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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUI

EMANUEL CRISTIANO DALLABRIDA

PLANEJAMENTO BIM 4D PARA GERENCIAMENTO DE OBRAS


DE TÚNEL: INFORMAÇÕES DO MODELO PARA CADA NÍVEL
HIERÁRQUICO

Ijuí
2017
EMANUEL CRISTIANO DALLABRIDA

PLANEJAMENTO BIM 4D PARA GERENCIAMENTO DE OBRAS


DE TÚNEL: INFORMAÇÕES DO MODELO PARA CADA NÍVEL
HIERÁRQUICO

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia


Civil apresentado como requisito parcial para
aprovação na disciplina Projeto de TCC.

Orientador: Fernando Wypyszynski


Co-Orientador: Cristina Eliza Pozzobon

Ijuí
2017
AGRADECIMENTOS

Aos professores do curso de Engenharia Civil da Unijuí por estarem sempre dispostos a nos

transmitir os conhecimentos específicos da área, estimulando nosso desenvolvimento e formação.

A minha família por sempre me apoiar em meus anseios, me ajudando a planejar a vida

com cautela para poder ser audacioso nas decisões.

Pela jornada e amigos conquistados que juntos com o trabalho dão sentido à vida e que de

diversas maneiras estão me ajudando a construir um sonho.


Quem um dia tem a oportunidade de trabalhar em uma obra
planejada nunca mais se acostuma a trabalhar de outra maneira.

Aldo Dórea Mattos


RESUMO
DALLABRIDA, EMANUEL C. Planejamento BIM 4D para Gerenciamento de Obras de
Túnel: Informações do Modelo Para Cada Nível Hierárquico. 2016. Trabalho de Conclusão de
Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande
do Sul – UNIJUÍ, Ijuí , 2016.
Nas atividades da construção civil, o projeto e o planejamento do sistema de produção,
quando executados, geralmente são restritos apenas a setores específicos das empresas, e quando
estes estudos são gerados e encaminhados à obra, ficam apenas sob domínio de quem irá controlar
o processo de produção. Além disso, como os projetos, em alguns casos, não contém um nível de
detalhamento e levantamento de quantidades confiáveis, se cria uma cultura de assumir muita
incerteza do que se está executando; isso torna o controle algo instável, pois são geradas poucas
informações, o que causa insegurança e dificuldades na disseminação do conhecimento e técnicas
em obra. A complexidade no processo de antecipação e as incertezas envolvidas, justificam a
criação de representações esquemáticas pelos planejadores. O objetivo deste trabalho foi
desenvolver um método BIM 4D para planejamento e controle sistemas de produção em obras de
túneis. Objetivou-se, também, gerar um fluxo de informações e organizar a sua disseminação para
os níveis hierárquicos de uma empresa. Esta pesquisa enquadra-se em pesquisa construtiva, que
consiste em criar métodos inovadores para solucionar problemas do mundo real encontrados em
obras. Pela sua realização, espera-se contribuir com os avanços teóricos nesta área de estudo. A
pesquisa foi dividida em quatro etapas, revisão bibliográfica, fase exploratória, de desenvolvimento
e fase de consolidação. As contribuições do trabalho giram em torno do aprimoramento do método,
que é relativamente recente e utilizará de tecnologias e softwares voltados a atender o controle na
execução da obra para auxílio nas tomadas de decisão. Conclui-se que a utilização desta ferramenta
gera, organiza e colabora com a disseminação de informações nas diferentes etapas do ciclo de vida
da construção.
Palavras-chave: Planejamento; Gerenciamento; BIM; 4D; Túnel; Obras Complexas.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Capacidade de impacto para cada etapa da construção................................................. 16
Figura 2 - Modelo de elaboração PSP........................................................................................... 17
Figura 3 - Fases do ciclo de planejamento.................................................................................... 19
Figura 4 - Hierarquização do PCP................................................................................................. 21
Figura 5 - Interpretação de modelos tridimensionais a partir de desenho 2D e modelo 3D......... 22
Figura 6 - Planejamento da construção com base em um modelo computacional 4D.................. 22
Figura 7 - Processo de modelagem 4D utilizando sistema BIM................................................... 23
Figura 8 - Elementos centrais da pesquisa construtiva.................................................................. 24
Figura 9 - Delineamento da pesquisa............................................................................................ 26
Figura 10 –Etapas de criação do modelo....................................................................................... 29
Figura 11 –Projeto Executivo........................................................................................................ 30
Figura 12 –Projeto plano de ataque as obras................................................................................. 31
Figura 13 –Projeto túnel de acesso................................................................................................ 32
Figura 14 –EAP túnel de acesso.................................................................................................... 33
Figura 15 –Modelo 3D gerado....................................................................................................... 34
Figura 16 –Modelo 3D e cronograma importados......................................................................... 35
Figura 17 –Modelo 3D no Civil3D................................................................................................ 39
Figura 18 –Cronograma ajustado no Project................................................................................. 40
Figura 19 –Importação do Civil3D para Navisworks.................................................................... 41
Figura 20 – Importação do Project para Navisworks.................................................................... 42
Figura 21 – Vinculação de atividades no Navisworks................................................................... 43
Figura 22 – Configuração do esquema de cores............................................................................ 44
Figura 23 – Tipos de simulação..................................................................................................... 45
Figura 24 – Simulação do planejado............................................................................................. 46
Figura 25 – Simulação do planejado x real................................................................................... 47
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Prazos para execução de cada trecho (Cronograma -R00) ..........................................37


Quadro 2 - Prazos para execução de cada trecho (Cronograma -R01) ..........................................38
LISTA DE SIGLAS

BIM Building Information Model

CAD Desenho Assistido por Computador

EAP Estrutura analítica de Projeto

NATM New Ausrian Tunnelling Method

PCP Planejamento e Controle da Produção

PSP Projeto de Sistemas de Produção

SE Subestação
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 10
1.1 - CONTEXTO......................................................................................................................... 10
1.2 PROBLEMA DA PESQUISA................................................................................................. 12
1.3 QUESTÕES DA PESQUISA.................................................................................................. 13
1.4 OBJETIVOS DA PESQUISA................................................................................................. 13
1.5 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO........................................................................................ 14
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO............................................................................................ 14

2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................. 15
2.1 GESTÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO........................................................................... 15
2.1.1 SISTEMA DE PRODUÇÃO.................................................................................................. 15
2.1.2 GESTÃO DA PRODUÇÃO.................................................................................................. 16
2.1.3 PROJETO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO......................................................................... 17
2.2 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO.......................................................... 18
2.3 MODELAGEM 4D................................................................................................................. 21

3 - MÉTODO DE PESQUISA.................................................................................................... 24

4 – ESTUDO DE CASO: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS BIM 4D A UMA OBRA DE


TÚNEL DO METRÔ.................................................................................................................. 27

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA................................................................................... 27


4.2 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO................................................................... 28
4.2.1 EMPREENDIMENTO.......................................................................................................... 28
4.2.2 SOFTWARES UTILIZADOS................................................................................................ 28
4.2.3 ETAPAS DA MODELAGEM 4D.......................................................................................... 28
4.3 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DE CASO................................................................ 36
4.3.1 PARTICULARIDADES DO EMPREENDIMENTO............................................................. 36
4.3.2 ELABORAÇÃO DO MODELO 4D....................................................................................... 38

5 – POTENCIALIDADES DO MODELO E DISSEMINAÇÃO DA INFORMAÇÃO.........48

6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................ 51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................... 53

APÊNDICE 01 – Plano de Ataque as Obras............................................................................ 54

APÊNDICE 02 – Túnel de Acesso............................................................................................. 56


10

1 - INTRODUÇÃO

A escolha deste tema se justificou-se pelo interesse nesta área do conhecimento e pelo
desejo de aplicar bons conceitos de planejamento a obras complexas de túneis.

A criação de modelo Building Information Model (BIM) 3D, vinculado a prazos, origina o
modelo BIM 4D que é voltado para a tomada de decisões com base nas informações do modelo,
possibilita melhor engajamento da equipe de obra por seu apelo visual de fácil compreensão,
tornando as discussões de planejamento mais colaborativas auxiliando na disseminação da
informação. Possibilita criação de índices de performance, minimizando incertezas e otimiza
resultados.

Na sequência serão apresentados tópicos voltados ao contexto desta investigação, problema


de pesquisa, questões de pesquisa, objetivos, delimitação e estrutura deste trabalho.

1.1 CONTEXTO

De acordo com Ackoff (1976), apud Bernardes (2013), o planejamento pode ser
considerado a "definição de um futuro desejado e de meios eficazes de alcançá-lo", esta definição
mostra que a tomada de decisões e elaboração de planos de ataque as obras fazem parte do
planejamento, uma vez que estes sejam coerentes e possíveis de serem cumpridos.

Conforme citado na obra de Chagas (2009,p.14):

"Os atos de programar, orçar, executar e controlar, devem ser precedidos


do planejamento, que está definido aqui como a expressão da criatividade da
equipe diante dos desafios da execução do seu empreendimento. A atitude de
planejar remete as equipes à visualização de um conjunto de idéias e soluções, que
se aprimoram em conformidade com o grau de insistência na busca do ótimo."

A limitada capacidade de memória humana e as incertezas envolvidas nos processos de


antecipação, conduzem a elaboração de representações esquemáticas dos processos necessários
para que o empreendimento parta do estágio inicial planejado e culmine no estágio final desejado
(FORMOSO,1991).

