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olteiro e solitário:

encontrando a intimidade que você anseia.


Traduzido do original em inglês
Single and Lonely: finding the intimacy you desire
por Jayne V. Clark
Copyright ©2009 por Jayne V. Clark

Publicado por New Growth Press,


Greensboro,
NC 27404

Copyright © 2016 Editora Fiel


Primeira Edição em Português: 2018

Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Editora Fiel da Missão Evangélica Literária

PROIBIDA A REPRODUÇÃO DESTE LIVRO POR QUAISQUER


MEIOS, SEM A PERMISSÃO ESCRITA DOS EDITORES,
SALVO EM BREVES CITAÇÕES, COM INDICAÇÃO DA FONTE.

Diretor: James Richard Denham III


Editor: Tiago J. Santos Filho
Coordenação Editorial: Renata do Espírito Santo
Tradução: Antonivan Pereira
Revisão: Shirley Lima
Diagramação: Wirley Correa - Layout
Capa: Wirley Correa - Layout
Ebook: João Fernandes
ISBN: 978-85-8132-561-3
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

C593s Clark, Jayne V., 1956-


Solteiro e solitário : encontrando a intimidade que você anseia /
Jayne V. Clark. ; [tradução: Antonivan Pereira]. – São José dos Campos, SP : Fiel, 2018.
2Mb ; ePUB
Tradução de: Single and lonely : finding the intimacy you desire.
Inclui referências bibliográficas.
ISBN 978-85-8132-561-3

