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2019
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Imagem:

CRAYG. Roy. R. Jr. Mechanics of Materials. 3. ed.


New York: John Willey & Sons, Inc. 2011, p. 41

1 – Tensão e deformação

EDIMAR N. MONTEIRO
UNNESC

EDIMAR N. MONTEIRO 23/7/2019


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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 2
1.1 CONCEITO DE TENSÃO .................................................................................................................. 2
1.1.1 TENSÃO NORMAL MÉDIA SOB CARGA AXIAL..................................................................... 6
Exercícios ........................................................................................................................................15
1.1.2 TENSÃO DE CISALHAMENTO MÉDIA ...................................................................................18
Exercícios ........................................................................................................................................28
1.1.3 TENSÃO NO PLANO OBLÍQUO...............................................................................................30
Exercícios ........................................................................................................................................35
1.2 CONCEITO DE DEFORMAÇÃO .....................................................................................................37
1.2.1 DEFORMAÇÃO NORMAL .........................................................................................................38
Exercícios ........................................................................................................................................42
1.2.2 DEFORMAÇÃO POR CISALHAMENTO..................................................................................44
Exercícios ........................................................................................................................................48
1.3 RELAÇÃO TENSÃO-DEFORMAÇÃO: PROPRIEDADES MECÂNICAS...................................49
1.3.1 ENSAIOS DE TRAÇÃO E COMPRESSÃO E DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO .......49
Exercícios ........................................................................................................................................53
1.3.2 COMPORTAMENTO DA TENSÃO-DEFORMÇÃO DE MATERIAIS DÚCTEIS E FRÁGEIS
...............................................................................................................................................................54
Exercícios ........................................................................................................................................59
1.3.3 LEI DE HOOKE...........................................................................................................................60
Exercícios ........................................................................................................................................65
1.3.4 ENERGIA DE DEFORMAÇÃO..................................................................................................68
Exercícios ........................................................................................................................................71
1.3.5 COEFICIENTE DE POISSON ...................................................................................................72
Exercícios ........................................................................................................................................75
1.3.6 DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO PARA O CISALHAMENTO .....................................76
Exercícios ........................................................................................................................................80
1.4 FATOR DE SEGURANÇA E TENSÃO ADMISSÍVEL ..................................................................82
Exercícios ........................................................................................................................................89
RESPOSTAS ...........................................................................................................................................93
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................95
APÊNCIDE A – PROPRIEDADES DE ALGUNS MATERIAIS ...........................................................96

Prof. Edimar N. Monteiro e-mail: eng.enmonteiro@gmail.com


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INTRODUÇÃO

Inicialmente, cumpre destacar que a resistência dos materiais (ou mecânica dos
materiais) é o ramo da ciência que estuda a relação entre as cargas externas que agem
sobre um determinado corpo sólido e a distribuição dessas cargas em seu interior, o que
chamamos de tensões, bem como, as deformações que estão relacionadas a essas
tensões.
Assim, ao contrário do que é estabelecido no estudo da mecânica dos corpos rígidos,
em que, os elementos estruturais e/ou de máquinas são considerados como sendo
perfeitamente rígidos, ou seja indeformáveis, no estudo da resistência dos materiais
estabeleceremos a relação entre os carregamentos externos, as tensões e as deformações
provocadas por esses carregamentos em um corpo sólido (não mais perfeitamente rígido).
Em resumo:

estudo das tensões (distribuição interna do carregamento)


Resistência dos
materiais
estudo das deformações

Figura 1.1 – Escopos de estudo da resistência dos materiais


Fonte: Autor

1.1 CONCEITO DE TENSÃO

Considerem um corpo rígido sob solicitação externa cujas forças internas resultantes
que atuam numa dada seção transversal arbitrária estão orientadas sobre um eixo de
referência tridimensional como mostrado na Figura 1.1.

Figura 1.2 – (a) Corpo rígido sob solicitação interna, (b) distribuição do carregamento interno, (c) cargas
internas resultantes em um ponto de referência “0” e (d) cargas internas resultantes decompostas sob um
eixo de referência.
Fonte: HIBBELER, 2018, p. 4
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Observe-se que a aplicação dos preceitos do equilíbrio dos corpos rígidos – nesse
caso, a aplicação do método das seções – nos permite determinar um conjunto de cargas
resultantes decompostas sobre um referencial newtoniano fixo, ponto “0”: momento de
torção (𝑇), força normal (𝑁), força de cisalhamento (𝑉) e momento fletor (𝑀).
As formas com que esses carregamentos são distribuídos sobre a área da seção
transversal em estudo dão origem a dois “tipos” distintos de tensões: as tensões normais
e as tensões de cisalhamento (cisalhantes), entretanto, a relação entre essas cargas e a
geometria da seção transversal (que nos permite determinar essas tensões) são diferentes
e resultam em quatro fórmulas matemáticas distintas, vejamos:
𝑁
𝜎=
𝐴
normais (devido à força normal)
(𝜎) 𝑀𝑐
𝜎=
𝐼
(devido ao momento fletor)
Tensões
𝑇𝑐
𝜏= 𝐽

decisalhantes (devido ao momento de torção)


(𝜏) 𝑉𝑄
𝜏=
𝐼𝑡
(devido à força de cisalhamento)
Fonte 1.3 – Expressões matemáticas das tensões
Fonte: Autor

Para que possamos estabelecer o conceito de tensão, considerem que a área


secionada da Figura 1.2 pode ser subdividida em pequenas áreas de módulo ∆𝐴, como
mostrado na Figura 1.4.

