Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
1 2
Reinaldo Imbrozio BARBOSA , Philip Martin FEARNSIDE
RESUMO — Foi estimada a área queimada, a biomassa vegetal total acima e abaixo do solo, a formação
de carvão, a eficiência de queimada e a concentração de carbono de diferentes paisagens naturais e
agroecossistemas que foram atingidos pelos incêndios ocorridos durante a passagem do “El N i ñ o ” em
1997/98 no Estado de Roraima, extremo norte da Amazônia Brasileira. O objetivo foi o de calcular a emissão
bruta de gases do efeito estufa liberados por combustão das diversas classes de biomassa que compõem
cada tipo fitofisionômico atingido. A área total efetivamente queimada foi estimada entre 38.144-40.678
2 2
km , sendo 11.394-13.928 km de florestas primárias (intactas, em pé) e, o restante, de savanas (22.583
2 2
km ), campinas / campinaranas (1.388 km ) e ambientes florestais já transformados como pastagens, área
2
agrícolas e florestas secundárias (2.780 km ). O total de carbono afetado pelos incêndios foi de 42,558
milhões de toneladas, sendo que 19,73 milhões foram liberados por combustão, 22,33 milhões seguiram
para a classe de decomposição e 0,52 milhões foram depositados nos sistemas na forma de carvão (estoque
de longo prazo). A emissão bruta de gases do efeito estufa, em milhões de toneladas do gás, considerando
apenas o emitido por combustão foi de 17,3 de CO , 0,21-0,35 de CH , 1,99-3,68 de CO, 0,001-0,003 de
2 4
a CO emitido por combustão, quando considerado o potencial de aquecimento global de cada gás em um
2
horizonte de tempo de 100 anos utilizado pelo IPCC, foi de 6,1-7,0 milhões de toneladas.
Palavras-chave: incêndios florestais, carbono, Amazônia, Roraima, efeito estufa, El Niño,
aquecimento global.
Fires in the Brazilian Amazon: Estimate of Greenhouse Gas Emissions from Burning of
ABSTRACT — The area burned, total biomass above and below-ground, charcoal formation, burning
efficiency and the carbon concentration were estimated for the different natural landscapes and agricultural
systems that were exposed to fire during the “El Niño” of 1997-98 in the state of Roraima, in the
released by combustion from the various biomass classes comprising each landscape type. The total area
2 2 2
burned was 38,14440,678 km , of which 11,394-13,928 km was intact primary forest, 22,583 km was
2 2
savanna, 1,388 km was white sand scrub formations, and 2,780 km was pastures, secondary forest and
6 6
agricultural plots. Total carbon affected by the fire was 42.58 x 10 tons (t), with 19.73 x 10 t being
term carbon storage) formed during the bums. Gross emissions of greenhouse gases emitted by
6 6
0.09 x 10 t NO and 0.25 x 10 t NMHC (non-methane hydrocarbons). The total emission in carbon
x
equivalent to CO emitted by combustion, based on the global warming potentials for each gas over the
2
6
100-yr horizon used by the IPCC, was 6.1-7.0 x 10 t C.
Key- words: forest fires, carbon, Amazônia, Roraima, greenhouse effect, El Niño, global warming.
1
. INPA/CTA - Conv. INPA/GERR - Caixa Postal 96 - 69301-970 Boa Vista/Roraima-Brasil.
2
. INPA/Coordenação de Pesquisas em Ecologia - Caixa Postal 478 - 69011-970 Manaus/Amazon
INTRODUÇÃO ocasionaram a queima de grandes áreas
de florestas em Roraima. Na verdade, a
Incêndios florestais de grandes probabilidade deste risco ocorrer ao
proporções em regiões com elevada longo do tempo pode ser esperada a
umidade na Amazônia poderiam ser aumentar devido a pressão de
considerados como eventos raros, assentamentos humanos em áreas de
sendo que poucas pessoas teriam dado floresta por toda a A m a z ô n i a ,
crédito a esta idéia há pouco tempo amplificados pelo incremento nas
atrás (Uhl et ai, 1988; Kauffman, atividades de exploração florestal,
1 9 9 1 ; N e l s o n & I r m ã o , 1998). agricultura de corte e q u e i m a e
Entretanto, entre o final de 1997 e o conversão de florestas primárias em
início de 1998, ocorreram incêndios pastagens, todos incrementando a
que penetraram não só em florestas vulnerabilidade das florestas
primárias como também em outros adjacentes (Kauffman et al., 1988;
diferentes tipos de ecossistemas do Negreiros et al., 1996; Cochrane,
Estado de R o r a i m a , situado no 1999; Nepstad et al, 1999a;b).
