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ENEM 2016

MÓDUL OV
EXPEDIENTE
MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO
ESTADO DO CEARÁ
ZEZINHO ALBUQUERQUE Presidente

TIN GOMES 1º vice-presidente

DANNIEL OLIVEIRA 2º vice-presidente

SÉRGIO AGUIAR 1º secretário

MANOEL DUCA 2º secretário

JOÃO JAIME 3º secretário

JOAQUIM NORONHA 4º secretário

UNIVERSIDADE DO PARLAMENTO CEARENSE - UNIPACE


PROFESSOR TEODORO Presidente

LINDOMAR SOARES Diretora de Gestão e Ensino

SILVANA FIGUEIREDO Diretora Técnica

EQUIPE DE ELABORAÇÃO E COORDENAÇÃO DO


PROJETO ALCANCE
LINDOMAR SOARES

SILVANA FIGUEIREDO

FÁBIO FROTA
EQUIPE PEDAGÓGICA:
LÍNGUAGENS E CÓDIGOS: CLÁUDIO MÁRCIO | STELLER DE PAULA | VICENTE JÚNIOR
MATEMÁTICA: PEDRO EVARISTO | ALEXMAY SOARES | THIAGO PACÍFICO
HISTÓRIA: MÁRCIO MICHILES | ANDRÉ ROSA
GEOGRAFIA: ITALO TRIGUEIRO
BIOLOGIA: ALEXANDRE WERNECK
FÍSICA: AUGUSTO MELO
QUÍMICA: CARLOS EUGÊNIO
REVISÃO: ADELAIDE OLIVEIRA
DESIGNER GRÁFICO: ADRIANO COSTA | ADRIANO-COSTA@HOTMAIL.COM

Índice
Linguagens e Códigos
Literatura ........................................................................................................................... 08 a 18
Linguagens e Códigos ........................................................................................................ 19 a 25
Redação ............................................................................................................................. 26 a 27

Matemática
Probabilidade .................................................................................................................... 29 a 32
Geometria Plana ................................................................................................................ 33 a 38
Exponencial .................................................................................................................... 39 a 43

Ciências Humanas
História do Brasil ................................................................................................................ 45 a 49
História Geral ..................................................................................................................... 50 a 65
Geografia ........................................................................................................................... 66 a 73

Ciências da Natureza
Biologia .............................................................................................................................. 75 a 80
Física .................................................................................................................................. 81 a 90
Química ............................................................................................................................. 91 a 98

Gráfica INESP - (85) 3277.3005


LINGUAGENS E CÓDIGOS
LITERATURA

O MODERNISMO tura deveria tratar as formas da natureza como


VANGUARDAS EUROPEIAS - Do francês avant- se fossem cones, esferas e cilindros. Entretanto,
-garde, a palavra vanguarda significa “o que os cubistas foram mais longe do que Cézanne.
marcha na frente”. Artística ou politicamente, Passaram a representar os objetos com todas as
vanguardas são grupos ou correntes que apre- suas partes num mesmo plano. É como se eles
sentam uma proposta e/ou uma prática inova- estivessem abertos e apresentassem todos os
doras. Como se tivessem “antenas” que captam seus lados no plano frontal em relação ao espec-
as tendências do futuro, as vanguardas acredi- tador. Na verdade, essa atitude de decompor os
tam perceber, ou compreender, antes de todos objetos não tinha nenhum compromisso de fide-
aquilo que mais tarde será o senso comum. Sua lidade com a aparência real das coisas. O pintor
missão é, com suas ações (muitas vezes incom- cubista tenta representar os objetos em três di-
preendidas), fazer o futuro acontecer agora. Na mensões, numa superfície plana, sob formas ge-
Europa, não houve uma arte moderna uniforme. ométricas, com o predomínio de linhas retas. Não
Houve, na verdade, um conjunto de tendências representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou
artísticas - diversas vezes oriundas de países di- objetos. Representa-os como se movimentasse
ferentes - com propostas específicas, embora as em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos
aproximassem certos traços, como o desejo de visuais, por cima e por baixo, percebendo todos
liberdade criadora, a expressão da subjetividade os planos e volumes.
e certo irracionalismo. Paris era principal centro Principais características:
cultural europeu da época e o lugar de onde as geometrização das formas e volumes;
novas ideias artísticas se irradiavam para o resto renúncia à perspectiva;
do mundo ocidental. Essas tendências, que surgi- o claro-escuro perde sua função;
ram na Europa antes, durante e depois da Primei- representação do volume colorido sobre su-
ra Guerra Mundial, foram consideradas correntes perfícies planas;
de vanguarda. As vanguardas europeias são: o sensação de pintura escultórica;
Futurismo, o Cubismo, o Dadaísmo, o Expres- cores austeras, do branco ao negro passan-
sionismo e o Surrealismo. do pelo cinza, por um ocre apagado ou um
castanho suave.
O FUTURISMO - Teve seu início, em 1912, com
a publicação do Manifesto Futurista de Filippo Principais artistas
Marinetti no jornal francês Le Figaro. Esse Mani- Pablo Picasso
festo definiu o perfil ideológico do movimento, tra- Georges Braque
zendo também as propostas que representaram Tarsila do Amaral
uma verdadeira revolução literária. Abaixo, eis as Rego Monteiro
que mais se destacaram.
 Destruição da sintaxe e a disposição das
“palavras em liberdade”.
 Emprego de verbos no infinitivo, com vistas
à substantivação da linguagem.
 Abolição dos adjetivos e advérbios.
 Uso do substantivo duplo, em lugar do subs-
tantivo acompanhado do adjetivo (praça-
-funil, mulher-golfo, por exemplo).
 Abolição da pontuação, que seria substituí-
da por sinais da matemática (+, -, :, =).
 Destruição do eu psicologizante.

O DADAISMO - O dadaísmo surgiu no ano de


1916, por iniciativa de um grupo de artistas que,
descrentes de uma sociedade que consideravam
responsável pelos estragos da Primeira Guerra
Mundial, decidiram romper deliberadamente com
Estado de ânimo II - Os adeuses, Umberto Boccioni, Museu de Arte Moderna, Nova York
todos os valores e princípios estabelecidos por
O CUBISMO - Historicamente, o Cubismo origi- ela anteriormente, inclusive os artísticos. A própria
nou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pin- palavra dadá não tem outro significado senão a

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LITERATURA

própria falta de significado, sendo um exemplo da Surgem movimentos estéticos que interferem de
essência desse movimento iconoclasta. O princi- maneira fantasiosa na realidade. O Surrealismo
pal foco de difusão desta nova corrente artística foi, por excelência, a corrente artística moderna
foi o Café Voltaire, fundado na cidade de Zurique da representação do irracional e do subconscien-
pelo poeta Hugo Ball e ao qual se uniram os ar- te. Suas origens devem ser buscadas no Dadaís-
tistas Hans Arp e Marcel Janco e o poeta romeno mo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico.
Tristan Tzara. Suas atuações provocativas e a Este movimento artístico surge todas as vezes em
publicação de inúmeros manifestos fizeram que o que a imaginação se manifesta livremente, sem o
dadaísmo logo ficasse conhecido em toda a Eu- freio do espírito crítico, o que vale é o impulso psí-
ropa, obtendo a adesão de artistas como Marcel quico. Os surrealistas deixam o mundo real para
Duchamp, ou Francis Picabia. Não se deve estra- penetrarem no irreal, pois a emoção mais profun-
nhar o fato de artistas plásticos e poetas traba- da do ser tem todas as possibilidades de se ex-
lharem juntos - o Dadaísmo propunha a atuação pressar apenas com a aproximação do fantástico,
interdisciplinar como única maneira possível de no ponto onde a razão humana perde o controle.
renovar a linguagem criativa. Dessa forma, todos A publicação do Manifesto do Surrealismo, as-
podiam ter vivência de vários campos ao mesmo sinado por André Breton em outubro de 1924,
tempo, trocando técnicas ou combinando-as. Nii- marcou historicamente o nascimento do movi-
listas, irracionais e, às vezes, subversivos, os da- mento. Nele se propunha a restauração dos sen-
daístas não romperam somente com as formas timentos humanos e do instinto como ponto de
da arte, mas também com o conceito da própria partida para uma nova linguagem artística. Para
arte. isso, era preciso que o homem tivesse uma visão
Obs. Niilismo - É a desvalorização e a morte totalmente introspectiva de si mesmo e encon-
do sentido, a ausência de finalidade e de res- trasse esse ponto do espírito no qual a realida-
posta ao “porquê”. Os valores tradicionais se de interna e externa são percebidas totalmente
depreciam e os «princípios e critérios abso- isentas de contradições. A livre associação e a
lutos dissolvem-se». «Tudo é sacudido, pos- análise dos sonhos, ambos métodos da psicanáli-
to radicalmente em discussão. A superfície, se freudiana, transformaram-se nos procedimen-
antes congelada, das verdades e dos valores tos básicos do Surrealismo, embora aplicados
tradicionais está despedaçada e torna-se difí- a seu modo. Por meio do automatismo, ou seja,
cil prosseguir no caminho, avistar um ancora- qualquer forma de expressão em que a mente
douro”. não exercesse nenhum tipo de controle, os surre-
Não são questionados apenas os princípios esté- alistas tentavam plasmar, seja por meio de formas
ticos, como fizeram expressionistas ou cubistas, abstratas ou figurativas simbólicas, as imagens da
mas o próprio núcleo da questão artística. Ne- realidade mais profunda do ser humano: o sub-
gando toda possibilidade de autoridade crítica ou consciente. O Surrealismo apresenta relações
acadêmica, consideram válida qualquer expres- com o Futurismo e o Dadaísmo. No entanto, se
são humana, inclusive a involuntária, elevando-a os dadaístas propunham apenas a destruição,
à categoria de obra de arte. Efêmera, mas eficaz, os surrealistas pregavam a destruição da socie-
a arte dadaísta preparou o terreno para movimen- dade em que viviam e a criação de uma nova, a
tos vanguardistas tão importantes como o Surre- ser organizada em outras bases. Os surrealistas
alismo e a Arte Pop entre outros. pretendiam, dessa forma, atingir uma outra rea-
lidade, situada no plano do subconsciente e do
inconsciente. A fantasia, os estados de tristeza e
a melancolia exerceram grande atração sobre os
surrealistas e, nesse aspecto, eles se aproximam
dos românticos, embora sejam muito mais radi-
cais.

Principais autores
Salvador Dali
Joan Miró
O SURREALISMO - Nas duas primeiras décadas
do século XX, os estudos psicanalíticos de Freud
e as incertezas políticas criaram um clima favorá-
vel para o desenvolvimento de uma arte que criti-
cava a cultura europeia e a frágil condição huma-
na diante de um mundo cada vez mais complexo.

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LITERATURA

Principais artistas
Paul Gauguin
Paul Cézanne
Vicent Van Gogh
Toulouse-Lautrec
Munch
Kirchner
Paul Klee
Amadeo Modigliani

“O sonho não pode ser também aplicado à solu-


ção das questões fundamentais da vida?” (frag-
mento do Manifesto do Surrealismo de André Bre-
ton, francês que lançou o movimento). No mesmo
manifesto, Breton define Surrealismo: “Automa-
tismo psíquico pelo qual alguém se propõe a ex- MODERNISMO NO BRASIL
primir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de INTRODUÇÃO - O conturbado início do século
qualquer outra maneira, o funcionamento real do XX, tanto no Brasil como em todo o mundo, ser-
pensamento”. viu de estopim para uma revolução no campo ar-
tístico, filosófico e literário brasileiro. Com a ajuda
O EXPRESSIONISMO - O Expressionismo é a de escritores como Oswald de Andrade, Alcântara
arte do instinto, trata-se de uma pintura dramáti- Machado, Mário de Andrade e Manuel Bandeira a
ca, subjetiva, “expressando” sentimentos huma- literatura do Brasil sofreu grandes transformações
nos. Utilizando cores irreais, dá forma plástica ao ao criticar com certo humor e ironia o governo.
amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria hu- Também abandonaram as regras acadêmicas e
mana, à prostituição. Deforma-se a figura, para deram prioridade à liberdade de escrita.
ressaltar o sentimento. Predominância dos valo-
res emocionais sobre os intelectuais. Corrente ar- CONTEXTO HISTÓRICO - Após a primeira Se-
tística concentrada especialmente na Alemanha mana da Arte Moderna, teve início a primeira
entre 1905 e 1930. fase modernista, que começou em 1922 e foi até
Principais características: 1930. O Brasil vivia os últimos anos da Repúbli-
pesquisa no domínio psicológico; ca Velha e a economia mundial entrou em crise
cores resplandescentes, vibrantes, fundidas por causa da queda da Bolsa de Valores de Nova
ou separadas; Iorque. Além disso, o Brasil passou por diversas
dinamismo improvisado, abrupto, inespera- revoltas sociais que culminou na Revolução de
do; 1930 e na ascensão de Getúlio Vargas. Nos anos
pasta grossa, martelada, áspera; compreendidos da primeira fase modernista, os
técnica violenta: o pincel ou espátula vai e imigrantes vinham ao Brasil para substituir a mão-
vem, fazendo e refazendo, empastando ou -de-obra dos ex-escravos e também para ocupar
provocando explosões; os postos de trabalho nas indústrias, que davam
preferência pelo patético, trágico e sombrio. lugar às importações ocorridas a partir da Primeira
OBS. Alguns historiadores determinam para es- Guerra Mundial, que trouxe instabilidade na eco-
ses pintores o movimento ”Pós-Impressionista”. nomia mundial. Somado a isso, o Brasil estava
Os pintores não queriam destruir os efeitos im- em um clima de revoltas e mobilizações radicais,
pressionistas, mas queriam levá-los mais longe. inclusive foi criado o Partido Comunista Brasileiro
Os três primeiros pintores abaixo estão incluídos que, como o próprio nome já diz, adotou uma fi-
nessa designação. losofia partidária contrária a que se firmava: a do
capitalismo. Foi quando no Rio de Janeiro aconte-

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LITERATURA

ceu a Revolta do Forte de Copacabana, em 1922, conquistas, dentre elas:


e em São Paulo a Revolta de 1924, com o obje- Verso livre;
tivo de destituir Artur Bernardes da Presidência, Associação mais analógica do que lógica en-
cujo governo foi marcado por censura à imprensa. tre as palavras;
Alguns meses depois, no Rio Grande do Sul, o Preferência por substantivos e verbos, em
capitão Luís Carlos Prestes liderou gaúchos que vez de adjetivos e advérbios;
enfrentaram alguns combates em prol dos ideais Blague (poema-piada), bom humor e ironia;
comunistas, logo após se juntaram a tenentes Mistura entre prosa e poesia;
paulistas, e assim a chamada Coluna Prestes foi Utilização de linguagem coloquial;
formada. As agitações da primeira década do sé- Temáticas tradicionalmente consideradas
culo XX se tornaram mais evidente nos anos 1920 não poéticas;
quando a “República do café com leite” passou
a dar sinais de desgaste. O contexto da crise da  AUTORES MODERNISTAS DA PRIMEIRA
república no Brasil se deu no período dos “anos GERAÇÃO
loucos”, bastante ricos do ponto de vista cultural.
Era o período pós-guerra, e o continente europeu OSWALD DE ANDRADE (1890-1954) - É uma
comemorava o fim do conflito e experimentava das figuras mais importantes do modernismo bra-
a efervescência intelectual. A arte moderna nas- sileiro, o grande articulador da semana da arte
ceu dessas várias tendências, e se espalhou pelo moderna. Amadureceu sua produção moderna no
mundo inteiro com o Futurismo, o Expressionismo romance, na poesia e nos manifestos Pau-Brasil
e o Cubismo. Em meio às contradições sociais e e Antropófago. Foi um dos autores que melhor re-
políticas vividas pelo Brasil naquele momento, um presentaram o conflito vivido pela burguesia da
grupo de artistas, em São Paulo, promoveu um época: evidenciou questões sociais e psicológi-
evento que foi um marco na literatura brasileira, cas, criticou a elite cafeeira das grandes capitais,
bem como o começo da primeira fase do Moder- produziu textos divertidos a partir da contradição
nismo: a Semana da Arte Moderna, que foi um do homem da cidade. Ficou conhecido pelos po-
movimento artístico, social e político, que acon- emas-piada - textos curtos em que um trocadilho
teceu nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922. exprime humor diante da situação apresentada.
Este evento que revolucionou a cultura brasilei- Além dos livros escritos por ele, Oswald de An-
ra foi uma tentativa de jovens artistas, cansados drade foi o precursor de perspectivas totalmente
da literatura inspirada nas escolas de belas artes inexploradas pelo teatro brasileiro. Marcas de sua
francesas ao gosto burguês, mostrarem o que es- produção literária: o humor, a crítica e a grande
tavam fazendo de novo no país, visto que, essa admiração pelo Brasil, país tão contraditório e
inovação já acontecia na Europa. Enfim, inspira- rico.
dos por novas ideias, pretendiam romper com os
velhos padrões estéticos que vigoraram no século
XIX.

CARACTERÍSTICAS - Dentre as principais ca-


racterísticas da primeira geração modernista (a
fase heroica e guerreira do modernismo) temos:
Pluralidade de linguagens e perspectivas;
Irracionalismo: negação da racionalidade
burguês;
Influência das vanguardas artísticas euro-
peias;
Das características formais a principal delas
é a destruição de todo o academicismo (o
nacional e o importado) a métrica, a rima,
a linguagem de dicionário, a linearidade do Oswald de Andrade na Semana da Arte Moderna
discurso, o sentimentalismo romântico, o – 1920
racionalismo realista-naturalista.
Quanto ao conteúdo, a principal caracterís- PRINCIPAIS OBRAS:
tica se dá ao nacionalismo ufanista (verde- Romances: Os condenados; Memórias Senti-
-amarelismo e Grupo da Anta) e crítico mentais de João Miramar; Estrela de Absinto; -
(Pau-Brasil e Antropofagia). Serafim Ponte Grande; A Escada Vermelha, entre
A primeira geração modernista teve várias outras.

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LITERATURA

Poesia: Pau-Brasil; Poesias reunidas; Primeiro (1952); Estrela da vida inteira (1966).
Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade. Prosa: Crônicas da província do Brasil (1936);
Teatro: O Homem e o Cavalo; Teatro (A Morta, o Guia de Ouro Preto (1938); Noções de história
Rei da Vela). das literaturas (1940); Literatura hispano-ameri-
Ensaio: Ponta de Lança; A Arcádia e a Inconfi- cana (1949); Gonçalves Dias (1952); Itinerário de
dência; A Crise da Filosofia Messiânica; A Marcha Pasárgada (1954); De poetas e de poesia (1954);
das Utopias. Flauta de papel (1957); Andorinha, andorinha
Memórias: Um Homem sem Profissão. (1966).
Na obra Manifesto da Poesia Pau-Brasil, podemos
observar:* Defesa da liberdade temática e da am- MÁRIO DE ANDRADE (1893-1945) - Nasceu
pliação dos temas poéticos, destacando as pai- em São Paulo, cidade que amou intensamente e
sagens nacionais pobres e anônimas;* Crítica à que retratou em várias obras. Estudou música no
cultura elitista, que se isola das massas nos gabi- conservatório musical de São Paulo e cedo ini-
netes e academias;* Defesa da liberdade linguís- ciou sua carreira como crítico de arte, em jornais
tica, por meio da aproximação entre fala - cujos e revistas. Com apenas 20 anos e com pseudô-
“erros” na verdade são possibilidades expressi- nimo de Mário Sobral, pulicou seu primeiro livro,
vas - e escrita;* Rejeição ao passadismo literário Há uma gota de sangue em cada poema, no qual
e à mentalidade de cópia; defesa da conciliação faz críticas a carnificina produzida pela primeira
entre cultura primitiva e a atitude intelectualizada. guerra mundial e defendia a paz. As inovações
formais da obra desagradaram aos críticos de
MANUEL BANDEIRA (1886-1968) - Nascido orientação parnasiana. O autor teve um papel de-
no Recife, em Pernambuco, viajou várias vezes cisivo na implantação do Modernismo no Brasil.
para o Rio do Janeiro antes de se instalar em São Homem de vasta cultura, pesquisador paciente,
Paulo, onde iniciou a faculdade de arquitetura. Mário soube dar a substância teórica de que ne-
Em 1904, aos 18 anos, descobriu que sofria de cessita o movimento em algumas ocasiões deci-
tuberculose e partiu para o Rio de Janeiro buscar sivas: em 1922, meses após a semana publicou o
condições climáticas melhores. A doença o levou seu “Prefácio interessantíssimo” texto teórico que
para à Europa, onde entrou em contato com o abre Pauliceia desvairada, sua primeira obra de
Simbolismo e as vanguardas artísticas. Mas tar- poemas verdadeiramente modernista. Em 1925,
de, no Rio de Janeiro, tornou-se amigo de poe- quando s articulavam revistas e movimentos por
tas que como ele, passaram do Simbolismo ao todo o país, Mário lançou o ensaio “A escrava que
Modernismo. Seus poemas apresentam caracte- não é Isaura”, no qual retomava e aprofundava
rísticas bem definidas do movimento modernista, suas considerações iniciais sobre arte moderna.
com o humor e o olhar aguçado sobre tudo que o
cercou. Manuel Bandeira, um dos maiores poetas
brasileiras de versos livres, em tudo encontrou te-
mas para a sua poesia.

Mário de Andrade
Manuel Bandeira Entre 1924 e 1927, Mário de Andrade empreen-
deu uma pesquisa profunda sobre cultura brasi-
Principais obras de Manuel Bandeira leira - o folclore, as lendas, os ritmos, a dança, os
Poesia: A cinza das horas (1917); Carnaval costumes, as variações linguísticas - cujos resul-
(1919); Ritmo dissoluto (1924); Libertinagem tados contribuíram para a produção de obras de-
(1930); Estrela da manhã (1936); Mafuá do ma- cisivas em sua carreira, como Macunaíma (1928)
lurgo (1948); Estrela da tarde (1948); Opus 10 Da década de 1930 até 1945, quando de sua

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LITERATURA

morte, Mário cultivou uma poesia que toma duas escritores até hoje, por ser considerado o marco
direções: a poesia intimista e introspectiva e a inicial da liberdade artística.
poesia social, de denúncia da realidade brasilei-
ra. Na prosa, Mário escreveu contos, publicados EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGENS
em primeiro andar (1926) e contos novos (1946),
Crônicas, reunidas em Os filhos da Candinha Oferta
(1945), o romance Amar, verbo intransitivo (1927) Quem sabe
e a Rapsódia Macunaíma (1928). Em quase to- Se algum dia
das essas obras se destaca a preocupação com Traria
a descoberta e a exploração de novas técnicas O elevador
narrativas e, ao mesmo tempo, com a sondagem Até aqui
do universo social e psicológico do ser humano O teu amor
das grandes cidades. ANDRADE, Oswald de. Obras Completas de Oswald de Andrade. Rio de Janeiro: Civiliza-
ção Brasileira, 1978, p. 33

MANIFESTOS E REVISTAS: QUESTÃO 01 (2ª Aplicação ENEM 2009) - O


Revista Klaxon: Mensário de Arte Moder- poema Oferta, de Oswald de Andrade, apresenta
na (1922-1923) em sua estrutura e temática uma relação evidente
Recebe este nome do termo usado para designar com um aspecto da modernização da sociedade
a buzina externa dos automóveis. Primeiro peri- brasileira. Trata-se da:
ódico modernista, é consequência das agitações a) recusa crítica em inserir no texto poético
em torno da Semana de Arte Moderna. Inovadora elementos advindos do discurso publicitá-
em todos os sentidos: gráfico, existência de publi- rio, avesso à sensibilidade lírica do autor.
cidade, oposição entre o velho e o novo. b) impossibilidade da poesia de incorporar as
novidades do mundo moderno já inseridas
Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924- nas novas relações sociais da vida urbana.
1925) c) associação crítica entre as invenções da
Escrito por Oswald e publicado inicialmente modernidade e a criação poética modernis-
no Correio da Manhã. Em 1925, é republicado ta, entre o lirismo amoroso e a automatiza-
como abertura do livro de poesias Pau-Brasil, de ção das ações.
Oswald. Apresenta uma proposta de literatura d) ausência do lirismo amoroso no poema e
vinculada à realidade brasileira, a partir de uma impossibilidade de estabelecer relações
redescoberta do Brasil. amorosas na sociedade regida pelo consu-
mo de mercadorias.
Verde-Amarelismo ou Escola da Anta e) adesão do eu lírico ao mundo mecanizado
(1926-1929) da modernidade, justificada pela certeza de
Grupo formado por Plínio Salgado, Menotti del que as facilidades tecnológicas favorecem
Picchia, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricar- o contato humano.
do em resposta ao nacionalismo do Pau-Brasil,
criticando-se o “nacionalismo afrancesado” de
Oswald. Sua proposta era de um nacionalismo
primitivista, ufanista, identificado com o fascismo,
evoluindo para 182 o Integralismo. Idolatria do
tupi e a anta é eleita símbolo nacional. Em maio
de 1929, o grupo verdeamarelista publica o mani-
festo “Nhengaçu Verde-Amarelo — Manifesto do
Verde-Amarelismo ou da Escola da Anta”.

CONCLUSÃO - A Primeira Geração do Modernis-


mo brasileiro muito ajudou para difundir as ideias
contra o governo regente no país, que na época
era muito contestado pela população. Também
deu a liberdade para que os escritores fizessem
suas obras do modo que melhor lhes entendesse,
sem se preocupar em seguir alguma escola literá-
ria ou artística. Por esses motivos que a Primeira
Geração Modernista Brasileira foi muito importan- AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB//USP

te para a história do país e influencia artistas e

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LITERATURA

QUESTÃO 02 (2ª Aplicação ENEM 2010) - O mo- QUESTÃO 04 (2ª Aplicação ENEM 2011) - As
dernismo brasileiro teve forte influência das van- vanguardas europeias não devem ser vistas iso-
guardas europeias. A partir da Semana de Arte Mo- ladamente, uma vez que elas apresentam alguns
derna, esses conceitos passaram a fazer parte da conceitos estéticos e visuais que se aproximam.
arte brasileira definitivamente. Tomando como refe- Com base nos conceitos vanguardistas, entre
rência o quadro O mamoeiro, identifica-se que, nas eles o de exploração de formas geometrizadas do
artes plásticas, a: Cubismo, no início do século XX, o quadro Solda-
a) imagem passa a valer mais que as formas dos jogando cartas explora uma:
vanguardistas. a) abordagem sentimentalista do homem.
b) forma estética ganha linhas retas e valoriza o b) imagem plana para expressar a industriali-
cotidiano. zação.
c) natureza passa a ser admirada como um es- c) aproximação impossível entre máquina e
paço utópico. homem.
d) imagem privilegia uma ação moderna e indus- d) uniformidade de tons como crítica à indus-
trializada. trialização.
e) forma apresenta contornos e detalhes huma- e) mecanização do homem expressa por for-
nos. mas tubulares.

Só é meu
O país que trago dentro da alma.
Entro nele sem passaporte
Como em minha casa.
[...]
As ruas me pertencem.
Mas não há casas nas ruas.
As casas foram destruídas desde a minha infân-
cia.
Michelangelo. Pietà, século XV Os seus habitantes vagueiam no espaço
Vicente do Rego Monteiro. Pietà, 1924. À procura de um lar.
[...]
QUESTÃO 03 (2ª Aplicação ENEM 2011) - Vicente Só é meu
do Rego Monteiro foi um dos pintores, cujas telas fo- O mundo que trago dentro da alma.
ram expostas durante a Semana de Arte Moderna. BANDEIRA, M. Um poema de Chagall. In: Estrela da vida inteira: poemas traduzidos. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1993 (fragmento)
Tal como Michelangelo, ele se inspirou em temas
bíblicos, porém com um estilo peculiar. Consideran-
do-se as obras apresentadas, o artista brasileiro:
a) estava preocupado em retratar detalhes da
cena.
b) demonstrou irreverência ao retratar a cena bí-
blica.
c) optou por fazer uma escultura minimalista, di-
ferentemente de Michelangelo.
d) deu aos personagens traços cubistas, em vez
dos traços europeus, típicos de Michelangelo.
e) reproduziu o estilo da famosa obra de Miche-
langelo, uma vez que retratou a mesma cena
bíblica.

CHAGALL, M. Eu e a aldeia. Nova York, 1911. Disponível em: pintoresonline.com.br.

QUESTÃO 05 (2ª Aplicação ENEM 2012) - A


arte, em suas diversas manifestações, desperta
sentimentos que atravessam fronteiras culturais.
Relacionando a temática do texto com a imagem,
LÉGER, F. Soldados jogando cartas. 1917. FARTHING, S. Coleção Grandes Artistas. Rio de Janeiro: Sextante, 2009.
percebe-se a ligação entre a:
a) alegria e a satisfação na produção das obras

14
LITERATURA

modernistas. — depressinha — que, em última instância,


b) memória e a lembrança passadas no íntimo representam um Brasil de “todas as cores”.
do enunciador. c) o excesso de liberdade usado pelo poeta ao
c) saudade e o refúgio encontrados pelo ho- desrespeitar regras gramaticais, como as
mem na natureza. de pontuação, prejudica a compreensão do
d) lembrança e o rancor relacionados ao seu poema.
ofício original. d) a sensibilidade do artista não escapa do
e) exaustão e o medo impostos ao corpo de viés machista que marcava a sociedade do
todo artista. início do século XX, machismo expresso em
“que até dão vontade pros homens da rua”.
Sambinha e) o eu poético usa de ironia ao dizer da emo-
Vêm duas costureirinhas pela rua das Palmeiras. ção de ver moças “tão modernas, tão bra-
Afobadas braços dados depressinha sileiras”, pois faz questão de afirmar as ori-
Bonitas, Senhor! que até dão vontade pros ho- gens africana e italiana das mesmas.
mens da rua.
As costureirinhas vão explorando perigos... Evocação do Recife
Vestido é de seda. A vida não me chegava pelos jornais nem pelos
Roupa-branca é de morim. livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Falando conversas fiadas Língua certa do povo
As duas costureirinhas passam por mim. Porque ele é que fala gostoso o português do
— Você vai? Brasil
— Não vou não! Ao passo que nós
Parece que a rua parou pra escutá-las. O que fazemos
Nem trilhos sapecas É macaquear
Jogam mais bondes um pro outro. A sintaxe lusíada…
E o Sol da tardinha de abril BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.
Espia entre as pálpebras sapiroquentas de duas
nuvens. QUESTÃO 07 (2ª Aplicação ENEM 2014) - Se-
As nuvens são vermelhas. gundo o poema de Manuel Bandeira, as variações
A tardinha cor-de-rosa. linguísticas originárias das classes populares de-
vem ser:
Fiquei querendo bem aquelas duas costureiri- a) satirizadas, pois as várias formas de se falar
nhas... o português no Brasil ferem a língua portu-
Fizeram-me peito batendo guesa autêntica.
Tão bonitas, tão modernas, tão brasileiras! b) questionadas, pois o povo brasileiro esque-
Isto é... ce a sintaxe da língua portuguesa.
Uma era ítalo-brasileira. c) subestimadas, pois o português “gostoso”
Outra era áfrico-brasileira. de Portugal deve ser a referência de corre-
Uma era branca. ção linguística.
Outra era preta. d) reconhecidas, pois a formação cultural bra-
ANDRADE, M. Os melhores poemas. São Paulo: Global, 1988. sileira é garantida por meio da fala do povo.
e) reelaboradas, pois o povo “macaqueia” a
QUESTÃO 06 (2ª Aplicação ENEM 2012) - Os língua portuguesa original.
poetas do Modernismo, sobretudo em sua pri-
meira fase, procuraram incorporar a oralidade ao Cena
fazer poético, como parte de seu projeto de con- O canivete voou
figuração de uma identidade linguística e nacio- E o negro comprado na cadeia
nal. No poema de Mário de Andrade esse projeto Estatelou de costas
revela-se, pois: E bateu coa cabeça na pedra
a) o poema capta uma cena do cotidiano — o ANDRADE, O. Pau-brasil. São Paulo: Globo, 2001.
caminhar de duas costureirinhas pela rua
das Palmeiras — mas o andamento dos QUESTÃO 08 (2ª Aplicação ENEM 2014) - O
versos é truncado, o que faz com que o Modernismo representou uma ruptura com os pa-
evento perca a naturalidade. drões formais e temáticos até então vigentes na
b) a sensibilidade do eu poético parece captar literatura brasileira. Seguindo esses aspectos, o
o movimento dançante das costureirinhas

15
LITERATURA

que caracteriza o poema Cena como modernista


é o(a):
a) construção linguística por meio de neologis-
mo.
b) estabelecimento de um campo semântico
inusitado.
c) configuração de um sentimentalismo conci-
so e irônico.
d) subversão de lugares-comuns tradicionais.
e) uso da técnica de montagem de imagens
justapostas.

Vei, a Sol
Ora o pássaro careceu de fazer necessidade, fez
e o herói ficou escorrendo sujeira de urubu. Já
era de madrugadinha e o tempo estava inteira-
mente frio. Macunaíma acordou tremendo, todo
lambuzado. Assim mesmo examinou bem a pedra
mirim da ilhota para vê si não havia alguma cova
com dinheiro enterrado. Não havia não. Nem a
correntinha encantada de prata que indica pro es-
colhido, tesouro de holandês. Havia só as formi-
gas jaquitaguas ruivinhas.
ERNEST, M. O gigante acéfalo. Disponível em: www.historiadaarte.com.br.

Então passou Caiuanogue, a estrela da manhã.


QUESTÃO 10 (3ª Aplicação ENEM 2014) - A
Macunaíma já meio enjoado de tanto viver pediu
perplexidade causada pela catástrofe da Primeira
pra ela que o carregasse pro céu.
Guerra Mundial fez surgir um movimento de van-
Caiuanogue foi se chegando porém o herói fedia
guarda denominado Dadaísmo, que rejeitava os
muito.
valores tradicionais e rompia com a estética clás-
— Vá tomar banho! — ela fez. E foi-se embora.
sica. A imagem da obra O gigante acéfalo:
Assim nasceu a expressão “Vá tomar banho” que
a) explora elementos sensoriais para explicar
os brasileiros empregam se referindo a certos imi- a racionalidade do pós-guerra.
grantes europeus. b) recria a realidade para combater os padrões
ANDRADE, M. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Rio de Janeiro: Agir, 2008.
estéticos da época.
QUESTÃO 09 (2ª Aplicação ENEM 2015) - O c) organiza as formas geométricas para inovar
fragmento de texto faz parte do capítulo VII, inti- as artes visuais.
d) representa as experiências individuais de
tulado “Vei, a Sol”, do livro Macunaíma, de Mário
exaltação.
de Andrade, pertencente à primeira fase do Mo-
e) utiliza a sensibilidade para retratar o drama
dernismo brasileiro. Considerando a linguagem
humano.
empregada pelo narrador, é possível identificar:
a) resquícios do discurso naturalista usado pe-
QUESTÃO 11 (1ª Aplicação ENEM 2010) - Após
los escritores do século XIX.
estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Bra-
b) ausência de linearidade no tratamento do
sil com uma mostra que abalou a cultura nacional
tempo, recurso comum ao texto narrativo
do início do século XX. Elogiada por seus mes-
da primeira fase modernista.
tres na Europa, Anita se considerava pronta para
c) referência à fauna como meio de denunciar
mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as
o primitivismo e o atraso de algumas regi- duras críticas de Monteiro Lobato. Com a inten-
ões do país. ção de criar uma arte que valorizasse a cultura
d) descrição preconceituosa dos tipos popula- brasileira, Anita Malfatti e outros artistas moder-
res brasileiros, representados por Macunaí- nistas:
ma e Caiuanogue. a) buscaram libertar a arte brasileira das nor-
e) uso da linguagem coloquial e de temáticas mas acadêmicas europeias, valorizando as
do lendário brasileiro como meio de valori- cores, a originalidade e os temas nacionais.
zação da cultura popular nacional. b) defenderam a liberdade limitada de uso da

16
LITERATURA

cor, até então utilizada de forma irrestrita,


afetando a criação artística nacional.
c) representaram a ideia de que a arte deveria
copiar fielmente a natureza, tendo como fi-
nalidade a prática educativa.
d) mantiveram de forma fiel a realidade nas fi-
guras retratadas, defendendo uma liberda-
de artística ligada a tradição acadêmica.
e) buscaram a liberdade na composição de
suas figuras, respeitando limites de temas
abordados.

O trovador
Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras...
As primaveras do sarcasmo
intermitentemente no meu coração arlequinal... QUESTÃO 13 (1ª Aplicação ENEM 2013)
Intermitentemente... - O poema de Oswald de Andrade remon-
Outras vezes é um doente, um frio ta à ideia de que a brasilidade está relaciona-
na minha alma doente como um longo som re- da ao futebol. Quanto à questão da identida-
dondo... de nacional, as anotações em torno dos versos
Cantabona! Cantabona! constituem:
a) direcionamentos possíveis para uma leitura
Dlorom...
crítica de dados histórico-culturais.
Sou um tupi tangendo um alaúde! b) forma clássica da construção poética brasi-
ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade. Belo
leira.
Horizonte: Itatiaia, 2005.
c) rejeição à ideia do Brasil como o país do
futebol.
QUESTÃO 12 (1ª Aplicação ENEM 2012) - Cara d) intervenções de um leitor estrangeiro no
ao Modernismo, a questão da identidade nacional exercício de leitura poética.
é recorrente na prosa e na poesia de Mário de e) lembretes de palavras tipicamente brasilei-
Andrade. Em O trovador, esse aspecto é: ras substitutivas das originais.
a) abordado subliminarmente, por meio de ex-
pressões como “coração arlequinal” que, Camelôs
evocando o carnaval, remete à brasilidade. Abençoado seja o camelô dos brinquedos de tos-
b) verificado já no título, que remete aos re- tão:
O que vende balõezinhos de cor
pentistas nordestinos, estudados por Mário
O macaquinho que trepa no coqueiro
de Andrade em suas viagens e pesquisas O cachorrinho que bate com o rabo
folclóricas. Os homenzinhos que jogam boxe
c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de A perereca verde que de repente dá um pulo que
expressões como “Sentimentos em mim do engraçado
asperamente” (v. 1), “frio” (v. 6), “alma do- E as canetinhas-tinteiro que jamais escreverão
ente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde coisa alguma.
“Dlorom” (v. 9).
d) problematizado na oposição tupi (selvagem) Alegria das calçadas Uns falam pelos cotovelos:
x alaúde (civilizado), apontando a síntese Uns falam pelos cotovelos:
— “O cavalheiro chega em casa e diz: eu filho, vai
nacional que seria proposta no Manifesto
buscar um pedaço de banana para eu acender o
Antropófago, de Oswald de Andrade. charuto.
e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sen- Naturalmente o menino pensará: Papai está
timentos dos homens das primeiras eras” malu...”
para mostrar o orgulho brasileiro por suas
raízes indígenas. Outros, coitados, têm a língua atada.

Todos porém sabem mexer nos cordéis como o


tino ingênuo de demiurgos de inutilidades.
E ensinam no tumulto das ruas os mitos heroicos

17
LITERATURA

da meninice...
E dão aos homens que passam preocupados ou
tristes uma lição de infância.
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.

QUESTÃO 14 (1ª Aplicação ENEM 2014) - Uma


das diretrizes do Modernismo foi a percepção de
elementos do cotidiano como matéria de inspira-
ção poética. O poema de Manuel Bandeira exem-
plifica essa tendência e alcança expressividade
porque:
a) realiza um inventário dos elementos lúdicos
tradicionais da criança brasileira.
b) promove uma reflexão sobre a realidade de
pobreza dos centros urbanos.
c) traduz em linguagem lírica o mosaico de ele-
mentos de significação corriqueira.
d) introduz a interlocução como mecanismo de
construção de uma poética nova.
e) constata a condição melancólica dos ho-
mens distantes da simplicidade infantil.

Máscara senufo, Mati. Madeira e fibra vegetal. Acervo do MAE/USP.

QUESTÃO 15 (1ª Aplicação ENEM 2015) - As


formas plásticas nas produções africanas condu-
ziram artistas modernos do início do século XX,
como Pablo Picasso, a algumas proposições ar-
tísticas denominadas vanguardas. A máscara re-
mete à:
a) preservação da proporção.
b) idealização do movimento.
c) estruturação assimétrica.
d) sintetização das formas.
e) valorização estética.

