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SENAI - CETIND

SEGURANÇA NA
OPERAÇÃO DE CALDEIRAS
SENAI - CETIND

SEGURANÇA NA
OPERAÇÃO DE CALDEIRAS

Lauro de Freitas
2006
Copyright 2006 por SENAI DR BA. Todos os direitos reservados

TECNOLOGIA DE PROCESSOS (TEP)

Elaboração: Nilson Alves dos Santos

Revisão Técnica: Haroldo Porto Galvão

Revisão Pedagógica: Rosana Veloso de Carvalho

Normalização: NIT

Catalogação na Fonte (NIT – Núcleo de Informação Tecnológica)


___________________________________________________________

SENAI- DR BA. Segurança na operação de caldeiras. Lauro de


Freitas: CETIND, 2006. 99p.il. (Rev.00)

1. Segurança em Caldeiras 2. Caldeiras I. Título

CDD 363.18
_____________________________________________________________

SENAI - SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL


CETIND - CENTRO DE TECNOLOGIA INDUSTRIAL PEDRO RIBEIRO
Av. Luis Tarquínio Pontes, 938 - Aracuí - Lauro de Freitas - Bahia
Tel: (71)3379-8200
Fax. (71) 3379-8299/49
www.fieb.org.br/senai
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO
1 NOÇÕES DE GRANDEZAS FÍSICAS E UNIDADES ............................. 6
1.1 PRESSÃO ............................................................................................... 6
1.1.1 Pressão atmosférica ................................................................................ 6
1.1.2 Pressão interna de um vaso .................................................................... 6
1.1.3 Pressão manométrica, pressão relativa e pressão absoluta ................... 7
1.1.4 Unidades de pressão .............................................................................. 9
1.2 NOÇÕES GERAIS: O QUE É CALOR, O QUE É TEMPERATURA ....... 12
1.2.1 Modos de transferência de calor ............................................................. 13
1.2.2 Calor específico e calor sensível ............................................................. 14
1.2.3 Transferência de calor a temperatura constante ..................................... 18
1.2.4 Vapor saturado e vapor superaquecido .................................................. 19
2 CALDEIRAS - CONSIDERAÇÕES GERAIS .......................................... 21
2.1 TIPOS DE CALDEIRAS E SUAS UTILIZAÇÕES ................................... 21
2.1.1 Caldeiras flamotubulares ......................................................................... 21
2.1.2 Caldeiras aquotubulares ......................................................................... 22
2.1.3 Caldeiras elétricas ................................................................................... 25
2.2 PARTES DE UMA CALDEIRA ................................................................ 27
2.2.1 Caldeiras flamotubulares ......................................................................... 27
2.2.2 Caldeiras aquotubulares ......................................................................... 27
2.2.3 Caldeiras elétricas ................................................................................... 27
2.2.4 Aquecedores para fluído térmico ............................................................ 28
2.3 INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS DE CONTROLE DA CALDEIRA .. 32
2.3.1 Dispositivo de alimentação ...................................................................... 32
2.3.2 Visor de nível ........................................................................................... 34
2.3.3 Sistema de controle de nível ................................................................... 35
2.3.4 Indicadores de pressão ........................................................................... 36
2.3.5 Dispositivos de segurança ...................................................................... 36
2.3.6 Dispositivos auxiliares ............................................................................. 37
2.3.7 Válvulas e tubulações ............................................................................. 37
2.3.8 Tiragem de fumaça ................................................................................. 40
2.3.9 Desaeração térmica ................................................................................ 41
2.3.10 Informações complementares ................................................................. 42
3 OPERAÇÃO DE CALDEIRAS ................................................................ 45
3.1 PARTIDA E PARADA .............................................................................. 45
3.1.1 Partida ..................................................................................................... 45
3.1.2 Partida da caldeira em linha .................................................................... 45
3.2 REGULAGEM E CONTROLE ................................................................. 46
3.2.1 De temperatura ....................................................................................... 46
3.2.2 De Pressão ............................................................................................. 47
3.2.3 De fornecimento de energia .................................................................... 47
3.2.4 Do nível de água ..................................................................................... 47
3.2.5 De Poluentes ........................................................................................... 48
3.3. FALHAS DE OPERAÇÃO, CAUSAS E PROVIDÊNCIAS ....................... 49
3.4. ROTEIRO DE VISTORIA DIÁRIA ........................................................... 49
3.5. OPERAÇÃO DE UM SISTEMA DE VÁRIAS CALDEIRAS ..................... 51
3.6. PROCEDIMENTOS EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA ..................... 51
3.7 DEVERES DO OPERADOR DA CALDEIRA .......................................... 52
4 TRATAMENTO DE ÁGUA E MANUTENÇÃO DE CALDEIRAS ........... 54
4.1 IMPUREZAS DA ÁGUA E SUAS CONSEQÜÊNCIAS ........................... 54
PREJUÍZOS CAUSADOS PELAS IMPUREZAS CONTIDAS NA ÁGUA,
4.2
SOB FORMAS DISSOLVIDAS OU SUSPENSAS ................................. 54
4.3 PROCESSOS INTERNOS ...................................................................... 56
4.4 CORROSÃO ........................................................................................... 56
4.5 ARRASTAMENTO – DISPOSIÇÃO DE SÍLICA ...................................... 57
4.6 DESCARGAS........................................................................................... 57
4.7 DESAERAÇÃO ....................................................................................... 57
4.8 TRATAMENTO DE ÁGUA ...................................................................... 57
4.9 MANUTENÇÃO DE CALDEIRAS ........................................................... 58
5 PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES E OUTROS RISCOS ............... 59
5.2 RISCOS GERAIS DE ACIDENTES E RISCOS À SAÚDE ..................... 60
5.3 RISCOS DE EXPLOSÃO ........................................................................ 61
6 LEGISLAÇÃO E NORMALIZAÇÃO ....................................................... 63
6.1 NORMAS REGULAMENTADORAS ....................................................... 63
6.2 NORMA REGULAMENTADORA 13 – NR 13 ......................................... 64
ANEXOS DA NR 13 ................................................................................ 88
REFERÊNCIAS ....................................................................................... 99
APRESENTAÇÃO

Com o objetivo de apoiar e proporcionar a melhoria contínua do padrão de qualidade


e produtividade da indústria, o SENAI BA desenvolve programas de educação
profissional e superior, além de prestar serviços técnicos e tecnológicos. Essas
atividades, com conteúdos tecnológicos são direcionadas para indústrias nos
diversos segmentos, através de programas de educação profissional, consultorias e
informação tecnológica, para profissionais da área industrial ou para pessoas que
desejam profissionalizar-se visando inserir-se no mercado de trabalho.

Este material didático foi preparado para funcionar como instrumento de consulta.
Possui informações que são aplicáveis de forma prática no dia-a-dia do profissional,
e apresenta uma linguagem simples e de fácil assimilação. É um meio que
possibilita, de forma eficiente, o aperfeiçoamento do aluno através do estudo do
conteúdo apresentado no módulo.
1. NOÇÕES DE GRANDEZAS FÍSICAS E UNIDADES

1.1 PRESSÃO

Medição de pressão é o mais importante padrão de medida, pois as medidas de


vazão, nível, etc. podem ser feitas utilizando-se esse princípio.

1.1.1 Pressão atmosférica

Pressão é definida como uma força atuando em uma unidade de área.

É a pressão exercida pela atmosfera terrestre medida em um barômetro. Ao nível do


mar esta pressão é aproximadamente de 760 mmHg.

Pressão atmosférica é a razão entre uma força e a área onde ela atua.

F m.g d . A.H .g
P  P  P  P  d .H .g
A A A

Basicamente pode-se entender por pressão o efeito de uma determinada força


aplicada em uma área e a expressão matemática pode ser a relação F/A.

A pressão de uma coluna líquida sobre a base do recipiente que a contém é dada
pelo peso da coluna sobre a área da base em questão.

Considerando um cilindro de altura 76cm e seção circular B, contendo mercúrio de


massa específica  = 13g/cm2, sob a ação da gravidade g temos:

patm =dgh  patm =13600 . 9.8 . 0,76  patm 105 N/m2


Fica demonstrado que a pressão depende apenas da massa específica do líquido
em questão e da altura deste, no recipiente. A forma do recipiente de nada importa
considerando a aceleração da gravidade constante.

1.1.2 Pressão interna de um vaso

No Teorema de Stevin, a diferença de pressão entre dois g


pontos, A e B, no interior de um fluido (líquido ou gás) em
repouso e sob a ação da gravidade, é dada por: pA - pB = dgh.
A

Onde d é a densidade do fluido e h é o desnível entre os h


B
pontos A e B.
Figura 1 - Pressão
interna de um vaso

Porém, a densidade dos gases é muito menor que a dos líquidos. Por exemplo, ao
nível do mar e à temperatura de 0ºC, a densidade da água é cerca de 1000 vezes

6
maior que a densidade do ar e a densidade do mercúrio e cerca de 10 000 vezes
maior que a do ar.

Portanto, nessas condições, para termos no ar uma diferença de pressão


equivalente a 1 milímetro de mercúrio, teríamos que ter um desnível de
aproximadamente 10000 milímetros, isto é, 10 metros.

Acontece que, em geral, os recipientes com que trabalharemos terão dimensões


bem menores que essa e, assim, a diferença de pressão entre dois pontos
quaisquer do gás será muito pequena, podendo ser desprezada.

Portanto, de agora em diante, quando nos referirmos à pressão de um gás em um


recipiente, estaremos supondo que essa pressão é a mesma em todos os pontos do
gás.

Um fluido contido de forma estática em um recipiente, ao sofrer a ação de uma


força, transmite a pressão resultante por todo o recipiente considerado, onde p A - pB
= dgh

Esta característica é utilizada em dispositivos de acionamento hidráulico ou


pneumático.

Imaginando dois cilindros de seção circular A 1 e A2,


ligados entre si, ao aplicar uma força F 1 ao segundo,
será estabelecida uma pressão P 2 que será propagada
por todo o conjunto:
P2 F Figura 2 – Cilindros de
 1
A2 A seção circular
1

A camada de ar contida na atmosfera exerce, ao nível do mar, uma pressão


aproximada de 1kgf/cm2. Esta pressão atmosférica deve variar com a umidade e a
temperatura ambiente bem como com a altura. Lembre que a umidade e
temperatura influem na massa específica do ar.

Para medir a pressão atmosférica é usado um barômetro. A pressão atmosférica


padrão é um valor médio tomado ao nível do mar valendo 101.325Pa

1.1.3 Pressão manométrica, pressão relativa e pressão absoluta.

Pressão manométrica - A pressão identificada nos diagramas é a pressão absoluta,


a qual é medida em relação a um referencial fixo, dito absoluto. Desse modo,
uma pressão medida acima da pressão atmosférica local, que é variável (altura
em relação ao nível do mar, clima, etc), possui um valor relação a essa e é
chamada de pressão manométrica. Em relação ao referencial absoluto, essa
pressão é dita positiva de pressão absoluta e é igual a soma da pressão
atmosférica com a pressão manométrica (Pabs=Patm+Pman).

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A pressão é uma grandeza que pode ser medida a partir de qualquer referencial.
Chama-se pressão diferencial à medida tomada entre dois pontos. Quando o
referencial é o zero absoluto chama-se pressão absoluta.

Normalmente os manômetros, usados para medição de pressão, o fazem tomando


como referencial a pressão atmosférica e a medida manométrica assim tomada é
dita pressão efetiva.

Os manômetros tipo bourdon e o de coluna líquida são os mais freqüentemente


utilizados para medição de pressão efetiva.

Existem “mano-vacuômetros” que têm escalas calibradas desde o vácuo até um


limite específico. Em verdade, estes aparelhos medem a pressão absoluta com um
artifício na escala para facilitar a visualização.

Usualmente os medidores de pressão são graduadas em kgf/cm 2, lbf/in2 ou psi, bar,


e mmHg. A unidade do SI vem sendo usada como kPa e MPa.

O pascal é uma unidade muito pequena, na prática são utilizados kPa e MPa.
Pressão relativa - É a pressão medida em relação à pressão atmosférica, tomada
como unidade de referência.

Pressão absoluta - É a soma da pressão relativa e atmosférica, também se diz que


é medida a partir do vácuo absoluto.

IMPORTANTE: Ao se exprimir um valor de pressão, determinar se a pressão é


relativa ou absoluta.

Exemplo: 3 Kgf/cm2 ABS Pressão Absoluta


4 Kgf/cm2 Pressão Relativa

O fato de se omitir esta informação na indústria significa que a maior parte dos
instrumentos medem pressão relativa.

Obs. 01: Professor, os tipos de pressão abaixo não foram contemplados no


formulário de Itens de Conteúdo. Estes tipos de pressão são a continuação do tópico
1.1.3?

Obs. 02: O item Vácuo, sinalizado no item de conteúdo, não foi contemplado aqui.
Verificar.

Pressão negativa ou vácuo - É quando um sistema tem pressão relativa menor


que a pressão atmosférica.

8
Pressão diferencial - É a diferença entre 2 pressões, sendo representada pelo
símbolo P (delta P). Essa diferença de pressão normalmente é utilizada para
medir vazão, nível, pressão, etc.

Pressão estática - É o peso exercido por um líquido em repouso ou que esteja


fluindo perpendicularmente a tomada de impulso, por unidade de área
exercida.

Pressão dinâmica ou cinética - É a pressão exercida por um fluído em movimento.


É medida fazendo a tomada de impulso de tal forma que recebe o impacto do
fluxo.

9
1.1.4 Unidades de pressão
Exemplo:
Como existem muitas unidades de Pressão, é 10 PSI = ______?______ Kgf/cm2
necessário saber a correspondência entre elas, 1 PSI = 0,0703 Kgf/cm2
pois nem sempre na indústria temos De acordo com a tabela
instrumentos padrões com todas as unidades e 10 x 0,0703 = 0,703 Kgf/cm2
para isto é necessário saber fazer a conversão.

Kg/cm2 Lbs/pol2 Bar PolHg PolH2O Atm mmHg mmH2O KPa


2
Kg/cm 1 14,233 0,9807 28,96 393,83 0,9678 735,58 10003 98,07
Lbs/pol2 0,0703 1 0,0689 2,036 27,689 0,068 51,71 70329 6,895
Bar 1,0197 14,504 1 29,53 401,6 0,98692 750,06 10200 100
PolHg 0,0345 0,4911 0,03396 1 13,599 0,0334 25,399 345,40 3,3863
Pol H2O 0,0025 0,03611 0,00249 0,07353 1 0,00245 1,8677 25,399 0,24901
Atm 1,0332 14,696 1,0133 29,923 406,933 1 760,05 10335 101,332
mmHg 0,00135 0,01933 0,00133 0,03937 0,5354 0,00131 1 13,598 0,13332
0,00009 0,00009
mmH2O 0,00142 0,00289 0,03937 0,00009 0,07363 1 0,0098
9 8
KPa 0,01019 0,1450 0,01 0,29529 4,0158 0,00986 7,50056 101,998 1
Tabela 1 - Tabela para conversão de unidades

Em uma unidade de processo é comum ouvir o termo normal metro cúbico. Nm 3/h é
uma unidade de medida de vazão volumétrica para gases. Normal refere-se à vazão
dos gases medida nas condições convencionadas como normais, isto é, medida a
0ºC e 1 atm. de pressão.

Exemplo: num processo, a injeção de 25 Nm 3/h de N2 significa um volume de 25 m3


de N2 sendo injetado por hora no sistema em questão com sua medida referida a
0ºC e 1 atm.

Pressão de gás - Quando estudamos a dilatação dos sólidos e dos líquidos, não
levamos em conta a pressão, pois os sólidos e líquidos são bastante
incompressíveis e, assim, as variações de pressão têm pouca influência sobre o
volume. No entanto, no caso dos gases a situação é diferente, pois, eles possuem
grande compressibilidade e expansibilidade e, assim, mesmo pequenas variações
de pressão produzem significativas variações de volume. Desse modo, ao
estudarmos o comportamento de um gás, teremos que levar em conta a sua
pressão.

Gás ideal - A partir de agora vamos estudar o comportamento dos gases levando
em conta as grandezas volume (V), temperatura absoluta (T) e pressão (p) do gás,
grandezas essas denominadas variáveis de estado do gás. Cada conjunto de
valores assumidos por V, T e p caracterizam o que chamamos estado do gás, como
veremos mais adiante, fixados os valores de duas quaisquer dessas grandezas,
automaticamente estará determinado o valor da terceira.

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Segundo essa teoria, as moléculas do gás ideal:

1o) movem-se desordenadamente (caos molecular) e, embora apresentem


velocidades variáveis de uma para outra, admite-se que se movimentem com uma
mesma velocidade escalar média.

2o) não exercem ação mútua, isto é, não interagem por mais próximas que estejam,
exceto durante as colisões.

3o) chocam-se elasticamente entre si com as paredes do recipiente, não havendo


portanto perda energética nessas colisões

4o) apresentam volume próprio desprezível, em comparação com o volume ocupado


pelo gás.

A pressão exercida pelo gás é resultado do bombardeio ocasionado pelas moléculas


em seu movimento caótico. Então, à primeira vista parece paradoxal que um gás,
em alta temperatura (alto grau de agitação molecular), exerça baixa pressão, de
acordo com a condição estabelecida para que o gás real tenha comportamento
próximo do ideal. No entanto, a baixa pressão é possível desde que a quantidade de
moléculas no recipiente seja pequena. Em outros termos, podemos dizer que a
referida condição exige que se tenha um gás real rarefeito em alta temperatura.

O gás real nessa situação se comporta de modo aproximado com o ideal porque,
havendo poucas moléculas em temperatura elevada, a distância média entre as
moléculas é muito grande, sendo pequena a intensidade das forças de interação.

Além disso, como a velocidade de cada molécula é muito alta, é muito pequeno o
intervalo de tempo em que as moléculas se mantêm próximas, quando há
cruzamento entre elas. A pequena quantidade de moléculas faz com que o volume
próprio delas seja desprezível quando comparado com o volume total ocupado pelo
gás.

Na Termodinâmica, estudaremos a relação entre a velocidade e a energia cinética


das moléculas dos gases ideais com a temperatura.

Equação de Clapeyron - para os gases ideais vale a equação de Clapeyron:


p.V=n.R.T

Nela, n representa o número de mols de moléculas do gás e R é a constante


universal dos gases perfeitos, cujo valor não depende da natureza do gás, mas das
unidades usadas para as variáveis de estado. Veremos agora como se chegou a
essa equação. Por enquanto, vamos apenas usá-la.

p.V
Da equação de Clapeyron tiramos: R 
n.T

(unidade de pressão ).(Unidade de volume)


Portanto: R 
mol.kelvin

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Na prática, é muito freqüente trabalharmos com a pressão em atmosferas e o
volume em litros; nesse caso verificamos que o valor de R é:
atm.
R  0,081 (I)
mol.K

No Sistema Internacional, a pressão é medida em Pa e o volume em m 3. Lembrando


que 1 atm =1,01325.l05 Pa e 1ℓ10-3, da igualdade (1) obtemos:
Pa.m 3
R  0,082
mol.K

Mas como mostraremos no próximo capítulo, o produto Pa (N/m 2) é equivalente a


um joule (J), assim:
j
R  0,082 ( II )
mol.K

Lembrando ainda que 1 cal 4,185 J, da igualdade (II) obtemos:


cal
R  2,0
mol.K

Estado normal de um gás - Denomina-se estado normal de um gás o caracterizado


pelos seguintes valores de pressão e temperatura:

p = 1 atm = 76 cm Hg T = 273 K (0ºC)

É comum, para indicar o estado normal, usar as siglas TPN (temperatura e pressão
normais) e CNPT (condições normais de pressão e temperatura).

Aplicação - Tem-se 5,0 móls de moléculas de um gás ideal a 27°C e sob pressão de
5,0 atmosferas. Determine o volume ocupado por esse gás. E dada a constante
universal dos gases perfeitos.
atm . 
R  0,082
Resolução: mol.K

São dados os números de mols, n = 5,0, a pressão, p = 5,0 atm, e a temperatura


que, na escala Kelvin, é T = (27± 273)K = 300K. Da aplicação da equação de
Clapeyron, obtemos:

pV  nRT  V 
nRT
V 
 5,0 0,082 300 V  24,6
p 5,0

Gás e Vapor - Ao estudar um sistema fechado estes conceitos podem se confundir.


Por exemplo, em um vaso de pressão de GLP, existe o gás liqüefeito pela ação da
pressão (estado líquido) e o vapor que preenche o espaço restante devido ao
equilíbrio entre as fases.

12
1.2 NOÇÕES GERAIS: O QUE É CALOR, O QUE É TEMPERATURA?

O objetivo de se medir e controlar as diversas variáveis físicas em processos


industriais é obter produtos de alta qualidade, com melhores condições de
rendimento e segurança, a custos compatíveis com as necessidades do mercado
consumidor.

Nos diversos segmentos de mercado, sejam eles: químico, petroquímico,


siderúrgico, cerâmico, farmacêutico, vidreiro, alimentício, papel e celulose,
hidrelétrico, nuclear entre outros, a monitoração da variável temperatura é
fundamental para a obtenção do produto final especificado.
A unidade de calor é a caloria, sendo definida como a quantidade de calor
necessária para elevar de 14,5°C para 15,5°C a temperatura de 1g de água à
pressão de 760 mm de Hg (pressão atmosférica).

Em trabalhos industriais, recorre-se a múltiplos da caloria como o KcaI


(principalmente).
1 Kcal = 1000 cal.
1 BTU = 0,252 cal (Sistema Inglês de Unidades)
1 J = 0,239 cal (Sistema Internacional)

Energia - Energia é uma quantidade física utilizada para descrever algumas


interações e transformações de um conjunto fixo de partículas que constituem
um corpo e que podem estar no estado sólido, líquido ou gasoso.

Temperatura é a medida que dá uma idéia do grau de agitação das partículas


(átomos ou moléculas) que constituem um corpo, isto é, quanto maior for o estado
de agitação dessas partículas, tanto maior, seu estado de agitação.

Mudanças de estado - Uma substância pode apresentar-se sob três fases distintas:
sólida, líquida e gasosa (ou vapor). A mudança de fase (ou mudança de estado)
apresenta nomes de acordo com o esquema da figura.
 fusão (sólido -. líquido)
 vaporização ou ebulição (líquido - vapor)
 sublimação (vapor - sólido)
 condensação (vapor - líquido)
 solidificação (líquido - sólido)
 sublimação (sólido - vapor)

Figura 3 - Mudanças de
estado

13
O gráfico que indica as mudanças de estado em função do tempo recebe o nome de
diagrama de mudanças de estado.

O diagrama a seguir ilustra as mudanças de


estado que ocorrem com gelo triturado,
colocado dentro de um recipiente cilíndrico
dotado de êmbolo móvel, que é aquecido
mediante a chama de um bico de gás.

Figura 4 - Diagramas de mudança


de estado
1.2.1 Modos de transferência de calor

O regime de transferência de calor pode ser variável ou constante.