extremo norte da Amazônia Brasileira
(Barbosa, 1998a;b;c; IB AMA, 1998; Devido ao recente interesse e as
INPE, 1998; 1999a; Shulze, 1998). poucas oportunidades de observações
Fogos em eco-regiões como savanas e em grandes áreas contínuas, são raros
sistemas florestais transformados os estudos que tentam avaliar os riscos
(capoeiras, pastagens e desmatamentos), de susceptibilidade de incêndios na
que tradicionalmente queimam neste Amazônia provocados por algum tipo
período, se alastraram por milhares de de d e s e q u i l í b r i o c l i m á t i c o e/ou
quilômetros quadrados e atingiram uma antrópico. Pelo mesmo motivo, não
grande área de floresta p r i m á r i a existem investigações que se reportem
(intacta, em pé), provocando a morte a liberação de gases do efeito estufa
de árvores e a emissão de milhões de p r o v o c a d o s por i n c ê n d i o s desta
toneladas de gases do efeito estufa para natureza. Com o crescimento das
a atmosfera. A enorme proporção do atividades humanas na Amazônia, há
fogo foi creditada, principalmente, à necessidade de se aumentar o volume
estiagem provocada pelo forte de informações sobre os impactos
fenômeno "El Nino" do biênio 1997/98. climáticos futuros que este tipo de
Entretanto, o grande fogo ocorrido em evento pode acarretar ao nível regional
Roraima não deve ser visto como um e global. P e n s a n d o n i s t o , nós
evento ocasionado exclusivamente por objetivamos calcular a emissão de
este efeito climático. Mais do que isto, gases do efeito estufa, provocada pelos
ele deve ser visto como uma série de incêndios de Roraima em diferentes
fatores que agiram simultaneamente tipos de s i s t e m a s n a t u r a i s e
onde, o "El Nino", foi um maximizador agroecossistemas que sofreram a ação
de agentes pré-existentes que do fogo entre 1997 e 1998. Para fazer
os c á l c u l o s nós e s t i m a m o s os
seguintes parâmetros: (a) a área de em 1997 (INPE, 1999b).
cada sistema natural e agroecossistema A vegetação natural de Roraima
atingido, (b) a biomassa vegetal total é um mosaico de paisagens que vão de
(acima e abaixo do solo) por unidade savanas (nordeste) a florestas (sul e
de área, (c) a mortalidade arbórea oeste), passando por diferentes tipos
devido ao fogo, (d) a formação de de s i s t e m a s o l i g o t r ó f i c o s c o m o
carvão nos sistemas atingidos, (e) a campinas e campinaranas no centro-
eficiência de q u e i m a d a p a r a as sul do E s t a d o ( S i l v a , 1997). A
diferentes classes vegetais que compõe precipitação pluviométrica anual é
cada sistema e (f) a concentração de variável e pode se estabelecer em um
carbono em cada uma destas classes. gradiente que vai de l.OOOmm
(extremo nordeste das savanas) até
Descrição Geral de Área 2.300 mm (regiões sul e extremo
R o r a i m a é um dos antigos oeste) (Barbosa, 1997). A localidade
territórios federais transformados em com maior v o l u m e de d a d o s
estado da federação pela Constituição climáticos é a da capital Boa Vista.
Federal de 1988, situado no extremo Sua média anual de precipitação é de
norte da Amazônia brasileira. Entre 1.614 mm ( 1 9 1 0 a 1995). Entre
1980 e 1998, a p o p u l a ç ã o local setembro de 1997 e março de 1998, a
triplicou, passando de 82.018 para precipitação foi de apenas 30,6 mm
260.705 habitantes (IBGE, 1999). A nesta região, quando o esperado pela
explosão migratória deste período foi média histórica do mesmo período seria
incentivada pelo próprio poder público de 352 mm (DEFARA/INMET, 1999).
local em três grandes fases: (a) ao final A umidade relativa do ar (%) ficou
da década de 1970, com apoio do abaixo dos 60% entre fevereiro e março
Governo Federal, dentro do Programa de 1998 (MAA/INMET, 1998).
de Pólos da Amazônia (POLO-
AMAZÔNIA), sub-programa POLO- Área dos Sistemas Naturais e
RORAIMA, (b) ao final da década de Agroecossistemas Atingidos
1980, quando da transformação do
território em e s t a d o , a t r a v é s do Área Original
"boom" mineral em terras indígenas Para determinar a área total
Yanomami e (c) ao início dos anos atingida pelo fogo, dimensionamos a
1990 dentro dos programas estaduais área original de todas as
de recrutamento de migrantes em fitofisionomias originais existentes em
outras regiões do país com problemas Roraima. Utilizamos como base uma
fundiários (Barbosa, 1993). O digitalização do Mapa de Vegetação da
crescimento populacional provocou Amazônia na escala de 1:2.500.000
um aumento de 55,6 vezes na área to- (SUDAM/IBGE, 1989), porque esta
tal de florestas desmaiadas, passando base usa a classificação tipológica
2 2
de 100 km em 1978 para 5.560 km padrão da vegetação brasileira descrita
em IBGE (1992). Após a determinação c o m p o s i ç ã o m é d i a de quatro
macroespacial dos tipos que fazem resultados: (a) censo agropecuário de
parte do cenário regional, todo o 1985 ( I B G E , 1985), (b) c e n s o
conjunto foi escaneado e codificado agropecuário de 1995/96 ( I B G E ,
por cores para facilitar a medida de 1995-96), (c) Feamside (1996) para
área original. Baseado em observações as três paisagens equilibradas no ano
de campo e no Mosaico de Imagens de de 1990 e (d) o r e s u m o dos
Satélite LANDS AT TM (1:1.000.000) diagnósticos dos assentamentos do
(SEN A G R Q / i T E R A I M A , 1996), INCRA em Roraima de 1998/99 (Luz,
realizamos ajustes e modificações no 1999). As áreas determinadas para as
mapa digitalizado, devido a algumas três categorias antropizadas foram
incorreções existentes, como por subtraídas de cada eco-regiào-florestal
exemplo campinas denominadas como a que pertenciam, proporcionalmente
savanas ou florestas densas definidas ao número de quilômetros lineares de
como c o n t a t o s . Com auxílio do estradas/vicinais existentes em cada
IDR1SI ( E a s t m a n , 1995), um sistema, assumindo uma relação direta
programa de computador que analisa entre estradas e áreas desmatadas. As
dados de informação geográfica para áreas antropizadas urbanas foram
classificação espacial (no caso, tons de computadas através da extrapolação
cores), estimamos o número de "pix- do n ú m e r o de " p i x e l s " médios
els" de cada tipo de vegetação e, contidos em cada sede municipal. Do
proporcionalizamos a área de cada mesmo modo que as rurais, foram
feição vegetal, considerando a área descontadas de cada tipo paisagístico
total de Roraima como 225.116,1 km . 2
onde a cidade se e n c o n t r a . Para
estimar a área dos principais cursos
Para estimar a área líquida
d'agua, utilizamos o mesmo
presente em 1997/98 por tipologia
procedimento para o cálculo das
original, foi necessário fazer dois tipos
unidades tipológicas.
