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TANATOLOGIA

“A morte não é a ausência da vida: sim a sua interrupção definitiva” (Knight).

Morte – interesse das ciências biológicas, jurídicas e sociais.

Conceito de morte:

Do ponto de vista médico morte é a cessação da vida (prognóstico de


irreversibilidade de um processo: a vida não mais há de retornar).

Morte celular – ocorre a cessação dos fenômenos vitais celulares, por ação de
agentes patogênicos ou fisiológicos. Pode ocorrer isoladamente ou em grupo
(necrose), nesse caso dependendo da extensão e da localização da necrose pode
ocorrer apenas uma cicatriz, ou a insuficiência funcional, ou a morte de um
organismo como um todo.

Morte do corpo – o corpo é composto por células, que formam tecidos, que
constituem órgãos, que integram aparelhos e sistemas. Cada segmento tem
funções. O corpo pode sobreviver sem algumas de suas funções. Há funções vitais,
que não podem ser suprimidas, sem que resultem na morte do indivíduo. Podemos
citar a respiração e a circulação.

Sob o ponto de vista biológico a morte não é um fato único, instantâneo. É o


resultado de uma série de processos, de uma transição gradual, visto a diferente
resistência vital das células, tecidos, órgãos e sistemas que integram um corpo à
privação do oxigênio. A medicina adotou a etapa de morte clínica como sendo o
critério que determina a morte.

Até o final da década dos anos 60 o conceito de morte era a cessação


irreversível da circulação e respiração (funções vitais). A irreversibilidade baseava-
se no fracasso de todas as tentativas de reanimação. Era inadmissível considerar
morto um indivíduo cujo coração ainda batesse.

Em 1967, na África do Sul foi realizado o 1º transplante cardíaco, removendo


o órgão quando ainda batia, rompendo, assim, uma barreira conceitual. A partir
deste marco o conceito que passou a vigorar foi o de morte cerebral.

MORTE ENCEFÁLICA – parada irreversível de todas as funções de todo o cérebro,


incluindo o tronco cerebral.

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Diagnóstico de morte – parada irreversível da respiração e da circulação ou
quando seja necessário diagnosticar a morte cerebral, afastando a possibilidade de
uma morte aparente. São preconizados testes para demonstrar a ausência das
funções cerebrais, ou parada cardíaca e respiratória.

Morte Aparente – Thoinot (1913) define como sendo um estado transitório em que
as funções vitais são “aparentemente” abolidas, em conseqüência de uma doença,
de um estado mórbido, acidentes, abuso de drogas depressoras do SNC que simula
a morte. Ocorre a queda da temperatura corpórea, rebaixamento das funções cárdio
respiratórias que oferecem ao simples exame clínico a aparência da morte.

Observa-se a imobilidade, a ausência aparente da respiração e da circulação.

CAUSA JURÍDICA DA MORTE

Natural – quando a morte ocorre devido à doenças, pelo processo de


envelhecimento

Não Naturais (VIOLENTAS)– resultam de fatores externos não relacionados com a


curva vital. São causadas pela ação de energias externas, recebendo a
denominação de violentas, podendo ser provocadas por acidentes, suicídio ou
crime.

Suspeita – verifica-se o aspecto inesperado e súbito da morte que poderá dificultar


o real conhecimento da causa. Pode ser uma doença de evolução superaguda ou
por ex. um suicídio. Deve ser realizada a necropsia para se saber a real causa da
morte.

Indeterminada – após investigação minuciosa não se consegue chegar a uma


conclusão quanto à sua natureza (se natural ou violenta).

Ex.: O encontro de uma ossada sem sinais de fraturas ou outras forma de


violência. O médico não pode dar a causa médica da morte nem as autoridades
podem chegar à natureza jurídica da morte.

Ex. Sabe-se que a morte não foi natural, mas não é possível classificar qual
das três formas de morte violenta ocorreu.

