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SEM CONTROLE:
Veículos automotores terrestres (automóveis, peruas, pick-ups, caminhões, ônibus, carretas etc.) ficam
desgovernados sem avisar.
O estouro de um pneu é uma situação em que o veículo fica desgovernado (sem controle) e é considerada
normal (prevista em norma) sendo um Evento Esperado, tanto é que todo veículo transporta um estepe para
substituir o pneu furado e também um macaco para que o próprio motorista faça a substituição.
Outras causas, além do estouro de pneus podem ser: derrapagem (óleo na pista), animais na pista,
pedestres, aquaplanagem (poça d'água), ofuscamento (farol de veículo em sentido contrário), fumaça densa
(queimada no pasto), neblina, chuva forte, granizo, vento lateral e até distrações consequente de bela
paisagem, outdoors, conversa com passageiros, troca de estação de rádio, regulagem do ar condicionado,
acender o cigarro, etc.
Para proteção do motorista e dos passageiros, os veículos são dotados, e em alguns países são obrigatórios,
de air-bags e outros dispositivos para a segurança do veículo e de seus ocupantes.
Trafegando por uma via (estrada, avenida ou rua), qualquer veículo, com a manutenção em dia ou não, corre
o risco de ficar desgovernado: O estouro de um pneu, uma pequena distração do motorista que foi mudar a
estação do rádio, um vento lateral repentino, uma mancha de óleo na pista, uma poça d'água, um buraco,
uma criança atrás da bola e muitas outras causas podem desgovernar o veículo, fazendo com que o
motorista perca o controle do mesmo.
1 - atinja componentes instalados na lateral da pista como parada de ônibus, banca de jornal, caixa de
correio, poste de iluminação, poste de sinalização, radares, árvores, placas de orientação, etc;
existe um componente de segurança conhecido genericamente como "DEFENSA" que garantem a segurança,
"segurando" o veículo para que as consequencias do acidente não sejam catastróficas.
INVENTOR DA DEFENSA:
No mundo, quem primeiro andou estudando esses componentes de segurança foi o Departamento de Trânsito da
cidade de Nova Jersey, nos EUA, desenvolvendo inúmeras pesquisas sobre o comportamento de veículos e
também de condutores na situação em que ocorre, repentinamente, um fato inesperado como o estouro de um
pneu, uma derrapagem por óleo na pista ou uma simples distração. Mais tarde, a AASHTO - American Association
of Stare Highway and Transportation Officials tornou obrigatória, diretrizes e recomendações de muitas conclusões
desstes estudos.
Situações críticas ocorrem com maior frequência em vias de longo percurso pois os condutores ficam submetidos a
uma monotonia que produz sonolências.
Outra situação em que ocorrem distrações frequentes é no trânsito urbano de cidades onde o condutor pode ser
sobrecarregado por outras funções, estranhas à função de "conduzir" o veículo, como orientar passageiros sobre
itinerários, pontos de parada, exercer a função de cobrador (ou trocador), controlar crianças bagunceiras, ajudar o
embarque e desembarque de cadeirantes e portadores de deficiências em geral.
Outra causa bastante frequente de distração são os problemas financeiros, brigas de casais, doenças de filhos que
não deixam a pessoa se concentrar no serviço.
O componente básico de segurança na via, elaborado pelos estudos em Nova Jersey é a Defensa New Jersey.
Trata-se de um componente rígido, confeccionado com concreto armado de alta resistência e que tem a seguinte
forma padronizada:
b) RAMPA: um plano inclinado que sustenta a roda e o veículo inclinado tende a voltar para a pista;
c) MURETA: um plano inclinado, quase vertical, que bloqueia o avanço do veículo para o outro lado.
A escolha desta forma foi feita pois ela permite duas coisas:
1 - "segura" o veiculo, evitando que saia da pista indo parar na outra pista ou caia em um ribanceira ou caia
de uma ponte ou viaduto;
Naturalmente, a forma final não foi concebida "logo de cara" sendo proposta diversas formas e após incansáveis
testes em campos de prova a forma final foi sendo aperfeiçoada à medida em que se adquiria conhecimento sobre
os fenômenos envolvidos em uma situação de veículo desgovernado.
Duas situações são previstas para a defesa feita pela Defensa New Jersey:
Nesta situação, o veículo sai do alinhamento da rota com um desvio relativamente pequeno. É o que ocorre,
por exemplo, quando o condutor cansado começa a dar pequenos cochilos ao volante ou o veículo sofre
derrapagem (óleo ou água) num trecho reto.
Ao deslocar-se para a lateral, a roda da frente encosta na "GUIA" ´que é a parte baixa da Defensa,
ocasionando o direcionamento da roda para a direção longitudinal. Observe como é importante a altura de
7,5 centímetros da Guia.
No caso do ângulo de ataque ser maior que 100 (dez graus), a roda da frente "sobe" pela Defensa e o veículo
fica inclinado forçando a volta do veículo para a faixa de rolamento:
Para evitar que o veículo desgovernado tenha a chance de desenvolver uma rota com ângulos de ataque
excessivamente elevados, deve-se evitar pistas com muitas faixas de rolamento:
Neste caso, a rodovia ficará segregada em diversas pistas, mesmo que o sentido de direção seja o mesmo. A
pista com poucas faixas não permite o desenvolvimento de trajetórias transversais críticas.
Nas pontes e viadutos, é importante a existência de DEFENSA para "segurar" veículos que eventualmente
venham a se desgovernar, quer por colapso próprio, quer por fechadas recebidas ou mesmo por derrapagens
na pista.