Imaginando um bloco de material homogêneo, com uma superfície aquecida por


uma fonte de calor constante e a superfície oposta sendo constantemente resfriada,
tem-se a representação do regime estacionário. O calor estará fluindo através do
bloco, porém, se forem tomados dois pontos distintos, a temperatura não se alterará
com o decorrer do tempo.

A temperatura no meio do bloco será a média entre as extremas. Esta é a


fundamentação para estudar o regime de transferência da maioria dos
equipamentos da indústria química.
As formas de transmissão de calor estudadas levam em consideração os meios
envolvidos e o tipo de contato entre eles. São elas condução, convecção e radiação.

Condução é o processo de transmissão de calor em que a energia térmica passa


de um local para outro através das partículas do meio que os separa. Na condução a
passagem da energia de uma região para outra se faz da seguinte maneira: na
região mais quente, as partículas têm mais energia, vibrando com mais intensidade;
com esta vibração cada partícula transmite energia para a partícula vizinha, que
passa a vibrar mais intensamente; esta transmite energia para a seguinte e assim
sucessivamente.
TABELA DE COEFICIENTES DE
Cálculo de dilatação térmica DILATAÇÃO TÉRMICA EM mm/ºC
Aço 0,000 012
Para fins de cálculo, você deverá Alumínio 0,000 024
considerar apenas a dilatação linear, pois Antimônio 0,000 011
o que nos interessa é apenas uma medida, Chumbo 0,000 029
que, nesse caso, é o diâmetro do furo. Cobre 0,000 017
Ferro fundido 0,000 0105
Para o cálculo, você precisa aplicar a Grafite 0,000 0078
fórmula: ΔL = α Li . Δθ , em que ΔL é o Ouro 0,000 014
aumento do comprimento; a é o coeficiente Porcelana 0,000 0045
de dilatação linear; Li é a medida inicial e Vidro 0,000 0005
Δθ é a variação da temperatura. Tabela 2 - Coeficientes de dilatação térmica

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Convecção é a forma de transferência observada nos fluidos ocasionada pelo
movimento de suas moléculas. A convecção pode ser natural ou forçada.

Na convecção natural, o movimento molecular se dá pelas diferenças de densidade


ocasionadas pelo aquecimento. Como exemplo pode ser analisado o aquecimento
de uma porção de água em um vaso sobre uma fonte de calor. A porção próxima à
fonte tende a aumentar de volume reduzindo assim a densidade, fazendo com que
as porções mais densas desçam para ocupar o lugar das porções menos densas.
Esta forma de transmissão está muito presente na atmosfera. Só se observa em
líquidos e em materiais na forma gasosa.

Radiação é a forma de transferência sem o contato físico usual e sim com a ação
das ondas eletromagnéticas emitidas pelas moléculas em seus graus de excitação.

A radiação ocorre mesmo no vácuo. O calor transmitido pelo sol à terra é feito por
radiação.

Usualmente, o processo de transmissão de calor se dá por mais de uma forma. Em


uma fornalha, por exemplo, a chama irradia calor, os gases aquecidos fazem troca
por convecção e as superfícies efetuam condução.

Os corpos transferem calor a velocidades diferentes. São ditos isolantes os corpos


que apresentam maior dificuldade à transferência.

Uma garrafa térmica procura minimizar a perda de calor para o ambiente,


minimizando a convecção (a parede dupla da ampola está sob vácuo no interior) e
minimizando a condução (a superfície de contato entre as paredes é a menor
possível). Como resultado, é obtida uma troca bastante lenta mantendo a
temperatura do interior por um período mais longo que o habitual.

A parcela de energia equivalente ao trabalho desenvolvido é relacionada à agitação


interna das moléculas com aumento da possibilidade de choques devido ao menor
volume. Esta agitação pode ser vista como elevação de temperatura. Assim, a
energia acumulada será energia térmica, o calor.

1.2.2 Calor específico e calor sensível

Calor específico - Se a experiência descrita anteriormente for repetida com corpos


da mesma substância, mas com diferentes massas, obter-se-ão os resultados
expressos na seguinte tabela:

Assim, a relação constante entre a capacidade térmica C e a massa de corpo da


mesma substância é uma grandeza característica da substância em questão, sendo
C
denomina calor específico: c 
m
cal / g cal cal J
 ou ;
Expressa em unidades ºC g .C g . F kg .K

15
Calor sensível - É o calor que fornecemos a uma substância (sólido, líquido ou
gasosa), sendo que este calor não irá alterar o estado físico da substância, somente
irá alterar a sua temperatura.

Exemplo 1 - Para aquecer 100 g de água de 10° C para 30° C, necessitamos


fornecer à água, 2000 cal. Este calor é um calor sensível.

Q
1o) da sua definição de capacidade térmica: C   Q  C. (I)


C
2o) da definição de calor específico: c   C  c.m Substituindo: (II) em (I):
m
Q  m.c

Aplicação - Calcule a quantidade de calor a ser fornecida a 200g de uma substância


para que ela se aqueça a 50°C, sem mudança de estado. O seu calor específico é
0,80 cal /gºC.

Resolução:

A quantidade de calor sensível é dada por: Q  m.c sendo m = 200g c = 0,80 cal
/gºC e Δθ = 50°C vem:

Q  m.c  Q  200.0,80.50  Q  8000cal  Q  8kcal

Conseqüentemente, muda-se a temperatura do corpo ou, então, muda-se a forma


de ligação das moléculas do corpo (sólido torna-se líquido, líquido torna-se vapor
etc.).

Quando a quantidade de substância é expressa em massa, é dita capacidade


calorífica específica ou calor específico. O calor sensível é notado pela variação de
temperatura. Se expressa em mol, será capacidade calorífica molar.

IMPORTANTE:

 A capacidade térmica é uma característica do corpo, isto é, corpos de massas


diferentes e constituídos por substâncias diferentes podem ter a mesma
capacidade térmica.
 O calor específico é uma característica da substância, em dado estado de
agregação. Assim, para uma mesma substância o calor específico varia
conforme o estado de agregação.

Calor latente - É o calor que fornecemos a uma substância (sólido, líquido ou


gasosa), sendo que este calor não irá alterar a temperatura da substância e sim seu
estado físico. Q LV  m  hLV

16
Exemplo 2 - Para aquecer 100 g de água de 0° C até 99,1° C à pressão atmosférica
(1 Kgf/cm2 necessitamos fornecer 9,91 Kcal, após o que ela começa a transformar-
se em vapor. Para transformar todas as 100 g de água em vapor na mesma pressão
(1 Kgf/cm2 temos que fornecer à água (99,1° C) 53,94 Kcal. Assim teremos vapor a
99,1° C. Este calor com 53,94 Kcal é o calor latente da vaporização da água.

Daí, conclui-se que o QLV (calor latente de vaporização), da água com 1 Kgf/cm 2 é
53,94 Kcal /100 g de água, ou seja: 539,4 Kcal / Kg.

Calor Total - É a soma dos calores sensível e latente. No exemplo 2, QS = 9,91 Kcal
e QL = 539 Kcal.

Logo, temos: QT = QS + QL = 9,91 + 53,94 = 63,85 Kcal

Entalpia (H) - É a energia térmica contida em um quilo de massa de água. Como


unidade, tem-se: Kcal / Kg e BTU / lb. Ela se subdivide em:

 Entalpia do Líquido ou Calor Sensível (hL) -É o calor necessário para elevar a


temperatura do líquido até a temperatura de vaporização;
 Entalpia de Vaporização ou Calor Latente de Vaporização (hLv) - É o calor
necessário para se conseguir transformar o líquido saturado em vapor
saturado, ou seja, atingir- se a vaporização total.

Entalpia Total de Vaporização (h V) É a quantidade de calor necessária para ceder


a 1 Kg de água, de 0° C até o estado de vapor saturado seco. É representada pela
fórmula a seguir:

Entalpia total do vapor (h = entalpia de saturação (hL) + entalpia de vaporização


(hLv) ou hV=hL+hLV

Entalpia de Superaquecimento (H) - É a quantidade de calor necessário para


superaquecer o vapor até uma determinada temperatura. Para calcular, temos a
seguinte fórmula:

Hsup = Csup . tsup onde: Csup = calor específico do vapor superaquecido (Kcal/Kg
°C);

tsup = gradiente de temperatura (temperatura de superaquecimento - temperatura de


saturação).

Entalpia Total de Superaquecimento (hsup)


Título ou Qualidade do Vapor Úmido - Vapor úmido é o vapor acompanhado de
gotículas de água em suspensão. As suas condições termodinâmicas são alteradas
pela presença de água em suspensão. O teor de água contido no vapor é
geralmente expresso em percentagem.

Chamando de x o teor de umidade do vapor e (1 - x). 100 o grau de saturação do


vapor.

17
Temos que, a entalpia de um vapor úmido pode ser calculada da seguinte forma:
hx = hL + x. hLV

O arraste do vapor em um gerador


varia de 1 a 10 %, correspondendo
a vapores de qualidade 99 a 90%.

Desta forma, título é o peso de


vapor seco, contido em 1 kg de
vapor úmido. 1 Kg de vapor úmido
contém x kg de vapor saturado
seco e (1 - x) kg de água. O título
do vapor saturado úmido variará
sempre entre 0 e 1.
Figura 5 - Título ou qualidade do vapor úmido
Para título 0 - o fluido estará
integralmente no estado líquido.

Para título 1 - o fluido estará integralmente no estado de vapor saturado seco.

A água à pressão de 760 mmHg, aquece-se a partir de 0° C e entra em ebulição a


99,1° C, consumindo para tal, 99,l kcal/kg, que chamamos de entalpia de saturação
(reta 0A), simbolizado por hL;

Atingindo 99,1° C, a água passa a gerar vapor do ponto A ao B reduzindo,


gradativamente, a massa de água até o ponto B;

No ponto B só há vapor, e para chegar até este estado, o líquido consome 539,4
kcal/kg, o que damos o nome de entalpia de vaporização simbolizado por hLv.

No ponto B teremos um vapor saturado seco, que consumiu um total de 638,5


kcal/kg, simbolizado por h (Prosseguindo o aquecimento, acima do ponto B,
passaremos a ter vapor superaquecido, simbolizado por H SUP.,
Resumo: Entalpia de saturação 0A hL = 99,1 Kcal/Kg (líquido sub-resfriado);

No ponto A tem-se líquido saturado;

Entalpia de vaporização AB = hLv = 539,5 Kcal/Kg (vapor saturado ou vapor de


mistura);

Entalpia total de vaporização ponto B = hv 638,5 Kcal/Kg (vapor saturado seco);

Entalpia de superaquecimento BC =HSUP


Entalpia (h) é a energia térmica contida em uma unidade de massa d’água.
(unidades: Kcal/Kg ou BTU/lb).

Observação: Calor latente; Calor Total Entalpia (H); Entalpia Total de


Vaporização (hV) Entalpia Total de Superaquecimento (h sup); Entalpia de
Superaquecimento (H)

18
1.2.3 Transferência de calor a temperatura constante

Transferência de calor - é o transporte da energia calorifica de um ponto a outro


por meio de um fluido portador que pode ser líquido ou gasoso, tendo utilidades do
emprego de calor em secagem, cozimento, geração de energia, aquecimento, etc...

A produção de calor pode ser feita de várias maneiras, mas sempre para
transformação de outra energia em energia calorífica. Assim, são usadas as
energias elétricas, químicas, atômicas, etc.

Sistemas de transferência de calor: nem sempre a necessidade de calor ocorre no


local da fonte calorífica, sendo necessário transferi-lo do local desta fonte para outro
local onde ele se faz necessário. Quando os locais coincidem diz-se que o
aquecimento é direto e, neste caso, o calor se propaga ou se transmite por
condução, convecção e radiação. Por outro lado, quando os dois locais são
distantes o aquecimento é indireto, usa-se então um sistema de transferencia de
calor. Esse sistema pode ser um gás ou um líquido em circuito fechado.

Vapor D’água - Na indústria, o vapor d’água encontra ampla aplicação como fluido
de aquecimento e como fluido motor (turbinas, compressores), pois apresenta uma
séries de vantagens como:
 Capacidade térmica elevada;
 Fornecimento de calor à temperatura constante;
 Facilidade de distribuição e controle nas instalações;
 Custo baixo;
 É fluido limpo, inodoro e não tóxico;
 Após a expansão em turbinas, o vapor de exaustão pode ser usado como
fluido de aquecimento etc.

Como fluído de aquecimento usa-se vapor saturado de baixa e média pressão, em


geral não ultrapassando a pressão de 10 kgf/cm 2 que corresponde a uma
temperatura de 1 ºC.

Para efeitos motrizes em turbinas e compressores usa-se vapor superaquecido de


alta pressão. Como o trabalho mecânico é gerado à custa de expansão do vapor, a
regra geral é usar vapor na máxima pressão e temperatura na entrada e mínima
pressão possível na exaustão.

Uma análise cuidadosa da instalação de uso do vapor pode mostrar diversos pontos
onde é possível otimizar o consumo de vapor. Alguns desses pontos são:

a) Recuperação de calor de condensados;


b) Uso do vapor ligeiramente superaquecido para reduzir a condensação na linha;
c) Redução das perdas de calor pelas paredes através do isolamento térmico
adequado;
d) Uso de vapor em temperatura não muito superior à necessária;
e) Escolha de sistemas de purga adequados e manutenção periódica;
f) Cuidados no dimensionamento de linhas e equipamentos.
19
1.2.4 Vapor saturado e vapor superaquecido

Vapor saturado - é o que chamamos simplesmente “vapor” e é o vapor gerado em


contato com a água, sendo que o vapor saturado seco o vapor na temperatura da
água fervendo (na pressão correspondente) que não contém partículas livres de
água. É a “qualidade” ideal do vapor, mas que não se encontra na prática.

Vapor superaquecido - é o vapor saturado da caldeira ao qual se adicionou calor


extra por mais de um equipamento chamado “superaquecedor”. É vapor seco e sua
temperatura é maior que a temperatura do vapor saturado a mesma pressão.

Calor Específico do Vapor Superaquecido

Csup = 1/18 x (7,3 + 2,46 x 10-3 x tsup) onde:


Csup = calor específico do vapor superaquecido (Kcal/ Kg °C)
tsup = temperatura de superaquecimento ( Kelvin)

Entalpia de Superaquecimento

Hsup= Csup x (tsup- tsat)


A diferença entre as temperaturas (tsup - tsat) denomina-se grau de
superaquecimento.

Nas caldeiras, o superaquecimento do vapor é obtido fazendo com que os gases da


combustão transfiram calor para o vapor saturado. Nestas condições à pressão se
mantém constante, aumentando a temperatura e o volume do vapor em relação ao
saturado (transformação isobárica).

O estado de superaquecimento do vapor pode ser reconhecido por sua temperatura


e pressão.

As propriedades dos vapores saturado e superaquecido diferem-se no seguinte:

 Para o vapor saturado, um pequeno aumento de pressão ou diminuição de


temperatura transforma parte dele em água;

 Para o vapor superaquecido, pode haver resfriamento ou compressão, dentro


de certos limites, sem ocorrer transformação em água.

Exemplo: Caso tenhamos um vapor com pressão de 3,4 Kgf/cm 2 e temperatura de


137,2 ºC (temperatura de ebulição para essa pressão), o mesmo será saturado.
Caso a temperatura estiver acima de 137,2 ºC o vapor será superaquecido.

Poderemos também reconhecer um vapor superaquecido pela sua pressão e


volume ou peso específico. Durante o superaquecimento, o volume específico
aumenta e o peso específico do vapor diminui.

Observação:

20
PRESSÃO TEMPER PRESSÃO TEMPERA
Sob igual pressão temos um maior volume de ABSOLUTA ATURA ABSOLUTA TURA
vapor superaquecido do que o mesmo vapor Kgf/cm2 ºC Kgf/cm2 ºC
quando saturado. 0,01 6,7 8,0 169,6
0,015 12,7 8,5 172,1
Nos sistemas de aquecimento, o vapor mais 0,02 17,2 9,0 174,5
empregado é o baixa pressão, entre 4 a 16 ATA 0,025 20,8 9,5 176,8
(atmosfera absoluta), compreendidas entre 140 e 0,03 23,8 10 179,0
200 oC, por dois motivos: 0,04 28,6 11 183,2
005 32,5 12 187,1
1) Vapor com pressão acima de 16 ATA exige 0,06 35,8 13 190,7
0,08 41,2 14 194,1
tubulações reforçadas e com dispositivos de
0,10 45,4 15 197,4
segurança; 0,12 49,1 16 200,4
2) Quanto maior a pressão do vapor, menor o 0,15 53,6 17 203,4
calor latente disponível quando ele se condensar. 0,20 59,7 18 206,1
0,25 64,6 19 208,8
Exemplo: 0,30 68,7 20 211,4
0,35 72,2 22 216,2
0,40 75,4 24 220,8
1 Kg de vapor de 4 ATA fornece a um trocador de 0,50 80,9 26 225,0
calor 510 Kcal ao se condensar, enquanto que 0,60 85,5 28 229,0
um vapor a 16 ATA fornece 462,4 Kcal / Kg. 0,70 89,5 30 232,8
0,80 92,9 32 236,3
O vapor superaquecido e em altas pressões 0,90 96,2 34 239,8
usado em turbinas não contém gotículas de água, 1,0 99,1 36 243,0
as quais poderiam danificar as palhetas da 1,1 101,8 38 246,2
1,2 104,2 40 249,2
turbina. 1,3 106,6 42 252,1
1,4 108,7 44 254,9
Após ser utilizado nas turbinas, o vapor 1,5 110,8 46 257,6
superaquecido e com alta pressão poderá ser 1,6 112,7 48 260,2
usado em trocadores de calor, porém antes tem- 1,8 116,3 50 262,7
se que reduzir a sua pressão. 2,0 119,6 55 268,7
2,2 122,6 60 274,3
2,4 125,5 65 279,5
2,6 128,1 70 284,5
2,8 130,5 75 289,2
3,0 132,9 80 293,6
3,2 135,1 85 297,9
3,4 137,2 90 301,9
3,6 139,2 95 305,8
3.8 141,1 100 309,5
4,0 142,9 110 316,8
4,5 147,2 120 323,2
5,0 151,1 130 329,3
5,5 154,7 140 335,1
6,0 158,1 150 340,6
6,5 161,2 160 345,7
7,0 164,2 180 355.3
7,5 167,0 200 364,1
Observação: 8,0 169,6 220 373,6
Tabela 3 - Vapor Saturado
Professor, os itens de conteúdo referentes à
Conversão de Unidades de Calor e Temperatura;
Relação entre Expansão a Contração Volumétrica X Temperatura de Vapor e Gases;

21
Diferenças, aplicações e características do Vapor Saturado e Vapor Superaquecido,
não constam no conteúdo referente à Noções de Grandezas Físicas.

22
2 – CALDEIRAS - CONSIDERAÇÕES GERAIS

Caldeira - é um vaso de pressão no qual, mediante aplicação de calor é gerado sob


pressão superior a atmosfera vapor para uso externo. A aplicação de calor é
considerada tanto por combustão como eletricamente. Entendemos também o
conceito de caldeira ao caso de equipamento industrial no qual é gerada água
quente sob pressão para uso externo, mediante aquecimento direto por combustão e
ainda o caso dos vaporizadores e aquecedores de fluido térmico.

2.1 TIPOS DE CALDEIRAS E SUAS UTILIZAÇÕES


A classificação consagrada e principal é a seguinte:
2.1.1 Caldeiras flamotubulares (fogotubulares) - São aquelas em que os gases
provenientes da combustão (gases quentes) circulam no interior dos tubos, ficando
por fora a água, vaporizando. Este tipo de caldeira é o mais simples, tendo sido
muito usada em navios e locomotivas, mesmo com aparecimento de caldeiras mais
modernas, posteriormente, com alguns aperfeiçoamentos.

Verticais
Podem ser classificadas em: Horizontais

a)

Figura 6 - Caldeiras flamotubulares ou fogotubulares I

Figura 7 - Caldeiras flamotubulares ou fogotubulares II

23
b) Caldeiras horizontais com tubocâmara de combustão.

Figura 8 -Caldeira flamotubular a carvão ou lenha


Constam de uma camisa e vários tubos
internos que conduzem os gases quentes,
não existindo a câmara de combustão
completamente revestida de material
refratário conforme figura ao lado.

Produção até 8.000 kgflh de vapor; pressão


até 20 kgf/cm2
Combustíveis: lenha e cavacos, serragem,
carvão, cascas, óleo combustível.
c) Caldeiras verticais - A vantagem que
apresentam é a de ocuparem pequeno
espaço. São, em geral, pequenas, contendo
câmara de combustão interna na parte
inferior.

Figura 9 - Caldeira flamotubular vertical.


2.1.2 Caldeiras aquotubulares - São
aquelas em que a água circula dentro dos tubos e os gases quentes originados da
combustão fluem sobre os tubos, por fora. Hoje são usadas quase completamente
caldeiras tipo tubo de água, dando ensejo a que se tenha e produzam grandes
quantidades de vapor a elevadas pressões e temperaturas.
Nas caldeiras de circulação de água, o funcionamento baseia-se na diferença de
densidade conseguida pela diferença de temperaturas, existente entre os tubos
geradores de vapor e os tubos economizadores (tubos não vaporizantes). Quando
os tubos geradores de vapor normalmente estão a uma temperatura superior a dos
tubos não vaporizantes, a densidade da água nos tubos geradores de vapor será
menor que a densidade nos tubos economizadores. Assim sendo, haverá circulação
de água.

24
Figura 10 - Caldeira aquatubular de tubos curvos com um único tambor.
Quando a temperatura nos tubos geradores de vapor for a de saturação da água a
uma determinada pressão, haverá formação de vapor nos tubos e no tambor de
vapor. Atente-se para a importância de altura “H”, entre os dois tambores, pois
haverá um valor mínimo para que se estabeleça a circulação, motivada pela
diferença de densidades. Com a circulação natural teremos limitada pressão de
trabalho (até 2500 psig) e a produção de vapor.
Havendo maior queima de combustível, os tubos não vaporizantes se aquecerão em
demasia, tornando a diferença de densidade muito pequena, diminuindo
consideravelmente a circulação.
Quando a circulação cessa por completo dizemos que a caldeira se afogou.
Podem ser classificadas em:

Com tambor transversal;


Caldeiras aquotubulares de tubos retos Com tambor longitudinal.

Com 4 ou mais tambores;


Caldeiras aquotubulares Com 3 tambores, podendo ser longitudinais ou
de tubos curvos transversais;
Com 2 tambores;
Com 1 tambor.
A caldeira aquotubular compacta tem bastante utilidade para instalações móveis,
pois praticamente são entregues pelo fabricante, em condições de operação. A
capacidade das caldeiras compacta é limitada pelo seu transporte nas vias
25
carroçáveis. No Brasil, ficam limitadas praticamente, a unidades não superiores a 30
ton de vapor por hora. Porém, têm sido construídas unidades compactas até 90 ton.
de vapor por hora.
Nas caldeiras aquotubulares a circulação de água acontece naturalmente em
conseqüência da diferença de densidade entre a água na região mais fria e a água
mais quente misturada com bolhas de vapor, na região mais quente. Quando a
circulação é deficiente, poderá ocorrer ruptura de tubos em virtude de
superaquecimento. Nas caldeiras de circulação positiva são utilizadas bombas
externas para provocar a circulação de água ou vapor, independente da tendência
da circulação natural.
Como exemplo, existem caldeiras fabricação japonesa, do tipo aquotubular, com
tiragem forçada, queima frontal e fornalha de pressão positiva.