Figura 1.4 – Elemento de área ∆𝐴 de uma seção arbitrária e as cargas que atuam sobre ele
Fonte: HIBBELER, 2018, p. 17.
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Se decompormos a componente de força ∆𝐹, que atua sobre um dos elementos de


área ∆𝐴, sobre um referencial newtoniano 𝑥, 𝑦 e 𝑧 com origem em seu centro, obtemos: ∆𝐹𝑧
que age na direção normal (perpendicular) ao elemento de área e as componentes ∆𝐹𝑥 e
∆𝐹𝑦 que agem na direção tangente ao elemento de área. É justamente essas direções de
ação das cargas que dão origem as tensões normais ou cisalhantes.
Por definição, a tensão é o quociente (a divisão) entre a força interna e a área de
seção transversal sobre a qual ela atua (que a sustenta) e descreve a intensidade da
força interna sobre um plano específico (área) que passa por um ponto.
O quociente entre a força que age na direção normal, ou perpendicular, a área é
definida com tensão normal, 𝝈 (sigma), e é dada por:

∆𝐹𝑧
𝜎𝑧 = lim (1.1)
∆𝐴→0 ∆𝐴

Observem, que a tensão é, em resumo, a intensidade da força por unidade de


área.
Se a força está tracionando o elemento a tensão normal resultantes será de tração,
caso contrário, ou seja, se a força está comprimento o elemento, a tensão resultante será
de compressão.
Por sua vez, a tensão de cisalhamento, 𝝉 (tau), é o quociente entre a força que age
tangente a área e a unidade de área, dada por:

∆𝐹𝑥
𝜏𝑧𝑥 = lim (1.2)
∆𝐴→0 ∆𝐴

∆𝐹𝑦
𝜏𝑧𝑦 = lim (1.3)
∆𝐴→0 ∆𝐴

Notem a notação da tensão de cisalhamento tem dois subscritos, sendo um para


indicar a orientação do plano da área ∆𝐴 e outro para indicar a direção da força. Por
exemplo:

Figura 1.5 – Exemplo de nomenclatura para tensão de cisalhamento


Fonte: Autor

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No Sistema Internacionais de Unidades (SI), tanto a tensão normal quanto a de


cisalhamento são expressas em unidades de Newton por metro quadrado (𝑁⁄𝑚2 ) que
equivale a unidade de 1 Pascal (1 𝑃𝑎 = 1 𝑁⁄𝑚2 ). Como essa unidade é muito pequena para
expressar os resultados obtidos em situações práticas de engenharia, adota-se,
comumente, os múltiplos: (103 ) simbolizado por 𝑘, resultando em 𝑘𝑃𝑎; (106 ) simbolizado
por 𝑀, resultando em 𝑀𝑃𝑎 e (109 ) simbolizado por 𝐺, resultando em 𝐺𝑃𝑎.
Se o corpo rígido mostrado na Figura 1.4 for secionado em outros planos paralelos,
planos 𝑥 − 𝑧 e 𝑦 − 𝑧, como mostrado na Figura 1.5, podemos obter um elemento cúbico de
volume capaz de representar o estado de tensão em torno do ponto escolhido no corpo.

Figura 1.5 – (a) seção 𝑥 − 𝑦, (b) seção 𝑥 − 𝑧 e (c) seção 𝑦 − 𝑧


Fonte: HIBBELER, 2018, p. 17.

Esse elemento cúbico obtido mostra que o estado de tensão em um ponto do corpo é
caracterizado por componentes que agem em cada uma de suas faces. Se determinarmos
as componentes que agem nos seis lados do elemento cúbico, conseguimos expressar o
estado geral de tensões que age nesse ponto, tal como mostrado na Figura 1.6.

Figura 1.6 – Estado geral de tensão que agem em um elemento cúbico em torno de um ponto do corpo
rígido
Fonte: HIBBELER, 2018, p. 18.
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1.1.1 TENSÃO NORMAL MÉDIA SOB CARGA AXIAL

Para que possamos compreender a aplicabilidade prática do conceito de tensão


normal, vamos, nesse primeiro momento, limitar a sua aplicação a elementos estruturais
esbeltos (estreitos e delgados) submetidos somente a cargas axiais de tração ou
compressão, como ocorre no caso das treliças e outras estruturas.
Como exemplo desses casos, admita uma barra esbelta extraída de uma treliça que
esteja submetida a cargas externas de tração com intensidade 𝑃⃗ (Figura 1.7b). A carga
interna em uma seção arbitrária dessa barra pode ser determinada pelas equações de
equilíbrio estático, resultando em uma carga interna 𝑁 igual e oposta a carga externa 𝑃⃗
como mostrado na Figura 1.7c.

Figura 1.7 – (a) Treliça submetida a uma solicitação externa, (b) carga atuante no emento de treliça, (c)
carga interna em uma seção arbitrária do elemento de treliça e (d) perfil de deformação da barra
Fonte: HIBBELER, 2018, p. 19 e 37.

Conhecendo-se a carga interna e a área de seção transversal perpendicular a ela,


podemos determinar a tensão normal que atua na barra, entretanto, precisamos
estabelecer algumas premissas simplificadoras:
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• A barra deve permanecer reta antes e depois da aplicação da carga. Além


disso, as linhas de grade horizontais (Figura 1.7d), marcadas na barra como
referência, devem sofrer deformação uniforme, o que ocorre em regiões mais
afastadas dos pontos de aplicação das cargas. Nas regiões próximas aos
pontos de aplicação das cargas ocorrem distorções localizadas, entretanto,
admitiremos que a deformação é uniforme em todos os pontos como ocorre na
região central da barra.
• Para que a barra seja deformada uniformemente é necessário que a carga
externa 𝑃⃗ seja aplicada no centroide de sua seção transversal e que o
material seja homogêneo1 e isotrópico2.

