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O acesso ao ensino superior tem sido um grande desafio para os jovens que
concluíram o ensino médio, principalmente os egressos da escola pública, cujos
recursos nem sempre são suficientes ao atendimento das necessidades dos alunos.
Cientes dessas dificuldades e preocupados com a formação de milhares de jovens
em situação de carência financeira, a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, na
pessoa de seu Presidente Deputado José Albuquerque, e a Escola Superior do Par-
lamento Cearense, por meio de seu Presidente Deputado Elmano Freitas, deram
continuidade e ampliaram o Projeto Alcance que, desde o seu início em 2012, tem
buscado universalizar um benefício antes restrito a alunos com situação financeira
privilegiada.
Acreditamos que esse material didático servirá para abrir as portas de es-
colas superiores a nossos alunos, permitindo que isso seja revertido em sucesso
profissional e ascensão social para todos os que participam junto conosco de tão
valoroso projeto.
A Coordenação
EQUIPE PEDAGÓGICA:
Língua Portuguêsa: sinval farias | vicente júnior
Matemática: fábio frota | ângelo victor | alexandre moura
História: márcio michiles | eciliano | josé fernandes
Biologia: alexandre werneck
Física: augusto melo
Química: thiago magalhães
Designer Gráfico: adriano costa | adriano-costa@hotmail.com
Índice
Linguagens e Códigos
Funções da Linguagem ...................................................................................................... 08 a 14
Redação ............................................................................................................................. 15 a 17
Matemática
Decimais ............................................................................................................................ 19 a 24
Equações ........................................................................................................................... 25 a 30
Gráficos de Funções ........................................................................................................... 31 a 34
Ciências Humanas
História do Brasil ................................................................................................................ 36 a 44
Filosofia ............................................................................................................................. 45 a 55
Geografia ........................................................................................................................... 56 a 63
Ciências da Natureza
Biologia .............................................................................................................................. 64 a 73
Física .................................................................................................................................. 74 a 81
Química ............................................................................................................................. 82 a 87
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM
comum pessoas serem amarradas em árvores fl oresta incendiada; eram ais convulsos, chora-
quando se expressavam em suas línguas, lem- dos em frenesi de amor: música feita de beijos
bra o cacique Felisberto Kokama, um analfabe- e soluços gostosos; carícia de fera, carícia de
to para os nossos padrões e um guardião da doer, fazendo estalar de gozo.
pureza de seu idioma (caracterizado por uma AZEVEDO, A. O cortiço. São Paulo: Ática, 1983 (fragmento).
diferença marcante entre a fala masculina e a No romance O Cortiço (1890), de Aluízio Aze-
feminina), lá no Amazonas, no Alto Solimões. vedo, as personagens são observadas como
Outro Kokama, o professor Leonel, da região de elementos coletivos caracterizados por con-
Santo Antônio do Içá (AM), mostra o problema dicionantes de origem social, sexo e etnia. Na
atual: “Nosso povo se rendeu às pessoas bran- passagem transcrita, o confronto entre brasi-
cas pelas difi culdades de sobrevivência. O con- leiros e portugueses revela prevalência do ele-
tato com a língua portuguêsa foi exterminando mento brasileiro, pois:
e difi cultando a prática da nossa língua. Há pou- a) destaca o nome de personagens brasilei-
cos falantes, e com vergonha de falar. A língua é ras e omite o de personagens portuguesas.
muito preconceituada entre nós mesmos”. b) exalta a força do cenário natural brasileiro
Revista Língua Portuguesa. São Paulo: Segmento, nº 26 , 2007. e considera o do português inexpressivo.
O desaparecimento gradual ou abrupto c) mostra o poder envolvente da música bra-
de partes importantes do patrimônio linguístico sileira, que cala o fado português.
e cultural do país possui causas variadas. Se- d) destaca o sentimentalismo brasileiro, con-
gundo o professor Leonel, da região de Santo trário à tristeza dos portugueses.
Antônio do Içá (AM), os idiomas indígenas so- e) atribui aos brasileiros uma habilidade maior
breviventes estão ameaçados de extinção devi- com instrumentos musicais.
do ao:
a) desaparecimento das reservas indígenas QUESTÃO 05 - O autor emprega duas vezes o
em decorrência da infl uência do branco. conectivo “e” no fragmento apresentado. Obser-
b) número reduzido de índios que continuam vando aspectos da organização, estruturação e
falando entre si nas suas reservas. funcionalidade dos elementos que articulam o
c) descaso dos governantes em preservar texto, o conectivo “E”, que inicia a última frase:
esse patrimônio cultural brasileiro. a) encabeça um argumento para o nome da
d) medo que as pessoas tinham de ser Mara Kuya.
castigadas por falarem a sua língua. b) resume os diversos usos que podem ser
e) contato com falantes de outras línguas e a feitos da fl or.
imposição de um outro idioma. c) quebra a fl uidez do discurso, prejudicando
a progressão temática.
QUESTÃO 04 - Abatidos pelo fadinho harmo- d) retoma o substantivo “jeito”, que o antece-
nioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, de na frase anterior.
até mesmo os brasileiros, se concentrando e e) adiciona argumentos a favor de uma mes-
caindo em tristeza; mas, de repente, o cava- ma linha de raciocínio.
quinho de Porfi ro, acompanhado pelo violão
do Firmo, romperam vibrantemente com um QUESTÃO 06 - Nova Poética
chorado baiano. Nada mais que os primeiros Vou lançar a teoria do poeta sórdido.
acordes da música crioula para que o sangue Poeta sórdido:
de toda aquela gente despertasse logo, como Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida.
se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas Vai um sujeito,
bravas. E seguiram-se outras notas, e outras, Sai um sujeito de casa com a roupa de brim
cada vez mais ardentes e mais delirantes. Já [branco muito bem engomada,
não eram dois instrumentos que soavam, eram e na primeira esquina passa um caminhão,
lúbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, salpica-lhe o paletó de uma nódoa de lama:
a correrem serpenteando, como cobras numa É a vida.
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM
O poema deve ser como a nódoa no brim: paixões QUE precedem a glória de um chute.”
Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero. Respeitando o processo coesivo textual, no tre-
(...) cho acima, os elementos destacados atualizam,
Manuel Bandeira respectivamente:
As funções da linguagem PREDOMINANTES a) assentos intermináveis / o grande desfi le
na “Nova Poética” são: de paixões
a) metalinguística - referencial b) Maracanã / o grande desfi le
b) conativa - metalinguística c) desfi le de angústias / rampas gigantescas
c) poética - conativa d) assentos intermináveis / angústias e pai-
d) emotiva - conativa xões
e) referencial - fática e) rampas gigantescas, assentos interminá-
veis / angústias e paixões
QUESTÃO 07 - CORRIDINHO
O amor quer abraçar e não pode. QUESTÃO 09 - Todo texto é uma sequência
A multidão em volta, de informações: do início até o fi m, há um per-
com seus olhos cediços, curso acumulativo delas. Às informações já co-
põe caco de vidro no muro nhecidas, outras novas vão sendo acrescidas e
para o amor desistir. estas, depois de conhecidas, terão a si outras
O amor usa correio, novas acrescidas e, assim, sucessivamente. A
o correio trapaceia, construção do texto fl ui como um ir-e-vir de in-
a carta não chega, formações, uma troca constante entre o dado e
o amor fi ca sem saber se é ou não é. o novo. Nesse texto, predominam:
O amor pega o cavalo, a) Função referencial e gênero do tipo disser-
desembarca do trem, tativo.
chega na porta cansado b) Função fática e gênero de conteúdo didá-
de tanto caminhar a pé. tico.
Fala a palavra açucena, c) Função poética e gênero do tipo narrativo.
pede água, bebe café, d) Função expressiva e gênero de conteúdo
dorme na sua presença, dramático.
chupa bala de hortelã. e) Função conativa e gênero de conteúdo lí-
Tudo manha, truque, engenho: rico.
É descuidar, o amor te pega,
te come, te molha todo. QUESTÃO 10 - ESTE INFERNO DE AMAR
Mas água o amor não é. Este inferno de amar - como eu amo!
(PRADO, Adélia. O CORAÇÃO DISPARADO. Rio de Janeiro, Quem mo pôs aqui n’alma... quem foi?
Nova Fronteira. 1977.) Esta chama que alenta e consome,
Nos versos “dorme na sua presença,”(v.16) “É Que é a vida - e que a vida destrói -
descuidar, o amor te pega,”(v.19) “te come, te Como é que se veio a atear,
molha todo.”(v.20), os pronomes SUA e TE re- Quando - ai quando se há-de ela apagar?
metem ao: (Almeida Garret)
a) emissor da mensagem Nos versos de Garrett, predomina a função:
b) canal da mensagem a) metalinguística da linguagem, com extre-
c) receptor da mensagem ma valorização da subjetividade no jogo
d) código da mensagem entre o espiritual e o profano.
e) referente da mensagem b) apelativa da linguagem, num jogo de sen-
tido pelo qual o poeta transmite uma forma
QUESTÃO 08 - “Lá está o Maracanã, rampas idealizada de amor.
gigantescas, assentos intermináveis, TUDO c) referencial da linguagem, privilegiando-se
pronto para o grande desfi le de angústias e a expressão de forma racional.
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM
ligadas hoje umas com as outras, que as mu- QUESTÃO 05 (FATEC 2015) - Romance XX-
lheres e os fi lhos se criam mística e domestica- XIV ou de Joaquim Silvério
mente, e a língua que nas ditas famílias se fala Melhor negócio que Judas
é a dos Índios, e a portuguesa a vão os meninos fazes tu, Joaquim Silvério:
aprender à escola.” que ele traiu Jesus Cristo,
TEYSSIER, P. História da língua portuguesa. Lisboa: Livraria Sá tu trais um simples Alferes.
da Costa, 1984 (adaptado). Recebeu trinta dinheiros...
A identidade de uma nação está diretamente li- – e tu muitas coisas pedes:
gada à cultura de seu povo. O texto mostra que, pensão para toda a vida,
no período colonial brasileiro, o Português, o Ín- perdão para quanto deves,
dio e o Negro formaram a base da população e comenda para o pescoço,
que o patrimônio linguístico brasileiro é resulta- honras, glória, privilégios.
do da: E andas tão bem na cobrança
a) contribuição dos índios na escolarização que quase tudo recebes!
dos brasileiros. Melhor negócio que Judas
b) diferença entre as línguas dos colonizado- fazes tu, Joaquim Silvério!
res e as dos indígenas. Pois ele encontra remorso,
c) importância do padre Antônio Vieira para a coisa que não te acomete.
literatura de língua portuguesa. Ele topa uma fi gueira,
d) origem das diferenças entre a língua portu- tu calmamente envelheces,
guesa e as línguas tupis. orgulhoso impenitente,
e) interação pacífi ca no uso da língua portu- com teus sombrios mistérios.
guesa e da língua tupi. (Pelos caminhos do mundo,
nenhum destino se perde:
QUESTÃO 04 - Entre ideia e tecnologia - O há os grandes sonhos dos homens,
grande conceito por trás do Museu da Língua e a surda força dos vermes.)
é apresentar o idioma como algo vivo e funda- (Cecília Meirelles, Romanceiro da Inconfidência.)
mental para o entendimento do que é ser brasi- À vista dos traços estilísticos, é correto afi rmar
leiro. Se nada nos defi ne com clareza, a forma que o texto de Cecília Meirelles:
como falamos o português nas mais diversas si- a) representa grande inovação na constru-
tuações cotidianas é talvez a melhor expressão ção dos versos, marcando-se sua obra por
da brasilidade. experimentalismo radical da linguagem e
SCARDOVELI, E. Revista Língua Portuguesa. São Paulo: Seg-
mento, Ano II, nº 6, 2006.
referência a fontes vivas da língua popular.
b) é despida de sentimentalismo e pautada
O texto propõe uma refl exão acerca da língua
pelo culto formal expresso na riqueza das
portuguesa, ressaltando para o leitor a:
rimas e na temática de cunho social.
a) inauguração do museu e o grande investi-
c) simula um diálogo, adotando linguagem na
mento em cultura no país.
qual predomina a função apelativa, e opta
b) importância da língua para a construção
por versos brancos, de ritmo popular (caso
da identidade nacional.
dos versos de sete sílabas métricas).
c) afetividade tão comum ao brasileiro, retra-
d) expressa sua eloquência na escolha de
tada através da língua.
temática greco-romana e nas tendências
d) relação entre o idioma e as políticas públi-
conservadoras típicas do rigor formal de
cas na área de cultura.
sua linguagem.
e) diversidade étnica e linguística existente
e) é de tendência descritiva e heroica, ado-
no território nacional.
tando a sátira para expressar a crítica às
instituições sociais falidas.
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM
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REDAÇÃO
AULA 01 - A Redação por Competências seja, com a utilização da norma culta e com a
fi delidade às regras da Gramática Tradicional.