Urge que o poder público responsável pela via estabeleçam planos de atualização viária incorporando todas as
A Defensa (também conhecida como Barreira de Concreto Armado) tem a capacidade de segurar veículos
desgovernados como ônibus e caminhões pesados:
A Defensa em Pontos de Ônibus dá segurança às pessoas evitando não apenas o avanço de veículos como
também de partes do veículo como rodas que escapando do veículo podem atingir as pessoas no ponto. A foto
seguinte mostra um ponto de ônibus na Via Anhanguera que possui proteção por Defensa.
Para desempenhar adequadamente sua função de "segurar" o baque do veículo desgovernado, a Defensa
deve estar firmemente "agarrada" no solo (ou ponte, ou viaduto). As normas da AASHTO recomendam que
armaduras de aço sejam chumbadas na base.
A norma brasileira NBR-14885 determina que a Defensa (que a norma chama de Barreira de Concreto) deve
suportar a aplicação de uma força no sentido transversal, de dentro para fora, de no mínimo 200 kN (quilo
Newtons) que quer dizer 20.000 kgf ou 20 toneladas, aplicada no topo da Defensa e esse esforço deve ser
transmitido à estrutura da ponte ou ao solo por meio de componentes apropriados de transferência horizontal.
4.1.1 As barreiras de concreto devem ser projetadas de acordo com as disposições da NBR-6118 para resistir a uma solicitação transversal de uma carga dinâmica
concentrada, aplicada na borda supeior da barreira, de dentro para fora da pista, de, no mínimo, 200 kN.
É por isso que a Defensa deve ser calculada por Engenheiro Civil com especialização em Estruturas de
Concreto Armado pois deve levar em consideração o peso do veículo, a velocidade e a curvatura da pista e
ser capaz de segurar o impacto de uma força centrífuga (para fora) calculada com base na massa do veículo,
a velocidade do veículo no momento do impacto ao longo de uma curva de raio "r".
A norma não permite aberturas de mais de 50 milímetros (ou 5 centímetros) na Defensa que deve ser
contínua a fim de que a Defensa cumpra o seu papel de devolver o veículo desgovernado à pista. Ver item
4.2.4 da norma NBR-14885.
Situações como a das fotos abaixo são totalmente contra a segurança da via e deve ser imediatamente
eliminada. Um veículo que venha a se chocar de quina irá, certamente, capotar e a defensa que deveria
proteger o veículo será o vilão do desastre e em vez de amortecer o impacto irá causar o capotamento do
veículo. Os responsáveis pela segurança da via, ao constatar falhas deste tipo devem proceder à interdição
imediata da via e ordenar a correção da falha:
Nesta situação, um veículo desgovernado, além de enroscar na quina da defensa, poderá ser cortado pelas
lâminas metálicas afiadas.
A norma determina, ainda, que deve haver uma espaço livre entre a Linha de Borda (LBO) que demarca o
limite do leito carroçável e a borda da Defensa (item 4.2.5.1):
Qualquer desses obstáculos irá favorecer o tombamento do veículo. Veja um caso real de grande perigo pois
a guia existente, antes do veículo atingir a defensa, irá funcionar como um trampolim e vai projetar o veículo
para o alto:
Não pode ser considerada "defensa", simples componentes de sinalização como cones e picolés ou blocos
de concreto simplesmente colocados sobre a pista de rolamento ou componentes frágeis como aqueles
fabricados em material plástico que podem até ter a aparência de uma defensa mas que não possuem a
capacidade de suportar o impacto de um veículo desgovernado.
INTERDIÇÃO IMEDIATA:
Trechos críticos como pontes, viadutos, beira de barrancos, ponto de parada de ônibus e outros deveriam ser
imediatamente interditados para a construção de Defensas Rígidas de Concreto Armado pois são peças
rústicas que não requerem acabamento e são de custo bem baixo e que evitariam muitas mortes:
REGULAMENTAÇÃO:
No Brasil, o uso, projeto e cálculo das defensas são regulamentadas por normas da ABNT - Associação
Brasileira de Normas Técnicas com normas como a NBR-14885 Segurança no Tráfego - Barreiras de
UM EXEMPLO REAL:
Acompanhe, pela sequência de fotos, os diversos dispositivos de sinalização e segurança existentes na alça de acesso
ao Elevado Aricanduva na Avenida Conde de Frontin, mais conhecida como Radial Leste em São Paulo. Trata-se de um
elevado relativamente antigo, inaugurado em 1979 mas que incorpora importantes componentes de segurança como
as Defensas. Você pode constatar tudo isso no Google-Maps clicando em https://maps.google.com/?
ll=-23.535691,-46.54779&spn=0.003816,0.005311&t=h&z=18
Observe a existência de componentes de drenagem como grelhas e bocas de lobo para evitar a formanção de
poças d'água em dias de chuva forte, poças que provocam a perigosa aquaplanagem. A alça de acesso possui
Defensas tipo New Jersey em ambos os lados em toda a extensão da alça.
Observe que no início da curva, a Defensa sofre uma alteamento, isto é, usa-se uma Defensa mais alta para
evitar o "tombamento" de veículos altos como ônibus.
Foto N0 6 - Detalhes das marcas de Perda de Controle, deixadas pela roda do veículo desgovernado:
Imaginem quantos acidentes e quantas vidas foram poupadas pela ação da Defensa. Na hipótese desse viaduto não
ter esse importante componente de segurança, a Defensa, os veículos teriam sido lançados para fora do viaduto,
caindo de uma altura de cerca de 14 metros, causando, provavelmente, muitas vítimas fatais.