Sei sulla pagina 1di 22

INCÊNDIOS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: ESTIMATIVA DA

DIFERENTES ECOSSISTEMAS DE RORAIMA NA PASSAGEM


DO EVENTO “EL N I N O ” (1997/98)

1 2
Reinaldo Imbrozio BARBOSA , Philip Martin FEARNSIDE

RESUMO — Foi estimada a área queimada, a biomassa vegetal total acima e abaixo do solo, a formação
de carvão, a eficiência de queimada e a concentração de carbono de diferentes paisagens naturais e
agroecossistemas que foram atingidos pelos incêndios ocorridos durante a passagem do “El N i ñ o ” em
1997/98 no Estado de Roraima, extremo norte da Amazônia Brasileira. O objetivo foi o de calcular a emissão
bruta de gases do efeito estufa liberados por combustão das diversas classes de biomassa que compõem
cada tipo fitofisionômico atingido. A área total efetivamente queimada foi estimada entre 38.144-40.678
2 2
km , sendo 11.394-13.928 km de florestas primárias (intactas, em pé) e, o restante, de savanas (22.583
2 2
km ), campinas / campinaranas (1.388 km ) e ambientes florestais já transformados como pastagens, área
2
agrícolas e florestas secundárias (2.780 km ). O total de carbono afetado pelos incêndios foi de 42,558
milhões de toneladas, sendo que 19,73 milhões foram liberados por combustão, 22,33 milhões seguiram
para a classe de decomposição e 0,52 milhões foram depositados nos sistemas na forma de carvão (estoque
de longo prazo). A emissão bruta de gases do efeito estufa, em milhões de toneladas do gás, considerando
apenas o emitido por combustão foi de 17,3 de CO , 0,21-0,35 de CH , 1,99-3,68 de CO, 0,001-0,003 de
2 4

N,O, 0,06-0,09 de NO e 0,25 de hidrocarbonetos não-metânicos (HCNM). O total de carbono equivalente


x

a CO emitido por combustão, quando considerado o potencial de aquecimento global de cada gás em um
2

horizonte de tempo de 100 anos utilizado pelo IPCC, foi de 6,1-7,0 milhões de toneladas.
Palavras-chave: incêndios florestais, carbono, Amazônia, Roraima, efeito estufa, El Niño,
aquecimento global.

Fires in the Brazilian Amazon: Estimate of Greenhouse Gas Emissions from Burning of

ABSTRACT — The area burned, total biomass above and below-ground, charcoal formation, burning
efficiency and the carbon concentration were estimated for the different natural landscapes and agricultural
systems that were exposed to fire during the “El Niño” of 1997-98 in the state of Roraima, in the
released by combustion from the various biomass classes comprising each landscape type. The total area
2 2 2
burned was 38,14440,678 km , of which 11,394-13,928 km was intact primary forest, 22,583 km was
2 2
savanna, 1,388 km was white sand scrub formations, and 2,780 km was pastures, secondary forest and
6 6
agricultural plots. Total carbon affected by the fire was 42.58 x 10 tons (t), with 19.73 x 10 t being
term carbon storage) formed during the bums. Gross emissions of greenhouse gases emitted by
6 6
0.09 x 10 t NO and 0.25 x 10 t NMHC (non-methane hydrocarbons). The total emission in carbon
x

equivalent to CO emitted by combustion, based on the global warming potentials for each gas over the
2

6
100-yr horizon used by the IPCC, was 6.1-7.0 x 10 t C.

Key- words: forest fires, carbon, Amazônia, Roraima, greenhouse effect, El Niño, global warming.

1
. INPA/CTA - Conv. INPA/GERR - Caixa Postal 96 - 69301-970 Boa Vista/Roraima-Brasil.

2
. INPA/Coordenação de Pesquisas em Ecologia - Caixa Postal 478 - 69011-970 Manaus/Amazon
INTRODUÇÃO ocasionaram a queima de grandes áreas
de florestas em Roraima. Na verdade, a
Incêndios florestais de grandes probabilidade deste risco ocorrer ao
proporções em regiões com elevada longo do tempo pode ser esperada a
umidade na Amazônia poderiam ser aumentar devido a pressão de
considerados como eventos raros, assentamentos humanos em áreas de
sendo que poucas pessoas teriam dado floresta por toda a A m a z ô n i a ,
crédito a esta idéia há pouco tempo amplificados pelo incremento nas
atrás (Uhl et ai, 1988; Kauffman, atividades de exploração florestal,
1 9 9 1 ; N e l s o n & I r m ã o , 1998). agricultura de corte e q u e i m a e
Entretanto, entre o final de 1997 e o conversão de florestas primárias em
início de 1998, ocorreram incêndios pastagens, todos incrementando a
que penetraram não só em florestas vulnerabilidade das florestas
primárias como também em outros adjacentes (Kauffman et al., 1988;
diferentes tipos de ecossistemas do Negreiros et al., 1996; Cochrane,
Estado de R o r a i m a , situado no 1999; Nepstad et al, 1999a;b).
extremo norte da Amazônia Brasileira
(Barbosa, 1998a;b;c; IB AMA, 1998; Devido ao recente interesse e as
INPE, 1998; 1999a; Shulze, 1998). poucas oportunidades de observações
Fogos em eco-regiões como savanas e em grandes áreas contínuas, são raros
sistemas florestais transformados os estudos que tentam avaliar os riscos
(capoeiras, pastagens e desmatamentos), de susceptibilidade de incêndios na
que tradicionalmente queimam neste Amazônia provocados por algum tipo
período, se alastraram por milhares de de d e s e q u i l í b r i o c l i m á t i c o e/ou
quilômetros quadrados e atingiram uma antrópico. Pelo mesmo motivo, não
grande área de floresta p r i m á r i a existem investigações que se reportem
(intacta, em pé), provocando a morte a liberação de gases do efeito estufa
de árvores e a emissão de milhões de p r o v o c a d o s por i n c ê n d i o s desta
toneladas de gases do efeito estufa para natureza. Com o crescimento das
a atmosfera. A enorme proporção do atividades humanas na Amazônia, há
fogo foi creditada, principalmente, à necessidade de se aumentar o volume
estiagem provocada pelo forte de informações sobre os impactos
fenômeno "El Nino" do biênio 1997/98. climáticos futuros que este tipo de
Entretanto, o grande fogo ocorrido em evento pode acarretar ao nível regional
Roraima não deve ser visto como um e global. P e n s a n d o n i s t o , nós
evento ocasionado exclusivamente por objetivamos calcular a emissão de
este efeito climático. Mais do que isto, gases do efeito estufa, provocada pelos
ele deve ser visto como uma série de incêndios de Roraima em diferentes
fatores que agiram simultaneamente tipos de s i s t e m a s n a t u r a i s e
onde, o "El Nino", foi um maximizador agroecossistemas que sofreram a ação
de agentes pré-existentes que do fogo entre 1997 e 1998. Para fazer
os c á l c u l o s nós e s t i m a m o s os
seguintes parâmetros: (a) a área de em 1997 (INPE, 1999b).
cada sistema natural e agroecossistema A vegetação natural de Roraima
atingido, (b) a biomassa vegetal total é um mosaico de paisagens que vão de
(acima e abaixo do solo) por unidade savanas (nordeste) a florestas (sul e
de área, (c) a mortalidade arbórea oeste), passando por diferentes tipos
devido ao fogo, (d) a formação de de s i s t e m a s o l i g o t r ó f i c o s c o m o
carvão nos sistemas atingidos, (e) a campinas e campinaranas no centro-
eficiência de q u e i m a d a p a r a as sul do E s t a d o ( S i l v a , 1997). A
diferentes classes vegetais que compõe precipitação pluviométrica anual é
cada sistema e (f) a concentração de variável e pode se estabelecer em um
carbono em cada uma destas classes. gradiente que vai de l.OOOmm
(extremo nordeste das savanas) até
Descrição Geral de Área 2.300 mm (regiões sul e extremo
R o r a i m a é um dos antigos oeste) (Barbosa, 1997). A localidade
territórios federais transformados em com maior v o l u m e de d a d o s
estado da federação pela Constituição climáticos é a da capital Boa Vista.
Federal de 1988, situado no extremo Sua média anual de precipitação é de
norte da Amazônia brasileira. Entre 1.614 mm ( 1 9 1 0 a 1995). Entre
1980 e 1998, a p o p u l a ç ã o local setembro de 1997 e março de 1998, a
triplicou, passando de 82.018 para precipitação foi de apenas 30,6 mm
260.705 habitantes (IBGE, 1999). A nesta região, quando o esperado pela
explosão migratória deste período foi média histórica do mesmo período seria
incentivada pelo próprio poder público de 352 mm (DEFARA/INMET, 1999).
local em três grandes fases: (a) ao final A umidade relativa do ar (%) ficou
da década de 1970, com apoio do abaixo dos 60% entre fevereiro e março
Governo Federal, dentro do Programa de 1998 (MAA/INMET, 1998).
de Pólos da Amazônia (POLO-
AMAZÔNIA), sub-programa POLO- Área dos Sistemas Naturais e
RORAIMA, (b) ao final da década de Agroecossistemas Atingidos
1980, quando da transformação do
território em e s t a d o , a t r a v é s do Área Original
"boom" mineral em terras indígenas Para determinar a área total
Yanomami e (c) ao início dos anos atingida pelo fogo, dimensionamos a
1990 dentro dos programas estaduais área original de todas as
de recrutamento de migrantes em fitofisionomias originais existentes em
outras regiões do país com problemas Roraima. Utilizamos como base uma
fundiários (Barbosa, 1993). O digitalização do Mapa de Vegetação da
crescimento populacional provocou Amazônia na escala de 1:2.500.000
um aumento de 55,6 vezes na área to- (SUDAM/IBGE, 1989), porque esta
tal de florestas desmaiadas, passando base usa a classificação tipológica
2 2
de 100 km em 1978 para 5.560 km padrão da vegetação brasileira descrita
em IBGE (1992). Após a determinação c o m p o s i ç ã o m é d i a de quatro
macroespacial dos tipos que fazem resultados: (a) censo agropecuário de
parte do cenário regional, todo o 1985 ( I B G E , 1985), (b) c e n s o
conjunto foi escaneado e codificado agropecuário de 1995/96 ( I B G E ,
por cores para facilitar a medida de 1995-96), (c) Feamside (1996) para
área original. Baseado em observações as três paisagens equilibradas no ano
de campo e no Mosaico de Imagens de de 1990 e (d) o r e s u m o dos
Satélite LANDS AT TM (1:1.000.000) diagnósticos dos assentamentos do
(SEN A G R Q / i T E R A I M A , 1996), INCRA em Roraima de 1998/99 (Luz,
realizamos ajustes e modificações no 1999). As áreas determinadas para as
mapa digitalizado, devido a algumas três categorias antropizadas foram
incorreções existentes, como por subtraídas de cada eco-regiào-florestal
exemplo campinas denominadas como a que pertenciam, proporcionalmente
savanas ou florestas densas definidas ao número de quilômetros lineares de
como c o n t a t o s . Com auxílio do estradas/vicinais existentes em cada
IDR1SI ( E a s t m a n , 1995), um sistema, assumindo uma relação direta
programa de computador que analisa entre estradas e áreas desmatadas. As
dados de informação geográfica para áreas antropizadas urbanas foram
classificação espacial (no caso, tons de computadas através da extrapolação
cores), estimamos o número de "pix- do n ú m e r o de " p i x e l s " médios
els" de cada tipo de vegetação e, contidos em cada sede municipal. Do
proporcionalizamos a área de cada mesmo modo que as rurais, foram
feição vegetal, considerando a área descontadas de cada tipo paisagístico
total de Roraima como 225.116,1 km . 2
onde a cidade se e n c o n t r a . Para
estimar a área dos principais cursos
Para estimar a área líquida
d'agua, utilizamos o mesmo
presente em 1997/98 por tipologia
procedimento para o cálculo das
original, foi necessário fazer dois tipos
unidades tipológicas.
de descontos nas áreas calculadas: (a)
das áreas a n t r o p i z a d a s (rurais e
Área Queimada
urbanas) e (b) dos cursos d'agua
(principais rios). As áreas rurais foram Para o cálculo da área atingida
quantificadas em função dos pelo fogo por tipologia florestal e
resultados alcançados pelo INPE oligotrófica, digitalizamos as
(1999b) para áreas desmatadas até coordenadas geográficas obtidas em
1997 e, atualizadas até 1998 pela 16,5 horas de sobrevôos por Barbosa
média da área anual de desmatamentos (1998b) no Sistema de Informação
ocorridos entre 1992/97. A distribuição Geográfica (SGI/INPE, versão 7.0)
das áreas desmatadas em pastagens, utilizado pela Secretaria Executiva do
agricultura e capoeiras (florestas Zoneamento Ecológico-Econômico de
secundárias) até 1997/98, foi Roraima (ZEE/RR). Estes pontos
proporcionalizada em função de uma geográficos sofreram a d i ç õ e s e
correções em seus limites originais em estava presente (Fig 1). Entretanto,
função dos ajustes de campo e dos para os s i s t e m a s florestais, foi
relatórios parciais apresentados pelo necessário realizar desconl >s
INPE (1998; 1999a) quando da análise (antropismes, cursos d á g u a , oi.i.as
de imagens dos satélites LANDS AT paisagens não-queimadas, etc.) para
TM e DMSP. Feito isto, se evitar sobreposições e/ou
estabeleceram três blocos de queima contabilização de ambientes que não
distribuídos ao longo da orla florestal queimaram. Além disto, a área de
que envolve a região de savanas de llorestas (já descontada) também teve
Roraima. Estes blocos de queima que sofrer um ajuste em função da
representavam as grandes divisões intensidade de queima onde ela se
regionais onde o fogo estava presente: encontrava. Isto foi d e v i d o ao
(a) Bloco 1: setor leste, entre a comportamento diferenciado do fogo
margem esquerda dos rios Branco e em cada uma das zonas de
Tacutu (Canta - RR 170 - Rio Anauá), intensidade. Para isto, nós definimos
(b) Bloco 2: setor oeste; entre a um fator de queima para cada uma das
margem direita dos rios Branco e áreas em função de fotografias aéreas
Uraricoera (Caracaraí - Rio obtidas nos sobrevôos realizados du-
Uraricoera) e (c) Bloco 3: setor norte; rante e após os incêndios. Embora
entre a margem esquerda do rio com baixa qualidade e representando
Uraricoera e a direita do rio Tacutu uma pequena extensão, este foi o meio
(Ilha de Maracá - Pacaraima). Além encontrado para não provocar maiores
disto, eles foram subdivididos em zo- distorções do que aquelas já
nas de intensidade de queima florestal naturalmente existentes em um estudo
para indicar as diferenças existentes desta magnitude. Por esta metodologia.,
em cada uma destas subdivisões e, o a área efetivamente queimada de
tratamento diferenciado que cada uma florestas (área onde o fogo reaimenie
delas deveria sofrer: (a) alta provocou algum tipo de dano no
2