Com a adoção dessas premissas, podemos determinar a distribuição da tensão


normal média que atua em uma seção transversal arbitrária dessa barra. Para isso,
consideremos a Figura 1.8 em que a área de seção transversal total da barra é subdividida
em pequenas áreas ∆𝐴 que sustentam, cada uma, uma parcela da carga interna 𝑁, ou seja,
cada elemento de área ∆𝐴 sustenta uma parcela de força ∆𝑁 que é resultando do produto
entre tensão normal média (𝜎) que atua na barra e o valor do elemento de área ∆𝐴, ou seja,
∆𝑁 = 𝜎∆𝐴. A soma dessas forças que agem em toda a área de seção transversal deve ser
equivalente à carga 𝑁 na seção.

Figura 1.8 – Distribuição da carga na área de seção transversal da barra


Fonte: HIBBELER, 2018, p. 19.

1
Materiais homogêneos têm as mesmas propriedades físicas e mecânicas em todo o seu volume.
2
Materiais isotrópicos têm as mesmas propriedades em todas as direções, ao contrário dos materiais anisotrópicos
que têm propriedades diferentes em direções diferentes.
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Fazendo-se ∆𝐴 → 𝑑𝐴 e ∆𝑁 → 𝑑𝑁 e admitindo que 𝜎 é constante, obtemos:

+↑ 𝐹𝑅𝑧 = ∑ 𝐹𝑧 ; ∫ 𝑑𝑁 = ∫ 𝜎 𝑑𝐴; 𝑁 = 𝜎𝐴 ∴

𝑵
𝝈= (1.4)
𝑨

Em que:
𝜎 = tensão normal média em qualquer ponto na área de seção transversal, em 𝑃𝑎;
𝑁 = força normal interna resultante aplicada no centroide da área de seção transversal,
em 𝑁;
𝐴 = área de seção transversal da barra, em 𝑚2 .

Deve ficar claro que existe somente uma tensão normal em qualquer elemento de
volume do material localizado em cada ponto da seção transversal de uma barra sob
carga axial. Isso pode ser evidenciado se considerarmos o diagrama de equilíbrio de um
elemento de volume obtido de uma barra sob carga axial, tal como mostrado na Figura
1.9(a).

Figura 1.9 – (a) diagrama de equilíbrio de um elemento de volume obtido de uma barra sob tração axial e
(b) equilíbrio de tensões (estado monoaxial).
Fonte: HIBBELER, 2018, p. 20.

Aplicando-se a equação de equilíbrio translacional na direção das forças (Figura 1.9a),


obtemos:

+↑ ∑ 𝐹𝑧 = 0; 𝜎 (∆𝐴) − 𝜎 ′ (∆𝐴) = 0 ∴

𝜎 = 𝜎′
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Esse resultado mostra que as duas componentes da tensão normal no elemento


devem ter valores iguais, porém, direções opostas, o que resulta em uma tensão uniaxial
ou em um estado monoaxial de tensão, como mostrado na Figura 1.9(b).
Toda a análise até então desenvolvida pode ser aplicada a análise de tensão normal
que atua em elementos sob tração ou compressão como mostrado na Figura 1.10.

Figura 1.10 – tensão normal média de tração e compressão


Fonte: HIBBELER, 2018, p. 20.

Até agora, nossa análise foi conduzida admitindo-se que a carga interna 𝑁 e a área
de seção transversal da barra eram constantes, como resultado a tensão normal 𝜎 = 𝑁⁄𝐴
também é constante em todo o comprimento da barra. Entretanto, em algumas situações
práticas, uma mesma barra pode estar sujeita a várias cargas externas ao longo de seu
eixo ou pode ocorrer mudanças em sua área de seção transversal, como mostra a Figura
1.11(a).

Figura 1.11 – (a) barra submetida a cargas axiais diversas e (b) diagrama de carga axial
Adaptado de: HIBBELER, 2018, p. 22.

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Nesses casos, a tensão no interior da barra irá variar de uma seção para a outra e
para determinar a tensão normal máxima será necessário determinar o ponto em que a
razão 𝑁⁄𝐴 é máxima. Para isso, é necessário determinar a fora interna 𝑁 em cada uma das
seções da barra, sendo conveniente, nesses casos, traçar o diagrama de carga axial ou
normal que representa graficamente a variação da carga normal 𝑁 em relação à posição 𝑥
ao longo do comprimento da barra, como mostrado na Figura 1.11(b).

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EXEMPLO 1.1) Cada barra da treliça tem uma área de seção transversal de 780 𝑚𝑚2.
Determine a tensão normal média nas barras 𝐵𝐶, 𝐵𝐷 e 𝐷𝐸. Considere 𝑃 = 40 𝑘𝑁.

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EXEMPLO 1.2) A barra na figura tem largura constante de 35 𝑚𝑚 e espessura de 10 𝑚𝑚.


Determine a tensão normal média máxima na barra quando ela é submetida à carga
mostrada.

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EXEMPLO 1.3) O elemento 𝐴𝐶 mostrado na figura está submetido a uma força vertical de
3 𝑘𝑁. Determine a posição 𝑥 dessa força de modo que a tensão de compressão média no
apoio liso 𝐶 seja igual à tensão de tração média na barra 𝐴𝐵. A área de seção transversal
da barra é 650 𝑚𝑚2 e a área 𝐶é 500 𝑚𝑚2.

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EXEMPLO 1.4) A barra possui uma área de seção transversal de 400 × 10−6 𝑚2 .
Considerando que está sujeita a uma carga axial triangular distribuída ao longo do seu
comprimento, a qual vale 0 em 𝑥 = 0 e 9 𝑘𝑁/𝑚 em 𝑥 = 1,5 𝑚, e a duas cargas
concentradas, como mostrado, determine a tensão normal média na barra como função de
𝑥 para 0 ≤ 𝑥 ≤ 0,6 𝑚.

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Exercícios

1.1) Refazer os exemplos 1.6 e 1.7 da bibliográfica básica.


1.2) As barras 𝐴𝐵 e 𝐵𝐶 possuem, cada uma, 5 𝑚𝑚 de diâmetro. Se uma carga 𝑃 = 2 𝑘𝑁 é
aplicada no anel, determine a tensão normal média em cada barra quando 𝜃 = 60°.

