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POR QUE MITOS DA ANTIGA MESOPOTÂMIA?

Mesopotâmia é o termo grego que quer dizer "entre rios", e se refere às


terras situadas às margens dos rios Tigre e Eufrates. Em termos de
geografia atual, esta região compreende os países do Iraque e partes da
Síria e Turquia. A importância da Antiga Mesopotâmia para a melhor
compreensão da civilização ocidental deve ser ressaltada, pois foi lá que se
originaram os primeiros centros urbanos e onde deu-se a invenção da
escrita. Apenas por estes dois grandes desenvolvimentos, ou seja, por ter
originado uma sociedade tanto urbana quanto literata, a Mesopotâmia pode
muito bem ser chamada de berço da civilização, mas não é só isto. Sua
literatura, filosofia de vida, religião e arte podem também ser descritos como
ancestrais diretos da civilização ocidental e da tradição judaico-cristã de
nossos dias. Os mitos mesopotâmicos que fazem parte destas páginas da
rede têm como fonte principal o material proveniente de tábuas de argila
grafadas com o sistema de escrita cuneiforme inventado pelos antigos
mesopotâmicos (conhecidos respectivamente como sumérios, babilônicos,
acádios e assírios), sendo que muitas destas tábuas datam de tempos pré-
biblicos. A narração deles neste trabalho pretende mostrar a atualidade e
profunda sabedoria contidas nestas historias tão antigas para as gerações
de nossos dias.

Mitos mostram retratos da alma das civilizações que os escreveram,


podendo ser descritos como as narrativas através das quais as civilizações
se esforçam de forma contínua para fazer suas experiências inteligíveis
para si mesmos, usando para tanto imagens grandiosas e evocadoras, que
conferem significado filosófico aos fatos da existência, do mundano ao
extraordinário. Os mitos mostram, fundamentalmente, representações
dramáticas das aspirações humanas e da compreensão do universo, bem
como os valores políticos e morais da cultura-fonte, fornecendo ao mesmo
tempo os meios para interpretar a experiência coletiva e individual dentro de
uma perspectiva universal (definição baseada em Murray, 1968:355-356).
Além do mais, como o grande poeta irlandês W.B. Yeats colocou tão bem::

‘ o encanto da narrativa mítica é que ela não pode dizer uma coisa sem
dizer uma centena de outras coisas. Os símbolos são uma família que está
sempre entrelaçando. Eles dão vida ao que, se expresso em termos gerais,
parece apenas uma verdade crua, [e eles} fazem isto apenas sugerindo
como a aparente simplicidade do discurso se deve a um isolamento artificial
de um fragmento que, em sua posição natural, está ligado a toda uma
infinidade de verdades como que através de fibras vivas’ (Comentários
sobre Blake citados por Block:15).
Buscando uma perfeita harmonia a citação de Yeats introduzida acima, o
objetivo deste trabalho é cobrir dois aspectos dos incontáveis sentidos que
fazem mitos serem tão importantes de serem contados através dos tempos.
Estes são os seguintes: 1) apresentar os mitos escolhidos numa seqüência
cronológica, tanto quanto o permitem as fontes da literatura, através da
linhagem de deuses e deusas e dos homens e mulheres mortais que
interagiram com eles, e 2) mostrar a alegria, espontaneidade, paixão e
valores contidos nestas narrativas, que se revelam surpreendentemente
válidos para os nossos tempos. Este trabalho, entretanto, não deve ser visto
como dogmático, exclusivo ou definitivo, mas sim como uma pista de dança
para uma letra de canção milenar, onde o leitor é convidado a participar,
explorar, e fazê-la sua.

Para a maior parte dos relatos que seguem, foram cuidadosamente


pesquisadas e trabalhadas as fontes mais antigas e/ou mais completas
disponíveis na literatura para os mitos selecionados. Para facilitar esta
tarefa, informações a respeito de gerações de deuses e deusas estão
contidas em muitos mitos e obras literárias, bem como nas Listas de
Deuses da Antiga Mesopotâmia, que contém listas completas, com a
linhagem, consorte, filhos, outros parentes, primeiro-ministro ou conselheiro,
servos e assim por diante. Entretanto, como a Mesopotâmia jamais se
unificou num grande império por muito tempo, o mesmo deus ou deusa era
algumas vezes adorado em locais diferentes, cada um deles com as suas
próprias tradições. Um aspecto persistente da história da religião
mesopotâmica, entretanto, ao longo dos séculos, foi o fato das religiões
locais gradualmente se fundirem, a medida em que as cidades-templo, ou
seja, a unidade geográfica e política da região, se tornaram mais
importantes.

Quaisquer conclusões que tenham sido feitas baseadas na compreensão


destas histórias sagradas não são necessariamente válidas para todos os
leitores, e também, não constituem um retrato de como pensavam um
sacerdote ou sacerdotisa escriba da Antiga Mesopotâmia. Entretanto, um
esforço genuíno foi colocado para tecer os muitos fios de narrativas míticas
fragmentadas conforme encontradas na bibliografia de modo que estes
pudessem constituir um todo coerente. E’ meu desejo que este material seja
visto como um arcabouço para estudos mais aprofundados sobre história e
mitologia da Antiga Mesopotâmia.

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