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Também, segundo Bernardes (2013), a preparação do processo de planejamento e os processos


que serão organizados irão depender do tipo da obra, das equipes que irão executar os serviços e
do grau de controle que a empresa requer. A partir disto, é elaborada a estrutura analítica de projeto
(EAP) com zoneamento dos pacotes de trabalho que servirão de subsídios para outras etapas
(BERNARDES, 2013). Nesse sentido, deve ocorrer a coleta das informações que auxiliam a
elaboração de um bom planejamento, estas informações são sobre o local das obras, contratos,
plantas, especificações técnicas, índices de produtividade de equipamentos e mão de obra, compra
de equipamentos, fluxo de caixa entre outras informações que dão qualidade e reduzem incertezas
inerentes ao planejamento (LAUFER, TUCKER, 1987).

O planejamento envolve a criação de planos e estratégias de ataque que são precedidos pelo
estudo do projeto, este requer análise crítica dos projetos, suas interferências e pontos críticos,
conhecimento do local e entorno das obras (MATTOS, 2010). Posteriormente se define a
metodologia dos processos construtivos, sequência de atividades e plano de ataque as obras
(MATTOS, 2010). Por fim é gerado o cronograma com programações de atividades, quantidades,
produtividades, praticabilidade, entre outras informações relevantes, na prática ele representa
aquilo que se deve seguir para alcançar o objetivo final (MATTOS, 2010).

Para Mattos (2010), o planejamento permite uma visão real da obra, inserida no seu
contexto temporal, serve de base confiável para tomadas de decisões gerenciais, também é
importante a sua vinculação com o orçamento possibilitando avaliar inadequações, produtividades
esperadas.

Segundo Baccarini (1996), os métodos de gerenciamento devem-se adequar a


complexidade do empreendimento a que se aplica, essas ferramentas devem ser apropriadas para
que o gerenciamento seja executado com sucesso, o mesmo salienta que redes CPM-PERT e os
diagramas de Gantt tem se mostrado ineficazes para situações complexas.

No planejamento deve estar claro o que deve ser feito e como deve ser feito, com isso
aumentando a eficácia na execução e controle das obras, gerando produtividade, melhor
distribuição e organização dos trabalhos (LAUFER, TUCKER, 1987).

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Campestrini (2015), em seu trabalho, explana que um modelo contendo informações


espaciais do projeto se caracteriza como uma modelo 3D, quando são acrescidas a este modelo
informações quanto a qualidade do projeto, este apresenta características de BIM 3D. No momento
em que se programa um modelo BIM 3D para receber informações de prazo, este será um modelo
BIM 4D, este último modelo possui muitas informações quantitativas e qualitativas referentes ao
projeto (CAMPESTRINI, 2015).

Os modelos geram informações e por meio destas que ocorre a interação entre os
profissionais da obra, nas obras originam-se grandes quantidades de informações e a organização
destes dados no modelo BIM 4D serão mais precisas pelo fato de todas se concentrarem em um só
lugar (CAMPESTRINI, 2015).

O modelo BIM 4D permite ao planejador mais agilidade nos processos de criação e revisão
de seus modelos, isso proporciona uma melhora contínua, elevando o grau de detalhamento que
acarreta em um planejamento melhor e mais confiável. (EASTMAN et al., 2011).

1.2 PROBLEMA DA PESQUISA

Com objetivo de gerar qualidade e informação ao planejamento, diminuindo o grau de


incerteza, diversos estudos vem sendo feitos na área da construção civil. Entretanto, a maioria
destes estudos e aplicações práticas são focados principalmente nos processos de projeto e
planejamento do sistema de produção.

O setor da construção civil tem procurado adaptar conceitos, métodos e técnicas


desenvolvidos para o setor da indústria, esta prática se mostra ineficiente, pois nem sempre os
modelos da indústria se adaptam as peculiaridades da construção civil (KOSKELA, 1992 apud
BERNARDES, 2013).

Pouco se tem trabalhado com o conceito de BIM 4D para obras complexas de túneis e sua
intervenção geralmente se dá nas etapas anteriores a de controle do sistema de produção. Biotto
(2012) aplicou estes conceitos para projetos de habitação. Pouco tem sido publicado sobre a
implementação de modelos BIM 4D nas empresas construtoras, além disso os modelos ainda
necessitam de métodos, para sua efetiva aplicação (BIOTTO,2012).

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Também tem havido poucas iniciativas para se aplicar ferramentas baseadas em BIM no
apoio a gestão da produção no canteiro, a maior parte destas iniciativas é voltada para as etapas de
pré-construção. (SACKS; RADOSAVLJEVIC; BARAK, 2010 apud BIOTTO, 2012).

O presente trabalho está focado no desenvolvimento de um método baseado em modelo


BIM 4D para aplicação no planejamento e controle do sistema de produção de obras complexas de
túnel, também, criar mecanismos de disseminação das informações geradas pelo modelo durante
as etapas construtivas da obra para os diferentes níveis hierárquicos envolvidos.

Propõe-se a utilização do BIM 4D, que é um modelo 3D com informações contidas vinculado
a uma quarta dimensão que é o tempo em que será executado, quanto mais avançado o modelo,
mais informações são geradas e para isso deve-se desenvolver mecanismos para direcionar estas
informações para os setores de interesse. Na prática existem muitas aplicações em projetos de
habitação, porém, bem menor tem sido o trabalhado com este modelo em obras de infraestrutura.

Com acréscimo de informação ao sistema espera-se, diminuir o grau de incerteza no


projeto, aumentando o fluxo de informações na obra, gerando satisfação aos profissionais
envolvidos e proporcionando ganhos de produtividade.

1.3 QUESTÕES DA PESQUISA

Na gestão da produção as possibilidades para aplicação do modelo BIM 4D são inúmeras.


Desta forma, foi elencada a seguinte questão principal da pesquisa: Como desenvolver e a qual o
nível de detalhamento utilizar no modelo BIM 4D para a gestão do sistema de produção?

Com os desdobramentos da questão principal, foi definida a seguinte questão secundária: Das
informações geradas pelo modelo BIM 4D, quais serão direcionadas para cada nível hierárquico
da empresa.

1.4 OBJETIVOS DA PESQUISA

A pesquisa teve por objetivo geral, estabelecer um método para uso da modelagem BIM
4D no planejamento e gestão do sistema de produção para obras complexas de túnel, também, criar

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mecanismos de disseminação das informações geradas pelo modelo durante as etapas construtivas
da obra para os diferentes níveis hierárquicos envolvidos.

E teve por objetivo específico, criar um método para elaboração do modelo BIM 4D e
aplicar o sistema a uma obra real, com o objetivo de otimizar o fluxo de informações, com isso,
minimizar incertezas e maximizar resultados da obra.

1.5 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO

O desenvolvimento desta pesquisa está delimitado na elaboração de um método para


planejamento e controle de sistemas de produção baseado no modelo BIM 4D para obras de túneis.
O modelo BIM 3D foi criado com o software AutoCad Civil3D e vinculado ao cronograma do
software Microsoft Project por meio do software Autodesk Navisworks. Foram analisadas
potencialidades e falhas do método para posterior aplicação em obras de engenharia de túneis.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO


O trabalho está dividido em seis capítulos.

O primeiro elaborado a partir da introdução ao tema, apresentando problema, questões,


objetivos e delimitação. O segundo capítulo trata da revisão bibliográfica da pesquisa. No capitulo
três foram expostos os modelos e métodos utilizados, na fase exploratória. No quarto capítulo,
apresenta-se o método da pesquisa. No quinto capítulo detalha-se o estudo de caso mostrando os
aspectos da elaboração do modelo com os softwares específicos. No quinto capítulo são abordadas
potencialidades do modelo e disseminação da informação. As conclusões e referências
bibliográficas são apresentadas no encerramento deste trabalho.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo aborda os processos gerenciais vinculados ao estudo, também serão abordados
na sequência conteúdos de planejamento e controle da produção, que estão intimamente vinculados
a aplicação da pesquisa.

2.1 GESTÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO

Neste item são evidenciados tópicos de sistema de produção, gestão da produção e projeto
de sistema de produção, estes conceitos se relacionam e são fundamentais no processo de gestão
do sistema de produção.

2.1.1 Sistema de Produção

A execução do projeto não tem definição pronta, cada caso é específico, onde o
conhecimento teórico se molda para as características do projeto procurando a solução técnica e
econômica mais adequada para o problema em um tempo e custo bem definido (CHAGAS, 2008).
O sistema de produção é o encontro planejado de pessoas, materiais e procedimentos que interagem
para transformar insumos em produtos (MEREDITH; SHAFER, 2002).

Segundo Meredith e Shafer (2002), por conta do ambiente da construção ser de natureza
dinâmica, é fundamental seu acompanhamento e controle e se o sistema não estiver atingindo seu
objetivo, devem ser feitas intervenções corretivas ao sistema. A Figura 1 apresenta a capacidade
de gerar impacto em cada etapa do ciclo de vida da construção, a situação ideal é a chamada pelo
autor de “preferida” onde o ápice de esforço é aplicado nas fases iniciais que antecedem o projeto
executivo, assim, tendo mais capacidade de verificar interferências e incoerências de ante mão,
diminuindo incertezas.

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Figura 1: Capacidade de impacto para cada etapa da construção

(CURT, 2004)

2.1.2 Gestão da Produção

A atividade de gerenciar os recursos disponíveis e entregar demandas solicitadas é


denominada gestão da produção, esta gestão quando aplicada tem a capacidade de aumentar
inovação, reduzir custos e aumentar a lucratividade. (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2007).
De acordo com os mesmos autores citados por Biotto (2012), existem três ações da gestão:

- Projeto do sistema de produção, que é realizado anterior ao sistema produtivo.

- Operação do sistema de produção, que é realizado concomitante a o sistema produtivo.

- Melhoria do sistema de produção, realizado após do ato produtivo, quando se pode


verificar e validar o sistema.