de descontos nas áreas calculadas: (a)
das áreas a n t r o p i z a d a s (rurais e
Área Queimada
urbanas) e (b) dos cursos d'agua
(principais rios). As áreas rurais foram Para o cálculo da área atingida
quantificadas em função dos pelo fogo por tipologia florestal e
resultados alcançados pelo INPE oligotrófica, digitalizamos as
(1999b) para áreas desmatadas até coordenadas geográficas obtidas em
1997 e, atualizadas até 1998 pela 16,5 horas de sobrevôos por Barbosa
média da área anual de desmatamentos (1998b) no Sistema de Informação
ocorridos entre 1992/97. A distribuição Geográfica (SGI/INPE, versão 7.0)
das áreas desmatadas em pastagens, utilizado pela Secretaria Executiva do
agricultura e capoeiras (florestas Zoneamento Ecológico-Econômico de
secundárias) até 1997/98, foi Roraima (ZEE/RR). Estes pontos
proporcionalizada em função de uma geográficos sofreram a d i ç õ e s e
correções em seus limites originais em estava presente (Fig 1). Entretanto,
função dos ajustes de campo e dos para os s i s t e m a s florestais, foi
relatórios parciais apresentados pelo necessário realizar desconl >s
INPE (1998; 1999a) quando da análise (antropismes, cursos d á g u a , oi.i.as
de imagens dos satélites LANDS AT paisagens não-queimadas, etc.) para
TM e DMSP. Feito isto, se evitar sobreposições e/ou
estabeleceram três blocos de queima contabilização de ambientes que não
distribuídos ao longo da orla florestal queimaram. Além disto, a área de
que envolve a região de savanas de llorestas (já descontada) também teve
Roraima. Estes blocos de queima que sofrer um ajuste em função da
representavam as grandes divisões intensidade de queima onde ela se
regionais onde o fogo estava presente: encontrava. Isto foi d e v i d o ao
(a) Bloco 1: setor leste, entre a comportamento diferenciado do fogo
margem esquerda dos rios Branco e em cada uma das zonas de
Tacutu (Canta - RR 170 - Rio Anauá), intensidade. Para isto, nós definimos
(b) Bloco 2: setor oeste; entre a um fator de queima para cada uma das
margem direita dos rios Branco e áreas em função de fotografias aéreas
Uraricoera (Caracaraí - Rio obtidas nos sobrevôos realizados du-
Uraricoera) e (c) Bloco 3: setor norte; rante e após os incêndios. Embora
entre a margem esquerda do rio com baixa qualidade e representando
Uraricoera e a direita do rio Tacutu uma pequena extensão, este foi o meio
(Ilha de Maracá - Pacaraima). Além encontrado para não provocar maiores
disto, eles foram subdivididos em zo- distorções do que aquelas já
nas de intensidade de queima florestal naturalmente existentes em um estudo
para indicar as diferenças existentes desta magnitude. Por esta metodologia.,
em cada uma destas subdivisões e, o a área efetivamente queimada de
tratamento diferenciado que cada uma florestas (área onde o fogo reaimenie
delas deveria sofrer: (a) alta provocou algum tipo de dano no
2
intensidade: mais de 50% das áreas sistema) foi de 11.394 km ('lab. 1).
florestadas a t i n g i d a s , (b) média Pelo alto grau de incertezas
intensidade: entre 5 e 50% e (c) baixa devido ao fogo superficial que não
intensidade: abaixo de 5%, mas com provocou estresse nas copas das
algumas alternâncias. árvores de algumas localidades e.
Os blocos de queima foram portanto, não foi detectado pelas
dispostos sobre a base fitofísionômica fotografias aéreas e nem pelas
montada a partir do mapa da SUDAM/ imagens de satélite, nós adotamos um
IBGE (1989) para estimar a área intervalo de área queimada para efeito
atingida pelo fogo por cada tipo do cálculo das emissões de gases. Este
florestal e oligotrófico (campinas e intervalo foi formado pelo valor acima
c a m p i n a r a n a s ) . A área atingida calculado e, pelo uso do fator de
representava a área total onde o fogo queima observado pela equipe de
Figura 1. Área bruta dos sistemas florestais e oligotróllcos (campinas/campinaranas) atingidas
pelos incêndios.
2
Tabela 1. Área (km ) de floresta intacta atingida c efetivamente queimada, por zona de impacto
do fogo (somatório de todos os blocos de queima).
Descontos
Área Área Fator do Área Falor de Área
Zona de impacto do AtllU|Kl.l Outros Atingida Queima Eletiva mente Queima Efetivamente
Bruta Rios Ambientes Antropismos 1 iqilldil Médio (1) Queimada Mádio (2) Queimada
(km i (km») Naturais (km-) (km | (%) (km ) 2
(%) (km')
(km )
Sub-total 21292 I80 1419 3253 16439 52.7 10766 ao,!) 13299
(1) Cálculo considerando os fatores de queima determinados para cada bloco de queima e por zona de impacto do logo.