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Necessidade da realização das necropsias forenses – oferecer o diagnóstico da
causa jurídica da morte (se é natural ou violenta). Mesmo nos casos em que restam
poucas dúvidas, tem de ser feitas obrigatoriamente, e por peritos oficiais, por
determinação do CPP. Não é atribuição do médico legista estabelecer o diagnóstico.

Uma causa jurídica pode corresponder a várias causas médicas e que uma
causa médica pode ser provocada por qualquer causa jurídica. Ex. Pode-se morrer
assassinado com um tiro no coração, pulmão, pela ação de outros instrumentos, ou,
ainda, envenenado. Pode-se morrer assassinado, ou de forma acidental, como
também, tratar-se de um suicídio.

O diagnóstico diferencial das modalidades da causa jurídica apóia-se no


EXAME DE PERINECROSCOPIA e na NECROPSIA FORENSE

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TANATOGNOSE

É a parte da Tanatologia Forense que estuda o diagnóstico da realidade da


morte. Após a morte o cadáver passa a exibir uma série de alterações que se
exteriorizam. Esse diagnóstico é tão mais difícil quanto mais próximo o momento da
morte, devendo o perito estar atento aos fenômenos cadavéricos: abióticos
(imediatos e mediatos ou consecutivos) e os transformativos (destrutivos e
conservadores).

Sinais abióticos (sem vida) imediatos

São precoces e se verificam tão logo o indivíduo deixe de viver. São


sinais que insinuam a morte (Croce):

PARADA DA CIRCULAÇÃO – deve ser irreversível. Verifica-se pela asculta e


eletrocardiograma com traçado isoelétrico, injeção de solução de fluoresceína (se
houver circulação surge fluorescência ocular e coloração amarela intensa na pele e
mucosas).

PARADA DA RESPIRAÇÃO - deve ser irreversível. A falta de respiração é


pesquisada pela asculta torácica por pessoa experiente.

Outros sinais:

PERDA DA CONSCIÊNCIA;

IMOBILIDADE,

INSENSIBILIDADE,

ABOLIÇÃO DO TÔNUS MUSCULAR,

FÁCIES HIPOCRÁTICA (palidez intensa, olhos fundos, afilamento nasal, temporas


deprimidas e rugosas, lábios caídos)

RELAXAMENTO DOS ESFINCTERES

Fenômenos Abióticos Imediatos


Ausência de funções cerebrais
Perda da consciência
Imobilidade
Flacidez muscular difusa: relaxamento de esfíncteres, incluindo a pupila;
partes moles se adaptam, tórax se achata, queda da mandíbula e rugas de
expressão atenuadas (Fácies Hipocrática)
Insensibilidade

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Ausência de circulação
Provas:
Magnus: torniquete ao redor do dedo, se houver circulação, a parte distal
fica arroxeada e congesta.
Hallun: gota de éter na conjuntiva, se vivo: congestão
Rebouillat: injeção de éter no subcutâneo, se morte o éter reflui para a
pele, se vivo absorve com reação inflamatória
Icard: injeção de endovenosa ou intramuscular de fluoresceína: coloração
verde esmeralda na esclerótica
Fluoresceína: quando há circulação, esta se espalha com tonalidade
amarela na pele.
Fundo de Olho: desaparecimento da papila e das artérias retinianas;
mudança da cor da coroide (avermelhado para cinza amarelado)
Compressão do globo ocular: desaparecimento do desenho arterial

Ausência de respiração
Provas:
Winslow: movimentos mínimos das costelas
Espelho na narina e boca
Ausculta

Acidificação dos fluidos tissulares


Morte = diminuição do pH
Teste: solução de azul de brotimol no subcutâneo durante 1 hora, se
há morte a coloração torna-se amarelada

SINAIS ABIÓTICOS MEDIATOS (OU CONSECUTIVOS)

EVAPORAÇÃO TEGUMENTAR – após a morte inicia-se a desidratação pela


evaporação. Como conseqüência ocorre a perda de peso, pergaminhamento da
pele, dessecamento da mucosa, achatamento do globo ocular, perda da
transparência da córnea;

EQUILÍBRIO TÉRMICO – mais conhecido como resfriamento do corpo, ocorre, na


verdade, um processo de equilíbrio das temperaturas corpórea e do meio ambiente.
Se a temperatura ambiente for menor, ocorre o resfriamento do corpo, se maior
ocorre o aquecimento do corpo.