Devemos evitar, então, os erros de concordân-
cia, a cacofonia, os barbarismos, os neologis-
mos, as expressões vulgares e até o purismo,
Competência 1: C1 Gramática - Domínio das o rebuscamento, pois falar “bonito demais” tam-
normas da Gramática Tradicional. Os correto- bém pode ser um erro.
res buscam os principais erros quanto ao uso * Coerência - Relação pertinente ou verdadei-
da língua vernácula. Os erros são divididos ra que se estabelece entre as ideias do texto,
em leves, medianos, graves e muito graves. ou seja, os argumentos, e o mundo. Toda vez
Analisados por ocorrência em: pontuais (acon- que o candidato faz uma afi rmação, apresenta
tecem várias vezes e demonstram o despreparo uma ideia ou informação que fazem progredir o
do candidato) e eventuais (acontecem poucas texto, espera-se que haja verdade, ou seja, que
vezes e são pouco signifi cativos para a ban- os argumentos utilizados sejam verdadeiros e,
ca). A crase, por exemplo, pode ser eventual portanto, coerentes.
quando o candidato erra apenas uma vez (em * Estilo - Este quesito, além de identifi car um
um daqueles casos especiais, por exemplo), e modo particular de pensar, de agir, de ser e de
pontual quando erra mais de uma vez e nos fazer algo, o estilo é a preocupação com o modo
casos mais simples como: diante de masculino ou forma de escrever, de expor a ideia. Essa
ou de um verbo no infi nitivo. Os corretores pro- exposição pode ser, por exemplo, irônica ou sa-
curam imediatamente erros de: Concordância, tírica, afetada, vulgar, romântica ou metafórica,
Regência, Crase, Colocação de pronomes, técnica, científi ca, subjetiva, objetiva ou realista,
Grafia errada de palavras, Acentuação, Pon- etc. contanto que haja critérios na construção
tuação e Inadequação vocabular. das ideias e das fi guras ou imagens utilizadas
pelo autor. Machado de Assis, por exemplo,
O que os professores de todas as bancas adotava um estilo irônico. Euclides da Cunha,
corrigem? - A prova de redação tem respaldo por sua vez, era altissonante e científico. O
no binômio Forma x Conteúdo. A Forma tem meu estilo, por exemplo, é faceto ou bem hu-
a ver com o gênero textual defi nido e, especi- morado. Qual o seu? Lembre-se: “Estilo é igual
fi camente, com a gramática que rege a feitura a dinheiro: tem gente que tem, tem gente que
do texto. O conteúdo, por sua vez, tem a ver não tem”. (rsrs).
com o tema, a ideia central (a tese) e as ideias
IMPORTANTE! Para efeito de correção e de
secundárias suscitadas pelo assunto discutido.
contagem do mínimo de linhas, a cópia parcial
Portanto, as características do texto que melhor
dos textos motivadores ou de questões objeti-
representam estas prerrogativas são:
vas do caderno de prova acarretará a descon-
* Clareza - Compreende os procedimentos que
sideração do número de linhas copiadas.
tornam o texto inteligível, de fácil entendimento,
refl etindo a boa organização das ideias nele es- Comentário: Os textos motivadores fazem exa-
critas. Cultuar a clareza é evitar a obscuridade, tamente isto que o nome diz, motivam. Eles ser-
a ideia vaga e a ambiguidade. vem para fazer o candidato pensar, para gerar
* Concisão - Entendida também como objetivi- ideias novas ligadas às ideias neles contidas.
dade, a concisão tem a ver com a frase: “Deve- Por isso, usá-los integralmente ou em parte é
mos dizer o máximo com o mínimo de palavras”. cometer um erro, pois as redações de vestibu-
Ser conciso, então, é ir diretamente ao ponto, lar e concurso têm uma prerrogativa: são textos
evitando-se a redundância e a prolixidade, originais e de punho. Resumindo, são textos ori-
conhecidas vulgarmente como “enchimento de ginais (não cabendo cópia ou plágio de ideias) e
linguiça”. feitos por você, sem a ajuda de ninguém. Às ve-
* Correção - Esta competência tem a ver ne- zes, até algumas questões encontradas ao lon-
cessariamente com a gramática do texto, ou go da prova podem gerar ideias sobre o tema
proposto.
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REDAÇÃO
IMPORTANTE! O título é um elemento opcio- para a escrita de sua redação. Você não precisa
nal na produção da sua redação. citá-los nem mesmo mencioná-los. Consideran-
do a relação entre os dois excertos e a tela de
Comentário: Em todos os concursos que en-
Degas, redija um texto dissertativo argumen-
volvem redação, principalmente na produção
tativo, sustentando um ponto de vista.
de gêneros como artigo, editorial, conto, crô-
nica, por exemplo, é possível sim colocar um
Texto 1 - Planeta Água
título. No entanto, este não é um procedimento
Guilherme Arantes
considerado obrigatório. O candidato faz isso se
Água que nasce na fonte serena do mundo
quiser ou, dependendo do caso, se a banca do
E que abre um profundo grotão
concurso exigir.
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão
Ex. Escreva um artigo de opinião sobre o tema
Águas escuras dos rios
“Liberdade de expressão” que tenha como título
Que levam a fertilidade ao sertão
“Os limites para o que se diz”
Águas que banham aldeias
Desvios mais graves: E matam a sede da população
• falta de concordância do verbo com o su- Águas que caem das pedras
jeito (com sujeito antes do verbo); No véu das cascatas, ronco de trovão
• períodos incompletos, truncados, que E depois dormem tranquilas
comprometem a compreensão; No leito dos lagos
• graves problemas de pontuação; No leito dos lagos
• desvios graves de grafi a e de acentuação Água dos igarapés
(letra minúscula iniciando frases e nomes Onde Iara, a mãe d’água
de pessoas e lugares); e É misteriosa canção
• presença de gíria. Água que o sol evapora
Comentário: Todos esses problemas são Pro céu vai embora
exemplifi cados e comentados a seguir. Virar nuvens de algodão
Gotas de água da chuva
Desvios graves:
Alegre arco-íris sobre a plantação
• falta de concordância do verbo com o su-
Gotas de água da chuva
jeito (com sujeito depois do verbo ou mui-
Tão tristes, são lágrimas na inundação
to distante dele);
Águas que movem moinhos
• falta de concordância do adjetivo com o
São as mesmas águas que encharcam o chão
substantivo;
E sempre voltam humildes
• regência nominal e verbal inadequada
Pro fundo da terra
(ausência ou emprego indevido de pro-
Pro fundo da terra
posição);
Terra! Planeta Água
• ausência do acento indicativo da crase ou
Terra! Planeta Água
seu uso inadequado;
Terra! Planeta Água
• problemas na estrutura sintática (frase jus-
Água que nasce na fonte serena do mundo
tapostas sem conectivos ou orações su-
E que abre um profundo grotão
bordinadas sem oração principal);
Água que faz inocente riacho
• desvio em palavras de grafi a complexa;
E deságua na corrente do ribeirão
• separação de sujeito, verbo, objeto direto
Águas escuras dos rios
e indireto por vírgula; e
Que levam a fertilidade ao sertão
• marcas da oralidade.
Águas que banham aldeias
Fonte: Guia do participante 2014
E matam a sede da população
PROPOSTA ENEM - Leia os dois excertos a se-
Águas que movem moinhos
guir e observe a reprodução da tela de Edgar
São as mesmas águas que encharcam o chão
Degas, os quais devem servir como subsídio
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REDAÇÃO
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MATEMÁTICA
DECIMAIS
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DECIMAIS
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DECIMAIS
numérica com frações, basta seguir as mes- do jogo é verifi car qual jogador consegue o maior
mas regras para resolver operações em uma ex- número de pares. Iniciado o jogo, a carta virada
pressão numérica com números naturais. na mesa e as cartas da mão de um jogador são
Veja alguns exemplos: como no esquema:
a) 5 - 1 x 3 =
6 2 4
Primeiro resolvemos a multiplicação.
= 5 - 3 =
6 8
Em seguida, resolvemos a subtração
= 20 - 9 = 11
24 24
1 x 5 . 3 =
.
b) 4 2 4
Segundo as regras do jogo, quantas cartas da
Primeiro resolvemos a multiplicação.
5 . 3 = mão desse jogador podem formar um par com a
8
.
4 carta da mesa?
Agora resolvemos a divisão. a) 9 b) 7
=
5 x 4
=
5 x 1
=
5 c) 5 d) 4 e) 3
8 3 2 3 6
Observe que a operação: 5 x 4 foi simplifi ca-
8 3
5 QUESTÃO 02 (ENEM 2013) - Uma torneira
da, originando a operação: x 1
2 3 não foi fechada corretamente e fi cou pingando,
da meia-noite às seis horas da manhã, com a
c) frequência de uma gota a cada três segundos.
Sabe-se que cada gota d’água tem volume de
0,2mL. Qual foi o valor mais aproximado do total
de água desperdiçada nesse período, em litros?
a) 0,2 b) 1,2
c) 1,4 d) 12,9 e) 64,8
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DECIMAIS
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DECIMAIS
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DECIMAIS
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EQUAÇÕES
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EQUAÇÕES
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EQUAÇÕES
A escala da gravura reproduzida na folha de pa- QUESTÃO 05 (ENEM 2016) - Um senhor, pai
pel é: de dois fi lhos, deseja comprar dois terrenos,
a) 1 : 3 b) 1 : 4 com áreas de mesma medida, um para cada
c) 1 : 20 d) 1 : 25 e) 1 : 32 fi lho. Um dos terrenos visitados já está demar-
cado e, embora não tenha um formato conven-
QUESTÃO 04) (ENEM 2016) - A distribuição de cional (como se observa na Figura B), agradou
salários pagos em uma empresa pode ser ana- ao fi lho mais velho e, por isso, foi comprado. O
lisada destacando-se a parcela do total da mas- fi lho mais novo possui um projeto arquitetôni-
sa salarial que é paga aos 10% que recebem os co de uma casa que quer construir, mas, para
maiores salários. Isso pode ser representado na isso, precisa de um terreno na forma retangular
forma de um gráfi co formado por dois segmen- (como mostrado na Figura A) cujo comprimento
seja 7 m maior do que a largura.
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EQUAÇÕES
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EQUAÇÕES
que, algumas horas antes, foi administrada a permaneça acesa seja igual a 2 do tempo em
ela uma dose de 14 mg de um medicamento Y, 3
cuja dosagem de adulto é 42 mg. Sabe-se que que a luz vermelha fi que acesa. A luz verde fi ca
a dose da medicação Y administrada à crian- acesa, em cada ciclo, durante X segundos e
ça estava correta. Então, a enfermeira deverá cada ciclo dura Y segundos. Qual é a expressão
ministrar uma dosagem do medicamento X, em que representa a relação entre X e Y?
miligramas, igual a: a) 5X – 3Y + 15 = 0 b) 5X – 2Y + 10 = 0
a) 15 b) 20 c) 3X – 3Y + 15 = 0 d) 3X – 2Y + 15 = 0
c) 30 d) 36 e) 40 e) 3X – 2Y + 10 = 0
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EQUAÇÕES
a) 1 m b) 2 m
c) 2,4 m d) 3 m e) 2√6 m
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GRÁFICOS DE FUNÇÕES
c) d)
a) b)
e)
a) b)
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GRÁFICOS DE FUNÇÕES
c) d)
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CIÊNCIAS HUMANAS
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HISTÓRIA GERAL
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HISTÓRIA GERAL
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HISTÓRIA GERAL
1560, o Brasil já contava com cerca de 60 enge- as específi cas do litoral da Bahia e de Alagoas.
nhos. Como o tabaco desgastava o solo com rapidez,
A alimentação provinha das plantações, o produto era plantado em currais, onde o es-
da criação de animais, da caça e pesca reali- trume dos animais adubava constantemente a
zadas no próprio engenho. Montavam também terra.
serrarias, em que a madeira para a construção
das casas e confecção de mobiliário era prepa- ALGODÃO
rada. No século XVI, o cultivo de algodão for-
Após o corte, a cana era levada para a necia apenas matéria-prima para a confecção
moenda, era triturada e transformada em gara- de roupas para os escravos. Sua produção
pa. Conduzido para a caldeira, esse suco era centralizava-se na capitania de Itamaracá e a
cozido até engrossar, resultando no melaço. O exportação era mínima. Na segunda metade do
melaço ia para a casa de purgar, onde era colo- século XIX, porém, com a revolução industrial, a
cado ao sol para secar, em formas de barro ou procura do algodão aumentou, transformando-o
madeira, transformando-se em rapadura. Final- em importante produto de exportação.
mente, o açúcar mascavo, em forma de pães
de açúcar, era encaixotado e levado aos navios CACHAÇA
que iam para a Europa. As engenhocas, eram engenhos que pro-
duziam cachaça. Essa bebida tinha um impor-
ATIVIDADES SUBSIDIÁRIAS - PECUÁRIA tante papel na economia, pois era elemento de
O Gado, além de constituir fonte de ali- escambo no tráfi co de escravos.
mento, era indispensável como animal de tra-
ção na moenda e no transporte das caixas até DROGAS DO SERTÃO
os portos. A pecuária foi sendo empurrada gra- Cacau, baunilha, guaraná, pimenta, cra-
dativamente para o interior da colônia. A criação vo, castanha, ervas medicinais e aromáticas,
de gado deu origem a um novo tipo de latifún- representaram a base econômica para a explo-
dio, no qual o trabalho escravo não tinha de ser ração da Amazônia, destacando-se o papel dos
implantado. Nele, o vaqueiro, em geral mestiço jesuítas, utilizando a mão de obra do índio
ou índio, trabalhava em regime de parceria, re-
cebendo reses (quarteamento), em pagamento CICLO DA MINERAÇÃO
pelo seu serviço. Na segunda metade do século XVII , a
produção do açúcar brasileiro entrou em deca-
MANDIOCA dência com a concorrência da Holanda. Portu-
A mandioca, rica em amido, conhecida gal voltou a se empenhar na descoberta de ouro
dos índios brasileiros, tornou-se o alimento mais em terras brasileiras.
utilizado pelos escravos e setores populares. Tudo indicava que havia ouro na colônia,
Como os senhores de engenho priorizavam o mas no início a procura foi infrutífera, provavel-
plantio do açúcar, havia carência de mandioca, mente pelo uso de técnicas rudimentares. De-
forçando o governo português a decretar leis pois de descobertas casuais de ouro, expedi-
que obrigavam latifundiários a reservar áreas ções de bandeiras encontraram ouro em Minas
para o cultivo de mandioca e de outros gêne- Gerais.
ros alimentícios. A mandioca era transformada Com a descoberta de ouro, a vinda de portu-
em farinha de pau, para rápido consumo, ou em gueses para colônia cresceu de forma absurda.
farinha de campanha, que poderia ser armaze- Os bandeirantes começaram a se desentender
nada por até um ano. com os forasteiros, e a guerra dos Emboabas
foi decorrência desse fato.