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C B C E B B D E E B
11 12 13 14 15
A D A C D

18
LINGUAGENS E CÓDIGOS

Realismo e Naturalismo - A produção literária do que têm condições de adaptar as adversidades,


final da década de 1860 já anunciava o fim do Ro- têm condição de sobreviver. Darwim, em sua obra
mantismo; Castro Alves, Sousândrade e Tobias Origem da Espécies (1859), questiona as teorias
Barreto faziam uma poesia romântica na forma regiliosas sobre a criação, pois o homem não se-
e na expressão, mas os temas estavam voltados ria fruto do divino, mas da própria evolução das
para uma realidade político-social. Algumas pro- espécies.
duções do romance romântico seguiam o mesmo
caminho, notadamente a de Manuel Antônio de O Determinismo de Hippolyte Taine (1828 -
Almeida, Franklin Távora e Visconde de Taunay. 1893) - teoria que defende que o comportamento
Era o pré-realismo que se manifestava. 1881 é humano é determinado por três fatores: o meio, a
considerado o ano inaugural do Realismo no Bra- raça, e o momento histórico.
sil. Nesse ano foram publicados dois livros que
mudaram o curso da nossa literatura: Memórias Características do Realismo - Os escritores,
Póstumas de Brás Cubas, o primeiro romance re- diante desse quadro de mudanças de ideias de
alista da nossa literatura, e O mulato, de Aluísio da sociedade, sentem a necessidade de criar uma
Azevedo, primeiro romance naturalista do Brasil. literatura sintonizada com a nova realidade, ca-
paz de abordá-la de modo mais objetivo e realista
Contexto Histórico - O Realismo reflete as pro- do que até então vinha fazendo o Romantismo.
fundas transformações econômicas, políticas, As descobertas científicas, as ideias de reformas
sociais e culturais da segunda metade do século políticas e de revolução social exigiam dos escri-
XIX. A Revolução Industrial, iniciada no Século tores, por um lado, uma literatura de ação, com-
XVIII, entra numa nova fase, caracterizada pela prometida com a crítica e a reforma da sociedade,
utilização do aço, do petróleo e da eletricidade; e de outro, uma abordagem mais profunda e com-
ao mesmo tempo o avanço científico leva a novas pleta do ser humano, visto agora à luz dos co-
descobertas nos campos da Física e da Química. nhecimento das correntes científico-filosóficas da
O capitalismo se estrutura em moldes modernos, época. Aparece então o Realismo, que procura,
com o surgimento de grandes complexo indus- na literatura, atender às necessidades impostas
triais; por outro lado, a massa operária urbana pelo novo contexto histórico-cultural. Assim é que
avoluma-se, formando uma população margina- o objetivismo aparece como negação do subjeti-
lizada que não partilha dos benefícios gerados vismo romântico e nos mostra o homem voltado
pelo progresso industrial, mas pelo contrário, é para aquilo que está diante e fora dele, o não-eu;
explorada e sujeita a condições sub-humanas de o personalismo cede terreno para o universalis-
trabalho. Esta nova sociedade serve de pano de mo. O materialismo leva à negação do sentimen-
fundo para uma nova interpretação da realidade, talismo e da metafísica. O nacionalismo e a volta
gerando teorias de variadas posturas ideológicas. ao passado histórico são deixados de lado; o Re-
Numa seqüência cronológica temos: alismo só se preocupa com o presente, o contem-
porâneo. Ideologicamente os autores desse perí-
O Positivismo de Auguste Comte (1798 - 1857) odo são antimonárquicos, assumindo uma defesa
- teoria científica que defende posturas exclusiva- clara do ideal republicanos, como se observa na
mente materialistas e limita o conhecimento das leitura de romances como O mulato, O cortiço e
coisas apenas quando estas podem ser provadas O ateneu, por exemplo. Negam a burguesia a par-
cientificamente. A realidade é apenas aquilo que tir da célula-mãe da sociedade: a família; eis por
vemos, pegamos e podemos explicar. que estão sempre presentes triângulos amoro-
sos, formados pelo pai traído, a mãe adultera e o
O Socialismo Científico de Karl Marx (1818 - amante, que é sempre um “amigo da casa”; só em
1883) e Friederich Engels (1820 - 1895) - teoria Machado de Assis temos bons exemplos, como:
científica que estimula as lutas de classe e a orga- Bentinho/Capitu/Escobar; Lobo Neves/Virgília/
nização política do proletariado. É uma resposta Brás Cubas. São anticlericais, destacando-se em
da exploração do operário nas indústrias e nos suas obras os padres corruptos e a hipocrisia de
grandes centros urbanos. Nessa teoria, Marx e velhas beatas. Finalmente é importante salientar
Engels mostram o quanto o aspecto social está que Realismo é denominação genérica da escola
vinculado ao processo econômico e político. literária, sendo que nela se podem perceber três
tendências distintas: o Romance Realista, o Ro-
O Evolucionismo de Charles Darwin (1809 - mance Naturalista e a Poesia Parnasiana. Daí que
1882) - teoria científica que mostra o processo de os personagens de romances realistas-naturalis-
evolução das espécies a partir da seleção natu- tas estejam muito próximos das pessoas comuns,
ral, ou seja, diz que apenas “os fortes”, aqueles com seus problemas do dia-a-dia, com suas vi-

19
LINGUAGENS E CÓDIGOS

das medianas, cujas atitudes devem ter sempre mundos não difere da lei que rege as paixões hu-
explicações lógicas ou científicas. A linguagem é manas, o romance, em lugar de imaginar, tinha
outra preocupação importante: ela deve se apro- simplesmente de observar. (...) A arte tornou-se o
ximar do texto informativo, ser simples, utilizar-se estudo dos fenômenos vivos e não a idealização
de imagens denotativas, e as construções sintá- das imaginações inatas...”
ticas devem obedecer à ordem direta. Persona- Eça de Queirós. Idealismo e realismo. In: Cartas inéditas de Fradique Mendes. Apud:

gens tipificados: os personagens de romances SIMÕES, J. G.: Eça de Quirós – trechos escolhidos. Rio de Janeiro, Agir, 1968.

realistas-naturalistas são retirados da vida diária


e são sempre representativos de uma categoria NATURALISMO - A aproximação dos termos Re-
- seja um empregado, seja um patrão, seja um alismo e Naturalismo é muito comum nos livros de
proprietário, seja um subalterno, seja um senhor, história da literatura. Em muitos casos eles são
seja um escravo, uma dona de casa, e daí por usados até como sinônimos. Isso ocorre porque
diante. Os personagens típicos permitem estabe- existem muitos pontos em comum entre o roman-
lecer relações críticas entre o texto e a realidade ce Realista e o Naturalista. Como exemplo pode-
histórica em que ele se insere: isto é, embora os -se citar o ataque à burguesia ao clero e à mo-
personagens sejam seres ficcionais, individuais, narquia. As proximidades dessas estéticas são
passam a representar comportamentos e ter rea- tantas, que, muitas vezes, é difícil classificar um
ções típicas de uma determinada realidade. autor e, até mesmo uma obra, como pertencente
a essa e àquela corrente literária. Um bom exem-
Características do Realismo: plo é o escritor português Eça de Queiros, consi-
1. Concepção materialista da realidade: o ho- derado por muitos críticos literários como sendo
mem, a natureza e o universo estão intima- Realista e, por outros, como Naturalista. Apesar
mente associados num todo orgânico, sujei- de toda essa proximidade, é possível encontrar al-
tos às mesmas leis naturais. gumas diferenças entre a prosa Realista e a Natu-
2. A realidade deve ser captada através da ob- ralista. O Naturalismo é fortemente influenciado
servação, tal qual o cientista no laboratório. pela teoria evolucionista de Charles Darwin. Por
3. Os fatores psicológicos e sociais estão su- isso, vê o homem sempre pelo lado patológico.
jeitos às leis naturais; nada têm de espiritu- Sob essa ótica o Homem se comporta como um
ais ou transcendentais. animal, ou seja, não usa a razão, pois os seus
4. Preocupação com a verdade. instintos naturais são mais fortes. Ainda sob
5. Preocupação em ser objetivo no trato dos esse ponto de vista, o comportamento humano
personagens. nada mais é do que o reflexo do meio em que o
6. Retrata a vida contemporânea dos persona- homem vive (Esse meio é composto por educa-
gens, pois só a vida do momento pode ser ção, pressão social, o próprio meio ambiente etc.).
objeto de análise e observação, ao contrá- Esse homem, que ainda é subjugado( dominado
rio dos românticos que amavam o passado. moralmente, reprimido, amansado domesticado)
7. A narrativa realista move-se lentamente e é pelo fator hereditariedade física, está preso a um
cheia de pormenores, aparentemente inú- destino que ele não consegue mudar. Um bom
teis, mas usados propositalmente para re- exemplo disso é o personagem “Pombinha”, da
tratar de modo mais fiel a realidade. obra “O Cortiço”, de Aluíso de Azevedo. No início
8. Não existe o livre-arbítrio. Tudo são forças do romance ela era uma jovem cheia de virtudes
biológicas, atávicas e sociais. e destinada ao casamento. No entanto, devido às
9. Clareza e harmonia; correção gramatical; influências do seu meio, cedeu ao homossexua-
retrato fiel dos personagens; linguagem lismo e à prostituição. O Naturalismo aprofunda
próxima da realidade. a visão científica do Realismo, pois acredita no
“Outrora uma novela romântica, em lugar de es- princípio de que somente as leis da ciência são
tudar o homem, inventava-o. hoje o romance es- válidas, renegando assim, qualquer tipo de visão
tuda-o na sua realidade social. Outrora no drama, espiritualista. Dessa forma, acredita que o com-
no romance, concebia-se o jogo das paixões a portamento do homem pode ser explicado
priori; hoje analisa-se a posteriori, por processos cientificamente. Então, o escritor naturalista ob-
tão exatos como os da própria fisiologia. Desde serva o seu personagem muito de perto, buscando
que se descobriu que a lei que rege os corpos conhecer as causas desse comportamento para
brutos é a mesma que rege os seres vivos, que a chegar ao conhecimento objetivo dos fatos e das
constituição intrínseca duma pedra obedeceu às situações. A temática também é um dos pontos
mesmas leis que a constituição do espírito duma em que há diferenças significativas entre o Na-
donzela, que há no mundo uma fenomenalida- turalismo e o Realismo. Os autores Naturalistas,
de única, que a lei que rege os movimentos dos sempre por meio de uma análise rigorosa do meio

20
LINGUAGENS E CÓDIGOS

social e de aspectos patológicos, trazem para sua cessivo o escrúpulo do Cotrim, a quem não souber
obra temas como a miséria, a criminalidade e os que ele possuía um caráter ferozmente honrado.
problemas relacionados ao sexo como o adultério Eu mesmo fui injusto com ele durante os anos que
e o homossexualismo, tanto feminino como mas- se seguiram ao inventário de meu pai. Reconhe-
culino. Esses temas são abordados sempre por ço que era um modelo. Arguiam-no de avareza, e
meio de personagens que representam os grupos cuido que tinham razão; mas a avareza é apenas
marginalizados da sociedade, como por exemplo a exageração de uma virtude, e as virtudes devem
em “O Mulato”, “O Cortiço” de Aluísio Azevedo. ser como os orçamentos: melhor é o saldo que o
Face a tudo o que foi exposto pode-se dizer que déficit. Como era muito seco de maneiras, tinha
todo Naturalista é Realista, porém, nem todo inimigos que chegavam a acusá-lo de bárbaro. O
Realista é Naturalista. Pode-se dizer ainda que único fato alegado neste particular era o de man-
o Naturalismo é um prolongamento do Realismo, dar com frequência escravos ao calabouço, don-
só que mais intenso. de eles desciam a escorrer sangue; mas, além
Sergius Gonzaga de que ele só mandava os perversos e os fujões,
ocorre que, tendo longamente contrabandeado
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGENS - em escravos, habituara-se de certo modo ao trato
QUESTÃO 01 (MACKENZIE 2012) - Jesus, filho um pouco mais duro que esse gênero de negócio
de Sirach, se soubesse dos meus primeiros ciú- requeria, e não se pode honestamente atribuir à
mes, dir-me-ia, como no seu cap.IX, vers. 1: “Não índole original de um homem o que é puro efeito
tenhas ciúmes de tua mulher, para que ela não se de relações sociais. A prova de que o Cotrim tinha
meta a enganar-te com a malícia que aprender sentimentos pios encontrava-se no seu amor aos
de ti”. Mas eu creio que não, 1e tu concordarás filhos, e na dor que padeceu quando morreu Sara,
comigo; se te lembras bem da Capitu menina, hás dali a alguns meses; prova irrefutável, acho eu, e
de reconhecer que uma estava dentro da outra, não única. Era tesoureiro de uma confraria, e ir-
2como a fruta dentro da casca. mão de várias irmandades, e até irmão remido de
Machado de Assis, D.Casmurro uma destas, o que não se coaduna muito com a
Considerado o fragmento no contexto do roman- reputação da avareza; verdade é que o benefício
ce, assinale a alternativa correta. não caíra no chão: a irmandade (de que ele fora
a) O narrador onisciente, ao confirmar sua juiz) mandara-lhe tirar o retrato a óleo.
insegurança afetiva, dá pistas ao leitor de ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.

que Capitu, mesmo adulta, manteve o com- Obra que inaugura o Realismo na literatura bra-
portamento ingênuo da infância, tendo na sileira, Memórias póstumas de Brás Cubas con-
verdade sido vítima da malícia do amigo densa uma expressividade que caracterizaria o
Escobar. estilo machadiano: a ironia. Descrevendo a moral
b) O narrador protagonista, buscando a cum- de seu cunhado, Cotrim, o narrador-personagem
plicidade do leitor (e tu concordarás comi- Brás Cubas refina a percepção irônica ao:
go, ref. 1), afirma sua convicção de que a a) acusar o cunhado de ser avarento para con-
esposa, já falecida, desde muito jovem já fessar-se injustiçado na divisão da herança
manifestara indícios de um comportamento paterna.
suspeito. b) atribuir a “efeito de relações sociais” a natu-
c) A ambiguidade do discurso de Bento Santia- ralidade, com que Cotrim prendia e tortura-
go converge para a expressão como a fruta va os escravos.
dentro da casca (ref. 2) que pode ser lida c) considerar os “sentimentos pios” demons-
tanto como prova da inocência da esposa trados pelo personagem quando da perda
como, ao contrário, prova de sua culpa. da filha Sara.
d) Valendo-se de um discurso tendencioso, o d) menosprezar Cotrim por ser tesoureiro de
advogado Bento Santiago evita ressalvas uma confraria e membro remido de várias
e modalizações na fala, expondo ao leitor irmandades.
inquestionáveis indícios da traição de sua e) insinuar que o cunhado era um homem vai-
mulher Capitu. doso e egocêntrico, contemplado com um
e) O discurso bíblico citado no início do frag- retrato a óleo.
mento revela que o narrador, preocupado
em caracterizar o comportamento da es- TEXTO
posa infiel, omite informações importantes (...) Um poeta dizia que o menino é o pai
acerca de si próprio. do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns li-
neamentos do menino.
QUESTÃO 02 (ENEM 2014) - Talvez pareça ex- Desde os cinco anos merecera eu a alcu-

21
LINGUAGENS E CÓDIGOS

nha de “menino diabo”; e verdadeiramente não TEXTO


era outra coisa; fui dos mais malignos do meu — Mas que Humanitas é esse?
tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntario- — Humanitas é o princípio. Há nas coisas todas
so. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma certa substância recôndita e idêntica, um princí-
escrava, porque me negara uma colher do doce pio único, universal, eterno, comum, indivisível
de coco que estava fazendo, e, não contente com e indestrutível, — ou, para usar a linguagem do
o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, grande Camões:
e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha Uma verdade que nas coisas anda,
mãe que a escrava é que estragara o doce “por Que mora no visíbil e invisíbil.
pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, Pois essa sustância ou verdade, esse princípio
um moleque de casa, era o meu cavalo de todos indestrutível é que é Humanitas.
os dias; punha as mãos no chão, recebia um cor- Assim lhe chamo, porque resume o universo, e o
del nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe universo é o homem. Vais entendendo?
ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, — Pouco; mas, ainda assim, como é que a morte
dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, de sua avó...
- algumas vezes gemendo - mas obedecia sem — Não há morte. O encontro de ditas expansões,
dizer palavra, ou, quando muito, um - “ai, nho- ou a expansão de duas formas, pode determinar
nhô!” - ao que eu retorquia: “Cala a boca, besta!” - a supressão de uma delas; mas, rigorosamente,
Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de não há morte, há vida, porque a supressão de
papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das uma é a condição da sobrevivência da outra, e
cabeleiras, dar beliscões nos braços das matro- a destruição não atinge o princípio universal e
nas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram comum. Daí o caráter conservador e benéfico da
mostras de um gênio indócil, mas devo crer que guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tri-
eram também expressões de um espírito robusto, bos famintas. As batatas apenas chegam para ali-
porque meu pai tinha-me em grande admiração; mentar uma das tribos, que assim adquire forças
e se às vezes me repreendia, à vista de gente, para transpor a montanha e ir à outra vertente,
fazia-o por simples formalidade: em particular da- onde há batatas em abundância; mas, se as duas
va-me beijos. tribos dividirem em paz as batatas do campo, não
Não se conclua daqui que eu levasse todo chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de
o resto da minha vida a quebrar a cabeça dos ou- inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a
tros nem a esconder-lhes os chapéus; mas opi- guerra é a conservação. Uma das tribos extermi-
niático, egoísta e algo contemptor dos homens, na a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da
isso fui; se não passei o tempo a esconder-lhes vitória, os hinos, aclamações, recompensas pú-
os chapéus, alguma vez lhes puxei pelo rabicho blicas e todos demais efeitos das ações bélicas.
das cabeleiras. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações
(Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.) não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que
o homem só comemora e ama o que lhe é apra-
QUESTÃO 03 (FGVRJ 2015) - Ao configurar as zível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que
Memórias póstumas de Brás Cubas como narra- nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtual-
tiva em primeira pessoa, conforme se verifica no mente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão;
trecho, Machado de Assis: ao vencedor, as batatas.
a) deu um passo decisivo em direção ao Re- (ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Quincas
alismo, adotando os procedimentos mais
típicos dessa escola. QUESTÃO 04 (INSPER 2013) - As imagens abai-
b) visa a criticar o subjetivismo romântico e os xo fazem parte do game “Filosofighters”. Inspirado
excessos sentimentalistas em que este in- em jogos de lutas, ele propõe uma batalha verbal
correra. entre importantes filósofos. Nele os argumentos
c) deu a palavra ao proprietário escravista e dos pensadores valem como golpes, conforme se
rentista brasileiro do Oitocentos, para que verifica na ilustração abaixo.
ele próprio exibisse sua desfaçatez. Relacione as teorias dos pensadores citados ao
d) parodia as Memórias de um sargento de mi- excerto de Machado de Assis. Por defender po-
lícias, retomando o registro narrativo que as sição similar, infere-se que, no jogo, o “filósofo”
caracterizava. Quincas Borba NÃO poderia ser adversário de
e) confere confiabilidade aos juízos do narra- a) Aristóteles, pois ao definir a paz como “des-
dor, uma vez que este conhece os aconteci- truição” e a guerra como “conservação”,
mentos de que participou. Quincas Borba recupera a ideia de que “o
homem é livre só dentro de regras”.

22
LINGUAGENS E CÓDIGOS

b) Jean Paul-Sartre, pois, assim como o filóso- TEXTO


fo existencialista, o mentor do Humanitismo Passaram-se semanas. Jerônimo tomava agora,
mostra que a necessidade de alimentação todas as manhãs, uma xícara de café bem gros-
determina a obediência ou a violação às re- so, à moda da Ritinha, e 1tragava dois dedos de
gras. parati ²“pra cortar a friagem”.
c) Hobbes, pois a tese do Humanitismo reafir- Uma ³transformação, lenta e profunda, operava-
ma a ideologia do autor de “Leviatã”, enten- -se nele, dia a dia, hora a hora, 4reviscerando-lhe
dendo que o estado natural é o conflito. o corpo e 5alando-lhe os sentidos, num 6trabalho
d) Rousseau, pois defende os mesmos princí- misterioso e surdo de crisálida. A sua energia
pios do filósofo iluminista, mostrando que, afrouxava lentamente: fazia-se contemplativo e
embora pareça ser uma solução, a guerra amoroso. A vida americana e a natureza do Bra-
traz grandes prejuízos à humanidade. sil 7patenteavam-lhe agora aspectos imprevistos
e) nenhum dos pensadores citados, pois Quin- e sedutores que o comoviam; esquecia-se dos
cas Borba, ao contrário deles, prevê um seus primitivos sonhos de ambição, para idealizar
destino promissor para a humanidade. felicidades novas, picantes e violentas; 8tornava-
-se liberal, imprevidente e franco, mais amigo de
gastar que de guardar; adquiria desejos, tomava
gosto aos prazeres, e volvia-se preguiçoso, 9re-
signando-se, vencido, às imposições do sol e do
calor, muralha de fogo com que o espírito eterna-
mente revoltado do último tamoio entrincheirou a
pátria contra os conquistadores aventureiros.
E assim, pouco a pouco, se foram reformando
todos os seus hábitos singelos de aldeão portu-
guês: e Jerônimo abrasileirou-se. (...)
E o curioso é que, quanto mais ia ele caindo nos
usos e costumes brasileiros, tanto mais os seus
QUESTÃO 05 (ESPM 2014) - (...) desde que Je- sentidos se apuravam, 10posto que em detrimento
rônimo propendeu para ela, fascinando-a com a das suas forças físicas.
sua tranquila seriedade de animal bom e forte,
o sangue da mestiça reclamou os seus direitos QUESTÃO 06 (Fuvest 2012) - Um traço cultural
de apuração, e Rita preferiu no europeu o macho que decorre da presença da escravidão no Brasil
de raça superior. O cavouqueiro, pelo seu lado, e que está implícito nas considerações do narra-
cedendo às imposições mesológicas, enfarava a dor do excerto é a:
esposa, sua congênere, e queria a mulata, por- a) desvalorização da mestiçagem brasileira.
que a mulata era o prazer, a volúpia, era o fruto b) promoção da música a emblema da nação.
dourado e acre destes sertões americanos, onde c) desconsideração do valor do trabalho.
a alma de Jerônimo aprendeu lascívias de maca- d) crença na existência de um caráter nacional
co e onde seu corpo porejou o cheiro sensual dos brasileiro.
bodes. e) tendência ao antilusitanismo.
(Aluísio Azevedo, O Cortiço)
Tendo em vista as características naturalistas e QUESTÃO 07 (Fuvest 2012) - Os costumes a
cientificistas, sobretudo do Determinismo, que que adere Jerônimo em sua transformação, rela-
predominam no romance O Cortiço, o trecho não: tada no excerto, têm como referência, na época
a) explicita a personagem que age de acor- em que se passa a história, o modo de vida:
do com os impulsos característicos de sua a) dos degredados portugueses enviados ao
raça. Brasil sem a companhia da família.
b) põe em evidência o zoomorfismo, em que b) dos escravos domésticos, na região urbana
se destacam os elementos instintivos de da Corte, durante o Segundo Reinado.
prazer, sensualidade e desejo. c) das elites produtoras de café, nas fazendas
c) faz alusão à competição entre os mais fortes opulentas do Vale do Paraíba fluminense.
(europeus) e os mais fracos (brasileiros). d) dos homens livres pobres, particularmente
d) ressalta o homem sucumbindo aos fatores em região urbana.
preponderantes do meio. e) dos negros quilombolas, homiziados em re-
e) condena veladamente o sexo e defende in- fúgios isolados e anárquicos.
diretamente os princípios morais.

23
LINGUAGENS E CÓDIGOS

TEXTO de novidade, como os negociantes que liquidam


E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda para recomeçar com artigos de última remessa; o
a alma pelos olhos enamorados. Naquela mulata Ateneu desde muito tinha consolidado crédito na
estava o grande mistério, a síntese das impres- preferência dos pais, sem levar em conta a simpa-
sões que ele recebeu chegando aqui: ela era a tia da meninada, a cercar de aclamações o bom-
luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho bo vistoso dos anúncios. O Dr. Aristarco Argolo de
das sestas da fazenda; era o aroma quente dos Ramos, da conhecida família do Visconde de Ra-
trevos e das baunilhas, que o atordoara nas ma- mos, do Norte, enchia o império com o seu reno-
tas brasileiras; era a palmeira virginal e esquiva me de pedagogo. Eram boletins de propaganda
que se não torce a nenhuma outra planta; era o pelas províncias, conferências em diversos pon-
veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais tos da cidade, a pedidos, à substância, atochando
doce que o mel e era a castanha do caju, que a imprensa dos lugarejos, caixões, sobretudo, de
abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a livros elementares, fabricados às pressas com o
cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muri- ofegante e esbaforido concurso de professores
çoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em prudentemente anônimos, caixões e mais caixões
torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, de volumes cartonados em Leipzig, inundando as
acordando-lhe as fibras embambecidas pela sau- escolas públicas de toda a parte com a sua inva-
dade da terra, picando-lhe as artérias, para lhe são de capas azuis, róseas, amarelas, em que o
cuspir dentro do sangue uma centelha daquele nome de Aristarco, inteiro e sonoro, oferecia-se
amor setentrional, uma nota daquela música fei- ao pasmo venerador dos esfaimados de alfabe-
ta de gemidos de prazer, uma larva daquela nu- to dos confins da pátria. Os lugares que os não
vem de cantáridas que zumbiam em torno da Rita procuravam eram um belo dia surpreendidos pela
Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosfores- enchente, gratuita, espontânea, irresistível! E não
cência afrodisíaca. havia senão aceitar a farinha daquela marca para
Aluísio Azevedo, O cortiço. o pão do espírito.
POMPEIA, R. O Ateneu. São Paulo: Scipione, 2005.
QUESTÃO 08 (Fuvest 2015) - O efeito expres- Ao descrever o Ateneu e as atitudes de seu dire-
sivo do texto - bem como seu pertencimento ao tor, o narrador revela um olhar sobre a inserção
Naturalismo em literatura - baseia-se amplamen- social do colégio demarcado pela:
te no procedimento de explorar de modo intensi- a) ideologia mercantil da educação, repercuti-
vo aspectos biológicos da natureza. Entre esses da nas vaidades pessoais.
procedimentos empregados no texto, só NÃO se b) interferência afetiva das famílias, determi-
encontra a: nantes no processo educacional.
a) representação do homem como ser vivo em c) produção pioneira de material didático, res-
interação constante com o ambiente. ponsável pela facilitação do ensino.
b) exploração exaustiva dos receptores sen- d) ampliação do acesso à educação, com a ne-
soriais humanos (audição, visão, olfação, gociação dos custos escolares.
gustação), bem como dos receptores me- e) cumplicidade entre educadores e famílias,
cânicos. unidos pelo interesse comum do avanço so-
c) figuração variada tanto de plantas quanto de cial.
animais, inclusive observados em sua inte-
ração. QUESTÃO 10 (UNIFESP 2010) - Considere o tre-
d) ênfase em processos naturais ligados à re- cho de O Cortiço, de Aluísio Azevedo.
produção humana e à metamorfose em ani- Uma aluvião de cenas, que ela [Pombinha] jamais
mais. tentara explicar e que até ali jaziam esquecidas
e) focalização dos processos de seleção na- nos meandros do seu passado, apresentavam-
tural como principal força direcionadora do -se agora nítidas e transparentes. Compreendeu
processo evolutivo. como era que certos velhos respeitáveis, cuja fo-
tografia Léonie lhe mostrou no dia que passaram
QUESTÃO 09 (ENEM 2015) - Um dia, meu pai to- juntas, deixavam-se vilmente cavalgar pela lou-
mou-me pela mão, minha mãe beijou-me a testa, reira, cativos e submissos, pagando a escravidão
molhando-me de lágrimas os cabelos e eu parti. com a honra, os bens, e até com a própria vida, se
Duas vezes fora visitar o Ateneu antes da minha a prostituta, depois de os ter esgotado, fechava-
instalação. Ateneu era o grande colégio da época. -lhes o corpo. E continuou a sorrir, desvanecida
Afamado por um sistema de nutrido reclame, man- na sua superioridade sobre esse outro sexo, vai-
tido por um diretor que de tempos a tempos refor- doso e fanfarrão, que se julgava senhor e que, no
mava o estabelecimento, pintando-o jeitosamente entanto, fora posto no mundo simplesmente para

24
LINGUAGENS E CÓDIGOS

servir ao feminino; escravo ridículo que, para go-


zar um pouco, precisava tirar da sua mesma ilu-
são a substância do seu gozo; ao passo que a
mulher, a senhora, a dona dele, ia tranquilamente
desfrutando o seu império, endeusada e querida,
prodigalizando martírios, que os miseráveis acei-
tavam contritos, a beijar os pés que os deprimiam
e as implacáveis mãos que os estrangulavam.
— Ah! homens! homens! ... sussurrou ela de en-
volta com um suspiro.
No texto, os pensamentos da personagem:
a) recuperam o princípio da prosa naturalista,
que condena os assuntos repulsivos e bes-
tiais, sem amparo nas teorias científicas,
ligados ao homem que põe em primeiro pla-
no seus instintos animalescos.
b) elucidam o princípio do determinismo pre-
sente na prosa naturalista, revelando os ho-
mens e as mulheres conscientes dos seus
instintos em função do meio em que vivem
e, sobretudo, capazes de controlá-los.
c) trazem uma crítica aos aspectos anima-
lescos próprios do homem, mas, por outro
lado, revelam uma forma de Pombinha sub-
meter a muitos deles para obter vantagens:
eis aí um princípio do Realismo rechaçado
no Naturalismo.
d) constroem uma visão de mundo e do homem
idealizada, o que, em certa medida, afronta
o referencial em que se baseia a prosa na-
turalista, que define o homem como fruto do
meio, marcado pelo apelo dos seus senti-
dos.
e) consubstanciam a concepção naturalista de
que o homem é um animal, preso aos ins-
tintos e, no que dizem respeito à sexualida-
de, vê-se que Pombinha considera a mulher
superior ao homem, e esse conhecimento é
uma forma de se obterem vantagens.

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
B B C C E C D E A E

25
REDAÇÃO

PARTE V - COMPETÊNCIA 5 (Solucionando emitindo-se um juízo de valor acerca do tema


problemas). e tentar comprová-lo com argumentos (é o que
C5 Intervenção - Apre- mais acontece nas redações do ENEM).
sentação ou sugestão de Ex.:
uma ou mais alternativas
exequíveis e humanas
(por isso, respeitosas) de
solução para o problema
discutido. Elaborar pro- Fonte: Guia do participante 2012
posta de intervenção na realidade ou problemá-
tica apresentada desde o tema, e devidamente Comentário: A tese lançada está na 4ª. linha,
articulada com a discussão desenvolvida. Re- quando diz: “faz-se necessário um cuidado, uma
sumindo, o que surge como problema ou causa cautelosa discussão a fim de encarar essa nova
dele, no início do texto, volta paradoxalmente ao realidade com uma postura crítica e cidadã” para
final como um tipo de solução. desfrutarmos dos benefícios que a comunicação
pode nos oferecer, é, na verdade, uma tese in-
ESTRUTURA direta porque não responde aos questionamen-
tos sobre o problema, mas reivindica uma nova
postura para enfrentá-lo.
• Quando não lançamos logo a tese, corremos
o risco de fazer apenas meras e repetitivas
constatações.
• As expressões afirmativas ou simplesmente
informativas são úteis, mas dificultam o sur-
gimento da tese para a abertura da discus-
são.
• Sem a tese não há bases para a discussão,
não há problematização, logo os argumen-
tos e a solução estarão comprometidos.
Nesta estrutura são sugeridos 4 parágrafos. No • Devemos lançar a tese, no máximo, até o fi-
primeiro deve-se abordar diretamente o TEMA nal do segundo parágrafo, pois os profes-
e, em seguida, lançar a TESE. Depois, a palavra sores que corrigem o são “treinados” para
ARGUMENTOS nos diz, colocada no plural, que encontrá-la.
serão necessários, no mínimo, dois parágrafos de Observando os temas dos últimos exames po-
argumentação em nome do ponto de vista defen- demos comprovar que houve uma evolução nas
dido. Por fim, onde se lê PROPOSTA DE INTER- propostas, pois antes eram muito imprecisas ou
VENÇÃO devem ser apresentadas sugestões ou subjetivas, mas que agora deixam mais clara a
soluções para o problema, algo que mude aquela configuração de um problema que precisa ser dis-
realidade, porém de forma exequível e respeitan- cutido e solucionado. Veja algumas teses possí-
do os direitos humanos. veis em temas do ENEM.

Indivíduo + família + escola + sociedade + Estado


◙ 2010 – O
A tese corresponde ao ponto de vista defendido trabalho na construção da dignidade humana.
por você que, de certa forma, tenta responder por (impreciso)
qual motivo aquele problema acontece, aconte- Tese: O trabalho na promoção da dignidade só
ceu ou chegou a tal ponto. acontecerá quando todas as funções forem bem
remuneradas e, consequentemente, reconheci-
Lançando a tese - Lançar tese, na verdade, é das pela sua importância.
dizer, de forma direta e objetiva, por qual motivo
aquela problemática existe, por que a situação ◙ 2011 - Viver em rede no século XXI: os limi-
chegou àquele ponto. Pode acontecer, também, tes entre o público e o privado. (claro)
de a tese ser lançada de forma indireta, ou seja, Tese: É preciso estabelecer urgentemente limites

26
REDAÇÃO

entre as questões públicas e os fatos de caráter Obs. A fórmula deve ser usada principalmen-
privado, na Internet, pois as relações humanas te por quem não está sabendo como resolver a
têm sido prejudicadas por isso. problemática. A fórmula é um tipo de “luz” para
quem não está sabendo o que escrever. Os ou-
◙ 2012 - O Movimento Imigratório para o Brasil tros candidatos só precisam articular a argumen-
no Século XXI. (impreciso) tação com a solução, ou seja, o que antes era o
Tese: O crescimento do movimento migratório problema, ou causador dele, deve surgir ao final
para o nosso país, atualmente, está ligado direta- como forma de intervenção.
mente à excelente situação econômica do Brasil
no cenário econômico internacional. EXERCÍCIO DE APRENDIZAGENS

◙ 2013 - Os efeitos da Lei Seca no Brasil. ( im-


preciso)
Tese: Apesar de muito rígida, a Lei Seca não tem
alcançado os objetivos esperados pelo Governo.

DICA SOBRE A SOLUÇÃO! - Em se tratando da


conclusão, no caso específico do ENEM, que tra-
balha com a noção de problemática com vistas
a uma solução, o candidato que não está conse-
guindo vislumbrar uma solução para o problema
discutido pode adotar a seguinte fórmula:

Temas:
1 - Desastres ambientais no Brasil
2 - Crack: como tirar esta pedra do meio do
caminho?
3 - A Dengue e seu crescimento vertiginoso
4 - A obesidade no Brasil.

Reflexão sobre a fórmula: Conscientizar-se


sobre o drama da obesidade ou sobre o uso do
crack como uma patologia é prerrogativa do in-
divíduo que dela padece. Em seguida, agirá a Atividade: Identifique a Tese, os tipos de argu-
família, que contará, normalmente, com a ajuda mentos utilizados no texto e circule os elos coe-
da escola. Alguns projetos escolares atingem a sivos que fazem a macro e a microestrutura. Por
sociedade (pais, amigos, vizinhos, ONGs etc.) e, fim, atribua nota a esta redação.
por isso, significam um princípio de mudança. Se
essas ações não forem o suficiente para resolver Competência 1: _________
o problema, o Estado tem a obrigação de interfe-
rir, por exemplo, legislando sobre o assunto para Competência 2: _________
não ter gastos maiores no futuro.
Competência 3: _________
Aplicando: Por conseguinte, quem primeiro deve
lutar contra os malefícios do crack é o próprio usu- Competência 4: _________
ário, conscientizando-se de que precisa do auxilio
de especialistas. A família pode ajudar com diálo- Competência 5: _________
gos e compreensão, mas esta preocupação deve
ser extensiva às escolas, que devem implemen- NOTA: ______________
tar projetos de prevenção ao uso de drogas no
ambiente escolar. Porém, nada disso surtirá efeito
se o Governo não legislar imediatamente trans-
formando o tráfico de drogas em crime hediondo.

27
MATEMÁTICA

28
PROBABILIDADE

INTRODUÇÃO - Com certeza você já utilizou o indicam os números de elementos de A e E, res-


conceito de probabilidade, mesmo sem saber. pectivamente.
Quer ver? Quantas vezes já dissemos frases do
tipo “a chance de alguém ganhar na Mega Sena é P(A) = n(A) / n(E)
muito pequena, ele teve muita sorte” ou “a proba-
bilidade de nós sermos promovidos é bem gran-
de, afinal, fizemos um bom trabalho”. Quando ADIÇÃO DE PROBABILIDADES - Se A e B são
falamos da porcentagem de chance de um deter- dois eventos do mesmo espaço amostral, pode-
minado evento ocorrer, estamos falando de pro- mos escrever:
babilidade, mas agora vamos aprender a quan-
tificar isso. Saiba que, em algumas situações, a P(A ∪ B) = P(A) + P(B) – P(A ∩ B)
análise combinatória estudada nas aulas anterio-
res será de grande importância para o calculo da Observação:
probabilidade. Se A ∩ B = ∅  P(A ∪ B) = P(A) + P(B)

PROBABILIDADE - A probabilidade é a porcen- PROBABILIDADE DO EVENTO COMPLEMEN-


tagem (fração) de chance de um determinado TAR
evento ocorrer. Experimentos que, ao serem rea- Sejam:
lizados repetidas vezes, nas mesmas condições, A = evento de um espaço amostral U.
apresentarem resultados varia-dos, não sendo A = evento complementar de A.
possível, portanto, a previsão lógica dos resulta-
dos, são denominados experimentos aleatórios. Então: P(A) + P(A) = 1
• Espaço amostral é o conjunto de todos os re- MULTIPLICAÇÃO DE PROBABILIDADES - Se
sultados possíveis de um experimento alea- um acontecimento é composto por vários eventos
tório. Indicaremos o espaço amostral por U. sucessivos e independentes, de tal modo que:
• Evento é qualquer subconjunto do espaço o primeiro evento é A e a sua probabilidade é p1
amostral. o segundo evento é B e a sua probabilidade é p2
Chama-se EXPERIMENTO ALEATÓRIO àquele o terceiro evento é C e a sua probabilidade é p3
cujo resultado é imprevisível, porém pertence ne-       
cessariamente a um conjunto de resultados pos- o K-ésimo evento é K e a sua probabilidade é pK
síveis denominado ESPAÇO AMOSTRAL. Qual- Então a probabilidade de que os eventos A, B, C,
quer subconjunto desse ESPAÇO AMOSTRAL .... K ocorram nessa ordem é:
é denominado EVENTO. Em oposição aos fenô-
P1 . P2 . P3 ... Pk
menos aleatórios, existem os fenômenos deter-
minísticos, que são aqueles cujos resultados são
EXEMPLOS
previsíveis, ou seja, temos certeza dos resultados
EXEMPLO 1: - Considere o lançamento de um
a serem obtidos. Normalmente existem diversas
dado não viciado. Calcule a probabilidade de
possibilidades possíveis de ocorrência de um fe-
sair:
nômeno aleatório, sendo a medida numérica da
a) o número 3.
ocorrência de cada uma dessas possibilidades,
Temos E = {1, 2, 3, 4, 5, 6} ou seja n(E) = 6 e A =
denominada PROBABILIDADE. Consideremos
{3} logo n(A) = 1.
uma urna que contenha 49 bolas azuis e 1 bola
Portanto, a probabilidade procurada será igual a
branca. Para uma retirada, teremos duas possi-
P(A) = n(A)/n(E) = 1/6.
bilidades: bola azul ou bola branca. Percebemos
b) um número par.
entretanto que será muito mais freqüente obter-
Agora o evento é A = {2, 4,
mos numa retirada, uma bola azul, resultando daí,
6} com 3 elementos; logo a
podermos afirmar que o evento “sair bola azul”
probabilidade procurada será
tem maior PROBABILIDADE de ocorrer do que o
P(A) = 3/6 = 1/2 ou P(A) =
evento “sair bola branca”.
50%.
Isso significa dizer que a
DEFINIÇÃO - Seja E um espaço amostral finito
chance é de 1 para cada 2
e não-vazio; e seja A um evento desse espaço.
possibilidades.
Chama-se “probabilidade de A”, indicando-se
c) um múltiplo de 3
por P(A), o número n(A)/n(E), onde n(A) e n(E)

29
PROBABILIDADE

Agora o evento A = {3, 6} com 2 elementos; logo


a probabilidade procurada será P(A) = 2/6 = 1/3. EXEMPLO 3:
d) um número menor do que 3 Em uma entrevista com 100 alunos verificou-
Temos o evento A = {1, 2} com dois elementos. -se que 80 gostam de matemática, 60 gostam
Portanto, P(A) = 2/6 = 1/3. de Informática e 50 gostam das duas discipli-
e) múltiplo de 7 nas.
Não existe nenhum múltiplo de 7 no dado, portan- a) Determine a probabilidade de não gostar de
to P = 0 nenhuma das disciplinas.
f) um quadrado perfeito Inicialmente vamos preencher o diagrama:
Nesse caso o evento A = {1,4} com dois elemen-
tos. Portanto, P(A) = 2/6 = 1/3.

OBSERVAÇÃO:
• Um dado é dito “não viciado” quando a chan- Então a probabilidade é P = 10/100 = 10%
ce de se obter qualquer uma das faces vol- b) A chance de gostar somente de matemática.
tadas para cima é igual as demais, ou seja, P = 30/100 = 30%
1/6. Isso ocorre quando a peça é homogê- c) Determine a chance gostar somente de infor-
neo. mática.
• Um dado é dito “viciado” quando a probabi- P = 10/100 = 10%
lidade de pelo menos de uma das faces é d) gostar matemática e informática.
diferente das demais, isso se deve a um de- P = 50/100 = 50%
sequilíbrio (proposital ou não) desse dado e) gostar matemática ou informática.
não homogêneo. P = 90/100 = 90%

EXEMPLO 2: EXEMPLO 4:
No lançamento de um dado viciado, a probabi- Considere o lançamento de dois dados. Calcu-
lidade de sair o número 6 é de 40% e igual para le a probabilidade de que a soma dos resulta-
os outros números. Determine: dos seja igual 8.
a) a chance para cada número. SOLUÇÃO:
Sendo P(6) = 40%, então a soma da probabilida- Observe que neste caso, o espaço amostral E é
de de todos os outros juntos é de 60%. constituído pelos pares ordenados (i,j), onde i =
Dessa forma, temos: número no dado 1 e j = número no dado 2.