1. Solidão – Aspectos religiosos – Cristianismo. 2. Solteiros – Vida


religiosa. I. Título. II. Série.
CDD: 248.86

Caixa Postal, 1601


CEP 12230-971
São José dos Campos-SP
PABX.: (12) 3919-9999
www.editorafiel.com.br
APRESENTAÇÃO DA SÉRIE
Gilson Santos
Jay Adams, teólogo e conselheiro norte-americano, nascido em 1929, foi
professor de Poimênica no Seminário Teológico de Westminster, em
Filadélfia, no estado de Pensilvânia, Estados Unidos. Adams é um respeitado
escritor e pregador, genuinamente evangélico e conservador. Enquanto
lecionava sobre a teoria e a prática do pastoreio do rebanho de Cristo, ele viu-
se na necessidade de construir uma teoria básica do aconselhamento pastoral.
Rememorando a sua trajetória, Adams nos informa que, tal como muitos
pastores, não foi muito o que aprendeu no seminário sobre a arte de
aconselhar. Desiludido com suas iniciativas de encaminhar ovelhas para
especialistas, ele buscou assumir um papel pastoral mais assertivo e
biblicamente orientado no contexto de aconselhamento.
Em seus esforços, crendo na veracidade e eficácia da Bíblia, Adams
estabeleceu como objetivo salvaguardar a responsabilidade moral dos
aconselhandos, entendendo que muitas abordagens terapêuticas e poimênicas
a comprometiam. Em seu elevado senso de respeito e reverência às
Escrituras, Adams reconheceu que a Bíblia é fonte legítima, relevante e rica
para o aconselhamento. Ele propôs que, em vez de ceder e transferir a tarefa a
especialistas embebidos em seus dogmas humanistas, os ministros do
evangelho, assim outros obreiros cristãos vocacionados por Deus para
socorrer pessoas em aflição, devem ser estimulados a reassumir seus
privilégios e responsabilidades. Inserido em uma tradição que tendia a
valorizar fortemente as dimensões públicas do ministério pastoral, Adams
fincou posição por retomar o prestígio das dimensões pessoais e privativas do
ministério cristão, sobretudo o aconselhamento. Nisto seu esforço se revelou
de importância capital. De fato, basta examinar a matriz primária do
ministério cristão, que é a própria pessoa de Jesus Cristo, para concluir que,
diminuir a importância e lugar do ministério pessoal trata-se de uma distorção
grave na história da igreja. Adams defende, assim, que conselheiros cristãos
qualificados, adequadamente treinados nas Escrituras, são competentes para
aconselhar.
Adams também assumiu com seriedade as implicações do conceito cristão
de pecado para o aconselhamento. Em resumo, ele propõe que o cristianismo
não pode contemplar uma psicopatologia que prescinda de um entendimento
bíblico dos efeitos da Queda, e da pervasiva influência que o pecado exerce
no psiquismo dos seres humanos. Por esta razão, a abordagem que ele propôs
chamou-se inicialmente de “Aconselhamento Noutético”. O termo noutético
é derivado de uma palavra grega, amplamente utilizada no texto
neotestamentário, que significa “por em mente” – formado de nous [mente]
e tithemi [por]. O uso de nouthetéo nos escritos paulinos sempre aparece
estritamente associado a uma intenção pedagógica. O aconselhamento
noutético seria então aquele que direciona, ensina, exorta e confronta o
aconselhando com os princípios bíblicos. De acordo com a noutética, o
aconselhamento se dá em confrontação com a Palavra de Deus. Visando não
apenas uma mudança comportamental, ele objetiva a inteira transformação da
cosmovisão, oferecendo as “lentes da Escritura” ao aconselhando. Num
momento posterior, esta abordagem passou a denominar-se exclusivamente
“Aconselhamento Bíblico”.
Sobre estas bases, em 1968 Jay Adams deu início, no Seminário Teológico
de Westminster, em Filadélfia, ao CCEF - Christian Counseling and
Education Foundation (Fundação para Educação e Aconselhamento Cristão),
inaugurando um novo momento na história do aconselhamento cristão.
Adams lançou os principais conceitos de sua teoria de aconselhamento na
obra “O Conselheiro Capaz” (Competent to Counsel), publicado em 1970; a
metodologia foi condensada no “Manual do Conselheiro Capaz”, publicado
em 1973. No Brasil, a Editora Fiel foi pioneira na publicação dessas duas
obras; a primeira edição de “Conselheiro Capaz” em português foi publicada
em 1977 e o volume com a metodologia publicado posteriormente. Adams
também foi preletor em uma das primeiras conferências da Editora Fiel no
Brasil direcionada a pastores e líderes.
O legado de Adams no CCEF foi recebido e levado adiante por novas
gerações. Estas procuraram manter-se alinhadas com o núcleo central de sua
proposta, ao mesmo tempo em que revisaram aspectos vulneráveis, e
defrontaram-se com algumas de suas tensões ou limites. Alguns destes novos
líderes e conselheiros notabilizaram-se. Estes empenharam-se por um foco
mais direcionado ao ser do que no fazer, colocando grande ênfase nas
dinâmicas do coração, particularmente no problema da idolatria. Também
procuraram combinar o enfoque no pecado com uma teologia do sofrimento.
Procuram oferecer considerações ao social e ao biológico, com novos
enfoques para as enfermidades, inclusive para o uso de medicamentos. É
igualmente notável a ênfase no aspecto relacional do aconselhamento na
abordagem desses novos líderes. Alguns estudiosos do movimento ainda
apontam uma maior abertura e espírito irênico dessas gerações sucedâneas,
particularmente em sua confrontação com outras abordagens poimênicas ou
terapêuticas.
A Editora Fiel vem novamente oferecer a sua contribuição ao
aconselhamento bíblico, desta vez colocando em português esta série que
enfoca vários temas desafiantes à presente geração. A série original em inglês
já se aproxima de três dezenas de livretos. Este que o leitor tem em suas mãos
é um deles. Tais temas inserem-se no cenário com o qual o pastor e
conselheiro cristão defronta-se cotidianamente. Os autores da série pretendem
oferecer um material útil, biblicamente respaldado, simples e prático, que
responda às demandas comuns nos settings, relações e sessões de
aconselhamento cristão. Se este material, que representa esforços das
gerações mais recentes do aconselhamento bíblico, puder ajudá-lo em seus
desafios pessoais em tais áreas, ou ainda em seu ministério pessoal, então os
editores podem dizer que atingiram o seu objetivo.
Boa leitura!
Gilson Carlos de Souza Santos é pastor da Igreja Batista da Graça, em São
José dos Campos, possui bacharelado em Teologia e graduação em
Psicologia, e dirige o Instituto Poimênica cujo alvo é oferecer apoio e
promoção à poimênica cristã.
Introdução
Talvez você esteja solteiro por opção – quer ficar sozinho por um tempo,
aproveitando a liberdade e os benefícios da vida adulta. Talvez não seja sua
escolha, e um divórcio, uma morte ou um relacionamento rompido o impeliu
de volta a condição de solitude. Ou talvez a oportunidade para um
relacionamento sério nunca tenha surgido. No entanto, qualquer que seja a
sua situação, algumas vezes você se sente solitário e anseia por companhia. É
natural desejar ter alguém com quem possa dividir sua vida e é fácil pensar:
Se eu fosse casado ou simplesmente tivesse algum tipo de relacionamento,
não me sentiria tão solitário. Porém, uma mudança nas circunstâncias
resolverá mesmo seu problema com a solidão?