HIPÓSTASE – devido à ação da gravidade, o sangue que não mais circula ocupa
as posições mais baixas do corpo. A localização da hipóstase depende da posição
do cadáver. Inicia-se precocemente, após aproximadamente 10 minutos após a
morte. Cerca de duas a três horas já é bem visível e sua fixação se dá entre oito e

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onze horas. Depois da fixação, a sua posição pode revelar se houve deslocamento
do cadáver.

RIGIDEZ CADAVÉRICA – ou rigor mortis. Sinal de grande valia para o diagnóstico


da realidade da morte. Deve-se à perda do tono, elasticidade e flexibilidade dos
músculos. A rigidez é explicada pela acidificação muscular que desaparece com a
putrefação. Inicia-se pela face, pálpebras, mandíbula e nuca, seguindo aos
músculos do tronco, membros superiores e por último os membros inferiores,
desaparecendo, depois na mesma ordem que surgiu. A rigidez é tanto mais rápida
quanto maior a desidratação do cadáver.

Espasmo cadavérico ou rigidez cataléptica é uma forma específica de rigidez


instantânea, sem o anterior relaxamento muscular que precede a rigidez. O
indivíduo é acometido subitamente pelo espasmo, mantendo a posição na hora da
morte.

MANCHA VERDE ABDOMINAL – Surge entre 16 e 20 horas após a morte,


indicando o início da putrefação. Localiza-se na fossa ilíaca direita, onde se localiza
o primeiro segmento do intestino grosso, o ceco. A coloração se deve à formação de
hidrogênio sulfurado, que transforma a hemoglobina em sulfoxihemoglobina.

Fenômenos Abióticos Consecutivos


Desidratação: Evaporação da água.
Condições que favorecem: baixa umidade do ar, boa ventilação e superfície
plana.
Perda de peso (mais importante quanto maior a proporção de água)
Pergaminhamento da pele
Áreas de arrancamento post mortem e nas peles finas (escroto e
grandes e pequenos labios)
Pele endurecida ao toque, semelhante a couro dessecado de
coloração amarelada
Dessecamento de mucosas
Coloração pardo-avermelhada

Fenômenos Oculares
Tela Viscosa - Sinal de Stenon-Louis
Película que substitui o brilho da córnea, constituída por líquido
transudato e corpusculos de poeira
Opacificação da córnea
Córnea opaca e leitosa (após 10-12 horas não é possível
realizar exame de fundo de olho)

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Mancha Negra Esclerótica: Sommer e Larcher
Modificação que ocorre quando os olhos permanecem
entreabertos após a morte
Surge inicialmente na metade temporal, de coloração
amarelada, passando para azulada e negra, aumentado de
tamanho. Enquanto cresce na metade temporal, surge na
metade nasal.
Aparece 1-3 horas, tornando-se negra em 6 horas (condições
de evaporação intensa)
Hipotensão do globo ocular – Depressão do globo ocular

Resfriamento do Corpo (algidez cadavérica/ algor mortis)


Corpo humano tenta estabelecer equilíbrio térmico com o meio
(ausência de circulação)
Cérebro: parte do corpo que sofre menor influência do meio ambiente.