intensidade: mais de 50% das áreas sistema) foi de 11.394 km ('lab. 1).
florestadas a t i n g i d a s , (b) média Pelo alto grau de incertezas
intensidade: entre 5 e 50% e (c) baixa devido ao fogo superficial que não
intensidade: abaixo de 5%, mas com provocou estresse nas copas das
algumas alternâncias. árvores de algumas localidades e.
Os blocos de queima foram portanto, não foi detectado pelas
dispostos sobre a base fitofísionômica fotografias aéreas e nem pelas
montada a partir do mapa da SUDAM/ imagens de satélite, nós adotamos um
IBGE (1989) para estimar a área intervalo de área queimada para efeito
atingida pelo fogo por cada tipo do cálculo das emissões de gases. Este
florestal e oligotrófico (campinas e intervalo foi formado pelo valor acima
c a m p i n a r a n a s ) . A área atingida calculado e, pelo uso do fator de
representava a área total onde o fogo queima observado pela equipe de
Figura 1. Área bruta dos sistemas florestais e oligotróllcos (campinas/campinaranas) atingidas
pelos incêndios.

2
Tabela 1. Área (km ) de floresta intacta atingida c efetivamente queimada, por zona de impacto
do fogo (somatório de todos os blocos de queima).

Descontos
Área Área Fator do Área Falor de Área
Zona de impacto do AtllU|Kl.l Outros Atingida Queima Eletiva mente Queima Efetivamente
Bruta Rios Ambientes Antropismos 1 iqilldil Médio (1) Queimada Mádio (2) Queimada
(km i (km») Naturais (km-) (km | (%) (km ) 2
(%) (km')
(km )

Alto Impacto 13687 120 B81 1789 10797 85,1 9189

Médio Impacto 6022 48 416 1 145 4413 33,7 1487

Baixo Impacto 1583 12 23 320 7,3 90

Sub-total 21292 I80 1419 3253 16439 52.7 10766 ao,!) 13299

Alto Impacto (SN) (3) 2049 17 0 20 2012 31 2 (,28 828


13928
Total 23341 198 1419 3273 18451 11394

(1) Cálculo considerando os fatores de queima determinados para cada bloco de queima e por zona de impacto do logo.

(2) Cáculo considerando o falor determinado pelo IBAMA (1998), para a área total do incêndio em sistemas florestais.
(3) SN - Área de tensão ecológica; contato savana/floresta sazonal. Foi determinada juntamente com os transectos realizados nas savanas porque eles
cortavam este tipo de paisagem. Este cálculo foi feito em separado.
trabalho terrestre do IB AMA (1998), cultivos agrícolas), realizamos quatro
que registrou a porcentagem de 80,9% (4) transectos terrestres distribuídos
de área florestal com algum tipo de nas zonas de i m p a c t o do fogo
dano (efetivamente queimada) pelo (descritas acima): (a) transecto 1
fogo, independente da intensidade do (médio impacto): 147 km lineares en-
incêndio. L o g o , aplicando esta tre a região do Canta e a Vila União
porcentagem sobre o total de área (RR 170), (b) transecto 2 (baixo
atingida, d e t e r m i n a m o s que o impacto): 76 km lineares entre as Vilas
intervalo para área efetivamente Novo Paraíso (BR 174/210), Martins
q u e i m a d a se e s t a b e l e c e r i a entre Pereira, Moderna e fechando
2
11.394-13.928 km ou, entre 7,4% e novamente com Novo Paraíso, (c)
9,0% de toda a área florestada transecto 3 (médio impacto): 60 km
presente. A título de cálculo das lineares entre Mucajaí e a divisa
emissões, usaremos o valor médio intermunicipal de Iracema e Caracaraí
deste intervalo. e (d) transecto 4 (alto impacto): 64 km
N o s s a e s t i m a t i v a atual esta lineares entre a vicinal 1 do Apiaú,
acima dos p r i m e i r o s r e s u l t a d o s vicinal 9, travessão da 9, Ribeiro Cam-
alcançados por Barbosa (1998a;b) em pos e vicinal 7. Em cada um destes
s o b r e v ô o s nas r e g i õ e s atingidas transectos nós quantificamos o número
2
(7.800-9.200 km ) e, pelo INPE (1999) de lotes antropizados por categoria e
a partir de i m a g e n s de satélite por sua condição: " q u e i m a d o " ou
LAND SAT / TM (11.730 km ). No 2 "não-queimado". Feito isto,
primeiro caso, várias áreas deixaram estimamos a porcentagem média de
de ser quantificadas devido à limitação área queimada por zona de impacto de
da cobertura aérea e, no segundo, o fogo nestes a m b i e n t e s florestais
2