Uma experiência comum


Infelizmente, casar-se não protegerá você da solidão; pessoas casadas
também se sentem sozinhas. Algumas vezes, é porque o casamento não é tão
bom assim. Talvez a única coisa que eles compartilham seja a mesma cama.
Talvez evitar falar um com o outro seja o único ponto sobre o qual eles
concordam. Qualquer que sejam as razões, a realidade é que o casamento
passou muito longe dos sonhos deles. Eles são mais solitários agora do que
jamais foram.
Até mesmo parceiros que têm ótimos casamentos às vezes se sentem
solitários. Um casal jovem divide seus dias entre trabalho e aulas, estudando
durante toda a noite e passando os fins de semana servindo à igreja. Uma mãe
luta quando seu marido está ausente, viajando a trabalho, enquanto ele passa
as noites em solitários quartos de hotel. Um homem que trabalhou a vida
inteira, para que ele e sua esposa pudessem aproveitar a aposentadoria
viajando juntos, agora passa cada momento cuidando de sua mulher,
enquanto a mente dela se degenera com Alzheimer. Ele é comprometido com
ela, mas está só.
A lista de pessoas que experimentam solidão continua. Pessoas trocam de
trabalho e se mudam para longe da família e dos amigos. Os idosos passam
horas sozinhos em asilos. Um alcoólatra se descobre vivendo nas ruas.
Soldados servindo em país estrangeiro sentem falta de suas famílias. Filhos
partem para a faculdade. Prisioneiros estão no isolamento. Pacientes estão
confinados a uma cama. A lista inclui a pessoa que vive perto de você. Inclui
você – mas não apenas porque você é solteiro). Todos nós, em um momento
ou outro, experimentamos a solidão.
As circunstâncias variam, mas os sentimentos são semelhantes. Nós nos
sentimos isolados, vulneráveis e sozinhos. Queremos falar e ser ouvidos.
Queremos ser conhecidos e entendidos. Não queremos nos sentir invisíveis.
Queremos ser incluídos e receber cuidados. Desejamos ter intimidade.
Queremos estar conectados a alguém.

Uma estratégia imperfeita


Então, como podemos corrigir essa solidão? Quando eu era criança,
pensava que era algo simples: faça um amigo realmente bom. Eu era uma boa
ouvinte e ainda tinha um senso de humor apropriado e a disposição para ser
útil. Meu trabalho era ouvir, fazer o amigo rir e ajudá-lo. Seu trabalho era ser
meu amigo, de modo que eu não seria mais solitária. Contudo, finalmente eu
perturbaria o equilíbrio desse acordo pedindo que o amigo me ajudasse. Caso
ele não pudesse administrar isso, eu me sentia magoada. Ou talvez eu não
conseguisse fazê-lo ouvir-me por dez minutos quando eu já o escutara por
horas. Em ambos os casos, eu não ousaria dizer que estava ferida, pois talvez
ele ficasse chateado comigo. Então, eu daria alguns passos de autoproteção, a
fim de evitar ser ferida novamente.
Você percebe a dinâmica? Eu me esforço para que um amigo goste de mim,
mas também procuro me proteger dele. Vou em sua direção porque quero que
ele me aceite, mas retrocedo porque quero jogar com segurança. Um cabo de
guerra continua dentro do meu coração. Meu desejo por aceitação vence em
um momento; no outro, a autoproteção. O resultado disso? Eu comunico um
fluxo contínuo de mensagens embaralhadas. Quando estou me
autoprotegendo, fico isolada dentro de mim mesma. Mas, então, temo que
meu amigo esteja: (a) perdendo a paciência comigo; (b) feliz por se livrar de
mim; (c) alheio ao fato de que me afastei. Todas essas possibilidades são
ruins, então me arrisco a ser magoada mostrando-me legal novamente, de
maneira a possibilitar que ele ainda goste de mim. Cedo ou tarde, isso tudo
demanda esforço demais e nos afastamos. No entanto, a solidão finalmente
me pega, a memória enfraquece e eu recomeço todo esse ciclo com outra
pessoa.
Eu nem sempre percebi que minhas estratégias não somente aumentavam
minha própria solidão, como também a solidão dos outros. Também não
percebia o que estava acontecendo comigo por trás disso tudo. Em uma
dimensão bem simples, eu estava tratando meus amigos como objetos,
manipulando-os para que fizessem o que eu queria. Quando eles me
decepcionavam, eu os via como um obstáculo para meu senso de segurança e
sentimento de pertencimento.