TABACO Embora a exploração do ouro brasileiro
O tabaco era utilizado como escambo de servisse para que a Coroa portuguesa pudesse
escravos africanos. Seu cultivo era feito em áre- sobreviver fi nanceiramente, não solucionava a
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HISTÓRIA GERAL
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HISTÓRIA GERAL
tar às colônias, suas fi lhas, todos os bons do interno que se contrapunha às fl utua-
ofícios e socorros necessários para a defe- ções do comércio internacional.
sa e segurança das suas vidas e dos seus
bens, mantendo-se em uma sossegada QUESTÃO 05 - O engenho de açúcar pode ser
posse e fruição dessas mesmas vidas e considerado como um recorte representativo
desses bens.” do mundo colonial, por conter em seu interior
b) “é, pois necessário que os interesses da as principais características da sociedade e da
Metrópole sejam ligados com os das colô- economia que se desenvolveram na colônia
nias, e que estas sejam tratadas sem riva- como, por exemplo, a(o):
lidade. Quanto os vassalos são mais ricos, a) ampla integração entre os diversos seg-
tanto o soberano é muito mais.” mentos étnicos da sociedade colonial.
c) “esta impossibilidade de subsistir qualquer b) preponderância da população escrava,
indivíduo sem alheios socorros, ou Lei Uni- principal forma de mão de obra.
versal que liga os homens entre si, tem a c) participação direta do capital comercial
política nas colônias para maior utilidade e europeu na produção colonial, através da
dependência em que devem estar da Me- propriedade dos engenhos.
trópole.” d) ausência de qualquer controle econômico
d) “para viverem em igualdade e abundân- da metrópole sobre a vida colonial.
cia... que todos fi cariam ricos, tirados da e) controle de toda a economia e dos cargos
miséria em que se achavam, extinta a dife- políticos da sociedade colonial pelos “se-
rença da cor branca, preta e parda, porque nhores de engenho”.
uns e outros seriam sem diferença chama-
dos e admitidos a todos os ministérios e QUESTÃO 06 - “Coloquemo-nos naquela Euro-
cargos.” pa anterior ao século XVI, isolada dos trópicos,
e) “numa palavra, quanto os interesses e só indireta e longinquamente acessíveis e ima-
as utilidades da pátria-mãe se enlaçarem ginemo-la, como de fato estava, privada quase
mais com os das colônias suas fi lhas, tan- inteiramente de produtos que se hoje, pela sua
to ela será mais rica e quanto ela dever
banalidade, parecem secundários, eram então
mais às colônias, tanto ela será mais feliz prezados como requintes de luxo. Tome-se o
e viverá mais segura.” caso do açúcar, que embora se cultivasse em
pequena escala na Sicília, era artigo de grande
QUESTÃO 04 - Apesar do predomínio da agro- raridade e muita procura; até nos enxovais de
manufatura açucareira na economia colonial rainhas ele chegou a fi gurar como dote precioso
brasileira, a pecuária e a extração das "drogas e altamente prezado.”
do sertão" foram fundamentais. A esse respei- (PRADO Jr., Caio. “Formação do Brasil contemporâneo”. São Paulo,
Brasiliense, 1961.)
to, podemos afi rmar que:
a) ocorreu uma grande absorção da mão de A colonização do Brasil, a partir do século XVI,
obra escrava negra, particularmente na permitiu à Coroa Portuguesa usufruir das vanta-
pecuária. gens trazidas pelas riquezas tropicais. Caracte-
b) a presença do indígena na extração das rizam a economia colonial brasileira:
“drogas do sertão” foi essencial pelo co- a) o monopólio comercial, a monocultura de
nhecimento da geografi a da região nor- exportação, o trabalho escravo e o predo-
deste. mínio das grandes propriedades rurais.
c) por serem atividades complementares, a b) o livre comércio, a indústria do vestuário,
força de trabalho não se dedicava integral- o trabalho livre e o predomínio das peque-
mente a elas. nas propriedades rurais.
d) ambas foram responsáveis pelo processo c) o liberalismo econômico, o trabalho assa-
de interiorização do Brasil colonial. lariado, a monocultura canavieira e o pre-
e) possibilitaram o surgimento de um merca- domínio das grandes propriedades rurais.
d) o exclusivo colonial, o trabalho escravo, a
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HISTÓRIA GERAL
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HISTÓRIA GERAL
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HISTÓRIA GERAL
QUESTÃO 02 - Leia com atenção as afi rma- QUESTÃO 04 - No período colonial, a renda
ções a seguir: das exportações do açúcar:
I - A economia colonial brasileira foi basea- a) Raramente ocupou lugar de destaque na
da na diversifi cação de atividades voltadas pauta das exportações, pelo menos até a
para o mercado interno. chegada da família real ao Brasil.
II - A agricultura no período colonial era pau- b) Mesmo no auge da exportação do ouro,
tada pelo trinômio monocultura-latifúndio- sempre ocupou o primeiro lugar, continu-
-escravidão. ando a ser o produto mais importante.
III - Apesar da existência de homens livres c) Ocupou posição de importância mediana,
em torno do engenho, principalmente em ao lado do fumo, na pauta das exportações
cargos técnicos, a mão de obra essencial brasileiras, de acordo com os registros co-
do cultivo da cana e do preparo do açúcar merciais.
era escrava. d) Ocupou posição relevante apenas durante
a) Apenas II está correta. dois decênios, ao lado de outros produtos,
b) Apenas I está correta. tais como a borracha, o mate e alguns de-
c) II e III estão corretas. rivados da pecuária.
d) Todas estão corretas. e) Nunca ocupou o primeiro lugar, sendo que
e) I e III estão corretas. mesmo no auge da mineração, o açúcar
foi um produto de importância apenas re-
QUESTÃO 03 - “Há exagero em dizer que a ex- lativa.
tração do ouro liquidou a economia açucareira
do Nordeste. Ela já estava em difi culdades vinte QUESTÃO 05 - Quais as características domi-
anos antes da descoberta do ouro (...). Mas não nantes da economia colonial brasileira:
há dúvida de que foi afetada pelos deslocamen- a) propriedade latifundiária, trabalho indíge-
tos de população e, sobretudo, pelo aumento do na assalariado e produção monocultura;
preço da mão de obra escrava...” b) propriedades diversifi cadas, exportação
Uma das consequências do processo descrito de matérias-primas e trabalho servil;
no texto, em termos administrativos, foi: c) monopólio comercial, latifúndio e trabalho
a) a transferência da capital do Vice-Reinado escravo de índios e negros;
d) pequenas vilas mercantis, monocultura de
para São Paulo, que passou a ser o pólo
exportação e trabalho servil de mestiços;
econômico mais importante da Colônia.
e) propriedade minifundiária, colônias agríco-
b) a criação das Câmaras Municipais que
las e trabalho escravo.
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HISTÓRIA GERAL
44
FILOSOFIA
Filosofia Antiga e Medieval Tales (640 - 550 a.C.)
O Mito
O homem é um ser dotado de extrema
curiosidade. Envolvido em sua ignorância, vivia
em um mundo maravilhoso que o deixava per-
plexo. O nascer e o por do sol, a chuva, os raios
e trovões eram fenômenos que o inquietavam.
Buscando dar um sentido à sua realidade, o ser
Matemático e astrônomo grego nascido em Mi-
humano desenvolve o pensamento mitológico.
leto, na Jônia, Ásia Menor, além de um bem su-
O mito é uma narrativa que busca descrever as
cedido comerciante nos ramos de azeite e sal. É
relações entre fatos, pessoas e símbolos com
considerado o primeiro fi lósofo grego e o primei-
forças sobrenaturais. O mito traz um julgamento
ro dos sete sábios da idade helênica, o pai da
sobre a origem do homem e do mundo, ensinan-
fi losofi a e o fundador da ciência física. Estudou
do que tudo possui uma fi nalidade. Sem ter de
geometria no Egito, onde mediu a altura das pirâ-
passar pelo plano da racionalidade, o mito pos-
mides pela sombra delas, e astronomia na Babi-
sui, entre suas funções, a fi nalidade de diminuir
lônia, sob o governo de Nabucodonosor. Fundou
ou acabar com o medo, a angústia e o temor pro-
a primeira escola grega de fi losofi a, na Jônia,
venientes de um universo ainda desconhecido.
colônia grega na Ásia Menor, onde fi cava Mile-
O pensamento mitológico foi combatido pelos
to, cidade destruída por Dário (494 a. C.). Con-
fi lósofos que passaram a buscar explicações ra-
siderado o criador da geometria dedutiva (585
cionais para os questionamentos do homem.
a. C.), são-lhe atribuídas as deduções de cinco
teoremas da geometria plana. Introduziu uma re-
Os Pré-Socráticos - Os pré-socráticos são fi ló-
volucionária teoria cosmológica sobre a constitui-
sofos que viveram na Grécia Antiga e nas suas
ção do Universo e da Terra, na qual a água era o
colônias. Assim são chamados, pois são os que
elemento do qual o mundo se originara e ao qual
vieram antes de Sócrates, considerado um divi-
estava destinado a retornar. Ou seja, com base
sor de águas na fi losofi a. Muito pouco de suas
na teoria dos egípcios e mesopotâmios, pois os
obras está disponível, restando apenas fragmen-
egípcios e mesopotâmios afi rmavam que a água,
tos. O primeiro fi lósofo de que temos uma obra
o ar e a terra eram os elementos primários da na-
sistemática e com livros completos é Platão, de-
tureza, afi rmou que a água era o elemento fun-
pois Aristóteles.
damental do universo e de toda a constituição da
São chamados de fi lósofos da natureza,
matéria, ou seja, todas as coisas eram feitas de
pois investigaram questões pertinentes a esta,
água e que os diferentes aspectos eram resulta-
como de que é feito o mundo. Romperam com
dos das diferentes concentrações, e que o fogo
a visão mítica e religiosa da natureza que pre-
e a terra eram os outros elementos da natureza.
valecia na época, adotando uma forma científi ca
Posteriormente, Empédocles de Agrigento acres-
de pensar. Alguns se propuseram a explicar as
centou-lhes um quarto, o éter, chamando-os de
transformações da natureza. Tinham preocupa-
raízes das coisas, rizomata, que Aristóteles mais
ção cosmológica. A maior parte do que sabemos
tarde os denominou de elementos. Os jônicos
desses fi lósofos é encontrada na doxografia (re-
buscavam um único princípio das coisas para
lato das ideias de um autor quando interpretadas
interpretação do universo. Juntamente com Ana-
por outro autor) de Aristóteles, Platão, Simplício
ximandro e Anaxímenes, são considerados os
e na obra de Diógenes Laércio (século III d. C),
principais pensadores da cidade de Mileto, cujas
Vida e obra dos fi lósofos ilustres. A partir do sé-
doutrinas, sobretudo as considerações sobre a
culo VII a.C., há uma revolução monetária da
phisis, marcaram o início da ciência e da fi loso-
Grécia, e advêm a ela inovações científi cas. Isso
fi a ocidentais, e constituíram a chamada escola
colaborou com uma nova forma de pensar, mais
milésica, jônica ou de Mileto. A nova concepção
racional.
de mundo dos milésios denominou-se logos, pa-
lavra grega que signifi ca razão, palavra ou dis-
45
FILOSOFIA
curso. Para eles, segundo Aristóteles, a questão do mundo ocidental. Preferiu redefi nir o infi nito
primordial não era o que sabemos, mas como o do seu mestre como sendo o ar, considerando,
sabemos. Surgiu, assim, a primeira tentativa de assim, o ar o elemento primordial, o princípio
explicar racionalmente o universo, sem recorrer constitutivo de todas as coisas. O ar seria uma
a entidades sobrenaturais. Buscavam um princí- substância cuja capacidade de autotransforma-
pio unifi cador imutável, ao qual chamaram arché, ção podia ser vista experimentalmente, o que o
origem, substrato e causa de tudo. levou a afi rmar que todas as mudanças seriam
Anaximandro (cerca de 610- 547 a.C.) condensação e rarefação, o que contribuiu para
o avanço do pensamento científi co. Descrevia a
condição primitiva das coisas como uma massa
muito rarefeita que ia condensando-se gradati-
vamente em vento, nuvem, água, terra e pedra,
ou seja, os três estados da matéria como hoje
Anaximandro, natural de Mileto, colônia classifi cados, seriam estágios progressivos da
cretense no Mediterrâneo, geógrafo, matemáti- condensação. Os graus de condensação cor-
co, astrônomo e político, discípulo e sucessor respondiam às densidades de diversos tipos de
de Tales. De sua vida, praticamente nada se matéria. Quando distribuído mais uniformemen-
sabe. Os relatos doxográfi cos nos dão conta de te, o ar era o atmosférico invisível. Pela conden-
que escreveu um livro: Sobre a Natureza, tido sação, tornava-se visível, a princípio como né-
pelos gregos como a primeira obra fi losófi ca no voa ou nuvem, em seguida como água e depois
seu idioma. Este livro se perdeu, restando ape- como matéria sólida como terra e pedras. Se
nas um fragmento e notícias de fi lósofos e escri- fosse mais rarefeito, transformava-se em fogo.
tores posteriores. Portanto, as aparentes diferenças qualitativas
Ampliando a visão de Tales, foi o primeiro em substância seriam devidas a meras diferen-
a formular o conceito de uma lei universal pre- ças quantitativas. Uma de suas afi rmações mais
sidindo o processo cósmico total. Anaximandro interessantes foi a descrição de que o arco-íris
estabeleceu que o princípio de todas as coisas não era uma deusa, mas o efeito dos raios de
é o ilimitado (o apeiron). Para ele, tudo provém sol sobre um ar mais denso.
dessa substância eterna e indestrutível, infi nita Pitágoras (570 - 490 a.C., aproximadamente)
e invisível que é o apeiron, o ilimitado, o inde-
terminado: “o infi nito é o principio” (arché); e o
princípio é o fundamento da geração das coisas,
fundamento que as constitui e as abarca pelo
indiferenciado, pelo indeterminado. A ordem do
mundo surgiu do caos em virtude desse princí-
pio, dessa substância única que é o apeiron. Uma afi rmativa aceita pelos historiado-
Anaxímenes (585-528 a.C.) res é que Pitágoras foi o primeiro homem a se
intitular um fi lósofo, ou seja, amigo da sabedo-
ria. Antes dele, os pensadores chamavam a si
mesmos sages, signifi cando algo como aque-
les que sabem. Pitágoras, bem mais modesto,
pretendia ser um homem que apenas procurava
descobrir.