limite se deu devido a qualidade das transformados. Dos 5.776 k m de


i m a g e n s e a i m p o s s i b i l i d a d e de áreas antrópicas presentes em Roraima
2

detecção de fogos superficiais, sem até 1998 (já incluído 220 k m de


estressamento da cobertura foliar das novos desmatamentos), calculamos
2

árvores. Entretanto, em qualquer das que 4 8 , 1 % (2.780 km ) haviam sido


estimativas citadas, os valores são efetivamente queimadas. Os maiores
sempre superiores a área total j á fatores de queima foram determinados
desmaiada em Roraima até 1997 para as regiões localizadas nas zonas
2
(5.560 k m ) e muito acima das de alta intensidade de fogo, para
estimativas anunciadas anteriormente capoeiras ( 7 3 , 7 % ) e p a s t a g e n s
pelo governo para o evento (3.000 (62,7%o). O menor fator foi encontrado
2
km ) (Braga, 1998). para áreas de cultivo agrícola nas
regiões de baixa intensidade (15,4%).
Quanto ao procedimento para
d e t e r m i n a r a p r o p o r ç ã o de área Para os sistemas oligotróficos, as
queimada de ambientes antrópicos estimativas alcançaram um total de
2
florestais (pastagens, capoeiras e 1.388 km de área queimada, levando
em consideração os procedimentos abrange toda a região (e vizinhanças)
adotados anteriormente. Para o cálculo onde está localizado o Estado de
da área total queimada nas savanas, o Roraima. Portanto, possuindo tipos
procedimento foi descrito em Barbosa fisonômicos semelhantes. A biomassa
(1998b) e, leva em consideração as média total (ponderada) para todas as
medidas realizadas entre julho de 1997 florestas densas foi de 320 t/ha e, para
e j u n h o de 1998 nos transectos as florestas não-densas foi de 279 t/ha
estabelecidos ao longo de 540,1 km (Tab. 3). Em ambos os casos, há uma
lineares de estradas que cortam todas redução de 2 5 % e 3 4 % , r e s p e c -
as principais fisionomias de savanas tivamente, em relação aos valores
de Roraima. A área queimada desta apresentados por Fearnside (1997b)
paisagem totalizou 22.583 km . Um 2
para estimativas das emissões de
resumo das áreas originais e das carbono por d e s m a t a m e n t o em
efetivamente queimadas por tipologia Roraima no ano de 1990.
vegetal é dado na Tabela 2. Para os sistemas não-florestais
oligotróficos (campinas e
Biomassa Vegetal Total Original
campinaranas), além dos dados de
Biomassa Presente v o l u m e t r i a do R A D A M B R A S I L ,
O procedimento de cálculo para também fizemos uso dos estudos
a maioria das eco-regiões florestais existentes em eco-regiões similares na
(densas e não-densas), foi baseado no Venezuela (Bongers et al., 1985;
método de expansão de volume (m / 3
Klinge & Herrera, 1983) e de um
ha) em biomassa (t/ha) de Brown & trabalho realizado no sul de Roraima
Lugo (1992), ajustado pelo método de por uma equipe da Coordenação de
Fearnside (1992). Para Roraima, este Pesquisas em Silvicultura Tropical do
método sofreu ajustes nas categorias INPA em 1992 (Niro H i g u c h i ,
"biomassa morta acima do solo" e comunicação pessoal). Os valores de
"biomassa abaixo do solo". Para estes biomassa total variaram de 52 t/ha a
dois itens, foram adicionados novos 117 t/ha para estes s i s t e m a s . As
estudos aos anteriormente adotados demais eco-regiões não-florestais
por F e a r n s i d e ( 1 9 9 2 ) , como por (savanas), foram ajustadas através dos
exemplo os da Ilha de Maracá (Scott estudos de R.I.B. que estão sendo
et al., 1992; Thompson et al, 1992; realizados desde 1994 para
Nascimento, 1994, Villela, 1995) e, determinação da emissão de gases do
descartados outros que não se efeito estufa pela queima de savanas
enquadravam nas características de na Amazônia. Para a obtenção da
fisionomia vegetal existentes em biomassa abaixo do solo em sistemas
Roraima. Os dados volumétricos (m / 3
de savanas, utilizamos as proporções
ha) em escala regional foram obtidos obtidas por Castro & Kauffman (1998)
dos volumes 8, 9, 10, 11, 14 e 18 do em cerrados do Brasil Central. No
RADAMBRASIL (1975-1978), que geral, a biomassa total (acima e abaixo
Tabela 2. Área original e área efetivamente queimada dos tipos fitofisionômicos (naturais e
agroecossistemas) presentes em Roraima entre 1997/98.
Área 1997/98 (%) da área
queimada em
Categoria Código Ou» Subgrupo Classe
relação à área
Eletivamente
Presente
Queimada presente

Floresta Densa Da-0 floresta ombrófila floresta densa aluvial 2573 0 0.0

Db-0 floresta ombtolila fbresta densa terras baixas 7868 0 00

Dm-0 floresta ombrólila floresta densa rrontana 21457 0 0.0

Ds-0 floresta ombrólila floresta densa submortana 72821 2657 3,6

Sub-total Floresta Densa 104810 2657 2,5

As-0 floresta ombrófila floresta aberta submontara 8197 4 0.0

Rsfl floresta sazonal serrtdecüua submontana i2»; 485 377

áreas detensãoecológica e floresta ombrófila floresta


OM-0 17230 7010 40.7
contalo sazonal

áreas de tensão ecológica e


SN^) savaraUoresta sazonal 1975 628 31,8
contalo
Floresta Nao-Densa
áreas ôe tensão ecotógica e
SOO savana/floresta ombrólila 4466 215 4,8
corta»

vegetação oigotrctca
áreas de tensão ecológica e
LOfl lenhosa de brejos e 16674 394 2A
cortab
areais/ltoresta ombrólila

Sib-total Fbresta Nâo-Densa 49817 8737 175

vegetação otigotrófica
Ld-0 arbórea densa 12256 524 4.3
lenhosa de brejos e areais

vegetação oügotrólica
la-0 arbórea aberta 134 0 0.0
tenhosa de brejos e areais

vegetação oígotróflca
Lg-0 gramreo-lertosa 11573 864 75
lenhosa de brejos e areais

Sub-total dgotroficas 23962 1388 58

relígio ecológico alta altitude rronlana 20! 32 15,5


Mâo-Horestal "^°

Sg-0 savana cerrado grarrínao-tenhosa 15004 7932 52.9

Sp-0(2) savana cerrado parque 12443 7329 589

Td-3(2) savana eslépica Campos de Roraima arbórea densa 2313 1779 76 9

Tp-3 savana eslépica Campos de Roraima parque 8733 5511 63.1

Sub-total savana 38697 22583 58,4

Rural pastagens 3063 1538 50,2

capoeiras 1G99 854 50.3


Antrôpico(l)
altivos agrwxxas 794 169 21.2

desrratamentos'1998 220 220 100.0

Sub-total Antrópicos 5776 2780 48,1

Uibano cidades 251 0

Cusos cfãgua (3) 1803 0

Área lotai (knf) 225116 38144 169

(1) Rural: considerado como troca do uso da lerra apenas em áreas de floresta principalmente das tipologias Ds, ON. Fs, LO e As; Urbano: sedes municipais
(distribuídas da seguinte forma: 5 para Ds; 4 para ON; 1 para LO; 1 para SN; 2 para Sg; 1 para Sp; e 1 para Tp). Desmatamento foi considerado como
totalmente atingido pelo fogo.

(2) Sp representa, a título de cálculo, a soma de Sp com Sa e, Td representa, a título de cálculo, a soma de Td com Ta.

(3) Representa os principais rios de Roraima.


