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O CÓDIGO DAS EMOÇÕES
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Não é o cérebro que sente emoções, como não é o cérebro que
pensa. SOUND'BOX
Nunca dizemos “o meu cérebro sente” nem “o meu cérebro está
a pensar”.
Somos nós, na totalidade do ser, que sentimos e pensamos.
Nós somos mais do que o nosso cérebro.
Somos mais do que a nossa mente.
Somos uma entidade integral, com uma personalidade
multifacetada, onde os pensamentos, as memórias, os
sentimentos e as emoções são provocados pelas experiências
do viver e moldados pelas nossas relações com os outros.
Nelson S Lima
Recentes estudos (J.LeDoux,1996) levam a acreditar que as emoções podem não estar
tão distantes do pensamento e do intelecto como antigamente se pensava. Elas parecem
ser produto de uma “sabedoria evolutiva” e revelam algum tipo de inteligência adicionado.
Primariamente, podemos admitir como seguro que as emoções têm um papel decisivo na
sobrevivência. Um bom exemplo disso é a emoção do medo que permite que as pessoas
sejam mais prudentes e corram menos riscos. Esta emoção protege-nos de nos
lançarmos em acções que podiam fazer perigar a nossa vida. Com o medo aprendemos a
perceber os limites.
Depois, vem uma outra função para as emoções: a social. Através das emoções somos
mais capazes de estabelecer relações afectivas, cordiais e construtivas com os outros e
daí resultarem benefícios para todos (cooperação, partilha, ajuda, etc.).
Através destes exemplos podemos concluir que as emoções existem nos seres humanos
(e noutros animais) há muito tempo, executam tarefas de defesa, protecção e ajuda
visando, afinal, a sobrevivência. A sua origem e a sua finalidade central são, por
conseguinte, biológicas mas com um tremendo impacto nas restantes actividades
mentais.
Isso explica porque as emoções acontecem, numa primeira fase, em níveis não
conscientes. Elas são accionadas por processos de percepção rapidíssimos que
apreendem as situações através de um sistema neurológico complexo e ditam as
respostas necessárias adequadas a cada situação. Por isso é que primeiro sentimos as
emoções e depois pensamos sobre as suas causas e sensações provocadas.
Esse é o papel sobretudo das chamadas emoções primárias, básicas ou primitivas pois
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estão também presentes em outros animais. Mas existem, no ser humano, emoções mais
complexas (na verdade, parecendo ser uma mistura de emoções) que são provocadas
por situações de natureza mais social. É o caso da vergonha. É uma das quatro emoções
que estão ligadas à nossa auto-consciência (isto é, a consciência de quem somos). As
outras três são o acanhamento, o orgulho e a altivez.
É evidente que um pouco de vergonha não faz mal a ninguém. Pode até ser benéfico. O
problema de se ter vergonha só se coloca como indesejável quando esta toma conta da
nossa vida e nos impede de sermos felizes!
Teorias antigas
O estoicismo (uma doutrina filosófica que apareceu no século III a.C.) condenava as
emoções, fazendo a apologia da razão e da inteligência. Os estóicos (os seguidores
daquela doutrina) consideravam, todavia, quatro emoções fundamentais: o “desejo” (de
bens futuros); a “alegria” (pelos bens presentes), o “temor” (pelos males futuros) e a
“aflição” (pelos males presentes).
Já o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), que também dedicou alguma da sua
atenção ao estudo das emoções, escreveu que “as emoções são todos aqueles
sentimentos que mudam as pessoas de forma a afectar os seus julgamentos” e têm a ver
ou com a dor ou com o prazer. E exemplificou: “Quando as pessoas se sentem amistosas
e afáveis pensam um tipo de coisa; quando se sentem iradas e hostis, pensam em outra
coisa completamente diferente, ou a mesma coisa com uma intensidade diferente”.
É curioso que apesar da distância no tempo (mais de 2 mil anos), alguns elementos que
Aristóteles referiu sobre as emoções mantêm-se actuais. Disse ele:
O estudo mais acentuado do papel social das emoções teve a sua origem nas análises
dos naturalistas dos séculos XVI e XVII. Reconhecia-se então que todo o homem procura
os seus semelhantes não apenas para satisfazer interesses e necessidades mas também
pelo prazer que lhes proporciona a convivência e familiaridade.
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A hipocondria
Medo da morte ou medo da vida?
Ter medo de estar doente é uma reacção normal de qualquer pessoa. A saúde é um bem
inestimável e faz parte da fórmula da felicidade. A pessoa saudável tem mais
possibilidades de aproveitar todos os seus recursos (inteligência, talento, energia,
curiosidade, etc.) para se sentir bem consigo mesma e com o mundo. A doença surge
como um entrave, um desconforto e retira energia às pessoas impedindo-as de se
sentirem naquele magnífico estado de equilíbrio a que chamamos “bem-estar”.