Quarenta anos após ter deixado sua terra
Filósofo e meteorologista nascido em Mi- natal, Pitágoras retornou a Samos. A esperança
leto, discípulo e sucessor de Anaximandro, con- de aí fundar uma escola iniciática fracassou em
terrâneo, pois, de Anaximandro e Tales, com os virtude da recepção hostil do tirano Policrato.
quais formou o trio de pensadores tradicional- Partiu então para Crotona, cidade helênica da
mente considerados como os primeiros fi lósofos Itália meridional, onde fundou a sua escola ini-
46
FILOSOFIA
ciática, conhecida pelo nome de “Fraternidade Heráclito (Cerca de 544 - 484 a.C.)
Pitagórica”.
Ali reuniu um grupo de discípulos, a quem
iniciou nos conhecimentos de matemática, mú-
sica e astronomia, consideradas como a base
de todas as artes e ciências.
Para entrar na “Fraternidade Pitagórica”,
o candidato era submetido a rudes provas, tan-
to físicas como de ordem psicológica. Se essas
provas eram ultrapassadas, então o neófi to era Heráclito era natural de Éfeso, cidade da
aceito como “acusmático”, o que signifi ca que Jônia que tinha sofrido o domínio persa. Entre
deveria fazer o voto de silêncio durante os cinco as doze cidades jónicas que formavam o cha-
primeiros anos. mado “dodecápolis”. Éfeso destacava-se pelo
Os ensinamentos nunca eram escritos, seu enorme templo dedicado à deusa Arté-
mas transmitidos de “boca a ouvido” àqueles mis. Heráclito segundo a tradição pertencia à
que estavam prontos a assimilá-los. alta aristocracia, tendo renunciado ao trono de
Pitágoras aprendera no Egito que os as- rei em favor do seu irmão. Revelou um gran-
tros são corpos vivos que se movimentam no de desprezo não apenas pelas multidões, mas
espaço, obedecendo a uma lei de harmonia também por todas as formas de pensamento
universal, à qual estão inexoravelmente sujeitos tradicionais, afi rmando-se como crente numa
no tempo, como todas as coisas manifestadas. verdade universal, o logos (a nossa razão e a
Nas suas formas esféricas, o mestre de Samos razão de tudo o que existe), acessível a todos
via a fi gura geométrica mais perfeita. sem qualquer iniciação ou ritual.
O fi lósofo considerava o Homem um Uni- Sem ter tido mestre, escreveu um livro
verso em escala reduzida e, no Universo, ele via Sobre a Natureza, em prosa, no dialeto jônico,
um grande Homem. Ele chamou-lhes respecti- de forma tão concisa que recebeu o cognome
vamente Microcosmos e Macrocosmos. Assim, de Skoteinós, o Obscuro. O universo muda e se
o Homem, como uma célula contida no Todo, transforma infi nitamente a cada instante. Um di-
seria um refl exo do ternário universal constituí- namismo eterno o anima. A substância única do
do de Corpo, Alma e Espírito. cosmo é um poder espontâneo de mudança e
Pitágoras não deixou nenhum registro se manifesta pelo movimento. Tudo é movimen-
escrito, e sendo sua sociedade secreta, certa- to: “panta rei”, isto é, “tudo fl ui”, nada permane-
mente existe muito sobre ele que foi perdido ce o mesmo. As coisas estão numa incessante
após a morte de seus discípulos, e a dissolução mobilidade.
dos pitagóricos. Difícil hoje dizer o que ao certo A verdade se encontra no devir, não no
foi obra de Pitágoras e o que foi obra de seus ser: “Não nos banhamos duas vezes no mesmo
discípulos, uma vez que a fi gura de Pitágoras rio.” A unidade da variedade infi nita dos fenô-
e a fi gura da fi losofi a pitagórica são indivisíveis menos é feita pela “tensão aposta dos contrá-
hoje, de modo a tornar árduo o trabalho de se- rios”. “Tudo se faz por contraste”, declarou. “Da
parar o homem de seus ensinamentos, para luta dos contrários é que nasce a harmonia”. Se
aqueles que a isto se dedicam. nossos sentidos fossem bastante poderosos,
O teorema mais famoso de Pitágoras, veríamos a universal agitação. Tudo o que é fi xo
porém, relacionando os lados de um triângulo é ilusão.
equilátero, é indiscutivelmente uma descoberta A imortalidade consiste em nos ressituar-
do fi lósofo, bem como grandes avanços geomé- mos no fl uxo universal. O pensamento humano
tricos, musicais e fi losófi cos mais tarde aprofun- deve participar do pensamento universal ima-
dados por seus sucessores: Sócrates, Platão, nente ao universo.
Tales e outros.
47
FILOSOFIA
abrangendo as principais esferas dos interes- tado da fusão da cultura grega com a cultura
ses humanos. Sua obra é estudada hoje em oriental. A fi losofi a grega foi profundamente afe-
profundidade, apresentado uma atualidade ini- tada e desta função surgiram grandes escolas
maginável, quando se tem em vista que ela foi de pensamento.
produzida há milênios. O Cinismo: Rejeitava os valores mundanos
Aristóteles (384 - 322 a.C.) e defendia que a vida autêntica só se re-
aliza quando aceitamos claramente quais
são os valores verdadeiros.
O Ceticismo: Valoriza a dúvida constante
para que o homem possa chegar à ver-
dade. A dúvida deve estar sempre pre-
sente, pois o ser humano não consegue
conhecer nada de forma exata e segura.
O Epicurismo: A vida deveria ser regida
pela simplicidade. Ensinava as pessoas a
Aristóteles foi viver em Atenas aos 17 buscar, apesar das adversidades, a felici-
anos, onde conheceu Platão, tornando-se seu dade e a realização pessoal.
discípulo. Passou o ano de 343 a.C. como O Estoicismo: os sábios estóicos como, por
preceptor do imperador Alexandre, o Grande, exemplo, Marco Aurélio e Sêneca, defen-
da Macedônia. Fundou em Atenas, no ano de diam a razão a qualquer preço. Os fenô-
335 a.C, a escola Liceu, voltada para o estu- menos exteriores à vida deviam ser deixa-
do das ciências naturais. Seus estudos fi losó- dos de lado, como a emoção, o prazer e o
fi cos baseavam-se em experimentações para sofrimento.
comprovar fenômenos da natureza.
Aristóteles é o criador da lógica, como ci- A Filosofia Medieval
ência especial, sobre a base socrático-platôni- Santo Agostinho (354-430)
ca; é denominada por ele analítica e representa
a metodologia científi ca. O seu processo carac-
terístico, clássico, é o silogismo. Objeto essen-
cial da lógica aristotélica é precisamente este
processo de derivação ideal, que corresponde
a uma derivação real. A lógica aristotélica, por-
tanto, bem como a platônica, é essencialmente
dedutiva.
Exemplo
Primeira premissa: Todo homem é mortal.
Segunda premissa: Pedro é homem
Conclusão lógica: Pedro é mortal
Da análise do conceito de Deus, conce- Aurélio Agostinho, o Santo Agostinho de
Hipona, foi um importante bispo cristão e teólo-
bido como primeiro motor imóvel, conquistado
go. Nasceu na região norte da África e era fi lho
através do precedente raciocínio, Aristóteles,
pode deduzir logicamente a natureza essencial de mãe que seguia o cristianismo, porém seu
pai era pagão. Logo, em sua formação, teve
de Deus, concebido, antes de tudo, como ato
puro, e, consequentemente, como pensamento importante infl uência do maniqueísmo (sistema
de si mesmo. religioso que une elementos cristãos e pagãos).
Viveu num monastério por um tempo. Em 395,
A Filosofia Helenística passou a ser bispo, atuando em Hipona (cidade
O domínio dos macedônios provocou a do norte do continente africano). Escreveu di-
formação da cultura helenística que foi o resul- versos sermões importantes. Em “A Cidade de
49
FILOSOFIA
Deus”, Santo Agostinho combate às heresias no, transcendente, toda bondade e toda sabe-
e o paganismo. Na obra “Confi ssões” fez uma doria, criou a matéria do nada e, depois, tudo
descrição de sua vida antes da conversão ao o que existe no universo. Para Santo Agosti-
cristianismo. nho, as ideias ou formas estavam no Espírito
O pensamento de Agostinho foi também de Deus. Santo Tomás de Aquino acrescenta a
basilar na orientação da visão do homem me- noção dos universais em seus raciocínios. Di-
dieval sobre a relação entre a fé cristã e o es- zia que Deus é a causa da matéria e dos uni-
tudo da natureza. Ele reconhecia a importância versais. Além disso, Deus está continuamente
do conhecimento, mas entendia que a fé em criando o mundo ao unir universais e matéria
Cristo vinha restaurar a condição decaída da para produzir novos objetos.
razão humana, sendo portanto mais importante. Nenhum deles colocava em dúvida a
imortalidade da alma. Santo Agostinho dizia que
São Tomás de Aquino (1227-1274) alma e corpo são distintos, mas não soube ex-
plicar como a alma se liga ao corpo. De acordo
com Santo Tomás, a alma humana — princípio
imaterial, espiritual e vital do corpo — foi cria-
da por Deus. Acreditava que a alma espiritual é
agregada ao corpo por ocasião do nascimento,
e continua a existir depois da morte do corpo,
formando, pois, por si mesma, um novo corpo,
um corpo espiritual, por meio do qual atua por
toda a eternidade.
São Tomás de Aquino foi um importante
teólogo, fi lósofo e padre dominicano do século Fontes de pesquisa:
XIII. Era o fi lho caçula dos condes de Aquino, Filosofi a – Ensino Médio. Eureka, construindo
Landolfo e Teodora. Foi declarado santo pelo cidadãos refl exivos. GARCIA, J.Roberto e VE-
papa João XXII em 18 de julho de 1323. É con- LOSO, Valdecir da Conceição.Sophos. 2007.
siderado um dos principais representantes da Florianópolis.
escolástica. Foi o fundador da escola tomista Pensando para viver alguns caminhos da fi loso-
de fi losofi a e teologia. Tomás de Aquino buscou fi a. HEERDT, Mauri Luiz. Sophos. 2005. Floria-
utilizar a fi losofi a grecolatina clássica (principal- nópolis.
mente de Aristóteles) para compreender a reve- http://www.arautos.org
lação religiosa do cristianismo. http://www.infoescola.com
Da fé extraordinariamente vigorosa do http://www.mundodosfi losofos.com.br
homem brotava a convicção profunda de que http://www.suapesquisa.com
a Verdade em essência não é senão o próprio
Deus, e a partir do momento em que ela fosse
proclamada em sua integridade, seria irrecusá- EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
vel e triunfante. QUESTÃO 01 (UFU 2013 Adaptada) - A ati-
Santo Agostinho e São Tomás de Aqui- vidade intelectual que se instalou na Grécia a
no foram, respectivamente, os maiores pen- partir do séc. VI a.C. está substancialmente an-
sadores da Patrística e da Escolástica. Santo corada num exercício especulativo-racional. De
Agostinho valeu-se da fi losofi a de Platão, en- fato, “[...] não é mais uma atividade mítica (por-
quanto Santo Tomás de Aquino da de Aristóte- quanto o mito ainda lhe serve), mas fi losófi ca; e
les. Com isso, cada qual, em sua época, pode isso quer dizer uma atividade regrada a partir de
infl uenciar não só a religião católica como mui- um comportamento epistêmico de tipo próprio:
tos pensadores cristãos que lhes sucederam. empírico e racional”.