Tabela 3. Biomassa total estimada por tipologia vegetal (t/ha) em Roraima.
B iom a s s a ( l ' h a ) (2)
C a teflo ria C à d ig o
Acima d r> S olo
A baixo V Iva To la 1
V lua M o rta

F Io r o s Ia Densa D a -0 27 5 2 1 4 7 34 3

D b -0 2 7 6 2 1 4 7 34S

D m -0 2 3 2 1 8 4 0 290

D s -0 26 1 2 0 4 5 3 2 6

Média P o n d . Floresta Densa 2 5 7 2 0 4 4 3 2 0

Floresta Nao-Densa As-0 2 26 1 7 3 9 2 8 3

F s -0 2 2 6 1 7 39 28 3

O N -0 226 1 7 3» 283

S N 0 i se 1 2 2 7 1 9 7

S O O 1 58 1 2 2 7 1 97

L 0 -0 23 4 3 2 4 0 3 06

Média P o n d , F Io re s Ia N l o - D i n•a 2 2 0 2 2 3 8 2 7 9

Nao-lloreslal L d -0 3 9 .8 7 .8 6 9 .0 1 t 7

La-0 3 3.8 S .0 2 1 ,3 6 0

LO - 0 S .8 3 .7 4 2 .0 5 2

M é d la Pond. Ollgolrótlcas 2 3,3 5 ,e 5 5 ,7 8 5

rm 0 2 .7 0 ,4 1 0 ,0 1 3

S g -0 2 .9 0 ,4 1 0 ,9 1 4

S p -0 5 ,4 0 .6 2 0 .3 26

T d -3 26.1 2 ,9 6 6 ,S 9 5

Tp-3 S ,2 0 ,4 1 3 .3 1 9

Media Pond, Savanas 5 ,6 0 ,6 1 7 ,6 2 4

Antrópico (1 ) Rural

pastagens (1 ) 1 1 .2 6 5 ,5 1 2 ,2 8 9

capoeiras 3 0 .9 1 1 2 ,4 2 2 ,8 1 6 6

cultivos agrícolas 0 .4 5 9 ,3 9 S 6 9

desmalamenlos / 1998 0 .0 2 7 1 ,2 4 3 ,2 3 1 4

Média Pond. Anlróplcos 1 5 ,1 3 6 ,3 1 6 ,t 1 1 7

(1) Média de 2 pastagens na região do Apiaú/RFt. Viva acima do solo ó o somatório de capim com pequenas ervas e arbustos. Morta acima do soto. compreondo todo qualquer material
vegetal acima do solo pertencente a massa do pasto o a massa do aniigo uso llorestal (rroncos, por exemplo). (Barbosa & Fearnside, 1996).
(2) Metodologia para obtenção da Biomassa (Viva e Morta) Acima e Abaixo do Solo.
Da • Método de Expansão de Volume de Brown & Lugo (1992) aliado aos latores do ajustes do Fearnside (1992). modificados para massa morta acima e viva abaixo do solo
Db • Mótodo do Expansão do Volume de Brown & Lugo (1992) aliado aos latores de ajusles do Feamsido (1992), modificados para massa mona acima e viva abaixo do solo
Dm - Mélodo de Expansão de Volume de Brown & Lugo (1992) aliado aos fatores do ajustes de Fearnside (1992), modificados para massa mona acima e viva abaixo do solo (foram
ponderados dois valores: a) planalto sedimentar Roraima (10,7%) e b) montanhosa do Parima (89.3%)).
Ds - Mótodo do Expansão de Volume da Brown & Lugo (1992) aliado aos fatores de ajustes de Fearnside (1992). modificados para massa morta acima e viva abaixo do solo (foram
utilizados dois valores (média simples): a) baixa cadeia do montanha do Complexo Gulanense e b) sup. dissec. do Complexo Guianense).
As - Por falta do referências locais, ulilizou-so o mosmo valor determinado para ON.
Fs - Por falia de referências locais. utilizou*so o mosmo valor determinado para ON
ON • Mélodo do Expansão de Volume de Brown & Lugo (1992) aliado aos fatores de ajustes de Fearnside (1992), modificados para massa morta acima e viva abaixo do solo
SN - Mélodo do Expansão de Volume de Brown & Lugo (1992) aliado aos (atores de ajustes de Fearnside (1992). modificados para massa morta acima e viva abaixo do solo
SO - Por falta do roforéncias. utilizou-so o valor determinado para SN. (foi modificado a partir dos valores obtidos para 'La" (RAOAM), o comparado aos resultados encontrados por Silva
(1993))
LO - Utilizado como a média de Ires valores para compor a biomassa viva o morta acima do solo: a) expansão de volume; b) "Bana Alta" (Tall Amazon Caatinga), na Venezuela, por
Bongers et al. (1985) o c) Caatinga Amazônica, na Venezuela, por Klinge & Herrera (1963). Para a biomassa abaixo do solo, uiilizou*se a média de todo o restante do grupo, para formar a
porcentagem em relação à biomassa viva acima do solo.
Ld • Por lalta do referências locais, utilizou-se o valor determinado para "Bana Baixa' (Low Amazon Caatinga), na Venezuela, de Bongers ei al. (1985)
La • Obtido a padir do trabalho de campo de Cavalcanti & Hlguchi (com. pess.) no sul de Roraima na paisagem denominada como "Campina/Campinarana" Os valores do Peso Fresco
dos referidos autores foram ajustados para Peso Seco, segundo metodologia de Carvalho et al. (1995) e Higuchl et al. (1997). A correção de massa de outros componentes foi feito pelas
médias obtidas de'oulros componentes" de Bongers el al (1985). para "Bana".
Lg - Por falia de referências locais, utilizou-se o valor determinado para 'Bana Aberta" (Open Amazon Caatinga), na Venezuela, de Bongers el al. (1985)
rm - Estimativa baseada no estrato rasteiro das paisagens Sg. Sp e Tp.
Sg - Biomassa acima do solo (morta o viva) segundo Barbosa (1998) o. biomassa abaixo do solo, assumida como a média obtida dos resultados encontrados por Castro & Kauffman
(1998). para "campo limpo" e "campo sujo" à 2m de profundidade, próximo do Brasília (3.78 vezes a massa viva acima do solo)
Sp (o Sa)- Biomassa acima do solo (morta e viva) segundo Barbosa (1998) e. biomassa abaixo do solo. assumida como a média oblida dos resultados encontrados por
Castro & Kauffman (1998). para "campo limpo" e "campo sujo" à 2m de profundidade, próximo de Brasília (3.78 vezes a massa viva acima do solo)
Tp - Biomassa acima do solo (morta o viva) segundo Barbosa (1998) e, biomassa abaixo do solo. assumida como a média obtida dos resultados encontrados por Castro & Kauffman
(1998), para "cerrado aberto" e "cerrado denso" a 2m de profundidade, próximo do Brasília (2.55 vezes a massa viva acima do solo)
Td (e Ta)- Assumido o valor de Fearnside (a'd) - 29 ttia para biomassa acima do solo o. patticionando este valor (vivo e mono), pela média dos demais valores de cerrado encontrados na labcla. Para
biomassa abaixo do solo, o mélodo foi o mesmo adotado para Tp.
Pastagem - Biomassa viva acima do solo ó o resultado da média simples de duas amostragens realizadas na região do ApiaúVRR (Barbosa & Fearnside, 1996) (o valor para biomassa
mona acima do solo foi considerado o mosmo do determinado para capoeira - ambos os sistemas são provenientes de desmatamento: por sor uma paisagem resultante de desmatamento.
a biomassa abaixo do solo foi considerada como uma média da biomassa abaixo do solo de todos os sistemas llorestais).
Capoeira • Biomassa acima do solo ó assumida como o valor determinado para "capoeira* do 6-7 anos na região do Aplaú/RR (Fearnside et al.. sd). (biomassa mona foi considerada
como "romanoscento da floresta original" no mesmo estudo e, biomassa abaixo do solo ó a mesma relação descrlna para pastagem).
Cultivos Agrícolas - Assumido como o mesmo apresentado por Fearnside (1997a) para "farmland*, (o valor para biomassa morta acima do solo foi considerado como uma media simples
entre a massa morta acima do solo de pastagens e capooiras o,
a biomassa viva de novos desmalamenlos - todos considerados ambientes transformados)
Dosmatamenio do Período - Considerado como a biomassa presente no momento da derrubada. Foi determinado como uma ponderação dos valores detorminados para Ds. ON. Fs, LO
o As. A biomassa mona acima do solo é o conjunto desie cálculo mais o litter (fino e grosso) prô-exlsienle.
do solo) destes sistemas variou de 13- como uma ponderação (em função da
95 t/ha dependendo da proporção de área) de todos os outros tipos florestais
árvores presente em cada ambiente. que sofrem a ação do desmatamento
A estimativa da biomassa pre- em Roraima. O resultado para biomassa
existente nos sistemas antrópicos foi total nestes sistemas foi de 89 t/ha
realizada da seguinte forma: (a) (pastagens), 166 t/ha (capoeiras), 69 XJ
pastagens: utilizamos a média simples ha (cultivos agrícolas) e 314 t/ha (áreas
entre duas pastagens (7 e 9 anos de recentemente desmatadas).
idade) estudadas na região do Apiaú,
Biomassa Arbórea Florestal Morta
em Roraima, por Barbosa & Fearnside
pela Ação do Fogo
(1996). No resultado de biomassa viva
acima do s o l o , c o n s i d e r a m o s o Para o levantamento da biomassa
somatório da massa do capim e da morta nas unidades fitofisionômicas
m a s s a das p e q u e n a s ervas n ã o - florestais realizamos investigações
lenhosas. Para a biomassa morta pós-fogo em três regiões atingidas
acima do solo, consideramos o mesmo pelos incêndios: (a) Apiaú/Ribeiro
estudo e determinamos a média de Campos, (b) Trairão/Tepequém e (c)
toda a massa dos resíduos florestais Paredão, todos dentro da fisionomia
encontrados nas duas pastagens. Para ON (área de tensão e c o l ó g i c a e
a b i o m a s s a abaixo do solo, contato floresta ombrófila / floresta
consideramos as proporções médias sazonal), que foi a mais atingida dos
e x i s t e n t e s nos outros sistemas sistemas florestais. Para as espécies
transformados para determinar a arbóreas acima de 10cm de diâmetro
porcentagem em relação à massa viva à altura do peito ( D A P ) , estabe-
2
acima do solo; (b) capoeiras (florestas lecemos sete transectos de 750m cada
secundárias): utilizamos os resultados um, sendo três na primeira localidade,
obtidos por Fearnside et al. (sd) em três na segunda e um na terceira. Cada
uma derrubada de capoeira com 6 transecto foi dividido em 6 quadras de
2
anos de idade na região do Apiaú, 125m (5m x 25m), separadas por uma
R o r a i m a ; (c) cultivos a g r í c o l a s : distância de 20m. Em cada quadra nós
e s t i m a m o s como o m e s m o valor m e d i m o s o DAP de todos os
determinado por Fearnside (1997a) indivíduos mortos (câmbio seco e/ou
para biomassa viva acima do solo e, copa com folhas secas) e aplicamos a
admitimos o m e s m o resultado fórmula geral de determinação de
p r o p o r c i o n a l ( v i v a / m o r t a ) para biomassa (peso fresco) de árvores de
biomassa morta acima do solo nas florestas t r o p i c a i s indicada por
pastagens da região do Apiaú, em Carvalho et al. (1995) e Higuchi et al.
Roraima; (d) desmatamento 1998: (1997, 1998). O valor foi ajustado para
c o n s i d e r a m o s como a b i o m a s s a peso seco (t/ha) s e g u i n d o as
presente no ato da derrubada (antes da recomendações dos referidos autores.
queimada); este valor foi estimado Com isto, nós alcançamos o resultado
de 5,8 t/ha para os 2.173 indivíduos relação a outros estudos realizados em
mortos com DAP abaixo de 10cm e situações semelhantes, nosso valor
17,4 t/ha para os 46 indivíduos mortos p o r c e n t u a l para m o r t a l i d a d e de
com DAP acima de 10cm (Tab. 4). indivíduos (7,9%) é 5,5 vezes inferior
Estes valores são similares aos aos 4 4 % d e t e r m i n a d o para áreas
16,1 t/ha determinados para indivíduos queimadas de florestas derivadas de
m o r t o s acima de 10cm de DAP, corte seletivo em P a r a g o m i n a s
apresentado por Santos et al. (1998) na (Holdsworth & Uhl, 1997) e, 7,6 vezes
região do Apiaú e, com o menor que os 60,3% de mortalidade
l e v a n t a m e n t o de m o r t a l i d a d e de média encontrada 8 meses do pós-fogo
indivíduos que as equipes do IBAMA em 4 l o c a l i d a d e s t a m b é m do
realizaram em 5 regiões afetadas pelos município de Paragominas, Pará, em
incêndios; média de 50 indivíduos áreas de floresta j á p e r t u b a d a s
mortos/ha com DAP acima de 10cm, (Kauffman, 1991). Em termos de
incluindo palmeiras (IBAMA, 1998). biomassa arbórea total morta acima do
C o n t u d o , a variação dos valores solo, nossos valores representam
distribuídos pelas classes diamétricas menos da metade das 50 t/ha de massa
e localidades reflete uma grande morta por um incêndio leve (área
variação entre as regiões avaliadas, queimada apenas uma vez) constatado
apesar de todas serem classificadas na ao sul da cidade de Tailândia, Pará
mesma categoria florestal (ON). Em (Cochrane & Schulze, 1999). Embora