O remédio para a solidão


Em sua misericórdia, Deus não nos deixa repetir o ciclo eternamente. Ele
abriu meus olhos para essa realidade: não se trata de qual é a solução para
nossa solidão, mas de quem é a solução: ou seja, Jesus Cristo, o amigo dos
pecadores.
A solidão é o resultado do pecado original do homem contra Deus no
Jardim do Éden (Gn 3.1-3). A união perfeita que Adão e Eva desfrutavam
com Deus, e também um com o outro, foi destruída quando eles escolheram
desobedecer a Deus. O pecado os separou de Deus e um do outro. Onde antes
havia abertura (eles estavam nus e não se envergonhavam disso), o pecado
levou à necessidade de se esconder (atrás de folhas de figueira e árvores).
Onde antes havia completude, o pecado causou perda. Onde antes havia
aceitação, o pecado causou rejeição. Onde antes havia elogio, o pecado
causou acusação (“ela me levou a fazer isso”). Necessidade de se esconder,
perda, rejeição e culpa. Todos os ingredientes da solidão. A solidão nasceu na
Queda.
É verdade que, antes de o pecado entrar no mundo, Deus declarou que não
era bom para o homem estar só (Gn 2.18), mas Deus estava afirmando um
fato, e não expressando como Adão estava se sentindo. No momento, Adão
estava desfrutando comunhão perfeita com Deus. Se Deus não dissesse, ele
não teria como saber que algo mais seria possível. Talvez Adão tenha
começado a pressentir isso enquanto via o desfile de animais passar por ele,
mas foi avaliação de Deus que não seria bom para o homem estar só. Isso não
deveria surpreender você. Afinal de contas, Deus criou o homem à sua
imagem, e ele não é um Deus que existe sozinho. Ele é um Deus em três
pessoas (três que são iguais e, ao mesmo tempo, distintas). Deus quis que o
homem desfrutasse comunhão com ele, mas também quis que o homem
aproveitasse o tipo de comunhão que Deus tem como três membros da
Divindade – com outros que são como nós, mas também diferentes de nós.
Por sermos feitos à imagem de Deus, somos moldados para estar em
comunhão com ele e com outras pessoas.
Alguns insinuam, se é que não declaram como uma verdade, que o
casamento é a solução para a solidão. Mas como isso se aplicaria a uma
criança, que não terá essa opção por anos? Ou a um prisioneiro sem
esperança de liberdade condicional? Ou a viúvos idosos? Essa ideia sugere
que uma categoria de pessoas está potencialmente isenta da solidão, enquanto
o restante de nós está empacado com ela. Porém, isso não é verdade. Lembre-
se: foi um casal que primeiro experimentou a solidão. E considere o seguinte:
se o casamento é a resposta de Deus para a solidão, por que não haverá
casamento no céu? Esse é um tipo de pergunta capciosa porque, na verdade,
haverá. Só que não serão indivíduos casados no céu. Será o povo de Deus
corporativamente – a Igreja, a noiva de Cristo – que, finalmente, encontrará o
noivo, Jesus Cristo, face a face (Ap 19.1-9).
A verdadeira solução para a solidão não se encontra no casamento, mas em
nossa união com Cristo, que nos leva à união uns com os outros. Quando
Deus criou Eva, também criou o casamento; no entanto, mais que isso, ele
criou comunidade. Casamento é uma forma de comunidade, talvez a forma
mais básica e elementar. E comunidade requer pessoas que se unam. No
casamento, isso acontece literalmente. A comunidade, em geral, envolve a
expansão do grupo. No casamento, isso acontece tendo filhos. Mas os planos
de Deus são sempre melhores e maiores que os nossos.
Quando Deus chamou Abraão para segui-lo, disse que seus descendentes
seriam mais numerosos que os grãos de areia na praia do mar e que todas as
nações da terra seriam abençoadas por meio dele (Gn 12.1-3; 13.16). Deus
sempre teve em mente uma comunidade constituída por aqueles vindos de
toda tribo, língua e nação. Mas os israelitas, descendentes de Abraão,
estavam tão deslumbrados por serem a raça escolhida que negligenciaram
essa parte.
Ainda hoje em dia, não somos muito diferentes. Somos generosos em
família, mas tendemos a
pensar nela de forma limitada – como em nossa própria família, no núcleo
familiar. No entanto, quando disseram a Jesus que sua mãe e irmãos queriam
falar com ele, ele retrucou: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?
[...] Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu
irmão, irmã e mãe” (Mt 12.48-50). Jesus estava redefinindo o significado de
família. Ela ainda se baseia no sangue – mas é no seu sangue derramado.
Quando você olha para Gênesis 2 pelas lentes da obra de Jesus na cruz, será
surpreendido. Sim, é maravilhoso que marido e mulher se tornem uma só
carne; no entanto, é mais maravilhoso ainda o fato de os cristãos constituírem
o corpo de Cristo, tão conectados uns com os outros que, quando uma parte
sofre, todos nós sofremos. Se uma parte é honrada, todos nós somos
honrados. É incrível para esposo e esposa se unirem, serem frutíferos e se
multiplicarem; porém, é ainda mais incrível que Cristo dê crescimento e
multiplique seu reino enviando pessoas imperfeitas como nós para “ir e fazer
discípulos de todas as nações” (Mt 28.19). Deve ter sido fantástico para Adão
e Eva estarem nus e não se envergonharem um diante do outro; porém, é
ainda mais fantástico que Jesus tenha lavado nosso pecado e que agora nos
encontremos vestidos em sua justiça! Não precisamos nos esconder atrás de
folhas de figueira quando nosso pecado é exposto. Agora podemos confessar
nossos pecados uns aos outros.
Foi isso que Jesus fez por nós. Ele foi à cruz, traído e abandonado por seus
amigos. Enquanto ele estava pendurado ali, tornando-se sobrecarregado com
nossos pecados, até seu Pai teve de se afastar dele. Já houve um momento
mais solitário do que esse? Adão e Eva se esconderam entre as árvores por
causa do seu pecado, mas Jesus foi pendurado nu e exposto no madeiro por
causa do nosso pecado. Adão e Eva eram culpados, e ainda tentaram se livrar
da culpa. Jesus era completamente inocente e, ainda assim, tomou nossa
culpa sobre si. Jesus foi rejeitado por seu Pai para que nós pudéssemos ser
aceitos. Ele entregou tudo para que Deus pudesse nos dar generosamente suas
bênçãos. Por causa do amor de Jesus por seu Pai – e do amor deles por nós –,
Jesus foi pendurado na cruz até a morte. E, ao pagar a penalidade por nossos
pecados, ele anulou os efeitos da Queda e virou a maré da solidão.

