Sei sulla pagina 1di 2

O campo de conhecimento conhecido como Estudos Culturais se inicia no

Centre for Contemporary Cultural Studies (CCCS), em Birmigham, Inglaterra,


nos anos cinquenta. Os fundadores dessa visão são Richard Hoggart, Raymond
Williams e Edward Palmer Thompson, professores do centro que iniciam
investigações a respeito da cultura da classe operária no Reino Unido
(ESCOSTEGUY, 2010). A perspectiva revoluciona as ciências culturais porque
inverte os pólos tradicionais de análise. Assim, a cultura de "baixo" passa a ter
voz privilegiada nos eventos históricos estudados.

Nos anos sessenta, Stuart Hall assume a direção do centro e nela


permanece por onze anos. Hall, embora não seja considerado um fundador dos
Estudos Culturais, contribuí de forma definitiva para alargar o campo de
pesquisa. Assim, Hall inicia os estudos de subculturas e, aos poucos, o centro
se torna uma referência para pesquisas de gênero, raça e etnia.

Hall aponta o feminismo como uma das rupturas


teóricas decisivas que alterou uma prática
acumulada em estudos culturais, reorganizando
sua agenda em termos bem concretos. Desta
forma, destaca sua influência nos seguintes
aspectos: a abertura para o entendimento do
âmbito pessoal como político e suas
conseqüências na construção do objeto de
estudo dos estudos culturais; a expansão da
noção de poder, que, embora bastante
desenvolvida, tinha sido apenas trabalhada no
espaço da esfera pública; a centralidade das
questões de gênero e sexualidade para a
compreensão da própria categoria “poder”; a
inclusão de questões em torno do subjetivo e do
sujeito e, por último, a “reabertura” da fronteira
entre teoria social e teoria do inconsciente –
psicanálise. (ESCOSTEGUY, 2010, p. 37)
A contribuição do feminismo para os Estudos Culturais nos interessa,
nesse trabalho, porque são justamente as discussões sobre gênero que
conseguem estabelecer a ruptura mais radical em relação ao conceito de
identidade. Para que esse rompimento ocorra, entretando, a noção de
descentramento do sujeito (HALL,1999) é fundamental.

Sturt Hall, em sua obra A identidade cultural na pós-modernidade (1999),


discute aquilo que as ciências sociais denominaram de "crise de identidade". Tal
crise, segundo ele, está ligada ao descentramento do sujeito. As categorias
estáveis que, antes, definiam o ser social não existem mais. Assim, é possível
que alguém transite entre identidades ao longo da vida.

Para compreender o descentramento do sujeito, é necessário ter mente


as concepções anteriores de identidade. Hall (1999) identifica duas concepções
que permeiam o debate acadêmico nas humanidades. A primeira, iluminista, tem
o sujeito como pessoa humana. Racional e unificado, esse sujeito possui um
núcleo que o acompanha durante toda a vida. A segunda, sociológica, percebe
o sujeito em relação aos outros. Assim, identidade seria aquilo que liga a pessoa
à estrutura social.

A crise do final do século XX é a crise do sujeito sociológico. Isso porque


a ligação com a estrutura não é mais estável. O sujeito percebe-se como
integrando vários universos e reinvidica para si essa multiplicidade.

Hall (1999) difere das ciências sociais porque não vê aí uma crise mas
sim a emergência de um novo sujeito: o sujeito pós-moderno. A identidade,
pensada como fixa, nunca foi estável. Isso porque o "sujeito assume identidades
em diferentes momentos, identidades que não são unificadas ao redor de um
'eu' coerente" (p. 13).

Assim, a marca da pós-modernidade seria a transitoriedade. Um mundo


em permanente transformação evoca um sujeito que também está transitando.

Potrebbero piacerti anche