Tabela 4. Mortalidade de indivíduos (n/ha) e de biomassa (t/ha) arbórea acima do solo determinada
por três estudos realizados em Roraima no pós-incêndio.

Média Arbórea
Classes Diamétricas Simplificadas (cm)
Acima Solo
Parâmetros Fonte
< 5 5-10 > 10 Ind. Bio.

n/ha t/ha n/ha t/ha n/ha t/ha n/ha t/ha

Ind/Bio Total (1) 2120 5,6 307 19,9 58,5 219,7 3011 245,2

Mortas 1933 3,0 240 2,8 46 17,4 2219 23,3 Este Estudo

(%) mortalidade 91,2 54,2 78,3 14,1 7,9 7,9 73,7 9,5

Ind/Bio Total (2) 340 425


Santos et al.
Mortas 122 3,0 68 16,1
(1998)
(%) mortalidade 35,9 16,0

Ind/Bio Total 616


IBAMA
Mortas 50
(1998)
(%) mortalidade 8,1

(1) Para DAP > ou - 10cm; localidades do Apíaú/Ribeíro Campos, TrairáoTepequém e Paredão; Para DAP < 10cm; localidade do Apíaú/Ribeiro Campos
(2) Região do Apiaú/Mucajai
(3) Inclui palmeiras. Avaliação das areas do arco do incêndio lormado polas regiões do Roxinho. Caracarai. Apíaú. Pacaraima o Trairão.
hajam diferenças entre as estruturas buídas da seguinte forma: (a) 11 onde
florestais naturais e a q u e l a s já o fogo foi c o n s i d e r a d o de alta
pertubadas pela ação antrópica, as intensidade, (b) 5 em ambientes com
comparações acima relatadas sugerem danos de média intensidade e (c) 4 em
que uma a v a l i a ç ã o pós-fogo nas a m b i e n t e s com danos de baixa
circunstâncias de Roraima não deveria intensidade. Em cada quadra foram
ser realizada apenas para investigar os coletadas todas as peças de carvão que
impactos instantâneos que o incêndio se encontravam sobre o solo. Foram
provoca na floresta. Dramática troca d e t e r m i n a d o s o peso ú m i d o e,
de biomassa e número de indivíduos posteriormente, o peso seco (em estufa
mortos, mesmo em sistemas pouco a 105°C até peso c o n s t a n t e ) por
atingidos, devem ser observados e unidade de área. Nós ponderamos os
comparados com melhor exatidão em valores encontrados por intensidade de
investigações de longo prazo. queima para se e s t a b e l e c e r um
A b i o m a s s a arbórea morta resultado médio para toda a área
abaixo dos 10cm de DAP foi estimada queimada e por bloco de queima. O
através da contabilização dos indivíduos resultado médio foi de 229,7 kg de
(mortos e vivos) em 2 transectos de carvão formados por hectare atingido
2
375m cada (3 quadras de 125m ) 2 pelo incêndio nas áreas florestais.
estabelecidos na localidade do Apiaú/ (Tab. 5). Este valor é , em média,
Ribeiro Campos. Os indivíduos foram 0,089-0,104% da biomassa total acima
divididos em duas categorias: (a) menor do solo existente nas florestas (densa
que 5cm de DAP (incluindo todas as e não-densa) de Roraima e, difere
mudas e rebentos de diferentes alturas) substancialmente dos valores
e (b) entre 5-10cm de DAP. O cálculo encontrados para queima de sistemas
da biomassa destas duas categorias foi t r a n s f o r m a d o s c o m o pastagens
estimada em função da proporção existente ( 0 , 0 2 5 % a 0 , 0 3 8 % ) , capoeiras
entre o número de indivíduos presentes (0,006% a 0,020%) e desmatamentos
(mortos e vivos) e os valores determinados r e c e n t e s ( 0 , 0 1 9 % ) (Barbosa &
para biomassa abaixo de 10cm de DAP Fearnside, 1996; Fearnside, 1997a;b;
encontrados nas estimativas realizadas para Fearnside et al, sd).
biomassa total por tipologia florestal,
descrita acima. Eficiência de Queimada
A eficiência de queimada para as
Formação de Carvão categorias vegetais que compõem as
O carvão formado pela passagem fisionomias florestais que sofreram a
do fogo nos s i s t e m a s florestais ação do fogo foi decomposta em três
primários foi e s t i m a d o pelo grupos: (a) litter fino: folhas e
estabelecimento de 20 quadras de l m 2
gravetos inferiores a 2cm de diâmetro
cada, na localidade do Apiaú/Ribeiro caídos sobre o chão da floresta, (b) lit-
Campos. As quadras foram distri- ter grosso: troncos e galhos mortos
Tabela 5. Formação de carvão (t/ha) superficial decorrente dos incêndios em sistemas florestais
de Roraima (1997/98), por zona de intensidade e por bloco de queima

Categoria de Média Simples Área Efetivamente Queimada dentro de Cada Bloco (2)
Intensidade de por htensidade
Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3 Total
Queima Florestal (kg/ha)
(km2) (km2) (km2)

ALTAd) 258,7 1208 5278 2702 9817

MÉDIA 51,3 793 459 235 1487

BAIXA 9,8 51 27 11 90

Média Ponderada
por Bloco (kg de - 172,3 241,0 241,2 229,7
carvão/ha)
(1) Ponderamos o valor da zona de alta intensidade de queima porque 6 quadras foram coletadas em locais de terra-firme (173,9
kg/ha em 84% da área afetada e 5 em locais de pé-de-serra (707,3 kg/ha ou 16% da área afetada).
(2) O valor aqui utilizado foi o determinado pelo método das zonas de impacto do fogo.

sobre o solo com diâmetro acima de áreas abertas locais. Os valores foram
2cm e (c) outros componentes: demais aglutinados em uma única categoria de
c a t e g o r i a s v e g e t a i s que n ã o se intensidade de queima e variaram de
enquadram dentro de litter e também 28%o a 94,6%o, dependendo da classe
não são á r v o r e s . As e s t i m a t i v a s de biomassa a que se reportava. Para
percentuais de eficiência de queimada ambientes antrópicos os números se
foram baseadas na média das medidas estabeleceram entre 11,9% e 97,6%.
realizadas por Uhl et al. (1988) em
Concentração de Carbono
uma queima experimental em São
Carlos (Venezuela) e com os dados das A concentração de carbono (%
equipes das localidades do Trairão e C) nas categorias vegetais de sistemas
do Roxinho que compunham o grupo florestais foi estimada através das
do I B A M A que r e a l i z o u o medidas realizadas por Barbosa &
l e v a n t a m e n t o terrestre ( I B A M A , Fearnside (1996) e Fearnside et al.
1998). Os m a i o r e s e os menores (sd) em peças de madeira e outros
valores foram distribuídos entre as elementos florestais encontrados em
zonas de i n t e n s i d a d e de q u e i m a pastagens e capoeiras da região do
florestal e, em média, se Apiaú em R o r a i m a . Para a
estabeleceram entre 4,5% para o litter determinação da concentração em
grosso na baixa intensidade e, 97,6% categorias componentes das savanas,
para o litter fino na alta intensidade nós estamos utilizando os resultados
(Tab. 6). Para as categorias vegetais obtidos por R.I.B. em seus estudos
que c o m p õ e as s a v a n a s , foram sobre emissão de gases pela queima e
utilizados os dados dos estudos que d e c o m p o s i ç ã o de s a v a n a s em
R.I.B. esta realizando desde 1994 nas Roraima. Os resultados variaram de
Tabela 6. Eficiência de queimada (%) por zona de intensidade de queima (florestal) e por tipo
paisagístico, decorrente dos incêndios ocorridos em Roraima (1997/98).