A solidão pode ser aliviada


Os efeitos do pecado ainda permanecem? É claro que sim. A solidão não
será eliminada até chegarmos ao céu. Mas, em Jesus Cristo e por meio de sua
obra, é possível mudar. A solidão pode ser amenizada para nós e por nós.
Quando tento lidar com ela por conta própria, não entendo que preciso amar
as pessoas em vez de temê-las ou usá-las. Por meio do meu curso de
aconselhamento e do livro Quando as pessoas são grandes e Deus é pequeno,
de Ed Welch, Deus ajudou-me a identificar o que estava acontecendo em meu
coração e a me arrepender.
Já cheguei lá? Com certeza, não. Pergunte a qualquer pessoa que me
conhece. Mas pelo menos agora eu sei orar: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o
meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim
algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139.23-24).
Eu o encorajo a pedir ao Senhor que lhe mostre onde você intensifica sua
própria solidão e ainda mais importante: a solidão dos outros. Por exemplo,
alguns de nós se consideram introvertidos ou tímidos. Para nós, não há nada
mais intimidador que iniciar uma conversa. Que grande oportunidade para
sondar o coração! Pergunte a si mesmo o que o está segurando. Medo de
rejeição? Medo de se constranger? Você pode se surpreender ao descobrir
que, na realidade, isso é orgulho: você não quer que alguém descubra seus
defeitos. Ou talvez você não queira ser visto conversando com alguém
“daquele jeito”. Existem muitas possibilidades. Peça a Deus que lhe mostre.
Talvez você seja extrovertido e sociável. É fácil conversar com pessoas que
você nunca viu antes. Na verdade, você fala e fala, e ninguém mais consegue
replicar. O que está havendo? Orgulho? Gosta de impressionar as pessoas
mostrando quão inteligente e engraçado você é? Ou talvez seja medo. Você
está com medo do silêncio, ou de ficar sozinho?. Peça a Deus que lhe mostre.
O que quer que você encontre quando Deus revelar seu coração, lembre-se
de que Deus quer mudar você – e a mim – para nos fazer mais como ele, mais
como as pessoas que ele nos criou para ser. Quando nos rendemos a ele e
deixamos que trabalhe em nós, coisas incríveis acontecem. Primeiro, nosso
relacionamento com ele se aprofunda. Nós nos descobrimos realmente nos
relacionando com ele, e não somente mencionamos nosso relacionamento
com ele. Esse tipo de mudança certamente reduz a solidão.