Tanto Santo Agostinho como Santo To- SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-socráticos. Porto Alegre: EDIPU-
CRS, 1998, p. 32.
más de Aquino afi rmam que Deus, sendo eter-
Sobre a passagem da atividade mítica para a
50
FILOSOFIA
fi losófi ca, na Grécia, assinale a alternativa cor- exigir provas e justifi cações racionais que
reta. validam ou invalidam suas crenças, seus
a) A mentalidade pré-fi losófi ca grega é ex- valores e suas práticas, em detrimento da
pressão típica de um intelecto primitivo, verdade revelada pela codifi cação mítica.
próprio de sociedades selvagens. e) é o resultado das observações humanas
b) A fi losofi a racionalizou o mito, mantendo-o relativas, exclusivamente, aos fenômenos
como base da sua especulação teórica e naturais.
adotando a sua metodologia.
c) A narrativa mítico-religiosa representa um QUESTÃO 03 (UNCISAL 2012) - O período
meio importante de difusão e manutenção pré-socrático é o ponto inicial das refl exões
de um saber prático fundamental para a fi losófi cas. Suas discussões se prendem a
vida cotidiana. Cosmologia, sendo a determinação da physis
d) A Ilíada e a Odisseia de Homero são ex- (princípio eterno e imutável que se encontra na
pressões culturais típicas de uma mentali- origem da natureza e de suas transformações)
dade fi losófi ca elaborada, crítica e radical, ponto crucial de toda formulação fi losófi ca. Em
baseada no logos. tal contexto, Leucipo e Demócrito afi rmam ser
e) A explicação mítica não tem importância, a realidade percebida pelos sentidos, ilusória.
pois é desprovida de uma tentativa de Eles defendem que os sentidos apenas captu-
compreender a realidade. ram uma realidade superfi cial, mutável e transi-
tória que acreditamos ser verdadeira.
QUESTÃO 02 (UEG 2013 Adaptada) - O ser Mesmo que os sentidos apreendam “as muta-
humano, desde sua origem, em sua existência ções das coisas, no fundo, os elementos pri-
cotidiana, faz afi rmações, nega, deseja, recusa mordiais que constituem essa realidade jamais
e aprova coisas e pessoas, elaborando juízos se alteram.” Assim, a realidade é uma coisa e o
de fato e de valor por meio dos quais procura real outra. Para Leucipo e Demócrito, a physis
orientar seu comportamento teórico e prático. é composta:
Entretanto, houve um momento em sua evolu- a) pelas quatro raízes: o úmido, o seco, o
ção histórico-social em que o ser humano co- quente e o frio.
meça a conferir um caráter fi losófi co às suas b) pela água.
indagações e perplexidades, questionando ra- c) pelo fogo.
cionalmente suas crenças, valores e escolhas. d) pelo ilimitado.
Nesse sentido, pode-se afi rmar que a fi losofi a: e) pelos átomos.
a) é algo inerente ao ser humano desde sua
origem e que, por meio da elaboração dos QUESTÃO 04 (UFSJ 2012 Adaptada) - Sobre
sentimentos, das percepções e dos an- o princípio básico da fi losofi a pré-socrática, é
seios humanos, procura consolidar nossas CORRETO afi rmar que:
crenças e opiniões. a) Tales de Mileto, ao buscar um princípio
b) existe desde que existe o ser humano, não unifi cador de todos os seres, concluiu que
havendo um local ou uma época específi ca a água era a substância primordial, a ori-
para seu nascimento, o que nos autoriza a gem única de todas as coisas.
afi rmar que mesmo a mentalidade mítica b) Anaximandro, após observar sistematica-
é também fi losófi ca e exige o trabalho da mente o mundo natural, propôs que não
razão. apenas a água poderia ser considerada
c) inicia sua investigação quando aceitamos arché desse mundo em si e, por isso mes-
os dogmas e as certezas cotidianas que mo, incluiu mais um elemento: o fogo.
nos são impostos pela tradição e pela so- c) Anaxímenes fez a união entre os pensa-
ciedade, visando a educar o ser humano mentos que o antecederam e concluiu que
como cidadão. o princípio de todas as coisas não pode
d) surge quando o ser humano começa a ser afi rmado, já que tal princípio não está
51
FILOSOFIA
52
FILOSOFIA
e existirá, e que outras coisas provêm de sua refere-se a verdades da revelação que a razão
descendência. Quando o ar se dilata, transfor- humana não consegue alcançar, por exemplo,
ma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar entender como é possível Deus ser uno e trino.
condensado. As nuvens formam-se a partir do A segunda modalidade é composta de verda-
ar por feltragem e, ainda mais condensadas, des que a razão pode atingir, por exemplo, que
transformam-se em água. A água, quando mais Deus existe. A partir dessa citação, indique a
condensada, transforma-se em terra, e quando afi rmativa que melhor expressa o pensamento
condensada ao máximo possível, transforma-se de Tomás de Aquino.
em pedras. a) A fé é o único meio de o ser humano che-
BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, gar à verdade.
2006 (adaptado).
b) O ser humano só alcança o conhecimento
TEXTO II graças à revelação da verdade que Deus
Basílio Magno, fi lósofo medieval, escre- lhe concede.
veu: “Deus, como criador de todas as coisas, c) Mesmo limitada, a razão humana é ca-
está no princípio do mundo e dos tempos. Quão paz de alcançar certas verdades por seus
parcas de conteúdo se nos apresentam, em meios naturais.
face desta concepção, as especulações con- d) A Filosofi a é capaz de alcançar todas as
traditórias dos fi lósofos, para os quais o mundo verdades acerca de Deus.
se origina, ou de algum dos quatro elementos, e) Deus é um ser absolutamente misterioso e
como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como o ser humano nada pode conhecer d’Ele.
julga Demócrito. Na verdade, dão a impressão
de quererem ancorar o mundo numa teia de QUESTÃO 10 (UFU 2012 Adaptada) - A teo-
aranha”. logia natural, segundo Tomás de Aquino (1225-
GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofi a Cristã. São Pau- 1274), é uma parte da fi losofi a, é a parte que ele
lo: Vozes, 1991 (adaptado).
elaborou mais profundamente em sua obra e na
Filósofos dos diversos tempos históricos desen- qual ele se manifesta como um gênio verdadei-
volveram teses para explicar a origem do uni- ramente original. Se se trata de física, de fi sio-
verso, a partir de uma explicação racional. As logia ou dos meteoros, Tomás é simplesmente
teses de Anaxímenes, fi lósofo grego antigo, e aluno de Aristóteles, mas se se trata de Deus,
de Basílio, fi lósofo medieval, têm em comum na da origem das coisas e de seu retorno ao Cria-
sua fundamentação teorias que: dor, Tomás é ele mesmo. Ele sabe, pela fé, para
a) eram baseadas nas ciências da natureza. que limite se dirige, contudo, só progride graças
b) refutavam as teorias de fi lósofos da reli- aos recursos da razão.
gião. GILSON, Etienne. A Filosofia na Idade Média, São Paulo: Martins
c) tinham origem nos mitos das civilizações Fontes, 1995, p. 657.
antigas. De acordo com o texto acima, é correto afi rmar
d) postulavam um princípio originário para o que:
mundo. a) a obra de Tomás de Aquino é uma mera
e) defendiam que Deus é o princípio de todas repetição da obra de Aristóteles.
as coisas. b) Tomás parte da revelação divina (Bíblia)
para entender a natureza das coisas.
QUESTÃO 09 (UFF 2012) - A grande con- c) as verdades reveladas não podem de for-
tribuição de Tomás de Aquino para a vida ma alguma ser compreendidas pela razão
intelectual foi a de valorizar a inteligência humana.
humana e sua capacidade de alcançar a d) é necessário procurar a concordância en-
verdade por meio da razão natural, inclusi- tre razão e fé, apesar da distinção entre
ve a respeito de certas questões da religião. ambas.
Discorrendo sobre a “possibilidade de descobrir e) razão e fé são inconciliáveis, uma vez que
a verdade divina”, ele diz que há duas modali- uma nega a outra.
dades de verdade acerca de Deus. A primeira
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FILOSOFIA
QUESTÃO 11 - “Desde suas origens entre os à mera satisfação dos apetites sensuais.
fi lósofos da antiga Grécia, a Ética é um tipo de c) O eros físico representa a vontade de con-
saber normativo, isto é, um saber que pretende servação da espécie, e o espiritual, a ânsia
orientar as ações dos seres humanos”. de eternização por obras que perdurarão
Fonte: CORTINA, A.; MARTÍNEZ, E. Ética. Tradução de Silvana Cobucci na memória.
Leite. São Paulo: Edições Loyola, 2000, p. 9.
d) O ser humano é idêntico e constante nas
Com base no texto e na compreensão da ética diversas fases da vida, por isso sua identi-
aristotélica, é correto afi rmar que a ética: dade iguala-se à dos deuses.
a) Orienta-se pelo procedimento formal de re- e) Os seres humanos, como criação dos deu-
gras universalizáveis, como meio de verifi - ses, seguem a lei dos seres infi nitos, o que
car a correção ética das normas de ação. lhes permite eternidade.
b) Adota a situação ideal de fala como condi-
ção para a fi xação de princípios éticos bá- QUESTÃO 13 - “Ora, nós chamamos aquilo
sicos, a partir da negociação discursiva de que deve ser buscado por si mesmo mais ab-
regras a serem seguidas pelos envolvidos. soluto do que aquilo que merece ser buscado
c) Pauta-se pela teleologia, indicando que o com vistas em outra coisa, e aquilo que nun-
bem supremo do homem consiste em ativi- ca é desejável no interesse de outra coisa mais
dades que lhe sejam peculiares, buscando absoluto do que as coisas desejáveis tanto em
a sua realização de maneira excelente. si mesmas como no interesse de uma terceira;
d) Contempla o hedonismo, indicando que por isso chamamos de absoluto e incondicional
o bem supremo a ser alcançado pelo ho- aquilo que é sempre desejável em si mesmo e
mem reside na felicidade e esta consiste nunca no interesse de outra coisa”.
na realização plena dos prazeres. Fonte: ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro
e) Baseada no emotivismo, busca justifi car a e Gerd Bornheim. São Paulo: Nova Cultural, 1987, 1097b, p. 15.
atitude ou o juízo ético mediante o recurso De acordo com o texto e os conhecimentos so-
dos próprios sentimentos dos agentes, de bre a ética de Aristóteles, assinale a alternativa
forma a infl uir nas demais pessoas. correta:
a) Segundo Aristóteles, para sermos felizes é
QUESTÃO 12 (UEL 2013) - Leia o texto a se- sufi ciente sermos virtuosos.
guir. Tudo isso ela [Diotima] me ensinava, quan- b) Para Aristóteles, o prazer não é um bem
do sobre as questões de amor [eros] discorria, desejado por si mesmo, tampouco é um
e uma vez ela me perguntou: – que pensas, bem desejado no interesse de outra coisa.
ó Sócrates, ser o motivo desse amor e desse c) Para Aristóteles, as virtudes não contam
desejo? A natureza mortal procura, na medida entre os bens desejados por si mesmos.
do possível, ser sempre e fi car imortal. E ela só d) A felicidade é, para Aristóteles, sempre de-
pode assim, através da geração, porque sem- sejável em si mesma e nunca no interesse
pre deixa um outro ser novo em lugar do velho; de outra coisa.
pois é nisso que se diz que cada espécie animal e) De acordo com Aristóteles, para sermos
vive e é a mesma. É em virtude da imortalidade felizes não é necessário sermos virtuosos.
que a todo ser esse zelo e esse amor acompa-
nham. QUESTÃO 14 - “Quando é, pois, que a alma
(Adaptado de: PLATÃO. O Banquete. 4.ed. São Paulo: Nova Cultural,
atinge a verdade? Temos de um lado que, quan-
1987, p.38-39. Coleção Os Pensadores.)
do ela deseja investigar com a ajuda do corpo
Com base no texto e nos conhecimentos sobre qualquer questão que seja, o corpo, é claro, a
o amor em Platão, assinale a alternativa correta. engana radicalmente.
a) A aspiração humana de procriação, inspi- - Dizes uma verdade.
rada por Eros, restringe-se ao corpo e à - Não é, por conseguinte, no ato de raciocinar,
busca da beleza física. e não de outro modo, que a alma apreende, em
b) O eros limita-se a provocar os instintos ir- parte, a realidade de um ser?
refl etidos e vulgares, uma vez que atende
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FILOSOFIA
- Sim. mas.
[...] - E é este então o pensamento que nos guia: c) É uma ética compreendida teleologica-
durante todo o tempo em que tivermos o corpo, mente, pois o bem supremo, vinculado à
e nossa alma estiver misturada com essa coisa busca e à realização plena da felicidade,
má, jamais possuiremos completamente o obje- orienta as ações humanas.
to de nossos desejos! Ora, esse objeto é, como d) É uma ética que orienta as ações por meio
dizíamos, a verdade.” da bem-aventurança proveniente da von-
(PLATÃO. Fédon. Trad. Jorge Paleikat e João Cruz Costa. São Paulo: tade de Deus, porém sinalizando para a
Nova Cultural, 1987. p. 66-67.)
irrealização plena do bem supremo nesta
Com base no texto e nos conhecimentos sobre vida.
a concepção de verdade em Platão, é correto e) É uma ética que compreende o indivíduo
afi rmar: virtuoso como aquele que já nasce com
a) O conhecimento inteligível, compreendido certas qualidades físicas e morais, em fun-
como verdade, está contido nas ideias que ção de seus laços sanguíneos.
a alma possui.
b) A verdade reside na contemplação das
sombras, refl etidas pela luz exterior e pro-
jetadas no mundo sensível.
c) A verdade consiste na fi delidade, e como
Deus é o único verdadeiramente fi el, então
a verdade reside em Deus.
d) A principal tarefa da fi losofi a está em apro-
ximar o máximo possível a alma do corpo
para, dessa forma, obter a verdade.
e) A verdade encontra-se na correspondên-
cia entre um enunciado e os fatos que ele
aponta no mundo sensível.