É evidente que teremos 36 pares


ordenados possíveis do tipo (i, j)
onde
i = 1, 2, 3, 4, 5, 6
e
j = 1, 2, 3, 4, 5, 6
b) a chance de sortear um número par. As somas iguais a 8, ocorrerão nos casos:
Do item anterior, temos: (2,6), (3,5), (4,4), (5,3) e (6,2).
Portanto, o evento “soma igual a 8” possui 5 ele-
mentos.
Logo, a probabilidade procurada será igual a
Logo, a chance de sortear um número par é P(A) = 5/36.
P(PAR) = 64%.
c) a chance de sortear um número ímpar. EXEMPLO 5:
Do item inicial, temos: Um tenista participa de um torneio em que
lhe restam ainda no máximo 4 partidas: com
X, com Y, com X e novamente com Y, nessa
ordem. Os resultados dos jogos são indepen-
dentes; a probabilidade de ele ganhar de X é
Logo, a chance de sortear um número ímpar é igual a 1/3, e a probabilidade de ganhar de Y é
P(ÍMPAR) = 36%. 1/4. Se vencer consecutivamente três dessas

30
PROBABILIDADE

partidas, será considerado campeão. Determi- EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGENS


ne a probabilidade de que isso aconteça. (ENEM) TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 1 À 11
SOLUÇÃO: - BARALHO LUSÓFONO - O baralho mais usado
Observe que em relação a X temos P(Ganhar) = nos países lusófonos (de língua portuguesa) pos-
1/3 e P(Perder) = 2/3, já em relação a Y temos sui 52 cartas, distribuídas em 4 grupos (também
P(Ganhar) = 1/4 e P(Perder) = 3/4. chamados de naipes) os quais possuem 13 car-
Existem 3 possibilidade: tas de valores diferentes. Os nomes dos naipes
• 1º Ganhar todas as partidas em português (mas não os símbolos) são simila-
P(GGGG) = 1/3.1/4.1/3.1/4 = 1/144 res aos usados no baralho espanhol de quarenta
• 2º Perder só a primeira cartas. São eles espadas (♠), paus (♣), copas (♥)
(PGGG) = 2/3.1/4.1/3.1/4 = 2/144 e ouros (♦), embora sejam usados os símbolos
• 3º Perder só a última franceses.
(GGGP) = 1/3.1/4.1/3.3/4 = 3/144 Cada naipe possui 13
Portanto cartas, sendo elas um
P(CAMPEÃO) = 1/144 + 2/144 + 3/144 = 6/144 = ás (representado pela
1/24 letra A), todos os nú-
meros de 2 a 10, e três
EXEMPLO 6: figuras: o valete (tam-
Temos a seguir a frente e o verso de um jogo bém chamado de Jor-
de raspadinha. Leia a atentamente as regras. ge), representado pela letra J (do inglês Jack), a
REGRAS dama (também chamada de rainha) representada
I. Existem 6 bolas que após serem A B C D
pela letra Q (de Queen) e o rei, com a letra K (de
raspadas aparecerão um X.
II. O jogador deve raspar apenas King). Ao ás (A), geralmente, é dado o valor 1 e
uma bolinha em cada coluna.
às figuras (J, Q e K) são dados respectivamente
INCIO

III. Ganha o prêmio quem encontrar


um X em cada coluna. os valores de 11, 12 e 13. Os nomes dos naipes
IV. Se for raspado mais de uma
bolinha em uma mesma coluna o
em espanhol, correspondentes ao baralho de 52
cartão fica inválido. cartas, não têm as mesmas denominações do ba-
Sabendo que nas colunas A e B existem dois X ralho espanhol de 40 cartas que são oros, copas,
em cada e que nas colunas C e D apenas uma espadas e bastos, mas sim seus correspondentes
bolinha com X em cada. Qual a probabilidade diamantes, corazones, pique e treboles. Alguns
de alguém ganhar nesse jogo? jogos também incorporam um par de cartas com
valor especial, e que nunca aparecem com naipe:
SOLUÇÃO: os curingas (Brasil) ou jokers (Portugal).
Como na coluna A temos dois X para 3 possibili- Em relação a um baralho de 52 cartas (13 de cada
dade, a probabilidade de raspar o X é naipe: ♣, ♠, ♦, ou ♥), resolva as questões a seguir.
P(A) = 2/3. QUESTÃO 01 - Determine a probabilidade de se
Na coluna B temos dois X para 4 bolinhas, logo retirar um ás (A).
P(B) = 2/4 = 1/2 a) 1/13 b) 1/12
Já na coluna C, temos apenas um X para 3 boli- c) 1/10 d) 1/8 e) 1/4
nhas, portanto
P(C) = 1/3 QUESTÃO 02 - Qual a probabilidade de se retirar
Na ultima coluna, existe um X para 2 possibilida- uma carta de ouro?
de, logo a) 1/8 b) 1/4
P(D) = 1/2 c) 1/13 d) 1/12 e) 1/10
Para ganhar o jogo devemos obter sucesso nos
eventos A, B, C e D. QUESTÃO 03 - Determine o intervalo que a chan-
Portanto ce de se retirar um ás (A) de ouro.
P(GANHAR) = P(A).P(B).P(C).P(C) a) 51/52 b) 12/13
Ou seja c) 1/52 d) 1/13 e) 1/4
P(GANHAR) = 2/3.1/2.1/3.1/2 = 1/18
QUESTÃO 04 - Calcule a probabilidade de retirar
um ás (A) ou uma carta de ouro.
a) 4/52 b) 13/52
c) 1/52 d) 4/13 e) 9/13

31
PROBABILIDADE

QUESTÃO 05 - Qual a chance de se retirar uma Em relação ao lançamento de moedas não vicia-
carta com figura (J, Q ou K)? das, responda as próximas questões.
a) 1/4 b) 3/4 QUESTÃO 14 - Qual a probabilidade de lançar
c) 1/13 d) 2/13 e) 3/13 uma moeda e o resultado ser cara?
a) 50% b) 40%
QUESTÃO 06 - Determine a chance de retirar c) 30% d) 20% e) 50%
três reis em seguida, sem reposição.
a) 1/5525 b) 1/5255 QUESTÃO 15 - Qual a chance de lançar duas
c) 1/2555 d) 1/1100 e) 1/1055 moedas e ambas terem cara como resultado?
a) 30% b) 25%
QUESTÃO 07 - Calcule a probabilidade de se re- c) 20% d) 15% e) 10%
tirar um rei (K), dado que a carta é de ouro.
a) 15/63 b) 27/64 QUESTÃO 16 - Determine a probabilidade de lan-
c) 37/64 d) 1/13 e) 1/4 çar três moedas e todas terem cara como resul-
tado.
QUESTÃO 08 - Determine a probabilidade de se a) 1/6 b) 1/7
retirar uma carta de ouro, dado que a carta retira- c) 1/8 d) 1/9 e) 1/10
da é um rei (K).
a) 15/63 b) 27/64 QUESTÃO 17 - Calcule a probabilidade de lançar
c) 37/64 d) 1/13 e) 1/4 três moedas e pelo menos uma ter coroa como
resultado.
TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 09 À 13 a) 1/8 b) 3/8
Um estudante tem uma urna que contém dez bo- c) 5/8 d) 7/8 e) 8/7
las numeradas de 1 à 10, de onde ele vai retirar
ao acaso um ou mais delas para o calculo de pro-
babilidade. Responda as próximas questões.
QUESTÃO 09 - Determine a probabilidade de re-
tirar uma bola com o número 10.
a) 10% b) 15%
c) 20% d) 25% e) 30%

QUESTÃO 10 - Qual a chance de se retirar um


número par?
a) 60% b) 50%
c) 40% d) 30% e) 20%

QUESTÃO 11 - Calcule probabilidade de se reti-


rar um número primo.
a) 60% b) 50%
c) 40% d) 30% e) 20%

QUESTÃO 12 - Determine a probabilidade de se


retirar dois números ímpares em seguida, com re-
posição.
a) 10% b) 15%
c) 20% d) 25% e) 30%

QUESTÃO 13 - Qual a chance de se retirar três


números ímpares em seguida, sem reposição? EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
a) 1/20 b) 1/18 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
c) 1/16 d) 1/14 e) 1/12 A B C D E A D E A B
11 12 13 14 15 16 17
(ENEM) TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 14 À
C D E A B C D
17

32
GEOMETRIA PLANA

Geometria Plana - Teorema de Pitágoras e áre- Sejam então A, B e C as áreas de figuras seme-
as de figuras planas - Relações Métricas no lhantes, construídas sobre a hipotenusa a e sobre
Triângulo Retângulo os catetos b e c de um triângulo retângulo, como
mostra a figura acima. Sabemos que a razão en-
tre as áreas de figuras semelhantes é igual ao
quadrado da razão de semelhança. Então:

A B C B C B+C A
= = , ainda: = = =
a 2
b 2
c 2
b 2
c 2
b +c
2 2
a2
Pela propriedade das proporções, como a² = b² +
c², concluímos que A = B + C. Isto quer dizer que,
se figuras semelhantes são construídas sobre os
Teorema de Pitágoras - A demonstração de lados de um triângulo retângulo, a área da figura
Perigal - Henry Perigal, um livreiro em Lon- construída sobre a hipotenusa é igual à soma das
dres, publicou em 1873 a demonstração que se áreas das figuras construídas sobre os catetos.
pode apreciar na figura abaixo. Trata-se da forma
mais evidente de mostrar que a soma das Trapézio
áreas dos quadrados construídos sobre os cate- Definição: Trapézio é todo quadrilátero que pos-
tos preenchem o quadrado construído sobre a hi- sui um par de lados paralelos. Os lados paralelos
potenusa. Perigal corta o quadrado construído são chamados bases do trapézio. A distância en-
sobre o maior cateto por duas retas passando tre as bases é chamada de altura do trapézio.
pelo seu centro, uma paralela à hipotenusa do Classificação dos Trapézios
triângulo e outra perpendicular, dividindo esse 1) Escaleno: quando os lados não-paralelos não
quadrado em quatro partes congruentes. Essas são congruentes.
quatro partes e mais o quadrado construído 2) Isósceles: quando os lados não-paralelos são
sobre o menor cateto, preenchem completamente congruentes.
o quadrado construído sobre a hipotenusa. 3) Retângulo (ou bi-retângulo): quando um dos
os lados não-paralelos é perpendicular às bases.
Generalizando o Teorema de Pitágoras - O Teo-
rema de Pitágoras afirma que a área do quadrado Área
construído sobre a hipotenusa de um triângulo re-
tângulo é igual à soma das áreas dos quadrados
construídos sobre os catetos. Agora, imaginemos
figuras semelhantes quaisquer, construídas sobre
os lados de um triângulo retângulo.
Paralelogramos - Definição: Paralelogramo é
todo quadrilátero que possui os pares de lados
opostos respectivamente paralelos.

33
GEOMETRIA PLANA

Área: Área

Losango - Definição: é todo paralelogramo eqüi- Expressões para Área do triângulo


látero Há muitas expressões para áreas de triângulos,
apresentamos aqui três das principais.

Área

Casos Particulares - Triângulo retângulo

Retângulo - Definição: é todo paralelogramo


eqüiângulo
Triângulo equilátero

Propriedades importantes - P1 - A área de um


triângulo não se altera quando sua base perma-
nece fixa e o terceiro vértice percorre uma reta
Área paralela à base.

Quadrado - Definição: é todo paralelogramo que


possui os ângulos retos e os quatro lados con-
gruentes.
P2 - Se dois triângulos têm mesma altura, então
a razão entre suas áreas é igual à razão entre
suas bases. A afirmação acima tem comprovação
imediata a partir da fórmula que calcula a área do
triângulo.

34
GEOMETRIA PLANA

P3 - A razão entre as áreas de triângulos seme- te para a pintura da região 2.


lhantes é igual ao quadrado da razão de seme- c) a região 2 seria pintada e ainda sobrariam
lhança 3/7 de tinta vermelha.
Círculo d) a região 2 seria pintada e ainda sobraria 1/7
de tinta vermelha.
e) a região 2 seria pintada e ainda sobraria 2/7
C = 2π r de tinta vermelha.
A = π r2 QUESTÃO 02 (ENEM 2010) - Em canteiros de
obras de construção civil é comum perceber tra-
balhadores realizando medidas de comprimento
e de ângulos e fazendo demarcações por onde a
1.2 - Coroa circular obra deve começar ou se erguer. Em um desses
canteiros foram feitas algumas marcas no chão
plano. Foi possível perceber que, das seis esta-
cas colocadas, três eram vértices de um triângulo
=A π ( R2 − r 2 ) retângulo e as outras três eram os pontos médios
dos lados desse triângulo, conforme pode ser vis-
to na figura, em que as estacas foram indicadas
por letras.

1.3 - Setor de circunferência

π r ⋅α A região demarcada pelas estacas A, B, M e N


C=
180º deveria ser calçada com concreto. Nessas condi-
ções, a área a ser calcada corresponde:
a) a mesma área do triângulo AMC.
b) a mesma área do triângulo BNC.
c) a metade da área formada pelo triângulo
ABC.
d) ao dobro da área do triângulo MNC.
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGENS e) ao triplo da área do triângulo MNC.
QUESTÃO 01 - Miguel pintará um painel retan-
gular com motivos geométricos. As duas regiões QUESTÃO 03 - Uma folha de papel retangular foi
destacadas, a região 1 (FGKM), contida no qua- dobrada como mostra a figura abaixo. De acordo
drado FGLM, e a região 2 (HILK), contida no pa- com as medidas fornecidas, a região sombreada,
ralelogramo HILM, conforme figura abaixo, serão que é a parte visível do verso da folha, tem área
pintadas de vermelho. Sabe-se que a tinta utili- igual a:
zada para pintar uma região qualquer depende
proporcionalmente de sua área.
a) 24 cm2
b) 25 cm2
c) 28 cm2
d) 35 cm2
e) 36 cm2

Se Miguel gastasse na pintura da região 1, 3/7 da


tinta vermelha de que dispõe, poderíamos afirmar QUESTÃO 04 (ENEM 2009) - A rampa de um
que: hospital tem na sua parte mais elevada uma altu-
a) o restante de tinta vermelha daria, exata- ra de 2,2 metros. Um paciente ao caminhar sobre
mente, para a pintura da região 2. a rampa percebe que se deslocou 3,2 metros e
b) o restante de tinta vermelha seria insuficien- alcançou uma altura de 0,8 metro.

35
GEOMETRIA PLANA

A distância em metros que o paciente ainda deve marcou uma área quadrada no vértice A, para a
caminhar para atingir o ponto mais alto da rampa construção de sua residência, de acordo com o
é: AB
a) 1,16 metros. b) 3,0 metros. desenho, no qual AE = é lado do quadrado.
5
c) 5,4 metros. d) 5,6 metros.
e) 7,04 metros.

QUESTÃO 05 - Uma estação de tratamento de


água (ETA) localiza-se a 600m de uma estrada
reta. Uma estação de rádio localiza-se nessa
mesma estrada, a 1 000m da ETA. Pretende-se
construir um restaurante, na estrada, que fique à
mesma distância das duas estações. A distância
Nesse caso, a área definida por Antônio atingiria
do restaurante a cada uma das estações deverá
exatamente o limite determinado pela condição
ser de:
se ele:
a) 575m
a) duplicasse a medida do lado do quadrado.
b) 600m
b) triplicasse a medida do lado do quadrado.
c) 625m
c) triplicasse a área do quadrado.
d) 700m
d) ampliasse a medida do lado do quadrado
e) 750m
em 4%.
e) ampliasse a área do quadrado em 4%.
QUESTÃO 06 -Toda energia necessária para o
consumo na Terra provém de fonte natural ou sin-
QUESTÃO 08 (ENEM 2009) - O quadro apresen-
tética. Ultimamente, tem havido muito interesse
ta informações da área aproximada de cada bio-
em aproveitar a energia solar, sob a forma de ra-
ma brasileiro.
diação eletromagnética, para suprir ou substituir
outras fontes de potência. Sabe-se que células biomas
área Área / total
continentais
solares podem converter a energia solar em ener- aproximada (Km²) Brasil
brasileiros
gia elétrica e que para cada centímetro quadrado Amazônia 4.196.943 49,29%
de célula solar, que recebe diretamente a luz do
Cerrado 2.036.448 23,92%
sol, é gerado 0,01 watt de potência elétrica. Con-
sidere que a malha quadriculada ao lado repre- Mata atlântica 1.110.182 13,04%
senta um painel que tem parte de sua superfície Caantiga 844.453 9,92%
revestida por 9 células solares octogonais, todas Pampa 176.496 2,07%
feitas de um mesmo material. Pantanal 150.355 1,76%
Se, quando a luz do sol inci- Área Total Brasil 8.514.877
de diretamente sobre tais Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 10 jul. 2009 (adaptado).
células, elas são capazes
É comum em conversas informais, ou mesmo em
de, em conjunto, gerar
noticiários, o uso de múltiplos da área de um cam-
50400 watts de potência elé-
po de futebol (com as medidas de 120m x 90m)
trica, então a área, em me-
para auxiliar a visualização de áreas considera-
tros quadrados, da superfí-
das extensas. Nesse caso, qual é o número de
cie do painel não ocupada
campos de futebol correspondente à área aproxi-
pelas células solares, é:
mada do bioma Pantanal?
a) 144 b) 189
a) 1.400 b) 14.000
c) 192 d) 432 e) 648
c) 140.000 d) 1.400.000 e) 14.000.000
QUESTÃO 07 (ENEM 2009) - O governo cedeu
QUESTÃO 09 (ENEM 2009) - A vazão do rio Tie-
terrenos para que famílias construíssem suas
tê, em São Paulo, constitui preocupação cons-
residências com a condição de que no mínimo
tante nos períodos chuvosos. Em alguns trechos,
94% da área do terreno fosse mantida como área
são construídas canaletas para controlar o fluxo
de preservação ambiental. Ao receber o terreno
de água. Uma dessas canaletas, cujo corte ver-
BC tical determina a forma de um trapézio isósceles,
retangular ABCD, em que AB = Antônio de-
2 , tem as medidas especificadas na figura I. Neste

36
GEOMETRIA PLANA

caso, a vazão da água é de 1.050m³/s. O cálculo sua altura aumentada em 50%, mantendo a forma
da vazão, Q em m³/s, envolve o produto da área A retangular. Logo, a área da janela aumentou em:
do setor transversal (por onde passa a água), em a) 100%. b) 150%.
m², pela velocidade da água no local, v, em m/s, c) 200%. d) 250%. e) 300%.
ou seja, Q = Av. Planeja-se uma reforma na cana-
leta, com as dimensões especificadas na figura II, QUESTÃO 12 - Para cobrir o piso de uma cozi-
para evitar a ocorrência de enchentes. nha com 5m de comprimento por 4m de largura,
serão utilizados pisos de 25cm x 25cm. Cada cai-
xa contém 20 pisos. Supondo que nenhum piso
se quebrará durante o serviço, quantas caixas
são necessárias para cobrir o piso da cozinha?
a) 17 caixas b) 16 caixas
c) 20 caixas d) 15 caixas e) 12 caixas
Na suposição de que a velocidade da água não
se alterará, qual a vazão esperada para depois da QUESTÃO 13 (ENEM 2010) - A loja Telas & Mol-
reforma na canaleta? duras cobra 20 reais por metro quadrado de tela,
a) 90 m3/s. b) 750 m3/s. 15 reais por metro linear de moldura, mais uma
c) 1.050 m3/s. d) 1.512 m3/s. taxa fixa de entrega de 10 reais. Uma artista plás-
e) 2.009 m3/s. tica precisa encomendar telas e molduras a essa
loja, suficientes para 8 quadros retangulares (25
QUESTÃO 10 (ENEM CANCELADO 2009) - Um cm x 50 cm). Em seguida, fez uma segunda en-
fazendeiro doa, como incentivo, uma área retan- comenda, mas agora para 8 quadros retangulares
gular de sua fazenda para seu filho, que está in- (50 cm x 100 cm). O valor da segunda encomen-
dicada na figura como 100% cultivada. De acor- da será:
do com as leis, deve-se ter uma reserva legal de a) o dobro do valor da primeira encomenda,
20% de sua área total. Assim, o pai resolve doar porque a altura e a largura dos quadros do-
mais uma parte para compor a reserva para o fi- braram.
lho, conforme a figura. b) maior do que o valor da primeira encomen-
da, mas não o dobro.
c) a metade do valor da primeira encomenda,
porque a altura e a largura dos quadros do-
braram.
d) menor do que o valor da primeira encomen-
da, mas não a metade.
e) igual ao valor da primeira encomenda, por-
que o custo de entrega será o mesmo.
De acordo com a figura anterior, o novo terreno do QUESTÃO 14 - Observe a figura.
filho cumpre a lei, após acrescentar uma faixa de Note que as duas circunfe-
largura x metros contornando o terreno cultivado, rências menores se tangen-
que se destinará à reserva legal (filho). O dobro ciam no centro da circunfe-
da largura x da faixa é: rência maior e, também
a) 10%(a + b)2 b) 10%(a . b)2 tangenciam a circunferência
maior. Sabendo que o com-
c) a + b − (a + b) d) ( a + b )2 + ab − ( a + b ) primento da circunferência
( a + b )2 + ab + ( a + b ) maior é de 12π cm, pode-se
e)
afirmar que o valor da área da parte hachurada é,
em cm²:
QUESTÃO 11 - Após assistir ao programa Eco-
a) 6π b) 8π
prático, da TV Cultura, em que foi abordado o
c) 9π d) 18π e) 36π
tema do aproveitamento da iluminação e da ven-
tilação naturais do ambiente, Dona Maria decidiu
QUESTÃO 15 (ENEM 2010) - A ideia de usar
ampliar a janela de sua cozinha. A janela retan-
rolos circulares para deslocar objetos pesados
gular teve o seu comprimento dobrado e teve a
provavelmente surgiu com os antigos egípcios ao

37
GEOMETRIA PLANA

construírem as pirâmides.

Representando por R o raio da base dos rolos


cilíndricos, em metros, a expressão do desloca-
mento horizontal y do bloco de pedra em função
de R, após o rolo ter dado uma volta completa
sem deslizar, é:
a) y = R. b) y = 2R.
c) y = πR. d) y = 2πR. e) y = 4πR.

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D E B D C A C E D D
11 12 13 14 15
C B B D E

38
EXPONENCIAL

1. Potência com Expoente Natural - Dado um 2º caso: 0 < a < 1 (função decrescente)
número real a e um número natural n (n ≠ 0), de-
finimos a potência como o produto de n fatores
iguais ao número a.
an = a
⋅⋅
aa ⋅ ⋅a
...

n fatores

Em que:
a (base n (expoente an (potência

Convenção: a0 = 1, “a ∀ R* D(f) = R
Im(f) = R+*
2. Potência com Expoente Inteiro Negativo
1 Observação !!!
a −n = n com n ( N* e a ( R*
a Dos gráficos anteriores, observamos que:
3. Potência com Expoente Racional Eles nunca tocam o eixo horizontal, ou
seja, não possuem raízes.
( a)
m
m
an = n
= n am +* e m, n ( N (n ( 0) Eles cortam o eixo vertical no ponto (0, 1).
Os valores de y são sempre positivos (potên-
4. Propriedades das Potências
cia de base positiva é positiva), portanto o
 a m ⋅ a n = a m +n
conjunto imagem é Im = R+*
am
 n
= a m −n , se a ≠ 0 7. Equação Exponencial
a
Uma equação é denominada exponencial quando
 (a ⋅ b ) = a ⋅ b
m m m
a incógnita aparece no expoente.
m ax = ay  x = y, com 1 ≠ a > 0
a am
, se b ≠ 0
  = 8. Inequação Exponencial
b bm
Denominamos inequação exponencial toda desi-
 (a ) = (a ) = a
n m⋅n m
gualdade que possui variável no expoente.
m n

5. Propriedades dos Radicais 1º caso: a > 1 (função crescente)


a, se n for ímpar f (x) = a x
 a =
n n

 a , se n for par
n a ⋅b = n a ⋅n b
n
a a
n =
b n
b
n m
a = n⋅m a

6. Função Exponencial
Toda função f:R (R definida por f(x) = ax com a ∈ o sentido da desigualdade se conserva
R, 0 < a ≠ 1 e x (R, é denominada função expo-
nencial de base a. 2º caso: 0 < a < 1 (função decrescente)
f (x) = a x
Gráficos
1º caso: a > 1 (função crescente)

D(f) = R
o sentido da desigualdade se inverte.
Im(f) = R+*

39
EXPONENCIAL

LOGARITMOS - Os logaritmos foram criados 4. Consequências Importantes


numa época em que as ciências, de um modo ge-  (log a b ) ⋅ (log c a ) = log c b
ral, precisava realizar cálculos de multiplicação, 1
divisão, potenciação e radiciação de números  log a b =
log b a
muito grandes ou muito pequenos, e não havia as
máquinas de calcular. A vantagem de se usar os  log a b =
1
⋅ log a b
logaritmos é que ele transforma uma multiplica-
k
k
ção numa adição, uma divisão numa subtração,  log k
a
b = k ⋅ log a b
uma potenciação numa multiplicação e uma radi-
n
ciação numa divisão.  loga b = ⋅ loga b
n
k
k
1. Definição - Logaritmo de um número real e po- a
logc b
= blogc a
sitivo b numa base a, onde, 0 < a (1, é o expoente Atenção !!!
x ao qual deve-se elevar a para se obter b). n
loga b ≠ (loga b )
n

loga b =x ⇔ b
 = ax loga b n
= loga (b b b ... ⋅ b )
⋅ ⋅ ⋅
  forma
  
n fatores

forma
logarítmica exponencial (loga b )n = loga b ⋅ loga b ⋅ loga b ⋅ ... ⋅ loga b
 
n fatores

Onde
b (logaritmando ou antilogaritmo (b ∈ R e b > 0) 5. Sistemas de Logaritmos Especiais - Dentre
a (base do logaritmo (a (R e 0 < a (1) todos os sistemas de logaritmos, dois deles se
x (logaritmo destacam por sua importância em Física, Quími-
ca, Biologia, Engenharia, Economia, ... .
e = 2,718...
2. Conseqüências da Definição - Sejam a, b e Logaritmo Natural ou Neperiano (base base
 )
de Euler ou
c números reais e positivos, com 0 < ≠ 1, b > 0, c loge x = ln x número de Napier

> 0, e m um número real. Da definição de logarit-


mos decorrem as propriedades: Logaritmo Decimal (base 10):
loga 1 = 0 log10 x = log x
loga a = 1
loga am = m Qualquer que seja o número real positivo x que
alogab = b consideremos, este estará necessariamente com-
loga b = loga c (b = c preendido entre duas potências de 10 com expo-
entes inteiros e consecutivos.
Exemplo:
Dica (antiloga x = b (loga b = x
X = 0,04 = 4 x 10–² (10–² < 0,04 < 10–¹
X = 5,1 = 5,1 x 100 (100 < 5,1 < 10¹
3. Propriedades dos Logaritmos
X = 457 = 4,57 x 10² (10² < 457 < 10³
Logaritmo de um Produto
log a (b ⋅ c ) = log a b + log a c
10c (x < 10c+¹ (log 10c (log x < log 10c+¹
Logaritmo de um Quociente log x = c + m
b c (característica m (mantissa
log a   = log a b − log a c
c
Ex.:
Logaritmo de uma Potência
log 65.998 = 4,81... = 4 + 0,81... (c = 4 e m =
log a b n = n ⋅ log a b
0,81...
Logaritmo de uma Raíz
1
1 Observação !!!
log a n b = log a b n = ⋅ log a b
n A quantidade de algarismos de um número na-
Mudança de Base tural diferente de zero é igual a característica do
log c b logaritmo decimal desse número, somada com
log a b = 1(um).
log c a
Ex.:
Cologaritmo log 498 = 2,69... (498 possui (2 + 1) algarismos
 1
co log a b = − log a b = log a b −1 = log a   log 5.859.797 = 6,76... (5.859.797 possui (6 +
b 1) alg.

40
EXPONENCIAL

6. Função Logarítmica 2º caso: 0 < a < 1 (função decrescente)


Seja a um número real, positivo e diferente de
1(quer dizer a ∈ R ∗+ − {1} ). Chamamos de função
logarítmica de base a à função:

f:R+* (R definida por f(x) = loga x

Gráficos
1º caso: a > 1 (função crescente)

o sentido da desigualdade se inverte

D(f) = R+* Im(f) = R EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


QUESTÃO 01 - Um agricultor está sofrendo com
2º caso: 0 < a < 1 (função decrescente) a infestação de determinada espécie de formiga
que está destruindo sua plantação. Após buscar a
ajuda de um especialista, este recomenda a apli-
cação de certo inseticida, explicando que após
seu uso a população dessas formigas será redu-
zida à metade a cada 5 dias. A população inicial
de formigas é estimada em 30000 espécimes.
D(f) = R+* Im(f) = R
A partir dessas informações, podemos escrever
a população de formigas em função do tempo t,
Observações !!! medido em dias, transcorrido após a aplicação do
Os gráficos nunca tocam o eixo vertical. inseticida. Tal função é:
Os gráficos cortam o eixo horizontal no t
ponto 1, ou seja, a raíz da função é x = 1.  1
a) P( t ) = 30000 .   5 b) P(t) = 30000 . (2)t
2
7. Equações Logarítmicas e Condições de  1
t
Existência - Na definição de logaritmo, aparecem c) P( t ) = 30000 .   d) P(t) = 30000 . 2-t
2
restrições para os valores de a e b. Notemos que:
t
b > 0  1
P( t ) = 30000 .   5

 e)
2
∃ log a b ⇔ e
0 < a ≠ 1
 QUESTÃO 02 - Sob determinadas condições, o
loga b = loga c ( b = c antibiótico gentamicina, quando ingerido, é elimi-
nado pelo organismo à razão de metade do vo-
8. Inequações Logarítmicas - Podemos compa- lume acumulado a cada 2 horas. Daí, se K é o
rar dois logaritmos indicados numa mesma base, volume da substância no organismo, pode-se uti-
através dos gráficos abaixo: t
 1
1º caso: a > 1 (função crescente) lizar a função f (t) = k .   2 para estimar a sua eli-
2
minação depois de um tempo t, em horas. Neste
caso, o tempo mínimo necessário para que uma
pessoa conserve no máximo 2 mg desse antibió-
tico no organismo, tendo ingerido 128 mg numa
única dose, é de:
a) 12 horas e meia. b) 10 horas.
c) 10 horas e meia. d) 12 horas.
o sentido da desigualdade se conserva e) 6 horas.

QUESTÃO 03 - A população de peixes em um

41
EXPONENCIAL

lago está diminuindo devido à contaminação da mesma quantidade de habitantes?


água por resíduos industriais. A lei n(t) = 5000 – a) 5 anos b) 4 anos
10 . 2t – 1 fornece uma estimativa do número de c) 3 anos d) 2 anos e) 1 ano
espécies vivas n(t) em função do número de anos
(t) transcorridos após a instalação do parque in- QUESTÃO 06 - O princípio ativo de determinado
dustrial na região. A quantidade de peixes que medicamento necessita atingir uma concentra-
viviam no lago no ano da instalação do parque ção mínima de 15mg/dL de sangue para começar
industrial pode ser estimada em: a fazer efeito. Após ser ingerido, sabe-se que a
a) 995 b) 1995 concentração dessa substância, inicialmente em
c) 2995 d) 3995 e) 4995 1mg/dL de sangue, dobra a cada 30 minutos.
Com base nesses dados, determine quanto tem-
QUESTÃO 04 - Uma ONG divulgou que, se ne- po, após a ingestão desse medicamento, é ne-
nhuma providência for tomada, em uma década cessário para que essa substância faça efeito.
(a partir do início das operações) não haverá mais Dados: log 2 = 0,30; log 3 = 0,48 e log 5 = 0,69
peixes no lago. Com base nos dados apresenta- a) 111 min b) 113 min
dos podemos afirmar corretamente que: c) 115 min d) 117 min e) 119 min
a) tal informação não procede, pois sempre
haverá peixes no lago. QUESTÃO 07 - Em Química, define-se o pH de
b) tal informação é exagerada, pois haverá uma solução como o logaritmo decimal do inver-
uma redução do número de peixes no lago, so da respectiva concentração de H3O+. Isto é,
mas não a ponto de extingui-los. 1
pH = log
c) tal informação procede, pois em 10 anos já [H O ].O cérebro contém um fluido cuja
3
+

não haverá mais peixes.


concentração de H3O+ é 4,8 . 10-8 mol/litro. Usan-
d) tal informação é exagerada, pois levaria
do log 2 = 0,30 e log 3 = 0,48, estime o pH desse
mais de 20 anos para extinguir os peixes.
fluido com duas casas decimais.
e) tal informação é procedente, pois em cinco
a) 5,52 b) 6,63
anos já não haverá mais peixes.
c) 7,00 d) 7,32 e) 8,25
QUESTÃO 05 - As pesquisas de um antropólogo
QUESTÃO 08 - Suponha que o crescimento po-
revelaram que as populações indígenas de duas
pulacional de duas cidades, A e B, seja descrito
reservas A e B variam de acordo com as funções
pela equação P(t) = Po . ekt, em que:
f(t) = 2t + 2 + 75 e g(t) = 2t + 1 + 139, em que t é o
• Po é a população no início da observação;
tempo, em anos, e as expressões f(t) e g(t) repre-
• K é a taxa de crescimento populacional na
sentam o número de indivíduos dessas reservas,
forma decimal;
respectivamente.
• t é o tempo medido em anos, e é a base do
logaritmo natural;
• P(t) é a população t anos após o início da
observação.
Se no início da nossa observação a população da
cidade A é o quíntuplo da população da cidade B,
e se a taxa de crescimento populacional de A per-
manecer em 2% ao ano e a de B em 10% ao ano,
aproximadamente, em quanto tempo as duas ci-
dades possuirão o mesmo número de habitantes?
Considere ln 5 = 1,6.
a) 20 anos b) 18 anos
c) 16 anos d) 14 anos e) 12 anos

QUESTÃO 09 - A altura média do tronco de certa


espécie de árvore que se destina à produção de
madeira evolui, desde que é plantada, segundo a
seguinte função: h(t) = 1,5 + log2 (t + 1), com h(t)
em metros e t em anos. Se uma dessas árvores
Em quanto tempo as duas reservas possuirão a

42
EXPONENCIAL

foi cortada quando seu tronco atingiu 4,5 m de


altura, o tempo transcorrido do momento da plan-
tação até o do corte foi de:
a) 4 anos b) 7 anos
c) 8 anos d) 10 anos e) 12 anos

QUESTÃO 10 - Numa população de bactérias, há


P(t) = 109 . 43t bactérias no instante t medido em
horas (ou fração da hora). Sabendo-se que ini-
cialmente existem 109 bactérias, quantos minutos
são necessários para que se tenha o dobro da
população inicial?
a) 20 b) 12
c) 30 d) 10 e) 15

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
A D E C A D D A B D

43
CIÊNCIAS HUMANAS

44
HISTÓRIA DO BRASIL

DITADURA MILITAR - O governo de João Gou- dora Nacional (ARENA), e o Movimento Demo-
lart foi marcado por alta inflação, estagnação eco- crático Brasileiro (MDB), que veio a servir de refú-
nômica e uma forte oposição da Igreja Católica e gio a toda a esquerda e extrema esquerda política.
das forças armadas que o acusavam de permitir Em pequenos municípios, porém, a divisão entre
a indisciplina nas Forças Armadas e de fazer um os dois partidos, ou as vezes, dentro do mesmo
governo de caráter esquerdista. Em 31 de março partido político, pois cada partido podia lançar
de 1964 as Forças Armadas realizam um Golpe até 3 candidatos a prefeito (as sublegendas),
Militar de 1964, destituindo João Goulart que se não era de idéias ou paradigmas, mas sim dis-
exilou no Uruguai. Os líderes civis do golpe, foram putas pessoais entre os líderes locais. Em 1970,
os governadores dos estados do Rio de Janeiro, o MDB quase foi extinto por ter tido uma votação
Carlos Lacerda, de Minas Gerais, Magalhães Pin- mínima para o Congresso Nacional. Em 1967,
to e de São Paulo, Adhemar de Barros. A maioria o nome do país foi alterado para República Fe-
dos militares que participaram do golpe de estado derativa do Brasil [83] Em 15 de março de 1967,
eram ex-tenentes da Revolução de 1930, entre promulgada a sexta Constituição Brasileira pelo
os quais, Juraci Magalhães, Humberto de Alen- Congresso, institucionalizando o movimento e es-
car Castelo Branco, Juarez Távora, Médici, Gei- tabelecendo eleições indiretas para presidente,
sel e Cordeiro de Farias. Foram 5 os presidentes realizada via colégio eleitoral, este eleito direta-
da república, todos generais de exército, durante mente. A partir daquele dia ficavam revogados os
o regime militar: o General Humberto de Alencar atos instituicionais baixados desde 1964. Nesse
Castelo Branco, seguido pelo General Arthur da mesmo dia, diante do crescimento dos movimen-
Costa e Silva (1967-1969), eleitos pelo Congres- tos de contestação ao regime militar, o General
so Nacional. O General Emílio Garrastazu Médi- Arthur da Costa e Silva assumiu a presidência da
ci (1968-74) foi escolhido pela Junta Militar que república. Porém esta normalidade institucional
assumira o poder com a morte de Costa e Silva dada pela constituição de 1967 durou pouco. Em
em 1969 e eleito por um colégio eleitoral. O Ge- 13 de dezembro de 1968, Costa e Silva fechou o
neral Ernesto Geisel (1974-79) e o General João Congresso Nacional e decretou o Ato Institucio-
Baptista de Oliveira Figueiredo (1979-84) também nal nº 5, o AI-5, que lhe deu o direito de fechar o
foram eleitos por colégios eleitorais formados Parlamento, cessar direitos políticos e suprimir o
pelo Congresso Nacional mais representantes direito de habeas corpus. Em 1969, é feita uma
das assembléias legislativas dos estados. Entre ampla reforma da constituição de 1967, conheci-
as características adquiridas pelos governos de- da como emenda constitucional nº 1, que a torna
correntes do golpe militar, também chamado de mais autoritária. Neste período, intensificou-se a
“Revolução de 1964” e de “Contra-Revolução de luta armada nas cidades e no campo em busca
1964”, destacam-se o combate à subversão pra- da derrubada do governo militar. Praticamente,
ticadas por guerrilhas de orientação esquerdista, tudo teve início com o atentado no Aeroporto In-
a supressão de alguns direitos constitucionais ternacional dos Guararapes, em Recife, em 1966,
dos elementos e instituições ligados à suposta com diversos mortos e feridos, e em diversos ou-
tentativa de golpe pelos comunistas, e uma forte tros pontos do país, principalmente em São Paulo
censura à imprensa, após a edição do AI-5 de 13 e Rio de Janeiro. Foi após a configuração des-
de dezembro de 1968. O golpe de estado foi cha- ta conjuntura de terror e justiçamentos da parte
mado de “Contra-Revolução de 1964” porque os dos grupos comunistas que a censura teve sua
golpistas estavam tentando impedir uma provável implantação consolidada. Em 1969, Costa e Silva
revolução comunista no Brasil, nos moldes da sofreu uma trombose e ficou incapacitado; uma
recém ocorrida revolução cubana ocorrida anos junta militar formada pelos comandantes das For-
antes.[82] ças Armadas assumiu o poder. Em outubro, o Ge-
Humberto de Alencar Castelo neral Médici tomou posse como presidente eleito
Branco. Em 1965, pelo Ato Ins- pelo Congresso Nacional que ele pediu que fosse
titucional nº 2, todos os partidos reaberto. Médici comandou o período de maior re-
políticos então existentes são pressão aos grupos esquerdistas que combatiam
declarados extintos, e teve iní- a ditadura militar, em especial, a repressão aos
cio a intensificação da repres- grupos de revolucionários e guerrilheiros marxis-
são política aos comunistas. tas, com suspeitos e colaboradores sendo presos,
Somente dois partidos eram ocasionalmente exilados, torturados e/ou mortos
permitidos, a Aliança Renova- em confrontos com as forças policiais do Estado.

45
HISTÓRIA DO BRASIL

Em 1969, os guerrilheiros atacaram o Quartel Ge- me campanha popular em favor de eleições di-
neral do II Exército, atual Comando Militar do Su- retas, levada a cabo por partidos de oposição, à
deste, em São Paulo, quando morreu o soldado frente o PMDB, que buscava a aprovação pelo
Mário Kozel Filho. No governo Médici teve início Congresso Nacional da Emenda Constitucional
o movimento guerrilheiro no Araguaia e a realiza- que propunha a realização de eleições diretas. A
ção de sequestros de embaixadores estrangeiros campanha foi chamada de “Diretas já”, e tinha à
e assaltos a bancos comerciais por grupos de es- frente o deputado Dante de Oliveira, criador da
querda. Estes sequestros eram usados, em sua proposta de Emenda. Em 25 de abril de 1984, a
maioria, como forma de pressionar o governo mi- emenda foi votada e obteve 298 votos a favor, 65
litar a libertar presos políticos. Após a redemocra- contra, 3 abstenções e 112 deputados não com-
tização do país, contabilizou-se mais de trezentos pareceram ao plenário no dia da votação. Assim
mortos, de ambos os lados. Em 1974, o General a emenda foi rejeitada por não alcançar o núme-
Ernesto Geisel assumiu a presidência, tendo que ro mínimo de votos para a aprovação da emen-
enfrentar grandes problemas econômicos, causa- da constitucional. As principais realizações dos
dos pela dívida externa criada pelo governo Médi- governos militares foram: a Ponte Rio-Niterói, os
ci, agravados pela crise internacional do petróleo, metrôs de São Paulo e Rio de Janeiro, a usina
e uma alta taxa de inflação.[carece de fontes?] hidrelétrica de Itaipu, a barragem de Sobradinho,
a Açominas, a Ferrovia do Aço, a rodovia Transa-
mazônica, o FGTS, o BNH, a reforma administra-
tiva atráves de decreto-lei nº 200, o Banco Central
do Brasil, a Polícia Federal e o sistema DDD.