Prioridades e perspectivas transformadas


Deus também transforma nossas prioridades. Em vez de egoístas, tornamo-
nos mais focados nos outros. Se o seu alvo é solucionar sua solidão,
terminará usando as pessoas, como eu fiz. No entanto, quando “busca em
primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6.33), você acabará
amando as pessoas. Ao longo do caminho, você descobrirá que já não é mais
tão solitário quanto costumava ser. Na verdade, você pode descobrir que não
é solitário de forma alguma.
Como essa transformação nas prioridades pode ser revelada em sua vida?
Ela pode significar que você percebe a solidão dos outros – e, em vez de
esperar por um convite, você convida a família de um pai solteiro para jantar
em sua casa. Pode significar aproximar-se de um casal idoso e ajudá-lo nas
tarefas mais cansativas. Ou talvez você pudesse dividir seus afazeres com
mais alguém. Todos nós temos afazeres, então por que não fazer deles uma
ocasião social?
Você pode estar pensando: Já estou muito ocupado. Não tenho tempo para
isso! Porém, quando você toma esses passos, os relacionamentos se
desenvolvem. Sua perspectiva muda e você descobre que algumas atividades
não parecem mais tão importantes quanto pareciam antes. Você também pode
descobrir que benefícios duplos frequentemente acontecem. Receber uma
família para jantar lhe dá a oportunidade de se divertir com as crianças, o que
também dá aos pais delas um descanso. Enquanto ajuda um casal idoso com
as tarefas domésticas, eles compartilham com você a sabedoria de seus anos
de vida. Enquanto divide seus encargos com alguém, vocês terminam
ajudando um ao outro com outras tarefas rotineiras, e isso torna tudo mais
fácil e prazeroso para ambos.
Quais são outras maneiras de nos movermos em direção às pessoas? Vamos
olhar estas três:

1. Olhe e veja
Quantas pessoas cruzam seu caminho todos os dias? Atendentes de loja,
caixas de banco, lixeiros, vizinhos, pessoas pelas quais passamos na rua ou
aquelas que se sentam atrás de nós na igreja durante os cultos, semana após
semana. Todas essas pessoas se misturam no contexto de nossas vidas
ocupadas. Nós lhes damos um aceno com a cabeça, mas só isso. Será que já
olhamos para elas e as vimos como pessoas que Deus colocou em nosso
caminho para amar, ainda que de uma maneira mais simples?
Deus nos vê e cuida de nós. Lembra-se de Agar em Gênesis 16? Sara não
podia conceber o filho de Abrão, então ela decidiu que Agar, sua serva, daria
um filho a Abrão. Quando Agar concebeu e Ismael nasceu, tratou Sara com
desprezo. Sara reagiu mandando Agar para o deserto. Surpreendentemente, o
anjo do Senhor seguiu-a e falou com ela. Agar ficou maravilhada! Ela disse:
“Tu és Deus que vê” (Gn 16.13). Agar, uma escrava, não era invisível para
Deus. Alguém deveria ser “invisível” para nós?
Em Lucas 7, Jesus estava a caminho da cidade de Naim com seus
discípulos. Uma grande multidão os seguia. Em meio a todo esse movimento,
Jesus viu uma mulher enlutada, e seu coração se compadeceu dela. Ele parou
para confortá-la e restaurou a vida ao seu filho morto. Os Evangelhos estão
cheios de relatos de Jesus vendo pessoas famintas, perdidas e feridas, e
aproximando-se delas para suprir suas necessidades. Como vamos ministrar a
um mundo cheio de pessoas solitárias se primeiro não olharmos para vê-las?

