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Resumo:
O presente artigo é um relato de uma investigação qualitativa, na forma de estudo de
caso, de uma turma de 9º ano, de uma Escola Estadual de Ensino Fundamental na região
sul do Brasil. A questão principal dessa pesquisa foi como as HQs digitais podem
contribuir na aprendizagem da leitura e da escrita. Os procedimentos para a análise
foram as entrevistas realizadas pelo serviço de orientação escolar com os estudantes e
com seus responsáveis, as dinâmicas de relacionamento e as construção das HQs
(Histórias em Quadrinhos) realizadas pelos estudantes. A fundamentação teórica tem
como base estudiosos na área da psicopedagogia e da tecnologia. Observou-se que os
estudantes reagiram com motivação, autonomia e interação frente a leitura e a escrita,
quando se propõe uma metodologia diferenciada associada ao uso das tecnologias com
as HQs. Eles mostram na produção das HQs interesse e conhecimento da realidade
social, assim como estabeleceram uma comunicação eficiente entre eles.
Palavras-chave: ferramenta HQs, Psicopedagogia, leitura, escrita.
Abstract:
This article is a qualitative investigation in the form of a case study, of a 9th grade class,
from a State Elementary Education School in the southern region in Brazil. The main issue
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of this research was how digital HQs can contribute to the learning of reading and
writing. The procedures were the analysis of the interviews conducted by the school
guidance service with the students and their leaders, the relationship dynamics and the
construction of HQs performed by them. The theoretical basis on psychopedagogy and
technology. It was observed that the students reacted with motivation, autonomy and
interaction in reading and writing, when a differentiated methodology was proposed
using technologies with the comics. They showed interest and knowledge of social reality
with their HQs production.
Keywords: HQs tool, Psychopedagogy, reading, writing.
1. Apresentação
O presente artigo é um relato de experiência que analisa uma prática
pedagógica com uso de HQs digitais (História em Quadrinhos) como ferramenta para leitura
e escrita. O estudo foi realizado com uma turma de 9º ano de uma Escola Estadual de Ensino
Fundamental. A turma era composta por 17 alunos, segundo o relato da professora de
Língua Portuguesa e equipe da escola os alunos apresentavam dificuldades na leitura e
escrita. Nesta perspectiva foi pensado em buscar uma forma prazerosa para produzir (criar,
escrever) e ler com as HQs. Essa preocupação já foi registrada pelo MEC nos (Parâmetros
Curriculares Nacionais) PCNs de Língua Portuguesa para o ensino fundamental, no capítulo
intitulado “Objetivos do ensino”.
A dificuldade de leitura e escrita não pode ser entendida como algo que o aluno terá
e depende só de sua vontade para saná-la. É preciso que a escola, com os recursos humanos
e técnicos de que dispõe, busque soluções para esse problema de aprendizagem. Após o
diagnóstico da dificuldade de leitura e escrita, do desinteresse pelo estudo, foi proposto aos
alunos a produção de HQs utilizando a ferramenta TOONDOO, onde os mesmos podem criar
textos. A escolha do gênero HQs foi devido ao fato de que, além do recurso midiático, há o
jogo da imagem, do colorido, a criatividade e a interação com os colegas e professor.
Antes dos anos 90, as HQs eram vistas com preconceito para a prática pedagógica
por serem consideradas infantilizadas e sem conteúdo cultural e educativo (VERGUERA e
RAMOS, 2009). Atualmente, as HQs são ferramentas que pode-se trabalhar gênero
narrativo, com criatividade e visão crítica do cotidiano.
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A questão principal do estudo foi o de pensar como as HQs podem auxiliar na leitura
e escrita associadas as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Os objetivos da
pesquisa foram os de investigar o uso do recurso metodológico HQ digitais para promover
habilidades de leitura e escrita, verificar os elementos facilitadores e as dificuldades do uso e
verificar se o uso das HQs facilita a leitura e a escrita além de analisar como os adolescentes
interagem com as HQs digitais.
Para perseguir os objetivos, o artigo discorre sobre a aprendizagem a partir de Piaget
e dificuldades de aprendizagem e fracasso escolar na perspectiva de Alícia Fernandez. Sobre
as TICs utiliza pesquisadores da área.
2. Aprendizagem
Para Piaget (1975), a inteligência é uma capacidade biológica do ser humano. E, assim
como existe estruturas específicas para o funcionamento do nosso organismo, há também
estruturas específicas para o ato de aprender e de conhecer. Ele ainda acrescenta que essas
estruturas não estão prontas no nosso organismo enquanto crianças, à medida que
crescemos elas vão se consolidando numa estrutura sequencial e espiral, a qual ele
denomina estágios do desenvolvimento cognitivo.
Piaget, em suas pesquisas, constatou que a capacidade de conhecer não é inata e
também não é resultado direto da experiência. É construída no momento em que o homem
interage com o meio e é desafiado sobre algo que ele não conhece, com isso será exigido
novas adaptações, possibilitando-o reequilibrar-se. Esse processo gera a evolução do ser
humano.