EXERCÍCIO DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 01 - Em dezembro de 1968, o gover-
no militar editou o Ato Institucional nº5 (AI-5), que
determinava:
a) que o Presidente da República teria pode-
Manifestação pelas Diretas, em 1984 - Geisel res para fechar o Congresso, intervir nos
iniciou a abertura democrática[carece de fontes?] Estados e suspender os direitos políticos de
“lenta, gradual e segura”, que foi continuada pelo qualquer cidadão.
seu sucessor, o General Figueiredo (1979-85). b) as eleições para Governadores dos Estados
Figueiredo não só permitiu o retorno de políticos e Presidente da República passariam a ser
exilados ou banidos das atividades políticas du- decididas no Colégio Eleitoral.
rante os anos 1960 e 70. Foram anistiados os c) a extinção dos partidos políticos existentes
militantes das guerrilhas do tempo de governo até então, e a criação do Movimento Demo-
Médici. Figueiredo também autorizou que estes crático Brasileiro - MDB - e da Aliança Re-
anistiados concorressem às eleições municipais novadora Nacional - ARENA.
e estaduais em 1982. O regime militar termina d) a obrigatoriedade da transmissão, por todas
com as eleições indiretas para presidente em as emissões de rádio, do programa “A Voz
1984, com Paulo Maluf concorrendo pelo PDS e do Brasil” e do horário eleitoral gratuito no
Tancredo Neves pelo PMDB apoiado pela Fren- rádio e TV.
te Liberal, dissidência do PDS liderada por José
Sarney e Marco Maciel. Venceu Tancredo Neves, QUESTÃO 02 - Durante a década de 70, inúme-
na eleição indireta de 15 de janeiro de 1985, para ras manifestações de descontentamento com o
governar por 6 anos, a partir de 15 de março de governo militar vinham acontecendo por todo o
1985, até 1991. Nem todos, na oposição ao re- Brasil. Assinale os acontecimentos que marcaram
gime militar, concordavam com o lançamento da decisivamente as novas relações capital-trabalho:
candidatura Tancredo Neves. O PT expulsou de a) com o crescente descontentamento popu-
seus quadros os seus deputados que votaram em lar, o controle e a repressão no interior das
Tancredo Neves no colégio eleitoral. Foram expul- fábricas se intensificaram, impedindo qual-
sos do PT: a deputada federal Beth Mendes e os quer greve ou agitação operária na década
deputados federais Aírton Soares e José Eudes. de 70
Essas eleições, as últimas eleições indiretas da b) o ambiente de protesto fortaleceu o sindi-
história brasileira, foram precedidas de uma enor- calismo corporativo e assistencialista e seu

46
HISTÓRIA DO BRASIL

partido político, o PTB QUESTÃO 05 - Considere as seguintes caracte-


c) o “novo sindicalismo” do ABC paulista criou rísticas do Regime Militar instaurado no Brasil em
conselhos de fábrica, comissões de preven- 31 de março de 1964.
ção de acidentes e outros mecanismos de I. - Intervenção do Estado na economia.
organização operária II. - Regime de cunho autoritário, baseado na
d) as novas lideranças operárias comunistas Doutrina de Segurança Nacional.
foram formadas no interior do único partido III. - Poder controlado pela cúpula militar, ór-
político de oposição à ditadura, o PT gãos de informação e repressão e burocra-
cia técnica do Estado.
QUESTÃO 03 - A vitória do golpe militar de 1964 Quais estão corretas?
foi fruto da: a) Apenas I
a) decisão dos militares de implementarem o b) Apenas II
programa nacionalista e reformista propos- c) Apenas III
to pelo Governo Goulart, desde que o povo d) I, II e III
não participasse ativamente das decisões
políticas. EXERCÍCIO COMPLEMENTAR
b) crise do Estado Populista, da radicalização QUESTÃO 01 - A economia brasileira, em fins
do movimento de massas exigindo reformas da década de 60, apresentou um novo direcio-
de base a da retirada do apoio ao Governo namento analisado de modo ambíguo pelos es-
Goulart de significativos setores da burgue- pecialistas: tanto corresponderia a uma política
sia nacional. distributivista, quanto a uma política econômica
c) incapacidade do Governo Goulart de levar altamente concentracionista da riqueza e da ren-
avante a luta anti-imperialista e do com- da do país. Apesar dessa ambigüidade, não se
promisso dos militares com o programa de pode negar que, nesse período:
nacionalização das empresas estrangeiras, a) o aspecto concentracionista da economia foi
defendido pela burguesia nacional. determinado pela violência da perseguição
d) união dos interesses dos militares e do ca- política movida pelo regime militar aos seto-
pital estrangeiro contra a totalidade dos in- res médios urbanos;
teresses da burguesia nacional, defensoras b) o novo direcionamento econômico elevou o
ferrenhas do nacionalismo econômico. nível médio salarial da classe operária no
Brasil;
QUESTÃO 04 - Na década de 70, slogans ufanis- c) o cunho distributivista da economia brasilei-
tas (do tipo “Brasil: ame-o ou deixe-o”) evidencia- ra, para os que o defendem, teve sua ori-
vam uma tentativa do regime militar em ganhar gem no caráter altamente democrático de
popularidade e apoio popular. Marque a alternati- participação no mercado financeiro;
va que expressa corretamente o contexto político d) a economia concentracionista deveu-se à
em que estas iniciativas aconteceram: política de arrocho salarial seletiva, pratica-
a) era o momento da “abertura”, em que já se da pelos governos militares.
havia decretado a anistia aos presos políti-
cos e se admitiu a eleição direta de gover- QUESTÃO 02 - Acerca do regime militar, que
nadores e prefeitos assumiu o poder em 1964, com o apoio de uma
b) o AI-5 proporcionou ao governo militar a ha- parcela da classe política, de setores da socieda-
bilidade de derrotar politicamente seus ad- de e do governo dos Estados Unidos, é incorreto
versários, sem os recursos da repressão, o afirmar que:
que ocasionou grande euforia popular a) procurou reprimir as oposições, formadas
c) após 1968 e o AI-5, a repressão aos oposi- por políticos, intelectuais, padres progres-
tores políticos aumentou, assim como a re- sistas, estudantes e líderes sindicais.
sistência armada aos militares, colocando a b) utilizou os chamados atos institucionais, que
alteravam a Constituição, tornando legais
opinião pública contra o governo
as medidas ditatoriais.
d) sem base parlamentar e sem apoio popular, c) revogou a lei de remessa de lucros e o pro-
o governo partiu para uma campanha de jeto de reforma agrária aprovados no gover-
massas para obter o apoio da população ao no do presidente João Goulart.
processo de abertura política d) reconduziu o País à prática democrática de
eleições presidenciais diretas.

47
HISTÓRIA DO BRASIL

QUESTÃO 03 - Durante o regime militar tensão/abertura do próprio regime militar, como


(1964/1984), os governos decretaram vários atos pode ser observado na(no):
institucionais, o que permitiu o aparecimento de a) vitória do movimento popular das “Diretas
um processo crescente de arbitrariedade, autori- Já”, permitindo eleições gerais diretas em
tarismo e desrespeito aos direitos humanos. Em 1982.
relação a este regime, podemos afirmar que: b) concessão de anistia “ampla, geral e irrestri-
a) os atos institucionais foram os instrumentos ta”, por lei de iniciativa do governo, mas que
legais que o regime militar teve em mãos excluía as principais lideranças ligadas ao
para garantir a ordem política democrática. governo derrubado em 1964.
b) nesse período de regime militar, em que vi- c) total autonomia do movimento sindical, for-
goraram os atos institucionais, o Congresso çada pelas greves do ABCD paulista.
Nacional funcionou plenamente, e os atos d) revogação dos Atos Institucionais, por ini-
de corrupção parlamentar foram punidos. ciativa do governo, após negociação com
c) A opção por um regime militar simbolizou setores representativos da sociedade civil.
o caminho escolhido pelas elites políticas,
aliadas a interesses internacionais, para en- QUESTÃO 07 - Sobre o fim do período militar no
frentarem a crise social, política e econômi- Brasil (1964-1985), pode-se afirmar que ocorreu
ca, face à crescente organização de parce- de forma:
las da sociedade civil que reivindicavam os a) conflituosa, resultando em um rompimento
direitos de cidadania. entre as forças armadas e os partidos po-
d) Os vinte anos de regime militar introduziram líticos.
o Brasil na modernidade e garantiram que b) abrupta e inesperada, como na Argentina do
os militares, aliados a um Congresso Nacio- General Galtieri.
nal que funcionou com plena liberdade no c) negociada, como no Chile, entre o ditador e
cerceamento à livre expressão, evitassem a os partidos na ilegalidade.
adesão do país ao comunismo. d) lenta e gradual, como desejavam setores
das forças armadas.
QUESTÃO 04 - Os governos militares que in-
tegraram o período do Regime Militar no Brasil QUESTÃO 08 - Os governos dos presidentes
(1964-1985) foram caracterizados por ações dis- Geisel e Figueiredo foram marcados pela chama-
tintas. Assim, o início do período que se conven- da “distensão política, gradual e segura”. Sobre
cionou chamar de “milagre econômico” e a conso- ela pode-se afirmar:
lidação da chamada “abertura política” se deram, a) ocorreu graças à delegação paternalista do
respectivamente, nos governos: poder militar, então hegemônico.
a) Geisel e José Sarney. b) desenvolveu-se pela pressão direta do go-
b) Médici e João Figueiredo. verno norte-americano.
c) Castelo Branco e Junta Militar. c) ocorreu pela pressão dos setores políticos e
d) Costa e Silva e Médici. econômicos dominantes no Brasil, em bus-
ca de novas relações de hegemonia.
QUESTÃO 05 - Findo o Governo do General João d) surgiu e desenvolveu-se pela iminente pos-
Batista Figueiredo, a eleição de Tancredo Neves sibilidade do acesso ao poder dos partidos
à Presidência da República representou: de extrema esquerda.
a) a continuidade do sistema de escolha ante-
rior, através da eleição indireta. QUESTÃO 09 - No período em que o Brasil foi di-
b) fortalecimento dos pequenos partidos que rigido por governos militares a decretação do AI 5
lhe garantiram a eleição. (Ato Institucional número 5) representou um “en-
c) a vitória da campanha pelas “Diretas-já”, durecimento” do regime instalado em 1964, que
que uniu as oposições. pode ser explicado pela(s):
d) a derrota do PFL, que apoiava a candidatura a) inquietação dos setores militares favoráveis
de Paulo Maluf. à redemocratização.
b) ação dos grupos de oposição, que trocaram
QUESTÃO 06 - O processo de redemocratização a luta armada pela oposição parlamentar ao
brasileiro, no final da década de 1970, combinou regime.
pressões da sociedade civil e a estratégia de dis- c) crise decorrente do impedimento do Presi-

48
HISTÓRIA DO BRASIL

dente Costa e Silva.


d)crescentes manifestações oposicionistas de
líderes políticos, estudantes e intelectuais
contra o regime.

QUESTÃO 10 - A vitória do Brasil na Copa do


Mundo de 1970:
a) não teve qualquer repercussão no campo
político, por se tratar de um acontecimento
estritamente esportivo.
b) alentou o trabalho das oposições que deram
destaque à capacidade do povo brasileiro
de realizar grandes proezas.
c) propiciou uma operação de propaganda do
governo Medici, tentando associar a con-
quista ao regime autoritário.
d) favoreceu o projeto de abertura do general
Geisel, ao criar um clima de otimismo pelas
realizações do governo.

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05
A C B C D

EXERCÍCIOS COMPLEMENTAR
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D D C B A D D C D C

49
HISTÓRIA GERAL

Renascimento - Introdução - Quando começa- aquela conjuntura tão tradicional que ainda arro-
mos a falar do período histórico Idade Moderna deava a sociedade européia. A esperteza criou
temos que lembrar a polêmica dos historiadores uma outra autoridade, pois o movimento chegou a
em tentar extinguir esse momento, pois para mui- enganar em muitas ocasiões seus inimigos, como
tos ele é avaliado como uma fase de transição por exemplo fazer um movimento artístico onde
pelo muito que tem de características de uma era retratado imagens religiosas, os santos, um
fase anterior e já começar a ter inovações da con- Jesus, uma virgem Maria, mas todos sendo re-
temporaneidade. Neste instante, um dos fatos lacionados ao valor do homem e europeus. Quer
bem marcantes foi do Renascimento, movimento dizer, se o homem é a imagem e semelhança de
cultural, que resgata aspectos clássicos e peca Deus poderá ele imitar a Deus ou quem ser um
em um dia dizer que cultura, no período medieval, novo deus.Que esperteza, não. Por isso muitos
morreu. membros da própria igreja chegaram a patrocinar
Análise geral - O estudo que fizemos so- o Renascimento e eram chamados de mecenas,
bre a época medieval nos fez imaginar uma socie- que eram patrocinados de arte, em que estavam
dade com aspectos culturais muito ligados a uma incluídos também burgueses e príncipes, reis que
extrema religiosidade que se envolvia naquela você saberá o por que em instantes. A necessi-
época, religiosidade esta que estava aproximado dade de fazer esse movimento veio também de
a instituição igreja católica, que acabou criando uma questão sócio-econômico, já quem desem-
a denominação de teocentrismo para aquele mo- penhou um papel decisivo nessas transforma-
mento cultural, pois a força dessa igreja era tão ções foi a burguesia. Essa classe precisava, para
grande que Deus virou o centro de todas as ex- se firmar como classe, destruir as expressões
plicações relacionadas aquela sociedade. Então do feudalismo que ainda estavam muito forte e
como foi mudar essa realidade? Com muita cer- uma delas era a questão cultural, a linha de pen-
teza racionalista e coragem, que isso que tiveram samento conduzia as pessoas a não quererem a
os idealizadores desse assunto que estamos de- mudança proposta pela burguesia, sem falar na-
batendo agora. Imagine só como era ser diferente quela história de sempre, que o novo choca, mas
naquela sociedade. Se ser diferente ainda hoje era necessário esse novo e temos que concordar
chega a chocar, criar desconfortos com os tradi- numa coisa,os burgueses promoveram um gran-
cionalistas o que diga nos séculos XIV e XV, e por de serviço naquilo que podemos chamar de mo-
isso que nos devemos realmente chamar esses dernidade, pois se não fossem eles o atraso de
pensadores de corajosos, pela sua audácia e va- certas coisas no mundo seria grande. Pena que
lor. Vou dá uma opinião: existe um grave erro nis- eles mudaram tanto quando o poder chegou em
so tudo que é o nome que foi dado ao movimento. suas mãos. Com essa visão, os burgueses pre-
Chamá-lo de Renascimento é querer dizer que no cisavam está perto ou financiando aqueles que
tempo medieval a cultura havia sido totalmente devem ser chamados, sem dúvida, de gênios,
aniquilada, destruída e todos nós sabemos que pessoas que a essência brilhante de suas vidas
a coisa não assim, pois por influência católica a eram entrar na história como marcantes instru-
cultura era plenamente monopolizada, não pode- mentos de transformação e investigar era o cami-
ria outra pessoa saber de certas coisas pois estas nho. A arte de escrever de muitos, virou forma de
poderiam prejudicar a autoridade da Igreja naque- divulgar uma nova sociedade e condenar aquilo
le instante. Portanto, a cultura não morreu apenas que seria comprovado como errado. Então deve-
foi oculta, mas depois foi veio uma explicação que mos enxergar estas produções não como simples
daria uma certa situação correta ao nome do mo- textos dramáticos ou amorosos, e sim como vias
vimento. A cultura renascentista resgata muito os condutores de destruição do medievalismo que
aspectos clássicos, que seriam as características sufocava os europeus. E como os textos tinham
greco-romanos, reverenciando o racional e o va- um alvo mais social, econômico, então certos se-
lor do homem, fazendo com que este se tornas- tores que ainda se mantinham fortes e não afeta-
se agora o centro de todas as coisas, criando o dos não importunavam os geniais renascentistas.
antropocentrismo, o momento de valorização do Mas quando falamos do momentos ligados a uma
humano (humanismo) e todo um conjunto de fa- criação científica, os mecenas diminuíam, pois
tos que lembravam a antiguidade mas reforçava nem todos estavam de acordo com aquela linha
aquilo que poderíamos chamar de novo ou mo- de pensamento apresentada por certos represen-
derno. O movimento cria uma dúvida que seria tantes. Leonardo da Vinci, por exemplo, durante
como os renascentistas conseguiram acabar com anos ficou sendo conhecido apenas como aquele

50
HISTÓRIA GERAL

que retratou cenários religiosos ou personagens, Análise geral - Eu acho que você conseguiu per-
que historicamente não tiveram a menor influên- ceber que quando falamos que a Idade Moderna
cia para o mundo, mas se soubessem que ele era era uma fase de transição era uma grande verda-
inventor, cientista e outras grandes qualidades a de, pois o que não falta nesses primeiros capítu-
mais, quem sabe seria perseguido insistentemen- los é a lembrança do medievalismo e que a prin-
te por certas pessoas. Nicolau Copérnico, Galileu cipal instituição comentada é a Igreja Católica. O
Galilei, que estruturam teorias que foram total- assunto agora está diretamente relacionado a
mente comprovadas, também passaram seus ins- Igreja, pois nos conta sobre um movimento verda-
tantes constrangedores, principalmente Galileu, deiramente anticlerical, constituído por pessoas
que foi ameaçado pelo tribunal da Santa Inquisi- que não suportavam mais os desmandos desses
ção de ser queimado a não ser que renunciasse religiosos e seus absurdos modos de atuar em
a sua teoria, que consistia em dizer que a Terra, nome de Deus. A corrupção era descarada, com
nosso planeta, não era o centro do universo,como venda de tudo que se possa se imaginar para en-
muitos diziam, inclusive a Igreja Católica e sim o riquecer essa igreja, como principalmente a sal-
Sol (Heliocentrismo). Para escapar, a negação foi vação das pessoas com artefatos ditos como
a única saída, mas só para ficar vivo. E agora, bentos,alguns deles de origem tão ridícula que
chegando a esse momento, que já esclarecemos acaba provocando risos quando citados como pe-
a importância que é valorização da história do Re- daços de tecidos azuis sendo ditos de Nossa Se-
nascimento, temos a condição de entender que nhora a mãe de Jesus, pedaços de madeira se
isso principia essa tão falada modernidade. A es- dizendo da cruz de Jesus e outras coisas mais,
timulação do valor do homem, o individualismo, que não irei mais citar para que meus não se dis-
o combate ao aspectos feudais, o fortalecimento traíam do assunto. Por esses absurdos, porque
das idéias burguesas, acompanhada de um re- não dizer de blasfêmias, a história constata que
nascimento comercial e urbano, todo isso junto esse movimento era inevitável, ele precisava
fundamenta a fonte de mudança proposta nesse acontecer de qualquer forma para melhorar a
movimento, que teve como sede a Itália, que era concepção de Deus, que a igreja, naquela época
o berço das renovações comerciais européias conseguiu deturpar, precisava-se tirar aquela situ-
confirmando que o movimento era sem dúvida ação elitizada que insistia os religiosos em man-
burguês. O lugar atraía pela realidade avança- ter, pois a igreja deveria ser do povo, dos fiéis,
da que apresentava, onde todos procuravam as não se deveria rezar as missas na linguagem do
cidades italianas para ganhar dinheiro, ter com clero, pois pelo que eu saiba nem Jesus falava
isso mobilidade social, fundamentar suas novas latim e sim aramaico. É hora de mudar, mas era
teorias, tendo apoiadores que precisavam dessas muito difícil, pois muitos que chegaram a falar mal
mudanças, chegando a ter como colaboradores dessa instituição perderam a vida e então, como
gente que vinha até do Oriente, como os sábios fazer para combater essa expressão de poder tão
bizantinos, que fugiam de perseguições promo- resistente, até hoje? Muitas vezes a Igreja já tinha
vidas pelos islâmicos. Quer dizer, houve sim um sido contestada pelos seus próprios membros,
renascer, um estímulo de muitos para que a reali- em alguns casos de maneira sutil, para não se-
dade ocidental pudesse avançar daquilo que era rem penalizados, mas um dia um frade agostinia-
atrasado para humanidade. no chamado de Martinho Lutero mostrou o que
lhe deixava descontente com a Igreja e era tudo
Reforma - Introdução - Ao examinarmos a Idade aquilo que também descontentava aos outros fi-
Média Ocidental, vimos uma entidade forte, cor- éis, como a venda de indulgências e o exagero de
rupta, móvel e que marginalizou seus fiéis, que é imposições que vinha do santo padre, o papa.
a Igreja Católica e esses seguidores dessa igreja Para Lutero as coisas denominadas santas, sa-
por não quererem mais essa postura resolveram gradas deveriam ser de todos e não só da igreja,
promover uma Reforma, que acaba gerando uma por isso ele queria uma igreja quem sabe, no iní-
nova igreja cristã, a dos protestantes, que não cio, democrática, que pudesse servir a todos,
terá somente a participação de ex-católicos, con- onde até a salvação das pessoas fosse algo que
victos e esperançosos numa nova seita, mas terá muitos tivessem condições de puder realizar, que
também os oportunistas, membros de uma classe seria a fé e não as obras que era a forma católica.
que a igreja católica perseguia e agora querem Portanto faz sentido que o movimento tenha o
dá o troco, com o mesmo Deus mas com uma nome de Reforma, porque era exatamente isso
nova fé. que o senhor Lutero queria, reformar a Igreja Ca-

51
HISTÓRIA GERAL

tólica para ela ficar melhor para seus participan- e a classe burguesa. Está aí a relação calvinismo
tes. Baseado nessa intenção, vemos que o movi- e capitalismo, a salvação do fiel. Uma outra repre-
mento era algo inevitável e não pode ser sentação da reforma foi o anglicanismo (que vem
relacionado como uma forma única de desejos de angli, que é inglês) que tem também uma boa
culturais da classe burguesa. É claro que uma história para conta, que começa com uma ques-
ação que pudesse enfraquecer a Igreja seria para tão pessoal do rei inglês Henrique VIII. Infeliz-
a burguesia uma forma dela se fortalecer, mas mente você deve saber que o sacramento do ca-
nesse caso ela foi oportunista, viu que Lutero con- samento, em muitas vezes, foi uma forma política
seguiu fortes apoiadores como os príncipes ale- de fortalecimento de muitas famílias e durante
mães, que já não suportavam esse poder exage- essa história acontece isso. Henrique VIII foi pro-
rado dos religiosos, que na verdade passava do metido como noivo a herdeira do trono da Espa-
setor religioso, viu que de uma certa forma o re- nha, Catarina de Aragão, filha dos unificadores do
formador conseguiria também apoio popular e país, os reis católicos Fernando e Isabel, e a in-
vão começar estimular esse acontecimento em tenção era criar um império fabuloso entre os dois
outros lugares, já que o papa Leão X, em 1520, países. Mas pelas desilusões com os filhos que a
excomungou Lutero e os efeitos disso foram ne- rainha lhe dera e por causa de uma nova paixão,
nhum então a burguesia também poderia desafiar o rei inglês queria se casar com outra senhora,
a igreja e quem sabe nada aconteceria. O movi- Ana Bolena, e alegando a necessidade de um
mento era necessário, temos que aceitar isso, herdeiro, decide para conseguir desfazer seu ca-
pois ele não era um simples desejo dos burgue- samento, criar uma nova igreja, que era pouco
ses de acabar com liderança dos clérigos, para diferente da igreja católica, mas ao mesmo tempo
eles pararem com suas perseguições, insistindo conseguiria o rei duas grandes vantagens nessa
em dizer que os comerciantes são promotores de hora, que seria sua autonomia religiosa, pois ago-
usura e por isso são hereges, não era só isso e ra a religião seria controlada pelo rei, amadure-
sim um desejo de muitos de ter um deus verda- cendo o que chamaremos de princípio absolutis-
deiramente seu para lhe ajudar e para lhe defen- ta, e promovendo a dominação total sobre as
der do fogo do inferno e levar suas almas para o terras da igreja, que seria com isso duramente
céu e socorrer a quem mais precisava. A verdade prejudicada, pois usando termos bem religioso,
é essa, mas por que muitos falam de um movi- agora Henrique VIII teria o poder espiritual e tem-
mento que tem uma ligação com o próprio capita- poral ao mesmo tempo. A conclusão que deve-
lismo? De dizer que todo esse episódio era produ- mos chegar é que o século XVI foi terrível para a
to único da burguesia. Existe uma certa linha de igreja, foi perdendo espaço, poder político, fiéis,
raciocínio. Primeira linha é a que vem dos oposi- riqueza senão dizer tudo, se não fosse três coi-
cionistas da igreja, que querem de todas as for- sas, onde a todas elas serão resumidas no que
mas denegrir a instituição e por conta disso ela chamaremos de Contrarreforma. A necessidade
não pode mais cometer um só erro, que uma coi- de mostrar aos seus fiéis que a igreja na verdade
sa absurda, já que ela pode até falar em nome de não mentia, que seus dogmas eram corretos criou
Deus, mas é conduzida por homens cheios de fa- uma reunião, em 1545, chamada de Concílio de
lhas. A segunda linha vem dos outros reformado- Trento, para estudar saídas para a igreja se man-
res, que através seus movimentos deram um for- ter com aquela força de antes, estudar também
talecimento direto a classe burguesa sim, como problemas da fé e outras situação que foram du-
no caso do calvinismo, que tem esse nome por ramente contestadas pelos protestantes. Muitas
conta do francês João Calvino, que pegando al- das atitudes desses religiosos foram reafirmadas,
gumas teses de Lutero, reforçou a doutrina do como a Inquisição, o celibato dos padres, a manu-
protestantismo baseado principalmente a inten- tenção da hierarquia eclesiástica, a indissolubili-
ção de salvação da pessoa através do trabalho, dade do casamento e infalibilidade do papa, mas
fazendo assim uma lógica ser criada que seria outras foram realmente condenadas onde a prin-
aquela de quem trabalha mais terá sua salvação, cipal foi a vendas de indulgências. Por isso o con-
mais que trabalha muito também terá muito di- cílio deve ser uma forma de fazer com que a igre-
nheiro no bolso, pois o trabalho é o princípio bási- ja se mantivesse ainda poderosa. A Companhia
co da acumulação de capital. Para Calvino aquele de Jesus é outro fato que conseguiu sustentar a
que pede esmolas quem sabe será considerado igreja, pois era composta por pessoas determina-
um pecador e são predestinados a serem bons os das em praticar o bem e catequizar, educar reli-
que produzem, reforçando as relações comerciais giosamente a pessoa, por isso chega uma deter-

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HISTÓRIA GERAL

minada época da vida dos católicos que eles acontecendo sobre o mar Mediterrâneo, promovi-
praticam o catecismo, atitude desenvolvida pelos do pelos italianos, criando a seguinte situação a
soldados de Jesus ou jesuítas. Outra forma de de que eles é que tinha a facilidade de conseguir
salvação da instituição foi a América. O cresci- as mercadorias para negociar na Europa e vender
mento do protestantismo no continente europeu, ao preço que bem entendesse, e isso fazia com
diminuiu o espaço da igreja, motivando portanto que os burgueses de outros países, juntamente
ela a se aventurar pelo novo mundo para conse- com seus governantes tivessem que encontrar
guir novo adeptos e lhe digo uma coisa, a igreja uma saída para se livrar desse monopólio. Quem
não foi para a América para dá salvação ao índio encontrou uma saída foi o já considerado país
e sim para lhe salvar, porque era a única chance Portugal, que como já estava centralizado, des-
que ela tinha senão... de o século XII, tinha as melhores condições para
planejar uma audaciosa viagem para encontrar
Grandes Navegações e Mercantilismo um novo caminho para as Índias Orientais, que
Introdução - Que tal uma viagem? Nes- era assim genericamente chamada as localida-
se período? Porque não? Que tal pelo mar? Para des que agrupavam essas mercadorias lucrativas
que? Para entender que aventura séria e lucrativa designadas de especiarias. Naquele tempo, em
era percorrer os sete mares. Para nós isso seria função da limitação de conhecimento que existia,
um passeio de férias, para eles foi um trabalho se imaginava que a Terra era quadrada, então a
exaustivo, temeroso, mas lucrativo. Descubra o melhor saída nessa hora de se fazer essa viagem
porquê, na proa desse capítulo. era navegar percorrendo a costa ocidental da Áfri-
Análise geral - Europa, século XII, prin- ca, para não ter o perigo de não cair no abismo
cípio do que chamaremos de renascimento co- sem fim, que era isso que se dizia naquela época
mercial e os promotores desse movimento com pelos os habitantes não terem o conhecimento da
um problema: para fazer comércio precisamos esfericidade do planeta a da força da gravidade.
de mercadorias, mas na Europa elas não exis- O primeiro local conquistado foi Ceuta, no norte
tem, é uma localidade muito pobre de produtos, da África, em 1415, por Dom Henrique, o infante,
então como consegui-los? Em um outro fato his- filho do rei D. João I, observe essa relação nave-
tórico, que foi as Cruzadas, acabou acontecendo gador e estado, e a partir daí as conquistas não
mas uma vez na Europa o comércio, ligando um pararam de acontecer, principalmente pela funda-
Oriente rico e abundante com um Ocidente pre- ção da chamada Escola de Sagres, que era uma
cário e feudalizado, que agora por conta de inú- espécie de centro formador de navegadores, que
meros motivos, principalmente pela falta de traba- aprendiam métodos de navegação para promo-
lhadores para a produção, precisava de fontes de ver esse processo em seus países, como fizeram
mercadorias para abastecer aquele continente. por exemplo os holandeses. Com essa conquista,
Com esse estímulo comercial foi também criado os portugueses foram descendo pela encosta da
a classe do comércio que era chamada de bur- África, onde esse caminho era chamado de pé-
guesia, por causa dos burgos, cidades do comér- riplo africano, onde se matava dois coelhos com
cio, que começaram a aparecer no final da Idade a mesma cajadada, quer dizer, ao mesmo tempo
Média, e esses burgueses precisavam dessas quês os navegadores lusos foram procurando um
fontes de produtos, já que a Europa não tinha, novo caminho para as Índias, foram também ex-
por ser um continente pobre e será durante mui- plorando todas as regiões, que viraram seu impé-
to tempo, graças a falta de mercadorias naturais, rio colonial, formando um pioneirismo no episódio
fazendo com que essa busca seja interminável. grandes navegações, portanto esse fato histórico
Quer dizer, a Europa precisava fazer comércio, não é veraneio não e sim comércio puro. Dessa
pra fazer comércio precisava de mercadorias e rotina vão aparecendo as mercadorias que fazem
as mercadorias só tinha no Oriente, por isso os as cidades ter seu sentido de vida, se urbanizan-
comerciantes europeus tinham que ir ao Oriente do, crescendo a classe burguesa e dinamizando
para trazer essas mercadorias para ganhar no se- algo que a muitos anos não existia no continente,
tor europeu e o meio mais fácil era o mar, já que que era a moeda e quando ela surge não somen-
pela terra os obstáculos eram bem maiores, como te sairemos do período chamado de pré-capitalis-
por exemplo o domínio que os árabes tinham fei- mo, que era o momento em que existia apenas a
to sobre determinadas regiões no oriente médio, classe burguesa e as mercadorias, para termos
então o mar seria mais viável mesmo. Mas outro o período do capitalismo comercial, contestados
problema existia que era o monopólio que estava por muitos como não sendo um período da his-

53
HISTÓRIA GERAL

tória capitalista, pelo pouco acúmulo de capital çados, com grandes desenvolvimentos para a
e acima de tudo pela interferência do Estado na área de arquitetura, viviam em comunidades pri-
economia para dinamizá-la. Com a burguesia ain- mitivas que foram evoluindo com o tempo para
da não tinha aquela força socioeconômica sufi- dinamizar a economia das civilizações, centrali-
ciente para caminhar com suas próprias pernas, zando o poder político criando ate mesmo um pro-
precisava de umas boas e fortes muletas, que vão cesso muito semelhante a do modo de produção
ser o rei, que estava a muito tempo esperando asiático, onde o estado se apropriava do exce-
uma oportunidade par chegar ao poder, centrali- dente de produção, já que era o dono de todas
zá-lo e destruir algumas características do siste- as terras.
ma feudal, que lhe impedia de se desenvolver e
também a burguesia, por isso ativar o comércio Povos - Maias - localizados onde hoje fica o equi-
foi bom para o rei, pois acabava com aquelas re- valente a Honduras e Guatemala, com sistema de
lações e proporcionava ao mundo a modernidade produção ligados a agricultura, servidão coletiva,
que se tanto queria. Essa relação burguesia mais pouca escravidão a não ser através das guerras
Estado, na figura do rei, gerou dentro capitalismo e possivelmente teve seu declínio através de ba-
comercial a política do mercantilismo, sistema de talhas com outros povos americanos. Astecas-
base comercial que era controlado pelo estado, -região do México, mas muitos chegam a dizer
que na teoria gerava benefícios a ambas as par- que são originários da Califórnia, tinham o impé-
tes, mas a coisa não era bem assim, pois o esta- rio mas desenvolvido com uma sociedade mais
do tinha um ganho maior, promovendo uma série hierarquizada com altos cargos no funcionalismo
de características em que ele sempre acumulava público, cultivo de algodão, tabaco, tomate, feijão,
mais que os burgueses. Com essas averiguações tomate e tinham uma religião politeísta profunda-
vem logo a pergunta do dia: a burguesia foi muito mente ligada ao setor político. Foram dizimados
burra, se os negócios eram dela, por que entregar com a chegada dos espanhóis, no comando de
para o rei? Porque não são sabia fazer negócio Fernão Cortez.
tão bem assim, precisa ela mostrar que existia e Incas-região do Peru, que por conta de
que podia ter força, e achava que o rei poderia suas tradições militares chegaram a dominar até
ser um bom aliado, mas num próximo futuro eles regiões da Argentina. Tinham o domínio de um rei
vão perceber que não, que o rei queria o poder que era chamado de Inca ou filho do Sol, tinha
sem dividir, sem ninguém para lhe dá opinião. Se uma sociedade muito hierarquizada, com repre-
existisse, por exemplo, um descobrimento como sentantes da nobreza, sacerdotes e chefes milita-
foi o caso da América, as terras não seriam do res.
burguês descobridor e sim do rei daquele país Conclusão: Mesmo com tantos aspectos
que patrocinou o navegador, por isso aquela his- positivos que foram desenvolvidos pelas socieda-
tória de América espanhola e portuguesa, e não des pré-colombianas elas foram dizimadas pelas
Colômbia, em alusão a Cristóvão Colombo ou Ca- conquistas dos europeus de diferentes origens
bralina, lembrando Pedro Álvares Cabral. Pode como os espanhóis, portugueses, franceses, in-
um negócio desse, a burguesia teve o trabalho e gleses e holandeses.
rei levou fama, que grandes navegações. Daqui a
alguns capítulos a vingança burguesa acontece- Absolutismo (séc. XV até XVIII) - Introdução
rá. - Se tudo, na Idade Média, com o feudalismo
As teorias que chegaram a ser propostas lembra economia fechada, estática e uma polí-
sobre a América: tica descentralizada, na Moderna tudo mudará
*Autóctone-dizendo o homem americano por causa da classe burguesa que irá fortalecer
ser da própria América; pessoas para tentar ter força também, mas em al-
*Malaio-polinésia-ele teria vindo de barco guns casos o tiro vai sair pela culatra e a burgue-
através da Malásia e Polinésia; sia acaba criando monstros que futuramente ela
*Australiana-a descendência viria da Aus- terá que extinguir. Um deles é o rei, que no come-
trália; ço era ¨tudo de bom¨ para a nação, mas depois
*Asiática-teria sido utilizado o estreito de ele acaba virando o absoluto. Que transformação
Bering, no período glacial para passar de um con- foi essa, meu irmão. É só ler pra entender.
tinente para o outro; Análise geral - Olha só a revisão que ire-
mos fazer. O feudalismo era um sistema econômi-
Características geral - Estágios culturais avan- co de subsistência, sem comércio, sem exceden-

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HISTÓRIA GERAL

tes e sua estrutura política era descentralizada, lado, quem sabe, ganharia muito também e foi
fortalecendo com isso o poder dos senhores feu- isso que fez a Igreja Católica, os nobres, que per-
dais. Essa história eu sei que você conhece. Com deram terras mas não queriam perder títulos e um
certos episódios, durante a Idade Média, o siste- grupo social que iremos designar aqui de pensa-
ma feudal foi se enfraquecendo para possibilitar a dores do centralismo político ou do absolutismo.
ascensão de uma nova classe e de um novo e Conjunto de pseudo intelectuais, que começaram
velho governante, que seriam respectivamente, a a produzir uma literatura voltada a justificar o
burguesia e o rei, figuras básicas para o desen- grande poder que deveria ter o rei, quer dizer, a
volvimento da modernidade que acabou gerando literatura dos seus bajuladores. Com essa organi-
a Idade Moderna, que não é em si a mesma coi- zação de “aliados” e também a tradição de lide-
sa. Essa relação trouxe bons resultados, como o rança de muitos desses governantes, os reis co-
fim das relações econômicas feudais, que enfra- meçaram a se apoderar dos países como se
quecia uma boa parte da população que era a de fossem só seu e de sua família, como veremos
servos, a centralização política que acaba geran- casos acontecidos em diferentes localidades
do uma formação de países e com isso a criação como principalmente Inglaterra e França e em to-
de sentimento nacionalista (Estados Nacionais), dos eles o que mas fez esses líderes foi se apo-
mesmo que seja embrionário e um novo sistema derar das riquezas do Estado e fazer com que
econômico que era o capitalismo, centrado na po- necessariamente uma reação fosse estruturada
lítica mercantilista, que vai ser o pivô de nosso para acabar com aquele tipo de situação. A rela-
assunto de agora. Com o mercantilismo, o Estado ção de países que merece mais destaque é Por-
tem uma tendência natural a se fortalecer e esse tugal, que o auge do crescimento do país aconte-
processo acontece em muitos países, em fases ceu na chamada dinastia de Avis, período
diferentes mas sempre com mesma lógica, que marcado pelos imensos investimentos feitos pela
seria de acumulação de metal, para a fabricação classe burguesa para que Portugal não perdesse
de moedas, a balança comercial ser favorável, o sua autonomia frente a Espanha, que sempre
protecionismo, etc. Tudo isso obtinha nomes par- ameaçava um domínio sobre os lusos. Esses in-
ticulares para cada país, mas a finalidade dessa vestimentos foram traduzidos nas grandes nave-
política acabava sempre sendo a mesma, fazer gações, com o dinheiro de particulares e ingerên-
com que o rei estruturasse um país e sua burgue- cia do Estado, que foi iniciada essa família pela
sia local desempenhasse uma mobilidade social ordem militar e religiosa de Avis, liderada por D.
que nunca teria o período feudal. Então o rei virou João I. As conquistas de Portugal foram tantas
o responsável por quase todas essas mudanças, nesse período, que eles foram considerados os
que seria a de centralizar o poder, dinamizar o co- mais fortes e ricos durantes séculos, tanto que
mércio, gerar mobilidade social, estimular as quando a Espanha descobriu a América, os portu-
grandes navegações e as colonizações, que lin- gueses exigiram que o continente fosse dividido
do, o rei existe, ele nos criou, nos protege e nos com eles e que ria ver se os espanhóis desafias-
salvou das garras destruidoras dos nobres feuda- sem os caras, seria como a letra do Jobim “é
lizados. Opa, que história estou contando, a da pau,é pedra, é o fim do caminho”, só que seria
carochinha, não mesmo e por isso vão mostrar o para os castelhanos. Os vizinhos ibéricos dos lu-
que realmente aconteceu. Sem dúvida alguma a sos, os espanhóis, tiveram um certo retardo no
ação do rei em todo esse processo foi essencial, seu processo de unificação por causa da invasão
mas ele se aproveita muito, por causa da sua dos árabes, que provocaram a Guerra da Recon-
nobreza, de sua origem em muitos casos militari- quista, momento importante para a estruturação
zada, a fragilidade do povo e também de um gru- do povo, na sua questão étnica e cultural, mas
po de pessoas que percebeu que ficar ao lado do também com o fim da guerra, a Espanha sonha
rei seria lucrativo, como por exemplo a Igreja Ca- com uma parte do comércio com as Índias orien-
tólica, que percebia plenamente que a estrutura tais e graças aos reis católicos Fernando e Isabel,
feudal não iria se sustentar e com isso ela preci- foram feitos os incentivos que fizeram o navega-
saria de um outro patrocinador, tanto que essa dor italiano Cristóvão Colombo a criar todas es-
aliança deu tão certo que para facilitar o domínio sas oportunidades que fizeram a Espanha ficar
colonial americano quem foi mandado para certos rica, durante a dinastia filipiana, que deriva esse
países como o Brasil foram os membros da Igreja. nome do segmento de três reis, que foram Felipe
O rei conseguiu credibilidade suficiente para ser II, Felipe III, Felipe IV, fazendo até uma união com
considerado o mais forte e quem tivesse do seu o país Portugal, quando sua dinastia de Avis che-

