram estilo, ritmo, idade e cultura. Seus conteúdos são práticos e com
foco em mudanças de comportamentos, como resultado.

A andragogia também estimula que os indivíduos desenvolvam o próprio método


de estudo e a buscar fontes de informações diversas para construir suas próprias
ideias e senso crítico.

Aplicação da Andragogia no ambiente corporativo

Como sabemos, a Andragogia desenvolve conhecimentos, habilidades e


competências que contribuem inclusive para a área profissional. Mas, podemos
dizer que sua aplicação corporativa é até recente. Inicialmente, a Pedagogia
Empresarial era o método em evidência na educação corporativa. Mas hoje
ainda há algumas possibilidades a serem exploradas nessa área e a Andragogia
é uma delas.
Posto isto, entenda quais as contribuições da Andragogia para a área
profissional:

 A Andragogia aplicada a treinamentos corporativos abre espaço para


troca de conhecimento, diálogo e aprendizado de ambas as partes (aluno
e professor).

 Há a ruptura da ideia padrão de que o gestor ou responsável pelo ensino


dentro do ambiente de trabalho é quem tem o conhecimento e apenas
transmite para os colaboradores.
 Auxilia na melhora dos resultados das capacitações por apresentar uma
forma de ensino específica e efetiva para adultos.
 Procura entender as necessidades dos alunos e colaboradores para, a
partir daí, elaborar o treinamento, estratégias e métodos que serão
utilizados.

Treinamento corporativo

A capacitação de colaboradores através de treinamentos com o ensino


andragógico trará resultados muito mais efetivos. Tente fazer a seguinte
comparação: alunos e professores universitários com os colaboradores de sua
empresa e os capacitadores. Esses professores não tiveram uma formação ou
especialização em Andragogia. Por isso, o método usado em suas aulas hoje,
pela maioria, ainda é o pedagógico. Grande parte dos alunos não consegue
manter um interesse nas aulas por apenas ficarem ouvindo o que o professor
tem a falar. Esse cenário não é nem um pouco interessante para treinamentos
corporativos.

É por isso que a Andragogia é tão benéfica para o mundo empresarial, assim
como os treinamentos também trazem grandes benefícios para as empresas.
Nada melhor que unir os dois e desenvolver capacitações cada vez melhores.
Basta adequar o desenvolvimento dos treinamentos ao perfil e a realidade de
cada empresa. Ainda há a possibilidade de adequar qual o formato desses
treinamentos: o tradicional presencial ou o online. Dentro dessas modalidades,
existem outros tipos de treinamento em evidência nas empresas.
Os 6 princípios da andragogia

1. Necessidade – Aplicabilidade

Os adultos são estimulados a aprender conforme vivenciam as necessidades


que a aprendizagem satisfará. Portanto, o curso ou treinamento deve ser
relevante, deve estar relacionado com as atividades profissionais e contribuir
para a solução de problemas reais.

 Agilidade de Aprendizado: 4 maneiras de aprender mais e melhor.


 Treinamentos corporativos: faça anotações à mão para aprender mais.

2. Autonomia – Autodiretividade

Os aprendizes adultos têm forte necessidade de se autodirigir, de decidir


quando, como e o que querem aprender. Porém, nem todos os adultos
aprendem da mesma forma. As diferenças individuais entre as pessoas
aumentam com a idade. Portanto, dentro dos princípios da andragogia, deve-
se prever as diferenças de estilo, tempo, lugar e ritmo de aprendizagem.

3. Experiências Prévias

Os adultos gostam de compartilhar suas experiências e conhecimentos


acumulados. Os relatos podem servir como base para a construção de novos
conhecimentos.

4. Interatividade

A interação entre os aprendizes e com o multiplicador é essencial para


a qualidade da aprendizagem. Para isso, é preciso que haja o estímulo de
situações interativas, como discussões, debates, atividades em grupo, cases e
jogos.

 5 estratégias para gerar interatividade no treinamento

5. Clima de Segurança e Respeito


Os adultos tendem a ter orgulho de si mesmos, de suas conquistas, experiências
e conhecimentos, e não gostam de se sentir expostos perante outras pessoas. O
clima de aprendizagem deve ser acolhedor, respeitoso e seguro durante todo o
treinamento, evitando intimidações e constrangimentos. Geralmente, no início de
um treinamento os adultos adotam uma postura reservada até perceberam que o
ambiente não é “ameaçador”. Pessoas tímidas levam mais tempo para ficarem à
vontade.

6. Reflexão – Feedback

Os aprendizes devem ter a oportunidade de praticar os novos conhecimentos e


de refletir sobre sua prática, analisar e avaliar seu próprio desempenho. Só
assim poderão descobrir novas perspectivas e opções de aprimoramento. Nesse
sentido, o feedback do instrutor ou dos colegas é muito valioso.
Andragogia e a Arte de Ensinar aos Adultos

Andragogia (do grego: andros - adulto e gogos - educar), é um caminho


educacional que busca compreender o adulto. A Andragogia significa, “ensino
para adultos”. Andragogia é a arte de ensinar aos adultos, que não são
aprendizes sem experiência, pois o conhecimento vem da realidade (escola da
vida). O aprendizado é factível e aplicável. Esse aluno busca desafios e soluções
de problemas, que farão diferenças em suas vidas. Busca na realidade
acadêmica realização tanto profissional como pessoal, e aprende melhor quando
o assunto é de valor imediato.

O aluno adulto aprende com seus próprios erros e acertos e tem imediata
consciência do que não sabe e o quanto a falta de conhecimento o prejudica.
Precisamos ter a capacidade de compreender que na educação dos adultos o
currículo deve ser estabelecido em função da necessidade dos estudantes, pois
são indivíduos independentes autodirecionados.

Na Andragogia a aprendizagem adquire uma particularidade mais localizada no


aluno, na independência e na auto-gestão da aprendizagem, para a aplicação
prática na vida diária. Os alunos adultos estão preparados a iniciar uma ação de
aprendizagem ao se envolver com sua utilidade para enfrentar problemas reais
de sua vida pessoal e profissional.

A circunstância de aprendizagem deve caracterizar-se por um "ambiente adulto".


A confrontação da experiência de dois adultos (ambos com experiências
igualadas no procedimento ativo da sociedade), faz do professor um facilitador
do processo ensino aprendizagem e do educando um aprendiz, transformando o
conhecimento em uma ação recíproca de troca de experiências vivenciadas,
sendo um aprendizado em mão dupla.

São relações horizontais, parceiras, entre facilitador e aprendizes, colaboradores


de uma iniciativa conjunta, em que os empenhos de autores e atores são
somados. A metodologia de ensino e aprendizagem fundamenta-se em eixos
articuladores da motivação e da experiência dos aprendizes adultos.

Nesse processo os alunos adultos aprendem compartilhando conceitos, e não


somente recebendo informações a respeito. Desta coexistência e participação
nos processos de decisão e de compreensão podem derivar contornos originais
de resolução de problemas, de liderança, identidades e mudanças de atitudes
em um espaço mais significativo.

Em classes de adultos é arriscado assinalar quem aprende mais: se o professor


ou o estudante. Na educação convencional o aluno se adapta ao currículo, mas
na educação de adulto, o aluno colabora na organização do currículo. A
atividade educacional do adulto é centrada na aprendizagem e não no ensino,
sendo o aprendiz adulto agente de seu próprio saber e deve decidir sobre o que
aprender. Os adultos aprendem de modo diferente de como as crianças
aprendem. Portanto é essencial que os métodos aplicados também sejam
distintos. A finalidade é o de propor como o adulto aprende, não avaliar sua
capacidade de aprendizagem. A aprendizagem procede mais da participação em
tarefas , do estudo em grupo e da experiência. O papel do educador é facilitar a
aprendizagem, enfatizando, nesse procedimento, a bagagem de informação
trazida por seus educandos.

Introdução a Andragogia

No primeiro momento, você pode achar estranho o nome ANDRAGOGIA e tentar


relacionar com objetos ou imagens artificiais, do tipo androide (plantas ou
animais que contêm órgãos reprodutores do mesmo sexo) ou andrógino (ser
artificial semelhante ao homem).
ORIGEM

Esta palavra tem origem Grega, e tem origem nas palavras:

andros = homem;
agein = conduzir;
logos= ciência

Desse modo, a andragogia como toda ciência, é filosofia.

Assim, o significado mais adequado para esse termo é: a filosofia e a ciência que
se ocupa em estudar a educação de adultos, ou seja, a arte e as técnicas do
ensino de adultos.

Na década de 1970 um filósofo Francês chamado de Pierre Furter propõe que a


Universidade use esse termo para designar a Educação do Homem, a partir do
entendimento de que o homem é um ser que aprende durante toda a sua vida.

Para este filósofo a Andragogia designaria a educação do adulto. Igualmente,


sabemos que a Pedagogia é a ciência que estuda a educação, e a Andragogia
surge nesse contexto educacional para tentar compreender e propor a educação
do Jovem e do Adulto.

A partir desse momento, o termo Andragogia se popularizou. E foi um americano


chamado Malcolm Knowles que se dedicou a estudar esta ciência e propôs uma
teoria andragógica, que pudesse contribuir na Educação de Jovens e Adultos.

Nesse contexto, compreende-se que a educação é uma prática social, que


envolve diferentes sujeitos para sua afirmação como atividade de ensino e
aprendizagem.

A educação tem sido vista como um meio pelo qual as nações conseguem se
desenvolver em grandes proporções. Uma Nação educada e letrada difere-se
das demais.
Como exemplos há os grandes países europeus que investem em Educação e
Cultura, e do contrário, temos os países africanos que perecem cada vez mais
em falta de saúde e educação.

Tudo isso nos leva a crer que, a motivação para a Educação dos Adultos está
cada vez mais ligada ao método como essa prática social é desenvolvida.

A educação dos adultos, aqui tratada como uma modalidade de Ensino requer
métodos e técnicas próprias para a sua realização.