Medida da temperatura retal auxilia no tempo de morte até 18 horas


Moritz: medida da temperatura retal
37º - T.retal + 3 = tempo em horas após a morte
Parte do pressuposto que o individuo apresentava 37º na
hora da morte

Fórmula Rentoul Smith:


H (horas após a morte) = N (temperatura retal = 37,2) – C (T retal
cadáver) 1,5
(constante)
Influenciados por:
Variáveis individuais
Variáveis climáticas

Livores Hipostáticos/ Manchas de Hipóstases


Parada da circulação (pressão intravascular nula)

Atuação da força da gravidade

O sangue é atraído para as partes de declive do cadáver

Aparecimento de pequenas áreas circulares de tonalidade mais
avermelhada (livores)

Pequenas áreas confluem e aumentam de extensão – Mancha extensa

Em pontos de apoio a coloração não aparece (pressão exercida


bloqueia capilares e vênulas)
Menos intenso em cicatrizes
Com o passar do tempo, a pressão do sangue aumenta e rompem-se
capilares, levando ao aparecimento de petéquias (no enforcados surge
de 2-4 horas após a morte).

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Não fixos: com a mudança da posição do cadáver, os livores se
deslocam. Comprime-se o local com objeto rígido, se ficar claro, os
livores não estão fixos.
Fixação dos livores: atualmente acredita-se que ocorra devido ao
extravasamento do plasma para o tecido, deixando as hemácias
aglomeradas, impendido seu deslocamento.
Acomete também vísceras

Diagnóstico diferencial com equimose


Equimose: sangue coagulado e infiltrado nos tecidos, com
presença de fibrina.
Hipóstase: desaparece à digitopressão e à incisão o sangue
goteja dos vasos e à lavagem o tecido fica limpo

Coloração da hipóstase
Monóxido de carbono: vermelho carmim (carboxihemoglobina –
coloração veremelho cereja); quando há 30% de
carboxihemoglobina
Cianeto e fluoroacetato: vermelho intenso vivo (oxihemoglobina)
Asfixia: arroxeado escura
Nitrobenzenos, anilinas, clorados, nitratos: pardo-avermelhados
(metahemoglobina)
Cadáveres em ambientes frios: vermelho mais claros (retenção do
oxigênio, falta de dissociação da hemoglobina ou maior pressão de
difusão de oxigênio).
Morte por anemia aguda: pálidos, quase imperceptíveis. Indivíduos da
cor negra: não reconhecíveis.

Valor médico-legal dos livores


Embora seja um sinal tardio da realidade da morte, alguns autores
indicam que pode ocorrer antes da morte em casos de agonia
(provavelmente por colapso circulatório ou ainda por dificuldade de
retorno venoso associado à flacidez muscular em membros
paralisados).
A sua fixação pode permitir a indicação da mudança de posição do
cadáver, mas mudanças de posição antes da fixação da hipóstase não
são detectáveis.
A maioria dos autores indicam o tempo em torno de 12 horas para a
fixação da hipóstase.

Tempo de morte
Trabalho em 430 corpos (Suzutani)
Fixação – 6-12 horas em 30%
12-24 horas em 50%
1-3 dias em 70%
Knight
Livores iniciam de 30 minutos a 4 horas
Maximo com 12 horas
Persistem até a putrefação

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França: Início da hipóstase em 2 a 3 horas após a morte

Rigidez Cadavérica

Ocorre tanto nos músculos esqueléticos como no liso.


Fibra muscular é formada por 1000 a 2000 fibrilas que são compostas
por miofilamentos compostos por actina (fino) e miosina (grosso).
Combinação do ATP com a miosina, formando o complexo actino-
miosina, encurtando as fibrilas. Após há destruição do ATP (ATPase)
que será degenerado. Este mecanismo depende da queima da glicose,
que pode ser por via aeróbica ou anaeróbica.

Fibras musculares do tipo I: ATP por via aeróbica, resposta lenta


Fibras musculares do tipo II: ATP via anaeróbica, resposta rápida

Falta de oxigênio.