(2) Cáculo considerando o falor determinado pelo IBAMA (1998), para a área total do incêndio em sistemas florestais.
(3) SN - Área de tensão ecológica; contato savana/floresta sazonal. Foi determinada juntamente com os transectos realizados nas savanas porque eles
cortavam este tipo de paisagem. Este cálculo foi feito em separado.
trabalho terrestre do IB AMA (1998), cultivos agrícolas), realizamos quatro
que registrou a porcentagem de 80,9% (4) transectos terrestres distribuídos
de área florestal com algum tipo de nas zonas de i m p a c t o do fogo
dano (efetivamente queimada) pelo (descritas acima): (a) transecto 1
fogo, independente da intensidade do (médio impacto): 147 km lineares en-
incêndio. L o g o , aplicando esta tre a região do Canta e a Vila União
porcentagem sobre o total de área (RR 170), (b) transecto 2 (baixo
atingida, d e t e r m i n a m o s que o impacto): 76 km lineares entre as Vilas
intervalo para área efetivamente Novo Paraíso (BR 174/210), Martins
q u e i m a d a se e s t a b e l e c e r i a entre Pereira, Moderna e fechando
2
11.394-13.928 km ou, entre 7,4% e novamente com Novo Paraíso, (c)
9,0% de toda a área florestada transecto 3 (médio impacto): 60 km
presente. A título de cálculo das lineares entre Mucajaí e a divisa
emissões, usaremos o valor médio intermunicipal de Iracema e Caracaraí
deste intervalo. e (d) transecto 4 (alto impacto): 64 km
N o s s a e s t i m a t i v a atual esta lineares entre a vicinal 1 do Apiaú,
acima dos p r i m e i r o s r e s u l t a d o s vicinal 9, travessão da 9, Ribeiro Cam-
alcançados por Barbosa (1998a;b) em pos e vicinal 7. Em cada um destes
s o b r e v ô o s nas r e g i õ e s atingidas transectos nós quantificamos o número
2
(7.800-9.200 km ) e, pelo INPE (1999) de lotes antropizados por categoria e
a partir de i m a g e n s de satélite por sua condição: " q u e i m a d o " ou
LAND SAT / TM (11.730 km ). No 2 "não-queimado". Feito isto,
primeiro caso, várias áreas deixaram estimamos a porcentagem média de
de ser quantificadas devido à limitação área queimada por zona de impacto de
da cobertura aérea e, no segundo, o fogo nestes a m b i e n t e s florestais
2
Floresta Densa Da-0 floresta ombrófila floresta densa aluvial 2573 0 0.0
vegetação oigotrctca
áreas de tensão ecológica e
LOfl lenhosa de brejos e 16674 394 2A
cortab
areais/ltoresta ombrólila
vegetação otigotrófica
Ld-0 arbórea densa 12256 524 4.3
lenhosa de brejos e areais
vegetação oügotrólica
la-0 arbórea aberta 134 0 0.0
tenhosa de brejos e areais
vegetação oígotróflca
Lg-0 gramreo-lertosa 11573 864 75
lenhosa de brejos e areais
(1) Rural: considerado como troca do uso da lerra apenas em áreas de floresta principalmente das tipologias Ds, ON. Fs, LO e As; Urbano: sedes municipais
(distribuídas da seguinte forma: 5 para Ds; 4 para ON; 1 para LO; 1 para SN; 2 para Sg; 1 para Sp; e 1 para Tp). Desmatamento foi considerado como
totalmente atingido pelo fogo.
(2) Sp representa, a título de cálculo, a soma de Sp com Sa e, Td representa, a título de cálculo, a soma de Td com Ta.
F Io r o s Ia Densa D a -0 27 5 2 1 4 7 34 3
D b -0 2 7 6 2 1 4 7 34S
D m -0 2 3 2 1 8 4 0 290
D s -0 26 1 2 0 4 5 3 2 6
F s -0 2 2 6 1 7 39 28 3
O N -0 226 1 7 3» 283
S N 0 i se 1 2 2 7 1 9 7
S O O 1 58 1 2 2 7 1 97
L 0 -0 23 4 3 2 4 0 3 06
Média P o n d , F Io re s Ia N l o - D i n•a 2 2 0 2 2 3 8 2 7 9
Nao-lloreslal L d -0 3 9 .8 7 .8 6 9 .0 1 t 7
La-0 3 3.8 S .0 2 1 ,3 6 0
LO - 0 S .8 3 .7 4 2 .0 5 2
rm 0 2 .7 0 ,4 1 0 ,0 1 3
S g -0 2 .9 0 ,4 1 0 ,9 1 4
S p -0 5 ,4 0 .6 2 0 .3 26
T d -3 26.1 2 ,9 6 6 ,S 9 5
Tp-3 S ,2 0 ,4 1 3 .3 1 9
Antrópico (1 ) Rural
pastagens (1 ) 1 1 .2 6 5 ,5 1 2 ,2 8 9
capoeiras 3 0 .9 1 1 2 ,4 2 2 ,8 1 6 6
cultivos agrícolas 0 .4 5 9 ,3 9 S 6 9
desmalamenlos / 1998 0 .0 2 7 1 ,2 4 3 ,2 3 1 4
(1) Média de 2 pastagens na região do Apiaú/RFt. Viva acima do solo ó o somatório de capim com pequenas ervas e arbustos. Morta acima do soto. compreondo todo qualquer material
vegetal acima do solo pertencente a massa do pasto o a massa do aniigo uso llorestal (rroncos, por exemplo). (Barbosa & Fearnside, 1996).