Evolução histórica

A Educação de Adultos é uma prática tão antiga quanto a história da raça


humana, ainda que só recentemente ela tem sido objeto de pesquisa científica.
A nossa herança cristã, por exemplo, com cerca de dois mil anos, apresenta no
Livro Sagrado, fartos exemplos de relacionamento educacional adulto através
dos patriarcas, sacerdotes e o próprio Jesus Cristo que foi, por excelência, o
maior educador de adultos de todos os tempos. Ele foi tão efetivo que, mesmo
com uma clientela tão mista de aprendizes - analfabetos e doutores, conseguir
resultados que até hoje continua transformando pessoas no mundo inteiro com
a sua mensagem. Cristo sempre usou parábolas para provocar a reflexão e
ação nos seus seguidores a respeito dos princípios dos seus ensinamentos.
Seus discípulos eram desafiados, constantemente, a formularem uma
estruturação mental própria para terem acesso ao significado das suas
mensagens. A porção bíblica abaixo evidencia este fato:

"Duro é este discurso, quem o pode ouvir?... Então perguntou Jesus aos doze:
Porventura quereis também vós outros retirar-vos? Respondeu-lhe Simão
Pedro: Senhor, para onde iremos? Tu tens as palavras de vida eterna; e nós
temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus." João 6:60

Outros na antigüidade, como Confúcio e Lao Tse na China; Aristóteles,


Sócrates e Platão na Grécia antiga; Cícero, Evelid e Quintillian na antiga Roma,
foram também exclusivos educadores de adultos. A percepção desses grandes
pensadores quanto à aprendizagem, era de que ela é um processo de ativa
indagação e não de passiva recepção de conteúdos transmitidos. Por isso suas
técnicas educacionais desafiava o aprendiz para a indagação.
Os gregos, por sua vez, inventaram o que se chama de Diálogo de Sócrates, no
qual o líder, ou algum outro membro de grupo, apresenta seu pensamento e
experiência para, a partir daí, os liderados buscarem solução para um
determinado assunto. Os romanos, por outro lado, foram mais confrontadores.
Eles usavam desafios para forçarem os membros de um grupo tomarem
posição em defesa própria.

Apesar dos referenciais da antigüidade acima, a história explícita da Andragogia


tem suas raízes na pedagogia e por isso temos que resgatar um pouco da sua
memória evolutiva.

No começo do século VII, foi iniciada na Europa escolas para o ensino de


crianças, cujo objetivo era - preparar jovens rapazes para o serviço religioso -
eram as conhecidas Catedrais ou Escolas Monásticas. Os professores dessas
escolas tinham como missão a doutrinação dos jovens na crença, fé e rituais da
igreja. Eles ajuntaram uma série de pressupostos sobre aprendizagem, ao que
denominaram de "pedagogia"- a palavra, literalmente, significa "a arte e ciência
de ensinar crianças" (A etimologia da palavra é grega: "paido", que significa
criança, e "agogus" que significa educar). Esse modelo de educação monástico
foi mantido através dos tempos até o século XX, por não haver estudos
aprofundados de sua inadequação para outras faixas etárias que não a infantil.
Infelizmente ele veio a ser a base organizacional de todo o nosso sistema
educacional, incluindo o empresarial. Entretanto, logo após a Primeira Guerra
Mundial, começou a crescer nos Estados Unidos e na Europa um corpo de
concepções diferenciadas sobre as características do aprendiz adulto. Mais
tarde, após o intervalo de duas décadas, essas concepções se desenvolveram
e assumiram o formato de teoria de aprendizagem, com o suporte das idéias
dos pensadores a seguir.

Eduard C. Lindeman (USA) foi um dos maiores contribuidores para pesquisa da


educação de adultos através do seu trabalho "The Meaning of Adult Education"
publicado em 1926. Suas idéias eram fortemente influenciadas pela filosofia
educacional de John Dewey:

"... a educação de adulto será através de situações e não de disciplinas. Nosso


sistema acadêmico cresce em ordem inversa: disciplinas e professores
constituem o centro educacional. Na educação convencional é exigido do
estudante ajustar-se ao currículo estabelecido; na educação de adulto o
currículo é construído em função da necessidade do estudante. Todo adulto se
vê envolvido com situações específicas de trabalho, de lazer, de família, da
comunidade, etc. - situações essas que exigem ajustamentos. O adulto começa
nesse ponto. As matérias (disciplinas) só devem ser introduzidas quando
necessárias. Textos e professores têm um papel secundário nesse tipo de
educação; eles devem dar a máxima importância ao aprendiz." (Lindman, 1926,
pp. 8-9).

"... a fonte de maior valor na educação de adulto é a experiência do aprendiz.


Se educação é vida, vida é educação. Aprendizagem consiste na substituição
da experiência e conhecimento da pessoa. A psicologia nos ensina que, ainda
que aprendemos o que fazemos, a genuína educação manterá o fazer e o
pensar juntos A experiência é o livro
vivo do aprendiz adulto." (Ibid., pp. 9-10)

"Ensino autoritário; exames que predeterminam o pensamento original; fórmulas


pedagógicas rígidas - tudo isto não tem espaço na educação de adulto...
Adultos que desejam manter sua mente fresca e vigorosa começam a aprender
através do confronto das situações pertinentes. Buscam seus referenciais nos
reservatórios de suas experiências, antes mesmo das fontes de textos e fatos
secundários. São conduzidos a discussões pelos professores, os quais são,
também, referenciais de saber e não oráculos. Isto tudo constitui os mananciais
para a educação de adultos, o moderno questionamento para o significado da
vida." (Ibid., pp.10-11)

"Uma das grandes distinções entre a educação de adultos e a educação


convencional é encontrada no processo de aprendizagem em si mesmo.
Nenhum outro, senão o humilde pode vir a ser um bom professor de adultos. Na
classe do estudante adulto a experiência tem o mesmo peso que o
conhecimento do professor. Ambos são compartilhados par-a-par. De fato, em
algumas das melhores classes de adultos é difícil de se destinguir quem
aprende mais: se o professor ou o estudante. Este caminho duplo reflete
também na divisão de autoridade. Na educação convencional o aluno se adapta
ao currículo oferecido, mas na educação de adulto, o aluno ajuda na
formulação do currículo Sob as condições democráticas, a autoridade é do
grupo. Isto não é uma lição
fácil, mas enquanto não for aprendida, a democracia não tem sucesso." (Ibid.,
pp.166)

Lindeman identificou, pelo menos, cinco pressupostos-chave para a educação


de adultos e que mais tarde transformaram-se em suporte de pesquisas. Hoje
eles fazem parte dos fundamentos da moderna teoria de aprendizagem de
adulto:

1. Adultos são motivados a aprender à medida em que experimentam que


suas necessidades e interesses serão satisfeitos. Por isto estes são os
pontos mais apropriados para se iniciar a organização das atividades de
aprendizagem do adulto.

2. A orientação de aprendizagem do adulto está centrada na vida; por isto as


unidades apropriadas para se organizar seu programa de aprendizagem
são as situações de vida e não disciplinas.

3. A experiência é a mais rica fonte para o adulto aprender; por isto, o centro
da metodologia da educação do adulto é a análise das experiências.

4. Adultos têm uma profunda necessidade de serem autodirigidos; por isto, o


papel do professor é engajar-se no processo de mútua investigação com
os alunos e não apenas transmitir-lhes seu conhecimento e depois avaliá-
los.

5. As diferenças individuais entre pessoas cresce com a idade; por isto, a


educação de adultos deve considerar as diferenças de estilo, tempo, lugar
e ritmo de aprendizagem.

Muitos outros estudos foram continuados por vários pesquisadores, entre os


quais Edward L. Thorndike (The Adult Learning -1928/USA), Lawrence P. Jacks
(Journal of Adult Education-1929/Inglaterra).

Até 1940, apesar de haver elementos suficientes para a elaboração de uma


teoria compreensível sobre a aprendizagem de adulto, esses elementos
estavam dispersos e necessitavam de uma unificação teórica. Entre 1940 e
1950 esses princípios foram esclarecidos, reelaborados e incorporados à uma
explosão de conhecimentos oriundos de várias disciplinas das ciências
humanas. A Psicoterapia, por exemplo, foi uma das ciências que mais
contribuíram para a Andragogia. Isto porque os psicoterapeutas estão voltados
essencialmente para a reeducação e em especial da população adulta. A seguir
alguns dos nomes de destaque nessa ciência e seus enfoques:

Sigmund Freud, apesar de não ter formulado uma teoria específica de


aprendizagem, muito contribuiu com seus estudos sobre o "subconsciente e
comportamento". Seus conceitos sobre ansiedade, repressão, fixação,
regressão, agressão, mecanismos de defesa, projeção e transferência
(bloqueando ou motivando a aprendizagem) têm sido objeto de discussão na
formulação da teoria de aprendizagem.

Carl Jung, com sua visão holística, forneceu um grande suporte para a
Andragogia, ao introduzir a noção da consciência humana possuir quatro
funções, ou quatro maneiras de extrair informações das experiências para a
internalização da compreensão: sensação, pensamento, emoção e intuição.

Erick Erikson estudou sobre as "oito idades do homem" para explicar os


estágios do desenvolvimento da personalidade humana. As três últimas
ocorrem na fase adulta:

1. Oral-sensorial (confiança x desconfiança)

2. Muscular-anal (autonomia x vergonha)

3. Locomoção-genital (iniciativa x culpa)

4. Latência (labor x inferioridade)

5. Puberdade e adolescência (identidade x confusão de papéis)

6. Jovem adulto (intimidade x isolamento)

7. Adulto (geração x estagnação)

8. Estágio final (integridade x desespero)

Abraham H. Maslow enfatizou o papel da segurança no processo de


crescimento. "A pessoa sadia interage, espontaneamente, com o ambiente,
através de pensamentos e interesses e se expressa independentemente do
nível de conhecimento que possui. Isto acontece se ela não for mutilada pelo
medo e na medida em que se sente segura o suficiente para a interação."
(Maslow,1972, pp. 50-51)

Carl R. Rogers, talvez o psicoterapeuta mais específico na educação de


adultos, enfatiza que em geral, terapia é um processo de aprendizagem. Ele
desenvolveu dezenove proposições para a teoria da personalidade e
comportamento, baseado nos estudos da terapia do adulto. Com isto ele fez um
paralelo entre ensino centrado no estudante e terapia centrada no cliente. Para
Rogers não podemos ensinar diretamente outra pessoa; podemos, apenas,
facilitar sua aprendizagem. (Rogers, 1951, p.132) Uma pessoa aprende,
significativamente, somente aquelas coisas que percebe estarem ligadas com a
manutenção, ou ampliação da estrutura do seu eu (Ibid., pp.388-391).

Estes pesquisadores, dentre muitos outros, deram o suporte para o


desenvolvimento da Andragogia como ciência da educação de adulto, que, a
partir de 1949, foram integradas numa moldura, através das publicações de
Harry Overstreet’s The Mature Mind, e continuaram com as publicações de
Malcolm Knowles Informal Adult Education, em 1950, Edmund Brunner’s
Overview of Research in Adult Education, 1954, J.R. Kidd’s How Adults Learn,
1959, J.R. Gibb’s, Handbook of Adult Education in the U.S., 1960, e Harry L.
Miller’s Teaching and Learning in Adult Education, 1964.