1.3) Determine a tensão normal média desenvolvida na seção transversal. Esboce a


distribuição de tensão normal na seção transversal.

1.4) Se a força de 600 𝑘𝑁 atua através do centroide da seção transversal, determine a


tensão normal média desenvolvida.

1.5) A viga uniforme é suportada por duas hastes 𝐴𝐵 e 𝐶𝐷 que possuem áreas transversais
de 10 mm² e 15 mm², respectivamente. Determine a intensidade w da carga distribuída para
que a tensão normal média em cada haste não exceda 300 𝑘𝑃𝐴.

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1.6) O eixo construído consiste na junção de um tubo 𝐴𝐵 e uma barra sólida 𝐵𝐶. O tubo
possui diâmetro interno de 20 𝑚𝑚 e diâmetro externo de 28 𝑚𝑚, enquanto a barra sólida
tem diâmetro de 12 𝑚𝑚. Determine a tensão normal média nos pontos 𝐷 e 𝐸. Além disso,
indique se a tensão é de tração ou compressão.

1.7) Determine a tensão normal média desenvolvida nos pontos 𝐴, 𝐵 e 𝐶 da barra. O


diâmetro de cada segmento é indicado na figura.

1.8) A coluna feita de concreto com densidade de 2300 𝑘𝑔⁄𝑚3 . Em sua parte superior 𝐵,
esta está sujeita a uma força de compressão de 15 𝑘𝑁. Determine a tensão normal média
na coluna em função da distância 𝑧 medida a partir da sua base.

1.9) A viga é suportada por duas hastes, 𝐴𝐵 e 𝐶𝐷, que têm áreas de seção transversal de
12 𝑚𝑚2 e 8 𝑚𝑚2 , respectivamente. Determine a posição 𝑑 da carga de 6 𝑘𝑁 para que a
tensão normal média em cada haste seja a mesma.

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1.10) A barra possui uma área de seção transversal de 400 × 10−6 𝑚2 . Considerando que
foi sujeita a uma carga axial triangular distribuída ao longo do seu comprimento, a qual vale
0 em 𝑥 = 0 e 9 𝑘𝑁/𝑚 em 𝑥 = 1,5 𝑚, e ás duas cargas concentradas, como mostrado,
determine a tensão normal média na barra como função de 𝑥 para 0,6 ≤ 𝑥 ≤ 1,5 𝑚.

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1.1.2 TENSÃO DE CISALHAMENTO MÉDIA

Como vimos, a tensão de cisalhamento resulta da aplicação de uma carga na direção


tangente a área de sustentação. Para que possamos compreender a aplicação do conceito
de tensão de cisalhamento média vamos nos concentrar no estudo do cisalhamento
direto que ocorre no caso de aplicação de uma carga transversal sobre um elemento
estrutural ou de máquina cuja distância livre entre os pontos de sustentação da carga é
suficientemente pequena para que a flexão seja desprezada.
Para que possamos visualizar a ocorrência dessa situação, observemos a Figura 1.12
que representa a vista em corte de uma conexão com um parafuso.

Figura 1.12 – Vista em corte de uma conexão com um parafuso em cisalhamento


Fonte: BEER et al., 2011, p. 30

Imaginemos agora, que as duas chapas finas fixadas pelo parafuso são puxadas em
sentidos opostos, ou seja, são submetidas a uma carga de tração (Figura 1.13a). Nesse
caso elas aplicarão cargas iguais e opostas no parafuso, como mostrado na Figura 1.13(b).

(a) (b) (c)

Figura 1.13 – (a) junta de sobreposição sujeita a cargas externas iguais e opostas, (b) diagrama de corpo
livre do parafuso de fixação e (c) seção no parafuso
Adaptado de: BEER et al., 2011, p. 30

Observem que devido a pequena espessura das chapas a distância entre as cargas
opostas é suficientemente curta para que a flexão (dobra) experimentada pela parte entre
as cargas possa ser desprezada. Assim, nesse caso, ocorrerá cisalhamento direto, de
modo que o único efeito da carga sobre o parafuso será a tendência a “cortá-lo” num plano
tangente à carga, como mostrado na Figura 1.13(c).
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Uma vez compreendido o conceito de cisalhamento direto, vamos definir o valor da


tensão de cisalhamento média que age no plano em que o parafuso sobre a ruptura (corte).
Para isso, notem que a as chapas, quando tracionadas com cargas iguais e opostas (Figura
1.13(a), aplicam cargas externas no parafuso também iguais e opostas de intensidades 𝐹
⃗⃗⃗ (Figura 1.13b). Se fizermos uma seção, por exemplo, abordando a parte superior do
e 𝐹′
parafuso, obtemos o diagrama de corpo livre representado na Figura 1.13(c).
Aplicando a equação de equilíbrio translacional nesse diagrama de corpo livre,
obtemos a carga interna que atua na seção transversal, 𝑉 = 𝐹, que tem módulo igual à
carga externa. Assim, podemos obter a tensão de cisalhamento média distribuída sobre
a área de seção transversal do parafuso na forma:

𝑽
𝝉=𝑨 (1.5)

Em que:
𝜏 = tensão de cislhamento média na seção, em 𝑃𝑎;
𝑉 = força de cisalhamento interna resultante na seção, em 𝑁;
𝐴 = área da seção de sustentação da carga, em 𝑚2 .

A ação da tensão de cisalhamento média que atua na seção transversal do parafuso


é mostrada na Figura 1.14, apontando que a tensão pode ser considerada como tendo um
valor único (médio) em qualquer ponto da área de seção transversal.

Figura 1.14 – Ação da tensão de cisalhamento média na seção transversal


Fonte: BEER et al., 2011, p. 43.