É por isso que as pessoas hoje se preocupam mais com a saúde. Há uma maior
consciência ecológica não apenas em relação ao mundo mas em relação a si mesmas. A
consciência ecológica, em meu entender, deve também significar dar mais atenção ao
corpo e à mente para que da harmonia resultante o organismo funcione perfeitamente e
possamos dar o nosso contributo para um mundo melhor.
Mas existem pessoas que levam ao extremo a sua preocupação com a saúde. Uma
simples dor de cabeça provoca-lhes rapidamente um estado de ansiedade intenso pois
ficam imaginando que pode ser sintoma de algo grave, talvez um tumor. Uma palpitação
– que decorre geralmente de tensão nervosa – é interpretada como podendo ser uma
doença cardíaca séria.
A pessoa que reage desta forma exagerada pode ser hipocondríaca, isto é, julga-se
doente pois interpreta todas as sensações incómodas do corpo como avisos de que algo
está funcionando mal.
Elas entram então num processo obsessivo-compulsivo, numa espiral de ansiedade que
as faz correr assiduamente para hospitais e clínicas em busca de explicação para aquilo
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O problema ficaria resolvido se o doente hipocondríaco não fosse inseguro. Ele sabe que
a medicina é falível, que um exame clínico pode estar errado e que os médicos podem
equivocar-se. Se seus sintomas, descartada a hipótese de doença efectiva, persistirem, o
hipocondríaco continua procurando respostas.
Ele centra geralmente a sua atenção num órgão ou num sistema em particular
(frequentemente o cardiovascular ou o digestivo). Então, passa a perceber todas as
sensações que aí têm origem. Ele não dá importância ao facto de que nosso organismo
não é silencioso nem está inerte; há sempre pequenas sensações que ocorrem porque o
organismo está em pleno e normal funcionamento.
O hipocondríaco teme essas sensações, entra em pânico perante uma ligeira náusea ou
uma tímida palpitação. Ele as sente de forma ampliada (devido a sua alta concentração
no problema) e atribui-lhes um significado clínico, fruto de sua imaginação ou da leitura
obsessiva de revistas, livros e busca na internet sobre as sua(s) doença(s) imaginárias.
Como estudioso da relação mente/corpo eu me permito sugerir aos médicos que tratem
dos hipocondríacos como doentes que necessitam de ser abordados de forma
diferenciada. Reparem: a maioria dos doentes com outras enfermidades confia
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plenamente na medicina e nos seus técnicos e se entregam nas suas mãos. Mas, e os
hipocondríacos? Não reagem assim. Eles persistem crendo que estão doentes. Talvez
seja útil deixar os hipocondríacos para a última consulta para lhes dar mais tempo. Nada
como dar-lhes uma aula de medicina fazendo valer os muitos anos de estudo e prática
médica para que o doente serene.
Psicossomática da hipocondria
No livro do médico Rudiger Dahlke, “A doença como símbolo” (ed. Cultrix) este escreve
que “o corpo é o palco de acontecimentos desconhecidos da alma” e cita, a propósito, o
escritor Peter Altenberg que afirma: “A doença é o grito de uma alma agredida”.
Talvez o hipocondríaco seja precisamente aquele que mais precisa meditar sobre aquelas
duas máximas pois seu problema é psico-afectivo e não orgânico. Ele somatiza os seus
medos, a sua angustia existencial. Ele quer viver plenamente mas o seu ego se retrai
perante desafios cujas coordenadas desconhece. Ele tem dificuldade em se auto-
conhecer e experimentar a aventura de viver. Ele recolhe-se em seu casulo. Ele preferiria
regressar ao ventre da mãe onde se sentiu, em tempos, protegido. Ele é um assustado
animal que se perdeu na floresta e desconhece o caminho do regresso.
Uma série de descobertas recentes terminou com essa discussão. A idéia de que só o
ambiente ou só o DNA forma a personalidade foi substituída por outra mais flexível. Todo
comportamento tem um componente genético, mas sua manifestação depende de
factores ambientais. Sob essa visão, genética e sociedade interagem para moldar o jeito
de ser de cada pessoa.
Os pesquisadores advertem que portar esses genes não significa que a pessoa
necessariamente desenvolva o comportamento ligado a ele. Não existe determinismo
genético, apenas predisposição. Os genes podem se expressar ou não. Alguns são
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Conclusão: ter predisposição genética à depressão não leva ninguém a ficar deprimido. O
mesmo acontece com os distúrbios alimentares. Cientistas da Universidade da Carolina
do Norte identificaram regiões genéticas similares em amostras de sangue de mais de
400 pacientes com anorexia ou bulimia. Os mesmos marcadores apareceram em
pessoas sem os distúrbios, o que comprova a acção do ambiente.