No princípio era Pedagogia

Malcolm Knowles conta no seu livro, The Adult Learner a Neglected Species,
que começou na tentativa de formular a Teoria de Aprendizagem de Adultos em
1950. Mais tarde, em 1960, pela primeira vez, teve contato com a palavra
Andragogia através de um educador yuguslavo, que participava de um
Workshop de Verão na Universidade de Boston. Foi então quando ele entendeu
o significado da palavra e a adotou como a mais adequada para expressar a
"arte e ciência de ajudar adultos a aprenderem".

Quando Dr. Knowles começou a construir o modelo andragógico de educação,


ele o concebeu como a antítese do modelo pedagógico: "Andragogia x
Pedagogia". Os pressupostos da Pedagogia baseiam-se nos princípios de
ensinar e aprender introduzidos no Século VII. Mais tarde a escola secular
começou a se organizar dentro do mesmo modelo, dando origem à Escola
Pública no Século XIX. Desta forma todo o sistema educacional, incluindo a
educação de alto nível, ficou congelada dentro do modelo pedagógico.

Segundo a análise de Knowles, o modelo pedagógico preconiza total


responsabilidade do professor para as decisões sobre o que será ensinado,
como será ensinado e se foi aprendido. É a educação dirigida pelo professor,
deixando para o aprendiz apenas o papel de submissão às suas instruções. Isto
porque suas premissas, a cerca do aprendiz, resumem-se em:

1. A necessidade de conhecer. Aprendizes necessitam saber somente


o que o professor tem a ensinar, se eles querem ser aprovados; eles não
precisam saber o como aplicarão o ensinamento em suas vidas.
2. O autoconceito do aprendiz. O conceito do professor sobre o
aprendiz é o de uma pessoa dependente, por isto, o autoconceito do aprendiz
se torna o de personalidade dependente.

3. O papel da experiência. A experiência do aprendiz tem pouco valor


como fonte de aprendizagem; a experiência considerada é a do professor, do
livro didático, do escritor e dos recursos audiovisuais. Por isto, técnicas de
transmissão - leituras, dever de casa, etc., são a essência da metodologia
pedagógica.
4. Prontidão para aprender. Aprendizes estão prontos para aprender o
que o professor determina que eles devem aprender, se eles querem passar
de ano.
5. Orientação para aprendizagem. Aprendizes têm a orientação de
aprendizagem voltada para disciplinas; eles vêem o aprendizado como uma
aquisição de conteúdos. Por isto, as experiências de aprendizagem são
organizadas de acordo com a lógica de conteúdo programático.

6. Motivação. Aprendizes são motivados a aprenderem através de


motivadores externos, tais como notas, aprovação/reprovação, pressões dos
pais, etc.
As premissas Andragógicas

Diante dos seis pressupostos pedagógicos mencionados anteriormente, a


Andragogia se dispôs a questionar a validade dos mesmos para o
relacionamento educacional com adultos. Afinal das contas, o respeito à
maioridade da pessoa madura é o ponto fundamental para se estabelecer uma
relação de efetiva aprendizagem. Esse respeito passa pela compreensão de
que o adulto é sujeito da educação e não o objeto da mesma. Daí a
inconveniência do professor como principal referência da relação educacional e
a fonte do conhecimento a ser depositado no reservatório do aprendiz, o que
Paulo Freire denomina de "Educação Bancária". O indivíduo que intenciona
trabalhar na educação de adultos tem que, antes de tudo, ser humilde para
descer do pedestal da sua cátedra e se estabelecer no mesmo plano de
aprendizagem, para, numa mútua relação de compartilhamentos, se
desenvolver com o aprendiz.
Considerando, portanto, que o aprendiz adulto interage diferentemente da
criança na relação educacional, as premissas pedagógicas mencionadas
anteriormente, devem ser substituídas pelas Andragógicas nos seguintes
termos:

1. Necessidade de conhecer. Aprendizes adultos sabem, mais do que


ninguém, da sua necessidade de conhecimento e para eles o como colocar em
prática tal conhecimento no seu di-a-dia é fator determinante para o seu
comprometimento com os eventos educacionais.

2. Autoconceito de aprendiz. O adulto, além de ter consciência de sua


necessidade de conhecimento, é capaz de suprir essa carência de forma
independente. Ele tem capacidade plena de se autodesenvolver.

3. O papel da experiência. A experiência do aprendiz adulto tem central


importância como base de aprendizagem. É a partir dela que ele se dispõe, ou
se nega a participar de algum programa de desenvolvimento. O conhecimento
do professor, o livro didático, os recursos audiovisuais, etc., são fontes que,
por si mesmas, não garantem influenciar o indivíduo adulto para a
aprendizagem. Essas fontes, portanto, devem ser vistas como referenciais
opcionais colocados à disposição para livre escolha do aprendiz.
4. Prontidão para aprender. O adulto está pronto para aprender o que
decide aprender. Sua seleção de aprendizagem é natural e realista. Em
contrapartida, ele se nega a aprender o que outros lhe impõe como sua
necessidade de aprendizagem.

5. Orientação para aprendizagem. A aprendizagem para a pessoa


adulta é algo que tem significado para o seu di-a-dia e não apenas retenção de
conteúdos para futuras aplicações. Como conseqüência, o conteúdo não
precisa, necessariamente, ser organizado pela lógica programática, mas sim
pela bagagem de experiências acumuladas pelo aprendiz.

6. Motivação. A motivação do adulto para aprendizagem está na sua


própria vontade de crescimento, o que alguns autores denominam de
"motivação interna" e não em estímulos externos vindo de outras pessoas,
como notas de professores, avaliação escolar, promoção hierárquica, opiniões
de "superiores", pressão de comandos, etc.

Princípios Andragógicos

O conceito de adulto que defendermos é, de forma simplificada e


resumida:

indivíduo maduro o suficiente para assumir as responsabilidades por


seus atos diante da sociedade. Entretanto, a maturidade humana
apresenta uma certa complexidade para a definição dos seus limites e por
isso varia de cultura para cultura.

Para a elaboração de um conceito mais completo e objetivo devemos


considerar, pelo menos, quatro aspectos da capacidade humana: sociológico,
biológico, psicológico e jurídico.

A capacidade sociológica diz respeito aos padrões que a sociedade estabelece


para reconhecer a independência do indivíduo para assumir sua
responsabilidade produtiva. É relacionada, portanto, ao plano econômico.

A capacidade biológica refere-se à potencialidade de reprodução da espécie.


Essa fase é marcada pela puberdade, ou seja o menino é capaz de ejacular e a
menina de menstruar, o que anuncia a maturidade física, e conseqüente
capacidade de procriação.
A capacidade psicológica está ligada à independência psíquica do indivíduo. É
caracterizada pela competência auto-administrativa, que permite o indivíduo
estabelecer seu próprio equilíbrio, resultante dos conflitos cognitivos que são
gerados pelas forças dissonantes e consonantes do seu processo mental.

A capacidade jurídica é relacionada às normas legais para o relacionamento


público do cidadão. Nessa esfera ele é considerado apto ou não para responder
por seus atos que, por ventura venham a infringir os padrões morais de
convivência social.

Expandindo o conceito de adulto que apresentamos anteriormente, de acordo


com as quatro capacidades definidas acima, poderíamos recolocá-lo da
seguinte forma:

Adulto é aquele indivíduo que ocupa o status definido pela sociedade, por ser
maduro o suficiente para a continuidade da espécie e auto-administração
cognitiva, sendo capaz de responder pelos seus atos diante dela.

Concluindo a discussão sobre a definição do ser adulto, é importante frisar que


não podemos divorciar tal conceito do contexto social, sob o risco de sua
alienação, uma vez que é o acordo entre os indivíduos da sociedade que
estabelece o padrão de vida comunitária. Daí o conceito poder variar de
sociedade para sociedade.

Uma vez estabelecido o que entendemos por ser adulto, podemos, a seguir,
refletir nos princípios que devem nortear o relacionamento com a pessoa
madura. Elaboramos quatorze princípios, em apologia aos 14 pontos de Deming,
para expressar a essência da Andragogia, ao mesmo tempo em que fornecemos
um referencial objetivo para o relacionamento de cunho educacional na
organização.

Princípio 1

O adulto é dotado de consciência crítica e consciência ingênua. Sua postura pró-


ativa ou reativa tem direta relação com seu tipo de consciência predominante.
Princípio 2

Compartilhar experiências é fundamental para o adulto, tanto para reforçar suas


crenças, como para influenciar as atitudes dos outros;

Princípio 3

A relação educacional de adulto é baseada na interação entre facilitador e


aprendiz, onde ambos aprendem entre si, num clima de liberdade e pró-
ação.

Princípio 4

A negociação com o adulto sobre seu interesse em participar de uma atividade


de aprendizagem é chave para sua motivação;

Princípio 5

O centro das atividades educacionais de adulto é na aprendizagem e jamais no


ensino;

Princípio 6

O adulto é o agente de sua aprendizagem e por isso é ele quem deve decidir
sobre o que aprender;

Princípio 7

Aprender significa adquirir: Conhecimento - Habilidade - Atitude (CHA); O


processo de aprendizagem implica na aquisição incondicional e total desses três
elementos.

Princípio 8

O processo de aprendizagem do adulto se desenvolve na seguinte ordem:


Sensibilização (motivação) - Pesquisa (estudo) - Discussão (esclarecimento) -
Experimentação (prática) - Conclusão (convergência) - Compartilhamento
(sedimentação);

Princípio 9
A experiência é o melhor elemento motivador do adulto. Portanto, o ambiente
de aprendizagem com pessoas adultas é permeado de liberdade e incentivo
para cada indivíduo falar de sua história, idéias, opinião, compreensão e
conclusões;

Princípio 10

O diálogo é a essência do relacionamento educacional entre adultos, por isso a


comunicação só se efetiva através dele;

Princípio 11

A praxis educacional do adulto é baseada na reflexão e ação,


conseqüentemente os assuntos devem ser discutidos e vivenciados, para que
não se caia no erro de se tornar verbalistas - que sabem refletir mas não são
capazes de colocar em prática; ou ativistas - que se apressam a executar, sem
antes refletir nos prós e contras.;

Princípio 12

Quem tem capacidade de ensinar o adulto é apenas Deus que conhece o íntimo
da pessoa e suas reais necessidades. Portanto se você não é Deus, não se
atreva a desempenhar esse papel!