Litter Fino Litter Grosso Outros Componentes


Categoria Código
Baixa Média Alta Baixa Média Alta Baixa Média Alta

Floresta (Densa Todas as


69,3 83,4 97,6 4,5 39,2 73,8 4,5 28,0 51,5
Tipologias

Ld-0 83,4 39,2 28,0

Lg-0 - 85,5 - 22,6 - 93,2

rm-0 - 85,5 - 22,6 • 93,2

Sg-0 - 81,9 - 18,6 - 90,2

Sp-0 • 84,2 22,9 - 94,8

Td-3 - 85,5 - 22,6 - 93,2

Tp-3 - 90,4 - 26,3 - 94,6

A.-itrópico Pastagem - • 45,6 - 11,9 - 82,1

Capoeira - - 91,3 - 31,6 - 80,0

Cultivo Agrícola 91,3 - 21,8 - 81,1

Desmatamento (3) - - 97,6 30,0 - 75,7

(1) Consideramos uma média geral para Iodos os tipos de sistemas florestais.
(2) Para os sistemas não florestais, nós levamos em consideração os valores determinados para as savanas locais e estimamos para as regiões
oligotróficas em lunçâo da massa presente em cada sistema.
(3) A eliciência de combustão para litter grosso e outros componentes em "desmatamento" (oi considerada como o mesmo valor observado em Altamira
por Fearnside el al. (1999). Para litter fino, utilizamos a media simples dos resultados encontrados pelos mesmos autores em Manaus e Altamira.

3 2 , 3 % C p a r a litter de savana 22,33 milhões t C ou 52,4% (Tab. 8). Do


gramíneo-lenhosa até 64,4% C para total de carbono afetado, 73,9% (31,47
carvão e n c o n t r a d o em diferentes milhões de t C) foram atribuídos aos
ambientes (Tab. 7). sistemas florestais primários que
sofreram a ação do fogo. Os sistemas de
Destino do Carbono Afetado
menor contribuição foram os
pelo Fogo
oligotróficos (outros sistemas não-
A massa total de carbono afetada florestais) com 2,0% do total afetado
pelos incêndios em Roraima entre 1997/ (0,84 milhões de t C).
98 foi de 42,58 milhões de toneladas de
carbono (t C) e seguiu três caminhos Emissões Brutas de Gases do
diferentes: (a) emitido instantânemente Efeito Estufa
para a atmosfera pela ação da Para estimar a quantidade de
combustão nos componentes vegetais: gases do efeito estufa ( C 0 , CH , CO, 2 4

19,73 milhões de t C ou 46,3% do to- N 0 , NOx e NMHC) emitidos para a


2

tal, (b) estocado na forma de carvão atmosfera, adotamos o método de


sobre o solo dos sistemas atingidos: 0,52 Fearnside (1997a;b), utilizando o
milhões de t C ou 1,2% e (c) material potencial de aquecimento global do
vegetal morto pelo fogo (principalmente Intergovernamental Panel on Climate
árvores) em processo de decomposição: Change (IPCC) em um horizonte de
Tabela 7. Concentração de carbono média (% C) presente nos principais componentes dos
sistemas ecológicos de Roraima.

Árvores Mortas
Litter Outros Carvão (Esl
Categoria Código (acima e abaixo
(fino+grosso) Componenes de Longo P
do solo)

Floresta (Densa Todas as 39,8 48,2 64,4


48,2
e Não Densa) Tipologias

Não Florestal Ld-0 48,2 39,8 48,2 64,4

Lg-0 46,1 38,3 39,6 64,4

rm-0 46,1 38,3 39,6 64,4

Sg-0 46,1 32,3 35,8 64,4

Sp-0 46,1 40,6 41,6 64,4

Td-3 46,1 38,3 39,6 64,4

Tp-3 46.1 42,1 41,2 64,4

Antrópico Pastagem 44,5 47,8 43,8 64,4

Capoeira 44,5 42,9 45,5 64,4

Cultivo Agrícola 44,5 45,4 44,6 63,8

Desmatamento 44,5 45,4 44,6 63,8

Tabela 8. Destino do carbono afetado pela queima de sistemas vegetais em Roraima (1997/98).

Combustão 0 1
Carvão Decomposição Total
Sistema
(%) (%) (%) (%)
6 6 6
(10M) (10 1) (10 1) (10 1)

Florestas 12,64 64,0 0,18 34,4 18,66 83,5 31,47 73,9

Savanas 3,10 15,7 0,0022 0,4 2,77 12,4 5,87 13,8

Outros Sistemas
0,27 1,4 0,0008 0,2 0,58 2,6 0,84 2,0
Não Florestais

Antrópicos 3,73 18,9 0,34 65,0 0,33 1,5 4,40 10,3

Total 19,73 46,3 0,52 1,2 22,33 52,4 42,58 100


(1) Combustão= emissão instantânea no ato da passagem do togo; carvão= carvão formado pela combustão incompleta do
material vegetal; decomposição= material que morreu e entrou em processo de decomposição após a passagem do fogo.

tempo de 100 anos (Schimel et al., nenhuma estimativa baseada na


1995), sem os descontos de sequestros liberação líquida de gases pela
de carbono da atmosfera pela biota decomposição do material vegetal
terrestre. Este método diferencia dois morto nos incêndios ou mesmo pelo
cenários de emissão de gases-traço seqüestro de carbono por sumidoros
diferentes de C 0 : (a) baixo cenário
2 artificiais ou naturais. Portanto, nossos
(baixa emissão de gases-traço) e (b) alto cálculos não se reportam ao balanço
cenário (alta emissão de gases-traço). anual do evento ou às emissões líquidas
Por ser um fato novo, não produzimos comprometidas, mas sim a emissão
bruta de gases estimada a partir do impactadas pelo fogo em 1997/98
carbono emitido instantaneamente por emitiram 4,0-4,7 milhões de toneladas
combustão no ato da passagem do fogo. de C equivalente ao C 0 . Levando em
2

O total de gases e m i t i d o s , consideração que várias queimadas


equivalente a C 0 , foi de 22,1-25,4
2
penetram em florestas anualmente por
milhões de toneladas, dependendo do toda a Amazônia, é possível prever
cenário de baixa e alta emissão de que as estimativas de carbono liberado
gases-traço diferentes de C 0 (Tab. 9).
2
anualmente pela região por distúrbios
Isto corresponde a 6,1-7,0 milhões de florestais sejam maiores do que os 0,3
t C equivalente a C 0 . A maior parte
2
x 109 Gt/ano atualmemnte assumidos
destas emissões (68,1-78,1%) foi (Fearnside, 1997a;b; Nepstad et al.,
atribuída aos sistemas de floresta 1999b). A pressão a n t r ó p i c a , a
primária impactados pelo fogo (4,0- ampliação das áreas pertubadas por
4,7 m i l h õ e s de t o n e l a d a s de C desmatamentos, pastagens, cultivos
equivalente a C 0 ) , seguindo-se os
2
agrícolas e exploração florestal por
ambientes antrópicos (1,2-1,4 corte seletivo nos últimos 20 anos em
milhões), as savanas (0,8-0,9 milhões) Roraima, foram a fonte de ignição que
e os outros sistemas não-florestais (0,1 provocou a queima de 38.144-40.678
2
milhões). Mesmo assumindo uma km de diferentes a m b i e n t e s ,
2
redução de 25-34% nas estimativas destacando-se os 11.394-13.928 km
anteriores de biomassa por unidade de de florestas primárias atingidas pelo
área florestal, nosso valor médio total fogo. O evento "El N i n o " apenas
(6,55 milhões de t C equivalente a maximizou os efeitos do aumento da
C 0 ) eqüivale a 1,5 vezes o calculado
2
atividade h u m a n a em s i s t e m a s
por Fearnside (1997b) para Roraima, florestais de Roraima nos últimos
c o n s i d e r a n d o todas as e m i s s õ e s anos, indicando que os riscos de
líquidas comprometidas para o ano de ocorrerem incêndios desta magnitude
1990 e todas as fontes/sumidouros de por toda a A m a z ô n i a podem ser
carbono daquele ano (4,3-4,4 milhões maiores do que aquele imaginado há
de t C equivalente ao C 0 ) . 2
pouco tempo.