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2.1.3 Projeto do Sistema de Produção

O projeto do sistema de produção (PSP) envolve planejamento dos processos, produtos e


serviços envolvidos, também a tecnologia que se utiliza para elaborar um plano detalhado para
produzir produtos e serviços (GAITHER; FRAZIER, 2001). Os mesmos autores ressaltam que o
projeto de processos e de produtos ou serviços devem ser considerados juntos, pois se relacionam
e alterações em um ou outro irão produzir diferentes resultados na hora da produção.

Biotto (2012) propôs um modelo (Figura 2) baseado em Schramm (2004) de projeto de


sistema de produção para projetos habitacionais com características repetitivas e ciclos inerentes
aos sistemas produtivos, que possibilita o controle e melhoria do processo.

Figura 2: Modelo de elaboração PSP

(Biotto, 2012)

Segundo Rodrigues (2006), o modelo com base nos estudos de Schramm (2004), devido ao
alto grau de incerteza e complexidade dos processos, pode ser aprimorado com a utilização do
detalhamento evolutivo, que permite acréscimos de informação ao modelo durante as etapas do
empreendimento.

Neste sentido de dinamismo do sistema e necessidades de revisões e acréscimos de


informação, Schramm (2004) inseriu simulação computacional para auxiliar nos processos. O
mesmo autor desenvolveu modelos de simulação para auxiliar na tomada de decisão, após este
estudo verificou-se o papel do PSP na gestão de empreendimentos e constatou-se algumas questões
básicas como:
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- Promover discussões e questionamentos.

- Incentivar a adoção de uma visão sistêmica.

- Formalizar e registrar decisões.

- Estabelecer um estado futuro a ser alcançado.

2.2 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

Segundo Schramm (2009), o planejamento e controle da produção (PCP) é um processo


que precede o PSP, ele está relacionado com a operação da produção. Outra função do PCP é fazer
ajustes necessários no plano conforme incertezas vão aparecendo, para que o mesmo continue
eficiente (TOMMELEIN, 1998).

Segundo Formoso (1991), o planejamento é uma atividade gerencial de tomada de decisão,


requer o estabelecimento de metas e meios para cumpri-las, este processo se torna efetivo quando
acompanhado de controle. Também Laufer e Tucker (1987), salientam que o processo de
planejamento demanda de meios eficazes para tomada de decisão para antecipação de situações
críticas futuras.

Conforme citado na obra de Maurício Moreira e Silva Bernardes (2013,p.10):

"LAUFER e TUCKER (1987) salientam que o processo de planejamento


e controle da produção pode ser representado através de duas dimensões básicas:
horizontal e vertical. A primeira refere-se às etapas pelas quais o processo de
planejamento e controle é realizado, e a segunda, a como estas etapas são
vinculadas entre os diferentes níveis gerenciais de uma organização."

De acordo com Laufer e Tucker (1987), nas empresas construtoras as etapas do processo
de planejamento horizontal são as elencadas na Figura 3, sendo que a última fase retro alimenta a
primeira, porém o mesmo autor salienta que na prática este processos são inexistentes e quando
feitos são deficientes.

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Figura 3: Fases do ciclo de planejamento

(LAUFER e TUCKER, 1987)

Ainda este autor frisa que estes planos são feitos para formalizar exigências de contrato, e
que por muitas vezes se encontra estes planos formais decorando as paredes do escritório de obra.
Abaixo seguem elencados alguns motivos da ineficiência dos planos citados pelo autor:

a) A execução da obra no canteiro é coordenada através de um planejamento de curto prazo


realizado pelo gerente de produção, em períodos diferentes dos planos formais;

b) As entidades responsáveis pelo planejamento encontram dificuldades na atualização dos


planos, visto que as mesmas não dispões de informações do canteiro de obras para retroalimentação
do planejamento, como também devido ao excesso de trabalho que é exigido para atualizar planos
muito detalhados;

c) Os diferentes níveis de decisão do planejamento não estão interligados.

As deficiências acima elencadas, tem possibilidade de serem contornadas na etapa da


difusão da informação no canteiro de obras, e segundo Laufer e Tucker (1987), outro aspecto que
deve ser salientado nesta etapa:

"Assim, a informação deve ser preparada de acordo com as necessidades


das pessoas que irão utilizá-la. O responsável pela difusão de determinada
informação deve, então, com o auxílio dos usuários da mesma, identificar aquelas
que são pertinentes em seus processos decisórios."

Segundo Bernardes (2013), na última etapa deve ser considerada a avaliação de todo o
processo de planejamento, esta irá incidir ao término da obra. Nesta etapa irá ocorrer análise do
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planejamento inicial e definidas ações corretivas para os casos onde ocorreram desvios do que foi
planejado (BERNARDES, 2013).

Após esta estrutura do processo de planejamento alinhada, o planejamento deve ser


realizado em todos os níveis da organização de maneira integrada e sincronizada. A dimensão
vertical conecta as informações de planejamento aos diferentes níveis gerenciais da empresa, neste
contexto estão sub divididos três níveis gerenciais do PCP que são o nível estratégico, tático e
operação (GHINATO, 1996 apud LAUFER; TUCKER, 1987).

Biotto (2012) também ressalta que a dimensão vertical do planejamento ocorre em três
níveis gerenciais (Figura 4), o plano de longo prazo, é o plano mestre realizado no início do
empreendimento, após inicia-se o planejamento de médio prazo, que trata das principais etapas do
empreendimento programação de recursos para a execução dos serviços e por último o
planejamento de curto prazo que trata das decisões tomadas para viabilizar tarefas e atividades
menores.

Figura 4: Hierarquização do PCP

(Biotto, 2012)

Segundo Rodrigues (2006) as ferramentas utilizadas na elaboração do PSP, podem ser


utilizadas no apoio a tomadas de decisão na execução da obra, os níveis de incerteza vão reduzindo

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do plano de longo prazo para o de curto prazo. Incerteza é a diferença entre a quantidade de
informações necessárias para a execução de uma tarefa e as informações disponíveis, estas
informações conforme vão surgindo são agregadas ao modelo, minimizando os efeitos nocivos da
incerteza.

2.3 MODELAGEM BIM 4D

Um modelo computacional tem como objetivo ser uma base de dados sólida, pois as
informações são geradas em um banco de dados único, isso traz confiança e credibilidade as
informações uma vez que toda equipe o alimenta, além de aumentar a precisão e a quantidade de
informações sobre o projeto (CAMPESTRINI, 2015).

O início da implementação de modelos e ferramentas 4D se deu no final dos anos 80,


quando grandes empresas envolvidas em obras complexas do setor de infraestrutura e energia,
utilizando a tecnologia 3D passaram a construir modelos CAD 4D manualmente, com a
combinação de fotografias instantâneas de cada fase do empreendimento. (EASTMAN et al, 2011).

Junto a isso ocorreu o desenvolvimento da tecnologia BIM, que não se trata da maneira de
modelar, mas sim da tecnologia de informação envolvida no modelo, onde o foco principal para
tomada de decisões são as informações que o modelo disponibiliza (CAMPESTRINI, 2015).

O mesmo autor ressalta que mais recentemente com a implementação de programas


computacionais BIM houve uma investida na modelagem 4D, permitindo que os planejadores
façam a criação, revisão e edição dos modelos com mais frequência, favorecendo a elaboração de
planos mais apropriados (EASTMAN et al, 2011).

Collier e Fischer (1995), em seu trabalho, salientam que modelos 3D tem melhor
visualização do que modelos apenas 2D. A Figura 5 mostra como cada envolvido no projeto pode
visualizar e interpretar desenhos sob o aspecto de diferentes geometrias 2D e 3D (BIOTTO, 2012).
Na mesma lógica, na figura 6 os autores demonstram que o modelo 4D iguala o entendimento da
sequência executiva para todos os envolvidos no projeto. (BIOTTO, 2012)

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Figura 5: Interpretação de modelos tridimensionais a partir de desenho 2D e modelo 3D

(Biotto, 2012)

Figura 6: Planejamento da construção com base em um modelo computacional 4D

(Biotto, 2012)

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Para a criação do modelo BIM 4D, serão utilizadas ferramentas com capacidade de gerar
tais modelos, conforme demonstrado na Figura 7, o modelo BIM 3D será executado no Autocad
Civil3D, este após vinculado ao cronograma do Microsoft Project e feitas devidas vinculações de
tarefas com componentes, será criado o modelo BIM 4D no Autodesk Navisworks.

Figura 7: Processo de modelagem 4D utilizando sistema BIM

(Biotto, 2012)

Outro fator importante é o nível de detalhamento que o modelo deverá disponibilizar, pois,
modelos com pouco detalhamento resultam na omissão de situações críticas na seqüência das
atividades, já modelos muito detalhados, acabam gerando muita informação supérflua, ou seja, o
nível de detalhamento que deverá ser utilizado, depende dos objetivos do usuário do modelo 4D
(EATMAN et al., 2001)

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3 MÉTODO DE PESQUISA

Segundo Gil (2002), a pesquisa exploratória visa proporcionar maior familiaridade com o
tema e a construir hipóteses, esta pesquisa tem como característica o aprimoramento de ideias e a
descoberta de intuições. Também é uma pesquisa flexível quanto as etapas a serem seguidas (GIL,
2002).

Também de acordo com Gil (2002), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com materiais
já existentes, como livros e publicações periódicas. De outro lado existem materiais que não
receberam tratamento analítico como fotografias, ofícios e boletins, a pesquisa neste caso é
classificada como pesquisa documental (GIL, 2002).