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fi nal da década de 1930, Hitler invadiu a Polônia O período de 1945 a 1991 foi considera-
iniciando a Segunda Guerra Mundial e confron- do tenso e agitado em termos militares, quan-
tando mais uma vez as potências europeias. do o poder foi medido pela capacidade bélico-
O fi m dessa Guerra assinalou uma mu-
-nuclear entre as potências determinando uma
dança ideológica no mundo que, pela primeira corrida armamentista sem precedentes.
vez viu a emergência de potências fora do eixo Na década de 1980, a crise que se aba-
Europeu. teu sobre a URSS foi determinante para o fi m
da Bipolaridade e queda do regime comunista
A BIPOLARIDADE MUNDIAL no Leste Europeu. Assim em 1991, Mikhail Gor-
Terminada a Segunda Guerra Mundial, batchov dissolveu a União Soviética colocando
ocorreram conferências internacionais que con- um ponto fi nal nesse conturbado período.
fi rmaram a perda da potêncialidade Política Eu-
rocêntrica, colocando o mundo diante de duas O MUNDO MULTIPOLAR
Superpotências: Estados Unidos e União Sovi- A partir de 1991, com o fi m da bipolari-
ética. dade mundial, ocorreu um remodelamento no
Dentre as transformações advindas des- cenário internacional, com uma redução de in-
se equilíbrio de forças podemos destacar a divi- vestimentos bélicos (embora com crescimento
são europeia, numa cortina de Ferro (expressão recente) e o desenvolvimento de blocos eco-
usada por Churchill), delineando as zonas de in- nômicos, que fortaleceu a percepção de poder
fl uência do Capitalismo e Socialismo, confl itan- pela maior capacidade de mercado.
do as ideologias e acirrando os nervos entre as Em termos de confl itos, embora já pré-
áreas. xistentes, as divergências étnico-religiosas, ét-
Características da Bipolaridade. nico-nacionalistas, o terrorismo e o narcotráfi co
• Potências: EUA e URSS; seriam amplifi cados exigindo novas táticas e
• Alianças Militares e Econômicas coman- novas alianças. A velha divisão de mundo Leste
dadas pelas potências; x Oeste agora é determinada pelas forças eco-
Guerra Fria; nômicas Norte x Sul, que defi nem as relações
geopolíticas do mundo no século XXI.
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eclosão da Primeira Grande Guerra na medida e Estados Unidos – se reunirem para discutir
em que: possíveis novas sanções contra o Irã por causa
a) difundiu as teorias socialistas. de seu programa nuclear.
b) acirrou as disputas territoriais. Adaptado de www.estadao.com.br, 18/09/2007.
c) superou as crises econômicas.
d) multiplicou os confl itos religiosos. O Conselho de Segurança da ONU pode apro-
e) conteve os sentimentos xenófobos var deliberações obrigatórias para todos os paí-
ses-membros, inclusive a de intervenção militar,
QUESTÃO 05 - E m 1989 ocorreu a Queda do como ilustra a reportagem. Ele é composto por
Muro de Berlim que dividiu a cidade de Berlim quinze membros, sendo dez rotativos e cinco
entre a República Democrática da Alemanha permanentes com poder de veto. A principal ex-
(Alemanha Oriental) e a República Federal da plicação para essa desigualdade de poder entre
Alemanha (Alemanha Ocidental), durante 28 os países que compõem o Conselho está ligada
anos. Sobre as mudanças ocorridas nas últimas às características da:
décadas do século XX, é correto afi rmar: a) geopolítica mundial na época da criação
a) Com as mudanças ocorridas, no fi nal do do organismo
século XX, nos países do leste europeu, b) parceria militar entre as nações com cadei-
os partidos socialistas e os comunistas ob- ra cativa no órgão
tiveram maior participação no poder, uma
c) convergência diplomática dos países com
vez que puderam participar das eleições, o
que lhes era proibido até a década de 90. capacidade atômica
b) A União das Repúblicas Socialistas Sovié- d) infl uência política das transnacionais no
ticas (URSS) trocou o nome para Rússia, período da globalização
mas manteve seu espaço geográfi co intac- e) qualidade intelectual do corpo diplomático
to. dos países membros
c) Ocorreram várias mudanças no mapa ge-
ográfi co da Europa com o surgimento de QUESTÃO 07 - Leia as notícias a seguir com
novos países como, por exemplo, a Repú- atenção:
blica Tcheca, a Eslováquia, a Croácia e a “11 de setembro de 1973. Apoiada e possivel-
Bósnia. mente subordinada pela CIA, a maioria do exér-
d) A Alemanha continua dividida entre Alema- cito e da polícia subleva-se. O governo de Al-
nha Oriental e Ocidental, com governos lende é derrubado” (TV Cultura, Alô Escola, A
separados, sendo que somente a Alema- Queda de Allende).
nha Ocidental (que tem como atual primei-
“Depois de 11 de setembro, a América se tornou
ra ministra Angela Merkel) faz parte da Co-
munidade Europeia. mais unilateral, mais isolada e menos democrá-
e) O fi m do comunismo signifi cou o fi m de tica”. (Folha de São Paulo, 2002).
uma sociedade igualitária, na qual toda a As emblemáticas datas de 11 de setembro cita-
população tinha suas necessidades bási- das nos dois trechos acima correspondem, res-
cas atendidas. pectivamente, a duas situações abaixo:
a) O auge e o declínio da ordem bipolar cha-
QUESTÃO 06 - Rússia e China rejeitam ame- mada Guerra Fria.
aça de guerra contra Irã. A Rússia e a China b) A expansão e a queda do poder unipolar
manifestaram sua inquietude com relação aos dos Estados Unidos da América.
comentários do chanceler francês, Bernard c) Dois momentos de comprovação da exis-
Kouchner, sobre a possibilidade de uma guerra tência de uma ordem unipolar.
contra o Irã. Kouchner acusou a imprensa de d) A tentativa de colonização do Chile e o iso-
“manipular” suas declarações. “Não quero que lamento internacional dos Estados Unidos
usem isso para dizer que sou um militarista”, da América.
disse o chanceler, dias antes de os cinco mem- e) A ordem bipolar da Guerra Fria e a busca
bros permanentes do Conselho de Segurança recente da unipolaridade estadunidense.
da ONU – França, China, Rússia, Reino Unido
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GEOGRAFIA
QUESTÃO 08 - Na passagem da década de 80 (ARBEX JÚNIOR, José. Guerra Fria: terror de estado, política e cultura. 3.
para a de 90, com o fi nal da oposição entre o ed. São Paulo: Moderna, 1997. p. 7).
socialismo e o capitalismo, emergiram confl itos Assinale a alternativa que NÃO caracteriza as
de interesse fundamentalmente econômico en- tensões e os confl itos político-ideológicos entre
tre países capitalistas desenvolvidos e países norte-americanos e soviéticos no contexto da
capitalistas subdesenvolvidos. Trata-se da opo- Guerra Fria.
sição: a) Guerra do Vietnã.
a) Leste e Oeste b) Guerra da Coréia.
b) Norte e Sul c) Crise dos Mísseis em Cuba.
c) Ocidente e Oriente d) Ocupação norte-americana no Afeganis-
d) Bipolar tão.
e) Não-alinhada e) disputas envolvendo os regimes capitalista
e socialista
QUESTÃO 09 - Desde a queda do muro de Ber-
lim, em 1989, o mundo passou a conviver com QUESTÃO 11 - Com base nos conhecimentos
o surgimento de uma nova ordem mundial, dife- sobre a geopolítica e a economia mundial, no
rente daquela que existiu no período da Guerra período pós-Segunda Guerra Mundial, pode-se
Fria. afi rmar:
Sobre essa nova ordem mundial, é correto afi r- a) A Guerra Fria se consolidou a partir do lan-
mar: çamento das bases da Doutrina Truman,
a) A capacidade tecnológica, a produtividade levando os Estados Unidos e a União So-
e a competitividade fazem parte do novo viética a um estado de tensão permanente.
padrão de poder da Rússia, que se man- b) O objetivo geopolítico da Doutrina Truman
tém como potência no contexto atual. era a consolidação do capitalismo na Eu-
b) Com o fi m da Guerra Fria, a nova ordem ropa Oriental.
mundial é caracterizada pela emergência c) A substituição do ouro pelo dólar, como
de um mundo multipolar, cujo padrão de novo padrão monetário, em 1960, tornou a
poder é econômico. economia norte-americana inquestionavel-
c) A globalização corresponde à fase de ex- mente hegemônica até os dias atuais.
pansão dos capitais, no atual período d) A ONU (Organização das Nações Unidas)
técnico-científi co do capitalismo, trazen- foi responsável pela inserção de todos os
do como consequência o desaquecimento países subdesenvolvidos no comércio in-
das desigualdades sociais. ternacional, desde o pós-guerra.
d) O surgimento dos megablocos econômi- e) A criação do Banco Mundial e do FMI (Fun-
cos signifi ca que, em maior ou menor grau, do Monetário Internacional), ambos com
as fronteiras econômicas entre os países sede na Inglaterra, possibilitou a recupe-
não estão sendo diluídas. ração econômica da Europa Ocidental e a
e) A União Europeia forma um dos mercados industrialização dos países periféricos da
comuns, sendo antigo o seu processo inte- América Latina e da Oceania.
gracionista, no entanto é menos expressi-
vo do que em outros blocos econômicos. QUESTÃO 12 - Segundo o relatório do Progra-
ma das Nações Unidas para o Desenvolvimen-
QUESTÃO 10 - “A Guerra Fria foi um período to - PNUD (2010), os países considerados ex-
em que a guerra era improvável, e a paz, im- -comunistas apresentam dados divergentes e
possível. Com essa frase, o pensador Raymond contrastantes em relação ao desenvolvimento
Aron defi niu o período em que a opinião pública econômico e social dos demais países do mun-
mundial acompanhou o conturbado relaciona- do. Com base na economia dos países conside-
mento entre os Estados Unidos e a União So- rados ex-comunistas, é correto afi rmar:
viética.” a) A entrada dos países comunistas na cha-
61
GEOGRAFIA
mada economia capitalista trouxe ganhos b) A Guerra do Vietnã foi motivada pelas
econômicos para parte desses países, mas constantes intromissões dos Estados Uni-
também ampliou problemas sociais, como dos no Norte do país, enquanto a causa da
desemprego e pobreza. Guerra da Coreia está relacionada à inva-
b) A transição para a economia de mercado são chinesa à Coreia do Norte.
dos países do bloco soviético gerou peque- c) As duas guerras consistiram em uma ex-
nas modifi cações no que diz respeito à le- tensão da Guerra Fria, nas quais houve
gislação que organizava a propriedade pri- claras evidências da polarização política
vada da terra. mundial que se iníciou após a Segunda
c) Os países do ex-bloco comunista que atu- Guerra Mundial.
almente fazem parte da União Europeia, a d) A divisão política após fi ndar os confl itos,
exemplo de Hungria, Eslovênia e Eslová- no Vietnã e na Coreia, contribuiu para que
quia, por terem heranças socialistas, não esse modelo, polarizado em Norte e Sul,
foram atingidos pela atual crise econômica chegasse ao Brasil na década de 1980.
europeia. e) Os dois confl itos contaram com a participa-
d) A Rússia, principal país do bloco comunis- ção de alianças europeias, nas quais par-
ta, passou por um processo de transição do ticiparam França, Inglaterra e Alemanha
socialismo para o capitalismo muito similar Ocidental, apoiando os Estados Unidos
à China, porém, sem o mesmo sucesso militarmente.
econômico e social.
e) Os países da extinta Iugoslávia, principal- QUESTÃO 14 - Observe o gráfi co a seguir.
mente a Croácia, a Bósnia e a Sérvia, pas-
saram por um processo de transição, pací-
fi co e parcial, de uma economia socialista
para uma economia capitalista.
62
GEOGRAFIA
ma década.
e) a concentração de renda evidenciada no
gráfi co ocorre de forma semelhante em to-
das as regiões brasileiras, porém é maior
no Sul e no Sudeste em virtude da maior
urbanização evidenciada nessas regiões.
63
CIÊNCIAS DA NATUREZA
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BIOLOGIA
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BIOLOGIA
Confi rmou a ideia de Sutton estu- químico para a síntese proteica - o qual mostra-
THOMAS HUNT dando as características morfológi- remos mais adiante. E sua localização? Bem a
MORGAN cas da mosca de fruta denominada estrutura dotada de vários genes é o: cromos-
Drosophila melanogaster.
somo (fi lamento composto de ácido desoxirri-
Isolou moléculas grandes do nú- bonucleico - DNA e proteína - histona).
cleo (as denominou de nucleínas)
e viu suas características ácidas. Na ilustração abaixo mostra a estrutura
FRIEDRICH Vale mencionar que tais moléculas de um cromossomo (observado durante a mi-
MIESCHER hoje são denominadas de ácidos tose) e a ampliação de uma porção do mesmo
nucléicos (ácido desoxirribonu- (formado de DNA e histona ) que codifi ca a sín-
cleico - DNA e ácido ribonucleico
- RNA). tese de uma proteína (ou seja,um gene). Então,
Descreveram com detalhes a es- vale ressaltar que num cromossomo existem
JAMES muitos genes (conjunto de genes: genoma) e
trutura helicoidal da molécula DNA
WATSON E
FRANCIS
em 1962, formada por duas fi tas cada um corresponde a uma proteína sintetiza-
formadas pela união de nucleotí- da no ribossomo, a qual representará uma ca-
CRICK
dios.
racterística - isto numa célula eucariótica (pre-
HAMILTON Desenvolveram a técnica do DNA sente em protozoários, algas, fungos, vegetais
SMITH E recombinante, sendo o primeiro
DANIEL passo para a Engenharia Genéti- e animais), pois, numa célula procariótica (em
NATHANS ca. seres unicelulares - bactérias e arqueas) ocorre
que um gene pode representar a síntese de vá-
SAIBA MAIS! rias proteínas, visto que tais seres unicelulares
Outras funções de alguns nucleotídios contêm pouco material genético.