O caso discutido até então é um exemplo de cisalhamento simples, visto que é


provocado pela ação direta da carga externa que é aplicada ao elemento, ou seja, a carga
interna 𝑉 na seção de ruptura é sempre igual à carga externa aplicada 𝐹. Esses
acoplamentos onde o cisalhamento simples ocorre são chamados de juntas sobrepostas.

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Entretanto, há casos práticos de engenharia em são utilizadas juntas de dupla


superposição, como a mostrada na Figura 1.15(a). Nesse caso, se cargas externas iguais
e opostas são aplicadas nas chapas, obtemos, por exemplo, o diagrama de corpo livre
mostrado na Figura 1.15(b) para o parafuso HJ.

(a) (b) (c)


Figura 1.15 – (a) junta de dupla superposição sujeita às cargas externas iguais e opostas, (b) diagrama de
corpo livre do parafuso HJ e (c) seção KK’/LL’ do parafuso HJ
Adaptado de: BEER et al., 2011, p. 31

Se o parafuso é secionado entre os planos KK’ e LL’, obtemos o diagrama de corpo


livre representado pela Figura 1.15(c). Assim, a aplicação da condição de equilíbrio estático
na direção das cargas resulta em 𝑉 = 𝐹/2, ou seja, cada uma das áreas de sustentação
(observem que agora o parafuso tende a romper em dois planos diferentes KK’ e LL’) é
responsável por suportar metade (𝐹/2) da cara externa aplicada. Nesse caso, temos a
condição denominada de cisalhamento duplo.
Para que possamos visualizar, de forma mais clara, a diferença entre o cisalhamento
simples e o duplo, observemos a Figura 1.16 que representa o diagrama esquemático de
uma ferramenta de corte industrial.

(a) (b)
Figura 1.16 – (a) aplicação prática do cisalhamento simples e (b) aplicação prática do cisalhamento duplo
Adaptado de: BEER et al., 2011, p. 48.

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Na Figura 1.16(a) temos uma situação de cisalhamento direto simples. Direto


porque o tamanho da peça a ser seccionada é pequeno o suficiente para que a flexão
sofrida seja desprezada. Simples, pois, somente a área de seção transversal de um dos
lados está submetida à tensão de cisalhamento, de modo que a força cortante interna nessa
seção será igual e oposta à força externa, ou veja, 𝑉 = 𝐹.
Na situação representada pela Figura 1.16(b) ocorre cisalhamento direto duplo.
Direto porque o tamanho da peça a ser seccionada é pequeno o suficiente para que a flexão
sofrida seja desprezada. Simples, pois, as áreas de seção de ambos os lados da peça a
ser cortada, em contato com a ferramenta de corte, estarão submetidas à tensão de
cisalhamento, de modo que a força interna em cada uma dessas seções será equivalente
à metade da carga interna, ou seja, 𝑉 = 𝐹/2.
Assim, de forma resumida o cisalhamento pode direto se resume em:

quando a força externa tende a


"cortar" a peça em uma única
Simples seção, de modo que a força
interna na seção de cortecserá
igual a externa
Cisalhamento
direto
quando a força externa tende a
"cortar" a peça em duas seções,
de modo que a força interna em
Duplo
cada uma dessas seções será
equivalente metade da força
externa aplicada
Figura 1.17 – Resumo das características do cisalhamento direto
Fonte: Autor

Vimos que um elemento de volume, escolhido arbitrariamente, em um membro


estrutural submetido ao carregamento axial está sujeito a um estado monoaxial de tensão
devido a condição de equilíbrio estático requerido para esse elemento (Figura 1.9). A
mesma situação ocorre com a tensão de cisalhamento. Para que possamos visualizar essa
condição, chamada de propriedade complementar do cisalhamento, considere um
elemento de volume tomado em um ponto da seção localizado na superfície de uma área
onde age uma tensão de cisalhamento média, tal como mostrado pela Figura 1.18(a).
Nesse caso haverá uma tensão direta de cisalhamento devido a força cortante 𝑉
(superfície superior), denotada por 𝜏𝑧𝑦 , entretanto, as condições de equilíbrio translacional
e rotacional exigirão que tensões de cisalhamento de mesma intensidade atuem nos outros
três lados do elemento, como mostrado na Figura 1.18(b).
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Figura 1.18 – (a) força cortante aplicada a um plano, (b) tensões de cisalhamento que agem em um
elemento cúbico extraído desse plano, (c) forças que agem no elemento cúbico e (d) estado de tensão de
um elemento de volume sob cisalhamento puro
Fonte: HIBBELER, 2018, p. 25.

Para que possamos compreender por que isso ocorre, devemos relembrar que a força
atuante em cada face do elemento é o produto da tensão pela área. Com base nessa
definição podemos estabelecer, por exemplo, a condição de equilíbrio translacional na
direção 𝑦. Para isso, escrevemos (com base na Figura 1.18c):

∑ 𝐹𝑦 = 0; 𝜏𝑧𝑦 (∆𝑥∆𝑦) − 𝜏 ′ 𝑧𝑦 (∆𝑥∆𝑦) = 0, o que resulta em:

𝜏𝑧𝑦 = 𝜏 ′ 𝑧𝑦

Esse resultado implica que a aplicação de uma tensão de cisalhamento na face


superior do elemento na direção 𝑦 e sentido positivo (ou seja, 𝜏𝑧𝑦 ) requer a ação de uma
tensão de cisalhamento na face inferior do elemento na direção 𝑦, porém, no sentido
negativo (ou seja, 𝜏′𝑧𝑦 ) para que o equilíbrio translacional nesse sentido seja estabelecido.
Considere agora o momento gerado pela tensão 𝜏𝑧𝑦 em relação ao eixo 𝑥, que tende
a rotacionar o elemento de volume no sentido horário em torno do eixo 𝑥. Para que o
equilíbrio rotacional em torno desse eixo seja estabelecido é necessária a ação de uma
tensão de cisalhamento no plano perpendicular ao eixo 𝑦 na direção 𝑧 (ou seja, 𝜏𝑦𝑧 ) que
tenda a rotacionar o elemento de volume no sentido anti-horário em torno do eixo 𝑥 e assim,
fazer com que a condição de equilíbrio rotacional seja estabelecida. Isso pode ser
demonstrado escrevendo-se (com base na Figura 1.18c):