Princípio 13

O professor tradicional prejudica o desenvolvimento do adulto, pois coloca-o num


plano inferior de dependência, reforçando, com isso, seu indesejável
comportamento reativo próprio da fase infantil;

Princípio 14

O professor que exerce a "Educação Bancária" - depositador de conhecimentos -


cria a perniciosa relação de "Opressor & Oprimido", que pode influenciar,
negativamente, o modelo cognitivo do indivíduo pela vida inteira.
John Dewey – Teoria e Prática no Ensino

John Dewey nasceu em 1859, em uma pequena cidade chamada Burlington,


no estado de Vermont (EUA). Em sua infância recebeu reforço nos estudos
escolares, proporcionado pela sua mãe, que se esforçava para dar uma boa
educação aos filhos. Ao decorrer de sua vida acadêmica, o americano
escreveu muito, estudou filosofia e educação, e sempre se interessou por
política, movimentos sociais, religião, psicologia e sociologia.

Graduou-se pela Universidade de Vermont em 1879 e exerceu as funções de


professor do secundário durante dois anos, tempo em que desenvolveu um
profundo interesse por filosofia. Em setembro de 1882, John Dewey deixou o
ensino e retomou os estudos de filosofia na Universidade Johns Hopkins, onde
obteve o doutoramento.

John Dewey exerceu a função de professor de Filosofia na Universidade de


Michigan, onde ensinou a partir de setembro de 1884. Três anos mais tarde
(1887), publicava o seu primeiro livro, Psychology, onde propunha um sistema
filosófico que conjugava o estudo científico da psicologia com a filosofia
idealista alemã.

Esse livro foi importante para o passo seguinte da carreira de John Dewey: o
cargo de professor de Filosofia Mental e Moral na Universidade de Minnesota,
que assumiu em 1888. Porém, no ano seguinte, após a morte súbita do seu
mentor, George Morris, regressou à Universidade de Michigan para se tornar
chefe do Departamento de Filosofia. Em 1894, no entanto, saiu de Michigan
para a recém-criada Universidade de Chicago onde logo passaria a liderar o
departamento de Filosofia e o departamento de Pedagogia, criado por sua
sugestão.

Dewey será lembrado como o educador que pôs a prática em foco.

O educador defende que os conteúdos ensinados em sala de aula são


assimilados de forma mais fácil quando são associadas às tarefas realizadas
pelos alunos. John Dewey sempre defendeu a união da teoria e a prática, e sua
contribuição para a Andragogia está no sentido de valorizar a capacidade de
pensamento e estimular o aluno adulto a pensar, principalmente em discussões
coletivas, quando o conhecimento flui mais facilmente e assim, é construído.
No final da década de 1890, John Dewey começou a afastar-se da sua anterior
visão idealista neo-hegeliana e a adotar uma nova posição, que viria a ser
conhecida mais tarde como pragmatismo.

Depois de problemas graves na política interna do Departamento de Educação


da Universidade de Chicago, Dewey abandonou a instituição para se ligar à
Universidade de Columbia, em Nova Iorque, onde permaneceu até ao fim da
sua carreira no ensino, em 1930. Continuou, no entanto, a ensinar como
professor emérito até 1939, e continuou a escrever e a intervir socialmente até
às vésperas da morte.

Um ano antes de se aposentar da sala de aula, Dewey afirmou que a


educação, a experiência e as histórias de vida devem ser entrelaçadas – que
estudar a educação é estudar a experiência, portanto, a experiência de estudo
é estudar a educação.

Entre suas obras se destacam The School and Society ( “A Escola e a


Sociedade”, 1899), Democracy and Education ( “Democracia e Educação”,
1938) e Art as Experience (“Arte como experiência”, 1958).
John Dewey teve uma vida longa e faleceu nem 1952, ao completar 93 anos.
Deixou para trás um histórico exemplar e contribuição importantíssima na
educação de adultos, mesmo não sendo considerado um andragogo, e sim, um
pedagogo de grande influência.

A Contribuição de John Dewey à Educação

Para se poder compreender a concepção da Educação em Dewey, deve-se


partir da ideia de que a Educação é um fenómeno criado pela e para a
sociedade. Dewey, sendo um educador, o seu pensamento teve muita
influência na "Escola Nova".

Para Dewey, a Educação e, em especial, a escola possui uma função de


coordenar a vida mental de cada indivíduo nas diversas influências dentro do
meio social onde o indivíduo vive. Por isso, em Dewey, a Educação ainda que
seja uma função social, é uma necessidade de vida, onde a vida é renovada
através da transmissão de um conhecimento de um indivíduo ao outro e isto
diferencia o homem dos seres inanimados, assim, afirma Dewey que "a mais
notável distinção entre os seres vivos e inanimados é que os primeiros se
conservam pela renovação. Ao receber uma pancada, a pedra opõe
resistência. Se a resistência for maior do que a força da pancada, ela,
exteriormente, não apresentará mudança; no caso contrário se partirá em
fragmentos menores que ela" Dewey (1959, p.1).

O intuito fundamental da Educação é fazer com que a aprendizagem de todo o


conhecimento leve à prática, e assim posto, ele propôs uma Educação, um
método que tomasse em conta a experiência de cada indivíduo, não como uma
atitude isolada do sujeito com o mundo, mas que este se integre com os outros.

Assim, a Educação em Dewey é um "processo pelo qual uma cultura é


transmitida de geração para geração, acontecendo por meio da comunicação
de hábitos, actividades, pensamentos e sentimentos dos membros mais velhos
da cultura aos mais novos" Ozmon; Craver (2004: 151). E é por este facto que,
a Educação não se deverá limitar ao ensino escolar e formal, mas também
como fazendo parte da própria vida.

Tudo o que se deve estudar na escola, as matérias preconizadas para tal,


deveriam tomar em conta a vida social de cada indivíduo, de tomar em conta
também as vivências e o quotidiano de cada indivíduo, e, neste caso, os planos
deveriam ser feitos segundo as necessidades do aluno.

Esta ideia de deixar que o indivíduo se eduque sozinho foi posteriormente


criticada. Pitombo citado por Ozmon; Craver (2004), afirma que acreditar que a
criança se eduque sozinha sem o professor, é o mesmo que dizer que ela
educa-se naturalmente, crescendo espontaneamente, como se fosse uma
planta, mas isto surge como uma má interpretação, porque Dewey pensava
nos métodos do ensino que eram autoritários, onde tudo dependia do
professor.

Face a esta realidade, Dewey faz uma viragem de pensamento, afirmando


deveras que o aluno deve ser educado em conformidade com as necessidades
sociais, bem como sob tutela de alguém com uma certa experiência, de modo
que na sociedade não existam desníveis de educação e não se encontrem
indivíduos à margem da sociedade. Portanto, a educação deve servir para a
emancipação e para a transformação social e não virada para o indivíduo.

A coisa principal que se nota no processo de Educação para Dewey é a


relação que se estabelece entre a imaturidade da criança e a experiência
amadurecida do adulto. Neste processo educacional, Dewey faz uma
comparação entre o modelo da Educação Tradicional e a Educação da Escola
Nova ou Progressiva. Mostra Dewey que a Educação Tradicional, já que
pressupõe o mundo da criança como incerto, vago, deve, através de estudos e
lições (ensino), substituir a superficialidade desse mundo.

O aluno só precisa receber e aceitar somente o que é exposto, tomando uma


atitude de docilidade e submissão, porém, a Educação da Escola Nova ou
Progressista centra todo o processo educativo na criança, para o seu
crescimento e que isto determinará a quantidade e a qualidade do que deve ser
ensinado e aprendido e que, este ensinado e aprendido é feito consoante a sua
situação concreta, em função do que a criança quer aprender e também de
acordo com os seus pré-requisitos.

Entretanto, ao conciliar estas duas escolas, a Tradicional e a Nova ou


Progressista, ele propõe o que ele chama de "Reconstrução da Experiência". É
aqui e neste aspecto onde se centra o seu conceito de Educação. A criança, ao
possuir uma experiência infantil, deve passar por um processo contínuo de
reconstrução e serão as matérias e as disciplinas que reconstruirão a sua
experiência.

O erro cometido pela Escola Tradicional foi de querer comparar a imaturidade


da criança à maturidade do adulto, porém, o importante é considerar os
interesses da criança como impulsos de uma capacidade e potencialidade.
Assim, o aluno deve tomar uma atitude de busca e disposição de sempre
aprender, possuir um espírito aberto a novas possiblidades, novas observações
e novos entendimentos. Isto só é possível quando o professor adequa o
curriculum em função dos seus alunos, incutindo no aluno que todo o processo
de ensino e aprendizagem visa o seu amadurecimento e, para tal, deve-se
aproveitar a experiência do outro, para se enriquecer a sua. Os professores, ao
planificar o currículo, devem tomar em conta os pré-requisitos dos alunos, o
que eles gostam, o que podem aprender mais e melhor e também não pôr de
lado as suas situações sociais e concretas.

A contribuição de Dewey na pedagogia moderna foi de desmistificar a ideia de


que existe uma dissociação entre a escola e a vida, o que não existia na
realidade do aluno; mostrar que o bom ensino deve estimular a iniciativa,
promovendo condição para a produção e exploração de interesse; identificar
que o problema em matérias da educação é fornecer um ambiente no qual as
actividades educativas se possam desenvolver, quer dizer, que a escola deve
propiciar um ambiente de oportunidades, sem o qual torna-se difícil entender e
apreender o interesse latente do aluno.
John Dewey é pragmatista Hegeliano de início, depois ele passa pelo
Positivismo, isto é, "qualquer filosofia que privilegie o conhecimento científico e
combate a metafísica" Clément et al (1999, p.308), e elaborou uma nova
versão do Pragmatismo a que deu o nome de Instrumentalismo[1].

O método experimental da sua pedagogia baseia-se na educação da


habilidade individual, da iniciativa e do espírito de empreendimento em
detrimento da aquisição de conhecimentos científicos. O seu modelo
pedagógico foi influenciado pela sua teoria filosófica, o Pragmatismo Utilitarista
que era de cariz empírico.