(2) Metodologia para obtenção da Biomassa (Viva e Morta) Acima e Abaixo do Solo.
Da • Método de Expansão de Volume de Brown & Lugo (1992) aliado aos latores do ajustes do Fearnside (1992). modificados para massa morta acima e viva abaixo do solo
Db • Mótodo do Expansão do Volume de Brown & Lugo (1992) aliado aos latores de ajusles do Feamsido (1992), modificados para massa mona acima e viva abaixo do solo
Dm - Mélodo de Expansão de Volume de Brown & Lugo (1992) aliado aos fatores do ajustes de Fearnside (1992), modificados para massa mona acima e viva abaixo do solo (foram
ponderados dois valores: a) planalto sedimentar Roraima (10,7%) e b) montanhosa do Parima (89.3%)).
Ds - Mótodo do Expansão de Volume da Brown & Lugo (1992) aliado aos fatores de ajustes de Fearnside (1992). modificados para massa morta acima e viva abaixo do solo (foram
utilizados dois valores (média simples): a) baixa cadeia do montanha do Complexo Gulanense e b) sup. dissec. do Complexo Guianense).
As - Por falta do referências locais, ulilizou-so o mosmo valor determinado para ON.
Fs - Por falia de referências locais. utilizou*so o mosmo valor determinado para ON
ON • Mélodo do Expansão de Volume de Brown & Lugo (1992) aliado aos fatores de ajustes de Fearnside (1992), modificados para massa morta acima e viva abaixo do solo
SN - Mélodo do Expansão de Volume de Brown & Lugo (1992) aliado aos (atores de ajustes de Fearnside (1992). modificados para massa morta acima e viva abaixo do solo
SO - Por falta do roforéncias. utilizou-so o valor determinado para SN. (foi modificado a partir dos valores obtidos para 'La" (RAOAM), o comparado aos resultados encontrados por Silva
(1993))
LO - Utilizado como a média de Ires valores para compor a biomassa viva o morta acima do solo: a) expansão de volume; b) "Bana Alta" (Tall Amazon Caatinga), na Venezuela, por
Bongers et al. (1985) o c) Caatinga Amazônica, na Venezuela, por Klinge & Herrera (1963). Para a biomassa abaixo do solo, uiilizou*se a média de todo o restante do grupo, para formar a
porcentagem em relação à biomassa viva acima do solo.
Ld • Por lalta do referências locais, utilizou-se o valor determinado para "Bana Baixa' (Low Amazon Caatinga), na Venezuela, de Bongers ei al. (1985)
La • Obtido a padir do trabalho de campo de Cavalcanti & Hlguchi (com. pess.) no sul de Roraima na paisagem denominada como "Campina/Campinarana" Os valores do Peso Fresco
dos referidos autores foram ajustados para Peso Seco, segundo metodologia de Carvalho et al. (1995) e Higuchl et al. (1997). A correção de massa de outros componentes foi feito pelas
médias obtidas de'oulros componentes" de Bongers el al (1985). para "Bana".
Lg - Por falia de referências locais, utilizou-se o valor determinado para 'Bana Aberta" (Open Amazon Caatinga), na Venezuela, de Bongers el al. (1985)
rm - Estimativa baseada no estrato rasteiro das paisagens Sg. Sp e Tp.
Sg - Biomassa acima do solo (morta o viva) segundo Barbosa (1998) o. biomassa abaixo do solo, assumida como a média obtida dos resultados encontrados por Castro & Kauffman
(1998). para "campo limpo" e "campo sujo" à 2m de profundidade, próximo do Brasília (3.78 vezes a massa viva acima do solo)
Sp (o Sa)- Biomassa acima do solo (morta e viva) segundo Barbosa (1998) e. biomassa abaixo do solo. assumida como a média oblida dos resultados encontrados por
Castro & Kauffman (1998). para "campo limpo" e "campo sujo" à 2m de profundidade, próximo de Brasília (3.78 vezes a massa viva acima do solo)
Tp - Biomassa acima do solo (morta o viva) segundo Barbosa (1998) e, biomassa abaixo do solo. assumida como a média obtida dos resultados encontrados por Castro & Kauffman
(1998), para "cerrado aberto" e "cerrado denso" a 2m de profundidade, próximo do Brasília (2.55 vezes a massa viva acima do solo)
Td (e Ta)- Assumido o valor de Fearnside (a'd) - 29 ttia para biomassa acima do solo o. patticionando este valor (vivo e mono), pela média dos demais valores de cerrado encontrados na labcla. Para
biomassa abaixo do solo, o mélodo foi o mesmo adotado para Tp.
Pastagem - Biomassa viva acima do solo ó o resultado da média simples de duas amostragens realizadas na região do ApiaúVRR (Barbosa & Fearnside, 1996) (o valor para biomassa
mona acima do solo foi considerado o mosmo do determinado para capoeira - ambos os sistemas são provenientes de desmatamento: por sor uma paisagem resultante de desmatamento.
a biomassa abaixo do solo foi considerada como uma média da biomassa abaixo do solo de todos os sistemas llorestais).
Capoeira • Biomassa acima do solo ó assumida como o valor determinado para "capoeira* do 6-7 anos na região do Aplaú/RR (Fearnside et al.. sd). (biomassa mona foi considerada
como "romanoscento da floresta original" no mesmo estudo e, biomassa abaixo do solo ó a mesma relação descrlna para pastagem).