Em seguida, segundo March e Smith (1995) para o estudo de criações humanas como
organizações e sistemas de informação pode-se utilizar a pesquisa construtiva, que é uma pesquisa
com intenção de resolver problemas reais e a partir disso fazer considerações teóricas para
determinada área de conhecimento (apud LUKKA, 2003).

Para March e Smith (1995), a pesquisa construtiva é capaz de gerar produtos de caráter
teórico e outros de caráter metodológico, que são modelos de implementação dos sistemas. Na
Figura 8 estão representados elementos da pesquisa construtiva, segundo (BIOTTO, 2012 apud
LUKKA, 1993).

Figura 8: elementos centrais da pesquisa construtiva

(Biotto, 2012)

Lukka (2003) salienta que todos os artefatos produzidos neste sistema são inventados e
desenvolvidos, mas não descobertos, também existem dois principais benefícios na pesquisa
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construtiva, um é o próprio método que será aplicado para resolução de problemas da organização
e a outra é a contribuição teórica gerada ao longo do estudo.

Existem diversas etapas para elaboração deste estudo, neste trajeto serão mescladas
metodologias de pesquisa necessárias para a coleta e tratamento de dados nas diversas etapas do
trabalho. O estudo proposto parte de informações de projetos, normas e memoriais, após ocorre a
construção de hipóteses para solucionar o problema da pesquisa que resulta na criação de um
método para aplicação em obra.

A pesquisa caminha pelos métodos bibliográficos, documental, exploratória e construtiva,


para este caso será utilizado com mais ênfase o processo de pesquisa construtiva por estar
direcionado a criação de um modelo que visa auxiliar na tomada de decisão no planejamento e
controle de sistemas de produção, também por utilizar uma ferramenta que auxiliará no problema
real de visualização de interferências, diminuindo as incertezas relacionadas as etapas construtivas
nas obras.

A pesquisa foi desenvolvida em quatro grandes fases, as quais caminham entre as fases de
revisão bibliográfica, exploratória, desenvolvimento e de consolidação. A Figura 9 demonstra o
delineamento, com suas etapas e sequência. Também é exposto que a etapa de revisão bibliográfica
ocorreu durante todo o andamento da pesquisa, as fases exploratórias foram desencadeando e
gerando recursos para início da próxima fase, até que ao final da pesquisa, os subsídios gerados
por todas etapas, culminaram para elaboração do método de modelagem proposto que possa ser
aplicado e avaliado.

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Figura 9: Delineamento da pesquisa

(Baseado em, Biotto, 2012)

Na fase exploratória houve familiarização com os softwares que serão utilizados no


processo de modelagem, cronograma da obra e modelo final 4D, também, serão verificadas fluxos
de informações e compatibilidade entre softwares, bem como, potencialidades que podem ser
utilizadas na gestão do modelo na fase de PSP e PCP.

A fase de desenvolvimento está vinculada aos planos de médio e longo prazo, quando o
modelo será alimentado com dados do PSP e atualizado continuamente com informações do PCP,
durante este processo de aplicação a um caso real de obra, serão utilizadas informações do modelo
e disseminadas nos diversos níveis hierárquicos da obra.

Na fase final de consolidação, foram analisados os resultados frutos da aplicação do BIM


4D no PCP e relatados pontos positivos e deficiências encontradas durante o estudo, desta maneira
possibilitando a melhora contínua dos processos em busca da qualidade no planejamento e controle
do modelo.
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4 - ESTUDO DE CASO: OBRA TÚNEIS DE METRÔ

Este capítulo se atém a apresentar o desenvolvimento da pesquisa, o empreendimento e a


empresa envolvida neste estudo de caso, informações sobre a construção do modelo BIM 4D e
softwares utilizados neste processo.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

A escolha para o estudo na empresa se deu pela relação de trabalho do pesquisador com a
mesma, na área de planejamento e controle de obras. Também, em seu estágio curricular de
engenharia participou na etapa de orçamento do planejamento e plano de ataque as obras de metrô
que posteriormente deram embasamento a este trabalho.
A empresa tem sede na cidade de Porto Alegre e atua no ramo da construção pesada à mais
de 60 anos com atuação em obras por todo o território nacional. A empresa originou-se em 1945,
neste mesmo ano iniciaram a abertura do primeiro túnel para o Batalhão Ferroviário, no Morro São
Luis, município de Bento Gonçalves. Desde então, a empresa passou a executar vários serviços de
infraestrutura destacando-se no ramo de túneis.
Hoje uma das mais sólidas empresas do Brasil, referência na construção pesada, construção
de túneis, construção civil, urbanismo, saneamento, barragens, hidrelétricas e mineração. Ágil na
mobilização e execução de grande obras, contribui com inovadoras soluções de engenharia na
realização de cada projeto, faz parte da história do Brasil, tendo construído mais de 300 km de
túneis.
Deve-se frisar que devido ao porte da empresa e expertise no setor de obras subterrâneas as
técnicas utilizadas estão em constante aperfeiçoamento, a proposta deste trabalho para incrementar
o método BIM 4D na etapa de planejamento das obras teve boa receptividade na empresa.

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4.2 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO

Neste item estão abordados alguns aspectos relevantes para o desenvolvimento deste estudo
de caso.

4.2.1 Empreendimento

A escolha do empreendimento se deu pois o pesquisador teve contato com o projeto em


estudo em seu estágio curricular de engenharia; logo, estava com pleno conhecimento das plantas,
plano de ataque e planejamento da obra, o que acarreta em maior sucesso na elaboração do modelo
proposto. Outro fator decisivo foi o interesse demonstrado pela empresa e a sua necessidade de
manter as informações produzidas pelo setor de orçamento na etapa de PSP, após iniciar a obra no
processo de PCP, assim proporcionando a visualização das etapas construtivas da obra,
interferências possíveis, acompanhamento físico/financeiro do empreendimento e disseminação
das informações do projeto para todos os colaboradores envolvidos com a obra.

4.2.2 Softwares Utilizados

Como o projeto original tinha concepção tradicional em pranchas 2D, após análise
criteriosa e detalhada dos projetos a modelagem teve início com o projeto 3D executado no
software Autodesk Civil3D®, nele foram ajustados o traçado dos túneis, seção e local das estações
do metrô. Após foi revisado o planejamento das atividades utilizando o software Microsoft
Project® para posteriormente vincular o modelo 3D a cada atividade do planejamento utilizando
o software Autodesk Navisworks® e então gerando o modelo BIM 4D.

4.2.3 Etapas de Modelagem 4D

O processo de desenvolvimento do modelo utilizado no estudo de caso, se desenvolveu


conforme os itens: I) Estudo do Projeto; II) Elaboração Plano de Ataque as Obras; III) Adequação
do Cronograma; IV) Elaboração do Modelo 3D; V) Criação do modelo 4D. Estes representados na
figura 10.

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Figura 10: Etapas da criação do modelo

Fonte: Autoria Própria

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I) Estudo do Projeto

No primeiro momento foi feito um estudo detalhado e criterioso do projeto, prática que
antecede qualquer planejamento e orçamento. Nesta etapa foram analisados cerca de um mil
projetos executivos da obra do metrô, projetos diversos (Figura 11) que contemplavam o escopo
da empreiteira que era a escavação de 1,7km de túnel método NATM com rebaixamento de lençol
freático até a etapa de concreto de primeiro estágio dos túneis (estações estavam fora do escopo).

Figura 11: Projeto executivo

Fonte: Autoria Própria

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II) Elaboração do Plano de Ataque as Obras

Com base nos dados fornecidos pelo contratante a respeito dos projetos analisados e prazos
disponíveis para execução do projeto, foi desenvolvido o plano de ataque às obras (Figura 12), que
é uma espécie de projeto resumo (Apêndice 1), com informações relevantes quanto as técnicas
executivas, produtividade de equipes e prazos para execução de cada trecho do projeto. Este estudo
foi realizado previamente e se trata de um planejamento tradicional, onde se vincula dados do
projeto executivo com informações do cronograma do empreendimento.

Figura 12: Projeto do plano de ataque as obras

Fonte: Autoria Própria

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Nesta etapa são detectadas previamente atividades necessárias à execução dos serviços que
não estão contempladas no projeto executivo, tem-se um exemplo na Figura 13 de um túnel de
acesso cujo projeto (Apêndice 2) é destinado a agilizar o emboque do túnel singelo com finalidade
de adiantar este serviço e garantir o prazo de execução final do empreendimento requerido pelo
contratante.

Figura 13: Projeto túnel de acesso

Fonte: Autoria Própria

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III) Adequação do Cronograma

Ao se iniciar o projeto já existia um cronograma prévio fornecido pela contratante. Nele já


havia uma estrutura analítica de projeto (EAP) definida com prazos e atividades previstas para o
projeto. Neste momento houve a alteração da EAP de acordo com o plano de ataque as obras, foram
inseridas atividades (Figura 14) não contempladas na fase inicial do cronograma, a rede de
precedências foi alterada e posteriormente os prazos foram submetidos a analise quanto a
produtividade de cada equipe para determinada seção de túnel, de acordo com o material e
geometria definidos no projeto executivo.

Figura 14: EAP do túnel de acesso

Fonte: Autoria Própria

Vale salientar que a rede de precedências de atividades do cronograma inicial foi alterada,
tendo em vista que o plano de ataque as obras é de responsabilidade da construtora e a viabilidade
dos prazos de execução estava condicionado a alternativa de túnel de acesso. Desta forma, as
atividades sucessoras e predecessoras em alguns casos sofreram modificações, sendo a principal o
início do Túnel Singelo vinculado ao Túnel de Acesso e não mais a execução da parede diafragma
da Estação Edmundo Lins.