2. Ouça
Outra coisa que podemos fazer para nos aproximar das pessoas é ouvi-las –
e ouvi-las bem. Servimos a um Deus que conhece cada pensamento nosso.
Ele conhece nossas palavras antes mesmo de nos chegarem à língua; ainda
assim, ele nos encoraja a falar com ele. Quando fazemos isso, ele nos ouve.
Por quê? Porque quer que nos relacionemos com ele, como uma criança com
seu pai. Como sabemos que ele ouve? Porque a Escritura registra diálogos
que ele teve com pessoas – conversas que incluíam a troca de ideias entre
Deus e Abraão, Moisés, Jó e muitos outros. O Senhor do universo nos ouve
também.
Se Deus se preocupa o bastante para nos ouvir, como nós não nos
preocuparíamos o bastante para ouvir os outros? Ouça não somente as
palavras que dizem, mas também o que significam. Perceba o que seu tom de
voz, as expressões faciais e a linguagem corporal estão comunicando. Ouvir
bem requer que tenhamos interesse genuíno nos outros. Também requer
paciência e sabedoria, as quais só vêm pela obra do Espírito de Deus em nós.

3. Toque
O toque pode aliviar a solidão dos outros. Esse é um assunto delicado
porque vivemos em uma sociedade em que praticamente tudo ganhou uma
conotação sexual. Até mesmo os cristãos são propensos a ler todo tipo de
coisas nas ações mais inocentes. Eu não sou ingênua; sei que toques
pecaminosos ocorrem inclusive dentro da igreja. Contudo, a resposta correta
não é evitar tocar ou ficar paralisado pelo medo de processos judiciais. Em
vez disso, a igreja deve ser o lugar no qual tratamos uns aos outros como
membros da família, com “toda a pureza” (1Tm 5.1-2).
Jesus não apenas falava com as pessoas que curava; ele as tocava, e se
deixava tocar por elas também. Aqueles que sofreram abuso físico ou
emocional devem ser capazes de encontrar conforto e cura não somente nas
palavras que ouvem na igreja, mas também no toque que recebem – toque
que transmite nada mais, nada menos que gentileza. Queremos ser sensíveis
às experiências das pessoas e sábios na forma como abordamos isso?
Certamente! Porém, não queremos compensar
excessivamente, nunca nos aproximando com um toque. Quando alguém foi
privado do toque ou ferido por um toque inapropriado, é maravilhoso vê-lo
responder com alegria quando é tocado gentilmente com o amor de Cristo.
A Escritura nos diz para amar uns aos outros (Jo 13.34). Depois, na lista do
“uns aos outros”, lemos “saudai-vos uns aos outros com ósculo santo” (Rm
16.16). Se isso é um pouco demais para você, que tal oferecer um aperto de
mão, um tapinha nas costas, um toque no antebraço ou talvez um abraço?
Deus nos criou com uma pele sensível ao toque e declarou que tudo que criou
é bom. Nós, como corpo de Cristo, podemos oferecer seu toque a pessoas
solitárias e machucadas.