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HISTÓRIA GERAL

gou ao final (União Ibérica). No caso francês a ça, para acabar com o que era abominável cha-
centralização do país acontece quando vem o fim mado de sistema feudal e então no momento
a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), com isso é mais oportuno possível, foi desenvolvida a mu-
constituído uma dinastia que se esforça em pro- dança dos tempos modernos, que acabou geran-
mover o sistema capitalista comercial, que mes- do também um grave obstáculo para o crescimen-
mo tardio vai ter êxito quando chegam ao poder to do sistema econômico, pois o mercantilismo
os Bourbons, que tem um segmento de reis que que estava em vigor não mais dava a classe bur-
chegam a ser considerados os mais absolutistas guesa todos aqueles ganhos que ela desejava.
de todos os reis do mesmo momento, como o foi Mas a vingança da burguesia, em relação a todas
o caso de Luís XIV, que por ter sido o filho espe- essas desvantagens,está próxima.
rado de Luís XIII, recebe com isso uma carga
imensa e natural de poder, sendo até intitulado de Iluminismo - Introdução - Sabe aquele rei, “tudo
rei sol, o astro rei e com isso estava totalmente de bom”, “o melhor”, “o absoluto”, que se favore-
consolidado a idéia de o país não era do povo e ceu do país, do povo e da sua classe produtora
sim do seu governante, podendo ele matar, rou- burguesa? Pois agora é a vez do rei levar o tro-
bar, mentir, fazer o que quiser, já que os fins justi- co. Não sei se você conseguiu perceber, mas nos
ficam os meios, que são os ensinamentos do pen- tempos modernos foi a burguesia que mais favo-
sador absolutista italiano Nicolau Maquiavel, com receu as transformações desse período e menos
seu livro o príncipe. No tempo do rei sol, seu tipo ganhou, pois a centralização do estado, com a
de mercantilismo ganhava até um nome especial, força do mercantilismo fez do rei o próprio esta-
que era Colbertismo, assim chamado porque ti- do, com isso a burguesia foi percebendo a imensa
nha sido derivado do ministro das finanças Jean besteira que havia feito. Querendo mais poder, a
Colbert, fortalecendo o Estado em todas as ocasi- classe do comercio resolve atacar o poder abso-
ões para as guerras e também para os luxos da luto dos reis, com um movimento que tinha como
família real, como foi o caso da construção do pa- principal finalidade, conseguir privilégios que a
lácio de Versalhes, ainda hoje um ponto turístico burguesia tanto sonhava. Não é que ela finalmen-
no país, que representa a ostentação e desinte- te conseguiu. Duvida? Leia o capitulo e olhe ao
resse do rei frente aos seus súditos. A Inglaterra seu redor.
não poderia ter ficado de fora da nossa explana- Análise geral - Depois de alguns capítu-
ção, pois também deixou marcas de governos au- los não sei se você percebeu como foi difícil para
toritários, como em outros países europeus. Se- a burguesia implantar todas essas reformas que
gundo muitos pesquisadores na área, tudo come- serão fundamentais para melhoria do mundo, mas
ça a ter uma definição com a Reforma religiosa de praticamente não ganhando aquilo que tanto de-
Henrique VIII, que por motivos principalmente sejava, que seria o poder, o privilégio de poder ter
pessoais acaba com sua relação com a Igreja Ca- força para mandar um pouco mais na economia,
tólica, ficando com o poder concentrado só para já que com mercantilismo o estado é que tirava
ele podendo dizer com isso que foi inaugurado o maior proveito, mandar na sociedade, impon-
um absolutismo com a dinastia dos Tudor. Com a do seus padrões que eram vistos como forma de
morte de Elizabeth I, filha de Henrique VIII, a sua pobreza pela tradição nobre que pesava sobre o
substituição foi feita com o rei Jaime I, que iniciou mundo europeu e como deveria ser horrível pêra
a dinastia dos Stuart, que teve uma sequência a burguesia ter visto aquele rei que ascendeu ao
problemática de governantes, por causa principal- trono graças a seu apoio, que agora era ele abso-
mente de lutas religiosas entre católicos e protes- luto e não expressou de forma alguma seu agra-
tantes, que pro sinal levou muitos desses novos decimento. Aquilo para a burguesia era quase um
cristãos a saírem do país para tentar viver de uma ato de traição, pois se temos que dá o braço a
maneira mais tranqüila na América, gerando uma torcer para ela em alguma coisa é na forma com
colonização que não teve controle do Estado in- que ela fez a modernidade surgir. Mas com o pas-
glês e que acabou sendo chamada de coloniza- sar do tempo as novas linhas de pensamento que
ção de povoamento, que era totalmente diferente foram surgindo direcionaram a classe burguesa
da colonização mais conhecida que era de explo- a uma libertação e destruição desses parâmetros
ração. A conclusão que devemos chegar é que de sociedade, uma linha ideológica que começou,
em um momento de extrema necessidade, a so- na sua primeira fase com um procedimento cien-
ciedade daquela época precisou muito do rei e tificista e depois passou a ser um projeto político
resolveu depositar nele toda a sua fé e esperan- e econômico, que desestruturou o governo do rei,

56
HISTÓRIA GERAL

que agora seria chamado de Antigo Regime. Esse mo converter o pensamento da população em di-
movimento que iria se apresentar chamava-se Ilu- reção as questões políticas que iriam combater o
minismo, por causa do efeito de iluminação das regime absolutistas e quem primeiro fez uso da
mentes que teria provocado esses pensadores razão para esse fim foi o inglês John Locke, que
do período, estimulando diversos sentidos que lançou as idéias que foram as bases do pensa-
até aquele instante a população de um amanei- mento liberalista, afirmando que todo o governo
ra em geral e principalmente a própria burguesia pode ser discutido, que não tinha origem divina
não tinham percebido que conseguiriam produzir, e que o povo tinha a autoridade para derrubá-
porque achavam que o monstro que haviam cria- -lo, formalizando o que poderíamos chamar de
do que era o soberano real nunca seria abatido. O segunda básica característica do iluminismo que
absolutismo desprezou muito a condição de valor seria a política antiabsolutista, que teve presença
da burguesia, só fazendo ela se tornar uma paga- garantida na realização da Revolução Gloriosa,
dora de contas, sacrificando seus investimentos, em 1688. Os outros pensadores que iremos des-
que deveriam ser para o país em suas vaidades tacar serão oficialmente iluministas políticos, que
nobres, luxo e guerras, que muitas vezes era des- tem uma efervescência intelectual para condenar
necessária e o final delas era sempre desastroso. plenamente a autoridade do rei, com algumas
Mas como fazer outros homens perceber que o contradições, mas que serão bem entendidas se
rei era falível e deveria ser substituível por uma partimos do princípio básico que também existia
classe, que mesmo já conseguindo um certo va- um interesse de tomada de poder em toda essa
lor social, ainda não tinha credibilidade suficiente história, já que a burguesia não dá ponto sem nó,
para governar? O primeiro passo vem com a pri- quer dizer, a classe quer mandar. Os pensado-
meira característica do movimento, que seria o ra- res são principalmente o senhor Voltaire, que fi-
cionalismo, que foi estimulado por representantes cou exilado na Inglaterra por alguns anos por ter
que tiveram iniciativas de mostrar que mundo só sido um contestador das condições de privilégios
poderia evoluir com o poder do próprio homem, para classe nobre que existia intensamente na
que hoje em dia isso é algo elementar, mas como França e após ter contato com Locke e Newton
foi difícil eles perceberem. A razão seria o guia viu que estimular a razão para gerar processos
para a sabedoria dos homens e faziam eles com- de transformações era a única saída para que o
bater quase que naturalmente as religiões, que estado pudesse ter um bom direcionamento para
mantinham o povo em total e eterna ignorância, o destino do país e que o rei se fazia necessário já
até as universidades que estavam muitas delas que o poder não poderia ser entregue a qualquer
sobre a influência da igreja eram combatidas para um, sendo isso a base do processo que vai ser
dá lugar a criação do pensamento, primeiramente chamado de despotismo esclarecido, que consis-
matemático e físico, mas com abrangência quase tiria no rei aceitar idéias iluministas para continuar
que universal, pois até as mulheres foram lem- com certos privilégios. O próximo pensador era o
bradas para serem conquistadas por esse pen- barão de Montesquieu, que fundamentou estraté-
samento, com isso temos que indicar que esse gias de poder que diminuíssem a força do sobera-
processo é sem dúvidas um sistema anticlerica- no propondo em alguns casos a proclamação de
lista, por ignorar a igreja e suas explicações para república e a divisão dos três poderes (executivo,
o destino do homem. A imprensa conseguiu pro- legislativo e judiciário), que teriam que ser har-
pagar bastante esse movimento divulgando os mônicos, independentes e iguais entre para não
livros que eram lançados, mostrando uma certa existir corrupção, que sem dúvida alguma era um
liberdade de pensamento e nesse tempo os gran- fator de destruição do estado, não abrindo opor-
des pioneiros do processo foram René Descartes, tunidades para a melhoria da sociedade. O outro
Isaac Newton e John Locke, mostrando com isso a ser destacado era o criador da soberania po-
que o pensamento não se focalizava em um só pular, o pai da democracia moderna e que seus
lugar, pois temos aqui nesse primeiro instante re- fundamentos tinham uma lógica que era a sua ori-
presentantes da Inglaterra e da França. gem de muita pobreza. Estamos falando de Jean-
A iniciativa desses homens de idéias era -Jacques Rousseau. Experiente sabedor da total
tentar mostrar que o pensamento racionalista realidade a que o povo passava, ele significou a
está ao alcance de todos e que estruturando uma exceção do movimento por causa de sua origem
pesquisa tudo se poderia provar através dessa empobrecida e de suas duras palavras que pro-
lógica que teve grande apresentação na França. nunciava contra a propriedade privada, dizendo
Mas o grande destino desse movimento era mes- que ela surgiu graças a autoridade de um homem

57
HISTÓRIA GERAL

e a covardia dos demais, pois se um tivesse dito desenvolver uma das principais nações do mundo
que aquela atitude não deveria ser aceita ou pro- que é os Estados Unidos, que também se utilizará
duzida, quem sabe muitas situações de injustiças das idéias do iluminismo para fazer sua coloniza-
teriam sido evitadas e é por isso que as idéias de ção. Quer dizer que as revoluções inglesas como
Rousseau foram a base para as revoluções con- a Puritana, proclamadora da república de Oliver
sideradas mais populares, mesmo que depois se Cromwell, iniciador de uma ditadura promissora
observe que esse mesmo povo foi na verdade uma para o país e a Revolução Gloriosa marcam a
massa de manobra, como a Revolução Francesa. perseverança da classe burguesa, que ao querer
O outro destaque que devemos dá é para aquilo os seus objetivos utiliza força e inteligência, que
que foi verdadeiramente o grande divulgador do trouxe bons frutos para a nação, mas ao mes-
movimento que foi a iniciativa de dois pensado- mo tempo isso não foi para todos. Que iluminis-
res chamados de Diderot e D’Alembert, que são mo complicado, fala de liberdade, crescimento e
conhecidos como os enciclopedistas, por terem não se confunde isso com democracia. Esquisito.
escrito um livro chamado de A Enciclopédia, que Outra faceta do movimento eram as escolas eco-
incluía todos os escritos, teses, ensaios e tudo nômicas, pois se é para combater o absolutismo
que poderia ser usado em benefício da propaga- que seja por todas as fontes que o absolutismo se
ção do movimento, que teve seu maior momento fortaleça, inclusive o mercantilismo. Duas escolas
agora com o lançamento desse livro. A divulgação vão se originar com esse ideal que são o fisiocra-
pessoal e literária dessas idéias iluministas conta- tismo e o liberalismo econômico que começaram
giou países como a Inglaterra, que sempre criou com muitas coisas em comum, principalmente o
uma maneira de interferir na vida do mundo, seja inimigo, pois as escolas queriam o fim de toda a
com suas ações econômicas ou políticas; como influência do estado na economia, quer dizer o fim
a guerra das Duas Rosas (1455-1485), a Refor- do mercantilismo, achando portanto que o comér-
ma Anglicana, as lutas religiosas, as navegações, cio era algo estério e uma forma muito primitiva
a colonização americana e o Parlamentarismo. de acumular capital. Mas os fundadores do fisio-
A essa transformação política indicada que foi o cratismo, Quesnay e Gournay, acreditavam que
parlamentarismo foi uma amadurecimento da bur- as atividades ligadas a agricultura eram as mais
guesia que implantou essa tendência iluminista rentáveis para o país e as verdadeiras geradoras
sem precisar tirar o rei do governo de uma ma- de riquezas vinham da terra, sendo as indústrias
neira abruta, já que tudo ire acontecer através de uma mera criação do homem para mudar a ma-
um golpe, por isso essa revolução foi chamada de téria, por isso a frase de Gournay “deixai fazer,
sem sangue. Desde do momento que foi se forta- deixai passar, que o mundo caminha por si só.”
lecendo o poder do rei sobre o parlamento, isso (“Laissez faire, laissez passer, lê monde va de lui-
acontecendo com a reforma de Henrique VIII, a -même”) acreditando plenamente na força da na-
qualidade de influência de outras classes foi sen- tureza.
do danificada e as sucessões foram provocando Enquanto o liberalismo de Adam Smith
certos problemas sociais e religiosos que foram tinha a idéia que era a indústria essa fonte ines-
tendo a necessidade de serem resolvidos de uma gotável de riqueza e o que mais importava era o
forma emergencial. Os governos de Maria Stuart, trabalho do homem sendo usado para o desen-
Elizabeth I tiveram suas consequências relativa- volvimento da humanidade, condenando o con-
mente benéficas, pois proporcionaram ao país trole estatal, o pacto colonial e os monopólios, de-
um crescimento econômico, mesmo que fosse as fendendo o livre cambismo alfandegário e a livre
custas de muitos meios ilícitos, como o desenvol- industrialização e foi isso que superou os fisiocra-
vimento da política de pilhagens ou seja a pirata- tas, que já lançaram uma proposta velha para o
ria, logo depois vem uma série de reis, que deram mundo novo, mantendo o sistema liberalista até
início a uma outra dinastia chamada de Tudor que hoje, quer dizer eles conseguiram, estamos em
teve uma opção religiosa católica, que praticou um mundo burguês, liberalista ou melhor dizer,
constantes atos de perseguição aos protestantes, neoliberalista, onde o estado sucateado perde a
fazendo com que muitos saíssem do país para se cada dia que passa para o mercado. É, deu certo.
refugiar na América, desenvolvendo um tipo de Independência dos Estados Unidos.
colonização que o estado inglês nunca desejou
que foi intitulado de colonização de povoamento, Introdução - Quando a América foi desco-
que tinha um benefício apenas para os colonos berta, em 1492, a região começa a se chamar de
que futuramente irão com esse tipo de trabalho índias ocidentais, depois terra de oportunidades

58
HISTÓRIA GERAL

e por ultimo, a terra dos estados unidos. Por que que chamamos de 13 colônias inglesas, onde 4
será que eles ficaram tão diferentes dos outros ficavam no norte, 4 no centro e 5 de exploração
paises americanos e visto como donos da Amé- ficavam no sul, com situações bem diferentes, já
rica? Será que foi por causa da sua metrópole? que as características da colonização de explora-
Que idéias e movimentos foram esses que mu- ção continha latifúndio, monocultura mão-de-obra
dou tanto um país e o resto do mundo? Você verá escravista, mas por um bom tempo, não sei se só
agora se a América é dos americanos. de aparências, eles viviam bem, principalmente
Análise geral - Uma vez uma pessoa me as colônias do norte e centro que não tinham a
falou da seguinte forma: ah! Se o Brasil tivesse autoridade da metrópole para fazer um rigoroso
sido pelos ingleses em vez dos portugueses, es- controle. Mas as coisas vão mudar mais rápido
taríamos com os norte-americanos, ricos e quem do que se esperava. Uma disputa territorial pela
sabe donos do mundo. Que ilusão, pensei na região popularmente conhecida como a dos gran-
mesmo hora. Por que? Porque não importa os des lagos, fez a história de muitos colonos mudar.
colonizadores e sim o tipo de colonização e não Tanto a França como a Inglaterra reivindicavam
sei se me acharão muito radical, mas se pudés- essa região para si e pro conta de colonos des-
semos ter uma conversa com os reis daqueles sas nacionalidades habitarem a região foi feito
paises, no momento da colonização eu acho que uma declaração de guerra, que acabou fazendo
todos iriam optar por fazer uma colonização de o recrutamento de muitos “americanos”, iniciando
exploração. A situação da Europa sempre foi de uma disputa que tinha raízes européias que agora
muita precariedade no setor de abastecimento, vai ser batizada de Guerra dos Sete Anos (1756-
de fontes de recursos minerais e foi sem dúvida o 1763). O fenômeno acabou tendo como vencedor
descobrimento da América uma espécie de salva- os anglos-saxões, que anexaram o território, mas
ção para certos países, por isso uma disputa tão acabaram também produzindo um espírito de luta
acirrada pelo domínio daquela região, que tendo e força para os colonos que eles chamaram para
um referencial europeizante, foi descoberto pela a luta, desenvolvendo a base espiritual e militar
Espanha, que ignorou a até aquilo que podería- para a futura luta de independência, que vai co-
mos chamar de nacionalidade dos verdadeiros meçar quando a Inglaterra precisa, para repor os
donos da terra,os índios. Com essa realidade, o gastos que teve com a guerra, cobrar os impostos
continente queria sempre tirar proveito de outras que tanto sonhou a tanto tempo, por isso foi dito
localidades dando justificativas como a propaga- que a colonização de povoamento foi um erro.
ção da fé cristã, para salvar os índios sendo no fi- Os impostos foram aparecendo de maneira in-
nal das contas o interesse econômico a fonte prin- transigente, tentando acabar com toda autonomia
cipal que motivava esse colonizadores, por isso que aqueles colonos haviam construído durante
essa história de povoamento ser uma conversa anos e eram cobrados de forma repentina como
para enganar, vocês leitores, que agora não vão foi feito quando surgiu a Lei do Açúcar (1764). A
se deixar enganar. O principal motivo que irá fazer intenção desse tipo de lei não só conseguir poder
essa colonização de povoamento se concretizar de arrecadação, mas também mostrar que a me-
será inicialmente, o problema das lutas religiosas trópole estava poderosa sobre todos os assuntos
da Inglaterra que vai desestabilizar o governo de da colônia e engraçado, nesse período estáva-
uma tal forma que a pretensão de fazer uma co- mos vivendo o processo do parlamentarismo, que
lonização de exploração vai ter que ser adiada, deveria consistir em um governo descentralizado,
já que tinha começado com algumas colônias no mas o rei tinha ainda certa força para fazer com
sul da região da América do norte, como a Virgí- que os ministros produzissem os impostos que
nia. Portanto, a vinda de muitos colonos não foi beneficiasse a coroa e a população, quer dizer a
de livre espontânea vontade, vieram porque na tradição de certas coisas do antigo regime ainda
época quem estava governando produzia uma estavam em plena atividade. Acabar com a auto-
perseguição desonesta a membros certas religi- nomia dos colonos como eu havia dito era priori-
ões como a puritana, sendo o rei católico, quer dade dessa nova política instalada no pós-guerra
dizer como a intolerância cria desastres, que nes- e a lei do açúcar foi uma determinação metropo-
se caso foi econômico e social, fazendo com que litana queria finalizar um comércio que envolvia
milhares de ingleses criassem uma colonização a região das treze colônias, as Antilhas e a Áfri-
que tinha como características a policultura, o ca, por causa do tráfico negreiro.Tudo começava
minifúndio e o trabalho de livre, de base familiar, com a necessidade da colônia de obter trabalha-
que se tornaria assalariado. O processo formou o dores para suas regiões agrícolas, mas para con-

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HISTÓRIA GERAL

seguir negros para escravizar existia uma rotina cre. Mas essas vidas não vão se perder em vão,
que era conseguir uma matéria-prima que pudes- pois futuramente os colonos vão invadir o mesmo
se ser escambiada para conseguir esse “produto” porto, agora disfarçados de índios, irão render os
e a matéria foi o melaço da cana-de-açúcar que soldados que vigiavam o local e vão jogar toda a
era produzido nas Antilhas, para assim ser levado carga toda a carga de chá no mar, provocando o
para se transformar na bebida mais popular para que chama a história norte-americana de a festa
esse tipo de comércio chamada de rum, um deri- do chá em Boston, mas as consequências disso
vado da cana, onde finalmente com a bebida teria tudo vão ser desastrosas.
a fonte para fazer o escambo, conseguir os ne- Ao saber da ousadia dos colonos, o rei
gros e escravizá-los. Esse comércio era chama- George III demonstra sua veia tirana através de
do de comércio triangular. Agora a lei funcionava um conjunto de decisões que começa a ser cha-
assim quando os colonos queriam qualquer tipo madas de Atos Intoleráveis, que seria um retorno
de produto, principalmente aqueles que iriam ge- a todas a imposições que a coroa inglesa havia
rar beneficiamento para a região, como o açúcar feito aos norte-americanos até aquela demons-
e os escravos, só poderiam consegui-lo através tração de autonomia e uma delas seria o fecha-
da metrópole, quer dizer foi inaugurado um pac- mento do porto de Boston até que se achasse os
to colonial, onde quem iria perder com isso seria culpados daquele ato. Por conta disso, as atitu-
os colonos, portanto, todas aquelas idéias de que des que agora seriam tomadas deveriam ser mais
a Inglaterra era uma boa metrópole estão sendo moderadas, pensaram os colonos, pois com fer-
desmascaradas e agora está se vendo que o que ro se fere e com ferro será ferido, não é assim o
aconteceu foi uma falha do governo inglês, pois ditado, então vamos tentar conversar com o rei,
eles jamais desejavam que isso acontecesse. A vamos tentar lhe pedir perdão. Que engraçado,
próxima lei que iremos comentar será a Lei do se fala tanto de lutas, intolerâncias apresentando
Selo(1765), que por muitos é avaliada como a lei portanto um povo que seria visto com os estan-
da extrema arbitrariedade, pois conseguia indicar dartes da busca da liberdade, mas o que se vê é
uma taxação para tudo que fosse utilizar papel que se o rei fosse um pouco mais compreensível
para sua produção, quer dizer jornal, livros, cartas tudo poderia ser resolvido, claro que compreen-
de baralho, selos que agora só poderiam circu- sível para a elite, pois o povo não ganharia nada
lar com uma permissão da metrópole, mostran- com isso.Bem, os ingleses americanizados come-
do que o rei não estava para brincadeira, queria çaram a pensar da seguinte forma que deveriam
se apossar de todas as riquezas da colônia, pois pedir desculpas ao rei pela ação promovida por
com o controle do papel se controlaria a produção certos colonos e com isso realizaram em 1774
de papel moeda e assim a produção de ouro, mas o Primeiro Congresso da Filadélfia, que investiu
essa lei foi revogada depois de muitas pressões em uma tentativa de só fazer um comércio com
dos colonos, que agora exigiam sua participação os ingleses se fossem revogadas as leis criadas
nas criações das leis para os colonos. Uma ou- pela coroa, mas não propunha qualquer forma de
tra polêmica lei foi criada pelo ministro Charles desligamento total, quer dizer a independência,
Townshend, que resolveu fazer o que podemos mas mesmo com essa atitude amena o rei con-
chamar de uma lei do selo com outro nome, onde tinuava irredutível e fez com os colonos tomas-
outros produtos seriam incluídos principalmente se uma outra posição. A reunião aconteceu mais
o chá, que monopolizava a negociação para os uma vez, agora com todas as colônias tendo uma
metropolitanos, mas o que a metrópole não acre- representação e fizeram o Segundo Congresso
ditava é que os colonos chegaram ao seu limite da Filadélfia, em 1775, que decidiu pelo total rom-
e resolveram reagir, fazendo uma manifestação pimento com a metrópole, pois a convivência não
para invadir o principal porto do país que ficava na seria mais admissível e agora a única saída seria
cidade de Boston, criando uma certa lógica nessa pegar em armas, mobilizar o povo com as idéias
manifestação que invadindo o porto para impedir de liberdade e esperar que a metrópole esteja em
a descarga dos produtos ingleses. Mas os colo- péssimo período de lutas, pois se ela estiver forte,
nos tiveram uma surpresa que foi uma recepção salve-se quem puder e com essa preparação de
calorosa dos soldados da coroa, que misturando terreno foi declarada a emancipação dos Estados
provocações e ansiedade dos manifestantes aca- Unidos da América, em 04 de julho de 1776 só
bou isso provocando uma ação militar do exército, faltando a Inglaterra fazer o reconhecimento, só.
que o fato foi chamado de Massacre de Boston, Pessoas como George Washington, rico fazen-
mesmo com apenas quatro mortos. Que massa- deiro da Virgínia, Thomas Jefferson, jovem jurista

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HISTÓRIA GERAL

e Benjamin Franklin, que foi a Paris para ganhar mesmos que seria constituir uma sociedade onde
apoio dos franceses, conseguindo prontamente, e todos pudessem ter benefícios para puder viver
é claro que iria conseguir por conta da rixa antiga melhor. Deve ter sido essa a intenção que teve o
dos dois países, que não dispensavam uma boa homem no momento que desenvolveu máquinas
luta, foi estimulado assim uma batalha de Davi que pudessem acompanhar o crescimento popu-
contra Golias, fazendo uma paródia bíblica, seria lacional, que comprovadamente era incontrolável,
portanto um conjunto de poderosas pessoas que pois graças as condições de melhoria de vida das
conseguiram agregar o povo as seus ideais, que localidades européias e de muitas outras, existia
combateriam a coroa inglesa disposta a tudo para agora uma grande busca de satisfazer aos no-
não perder suas possessões. A luta se estendeu vos habitantes com bons produtos, tecnologia
até o ano de 1781, após ter tido momentos de que lembrava praticidade e uma nova política
lutas que ficaram memoráveis, como por exemplo econômica que irá se chamar de consumismo.
a batalha de Saratoga, mas a vitória dos colonos A partir da segunda metade do século XVIII, as
deve ser atribuída a ajuda dos inimigos da Ingla- máquinas que tinham sido inventadas começa-
terra, porque se fossem por eles a nova nação ram a ser massificadas, portanto aquelas produ-
americana não teria sido bem sucedida, pois a Es- ções básicas das manufaturas começaram a ser
panha e a Holanda só ajudaram para se livrar de substituídas por uma produção fabril, em larga
toda aquela influência inglesa no mar da América escala, para atender a muitos e também sendo a
central e a França por causa do revanchismo da grande novidade da época. E que novidade cara,
Guerra dos Sete Anos e também pela recupera- mas atraente. Então as máquinas começaram a
ção de certos territórios na América do Norte. Com ser a sensação do momento, adquirir um produto
fim do conflito só faltava a Inglaterra reconhecer a das fábricas de produção era um luxo, no come-
independência dos Estados Unidos que o fez só ço, mas todos desejavam tanto que o empreen-
em 1783, demonstrando como a metrópole não dimento foi valendo a pena, principalmente pela
queria de forma alguma libertar os seus colonos e necessidade que era e com isso alguns ingre-
nem os colonos queriam desistir das tradicionais dientes foram começando a compor essa receita.
manias de comandar que haviam aprendido com Um dos primeiros foi sem dúvida a criatividade
a colonização de povoamento, pois se falou tan- e necessidade do ser humano, que ao ter esses
dois sentimentos começa a desenvolver isso que
to de liberdade, fizeram uma declaração de inde-
posso chamar de projeto em busca do verdadei-
pendência fabulosa, criaram o presidencialismo,
ro capitalismo, já que para muitos analista no as-
que foi uma inovação no sistema de governo e a
sunto o comércio por ser uma forma primitiva de
constituição, como ainda hoje é falada pela sua
capital, não deve ser considerado uma fase do
justiça social e direito a propriedade privada, mas
capitalismo, mas quando chega a industrialização
a escravidão ainda era a mesma e igualzinha a de
todo o setor econômico mudará e, segundo eles
muitos países da América Latina, que eles tanto
para bem melhor. Existe agora com essa criação
dizem ser diferente, mas conseguiram.
de um novo meio de produção, uma nova fonte
de energia, pois as primeiras máquinas que fo-
Revolução Industrial
ram criadas na Inglaterra por ter reunidos as me-
Introdução - Um dia, os pensadores fi-
lhores condições, precisavam dessas fontes para
zeram a seguinte avaliação sobre a revolução
movimentar suas máquinas, onde a primeira foi
industrial: esse fato é um mal necessário. O cres-
o carvão mineral, abundante na natureza, e pro-
cimento populacional exigia um crescimento da
porcionava um bom nível de produção, que aten-
produção, mas essa expansão produtora gerou
deu bem a Europa e alguns outros compradores.
aumento da lucratividade, do trabalho, das injus-
A primeira indústria foi de tecidos e nessa época
tiças sociais e lutas operarias. Como é boa a tec-
a matéria-prima para esse tecido surgir foi a lã da
nologia que foi desenvolvida para a humanidade,
ovelha e portanto criar o animal era mais que ne-
mas o terrível é que nem todos podem tê-la. Que
cessário. Com essa intenção de fazer a criação,
pena. Leia, saiba e se emocione.
os industriais tinham que adquirir terras para alo-
Análise geral - A genialidade humana é
jar essa fonte de matéria-prima e assim começou
realmente incrível, buscamos todos os dias ma-
o processo de cercamentos de terras, para conse-
neiras e mais maneiras para conseguir compor
guir um bom produto para o indústria ter um bom
uma vida de prazeres, realizações e valores, que
processamento e venda. Mas começa a existir um
se modificaram com o passar dos períodos da
problema que é quando se cria animais em uma
história, mas ao mesmo tempo sempre foram os
localidade a mesma não deve conviver com uma

61
HISTÓRIA GERAL

produção agrícola e se isso acontecer, a lavoura a) O pensamento humanista implicava a total


estará sujeita a ter um prejuízo, por isso com os recusa da existência de Deus nas artes e
cercamentos começa também a existir os êxodos na ciência, o que libertava o homem para
rurais, a busca do homem do campo por oportu- conhecer a natureza e a sociedade.
nidades na cidades, que com indústria atraia pela b) A mistura de conhecimentos das mais dife-
oferta de empregos, então vamos para a cidade, rentes origens - como a magia e a ciência -
dizia esses miseráveis. Com esse deslocamento, levou a uma instabilidade imprevisível, que
a utopia de uma vida melhor vira uma realidade lançou a Europa numa onda de obscurantis-
monstruosa, inicialmente por causa da falta de mo que apenas o Iluminismo pôde reverter.
estrutura das cidades, que não estavam prepa- c) As transformações artísticas e políticas do
radas para receber uma população tão numerosa Renascimento incluíram a inspiração nos
de uma hora para outra, gerando uma condição ideais da Antiguidade Clássica na pintura,
de subvida para esses novos moradores nas pe- na arquitetura e na escultura.
riferias, que alterava todo aquele planejamento d) As inquietações religiosas vividas principal-
que poderia existir para um bom crescimento da mente ao longo do século XVI culminaram
cidade. Mas, mesmo tempo que iremos encontrar nas Reformas Calvinista, Luterana, Anglica-
outras desvantagens nesse êxodo, com muitas na e finalmente no movimento da Contrarre-
fatalidades para as pessoas que buscavam era forma, que defendeu a fé protestante contra
uma boa vida, algumas pessoas estavam achan- seus inimigos.
do ótimo tudo aquilo que estava acontecendo
que era os proprietários das fábricas ou os donos QUESTÃO 02 - As transformações culturais ocor-
dos meios de produção, que com essa numerosa ridas na Europa dos séculos XIV a XVI ficaram
população tinha o chamamos de exército indus- conhecidas como Renascimento. Foram caracte-
trial de reserva, termo marxista que designa todo rísticas deste movimento:
aquele excedente de trabalhadores que vende a) Misticismo e tentativas de reinterpretar o
sua força de trabalho para conseguir um miserá- cristianismo.
vel salário, que é miserável graças a sovinices do b) Teocentrismo e recuperação de línguas
patrão, a uma divisão maior do trabalho que foi clássicas (latim e grego).
estabelecida e também por causa dos exceden-
c) Individualismo e utilização de novos recur-
tes, fazendo com que a lógica da economia tenha
sos como a perspectiva no desenho e na
sentido quando diz que quanto mais se etm algo,
pintura.
mais barato ele custa. O que se percebe nessa
d) Racionalismo e críticas ao período conheci-
hora que a Revolução Industrial foi um mal neces-
do como Antiguidade Clássica.
sário, pois o crescimento populacional exigia esse
e) Antropocentrismo e rejeição de temas reli-
crescimento de produção, mas não precisávamos
giosas nas produções artísticas.
desse opressão ao trabalhador, com péssimos
salários e tantas horas de serviço, chegando em
QUESTÃO 03 - As transformações religiosas do
alguns casos a passar das dez horas de traba-
século XVI, comumente conhecidas pelo nome
lho, nas piores condições possíveis, e com isso
promovendo também uma extrema desigualdade de Reforma Protestante, representaram no cam-
social, dificultando mais ainda a mobilidade social po espiritual o que foi o Renascimento no plano
para algumas classes e comprovando que em ou- cultural; um ajustamento de ideias e valores às
tros momentos do capitalismo os problemas não transformações socioeconômicas da Europa.
eram tão graves assim. Será que valeu a pena? Dentre seus principais reflexos, destacam-se:
a) a expansão da educação escolástica e do
EXERCÍCIO DE APRENDIZAGEM poder político do papado devido à extrema
QUESTÃO 01 - De uma forma inteiramente iné- importância atribuída à Bíblia.
dita, os humanistas, entre os séculos XV e XVI, b) o rompimento da unidade cristã, expansão
criaram uma nova forma de entender a realidade. das práticas capitalistas e fortalecimento do
Magia e ciência, poesia e filosofia misturavam-se poder das monarquias.
e auxiliavam-se, numa sociedade atravessada c) a diminuição da intolerância religiosa e fim
por inquietações religiosas e por exigências práti- das guerras provocadas por pretextos reli-
cas de todo gênero. giosos.
(Adap. Eugenio Garin, Ciência e vida civil no Renascimento italiano. S. P.: Ed. Unesp, 1994, p.11.)
d) a proibição da venda de indulgências, térmi-
Sobre o tema, é correto afirmar que: no do índex e o fim do princípio da salvação

62
HISTÓRIA GERAL

pela fé e boas obras na Europa. minha cabeça vão encontrar um outro na multidão
e) a criação pela igreja protestante da Com- para reproduzir o mesmo espetáculo.” (Napoleão
panhia de Jesus em moldes militares para Bonaparte) Sobre o período napoleônico (1799-
monopolizar o ensino na América do Norte. 1815), podemos afirmar que:
a) consolidou a revolução burguesa na França
EXERCÍCIOS DE COMPLEMENTAR através da contenção dos monarquistas e
QUESTÃO 01 - Antes de 1789, inúmeros pro- jacobinos.
blemas devastavam a França, o que a levou à b) manteve as perseguições religiosas e o con-
grande revolução de 14 de Julho. Assinale a al- fisco das propriedades eclesiásticas inicia-
ternativa que contém os fatores que propiciaram das durante a Revolução Francesa.
o surgimento da Revolução. c) enfrentou a oposição do exército e dos cam-
a) O decreto do Bloqueio Continental por Na- poneses ao se fazer coroar imperador dos
poleão Bonaparte, o que levou praticamen- franceses.
te toda a Europa a uma guerra. Esta, fazen- d) favoreceu a aliança militar e econômica com
do milhares de vítimas entre os franceses, a Inglaterra, visando à expansão de merca-
trouxe um colapso à economia (pela dimi- dos.
nuição da mão de obra) o que levou o país e) anulou diversas conquistas do período re-
à revolução de 14 de julho. volucionário, tais como a igualdade entre os
b) A coroação de Luís XIV como o “rei Sol”. indivíduos e o direito de propriedade.
Monarca vaidoso e perdulário, construiu
Versalhes, solapando as finanças france- QUESTÃO 03 - O processo de independência na
sas, o que levou o país a imensos déficits. América Latina deve ser compreendido no con-
Descontentes com a situação, filósofos ilu- texto da conjuntura internacional, marcada pelo
ministas pregavam a substituição da Mo- ideário liberal iluminista, a expansão industrial in-
narquia por uma República e a luta entre glesa, as guerras napoleônicas, além das crises
monarquistas e republicanos levou ao início inerentes ao sistema colonial. Assinale a alterna-
da Revolução. tiva diretamente relacionada com o processo de
c) O enorme deficit causado por altos gastos independência na América Espanhola:
com a Corte e o pagamento de dívidas alia- a) Conflito social que não teve relação com a
do às baixas receitas, recaindo todo o ônus desigualdade entre os nascidos na terra e
dos impostos sobre o Terceiro Estado. Além na metrópole.
disso, o ideário iluminista adotado pela bur- b) Ruptura Colônia/Metrópole mais relaciona-
guesia fez com que esta se dispusesse a da com a Guerra dos Sete Anos e sem re-
lutar por uma igualdade jurídica. lação alguma com as campanhas de Napo-
d) A França estava devastada pelas guerras leão na Península Ibérica.
de religião, havendo perseguições e assas- c) Abertura dos portos à livre concorrência dos
sinatos de huguenotes pelos católicos. Bus- produtos manufaturados europeus para ga-
cando a paz social, o rei Luís XIV estabele- rantir a sobrevivência interna da pequena
ceu o Edito de Nantes, trazendo a liberdade indústria têxtil latino-americana.
religiosa. Descontentes com a medida real, d) Movimento de libertação fundamentado na
os católicos depuseram e aprisionaram o identidade profunda entre a independência
rei, o que deu início à revolução. política e a independência econômica.
e) O surgimento da Revolução Industrial na e) Movimento emancipador conduzido princi-
França, o que levou milhares de campone- palmente pelos crioulos.
ses às cidades, em busca de melhores con-
dições de vida. Não encontrando trabalho QUESTÃO 04 - Dentre os fatores que contribuí-
(não conheciam o trabalho fabril), vivendo ram para a difusão do Movimento Reformista Pro-
nas ruas e lançados à miséria, grande parte testante, no início do século XVI, destaca-se:
da população de Paris invadiu a Bastilha, a) o cerceamento da liberdade de crítica pro-
buscando um teto para se abrigar do rigoro- vocado pelo Renascimento Cultural.
so inverno francês. O rei reagiu expulsando b) o declínio do particularismo urbano que veio
os invasores, o que deu início à revolução. a favorecer o aparecimento das Universida-
des.
QUESTÃO 02 - ”Milhares de séculos decorrerão c) o abuso político cometido pela Companhia
antes que as circunstâncias acumuladas sobre a de Jesus.

63
HISTÓRIA GERAL

d) o conflito político observado tanto na Alema- a) contrapõe lucro a renda, pois geram racio-
nha como na França. nalidades e modos de vida distintos.
e) a inadequação das teorias religiosas cató- b) mostra as vantagens do capitalismo comer-
licas para com o progresso do capitalismo cial em face da estagnação medieval.
comercial. c) defende a lucratividade do comércio contra
os baixos rendimentos do campo.
QUESTÃO 05 - No processo de formação dos Es- d) critica a preocupação dos comerciantes
tados Nacionais da França e da Inglaterra podem com seus lucros e dos cavalheiros com a
ser identificados os seguintes aspectos: ostentação de riquezas.
a) fortalecimento do poder da nobreza e retar- e) expõe as causas da estagnação da agricul-
damento da formação do Estado Moderno tura no final do século XVIII.
b) ampliação da dependência do rei em rela-
ção aos senhores feudais e à Igreja QUESTÃO 08 (Mackenzie) - Assinale a alternati-
c) desagregação do feudalismo e centraliza- va em que aparecem as principais ideias de Jean
ção política Jacques Rousseau em sua obra O CONTRATO
d) diminuição do poder real e crise do capita- SOCIAL.
lismo comercial a) Cada homem é inimigo do outro, está em
e) enfraquecimento da burguesia e equilíbrio guerra com o próximo e por esta razão cria o
entre o Estado e a Igreja Estado para sua própria defesa e proteção.
b) O Estado é uma realidade em si e é necessá-
QUESTÃO 06 (FUVEST) - Sobre o chamado des- rio conservá-lo, reforçá-lo e eventualmente
potismo esclarecido é correto afirmar que: reformá-lo, reconhecendo uma única finali-
a) foi um fenômeno comum a todas as monar- dade: sua prosperidade e grandeza.
quias europeias, tendo por característica a c) O governante deve dar um bom exemplo
utilização dos princípios do Iluminismo. para que os súditos o sigam. Através da
b) foram os déspotas esclarecidos os res- educação e de rituais, os homens de capaci-
ponsáveis pela sustentação e difusão das dade aprenderiam e transmitiriam os valores
ideias iluministas elaboradas pelos filósofos do passado.
da época. d) Que as classes dirigentes tremam ante a
c) foi uma tentativa bem intencionada, embora ideia de uma revolução! Os trabalhadores
fracassada, das monarquias europeias re- devem proclamar abertamente que seu ob-
formarem estruturalmente seus Estados. jetivo é a derrubada violenta da ordem social
d) foram os burgueses europeus que conven- tradicional.
ceram os reis a adotarem o programa de e) A única esperança de garantir os direitos de
modernização proposto pelos filósofos ilu- cada indivíduo é a organização da socieda-
ministas. de civil, cedendo todos os direitos à comu-
e) foi uma tentativa, mais ou menos bem suce- nidade, para que seja politicamente justo o
dida, de algumas monarquias reformarem, que a maioria decidir.
sem alterá-las, as estruturas vigentes.
QUESTÃO 09 - Dentre as consequências sociais
QUESTÃO 07 (FUVEST) - “Um comerciante está forjadas pela Revolução Industrial pode-se men-
acostumado a empregar o seu dinheiro principal- cionar:
mente em projetos lucrativos, ao passo que um a) o desenvolvimento de uma camada social de
simples cavalheiro rural costuma empregar o seu trabalhadores, que destituídos dos meios de
em despesas. Um frequentemente vê seu dinhei- produção, passaram a sobreviver apenas da
ro afastar-se e voltar às suas mãos com lucro; o venda de sua força de trabalho.
outro, quando se separa do dinheiro, raramente b) a melhoria das condições de habitação e so-
espera vê-lo de novo. Esses hábitos diferentes brevivência para o operariado, proporciona-
afetam naturalmente os seus temperamentos e da pelo surto de desenvolvimento econômi-
disposições em toda espécie de atividade. O co- co.
merciante é, em geral, um empreendedor auda- c) a ascensão social dos artesãos que reuniram
cioso; o cavalheiro rural, um tímido em seus em- seus capitais e suas ferramentas em oficinas
preendimentos...” ou domicílios rurais dispersos, aumentando
(Adam Smith, A RIQUEZA DAS NAÇÕES, Livro III, capítulo 4) os núcleos domésticos de produção.
Neste pequeno trecho, Adam Smith: d) a criação do Banco da Inglaterra, com o obje-

64
HISTÓRIA GERAL

tivo de financiar a monarquia e ser também,


uma instituição geradora de empregos.
e) o desenvolvimento de indústrias petroquími-
cas favorecendo a organização do mercado
de trabalho, de maneira a assegurar empre-
go a todos os assalariados.

QUESTÃO 10 - “Consideramos (...) que todos os


homens são criados iguais, que são dotados pelo
Criador de certos direitos inalienáveis, que entre
estes estão a vida, a liberdade e a busca da feli-
cidade. Que para garantir esses direitos são insti-
tuídos entre os homens governos que derivam os
seus justos poderes do consentimento dos gover-
nados; que toda vez que uma forma qualquer de
governo ameace destruir esses fins, cabe ao povo
o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir um novo
governo, assentando a sua fundação sobre tais
princípios e organizando-lhe os poderes da forma
que pareça mais provável de proporcionar segu-
rança e felicidade.”
A Declaração de Independência dos Estados Unidos. RJ: Zahar, 2004, p. 53.

Sobre a Declaração de Independência dos Esta-


dos Unidos, é correto afirmar que:
a) Defendia o princípio da igualdade de direi-
tos dos seres humanos, mas condenava o
direito à rebelião como uma afronta à ordem
social.
b) O radicalismo da sua formulação, com res-
peito ao direito de rebelião dos escravos,
provocou forte reação dos proprietários de
escravos em toda a América.
c) Sua formulação foi baseada no ideário libe-
ral-iluminista e acabou influenciando outros
movimentos políticos na América e na Euro-
pa.
d) Influenciada pelos tratadistas espanhóis, a
declaração defendia a origem do poder di-
vino e condenava a desobediência dos su-
bordinados.
e) A declaração sustentava que os governos
poderiam cercear a liberdade dos indivíduos
em nome da segurança e da felicidade co-
letivas.