Produzem vapor superaquecido com pressão de 120 kgf/cm 2 a 538oC, tem


capacidade para geração nominal de 400 t/h com possibilidade de atingir 440 t/h em
pico mantendo a especificação durante duas horas no máximo, utilizando o calor
resultante da queima de combustíveis líquidos e/ou gasosos.

Caldeira aquotubulares de recuperação. É uma caldeira leito fluidizado


borbulhante, composta com apenas uma unidade de balão, fornalha de membrana e
parede de tubos, economizadores de tubos tipo horizontal e superaquecedores. Os
principais combustíveis da caldeira são combustíveis sólidos de madeira a seguir:
cavacos de eucalipto, casca de eucalipto e finos do processo de peneiramento
realizado no manuseio de madeira. O óleo combustível pesado será usado na
partida e como combustível auxiliar. A caldeira é equipada com um queimador de
partida e dois queimadores de carga.

Para garantir o limite de emissão de partículas na chaminé, a caldeira é equipada


com um precipitador eletrostático. O precipitador eletrostático compreende uma
câmara com três campos elétricos. A cinza vinda dos funis dos segundo e terceiro
passos é transferida para o transportador de cinzas de fundo e a cinza vinda do
precipitador eletrostático é transferida pneumaticamente para o silo de cinzas.

Para encontrar os limites de emissão de gás de combustão a caldeira é equipada


com um sistema de ar para ajuste de emissão de NOx. O sistema de ar reduz a
temperatura de combustão e reduz óxidos do nitrogênio (NOx)..

O material grosseiro do fundo da fornalha é removido por cinzeiros e calhas de


diversas partes da grelha e é transportado para um container localizado abaixo do
duto gás de combustão.

A mistura de combustível sólido é estocada dentro do silo de combustível localizado


no lado frontal da caldeira. Os combustíveis devem ser misturados
homogeneamente antes de entrarem no silo. O silo de combustível é equipado com
um braço de arraste e alimentadores de rosca a qual descarrega o combustível para
26
as calhas de combustível. A alimentação de combustível está localizada sobre a
parede frontal da fornalha (alimentação de combustível sobre o leito).

O ar de combustão para a fornalha é dividido em ar primário (ar de fluidização), ar


secundário e terciário (superior) e ar de queima de óleo. Isso é feito para criar ótimas
condições para a combustão e para obter temperaturas de combustão baixas
suficientes que minimizem as emissões de NOx. Os sistemas de ar primário e
secundário possuem ventiladores de tiragem forçada (ar de combustão), dispositivos
de medição de fluxo de ar nos dutos e bocais. O ar é aquecido com vapor de baixa e
média pressão e depois com gás de combustão no aquecedor de ar/gás. O ar de
combustão para os queimadores é coletado do sistema de ar superior após ter sido
aquecido no aquecedor de ar / gás de combustão.

2.1.3 Caldeiras elétricas - atualmente o atrativo para o emprego da energia elétrica


na produção de vapor para fins industriais está na utilização do excedente de
energia que é paga e não consumida entre os picos de demanda da indústria. Para
aproveitar esse excedente de energia, propõe-se o emprego de instalações mistas
onde as caldeiras elétricas operam em paralelo com caldeiras a óleo ou outros
combustíveis, entrando a caldeira elétrica nos períodos de consumo reduzido, de
modo que a demanda controlada não
seja ultrapassada.
Podem ser classificadas em:
Caldeiras elétricas tipo resistência
Caldeiras elétricas tipo eletrodos
Para que a água seja considerada boa
condutora de corrente elétrica deve-se
adicionar determinados sais como:
adição cáustica ou fosfato trisódico para
que ela possa obter uma determinada
condutividade. Para que a geração de
vapor seja eficiente, devemos observar
a condutividade, nível de água, distância
entre os eletrodos e evitar incrustações
nas resistências elétricas.

Figura 11 - Caldeira Elétrica Tipo Jato de Água


(CASCATA)

1- corpo da caldeira; 2- eletrodo (+); 3-contra-eletrodo; 4-corpo da cascata;


5-bomba de circulação; 6-bomba de alimentação; 7-válvula controle de produção;
8-válvula controle de alimentação; 9-saída de vapor; 10-eliminador de ar;
11-válvula de segurança; 12-controle de nível de água; 13-descarga de fundo.
Principais Características das Caldeiras Elétricas

— Não necessita de área para estocagem de combustível;


— Ausência total de poluição (não há emissão de gases);
27
— Baixo nível de ruído;
— Modulação da produção de vapor de forma rápida e precisa;
— Alto rendimento térmico (aproximadamente 98%);
— Melhora do Fator de Potência e Fator de Carga;
— Área reduzida para instalação da caldeira;
— Necessidade de aterramento da caldeira de forma rigorosa;
— Tratamento de água rigoroso.

Utilizações do Vapor O vapor produzido em um gerador de vapor pode ser usado


de diversas formas, dependendo do tipo de indústria e da região. De uma forma
geral pode-se destinar o vapor para:

a) o processo de fabricação, beneficiamento;


b) gerar energia elétrica;
c) gerar trabalho mecânico;
d) aquecimento de linhas e reservatórios de Óleo combustível;
e) prestação de serviços.

Figura 12- Caldeira Elétrica Tipo Eletrodo Submerso

Vantagens: ausência de produtos da combustão, diminuição da poluição


atmosférica e pluvial. Automática baixa nos custos de operação, manutenção e
supervisão por ser alto o grau de automatismo atingido, permitindo o controle
automático numa faixa de operação de 0 a 100%.

28
Inexistência de custo de transporte e estocagem de combustíveis, diminuindo
acentuadamente a área ocupada. Grande versatilidade e rapidez de resposta às
variações de carga. Eficiente, elevado rendimento para todos os regimes de
funcionamento (97 - 99,5%).
Segura, não falha em caso de falta de água. Eliminam a necessidade de
equipamentos de circulação de ar, pré-aquecedores, economizadores,
movimentação e eliminação de cinzas, sistemas de segurança de combustão,
equipamentos para redução de ruídos, etc...

2.2 PARTES DE UMA CALDEIRA


Consideramos como partes de uma caldeira aquelas indispensáveis ao processo
fundamental de aquecimento de água suficiente para transformá-la em vapor, sem
levar em conta a segurança, confiabilidade, continuidade de operação, utilidade e
economia. E, como acessórios de caldeira, qualquer equipamento ou dispositivo que
tenha por finalidade aumentar o rendimento, melhorar as condições de segurança,
facilitar a continuidade de operação e o controle de regulação.
2.2.1 Caldeira flamotubular:
 Fornalha  Câmara de reversão
 Feixe tubular  Costado
 Espelhos traseiro e dianteiro  Chaminé
 Caixa de fumaça  Acessórios necessários à operação
da caldeira

2.2.2 Caldeira aguatubular:


 Tambor de vapor  Superaquecedor
 Tambor de lama  Economizador
 Feixe tubular (tubos vaporizantes e  Pré-aquecedor de ar
tubos economizadores)  Chaminé
 Fornalha  Acessórios necessários à
operação da caldeira

2.2.3 Caldeiras elétricas:


2.2.3.1 - Caldeira elétrica de eletrodo
 Eletrodo  Terminal de eletrodo
 Contra eletrodo  Costado
 Tubo de regulação  Acessórios necessários à operação
 Bomba de circulação da caldeira
 Tubo de alimentação

29
2.2.4 Aquecedores para fluido térmico

Existem operações industriais que necessitam de aquecimento em temperaturas que


podem ultrapassar 300ºC.

Para conseguir temperaturas elevadas com o emprego do vapor de água existe um


certo risco devido aos valores consideráveis assumidos pela pressão.

Assim, usando vapor, tornam-se necessárias precauções que devem ser levadas em
conta na elaboração do projeto para garantia da segurança exigida, o que resulta
encarecimento da instalação.

De fato, para produzir vapor, por exemplo, à temperatura de 200°C a pressão deve
ser de 240 psi, isto é, de 16 kgf/cm 2 e à temperatura de 320°C a pressão atinge
1.800 psi (120 kgf/cm2 o que é realmente uma pressão muito elevada.

Esse sério inconveniente de trabalhar em certas operações industriais com o vapor


em elevadas temperaturas e pressões é resolvido com o emprego do fluido térmico,
também chamado óleo térmico.

Os fluidos térmicos, isto é, fluidos de transferência de calor, são fluidos orgânicos


sintéticos com várias designações, sendo muito conhecidos o Dowtherm e o
Thermical, os quais podem ser aquecidos a elevadas temperaturas, digamos, até
300ºC com elevação de pressão muito pequena.

O sistema de aquecimento com fluido térmico


consiste em fazê-lo passar no interior de uma
serpentina de um aquecedor queimando óleo
combustível (ou óleo diesel) e em circuito
fechado, até o equipamento a aquecer (trocador
de calor, reator etc.) e retornar à serpentina.

Uma bomba localizada no trecho da tubulação


onde o fluido térmico se acha em temperatura
mais baixa, após haver cedido seu calor ao
equipamento, bombeia o fluido, de modo a
possibilitar uma circulação contínua.

Os limites de temperatura, as pressões


correspondentes e até onde os diversos óleos
térmicos indicados, operando na fase líquida,
podem ser usados. As pressões são as relativas
(valores acima da pressão atmosférica). Verifica-
se que para certos tipos de fluido térmico, a Figura 13 – Sistema de aquecimento
elevação de pressão é insignificante. de fluido I

Os fluidos térmicos possuem elevado calor específico, baixo peso específico,


elevada condutividade térmica, pequena viscosidade, ponto de ebulição elevado, e
são quimicamente inertes.

30
Tipos de fluidos térmicos - Os principais tipos de fluidos orgânicos térmicos são:

a) hidrocarbonetos sintéticos usados para temperaturas até 400°C - éteres


poliaromáticos usados para temperaturas até 400°C - ésteres orgânicos usados para
temperaturas até 232ºC;
b) glicóis polialquilênicos usados para temperaturas até 260ºC - ésteres de silicatos
usados para temperaturas até 350ºC.

O critério fundamental na escolha do fluido térmico é o das máximas temperaturas


de operação e do ponto de ebulição, pois das mesmas dependerá a durabilidade do
fluido.

Uma instalação de óleo térmico oferece várias vantagens como:

a) pode alcançar, como já foi dito, elevadas temperaturas, com elevação mínima de
pressão;
b) não há problemas de corrosão na serpentina da caldeira, na tubulação e nos
equipamentos;
c) o fluido térmico é de grande estabilidade e durabilidade, desde que o sistema seja
projetado dentro das normas, e o fluido tenha sido corretamente especificado para a
temperatura desejada;
d) consegue-se uma regulagem de temperatura fácil e precisa graças à vazão de
fluido bombeado e não pela mudança na temperatura de saída do fluido do
aquecedor;
e) não há necessidade de purgadores, e não ocorrem perdas similares ao flash-
steam (“vapor vivo”);
f) desaparece o problema de tratamento de água, existente nas instalações de
caldeiras de vapor.

2.2.4.1 Sistemas de aquecimento com fluido térmico - O fluido térmico pode


operar na fase líquida, que é a que estamos considerando, mas pode ser usado
também na fase de vapor.

A operação na fase líquida tem as vantagens de requerer vasos e tubos de baixa


pressão; de consumir menos energia; de oferecer maior segurança e empregar
sistemas de controle simples. As desvantagens consistem na exigência do emprego
de bombas e de maior volume de fluido.

O sistema de aquecimento de fluido na fase líquida consiste basicamente nas


seguintes partes:

 Um aquecedor, contendo uma câmara de combustão de irradiação, e uma


serpentina, cuja superfície proporciona uma área de aquecimento considerável e
que determina intensa convecção do óleo (Fig. a seguir).

31
Figura 14 – Sistema de aquecimento de fluido II
 Um tanque de expansão dotado de indicador de nível e válvula de segurança e de
corte de fluxo comandada por controlador de nível baixo. Tem por finalidade
acomodar as variações de volume do fluido que ocorrem durante o aquecimento e
o resfriamento.
 Dispositivos de segurança de nível de óleo.
 Limitadores de temperaturas, termostatos de modulação e limite.
 Bombas para circulação do fluido térmico, do aquecedor aos equipamentos e de
volta ao aquecedor.
 Bomba de enchimento do sistema com fluido térmico e reposição quando
necessário.
 Tanque de armazenagem de óleo térmico.
 Desaeradores, sendo um na linha de recalque e outro na de retorno.

2.2.4.2 Velocidade de escoamento do fluido térmico - Adotam-se velocidades


reduzidas no sistema de circuito fechado de fluido térmico, tanto para tornar
insignificante o efeito de erosão nas tubulações, quanto para assegurar uma
transferência de calor eficiente nos equipamentos, trocadores de calor e reatores. A
velocidade situa-se entre 2 e 3 m/s.

2.2.4.3 Controle automático - Os fabricantes, após a análise dos objetivos e dados


da instalação, elaboram os projetos dos sistemas de comando, controle e segurança
dos equipamentos. Fornecem, além do aquecedor, as bombas, válvulas, sensores
de pressão e de temperatura, para regulagem da vazão, e um painel geral de
controle.

2.2.4.4 Combustível para o aquecedor - Os aquecedores podem ser fornecidos


para a queima de óleo diesel, bunker C, óleos combustíveis APF e BPF, conforme
especificação do comprador.

32
2.2.4.5 Emprego do sistema de fluido térmico - São inúmeras as aplicações do
fluido térmico em operações industriais. Mencionaremos algumas:

 Aquecimento de evaporadores.
 Moldagem de produtos plásticos e de borracha.
 Aquecimento de autoclaves, agitadores, reatores, secadores em indústrias
químicas, e processamento de tintas, resina e vernizes.
 Recipientes de aquecimento a vácuo.
 Tratamento de fibras, fixação de corantes, secagem, impregnação de
plásticos em indústrias têxteis.
 Aquecimento de asfalto, tanto em usinas de asfalto quanto em carros-tanque
e tanques de estocagem.
 Aquecimento de fornos de secagem.
 Aquecimento de rolos de calandras e cilindros secadores nas indústrias de
papel e papelão.
 Aquecimento de prensas, secadores e prensas para compensados de
madeira.
 Processamento de produtos alimentícios.

Muitas outras aplicações poderiam ser acrescentadas a esta lista. As que foram
indicadas revelam a importância do uso do fluido térmico.

2.2.4.6 Vaporizadores para fluidos térmicos - Quando a temperatura desejada for


muito elevada, digamos 350ºC pode-se usar o fluido térmico vaporizado.

A instalação, neste caso, é semelhante a uma instalação de vapor de água. O vapor


de fluido térmico, após ceder seu calor latente, se condensa, retornando sob a forma
líquida ao vaporizador, onde recomeça o ciclo. Há necessidade de uma linha de
retorno de condensado e de dispositivos de remoção de vapores não-condensáveis
e de controles de pressão e de segurança.

A temperatura de operação do equipamento é controlada pela pressão: quanto mais


elevada a pressão, maior o valor da temperatura de condensação.

O sistema de fluido térmico vaporizado oferece as seguintes vantagens:

 Controle uniforme de temperatura.


 Reduzida despesa de manutenção mecânica.
 Menor volume de óleo requerido (comparado com a fase líquida)

As desvantagens são:

 Vazamentos difíceis de evitar.


 Necessidade de um sistema de ventilação.
 Maior consumo de energia.

33
Observação: Professor, verificar os itens referentes à Caldeiras Mistas; Autoclaves e
Caldeiras Termo-Nucleares. Pois, eles foram sinalizados no formulário de itens de
conteúdo, mas não foram encontrados no texto acima.

2.3 INSTRUMENTOS E DISPOSITIVOS DE CONTROLE DA CALDEIRA


2.3.1 Dispositivos de alimentação
2.3.1.1 De água: o sistema de bombeamento de água da caldeira é composto de
duas unidades independentes:
a) Unidade de funcionamento normal: esta unidade será comandada
automaticamente pelo nível de água da caldeira, caso necessário poderá ser ligado
manualmente. Conforme o tamanho e o tipo de sua caldeira, ela será composta de
uma ou duas bombas ligadas em paralelo. Na sucção da bomba teremos um filtro
de água, a tubulação de alimentação de água deverá ser ligada a este filtro.
b) Unidade de emergência: esta unidade só entrará em funcionamento, por ser
inteiramente manual, para substituir, em caso de necessidade, a primeira. É
composta de um injetor e uma bomba, dependendo do tamanho e da pressão da
caldeira.
2.3.1.2 Alimentação com água fria: a sucção da bomba deverá ser ligada
diretamente ao tanque de serviço de água, observando o seguinte: ligação direta
com mínimo de curvas; se houver curvas tem que ser bem suave sem joelhos e o
tubo não deverá ter o diâmetro menor que 2” . Não esquecendo de colocar uma
válvula gaveta antes do filtro no caso de necessidade de desmontar o filtro, a bomba
ou a válvula de retenção.
2.3.1.3 Alimentação com aproveitamento de condensado: o tanque de serviço
que é um tanque próprio para receber condensado, dependendo da bomba utilizada
na caldeira deverá ter uma altura manométrica máxima de 6 m para água com 80ºC,
4m para água com 60º C e 2m para água com 40º C, para evitar o processo de
cavitação, sendo que a tubulação de água deverá ter diâmetro suficiente para não
prejudicar a sucção, não sendo nunca inferior a 2”, visto que a água quando quente
aumenta de volume.

2.3.1.4
I
n
j
e
t
o
r
:

Figura 15 - Sistema de alimentação com aproveitamento de condensado 34


são peças confeccionadas para abastecer a caldeira de água fria em situações de
emergência. Não fazem sucção e não trabalham com água quente; o tanque de
água deve ser elevado, pois trabalham sob carga, e utilizam o próprio vapor da
caldeira como meio de impulsão da água.
2.3.1.5 Bombas alternativas: podem ser acionadas através de motor ou turbina,
tem como vantagem a economia de força e como desvantagem, o fato de ter
capacidade limitada e arrastar óleos e graxas lubrificantes, junto com o vapor de
escape.
2.3.1.6 Bombas centrífugas: possuem elevada
capacidade de aspiração (com a tubulação de
sucção cheia de água), pela sua simplicidade é a
que tem oferecido melhores resultados. Nas
caldeiras de baixa pressão, usamos bombas com
apenas um estágio e nas de alta pressão,
usamos bombas de multiestágios.
2.3.1.7 De combustível: para evitarmos
flutuação de carga, baixa temperatura de
bombeamento, etc., a rede geral de óleo
combustível BPF não deve ser ligada diretamente
à bomba de óleo e sim a um tanque de serviço
que deverá ficar bem próximo à mesma, tendo Figura 16 - Bomba de Combustível
antes do filtro da bomba uma válvula de gaveta e
a linha de retorno com instalação livre.
A finalidade da instalação do tanque de serviço é o aproveitamento do retorno do
óleo pré-aquecido, não deixando que o mesmo resfrie. Quando o bombeamento é o
do óleo diesel, o mesmo é feito sem que precise aquecer o óleo, pois já é fluido o
bastante para pulverizar e queimar.
2.3.1.8 De ar para combustão: o ar de combustão é fornecido através da tiragem
natural, soprado por ventilador ou quando a tiragem for induzida.
2.3.1.9
A
r

Figura 17 - Sistema de alimentação de ar em caldeira de recuperação

35
primário: é aquele que entra no corpo do combustor para que se consiga o efeito
de pulverização.
2.3.1.10 Ar secundário: é aquele que entra no processo de combustão, quando
são utilizados maçaricos de baixa pressão, por efeito venturi, através de janelas
reguláveis, convenientemente colocadas.
2.3.1.11 Ar terciário: quando o ar secundário não for suficiente para o processo de
combustão, faz-se uma terceira adução de ar, que pode ser succionada por efeito de
tiragem ou soprada por um ventilador.
2.3.1.12 De energia elétrica: o sistema elétrico de comando é por assim dizer
cérebro da caldeira, para iniciar a operação, basta adicionar a chave de comando
automático, ficando a caldeira a partir deste momento, operando automaticamente,
segundo as necessidades. De forma geral recebe e colhe os impulsos fotoelétricos,
mecânicos, elétricos e térmicos, determinando a seqüência das operações a serem
mantidas. Montado no chassi da caldeira existe um armário metálico onde estão
abrigados todos os elementos componentes do sistema elétrico de comando ficando
livres da poeira e umidade, de golpes ou choques possíveis, abaixo discriminados:

a) Demarrador completo com fusíveis, contador e relê térmico para motor do


ventilador;
b) Bombas d’água e de óleo e compressor de ar;
c) Contadores auxiliares para sistema de intertravamento;
d) Comutadores, botoeiras e demais elementos necessários ao comando da
caldeira;
e) Sinaleiros para indicação dos diversos eventos e funcionamento dos
equipamentos;
f) Programador de combustão para controle da seqüência de partida e parada da
caldeira;
g) Transformador de tensão para alimentação do comando com fusíveis para
proteção;
h) Cigarra tipo industrial para alarme sonoro;
i)Controle de nível com transformador e relês especiais.

2.3.2 Visor de nível. É um tubo de vidro


fixado na coluna de nível d’água cuja finalidade
é determinar a altura exata em que se encontra
a água da caldeira, está situado na faixa de
separação vapor / água.
Periodicamente, devemos acionar a válvula de
dreno, para constatarmos que a altura marcada
é a correta, servindo também para remover a
sílica acumulada que costuma danificar os
vidros.
Figura 18 - Sistema de controle de nível.
36
2.3.3 Sistema de controle de nível. Durante o funcionamento da
caldeira, a água é convertida em vapor e nesse estado é retirado para o processo ,
fazendo com que o nível da água na caldeira diminua, portanto torna-se necessário
sua reposição, tendo em vista a manutenção de determinados níveis (máximo e
mínimo).
O controle de alimentação de água quando não é automático e sim manual,
apresenta alguns inconvenientes: alimentação descontínua, nível alto na caldeira
pela precaução exagerada do operador, podendo provocar arraste de água para o
vapor, nível de água baixo na caldeira, às vezes por descuido do operador. O
controle de alimentação de água automático introduziu estabilidade e segurança à
operação.
2.3.3.1 Controle de nível com bóia: é geralmente uma câmara ligada à caldeira e
uma bóia que por sua vez está ligada a uma chave que comanda o circuito elétrico
da bomba de alimentação de água.
2.3.3.2 Controle de nível com eletrodos:
baseia-se no princípio da condutividade
elétrica da água. Introduz-se quatro
eletrodos de aço inoxidável, isolados do
corpo da caldeira, na altura do nível
máximo o quarto eletrodo, nível mínimo o
terceiro eletrodo, e baixo do nível segundo
eletrodo juntamente com o primeiro
eletrodo que comanda a passagem de
corrente através da água para os demais
eletrodos.