Uma comunidade em unidade com Cristo


Essas são sugestões de como, individualmente, refletir a imagem de Cristo
em um mundo solitário. Mas o que pode acontecer quando pessoas, como
comunidade, decidem viver sua unidade com Cristo e umas com as outras?
Por um período, pertenci a uma igreja em que a liderança não queria apenas
professar que Cristo era o cabeça da igreja; eles queriam praticar isso. Eles
argumentavam que Cristo não conduziria alguns deles em uma direção e o
restante em outra, da mesma forma que não diríamos a uma perna para ir para
a direita e a outra, para a esquerda. Acreditavam que ele guiaria todos na
mesma direção, então concordaram em se submeter primeiro a Cristo e,
então, uns aos outros. Isso significou que as decisões tinham de ser unânimes,
e não decididas pela maioria ou pelo consenso. E unanimidade significava
que todos verdadeiramente acreditavam e concordavam com a direção para a
qual Deus os estava conduzindo. Isso é unidade radical.
Uma das primeiras coisas que precisavam de mudança era a maneira como
a liderança conduzia seus encontros. Em vez de abrir com um breve
devocional e oração pela congregação, eles começavam estudando a Bíblia
juntos e orando por si mesmos, intercedendo uns pelos outros. Então, oravam
pela congregação. Muitos eram homens de negócios bem-capacitados que
sabiam como defender seu ponto de vista e conseguir o que queriam, mas
esse era um “jogo totalmente novo”. Eles tinham de morrer para si mesmos e
para suas agendas, a fim de buscar a mente de Cristo. Tinham de realmente
ouvir uns aos outros, e não somente esperar até que alguém parasse de falar,
para que pudessem expressar sua opinião. Deus os treinou na paciência, na
humildade e na tolerância uns com os outros. Aprenderam a apreciar os dons
e as perspectivas que Deus concedeu a cada um. Desenvolveram profunda
afeição e respeito uns pelos outros. Eles começaram concordando com uma
filosofia de ministério, mas Deus entrelaçou seus corações em amor enquanto
buscavam a mente de Cristo.
Vez ou outra, havia um ou dois que pensavam que as coisas deveriam ser
de um jeito, enquanto os demais sentiam de outra maneira. Então, eles
oravam e esperavam até que todos tivessem uma só opinião. Algumas vezes,
muitos terminavam concordando com poucos. Outras vezes, poucos afinal
concordavam com muitos. Porém, em vez de se frustrar com o processo,
pensando Nós perdemos muito tempo. Por que vocês não concordaram
conosco no começo?, a liderança reconhecia que, na verdade, a demora era a
misericórdia de Deus para com eles, impedindo-os de ir adiante
prematuramente.
Algumas vezes, o processo era lento e doloroso. Mas algo assombroso
aconteceu! Eles não somente aprenderam a agir como um; eles se tornaram
um. O Espírito Santo os capacitou a viver sua união com ele em um nível que
nunca tiveram antes. Seus corações foram expostos e transformados. Eles se
relacionavam uns com os outros de novas maneiras. Você percebe o avanço?
A mudança individual no coração levou à mudança dentro da liderança, a
qual, então, se espalhou para a própria congregação. Deus estava dando
crescimento e fortalecimento à igreja de uma maneira que foi mais rápida e
melhor do que qualquer outra coisa que eles pudessem ter feito com esforço
humano. E não parou por aí. Membros transformados da congregação
chegaram às suas vizinhanças, tocando vidas como nunca antes. Aqueles de
fora da igreja perceberam e responderam aos convites de seus vizinhos.
Outros só apareceram na igreja por curiosidade. Com o tempo, a
transformação dentro da congregação resultou em uma mudança em sua
composição. Homens usando ternos de grife sentavam-se com pessoas de
camiseta e jeans.
Obviamente, cada envolvido ainda era apenas um pecador salvo pela graça
de Deus. Os problemas continuavam a surgir e precisavam ser tratados. Mas
nada diminuiu a alegria de testemunhar, em primeira mão, uma resposta
incrível à oração de Jesus em João 17.20-23:
Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim por
intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como tu és, ó Pai, em mim e eu em
ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste [...] eu neles, e tu
em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me
enviaste e os amaste, como também amaste a mim.
Quer sejamos solteiros ou casados, experimentaremos solidão neste mundo
caído. Mas Deus quer entrar em nossa solidão e transformá-la. Ele nos une a
si mesmo e uns aos outros em Jesus quando passamos a submeter nossa vida
a ele; e ele nos chama a entrar na solidão daqueles à nossa volta. Eu anseio
pelo dia em que seremos libertados por completo da solidão e nos veremos
unidos a ele.
Simples, Prático, Bíblico
Abordando temas como divórcio, suicídio, homossexualidade, transtorno
bipolar, depressão, pais solteiros e outros, os livros da série Aconselhamento
oferecem orientação bíblica para pastores e conselheiros que lidam com esses
assuntos difíceis em seus ministérios, e para pessoas que experimentam essas
situações de lutas e sofrimento em seus diversos contextos de vida. Leia-os,
ofereça-os a um amigo e disponibilize-os em sua igreja e ministério.
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povo de Deus, a Igreja.
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