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

65
GEOGRAFIA

DAS COISAS SEM SERVENTIA UMA DELAS É podem até não acreditar, mas a ciência geográfi-
A GEOGRAFIA - A Geografia é um desses negó- ca tem uma utilidade que poucos conseguem ver,
cios chatos que inventaram para ser a palmatória pois um dos papéis que cumpre é justamente o
intelectual das crianças. Não dá prazer nenhum de cegar a sociedade, desde a infância, de uma
brincar de ser recipiente de nomes difíceis e ainda leitura da produção social deste espaço cheio de
ter que repetir tudo certinho na hora das provas. contradições. Por outro lado, como em tudo mais,
A tortura geográfica, comum na maioria das esco- o fazer científico só serve quando feito por pra-
las, é um exercício constante de ver um mundo de zer, coisa esquecida nestes tempos cabeludos
coisas, decorar o máximo e não aprender nada. em que viver para a felicidade é quase um crime,
São aquelas palavras cheias de nós consonantais parafraseando Brecht. A Geografia, assim como a
que, vez por outra, o sujeito tem que repetir lá na criança, é um perigo para os homens sérios que
frente, correndo o risco de se engasgar com uma fazem do lucro seu sentido existencial, porque no
montanha e ser motivo de deboche a semana in- meio da brincadeira ela pode deixar muitos reis
teira. A utilidade que a criança vê em aprender completamente nus.
geografia é a mesma que tem o aquecedor do *Lixão do Roger: depósito de lixo urbano da cidade de João Pessoa - PB. Das Coisas
sem Serventia uma delas é a Geografia. Aula de Geografia. Manoel Fernandes de Sousa
Lada apropriado para derreter neve, no Nordeste Neto. Ed. Bagagem, Campina Grande – PB, 2008.

brasileiro. No fundo, é uma violência desmedida A Geografia não é apenas a “descrição da


da sociedade inteira contra a meninada que que- Terra” como definiu Eratóstenes quase trezentos
ria mesmo era brincar e fazer coisas divertidas. anos antes de Cristo. A Geografia tem suas raí-
Ao invés de sentar para ouvir assuntos estranhos zes na busca e no entendimento da diferencia-
à sua vida, talvez a criança preferisse conversar ção dos lugares, regiões, países e continentes,
sobre sua casa com aqueles terríveis conflitos de
resultante das relações entre os homens e entre
espaço, ou sobre o bairro com suas ruas plenas
estes e a natureza. Não houvesse diferenciação
de lembranças, ou da cidade com seus atrativos
de áreas, para usar uma expressão consagrada,
e desafios. A infância para passear é uma reivin-
dicação permanente, um outdoor estampado na certamente a Geografia não teria surgido. O obje-
testa de milhares de meninas e meninos. Botar os to de estudo da Geografia é o espaço geográfico?
pés no chão e sair por aí conhecendo os lugares: A trama de objetos criados pelas sociedades, por
andando, olhando com admiração e medo a lou- meio das técnicas, que se incorporam ao substra-
cura das construções adultas, sentindo o cheiro to dinâmico da superfície terrestre e sustentam os
das árvores e da fumaça das fábricas, tateando fluxos de matéria e de informações é realmente o
vitrinas como muros impenetráveis, ouvindo o ru- objeto de estudo da Geografia?
gir dos sapatos apressados nas horas de pique
das praças centrais. Todavia, como dizia Rubem O ESPAÇO GEOGRÁFICO E PAISAGEM - “O
Alves, a infância é uma coisa inútil, assim como espaço é formado por um conjunto indissociá-
tudo nesta sociedade da produção e do consu- vel, solidário e também contraditório, de sistemas
mo, onde a criança só vale enquanto promessa de objetos e sistemas de ações não considera-
de boa fortuna. A Geografia que se aprende na das isoladamente, mas como o quadro único no
escola, aparentemente inútil, tem uma utilidade qual a história se dá. No começo era a natureza
ímpar porque produz uma enorme massa infor- selvagem, formada por objetos naturais, que ao
me de alienados. As pessoas não sabem que o longo da história vão sendo substituídos por ob-
espaço em que vivem tem um sentido que não jetos fabricados, objetos técnicos, mecanizados
aparece, porque detrás dos objetos sem história e, depois, cibernéticos, fazendo com que a natu-
há histórias que desconhecemos. É que estáva- reza artificial tenda a funcionar com uma máqui-
mos pensando no Himalaia enquanto o serviço de na. Através da presença desses objetos técnicos:
transportes coletivos em João Pessoa foi pensa- hidroelétricas, fábricas, fazendas modernas, por-
do para enriquecer os empresários e servir mal a
tos, estradas de rodagem, estradas de ferro, cida-
população sem rodas. Em uma “cidade boa para
des, o espaço é marcado por esses acréscimos,
viver”, talvez não seja de bom tom usar da Geo-
que lhe dão um conteúdo extremamente técnico.
grafia para perceber favelas pipocando aos qua-
tro cantos, ou para demonstrar que é possível de O espaço é hoje um sistema de objetos cada vez
um mesmo ponto da verde “Paris brasileira” – o mais artificiais, povoado por sistemas de ações
Bar da Pólvora – admirar o pôr-do-sol e ver o lixão igualmente imbuídos de artificialidade, e cada vez
do Roger*, ou para entender a origem dos “pe- mais tendentes a fins estranhos ao lugar e seus
gas” desiguais na Epitácio Pessoa entre carros habitantes.”
SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço. São Paulo: EDUSP, 2008.p.63.
importados e carroças puxadas a burro. O mes-
mo espaço comporta jegues e jatos. As pessoas O termo espaço tem vários significados. Pode sig-

66
GEOGRAFIA

nificar distância entre dois pontos, o conjunto de dividi-lo em séculos, períodos e idades. Tempo
planetas e estrelas (espaço sideral), mas, para a Cíclico: é usado para explicar fenômenos que
Geografia significa uma determinada extensão da acontecem em intervalos relativamente curtos,
superfície terrestre que é organizada, produzida e como os terremotos, as erupções vulcânicas, a
modelada pelas sociedades, através do trabalho, migração de pessoas de seu hábitat natural em
ao longo da história, de maneira desigual a partir determinadas épocas do ano, os períodos de
do uso de técnicas. “É por demais sabido que maior incidência de vendas no comércio, etc.
a principal forma de relação entre o homem e a
natureza, ou melhor, entre o homem e o meio, é ESPAÇO-TEMPORALIDADE E LITERATU-
dada pela técnica. As técnicas são um conjunto RA - “A relação entre geografia, história e letras
de meios instrumentais e sociais, com os quais não só é possível, como de fato existe. E o que
o homem realiza sua vida, produz e, ao mesmo embasa essa relação é a categoria de espa-
tempo, cria espaço. Essa forma de ver a técnica ço. Normalmente se diz que para entendermos
não é, todavia, completamente explorada. uma obra precisamos contextualizá-la no tempo.
” SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço. São Paulo: EDUSP, 2008.p.29. Mas não se fala de inseri-la no contexto do es-
Toda organização espacial reflete as intervenções paço. Habitualmente, o espaço fica abstraído da
humanas na natureza, quando derrubamos uma contextualização de uma obra. E, no entanto, a
árvore (primeira natureza) para fabricar-mos mó- contextualização no tempo só é possível quan-
veis (segunda natureza) estamos nos aproprian- do a contextualidade no espaço fica estabele-
do do espaço e assim criando o espaço geográ- cida. Porque não existe tempo fora do espaço,
fico. A organização espacial é um meio de vida e espaço fora do tempo, uma vez que o real é
no presente (produção) e uma condição de vida o espaço-temporal. Não há romance que possa
para o futuro (reprodução). As modificações sofri- falar da problemática humana – e até prova em
das pelos meios naturais vão depender do tipo de contrário a problemática humana é o tema tanto
economia que tenha a sociedade em questão. A da literatura como da história e da geografia –
economia industrial proporciona o incremento de fora da sua contextualidade espaço-temporal. É,
uma paisagem urbana enquanto que a economia todavia, mais frequente a referência ao tempo e
baseada na agricultura produz uma paisagem ru- ao espaço nos romances da literatura brasileira.
ral. Muitas vezes os termos espaço e paisagem Sabemos o quanto é espaço-temporal a obra de
se confundem, mas não têm o mesmo significado. um Machado de Assis, Lima Barreto, Graciliano
Na visão do professor Milton Santos: “A paisagem Ramos, José Lins do Rêgo, Jorge Amado, Érico
é diferente do espaço. A primeira é a materiali- Veríssimo, Guimarães Rosa, cujos personagens
zação de um instante da sociedade. Seria, numa veem suas tramas de vida se confundirem com
comparação ousada, a realidade de homens fixos, seu espaço e tempo, mesmo quando, a exemplo
parados como numa fotografia. O espaço resulta de Grande Sertão: veredas, os homens buscam
do casamento da sociedade com a paisagem. O um mergulho na sua interioridade subjetiva para
espaço contém movimento. Por isso, paisagem e realizar a fuga simbólica das estruturas espaço-
espaço são um par dialético. Complementam-se -temporais que amarram objetivamente suas for-
e se opõem” mas de existência. O peso das determinações
SANTOS, Milton. Metamorfoses do Espaço Habitado. São Paulo: EDUSP, 2008.p.79.
espaço-temporais sobre esses personagens
PAISAGEM NATURAL X PAISAGEM ARTIFI- e suas tramas de vida é tal que com elas sua
CIAL - Parque Estadual de Vila Velha (PR). Bair- existência indissociavelmente se confunde. Pu-
ro do Benfica, na cidade de Fortaleza (CE). Tudo dera, o homem é homem-no-mundo [...] Quando
o que existe ocupa espaço e se situa num tempo. se diz que é preciso contextualizar um romance
Ou seja, tudo o que acontece também se situa no seu espaço-tempo, está se querendo dizer é
num tempo e num espaço. O tempo pode ser se- preciso que ele seja visto no âmbito da estrutura
parado em diferentes escalas que facilitam o en- da sociedade concreta em que desenrola a tra-
tendimento de sua intervenção nos espaços geo- ma de vida de seus personagens.
MOREIRA, Ruy. Pensar e Ser em Geografia. Ed. Contexto: São Paulo, 2007.p.144.
gráficos: Tempo Geológico: é usado para contar In.: Ser-tões: o universal no regionalismo de Graciliano Ramos, Mário de Andrade e
a história da formação do Universo e da Terra e Guimarães Rosa.
dos seus continentes através da divisão em Éons, TERRITÓRIO - A discussão sobre território está
Eras, Épocas e Períodos. Tempo Histórico: é usa- presente em diferentes áreas do conhecimento
do para explicar as profundas mudanças ocorri- científico, desde a Etologia, da qual surgiram as
das no espaço geográfico. Apesar de não haver formulações iniciais sobre territorialidade, pas-
consenso entre os estudiosos, convencionou-se

67
GEOGRAFIA

sando pela História, Ciência Política, Antropo- que um ninho está sendo construído ou um
logia e Sociologia, até aportar na Geografia, na sinal para que os outros pássaros não se
qual se constitui um dos conceitos básicos. Ao aproximem. Os gatos borrifam, em torno do
perpassar esses diferentes campos, o concei- espaço que consideram seu, uma secreção
to assume uma enorme polissemia, posto que de odor penetrante, destinada a evitar a en-
cada área sintetiza um enfoque a partir de uma trada de outros animais. Desse modo, estão
determinada perspectiva.No âmbito da própria demarcando uma fronteira. Entre os seres
Geografia, as diferentes definições de território humanos, há inúmeros comportamentos ter-
atestam essa condição, cujos sentidos variam ritoriais.
de uma abordagem jurídica, social e cultural, e MAGNOLI, Demétrio. GÉIA – Fundamentos da Geografia. São Paulo, 2002.
Ed.Moderna.p.18.
mesmo afetiva, cuja problematização se ancora
REGIÃO - O termo região deriva do latim Re-
em aspectos vinculados a relações que a socie-
gio / Regere e significa comandar, como nos
dade estabelece com a natureza, mediadas por
lembra Corrêa: “a origem etimológica do ter-
mecanismos de apropriação, dominação, ocupa-
mo região estaria no termo regio, do latim, o
ção ou posse de uma fração do espaço. Dessa
qual se referia “à unidade político-territorial
relação, emerge a fragmentação do espaço com
em que se dividia o Império Romano”. Ain-
distintas funções, cuja organização, gestão, ma-
da segundo este autor, o fato de seu radical
nutenção ou, mesmo, reorganização conjugarão
ser proveniente do verbo regere, governar,
interesses dos atores envolvidos.
atribuiria à região “em sua concepção origi-
Território deriva do vocábulo latino
nal, uma conotação eminentemente política”.
terra e, nessa língua, corresponde a terri-
Corrêa, 2001.
torium. Conforme Di Méo (1998, p. 47 apud
Região é um conceito fundamental da
HAESBAERT, 2004, p. 43), o jus terrendi con-
Geografia, mas que a partir dos estudos interdis-
fundia-se com o direito de aterrorizar. Embo-
ciplinares amplia suas referências semânticas
ra não ocorrendo consenso sobre essa ori-
para outras disciplinas científicas. Na realidade,
gem etimológica, é importante ressaltar que,
região torna-se um estudo comum à investiga-
direta ou indiretamente, o que se propagou
ção geográfica, histórica, social, linguística, lite-
sobre território diz respeito a um duplo senti-
rária e, nesses e em outros casos, precisa ser
do: à terra, o território como materialidade, e
descrita e definida epistemologicamente, sob
aos sentimentos que o território inspira, por
pena de se tornar um instrumento ideológico ou
exemplo, medo (para quem é dele excluído)
doutrinário, e não um conceito científico. Embora
e satisfação (para quem dele usufrui ou com
objeto de grande polêmica, ao ponto de já ter
ele se identifica).
sido proposto o abandono da utilização por Yves
Um elemento extremamente importante
Lacoste, por ter sido este se transformado num
para a Geografia e para a interpretação correta
conceito-obstáculo, a discussão da questão não
da sociedade e de suas relações com a natureza
se restringe a simples definição de um termo que
é o território. Quando falamos em território logo
possa ser suprido pela noção de área; mais im-
nos vêm a ideia de território nacional e o Estado
portante é a reflexão sobre as questões que dão
enquanto seu administrador. Porém a interpreta-
base a formação do conceito de região. A divisão
ção do território não tem relação somente com o
do mundo em regiões foi e continua sendo um
território nacional, podemos trabalhar o território
dos principais desafios encontrados pela ciência
indígena, ou o território de uma gangue de rua
geográfica ao longo da história. Na verdade não
ou até mesmo o território do tráfico de drogas.
existe uma divisão regional ou uma regionaliza-
Em cada um desses territórios há relações so-
ção única e dominantemente correta, a regiona-
ciais de poder que modelam a área em questão,
lização pode seguir vários critérios.
seguindo uma composição societária e um con-
junto de leis por ela elaboradas.
LUGAR - O conceito de lugar sempre esteve
presente na análise geográfica, sofrendo amplas
CONTEXTO BIOLÓGICO
considerações em diferentes épocas. Por muito
Os estudiosos da etologia animal, a
tempo, a Geografia tratou o lugar com uma ex-
ciência que estuda os comportamentos e os
pressão do espaço geográfico sob uma dimen-
hábitos dos animais, observaram entre vá-
são pontual (localização espacial absoluta). Para
rias espécies de aves e mamíferos, práticas
ultrapassar esta ideia, a discussão de lugar tem
de definição e defesa de territórios. O canto
sido realizada sob duas acepções: lugar e ex-
dos pássaros, muitas vezes, é um aviso de

68
GEOGRAFIA

periência, e lugar e singularidade. O lugar como lecomunicações e telemática). Do ponto de vista


experiência caracteriza-se principalmente pela econômico, da mesma forma a economia tradi-
valorização das relações de afetividade desen- cional precisa de infraestrutura, como energia e
volvidas pelos indivíduos em relação ao ambien- meios de transportes e fontes de matérias-primas
te. Nesta linha de raciocínio, o lugar é resultado a economia informacional também necessita de
de significados construídos pela experiência, ou uma infraestrutura específica: as infovias.
seja, trata-se de referenciais afetivos desenvolvi-
dos ao longo de nossas vidas. MUDANÇAS TECNOLÓGICAS AO LONGO DO
[...] lugar significa muito mais que o TEMPO
sentido geográfico de localização. Não se PERÍODO COMUNICAÇÃO ENERGIA MEIOS
refere a objetos e atributos das localizações,
PRÉ-AGRÍCOLA LINGUAGEM ORAL E PICTóRIA. FOGO. INSTRUMENTOS PRIMITIVOS.
mas a tipos de experiências e envolvimento
com o mundo, a necessidade de raízes e se- CHARRUA (ARADO GRANDE,
AGRÍCOLA ESCRITA E IMPRENSA. TRAÇÃO ANIMAL.
DE FERRO).
gurança
(RELPH, 1979, p. 156). MÁQUINAS AVANÇADAS,
TELÉGRAFO, TELEFONE, FONÓGRAFO, RÁDIO MÁQUINA A VAPOR E
INDÚSTRIA ESTRADAS DE FERRO E
Sob esta interpretação, o lugar é diferen- E CINEMA. ELETRICIDADE.
VEÍCULOS MOTORIZADOS.
te do espaço, posto que o primeiro é fechado,
TRANSPORTE SUPERSÔNICO E
íntimo e humanizado, ao passo que o segundo TELEVISÃO, SATÉLITE, COMPUTADOR, SISTEMAS FISSÃO ATÔMICA, INTERPLANETÁRIO, MATERIAIS
ATUAL
seria qualquer porção da superfície terrestre, MULTIMíDIAS. BATERIAS E LASER. SINTÉTICOS, ROBÓTICA E
BIOTECNOLOGIA.
ampla e desconhecida. Assim, o lugar está conti-
CONTROLE DE TEMPO E
do no espaço. A categoria lugar encerra espaços IMINENTE MULTIMÍDIA E BURÓTICA1 E DOMÓTICA2. FUSÃO ATÔMICA.
BIOTECNOLOGIA.
com os quais os indivíduos têm vínculos afeti- GROS, B. M, 1971, p.272-273. Em: Santos Milton. A natureza do espaço. São Paulo:
vos, onde se encontram as referências pessoais Hucitec, 1996.p. 140. (Adaptado).

e os sistemas de valores que induzem a diferen-


tes formas de perceber e construir a paisagem, EXECRÍCIO DE APRENDIZAGEM
e o espaço geográfico. QUESTÃO 01 - Para o geógrafo Milton Santos
MEIO GEOGRÁFICO: Sob o ponto de paisagem é “o domínio do visível, aquilo que a
vista histórico, o meio geográfico pode ser di- vista abarca. Não é formada apenas por volumes,
vidido em quatro períodos: meio natural, meio mas também de cores, movimentos, odores, sons
técnico, meio técnico-científico e meio técnico- (...). A dimensão da paisagem é a dimensão da
-científico-informacional. percepção, o que chega aos sentidos. ”
MEIO NATURAL: Quando o ser humano Metamorfose do Espaço Habitado. São Paulo: Hucitec, 1996, p.61-62.

era apenas caçador e coletor, um nômade so- Considerando essa afirmação, analise as senten-
brevivia através da caça e coleta. ças a seguir:
MEIO TÉCNICO: Quando o ser huma- I. A simples observação da paisagem não nos
no passa a domesticar animais e se deslocar a traz explicações sobre as funções das edi-
longas distâncias. Além do desenvolvimento de ficações, da organização dos sistemas de
atividades agrícolas, a construção de abrigos e a produção e de tecnologias empregadas.
criação de ferramentas para facilitar as atividades II. Apenas os elementos naturais são suficien-
diárias. Essa frase pode ser representada pela tes para entendermos o espaço geográfico,
Revolução Agrícola. visível através das paisagens.
MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO: Há cerca III. Ao considerarmos os elementos naturais,
de 250 anos, o avanço da ciência criou condições as funções dos espaços construídos, as re-
para a invenção de máquinas que modificaram ra- lações e as estruturas econômicas, sociais
dicalmente e com muita rapidez o modo de vida e políticas, estamos tratando do espaço ge-
no planeta. A tecnologia adquiriu um papel cada ográfico e não apenas das paisagens.
vez mais importante. O conjunto das tecnologias IV. As paisagens geográficas envolvem não
envolvidas no processo de fabricação de mer- somente os aspectos naturais, mas tam-
cadorias, produção de energia e circulação de bém os aspectos visíveis da cultura das so-
pessoas foi resultado da aplicação prática dos co- ciedades.
nhecimentos científicos. Esse período é marcado Está correto apenas o que se afirma em:
pela Revolução Industrial. a) I e II b) II e III
MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO-INFORMA- c) II e IV d) I, II e IV e) I, III e IV
CIONAL: Atualmente a sociedade vive cercada
pela utilização de tecnologias da informação (te-

69
GEOGRAFIA

QUESTÃO 02 - O patrimônio cultural brasileiro é rias. Em conjunto, essas invenções tiveram efeito
dos mais variados e apresenta íntima relação com principalmente sobre a ampliação da:
o espaço geográfico. Ao lado e abaixo temos dois a)intervenção estatal
momentos da arquitetura brasileira que remetem b) integração territorial
a esta reflexão. Sobre isso, podemos afirmar: c) distribuição da riqueza
d) mobilidade ocupacional

QUESTÃO 04 - Toda paisagem que reflete uma


porção do espaço ostenta marcas de um passado
mais ou menos remoto, apagado ou modificado
de maneira desigual, mas sempre presente.
Olivier Dolfus, 1991.

De acordo com o texto, podemos afirmar:


a) A paisagem é um conjunto de formas hete-
rogêneas de idades diferentes.
(www.vitruvius.com.br - 05/08) b) A paisagem é estática, ao passo que o espa-
ço é dinâmico.
a) A paisagem é um conceito geográfico carac-
terizado pela combinação do território com c) As formas antigas da paisagem são sempre
a cultura, como comprova a arte gótica ex- suprimidas, devido a seu envelhecimento
posta nas duas imagens. técnico e social.
b) A produção do espaço é uma ação exclusi- d) As paisagens refletem, sempre, as marcas
vamente antrópica em que o meio físico não das desigualdades sociais, por serem pro-
apresenta relevância em sua construção. duzidas sob o modo de produção capitalis-
c) O espaço é uma acumulação desigual de ta.
tempos, como pode ser observado nas ar- e) A paisagem é uma representação do espa-
quiteturas barroca e moderna, expostas nas ço, mas não é espaço, portanto, exibe as
imagens. formas, mas esconde a essência de sua
d) O espaço é estático, a cultura, dinâmica e produção.
o papel da geografia é fazer a descrição do
momento presente, como ocorrem nas ima- QUESTÃO 05 (FATEC) - A comunicação via in-
gens do século XX, expostas acima. ternet, especialmente nos bate-papos, possibilitou
e) A globalização impôs tal padronização cultu- um novo canal de comunicação entre as pessoas,
ral aos lugares que extinguiu a preservação e o Brasil tem se consolidado como um mercado
da arquitetura histórica, legando ao territó- de elevada utilização de sites sociais. Em agosto
rio, uma convivência exclusiva com a arte de 2011, do total de 61,2 milhões de pessoas com
contemporânea. acesso à internet no trabalho ou em domicílios,
45,4 milhões foram usuários ativos.
QUESTÃO 03 (UERJ) - IMPORTANTES INVEN- EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE USUÁRIOS ATI-
ÇÕES DOS SÉCULOS XIX E XX: VOS*, BRASIL – TRABALHO E DOMICÍLIOS –
INVENÇÕES ANO INVENTORES
AGOSTO DE 2010 E AGOSTO DE 2011
AlexAnder GrAhAm Bell (escocês, residenTe no
Telefone 1876
cAnAdá e nos eUA)
cArro 1886 GoTTlieB dAimler (Alemão)
rádio 1896 GUGlielmo mArconi (iTAliAno)
1903 irmãos WriGhT (norTe-AmericAnos): “flyer 1”
Avião
1906 AlBerTo sAnTos dUmonT (BrAsileiro): “14 Bis”
mArinhA dos eUA e UniversidAde de hArvArd: “hAr-
compUTAdor 1945
vArd mArk 1”

sATéliTe 1957 comUnidAde cienTíficA dA Urss: “spUTnik”


inTerneT 1969 comUnidAde cienTíficA dos eUA: “ArpAneT” Fonte: netView -- iBOPe nie en Online(http://www.ibope.com.br/calandraWeb
Adaptado de BOMENY, Helena e outros. Tempos modernos, tempos de sociologia. São
Paulo: Editora do Brasil, 2010. *Usuário ativo é a pessoa com 2 anos ou mais de
As invenções apresentadas no quadro afetaram idade que acessou a internet pelo menos uma vez
o mundo contemporâneo, em especial, no que se em agosto.
refere à circulação de ideias, pessoas e mercado- De acordo com as informações do texto e do grá-

70
GEOGRAFIA

fico, analise as afirmações: e) TERRITÓRIO, pois na composição, o autor


I. Considerando somente os usuários ati- aborda as territorialidades disputadas por
vos em domicílios, entre agosto de 2010 e agosto grupos sociais diferentes.
de 2011, houve um aumento de 15%, aproxima-
damente. QUESTÃO 07 - A partir do conceito de REGIÃO,
II. Considerando somente os usuários ati- assinale a opção CORRETA:
vos no trabalho, entre agosto de 2010 e agosto de a) O Conceito de Região na Geografia refere-
2011, houve um aumento acima de 10%. -se à porção do espaço que agrupa elemen-
III. Em agosto de 2011, do total de 61,2 tos diferentes.
milhões de pessoas com acesso no trabalho ou b) Por regionalização pode-se entender a divi-
em domicílios, 15,8 milhões não foram usuários são de um grande espaço em regiões, sem
ativos. nenhum critério anteriormente estabelecido.
É correto o que se afirma em: c) Para estudar todos os países do mundo não
a) I, apenas. b) II, apenas. precisamos regionalizar as informações,
c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. podemos estudar todos os dados geográ-
e) I, II e III. ficos juntos.
d) O conceito de região é menor que a escala
QUESTÃO 06 - Leia o fragmento da música, e local, e maior que a escala nacional.
assinale a opção VERDADEIRA referente à cate- e) Cada região se diferencia das outras por
goria geográfica utilizada: apresentar particularidades próprias, ou
seja, semelhança entre seus elementos.
SAMBA DO AVIÃO
(Composição: Antônio Carlos Jobim) QUESTÃO 08 - Leia o trecho da música Paisa-
Eparrê gem da janela, de Beto Guedes, e responda ao
Aroeira beira de mar que se pede:
[...] Da janela lateral do quarto de dormir
Vejo o Rio de Janeiro Vejo uma igreja um sinal de glória
Estou morrendo de saudades Vejo um muro branco e no voo um pássaro
Rio, seu mar Vejo uma grade e um velho sinal.
Praia sem fim Mensageiro natural, de coisas naturais
[...] Quando eu falava dessas cores mórbidas
Este samba é só porque Quando eu falava desses homens sórdidos
Rio, eu gosto de você Quando eu falava deste temporal...
A morena vai sambar De acordo com o trecho da música, assinale a al-
Seu corpo todo balançar ternativa que contém apenas elementos culturais:
[...] a)“...no voo um pássaro...”
Aperte o cinto, vamos chegar b)“...Vejo uma igreja um sinal de glória...”
Água brilhando, olha a pista chegando c)“...de coisas naturais...”
E vamos nós d)“...Quando eu falava dessas cores mórbi-
Pousar... das...”

a) CARTOGRAFIA, o trecho da música citada QUESTÃO 09 - O espaço geográfico é composto


mostra aspectos visuais do espaço geográ- por “formas visíveis” e “formas invisíveis”. Assina-
fico que podemos representar em mapas. le a alternativa abaixo que contenha apenas “for-
b) ESPAÇO GEOGRAFICO, pois a composi- mas invisíveis” do espaço geográfico:
ção mostra aspectos do Universo que vive- a) Rodovias e legislação
mos, ou seja, nosso Espaço Sideral. b) Hidrelétricas e praias
c) PAISAGEM, a partir da dimensão do percep- c) Fluxo de comunicação e fluxo de informação
tível, que é delimitado pela visão, o compo- d) Fábricas e fluxo de informação
sitor descreve o seu lugar. e) Rodovias e Ferrovias
d) REGIÃO, os recortes espaciais abordados
na canção trazem implícitos a idéia de par- QUESTÃO 10 - De acordo com a composição
ticularidade e agrupa elementos semelhan- “Triste Partida” de Patativa do Assaré, nas estro-
tes entre si. fes que dizem:

71
GEOGRAFIA

No topo da serra -a, depressão em que se erigia o povoado, que


Oiando pra terra se trancava a leste pelas colinas, a oeste e nor-
Seu berço, seu lar te pelas ladeiras das terras mais altas, que dali
[...] se intumescem até aos contrafortes extremos do
Aquele nortista Cambaio e do Caipá; e ao sul pela montanha. [...]
CUNHA, Euclides da. Os Sertões. Disponível em:
Partido de pena <http://www.dominiopublico.gov.br/dowload/texto/bv000091.pdf>. Acesso em: 4 abr. 2007.
De longe acena
O texto acima descreve um(a):
Adeus meu lugar...
a) Paisagem. b) Território.
a categoria geográfica “lugar” que aparece no
c) Região. d) Lugar.
fragmento do texto está empregada:
a) com o sentido de paisagem, pois é do topo
QUESTÃO 13 (UFRN) - A produção do espaço
da serra que o retirante delimita visualmen-
geográfico é um processo histórico e social carac-
te o que ele denomina como o seu lugar.
terizado pela apropriação dos recursos naturais
b) erroneamente porque ninguém pode ter o
pela sociedade e pelo progresso técnico vigente
sentimento de identidade e de pertencimen-
em cada momento histórico. Assim, com o desen-
to a uma terra inóspita que só lhe causa
volvimento técnico-científico-informacional, traço
sofrimento. O lugar é para cada pessoa o
marcante do mundo atual, o espaço geográfico:
espaço onde consegue se reproduzir eco-
a) passou a ser produzido de forma generali-
nomicamente.
zada, tendo em vista a distribuição homo-
c) com o sentido de território, pois trata-se de
gênea do sistema técnico em escala global.
um espaço apropriado pelo fazendeiro, o
b) tornou-se mais denso em objetos artificiais,
qual exerce sobre o mesmo uma relação de
permitindo a aceleração dos fluxos da eco-
poder.
nomia informacional.
d) corretamente porque está impregnada de
c) foi unificado pelo surgimento das cidades
emoções e de afetividade. Há uma identida-
globais, devido à distribuição uniforme do
de de pertencimento para com esta parcela
sistema mundial de redes de informações.
d espaço.
d) tornou-se globalizado, em virtude da univer-
e) com conotação de região natural, pois trata-
salização do acesso da população mundial
-se do Sertão nordestino de abrangência
aos objetos técnicos e informacionais.
do clima semi-árido de chuvas escassas e
QUESTÃO 14 (UEL) - “Na história primitiva, ha-
irregulares e da presença da vegetação de
via poucas formas criadas pelo homem, sendo
caatinga.
bastante reduzido o número daquelas estabe-
lecidas com um sentido de permanência ou de
QUESTÃO 11 - A que categoria geográfica se re-
maior impacto. O espaço assemelhar-se-ia à tela
fere Milton Santos neste fragmento de texto?
proverbial esperando pela tinta da história huma-
“Formado por um conjunto indissociável, solidário
na. Neste aspecto, as alternativas eram infinitas.
e também contraditório, de sistemas de objetos
Entretanto, cada objeto permanece na paisagem,
e sistemas de ações, não considerados isolada-
cada campo cultivado, cada caminho aberto,
mente, mas como o quadro único no qual a histó-
poço de mina ou represa constitui uma objetifica-
ria se dá.”
(SANTOS, M., 2004:63).
ção concreta de uma sociedade e de seus termos
de existência. As gerações vindouras não podem
Assinale a alternativa correta:
deixar de levar em conta essas formas. As cida-
a) Paisagem b) Espaço geográfico
des e as redes de transportes dos tempos moder-
c) Território d) Lugar
nos testemunham tal herança, que se interpõe no
e) Região
curso do futuro.”
(SANTOS, Milton. Espaço e método. São Paulo: Nobel, 1992. p. 54.)

QUESTÃO 12 (UFOP) - Leia o texto a seguir: Com base no texto, considere as afirmativas a se-
[...] Fechado ao sul pelo morro, descendo escan- guir:
celado de gargantas até o rio, fechavam-no, a V. I. Na paisagem produzida pelas sociedades,
oeste, uma muralha e um vale. De fato, infletindo coexistem temporalidades distintas que se
naquele rumo, o Vaza-Barris, comprimido entre as manifestam na diversidade de formas e de
últimas casas e as escarpas a pique dos morros artefatos.
sobranceiros, torcia para o norte feito um cañon VI. II. O aumento da densidade das paisagens
fundo. A sua curva forte rodeava, circunvalando- faz com que as sociedades humanas per-

72
GEOGRAFIA

cam a possibilidade de legar registros con-


cretos de seus termos de existência.
VII. III. Formas e objetos socialmente criados
e dispostos no espaço têm papel ativo, pois
facilitam ou nibem transformações sociais.
VIII. IV. Para as futuras gerações, a paisagem
assemelhar-se-á a uma tela em branco es-
perando pela tinta da história humana.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II. b) I e III.
c) III e IV. d) I, II e IV. e) II, III e IV.

QUESTÃO 15 (UFPA) - “Os espaços [...] requa-


lificados atendem, sobretudo, aos interesses dos
atores hegemônicos da economia, da cultura e da
política e são incorporados plenamente às novas
correntes mundiais. O meio técnicocientífico-in-
formacional é a cara geográfica da globalização.”
(SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo:
Ed. Hucitec, 1997, 2. ed., p. 191.).

Considerando o texto é correto afirmar acerca do


processo de globalização:
a) Os sistemas de informação hoje existentes,
apesar de avançados, ainda não possibili-
tam trocas de imagens, sons, dados e voz EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
em tempo real por todo o mundo, o que pro- 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
move uma relativa distância entre os espa- E C B E C C E B C D
ços regionais. 11 12 13 14 15
b) Após a onda de inovação tecnológica que B A B B B
perdurou da Segunda Guerra Mundial até
os anos 70, um novo caminho, a revolução
tecnocientífica, baseado na emergência
dos microeletrônicos e da transmissão de
informações, reordena o espaço global.
c) Uma das características que marcaram des-
de o início a “era da informação” foi a utili-
zação de tecnologias de mais durabilidade
e de difícil substituição. “É preciso explicar por que o mundo de hoje, que
d) De acordo com a nova ordem mundial, não é horrível, é apenas um momento do longo desen-
é mais o poderio militar que impossibilita a volvimento histórico e que a esperança sempre foi
circulação de informação em tempo real, uma das forças dominantes das revoluções e das
mas, sim, o poderio econômico e tecnoló- insurreições. E eu ainda sinto a esperança como
gico. minha concepção de futuro.”
e) A força cultural no mundo ocidentalizado im- Jean-Paul Sartre. Prefácio de “Os condenados da terra”, de Frantz Fanon, 1963.

pede que cada vez mais pessoas bebam os


mesmos refrigerantes, comam nas mesmas
redes de lanchonetes, ouçam os mesmos
tipos de músicas, assistam aos mesmos fil-
mes e utilizem a mesma rede mundial de
computadores para comunicação on line.

73
CIÊNCIAS DA NATUREZA

74
BIOLOGIA

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM sentam o mecanismo de síntese proteica igual ao


QUESTÃO 01 (ENEM) - Na solução aquosa das dos procariotos correspondem às de números:
substâncias orgânicas prebióticas (antes da vida), a) 1 e 4 b) 2 e 3
a catálise produziu a síntese de moléculas com- c) 3 e 6 d) 4 e 5 e) 3 e 4
plexas de toda classe, inclusive proteínas e ácidos
nucléicos. A natureza dos catalisadores primitivos QUESTÃO 03 - A diversificação da vida na Terra é
que agiam antes não é conhecida. É quase certo consequência da extremamente longa história da
que as argilas desempenharam papel importante: acumulação de oxigênio livre (O2) na atmosfera
cadeias de aminoácidos podem ser produzidas que se iniciou há aproximadamente 3,5 bilhões de
no tubo de ensaio mediante a presença de certos anos, quando as primeiras cianobactérias passa-
tipos de argila. (...) Mas o avanço verdadeiramen- ram a utilizar gás carbônico (CO2) e luz solar para
te criativo que pode, na realidade, ter ocorrido obtenção de energia. No gráfico a seguir, os pon-
apenas uma vez ocorreu quando uma molécula tos a, b, c, d e e representam eventos intimamen-
de ácido nucléico aprendeu a orientar a reunião te relacionados com o aumento da concentração
de uma proteína, que, por sua vez, ajudou a co- de O2 na atmosfera ao longo do tempo geológico.
piar o próprio ácido nucléico. Em outros termos,
um ácido nucléico serviu como modelo para a
reunião de uma enzima que poderia então auxiliar
na produção de mais ácido nucléico. Com este
desenvolvimento apareceu o primeiro mecanismo
potente de realização. A vida tinha começado.
Adaptado de: LURIA, S.E. Vida: experiência inacabada. Belo Horizonte: Editora Itatiaia;
São Paulo: EDUSP, 1979.

Considere o esquema abaixo:

Assinale a alternativa em que os eventos corres-


pondentes aos cinco pontos identificados no grá-
fico estão ord1enados segundo a provável sequ-
ência em que ocorreram.
a) respiração celular; fotossíntese; conquista
do ambiente terrestre; origem da célula eu-
cariótica; formação da camada de ozônio
b) origem da célula eucariótica; fotossíntese;
O “avanço verdadeiramente criativo” citado no respiração celular; conquista do ambiente
texto deve ter ocorrido no período (em bilhões de terrestre; formação da camada de ozônio
anos) compreendido aproximadamente entre: c) formação da camada de ozônio; conquista
a) 5,0 e 4,5. b) 4,5 e 3,5. do ambiente terrestre; origem da célula eu-
c) 3,5 e 2,0. d) 2,0 e 1,5. e) 1,0 e 0,5. cariótica; respiração celular; fotossíntese
d) fotossíntese; formação da camada de ozô-
QUESTÃO 02 - Durante o processo evolutivo, nio; respiração celular; conquista do am-
algumas organelas de células eucariotas se for- biente terrestre; origem da célula eucarió-
maram por endossimbiose com procariotos. Tais tica
organelas mantiveram o mesmo mecanismo de e) fotossíntese; respiração celular; origem da
síntese proteica encontrado nesses procariotos. célula eucariótica; formação da camada de
Considere as seguintes organelas celulares, exis- ozônio; conquista do ambiente terrestre
tentes em eucariotos:
1 - mitocôndrias QUESTÃO 04 - Em certos locais, larvas de mos-
2 - aparelho golgiense cas, criadas em arroz cozido, são utilizadas como
3 - lisossomas iscas para pesca. Alguns criadores, no entanto,
4 - cloroplastos acreditam que essas larvas surgem espontanea-
5 - vesículas secretoras mente do arroz cozido, tal como preconizado pela
6 - peroxissomas teoria da geração espontânea. Essa teoria come-
Nas células das plantas, as organelas que apre- çou a ser refutada pelos cientistas ainda no sé-

75
BIOLOGIA

culo XVII, a partir dos estudos de Redi e Pasteur, d) Teoria de Lamarck


que mostraram experimentalmente que: e) Teoria de Hardy-Weinberg
a) seres vivos podem ser criados em labora-
tório. QUESTÃO 08 - Devido ao grande número de aci-
b) a vida se originou no planeta a partir de mi- dentes provocados pelos cães da raça Pitbull, vá-
crorganismos. rias solicitações vêm sendo feitas pela população
c) o ser vivo é oriundo da reprodução de outro do Rio de Janeiro e de outras cidades do Brasil,
ser vivo pré-existente. visando à proibição da circulação desses cães
d) seres vermiformes e microrganismos são pelas ruas. Para alguns adestradores, o compor-
evolutivamente aparentados. tamento agressivo desses animais é ensinado por
e) vermes e microrganismos são gerados pela seus donos - os “Pitboys”. Para outros, a agressi-
matéria existente nos cadáveres e nos cal- vidade é conseqüência de um aprimoramento ge-
dos nutritivos, respectivamente. nético obtido pela utilização dos cães vencedores
em brigas, nos processos de reprodução em ca-
QUESTÃO 06 ENEM - Uma equipe de paleon- nis: à medida que esses cães foram estimulados
tólogos descobriu um rastro de dinossauro carní- a brigar, nas famosas rinhas, ocorreram altera-
voro e nadador, no norte da Espanha. O rastro ções genéticas que favoreceram a agressividade
completo tem comprimento igual a 15 metros e e foram transmitidas pelos cães vencedores aos
consiste de vários pares simétricos de duas mar- filhotes. A segunda opinião é melhor explicada
cas de três arranhões cada uma, conservadas em pela:
arenito. O espaço entre duas marcas consecuti- a) teoria Sintética
vas mostra uma pernada de 2,5 metros. O rastro b) teoria de Lamarck
difere do de um dinossauro não-nadador: “são as c) mistura das teorias de Darwin e Lamarck
unhas que penetram no barro - e não a pisada -, d) teoria de Darwin
o que demonstra que o animal estava nadando e) teoria de Malthus
sobre a água: só tocava o solo com as unhas, não
pisava”, afirmam os paleontólogos. QUESTÃO 09 - Segundo a teoria evolucionista de
Internet: <www.noticias.uol.com.br> (com adaptações).
Lamarck, conhecida pelo nome de Lei do Uso e
Qual dos seguintes fragmentos do texto, conside- do Desuso, as girafas primitivas tinham pescoço
rado isoladamente, é variável relevante para se curto e, ao se esforçarem esticando-o, este so-
estimar o tamanho do dinossauro nadador men- fria um pequeno alongamento a cada geração e
cionado? o somatório desses alongamentos redundou no
a) “O rastro completo tem 15 metros de com- pescoço longo das girafas atuais. A teoria Lamar-
primento” quista baseava-se sobretudo em dois pontos fun-
b) “O espaço entre duas marcas consecutivas damentais, que:
mostra uma pernada de 2,5 metros” a) os indivíduos de uma mesma espécie não
c) “O rastro difere do de um dinossauro não são todos exatamente iguais entre si.
nadador” b) os sobreviventes de cada espécie são sem-
d) “são as unhas que penetram no barro — e pre os mais capazes, havendo então uma
não a pisada” seleção natural dos mais aptos.
e) “o animal estava nadando sobre a água: só c) os indivíduos desenvolvem uma luta pela
tocava o solo com as unhas” vida pois, enquanto as populações crescem
em progressão geométrica, os recursos
QUESTÃO 07 - Determinadas plantas para se para a subsistência crescem em progres-
protegerem de predadores produzem inibidores são aritmética.
de proteases que dificultam a digestão de proteí- d) nos indivíduos de uma espécie aparecem
nas pelos insetos. Por outro lado, alguns insetos variações de forma brusca e em conse-
desenvolvem a capacidade de sintetizar enzimas qüência de alterações do material genético,
digestivas resistentes à ação desses inibidores. transmitidos dos pais para os filhos, através
O processo evolutivo dos insetos que desenvol- dos gametas.
veram a capacidade referida acima é mais bem e) as alterações estruturais dos órgãos, adqui-
explicado pela: ridas pelas espécies durante sua vida e por
a) Teoria da Oscilação Gênica influência ambiental, são transmitidas here-
b) Teoria de Darwin ditariamente e assim se perpetuam ao lon-
c) Teoria de Malthus go das gerações.