Cultivos Agrícolas - Assumido como o mesmo apresentado por Fearnside (1997a) para "farmland*, (o valor para biomassa morta acima do solo foi considerado como uma media simples
entre a massa morta acima do solo de pastagens e capooiras o,
a biomassa viva de novos desmalamenlos - todos considerados ambientes transformados)
Dosmatamenio do Período - Considerado como a biomassa presente no momento da derrubada. Foi determinado como uma ponderação dos valores detorminados para Ds. ON. Fs, LO
o As. A biomassa mona acima do solo é o conjunto desie cálculo mais o litter (fino e grosso) prô-exlsienle.
do solo) destes sistemas variou de 13- como uma ponderação (em função da
95 t/ha dependendo da proporção de área) de todos os outros tipos florestais
árvores presente em cada ambiente. que sofrem a ação do desmatamento
A estimativa da biomassa pre- em Roraima. O resultado para biomassa
existente nos sistemas antrópicos foi total nestes sistemas foi de 89 t/ha
realizada da seguinte forma: (a) (pastagens), 166 t/ha (capoeiras), 69 XJ
pastagens: utilizamos a média simples ha (cultivos agrícolas) e 314 t/ha (áreas
entre duas pastagens (7 e 9 anos de recentemente desmatadas).
idade) estudadas na região do Apiaú,
Biomassa Arbórea Florestal Morta
em Roraima, por Barbosa & Fearnside
pela Ação do Fogo
(1996). No resultado de biomassa viva
acima do s o l o , c o n s i d e r a m o s o Para o levantamento da biomassa
somatório da massa do capim e da morta nas unidades fitofisionômicas
m a s s a das p e q u e n a s ervas n ã o - florestais realizamos investigações
lenhosas. Para a biomassa morta pós-fogo em três regiões atingidas
acima do solo, consideramos o mesmo pelos incêndios: (a) Apiaú/Ribeiro
estudo e determinamos a média de Campos, (b) Trairão/Tepequém e (c)
toda a massa dos resíduos florestais Paredão, todos dentro da fisionomia
encontrados nas duas pastagens. Para ON (área de tensão e c o l ó g i c a e
a b i o m a s s a abaixo do solo, contato floresta ombrófila / floresta
consideramos as proporções médias sazonal), que foi a mais atingida dos
e x i s t e n t e s nos outros sistemas sistemas florestais. Para as espécies
transformados para determinar a arbóreas acima de 10cm de diâmetro
porcentagem em relação à massa viva à altura do peito ( D A P ) , estabe-
2
acima do solo; (b) capoeiras (florestas lecemos sete transectos de 750m cada
secundárias): utilizamos os resultados um, sendo três na primeira localidade,
obtidos por Fearnside et al. (sd) em três na segunda e um na terceira. Cada
uma derrubada de capoeira com 6 transecto foi dividido em 6 quadras de
2
anos de idade na região do Apiaú, 125m (5m x 25m), separadas por uma
R o r a i m a ; (c) cultivos a g r í c o l a s : distância de 20m. Em cada quadra nós
e s t i m a m o s como o m e s m o valor m e d i m o s o DAP de todos os
determinado por Fearnside (1997a) indivíduos mortos (câmbio seco e/ou
para biomassa viva acima do solo e, copa com folhas secas) e aplicamos a
admitimos o m e s m o resultado fórmula geral de determinação de
p r o p o r c i o n a l ( v i v a / m o r t a ) para biomassa (peso fresco) de árvores de
biomassa morta acima do solo nas florestas t r o p i c a i s indicada por
pastagens da região do Apiaú, em Carvalho et al. (1995) e Higuchi et al.
Roraima; (d) desmatamento 1998: (1997, 1998). O valor foi ajustado para
c o n s i d e r a m o s como a b i o m a s s a peso seco (t/ha) s e g u i n d o as
presente no ato da derrubada (antes da recomendações dos referidos autores.
queimada); este valor foi estimado Com isto, nós alcançamos o resultado
de 5,8 t/ha para os 2.173 indivíduos relação a outros estudos realizados em
mortos com DAP abaixo de 10cm e situações semelhantes, nosso valor
17,4 t/ha para os 46 indivíduos mortos p o r c e n t u a l para m o r t a l i d a d e de
com DAP acima de 10cm (Tab. 4). indivíduos (7,9%) é 5,5 vezes inferior
Estes valores são similares aos aos 4 4 % d e t e r m i n a d o para áreas
16,1 t/ha determinados para indivíduos queimadas de florestas derivadas de
m o r t o s acima de 10cm de DAP, corte seletivo em P a r a g o m i n a s
apresentado por Santos et al. (1998) na (Holdsworth & Uhl, 1997) e, 7,6 vezes
região do Apiaú e, com o menor que os 60,3% de mortalidade
l e v a n t a m e n t o de m o r t a l i d a d e de média encontrada 8 meses do pós-fogo
indivíduos que as equipes do IBAMA em 4 l o c a l i d a d e s t a m b é m do
realizaram em 5 regiões afetadas pelos município de Paragominas, Pará, em
incêndios; média de 50 indivíduos áreas de floresta j á p e r t u b a d a s
mortos/ha com DAP acima de 10cm, (Kauffman, 1991). Em termos de
incluindo palmeiras (IBAMA, 1998). biomassa arbórea total morta acima do
C o n t u d o , a variação dos valores solo, nossos valores representam
distribuídos pelas classes diamétricas menos da metade das 50 t/ha de massa
e localidades reflete uma grande morta por um incêndio leve (área
variação entre as regiões avaliadas, queimada apenas uma vez) constatado
apesar de todas serem classificadas na ao sul da cidade de Tailândia, Pará
mesma categoria florestal (ON). Em (Cochrane & Schulze, 1999). Embora
Tabela 4. Mortalidade de indivíduos (n/ha) e de biomassa (t/ha) arbórea acima do solo determinada
por três estudos realizados em Roraima no pós-incêndio.