(componentes dos ácidos nucleicos):
- Fazer parte da molécula de adenosina trifos- 1 GENE → 1 PROTEÍNA → 1 CARACTE-
fato (ATP), a qual é capaz de armazenar RÍSTICA ESTRUTURAL OU FUNCIONAL ME-
energia utilizada no metabolismo celular. TABÓLICA
- O nucleotídio adenina é, também, compo- CÉLULA EUCARIÓTICA
nente de coenzimas (substâncias ativado-
ras de enzimas). 1 GENE → 1 OU MAIS PROTEÍNAS → 1
- Podem ter ação reguladora, assim, servin- OU MAIS CARACTERÍSTICAS ESTRUTU-
do como mensageiros químicos intracelu- RAIS OU FUNCIONAIS METABÓLICAS
lares. CÉLULA PROCARIÓTICA
66
BIOLOGIA
A ENGENHARIA GENÉTICA
Com a Genética houve o aprimoramen-
to de algumas técnicas da Engenharia Gené-
tica, as quais permitiram o aparecimento de
alimentos transgênicos (de origem vegetal ou
animal) dotados de diversas qualidades como
A PORÇÃO DE DNA, NO FINAL DA ILUSTRA- os de origem vegetal, possuindo: maior teor nu-
ÇÃO, PODE SER, POR EXEMPLO, UM CÓDI- tritivo; resistência a insetos, o que acarretará
GO DE UM GENE. como consequência o menor uso de agrotóxi-
SAIBA MAIS! cos, tornando, assim, o alimento mais saudável;
- PROJETO GENOMA HUMANO produção farmacêutica; resistência a doenças ;
Representa um projeto que buscou deci- tolerância a metais pesados... (acrescente co-
frar a sequência de nucleotídeos existente no nhecimento pesquisando sobre o tema: Orga-
DNA humano e assim desvendar os mistérios nismos Geneticamente Modificados - sigla
do nosso código genético. OGMs). Além disso, a genética contribui, tam-
- PROJETO PROTEOMA bém, com: o melhor estudo evolutivo dos
Termo usado por Marc Wilkins e repre- seres vivos (ou seja, a história evolutiva das
senta, na verdade, a análise da expressão dos espécies - filogenia) levando como principais
genes, ou seja, o conjunto de proteínas que os argumentos comparativos os genes (Neoda-
seres vivos podem produzir. Vale ressaltar que rwinismo ou Teoria Sintética da Evolução); a
se trata de algo ousado, já que há variações de melhor compreensão dos princípios da heredi-
proteínas entre as diversas espécies. tariedade (ou seja, como as características ge-
PROJETO NUTRIGENOMA néticas passam dos pais aos descendentes); o
Tal projeto objetiva a determinação de entendimento maior da causa da manifestação
dietas levando em consideração seu código ge- de muitas alterações orgânicas (por exemplo:
nético. Assim sendo, evitaria que algum alimen- anemia falciforme; acondroplasia; hipercoleste-
to tivesse o efeito tóxico sobre o seu organismo. rolemia familiar e discondrosteose)... E claro, o
centro de nossas atenções que seria: a eluci-
COMO É O MECANISMO DE SÍNTESE DE dação de crimes, culposos ou dolosos, de
PROTEÍNA A PARTIR DO CÓDIGO GENÉTI- alta complexidade de solução segundo a juris-
CO? prudência e a confirmação ou exclusão de
A partir do conhecimento do gene e sua paternidade e/ou maternidade em caso de
importância na manifestação das característi- dúvida.
67
BIOLOGIA
TROFORESE
A GENÉTICA NA CONFIRMAÇÃO OU EX- POLO ( - )
CLUSÃO DE PATERNIDADE E/OU MATERNI-
DADE
Um caso comum encontrado como dis-
cussão nos tribunais atualmente é a briga entre
casais em que o suposto pai nega a paternidade
de uma criança. Assunto altamente polêmico e
que merece atenção do vestibulando, pois, está FRAGMENTOS DE DNA SEPARADOS
68
BIOLOGIA
69
BIOLOGIA
70
BIOLOGIA
71
BIOLOGIA
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BIOLOGIA
73
FÍSICA
ONDULATÓRIA
Introdução:
Quanto a natureza
Mecânica
Quando ligamos um aparelho de rádio Eletromagnética
ou de televisão, um aparelho celular ou quando Unidimensional
conectamos um laptop a uma rede sem fi o (Wi-
Classificação Quanto ao meio de propagação Bidimensional
reless), estamos utilizando aparelhos que foram
Tridimensional
convenientemente fabricados para receber e/ Longitudinal
ou transmitir dados, imagens e sons através da Quanto ao modo de vibração Transversal
propagação de ondas. Mista
74
FÍSICA
1
Observação: Note que f =
Τ
Observações:
75
FÍSICA
Cada ponto de uma frente de onda, no decorre do fato de que a onda continua a se
instante t0 = 0, pode ser considerado uma fon- propagar no mesmo meio.
te de ondas secundárias, produzidas no sentido
de propagação e com a mesma velocidade no Reflexão de ondas transversais em cordas
meio. No instante posterior t1 a nova frente de A análise da refl exão de pulsos transver-
onda é a superfície que tangencia essas ondas sais nas extremidades de cordas deve ser divi-
secundárias. dida em duas partes:
- Cordas com a extremidade fi xa
Dispersão
Se a colocação das cordas for trocada,
o pulso refl etido não sofrerá inversão de fase,
pois o incidente encontrará uma corda menos
densa, que se comportará como uma extremi-
dade livre.
Polarização
77
FÍSICA
Experiência de Young
Por volta de 1801 o físico e médico in- Interferência de ondas bidimensionais e
glês Thomas Young formulou, em termos de tridimensionais.
hipótese, a primeira explicação científi ca para
a sensibilidade do olho humano às cores. Cer-
ca de cinquenta anos mais tarde, Hermann von
Helmholtz (1773 - 1829), físico e fi siologista
alemão, se encarregaria de desenvolver essa
hipótese e convertê-la em teoria, que se tonou λ
D−d = N ⋅
universalmente aceita. 2
Se N é par ⇒ Interferência construtiva
Ondas em fase
Se N é ímpar ⇒ Interferência destrutiva
Se N é par ⇒ Interferência destrutiva
Ondas em oposição
Se N é ímpar ⇒ Interferência construtiva
Exercícios de aprendizagem:
QUESTÃO 01 - Quando uma onda se propaga
de um local para outro, necessariamente ocor-
d⋅y
λ= 2 ⋅ re:
n⋅D a) transporte de energia.
Onde n é o número de meios comprimentos de b) transformação de energia.
onda, assim temos: c) produção de energia.
• Se n é par: P é atingido por um máximo de d) movimento de matéria.
intensidade; e) transporte de matéria e energia.
• Se n é ímpar: P é atingido por um mínimo de
intensidade QUESTÃO 02 (PUC) - As estações de rádio
Interferência têm cada uma delas, uma frequência fi xa e pró-
pria na qual a transmissão é feita. A radiação
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FÍSICA
eletromagnética transmitida por suas antenas em metros, da torre de uma emissora que emite
é uma onda de rádio. Quando escutamos uma na frequência de 1 000 kHz. Considere a veloci-
música, nossos ouvidos são sensibilizados por dade da luz igual a 3,0 · 108 m/s.
ondas sonoras. a) 1000 m b) 750 m
Sobre ondas sonoras e ondas de rádio, são fei- c) 100 m d) 75 m e) 25 m
tas as seguintes afi rmações: QUESTÃO 05 (UNIFESP) - O gráfi co mostra a
I. Qualquer onda de rádio tem velocidade taxa de fotossíntese em função do comprimento
de propagação maior do que qualquer de onda da luz incidente sobre uma determina-
onda sonora. da planta em ambiente terrestre.
II. Ondas de rádio e ondas sonoras propa-
gam-se em qualquer meio, tanto material
quanto no vácuo.
III. Independentemente de a estação de rádio
transmissora ser AM ou FM, a velocidade
de propagação das ondas de rádio no ar
é a mesma e vale aproximadamente 3,0 ·
108 m/s. Uma cultura dessa planta desenvolver-se-ia
Está correto o que se afi rma apenas em: mais rapidamente se exposta à luz de frequên-
a) I. b) III. cia, em terahertz (1012 Hz), próxima a:
c) I e II. d) I e III. e) II e III. a) 460. b) 530
c) 650 d) 700. e) 1 380.
QUESTÃO 03 - A fi gura abaixo mostra duas
ondas que se propagam em cordas idênticas QUESTÃO 06 (UNIFESP) - O eletrocardiogra-
(mesma velocidade de propagação). ma é um dos exames mais comuns da prática
cardiológica. Criado no início do século XX, é
utilizado para analisar o funcionamento do co-
ração em função das correntes elétricas que
nele circulam. Uma pena ou caneta registra a
atividade elétrica do coração, movimentando-
-se transversalmente ao movimento de uma fi ta
Escolha a alternativa correta. de papel milimetrado, que se desloca em movi-
a) A frequência em I é menor que em II e o mento uniforme com velocidade de 25 mm/s. A
comprimento de onda em I é maior que em fi gura mostra parte de uma fi ta e um eletrocar-
II. diograma.
b) A amplitude em ambas é a mesma e a fre-
quência em I é maior que em II.
c) A frequência e o comprimento de onda são
maiores em I.
d) As frequências são iguais e o comprimento Sabendo-se que a cada pico maior está asso-
de onda é maior em I. ciada uma contração do coração, a frequência
e) A amplitude e o comprimento de onda são cardíaca dessa pessoa, em batimentos por mi-
maiores em I. nuto, é
a) 60. b) 75.
QUESTÃO 04 (UFC – Modificada) - Antenas c) 80. d) 95. e) 100.
para emissoras de rádio AM (Amplitude Modu-
lada) são frequentemente construídas de modo QUESTÃO 07 - O esquema a seguir represen-
que a torre emissora tenha uma altura igual a ta, visto de cima, a evolução de ondas na super-
¼ do comprimento de onda das ondas a serem fície da água. Elas se propagam da esquerda
emitidas. Com base nisso, determine a altura, para a direita, incidindo na mureta indicada, na
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FÍSICA
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FÍSICA
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QUÍMICA
4 - Gás Natural:
• Origem: decomposição de restos de orga-
2 - Gasolina
nismos marinhos, sendo geralmente en-
Dentre as frações do petróleo, a gasoli-
contrado junto ao petróleo;
na é uma das mais importantes, porém a por-
• Componente principal: CH4 - Outros cons-
centagem dela obtida através da destilação fra-
tituíntes: C2H6 ; C3H8 ; C4H10 , CO2 ; H2S e
cionada é muito pequena, cerca de 7% a 15%,
N 2.
quantidade que não atende às necessidades do
• Alto valor calorífi co;
mercado consumidor. Para aumentar a quanti-
• Menos poluente que os outros derivados do
dade e melhorar a qualidade da gasolina, uti-
petróleo.
liza-se o processo de craqueamento. Cracking
(ou craqueamento ou pirólise) - O termo vem do
5 - Xisto betuminoso
inglês to crack (“quebrar”) e representa a que-
• Rocha sedimentar que apresenta um ma-
bra de frações mais pesadas (moléculas maio-
terial oleoso ( 5 – 10% ), semelhante ao
res) do petróleo, que são transformadas em
petróleo.
“frações mais leves” (moléculas menores) por
• Fonte não renovável;
aquecimento (cracking térmico) ou por aqueci-
• A difi culdade de obtenção não torna seu uso
mento e catalisadores (cracking catalítico). Por
muito atrativo.
exemplo:
C12H26 → C8H18 + 2C2H4
Reforming (ou reforma catalítica) - Por
meio de aquecimento e catalisadores apropria-
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QUÍMICA
ΔH = ∑H produtos - ∑H reagentes
Ex: Vamos calcular a variação de ental-
pia da reação:
NH3 (g) + HBr (g) → NH4Br (s),
conhecendo as seguintes entalpias padrão de
formação, em kJ/mol: NH3(g) = - 45,9; HBr(g)
= - 36,3; NH4Br (s) = - 270,8.
Como já visto: ΔH = ∑H produtos - ∑H reagentes
2:Termoquímica Nesse caso, temos:
1 - Variação da entalpia ( ∆H ): ∆H = [ Hf (NH4Br) ] - [ (Hf (NH3) + Hf (HBr)]
É a medida da quantidade de calor libe- ∆H = -270,8 - (-45,9 - 36,3) ∆H = - 188,6 kJ/
rada ou absorvida pela reação, a pressão cons- mol
tante.
Processo exotérmico é aquele que Obs: se tivermos 2NH3 (g) + 2HBr (g) → 2NH4Br
ocorre com liberação de calor, ou seja, ∆H < 0. (s), ∆H = 2 x ( - 188,6 kJ/mol ) = - 377,2 kJ/mol
Ex:
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 01 - Dentre os constituintes do pe-
tróleo, há aqueles conhecidos, que são usados
como combustíveis, como gasolina, querosene
e diesel, mas há muitos outros que são em-
pregados como matéria-prima para produção
industrial de diversos materiais, para as mais
variadas aplicações. Após sua extração, o pe-
tróleo é transportado para refi narias, onde pas-
sa por diversos processos.