Para Piaget (1975) desde os primeiros momentos de vida a criança constrói suas
estruturas cognitivas, de assimilação, na interação com o meio em busca de uma melhor
adaptação. A função adaptativa é formada por dois processos distintos, mas que se
complementam: a assimilação e a acomodação. Para Piaget (1975, pag. 326) “em seu início a
assimilação é, essencialmente a utilização do meio externo, pelo sujeito, tendo em vista
alimentar seus esquemas hereditários ou adquiridos”. Portanto com a acomodação é
quando ocorre a aprendizagem propriamente dita, o aprender e o conhecer.
Com essa descoberta, Piaget (1975) afirma que a inteligência humana se renova.
Assim como existe estruturas específicas para o funcionamento do nosso organismo, há
também estruturas específicas para o ator de aprender e conhecer. Ele ainda acrescenta que
essas estruturas não estão prontas no nosso organismo enquanto crianças, à medida que
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crescemos essas estruturas vão se consolidando. Os estágios do desenvolvimento cognitivo,
segundo Piaget, (apud PALANGANA, 2015), são generalizáveis e correspondem, no
comportamento, aos estágios biológicos da estrutura humana.
Enquanto criança possuímos esquemas comportamentais primários, que são
primeiramente de reflexos, evoluindo aos padrões interiorizados de pensamento e reflexão.
Desta forma, o conjunto de ações reflexivas em um recém-nascido são identificáveis nas
ações comportamentais e cognitivas.
Palangana (2015) afirma que, conforme a concepção psicogenética de Piaget, as
antigas estruturas se ajustam a novas funções, surgindo novas estruturas para preencher
aquelas estruturas antigas.
Neste artigo a aprendizagem é compreendida a partir da concepção piagetiana, pois
se constrói a partir da interação do sujeito com o meio. A escolha dos temas e das falas das
personagens para a produção das HQs é de livre escolha dos alunos, ou seja, parte da visão
de mundo que eles têm. Neste sentido que as HQs são utilizadas e analisados a partir desta
concepção.
Para Axt e Maraschin (2005), as tecnologias não devem ser pensadas como meios
para aprender e conhecer, mas como parte do conhecer e aprender. A partir dessa definição
as autoras pensam que, um aluno ao se utilizar de aparelho eletrônico ou uma ferramenta
tecnológica para realizar uma atividade ou trabalho de pesquisa, ele não só está usando
aquele aparelho ou ferramenta como meio para aprender ou conhecer e chegar a um
determinado resultado, mas eles fazem parte do processo de aprendizagem dele. Para
pensar a cognição e a aprendizagem associadas ao modo de viver e acopladas às instituições
e às tecnologias é preciso entender as instituições sociais como sistemas de cognição e as
tecnologias como tecnologias intelectuais. Esse raciocínio vê este processo como
constitutivo da cognição.
Figura 1
Figura 2
6. HQs digitais: uma ferramenta psicopedagógica
Com base na citação acima, este artigo busca trabalhar com adolescentes com
dificuldades de aprendizagem na leitura e escrita, pois, além produzirem seus textos
utilizando-se dos recursos que eles gostam, também trabalharam num ambiente interativo,
onde os outros cadastrados podem ler, comentar e analisar suas criações. Essa perspectiva
poderá ser constatada nos capítulos seguintes.
7. Metodologia
Tabela 1
As duas primeiras aulas foram muito divertidas, houve muita interação, os alunos
partilhavam suas descobertas. Toda a parte visual, produzida foram salvas pelos alunos.
Na terceira aula, iniciaram a produção das HQs. Houve temas relacionados a política,
à saúde pública, natal, lazer, férias, ficção, cotidiano. Alguns exemplos abaixo.
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Após este trabalho, as HQs ainda apresentavam problemas na escrita e sinais gráficos
(acentuação, pontuação). Então a turma voltou para o computador, os componentes do
grupo liam as falas de cada personagem e do narrador. Com isso, houve a percepção dos
problemas de pontuação, sequência e ortografia. Esta última foi a que menos teve
problemas porque, como era em grupo, um colega auxiliava o outro.
9. Considerações finais 12
Referências
ARAÚJO, Júlio César Rosa de; SANTOS, Leonel Andrade dos. "HQs digitais e o
aprimoramento das capacidades de linguagem." Eutomia 1.14 (2015): 187-206. 13
Acesso em 11/01/16. Disponível em:
http://www.repositorios.ufpe.br/revistas/index.php/EUTOMIA/article/view/582
CARVALHO, Verônica.
TutorialToondoo. http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/toondoo_t
utorial.pdf
Acesso em. 23/11/15. Disponível em:
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/toondoo_tutorial.pdf
COLL, César; MONEREO, Carlos. Psicologia da educação virtual: Aprender e ensinar com as
tecnologias da informação e da comunicação. Artmed, Porto Alegre, 2010.
PALANGANA, Isilda Campaner. Desenvolvimento e aprendizagem em Piaget e Vigotski: a
relevância do social. Summus Editorial, 2015.
Acesso em 28/01/16. Disponível em: http://www.gruposummus.com.br/indice/11036.pdf
PIAGET, Jean. O Nascimento da inteligência na criança. Editora Zahar, Rio de Janeiro, 1975.