A psicóloga americana Judith Rich Harris foi uma das primeiras pesquisadoras a tentar
medir a importância da genética, da família, do círculo de amizades e das experiências
pessoais na formação da personalidade. No seu livro No Two Alike (Não Há Dois Iguais)
Judith diz que a genética é responsável por no mínimo 40% do que somos. Em segundo
lugar vêm os amigos, a maior influência que recebemos. Por último, a família. A maneira
como somos vistos por nossos amigos faz com que passemos a investir em
determinados comportamentos. Se o grupo costuma rir das brincadeiras de uma criança,
ela se percebe como uma pessoa divertida e tenta repetir esse jeito de ser, incorporando-
o para o resto da vida.
Nem todos os traços de personalidade, porém, sofrem influência tão marcante das
experiências pessoais. Já se comprovou que o desenvolvimento da inteligência depende
em grande parte de um ambiente familiar que a estimule. Os geneticistas estimam que,
em duas décadas, será possível rastrear regiões genômicas em quantidade suficiente
para conseguir mais do que pistas sobre a influência dos genes no comportamento.
Graças à associação da psicologia e da genética, está aberto o caminho para elucidar a
anatomia da personalidade.
INICIATIVAS
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Informações: geral@institutodainteligencia.net
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1. Dedique 10 minutos todos os dias para pensar em SI, na sua maneira ser e estar na
vida, exercitando o seu auto-conhecimento, procurando fragilidades e redescobrir forças
e talentos há muito não usados.
2. Aplique 5 minutos todos os dias para se soltar, deixar sair a criança que há em si
(brinque com seus filhos, cante, desenhe figurinhas, escreva um poema a seu cônjugue
ou a seus filhos, ou outras actividades semelhantes).
3. Reserve uma hora por dia (à noite, por exemplo) para LER um bom livro ou VER um
bom filme ou programa de TV (isto implica que não fique a ver telenovela ou
programinhos feitos para grangear audiências).
4. Páre 10 vezes por dia para fechar os olhos e descansar sua visão durante um minuto.
Se for chefe ou empresário, convide seus colaboradores a aplicar essa técnica para
relaxar os olhos e o pensamento (com olhos fechados, o cérebro gera mais ondas
elétricas alfa que o ajudam a descansar).
5. Por cada 2 horas de trabalho consecutivas faça uma pausa de 10 minutos. Saia de seu
lugar, vá conversar com um colega, olhe pela janela, deixe que a sua visão se estenda
pela paisagem. Se puder, saia para a rua, dê um pequeno passeio descontraído. Seu
stress desce e fica pronto para mais uma etapa de 2 horas. A sua produtividade vai
aumentar. E vai ganhar tempo e saúde!
6. Por cada hora de trabalho na secretária ou no computador páre para distender seus
braços e músculos do pescoço; evitará muitas dores nas costas, enxaquecas e pressão.
7. Seja um pessoa legal! Diga BOM DIA com entusiasmo e um sorriso. Diga a toda a
gente que se cruzar com você, até estranhos. Faça-o com elegância e moderação para
que sua saudação seja aceite como gesto de simpatia! As suas emoções vão ficar mais
serenas e se sentirá feliz por saudar vivamente as outras pessoas.
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8. Definitivamente, se ainda não o fez, cuide de sua dieta. Obrigue-se a ingerir alimentos
variados e saudáveis. Diga NÃO a comida salgada ou muito doce. Beba água ou sucos
naturais. Seu corpo e sua mente vão desintoxicar e aumentar sua capacidade de
resolução de problemas. Sua saúde geral vai também aumentar.
9. Respire bem! Faça exercício todo o ano, pratique jogging, marcha ou frequente um
ginásio. Duas ou três vezes por dia faça exercícios suaves de inspiração e expiração para
aumentar sua vivacidade. O cérebro necessita que você respire bem. É vital!
NEUROSE E INSEGURANÇA
A pessoa É neurótica e não ESTÁ neurótica. Essa maneira de ser neurótica significa que
a pessoa reage à vida através de reacções vivenciais não normais; seja no sentido
dessas reacções serem desproporcionais, seja pelo facto de serem muito duradouras,
seja pelo fato delas existirem mesmo que não exista uma causa vivencial aparente.
Segundo aquele especialista essa maneira exagerada de reagir leva a pessoa neurótica a
adoptar uma série de comportamentos (evita lugares, faz atitudes para alívio da
ansiedade... etc).
O neurótico, tem plena consciência do seu problema e, muitas vezes, sente-se impotente
para modificá-lo. Exemplos:
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