Diminuição da recomposição de ATP

Depende apenas da via anaeróbica, com acumulo de
acido láctico e acidificação

Complexos actino-miosina não se desfazem

Músculos enrijecidos

A rigidez depende da quantidade de fibras musculares e da


predominância entre as lentas e rápidas.

Regra ou lei de Nysten (ou Nysten-Sommer): rigidez evolui de forma


descendente, inicia na mandíbula e nuca e atinge membros
superiores, tronco e inferiores.
No inicio se a rigidez for desfeita voltará a se instalar, com menor
intensidade e uma vez quando atingido seu nível máximo, não mais se
refaz.
É pouco perceptível em recém nascido, em crianças pequenas e
idosos, ou com doença consumptiva.
Asfixias e anemia aguda: aparecimento mais cedo, com duração
menor.
Frio ambiental: retarda o aparecimento e prolonga a duração.
Temperaturas elevadas: aparecimento mais precoce e com menor
duração.
Seqüência da rigidez: instalação, generalização, máxima intensidade e
desfazimento.

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FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS

São resultantes de alterações tardias tão. Compreendem os fenômenos destrutivos


e os conservadores. São considerados sinais de certeza da realidade de morte.

DESTRUTIVOS –

A) Autólise – após a interrupção da circulação cessam as trocas nutritivas


intracelulares, determinando a lise dos tecidos, seguida da acidificação, com
diminuição do ph (a vida só é possível em meio neutro), resultando os fenômenos
intra e extra celulares de decomposição. As membranas celulares se rompem e
flocula o citoplasma. Afeta precocemente os cadáveres de recém-nascidos

B) Maceração – ocorre quando o indivíduo morre afogado ou é lançado no meio


líquido após a morte (maceração séptica) ou quando o feto fica retido na matriz
após o falecimento da mãe (maceração asséptica). Na maceração séptica há a
contaminação com os microrganismos do meio. Por isso esse fenômeno coexiste
com a putrefação.

Inicialmente há o enrugamento da pele, seguido do descolamento da


epiderme (nas mãos dedos de luva), do amolecimento dos tecidos, seguido do
desprendimento de fragmentos. Os tecidos e órgãos perdem sua consistência
natural, coloração e características estruturais.

C) Putrefação

Inicia-se após a autólise pela ação de micróbios aeróbios, anaeróbios em


geral, sobre o ceco (porção inicial do intestino grosso onde mais se acumulam
gases) com o aparecimento da mancha verde abdominal, a qual se difunde por todo
o tronco, cabeça e membros com coloração verde enegrecida. A putrefação
depende de vários fatores:

Idade – é mais rápida nas crianças;

Presença de ar – presença de microrganismos aeróbios. Mas há também os


anaeróbios e os facultativos;

Umidade – é necessária, mas não deve ser exagerada;

Condições do solo – relacionadas com a temperatura e com a umidade;

Temperatura – é mais rápida em temperaturas elevadas;

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Causa mortis e constituição do indivíduo.

Períodos da Putrefação

1 – Período de coloração ou manchas - começa com a mancha verde abdominal.


Persiste até aproximadamente o 7º dia da morte.

2 – Período gasoso – os gases internos da putrefação migram para a periferia


provocando o aparecimento de flictenas. O cadáver se apresenta deformado,
inchado em conseqüência dos gases. O rosto, o pescoço, o pênis e o escroto
aumentam de volume. A língua e os lobos oculares se projetam para fora. Na
mulher grávida, os gases chegam a expulsar o feto e projetar o útero para fora e o
ânus se entreabre evertendo a mucosa retal.

Circulação póstuma de Brouardel – curioso desenho na pele decorrente da


compressão cardiovascular que emigra o sangue para a periferia.

Esse período dura, em média, duas semanas, podendo chegar a três.