Figura 19 - Controle de nível com eletrodos


2.3.3.3 Controle de nível termostático:
tem como elemento atuante, um tubo de expansão termostático, dentro do qual o
nível de água sobe e desce, acompanhando o nível de água dentro da caldeira. A
expansão ou a contração deste tubo depende da proporção entre vapor e água no
tubo. O elemento de controle é constituído por uma válvula equilibrada com precisão
e praticamente isenta de fricção. Normalmente, uma haste rígida liga o termostato à
válvula. O tubo termostático ligado à caldeira comunica-se com a câmara de vapor e
com o nível inferior de água. No seu interior há, portanto, água e vapor, em virtude
da irradiação de calor, da temperatura da água no tubo termostático que fica inferior
à temperatura do vapor. É esta diferença de temperatura que assegura o
funcionamento do instrumento. À medida que desce o nível de água na caldeira,
maior a quantidade de vapor que penetra no tubo.
O tubo assim se aquece e é obrigado a se expandir. À medida que sobe o nível de
água na caldeira, maior quantidade de água penetra no tubo e este, ficando mais
frio, é obrigado a se contrair.
Esta expansão e contração do tubo transformam todas as flutuações do nível de
água em força de considerável potência, que movimenta a válvula de controle de
alimentação. Essa força é instantânea e exata e a válvula responde da mesma
37
maneira. Uma porca de regulagem localizada no extremo do tubo pode ser girada
para proporcionar o nível desejado, mesmo com a caldeira em funcionamento.

2.3.4 Indicadores de Pressão: são instrumentos


que servem para medir a pressão para que a operação se
torne segura e econômica. É o manômetro o aparelho com o
qual se mede a pressão dos gases, de vapores e de outros
fluidos. Comumente os dois tipos de manômetros mais
usados são: com mola e tubular. A pressão máxima de
funcionamento da caldeira deverá estar sempre marcada
sobre a escala do manômetro, com um traço feito à tinta Figura 20 - Manômetro
vermelha, para servir de alerta ao operador no controle da
pressão.

2.3.5 Dispositivos de Segurança


2.3.5.1 Válvula de Segurança: é um dispositivo aliviador de
pressão atuado pela pressão estática e caracterizado pela
rápida ação, abrindo-se integralmente a uma pressão
definida, devendo permanecer aberta enquanto não houver a
queda de pressão e fechar-se instantaneamente e com
perfeita vedação logo após a queda de pressão. Deve
permanecer vedada para pressões inferiores à sua
regulagem.
a) Acumulação ou pressão de acúmulo: é o acréscimo da
pressão de trabalho, em termos percentuais, permissível Figura 21 - Válvula de
no equipamento durante a descarga da válvula. Segurança

b) Sobrepressão: é o acréscimo da pressão, em termos percentuais, acima da


pressão de ajustes, até a sua abertura total, ou seja, a válvula atingir a sua
capacidade total de descarga.
c) Contra pressão: é a pressão estática existente na saída de uma válvula de
segurança devido à pressão no sistema de descarga, podendo causar, mudanças
nas pressões de abertura e fechamento, diminuição na capacidade de descarga e
instabilidade dinâmica.
d) Ajuste: sendo a válvula de segurança um dispositivo indispensável à caldeira,
sua regulagem deve ser efetuada por pessoas habilitadas e com conhecimentos
indispensáveis no setor. O ajuste da pressão de abertura é feito pelo respectivo
parafuso. Os valores das pressões de disparo das válvulas devem ser: para a
primeira válvula igual a PMTP; as válvulas restantes no máximo 3% acima da
PMTP. O ajuste do diferencial de alívio se refere à diferença das pressões de
abertura e fechamento, geralmente limitadas em 4%.

38
2.3.6 Dispositivos auxiliares São aqueles projetados para garantir que a caldeira
funcione em perfeita segurança.
a) Pressostato de pressão máxima: é o dispositivo que desliga o circuito
automático, quando atinge a pressão máxima de trabalho da unidade e torna a
religar o circuito quando a pressão cai, conforme a regulagem.
b) Pressostato de modulação de chama: é aquele que, invertendo a posição dos
contatos ou auxiliando um relê na inversão, quando atinge a pressão em que foi
regulado e vice-versa processa o fogo máximo ou mínimo.
c) Foto resistor: constitui a proteção contra falha na combustão. Recebendo
luminosidade da chama, ele emite um impulso elétrico que é retificado no
programador abrindo e fechando circuitos.
A célula propriamente dita é uma placa que se encontra no interior do cabeçote. Sua
sensibilidade pode ser regulada para mais ou para menos, atuando sobre um
parafuso ajustando a resistência variável do programador.
Existem outros tipos de sensores que detectam ondas infravermelhas, não visíveis,
e os que detectam a radiação ultravioleta emitida pela chama.
a) Programador de combustão: é um dispositivo que controla a segurança e o
funcionamento do combustor. Ao operar, o programador faz as seguintes
supervisões: partida em baixa combustão; verificação da ignição piloto na partida;
permanente verificação da chama principal; liberação para modulação automática
após o acendimento e verificação da chama principal; limitação da pressão
máxima da caldeira.
b) Os tipos de programadores são: programador eletrônico; programador eletro-
mecânico.
c) Válvulas solenóides: São comandadas eletricamente. Existe uma bobina elétrica
que ao energizar-se, cria um campo magnético, abrindo a válvula para passagem
do óleo combustível ou vapor. Quando se corta a corrente, termina o campo
magnético e a mesma se fecha.

2.3.7 Válvulas e tubulações


a) Válvula principal de saída de vapor: válvula tipo globo em sua maioria, podendo
usar válvula tipo gaveta quando não se tem e não se quer um rigoroso controle da
vazão, ou queremos bloquear a linha.
b) Válvula de segurança: as válvulas de segurança destinam-se a evitar que a
pressão das caldeiras eleve-se além do limite especificado pelo projeto. Isto
reverte em favor da segurança e em vida mais longa para o equipamento.
c) Válvulas de alimentação: serve para permitir ou interromper a alimentação de
água para a caldeira. São válvulas do tipo globo ou reta.
d) Válvulas de retenção: válvula colocada após a válvula de alimentação da
caldeira, evita o retorno de água sob pressão do interior da caldeira.
39
e) V
á
l
v
u
l
a

Figura 22 – Válvulas e Tubulações


de descarga de fundo: são instaladas na região mais baixa da caldeira e tem por
finalidade purgar o sistema, quando abertas, retira da mesma toda a lama ou lodo
dos materiais sólidos em suspensão que se deposita no fundo, são também
instaladas nas colunas de níveis de água. Existem dois tipos de válvulas de
descarga de fundo: de descarga lenta; de descarga rápida.
f) Válvulas de vapor: tipo globo para suprir de vapor a válvula solenóide que
controla o aquecimento do pré-aquecedor do óleo combustível, supre também o
combustor quando a atomização do óleo é processada pelo vapor, os injetores e
bombas de alimentação de água.
g) Válvulas de alívio: válvula instalada no pré-aquecedor de óleo combustível,
visando a segurança do mesmo, caso o óleo combustível ultrapasse a pressão
para que o mesmo foi projetado.
h) Válvulas de ar: tipo globo, nos inícios e fins de operação, controla a saída ou
entrada de ar na caldeira.
i) Rede geral de alimentação de água: é a tubulação que interliga o tanque geral
de água à bomba de água, sempre que possível instalando um tanque de serviço
entre os dois, para uma possível queda de pressão e aproveitamento do
condensado. Esta rede deve possuir um número bastante reduzido de curvas e
atender somente a este equipamento.
j) Rede de óleo combustível: é a tubulação que liga o tanque geral de
armazenamento do óleo BPF ao tanque de serviço e à bomba de óleo e o retorno
do mesmo. Faz parte integrante da rede, a bomba de óleo que irá bombear o óleo
do caminhão tanque ao tanque de armazenamento; a bomba que irá bombear o
óleo do tanque de armazenamento ao tanque de serviço, normalmente controlado
por uma bóia elétrica e sistema de filtragem. A distância do tanque de serviço à
bomba de óleo da caldeira deverá ser a mais próxima possível para que a mesma
receba o óleo quente e sem muita perda de carga, garantindo assim que a pressão
de queima do óleo permaneça constante, sem variação.

40
k) Rede de drenagem: duas redes de drenagem devem ser previstas: uma que
trabalhará sob a pressão da caldeira (rede fechada) e outra que estará à pressão
atmosférica (rede aberta). Compõem o sistema fechado às redes das válvulas de
descarga de fundo e descarga da coluna de nível de água e o sistema aberto às
redes do purgador da serpentina e dreno do pré-aquecedor de óleo, torneiras de
prova e injetor da caldeira, válvula de descarga do indicador de nível de água.
l) Descarga de fundo - A descarga de fundo da caldeira deve ser feita geralmente
sob pressão. A pressão e a temperatura da água (acima da ebulição) poderá
destruir o sistema de esgoto, por isso, recomenda-se instalar um tanque de
descarga entre a caldeira e o esgoto, onde os golpes e a temperatura elevada da
água serão eliminados.

Em muitas caldeiras,
principalmente as de menor
porte, é suficiente instalar uma
válvula de descarga rápida
(válvula de fundo de caldeira)
para se obter a extração de
lodo e sais. Mas as caldeiras de
maior porte requerem, um
dispositivo adicional para a
dessalinização contínua e a
automatização da válvula de
descarga periódica. Figura 23 – Tubulação de Descarga

A dessalinização contínua mantém a densidade da água na caldeira dentro dos


limites admissíveis. Já a extração periódica do lodo, serve para conservar o fundo da
caldeira livre do lodo, microorganismos e outras impurezas que aí se acumulam.
Mesmo quando a água de alimentação da caldeira for inteiramente abrandada e
desmineralizada, é recomendável instalar válvulas de descarga periódica e de
dessalinização contínua, pois qualquer falha nos equipamentos de tratamento da
água ou em seus acessórios pode provocar a entrada de água não tratada na
caldeira.
A continuidade dos processos de vaporização e reposição de água acarreta o
aumento de concentração de impurezas na caldeira. Para evitar a conseqüente
formação de incrustações nas suas paredes, adicionam determinados produtos
químicos a água que modificam a constituição de certas impurezas, dando origem a
partículas que se depositam no fundo da caldeira em forma de lodo.
A mistura desse lodo com o oxigênio e gás carbônicos exerce ação corrosiva,
danificando as paredes dos tubos da caldeira ou destruindo-os. O acúmulo
progressivo das incrustações pode provocar tensões térmicas capazes de fender as
paredes da caldeira ou rachar os rebites e se as camadas de lodo atingir os tubos,
as tensões térmicas ainda podem ser agravadas pela conseqüente retenção de
calor, causando a destruição do tubo.

41
À medida que a caldeira produz vapor, acumulam-se os sais minerais que penetram
no seu interior com a água de reposição. A concentração excessiva desses sais e
conseqüente formação de incrustações nas instalações da jusante da caldeira
compromete o funcionamento eficiente de todo o sistema.
Para evitar estes problemas, cuja gravidade nem sempre é previsível, efetua-se a
extração periódica do lodo através de válvulas instaladas no fundo das caldeiras.
A duração de descarga, normalmente não deve exceder a 3 segundos, para garantir
por um lado, o máximo efeito de arraste e, por outro lado, minimizar as perdas de
água. Além disso, as válvulas devem fechar automaticamente com a mesma
instantaneidade da abertura, a fim de minimizar as perdas de pressão e água, e
garantir o funcionamento normal de toda instalação, independente de eventual falha
do operador.
j) Rede de vapor: a válvula de saída de vapor para o consumo está localizada na
parte superior da caldeira, onde ocorre a extração de vapor para o consumo, a
abertura e fechamento desta válvula não devem ocasionar choques (mecânicos ou
térmicos) no restante da instalação, deve ocorrer lenta e continuamente. A tubulação
principal de vapor deve ser feita, na mesma bitola da saída da válvula de saída.
A perda de carga (queda de pressão) e a conseqüente condensação nas linhas
dependem do comprimento, do diâmetro e do número de curvas da rede, por este
motivo, algumas vezes é necessário construir as linhas com maior bitola que o
especificado. Uma redução de pressão implica num aumento de diâmetro da
tubulação da rede, uma vez que o volume aumenta.
O sistema de purga e condensado deve ser previsto nas partes mais baixas da rede,
evitando-se assim bolsas de água, este condensado além de prejudicar a
distribuição de vapor irá fatalmente às máquinas dificultando o funcionamento das
mesmas e podendo causar grandes avarias, teremos também de prever a purga do
ar na tubulação. A rede de distribuição de vapor é composta de: rede principal e
secundária, e devido ao aquecimento da mesma, as tubulações se dilatam, devemos
prever os pontos que se devem colocar as juntas de dilatação e as que a absorvem.
Além de isolá-las termicamente para evitar perdas de calor latente do vapor.
2.3.8 Tiragem de fumaça: é o processo pelo qual se garante a admissão de ar na
fornalha e circulação dos gases de combustão através de todo o sistema até a saída
para a atmosfera. A tiragem deve vencer a resistência oposta, por vezes
considerável. É medida em mm de coluna de água e pode ser obtida através de
métodos naturais ou processos mecânicos. O valor da perda de carga através do
sistema é que determina o processo a ser usado. Tipos de tiragem:
a) Tiragem mecânica (induzida, forçada e mista): é empregada, quase que na
sua totalidade, para aumentar a velocidade dos gases, que irá acarretar maiores
coeficientes de troca térmica, obtendo com isso maiores rendimentos, o que não
ocorre com a tiragem natural (antieconômica quando as perdas de carga
ultrapassam determinados limites).
b) Tiragem induzida: nesta tiragem, o circuito total permanece com compressão
reduzida, podendo ser conseguida de duas maneiras: aspiração com ejetor;
aspiração com exaustor. O sistema mais difundido nas caldeiras é a aspiração por
42
exaustores. O ventilador é dimensionado para a vazão total dos gases da
combustão à temperatura de saída.
c) Tiragem forçada: a tiragem forçada é realizada por ventiladores tipo centrífugo
ou axial. Estes ventiladores devem ser dimensionados, levando em consideração a
perda de carga no sistema, o suprimento de ar de combustão e garantir a saída dos
gases de combustão até a saída para a atmosfera. Para impedir a fuga de gás no
sistema, estas caldeiras têm que ter perfeita vedação. São também chamadas de
caldeiras pressurizadas.
b) Sistema misto: este sistema utiliza dois ventiladores: um ventilador soprador
responsável pela alimentação do ar de combustão e que vence as perdas de cargas
no circuito de ar, e um ventilador exaustor que vence as perdas de carga no circuito
dos gases de combustão, desde a câmara de combustão até a chaminé. Este
sistema é utilizado nos geradores de vapor de grande capacidade de combustão.
c) Controle de tiragem: o controle de tiragem é indispensável ao bom
funcionamento das caldeiras. Os sistemas de tiragem, via de regra, são
superdimensionados, com a finalidade de atender as variações de demanda de
vapor. A regulagem se faz de maneira a aumentar ou diminuir a circulação dos gases
com o propósito de assegurar a adequada entrada de ar e perfeita combustão.

2.3.9 Desaeração térmica - Esse processo, consiste na introdução de vapor na


água a uma pressão constante, reduzindo a pressão parcial de oxigênio e do gás
carbônico dissolvidos na mesma, eliminando-se assim parte desses gases
dissolvidos na água. Utiliza-se o vapor para o aquecimento da água a uma
temperatura de 100 a 150°C, aproveitando-se assim a queda de solubilidade desses
gases, que é diretamente proporcional ao aumento da temperatura.

2.3.10
I

Figura 24 - Desaerador térmico do tipo bandeja.

nformações complementares:
a) Tambor de vapor: é um vaso fechado, localizado no ponto mais alto da
caldeira aguatubular, onde se encontram em equilíbrio água líquida evaporando-

43
se e vapor de água. Ao tambor estão conectados os tubos de descida de água
(economizadores) e os tubos de chegada da mistura de vapor mais água
(vaporizantes). O tambor é adaptado com válvulas de segurança, entrada de água
de alimentação e possuem internamente dispositivos destinados a evitar que o
vapor que sai do tambor arraste partículas de água e impurezas sólidas,
chamadas de partes internas do tambor.
b) Tambor de lama: fica localizado no ponto mais baixo do sistema de tubos e
tem por finalidade acumular lama, ferrugem e outros materiais. Faz-se
periodicamente a descarga desses materiais. Este tambor trabalha cheio de água.
No tambor estão conectados os tubos economizadores, vaporizantes e no fundo,
estão instaladas uma ou mais válvulas de descargas de fundo, com a finalidade
de purgar o sistema.
c) Feixe tubular: como o próprio nome indica é constituído de tubos de vários
perfis que interligam os tambores. Esses tubos, colocados sobre as paredes da
fornalha e no percurso dos gases quentes, integram a superfície de troca de calor
da caldeira aguatubular.
d) Superaquecedor: tem por finalidade transformar o vapor saturado
proveniente do tambor de vapor em vapor superaquecido, ou seja, com uma
temperatura superior (maior). Exemplo de grau de superaquecimento:
suponhamos um vapor superaquecido com pressão de 400 psig e temperatura de
320ºC. O vapor saturado à mesma pressão terá a temperatura de 230ºC. O grau
de superaquecimento será 90ºC, ou seja, 320 – 230ºC.
e) Economizador: tem por finalidade aumentar a temperatura da água de
alimentação, às expensas do calor residual dos gases de combustão. Com isto,
consegue-se melhorar o rendimento da caldeira e ainda evitar possíveis choques
térmicos no tambor de vapor. Para 6ºC de aumento na água de alimentação
temos uma economia de aproximadamente 1°C no consumo de óleo combustível.
f) Pré-aquecedor de ar: tem por finalidade elevar a temperatura do ar de
combustão. Com, isto se consegue melhor queima, aumentando o rendimento da
caldeira.
g) Chaminé: é o componente que permite o escoamento dos gases de
combustão.
h) Fornalha: é o local destinado à queima do combustível, que pode ser sólido,
líquido ou gasoso. É composta do combustor (maçarico), que promove a queima
do combustível e da câmara de combustão onde se verifica a completa queima
dos gases. Alguns fornos são dotados de câmara de pré-combustão.
i) Fornalha que queima com suporte: pertence a primeira grande categoria
das fornalhas que queimam sólidos a granel, picados ou moídos grosseiramente.
j) Fornalhas de grelhas planas levemente inclinadas: são destinadas para
combustão de lenha em toras. Tem aplicação limitada para caldeiras até 20 ton./h
de vapor.

44
k) Fornalha em escada: é constituída de degraus apoiados em travessões
inclinados, sobre os quais o combustível é projetado manual ou mecanicamente.
São adequados para queimar serragem, madeira picada, casca de arroz, etc...
l) Fornalhas de esteiras móveis rotativas: o processo de alimentação é
totalmente mecanizado, o combustível forma uma camada espessa que vai se
extinguindo a medida que vai penetrando na fornalha.
m) Fornalha para queima de combustível em suspensão: as fornalhas desta
categoria são destinadas à queima de óleo, gás ou combustível sólido
pulverizado, neste caso, aparece um equipamento chamado combustor ou
maçarico, que é responsável pela queima do combustível.
n) Combustível líquido: no caso do combustível líquido o problema principal é
passá-lo para o estado gasoso.
o) Funções da fornalha e maçarico: fornalha propriamente dita (vaporização e
combustão); queimador (atomizar, dosar a relação ar/combustível e proporcionar
turbulência)
p) Combustíveis líquidos mais usados: Fuel-oil e óleo diesel; misturam dos
dois OC-4, outros.
q) Combustíveis gasosos: neste caso a fornalha não apresenta tantos
problemas técnicos a resolver. O combustível gasoso apresenta várias vantagens,
tais como: pequeno excesso de ar, não há cinzas, boa combustão e fácil
regulagem.
r) Queimadores: do ponto de vista industrial as denominações maçarico,
queimador e combustor se equivalem.

Para que um processo de combustão seja eficiente, vários fatores são


necessários:
a) A relação entre combustível e comburente deve-se manter entre
limites estreitos e bem determinados;
b) A mistura entre combustível e comburente deve ser a mais íntima
possível e no menor espaço de tempo;
c) O excesso de ar necessário à combustão deve ser bem determinado,
de acordo com o combustível. Se houver grande excesso de ar, o rendimento
técnico do conjunto fica prejudicado;
d) A temperatura da câmara de combustão deve ser tão alta quanto
possível, de maneira a gaseificar, no menor tempo, as gotículas do combustível
que saiam do combustor;
e) A fornalha deve ser criteriosamente dimensionada, de acordo com a
temperatura que deva trabalhar e com a quantidade de combustível a ser
queimado;
45
f) A circulação dos gases de combustão através do sistema deve ser
de tal forma que permita boas possibilidades de troca térmica, sem, no entanto
prejudicar a tiragem.
g) Classificação dos combustores: combustores de baixa pressão; de
alta pressão com vazão fixa; de alta pressão com vazão variável; de acordo com
combustível; de acordo com o agente atomizador.
h) Pedra refratária: em todos os queimadores, principalmente nos de
baixa pressão, a pedra refratária desempenha um papel importante. É uma peça
de refratário, trabalha aquecida e, geralmente incandescente, tem por função ser
o primeiro elemento a irradiar calor para a mistura ar-gotículas de combustível
efluente do maçarico e proporciona a adução do ar pelo efeito venturi.
i) Câmara de pré-combustão: a chama é combustão em
processamento, em seu interior coexistem combustível e comburente que devem
combinar-se desenvolvendo uma reação exotérmica. Colocando-se a câmara de
pré-combustão, haverá uma quantidade menor de chama na fornalha, pois que,
as câmaras de pré-aquecimento trabalhando a altas temperaturas proporcionam a
volatilização e o craqueamento rápido do combustível. Em muitos casos são
indispensáveis nas caldeiras.
j) Capacidade de um gerador de vapor: existem diversas maneiras de
se definir a capacidade de um gerador de vapor. Atualmente está se
generalizando a tendência de expressar a capacidade em quilos ou toneladas por
hora (kg/h ou t/h), indicando em paralelo a pressão em Kgf/cm 2.
k) Chicanas ou defletores: são colocados na saída da fornalha para a
chaminé, a fim de dirigir o fluxo dos gases de combustão através dos tubos
economizadores, economizador e pré-aquecedor de ar. Isto é feito de maneira
estratégica, por barreiras ou costados e material refratário.