∑ 𝑀𝑥 = 0; −[𝜏𝑧𝑦 (∆𝑥∆𝑦)]∆𝑧 + [𝜏𝑦𝑧 (∆𝑥∆𝑧)]∆𝑦 = 0, o que resulta em:

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𝜏𝑧𝑦 = 𝜏𝑦𝑧

Esse resultado mostra que a ação de uma tensão de cisalhamento em uma das faces
de um elemento cúbico de volume, fazendo que ele tenda a girar em um sentido, requer a
ação de uma tensão de cisalhamento de mesma intensidade em um plano perpendicular
ao plano de ação da tensão inicial, fazendo com que ele tensa a girar no sentido oposto.
Os oriundos da aplicação da propriedade complementar do cisalhamento fazem com
que o estado de tensão de um elemento de volume submetido a uma única força cortante
seja aquele mostrado na Figura 1.18c, que representa o estado de tensão de um elemento
sob cisalhamento puro.

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EXEMPLO 1.5) Se a junta de madeira tem uma espessura de 150 𝑚𝑚, determine a tensão
de cisalhamento média desenvolvida ao longo das seções 𝑎 − 𝑎 e 𝑏 − 𝑏.

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EXEMPLO 1.6) O elemento inclinado na figura está submetido a uma força de compressão
de 3.000 𝑁. Determine a tensão de compressão média ao longo das áreas de contato lisas
definidas por 𝐴𝐵 e 𝐵𝐶 e a tensão de cisalhamento média ao longo do plano horizontal
definido por 𝐸𝐵𝐷.

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EXEMPLO 1.7) A viga é apoiada por um pino em 𝐴 e um elo curto 𝐵𝐶. Se 𝑃 = 15 𝑘𝑁,
determine a tensão de cisalhamento média desenvolvida nos pinos 𝐴, 𝐵 e 𝐶. Todos os pinos
estão sujeitos a cisalhamento duplo, como mostra a figura, e cada um tem diâmetro de
18 𝑚𝑚.

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Exercícios

1.11) Refazer o exemplo 1.9 da bibliografia básica.


1.12) Se 𝑃 = 20 𝑘𝑁, determine a tensão normal média desenvolvidas nos pinos 𝐴 e 𝐶. Os
pinos estão sujeitos a cisalhamento duplo como mostrado e cada um tem diâmetro de
18 𝑚𝑚.

1.13) Se a junta está sujeita a um carregamento axial de 9 𝑘𝑁, determine a tensão de


cisalhamento média desenvolvida em cada pino de 6 𝑚𝑚 de diâmetro: (a) entre as placas,
𝜏𝑃 e (b) entre os pinos e a madeira 𝜏𝑚 .

1.14) A roda de apoio em um andaime é mantida em sua extremidade por um pino de 4 𝑚𝑚


de diâmetro. Considerando que a roda está sujeita a uma força normal de 3 𝑘𝑁, determine
a tensão de cisalhamento média no pino. Suponha que o pino suporta apenas uma carga
vertical de 3 𝑘𝑁.

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1.15) Determine a tensão de cisalhamento média no pino 𝐴 da treliça se uma força


horizontal 𝑃 = 40 𝑘𝑁 é aplicada ao nó 𝐶. O pino tem diâmetro de 25 𝑚𝑚 e está submetido
ao cisalhamento duplo.

1.16) O alicate de pressão é usado para dobrar a extremidade do arame 𝐸. Se uma força
de 100 𝑁 for aplicada nas hastes do alicate, determine a tensão de cisalhamento média no
pino 𝐴. O pino está sujeito a cisalhamento duplo e tem diâmetro de 5 𝑚𝑚.

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1.1.3 TENSÃO NO PLANO OBLÍQUO

Vimos nas seções anteriores que as forças axiais aplicadas em uma barra provocam
tensões normais na direção perpendicular a área de sustentação da carga, ao passo que a
aplicação de forças transversais em parafusos e pinos, por exemplo, provocam tensões de
cisalhamento que agem na direção tangente ao plano de aplicação da carga. Entretanto,
essas relações entre carregamento e tensão somente são válidas se tivermos analisando
planos perpendiculares as barras ou conexões, como mostrado nas Figuras 1.19(a) e (b).

(a) (b)
Figura 1.19 – (a) tensão normal agindo em um plano perpendicular da barra e (b) tensão de cisalhamento
agindo em um plano perpendicular do parafuso
Adaptado de: BEER et al., 2011, p. 43.

Vamos agora estender nossa análise a situações em que desejamos determinar as


tensões que agem em um plano obliquo de uma barra submetida à carga axial, como
mostrado na Figura 1.20(a).

(a) (b)

(c) (d)
Figura 1.20 – (a) plano de tensões orientado a um ângulo 𝜃 medido em relação a um eixo perpendicular a
carga externa e (b) diagrama de corpo livre da barra seccionada, (c) decomposição da cara e (d) tensões
que agem no plano obliquo.
Adaptado de: BEER et al., 2011, p. 43.