CONCLUSÃO AGRADECIMENTOS
Incêndios florestais provocados Ademir J. dos Santos, Antônio C.
por q u e i m a d a s a n t r ó p i c a s na Catâneo e Jaime França, do IBAMA,
Amazônia em anos de grande seca Cario Zacquini da Comissão Pró-
como o do episódio "El N i n o " de Yanomami (CCPY/RR) e o Conselho
Roraima em 1997/98, podem provocar Indígena de Roraima (CIR)
a emissão de grandes quantidades de gentilmente cederam horas de vôo de
gases do efeito estufa para a seus projetos para facilitar as
atmosfera. Nossos resultados medições de área queimada via aérea.
indicaram que as florestas primárias Rogério Gribel (INPA), Jeanine Felfili
Tabela 9. Emissão bruta dc gases do efeito estufa (por combustão), provenientes dos incêndios
em Roraima entre 1997/98, com o total dos gases em equivalência ao C 0 em um horizonte de 2

tempo de 100 anos.

Oul. S i l l . H.
IIO •.'.1.11-.
i g a s eqüivale

10.65 3 r.r. 0 28 3 G5 1 8 24 1 0.65 3.06 0 28


0.1 S 0 02 0 00 0 .0 5 D 2 I 3.06 0.3 2 o 03
I 1 3 o JM 0 01 0.39 o.oc 0.00 0 cc

a .oo
o.oo 0.00
0 .00
0 00
0.01
0.30 } 01
11 0 0
g .c i
0 .0 0 0 00 0 00
0 .Cl
o ,00 II .0 5 0 .00 0.00 I) ,00 0 .00

23,2

Em 1 0 ' 1 de gas e m e n d o Em 1 0 ' I d» g»s eqüivalem» a C O ,


CO, I 10.65 3.66 0.28 3.65 1 8.24 10.65 3.66 0.2» 3.65 18.24 68.8
CH, 24.5 0.24 0.03 0.00 0.08 0,35 5.10 0.56 0.04 1.74 7.44 28.0

CO 0 2.26 0.78 0.06 0.78 3.88 0.00 0.00 0.00 0.00 0,00 0.0C
N O
t 320 0.00 0.00 0.00 0.00 0.003 0.53 0.10 0.01 0,18 0,82 3.11
NO, 0 0.06 0.01 0,00 0.02 0,10 0.00 0,00 0.00 0,00 0,00 0.0C
NMHC 0 0.16 0,04 0.00 0.05 0,25 0.00 0,00 0.00 0.00 0.00 0.0C
Totalde g a s equivalente a C O , 1 6.3 4.3 0.3 5.6 26.5
C equivalente a C O , 4.5 1.2 0.1 1,5 7.3

(1) GWP=Potencial de aquecimento global (é um valor determinado pelo IPCC para dar peso aos gases-traço em um horizonte de tempo de 100 anos)

(2) Os Baixo e Alto Cenários são relativos ao peso dado ao gases-traço diferentes de C02.
(3) Os fatores de emissão que determinam a Iraçao de carbono que corresponde a uma quantidade qualquer de gás emitida foram retirados de: (a] llorestas e
desmatamentos: Fearnside (1997a) e IPCC/OECD (1997); (b) savanas e outros sistemas nao-lloresiais: Hurst et al. (1996) e IPCC/OECD (1994).

