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Apocalipse 2.12-17
Há duas coisas que devem destacar-se: Em primeiro lugar, este era um ato
de lealdade política mais que uma profissão de fé religiosa. Em segundo lugar,
Roma nunca planejou fazer com que este culto fosse exclusivo. Tendo completado
sua obrigação cívica no templo do César, o cidadão podia adorar o resto do ano no
templo onde melhor lhe parecesse, sempre que sua religião não fosse ofensiva à
ordem ou à decência.
Mas nenhum cristão poderia aceitar a obrigação de dizer “César é o
Senhor”, porque para ele havia somente um Senhor, Jesus Cristo. O governo
romano foi incapaz de compreender este ponto de vista, e os cristãos eram
considerados cidadãos desleais e perigosos revolucionários. Por isso foram
proscritos e perseguidos.
O culto a César estava organizado em torno de um centro provincial,
semelhante ao prebistério ou a diocese. Pérgamo era o centro do culto a César na
província da Ásia. Foi a primeira de todas as cidades asiáticas (antes de Esmirna,
inclusive) que teve, desde o ano 29 a.C., um templo dedicado a César.
Isto significava que os cristãos de Pérgamo viviam sob uma constante
ameaça de morte. Nunca sabiam quando cairia sobre eles a espada. Sem dúvida
é por isso que Pérgamo se denomina “trono de Satanás”. Era o lugar onde se
obrigava os homens a dar o nome de “Senhor” a César. Para um cristão não havia
nada que fosse mais demoníaco e satânico que isso.
Porém o homem que não está preparado para ser diferente não deve
sequer dar o primeiro passo no caminho do discipulado cristão.
A palavra mais comum que se usa no Novo Testamento para designar os
crentes é hagios; em várias oportunidades assinalamos que o significado
fundamental deste termo é “separado” e “distinto”.
O Templo é hagios porque é diferente a todos os outros edifícios; o Sabath
é hagios porque é diferente de todos os outros dias; Deus é o supremo hagios
porque em sua infinita santidade e pureza é totalmente diferente de todos os outros
seres; e o cristão é hagios porque é diferente dos demais.
O autor de Hebreus fala que a “Palavra de Deus é mais afiada que uma
espada de dois gumes” (Hebreus 4.12). E Paulo fala que “a espada do Espírito”,
que é a Palavra de Deus (Efésios 6.17). A espada de Cristo é sua palavra.
Nas palavras de Cristo o pecador encontra a convicção de seu pecado; nela
qualquer homem é confrontado com a verdade e obrigado a reconhecer seu
fracasso ao tentar conhecer e viver a verdade.
Na palavra de Cristo há um convite para ir a Deus; convence o pecador de
seu pecado e o convida à redenção: nunca o condena irremediavelmente.
Na palavra de Cristo temos a segurança da salvação; ela convence o
pecador de seu pecado, leva-o até a cruz e lhe outorga a segurança de que não há
outro nome sob o Sol, de todos os que foram dados ao homem, mediante o qual
possa ser salvo, exceto o nome de Jesus (Atos 4.12). A conquista que faz Cristo é
seu poder para ganhar os homens para o amor de Deus.
Nesta carta o Cristo ressuscitado promete duas coisas ao homem que sair
vitorioso. Promete-lhe participação no maná escondido. Esta é uma concepção
judia que tem dois aspectos:
(1) Quando os filhos de Israel não tiveram o que comer no deserto, Deus
lhes enviou o maná (Êxodo 16.11-15). Quando cessou a necessidade de receber o
maná, não passou, entretanto, à memória que os judeus guardaram desse dom de
Deus. Um vaso de maná foi guardado na arca da Aliança e colocado frente a Deus
no Santíssimo do tabernáculo e no Templo (Êxodo 16.33,34; Hebreus 9.4).
O templo que tinha construído Salomão foi destruído no sexto século a.C; a
lenda conta que, ao suceder aquele desastre, Jeremias escondeu o vaso do maná
numa greta do Monte Sinai. Os rabinos diziam que ao vir o Messias o vaso seria
recuperado. Portanto, para um judeu comer “do maná escondido” significava
desfrutar das bênçãos da era messiânica. Jesus era o Messias, e portanto, para o
cristão, comer do maná escondido significava ingressar na bem-aventurança do
Novo Mundo que faria irrupção ao instalar o Reino, quando Jesus abriria os
tesouros de sua riqueza aos que lhe pertenciam.
(1) Segundo uma lenda rabínica ao cair o maná do céu também caía pedras
preciosas. A pedrinha branca, neste caso, representaria os preciosos dons de Deus
a seu povo.
(2) No mundo antigo usavam-se ábacos feitos com pedras de cores. Assim,
os cristãos são reconhecidos entre a multidão.
(4b) Uma das maiores honras que podia obter-se no mundo antigo era
ganhar uma vitória nos jogos atléticos. Os vencedores em geral recebiam uma
tessera que creditava sua qualidade de tais e que lhes permitia livre acesso aos
jogos, espetáculos e diversões públicas. Isto significaria que o cristão é o atleta
vitorioso de Cristo que recebe seu prêmio e participa da honra e glória de seu
Senhor.
Plínio, numa carta que escreve a um amigo, diz que nesse dia teve a
alegria de ouvir a dois magníficos defensores nos tribunais, homens jovens, em
cujas mãos estava seguro o futuro da oratória romana. E adiciona que esse fato
tinha significado que esse dia ficava para ele marcado cândido cálculo, como a
mais branca das pedrinhas (Plínio, Caria, 6. 11).
Este costume de pôr um novo nome à pessoa que muda de nível ou papel
era conhecido também pelos pagãos. O nome do primeiro imperador romano era
Octavio; mas quando se tornou imperador foi rebatizado como Augusto. O novo
nome assinalava a natureza de sua nova função: agora era único, sobre-humano,
mais que um homem.
Há uma superstição muito curiosa, que se relaciona com este costume, que
estava muito difundido nas zonas camponesas da Terra Santa. Quando alguém
estava doente e corria perigo de morte, muitas vezes seu nome era mudado,
dando-se a alguém que tivesse vivido uma vida muito longa e santa, como se o fato
de ter um nome novo o convertesse numa pessoa nova, sobre a qual a doença
perdesse o poder.
Neste caso, então, Cristo promete um novo papel e nível aos que lhe são
fiéis; concede-lhes entrar em sua glória, sentar-se em seu trono e converter-se em
reis e sacerdotes seus.
Esta interpretação é muito interessante. Sugere que a pedra branca
significa que Jesus Cristo dá a todos os que lhe são fiéis um novo eu e um novo
caráter; e sugere que o nome novo significa um novo caráter.
Sugere que o homem novo significa um novo status de honra e glória, que
assumem todos os que se mantiveram leais a Cristo quando termina esta vida e
começa a outra.
Resta dizer, entretanto, que por mais atrativa que nos possa parecer esta
última interpretação, é muito mais provável a que relaciona o significado da
pedrinha e o nome novo com a prática de usar amuletos de pedra branca com um
nome divino inscrito em sua superfície.