O seu pensamento pedagógico de Dewey surge devido aos problemas que a


Escola Tradicional pautava, que esta tinha um cariz autoritário, selectivo,
elitista e reprodutora das desigualdades sociais. Portanto, "a finalidade da
educação, em Dewey, não era integrar o jovem na sociedade, mas sim, dotá-lo
de conhecimentos e competências que permitissem a sua participação na
transformação da sociedade. Daí que a Educação Democrática tcnsiderar-se a
pedra de toque do seu modelo" Marques (1998, p. 50).

No seu pensamento pedagógico, ele usou estes princípios: o primeiro princípio


é o da Actividade, já que o verdadeiro conhecimento é aquele que provém da
experiência e esta requer uma actividade, uma acção. O segundo é o da
Utilidade, já que a aprendizagem só tem significado, quando esta é útil para a
criança, e esta consegue fazer uma aplicação concreta da vida real. O Princípio
da União dos Meios e dos Fins, é o terceiro por ele referenciado, já que tudo
quanto é objectivo útil para o indivíduo deveria estar sempre patente no
currículo escolar, assim, o currículo deveria ser concebido para responder os
problemas quotidianos.

Um dos princípios fundamentais da sua pedagogia é o princípio da


Democracia, onde, a escola deve promover uma educação para a cidadania e
a democracia só se ensina através de aprender, fazendo, isto é, learn by doing,
e isto exige que o aluno participe na tomada de decisões, assim, "as escolas se
deviam organizar como pequenas comunidades democráticas, empenhadas no
desenvolvimento de actividades socialmente úteis, capazes de terem um
impacto positivo no desenvolvimento dos valores democráticos" Marques
(1998, p.51). O princípio Científico, é o último referenciado por Dewey, posto
que fundamenta-se como um meio que procura ver todas as inovações da
ciência no tempo actual, de modo que se desenvolva a reflexão analítica e o
pensamento crítico no processo do progresso humano.

Para Dewey, o currículo deve ser concebido tendo em conta a vida real dos
alunos, já que "a vida é um processo que se renova a si mesmo por intermédio
da acção sobre o meio ambiente" Dewey (1959, p.1), e, neste caso, a
educação tem como intuito, integrar na sociedade os alunos, mas não uma
integração passiva, mas sim transformadora, inconformista e crítica, isto é, uma
Educação em que o aluno é o mentor principal no processo de ensino e
aprendizagem, onde este se integre neste processo de modo a transformar a
sua vida com a experiência dos outros. Uma Educação onde o aluno critica o
que aprende, para poder produzir mais e melhor.

A Educação Democrática em Dewey

Para Dewey concretizar o ideal democrático da sociedade, recorreu à


Educação como um fenómeno de extrema importância, capaz de proporcionar
um espaço democrático para as diferentes classes sociais e através de uma
metodologia fundamentada no interesse e na experiência do indivíduo, garantir
a perpetuação dos valores liberais básicos, como a liberdade, a solidariedade e
a igualdade de oportunidades.

Dewey foi um dos maiores defensores da democracia, na segunda metade do


século XIX e primeira metade do século XX, por ter afirmado que é possível
conceber uma sociedade melhor, quando esta pautar pela democracia, que é a
única forma digna da vida humana e não se pode pensar na democracia sem
se pensar na Educação.

Dewey, ao falar da democracia relativa à Educação, afirma que uma sociedade


"deve procurar fazer que as oportunidades intelectuais sejam acessíveis a
todos os indivíduos, com iguais facilidades para os mesmos (...) assim, a
democracia é mais do que uma forma do governo, é uma forma de vida
associada, de experiência conjunta e mutuamente comunicada" Dewey (1959,
p. 93s).

Para Dewey, a Educação Democrática é aquela onde a igualdade de


oportunidades é um elemento fundamental, isto é, todos os indivíduos
presentes no processo de ensino e aprendizagem devem ter a mesma
oportunidade de ensino e que não deverá haver diferenças de classes, cada
aluno deve-se enriquecer com as experiências dos outros, entrando numa
relação de inter-ajuda.

Assim, uma Educação sem essa igualdade de oportunidades baseia-se nos


privilégios e, neste caso, não é democrática. A Educação, para Dewey, é um
processo de vida onde se faz uma experiência, e, ao mesmo tempo, um
processo social onde representa não a vida futura, mas a presente e real para
a criança. Portanto, a Educação, "é um processo de reconstrução e
reorganização de experiências, pelo qual lhe percebemos mais agudamente o
sentido e com isso nos habilitamos a melhor dirigir o curso de nossas
experiências futuras" Dewey(1959, p. 8).

A Educação Democrática comporta uma dimensão de formar o homem para


valores republicanos e democráticos e a formação para a tomada de decisões
em todos os níveis. Para se compreender a Educação Democrática em Dewey
é indispensável: a formação intelectual e a informação, isto é, desenvolver a
capacidade de conhecer em vista a poder escolher. Portanto, para se poder
formar o cidadão é preciso informá-lo das vastas áreas de conhecimento,
através da literatura e das artes, em geral; a educação moral também é
essencial, aquela ligada a uma didáctica de valores que não se podem
aprender apenas intelectualmente, como também através da consciência ética,
que é formada tanto de sentimentos quanto da razão; por fim, é imprescindível
a Educação do comportamento, no sentido de enraizar hábitos de tolerância
diante do diferente, bem como o aprendizado da cooperação activa e da
subordinação do interesse pessoal ou grupal ao interesse geral, ao bem
comum (http://www.hottopos.com/notand2/educacao_para_a_democracia.htm);
09/04/2010.

A Educação Democrática consiste em formar os cidadãos para poderem viver


os grandes valores democráticos que abarcam as liberdades civís, os direitos
sociais e os da solidariedade planetária. Também consiste na formação em
poder participar na vida pública, tanto como cidadão comum ou como
governante.

Para Dewey, a escola é o principal local onde deverá ser desenvolvida a


Educação Democrática, embora sofra actualmente a concorrência de outras
instituições, é o caso dos meios de comunicação social, igrejas, cinemas, etc.

A Educação tem como finalidade, em Dewey, propiciar à criança condições


para que resolva por si própria os seus problemas, e não os tradicionais ideais
de formar a criança de acordo com modelos prévios, ou mesmo orientá-la para
um porvir. Assim, tomando o conceito de experiência como factor central de
seus pressupostos, chega-se à conclusão de que a escola não pode ser uma
preparação para a vida, mas sim a própria vida.

Para Dewey, o ensino e a aprendizagem baseiam-se numa compreensão de


que o saber é constituído por conhecimentos e vivências que se entrelançam
de forma dinâmica, distante da previsibilidade das ideias anteriores. Deste
modo, os alunos e professor detentores de experiências próprias, são
aproveitadas no processo. O professor, neste caso, tem uma visão sintética
que é mais abrangente e clara acerca dos conteúdos, e os alunos uma visão
sincrética que é confusa e não muito clara daquilo que aprende, o que torna a
experiência um ponto central na formação de conhecimentos, mais do que os
conteúdos formais. De acordo com estes factos, isto levará a uma
aprendizagem essencialmente colectiva, assim como é colectiva a produção de
conhecimentos.

Com estes aspectos e postos em prática, o processo de ensino e


aprendizagem irá avante e, portanto, os alunos e o professor se enriquecerão e
haverá, neste caso, a interacção escolar de poder aprender e também de poder
ensinar, mas tudo isto centrado no professor como orientador deste processo
de ensino e aprendizagem.

Portanto, uma sociedade assente em princípios democráticos, permitirá uma


escola que privilegie uma relação de liberdade individual compatível com as
liberdades colectivas. Neste caso, só a existência de debates de ideias e de
interesses, a vivência positiva de conflitos, estes assentes em princípios
democráticos, estimulará a reestruturação das leis e regras que construirão
uma escola coerente nos objectivos explícitos e implícitos Leite (2001, p. 50).

3. Influência da Teoria de John Dewey na Educação Moçambicana

Dewey surge numa época em que o sistema educacional se centrava nas


técnicas de memorização e na transferência de conhecimentos a modo de
Ensino Tradicional e ele propõe a Educação da Escola Nova ou Progressista,
que partia do princípio de que a escola deveria actuar como um instrumento
para a edificação da sociedade através da valorização das qualidades pessoais
de cada indivíduo.

Para que a Educação da teoria da Escola Nova tenha lugar, é preciso romper
com a postura de transmissão de informações, na qual o aluno é um simples
indivíduo passivo, preocupando-se somente em recuperar tais informações
quando lhes são solicitadas.

Dewey referencia que o uso da problematização no ensino-aprendizagem, é de


suma importância para que ocorra o conhecimento significativo, uma vez que a
aprendizagem ocorreria mediante as experiências anteriores vivenciadas pelo
aluno, onde ele não só desenvolveria a técnica como também o intelecto e a
moralidade em vista ao seu desenvolvimento integral. E é isto o que a política
educativa moçambicana pretende com a concepção do currículo (2002), que o
aluno não seja um receptor passivo dum conhecimento já elaborado, mas sim
que este participe activamente no seu precesso de ensino, que o ensino seja
concebido em função deste e das suas condições concretas, por isso, há
necessidade de se conhecer bem e melhor o aluno que está em nossa frente,
de modo que este seja capaz de conciliar o conhecimento teórico com o
prático.

É nesta vertente que Dewey revoluciona a Educação do seu tempo, criando um


novo modelo de ensino. O movimento da Escola Nova em Moçambique pode
ser considerado como ter iniciado principalmente na Época pós colonial, com o
intuito de eliminar o Ensino Tradicional que propunha como meta educacional a
formação do homem ao nível teórico, e com o nascimento do movimento da
Escola Nova em Moçambique preconceituado por Samora Machel, com a
política da formação do Homem Novo após a independência, era necessário
encontrar princípios práticos da solidariedade bem como uma cooperação e
integração social dos indivíduos. Para tal, era preciso uma introdução às novas
formas de educação em que o aluno é o actor principal do Processo de Ensino
e Aprendizagem.

É verdade que nem tudo o que a pedagogia tradicional ensinou é passível de


se deitar fora, isto é, há alguns aspectos positivos que poderemos dela
aprender. É o caso da íntima ligação da educação com as realidades
quotidianas da vida, quer dizer, ela desenvolve-se segundo os moldes da vida
da comunidade.

A Educação Tradicional era também polivalente, posto que o que se ensinava


não era tão fragmentado como o é hoje, e, todavia, era coerente. Através duma
história poder-se-ia ensinar as características dos animais (zoologia), os
comportamentos dos homens (psicologia), a moral, etc. Com isto, quer-se
evidenciar o aspecto de que a criança era ensinada ao mesmo tempo a levar à
prática o que aprendia, é o caso da caça, colheita, etc.