(UnB), Ary T. O. Filho (U. F. de Ribeiro do Nascimento (Convênio


Lavras), Marco Aurélio Fontes (U. F. INPA/GERR), colaboraram com as
de Lavras) e Marcelo T. Nascimento atividades de campo.
(UENF), se colocaram a disposição
c e d e n d o g e n t i l m e n t e seus d a d o s Bibliografia citada
originais de campo para comparações
Barbosa, R.I. 1993. Ocupação humana em
com n o s s a b a s e de c á l c u l o s de Roraima. II . Uma revisão do equívoco
m o r t a l i d a d e dos indivíduos nos da recente política de desenvolvimento
sistemas florestais. Viriato de Souza e o crescimento desordenado. Boi. Mus.
Cruz (ZEE/Roraima), operacionalizou Par. Emílio Goeldi (S. Antrop.), 9(2):
177-197.
todas as medidas de área queimada
Barbosa, R.I. 1997. Distribuição das Chuvas
com a cessão da utilização dos
em Roraima. In: Barbosa, R.I.; Ferreira,
equipamentos e "softwares" à E.; Castellón, E. (eds.). Homem,
disposição da Secretaria Executiva do Ambiente e Ecologia no Estado de
ZEE/Roraima. Thelma Krug e João Roraima. INPA, Manaus, p. 325-335.
Roberto dos Santos, ambos do YNPE, Barbosa, R.I. 1998a. Avaliação preliminar da
colaboraram com trocas de informações área dos sistemas naturais e
agroecossistemas atingida por incêndios
que facilitaram o ajuste final das áreas
no Estado de Roraima (01.12.1997 a
atingidas pelos incêndios. Sebastião 31.03.1998). Instituto Nacional de
Pereira do Nascimento e Herundino Pesquisas da Amazônia / Núcleo de
Pesquisas de Roraima (INPA/NPRR), 263-283.
02.04.1998. Boa Vista 18p. Cochrane, M.A.; Schulze, M.D. 1999. Fire as
(manuscrito). a recurrent event in tropical forests of the
Barbosa, R.I. 1998b. Avaliação da área dos Eastern Amazon: effects on forest
sistemas naturais e agroecossistemas structure, biomass, and species compo-
atingida pelo fogo no Estado de sition. Biotropica, 31(1):2-16.
Roraima (01.12.97 a 30.04.98). Instituto Cochrane, M.A.; Alencar, A.; Schulze, M.D.;
Nacional de Pesquisas da Amazônia / Souza, CM.; Nepstad, D.C.; Lefcbvre,
Núcleo de Pesquisas de Roraima (INPA/ P.; Davidson, E.A. 1999. Positive feed-
NPRR), 16.05.98. Boa Vista. backs in the fire dynamic of closed
21p+anexos. (manuscrito). canopy tropical forests. Science, 284:
Barbosa, R.I. 1998c. Incêndios de Roraima 1832-1835.
(1997/98): Area queimada, biomassa, DEFAR A/IN MET. 1999. Mapa das
mortalidade e formação de carvão nas precipitações ocorridas em Boa Vista/RR
principais fitofisionomias. Instituto no período de 01.01.97 a 25.03.99.
Nacional de Pesquisas da Amazônia / Delegacia Federal de Agricultura em
Núcleo de Pesquisas de Roraima (INPA/ RoraimaMnstituto Nacional dc
NPRR), 0 4 . 1 2 . 9 8 . Boa Vista 2 0 p . Meteorologia (lo Distrito dc
(manuscrito). Meteorologia). 3p.
Barbosa, R.I.; Fearnside, PM. 1996. Pasture Eastman, J.R. 1995. Idrisifor Windows (v 1.0).
burning in Amazonia: Dynamics of re- Clark University, Worcester, Massachusetts.
sidual biomass and storage and release
Fearnside, P.M. 1992. Forest biomass in Bra-
of abouveground carbon. Journal of
zilian Amazônia: Comments on the es-
Geophysical Research, 101(D20):
timate by Brown and Lugo. lnterciencia,
25847-25857.
17(1): 19-27.
Bongers, F.; Engclen, D. ; Klinge, H. 1985.
Fearnside, P.M. 1996. Amazonia and the glo-
Phytomass structure of natural plant
bal warming: Annual balance of green-
communities on spodosols in southern
house gas emissions from land-use
Venezuela: the Bana woodland.
change in Brazil's Amazon region. In:
Vegetatio 63: 13-34.
Levine, J.S. (ed.). Biomass Burning and
Braga, I. 1998. FHC assume incêndio de Global Change, vol. 2. Massachusetts
Roraima. Amazonas em Tempo, Manaus, Institute of Technology, Boston, EUA. p.
09 de julho de 1998. p. B4. 606-617.
Brown, S.; Lugo, A. 1992. Aboveground bio- Fearnside, P.M. 1997a. Greenhouse gases from
mass estimates for tropical moist forests deforestation in Brazilian Amazonia: net
of the Brazilian Amazon, lnterciencia commited emissions. Climatic Change,
17(1): 8-18. 35(3): 321-360.
Carvalho, J.A.; Santos, J.M.; Santos, J.C.; Fearnside, P.M. 1997b. Roraima e o
Leitão, M.M. ; Higuchi, N. 1995. A aquecimento global: balanço anual das
tropical rainforest clearing experiment emissões de gases do efeito estufa
by biomass burning in the Manaus re- provenientes da mudança de uso da terra.
gion. Atmospheric Environment, 29(17):
In: Barbosa, R.I.; Ferreira, E.; Castellón,
2301-2309.
E. (eds.). Homem, Ambiente e Ecologia
Castro, E.A. ; Kauffman, J.B. 1998. Ecosys- no Estado de Roraima. INPA, Manaus,
tem structure in the Brazilian Cerrado: p. 337-359.
a vegetation gradient of aboveground Fearnside, P.M.; Graça, P.M.L.A.; Filho, N.L.;
biomass, root mass and comsuption by Rodrigues, F.J.A.; Robinson, J.M. 1999.
fire. Journal of Tropical Ecology, 14: Tropical forest burning in Brazilian
Amazonia: measurement of biomass (Acre, Roraima e Amapá). IBGE, Rio de
loading, burning efficiency and charcoal Janeiro. 452p.
formation at Altamira, Pará. Forest Ecol- IBGE 1999. Estimativa da população de
ogy and Management, 123: 65-79. Roraima em 1997 e 1998. Instituto
Fearnside, P.M.; Barbosa, R.I.; Graça, Brasileiro de Geografia e Estatística /
P.M.L.A. (sd). Burning of secondary for- Superintendência Regional de Roraima,
est in Amazonia: Biomass, burning effi- lp. (manuscrito)
ciency and charcoal formation during INPE 1998. Estimativa da área de cobertura
land preparation for agriculture in florestal afetada pelo incêndio em
Roraima, Brazil, (manuscrito em Roraima, utilizando dados de multi-
preparação). sensores. Instituto Nacional de Pesquisas
Higuchi, N.; Santos, J.; Ribeiro, R.J.; Minette, Espaciais (INPE)/Divisão de
L.; Biot, Y. 1997. Biomassa da parte Sensoriamento Remoto (outubro de
aérea davegetação da floresta tropical 1998). 71p. (manuscrito)
úmida de terra-firme da Amazônia INPE 1999a. Estimativa da área de cobertura
Brasileira. In: Biomassa e Nutrientes florestal afetada pelo incêndio em
Florestais - Projeto BIONTE/Relatório Roraima a partir de dados de satélite.
Final. MCT-INPA/DFID. pp. 49-64. Instituto Nacional de Pesquisas
Higuchi, N.; Santos, J.; Ribeiro, R.J.; Minette, Espaciais (INPE); janeiro de 1999. 8p.
L.; Biot, Y. 1998. Biomassa da parte aérea (manuscrito).
da vegetação da floresta tropical úmida de INPE 1999b. Monitoramento da Floresta
terra-firme da Amazônia Brasileira. Acta Amazônica Brasileira por Satélite 1997-
Amazônica, 28(2): 153-166. 1998. Instituto Nacional de Pesquisas
Holdsworth, A. R., ; Uhl, C.. 1997. Fire in Espaciais (INPE), fevereiro de 1999. 22p.
eastern Amazonian logged rain forest IPCC/OECD 1994. Greenhouse gas inventory
and the potential for fire reduction. Eco- reporting instructions (final draft). IPCC
logical Applications 7(2): 713-725. Draft Guidlines for National Greenhouse
Hurst, D.F.; Griffith, D.W.T.; Cook, G.D. 1996. Gas Inventories (vol. 1). IPCC/OECD
Trace-gas emissions from biomass burn- Joint Programme, pp. 4.69-4.72 (Total
ing in Australia. In: J.S. Levine (ed), Carbon Released from Savanna Burning).
Biomass burning and global change, IPCC/OECD 1997. Greenhouse gas inventory:
Volume 2. Boston, Massachusetts Insti- reference manual. In: Houghton,J.T.;
tute of Technology, p. 787-792. Meira FilhoJL.G.; Lim,B.; Tréanton,K.;
IBAMA 1998. Avaliação rápida dos impactos Mamaty.I.; Bonduki,Y; Griggs,D.J. &
ambientais dos incêndios sobre as CalIander,B.A. (eds.) Revised 1996 IPCC
florestas no estado de Roraima. Instituto Guidelines for National Greenhouse Gas
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Inventories (Vol. 3). pp. 5.30-5.34.
Recursos Naturais Renováveis Kauffman, J.B. 1991. Survival by sprouting fol-
(IBAMA). versão revisada de setembro lowing fire in tropical forests of the East-
de 1998. 91p. (manuscrito) ern Amazon. Biotropica 23(3): 219-224.
IBGE 1985. Censo Agropecuário 1985 - Kauffman, J.B.; Uhl, C ; Cummings, D.L.
Roraima. IBGE, Rio de Janeiro.238p 1988. Fire in Venezuelan Amazon 1:
IBGE 1992. Manual Técnico da Vegetação Fuel biomass and fire chemestry in the
Brasileira - Manuais Técnicos em evergreen rainforest of Venezuela. Oikos,
Geociências no 1. Fundação Instituto 53: 167-175.
Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio Klinge, H.; Herrera, R. 1983. Phytomass struc-
de Janeiro. 92p. ture of natural plant communities on
IBGE 1995-96. Censo Agropecuário 1995-96 spodosols in southern Venezuela: the Tall
Amazon Caatinga forest. Vegetatio, 53: experiências de monitoreo com dados
65-84. ópticos y dc microondas. Revista Série
Luz, F.J.F. 1999. Resumo dos diagnósticos dos Geográfica, 7: 97-108.
Assentamentos do INCRA em Roraima Schimel, D.; Alves, D.; Enting, I.; Heimann,
(1998/99). (manuscrito). M,; Joos, F.; Raynaud, D.; Wigley, T;
MAA/INMET 1998. Observações meteoro- Prather, M.; Derwent, R.; Ehhalt, D.;
lógicas do ano de 1998. Estação de Boa Fraser, P.; Sanhueza, E.; Zhou, X.; Jonas,
Vista/RR. Ministério da Agricultura e do P.; Charlson, R.; Rodhe, H.; Sadasivan,
Abastecimento / Instituto Nacional de S.; Shine, K.P.; Fouquart, Y.;
Meteorologia/1" Distrito de Meteorologia Ramaswany, V; Solomon, S.;
(Manaus). Srinivasan, J.; Albritton, D.; Derwent,
R.; Isakscn, I.; Lai, M.; Wuebbles, D.
Nascimento, M.T. 1994. A monodominant rain
1995. Radiative forcing of climate
forest on Maracá Island, Roraima, Bra-
change. In: Houghton, J.T.; Meira Filho,
zil: Forest structure and dynamics. PhD
L.G.; Callander, B.A.; Harris, N.;
Thesis. Stirling (Reino Unido), Univer-
Kattenberg, A.; Maskell, K. (eds). Cli-
sity of Stirling. 146p.
mate Change 1995: The Science of Cli-
Negreiros, G.H.; Sandberg, D.; Alvarado, E.; mate Change, Cambridge University
Hinckley, T; Nepstad, D.C.; Pereira, M. Press, Cambridge, p. 65-131.
1996. Fire along the transition between
Scott, D.A.; Proctor, J.; Thompson, J. 1992.
the Amazon forest and Cerrado ecosys-
Ecological studies on lowland evergreen
tems, in: 13th Conference on Fire and
rain forest on Maracá Island, Roraima,
Forest Metereology (27-31 October),
Brazil. II. Litter an nutrient cycling.
Lome, Australia.
Journal of Ecology, 80: 705-717.
Nelson, B.W.; Irmão, M.N. 1998. Fire penetration
SENAGRO/ITERAIMA 1996. Mosaico de
in standing Amazon forests. In: IXSimpósio
Imagens LANDSAT TM (1:1.000.000)
Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Santos
do Estado de Roraima. SENAGRO,
(11 a 18 de setembro de 1998).
Curitiba.
Nepstad, D.C.; Moreira, AG.; Alencar, A. A. 1999a
Shulze, M.D. 1998. Forest fires in the Brazil-
Flames in the rain forest: origins, impacts and
ian Amazon. Conservation Biology,
alternatives to Amazonian fire. Pilot Program
12(5): 948-950.
to Conserve the Brazilian Rain Forest/World
Bank. Brasilia. 161 p. Silva, E.L.S. 1997. A vegetação de Roraima.
In: Barbosa, R.I.; Ferreira, E.; Castellón,
Nepstad, D.C.; Veríssimo, A.; Alencar, A.;
E. (eds.). Homem, Ambiente e Ecologia
Nobre, C ; Lima, E.; Lefebvrc, P.;
no Estado de Roraima. INPA, Manaus.
Schlesinger, P.; Potter, C ; Moutinho, P.;
p.401-415
Mendoza, E.; Cochrane, M.; Brooks, V.
1999b. Large-scale impoverishment of SUDAM/IBGE 1989. Mapa de Vegetação da
Amazonian forests by logging and fire. Amazônia (1:2.500.000). Superinten-
Nature 398: 505-508. dência dc Desenvolvimento da Amazônia
/ Instituto Brasileiro dc Geografia e
RADAMBRASIL 1975-1978. Projeto
Estatística. Belém.
RADAMBRASIL - Levantamento dos
Recursos Naturais; Volumes 8, 9,10, 11, Thompson, J.; Proctor, J.; Viana, V; Millikcn,
14 e 18. Rio de Janeiro, Ministério das W.; Ratter, J.A.; Scott, D.A. 1992. Eco-
Minas e Energia. logical studies on a lowland evergreen
rain forest on Maracá Island, Roraima,
Santos, J.R.; Pardi Lacruz, M.S.; Araújo, L.S.;
Brazil. I. Physical environmental, forest
Xaud, H.A.M. 1998. El proceso de
structure and leaf chemestry. Journal of
queima dc biomassa de bosque tropical
Ecology, 80: 689-703.
y de sabanas en la Amazonia Brasilera:
Uhl, C ; Kauffman, J.B.; Cummings, D.L.
1988. Fire in the Venezuelan Amazon 2:
Environmental conditions necessary for
forest fires in the evergreen rainforest of
Venezuela. Oikos, 53: 176-184.
Villela, D.M. 1995. Nutrient cycling in a
monodominant and other rain forest
types on Maracálsland, Brazil. PhD
Thesis. Stirling (Reino Unido), Univer-
sity of Stirling. 138p.

Aceito para publicação cm 17/11/1999

Potrebbero piacerti anche