3 – OPERAÇÃO DE CALDEIRAS

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3.1 PARTIDA E PARADA
3.1.1. Partida - uma unidade nova deve ser recebida, inspecionada e testada
para comprovação das especificações apresentadas pelo fabricante.
Objeto da operação:
d) Máximo aproveitamento do combustível, compatível com o projeto da fornalha;
e) Transferir para o vapor a maior quantidade possível da energia térmica liberada
pela queima de combustível;
f) Evitar a formação de incrustação ou depósitos sobre as superfícies de troca
térmica;
g) Realizar a operação em nível de segurança completa;
h) Conduzir a operação de maneira a se obter o menor número possível de paradas
da unidade;
i) Conduzir a operação de maneira a assegurar a duração da vida do equipamento.
A entrada em operação apresenta inicialmente duas etapas: secagem e boiling-out
Secagem: tem por finalidade eliminar a umidade contida nos refratários. Deve ser
feita lentamente, durando essa operação alguns dias, usando de preferência lenha
como combustível, pois é mais fácil a queima em pequenas quantidades. Claro está,
que durante a operação de secagem a caldeira deverá estar cheia de água. Quando
na operação de secagem for atingida mais ou menos a metade da pressão normal
de trabalho, a unidade deve ser esvaziada para iniciar-se a etapa seguinte.
Boiling-out: consiste em retirar da caldeira óleo e outros materiais estranhos,
inerentes a fabricação. Com essa finalidade a caldeira é cheia de orisfofato de sódio
e soda cáustica. Eleva-se a pressão até cerca da metade da pressão normal e assim
se conserva por 12 a 24 horas, após que, a caldeira é esvaziada, lavada com água
sob pressão e cheia com água tratada, para se dar início a operação e colocá-la em
serviço.
3.1.2 Partida da caldeira em linha: a caldeira entra em funcionamento lentamente,
com carga abaixo do normal e com a válvula principal de vapor totalmente aberta.
Se a caldeira tiver superaquecedor, deve-se, a princípio, deixar seus drenos abertos
para a eliminação do condensado.
Com a caldeira em linha e a pressão normal de operação deve-se manter, ainda, por
algumas horas a carga reduzida, então, pode-se, gradualmente, chegar à carga
máxima, tendo-se o cuidado de verificar se existe algum arraste para o aquecedor.
Durante a colocação da caldeira em linha, deve-se ter especial cuidado com o nível
de água na caldeira ou tambor de vapor, para ficarmos seguro que não existe
indicação ou registro de nível falso.

Antes de colocar a caldeira em operação deve ser feita uma verificação geral nos
manômetros, instrumentos indicadores, registradores e sistemas auxiliares, tanques
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de serviços de água e óleo combustível para verificar se estão cheios, nas válvulas
que deverão estar fechadas e nas que deverão estar abertas. Após as primeiras 6-8
horas de serviço deve-se proceder a primeira descarga de fundo.
3.1.3 Parada: antes de pararmos totalmente a caldeira, devemos abrir o by-pass do
pré-aquecedor de óleo para que possamos introduzir no sistema o óleo diesel,
deixando - o queimar algum tempo, com a finalidade de limparmos a linha de óleo
BPF e o combustor, logo após, devemos retirar a mesmo e deixarmos em um
recipiente com óleo diesel. Após a parada devemos fechar totalmente a válvula de
saída de vapor e se necessário, completar de água a caldeira.

3.2 REGULAGEM E CONTROLE


Regulagem: o combustor e o ar devem formar uma mistura íntima e homogênea. A
temperatura da fornalha deve ser a mais elevada possível para que se mantenha a
combustão. O ar deve ser em quantidade suficiente em relação ao combustível para
que a combustão seja completa. A boa combustão deve ser livre de fuligem e cheiro,
gerando um mínimo de CO nos gases de escape. A combustão se perfeita produz
elevado teor de CO2 (não venenoso), quando imperfeito produz CO (venenoso).
Controle de combustão: o controle de combustão é extremamente importante, pois
serve para evitar perdas de calor e consequentemente, de combustível. Elevando a
eficiência da queima dos equipamentos e diminuindo o consumo de combustível.
Esse controle da combustão pode ser feito através de aparelhos que medem,
basicamente, o seguinte: percentual de CO2 nos gases da chaminé; percentual de
CO nos gases da chaminé; percentual de O 2 nos gases da chaminé; temperatura
nos gases da chaminé; quantidade de fuligem; tiragem. Um dos aparelhos usados é
o denominado Orsat, ou semelhante, e que consiste em um vidro graduado no qual
coloca-se o produto que vai absorver o gás desejado. O baixo teor de CO 2 pode ser
devido a: atomização imperfeita; excesso de ar; tiragem excessiva; entrada falsa de
ar na fornalha.
3.2.1 De temperatura: a temperatura alta nos gases de combustão indica perda de
calor pela chaminé. A boa prática recomenda que a temperatura deva situar-se em
torno de 200ºC. Temperatura alta na chaminé pode ser devido a: queimador com
capacidade de queima elevada; superfícies de troca de calor sujas ou mal
dimensionadas; tiragem excessiva; fornalha pequena ou inadequada. A quantidade
de fuligem nos gases, também permite estimar a qualidade da queima, pois a
fuligem pode ser devido aos fatores abaixo:
 Atomização imperfeita;
 Ventoinha inadequada;
 Combustível em excesso;
 Defeitos na fornalha;
 Tiragem insuficiente;
No caso da atomização imperfeita deve-se verificar se o óleo está na viscosidade
correta e o orifício está livre. Evidentemente, entre as conseqüências da fuligem,
está a poluição ambiental que deve também ser evitada. A tiragem é a medida de
passagem dos gases de combustão pela caldeira.
48
Tiragem excessiva produz aumento da temperatura dos gases na chaminé e reduz o
percentual de CO2. Tiragem inadequada, por sua vez, resulta em combustão
deficiente e excesso de fuligem. A medida da tiragem e feita na câmara de
combustão e na chaminé. Tiragem excessiva na câmara de combustão acarreta
saída dos gases para a área exterior e vizinha. A tiragem deve ser grande o bastante
para evitar pressão na câmara de combustão.
A temperatura dos gases na saída deve ser em torno de 200ºC. Esta nem sempre é
possível em fornos industriais, pelas características do processo. Nestes casos,
deve-se procurar reaproveitar, sempre que possível o calor perdido, com a
instalação de um pré-aquecedor de ar e economizadores.
Em determinadas caldeiras, a eficiência de queima é boa, mas o rendimento é baixo.
Isto acontece quando as superfícies de troca de calor estão sujas ou com
incrustações. Neste caso teremos um valor bom para o teor de CO 2 e temperatura
elevada dos gases devido a deficiência na troca de calor.
Tiragem excessivamente alta acarreta no aumento de velocidade dos gases, além
de aumentar a temperatura da saída dos gases na chaminé, diminui o tempo da
troca térmica e arrastam partículas não pulverizadas do combustível, antes que o
mesmo consiga sua combustão completa.
Tiragem muito baixa provoca o abafamento da fornalha, prejudicando
consideravelmente a combustão.
3.2.2 De pressão - A pressão da caldeira é controlada pelo pressostato de pressão
máxima, que desliga a circuito automático quando atinge a pressão máxima de
trabalho da unidade e torna a religar quando a pressão cai de 5-10-15 lbf/in2 ou
mais conforme a regulagem.
3.2.3 De fornecimento de energia - Instalar na parede da casa de caldeira, uma
chave geral de força para cada caldeira, estas chaves deverão ser de facas
blindadas com três fusíveis. Esses fusíveis serão para cerca de 300% de
amperagem de plena carga.
Esta chave geral deverá ser colocada o mais próximo do armário de controle da
caldeira e no caso de uma bateria de geradores as chaves deverão estar dispostas
em um ponto intermediário.
Para levarmos energia elétrica da chave para o armário de controle devemos usar
condutores em eletrodutos, cujas bitolas variam de caldeira para caldeira.
Logo, o quadro elétrico já energizado fará toda a regulagem e controle de energia a
ser utilizada pela caldeira.
3.2.4 Do nível de água: Durante o funcionamento da caldeira a água é convertida
em vapor e neste estado é retirado para o processo, fazendo com que devido ao
consumo, o nível na água da caldeira diminua. À proporção que a água é consumida
deve ser reposta para manter os níveis (máximo e mínimo). O nível mínimo
permitido é aquele no qual se garanta uma refrigeração adequada da parte metálica
em contato com combustão ou com os gases desta.

49
O nível máximo é aquele que permite que o volume da câmara de vapor seja tal que
este possa ser retirado da caldeira sem arrastar consigo gotículas de água. O
controle comanda o inicio e interrupção do funcionamento da bomba de alimentação
de água, dentro da faixa de nível normal; detecta o nível mínimo adicionando o
alarme correspondente; e detecta o nível crítico, atuando sobre o sistema de
segurança.

3.2.5 De poluentes: Após a combustão na caldeira, os gases resultantes são


expelidos pela chaminé contribuindo para a poluição do meio ambiente em maior ou
menor grau, dependendo do tipo de combustível e das condições da combustão.
Duas são as formas de controlar a poluição: diluição ou diminuir a emissão.
Tipos de equipamentos antipoluição: para partículas; para partículas e gases.
Para partículas: câmaras de sedimentação; ciclones; filtros; precipitadores.
Para partículas e gases: lavadores.
Dois tipos de padrões para controle de poluição são estabelecidos:
- Qualidade do ar;
- Emissão nas chaminés.

3.2.5.1. Lavadores de gases: tem como princípio de funcionamento a pulverização


de um líquido (98% usam água) proporcionando contato íntimo deste com os gases,
possibilitando assim a absorção e coleta de partículas ou gases;

3.2.5.2. Catafuligem: seu funcionamento é baseado na perda de 75% da energia


cinética das partículas de fuligem, através da mudança da trajetória das mesmas.

3.2.5.3. Precipitadores Eletrostáticos

3.2.5.4. Coletor de pó tipo ciclone: é um dos meios mais utilizados e econômicos


de coleta de partículas, tanto do ponto de vista da aquisição (considerando sua alta
eficiência) quanto do ponto de vista da operação (apresenta baixa perda de pressão
para a corrente de gases que o atravessa). Existindo também coletor com
multiciclones.

3.2.5.5. Eliminação de SO2 e SO3: ao queimarmos o óleo combustível ou o carvão,


produzimos entre outros elementos o dióxido de enxofre em grande quantidade e o
trióxido de enxofre em pequena quantidade.
Maior que o dano que estes compostos podem causar na própria caldeira, pela
precipitação do ácido sulfúrico em condições propícias, é o dano causado ao meio
ambiente após ser expelido pela chaminé. Na atmosfera estes elementos se
transformam em ácido sulfúrico e esse (veneno) retorna a terra em forma de chuva,
garoa ou neblina.
3.3 FALHAS DE OPERAÇÃO, CAUSAS E PROVIDÊNCIAS.

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3.3.1. Volta da chama: ocorre geralmente quando a circulação dos gases através
do sistema não é mantida. Pode acontecer no início da operação, quando todo o
sistema está frio e em particular a fornalha, ou durante bruscas variações de carga,
quando são exigidas maiores demandas que mesmo com a tiragem forçada, não é
mantida a circulação adequada dos gases, acontece também, quando se verifica
uma obstrução na sucção obrigatória de passagem de gases.
Procedimento: deve-se evitar o acúmulo de combustível não queimado na fornalha.
3.3.2. Furo nos tubos da fornalha: quando a perda de água através dos tubos é
muito grande, é necessário, então, uma parada imediata, mas, se a perda de água
não é considerável, permite-se uma parada folgada, ou seja, normal. Para fazermos
uma parada imediata devemos tomar as seguintes precauções: apagar os
maçaricos; desligar os ventiladores; bloquear a alimentação; desligar o sistema
elétrico. A abertura e o seu total esvaziamento só deve ser feito após resfriamento
lento, até que a caldeira chegue à temperatura ambiente.
Procedimento: substituir os tubos furados nas caldeiras flamotubulares e nas
aquotubulares se os furos forem pequenos e não houver formação de laranjas,
podem ser reparados com solda.
3.3.3. Baixo nível: quando se observar que o nível de água da caldeira ou do
tambor de vapor, é muito baixo, algumas providências devem ser tomadas, de
imediato.
3.3.4. Procedimentos: apagar os maçaricos, fechar a alimentação de água e a
válvula principal de saída de vapor, gradualmente, a fim de evitar perda de água, e,
portanto, maior abaixamento do nível, nos casos em que ainda houver algum nível
(esta prática deve ser feita com muito cuidado).

ATENÇÃO Nunca se deve injetar água, imediatamente, no interior da caldeira


ao se constatar a falta de nível. Deve-se imediatamente apagar o fogo e esfriar a
caldeira, para evitar explosões.

3.4 ROTEIRO DE UMA VISTORIA DIÁRIA


Uma caldeira deve operar dentro das especificações para a qual foi projetada, pois
se a operação for deficiente, reduzindo a eficiência do sistema, poder-se-á ter
prejuízos significativos. Não podemos esquecer que se trata de um vaso de pressão,
que poderá oferecer sérios riscos e até mesmo, danos irreparáveis, por causa de um
descuido de operação.
3.4.1. Inspecionar diariamente a coluna de nível de água, fazendo a
descarga pela torneira de prova;
3.4.2. Proceder diariamente, ou a períodos regulares de acordo com as
prescrições do tratamento de água, a descarga da caldeira (para eliminação da lama
e partículas estranhas);
51
3.4.3. Testar diariamente a válvula de segurança;
3.4.4. Não exceder a pressão normal de operação, para evitar descargas
pela válvula de segurança, pois a constante perda de vapor afeta o rendimento da
caldeira;
3.4.5. Manter os visores de nível e indicadores em geral, perfeitamente
limpos;
3.4.6. Nunca aproveitar a incandescência da fornalha para reacender o
queimador. Esta prática evita eventual formação de misturas gasosas, que podem
chegar a ponto de provocar explosões, causando danos totais à fornalha;
3.4.7. Diariamente deve ser coletada amostra de água de alimentação e
descarga para analisar;
3.4.8. Não abandonar a caldeira: o funcionamento da caldeira é automático
e teoricamente dispensa o operador. Entretanto, o fornecimento de energia elétrica,
água e óleo combustível ainda não acompanham com rigor as necessidades
industriais.
A inesperada falta de energia elétrica e água, a variação da composição (e
viscosidade) do óleo combustível e mais outros acontecimentos imprevisíveis
necessitam da presença do operador na casa da cadeira, para fazer manobras,
regular a combustão, manter a pressão e produção de vapor na faixa estabelecida
pelo consumo;
3.4.9. Observar o funcionamento dos instrumentos de controle e sistema de
segurança, tais como: válvulas, indicadores de nível de água, controle de chama de
combustão, manômetros, termômetros e válvulas solenóides;
3.4.10. Observar o funcionamento do comando automático: combustores, servo-
motores, modulação de chama, etc..., Bombas de água (alimentação) pressostatos e
termostatos;
3.4.11. Observar o funcionamento dos seguintes equipamentos auxiliares: bombas,
compressor, ventilador, resistências elétricas, serpentinas, motores elétricos;
3.4.12. Observar a combustão através dos visores e a temperatura da chaminé;
3.4.13. Manter limpa a casa da caldeira e todos os seus acessórios;
3.4.14. Anotar no diário da caldeira todos os acontecimentos e observações e
anexar os gráficos dos registradores;
3.4.15. Tomar providências para eliminar vazamentos de óleo, água, vapor, manter
os combustores e tubos de fumaça limpos. Executar os períodos de drenagens.
Regular a combustão.
Verificar as incrustações (tratamento de água), refratários, purgadores.
Não acumular os serviços de reparação e quando surgir a necessidade de consertar,
regular, trocar algum componente dos equipamentos ou dos instrumentos, fazer o
mais breve possível.
52
3.5. OPERAÇÃO DE UM SISTEMA DE VÁRIAS CALDEIRAS
A indústria que possui um sistema de várias caldeiras deve possuir um barrilete
distribuidor de vapor com o número de entradas igual à quantidade das mesmas e
número de saídas de acordo com o processo. Na linha principal de vapor devem ser
instaladas válvulas de retenção para evitar que o vapor das outras caldeiras retorne
para as mesmas quando estiverem paradas. Estes barriletes têm como acessórios
as válvulas de entrada e saída de vapor, geralmente do tipo globo, purgadores,
manômetros e termômetros, além de serem isolados termicamente.

3.6. PROCEDIMENTOS EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA


Para que uma caldeira funcione bem e tenha suficiente longevidade e as inspeções
de segurança ocorram normalmente é preciso que a manutenção seja primorosa,
contínua e preventiva. O setor de manutenção ou o operador devem cumprir as
recomendações de manutenção dos fabricantes e conservar a caldeira, a casa da
caldeira e toda instalação de vapor a aparelhos que consomem vapor em perfeito
estado. Devem também periodicamente inspecionar as aberturas de limpeza e
verificar o estado interno da caldeira. Deve abrir também as tampas (dianteira e
traseira) e verificar os espelhos, fissuras, vazamentos nas extremidades dos tubos, o
estado dos refratários e o interior da fornalha. Verificar e eliminar todas as
incrustações encontradas e controlar o tratamento de água, periodicamente testar o
sistema de alimentação de água e de nível mínimo, as válvulas de segurança, o
sistema elétrico (painéis e armários) da caldeira e de proteção de chama e de
modulação dos combustores. Quando isto não for observado podem ocorrer as
seguintes emergências:
3.6.1. Falta de água na caldeira - esperar a caldeira esfriar totalmente, verificar o
defeito, providenciar o conserto e tornar a acendê-la no dia seguinte;
3.6.2. Válvulas de segurança não funcionam - desligar a caldeira imediatamente
e esperar que a pressão caia e com a caldeira fria reparar ou trocar a mesma;
3.6.3. Combustão excessiva - regular imediatamente a caldeira, se a mesma ficou
suja, limpá-la a primeira oportunidade;
3.6.4. Sistema elétrico ou eletrônico defeituoso - verificar o defeito e consertar;
3.6.5. Furos ou fissuras nos tubos nas partes de pressão - substituir os tubos
furados ou reparar com solda as partes danificadas, depois de retirada
totalmente a trinca;
3.6.6. Equipamentos auxiliares e instrumentos falharem - fazer a troca ou
conserto imediatamente;
3.6.7. Operação errada - procurar corrigir o defeito de operação;
3.6.8. Maçaricos entupidos - limpá-los com cuidado para que os orifícios de saída
não sejam danificados, arranhados ou alargados.
53
3.7 DEVERES DO OPERADOR DA CALDEIRA

Veja alguns deveres básicos do operador da caldeira. Para sua segurança e a do


próprio equipamento, observar o seguinte:

a) Não se afastar da área de controle da caldeira sob sua responsabilidade, quando


em funcionamento;
b) Não ultrapassar a pressão máxima de trabalho admissível;
c) Observar com freqüência o nível de água, os manômetros(vapor, atomização, ar);
d) Óleo e/ou gás, os termômetros (óleo e chaminé) e demais instrumentação, a fim
de detectar eventual anormalidade;
e) Evitar variação brusca de pressão ou de carga na caldeira e ao observar qualquer
anormalidade, tomar imediatamente as medidas cabíveis;
f) Verificar o funcionamento da coluna de nível, pelo menos 1 (uma) vez por dia;
g) Verificar o funcionamento da(s) válvula(s) de segurança, pelo menos 1 (uma) vez
por semana;
h) Efetuar as descargas de fundo, conforme orientação do responsável pelo
tratamento da água da caldeira, para controlar a concentração de sólidos e outros
produtos indesejáveis;
i) Atualizar o “Diário da Caldeira”, onde devem ser anotadas quaisquer anomalias
observadas, tais como paradas de emergência, reparos, reformas, acidentes,
substituições de equipamentos, indicando causas, providências tomadas e outros
detalhes de importância.

2. Durante o funcionamento da caldeira, efetuar tarefas básicas de manutenção,


observando principalmente:

a) funcionamento correto de válvulas, purgadores, instrumentos e auxiliares,


detectar eventuais ruídos estranhos, vibrações, aquecimento anormal de
mancais, etc;
b) funcionamento dos controles manuais e automáticos, acompanhando a
seqüência de partida e parada do combustor;
c) vazamentos diversos de vapor, água, combustíveis que sejam anormais;
d) existência de água no óleo combustível, eliminando-a através do dreno do
aquece dor de óleo;
e) aspecto da chama na fornalha através dos visores, existência de fumaça na
chaminé e temperatura da saída dos gases, corrigindo a regulagem da
combustão, se necessário;
f) limpeza de filtros (água e óleo) e do combustor principal e do combustor piloto;
g) limpeza e arrumação da Casa de Caldeira, eliminando materiais inflamáveis em
excesso ao permitido, detritos e qualquer outro material desnecessário;

3. Cuidar do abastecimento da água, combustível principal, combustível do piloto,


produtos químicos para tratamento da água, materiais e peças de reserva:

a) verificar se os reservatórios de água e de combustível estão suficientemente;

54
b) providenciar as amostragens da água para análise e as dosagens periódicas dos
produtos químicos, de acordo com a orientação do responsável pelo tratamento
da água.

55
4 – TRATAMENTO DE ÁGUA E MANUTENÇÃO DE CALDEIRAS

4.1 IMPUREZA DA ÁGUA E SUAS CONSEQÜÊNCIAS


A caldeira requer um fornecimento de água adequado, é importante que se
mantenha um rigoroso controle de qualidade a fim de obter-se bons rendimentos em
vapor e baixa manutenção no equipamento. A água natural nunca é uma água pura.
Além das matérias que pode levar em suspensão, contém dissolvidas substâncias
minerais e orgânicas. Alguns desses componentes são como o oxigênio, gases que
se desprendem na caldeira quando a temperatura é elevada, podendo causar sérios
problemas de corrosão. Outros produtos como o bicarbonato de cálcio sofre
decomposição pela alta temperatura, transformando-se em carbonatos, e em
conseqüência precipita-se. O sulfato de cálcio pouco solúvel alcança com facilidade
a concentração de saturação e se precipita. A principal dificuldade não esta em que
se forme precipitado, se sua quantidade não é excessiva, ou se permanece em
suspensão formando um iodo; o que se tem que evitar é que o precipitado por suas
propriedades aderentes se fixe sobre a superfície de troca térmica da caldeira,
constituindo uma crosta de caráter pétreo, pouco condutora que dificulta a
transmissão de calor para a água. Se isto acontece, para manter a mesma
velocidade específica de transmissão obriga o aumento de combustão e
consequentemente aumenta a temperatura da parte exterior da superfície de
transmissão podendo inclusive, ultrapassar o limite de resistência do material de que
é feita a caldeira, e como se sabe, a temperaturas elevadas perde características de
resistências.

4.2 PREJUÍZOS CAUSADOS PELAS IMPUREZAS CONTIDAS NA ÁGUA, SOB


FORMAS DISSOLVIDAS OU SUSPENSAS:
a) Formação excessiva de iodos nas caldeiras;
b) Incrustações;
c) Formação de espumas e ebulições tumultuosas;
d) Corrosão de linhas de vapor e de retorno;
e) Arrastamento de sólidos com deposição posterior;
f) Vapor de baixa qualidade;
g) Excesso de descarga para desconcentração;
A realização de uma análise, pois as grandes variedades de substâncias presentes
não permitem que haja uma fórmula ou processo único para todos os casos.
Substâncias encontradas em uma análise de água, agrupadas segundo suas
características e relacionadas com a produção de vapor:
a) Substâncias incrustantes: sulfato de cálcio; carbonato de cálcio; carbonato de
magnésio; sílica; ferro e alumínio; sólidos em suspensão. A presença de sais de
cálcio e magnésio é conhecida como “dureza” da água.
b) Substâncias corrosivas: oxigênio dissolvido; gás carbônico livre; ácidos livres;
cloreto de magnésio; sulfato de cálcio; cloreto de cálcio.