Esta concepção da Escola Nova, quer dizer, da Educação centrada no aluno,


relaciona-se com um conjunto de ideias e realizações que Moçambique
alcançou, tudo isto ligado a uma renovação da mentalidade dos educadores e
das novas práticas pedagógicas que deveriam surgir.
O movimento da introdução da Escola Nova em Moçambique, não pautava
num caríz político e educacional, ligado a uma agremiação partidária, nem às
ideologias totalitárias na ideia dos governantes, porém, era tida como um meio
termo, onde o Estado Moçambicano pudesse executar um decisivo papel e a
educação pública pudesse ser um meio em vista a oferecer a igualdade de
oportunidades a todos e que todos os indivíduos pudessem ser livres, embora
isto fosse contraditório, porque se fala de Educação para todos, mas são muito
poucos os que têm acesso a ela.

Segundo leitores de Dewey, é o caso de Cunha, afirma que "... voltado para o
desenvolvimento e crescimento dos educandos, o único guia do processo
educacional é o espírito que evolui e assim, é ele quem determina tanto a
qualidade como a quantidade das matérias que o educador deve apresentar-
lhe. Essa corrente de trabalho coloca a vida e a experiência da criança em
oposição ao jugo do programa, delimita, de um lado, o desenvolvimento e de
outro, o acúmulo de conhecimentos" Cunha (1996, p.7).

A influência de Dewey para a educação em Moçambique sentiu-se no período


pós-colonial, onde antes havia dois tipos de educação, a dos filhos dos colonos
que deveriam ir aos liceus e a dos filhos dos indígenas que quase não tinham
acesso à escola e, se tivessem, iriam ao ensino técnico onde iriam desenvolver
a questão da prática, contudo, com a ideia da formação do "Homem Novo" de
Machel, acabou este discurso, procurando-se uma unanimidade da formação
dos jovens ao serviço da pátria amada, embora surja um discurso contraditório,
porque, enquanto se pauta pela educação para todos, somente os que
possuiam bens são os que poderiam ter acesso à educação e este facto ainda
é notório na nossa sociedade hodierna, onde somente uma minoria é que entra
em escolas melhores e com boas condições enquanto a maioria esmagadora
está em baixo das árvores e sob condições deploráveis. Com estes aspectos,
podemos ver que Dewey está presente nas reformas educacionais, em
Moçambique.

Portanto, a ideia era de organizar a escola de acordo com o tipo de sociedade


e entrando em consonância com ela. Dewey, ao procurar fazer uma relação
entre os programas escolares e aquilo que as crianças deveriam fazer na
prática, isto era uma tentativa de ligar o currículo com o desenvolvimento
psicológico e cognitivo do aluno. Entretanto, o currículo é passível de
desenvolver hábitos de o aluno agir com autonomia e também em conjunto
com os outros e isto é idêntico ao ideal democrático Deweyano, que foi tomado
a quando da concepção do novo currículo moçambicano.

Dewey afirma que a escola é o ambiente especial para proporcionar a


transmisão de conhecimentos e o objectivo fundamental da Educação é
proporcionar um ambiente favorável para o Processo de Ensino e
Aprendizagem ocorrer devidamente; eliminar os elementos que não são
favoráveis à formação da criança, quer dizer, não é importante transmitir à
criança todo o conhecimento, mas sim, aquele indispensável em vista a
construir uma perfeita sociedade futura e também, oferecer oportunidades às
crianças para poderem ir avante em relação ao grupo social de origem com o
fim de fazer um intercâmbio com os outros ambientes socio-culturais.

Segundo Manacorda (2006), Dewey como Marx, baseou-se no


desenvolvimento económico e produtivo, mas faltou-lhe aquela análise
dialéctica do real e de suas contradições, cuja explosão, segundo Marx
provocaria as mudanças e aquela perspectiva, talvez utópica, mas fortemente
estimulante, de uma totalidade de indivíduos totalmente desenvolvidos. No
lugar dessa análise, "há nele a conclamada finalidade de educar o indivíduo
para participar da mudança, concebida como progressiva evolução de um
estado de coisas em si positivo" Manacorda (2006, p. 7).

Embora, a teoria da Escola Nova seja conhecida pela maioria dos profissionais
em educação, muitos deles, ainda preferem trabalhar com os métodos
tradicionais por serem menos trabalhosos e por exigir menos tempo de
dedicação no planejamento.

Um dos fatores relevantes na aversão à teoria referida, é a falta de uma


formação do profissional centrada no conhecimento de conceitos da prática
pedagógica. Se não bastasse isso, o sistema educacional em vigor em nada
favorece a mudança para um método de aprendizagem mais individualizado
que valorize o aluno de forma diferenciada. Para que ocorra esta educação
diferenciada é necessário romper com a postura de transmissão de
informações, na qual o aluno assume o papel de indivíduo passivo,
preocupando-se apenas em recuperar tais informações quando solicitadas.

A utilização da problematização no ensino-aprendizagem, é de suma


importância para que ocorra o conhecimento significativo, uma vez que a
aprendizagem ocorreria mediante as experiências anteriormente vivenciadas
pelo aluno. Onde ele, não desenvolveria apenas tecnicamente, mas, intelectual
e moralmente, em outra palavras, ocorreria o desenvolvimento do aluno de
forma integral.

Contribuições da psicologia de Jean Piaget para a Educação: teoria da


epistemologia genética

Jean Piaget (1896-1980) nascido na cidade de Neuchâtel na Suíça, foi um


especialista em psicologia evolutiva e dedicou-se aos estudos de epistemologia
genética. Revolucionou a Educação, pois seus estudos derrubaram
paradigmas relacionados à aprendizagem. As ideias de Piaget continuam
sendo estudadas e aplicadas no mundo todo. Como ideia nuclear, o
pesquisador defendeu uma metodologia inovadora na busca de formação de
cidadãos criativos e críticos. Para ele, o professor deve orientar os estudantes
no caminho da aprendizagem, de forma a favorecer a autonomia no aprender.

Nogueira e Leal esclarecem que a teoria de Jean Piaget foi baseada em duas
áreas do conhecimento: por um lado o científico (epistemologia) e por outro a
gênese (neste caso a genética). “[...] sua teoria possui como foco principal o
sujeito epistêmico, o indivíduo no seu processo de construção de
conhecimento” (NOGUEIRA; LEAL, 2012, p. 59).
Conforme esclarece Vieira e Lino (2007), Jean Piaget, por meio de seus
estudos na área da biologia concluiu que o desenvolvimento biológico é um
processo de adaptação ao meio em que vive o indivíduo, que depende da sua
maturação tanto quanto das condições desse meio. O cientista leva esta
concepção para estudos sobre o desenvolvimento humano, especialmente o
cognitivo.

"Especialmente orientada para descrever e identificar os modos ou as formas


de conhecer e pensar que emergem ao longo da octogênese humana, a teoria
de Piaget dirige-se também para aspectos do desenvolvimento moral,
linguístico e afetivo, concebendo-os sempre em estreita ligação com o
desenvolvimento cognitivo " (VIEIRA; LINO, 2007, p. 199).

Quanto à questão do desenvolvimento moral, segundo as autoras, Piaget


destaca o papel ativo da criança na construção do pensamento, assim como a
importância da interação social para essa construção. Desses estudos, para os
quais Piaget utilizou a concepção das regras, são destacadas duas fases de
desenvolvimento moral: a heterônoma e a autônoma.

As autoras continuam esclarecendo que, para Piaget, essa concepção das


regras traz uma manifestação concreta do egocentrismo, que é característica
do pensamento da criança pequena, o que equivale à sua incapacidade para
fazer diferenciação de perspectivas. Desta forma, supõe que as regras são
iguais para todos e que são criadas por aquele a quem entendem como
autoridade, geralmente o adulto. “[...] a criança na fase de heteronomia moral
concebe as regras sociais como entidades externas às pessoas e aos
contextos, com caráter imutável e absoluto”, esclarecem Vieira e Lino (2007, p.
201).

Na autonomia moral a criança já é capaz de tomar decisões de forma mais


independente da autoridade e pressões sociais, distinguindo as diferentes
origens e naturezas das regras. Nesta fase emerge a capacidade de registrar o
ponto de vista do outro e fazer uma reflexão a partir de considerações próprias
ao relacionamento interpessoal na interação com outros indivíduos.

Conforme Vieira e Lino (2007) a característica da autonomia também é a


capacidade para cooperar. Porém, a cooperação pressupõe que os indivíduos
envolvidos tenham consciência de si e saibam situá-lo em relação à
perspectiva do outro. Sendo os elementos indispensáveis à cooperação “[...] a
igualdade intelectual, a reciprocidade e o respeito mútuo” (p. 205), ela só pode
se dar nas relações entre os pares.

Assim, “[...] no plano da cognição social, a interação entre iguais constitui uma
atividade estruturante do pensamento moral, na qual operam um conjunto de
mecanismos. Um desses mecanismos é o conflito sociocognitivo” (VIEIRA;
LINO, 2007, p. 205). Esclarecem as autoras que, para Piaget, esse conflito cria
condições de desequilíbrio eficaz, em que a criança terá que responder a
desafios que questionam o seu ponto de vista.

O estado de desequilíbrio é favorável, pois para recuperar o equilíbrio o


“indivíduo precisará mobilizar dois mecanismos da inteligência: a
ASSIMILAÇÃO e a ACOMODAÇÃO” (NOGUEIRA; LEAL, 2012, p. 61).

As autoras continuam esclarecendo que a interação entre a assimilação e a


acomodação provoca a modificação ou criação de esquemas motores ou
mentais, o que concorrerá para que o indivíduo adquira maiores e melhores
condições para interagir com o mundo e avançar em novos conhecimentos, em
um processo contínuo. Todo esse processo resulta no que Piaget chamou de
adaptação intelectual (NOGUEIRA; LEAL, 2012).

Desta forma, segundo Nogueira e Leal (2012), para Piaget o desenvolvimento


cognitivo é um processo de equilibrações sucessivas, estruturado em fases nas
quais a criança vai construindo estruturas cognitivas.
Essas construções vão provocando transformações no comportamento da
criança em relação ao meio físico e social. Cada uma das fases ou etapas de
desenvolvimento “caracteriza-se por uma estrutura cognitiva particular que
determina o tipo de aproximação intelectual que o sujeito realiza com o meio
que o rodeia” (VIEIRA; LINO, 2007, p. 206).