76
BIOLOGIA

mem ao meio ambiente.


QUESTÃO 10 - Os ossos do pé de alguns dos b) favorável, pois permite a concorrência do
mais antigos europeus, segundo estudos do pa- homem com outros seres vivos.
leoantropólogo americano Erik Trinkaus, da Uni- c) favorável, pois possibilita ao homem adquirir
versidade Washington, em Saint Louis, possuem características que podem ser transmitidas
alterações sugerindo que os primeiros calçados aos seus descendentes.
começaram a ser usados há cerca de 30 mil anos. d) desfavorável, pois impede a ação da sele-
Foi nessa época que os sapatos se tornaram mais ção natural, que traria vantagens adaptati-
rígidos do que um simples pedaço de pele usado vas.
para esquentar os pés. E também começaram a e) desfavorável, pois o homem vai adquirindo
ser usados por um período muito maior, com mais características mais adaptativas, mas preju-
efeitos sobre os dedos. O fato é que, como se- dica os demais seres vivos.
ria de esperar, quem não usa sapatos tem uma
pisada mais “espalhada”, ganhando um dedão li- QUESTÃO 12 - No inicio do século XX (tempo
geiramente mais robusto. Além disso, os dedos 0), foram instaladas, em uma cidade da Inglater-
do meio do pé crescem e se fortalecem mais nas ra, algumas fábricas que passaram a emitir gran-
pessoas que andam descalças. Medindo cuida- de quantidade de gases poluentes. Nessa região
dosamente as falanges dos dedos de povos mo- havia uma população de mariposas da espécie
dernos e hominídeos, que vão de neandertais Biston betularia, com dois fenótipos: corpo claro
com mais de 100 mil anos ao Homo sapiens com e corpo escuro. O gráfico a seguir mostra a varia-
pouco menos de 20 mil anos, o pesquisador des- ção da intensidade da poluição do ar e a variação
cobriu diferenças bastante claras, que aparente- do número relativo de indivíduos da espécie Bis-
mente confirmam a hipótese dos “dedos do meio”. ton betularia de corpo escuro e de corpo claro em
Texto adaptado de: Phttp://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=30902. Q Acesso
em: 22/09/2005.
função do tempo.
Com base no texto acima e nos seus conheci-
mentos de morfologia dos sistemas orgânicos e
de evolução, conclui - se que:
a) é provável que o aspecto dos pés de quem
anda descalço por toda a vida seja herdado
por seus descendentes.
b) ao caminhar descalço, além dos ossos, so- As curvas que correspondem, respectivamente,
mente os músculos dos pés sofrem modifi- aos indivíduos de corpo claro, aos de corpo escu-
cações. ro e à poluição do ar são:
c) apesar de não ter sido citada no texto, a a) y, z, x; b) y, x, z;
pele do calcanhar daqueles povos, antes c) x, z, y; d) z, y, x; e) z, x, y.
dos calçados, devia ser mais espessa, num
fenômeno de queratinização das células QUESTÃO 13 - As duas espécies ilustradas abai-
epiteliais. xo, embora sejam morfologicamente parecidas,
d) os dedos do pé apresentam três falanges. pertencem a famílias botânicas muito distintas.
e) em virtude de anos de uso de calçados, se
a humanidade os abandonasse não haveria
retorno ao modelo de pé descrito no texto
acima, pois as alterações sofridas são per-
manentes.

QUESTÃO 11 - O homem tem conseguido re-


solver seus problemas de sobrevivência criando
mecanismos tecnológicos cada vez mais sofisti-
cados. Na área médica, por exemplo, os trans-
plantes permitem a sobrevivência de indivíduos UZUNIAN, A; BIRNER, E. Biolobia. v. 3. 2. ed. São Paulo: Harbra. 2002. p. 291.
que não teriam chances sem os recursos desen-
Considerando que as duas espécies são encon-
volvidos. Toda essa ação humana, comparada à
tradas em hábitats com as mesmas característi-
teoria evolucionista de Darwin, é:
cas e, portanto, sob pressões seletivas semelhan-
a) favorável, pois facilita a adaptação do ho-
tes, pode-se dizer que este é um exemplo de

77
BIOLOGIA

a) isolamento geográfico. QUESTÃO 16 - Através de estudos com auxílio


b) co-evolução. de fósseis, foi possível esclarecer parte da história
c) convergência adaptativa. evolutiva do cavalo ( Equus). Há cerca de 65 mi-
d) irradiação adaptativa. lhões de anos, havia o Hyracothrium, um pequeno
e) isolamento reprodutivo. herbívoro que habitava florestas e alimentava-se
de folhas. No entanto, mudanças climáticas pro-
QUESTÃO 14 - “O poder relativo de muitas for- vocaram um recuo das florestas (que se tornaram
ças fundamentais (a gravidade, por exemplo) ralas) e um aumento de pradarias. Tais mudanças
varia, de maneira regular, com o tamanho, e os deixaram esses animais expostos e os maiores
animais reagem alterando sistematicamente suas e mais velozes conseguiam defender-se de seus
formas. (…) a própria geometria do espaço é a predadores naturais. A diminuição do número de
principal razão para as correlações existentes en- dedos e o aumento do dedo médio, cuja unha se
tre tamanho e forma. Por que isso é importante transformou em casco, facilitando a corrida nos
para os animais? (...) Galileu reconheceu esse solos mais duros das pradarias; o alargamento da
princípio em seu Discorsi, de 1638, a obra-prima superfície mastigadora e o espessamento do es-
que escreveu quando se achava em prisão domi- malte dos dentes, permitiram a adaptação ao pas-
ciliar por ordem da Inquisição. Ele argumentava to de gramíneas. E assim surgiu o atual cavalo.
que o osso de um animal de grande porte precisa
engrossar desproporcionalmente para prover a
mesma força relativa que os ossos delgados de
uma criatura pequena.”
Tamanho e forma (Stephen Jay Gould)

Nas mesmas bases do que ocorre em organismos


e suas estruturas corporais, podemos observar a Figura adaptada do livro “ Ciências Entendendo a Natureza”. Página 28, 18a edição 2001,
busca da harmonia entre forma, tamanho e fun- editora Saraiva.

ção também no microcosmo da citologia. Obser- Com base no texto acima, identifique a teoria que
vando os critérios de origem e função, podemos melhor explica a evolução do cavalo:
identificar, claramente, como estruturas análogas: a) Lamarckismo b) Darwinismo
a) cloroplastos em células vegetais e mitocôn- c) Criacionista d) Mendelismo
drias em células animais. e) Malthusianismo
b) microvilosidades do epitélio intestinal e cris-
tas mitocondriais. QUESTÃO 17 - […] o uso, nos animais domésti-
c) glóbulos brancos e glóbulos vermelhos do cos, reforça e desenvolve certas partes, enquanto
sangue. o não-uso as diminui e, além disso, estas mudan-
d) lisossomos e vacúolos digestivos. ças são hereditárias. A afirmação faz referência
e) retículo endoplasmático rugoso e aparelho aos mecanismos que explicariam a transmissão
de Golgi. das características biológicas de pais para filhos:
lei do uso e desuso e transmissão hereditária dos
QUESTÃO 15 - As teorias de Lamarck e Darwin caracteres adquiridos. Pode-se afirmar que esses
diferem-se com relação à evolução. No Lamarkis- mecanismos de herança eram aceitos:
mo, o ambiente é o agente responsável pela mu- a) tanto por Lamarck quanto por Darwin. Po-
dança das espécies, enquanto no Darwinismo o rém, para Darwin, esses mecanismos
processo se inicia dentro das próprias espécies. apenas explicavam a transmissão das ca-
Portanto, a essência do Darwinismo reside em: racterísticas hereditárias, enquanto que a
a) evolução por caracteres adquiridos. evolução em si era explicada como resulta-
b) variações individuais herdáveis, que, atra- do da ação da seleção natural sobre a va-
vés do espaço e tempo, se convertem em riabilidade.
variação interespecífica. b) tanto por Lamarck quanto por Darwin. Para
c) evolução por meio de mutações súbitas, im- ambos, esses mecanismos, além de expli-
primidas pelo meio ambiente. carem a herança das características he-
d) transformação das populações por meio de reditárias, também explicavam a evolução
mutações lentas, as quais são úteis para a das espécies ao longo das gerações. Para
adaptação. Darwin, porém, além desses mecanismos
e) variações que dão origem, respectivamente, deveria ser considerada a ocorrência das
a novas espécies. mutações casuais.

78
BIOLOGIA

c) exclusivamente por Lamarck. Cerca de 50 quiridos como base para ação da seleção
anos depois de Lamarck, Darwin demons- natural nas populações emevolução.
trou que as características adquiridas não e) Relacionar a ação do DNA com a capaci-
se tornam hereditárias e apresentou uma dade de manutenção e expressão das in-
nova teoria capaz de explicar o mecanismo formações genéticas existente em todos os
da herança: a seleção natural. sistemas vivos.
d) exclusivamente por Lamarck. Essas explica-
ções sobre o mecanismo da herança foram QUESTÃO 19 - Apesar do acúmulo dos estudos
imediatamente contestadas pela comunida- sobre evolução dos seres vivos e de uma série de
de científica. Coube a Darwin apresentar o evidências coletadas desde a época de Darwin,
mecanismo ainda hoje aceito como correto: observa-se uma onda de posicionamentos contrá-
a Teoria da Pangênese, que complementa a rios às teorias evolucionistas. Em vários estados
Teoria da Evolução. dos EUA e em um estado do Brasil, por exemplo,
e) exclusivamente por Lamarck. Darwin sabia foi incluído o ensino do criacionismo, por decisão
que essa explicação não era correta e por governamental. Um dos professores que ensinará
isso, nesse aspecto, era contrário ao lamar- o criacionismo em uma destas escolas brasileiras
ckismo. Contudo, Darwin não tinha melhor afirmou: Tenho certeza de que minha avó não era
explicação para o mecanismo da herança. macaca.
Coube a Mendel esclarecer que o material
(Ciência Hoje, outubro de 2004).

hereditário é formado por DNA. No entanto, a partir dos estudos de evolução dos
primatas, em particular, sabe – se que
QUESTÃO 18 - Com os cabelos castanhos e on- a) macacos originaram-se tanto na América
dulados já rareando, Mendel sobrescritando os quanto na África, assim como os humanos,
envelopes à sua maneira metódica, criou cora- o que reforça a hipótese da existência de
gem suficiente para enviar separatas a, pelo me- um ancestral comum.
nos, uma dúzia de cientistas de renome em toda a b) humanos e macacos têm um mesmo ances-
Europa. Uma separata foi encontrada no escritó- tral, uma vez que o tamanho do cérebro dos
rio de Charles Darwin, de modo que Mendel dever macacos é muito próximo do tamanho do
ter enviado um exemplar do seu trabalho ao pai cérebro dos humanos.
da teoria da Evolução. Mesmo que Darwin tives- c) geneticamente, alguns macacos são muito
se lido o artigo de Mendel, porém, provavelmente próximos dos humanos, o que se considera
não lhe daria importância. como uma evidência em termos de ances-
(HENIG, 2001, p. 130-131). HENIG, Robin Marantz. O monge no jardim: O gênio esque- tralidade comum.
cido e redescoberto de Gregor Mendel, o pai da genética. Rio de Janeiro: Rocco, 2001.
d) humanos e macacos têm um ancestral co-
Considerando a importância dos trabalhos de mum, pois em suas regiões de origem apre-
Mendel para elucidar os mecanismos norteado- sentam hábitos alimentares muito seme-
res da hereditariedade, pode-se afirmar que a lhantes.
utilização desses trabalhos por Charles Darwin, e) o fato de apenas macacos e humanos apre-
ainda no século XIX, poderiam ter aprimorado os sentarem as mãos com cinco dedos é a
conceitos darwinistas sobre evolução biológica. É maior evidência de ancestralidade comum.
possível afirmar como exemplo desse aprimora-
mento: QUESTÃO 20 - O desenvolvimento da genética
a) Reconhecer, no mendelismo, os mecanis- teve grande impulso no começo do século XX,
mos genéticos que levam a uma estabili- o que permitiu reinterpretar a teoria da evolução
dade das espécies e, ao mesmo tempo, elaborada por Darwin. Em meados de 1940, sur-
interpretar a variação herdada ao longo das ge uma teoria evolucionista mais consistente, que
gerações. ficou conhecida como teoria sintética da evolução
b) Compreender como a replicação semicon- ou neodarwinismo, cuja essência pode ser resu-
servativa é capaz de manter as informações mida em:
genéticas ao longo das gerações. a) os seres vivos se modificam ao longo do
c) Identificar, na geração espontânea, os me- tempo, as formas atuais de vida são des-
canismos genéticos responsáveis pelo au- cendentes de espécies ancestrais extintas
mento da variabilidade genética de uma po- e o mais forte se sobressai e sobrevive do-
pulação que sofre ação da seleção natural. minando o mais fraco.
d) Utilizar a lei da herança dos caracteres ad- b) as variações hereditárias presentes nos in-

79
BIOLOGIA

divíduos estão diretamente relacionadas


aos genes e cromossomos, por meio de
dois mecanismos principais: mutação e re-
combinação dos genes.
c) as características dos seres vivos podem
sofrer modificações no decorrer da vida, em
função do uso e desuso, e ser transmitidas
horizontalmente às gerações futuras de
quaisquer espécies.
d) as populações naturais de todas as espé-
cies tendem a crescer rapidamente, pois o
potencial reprodutivo dos seres vivos é mui-
to grande, o que pode ser observado na re-
produção em cativeiro.
e) os indivíduos sobrevivem e se reprodu-
zem, a cada geração, e se sobressaem por
apresentarem determinadas características
adaptativas às condições ambientais.

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
B A E C B D D B E C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C D C B B B A A C B

80
FÍSICA

1. Introdução: - Quando ligamos um aparelho - Ondas mecânicas - oscilações de um meio elás-


de rádio ou de televisão, um aparelho celular ou tico, portanto necessitam de meio material para
quando conectamos um laptop a uma rede sem se propagarem.
fio (Wireless), estamos utilizando aparelhos que Exemplos: Som, onda na superfície da água, etc.
foram convenientemente fabricados para receber • Quanto ao meio de propagação: - Unidimen-
e/ou transmitir dados, imagens e sons através da sional - a propagação se dá numa só direção.
propagação de ondas. Exemplo: uma onda propagando-se em uma cor-
da.
- Bidimensional - a propagação se dá num plano.
Exemplo: ondas na superfície de um lago.
- Tridimensional - a propagação se dá em todas
as direções.
Exemplo: o som.
• Quanto ao modo de vibração: - Transversal - a
vibração se dá em uma direção perpendicular a
direção de propagação da onda.
Exemplo: Onda se propagando em uma corda.

Define-se onda como sendo uma “perturbação do


meio caracterizada pelo transporte de energia e
quantidade de movimento, sem o transporte de
matéria”.

- Longitudinal - a onda move-se na mesma dire-


ção de oscilação dos corpos que estejam em seu
caminho.
Exemplo: Ondas sonoras, ondas em molas, etc.

2. Classificação das ondas:




Quanto a natureza 

Mecânica
  Eletromagnética

  Unidimensional
 
Classificação Quanto ao meio de propagação Bidimensional - Mista - uma onda mecânica constituída de vi-
 Tridimensional
  brações transversais e longitudinais simultâneas.
  Longitudinal Exemplo: Ondas sobre a superfície livre da água.
 
Quanto ao modo de vibração Transversal
  Mista
 

• Quanto a sua natureza: - Ondas eletromagnéti-


cas - produzidas pela vibração de cargas elétricas
[não necessita de meio material para se propagar
(podem se propagar no vácuo) ];
Exemplos: Ondas de rádio, raios laser, radar, etc.

81
FÍSICA

3. Elementos de uma onda: e mesmo sentido são ditos em fase. Assim,


os pontos P e P1 da figura estão em fase,
porque têm a mesma elongação Y e ambas
estão no ramo crescente da curva. Note
que o ponto P2 não está em fase com P3.
• Os nós são pontos de máxima energia ciné-
tica.
• Comprimento de onda (λ): é a distância entre
duas cristas ou entre dois vales consecuti-
4. Equação Fundamental da Ondulatória
vos, ou ainda a distância entre dois nós não
V= λ ⋅ f
consecutivos.
• Amplitude (A): é o máximo desvio sofrido pe- V = velocidade [metro por segundo (m/s)]
los pontos do meio, em relação à posição λ = comprimento de onda [metro (m)]
de equilíbrio. f = frequência [hertz (Hz)]
• Período (T): é o tempo necessário para uma As unidades de medida acima estão no Sistema
onda percorrer horizontalmente uma distân- Internacional de Unidades (SI).
1
cia igual ao comprimento de onda (tempo Observação: 1 hertz (1 Hz ) =
de uma oscilação). segundo
∆t 5. Princípio de Huygens - Cada ponto de uma
T=
n frente de onda, no instante t0 = 0, pode ser con-
onde; siderado uma fonte de ondas secundárias, produ-
Δt = intervalo de tempo. zidas no sentido de propagação e com a mesma
n = número de oscilações velocidade no meio. No instante posterior t1 a
nova frente de onda é a superfície que tangencia
• Frequência: é o número de oscilações efetuadas essas ondas secundárias.
na unidade do tempo (a frequência não depende
do meio de propagação).
n
f =
∆t
onde;
n = número de oscilações 6. Velocidade de propagação de ondas trans-
Δt = intervalo de tempo. versais em cordas tensas - Relação de Taylor
1
Observação: Note que f =
Τ
Observações:
Considere uma corda esticada propagando uma
onda mecânica transversal. Admita a corda pos-
suindo massa m e comprimento L; a densidade li-
near (µ’) dessa corda é a razão entre a sua massa
m e o seu comprimento L. Assim:
m
µ'= Unidade do SI: kg/m
L
• Chama-se de elongação a distância de um Onde µ’ é a unidade de massa por unidade de
ponto qualquer da curva até o eixo dos X. comprimento. Para o cálculo da velocidade V de
Na figura, Y é a elongação do ponto P. propagação da onda vale a Relação de Taylor:
• A amplitude é à elongação máxima. Na figu- F
ra a distância do ponto A ao eixo X, assim V=
µ'
como o é a distância do ponto C ao eixo X.
Para diferenciá-las, dizemos que a amplitu- 7. Fenômenos Ondulatórios
de de A, que está na região de Y positivo, é 7.1 Reflexão
positiva, e a de C, por estar na região de Y
negativa, é negativa.
• Pontos da curva que têm mesma elongação

82
FÍSICA

que esta tenha densidade linear diferente daque-


la. A refração, nesse caso, é sempre acompanha-
da de reflexão no ponto de junção das cordas. O
pulso que se refrata não sofre inversão de fase,
mas o pulso refletido pode ou não haver inversão
de fase, dependendo das densidades lineares das
duas cordas. Caso a primeira corda tenha menor
A reflexão de uma onda ocorre após incidir num densidade linear que a segunda, o pulso refleti-
meio de características diferentes e retornar a se do terá fase invertida, pois o incidente encontrará
propagar no meio inicial. Qualquer que seja o tipo uma corda mais densa, que se comportará como
da onda considerada, o sentido de seu movimen- uma extremidade fixa.
to é invertido, porém todas as características ini-
ciais da onda são mantidas. Isto decorre do fato
de que a onda continua a se propagar no mesmo
meio. Reflexão de ondas transversais em cordas
A análise da reflexão de pulsos transversais nas
extremidades de cordas deve ser dividida em
duas partes: Se a colocação das cordas for trocada, o pulso
• Cordas com a extremidade Fixa refletido não sofrerá inversão de fase, pois o in-
cidente encontrará uma corda menos densa, que
se comportará como uma extremidade livre.

O pulso reflete-se com inversão de fase, manten-


do todas as outras características.
• Cordas com a extremidade livre

O pulso incidente e o refletido têm, em valor ab-


soluto, a mesma velocidade inicial do pulso inci-
Quando o pulso atinge o anel do suporte, ele dente, mas o pulso refratado, apesar de continuar
sobe e desce, fazendo com que pulso seja refleti- com a mesma frequência do incidente, terá mo-
do sem inversão de fase. dificada a sua velocidade, pois, de acordo com a
fórmula de Taylor, a velocidade depende da den-
7.2 Refração sidade linear.

8. Polarização

Denomina-se refração a passagem de uma onda


de um meio para outro de características diferen-
tes (densidade, textura, etc.). Qualquer que seja
A Polarização é um fenômeno que acontece so-
o tipo de onda considerada verifica-se que o sen-
mente com as ondas transversais. Consiste na
tido e velocidade de propagação não são mais
seleção de um plano de vibração frente aos ou-
os mesmos de antes da refração. Isto acontece
tros por um objeto, ou seja, se incidir ondas com
porque o meio apresenta propriedades distintas
todos os planos de vibração num certo objeto,
da do meio de origem. Observação: Na refração a
este acaba deixando passar apenas aquelas per-
frequência não sofre alteração. Logo:
turbações que ocorrem num determinado plano.
VA VB
f= fB ⇒ =
λA λB
A

7.3 Refração e reflexão em ondas transversais


em cordas - A refração ocorre quando um pulso
passa de uma corda para outra, associada, desde

83
FÍSICA

Lei de Malus: seus componentes, ondas vindas de fontes que


produzem vários comprimentos de onda. Esta
propriedade das ondas foi de fundamental impor-
tância para provar que os raios de uma onda não
são retilíneos.

I SAÍDA I ENTRADA ⋅ cos 2 θ


=
θ = ângulo formado entre o analizador e o polarizador
I = Intensidade

9. Dispersão

11. Experiência de Young - Por volta de 1801 o


físico e médico inglês Thomas Young formulou,
em termos de hipótese, a primeira explicação
A Dispersão é um fenômeno que acontece quan- científica para a sensibilidade do olho humano
do uma onda, resultante da superposição de vá- às cores. Cerca de cinquenta anos mais tarde,
rias outras entra num meio onde a velocidade Hermann von Helmholtz (1773 - 1829), físico e
de propagação seja diferente para cada uma de fisiologista alemão, se encarregaria de desenvol-
suas componentes. Consequentemente a forma ver essa hipótese e convertê-la em teoria, que se
da função de onda inicial muda, sendo que sua tomou universalmente aceita.
forma é uma função do tempo.

10. Difração

d⋅y
Difração da luz pelas árvores no pôr-do-sol, na λ= 2 ⋅
n⋅D
qual é possível observar as cores do arco-íris
(foto: Wing-Chi Poon) Onde n é o número de meios comprimentos de
onda, assim temos:
• Se n é par: P é atingido por um máximo de
intensidade;
• Se n é ímpar: P é atingido por um mínimo de
intensidade

12. Interferência

Difração é um fenômeno que ocorre com as ondas


quando elas passam por um orifício ou contornam
um objeto cuja dimensão é da mesma ordem de
grandeza que o seu comprimento de onda. Como
este desvio na trajetória da onda, causado pela
difração, depende diretamente do comprimento
de onda, este fenômeno é usado para dividir, em

84
FÍSICA

Interferência representa a superposição de duas a mesma e vale aproximadamente 3,0 · 108


ou mais ondas num mesmo ponto. Esta superpo- m/s.
sição pode ter um caráter de aniquilação. Quando Está correto o que se afirma apenas em:
as fases não são as mesmas (interferência des- a) I. b) III.
trutiva). Haverá caráter de reforço quando as fa- c) I e II. d) I e III. e) II e III.
ses combinam (interferência construtiva).
QUESTÃO 03 - A figura abaixo mostra duas on-
das que se propagam em cordas idênticas (mes-
ma velocidade de propagação).

Interferência de ondas bidimensionais e tridimen-


sionais.

Escolha a alternativa correta.


a) A frequência em I é menor que em II e o com-
primento de onda em I é maior que em II.
λ b) A amplitude em ambas é a mesma e a frequ-
D−d = N ⋅ ência em I é maior que em II.
2
c) A frequência e o comprimento de onda são
Se N é par ⇒ Interferência construtiva maiores em I.
Ondas em fase 
Se N é ímpar ⇒ Interferência destrutiva d) As frequências são iguais e o comprimento
de onda é maior em I.
Se N é par ⇒ Interferência destrutiva
Ondas em oposição  e) A amplitude e o comprimento de onda são
Se N é ímpar ⇒ Interferência construtiva maiores em I.

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM QUESTÃO 04 (UFC Modificada) - Antenas para


QUESTÃO 01 - Quando uma onda se propaga de emissoras de rádio AM (Amplitude Modulada) são
um local para outro, necessariamente ocorre: frequentemente construídas de modo que a torre
a) transporte de energia. emissora tenha uma altura igual a ¼ do compri-
mento de onda das ondas a serem emitidas. Com
b) transformação de energia.
base nisso, determine a altura, em metros, da tor-
c) produção de energia. re de uma emissora que emite na frequência de
d) movimento de matéria. 1 000 kHz. Considere a velocidade da luz igual a
e) transporte de matéria e energia. 3,0 · 108 m/s.
a) 1000 m b) 750 m
QUESTÃO 02 (PUC) - As estações de rádio têm c) 100 m d) 75 m e) 25 m
cada uma delas, uma frequência fixa e própria na
qual a transmissão é feita. A radiação eletromag- QUESTÃO 05 (UNIFESP) - O gráfico mostra a
nética transmitida por suas antenas é uma onda taxa de fotossíntese em função do comprimento
de rádio. Quando escutamos uma música, nossos de onda da luz incidente sobre uma determinada
ouvidos são sensibilizados por ondas sonoras. planta em ambiente terrestre.
Sobre ondas sonoras e ondas de rádio, são feitas Uma cultura des-
as seguintes afirmações: sa planta desen-
I. Qualquer onda de rádio tem velocidade de pro- volver-se-ia mais
pagação maior do que qualquer onda sonora. rapidamente se
II. Ondas de rádio e ondas sonoras propagam- exposta à luz de
-se em qualquer meio, tanto material quanto frequência, em
no vácuo. terahertz (1012
III. Independentemente de a estação de rádio Hz), próxima a:
transmissora ser AM ou FM, a velocidade a) 460. b) 530
de propagação das ondas de rádio no ar é c) 650 d) 700. e) 1 380.

85
FÍSICA

QUESTÃO 06 (UNIFESP) - O eletrocardiograma ópticos dos raios provenientes das fendas a e b?


a) λ 2
é um dos exames mais comuns da prática car-
b) λ
diológica. Criado no início do século XX, é utiliza-
do para analisar o funcionamento do coração em c) 2λ d) 3λ e) 4λ
função das correntes elétricas que nele circulam.
Uma pena ou caneta registra a atividade elétrica
do coração, movimentando-se transversalmente QUESTÃO 09 (FURG) - A figura mostra a monta-
ao movimento de uma fita de papel milimetrado, gem da experiência de Young sobre o fenômeno
que se desloca em movimento uniforme com ve- da interferência da luz. Um feixe de luz monocro-
locidade de 25 mm/s. A figura mostra parte de mático incide perpendicularmente sobre a parede
uma fita e um eletrocardiograma. opaca da esquerda, que tem duas fendas F1 e F2,
próximas entre si. A luz, após passar pelas fendas,
forma uma figura de interferência no anteparo da
Sabendo-se que a cada pico maior está associa- direita. O ponto C é a posição da primeira franja
da uma contração do coração, a frequência cardí- escura, contada a partir da franja clara central. A
aca dessa pessoa, em batimentos por minuto, é: diferença de percurso entre as luzes provenientes
a) 60. b) 75. das fendas é 2,4 · 10–7 m.
c) 80. d) 95. e) 100.

QUESTÃO 07 - O esquema a seguir representa,


visto de cima, a evolução de ondas na superfície
da água. Elas se propagam da esquerda para a
direita, incidindo na mureta indicada, na qual há
uma abertura de largura d:

As ondas, cujo comprimento de onda vale λ, con-


seguem “contornar” a mureta, propagando-se à
sua direita. É correto que:
a) ocorreu refração, e d > λ.
b) ocorreu refração, e d = λ. De acordo com a tabela dada, identifique qual é a
c) ocorreu difração, e d < λ. cor da luz do experimento.
d) ocorreu reflexão, e d > λ. a) Vermelha. b) Amarela.
e) tudo o que se afirmou não tem relação algu- c) Verde. d) Azul. e) Violeta.
ma com o fenômeno ocorrido.
QUESTÃO 10 (UECE) - Através de franjas de
QUESTÃO 08 - Na montagem da experiência de interferência é possível determinar característi-
Young, esquematizada abaixo, F é uma fonte de luz
cas da radiação luminosa, como, por exemplo, o
monocromática de comprimento de onda igual a λ.
comprimento de onda. Considere uma figura de
interferência devida a duas fendas separadas de
d = 0,1 mm.
O anteparo onde as franjas são
projetadas fica a D = 50cm das
fendas. Admitindo-se que as fran-
jas são igualmente espaçadas e
que a distância entre duas franjas
claras consecutivas é de y = 4mm,
o comprimento de onda da luz in-
cidente, em nm, é igual a:
Na região onde se localiza o primeiro máximo a) 200 b) 400
secundário, qual a diferença entre os percursos c) 800 d) 1600

86
FÍSICA

EXERCÍCIOS COMPLEMENTAR QUESTÃO 05 - O pulso proveniente da esquer-


QUESTÃO 01 - No vácuo, todas as ondas eletro- da é transmitido através da junção P a uma outra
magnéticas possuem: corda, como se vê na figura:
a) mesma frequência.
b) mesma amplitude.
c) mesmo comprimento de onda.
d) mesma quantidade de energia.
e) mesma velocidade de propagação.
Qual é a razão entre a velocidade do pulso v1
QUESTÃO 02 - Analise as afirmativas: (antes da junção) e v2 (depois da junção)?
I. Toda onda mecânica é sonora. a) 5 b) 4
II. As ondas de rádio, na faixa de FM (Frequ- c) 3 d) 2 e) 1
ência Modulada), são transversais.
III. Abalos sísmicos são ondas mecânicas. QUESTÃO 06 (UFMT) - Nos esquemas abaixo,
IV. O som é sempre uma onda mecânica, em temos a representação de um pulso que se pro-
qualquer meio. paga em uma corda. O lado 1 representa o pulso
V. As ondas de rádio AM (Amplitude Modula- incidente e o lado 2 representa o pulso após ocor-
da) são ondas mecânicas. rido o fenômeno de reflexão, refração ou ambos.
São verdadeiras: Diante do exposto, assinale o item errado.
a) I, II e III. b) I, III e V.
c) II, III e IV. d) III, IV e V. e) I, IV e V.

QUESTÃO 03 - Quais das ondas a seguir não se


propagam no vácuo?
a) Raios laser (light amplification by stimulated
emission of radiation)
b) Ondas de rádio.
c) Micro-ondas.
d) Ondas de sonar (sound navegation and ran-
ging).
e) Ondas de calor (raios infravermelhos).

QUESTÃO 04 (UFG) - As ondas eletromagnéticas


foram previstas por Maxwell e comprovadas ex- QUESTÃO 07 (UFC) - Analise as assertivas abai-
perimentalmente por Hertz (final do século XIX). xo e a seguir indique a alternativa correta.
Essa descoberta revolucionou o mundo moderno. I. Elétrons em movimento vibratório podem
Sobre as ondas eletromagnéticas, são feitas as fazer surgir ondas de rádio e ondas de luz.
afirmações: II. Ondas de rádio e ondas de luz são ondas
I. Ondas eletromagnéticas são ondas longitu- eletromagnéticas.
dinais que se propagam no vácuo com velo- III. Ondas de luz são ondas eletromagnéticas e
cidade constante c = 3,0 · 108 m/s. ondas de rádio são ondas mecânicas.
II. Variações no campo magnético produzem a) Somente I é verdadeira.
campos elétricos variáveis que, por sua vez, b) Somente II é verdadeira.
produzem campos magnéticos também de- c) Somente III é verdadeira.
pendentes do tempo e assim por diante, d) Somente I e II são verdadeiras.
permitindo que energia e informações se- e) Somente I e III são verdadeiras.
jam transmitidas a grandes distâncias.
III. São exemplos de ondas eletromagnéticas QUESTÃO 08 (FMTM) - Sir David Brewster (1781-
muito frequentes no cotidiano: ondas de rá- 1868), físico inglês, realizou estudos experimen-
dio, ondas sonoras, micro-ondas e raio X. tais sobre reflexão, refração e polarização da luz.
Está correto o que se afirma em: Sobre estudos da polarização da luz, mostrou que
a) I apenas. b) II apenas. esse fenômeno é característico de ondas:
c) I e II apenas. d) I e III apenas. I. longitudinais e pode ocorrer por difração ou
e) II e III apenas. por meio de polarizadores;

87
FÍSICA

II. transversais e pode ocorrer por reflexão ou um refletor parabólico com nove metros de diâ-
transmissão; metro para captação de sinais de rádio oriundos
III. transversais ou longitudinais e pode ocorrer do espaço. Esse refletor foi instalado no quintal
por interferência ou transmissão. de sua casa e, em 1939, tendo ajustado seu equi-
Está correto o contido em: pamento para o comprimento de onda de 1,9 m
a) I apenas b) II apenas detectou sinais provenientes do centro da Via-
c) III apenas d) I e II apenas e) I, II e III -Láctea. Adotando-se para o módulo de velocida-
de de propagação das ondas de rádio o valor de c
QUESTÃO 09 - Dois pulsos, X e Y, propagam-se = 3,0 · 108 m/s, é correto afirmar que a frequência
ao longo de um fio homogêneo, como indicado na dos sinais captados por Reber, do centro da Via-
figura a seguir: -Láctea, é mais próxima de:
a) 1,4 · 108 Hz. b) 1,6 · 108 Hz.
c) 1,8 · 108 Hz. d) 2,0 · 108 Hz.
e) 2,2 · 108 Hz.

QUESTÃO 12 (VUNESP) - A figura mostra 3 pul-


Quando os pulsos estiverem exatamente super- sos deslocando-se para a direita numa corda com
postos, qual será a amplitude do pulso resultante a extremidade móvel na barra vertical. Até a re-
no ponto P? flexão de todos os pulsos ocorrerão, sequencial-
a) 5 cm b) 4 cm mente:
c) 3 cm d) 2 cm e) 1 cm

QUESTÃO 10 (Fatec) - Uma onda se propaga


numa corda, da esquerda para a direita, com fre-
quência de 2,0 hertz, como é mostrado na figura.

a) duas interferências construtivas.


b) duas interferências construtivas e uma des-
trutiva.
c) uma interferência destrutiva, uma construti-
va e outra destrutiva.
De acordo com a figura e a escala anexa, é cor- d) duas interferências destrutivas.
reto afirmar que: e) duas interferências destrutivas e uma cons-
a) o período da onda é de 2,0 s. trutiva.
b) a amplitude da onda é de 20 cm.
c) o comprimento da onda é de 20 cm. QUESTÃO 13 - Quando duas ondas se super-
d) a velocidade de propagação da onda é de põem, a onda resultante apresenta sempre, pelo
80 cm/s. menos, uma mudança em relação às ondas com-
e) todos os pontos da corda se movem para a ponentes. Tal mudança se verifica em relação à
direita. (ao):
a) comprimento de onda. b) período.
QUESTÃO 11 - Vivemos mergulhados em radia- c) amplitude. d) fase.
ções. No vasto espectro das ondas eletromagné- e) frequência.
ticas, apenas uma pequena porção é percebida
pelo nosso limitado aparelho sensorial, além do QUESTÃO 14 (UFMG) - No alto da Serra do Cur-
visível, o Universo, como descobrimos nas últi- ral, estão instaladas duas antenas transmissoras
mas décadas, está repleto de fontes de raios X, - uma de rádio AM e outra de rádio FM. Entre essa
raios γ, ultravioleta, infravermelho e ondas de rá- serra e a casa de Nélson, há um prédio, como
dio. mostrado na figura a seguir:
(Scientific American Brasil – n. 10 – mar. 2003)
Grote Reber, engenheiro norte-americano de Illi-
nois, foi um dos precursores da radioastronomia.
Utilizando parcos recursos próprios, desenvolveu

88
FÍSICA

ção e a que sofre reflexão no avião (A), que voa a


uma altura h, a meio caminho entre a estação e o
receptor (veja figura abaixo). Determine o menor
valor possível de h. A velocidade da luz no ar é c
= 3,0 · 108 m/s.
Obs.: a onda refletida sofre uma inversão de fase.

Na casa de Nélson, a recepção de rádio FM é


ruim, mas a de rádio AM é boa.
Com base nessas informações, podemos afirmar
corretamente que: a) 1000 m b) 800 m
a) f AM > f FM c) 600 m d) 400 m e) 200 m

b) f AM = f FM QUESTÃO 17 - Uma emissora de rádio AM opera


c) λ AM < λFM com frequência de 600 kHz e sua antena trans-
missora está distante 180 km de um determinado
d) As ondas de FM difratam com maior facili- aparelho receptor. Entre a antena e o receptor o
dade, já que seu comprimento de onda é solo é praticamente plano e horizontal e não exis-
da ordem da dimensão de prédios e mon- tem barreiras prejudicando a propagação das on-
tanhas. das de telecomunicações, que, no local, têm ve-
e) As ondas de AM difratam com maior facili- locidade de intensidade 3,0 · 108 m/s. O sinal que
dade, já que seu comprimento de onda é atinge o receptor chega por dois caminhos: o dire-
da ordem da dimensão de prédios e mon- to e o via reflexão na ionosfera, admitida paralela
tanhas. à superfície terrestre e situada, num instante t0 =
0, a 120 km de altitude. Nesse instante, o receptor
QUESTÃO 15 (ITA) - “Cada ponto de uma frente recebe um sinal resultante reforçado como con-
de onda pode ser considerado a origem de ondas sequência da interferência construtiva ocorrida
secundárias tais, que a envoltória dessas ondas entre os dois sinais que o atingem. Em seguida, o
forma a nova frente de onda”. sinal captado torna-se mais fraco, voltando, pela
I. Trata-se de um princípio aplicável somente primeira vez, a apresentar-se intensificado como
a ondas transversais. antes no instante t = 2,6 min. Isso pode ser expli-
II. Tal princípio é aplicável somente a ondas cado pelo fato de a ionosfera ter-se aproximado
sonoras. do solo com uma velocidade escalar média do
III. É um princípio válido para todos os tipos de módulo v. Calcule o comprimento de onda λ das
ondas, tanto mecânicas quanto eletromag- ondas irradiadas pela emissora.
néticas. a) 500 m b) 400 m
Das afirmativas, pode-se dizer que: c) 300 m d) 300 m e) 100 m
a) somente I é verdadeira.
b) todas são falsas. QUESTÃO 18 (UFC) - A figura I mostra, no ins-
c) somente III é verdadeira. tante t = 0, dois pulsos retangulares que se pro-
d) somente II é verdadeira. pagam em sentidos contrários, ao longo de uma
e) I e II são verdadeiras. corda horizontal esticada. A velocidade de cada
pulso tem módulo, igual a 2,0 cm/s. O pulso da
QUESTÃO 16 (UFC) - Uma estação (E) de rádio esquerda tem 3,0 cm de largura e o da direita, 1,0
AM, transmitindo na frequência f = 750 kHz, está cm. Dentre as opções seguintes indique aquela
sendo sintonizada por um receptor (R), localizado que mostra o perfil da corda no instante t = 2,0 s.
a 3,0 km de distância. A recepção é, momentane-
amente, interrompida devido a uma interferência
destrutiva entre a onda que chega direto da esta-

89
FÍSICA

QUESTÃO 19 - Um aparelho de rádio (R) recebe


simultaneamente os sinais diretos e refletido em
uma camada atmosférica, provenientes de uma
emissora (E). Quando a camada está a uma altu-
ra (H), o sinal é forte; à medida que a camada se
desloca verticalmente a partir dessa posição, o si-
nal enfraquece gradualmente, passa por mínimo
e recupera gradativamente o valor inicial.

Esse fenômeno se deve à:


a) Difração, pois a facilidade para o sinal con-
tornar a camada é função da altura.
b) Variação do índice de refração da camada,
que depende de sua altura em relação ao
nível da Terra.
c) Interferência entre os sinais direto e refleti-
do, construtiva quando o sinal for máximo e
destrutiva quando o sinal for mínimo.
d) Absorção do sinal pela camada, que depen-
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
de de sua altura em relação à Terra.
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
e) Variação do índice de refração da camada,
que é uma função da altura.