Processo endotérmico é aquele que ocorre Assinale a alternativa correta relacionada com o
com absorção de calor, ou seja, ∆H > 0. processamento do petróleo.
Ex: a) Boa parte do petróleo brasileiro vem de re-
giões de águas profundas, mas isso não
eleva o custo da exploração.
b) A primeira etapa consiste numa destilação
simples, para separar o composto de me-
nor ponto de ebulição, a gasolina.
c) Uma etapa envolve a destilação fraciona-
da do petróleo, na qual vários compostos
presentes têm suas estruturas reduzidas,
para serem posteriormente separados por
ordem de ponto de fusão.
d) Numa etapa chamada de craqueamento,
frações sólidas de petróleo são trituradas
para serem utilizadas como fertilizante.
e) Uma fração constituída por hidrocarbone-
tos de cadeias longas sofre reação quími-
ca catalisada, para gerar hidrocarbonetos
2 – Cálculo do ∆H: de cadeias menores.
Uma das maneiras é pela utilização do
calor de formação.
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QUÍMICA
QUESTÃO 02 - Nas tecnologias para substitui- de dióxido de carbono (massa molar igual a 44
ção dos derivados do petróleo por outras fon- g/mol). Três dos mais promissores combustí-
tes de energias renováveis, o Brasil destaca-se veis alternativos são o hidrogênio, o etanol e o
no cenário internacional pelo uso do etanol e, metano. A queima de 1 mol de cada um desses
mais recentemente, do biodiesel. Na transes- combustíveis libera uma determinada quantida-
terifi cação, processo de obtenção do biodiesel, de de calor, que estão apresentadas na tabela
ocorre uma reação entre um óleo e um álcool a seguir.
na presença de catalisador, tendo ainda como
subproduto a glicerina. Quando são utilizados
o etanol e o triglicerídeo, na transesterifi cação,
os produtos orgânicos formados apresentam os
grupos funcionais:
a) álcool e éster
b) álcool e éter
c) álcool e ácido carboxílico
d) ácido carboxílico e éster
e) ácido carboxílico e éter Considere que foram queimadas massas, inde-
pendentemente, desses três combustíveis, de
QUESTÃO 03 - A tabela apresenta informações forma tal que em cada queima foram liberados
sobre as composições químicas e as entalpias 5400 kJ. O combustível mais econômico, ou
de combustão para três diferentes combustíveis seja, o que teve a menor massa consumida, e
que podem ser utilizados em motores de com- o combustível mais poluente, que é aquele que
bustão interna, como o dos automóveis. produziu a maior massa de dióxido de carbono
(massa molar igual a 44 g/mol), foram, respec-
tivamente:
a) o etanol, que teve apenas 46 g de mas-
sa consumida, e o metano, que produziu
900g de CO2.
b) o hidrogênio, que teve apenas 40 g de
massa consumida, e o etanol, que produ-
ziu 352g de CO2.
Com base nas informações apresentadas e c) o hidrogênio, que teve apenas 20 g de
comparando esses três combustíveis, é correto massa consumida, e o metano, que produ-
afi rmar que: ziu 264g de CO2.
a) a gasolina é o que apresenta menores im- d) o etanol, que teve apenas 96 g de mas-
pacto ambiental e vantagem energética. sa consumida, e o metano, que produziu
b) o álcool é o que apresenta maiores impac- 176g de CO2.
to ambiental e vantagem energética. e) o hidrogênio, que teve apenas 2 g de mas-
c) o hidrogênio é o que apresenta menor im- sa consumida, e o etanol, que produziu
pacto ambiental e maior vantagem energé- 1350g de CO2.
tica.
d) a gasolina é o que apresenta menor impac- QUESTÃO 05 - Para compreender o processo
to ambiental e maior vantagem energética. de exploração e o consumo dos recursos petro-
e) o álcool é o que apresenta menor impacto líferos, é fundamental conhecer a gênese e o
ambiental e maior vantagem energética. processo de formação do petróleo descritos no
texto abaixo. “O petróleo é um combustível fós-
QUESTÃO 04 - Vários combustíveis alternati- sil, originado provavelmente de restos de vida
vos estão sendo procurados para reduzir a de- aquática acumulados no fundo dos oceanos
manda por combustíveis fósseis, cuja queima primitivos e cobertos por sedimentos. O tempo
prejudica o meio ambiente devido à produção e a pressão do sedimento sobre o material de-
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QUÍMICA
positado no fundo do mar transformaram esses a 90% de gás metano, (CH4), também chamado
restos em massas viscosas de coloração negra de gás dos pântanos.
denominadas jazidas de petróleo.” O gás natural, após tratado e processa-
(Adaptado de TUNDISI, Usos de energia. São Paulo: Atual, do, é largamente empregado como combustível,
1991.)
matéria-prima nos setores químico, petroquími-
As informações do texto permitem afi rmar que: co, de fertilizantes e, também, como redutor si-
a) o petróleo é um recurso energético renová- derúrgico na fabricação do aço.
vel a curto prazo, em razão de sua cons- O metano pode ser também:
tante formação geológica. I. obtido do craqueamento do petróleo.
b) a exploração de petróleo é realizada ape- II. obtido por hidrogenação do carvão natural.
nas em áreas marinhas. III. formado por decomposição de matéria or-
c) a extração e o aproveitamento do petróleo gânica em lagos.
são atividades não poluentes dada sua ori- IV. extraído de reservas naturais, à seme-
gem natural. lhança do que acontece com o petróleo.
d) o petróleo é um recurso energético distri- V. formado na fermentação dos detritos do-
buído homogeneamente, em todas as re- mésticos, estocados em lixões e aterros
giões, independentemente da sua origem. sanitários.
e) o petróleo é um recurso não-renovável a Das afi rmações anteriores, estão corretas:
curto prazo, explorado em áreas continen- a) I, III, IV e V b) I e II
tais de origem marinha ou em áreas sub- c) III e IV d) I, II e IV e) todas elas
marinas.
QUESTÃO 08 - Um combustível derivado de
QUESTÃO 06 - O gás do lixo, CH4, vem mere- resíduos vegetais está sendo desenvolvido por
cendo atenção como uma alternativa de com- pesquisadores brasileiros. Menos poluente que
bustível, por ser obtido da fermentação de resí- o óleo combustível e o diesel, o bio-óleo é pro-
duos orgânicos, pela ação de bactérias. duzido a partir de sobras agroindustriais de pe-
Na produção de biogás podem ser usados: queno tamanho, como bagaço de cana, casca
a) sobras de comida, vaso de barro, jornais e de arroz e café, capim e serragem.
revistas. Analise as afi rmações seguintes.
b) sacos plásticos, pregos, bagaço de cana. I. Uma das razões que torna o uso desse
c) bagaço de cana, casca de frutas, fezes. bio-óleo ecologicamente vantajoso como
d) fezes, latas de refrigerantes, jornais e re- combustível, em comparação ao óleo die-
vistas. sel, é porque o carbono liberado na sua
e) cacos de vidro, restos de comida, casca queima provém do carbono preexistente
de frutas. no ecossistema.
II. O processo de produção do bio-óleo en-
QUESTÃO 07 - Uma nova Energia volve a destilação fracionada de combus-
Em 31 de março de 2000, o presidente tíveis fósseis.
Fernando Henrique Cardoso inaugurou, no mu- III. A combustão do bio-óleo não libera gases
nicípio de Biguaçu, o trecho Sul do gasoduto causadores do aquecimento global, como
Brasil -Bolívia. acontece na combustão do óleo diesel.
A chegada do gás natural já representa Está correto o contido em:
uma alternativa mais limpa em relação às de- a) I, apenas b) II, apenas
mais matrizes energéticas. c) III, apenas d) I e II, apenas e) I, II e III
Um dos ganhos está na baixa emissão de
carbono, um dos poluentes responsáveis pelo QUESTÃO 09 - Atualmente, os derivados de
efeito estufa e fi ca, também, praticamente zero petróleo representam a principal fonte de ener-
a liberação de enxofre, fator gerador das chu- gia utilizada pela humanidade. O consumo atu-
vas ácidas. O gás natural é composto de 75% al permite prever que as reservas conhecidas
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FOLHA DE REDAÇÃO
ALUNO(A)__________________________________________________________________________________
DATA:________/________/________
TÍTULO (OPCIONAL)
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RESERVADO AO CORRETOR
Competências Pontos Níveis INSTRUÇÕES
1. Preencha o seu nome e assine nos locais apropriados.
I 1 2 3 4 5 2. A transcrição da sua redação deve ser feita preferencialmente com
caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transpa- CORRETOR
II 1 2 3 4 5 rente.
3. Em nenhuma hipótese, haverá substituição desta folha por erro de
III 1 2 3 4 5 preenchimento do participante.
4. Escreva a sua redação com letra legível. No caso de erro, risque
com um único traço e escreva, em seguida, o respectivo substitutivo.
IV 1 2 3 4 5 Lembre-se: parênteses não podem ser usados para tal finalidade. Nome
5. Não será avaliado texto escrito em local indevido. Respeite rigoro-
V 1 2 3 4 5 samente as margens.
6. Não será permitido utilizar material de consulta. Data:_____/_____/_____
Total 7. Não será permitido o empréstimo de qualquer material entre os par-
ticipantes.
Média (Nota Final) • Atenção: A redação será corrigida a partir de 8 linhas.
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GRADE CORREÇÃO
Nível 0,0 | Nível 40,0 | Nível 80,0 | Nível 120,0 | Nível 160,0 | Nível 200,0
COMPETÊNCIA CRITÉRIOS (Níveis)
0. Demonstra desconhecimento da norma padrão, de escolha de registro e de convenções da escrita.
1. Demonstra domínio insuficiente da norma padrão, apresentando graves e frequentes desvios gramati-
cais, de escolha de registro e de convenções da escrita.
2. Demonstra domínio mediano da norma padrão, apresentando muitos desvios gramaticais, de escolha
I de registro e de convenções da escrita.
Demonstrar domínio da norma 3. Demonstra domínio adequado da norma padrão, apresentando alguns desvios gramaticais e de con-
padrão da língua escrita. venções da escrita.
4. Demonstra bom domínio da norma padrão, com poucos desvios gramaticais e de convenções da es-
crita.
5. Demonstra excelente domínio da norma padrão, não apresentando ou apresentando escassos desvios
gramaticais e de convenções da escrita.
0. Foge ao tema proposto.
1. Desenvolve de maneira tangencial o tema ou apresenta inadequação ao tipo textual dissertativo-argu-
II
mentativo.
Compreender a proposta de
2. Desenvolve de forma mediana o tema a partir de argumentos do senso comum, cópias dos textos mo-
redação e aplicar conceitos das
tivadores ou apresenta domínio precário do tipo textual dissertativo-argumentativo.
várias áreas de conhecimento
3. Desenvolve de forma adequada o tema, a partir de argumentação previsível e apresenta domínio ade-
para desenvolver o tema,
quado do tipo textual dissertativo-argumentativo.
dentro dos limites estruturais
4. Desenvolve bem o tema a partir de argumentação consistente e apresenta bom domínio do tipo textual
do texto dissertativo-
dissertativo-argumentativo.
argumentativo.
5. Desenvolve muito bem o tema com argumentação consistente, além de apresentar excelente domínio
do tipo textual dissertativo-argumentativo, a partir de um repertório sociocultural produtivo.
0. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos incoerentes.
1. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pouco relacionados
ao tema.
2. Apresenta informações, fatos e opiniões, ainda que pertinentes ao tema proposto, com pouca articula-
III
ção e/ou com contradições, ou limita-se a reproduzir os argumentos constantes na proposta de redação
Selecionar, relacionar, organizar
em defesa de seu ponto de vista.
e interpretar informações, fatos,
3. Apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto, porém pouco orga-
opiniões e argumentos em
nizados e relacionados de forma pouco consistente em defesa de seu ponto de vista.
defesa de um ponto de vista.
4. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema propos-
ta de forma consistente, com indícios de autoria, em defesa de seu ponto de vista.
5. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema propos-
ta de forma consistente, configurando autoria, em defesa de seu ponto de vista.
0. Apresenta informações desconexas, que não se configuram como texto.
IV
1. Não articula as partes do texto ou as articula de forma precária e/ou inadequada.
Demonstrar conhecimento
2. Articula as partes do texto, porém com muitas inadequadas na utilização dos recursos coesivos.
dos mecanismos linguístico
3. Articula as partes do texto, porém com algumas inadequações na utilização dos recursos coesivos.
necessários para a construção
4. Articula as partes do texto, com poucas inadequações na utilização de recursos coesivos.
da argumentação.
5. Articula as partes do texto, sem inadequações na utilização dos recursos coesivos.
0. Não elabora proposta de intervenção.
1. Elabora proposta de intervenção tangencial ao tema ou a deixa subentendida no texto.
V 2. Elabora proposta de intervenção de forma precária ou relacionada ao tema mas não articulada com a
Elaborar proposta de solução discussão desenvolvida no texto.
para o problema abordado, 3. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema mas pouco articulada à discussão desenvolvida
respeitando os valores no texto.
humanos e considerando a 4. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema e bem articulada à discussão desenvolvida no
diversidade sociocultural. texto.
5. Elabora proposta de intervenção inovadora relacionada ao tema e bem articulada à discussão desen-
volvida em seu texto, com detalhamento.
Aspectos considerados na avaliação de cada competência
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