56
c) Substâncias que provocam formação de espumas e arrastamento: carbonato
de sódio; sulfato de sódio; cloreto de sódio; sólidos suspensos; matéria orgânica.
d) Incrustação: a alimentação com água rica em sólidos suspensos (água sem
tratamento) determina a deposição de iodo oriundos de concentração de sólidos
suspensos e da sua precipitação facilitada pelas condições originais.
Esses iodos ou lamas realmente não têm maiores conseqüências, se for adotado um
regime adequado de descargas e se não houver presença de compostos
incrustantes que em sua aderência às paredes venham cimentar os iodos.
As incrustações ocorrem pela deposição direta nas superfícies de evaporação de
material transportado e pela adesão mecânica de partículas insolubilizadas pelas
condições de trabalho.
Na deposição direta, a água fica super saturada com sais incrustantes de cálcio e
magnésio, principalmente junto à zona de evaporação e os cristais são depositados
diretamente. Iniciada a cristalização esta tem prosseguimento e novas camadas se
formam para constituir uma massa compacta e cristalina. Na adesão mecânica, as
partículas insolubilizadas em resultado da elevação da temperatura ou pelas
reações secundárias, sedimentam formando uma massa sólida.
Poderemos citar, também, o caso de deposição, na zona de vapor, provocado pelas
espumas na superfície da água que são lançadas dos tambores, secando e
formando uma camada pulverulenta sobre as áreas superiores. Os carbonatos de
cálcio e magnésio são mantidos em solução graças à presença de gás carbônico em
equilíbrio que os transforma em bicarbonatos.
Com o aquecimento, o gás carbônico é expulso e os carbonatos se insolubilizam até
o ponto de saturação, diminuindo a dureza da água. Por isto que a dureza dos
carbonatos é também conhecida como “dureza temporária”. O sulfato de cálcio não
é insolubulizado com o simples aumento de temperatura, a não ser que esteja
concentrado até o ponto de solubilidade máxima. A “dureza” decorrente da presença
de sulfato de cálcio e outros não carbonatos permanece mesmo com o aumento de
temperatura e por isso é chamada “dureza permanente”.
O carbonato de cálcio, pouco solúvel à temperatura de 100ºC, é posto fora de
solução nos pré-aquecedores e linhas de alimentação e tende a incrustar essa
unidade e partes das caldeiras nas proximidades dos pontos de admissão de água.
No interior da caldeira com o aquecimento da água há um acréscimo da solubilidade
dos sais, mas como a evaporação provoca a concentração, muito rapidamente é
atingida a saturação. Outro tipo de incrustação é a provocada pela água que contém
apreciável quantidade de sílica (silicatos de magnésio e outros complexos com
alumínio, ferro, etc...).
As incrustações a base de sílica são as mais duras e de mais difícil remoção. A
eliminação dos componentes incrustantes pode ser realizada por meio de tratamento
da água, efetuando externamente (antes da alimentação) ou internamente (após
alimentação, no interior da caldeira).

57
Os principais processos externos são os seguintes, de acordo com o composto a
eliminar:
a) Sólidos em suspensão removíveis por clarificação (coagulação e filtração);
b) Dureza temporária: precipitação pela cal a frio ou a quente, idem pelos fostatos a
quente, e troca iônica (resinas abrandadoras);
c) Dureza permanente: precipitação pela cal e soda (frio ou quente), idem por
fosfato a quente por troca iônica;
d) Sílica: troca iônica - absorção.

4.3 PROCESSOS INTERNOS - As durezas podem ser eliminadas pela adição de


fosfato, manutenção de pH acima de 10,5 e excesso de alcalinidade cáustica. A
sílica não pode ser eliminada, mas pode ser inativada mediante pH elevado e
alcalinidade que a mantenha sob forma de silicato de cálcio. Os tratamentos de um
adequado regime de descarga que elimine as lamas formadas pelos produtos
imobilizados.

4.4 CORROSÃO - Não menos importante, porém menos freqüente é o fenômeno da


corrosão generalizada ou localizada em caldeiras e linhas de retorno de
condensado, o qual pode ter lugar juntamente com as incrustações.
Este fenômeno é em sua maior parte provocado pela presença de oxigênio, gás
carbônico e eventualmente outros gases dissolvidos ou formados posteriormente.
A acidez e o baixo pH são neutralizados pelos processos de prevenção de
incrustações ou pela alcalinidade que se forma no interior da caldeira pela fervura da
água, não constituindo causa principal de fenômenos similares.
Quando há oxigênio dissolvido na água de alimentação e aquecimento da mesma
nos economizadores e linha de alimentação, ativa reação de oxidação as quais,
podem ser complementadas pela presença de gás carbônico que dissolve o ferro
oxidado, expondo novamente a superfície ao ataque.
Uma das formas mais sérias dessa corrosão é a denominada “pitting” onde o
ataque é concentrado em pequena área e em grande profundidade.
A eliminação mecânica dos gases dissolvidos pode ser realizada mecânica e
externamente por meio de desaeradores ou desgaseificadores a quente, ou pela
adição de produtos ávidos dos mesmos, como o sulfito de sódio para o oxigênio, e a
soda cáustica para o gás carbônico. Internamente e de forma independente e a
completar a desgaseificação, são usados compostos como o amoníaco e a
hidrazina. Certas aminas também são usadas para a eliminação do gás carbônico.

58
4.5 ARRASTAMENTO - DEPOSIÇÃO DE SÍLICA - Em decorrências de ebulições
tumultuosas ou da formação de espumas, o vapor pode arrastar frações líquidas
ricas em sais, criando problemas de qualidade de vapor e provocando deposições
nas tubulações, aparelhos e principalmente nos pontos críticos.
A espumação (contínua) ou ebulição tumultuosa (eventual) podem ser causadas
pela excessiva concentração de sólidos, pela predominância de sais de sódio ou
presença de materiais orgânicos.
Outro problema sério em caldeiras de alta pressão é representado pela sílica em
teores elevados que sofre volatilização e é arrastado pelo vapor, depositando-se em
trocadores de calor e turbinas.
O controle da alcalinidade da água, que não deve ser superior a 30% do total de
sólidos dissolvidos, permite reduzir senão eliminar o “arrastamento” devido à
presença de sais sódicos.

4.6 DESCARGAS - A evaporação da água provoca a concentração e a formação de


iodos ou lamas pela insolubilidade de parte das mesmas, pelo aquecimento ou pelo
tratamento interno.
São necessárias, por isso, descargas periódicas para extrair os iodos e manter os
sólidos em solução dentro dos limites compatíveis com a pressão de trabalho, sólido
estes, cujo limite de concentração diminui com o aumento da pressão de trabalho.

4.7 DESAERAÇÃO - O processo de desaeração é usado para caldeiras de médio e


grande porte ou área com diversas caldeiras trabalhando em paralelo. O objetivo
principal é retirar todo o oxigênio da água de alimentação com a elevação da
temperatura da água e auxiliado quimicamente através de hidrazina.

4.8 TRATAMENTO DE ÁGUA


É o somatório de todas as técnicas vistas e aplicadas em concordância. A água de
reposição disponível deve ser analisada, sua qualidade deve ser compatível com o
tipo de sistema gerador de vapor, para que, com esta aplicação de vapor, se
obtenha uma operação econômica.
4.8.1 Métodos de tratamento de água:
a) Tratamento para caldeira com pressão até 40 kgf/cm 2;
b) Tratamento para caldeira com pressão superior a 40 kgf/cm 2.

59
A água de alimentação pode ser com:
a) Tratamento externo: purificada; desmineralizada; desgaseificada (eliminando O
e CO2);
b) Tratamento interno: quimicamente tratada.
Entre as maiores causas de inutilização de corpos de caldeiras e da troca precoce
da tubulação, indiscutivelmente, estão: a falta de tratamento da água de
alimentação, quando este se faz necessário; o uso de tratamento indevido ou
inadequado na água de alimentação.
Um laboratório de analise química, desde que competente, pode fornecer as
necessárias informações sobre a necessidade e o tipo de tratamento a ser aplicado.

4.9 MANUTENÇÃO DE CALDEIRAS


Um moderno gerador de vapor foi criteriosamente projetado, fabricado e testado
pelo fabricante, conforme as normas, especificações e experiências correlatas e
obrigatoriamente deve ser instalado em “casa de caldeira” aprovado pelo Órgão
Regional competente e sujeita a Inspeção de Segurança pela Secretaria de
Segurança e Saúde do Trabalho, nas seguintes oportunidades:
a) Antes de entrar em operação, quando novas;
b) Depois de reformas, modificações, consertos importantes ou após ter sofrido
qualquer acidente;
c) Periodicamente uma vez por ano, quando estiver em serviço;
d) Após intervalo de inatividade de 04 (quatro) meses ou mais.
A Inspeção de Segurança de qualquer caldeira só poderá ser realizada por
engenheiro ou firma habilitada, inscritos na Delegacia Regional do Trabalho.
Para que uma caldeira funcione bem e tenha suficiente longevidade e as inspeções
de segurança ocorram normalmente, é preciso que a manutenção seja primorosa,
contínua e preventiva.
Para a devida manutenção, o proprietário deve fornecer meios (materiais e
equipamentos) e, o operador da caldeira ou o setor de manutenção deve cumprir as
recomendações de manutenção dos fabricantes de caldeiras e conservar a caldeira,
a casa de caldeira e toda instalação de vapor e dos aparelhos que consomem o
vapor, em estado perfeito .
A manutenção graduada também pode dar treinamento para os operadores da
caldeira, entretanto, deve respeitar e providenciar as anotações encontradas no
“diário da caldeira”.

60
5 – PREVENÇÃO CONTRA EXPLOSÕES E OUTROS RISCOS

5.1 INTRODUÇÃO
Na indústria de processo contínuo o determinante em termos de rendimento e
qualidade dos produtos depende do controle adequado das cadeias de reações
físico-químicas, sendo este, portanto, um dos fatores cruciais do ponto de vista da
produtividade.

A operacionalização consiste basicamente em monitorar e controlar os


equipamentos, através de variáveis do tipo temperatura, pressão, níveis, fluxos,
vazões, tensão, corrente, potência, velocidade, rotação, entre outras, mantendo-as o
mais próximo possível dos valores considerados ideais e fazendo com que interajam
da melhor forma .

Um outro aspecto a destacar é que "relação homem-produto praticamente


desaparece e passam a prevalecer as relações homem-máquina e máquina-
produto". A atividade de vigilância e controle dos instrumentos tem por objetivo
intervir rapidamente frente à ocorrência de anormalidades. Aliás, os imprevistos
marcam a rotina nessas plantas industriais e as medidas que tem sido aplicadas
para minimizar os seus efeitos envolvem tanto o investimento no aperfeiçoamento
da instrumentação, como na capacitação da mão-de-obra envolvida. A capacidade
humana em intervir eficientemente, portanto, é crucial nessa indústria, entre outras
razões, pelos investimentos em capital fixo.

Mesmo em situações calmas, os operadores devem se manter ativos, vigiando o


processo, uma vigilância que envolve uma pesquisa de informações presidida por
possíveis cenários de evolução do processo.

A intervenção humana se caracteriza, ainda, pela incerteza quanto ao momento,


natureza e local da ocorrência das disfunções do processo, tornando o ritmo de
trabalho bastante irregular, com momentos intercalados de monotonia e de crises,
embora essas últimas tendam a ocorrer numa freqüência bem menor. Não obstante,
a simples expectativa de uma situação anormal, a responsabilidade que envolve a
sua gestão, a pressão psicológica temporal que a acompanha, a consciência da
necessidade de ser bem-sucedido nas intervenções, tudo isso carrega de ansiedade
os momentos de monotonia.

No tocante à variabilidade, observa-se que a alternância do dia e da noite, a


presença ou absenteísmo do pessoal de dia, as manobras imprevistas, as
mudanças de programação, as variações na qualidade da matéria-prima, as
variações imprevisíveis, como as quedas de tensão, as falhas de equipamentos e
ainda a interconexão entre diferentes processos ou subsistemas de um mesmo
processo conferem à indústria de processo contínuo uma grande variabilidade,
exigindo dos operadores, portanto, movimentos permanentes de regulagem.

Para que os operadores atuem eficientemente frente às anormalidades, é


necessário construir uma representação do estado do processo (referencial comum),
61
que antecipe os itinerários evolutivos prováveis de ocorrer, e a partir do qual uma
ação regulatória coletiva é desencadeada, implicando a sincronização de ações
individuais nas equipes de trabalho. Além disso, se as decisões, que em geral
devem acontecer num curto espaço de tempo, são tomadas no quadro de um
esforço coletivo, as possibilidades de decisões inadequadas se reduzem fortemente.
Um exemplo é o acidente na caldeira observado no filme.

Diante desse panorama podemos vislumbrar o potencial de risco que envolve as


atividades do operador de caldeira.

5.2 RISCOS GERAIS DE ACIDENTES E RISCOS À SAÚDE: no trabalho rotineiro


com caldeiras, os operadores são obrigados a executar uma série de tarefas que
possuem risco de acidentes, inerentes, que podem, ainda ser agravados por
condições de insegurança peculiares a cada situação. Entre esses riscos, é
necessário ressaltar:
a) Choques elétricos: os ventiladores, compressores de ar comprimido e as
bombas de água são os principais elementos de uma caldeira que funcionam com
energia elétrica.
O manuseio destes equipamentos, bem como da instalação elétrica da casa de
caldeira requer cuidados para que o corpo humano ou parte dele não se torne parte
de um circuito.
Quando pelo menos dois pontos de uma pessoa tem contato com potenciais
elétricos diferentes, há a possibilidade de passagem de corrente elétrica, cujas
conseqüências ocorre em função da diferença potencial da intensidade de corrente,
do tempo de duração, da região do corpo atingido, etc... Podendo, portanto variar
desde uma simples contração muscular localizada até por uma parada cardíaca por
eletrocussão, ou mesmo a morte instantânea.
b) Queimaduras: a produção de vapor sob pressão ocorre em temperaturas
superiores a 100ºC (temperatura de vaporização da água a pressão atmosférica).
Contatos com o vapor, portanto, produzem sérias queimaduras, uma vez que
estarão em jogo altas temperaturas e a possibilidade de lesionar grande superfície
do corpo.
Além de queimaduras térmicas por contato com água, vapor aquecido, óleo
aquecido, tubulações desprotegidas, etc... Deve-se considerar ainda, o risco de
queimaduras por contato com produtos cáusticos, usualmente empregados para a
neutralização do pH da água da caldeira, como o hidróxido de sódio, por exemplo, e
outros produtos químicos.
c) Quedas: na casa de caldeiras ou nas caldeiras instaladas ao tempo há riscos
consideráveis de quedas de mesmo nível, em razão de impregnações de óleo no
piso, se o local de trabalho não for convenientemente limpo.
As quedas de níveis diferentes, por sua vez, representam maiores perigos,
considerando-se que existem caldeiras de diversos tamanhos (atingindo até mesmo
dezenas de metros de altura) e que há necessidade de acesso ao operador aos
62
diversos níveis, seja para observações de visores da fornalha, de sistema de
alimentação, de válvulas, etc...
Os operadores de caldeiras geralmente se encontram também expostos a riscos de
saúde e a agentes causadores de desconforto.
Do ponto de vista da ergonomia, as caldeiras tem evoluído muito nos últimos anos,
hoje existem até mesmo caldeiras que possuem câmera de vídeo para que o
operador possa observar e exercer à distância e confortavelmente sentado à frente
de um painel geral o controle das fornalhas , do nível dos sistemas de alimentação ,
etc...
Porém há que se considerar não serem essas, de modo geral, as condições mais
freqüentemente encontradas.
O corpo de um operador de caldeira, do ponto de vista de ergonomia, é solicitado
por esforços muitas vezes desordenados e excessivos, localizada ou generalizada;
são visores de nível mal posicionados, manômetros instalados em ângulos
inadequados, válvulas emperradas e que possuem volantes exageradamente
pequenos, válvulas cuja ação deve ser comandada com observação simultânea de
instrumentos de indicação instalados à distância, regulagens de chama que exigem
operações interativas, etc...
A presença de ruído de baixa freqüência dos queimadores e de alta freqüência de
vazamentos de vapor constitui um espectro sonoro peculiar e variável ao longo da
jornada de trabalho. Há também o risco de os operadores terem os olhos expostos à
radiação infravermelha em operações de regulagem de chama e em observações
prolongadas de superfícies incandescentes. Caldeiras que queimam em seu sistema
de combustão carvão, lenha, bagaço de cana, biomassa e outras, oferecem riscos
inerentes ao manuseio, armazenagem e processamento do combustível.

5.3 RISCOS DE EXPLOSÃO: a utilização de caldeiras implica a existência de riscos


de natureza diversificada, tais como: explosões, incêndios, choques elétricos,
intoxicações, quedas, ferimentos diversos, etc... Deve-se, no entanto destacar a
importância do risco de explosões, por quatro motivos principais:
a) Por se encontrar presente durante todo o tempo de operação, sendo necessário o
seu controle contínuo, sem interrupção;
b) Em razão da violência com que as explosões se manifestam, na maioria dos
casos suas conseqüências são catastróficas, em face da grande quantidade de
energia liberada instantaneamente;
c) Por envolver não só o pessoal de operação, como também o pessoal que trabalha
nas proximidades, podendo atingir até mesmo a comunidade e a clientela quando
se trata de empresas de serviços (hospitais e hotéis);
d) Porque sua prevenção deve ser considerada em todas as fases: projeto,
fabricação, operação, manutenção e outras. O risco de explosão do lado da água

63
está sempre presente em todas as caldeiras, uma vez que a pressão neste lado é
sempre superior à atmosférica.
Qualquer quantidade de um fluido compressível, não importa qual, quando
comprimida a uma pressão de 10 atmosferas (por exemplo), estará ocupando um
espaço 10 vezes menor do que ocuparia, se tivesse submetido à pressão
atmosférica.
Essa massa deseja ocupar, portanto, um espaço 10 vezes maior, procurando-o
através de fendas e rupturas e conseguindo-o com a explosão, quando por um
motivo ou outro, a resistência do vaso é superada.
Daí a necessidade do emprego de espessuras, calculadas em função da resistência
do material e das características de operação.
No caso de caldeiras, outro fator importante a ser considerado para avaliarem-se as
conseqüências de uma explosão é a grande quantidade de calor encerrada no
processo de vaporização de água, se comparada a um reservatório comum de ar
comprimido à mesma pressão e volume, os danos provocados por uma caldeira
serão bem maiores, por parte da energia que será liberada em forma de calor, o que
irá provocar o aquecimento do ambiente que contiver a explosão. O risco de
explosão pode, ser originado pela combinação de três causas:
a) Diminuição de resistência, que pode ser decorrente do superaquecimento ou da
modificação da estrutura do material;
b) Diminuição da espessura, que pode advir da corrosão ou da erosão;
c) Aumento de pressão, que pode ser decorrente de falhas diversas, operacionais
ou não.
Cuidados:
 Superaquecimento;
 Escolha inadequada de materiais no projeto da caldeira;
 Emprego de material defeituoso;
 Dimensionamentos incorretos;
 Queimadores mal posicionados;
 Incrustações;
 Operação em marcha forçada;
 Falta de água nas regiões de transmissão de calor;
 Choques térmicos, defeitos de mandrilagem, falhas em juntas de solda;
 Corrosão (externa, interna, galvânica, pittings);
 Elevação de pressão e explosões do lado de gases.

6– LEGISLAÇÃO E NORMALIZAÇÃO

64
6.1 NORMAS REGULAMENTADORAS
6.1.1 NR-13 - caldeiras e recipientes sob pressão. Define caldeira, PMTP, dados
para a placa de identificação e outros. Regulamentam o Prontuário e o livro Registro
de Segurança de caldeiras, instalação, inspeção e treinamento de segurança para
operadores.
Portaria de Nº 3511 de 20.11.85 - Altera a NR-13.
6.1.2 Caldeiras e Vasos de pressão - a entrada em vigor da portaria Nº 23 da
SSST/Mtb que coloca em vigor a NR-13 - caldeiras e Vasos de Pressão estabelece
prazos de 30 a 180 dias, conforme artigo segundo, para as empresas se adaptarem.
Além da mudança de denominação da Norma, que antes eram Caldeiras e
recipientes de pressão, o novo texto traz inovações como a necessidade, também
de curso de treinamento de segurança na operação de unidades de processo e
mudanças no currículo para treinamento de segurança na operação de caldeiras
além de acrescentar 60 horas para estágio prático e transfere para os sindicatos das
categorias predominantes na empresa o recebimento dos Relatórios de Inspeção.
6.1.3 NB-55 - Inspeção de segurança para caldeiras estacionárias - Descreve o
modo de realizar as inspeções, especifica as condições exigíveis das caldeiras nas
inspeções, faz definições diversas, estabelece: condições gerais de inspeção e
condições específicas, como prontuário, exames interno e externo, atualização da
PMTP, ensaios diversos, qualificações de inspetores e condições de segurança.

6.2. NORMA REGULAMENTADORA 13 – NR13 CALDEIRAS E VASOS DE


PRESSÃO

65
13.1 Caldeiras a vapor - Disposições Gerais.

13.1.1 Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob
pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, excetuando-se os
refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de processo.

13.1.2 Para efeito desta NR, considera-se "Profissional Habilitado" aquele que tem
competência legal para o exercício da profissão de engenheiro nas atividades referentes
a projeto de construção, acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e
supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com a
regulamentação profissional vigente no País.

13.1.3 Pressão Máxima de Trabalho Permitida - PMTP ou Pressão Máxima de Trabalho


Admissível - PMTA é o maior valor de pressão compatível com o código de projeto, a
resistência dos materiais utilizados, as dimensões do equipamento e seus parâmetros
operacionais.

13.1.4 Constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos seguintes itens:
a) válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou inferior
a PMTA; (113.071-4)
b) instrumento que indique a pressão do vapor acumulado; (113.072-2)
c) injetor ou outro meio de alimentação de água, independente do sistema principal, em
caldeiras combustível sólido; (113.073-0)
d) sistema de drenagem rápida de água, em caldeiras de recuperação de álcalis;
(113.074-9)
e) sistema de indicação para controle do nível de água ou outro sistema que evite o
superaquecimento por alimentação deficiente. (113.075-7)

13.1.5 Toda caldeira deve ter afixada em seu corpo, em local de fácil acesso e bem
visível, placa de identificação indelével’ com, no mínimo, as seguintes informações:
(113.001-3 / I2)
a) fabricante;
b) número de ordem dado pelo fabricante da caldeira;
c) ano de fabricação;
d) pressão máxima de trabalho admissível;
e) pressão de teste hidrostático;
f) capacidade de produção de vapor;
g) área de superfície de aquecimento;
h) código de projeto e ano de edição.

13.1.5.1 Além da placa de identificação, devem constar, em local visível, a categoria da


caldeira, conforme definida no subitem 13.1.9 desta NR, e seu número ou código de
identificação.