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IV) Elaboração do Modelo 3D

Conforme comentado anteriormente o projeto executivo não foi concebido em BIM 3D,
logo, esta transformação teve que ser feita na etapa de orçamento. Para elaboração do modelo foi
utilizado o software Autodesk Civil 3D por ter a capacidade de lidar com alinhamentos para
geometria dos túneis, ter possibilidade de execução de seções que vinculadas a corredores, geram
planilhas de quantitativos de forma automatizada. Nesta fase não foram extraídos do modelo todas
as potencialidades que o software proporciona, porém, o enfoque principal se deteve a criar um
modelo 3D (Figura 15) com boa qualidade de informações que poderá ser usado de subsídio para
os diversos setores em diferentes etapas do projeto, com a funcionalidade de reunir em um só local
todas essas informações, facilitando a gestão e disseminação das informações no empreendimento.

Figura 15: Modelo 3D gerado

Fonte: Autoria Própria

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V) Criação do modelo 4D

Esta etapa é executada com o software Autodesk Navisworks (Figura 16) e fecha o ciclo de
geração do modelo BIM 4D, onde com elementos do cronograma gerado no Microsoft Project e
modelo BIM 3D gerado no Autodesk Civil3D, ocorre a vinculação entre um elemento gráfico com
características BIM 3D com a respectiva atividade do cronograma e sua duração assim gerando o
modelo BIM 4D, que resumidamente é o modelo BIM 3D com aspectos de informação de
geometria 3D e informações quantitativas e qualitativas, com a quarta dimensão que é o tempo.

Figura 16: Modelo 3D e cronograma importados

Fonte: Autoria Própria

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4.3 DESENVOLVIMENTO DO ETUDO DE CASO

4.3.1 Particularidades do Empreendimento

O empreendimento em estudo está incluído no Metrô de São Paulo, diz respeito ao trecho
da Linha 4 – Amarela, se trata da construção de aproximadamente 1,7 quilômetros de túnel
executado pelo método NATM, conta com diversos trechos de túnel, com variadas seções, de modo
que sua complexidade garante a necessidade de aplicação de modelos de planejamento mais
elaborados que os tradicionais.

Como o prazo da obra é estipulado para início das atividades de operação do Metrô, o
período de execução das obras para fins de planejamento fica restrito ao período de tempo
estabelecido nos documentos das licitações. Neste sentido o diagrama de redes principal do
planejamento foi elaborado pela contratante e coube a equipe técnica fazer uma análise minuciosa
quanto ao escopo de orçamento, pois dependendo dos prazos tem-se o dimensionamento de frentes
de trabalho, equipamentos, insumos e mão de obra.

Partindo do cronograma prévio inicial Planejameno-R00, relacionou-se as quantidades de


cada atividade envolvida, com uma análise de produção necessária por frente de avanço constatou-
se que o caminho crítico da obra inviabilizava a execução da mesma dentro do prazo contratual,
como pode ser visto na Tabela 1 existem três situações que demandam altas produções mensais,
bem maiores que a média histórica adotada pela empresa para uma obra com estas características
que é de 25m/mês.

Em conversa com os engenheiros sênior, verificou-se a possibilidade de assumir a produção


de 30,981m/mês para o trecho 01 pois se trata de um trecho com pouca extensão onde com a
execução de uma força tarefa, existe possibilidade de vencer o prazo e entregar o trecho na data
marco final estipulada.

A mesma situação de prazos apertados foi constatada no trecho 04 (38,37m/mês) e 05


(28,204m/mês), porém, estes são trechos extensos onde ocorre uma grande probabilidade das
produções tenderem a média histórica que é bem inferior as produções esperadas. O trecho 04 -
Túnel Singelo de Injeção estava sendo embocado apenas pela Estação Edmundo Lins e iria ser

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escavado até a SE Vila Sônia, também o trecho 05 - Vila Sônia Edmundo Lins iria ter emboque
pela SE Vila Sônia, que é um ponto de muitas obras civis e liberaria em uma data avançada o
emboque destes túneis.

Quadro 1 - Prazos para execução de cada trecho (Cronograma -R00)

Fonte: Autoria Própria

A solução para vencer este regime de prazos apertados foi a criação de um plano de ataque
aos trechos dos túneis 04 e 05, para isso foi elaborado um estudo considerando emboque
praticamente simultâneo para o Túnel Singelo de Injeção pelas estações Edmundo Lins e Oscar
Freire, trabalhando com duas frentes de avanço neste trecho ocorre um acréscimo na produtividade.

Na resolução da situação mais crítica, percebeu-se que tal alteração resultou em vantagens
também para os prazos do trecho 06 - Vila Sônia Edmundo Lins, pois ao escavar o trecho 04 -
Túnel de Injeção, partindo da Estação Vila Sônia chaga-se ao túnel de Ligação que dá acesso ao
trecho 05 e então ocorre um acréscimo de mais uma frente de avanço para este trecho que também
era crítico.

Na planta do Apêndice 01 pode-se verificar visualmente a estrutura dos túneis e a sequência


executiva de obra em mais detalhes. Na tabela abaixo estão representados os novos prazos de
execução de acordo com cronograma revisado com novos pacotes de atividades com algumas
precedências alteradas, conforme Planejamento-R01.

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Quadro 2 - Prazos para execução de cada trecho (Cronograma -R01)

Fonte: Autoria Própria

Esta proposta de alteração foi apresentada, porém, é evidente a dificuldade de execução da


parede diafragma da Estação Vila Sônia de forma apressada para emboque antecipado no Túnel de
Injeção, pois neste local ocorre um desvio de tráfego e outras obras de sequência complexa e prazos
apertados.

Com esta premissa o planejamento encontra um ponto crítico que inviabiliza este plano de
ataque, após novas análises de projetos e discussões da equipe com engenheiro de minas e geólogo
da empresa, chegou-se a uma abordagem possível que foi a alternativa do Apêndice 02 - Alternativa
Túnel de Acesso, que desloca o emboque para o Túnel de Injeção construindo assim um túnel
paralelo ao túnel do projeto executivo, que será utilizado para antecipar o start nesta frente de
serviço.

4.3.2 Elaboração do Modelo 4D

Após definido e consolidado e plano de ataque as obras parte-se para a elaboração do


modelo. Previamente a elaboração do modelo é necessário definir o horizonte de atualização do
mesmo, isso reflete no nível de detalhe que o modelo BIM 3D irá conter, para este estudo
consideramos o horizonte de atualização em 15 dias, logo, o cronograma e o modelo 3D foram
adaptados a este prazo.

No modelo 3D de túnel os avanços são horizontais, diferente de obras prediais onde a


sequência executiva é mais fragmentada, nas obras de túneis em um horizonte de 15 dias, devemos
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considerar a produtividade estipulada para cada trecho e após isso fragmentar em metros de túnel
o avanço previsto para a quinzena considerada como horizonte de atualização. Vale lembrar que
para casos de túneis em solo devido à complexidade dos tratamentos no maciço, o avanço é mais
lento do que em caso de trechos em rocha onde o maciço tem mais suporte.

O grau de detalhamento do modelo para este estudo, não foi o mais complexo possível, para
manter o arquivo mais leve e com boa velocidade, reduzindo o tempo de trabalho, foi optado por
representar graficamente o maciço a ser escavado conforme figura 17 que se apresenta na cor
marrom e o concreto projetado de primeiro estágio de cor cinza claro, este estão dispostos em
etapas de execução conforme projeto executivo, na mesma figura se tem representado no lado
esquerdo o Túnel Vila Sônia Ed. Lins que se trata de um túnel piloto com side-drift e posterior
alargamento da seção, já na direita estão representados o Túnel de Acesso que se trata de uma
escavação de seção plena e o Túnel de Injeção que possui uma avanço em meia seção e posterior
rebaixo do invert definitivo.

Figura 17: Modelo 3D no Civil3D

Fonte: Autoria Própria

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Fica evidente na figura 16 o seccionamento na seção de escavação de acordo com o


horizonte de 15 dias, é visível no túnel singelo de menor complexidade executiva que o avanço
quinzenal é maior, já no túnel piloto com posterior alargamento a produtividade é menor. O modelo
fica em aberto e pode ser acrescido de informações a qualquer momento, pois cada nível
hierárquico pode lidar com um nível de detalhamento diferente no mesmo modelo.

Em relação ao cronograma as atividades foram compatibilizadas para o horizonte de


planejamento, também quinzenal, logo o ciclo de escavação foi todo distribuído em 15 dias, claro
que isso não representa a realidade na execução, pois em um túnel de solo, nesses 15 dias terão por
volta de 15 ciclos completos de escavação, porém, para representar estes ciclos graficamente, foi
optado pela sequência de um ciclo para a quinzena.

As tarefas que anteriormente representavam a totalidade da atividade, deverão ser


seccionadas para o horizonte de planejamento, na figura 18 pode ser visualizada a divisão na
sequência de execução em etapas, dessa forma possibilitando a vinculação da tarefa agora
segmentada em diversas etapas, com o modelo 3D respectivo aquela atividade.

Figura 18: Cronograma ajustado no Project

Fonte: Autoria Própria

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Após ajustado o cronograma no Microsoft Project e o modelo BIM 3D no Autodesk Civil3D


estes dois elementos são inseridos no software Navisworks para geração do modelo BIM 4D
(figura19). Para importar o modelo do Autodesk Civil3D, deve ser acionada o ícone Append e
localizar o arquivo de extensão *dwg, o carregamento tem duração de aproximadamente 20
minutos.

Figura 19: Importação do Civil3D para Navisworks

Fonte: Autoria Própria

A importação do cronograma é feita conforme figura 20 na ferramenta Timeliner, onde as


tarefas são distribuídas na guia Tasks, para a importação do cronograma é necessária a abertura da
guia Data Sources, neste caso o cronograma importado tinha extensão *mpp e a importação leva
cerca de 1 minuto, essa função importa as tarefas do cronograma para a guia Tasks do Timeliner.
Outra aspecto importante é a capacidade de atualizar o cronograma no Project e as informações
são exportadas automaticamente para o Navisworks.