QUESTÃO 20 (ITA) - A faixa de emissão de rádio


em frequência modulada, no Brasil, vai de, apro-
ximadamente, 88 MHz a 108 MHz. A razão entre
o maior e o menor comprimento de onda desta
faixa é:
a) 1,2 EXERCÍCIOS COMPLEMENTAR
b) 15 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
c) 0,63
d) 0,81
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
e) Impossível calcular não sendo dada a velo-
cidade de propagação da onda

90
QUÍMICA

CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS - Nas rea- Isso quer dizer que não existe lei de conservação
ções químicas, é importante se prever a quantida- de volume, como ocorre com a massa.
de de produtos que podem ser obtidos a partir de 10 L de H2 + 5 L de O2 à 10 L de H2O relação
uma certa quantidade de reagentes consumidos. de números inteiros e simples: 10:5:10, que pode
Os cálculos que possibilitam prever essa quanti- ser simplificada por 2:1:2
dade são chamados de cálculos estequiométri
(A palavra estequiometria vem do grego stoi- Lei ou hipótese de Avogadro - “Volumes iguais
cheia (partes mais simples) e metreim (medida)). de gases diferentes possuem o mesmo núme-
Essas quantidades podem ser expressas de di- ro de moléculas, desde que mantidos nas mes-
versas maneiras: massa, volume, quantidade de mas condições de temperatura e pressão”. Para
matéria (mol), número de moléculas.Os cálculos melhor entender a Lei de Gay-Lussac, o italiano
estequiométricos baseiam-se nos coeficientes da Amedeo Avogadro introduziu o conceito de molé-
equação. É importante saber que, numa equação culas, explicando por que a relação dos volumes
balanceada, os coeficientes nos dão a proporção é dada por números inteiros. Dessa forma foi es-
em mols dos participantes da reação. Nos mea- tabelecido o enunciado do volume molar.
dos do século XVIII, cientistas conseguiram ex-
pressar matematicamente certas regularidades TIPOS DE CÁLCULOS - Os dados do problema
que ocorrem nas reações químicas, baseando-se podem vir expressos das mais diversas maneiras:
em leis de combinações químicas que foram divi- quantidade de matéria (mol), massa, número de
didas em ponderais (que se relacionam às mas- moléculas, volume, etc. Em todos esses tipos de
sas dos participantes da reação) e volumétricas cálculo estequiométrico vamos nos basear nos
(explicam a relação entre os volumes das subs- coeficientes da equação que, como vimos, dão a
tâncias gasosas que participam de um processo proporção em mols dos componentes da reação.
químico).
REGRAS
LEIS PONDERAIS - Lei da conservação da mas- 1ª regra: Escreva corretamente a equação
sa ou Lei de Lavoisier química mencionada no problema (caso ela
“Em um sistema, a massa total dos reagentes é não tenha sido fornecida);
igual à massa total dos produtos”. 2ª regra: As reações devem ser balanceadas
A + B ----- AB corretamente (tentativa ou oxi-redução),
2g 5g 7g lembrando que os coeficientes indicam as
Lei das proporções definidas ou Lei de Proust proporções em mols dos reagentes e pro-
dutos;
“ Toda substância apresenta uma proporção cons- 3ª regra: Caso o problema envolva pureza de
tante em massa, na sua composição, e a propor- reagentes, fazer a correção dos valores,
ção na qual as substâncias reagem e se formam trabalhando somente com a parte pura que
é constante”. efetivamente irá reagir;
A + B ------ AB 4ª regra: Caso o problema envolva reagentes
2g 5g 7g em excesso - e isso percebemos quando
4g 10g 14g são citados dados relativos a mais de um
Com a Lei de Proust podemos prever as quanti- reagente – devemos verificar qual deles
dades das substâncias que participarão de uma está correto. O outro, que está em excesso,
reação química. deve ser descartado para efeito de cálculos.
5ª regra: Relacione, por meio de uma re-
LEIS VOLUMÉTRICAS - Lei de Gay-Lussac gra de três, os dados e a pergunta do
“Os volumes de todas as substâncias gasosas problema, escrevendo corretamen-
envolvidas em um processo químico estão entre te as informações em massa, volume,
si em uma relação de números inteiros e simples, mols, moléculas, átomos, etc. Lembre-
desde que medidos à mesma temperatura e pres- -se de não podemos esquecer a relação:
são”. 1 mol = ......g = 22,4 L (CNTP) = 6,02x1023
1 L de H2 + 1 L de Cl2 à 2 L de HCl relação 6ª regra: Se o problema citar o rendimento da
de números inteiros e simples: 1:1:2 reação, devemos proceder à correção dos
Cabe aqui observar que nem sempre a soma dos valores obtidos.
volumes dos reagentes é igual à dos produtos.

91
QUÍMICA

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS gem totalmente 18g de H2?


RELAÇÃO MASSA - MASSA Acerte os coeficientes da equação: 1N2 +3H2 ----
Na reação gasosa N2 + H2 ------- NH3, qual a mas- ----2NH3.
sa, em g, de NH3 obtida, quando se reagem to- Veja os dados informados (18g de H2) e o que
talmente 18g de H2? está sendo solicitado (número de moléculas de
Acerte os coeficientes da equação: 1N2 +3H2 ---- NH3) e estabeleça uma regra de três.
-----2NH3. 3H2 -------------- 2NH3
Veja os dados informados (18g de H2) e o que 3x2g --------------2x6,02x1023
está sendo solicitado (massa de NH3) e estabele- 18g -------------- x
ça uma regra de três. x= 18,06x1023 ou x= 1,806x1024 moléculas
3H2 -------------- 2NH3
3x2g -------------- 2x17g Na reação gasosa N2 + H2 --------- NH3, qual o nú-
18g -------------- x mero de moléculas de H2 consumido, quando é
x= 102g produzido 340g de NH3?
Acerte os coeficientes da equação: 1N2 +3H2 ----
Na reação gasosa N2 + H2 ------ NH3, qual a mas- ----- 2NH3.
sa, em kg, de NH3 obtida, quando se reagem to-
talmente 280g de N2? Veja os dados informados (340g de NH3) e o que
Acerte os coeficientes da equação: 1N2 +3H2 ---- está sendo solicitado (número de moléculas de
------ 2NH3. H2) e estabeleça uma regra de três.
Veja os dados informados (280g de N2) e o que 3H2 -------------- 2NH3
está sendo solicitado (massa de NH3 em kg) e es- 3x6,02x1023 --------- 2x17g
tabeleça uma regra de três. x -------------- 340g
1N2 -------------- 2NH3 x= 180,6x1023 ou x= 1,806x1025
1x28g ----------- 2x17g
280g -------------- x PUREZA - Pureza: É comum o uso de reagentes
x= 340g ou x= 0,34 kg impuros, principalmente em reações industriais,
ou porque são mais baratos ou porque já são en-
RELAÇÃO MASSA - VOLUME contrados na natureza acompanhados de impure-
Na reação gasosa N2 + H2 ------- NH3, qual o volu- zas (o que ocorre, por exemplo, com os minérios).
me de NH3 obtido nas CNTP, quando se reagem Grau de pureza: é o quociente entre a massa da
totalmente 18g de H2? substância principal e a massa total da amostra
Acerte os coeficientes da equação: 1N2 +3H2 ---- (ou massa do material bruto). Em 200g de calcá-
------2NH3. rio encontramos 180g de CaCO3 e 20g de impure-
Veja os dados informados (18g de H2) e o que zas. Qual o grau de pureza do calcário?
está sendo solicitado (volume de NH3 nas CNTP) 200g -------------100%
e estabeleça uma regra de três. 180g ------------- x
3H2 -------------- 2NH3 x = 90%
3x2g -------------- 2x22,4L
18g -------------- x Uma amostra de 200 kg de calcário (com teor de
x= 134,4L 80% de CaCO3) foi tratada com ácido fosfórico -
Na reação gasosa N2 + H2 ------- NH3, qual o volu- H3PO4 - conforme a equação química balanceada:
me de H2 consumido nas CNTP, quando é produ- 3CaCO3 + 2H3PO4 -------1Ca3(PO4)2 + 3H2O +
zido 340g de NH3? 3CO2. Calcule a massa de Ca3(PO4)2 formado.
Acerte os coeficientes da equação: 1N2 +3H2 ---- Os coeficientes já estão acertados: 3CaCO3
----- 2NH3. + 2H3PO4 ---------- 1Ca3(PO4)2 + 3H2O + 3CO2
Veja os dados informados (340g de NH3) e o que Veja os dados informados (200 kg de Calcá-
está sendo solicitado (volume de H2 em L nas rio com 80% de pureza, ou seja, temos apenas
CNTP) e estabeleça uma regra de três. 160kg de CaCO3) e o que está sendo solicitado
3H2 -------------- 2NH3 (massa do sal formado - Ca3(PO4)2) e estabeleça
3x22,4L --------- 2x17g uma regra de três.
x -------------- 340g 3CaCO3 -------------- 1Ca3(PO4)2
x= 672L 3x100g---------------- 1x310g
160kg --------------- x
RELAÇÃO MASSA - Nº MOLÉCULAS x=165,33 kg
Na reação gasosa N2 + H2 --------- NH3, qual o nú-
mero de moléculas de NH3 obtido, quando se rea- Considere a reação FeS + HCl ---------- FeCl2 +

92
QUÍMICA

H2S. Qual a massa de cloreto ferroso - FeCl2 - 3ª - A menor quantidade de produto encontra-
obtida quando 1100g de sulfeto ferroso - FeS de da corresponde ao reagente limitante e indi-
80% de pureza reagem com excesso de ácido ca a quantidade de produto formada.
clorídrico - HCl?
Acerte os coeficientes da equação: 1FeS + 2HCl Foram misturados 40g de gás hidrogênio (H2) com
------------1FeCl2 + 1H2S 40g de gás oxigênio, com a finalidade de produzir
Veja os dados informados (1100g de sulfeto ferro- água, conforme a equação: H2 + O2 --------- H2O.
so com 80% de pureza, ou seja, 880g de sulfeto Determine:
ferroso puro) e o que está sendo solicitado (mas- a) o reagente limitante;
sa de cloreto ferroso) e estabeleça uma regra de b) a massa de água formada;
três. c) a massa de reagente em excesso.
1FeS -------------- 1FeCl2 Acerte os coeficientes da equação:2H2 +1O2 -----
1x88g ------------- 1x127g -------2H2O.
880g -------------- x Vamos considerar que o H2 seja o reagente limi-
x= 1270g tante.
2H2 --------------- 2H2O
RENDIMENTO - Rendimento de uma reação é 2x2g----------------2x18g
o quociente entre a quantidade de produto real- 40g ------------------ x
mente obtida e a quantidade de produto que seria x=360g
teoricamente obtida pela equação química corres- Em seguida, vamos considerar que o O2 seja o
pondente. Queimando-se 30g de carbono puro, reagente limitante.
com rendimento de 90%, qual a massa de dióxido 1O2 --------------- 2H2O
de carbono (CO2) obtida, conforme a equação: C 1x32g------------- 2x18g
+ O2 ---------- CO2 . 40g ------------------ xy
Os coeficientes já estão acertados: 1C + 1O2 --- y=45g
------- 1CO2. Observe que a menor quantidade água corres-
Veja os dados informados (30g de Carbono puro ponde ao consumo total de O2, que é realmente
com 90% de rendimento) e o que está sendo so- o reagente limitante. A massa de água produzida
licitado (massa de dióxido de carbono obtida) e será de 45g. Agora vamos calcular a massa de H2
estabeleça uma regra de três. que será consumida e o que restou em excesso,
1C -------------- 1CO2 aplicando uma nova regra de três:
1x12g----------- 1x44g 2H2 --------------- 2O2
30g --------------- x 2x2g---------------2x32g
x=110g (considerando que o rendimento seria z -------------- 40g
de 100%) z=5g (massa de H2 que irá reagir)
estabeleça outra regra de três para calcular o ren- Como a massa total de H2 era de 40g e só 5g irá
dimento (90%) reagir, teremos um excesso de 35g (40-5). Dessa
110g -------------100% (rendimento teórico) forma, passaremos a responder os quesitos soli-
y --------------- 90% citados:
y = 99g a) reagente limitante: O2
Quando são dadas as quantidades de dois ou b) massa de água formada: 45g
mais participantes: É importante lembrar que as c) massa de HTT em excesso: 35g
substâncias não reagem na proporção que que-
remos (ou que as misturamos), mas na propor-
ção que a equação (ou seja, a Lei de Proust) as EXERCÍCIOS PROPOSTOS
obriga. Quando o problema dá as quantidades de Qual a massa de água que se forma na combus-
dois participantes, provavelmente um deles está tão de 1g de gás hidrogênio (H2), conforme a rea-
em excesso, pois, em caso contrário, bastaria dar ção H2 + O2 --------- H2O? R:9
a quantidade de um deles e a quantidade do outro Sabendo que 10,8g de alumínio reagiram comple-
seria calculada. Para fazer o cálculo estequiomé- tamente com ácido sulfúrico, conforme a reação:
trico, baseamo-nos no reagente que não está em Al + H2SO4 -------- Al2(SO4)3 + H2, calcule:
excesso (denominado reagente limitante). a) massa de ácido sulfúrico consumida;
Nesse caso devemos seguir as etapas: b) massa de sulfato de alumínio produzida;
1ª - Considere um dos reagentes o limitante e c) volume de gás hidrogênio liberado, medido
determine quanto de produto seria formado; nas CNTP. R: a) 58,8g b)68,4g c) 13,44L
2ª - Repita o procedimento com o outro rea-
gente; Qual a massa de gás oxigênio necessária para

93
QUÍMICA

reagir com 560g de monóxido de carbono, confor- a) massa de nitrato de sódio obtida;
me a equação: CO + O2 ----------- CO2? R: 320g b) massa do reagente em excesso, se houver.
R: a) 680g b) 80g de NaOH
Calcular a massa de óxido cúprico (CuO) a partir
de 5,08g de cobre metálico, conforme a reação: (UFRN) Uma amostra de calcita, contendo 80%
Cu + O2--------- CuO. R:6,36g de carbonato de cálcio (CaCO3), sofre decompo-
sição quando submetida a aquecimento, segundo
Efetuando-se a reação entre 18g de alumínio e a reação: CaCO3 --------- CaO + CO2.
462g de gás cloro, segundo a equação química: Qual a massa de óxido de cálcio obtida a partir da
Al + Cl2 -------- AlCl3 , obtém-se qual quantidade queima de 800g de calcita? R:358,4
máxima de cloreto de alumínio? R: 89g
Qual a quantidade máxima de NH3 , em gramas,
Quantos mols de O2 são obtidos a partir de 2,0 que pode ser obtida a partir de uma mistura de
mols de pentóxido de dinitrogênio (N2O5), de acor- 140g de gás nitrogênio (N2) com 18g de gás hidro-
do com a reação: N2O5 + K2O2 ---------- KNO3 + O2 gênio (H2), conforme a reação: N2 + H2 ------- NH3
R: 1,0 R: 102g

Quantas moléculas de gás carbônico podem ser (PUC-MG) A equação de ustulação da pirita (FeS)
obtidas pela queima de 96g de carbono puro, é: FeS + O2 -------SO2 + Fe2O3. Qual a massa de
conforme a reação: C + O2 -------- CO2? óxido de ferro III obtida, em kg, a partir de 300
R:4,816x1024 kg de pirita, que apresenta 20% de impurezas?
R:218,18
(Faap-SP) A combustão do metanol (CH3OH)
pode ser representada pela equação não balan- (Fuvest-SP) Qual a quantidade máxima, em gra-
ceada: CH3OH + O2 -------- CO2 + H2O. Quando se mas, de carbonato de cálcio que pode ser prepa-
utilizam 5,0 mols de metanol nessa reação, quan- rada misturando-se 2 mols de carbonato de sódio
tos mols de gás carbônico são produzidos? R:5 com 3 mols de cloreto de cálcio, conforme a equa-
ção: Na2CO3 + CaCl2 -------- CaCO3 + NaCl.
Quantas moléculas de gás oxigênio reagem com R: 200g
6 mols de monóxido de carbono, conforme a
equação: CO + O2 ------- CO2? R: 1,806x1024 32,70g de zinco metálico (Zn) reagem com uma
solução concentrada de hidróxido de sódio
(UECE) Uma vela de parafina queima-se, no ar (NaOH), produzindo 64,53g de zincato de sódio
ambiente, para formar água e dióxido de carbono. (Na2ZnO2). Qual o rendimento dessa reação?
A parafina é composta por moléculas de vários R:89,69%
tamanhos, mas utilizaremos para ela a fórmula
C25H52. Tal reação representa-se pela equação: Misturam-se 147g de ácido sulfúrico e 100g de
C25H52 + O2 --------- H2O + CO2. Responda: hidróxido de sódio que se reajam segundo a rea-
a) Quantos mols de oxigênio são necessários ção: H2SO4 + NaOH ------ Na2SO4 + H2O. Qual a
para queimar um mol de parafina? massa de sulfato de sódio formada? Qual a mas-
b) Quanto pesa esse oxigênio? R: a)38 b)1216g sa do reagente que sobra em excesso após a re-
ação? R:177,5 e 24,5
O ácido sulfúrico de larga utilização e fator de- Para a produção de soda cáustica (NaOH), uma
terminante do índice de desenvolvimento de indústria reage carbonato de sódio com hidróxido
um país, é obtido pela reação SO3 + H2O ------ de cálcio segundo a equação: Na2CO3 + Ca(OH)2
--- H2SO4. Reagimos 80g de trióxido de enxofre --------- CaCO3 + NaOH. Ao reagirmos 265g de
(SO3) com água em excesso e condições neces- carbonato de sódio com 80% de pureza, devemos
sárias. Qual a massa de ácido sulfúrico obtida obter que massa, em gramas, de soda cáustica?
nessa reação que tem rendimento igual a 75%? R:160
R:73,5
(UFF-RJ) O cloreto de alumínio é um reagente
Quais são as massas de ácido sulfúrico e hidró- muito utilizado em processos industriais que pode
xido de sódio necessárias para preparar 28,4g ser obtido por meio da reação entre alumínio me-
de sulfato de sódio, conforme a reação: H2SO4 + tálico e cloro gasoso, conforme a seguinte reação
NaOH ------- Na2SO4 + H2O? R:19,6 e 16 química: Al + Cl2 --------- AlCl3. Se 2,70g de alumí-
nio são misturados a 4,0g de cloro, qual a massa
400g de hidróxido de sódio (NaOH) são adiciona- produzida em gramas, de cloreto de alumínio?
dos a 504g de ácido nítrico (HNO3), produzindo R:5,01
nitrato de sódio (NaNO3) e água. Calcule:

94
QUÍMICA

Quantas moléculas de gás carbônico (CO2) podem amostra analisada, expresso em porcentagem
ser obtidas pela queima completa de 9,6g de car- em massa, é de:
bono puro, conforme a reação C + O2 -----------CO2? a) 78% b) 82%
R:4,816x1023 c) 86% d) 90% e) 74%

Qual a massa, em gramas, de cloreto de ferro II QUESTÃO 03 (MACKENZIE 2015) - A reação de


(FeCl2), em gramas, produzida pela reação com- ustulação da pirita (FeS2) pode ser representada
pleta de 111,6g de Fe com ácido clorídrico (HCl), pela equação
4 FeS
a+ 11
seguir:
O → Fe O + 8 SO
de acordo com a reação química não-balanceada 2(s) 2(g) 2 3(s) 2(g)
a seguir Fe + HCl ------------- FeCl2 + H2? R: 253,09 Considerando que o processo de ustulação ocor-
ra nas CNTP, é correto afirmar que o volume de
Dada a reação não-balanceada Fe+ HCl ------- SO2 produzido na reação de 600g de pirita que
FeCl3 + H2, qual o número de moléculas de gás
apresente 50% de pureza −é1 de
hidrogênio produzidas pela reação de 112g de Dados: massa molar(g ⋅ mo ) FeS2 =
120
ferro?
R:1,806x1024 a) 56,0L b) 112,0L
c) 168,0L d) 224,0L e) 280,L
Qual a quantidade de água formada a partir de
10g de gás hidrogênio, sabendo-se que o rendi- QUESTÃO 04 (UPE 2015) - A origem da perso-
mento da reação é de 80%? R: 72g nagem Coringa, inimigo do Batman, tem uma re-
lação com a química. Ao cair em um tanque de
Quantos mols de ácido clorídrico (HCl) são ne- ácido sulfúrico, um ladrão, conhecido como Ca-
cessários para produzir 23,4g de cloreto de sódio puz Vermelho, teve sua estrutura física modifica-
(NaCl), conforme a reação HCl + NaOH -------- da, ficando mais forte e desfigurado. Para destruir
NaCl + H2O? R:0,4 algumas evidências da origem de sua transforma-
ção, o vilão buscou neutralizar as 200 toneladas
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM de ácido sulfúrico (98% de pureza) restantes no
QUESTÃO 01 (UDESC 2015) - A Estação Espa- tanque.
cial Internacional (EEI) é um satélite artificial habi-
tável que orbita nosso planeta a 422km de altitude.
Desde 02 de novembro de 2000, data da chegada
dos primeiros astronautas a esta estação, a EEI
vem batendo recordes, pois está continuamente
habitada. Devido ao processo de respiração, um
astronauta elimina diariamente cerca de 470 litros
de gás carbônico (nas CNTP) devido ao proces-
so de respiração. Suponha que se utilizem filtros
contendo hidróxido de sódio para absorver o CO2
e transformá-lo em carbonato de sódio e água.
Assinale a alternativa que apresenta a quantidade
de massa de hidróxido de sódio necessária para
que este astronauta permanecesse 07 (sete) dias
nesta estação espacial.
a) 11,75kg b) 839g
c) 1,68kg d) 5,40kg e) 240g Qual a massa, em toneladas, de hidróxido de só-
dio (100% puro) que Coringa precisou usar?
QUESTÃO 02 (PUCPR 2015) - O hidróxido de Dados: Massas atômicas (u) : ü = O = 16: Na =
cálcio - Ca(OH)2 -, também conhecido como cal 23; S = 32
hidratada ou cal extinta, trata-se de um importan- a) 40 b) 80
te insumo utilizado na indústria da construção ci- c) 160 d) 200 e) 400
vil. Para verificar o grau de pureza (em massa) de
uma amostra de hidróxido de cálcio, um labora- QUESTÃO 05 (G1 IFSP 2014) - A obtenção de
torista pesou 5,0 gramas deste e dissolveu com- hidrogênio em laboratório pode ser feita pela rea-
pletamente em 200mL de solução de ácido clorí- ção entre zinco metálico e ácido sulfúrico, repre-
drico 1 mol/L. O excesso de ácido foi titulado com sentada abaixo:
uma solução de hidróxido de sódio 0,5 mol/L, na Zn(s) + H2SO4 (aq) → ZnSO4 (aq) + H2 (g)
presença de fenolftaleína, sendo gastos 200mL Considerando rendimento de 100 %, a massa, em
até completa neutralização. O grau de pureza da gramas, de hidrogênio que pode ser obtida pela

95
QUÍMICA

reação de 130 g de zinco com ácido sulfúrico em Considerando-se o exposto e o fato de que uma
excesso é: Massas molares em g/mol: Zn = 65 indústria alcooleira utilize 100 mols de sacarose
H=1 e que o processo tenha rendimento de 85%, con-
a) 1. b) 2. clui-se que a quantidade máxima obtida do álcool
c) 3. d) 4. e) 5. será de:
a) 27,60 kg. b) 23,46 kg.
QUESTÃO 06 (ESPCEX (AMAN) 2014) - Con- c) 18,40 kg. d) 15,64 kg. e) 9,20 kg.
siderando a equação não balanceada da rea-
ção de combustão do gás butano descrita por QUESTÃO 10 (ENEM PPL 2014) - O bisfenol-A
C4H10 ( g) + O2 ( g) → CO2 (g) + H2O(g), a 1 atm e 25° é um composto que serve de matéria-prima para
(condições padrão) e o comportamento desses a fabricação de polímeros utilizados em embala-
como gases ideais, o volume de gás carbônico gens plásticas de alimentos, em mamadeiras e
produzido pela combustão completa do conteúdo no revestimento interno de latas. Esse composto
de uma botija de gás contendo 174,0 g de butano está sendo banido em diversos países, incluindo
é: Dados: Massas Atômicas: C = 12 u; O = 16 u o Brasil, principalmente por ser um mimetizador
e H = 1 u; Volume molar nas condições padrão: de estrógenos (hormônios) que, atuando como tal
24,5L . mol-1. no organismo, pode causar infertilidade na vida
a) 1000,4 L b) 198,3 L adulta. O bisfenol-A (massa molar igual a 228g/
c) 345,6 L d) 294,0 L e) 701,1 L mol) é preparado pela condensação da propano-
na (massa molar igual a 58g/mol) com fenol (mas-
QUESTÃO 07 (UCS 2014) - Um analista precisa sa molar igual a 94g/mol), em meio ácido, confor-
realizar a determinação de sulfato de tálio I pre- me apresentado na equação química.
sente em pesticidas utilizados na eliminação de
ratos e de baratas. A dissolução de 10g do pes-
ticida em água, seguida da adição de iodeto de
sódio em excesso, leva à precipitação de 1,2g de
iodeto de tálio I, de acordo com a equação quími- Considerando que, ao reagir 580g de propanona
ca representada abaixo. com 3760g de fenol, obteve-se 1,14kg de bisfe-
T 2SO4 ( aq) + 2NaI( aq) → 2 TI( s ) + Na2SO4 ( aq) nol-A, de acordo com a reação descrita, o rendi-
Qual é a porcentagem aproximada, em massa, de mento real do processo foi de:
sulfato de tálio I, na amostra do pesticida? a) 0,025% b) 0,05%
Dados: T =204; O = 16; S = 32; I = 127. c) 12,5% d) 25% e) 50%
a) 1,2 % b) 3,0 %
c) 5,4 % d) 9,1 % e) 11,4 % QUESTÃO 11 (UCS 2012) - A adição de cloreto
de sódio à água reduz o seu ponto de congela-
QUESTÃO 08 (G1 IFCE 2014) - O ferro utilizado mento devido ao efeito crioscópico. A presença
na produção de aço é obtido a partir do minério de 23,3% de NaCl(s) na água pode reduzir o seu
hematita (Fe2O3), em processo químico represen- ponto de congelamento a -21,1ºC, formando en-
tado pela equação Fe2O3 + CO → Fe + CO2. tre ambos uma mistura eutética. Se NaCl sólido
Considerando-se rendimento de 100% para a re- for adicionado ao gelo acima dessa temperatura,
ação mostrada, a quantidade de ferro obtida em parte desse gelo se fundirá e ocorrerá a dissolu-
gramas, a partir de 2 mols de hematita, é ção do sal adicionado. Se mais sal for adicionado,
Considere Fe = 56,0g/mol, Fe2O3 = 160,0 g / mol, O o gelo continuará a fundir. Essa é uma prática co-
= 16 g/mol, C = 12g /mol. mum, utilizada para remover o gelo das ruas das
a) 224 g. b) 112 g. cidades em que neva no inverno.
(PERUZZO, F. M; CANTO, E. L. Química: na abordagem do cotidiano. v. 2. Físico-Química. 4. ed. São
c) 56 g. d) 100 g. e) 500 g. Paulo: Moderna, 2006. – Texto adaptado.)

Assinale a alternativa na qual a curva de aqueci-


QUESTÃO 09 (UFG 2014) - A combustão da mento da mistura eutética citada acima está cor-
gasolina e do óleo diesel libera quantidades ele- retamente representada.
vadas de poluentes para a atmosfera. Para mini- Legenda: S=Sólido; L=Líquido, G=Gasoso.
mizar esse problema, tem-se incentivado a utili-
zação de biocombustíveis como o biodiesel e o
etanol. O etanol pode ser obtido a partir da fer-
mentação da sacarose, conforme a equação não a) b)
balanceada apresentada a seguir.
C12H22O11(s) + H2O( ) → C2H6 O( ) + CO2 (g)

96
QUÍMICA

QUESTÃO 14 (G1 IFSC 2015) - Os veículos au-


tomotores emitem gases poluentes na atmosfera
c) d) como o NO e o NO3, conhecidos pelos nomes de
óxido nitroso e óxido nítrico, respectivamente, os
quais reagem com a água da chuva precipitando
na forma de ácido nítrico. Já o SO2, precipita na
forma de ácido sulfúrico também quando reage
com a água da chuva. Esses ácidos são altamen-
te tóxicos e corrosivos: nos vegetais retardam o
e) crescimento, e nos seres humanos atacam as
vias respiratórias. A respeito dessas substâncias
poluentes grifadas no texto e os elementos quími-
cos que a constituem, é CORRETO afirmar que:
QUESTÃO 12 (PUCCAMP 1999) - “Enfleurage” a) O SO2 é uma substância simples.
é o processo utilizado para extrair essências de b) O enxofre não constitui nenhuma dessas
determinadas flores como o jasmim. Consiste ba- substâncias.
sicamente em deixar as flores em contato com c) As substâncias poluentes são constituídas
gordura (sebo; toucinho) a frio, trocando-as pe- por 3 elementos químicos.
riodicamente até que a gordura fique “saturada” d) Não possuem nenhum elemento em co-
com a essência. Essa gordura é misturada com mum.
álcool. Após filtração, o álcool é vaporizado ade- e) O nitrogênio é um metal.
quadamente restando a essência. Esse processo
é possível porque, à mesma temperatura: QUESTÃO 15. (PUCMG 2015) - As chuvas áci-
I - a essência apresenta solubilidades diferen- das são provocadas devido à grande quantida-
tes no álcool e na gordura. de de poluentes gasosos lançados na atmosfe-
II - a pressão de vapor da essência é maior do ra por alguns tipos de indústria e pela queima
que a do álcool. de combustíveis fósseis por automóveis. Uma
III - a densidade da gordura é diferente da den- das substâncias liberadas é o dióxido de enxofre
sidade da essência. que, ao entrar em contato com o ar atmosférico,
Dessas afirmações, SOMENTE: transforma-se em trióxido de enxofre. O trióxido
a) I é correta. b) II é correta. de enxofre em contato com a água das nuvens
c) III é correta. d) I e II são corretas. transforma-se em ácido sulfúrico. As chuvas áci-
e) II e III são corretas. das provocam a deterioração de monumentos
históricos, principalmente os constituídos de car-
QUESTÃO 13 (UNESP 1999) - Um sistema hete- bonato de cálcio, cuja reação com o ácido sulfú-
rogêneo, S, é constituído por uma solução colori- rico resulta na formação de sulfato de cálcio, di-
da e um sólido branco. O sistema foi submetido óxido de carbono e água. Assinale a alternativa
ao seguinte esquema de separação: que apresenta a fórmula CORRETA das seguin-
tes substâncias químicas citadas no texto: ácido
sulfúrico, sulfato de cálcio, dióxido de carbono e
água, respectivamente.
a) H2SO3 , CaSO4 , CO2 e H2O
b) H2SO3 , CaSO4 , CO2 e HO2
c) H2SO4 , CaSO4 , CO2 e H2O
Ao se destilar o líquido W, sob pressão constante d) H2SO4 , CaSO3 , CO e HO2
de 1 atmosfera, verifica-se que sua temperatura
de ebulição variou entre 80 e 100°C. Indique qual QUESTÃO 16 (PUCPR 2015) - A emissão de óxi-
das seguintes afirmações é correta. dos ácidos para a atmosfera vem crescendo cada
a) A operação I é uma destilação simples. vez mais nas últimas décadas. Eles podem ser
b) A operação II é uma decantação. emitidos através de fontes naturais, tais como a
c) O líquido colorido Y é uma substância pura. respiração vegetal e animal, erupções vulcânicas
d) O líquido incolor W é uma substância pura. e decomposição de restos vegetais e animais. No
e) O sistema heterogêneo S tem, no mínimo, 4 entanto, o fator agravante é que alguns óxidos
componentes. ácidos são liberados também na combustão de

97
QUÍMICA

combustíveis fósseis, como os derivados do pe- QUESTÃO 19 (UDESC 2015) - Um estudante de


tróleo (gasolina, óleo diesel etc.). química obteve uma solução indicadora ácido-ba-
FOGAÇA. J. “Óxidos e chuva ácida”. Brasil Escola. Disponível em: <http://www.brasilesco-
la.com/quimica/Oxidos-chuva-Acida.htm>.
se, triturando no liquidificador algumas folhas de
repolho roxo com água. Em seguida, ele dividiu a
Sobre óxidos ácidos e suas implicações ambien- solução obtida em três tubos de ensaio (A, B e C)
tais, é CORRETO afirmar que: e no primeiro tubo adicionou uma pequena quan-
a) óxidos ácidos são substâncias moleculares, tidade de vinagre (solução de ácido acético); no
formadas, principalmente, pelo enxofre e segundo alguns cristais de soda cáustica (NaOH),
pelo nitrogênio e que, ao entrarem em con- e no terceiro alguns cristais de sal para churrasco
tato com a água, reagem formando ácidos, (NaCl), obtendo o resultado conforme mostra o
por exemplo, sulfuroso, sulfúrico, nítrico e quadro:
nitroso.
b) o gás carbônico (CO2) e o monóxido de car- Tubo de Substância Coloração Coloração
ensaio adicionada inicial final
bono (CO) são exemplos de óxidos que re-
agem com a água, formando ácidos. A Vinagre Roxa Vermelha
c) óxidos ácidos são substâncias iônicas, for- Soda
B Roxa Verde
madas pela ligação de metais (principal- cáustica
mente alcalinos e alcalinos terrosos) com o Sal para
oxigênio. C Roxa Roxa
churrasco
d) o trióxido de enxofre neutraliza o hidróxido Se o estudante realizar outro experimento adicio-
de sódio na proporção molar de 1: 1. nando no tubo A, KOH, no B, HNO3, e no C, KNO3,
e) a chuva ácida é a responsável direta pelo fe- contendo a solução inicial extraída do repolho
nômeno conhecido como efeito estufa, cujo roxo, a coloração final, respectivamente será:
agravamento eleva as temperaturas médias a) roxa, verde, roxa.
de nosso planeta. b) roxa, vermelha, verde.
c) verde, roxa, vermelha.
QUESTÃO 17 (ITA 2015) - Os óxidos de metais d) vermelha, verde, roxa.
de transição podem ter caráter ácido, básico ou e) verde, vermelha, roxa.
anfótero. Assinale a opção que apresenta o cará-
ter dos seguintes óxidos: CrO, Cr2O3 e CrO3. QUESTÃO 20 (G1 IFSUL 2015) - O calcário é
a) Ácido, anfótero, básico constituído principalmente pela substância carbo-
b) Ácido, básico, anfótero nato de cálcio CaCO3). Ao sofrer decomposição
c) Anfótero, ácido, básico térmica, obtêm-se um gás e um sólido branco
d) Básico, ácido, anfótero chamado de cal viva ou virgem, que, ao reagir
e) Básico, anfótero, ácido com água, forma a cal apagada ou hidratada, re-
presentada pela fórmula
QUESTÃO 18 (UPE 2015) - Um trecho do “Canto a) CO b) CO2
Armorial ao Recife, Capital do Reino do Nordes- c) CaO d) Ca(OH)2
te”, de Ariano Suassuna, é transcrito a seguir:

Que o Nordeste é uma Onça e


estão seus ombros queima-
dos pelo Sol e pelo sal:
as garras de arrecifes, os La-
jedos, são seus dentes-de-pe-
dra e ossos-de-cal.
A Liberdade e o sangue da
Inumana precisam de teu Glá-
dio e do Punhal! EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
(Disponível em: http://sergiobgomes.wordpress.com)
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Que tipo de constituinte químico é o mais desta-
cado nas estruturas naturais metaforizadas nes- A E B C D D D A D E
ses versos? 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
a) CaCO3 b) CaC 2 B A E C C A E A E D
c) CaO d) Ca(NO3 )2 e) Ca3 (PO4 )2

98
FOLHA DE REDAÇÃO

ALUNO(A)__________________________________________________________________________________

DATA:________/________/________
TÍTULO (OPCIONAL)
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RESERVADO AO CORRETOR
Competências Pontos Níveis INSTRUÇÕES
1. Preencha o seu nome e assine nos locais apropriados.
I 1 2 3 4 5 2. A transcrição da sua redação deve ser feita preferencialmente com
caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transpa- CORRETOR
II 1 2 3 4 5 rente.
3. Em nenhuma hipótese, haverá substituição desta folha por erro de
III 1 2 3 4 5 preenchimento do participante.
4. Escreva a sua redação com letra legível. No caso de erro, risque
IV 1 2 3 4 5 com um único traço e escreva, em seguida, o respectivo substitutivo.
Lembre-se: parênteses não podem ser usados para tal finalidade. Nome
5. Não será avaliado texto escrito em local indevido. Respeite rigoro-
V 1 2 3 4 5 samente as margens.
6. Não será permitido utilizar material de consulta. Data:_____/_____/_____
Total 7. Não será permitido o empréstimo de qualquer material entre os par-
ticipantes.
Média (Nota Final) • Atenção: A redação será corrigida a partir de 8 linhas.

99
GRADE CORREÇÃO
Nível 0 0,0 | Nível I 2,0 | Nível II 4,0 | Nível III 6,0 | Nível IV 8,0 | Nível V 10,0
COMPETÊNCIA CRITÉRIOS (Níveis)
0. Demonstra desconhecimento da norma padrão, de escolha de registro e de convenções da escrita.
1. Demonstra domínio insuficiente da norma padrão, apresentando graves e frequentes desvios gramati-
cais, de escolha de registro e de convenções da escrita.
2. Demonstra domínio mediano da norma padrão, apresentando muitos desvios gramaticais, de escolha
I de registro e de convenções da escrita.
Demonstrar domínio da norma 3. Demonstra domínio adequado da norma padrão, apresentando alguns desvios gramaticais e de con-
padrão da língua escrita. venções da escrita.
4. Demonstra bom domínio da norma padrão, com poucos desvios gramaticais e de convenções da es-
crita.
5. Demonstra excelente domínio da norma padrão, não apresentando ou apresentando escassos desvios
gramaticais e de convenções da escrita.
0. Foge ao tema proposto.
1. Desenvolve de maneira tangencial o tema ou apresenta inadequação ao tipo textual dissertativo-argu-
II
mentativo.
Compreender a proposta de
2. Desenvolve de forma mediana o tema a partir de argumentos do senso comum, cópias dos textos mo-
redação e aplicar conceitos das
tivadores ou apresenta domínio precário do tipo textual dissertativo-argumentativo.
várias áreas de conhecimento
3. Desenvolve de forma adequada o tema, a partir de argumentação previsível e apresenta domínio ade-
para desenvolver o tema,
quado do tipo textual dissertativo-argumentativo.
dentro dos limites estruturais
4. Desenvolve bem o tema a partir de argumentação consistente e apresenta bom domínio do tipo textual
do texto dissertativo-
dissertativo-argumentativo.
argumentativo.
5. Desenvolve muito bem o tema com argumentação consistente, além de apresentar excelente domínio
do tipo textual dissertativo-argumentativo, a partir de um repertório sociocultural produtivo.
0. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos incoerentes.
1. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pouco relacionados
ao tema.
2. Apresenta informações, fatos e opiniões, ainda que pertinentes ao tema proposto, com pouca articula-
III
ção e/ou com contradições, ou limita-se a reproduzir os argumentos constantes na proposta de redação
Selecionar, relacionar, organizar
em defesa de seu ponto de vista.
e interpretar informações, fatos,
3. Apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto, porém pouco orga-
opiniões e argumentos em
nizados e relacionados de forma pouco consistente em defesa de seu ponto de vista.
defesa de um ponto de vista.
4. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema propos-
ta de forma consistente, com indícios de autoria, em defesa de seu ponto de vista.
5. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema propos-
ta de forma consistente, configurando autoria, em defesa de seu ponto de vista.
0. Apresenta informações desconexas, que não se configuram como texto.
IV
1. Não articula as partes do texto ou as articula de forma precária e/ou inadequada.
Demonstrar conhecimento
2. Articula as partes do texto, porém com muitas inadequadas na utilização dos recursos coesivos.
dos mecanismos linguístico
3. Articula as partes do texto, porém com algumas inadequações na utilização dos recursos coesivos.
necessários para a construção
4. Articula as partes do texto, com poucas inadequações na utilização de recursos coesivos.
da argumentação.
5. Articula as partes do texto, sem inadequações na utilização dos recursos coesivos.
0. Não elabora proposta de intervenção.
1. Elabora proposta de intervenção tangencial ao tema ou a deixa subentendida no texto.
V 2. Elabora proposta de intervenção de forma precária ou relacionada ao tema mas não articulada com a
Elaborar proposta de solução discussão desenvolvida no texto.
para o problema abordado, 3. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema mas pouco articulada à discussão desenvolvida
respeitando os valores no texto.
humanos e considerando a 4. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema e bem articulada à discussão desenvolvida no
diversidade sociocultural. texto.
5. Elabora proposta de intervenção inovadora relacionada ao tema e bem articulada à discussão desen-
volvida em seu texto, com detalhamento.
Aspectos considerados na avaliação de cada competência

a) Adequação ao Registro b) Norma Gramatical


c) Convenções da Escrita
• Grau de formalidade. • Sintaxe de concordância, regência • Escrita das palavras (ortografia,
Comp. I • Variedade linguística adequada e colocação.
ao tipo de texto e à situação de • Pontuação. acentuação).
• Maiúsculas / minúsculas.
interlocução. • Flexão.
a) Tema b) Estrutura
• Compreensão da proposta. • Encadeamento das partes do
Comp. II
• Desenvolvimento do tema a partir texto
de um projeto de texto. • Progressão temática.
c) Indícios de Autoria
a) Coerância Textual • Presença de marcas pessoais
Comp. III • Organização do texto quanto à b) Argumentatividade manifestas no desenvolvimen-
sua lógica interna e externa. to temático e na organização
textual.
b) Coesão Gramatical
a)

Coesão Lexical
Adequação no uso de recursos
• Adequação no emprego de co-
nectivos, tempos verbais, pontua-
Comp. IV lexicais, tais como: sinônimos,
ção, sequência temporal, relações
hiperônimos, repetição, reiteração
anafóricas, conectores intervoca-
etc.
bulares, interparágrafos etc.

Cidadania ativa com proposta solidária,


Comp. V
compartilhada e inovadora.

100 100
MESADIRET
ORADAASSEMBLEI
A UNI
VERSI
DADEDO P ARL
AMENT
O
L
EGISL
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ADO DO CEARÁ CEARENSE

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