13.1.6 Toda caldeira deve possuir, no estabelecimento onde estiver instalada, a seguinte
documentação, devidamente atualizada:
66
a) "Prontuário da Caldeira", contendo as seguintes informações: (113.002-1 / I3)
- código de projeto e ano de edição;
- especificação dos materiais;
- procedimentos utilizados na fabricação, montagem, inspeção final e determinação da
PMTA;
- conjunto de desenhos e demais dados necessários para o monitoramento da vida útil
da caldeira;
- características funcionais;
- dados dos dispositivos de segurança;
- ano de fabricação;
- categoria da caldeira;

b) "Registro de Segurança", em conformidade com o subitem 13.1.7; (113.003-0 / I4)

c) "Projeto de Instalação", em conformidade com o item 13.2; (113.004-8 / I4)

d) "Projetos de Alteração ou Reparo", em conformidade com os subitens 13.4.2 e 13.4.3;


(113.005-6 / I4)

e) "Relatórios de Inspeção", em conformidade com os subitens 13.5.11, 13.5.12 e


13.5.13.

13.1.6.1 Quando inexistente ou extraviado, o "Prontuário da Caldeira" deve ser


reconstituído pelo proprietário, com responsabilidade técnica do fabricante ou de
"Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2, sendo imprescindível a reconstituição
das características funcionais, dos dados dos dispositivos de segurança e dos
procedimentos para determinação da PMTA. (113.006-4 / I3)

13.1.6.2 Quando a caldeira for vendida ou transferida de estabelecimento, os


documentos mencionados nas alíneas "a", "d", e "e" do subitem 13.1.6 devem
acompanhá-la.

13.1.6.3 O proprietário da caldeira deverá apresentar, quando exigido pela autoridade


competente do órgão regional do Ministério do Trabalho, a documentação mencionada
no subitem 13.1.6. (113.007-2 / I4)

13.1.7 O "Registro de Segurança" deve ser constituído de livro próprio, com páginas
numeradas, ou outro sistema equivalente onde serão registradas:

a) todas as ocorrências importantes capazes de influir nas condições de segurança da


caldeira;
b) as ocorrências de inspeções de segurança periódicas e extraordinárias, devendo
constar o nome legível e assinatura de "Profissional Habilitado", citado no subitem
13.1.2, e de operador de caldeira presente na ocasião da inspeção.

13.1.7.1. Caso a caldeira venha a ser considerada inadequada para uso, o "Registro de
67
Segurança" deve conter tal informação e receber encerramento formal. (113.008-0 / I4)

13.1.8 A documentação referida no subitem 13.1.6 deve estar sempre à disposição para
consulta dos operadores, do pessoal de manutenção, de inspeção e das representações
dos trabalhadores e do empregador na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -
Cipa, devendo o proprietário assegurar pleno acesso a essa documentação. (113.009-9 /
I3)

13.1.9 Para os propósitos desta NR, as caldeiras são classificadas em 3 (três)


categorias, conforme segue:

a) caldeiras da categoria A são aquelas cuja pressão de operação é igual ou superior a


1960 KPa (19.98 Kgf/cm2);

b) caldeiras da categoria C são aquelas cuja pressão de operação é igual ou inferior a


588 KPa (5.99 Kgf/cm2) e o volume interno é igual ou inferior a 100 (cem) litros;

c) caldeiras da categoria B são todas as caldeiras que não se enquadram nas


categorias anteriores.

13.2 INSTALAÇÃO DE CALDEIRAS A VAPOR

13.2.1 A autoria do "Projeto de Instalação" de caldeiras a vapor, no que concerne ao


atendimento desta NR, é de responsabilidade de "Profissional Habilitado", conforme
citado no subitem 13.1.2, e deve obedecer aos aspectos de segurança, saúde e meio
ambiente previstos nas Normas Regulamentados, convenções e disposições legais
aplicáveis.

13.2.2 As caldeiras de qualquer estabelecimento devem ser instaladas em "Casa de


Caldeiras" ou em local específico para tal fim, denominado "Área de Caldeiras".

13.2.3 Quando a caldeira for instalada em ambiente aberto, a "Área de Caldeiras" deve
satisfazer aos seguintes requisitos:

a) estar afastada de, no mínimo, 3,00m (três metros) de: (113.010-2 / I4)

- outras instalações do estabelecimento;


- de depósitos de combustíveis, excetuando-se reservatórios para partida com até 2000
(dois mil) litros de capacidade;
- do limite de propriedade de terceiros;
- do limite com as vias públicas;

b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente desobstruídas e


dispostas em direções distintas;

c) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à manutenção da caldeira,


sendo que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que impeçam
a queda de pessoas; (113.011-0 / I4)

68
d) ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado, provenientes
da combustão, para fora da área de operação atendendo às normas ambientais
vigentes;

e) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes; 113.012-9 / I4)

f) ter sistema de iluminação de emergência caso operar à noite.

13.2.4 Quando a caldeira estiver instalada em ambiente confinado, a "Casa de


Caldeiras" deve satisfazer aos seguintes requisitos:

a) constituir prédio separado, construído de material resistente ao fogo, podendo ter


apenas uma parede adjacente a outras instalações do estabelecimento, porém com
as outras paredes afastadas de, no mínimo, 3,00m (três metros) de outras
instalações, do limite de propriedade de terceiros, do limite com as vias públicas e de
depósitos de combustíveis, excetuando-se reservatórios para partida com até 2 (dois)
mil litros de capacidade; (113.013-7 / I4)

b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente desobstruídas e


dispostas em direções distintas;

c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser


bloqueadas;

d) dispor de sensor para detecção de vazamento de gás quando se tratar de caldeira a


combustível gasoso.

e) não ser utilizada para qualquer outra finalidade;

f) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à manutenção da caldeira,


sendo que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que impeçam
a queda de pessoas; (113.014-5 / I3)

g) ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado, provenientes


da combustão para fora da área de operação, atendendo às normas ambientais
vigentes;

h) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes e ter sistema de iluminação


de emergência.

13.2.5 Constitui risco grave e iminente o não-atendimento aos seguintes requisitos:

a) para todas as caldeiras instaladas em ambiente aberto, as alíneas "b”, "d" e "f" do
subitem 13.2.3 desta NR;

b) para as caldeiras da categoria A instaladas em ambientes confinados, as alíneas "a",


"b", "c", "d", "e", "g" e "h" do subitem 13.2.4 desta NR;

c) para as caldeiras das categorias B e C instaladas em ambientes confinados, as


alíneas "b", "c", "d", "e", "g" e "h" do subitem 13.2.4 desta NR.
69
13.2.6 Quando o estabelecimento não puder atender ao disposto nos subitens 13.2.3 ou
13.2.4, deverá ser elaborado "Projeto Alternativo de Instalação", com medidas
complementares de segurança que permitam a atenuação dos riscos.

13.2.6.1 O "Projeto Alternativo de Instalação" deve ser apresentado pelo proprietário da


caldeira para obtenção de acordo com a representação sindical da categoria profissional
predominante no estabelecimento.

13.2.6.2 Quando não houver acordo, conforme previsto no subitem 13.2.6.1, a


intermediação do órgão regional do MTb poderá ser solicitada por qualquer uma das
partes, e, persistindo o impasse, a decisão caberá a esse órgão.

13.2.7 As caldeiras classificadas na categoria A deverão possuir painel de instrumentos


instalados em sala de controle, construída segundo o que estabelecem as Normas
Regulamentadas aplicáveis. (113.015-3 / I4)

13.3 SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE CALDEIRAS.

13.3.1 Toda caldeira deve possuir "Manual de Operação" atualizado, em língua


portuguesa, em local de fácil acesso aos operadores, contendo no mínimo: (113.016-1 /
I3)

a) procedimentos de partidas e paradas;


b) procedimentos e parâmetros operacionais de rotina;
c) procedimentos para situações de emergência;
d) procedimentos gerais de segurança, saúde e de preservação do meio ambiente.

13.3.2 Os instrumentos e controles de caldeiras devem ser mantidos calibrados e em


boas condições operacionais, constituindo condição de risco grave e iminente o
emprego de artifícios que neutralizem sistemas de controle e segurança da caldeira.
(113.017-0 / I2)

13.3.3 A qualidade da água deve ser controlada e tratamentos devem ser


implementados, quando necessários para compatibilizar suas propriedades físico-
químicas com os parâmetros de operação da caldeira. (113.018-8 /I4)

13.3.4 Toda caldeira a vapor deve estar obrigatoriamente sob operação e controle de
operador de caldeira, sendo que o não - atendimento a esta exigência caracteriza
condição de risco grave e iminente.

13.3.5 Para efeito desta NR, será considerado operador de caldeira aquele que
satisfizer pelo menos uma das seguintes condições:

a) possuir certificado de "Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras" e


comprovação de estágio prático (b) conforme subitem 13.3.11;
b) possuir certificado de "Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras"
previsto na NR 13 aprovada pela Portaria n° 02, de 08.05.84;
c) possuir comprovação de pelo menos 3 (três) anos de experiência nessa atividade,
até 08 de maio de 1984.

70
13.3.6 O pré-requisito mínimo para participação como aluno, no "Treinamento de
Segurança na Operação de Caldeiras" é o atestado de conclusão do 1° grau.

13.3.7 O "Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras" deve,


obrigatoriamente:
a) ser supervisionado tecnicamente por "Profissional Habilitado" citado no subitem
13.1.2;
b) ser ministrado por profissionais capacitados para esse fim;
c) obedecer, no mínimo, ao currículo proposto no Anexo I-A desta NR.

13.3.8 Os responsáveis pela promoção do "Treinamento de Segurança na Operação de


Caldeiras" estarão sujeitos ao impedimento de ministrar novos cursos, bem como a
outras sanções legais cabíveis, no caso de inobservância do disposto no subitem 13.3.7.

13.3.9 Todo operador de caldeira deve cumprir um estágio prático, na operação da


própria caldeira que irá operar, o qual deverá ser supervisionado, documentado e ter
duração mínima de: (113.019-6 / I4)

a) caldeiras da categoria A: 80 (oitenta) horas;


b) caldeiras da categoria B: 60 (sessenta) horas;
c) caldeiras da categoria C: 40 (quarenta) horas.

13.3.10. O estabelecimento onde for realizado o estágio prático supervisionado, deve


informar previamente à representação sindical da categoria profissional predominante
no estabelecimento: (113.020-0 / I3)

a) período de realização do estágio;


b) entidade, empresa ou profissional responsável pelo "Treinamento de Segurança na
Operação de Caldeiras";
c) relação dos participantes do estágio.

13.3.11 A reciclagem de operadores deve ser permanente, por meio de constantes


informações das condições físicas e operacionais dos equipamentos, atualização
técnica, informações de segurança, participação em cursos, palestras e eventos
pertinentes. (113.021-8 / I2)

13.3.12 Constitui condição de risco grave e iminente a operação de qualquer caldeira


em condições diferentes das previstas no projeto original, sem que:

a) seja reprojetada levando em consideração todas as variáveis envolvidas na nova


condição de operação;
b) sejam adotados todos os procedimentos de segurança decorrentes de sua nova
classificação no que se refere a instalação, operação, manutenção e inspeção.

71
13.4 SEGURANÇA NA MANUTENÇÃO DE CALDEIRAS.

13.4.1 Todos os reparos ou alterações em caldeiras devem respeitar o respectivo código


do projeto de construção e as prescrições do fabricante no que se refere a: (113.022-6 /
I4)
a) materiais;
b) procedimentos de execução;
c) procedimentos de controle de qualidade;
d) qualificação e certificação de pessoal.

13.4.1.1. Quando não for conhecido o código do projeto de construção, deve ser
respeitada a concepção original da caldeira, com procedimento de controle do maior
rigor prescrito nos códigos pertinentes.

13.4.1.2. Nas caldeiras de categorias A e B, a critério do "Profissional Habilitado", citado


no subitem 13.1.2, podem ser utilizadas tecnologia de cálculo ou procedimentos mais
avançados, em substituição aos previstos pêlos códigos de projeto.

13.4.2 "Projetos de Alteração ou Reparo" devem ser concebidos previamente nas


seguintes situações: (113.023-4 / I3)

a) sempre que as condições de projeto forem modificadas;


b) sempre que forem realizados reparos que possam comprometer a segurança.

13.4.3 O "Projeto de Alteração ou Reparo" deve: (113.024-2 / I3)

a) ser concebido ou aprovado por "Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2;

b) determinar materiais, procedimentos de execução, controle qualificação de


pessoal.

13.4.4 Todas as intervenções que exijam mandrilamento ou soldagem em partes que


operem sob pressão devem ser seguidas de teste hidrostático, com características
definidas pelo "Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2. (113.025-0 / I4)

13.4.5 Os sistemas de controle e segurança da caldeira devem ser submetidos à


manutenção preventiva ou preditiva. (113.026-9 / I4)

13.5 INSPEÇÃO DE SEGURANÇA DE CALDEIRAS.

13.5.1 As caldeiras devem ser submetidas a inspeções de segurança inicial, periódica e


extraordinária, sendo considerado condição de risco grave e iminente o não -
atendimento aos prazos estabelecidos nesta NR. (113.078-1)

13.5.2 A inspeção de segurança inicial deve ser feita em caldeiras novas, antes da
entrada em funcionamento, no local de operação, devendo compreender exames interno
e externo, teste hidrostático e de acumulação.

72
13.5.3 A inspeção de segurança periódica, constituída por exames interno e externo,
deve ser executada nos seguintes prazos máximos:
a) 12 (doze) meses para caldeiras das categorias A, B e C;
b) 12 (doze) meses para caldeiras de recuperação de álcalis de qualquer categoria;
c) 24 (vinte e quatro) meses para caldeiras da categoria A, desde que aos 12 (doze)
meses sejam testadas as pressões de abertura das válvulas de segurança;
d) 40 (quarenta) meses para caldeiras especiais conforme definido no item 13.5.5.

13.5.4 Estabelecimentos que possuam "Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos",


conforme estabelecido no Anexo II, podem estender os períodos entre inspeções de
segurança, respeitando os seguintes prazos máximos:
a) 18 (dezoito) meses para caldeiras das categorias B e C;
b) 30 (trinta) meses para caldeiras da categoria A.

13.5.5 As caldeiras que operam de forma contínua e que utilizam gases ou resíduos das
unidades de processo, como combustível principal para aproveitamento de calor ou para
fins de controle ambiental podem ser consideradas especiais quando todas as
condições seguintes forem satisfeitas:
a) estiverem instaladas em estabelecimentos que possuam "Serviço Próprio de
Inspeção de Equipamentos" citado no Anexo II;
b) tenham testado a cada 12 (doze) meses o sistema de intertravamento e a pressão de
abertura de cada válvula de segurança;
c) não apresentem variações inesperadas na temperatura de saída dos gases e do
vapor durante a operação;
d) exista análise e controle periódico da qualidade da água;
e) exista controle de deterioração dos materiais que compõem as principais partes da
caldeira;
f) seja homologada como classe especial mediante:
- acordo entre a representação sindical da categoria profissional predominante no
estabelecimento e o empregador;
- intermediação do órgão regional do MTb, solicitada por qualquer uma das partes
quando não houver acordo;
- decisão do órgão regional do MTb quando persistir o impasse.

13.5.6 Ao completar 25 (vinte e cinco) anos de uso, na sua inspeção subseqüente, as


caldeiras devem ser submetidas à rigorosa avaliação de integridade para determinar a
sua vida remanescente e novos prazos máximos para inspeção, caso ainda estejam em
condições de uso. (113.027-7 / I4)

13.5.6.1 Nos estabelecimentos que possuam "Serviço Próprio de Inspeção de


Equipamentos", citado no Anexo II, o limite de 25 (vinte e cinco) anos pode ser alterado
em função do acompanhamento das condições da caldeira, efetuado pelo referido
órgão.

73
13.5.7 As válvulas de segurança instaladas em caldeiras devem ser inspecionadas
periodicamente conforme segue: (113.028-5 / I4)

a) pelo menos 1 (uma) vez por mês, mediante acionamento manual da alavanca, em
operação, para caldeiras das categorias B e C;
b) desmontando, inspecionando e testando em bancada as válvulas flangeadas e, no
campo, as válvulas soldadas, recalibrando-as numa freqüência compatível com a
experiência operacional da mesma, porém respeitando-se como limite máximo o
período de inspeção estabelecido no subitem 13.5.3 ou 13.5.4, se aplicável para
caldeiras de categorias A e B.

13.5.8 Adicionalmente aos testes prescritos no subitem 13.5.7, as válvulas de segurança


instaladas em caldeiras deverão ser submetidas a testes de acumulação, nas seguintes
oportunidades: (113.029-3 / I4)
a) na inspeção inicial da caldeira;
b) quando forem modificadas ou tiverem sofrido reformas significativas;
c) quando houver modificação nos parâmetros operacionais da caldeira ou variação na
PMTA;
d) quando houver modificação na sua tubulação de admissão ou descarga.

13.5.9 A inspeção de segurança extraordinária deve ser feita nas seguintes


oportunidades:
a) sempre que a caldeira for danificada por acidente ou outra ocorrência capaz de
comprometer sua segurança;
b) quando a caldeira for submetida à alteração ou reparo importante capaz de alterar
suas condições de segurança;
c) antes de a caldeira ser recolocada em funcionamento, quando permanecer inativa por
mais de 6 (seis) meses;
d) quando houver mudança de local de instalação da caldeira.

13.5.10 A inspeção de segurança deve ser realizada por "Profissional Habilitado", citado
no subitem 13.1.2, ou por "Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos", citado no
Anexo II.

13.5.11 Inspecionada a caldeira, deve ser emitido "Relatório de Inspeção", que passa a
fazer parte da sua documentação. (113.030-7 / I4)

13.5.12 Uma cópia do "Relatório de Inspeção" deve ser encaminhada pelo "Profissional
Habilitado", citado no subitem 13.1.2, num prazo máximo de 30 (trinta) dias, a contar do
término da inspeção, à representação sindical da categoria profissional predominante no
estabelecimento.

13.5.13 O "Relatório de Inspeção", mencionado no subitem 13.5.11, deve conter no


mínimo:
a) dados constantes na placa de identificação da caldeira;
b) categoria da caldeira;
c) tipo da caldeira;

74
d) tipo de inspeção executada;
e) data de início e término da inspeção;
f) descrição das inspeções e testes executados;
g) resultado das inspeções e providências;
h) relação dos itens desta NR ou de outras exigências legais que não estão sendo
atendidas;
i) conclusões;
j) recomendações e providências necessárias;
k) data prevista para a nova inspeção da caldeira;
l) nome legível, assinatura e número do registro no conselho profissional do "Profissional
Habilitado", citado no subitem 13.1.2 e nome legível e assinatura de técnicos que
participaram da inspeção.

13.5.14 Sempre que os resultados da inspeção determinarem alterações dos dados da


placa de identificação, a mesma deve ser atualizada. (113.031-5 / I1)

75
EXERCÍCIO I

1. Uma explosão ocorreu na caldeira de CO da Refinaria Duque de Caxias,


resultando a morte de três pessoas e ferimentos em outras oito.

Além das perdas humanas, a reconstrução da caldeira implicará num custo de 12


milhões de dólares.

Projetada e construída pela companhia brasileira de caldeiras e equipamentos


pesados, a caldeira de CO começou a operar em 1977. Utiliza como combustível
principal o monóxido de carbono, efluente da unidade de craqueamento catalítico e
tem capacidade para gerar 150 t/h de vapor superaquecido a pressão de 42kg/cm 2 e
temperatura de 399°C.

Os queimadores de óleo combustível tinham as seguintes características:

 Pressão máxima 1,5kg/cm2


 Vazão de projeto 1500kg/h de vapor
 A instrumentação é do tipo do sistema digital de controle distribuído (SCADA)
 O controle de vazão de gás é associado a um controlador de pressão mínima,
através de um seletor passa maior.

Cada queimador é equipado com duplo bloqueio manual, contendo um vent


intermediário que reduz a possibilidade da passagem de gás para dentro da
fornalha.

A caldeira operava com um a produção de vapor de 43 t/h, controles em automático


e os seguintes valores das variáveis:
▪ Pressão de gás de um coletor: 3,4 Kg / cm2
▪ Abertura da válvula controladora de gás: 50%
▪ Pressão de gás nos queimadores: 1,2 Kg / cm2
▪ Vazão de gás combustível: 3,5 ton / h
▪ Apenas 2 queimadores acesos.

Responda.

a) Qual a vazão mássica da unidade de craqueamento catalítico em


kg/s? ....................................................
b) Qual a temperatura termodinâmica do vapor
superaquecido? ........................................................
c) Qual a pressão do vapor superaquecido em lib/pol 2 ?
........................................................

76
2. A experiência com o barômetro de Torricelli é feita h (km) p (mmHg)h (km) p (mmHg)
em um local situado a 9km acima da superfície 0 760 5,0 417
terrestre e o resultado é apresentado em seguida. A 0,1 750 6,0 370
pressão do vapor de mercúrio contido no interior do 0,2 742 7,0 328
tubo e acima do líquido, em mm de Hg, vale 0,3 733 8,0 291
(consulte a tabela dada): 0,4 724 9,0 258
p VHg  patm  plíq  0,5 716 10 229
1,0 674 15 124
1,5 635 20 68
2,0 598 30 20
3,0 530 40 6,0
4,0 470 50 1,0

3.. Operando uma caldeira, fazendo descarga de fundo com tempo de 20 segundos
seis vezes (6) por turno, ou seja, dezoito vezes (18) por dia, e levando em
consideração a pressão do corpo da caldeira 100psi; diâmetro da válvula de
descarga de fundo 2 inch , calcule:

a) o consumo de água em litros por dia.

Podemos também mensurar o consumo de água da caldeira através da descarga de


fundo utilizando equação de Bernouli e a de vazão , como mostramos a seguir :
2 2
Pc v c P v V
  Hc  d  d  Hd , Q
 2g  2g t
Pc = 100psi ;  = 1000 kgf/m3 ( peso específico ) ; v2c = 0 m/s
( velocidade )
g = 10 m/s2 (aceleração gravitacional ); Hc = 6m ( altura de coluna )
Pd = 0; v2d = ? Hd = 0
b) Qual o valor do calor sensível e a temperatura do vapor da água que entra na
caldeira com 105 ºC sendo aquecida até atingir a pressão de 100psi?

c) Calcule a quantidade de óleo utilizado no aquecimento da água,considerando que


o poder calorífico do combustível é de 9600 kcal/kg e um percentual de perda de
calor de 20%.

d) Calcule a entalpia do vapor saturado.

77
4. Sublinhe as palavras em negrito nas sentenças abaixo, de modo a torná-las
verdadeiras.
a) No interior de uma panela de pressão, a água está
sujeita a uma pressãomenor / maior que uma atmosfera
(1 atm) e, por isso, ferve a uma temperatura
inferior/superior a 100°C. Em conseqüência, os alimentos
cozinham em menos/mais tempo.

b) No diagrama pV ao lado, está representada as várias


etapas do processo de compressão isotérmica/ isobárica
do vapor, ocorrida no interior de um cilindro provido de
êmbolo, onde se encontra vapor de dióxido de carbono
(CO2) a 10°C, à temperatura variável/constante de modo
que seu volume está diminuindo /aumentando.

c) Inicialmente, à medida que o volume diminui, a pressão exercida pelo vapor


aumenta/diminui, valendo, aproximadamente, a Lei de Boyle (p V = constante). No
gráfico, obtemos a curva abc.