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Figura 20: Importação do Project para Navisworks

Fonte: Autoria Própria

Neste momento temos as duas importações necessárias para gerar o modelo, conforme
citado anteriormente, tanto o cronograma quanto o modelo BIM 3D estão ajustados para
atualização quinzenal. Na sequência deverá ser vinculado a respectiva tarefa da Timeliner com seu
modelo 3D correspondente, desta forma é feita a vinculação entre os elementos através do
Timeliner.

A plataforma do Navisworks trabalha com três lógicas para a representação 4D de algum


elemento, elas podem ser selecionadas na Task Type e com estas opções o usuário faz a modelagem
e sequenciamento que bem entender. Com estas características o usuário define se a estrutura
vinculada a atividade da linha de tempo entre seu início e fim, sofrerá construct ou graficamente
aparecimento na tela, demolish graficamente representada por desaparecimento da tela e temporary
que é uma atividade que surge e no final de seu ciclo desaparece.

Na figura 21 está representada a vinculação da parede diafragma da estação, com sua tarefa
respectiva na Timeliner, também, sua Task Type está definida como Construct, logo na coluna

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Attached clicando com o botão direito do mouse, está se associando o modelo 3D respectivo a
parede diafragma a sua atividade, assim gerando características 4D aos elementos.

Figura 21: Vinculação de atividades no Navisworks

Fonte: Autoria Própria

Como esta atividade de vincular é extensa, no momento em que se vinculam ambas


entidades é necessário para manter a organização, utilizar o comando Hide que oculta as entidades
3D que já foram vinculadas a entidade do cronograma, isso possibilita melhor organização na hora
de vincular recursos com entidades 3D uma vez que evita múltiplas seleções para o mesmo objeto.

Após vinculadas todas atividades a sua respectiva tarefa no cronograma, se pode simular a
sequência de atividades do modelo através da aba Simulate, para que esta função seja executada e
que seus recursos visuais tenham fácil compreensão, se faz necessário um ajuste de cores para cada
fase do projeto na aba Configure, na figura 22 podemos observar o esquema de cores configurados.

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Figura 22: Configuração do esquema de cores

Fonte: Autoria Própria

No esquema de cores estão divididos nas três lógicas que o software utiliza, que são
construção, demolição e temporário, utilizamos respectivamente as cores verde, vermelho e
amarelo para o instante em que estas atividades estiverem sendo desenvolvidas, após isso as
entidades construídas ficarão na tela e demolidas vão desaparecer, também na mesma sequência as
atividades iniciadas com antecedência terão coloração com transparência de 80% nas cores verde,
vermelho e amarelo, atividades em atraso de conclusão terão cor violeta.

Posteriormente na etapa de simulação conforme mostrado na figura 23 é possível a


configuração de alguns modos que incluem representação das atividades planejadas, planejada vs
atual e atual, a primeira contempla puramente o que foi planejado, a terceira conta com um módulo
onde se alimenta com datas reais de execução do projeto e a segunda conta com uma comparação
entre as duas citadas anteriormente, podendo-se analisar avanços ou atrasos na execução do projeto
de maneira gráfica, através do sistema de cores pré-estabelecido.

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Figura 23: Tipos de simulação

Fonte: Autoria Própria

Na etapa de simulação é possível adicionar algumas split view que auxiliam na visualização
do modelo, possibilitando melhor interatividade do espectador com as peculiaridades do projeto,
como pode ser visualizado na figura 24, as vistas foram divididas em isométrica, superior e uma
tomada no interior da estação PV/SE Vila Sônia. Com início da simulação, surge logo abaixo das
vistas uma linha de tempo, que após o usuário dar play na simulação começa a avançar, também,
no canto inferior esquerdo da tela são listadas as atividades que estão sendo executadas naquele
momento, bem como as porcentagens concluídas de cada atividade.

Também ficam visíveis as atividades relacionadas com o esquema de cores, onde itens em
vermelho representam atividades de demolição (escavação), em verde de construção (concreto
projetado), em marrom atividades de escavação que não foram executadas e em cinza concretagens
que já foram concluídas.

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Figura 24: Simulação do Planejado

Fonte: Autoria Própria

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Na figura 25 é representado o modo de simulação onde são comparadas as datas planejadas


e as datas atuais das atividades, logo, as atividades em atraso ficam representadas na cor roxa, isso
chama atenção do usuário para as atividades que estão em atraso.

Figura 25: Simulação do planejado x atual

Fonte: Autoria Própria

Após criados arquivos em diversos softwares para concluir na simulação do modelo, o


resultado deste trabalho está disponível para diversas etapas do empreendimento, aplicação de
técnicas outros métodos depende muito da criatividade dos usuários, pois as informações do
modelo e prazos estão organizadas nos arquivos gerados, cabe ao planejador aplicar e disseminar
estas informações para os demais integrantes do processo de construção.

No capítulo seguinte comentaremos sobre alguns aspectos relativos aos softwares


utilizados, modelo gerado e possibilidades de aplicação nas etapas de PSP e PCP.

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5 - POTENCIALIDADES DO MODELO E DISSEMINAÇÃO DA INFORMAÇÃO

Diante do exposto no Capítulo 4, onde o objetivo proposto neste trabalho foi criar um
modelo BIM 4D e disseminar as informações geradas para diferentes níveis hierárquicos, abaixo
são descritas melhoras possíveis relativas ao modelo, potencialidades e disseminação das
informações para cada setor envolvido na obra.

A visualização da simulação simplifica e reduz esforços necessários ao entendimento dos


projetos, cronograma e ciclo de vida da obra, também reduz diferenças no entendimento de pessoas
de setores distintos e entre os diferentes níveis hierárquicos, pode-se apresentar a obra objeto do
orçamento para o departamento jurídico da empresa e este tranquilamente terá entendimento do
projeto auxiliando a equipe na elaboração de um contrato condizente com os trabalhos planejados.

Outro ponto relevante é a facilidade de simulação de métodos e sequencia executiva dos


serviços, garantindo que a ideia planejada seja repassada de forma fiel para os executores do
projeto, isso em todos os níveis hierárquicos gera uma melhor percepção de incoerências ou itens
ignorados nos estudos preliminares do projeto, conduzindo as equipes envolvidas a menor
probabilidade de falha.

Oferece bom suporte ao acompanhamento físico/financeiro feito pela gerência e clareza em


demonstrar o andamento da obra e resultados para diretores e acionistas, propiciando facilidade em
detectar atividades com desvios entre previsto e realizado, possibilita visualização do impacto e
sequencia de cada atividade, tornando planejamento e qualquer alteração necessária na sequência
executiva, clara e objetiva podendo ser visualizadas as atividades afetadas por atrasos, avanços ou
modificações.

O acumulo das informações do projeto em um único modelo proporciona maior interação


entre os envolvidos, facilitando a comunicação, reduzindo duplicidade e divergência de
informações entre setores. A ferramenta pode ser utilizada colaborativamente de onde os
envolvidos podem extrair informações e até acrescentar elementos ao modelo de acordo com o
nível de detalhe exigido e demandas necessárias para cada departamento da empresa.

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Dessa forma é bem vinda a capacidade do o modelo de durante as etapas do processo


carregar as informações e premissas consideradas na etapa de orçamento, o que possibilita ao gestor
da obra alinhar sua revisão do planejamento as condicionantes previamente adotadas e que com a
evolução do projeto e diminuição das incertezas, o mesmo possa aprimorar o modelo, tendo de
alicerce os estudos iniciais, assim garantindo a execução fiel do que foi planejado previamente e
as melhorias propostas durante o ciclo de PCP.

Vale salientar que além do uso para controles, esta é uma importante ferramenta de
comunicação onde se apresenta aos envolvidos, o que, onde e para quando um conjunto de
atividades e tomada de decisões foi planejado. Esse aspecto facilita o entendimento dos
colaboradores do nível operacional, pois estes nem sempre tem o grau instrução necessário para o
pleno entendimento dos projetos, cronograma e plano de ataque idealizado pelos gestores, sendo
assim esta ferramenta auxilia no engajamento e motivação do funcionário.

Poderão ser utilizados outros softwares de apoio para os trabalhos de monitoramento,


dependendo do nível de controle que se deseja, como alternativa se tem o Microsoft Excel e Project
que são softwares que dão subsídios ao planejador da obra, com os quantitativos extraídos do
modelo BIM 3D do Autodesk Civil 3D inseridos e distribuídos em suas tarefas no Project é possível
acompanhar o caminho crítico da obra, com estes mesmos dados exportados para o Excel se
trabalha com a Curva “S” assim podendo fazer o acompanhamento e controle físico e financeiro
do projeto com outras ferramentas de controle consolidadas.

Outra ferramenta de grande utilidade é a de compatibilização de projetos, que dá subsídios


de forma preventiva a possíveis interferências e incompatibilidades entre projetos de diferentes
áreas envolvidos no escopo, esta ferramenta pode ser utilizada por toda vida útil do
empreendimento, pois carrega informações do projeto desde a sua concepção até a operação
cumprindo ao final da obra o papel de as-built do projeto.

Podem ser feitas análises de sequência executiva globais no modelo, também podem ser
necessários estudos específicos, restritos a um horizonte de planejamento menor, sendo assim,
inicialmente a simulação pode ser menos detalhada e representar o ciclo total da obra e com o

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avanço do projeto podem ser aprimoradas algumas atividades pontuais, onde se tenha benefícios
com tal detalhamento.