3 – Período coliquativo – ocorre a liquefação dos tecidos, isto é, a dissolução pútrida


das partes moles dos cadáveres pela ação conjunta de bactérias e da fauna
necrófaga (fauna cadavérica composta de larvas e insetos). Os gases se evolam, o
odor é fétido e o corpo perde gradativamente a sua forma. Seu período de duração
poderá variar de um a vários meses, dependendo das condições de resistência do
corpo e do local da inumação. Termina pela esqueletização.

4 – Esqueletização – a ação do meio ambiente e da fauna cadavérica destrói os


resíduos tissulares, inclusive os ligamentos articulares, expondo os ossos e
deixando-os completamente livres um dos outros e de seus ligamentos, tornando-os
leves, frágeis e ás vezes quebradiços. A esqueletização completa varia de alguns
meses a alguns anos.

CONSERVADORES – São processos naturais que conservam o cadáver. Não


confundir com a conservação temporária pelas baixas temperaturas ou pelo
embalsamamento.

Mumificação – pode ser total ou parcial. Ocorre quando o cadáver está exposto em
ambiente seco, quente e bem ventilado. A desidratação é rápida e não umidade
adequada para o desenvolvimento das bactérias de putrefação. O corpo apresenta

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peso reduzido em até 70%, com pele apergaminhada, de coloração cinza
escurecida, endurecida, assemelhando a couro curtido.

A ventilação é necessária para evitar a formação de vapor d’água que


cessaria a evaporação.

Saponificação - pode ser total ou parcial. Ocorre devido ao excesso de umidade,


ausência de movimentos do ar na presença de terrenos argilosos, impermeáveis.
Os tecidos cadavéricos são transformados em adipocera, substância amarelo
escura de aspecto caseoso, mole como sabão. É conhecida também como a
gordura dos cadáveres. Quando exumado apresenta odor de queijo rançoso, devido
a alteração da gordura, em contato com o ar. Fatores individuais que contribuem
para o seu surgimento: baixa idade, obesidade, degenerações decorrentes de
intoxicação por fósforo e álcool. As condições ambientais são necessárias para o
aparecimento do fenômeno.

NECROSCOPIA

Também conhecida como tanatoscopia, necropsia e autópsia (denominação


imprópria, pois significa auto observação).

É o exame do cadáver em todos os seus aspectos e partes, e a verificação


do estado de cada uma dessas partes, com o intuito de determinar a causa mortis e
esclarecer outros fatos a ela relacionados. É o exame em que o perito colhe
elementos e informações valiosas para o esclarecimento da justiça.

Deve ser realizada por dois peritos médicos.

As necropsias devem ser realizadas em locais adequados, estando os peritos


e os auxiliares devidamente paramentados e munidos de instrumental adequado.

Compreende dois grandes tempos:

A - inspeção externa – exame das vestes (cor, forma manchas, inscrições, ...), dos
objetos que acompanham o cadáver. Após a remoção das vestes passa a descrever
as características identificatórias (sexo, cor, estatura, idade aproximada, biótipo,
sinais característicos, impressões digitais), os sinais de morte observados e
descrição detalhada de cada parte do corpo (cabeça, pescoço, abdômen, membros,
órgãos genitais) descrevendo os sinais de violência que porventura encontrar.

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B – inspeção interna – pesquisa nas cavidades tóraco-abdominal, cavidade
craniana, pescoço;canal raquidiano e medula.

Mencionar e diferenciar lesões vitais e pós-mortais

No caso do recebimento de ossadas, estas devem ser examinadas, quando


possível em laboratórios especializados, aparelhados para estudos de antropologia
forense.

Quesitos do exame tanatológico

1º Houve morte?

2º Qual a sua causa /

3º Qual o instrumento ou o meio que a produziu?

4º A morte foi produzida com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia,


tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum?
(resposta especificada).

Dispositivos legais:

Código de Processo Penal

Art. 162: A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo
se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feitas
antes daquele prazo, o que declararão no auto.

Parágrafo único – Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame


externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as
lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de
exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante.

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