Prosseguindo o aumento/a redução do volume, notamos que, a partir do estado c,


ao ser atingida a pressão F, o vapor começa a se condensar/vaporizar.

Durante a condensação do vapor, a pressão modifica/não modifica.

f) O vapor saturado não obedece/obedece à Lei de Boyle (p V= cte). A pressão por


ele exercida (pressão máxima de vapor F) não depende/depende do volume
ocupado pelo vapor

EXERCÍCIO 2
78
CONSIDERAÇÕES GERAIS

1- Que tipos de bomba são usados para alimentar caldeiras?

2- Descreva um visor de nível.

3- Descreva um sistema de controle de nível de caldeira.

4- Que unidades de pressão você observa nos manômetros usados na sua


unidade?

7- Qual a aplicação dos seguintes dispositivos auxiliares:


a) Economizador

b) Pré-aquecedor

c) Ramonador

EXERCÍCIO 3
79
OPERAÇÃO DE CALDEIRA

1- Explique o que é pré-purga.

2- Por que é utilizada a chama piloto para acender uma caldeira?

3- Qual a razão do aquecimento lento em uma caldeira?

4- Para que servem os purgadores?

5- O que é golpe de aríete?

6- Como é possível saber a temperatura de um vapor saturado sabendo-se a


pressão?

9- Se a temperatura de uma chaminé estiver alta, o que pode estar ocorrendo?

EMERGENCIA

80
1- O que fazer se a caldeira acusa nível baixo?

2- Se a ocorrência levar a caldeira a parar, esta pode ser partida imediatamente?

3- Porque?

4- O que fazer se ocorre alta pressão de vapor?

5- E se houver baixo pH na água do corpo da caldeira?

EXERCICIO 4
81
TRATAMENTO DE ÁGUA E MANUTENÇÃO
1- Como a água adquire as impurezas normalmente encontradas?

2- Explique o que você entende e o que causa na caldeira:


a) Dureza

b) Turbidez

c) Cor

3- O que é alcalinidade, e o que causa na caldeira?

4- O que é clarificação?

5- O que significa abrandar a água?

82
6- Qual a diferença entre tratamento interno e externo?

7- Qual o efeito do pH baixo? E pH alto?

8- O que é osmose reversa?

9- O que a fuligem pode causar nos tubos e como pode ser notada pelas leituras
diárias?

10- O que é descarga de fundo?

11- Quando deve ser feita a inspeção de caldeiras, segundo a NR-13?

EXERCICIO 5

83
PREVENÇÃO CONTRA RISCOS E LEGISLAÇÃO
1. Quais os riscos físicos a que um operador está exposto?

2. Quais os principais deveres dos operadores de caldeiras?

Quais as principais causas de explosão em caldeiras?

PROCEDIMENTOS EM RELAÇÃO ÀS CALDEIRAS


84
1 - Numere, em ordem de prioridades, quatro providências para resolver a seguinte
situação:

Considerando uma caldeira de combustível sólido, com acionamento da bomba de


água manual, a pressão do vapor está 0,5 kgf/cm abaixo da PMTP. O nível da água
não aparece no visor.
( ) Fecha-se a saída do vapor e observa-se o manômetro
( ) Procura-se o operador
( ) Coloca-se água na caldeira
( ) Drenam-se os indicadores de nível
( ) Apaga-se o fogo com água
( ) Avaliam-se as válvulas de segurança

2 - Relacione quatro providências para resolver a situação abaixo descrita,


considerando que você é o operador:

Caldeira para combustível sólido, bomba de água com acionamento automático,


faltou energia elétrica, a água aparece no visor, mas está abaixo do normal, o fogo
está alto, a pressão do vapor está 1 kgf/cm 2 abaixo da PMTA.

3 - Cite três tarefas que um operador de caldeiras (combustível sólido ou líquido)


não pode deixar de fazer, pois implicaria futuramente em sérios problemas para a
caldeira.

85
4 - Relacione os dispositivos de segurança de uma caldeira a combustível e os
respectivos cuidados a cada um deles.

5- Qual a importância da PMTP ou PMTA?

6 - Qual a causa do fenômeno chamado golpe de ARÍETE, e como ele deve ser
evitado?

7- Quais os cuidados que devemos ter em relação às válvulas de segurança? Por


quê?

CALDEIRAS A ÓLEO

1 - Em uma caldeira a óleo, qual a função da fotocélula?

86
2 - Em uma caldeira a óleo, como proceder quando faltar energia elétrica, a pressão
do vapor estiver alta e o nível da água estiver na posição inferior?

3 - Como proceder diante na seguinte situação:

Caldeira a óleo, operador não qualificado, a pressão está no limite da PMTP,


pressostato não funcionou e as válvulas de segurança não abriram.

4 - Dos dispositivos de segurança da caldeira a óleo, diferencie controladores de


pressão dos controladores de nível de água.

5 - Considerando a posição relativa da água e do fogo, classifique as caldeiras e dê


as principais características.

6 - Quando a caldeira a óleo desligar subitamente, quais os pontos a serem


verificados, considerando que não houve queda da energia elétrica?

87
RISCOS DE EXPLOSÕES DE CALDEIRAS

1 - Quais as circunstâncias em que uma caldeira de combustível líquido corre risco


de explosão?

2 - Quais as circunstâncias em que uma caldeira de combustível sólido corre risco


de explosão?

3 - Como se deve proceder na seguinte situação:

Uma caldeira para queima de combustível sólido, com fogo alto, pressão do vapor
0,5 kgf/cm acima da PMTP, a água não aparece no visor, as válvulas de segurança
não abriram, o operador está em pânico.

4 - Em caldeiras de combustível sólido, quais as circunstâncias em que pode haver


um choque térmico, e quais as conseqüências que este fenômeno pode provocar?

OUTROS RISCOS DE TRABALHO COM CALDEIRAS

1 - Quais os riscos de saúde do operador, ocasionados pelo trabalho com caldeiras


de combustível sólido, e quais as formas de evitá-los?

88
2 - Em caldeiras a óleo, quais os cuidados do operador em relação aos tanques de
aquecimento de óleo combustível (BPF)?

3 - Quais os riscos existentes quando se trata com produtos químicos e quais as


formas de evitá-los?

4 - Em caldeira a óleo pode ocorrer um fenômeno chamado retrocesso. Quais as


causas e a forma de evitá-lo?

89
ANEXOS DA NR 13

90
ANEXO I-A

Currículo Mínimo para “Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras"

1. Noções de grandezas físicas e unidades Carga horária: 4 (quatro) horas

1.1. Pressão

1.1.1. Pressão atmosférica


1.1.2. Pressão interna de um vaso
1.1.3. Pressão manométrica, pressão relativa e pressão
absoluta
1.1.4. Unidades de pressão

1.2. Calor e temperatura

1.2.1. Noções gerais: o que é calor, o que é temperatura


1.2.2. Modos de transferência de calor
1.2.3. Calor específico e calor sensível
1.2.4. Transferência de calor a temperatura constante
1.2.5. Vapor saturado e vapor superaquecido
1.2.6. Tabela de vapor saturado

2. Caldeiras - considerações gerais Carga horária: 8 (oito) horas

2.1. Tipos de caldeiras e suas utilizações

2.2. Partes de uma caldeira

2.2.1. Caldeiras flamotubulares


2.2.2. Caldeiras aquotubulares
2.2.3. Caldeiras elétricas
2.2.4. Caldeiras a combustíveis sólidos
2.2.5. Caldeiras a combustíveis líquidos
2.2.6. Caldeiras a gás
2.2.7. Queimadores
2.3. Instrumentos e dispositivos de controle de caldeiras
2.3.1. Dispositivo de alimentação
2.3.2. Visor de nível
2.3.3. Sistema de controle de nível
2.3.4. Indicadores de pressão
2.3.5. Dispositivos de segurança
2.3.6. Dispositivos auxiliares
2.3.7. Válvulas e tubulações
2.3.8. Tiragem de fumaça

3. Operação de caldeiras Carga horária: 12 (doze) horas

3.1. Partida e parada

91
3.2. Regulagem e controle

3.2.1. de temperatura
3.2.2. de pressão
3.2.3. de fornecimento de energia
3.2.4. do nível de água
3.2.5. de poluentes

3.3. Falhas de operação, causas e providências

3.4. Roteiro de vistoria diária

3.5. Operação de um sistema de várias caldeiras

3.6. Procedimentos em situações de emergência

4. Tratamento de água e manutenção de caldeiras Carga horária: 8 (oito) horas

4.1. Impurezas da água e suas conseqüências


4.2. Tratamento de água
4.3. Manutenção de caldeiras

5. Prevenção contra explosões e outros riscos Carga horária: 4 (quatro) horas

5.1. Riscos gerais de acidentes e riscos à saúde


5.2. Riscos de explosão

6. Legislação e normalização Carga horária: 4 (quatro) horas

6.1. Normas Regulamentadoras


6.2. Norma Regulamentadora 13 - NR 13

92
ANEXO I-B

Currículo Mínimo para "Treinamento de Segurança na Operação de Unidades


de Processo"

1. Noções de grandezas físicas e unidades Carga horária: 4 (quatro) horas


1.1. Pressão
1.1.1. Pressão atmosférica
1.1.2. Pressão interna de um vaso
1.1.3. Pressão manométrica, pressão relativa e pressão absoluta
1.1.4. Unidades de pressão
1.2. Calor e temperatura
1.2.1. Noções gerais: o que é calor, o que é temperatura
1.2.2. Modos de transferência de calor
1.2.3. Calor específico e calor sensível
1.2.4. Transferência de calor a temperatura constante
1.2.5. Vapor saturado e vapor superaquecido

2. Equipamentos de processo Carga horária estabelecida de acordo com a


complexidade da unidade, mantendo um mínimo de 4 (quatro) horas por item, onde
aplicável.

2.1. Trocadores de calor


2.2. Tubulação, válvulas e acessórios
2.3. Bombas
2.4. Turbinas e ejetores
2.5. Compressores
2.6. Torres, vasos, tanques e reatores
2.7. Fornos
2.8. Caldeiras

3. Eletricidade Carga horária: 4 (quatro) horas

4. Instrumentação Carga horária: 8 (oito) horas

5. Operação da unidade Carga horária: estabelecida de acordo com a complexidade


da unidade

5.1. Descrição do processo


5.2. Partida e parada
5.3. Procedimentos de emergência
5.4. Descarte de produtos químicos e preservação do meio ambiente
5.5. Avaliação e controle de riscos inerentes ao processo
5.6. Prevenção contra deterioração, explosão e outros riscos

6. Primeiros socorros Carga horária: 8 (oito) horas

7. Legislação e normalização Carga horária: 4 (quatro) horas


93
ANEXO II

Requisitos para Certificação de "Serviço Próprio de Inspeção de


Equipamentos"

Antes de colocar em prática os períodos especiais entre inspeções, estabelecidos


nos subitens 13.5.4 e 13.10.3 desta NR, os "Serviços Próprios de Inspeção de
Equipamentos" da empresa, organizados na forma de setor, seção, departamento,
divisão, ou equivalente, devem ser certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO diretamente ou mediante
"Organismos de Certificação" por ele credenciados, que verificarão o atendimento
aos seguintes requisitos mínimos expressos nas alíneas "a" a "g".

Esta certificação pode ser cancelada sempre que for constatado o não atendimento
a qualquer destes requisitos:

a) existência de pessoal próprio da empresa onde estão instalados caldeira ou vaso


de pressão, com dedicação exclusiva a atividades de inspeção, avaliação de
integridade e vida residual, com formação, qualificação e treinamento compatíveis
com a atividade proposta de preservação da segurança;

b) mão-de-obra contratada para ensaios não-destrutivos certificada segundo


regulamentação vigente e para outros serviços de caráter eventual, selecionada e
avaliada segundo critérios semelhantes ao utilizado para a mão-de-obra própria;

c) serviço de inspeção de equipamentos proposto a possuir um responsável pelo


seu gerenciamento formalmente designado para esta função;

d) existência de pelo menos 1 (um) "Profissional Habilitado", conforme definido no


subitem 13.1.2;

e) existência de condições para manutenção de arquivo técnico atualizado,


necessário ao atendimento desta NR, assim como mecanismos para distribuição de
informações quando requeridas;

f) existência de procedimentos escritos para as principais atividades executadas;

g) existência de aparelhagem condizente com a execução das atividades propostas.

94
ANEXO III

1. Esta NR deve ser aplicada aos seguintes equipamentos:

a) qualquer vaso cujo produto "PV" seja superior a 8 (oito), onde "P" é a máxima
pressão de operação em KPa e "V" o seu volume geométrico interno em m 3,
incluindo:

- permutadores de calor, evaporadores e similares;


- vasos de pressão ou partes sujeitas a chama direta que não estejam dentro do
escopo de outras NR, nem do item 13.1 desta NR;

- vasos de pressão encamisados, incluindo refervedores e reatores;

- autoclaves e caldeiras de fluido térmico que não o vaporizem;

b) vasos que contenham fluido da classe "A", especificados no Anexo IV,


independente das dimensões e do produto "PV".

2. Esta NR não se aplica aos seguintes equipamentos:

a) cilindros transportáveis, vasos destinados ao transporte de produtos, reservatórios


portáteis de fluido comprimido e extintores de incêndio;

b) os destinados à ocupação humana;

c) câmara de combustão ou vasos que façam parte integrante de máquinas rotativas


ou alternativas, tais como bombas, compressores, turbinas, geradores, motores,
cilindros pneumáticos e hidráulicos e que não possam ser caracterizados como
equipamentos independentes;

d) dutos e tubulações para condução de fluido;

e) serpentinas para troca térmica;

f) tanques e recipientes para armazenamento e estocagem de fluidos não


enquadrados em normas e códigos de projeto relativos a vasos de pressão;

g) vasos com diâmetro interno inferior a 150mm (cento e cinqüenta milímetros) para
fluidos das classes "B", "C" e "D", conforme especificado no Anexo IV.

95
ANEXO IV
CLASSIFICAÇÃO DE VASOS DE PRESSÃO

1. Para efeito desta NR, os vasos de pressão são classificação segundo o tipo
de fluido e o potencial de risco.

1.1. Os fluidos contidos nos vasos de pressão são classificados conforme


descrito a seguir:

CLASSE “A”: - fluidos inflamáveis;


- combustível com temperatura superior ou igual a 200 0C;
- fluidos tóxicos com limite de tolerância igual ou inferior a 20
ppm;
- hidrogênio;
- acetileno.

CLASSE “B”: - fluidos combustíveis com temperatura inferior a 200 0C;


- fluidos tóxicos com limite de tolerância superior a 20 ppm;

CLASSE “C”: -vapor de água, gases asfixiantes simples ou ar comprimido.

CLASSE “D”: - água ou outros fluidos não-enquadrados nas classes “A”, “B”
ou com temperatura superior a 500C.

1.1.1. Quando se tratar de mistura, deverá ser considerado para fins de


classificação o fluido que apresentar maior risco aos trabalhadores e instalações
considerando-se sua toxicidade, inflamabilidade e concentração.

1.2. Os vasos de pressão são classificados em grupos de potencial de risco em


função do produto “P.V”, onde “P” e a pressão máxima de operação em MPa e “V” o
seu volume geométrico interno em m3, conforme segue:

- Categoria I - para fluidos inflamáveis ou combustíveis;

- Categoria V - para outros fluidos.

1.3. A tabela a seguir classifica os vasos de pressão em categorias de


acordo com os grupos de potencial de risco e a classe de fluido contido.

96
CATEGORIAS DE VASOS DE PRESSÃO
GRUPO DE POTENCIAL DE RISCO
1 2 3 4 5
P.V. P.V10 P.V30 P.V2,5 P.V1
CLASSE DE FLUIDO
100 0 P.V P.V 1
P.V 30 2,5
A
-Líquidos inflamáveis, combustíveis com
temperatura igual ou superior a 200 oC
- Tóxico com limite de tolerância 20 ppm I I II III III
- hidrogênio
- acetileno
B
- Combustíveis com temperatura menor que
200 oC I II III IV V
- Tóxico com limite de tolerância 20ppm
C
- Vapor de água
- Gases asfixiantes simples I II III IV V
- Ar comprimido
D
- Água ou outros fluidos não enquadrados nas II III IV V V
classes A, B ou C com temperatura superior a
50oC

Notas: a) considerar volume em m3 e pressão em MPa


b) considerar 1 MPa correspondendo a 10,197kgf/cm 2

A classificação dos fluidos em inflamáveis e combustíveis deve atender às


prescrições da NR-20.
Sempre deverá ser considerada a condição mais critica. Por exemplo, se um gás for
asfixiante simples (fluido classe C) e inflamável (fluido classe A) deverá ser
considerado como inflamável.
A temperatura a ser utilizada para classificação é a de operação do vaso de pressão.
A toxicidade dos fluidos deve atender ao previsto nas NR. Caso os limites de
tolerância para o fluido ou mistura não estejam contemplados, deverão ser utilizados
valores aceitos internacionalmente.

Quando um vaso de pressão contiver uma mistura de fluido, deverá ser considerado
para fins de classificação o fluido que apresentar maior risco aos trabalhadores,
instalações e meio ambiente desde. que sua concentração na mistura seja
significativa, a critério do estabelecimento.

Para efeito de classificação, os valores de pressão máxima de operação poderão ser


obtidos a partir dos dados de engenharia de processo, das recomendações do
fabricante do vaso de pressão, ou das características funcionais do equipamento.

Caso seja significativo, poderá ser descontado do volume geométrico interno do


vaso de pressão o volume ocupado por internos não-porosos.
97
Todo vaso de pressão cujo produto “P.V” seja maior que 8 (oito) é enquadrado na
NR-13. Os vasos cujo produto “P.V” seja superior a 8 (oito), porém cujo fluido não se
enquadre nas classes definidas no Anexo IV, deverão ter sua categoria atribuída em
função do histórico operacional e do risco oferecido aos trabalhadores e instalações,
considerando-se: toxicidade, inflamabilidade e concentração. Para cálculo do
produto “P.V” a pressão deve estar em kPa.

Os valores de pressão máxima de operação a serem utilizados para cálculo do


produto “P.V” na tabela do Anexo IV deverão estar em Megapascal (MPa).

EXEMPLOS DE CLASSIFICAÇÃO DE VASOS DE PRESSÃO

Exemplo 1 Equipamento:Fracionadora de Etileno


Temperatura de operação: -30° C

Volume geométrico: 785 m3

Pressão de Operação: 20,4 kgf/cm2

Produto: Etileno
a) Para verificar se o vaso se enquadra na NR-13
Máxima Pressão de Operação = 20,4 kgf/cm 2

20,4
Para transformar para kPa  0,010197  2000,58kPa  2,0MPa

P.V = 2,00058 (MPa) x 785 (m3)  P.V= 1.570,46190

P.V > 8, portanto o vaso se enquadra na NR-13

b) Para determinar a categoria do vaso

Produto Etileno = fluido inflamável = fluido classe “A”

P.V = 2,00058 MPa x 785 m3 = 1570,45 (portanto, P.V> 100)

Com P.V> 100 e fluido classe “A”, vamos à tabela do Anexo IV e constatamos que o
vaso é Categoria 1.

Exemplo 2 Equipamento: Filtro de Óleo Lubrificante


Temperatura de Operação: 40°C
Volume geométrico: 290 litros

Pressão Máxima de Operação: 5,0 kgf/cm2


Produto: Óleo Lubrificante

a) Para verificar se o vaso se enquadra na NR- 13


98
Máxima Pressão de Operação: 5,0 kgf/cm 2
5,0
Para transformar para kPa  490,34kPa  0,49034MPa
0,010197
Máxima Pressão de Operação: 0,49034MPa

Volume geométrico: 290 é = 0,290 m3

Produto P.V = 0,49034 kPa x 0,290 m3 = 0,14219

P.V > 8, portanto se enquadra na NR-13

b) Para determinar a categoria do vaso

Produto = óleo lubrificante = fluido “Classe B”

P.V = 0,49034 MPa x 0,290 m3 =0,142, portanto grupo de potencial de risco = 5 e


fluido “Classe 8”

Entrando na tabela do Anexo IV, determinamos que o vaso é categoria IV.

13.6.2. Constitui risco grave iminente a falta de um dos seguintes itens:

a) válvula ou outro dispositivo de segurança com pressão de abertura


ajustada em valor igual ou inferior, à PMTA, instalada diretamente no vaso ou
no sistema que o inclui;

b) dispositivo de segurança contra bloqueio inadvertido da válvula quando


esta não estiver instalada diretamente no vaso;

c) instrumento que indique a pressão de operação.

Entende-se por “outro dispositivo” de segurança dispositivos que têm por objetivo
impedir que a pressão interna do vaso atinja valores que comprometam sua
integridade estrutural. São exemplos de “outros dispositivos”: discos de ruptura,
válvulas quebra-vácuo, plugues, fusíveis etc.

Válvulas de segurança piloto operadas podem ser consideradas como “outro


dispositivo” desde que mantenham a capacidade de funcionamento em qualquer
condição de anormalidade operacional.

O dispositivo de segurança é um componente que visa a aliviar a pressão do


vaso, independentemente das causas que provocaram a sobrepressão. Desta
99
forma, pressostatos, reguladores de pressão, malhas de controle de
instrumentação etc. não devem ser considerados como dispositivos de
segurança.

O “dispositivo de segurança contra bloqueio inadvertido” é aplicável a:

vasos de pressão com 2 (dois) ou mais dispositivos de segurança;

• conjunto de vasos interligados e protegidos por única válvula de segurança.

Vasos com 2 (duas) ou mais válvulas de segurança, com bloqueios independentes,


são utilizados quando se deseja facilidade de manutenção: pode-se remover uma
das válvulas de segurança para reparo ou inspeção, mantendo-se as demais em
operação. Neste caso, as válvulas de segurança remanescentes em conjunto, ou
isoladamente, deverão ser projetadas com suficiente capacidade para aliviar a
pressão do vaso.

O “dispositivo que evite o bloqueio inadvertido” do dispositivo de segurança é


aplicável a vasos de pressão com 2 (dois) ou mais dispositivos de segurança. São
exemplos desses dispositivos válvulas de 2 (duas) ou mais vias, válvulas gaveta
sem volante ou com volante travado por cadeado etc.

Quando o vaso de pressão possuir apenas uma válvula de segurança, não deverá
existir bloqueio entre esta e o vaso.

Os instrumentos
para indicação de pressão,
por exemplo manômetros,
poderão ter mostrador
analógico ou digital e a
instalação dos mesmos
poderá ser feita no próprio
vaso ou em sala de
controle apropriada.

REFERÊNCIAS

100
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[S.l.], [199-?].
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THE AMERICAN SOCIETY OF MECHANICAL ENGINEERS. Boiler and Pressure
Vesseis Code, Altemative Rules for Pressure Vessels. New York, ASME, 1989.
Seção VIII, Div. 2.

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