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Se o plano obliquo for medido 𝜃 graus em relação a uma linha perpendicular ao plano
de aplicação da carga, como mostrado na Figura 1.20(a), podemos estabelecer uma
equação específica para essa situação.
Para a condução dessa análise, estabelecemos a seção em um plano obliquo e
obtemos a carga interna nessa seção, como mostrado na Figura 1.20(b). A carga interna
resultante, 𝑃, pode ser decomposta em uma componente perpendicular e outra tangente
ao plano obliquo, denotadas por 𝑁 e 𝑉, respectivamente, como mostrado na Figura 1.20(c).
Observem que a área 𝐴𝜃 do plano obliquo sobre o qual agem as componentes da
carga 𝑃 depende da inclinação 𝜃 do plano e é diferente da área de seção transversal 𝐴 da
barra (Figura 1.20c). Uma relação entre essas áreas pode ser estabelecida. Para isso,
considere a relação entre as áreas 𝐴, 𝐴𝜃 e 𝜃 tal como representado na Figura 1.21.

Figura 1.21 – relação entre 𝐴, 𝐴𝜃 e 𝜃


Fonte: Autor

Podemos escrever 𝐴𝜃 em função de 𝐴 através de relação trigonométrica:

𝐴𝜃 𝐴
cos 𝜃 = ∴ 𝐴𝜃 =
𝐴 cos 𝜃

A razão entre a componente normal da carga interna, 𝑁, e a área do plano obliquo 𝐴𝜃 ,


resulta em uma tensão normal no plano, ou seja, 𝜎 = 𝑁/𝐴𝜃 . Entretanto, podemos
escrever essa tensão em função da carga interna 𝑃 e da área de seção transversal 𝐴.

𝑃 cos 𝜃 𝑃 cos 𝜃 cos 𝜃


𝜎= 𝐴 = ∴
𝐴
cos 𝜃

𝑷
𝝈 = 𝑨 𝒄𝒐𝒔𝟐 𝜽 (1.6)

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Por sua vez, a razão entre a componente tangencial da carga interna, 𝑉, e a área do
plano obliquo 𝐴𝜃 , resulta em uma tensão de cisalhamento no plano, 𝜏 = 𝑉/𝐴𝜃 . Da mesma
forma, podemos escrever essa tensão em função da carga externa 𝑃⃗ e da área de seção
transversal 𝐴:

𝑃 sin 𝜃 𝑃 sin 𝜃 cos 𝜃


𝜏= 𝐴 = ∴
𝐴
cos 𝜃

𝑷
𝝉 = 𝑨 𝐬𝐢𝐧 𝜽 𝐜𝐨𝐬 𝜽 (1.7)

Nas Equações 1.6 e 1.7, temos:

𝜎 = tensão normal no plano obliquo, em 𝑃𝑎;


𝜏 = tensão de cisalhamento no plano obliquo, em 𝑃𝑎;
𝑃 = carga interna na barra, em 𝑁;
𝜃 = ângulo de inclinação do plano obliquo, medido em relação ao plano perpendicular ao
eixo de aplicação da carga; em ° (graus);
𝐴 = área da seção transversal, perpendicular, da barra, em 𝑚2 .

Importante observar que há uma limitação na aplicação das Equações 1.6 e 1.7.
Isso ocorre porque elas foram desenvolvidas para determinar as tensões normais e de
cisalhamento que agem em um plano obliquo cuja inclinação é medida em relação a um
plano perpendicular ao eixo de aplicação da carga externa. Assim, caso o ângulo do plano
obliquo seja medido em relação a um plano tangente ao eixo de aplicação da carga, deve-
se utilizar o ângulo complementar a 90° para o valor de 𝜃 nas Equações 1.6 e 1.7. Vejam
essa diferença nos exemplos 1.8 e 1.9.

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EXEMPLO 1.8) A junta de topo quadrada aberta é usada para transmitir uma força de 250 𝑁
de uma placa a outra. Determine as componentes da tensão de cisalhamento média e da
tensão normal média que essa cria na face da solda, seção 𝐴𝐵.

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EXEMPLO 1.9) Dois elementos de madeira de seção retangular uniforme são unidas
através de uma cola específica. Sabendo que 𝑃 = 11 𝑘𝑁, determine as tensões normal e
de cisalhamento desenvolvidas na junta.

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Exercícios

1.17) O corpo de falhou no ensaio de tração a um ângulo de 52° sob uma carga axial de
100 𝑘𝑁. Se o diâmetro do corpo de prova for 12 𝑚𝑚, determine a tensão de cisalhamento
média e a tensão normal média que agem na área do plano de falha inclinado. Determine
também qual a tensão normal média em atuação sobre a seção transversal quando ocorreu
a falha.

1.18) A prancha de madeira está sujeita a uma força de tração de 2 𝑘𝑁. Determine a tensão
de cisalhamento média e a tensão normal média desenvolvidas nas fibras de madeira
orientadas ao longo da seção 𝑎 − 𝑎 a 30° em relação ao eixo da prancha.

1.19) O bloco de plástico é sujeito a uma força de compressão axial de 600 𝑁. Supondo
que as tampas nas partes superior e inferior distribuam a carga uniformemente ao longo
do bloco, determine a tensão normal média e a tensão de cisalhamento média que age na
seção 𝑎 − 𝑎.

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1.20) Dois elementos usados na construção de uma fuselagem de aeronave são unidos por
uma solda boca de peixe (do inglês, fish-mouth weld) de 30°. Determine a tensão normal
média e a tensão de cisalhamento média no plano de cada solda. Suponha que cada plano
inclinado suporta uma força horizontal de 2 𝑘𝑁.

1.21) Dois elementos de ação são unidos por uma solda de topo angulada de 30°.
Determine a tensão normal média e a tensão de cisalhamento média suportada no plano
da solda.

1.22) Determine a maior intensidade 𝑤 da carga uniforme que pode ser aplicada à estrutura
sem que a tensão normal média ou tensão de cisalhamento média na seção 𝑏 − 𝑏
ultrapasse 𝜎 = 15 𝑀𝑃𝑎 e 𝜎 = 16 𝑀𝑃𝑎, respectivamente. O elemento 𝐶𝐵 possui uma seção
transversal quadrada de 30 𝑚𝑚 cada lado.

