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Soteriologia e Pneumatologia
Matheus S. Aguiar
31850405
São Paulo
2019
John Owen está entre os teólogos cujos pensamentos mais influenciaram
durante a história do cristianismo. Estamos diante de um dos livros mais
importantes da teologia. A genialidade e o poder de Deus que habitavam em
Owen, é algo incomensurável. Sem querer menosprezar qualquer outro teólogo
da história, mas, quando se lê Owen, parece que pelo menos 90% da teologia
é “algo menor” se comparado a ele. Sem sombras de duvidas este livro é um
clássico, um daqueles livros que todo cristão deveria ler. Ele é completo, pois
aprimora sua compreensão acerca da Bíblia e sobre Deus e, te mostrará de
certa forma, um panorama do que aconteceu com àqueles que pregaram a
palavra de Deus fielmente.
John Owen vai nos falar sobre o processo da salvação, onde ele começa
dividindo os homens em dois grupos; são eles: regenerados ou não
regenerados. Todos os homens nascem não regenerados (Jo 3: 3-8). Todos os
homens são pecadores e maus, até que Deus, por uma obra onipotente do
Espírito, atinge o coração dos homens, ou cria luz neles (Mt 4:16; Jo 1: 5; At
26; Ef 5: 8; Co 1:13; 1 Pe 2: 9). A natureza dessas trevas espirituais se da
exatamente pela “cegueira espiritual”, causada por essa falta de Deus. Quando
os homens não têm luz para enxergar, eles estão nas trevas (Ex. 10:23) Os
cegos estão nas trevas. Um homem cego espiritualmente está na escuridão
espiritual e é ignorante das questões espirituais.
A escuridão externa é quando os homens não têm aquela luz pela qual estão
capacitados para ver. Então, a escuridão espiritual externa está sobre os
homens quando não há nada para esclarecê-los sobre Deus e as coisas
espirituais (Mt 4:16; Sl 119: 105; Sl 19: 1-4,8; 2 Pe 1:19; Rm 10:15 18). O
trabalho do Espírito Santo é remover essas trevas enviando a luz do evangelho
(At 13: 2, 4; 16: 6-10; Sl 147: 19,20).
O que John Owen quer deixar bem claro com tudo isso é que, por mais
brilhante que a mente possa ser, e por mais brilhante que seja a eloqüência na
pregação e a apresentação do evangelho, ainda assim, sem o Espírito Santo
criar essa luz neles primeiro, elas não podem receber, entender e concordar
com as verdades pregadas e, portanto, não serão conduzidas. para a salvação
(Ef 4:17, 18).
Posteriormente, ele irá elencar alguns atributos do Espírito Santo, no qual ele
começa citando que o Espírito Santo é Deus. Ele possui os mesmos atributos e
realiza as mesmas obras exclusivas de Deus. Ele é a terceira pessoa da
Trindade. Esteve presente na obra da criação e opera eficazmente na
aplicação da salvação.
Ele regenera o pecador (Jo 3.5). O homem é concebido em pecado, nasce com
uma natureza inclinada ao pecado e não pode mudar a si mesmo. Só o Espírito
Santo pode mudar as disposições íntimas da nossa alma e nos fazer uma nova
criatura. Só o Espírito Santo pode nos dar um novo coração, uma nova mente e
uma nova vida. Só pela obra do Espírito Santo o pecador pode ser regenerado,
nascer de novo e fazer parte da família de Deus.
Ele sela o crente como propriedade exclusiva de Deus (Ef 1.13). Quando
cremos em Cristo, pela pregação do evangelho, somos selados pelo Espírito
Santo da promessa. O selo fala de propriedade: passamos a pertencer à
família de Deus. O selo fala de pureza: a obra realiza por nós, em nós e
através de nós é genuína e verdadeira. O selo fala de inviolabilidade: ninguém
pode nos arrancar nas mãos de Cristo. Temos uma segurança eterna.
Ele é o penhor que nos dá garantia da nossa redenção (Ef 1.14). No exato
momento em que depositamos nossa fé em Cristo e recebemos a vida eterna,
o Espírito Santo nos é dado como garantia de que aquela obra que foi
começada em nós, será completada até o dia final. É como um anel de
noivado, que sinaliza a promessa da consumação do casamento. O Espírito
Santo em nós é essa garantia divina de que na glorificação seremos
apresentados como noiva imaculada e sem defeito ao Noivo Celeste.
Ele batiza o crente no corpo de Cristo (1Co 12.13). Todo aquele que crê em
Cristo, é introduzido na igreja de Deus, o corpo de Cristo, pela obra do Espírito
Santo. Nenhuma denominação religiosa ou rito sagrado pode nos fazer
participantes da igreja, cujos membros estão arrolados no céu, senão o Espírito
Santo.
Ele dá poder aos santos para testemunhar (At 1.8). Não há testemunho eficaz
do evangelho sem poder e não há poder sem a operação do Espírito Santo. A
obra de Deus não é feita na força do braço da carne, mas na virtude e no poder
do Espírito Santo. Ele dá poder à igreja para sair da especulação doutrinária
para o campo da ação missionária. Ele capacita a igreja a romper barreiras
culturais, étnicas e religiosas, a fim de que o evangelho chegue até aos confins
da terra. Ele dá poder à igreja para perdoar seus inimigos e amar até aqueles a
perseguem. Ele dá poder à igreja para morrer pela causa do evangelho e não
retroceder diante do sofrimento. Ele dá poder à igreja para pregar a toda
criatura e fazer discípulos de todas as nações. Sem o poder do Espírito Santo a
igreja não cumpre a grande comissão. Sem o poder do Espírito Santo a igreja
não vive em santidade nem marcha vitoriosamente em sua jornada rumo à
glória.
Como isso pode ser feito sem forçar e obrigar a vontade? O trabalho de
regeneração é um trabalho interno, transformando nossa própria natureza. Este
trabalho de regeneração não é pregado à vontade e, portanto, não é resistido
pela vontade, mas funciona efetivamente na vontade, renovando-a
maravilhosamente. A vontade, no primeiro ato de conversão, não deseja ou
escolhe agir primeiro e depois é regenerada. Pelo contrário, é primeiro
renovado pela regeneração e, em seguida, deseja ou escolhe. A vontade
permanece passiva ou inerte até ser despertada pelo Espírito Santo na
regeneração. Existe um ato secreto interior, todo-poderoso, de poder,
produzindo ou operando em nós a vontade de ser convertido a Deus. Esse ato
de poder funciona de acordo com nossas vontades. John Owen usa o conceito
de afeições para se referir a essa vontade, que livre e alegremente, nos faz
desejarmos o que Deus deseja e, escolhermos fazer a vontade dele.
Antes da obra da graça, o coração é "pedra". Não pode fazer mais do que uma
pedra para agradar a Deus. Um coração de pedra é obstinado e teimoso. Mas
Deus diz que ele vai tirar esse coração de pedra (Ez: 11:19). Ele não diz que
tentará tirá-lo, ou nos dará algum poder para que possamos tirá-lo, mas que ele
mesmo o tirará. Quando Deus diz que ele vai levá-lo embora, ele quer dizer
que ele o levará. Ele promete nos dar um novo coração e um novo espírito (Ez:
36:26).