Média Arbórea
Classes Diamétricas Simplificadas (cm)
Acima Solo
Parâmetros Fonte
< 5 5-10 > 10 Ind. Bio.
Ind/Bio Total (1) 2120 5,6 307 19,9 58,5 219,7 3011 245,2
Mortas 1933 3,0 240 2,8 46 17,4 2219 23,3 Este Estudo
(%) mortalidade 91,2 54,2 78,3 14,1 7,9 7,9 73,7 9,5
(1) Para DAP > ou - 10cm; localidades do Apíaú/Ribeíro Campos, TrairáoTepequém e Paredão; Para DAP < 10cm; localidade do Apíaú/Ribeiro Campos
(2) Região do Apiaú/Mucajai
(3) Inclui palmeiras. Avaliação das areas do arco do incêndio lormado polas regiões do Roxinho. Caracarai. Apíaú. Pacaraima o Trairão.
hajam diferenças entre as estruturas buídas da seguinte forma: (a) 11 onde
florestais naturais e a q u e l a s já o fogo foi c o n s i d e r a d o de alta
pertubadas pela ação antrópica, as intensidade, (b) 5 em ambientes com
comparações acima relatadas sugerem danos de média intensidade e (c) 4 em
que uma a v a l i a ç ã o pós-fogo nas a m b i e n t e s com danos de baixa
circunstâncias de Roraima não deveria intensidade. Em cada quadra foram
ser realizada apenas para investigar os coletadas todas as peças de carvão que
impactos instantâneos que o incêndio se encontravam sobre o solo. Foram
provoca na floresta. Dramática troca d e t e r m i n a d o s o peso ú m i d o e,
de biomassa e número de indivíduos posteriormente, o peso seco (em estufa
mortos, mesmo em sistemas pouco a 105°C até peso c o n s t a n t e ) por
atingidos, devem ser observados e unidade de área. Nós ponderamos os
comparados com melhor exatidão em valores encontrados por intensidade de
investigações de longo prazo. queima para se e s t a b e l e c e r um
A b i o m a s s a arbórea morta resultado médio para toda a área
abaixo dos 10cm de DAP foi estimada queimada e por bloco de queima. O
através da contabilização dos indivíduos resultado médio foi de 229,7 kg de
(mortos e vivos) em 2 transectos de carvão formados por hectare atingido
2
375m cada (3 quadras de 125m ) 2 pelo incêndio nas áreas florestais.
estabelecidos na localidade do Apiaú/ (Tab. 5). Este valor é , em média,
Ribeiro Campos. Os indivíduos foram 0,089-0,104% da biomassa total acima
divididos em duas categorias: (a) menor do solo existente nas florestas (densa
que 5cm de DAP (incluindo todas as e não-densa) de Roraima e, difere
mudas e rebentos de diferentes alturas) substancialmente dos valores
e (b) entre 5-10cm de DAP. O cálculo encontrados para queima de sistemas
da biomassa destas duas categorias foi t r a n s f o r m a d o s c o m o pastagens
estimada em função da proporção existente ( 0 , 0 2 5 % a 0 , 0 3 8 % ) , capoeiras
entre o número de indivíduos presentes (0,006% a 0,020%) e desmatamentos
(mortos e vivos) e os valores determinados r e c e n t e s ( 0 , 0 1 9 % ) (Barbosa &
para biomassa abaixo de 10cm de DAP Fearnside, 1996; Fearnside, 1997a;b;
encontrados nas estimativas realizadas para Fearnside et al, sd).
biomassa total por tipologia florestal,
descrita acima. Eficiência de Queimada
A eficiência de queimada para as
Formação de Carvão categorias vegetais que compõem as
O carvão formado pela passagem fisionomias florestais que sofreram a
do fogo nos s i s t e m a s florestais ação do fogo foi decomposta em três
primários foi e s t i m a d o pelo grupos: (a) litter fino: folhas e
estabelecimento de 20 quadras de l m 2
gravetos inferiores a 2cm de diâmetro
cada, na localidade do Apiaú/Ribeiro caídos sobre o chão da floresta, (b) lit-
Campos. As quadras foram distri- ter grosso: troncos e galhos mortos
Tabela 5. Formação de carvão (t/ha) superficial decorrente dos incêndios em sistemas florestais
de Roraima (1997/98), por zona de intensidade e por bloco de queima
Categoria de Média Simples Área Efetivamente Queimada dentro de Cada Bloco (2)
Intensidade de por htensidade
Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3 Total
Queima Florestal (kg/ha)
(km2) (km2) (km2)
BAIXA 9,8 51 27 11 90
Média Ponderada
por Bloco (kg de - 172,3 241,0 241,2 229,7
carvão/ha)
(1) Ponderamos o valor da zona de alta intensidade de queima porque 6 quadras foram coletadas em locais de terra-firme (173,9
kg/ha em 84% da área afetada e 5 em locais de pé-de-serra (707,3 kg/ha ou 16% da área afetada).
