Ficha de trabalho

Ficha 2
Domínio Escrita
Domínio Escrita

Ficha 2 · Síntese
1. Lê o texto informativo apresentado.

Vigiados na rede
Navegar na Internet constitui uma atividade promís-
cua1. De cada vez que introduzimos um endereço no
motor de busca, selecionamos um link ou utilizamos o
Google, o nosso computador troca fluidos digitais com
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outros equipamentos, servidores e fornecedores de servi-
ços, na sua maioria desconhecidos ou mesmo alheios à nossa
legislação. O contacto é surpreendentemente íntimo; numa visita,
revelamos o nosso nome, versão do sistema operativo, navegador e localização
geográfica. Com o tempo, a incansável máquina de registar dados terá acumulado
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milhares de páginas sobre nós, num arquivo que poderá incluir o nosso endereço
postal, estado civil e financeiro, compras, amigos, inclinações políticas…
Parece uma conspiração, mas é apenas o capitalismo aplicado à era digital. Há alguns anos,
a maior base de dados pessoais do mundo não estava nas mãos da CIA 2 ou do FBI3, mas nas
da cadeia de supermercados Walmart4, graças a um engenhoso sistema através do qual os
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clientes renunciavam à sua privacidade a troco de um minúsculo desconto nas compras. Hoje,
as entranhas da Internet escondem uma máquina que regista, filtra e analisa sistematicamente
todos os nossos movimentos, com o objetivo de nos vigiar ou vender coisas.
A maior parte do tempo, não nos apercebemos. Em troca da nossa intimidade, a máquina
reconstitui o mundo à medida das nossas compras, preferências, amigos e recomendações.
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Graças à nossa indiscrição, a Amazon5 só nos oferece livros que nos agradam, o Spotify6 esco-
lhe os nossos grupos preferidos e o Facebook sabe qual dos nossos amigos faz anos esta se-
mana. Tal como a mais eficiente das secretárias, a rede digital sabe quem somos melhor do
que nós próprios, mas não trabalha para nós. Somos, na realidade, o produto, num mercado
tentacular7 que não está sujeito a uma regulação efetiva. De cada vez que criamos um utiliza-
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dor numa rede social ou enviamos correio eletrónico, aceitamos que uma empresa ceda os
nossos dados a terceiros ou a um governo para fazer coisas que não sabemos, sem necessidade
de autorização e, muitas vezes, em lugares onde a lei não nos pode proteger.
Além disso, os dados mudam de mãos a grande velocidade, quase sempre por dinheiro,
frequentemente por descuido e, no pior dos casos, pela força: há um número crescente de
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delinquentes que se interessam por números de cartões de crédito, transações bancárias, in-
formações médicas…
[380 palavras]

PEIRANO, Marta, 2013. “Vigiados na rede”. Super Interessante, n.º 183, julho de 2013 (p. 47)

1. em que há mistura ou intimidade entre indivíduos considerada contrária aos bons costumes; 2. (Central Intelligence Agency)
Agência Central de Inteligência americana; 3. (Federal Bureau of Investigation) Agência Federal de Investigação americana;
4. multinacional americana; 5. empresa de vendas à distância; 6. plataforma de distribuição de conteúdos; 7. dotado de tentáculos.

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2. Observa a síntese elaborada a partir do texto-fonte.

Navegar na Internet pode ser, de facto, uma atividade perigosa, uma vez que, inadver-
tidamente, damos acesso a uma grande quantidade de informação de carácter pessoal a
desconhecidos. Atualmente, a Internet é uma espécie de Big Brother que regista todos os
nossos movimentos, tirando partido dessa informação para as mais variadas situações. Daí
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que as interações resultantes das nossas pesquisas em páginas como a Amazon, o Spotify
ou o Facebook nos pareçam cada vez mais personalizadas, vendendo-nos o nosso livro
preferido, indicando-nos as músicas que vão ao encontro dos nossos gostos, lembrando-
-nos dos aniversários dos nossos amigos, como se a rede digital fosse “a mais eficiente das
secretárias”.
10 Assim, ao concedermos dados pessoais a terceiros, não podemos garantir em que
ponto termina o fluxo dessa informação nem sequer determinar o modo como a mesma
pode ser usada (contra nós!). A criminalidade informática tem aumentado precisamente
pelo facto de haver um certo facilitismo em relação à forma como expomos a nossa intimi-
dade na aldeia global, o que podia ser evitado caso as pessoas fossem mais cuidadosas.

[174 palavras]

2.1. Atendendo às características da síntese apresentadas no quadro, transcreve exemplos

do texto que permitam evidenciar a sua desadequação.

a. Incluir apenas as ideias principais

do texto.

b. Reproduzir as ideias através de

um discurso neutro.

c. Respeitar as ideias do texto.

d. Não recorrer a citações do texto.

e. Redigir o texto na 3.ª pessoa,

indicando o nome do seu autor.

f. Reduzir a aproximadamente um
¼ do texto original.

2.2. Procede agora à redação da síntese do mesmo texto, corrigindo os aspetos desadequados
que identificaste na resposta anterior.

O teu texto deverá ter entre oitenta e cinco e cento e cinco palavras.

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