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07/07/2019 Janus

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Apresentação Disciplina FLS6449


Democracias e Autoritarismos: Novos e Velhos Confrontos
Apresentação
Área de Concentração: 8131
Acesso
Criação: 18/06/2019
Esqueci a senha Ativação: 18/06/2019
Primeiro acesso
Nr. de Créditos: 8
Acesso público
Carga Horária:
Período de matrícula
Disciplinas oferecidas Teórica Prática Estudos
Disciplines in English Duração Total
Catálogo de disciplinas (por semana) (por semana) (por semana)
Orientadores 4 2 4 12 semanas 120 horas

Docente Responsável:
Portal Alumni
Jean François Germain Tible

Objetivos:

1989. Uma onda de otimismo atravessa os círculos oficiais do poder quanto ao presente e futuro: um novo
consenso estaria emergindo, democrático e capitalista, com o fim e a dissolução do bloco socialista. Irrompe um
poderoso relato do triunfo da chamada democracia liberal – alguns mais exaltados chegam até a falar de fim da
história. A partir do término da Guerra Fria, todos teriam se transformado em democratas.

Os acontecimentos recentes mostraram o quase total equívoco dessa perspectiva e a parca vitalidade da
democracia (representativa). Por um lado, tais leituras e posições subestimaram, de forma drástica, um
deslocamento liberal anterior, sua virada a partir dos anos 1970 (reforçada nas décadas seguintes) de retirada de
direitos e acentuação das desigualdades. Ocultaram também o crescente caráter repressivo de todos os regimes
políticos contemporâneos – uma guerra contra seus cidadãos, segundo estudo de Bernard Harcourt. Por outro
lado, percebe-se uma reorganização das correntes políticas de extrema-direita e anti-democráticas. É nesse
contexto que uma ampla literatura sobre a “crise da democracia” tem florescido.

Em tempos de renovação dos autoritarismos em escala global, como compreender e apreender os presentes
enfrentamentos entre vetores democráticos e de dominação? Isso envolve analisar uma longue durée desses
confrontos, a partir de embates entre processos de colonização e formas de organização política menores (no
sentido deleuziano), que geralmente não são consideradas como parte da linhagem democrática, talvez por
serem protagonizadas por coletividades não habituais do cânone político “ocidental”: indígenas, quilombolas,
piratas, dentre outros.

As primeiras décadas do século passado são decisivas para esse debate e uma atenção especial lhe é dedicada. O
início do século 20 é marcado pelas revoluções dos conselhos (“tesouro perdido da tradição revolucionária”, de
acordo com Hannah Arendt) na Rússia em 1905/1917 e na Alemanha em 1918-1919, inspirando ou reatualizando
criações políticos no mundo todo. Uma poderosa contra-revolução rapidamente surge e um esforço de
compreensão do fenômeno nazi-fascista é fundamental, assim como das oposições a essa ativação de forças e
projetos de morte.

Trata-se, também, de estudar essas tensões nos tempos contemporâneos. Situamos o momento inaugural desse
período no evento-1968 e sua revolução global. Como resposta, (re)nasce um liberalismo crescentemente
autoritário, a partir do diagnóstico de que as sociedades estariam se tornando ingovernáveis. No contexto latino-
americano isso nos remete às articulações, históricas e presentes, entre fragilidades democráticas, alto nível de
violência contra os povos e opressão econômica. Por fim, após a crise financeira de 2008, vivemos uma década
de “insurreições democráticas” (David Graeber) nas quais esses choques entre ativação democrática e respostas
repressivas se reatualizam e seguem seu curso.

Justificativa:

1989. Uma onda de otimismo atravessa os círculos oficiais do poder quanto ao presente e futuro: um novo
consenso estaria emergindo, democrático e capitalista, com o fim e a dissolução do bloco socialista. Irrompe um
poderoso relato do triunfo da chamada democracia liberal – alguns mais exaltados chegam até a falar de fim da
história. A partir do término da Guerra Fria, todos teriam se transformado em democratas.

Os acontecimentos recentes mostraram o quase total equívoco dessa perspectiva e a parca vitalidade da
democracia (representativa). Por um lado, tais leituras e posições subestimaram, de forma drástica, um
deslocamento liberal anterior, sua virada a partir dos anos 1970 (reforçada nas décadas seguintes) de retirada de
direitos e acentuação das desigualdades. Ocultaram também o crescente caráter repressivo de todos os regimes
políticos contemporâneos – uma guerra contra seus cidadãos, segundo estudo de Bernard Harcourt. Por outro
lado, percebe-se uma reorganização das correntes políticas de extrema-direita e anti-democráticas. É nesse
contexto que uma ampla literatura sobre a “crise da democracia” tem florescido.

Em tempos de renovação dos autoritarismos em escala global, como compreender e apreender os presentes
enfrentamentos entre vetores democráticos e de dominação? Isso envolve analisar uma longue durée desses
confrontos, a partir de embates entre processos de colonização e formas de organização política menores (no
sentido deleuziano), que geralmente não são consideradas como parte da linhagem democrática, talvez por
serem protagonizadas por coletividades não habituais do cânone político “ocidental”: indígenas, quilombolas,
piratas, dentre outros.

As primeiras décadas do século passado são decisivas para esse debate e uma atenção especial lhe é dedicada. O
início do século 20 é marcado pelas revoluções dos conselhos (“tesouro perdido da tradição revolucionária”, de
acordo com Hannah Arendt) na Rússia em 1905/1917 e na Alemanha em 1918-1919, inspirando ou reatualizando
criações políticos no mundo todo. Uma poderosa contra-revolução rapidamente surge e um esforço de
compreensão do fenômeno nazi-fascista é fundamental, assim como das oposições a essa ativação de forças e
projetos de morte.

Trata-se, também, de estudar essas tensões nos tempos contemporâneos. Situamos o momento inaugural desse
período no evento-1968 e sua revolução global. Como resposta, (re)nasce um liberalismo crescentemente
autoritário, a partir do diagnóstico de que as sociedades estariam se tornando ingovernáveis. No contexto latino-
americano isso nos remete às articulações, históricas e presentes, entre fragilidades democráticas, alto nível de
violência contra os povos e opressão econômica Por fim após a crise financeira de 2008 vivemos uma década
https://uspdigital.usp.br/janus/componente/disciplinasOferecidasInicial.jsf?action=3&sgldis=FLS6449 1/2
07/07/2019 Janus
violência contra os povos e opressão econômica. Por fim, após a crise financeira de 2008, vivemos uma década
de “insurreições democráticas” (David Graeber) nas quais esses choques entre ativação democrática e respostas
repressivas se reatualizam e seguem seu curso.

Conteúdo:

Apresentação – democracias e autoritarismos.


Antigos confrontos e democracias menores – colonização e sociedade contra o Estado; Escravidão e quilombo;
Navio negreiro e piratas.
Revolução dos conselhos, fascismo e anti-fascismo – Conselhos e invenção democrática; Ascensão fascista:
debates.
Enfrentamentos contemporâneos – o evento-68; Liberalismo autoritário; Crime, violência, capitalismo; Uma
década de insurreições democráticas.

Forma de Avaliação:

Trabalho de fim de curso e seminários ao longo do semestre

2006-2011 - Pós-Graduação/USP | Regimento da Pós-Graduação

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