(2) O valor aqui utilizado foi o determinado pelo método das zonas de impacto do fogo.
sobre o solo com diâmetro acima de áreas abertas locais. Os valores foram
2cm e (c) outros componentes: demais aglutinados em uma única categoria de
c a t e g o r i a s v e g e t a i s que n ã o se intensidade de queima e variaram de
enquadram dentro de litter e também 28%o a 94,6%o, dependendo da classe
não são á r v o r e s . As e s t i m a t i v a s de biomassa a que se reportava. Para
percentuais de eficiência de queimada ambientes antrópicos os números se
foram baseadas na média das medidas estabeleceram entre 11,9% e 97,6%.
realizadas por Uhl et al. (1988) em
Concentração de Carbono
uma queima experimental em São
Carlos (Venezuela) e com os dados das A concentração de carbono (%
equipes das localidades do Trairão e C) nas categorias vegetais de sistemas
do Roxinho que compunham o grupo florestais foi estimada através das
do I B A M A que r e a l i z o u o medidas realizadas por Barbosa &
l e v a n t a m e n t o terrestre ( I B A M A , Fearnside (1996) e Fearnside et al.
1998). Os m a i o r e s e os menores (sd) em peças de madeira e outros
valores foram distribuídos entre as elementos florestais encontrados em
zonas de i n t e n s i d a d e de q u e i m a pastagens e capoeiras da região do
florestal e, em média, se Apiaú em R o r a i m a . Para a
estabeleceram entre 4,5% para o litter determinação da concentração em
grosso na baixa intensidade e, 97,6% categorias componentes das savanas,
para o litter fino na alta intensidade nós estamos utilizando os resultados
(Tab. 6). Para as categorias vegetais obtidos por R.I.B. em seus estudos
que c o m p õ e as s a v a n a s , foram sobre emissão de gases pela queima e
utilizados os dados dos estudos que d e c o m p o s i ç ã o de s a v a n a s em
R.I.B. esta realizando desde 1994 nas Roraima. Os resultados variaram de
Tabela 6. Eficiência de queimada (%) por zona de intensidade de queima (florestal) e por tipo
paisagístico, decorrente dos incêndios ocorridos em Roraima (1997/98).
(1) Consideramos uma média geral para Iodos os tipos de sistemas florestais.
(2) Para os sistemas não florestais, nós levamos em consideração os valores determinados para as savanas locais e estimamos para as regiões
oligotróficas em lunçâo da massa presente em cada sistema.
(3) A eliciência de combustão para litter grosso e outros componentes em "desmatamento" (oi considerada como o mesmo valor observado em Altamira
por Fearnside el al. (1999). Para litter fino, utilizamos a media simples dos resultados encontrados pelos mesmos autores em Manaus e Altamira.
Árvores Mortas
Litter Outros Carvão (Esl
Categoria Código (acima e abaixo
(fino+grosso) Componenes de Longo P
do solo)
Tabela 8. Destino do carbono afetado pela queima de sistemas vegetais em Roraima (1997/98).
Combustão 0 1
Carvão Decomposição Total
Sistema
(%) (%) (%) (%)
6 6 6
(10M) (10 1) (10 1) (10 1)
Outros Sistemas
0,27 1,4 0,0008 0,2 0,58 2,6 0,84 2,0
Não Florestais
CONCLUSÃO AGRADECIMENTOS
Incêndios florestais provocados Ademir J. dos Santos, Antônio C.
por q u e i m a d a s a n t r ó p i c a s na Catâneo e Jaime França, do IBAMA,
Amazônia em anos de grande seca Cario Zacquini da Comissão Pró-
como o do episódio "El N i n o " de Yanomami (CCPY/RR) e o Conselho
Roraima em 1997/98, podem provocar Indígena de Roraima (CIR)
a emissão de grandes quantidades de gentilmente cederam horas de vôo de
gases do efeito estufa para a seus projetos para facilitar as
atmosfera. Nossos resultados medições de área queimada via aérea.
indicaram que as florestas primárias Rogério Gribel (INPA), Jeanine Felfili
Tabela 9. Emissão bruta dc gases do efeito estufa (por combustão), provenientes dos incêndios
em Roraima entre 1997/98, com o total dos gases em equivalência ao C 0 em um horizonte de 2
Oul. S i l l . H.
IIO •.'.1.11-.
i g a s eqüivale
a .oo
o.oo 0.00
0 .00
0 00
0.01
0.30 } 01
11 0 0
g .c i
0 .0 0 0 00 0 00
0 .Cl
o ,00 II .0 5 0 .00 0.00 I) ,00 0 .00
23,2
CO 0 2.26 0.78 0.06 0.78 3.88 0.00 0.00 0.00 0.00 0,00 0.0C
N O
t 320 0.00 0.00 0.00 0.00 0.003 0.53 0.10 0.01 0,18 0,82 3.11
NO, 0 0.06 0.01 0,00 0.02 0,10 0.00 0,00 0.00 0,00 0,00 0.0C
NMHC 0 0.16 0,04 0.00 0.05 0,25 0.00 0,00 0.00 0.00 0.00 0.0C
Totalde g a s equivalente a C O , 1 6.3 4.3 0.3 5.6 26.5
C equivalente a C O , 4.5 1.2 0.1 1,5 7.3
(1) GWP=Potencial de aquecimento global (é um valor determinado pelo IPCC para dar peso aos gases-traço em um horizonte de tempo de 100 anos)
(2) Os Baixo e Alto Cenários são relativos ao peso dado ao gases-traço diferentes de C02.
(3) Os fatores de emissão que determinam a Iraçao de carbono que corresponde a uma quantidade qualquer de gás emitida foram retirados de: (a] llorestas e
desmatamentos: Fearnside (1997a) e IPCC/OECD (1997); (b) savanas e outros sistemas nao-lloresiais: Hurst et al. (1996) e IPCC/OECD (1994).