As autoras esclarecem que Piaget definiu quatro estágios ou estádios de


desenvolvimento relacionando-os à idade da criança:

O estádio sensório motor (de 0 a 2 anos) caracteriza-se por uma atividade


cognitiva que se baseia essencialmente na experiência imediata através dos
sentidos. [...] a criança conhece o mundo que a rodeia através das ações que
exerce sobre esse meio (VIEIRA; LINO, 2007, p. 207).

Vieira e Lino (2007) salientam que quanto ao educacional é importante que os


programas voltados para a primeira infância possibilitem experiências
sensoriais ricas para lhe permitir a construção de novas estruturas
fundamentais no processo de aquisição de conhecimentos que serão a base
para as aquisições do próximo estágio.

“No estádio intuitivo ou pré-operatório (dos 2 aos 7 anos), o pensamento sofre


uma transformação qualitativa em função das modificações gerais da ação.
(PIAGET, 1973 apud VIEIRA; LINO; 2007, p. 207).

Vieira e Lino, na mesma obra, esclarecem que, para Piaget, este é o estágio da
inteligência intuitiva, em que surge a linguagem, o desenvolvimento da função
simbólica, dos sentimentos espontâneos e da postura submissa ao adulto.
Salientam as autoras (2007, p. 208) que “as estruturas mentais no estádio pré-
operatório são amplamente intuitivas, livres e altamente imaginativas”. A
capacidade de representação consiste em uma interiorização crescente das
ações. Conforme Piaget (1970) apud Vieira e Lino (2007, p. 208), “[...] os
símbolos usados são individuais e específicos de cada criança. É um jogo de
imitação e imaginação cuja função consiste em satisfazer o eu por uma
transformação do real em função dos desejos próprios”.

No estágio pós-operatório há a ausência de reversibilidade, posto que o


pensamento da criança é egocêntrico, pensa sempre de um ponto de vista
próprio, continua Vieira e Lino (2007).

“O estádio das operações concretas (dos 7 aos 11 anos) caracteriza-se por


uma capacidade lógica de compreender o mundo, por novas formas de
organização e pelo surgimento de novas estruturas”, conforme Vieira e Lino
(2007, p. 209).

Vieira e Lino (2007) esclarecem que neste estágio desaparece quase por
completo a linguagem egocêntrica e há início de uma linguagem socializada e
mais elaborada. O raciocínio da criança está conectado a situações concretas
e já se encontra a reversibilidade.

“O estádio das operações formais (dos 11 aos 16 anos) marca a entrada na


adolescência. [...] Neste estádio, o sujeito é capaz de utilizar um pensamento
hipotético-dedutivo que lhe permite raciocinar sobre conceitos que implicam um
elevado grau de abstração” (VIEIRA; LINO, 2007, p. 209).

Conforme as autoras esclarecem, embora haja características intrínsecas


próprias de cada estágio, estes não existem em estado puro, mas contem
elementos dos estágios precedente e seguinte.
Dessa forma, conclui as autoras que “a teoria de Piaget apresenta alguns
conceitos fundamentais para a pedagogia da infância” (VIEIRA; LINO, 2007, p.
210).

Conforme defendem Vieira e Lino (2007), no que diz respeito à educação,


portanto, é importante que as práticas e programas para a educação da
infância propiciem experiências educativas com um olhar para as
características do desenvolvimento das crianças, criando condições para a
construção de estruturas cognitivas que as favoreçam na consolidação de
conhecimentos do seu estágio de desenvolvimento e, por conseguinte, no
avanço para o estádio seguinte.

Andragogia e o construtivismo na educação

Vamos conhecer breves notas introdutórias sobre Andragogia e construtivismo na


educação.

A base da teoria do construtivismo consiste em acreditar que o saber é algo em


constante construção, ou seja, está sempre em processo de criação.

Dessa forma, no contexto da educação e da sala de aula, o construtivismo enquanto


aquisição de conhecimentos acontece a partir da interação no ambiente social e nas
relações com a comunidade escolar (alunos e professores).

O biólogo e pesquisador Jean Piaget é o nome mais conhecido a se reportar quando


falamos de Construtivismo na Educação.

Para alguns, falar de construtivismo é modismo atual, visto que todo conhecimento é
sempre passível de construção.

Assim, o construtivismo na educação pressupõe que o professor é o facilitador da


aprendizagem e tem como papel realizar, o de criar as condições de aprendizagem e
desenvolvimento do aluno, na escola, para que ele aprenda.

Essa corrente de pensamento é contrária à ideia de cópia e reprodução em sala de


aula de um conhecimento já preconcebido. Preza-se pela gestação do novo, do que
pode ser criado na sala de aula, a partir das relações sociais mediadas no ambiente
escolar.

No contexto da Andragogia na Educação de Adultos, o construtivismo atua em


conjunto (alunos e professores) na construção do conhecimento. Não há o mestre –
apenas, que ensina, mas há a mediação da proposta pedagógica que visa à
construção do conhecimento na sala de aula.

O construtivismo é, pois, processo de construção.

O Construtivismo pode ser caracterizado como uma corrente de pensamento


que ganhou espaço, especialmente no campo das teorias pedagógicas,
inspirada na obra de Jean Piaget (1896-1930), biólogo suíço reconhecido por
dedicar sua obra ao entendimento dos processos de aquisição do
conhecimento humano. Os conceitos piagetianos mais fundamentais fazem
referência aos mecanismos de funcionamento da inteligência e a
constituição/construção do sujeito a partir de sua interação com o meio. Nessa
perspectiva as estruturas cognitivas do sujeito não nascem prontas, motivo
pelo qual o conhecimento repousa em todos os níveis onde ocorre a interação
entre os sujeitos e os objetos durante o seu processo de desenvolvimento.

Apesar de não ser um educador Piaget elaborou uma teoria do conhecimento


acerca do desenvolvimento da inteligência, deixando valiosas contribuições
quando interpretamos sua obra com vistas à prática pedagógica e das quais a
teoria construtivista se apropriou. A principal delas é a de que a educação deve
possibilitar à criança seu pleno desenvolvimento durante todos os estágios de
maturação da inteligência – que se inicia no nascimento, com reflexos
neurológicos básicos (estágio sensório-motor) e caminha até o início da
adolescência, com o desenvolvimento do raciocínio lógico (estágio operatório
formal). No campo educacional isto significa levar em consideração os
esquemas de assimilação e acomodação da criança, promovendo situações
didáticas desafiadoras que provoquem os conflitos cognitivos responsáveis
pela construção do conhecimento através da participação ativa do sujeito
cognoscente.
A grande contribuição do Construtivismo, pautado na obra de Piaget e na
aplicação pedagógica das teorias construtivistas, em relação à educação é a
de que a aprendizagem não acontece de forma passiva pelo aluno, cabendo ao
professor a tarefa de criar possibilidades enquanto sujeito mediador da
aprendizagem e promover situações problema que permitam o conflito e
consequentemente avanço cognitivo de cada aluno na sua individualidade,
promovendo o desenvolvimento das estruturas de pensamento, raciocínio
lógico, julgamento e argumentação.

Embora não seja uma técnica de aprendizagem ou um método de ensino


propriamente dito, o construtivismo se opõe às concepções inatistas e
comportamentalistas sobre os processos de aquisição do conhecimento à
medida que pressupõe que a aprendizagem só tem significação se potencializa
o desenvolvimento da inteligência como resultado das combinações entre a
bagagem hereditária e as experiências adquiridas através das circunstâncias
oferecidas pelo meio.

A grande contribuição do Construtivismo, pautado na obra de Piaget e na


aplicação pedagógica das teorias construtivistas, em relação à educação é a
de que a aprendizagem não acontece de forma passiva pelo aluno, cabendo ao
professor a tarefa de criar possibilidades enquanto sujeito mediador da
aprendizagem e promover situações problema que permitam o conflito e
consequentemente avanço cognitivo de cada aluno na sua individualidade,
promovendo o desenvolvimento das estruturas de pensamento, raciocínio
lógico, julgamento e argumentação.

Embora não seja uma técnica de aprendizagem ou um método de ensino


propriamente dito, o construtivismo se opõe às concepções inatistas e
comportamentalistas sobre os processos de aquisição do conhecimento à
medida que pressupõe que a aprendizagem só tem significação se potencializa
o desenvolvimento da inteligência como resultado das combinações entre a
bagagem hereditária e as experiências adquiridas através das circunstâncias
oferecidas pelo meio.
Aprendizagem de Adultos

Antes de falar em aprendizagem de adultos, é importante entender o conceito


de adulto. O que é ser adulto? É ser responsável, ter experiências,
desenvolvimento físico, maturidade? Do ponto de vista da filosofia, o conceito
deriva de duas noções: maturidade e maioridade, sendo o equilíbrio entre a
adolescência e a velhice. Para a psicologia, o conceito de adulto é relativo aos
estágios de desenvolvimento, sendo que o mesmo é o que sucede o da
adolescência. No ponto de vista da psicanálise (Freud) ser adulto “é quando a
criança, ao crescer, vê que ela está destinada a permanecer para sempre uma
criança, que ela não poderá nunca viver sem uma proteção contra as potências
superiores e desconhecidas, ela empresta a estas, traços de autoridade
paternal, ela cria deuses”.

O homem é um ser em constante transformação, mudança, crescimento até


chegar na fase adulta. O homem completo e acabado não tem mais nada a
aprender, não é um verdadeiro homem. O verdadeiro é um homem inacabado,
onde a cada dia sem cessar aprende, cresce, amadurece.

Em relação a educação com o adulto, o objetivo não é superar a infância, mas


sim evitar o infantilismo. O adulto necessita de educação tanto quanto a
criança, a pessoa adulta é capaz de educar a si mesma. Nesse sentido se
formou a andragogia (educação para adultos) que tem em seu conceito de
ensino e aprendizagem a troca de experiências através de técnicas vivencias.

Abordando o tema aprendizagem, é importante analisar as teorias:


behaviorismo, construtivismo, sócio-construtivismo, ciências cognitivas e escola
crítica.

O behaviorismo configura a aprendizagem que ocorre por uma modificação do


comportamento provocada por estímulos vindos do ambiente (Skinner). A
aprendizagem é focada no castigo para inibir comportamentos ruins, através
disso o educador “instruía” melhor a pessoa, condicionando o comportamento
(condicionamento operante), premiando quando está certo, punindo quando
está errado.
As implicações no behaviorismo na aprendizagem são rotinas de
aprendizagem, um ensino programado, repetições onde limita a construção do
conhecimento do educando.