Também levando em conta as premissas iniciais do projeto, é possível a realização de


alterações e simulações de alternativas e plano de ataque dos serviços, com possibilidade de
visualizar de forma ampla as consequências que tais alterações desencadeiam nas demais
atividades.

De maneira global os elementos 3D podem representar um conjunto de atividades, por


exemplo, enfilagens, malha metálica do concreto projetado, cambotas metálicas e colunas de jet-
grouting, devido a sua complexidade de detalhes para graficação no AutoCad, são representadas
por um único bloco 3D e posteriormente para controle podem ser relacionados separadamente
todos estes serviços ou materiais no Excel.

Pela característica do modelo de compartilhar conhecimento no canteiro de obras, é


induzida a integração e qualidade das informações para controle, estas culminam em uma
construção de melhor qualidade, com maior controle de custos e prazos, maior esclarecimento do
escopo, redução de riscos e surpresas durante a construção. Esta riqueza de detalhes e informações
possibilitam ao gestor transmitir as instruções necessárias para o cumprimento do escopo de forma
rápida e clara.

Como resultados diretos na sequência da obra, temos ganhos desde a fase inicial de estudo
do layout do canteiro, locais de estoque de materiais, conferência de quantitativos no orçamento,
planejamento de faturamento, histograma de materiais e mão de obra, programação de compras
com fornecedores e logística dos materiais. Na etapa de execução da obra muitos ganhos citados
anteriormente se mantem, porém, são apresentados mais vantagens como medições e
acompanhamento de avanço físico, subsídios locação da equipe de topografia e extração de
quantidades para medições, todos estes acrescentam detalhes que produzem o modelo final
denominado as-built que é o modelo “como construído” que servirá de subsidio para a etapa de
operação do empreendimento.

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6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve a pretensão de desenvolver e utilizar em obra um método BIM 4D nas
etapas de projeto do sistema de produção e planejamento e controle da produção, no método foram
utilizadas diversas ferramentas e o uso conjunto destas não se encontra na literatura, assim este
trabalho proporciona aos gestores uma base de informações e sugestões sobre o método BIM 4D
proposto, que é uma ferramenta de apoio ao seu trabalho de controle e tomada de decisão.

O objetivo geral da pesquisa foi estabelecer um método para uso da modelagem BIM 4D
no planejamento e gestão do sistema de produção para obras complexas de túnel, também criar
mecanismos para disseminar as informações geradas durante as etapas construtivas nos diferentes
níveis hierárquicos envolvidos. Este objetivo foi alcançado através da revisão bibliográfica na qual
foram percebidas algumas vantagens na utilização deste método e após a criação do modelo BIM
4D com softwares apropriados, foi possível verificar quais informações são originadas e para qual
setor da obra podem gerar subsídios.

Outro objetivo específico deste trabalho que era aplicar o sistema a uma obra real, foi
cumprido parcialmente, já que o trabalho pode ser desenvolvido na etapa de orçamentação, onde
foi gerado o modelo BIM 4D que subsidiou orçamento e planejamento da obra, porém, como a
empresa não foi vencedora da licitação para a construção do empreendimento, a utilização na etapa
de PCP não foi realizada.

Vale ressaltar a importância desta ferramenta como facilitadora da comunicação entre os


envolvidos, a praticidade e confiabilidade de carregar em um único modelo todas informações
relevantes do projeto, a capacidade gráfica surpreendente de transmitir o escopo do projeto ao
demais que a distribuição espacial e temporal dos elementos do projeto proporciona.

A pouca aplicação deste tipo de metodologia em projetos de infraestrutura ressalta as


potencialidades e ganhos que se pode ter futuramente com a adoção desta tecnologia, visto que esta
mudança cultural no projeto e controle está em fase de transição semelhante àquela que se teve na
passagem dos desenhos em prancheta para os CAD, momentaneamente houveram resistências em
avançar, porém com as vantagens que as novas tecnologias trazem, é uma questão de tempo e
mudança de paradigma para que projetistas e construtoras se familiarizem com o BIM 4D.
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Com os resultados obtidos neste trabalho fica como sugestão a aplicação destes mesmos
conceitos porém com softwares diferentes, salientando que esta metodologia é uma prática de lidar
com a informação e não apenas um programa computacional. Outra sugestão é a aplicação do
método na etapa de PCP de uma obra de túnel.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Management, v. 14, n. 4, p. 201-204, 1996. Disponível em:
<http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/0263786395000933>.

BERNARDES, M. M. S. Planejamento e Controle da Produção para Empresas de Construção


Civil. 1ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2013. 190p.
BIOTTO, C. N. Método para projeto e planejamento de sistemas de produção na construção
civil com uso da modelagem BIM 4D. 2012. 180 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) –
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre.
CURT. 2004. Collaboration, Integrated Information, and the Project Lifecycle in Building
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Projects.1991. 327p. Thesis (Doctorate) - University of Salford - Department of Quantity and
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LUKKA, K. The constructive research approach. In: Case study research in logistics (edited by
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MATTOS, Alado Dórea. Planejamento e Controle de Obras. 1 ed. São Paulo: Editora PINI,
2010. 420p.
MEREDITH, J. R.; SHAFER, Scott M.. Administração da produção para MBAs. PortoAlegre:
Bookman, 2002.
RODRIGUES, A.A. O projeto do sistema de produção no contexto de obras complexas. 2006.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
SCHRAMM, Fábio Kellermann. Projeto de Sistemas de Produção na Construção Civil
Utilizando Simulação Computacional como Ferramenta de Apoio à Tomada de Decisão.
2009. 299 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Civil, Departamento de Programa de Pós
Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.

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APÊNDICE 01 – Plano de Ataque as Obras

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FRENTE DE ATAQUE INICIAL

*Guindaste de apoio.
-Retirada de material
escavado. 2
Primeira etapa de ataque -Lançamento de
equipamentos e
acessórios. 6
1 a
18

*Túnel VSE David Segunda Etapa de *Túnel VSE David


*RAMPA PARA ATAQUE
*Limpeza, *Finalização das
escavações do Túnel de
Matarasso - Final, execução Avanço. Matarasso - VSE Edmundo
20 DO TÚNEL VIA DUPLA &yGL
JR

bombeamento e de enfilagens tipo CCPh,


pregagens, cambotas e
Lins, execução de
enfilagens tipo CCPh, 226
escavação restante Ligação SE David concreto projetado com tela. pregagens, cambotas e
das estruturas. Matarasso (27,40m) para concreto projetado com tela.

-Instalação de liberar frentes de ataque ITE


NTE

345
EM

*35 dias - Para ao túnel NATM David - 9H


Mo UL
($
&5ES
CO
E1
ILF
lid
RT

daC.
Do
E1
ad
0
e mR
:25
17
tubulação para liberar as frentes. G 14 D 12

transbordo de Tímpano. RIA


(75Ð
C
-25dias - Apenas 0AU
TO

conceto. 690
para escavação. 1.400
a 6 B m³/mês
1 17
14 A GH
de
LF
oin
DiiVret
riz
ee
GH
aldde
R

TA
re%
VL
un
toD FR
triz
lcm
Dito
%i
PrtoMF
oje
toD

0 Proje

9 1
272 T

E1:25
RTE1
COC.
ES
0
263
E

17
S 117 2%6(
59
LEGENDA
75 334
Objet
o
a
6
CAMINHO CRÍTICO
1

14.10 13.30 2
VIA1 0
1&,$ E1:25
RTS1
5()(5Ç COC.
ES
26 '(
'2&180
VIA1
(17
H
FRENTE DE ATAQUE VINCULADA Á
9VIA1
3
10
EXECUÇÃO DAS ESTAÇÕES
52 conj.
ist.H

Subtr
c.L
Subs
FRENTE DE ATAQUE LIVRE

3.50
E1
E1 :250
RT
COC.
ES

110
D

0.00 PRAZO DE EXECUÇÃO ESTIMADO (DIA)

JR
&yGL

*117 dias - Até *75 dias - Até Estação

5.55
Estação Vila Sônia. Vila Sônia.
E1
E1 :250
RT
COC.
ES
*Escavação de 48.41m até a
C
Imax=20% Estação Vila Sônia. *Escavação de 31.04m até a
16 15

Estação Vila Sônia.

ee
GH
aldde
R
riz
PV/SE Vila Sônia
GH
de
LF
oin
DiiVret
re%
VL
un FR
triz
lcm
DitoD
%i
oje to
PrtoMF
toD
Proje

Imax=20%
35
*Túnel Singelo de Injeção. *Para atender exigências de prazo o emboque
*Prazo final para túnel do túnel de injeção deverá ser executado por
(12/10/18) ID 418 cronograma. todas as frentes possíveis.
*Liberação para emboque de túneis
135 *Trecho da
(20/03/18) ID 324 cronograma.
escavação abaixo do *226 dias - Até a VSE Ed. Lins.
córrego Itarerê. *O emboque do túnel Saída de *345 dias - Até a bifurcação. *Verificar possibilidade de antecipar
00
1:10 Emergência se dará pela frente de
ESC
.T
o o o emboque após execução da parede
- od ã od escavação que alcançar o local primeiro. diafragma no local.
lus
ã lus Conclusão
nc nc
Co
0
E1:25

Co
RTS1

*
COC.
ES

a ara cha.
A
16
a r . P
5.0
9
- P lo s - Ro
ias So dia em *Após a escavação do acesso pela estação
0 d o em *52 cho
Imax=20%
*20 dias - Até a Túnel O túnel de Saida de Emergência (18.05m), PV/SE Vila Sônia, ocorre o emboque do túnel
1
*1 ech Tr
e
NATM Duplo Ed. Lins. deverá ter dimensões que comportem o tráfego VSE - Estação Vila Sônia com 241.21m.
Tr de equipamentos. *690 dias - Para conclusão da VCA.

*135 dias - Para Conclusão.


* *Verificar possibilidade de antecipar
o emboque após execução da parede
Estação Vila Sônia. * Calota e Bancada - 116.38m
2 Side Drift - 129.33m
diafragma no local. *Execução de túnel piloto com pilar *Liberação para emboque de túneis *Execução de túnel piloto com pilar
VSE Edmundo Lins central em concreto armado + (20/03/18) ID 324 cronograma. central em concreto armado +
*Início dos trabalhos na SE David Matarasso,
envolvem limpeza, bombeamento e escavações. *272 dias - Até a VSE Ed. Lins. *263 dias - Até Estação Vila Sônia. alargamento. alargamento.
*334 dias - Para Conclusão do *Liberação esc. parede diafragma.
Após este primeiro ataque liberam-se duas
frentes, uma até o final do trecho km 1,4+37,47.
*Liberação para emboque de túneis
(30/06/17) ID 359 cronograma. Trecho até Estação Vila Sônia. * (02/06/17) ID 442 cronograma.

e outra até a VSE Ed. Lins. *O emboque do túnel V. Sônia - Ed. *117 dias - Até Estação Vila Sônia. *75 dias - Até Estação Vila Sônia. PV/SE Vila Sônia.
Lins se dará pela frente de escavação
*Liberação para emboque de túneis
*Túnel VSE David que alcançar o local primeiro. * *Conclusão da estrutura.
Conclusão *Escavação de 48.41m até a Estação (31/03/17) ID 349 cronograma.
Matarasso -VSE Ed. Lins. *Escavação de 31.04m até a (08/11/18) ID 427 cronograma.
*Parede Diafragma - 24/02/17. *Túnel Ed. Lins - Vila Sônia. Vila Sônia. Estação Vila Sônia.
*Prazo final para túnel *-Início das escavações para VCA (270.37m)
*Túnel VSE David *Execução Laje de Fundo - 30/06/17. *Túnel Vila Sônia - Ed. Lins.
(23/11/18) ID 404 cronograma. *Prazo final para túnel - Execução de parede diafragma.
Matarasso -Final. (31/01/19) ID 390 cronograma. *Prazo final para túnel *Túnel VSE Estação Vila Sônia.
*35 dias - Para liberar as frentes. *Para atender exigências de prazo o - Execução de estroncas para escavação na
-25dias - Apenas para escavação. *Escavação de 225.90m até (31/01/19) ID 397 cronograma. *Prazo final para túnel Conclusão VCA.
*Prazo final para túnel emboque do túnel de injeção deverá ser
mudança de seção na VSE *Escavação de 218.60m até (24/08/18) ID 382 cronograma. *Parede Diafragma - 18/11/16. - Escavação da interna da vala.
(26/01/17) ID 411 cronograma. executado por todas as frentes possíveis.
Edmundo Lins. mudança de seção na Estação Conclusão *Escavação de Trincheira - 13/01/17. - Concretagem das aduelas em concreto
*Acesso principal Vila Sônia. Seção Plena *Parede Diafragma - 05/05/17. armado.
dos trabalhos no *Escavação de Trincheira - 25/08/17. - Retirada das estroncas (~1.200 t).
túnel NATM SE David Matarasso Calota e Bancada - Reatero final das estruturas.
David - Timpano. *Liberação Imediata com O.S.
(01/07/16) ID 03 cronograma.

Calota e Bancada

Seção Plena

DHPv+P.
SUPERIOR

Condicionado ao Túnel Via Produção Estimada


Poço c/ bomba submersa + Poço gravitacional com bico injetor Dupla e Singelo
Filtrante Túnel Singelo 30m/mês
35 226 345 20 Túnel Solo - 25m/mês
Silte arenoso (solo Silte arenoso (solo Túnel Side Drift - 20m/mês
residual jovem) Silte arenoso (solo residual jovem) residual jovem) Túnel Piloto + Alargamento - 12,5 m/mês
Calota e Bancada Seção Plena Calota e Bancada Seção Plena Seção Plena Túnel Rocha - 80m/mês

26.85m 86.00m 78.00m 406.50m 16.00m


Túnel Ligação - SE David Túnel Ligação - Via Dupla x
Túnel Injeção - Singelo Singelo
Matarasso
1.5+51.60 0+00.00 0.5+70.50 2.0+70.00

Por Baixo do
córrego Itarere

1.4+37.47 1.5+94.00 1.6+45.00 1.7+85.04 1.8+44.65 2.2+02.25 2.2+89.16 2.3+37.57 2.3+92.58 2.4+23.62 2.5+40.00 2.6+69.33 2.7+08.20 2.9+78.57
Estação Vila Sônia Estação Vila Sônia
NATM David - Tímpano NATM Duplo Ed. Lins VSE Vila Sônia VCA
INFERIOR

1-Túnel Piloto 1-Túnel Piloto


2- Alargamento 2- Alargamento
114.13m 42.40m 51.00m 140.04m 225.91m 131.68m 86.91m 1 48.41m 1 31.04m 116.38m 129.33m 270.37m
Calota e Bancada Calota e Bancada (uso de equipamento de desmone de rocha) 2 Side Drift Calota e Bancada 1 Calota+Invert 1 Calota+Invert Calota e Bancada 1 Side Drift
2 Seção Plena(2x) 2 Seção Plena(2x) Túnel método destrutivo - parede diafragma + estrutura de concreto armado
Teto - Silte arenoso (solo residual jovem) Teto - Silte arenoso/argiloso Teto - Argila siltosa arenosa c/ mat. orgânica mole. Teto - Silte arg. pouco arenoso(s.residual maduro) Silte arenoso/argiloso Silte arenoso Teto - Silte arenoso (solo residual jovem) Teto - Silte argiloso pouco arenoso (solo residual maduro) Argila siltosa arenosa c/ mat. orgânica mole.
Paredes - Silte arenoso (solo residual jovem) (Areia fina e média) (Ar. fina e média)
Paredes - Silte arenoso/argiloso compacto Paredes - Gnaisse Parede - Silte arenoso, areia fina/média mediamente plástica Paredes - Silte arenoso/argiloso compacto Paredes - Silte arenoso (solo residual jovem) Silte arenoso, areia fina/média mediamente plástica
1-2 1-2
135 110 52 272 263 117 75 334 690
1-2 DHPv 1-2 DHPv
Poço c/ bomba submersa + Poço gravitacional com bico injetor Poço c/ bomba submersa + Poço gravitacional com bico injetor +P. Filtrante +P. Filtrante Poço c/ bomba submersa + Poço gravitacional com bico injetor Poço gravitacional com bico injetor
1-Túnel Piloto
Calota e Bancada Calota e Bancada
Calota e Bancada 1 Side Drift
(uso de equipamento de desmone de rocha) Calota e Bancada
2 Side Drift Túnel método destrutivo - parede diafragma estrutura de concreto armado

2-Alargamento

Seção Tipo
-Desmonte cuidadoso com controle de vibração.
-Enfilagem na abóboda superior.
(*Avanços reduzidos)

EMPREENDIMENTO:
METRÔ, LINHA 4 - BLOCO 02
TÍTUL0:

PLANEJAMENTO PRELIMINAR DE OBRA

ASSUNTO:
-
PROJETO DE REFERÊNCIA:

Formato: Escala: Folha: Data: Desenho:


A1 sem escala 01 / 01 CRON-METRO-2016 - R01
56

APÊNDICE 02 – Túnel de Acesso

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Vista em Planta - Estação Vila Sônia B' Vista em Planta - Túnel de Acesso
A'
Bases Existentes

0
C'
0+00
0+000

0
0+01
0
Túnel de Acesso 0+01
Túnel de Acesso

0.00

0.00
.0+00
20
0+0

=EST

.0+00
.12
+012

Inicio
20
0+0

ST.0

T
0

12.12
PC=E
3

S
+0 i=9%

E
0

=
PT
D D'

Inicio
=

+0
ES
T.0

ST.0
+
02
0
04
8.1
0+
3
C
30

PC=E
0
Fin

i=9%
Túnel de Injeção A
0+
al=
ES
T.0
+0
4

PT
B
D
0.4
1

=E
S
T.0
+0
40

28
0

.13
0+
Seção C-C' C

Fin
Túnel de Injeção A

al=
ES
T.0
+0
40
.41
Seção A-A'
Aterro desvio de
tráfego

Parede
08

Projeção
Seção D-D' Túnel de
Acesso

Intersecção com
Túnel de Injeção

* Vão reduzido para acesso


Verificar estabilidade das fundações
Túnel de Injeção Parede de divisa durante escavações do
01 acesso.

Seção B-B'
Aterro desvio de
tráfego

Prespectiva do Emboque - Túnel de Acesso Túnel de Acesso

Seção Tipo
Observações:
Escavação
+ * Vão reduzido para acesso
Tratamento do Emboque
Verificar estabilidade das fundações
Túnel de Injeção Parede de divisa durante escavações do
Enfilagens em CCPh 01 acesso.
EMPREENDIMENTO:
METRÔ SP - LINHA 04
TÍTUL0:

Bases Existentes
PLANO DE ATAQUE ESCAVACÕES - ESTAÇÃO VILA SÔNIA

sso ASSUNTO:
n
ce
o A de ALTERNATIVA TÚNEL DE ACESSO
ura are
arg e P
c a L ses PROJETO DE REFERÊNCIA:
u a
Po tre B a
en fragm
D i a Formato: Escala: Folha: Data: Desenho:
A3 - 01 / 01 PLAN-TUNVSA-02/16

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