O construtivismo é o contrário do behaviorismo, a partir de propostas de ensino


que o educando tem que ser mais ativo, ele constrói o seu conhecimento,
estimulando a construção. O construtivismo leva em conta o conhecimento
prévio, focado no individuo que tem que ser ativo, participativo, construindo as
soluções, ao contrário do behaviorismo que dá o problema solucionado.

Jean Piaget dá o conceito do construtivismo “assimilação é a ação do sujeito


sobre os objetos e, inversamente a acomodação é a ação do meio sobre o
sujeito impelindo-o a ajustes ativos”. Nessa teoria se vê que a construção do
conhecimento é ativa, oportunizando reflexões em ambientes interativos e
desafiantes, encorajando à experimentação e à descoberta de princípios.

No sócio-construtivismo Vygotsky elaborou também uma teoria interacionista


da aprendizagem porém enfatizando o componente social. Para ele a
verdadeira direção do pensamento é do social para o individual e não o
inverso.

É no social, no mundo exterior que há o conhecimento, o individuo vê em outro


e desenvolve para fazer também, exemplo: funcionário novo que observa o
funcionário antigo.

Primeiramente a criança “aprende” algo no coletivo apoiado por um adulto ou


grupo social, em seguida ele desenvolve suas funções internas para efetuar
aquilo sozinho, ou seja, ele interioriza.

A distância entre aquilo que ele faz com a ajuda dos adultos e fará sozinho
depois é chamada de zona proximal de desenvolvimento, é neste espaço que a
aprendizagem se efetua, há a construção socialmente.

No sócio-construtivismo as atividades são colaborativas, tendo oportunidades


de discussão e reflexão, dando reforço à experimentação e descoberta
compartilhada.

Saindo do sócio construtivismo entramos nas ciências cognitivas que traz a


psicologia cognitiva desenvolvida a partir dos anos 60. Os cognitivistas
procuram compreender o que se passa dentro da “caixa preta” do psquismo
humano, especialistas de diversas ciências associaram-se nessa linha de
pesquisa: neurociências, inteligência artificial, linguística entre outras.

As ciências cognitivas trabalham muito em cima da memória, de acordo com a


nossa vivencia observamos as coisas, de acordo com a sua percepção. O
cérebro faz uma triagem e todos os resultantes das informações recebidas,
este filtro é necessário pois ele marca a diferença entre escutar e ouvir, olhar e
ver. Nós construímos, ao longo dos anos, uma representação do mundo a
nossa volta, por vezes, distante da realidade. É preciso levar em conta as
representações dos educandos para confrontá-las com informações novas
visando modificar as concepções.

Em relação a resolução de problemas, a psicologia cognitiva mostra que dois


tipos de estratégias podem ser utilizadas para resolver um problema: numa
primeira o sujeito parte do objeto a ser atingido e o decompõe em sub-objetivos
sucessivos. Na segunda, o sujeito deduz (em geral por analogia a uma
situação conhecida) um plano de ação, e em seguida, aproxima-se da solução
por correções sucessivas.

Para a teoria das inteligências múltiplas, dentro das ciências cognitivas,


existem pelo menos sete estilos de aprendizagem (Howard Gardner, psicólogo
da Universidade de Harvard), são elas:

· Físico (indivíduo que usa muito a expressão corporal)


· Interpessoal (indivíduo extrovertido)
· Intrapessoal (individuo introspectivo)
· Linguístico (aqueles que se expressam melhor com as palavras)
· Matemático (os que usam mais o pensamento/raciocínio lógico)
· Musical (se interessam mais por sons e música)
· Visual (exploram mais o aspecto visual das coisas)

E por fim a escola crítica, ela lança uma primeira questão antes da tradicional
“como se aprende?”, “para que se aprende” e “para quem se aprende”. A
pessoa tem que ser auto-suficiente para saber o que está aprendendo, para
quê e por quê. Ninguém aprende sozinho, todos aprendem em conjunto, em
hierarquia “aluno-professor”, onde o educador passa o conhecimento de acordo
com a realidade do educando, de acordo com a sua linguagem.

A escola crítica enfatiza o sentido da aprendizagem, Paulo Freire foi seu


principal expoente com sua experiência na alfabetização de adultos utilizando a
relação dos conteúdos com a vida concreta do educando com o objetivo de
conscientizá-lo. Ela traz implicações como a reflexão sobre os objetivos e
aplicação prática, atividades contextualizadas, o encorajamento à
experimentação e descoberta individuais e/ou compartilhados.

Com essas informações, identificamos 8 principais métodos de aprendizagem


nas teorias:

· Reprodução: aprender imitando alguém


· Recepção: aprender por recepção-transmissão
· Exercitar: aprender praticando
· Explorar: aprender procurando informações
· Experimentar: aprender testando hipóteses
· Debater: aprender para discussão e compartilhamento de idéias
· Inovar: aprender desenvolvendo novas soluções, estimulando para
desenvolver coisas novas
· Auto-avaliar-se: aprender por auto-avaliação

Profissionais da Engenharia Mecânica, por exemplo, em sua grande maioria


utilizam da Pedagogia Tradicional (Behaviorismo) em seus treinamentos. Já os
profissionais dos Estudos Sociais utilizam em grande maioria a Pedagogia
Libertadora (Sócio-Construtivismo). Isso mostra como a formação acadêmica
“molda” a forma de aprendizagem dos profissionais.

Nenhum treinamento pode ser totalmente construtivista ou behaviorista, mas


há grande necessidade de se mesclar as teorias de aprendizagem para obter o
melhor resultado, por isso é muito importante o instrutor ser “aberto” as
correntes pedagógicas e utilizar partes de cada uma e ter um plano de
treinamento completo, didático e dinâmico, mas para isso ocorrer é necessário
conhecer previamente o perfil da turma que irá trabalhar, assim ele irá realizar
um estudo prévio e o resultado final será positivo.

Metodologia Andragógica

A metodologia andragógica tem por fundamento, a educação de adultos. Nesse


contexto, levam-se em consideração os saberes já existentes do aluno, sejam
eles culturais sociais e históricos para – a partir disso, dar início e andamento
ao ensino do adulto.

Esta metodologia tem muito do método descrito por Paulo Freire. Paulo Freire
criou um método de alfabetização de adultos, que levava em consideração o
contexto do aluno e a leitura de mundo que ele já conseguia fazer, até aquele
primeiro momento de contato com a língua escrita, o alfabeto e as palavras
Dessa forma, entende-se que o aluno já conhece o mundo e o compreende por
sua experiência de vida, a partir deste conhecimento, e com base nele, será
dada a leitura da palavra escrita.

O método freiriano, não é um método de ensino, mas um método de


aprendizagem de adultos; consiste primeiramente em investigar o universo das
palavras faladas do alfabetizando, e extrair daí vocábulos e fonemas ricos em
possibilidades fonêmicas e semânticas.

A metodologia andragógica se detém não apenas ao ensino de alfabetizar,


mas, à Educação de Adultos, de todos os níveis de ensino. É, portanto, um
campo de estudo que se destina ao estudo de metodologias de ensino de
Adultos, diferentemente da Pedagogia que estuda o ensino direcionado às
crianças, mais especificamente.

O campo de estudo da Pedagogia não abarcava o universo do ensino de


adultos, como ainda não abarca, daí surge à necessidade de estudos e
pesquisas no campo da metodologia de ensino de adultos.
É importante destacar que os cursos de formação de professores, em nível de
Licenciatura, ainda não incluíram em seu currículo e grade curricular disciplinas
que abordem o campo de metodologia e ensino de adultos. Tem, portanto,
estudos não obrigatórios no campo da Educação de Jovens e Adultos, não
abrangendo as questões metodológicas do ensino.

O adulto tem especificidades e características bem definidas, diferente de um


jovem, ou criança. O adulto carrega consigo experiências de vida,
conhecimentos adquiridos no dia a dia, do trabalho, na relação familiar e na
vida em sociedade, por tudo isso, que necessita de métodos adequados para a
aprendizagem.

O ensino para o adulto considera algumas premissas, dentre elas, destacamos:


1. Experiência;
2. Conhecimento;
3. Diálogo.

Experiência, conhecimento e diálogo estão diretamente relacionados na


metodologia andragógica, uma vez que essa metodologia considera que a
aprendizagem é compartilhada entre alunos e professores; ambos são
responsáveis pela aprendizagem.

O aluno aprende com a mediação do conhecimento pelo professor, e o


professor depende do aluno para ensiná-lo, dependem de sua experiência,
conhecimento e diálogo. Em resumo, é uma ciência, pois, que estuda a didática
e o ensino de adultos. Convenhamos que, os alunos, sejam crianças,
adolescentes ou adultos têm particularidades e possuem desenvolvimentos
cognitivos distintos e diferentes. É possível perceber que uma criança
consegue aprender algo diferentemente de um adolescente, mesmo que para
ambos seja o primeiro contato com o aprendizado.

Nesse sentido, os adolescentes se aproximam mais dos adultos, tanto que,


existe atualmente legislação específica na educação sobre o Ensino de Jovens
e Adultos, conhecido pela sigla EJA. A metodologia andragógica, consiste, pois
em compreender este adulto, suas necessidades de aprendizagem, de
aquisição de conhecimentos e de como construir novos conhecimentos.

Os estudos e pesquisas sobre Educação de Adultos possuem fundamentos


para afirmar as necessidades dos adultos em aprender com mais facilidade
quando o conteúdo tem valor imediato com sua realidade. Ou seja, se um
adulto vai sempre fazer compras no supermercado e sente necessidade de
aprender a somar os preços dos produtos que irá levar para casa.

Na sala de aula, ele se familiarizará com facilidade com os números na medida


em que forem contextualizados, ou seja, na medida em que ele perceber que
somar os algarismos, compreende também em fazer esta mesma operação
com frutas que existem em sua casa; uma operação matemática que é
realizada com objetos do cotidiano deste adulto faz-lhe mais sentido, porque
faz parte do seu cotidiano.

De forma contextualizada, o ensino tem significados para o adulto. Se um


adulto aprende a resolver equações de primeiro grau, mas não aprende como
utilizar esse conhecimento no seu cotidiano, este conhecimento não terá
sentido prático em sua vida, e daí, possivelmente será esquecido em algum
momento.

Portanto, no ensino de adultos, a didática a ser utilizada no processo de ensino


e aprendizagem para sua completa adequação, tem como premissa, possuir
sentido e significado para o adulto. O conteúdo precisa ser contextualizado.

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