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1.2 CONCEITO DE DEFORMAÇÃO

Vimos nas seções anteriores que a aplicação de cargas externas (solicitações) em


elementos estruturais ou de máquinas tem como efeito o aparecimento de tensões, normais
ou cisalhantes, em planos internos desses corpos sólidos. Entretanto, as tensões não são
o único efeito das solicitações. Há também o surgimento de deformações.
Para que possamos visualizar como as deformações ocorrem, observemos a Figura
1.22(a). Nela temos um elemento de alta elasticidade (grande capacidade de deformação)
fixado a um equipamento de aplicação de carga axial, porém, sem, ainda, aplicação de
carga. Notem que existem três linhas de referência marcadas no elemento: uma vertical,
uma horizontal e outra inclinada.

(a) (b)
Figura 1.22 – (a) corpo de prova altamente elástico antes da aplicação da carga e (b) corpo de prova
altamente elástico após a aplicação da carga.
Fonte: HIBBELER, 2018, p. 58.

A Figura 1.22(b) mostra o elemento após a aplicação da carga axial de tração.


Observem que a linha vertical sofreu um alongamento e a linha horizontal uma contração
(veremos que essa diferença é proporcional). Além disso, é possível observar que a linha
inclinada sofreu uma rotação no sentido horário, de modo que houve um aumento do ângulo
entre ela e a linha horizontal.
Como veremos, a extensão e a contração das linhas vertical e horizontal estão
relacionadas à tensão normal e por isso são chamadas de deformação normal, ao passo
que a rotação da linha inclinada está relacionada à tensão de cisalhamento, e por isso é
chamada de deformação por cisalhamento.

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Veremos que, até certo ponto, existe uma proporcionalidade entre a tensão e a
deformação, em ambos os casos.

1.2.1 DEFORMAÇÃO NORMAL

Para que possamos compreender o conceito de deformação normal, analisemos a


Figura 1.23 que representa uma barra de comprimento inicial de 𝐿0 (m), submetida a uma
carga axial 𝑃. Observem que, após a aplicação da carga, o comprimento final da barra
muda para 𝐿 (m), sofrendo um acréscimo de 𝛿 (delta) metros.

Figura 1.23 – Deformação normal sofrida por uma barra sob carga axial
Fonte: HIBBELER, 2018, p. 58.

Com base nessa observação experimental, estabelecemos matematicamente a


deformação normal média – 𝛿 (delta), ou simplesmente deformação normal – da barra
como:

𝐿0 + 𝛿 = 𝐿 ∴

𝜹 = 𝑳 − 𝑳𝟎 (1.8)

Em que:
𝛿 = deformação normal média, em 𝑚;
𝐿 = comprimento final; em 𝑚;
𝐿0 = comprimento inicial; em 𝑚.

A deformação norma média depende, além da carga e das propriedades mecânicas


dos materiais, das características geométricas (comprimento inicial e área de seção
transversal) do elemento estrutural ou de máquina em questão. Dessa forma, é conveniente
estabelecermos uma relação adimensional entre o comprimento final e o comprimento
inicial do elemento, de modo que essa relação seja independente de suas características
geométricas.

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Chamaremos essa relação adimensional de deformação específica normal média


– 𝜖 (épsilon), ou simplesmente deformação específica – que estabelece a razão entre a
deformação sofrida pelo elemento e seu comprimento inicial, ou seja, estabelece uma
porcentagem de deformação em relação ao comprimento inicial. Matematicamente, é dada
por:

𝐿−𝐿0
𝜖= (1.9)
𝐿0

Substituindo a Equação 1.9 em 1.8, escrevemos 𝜖, na forma:

𝜹
𝝐=𝑳 (1.10)
𝟎

Em que:
𝜖 = deformação específica normal média, adimensional ou 𝑚𝑚⁄𝑚𝑚 , 𝑖𝑛⁄𝑖𝑛;
𝛿 = deformação normal média, em 𝑚, 𝑚𝑚, etc.;
𝐿0 = comprimento inicial, em 𝑚, 𝑚𝑚, etc.

Observem que a razão é adimensional pois tanto 𝛿 como 𝐿0 são dados em unidade
de comprimento (𝑚, 𝑚𝑚, 𝑖𝑛, etc.). Entretanto, na prática de engenharia essa grandeza é
comumente expressa em unidades de: 𝑚⁄𝑚 , 𝑚𝑚⁄𝑚𝑚 , 𝑖𝑛⁄𝑖𝑛, entre outras.
Importante notar a diferença entre 𝜹 e 𝝐. A deformação, 𝛿, estabelece a deformação
(alongamento ou contração) de um elemento estrutural ou de máquina quando este é
submetido a uma carga axial, ou seja, mede o alongamento ou redução de seu
comprimento em unidades dimensionais.
Por sua vez, a deformação específica, 𝜖, estabelece o percentual de deformação
(alongamento ou contração) de um elemento estrutural ou de máquina quando este é
submetido a uma carga axial, ou seja, mede a porcentagem de alongamento ou contração
de seu comprimento em relação ao tamanho inicial.
A maioria dos materiais de engenharia sofre pequenas deformações normais, ou seja,
𝜖 ≪ 1. Sempre que isso for verdadeiro, podemos adotar a premissa da “análise de
pequenas deformações” que permite a simplificação dos cálculos da deformação normal.
Dentre as simplificações possíveis podemos adotar que tan 𝜃 ≈ 𝜃, com 𝜃 dado em radianos.

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EXEMPLO 1.10) A barra rígida é sustentada por um pino em 𝐴 e pelos cabos 𝐵𝐶 e 𝐶𝐸. Se
a carga 𝑃⃗ aplicada à viga provocar um deslocamento de 10 𝑚𝑚 para baixo na extremidade
𝐶, determine a deformação normal específica desenvolvida nos cabos 𝐶𝐸 e 𝐵𝐷.

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EXEMPLO 1.11) Parte de uma ligação de controle para um avião consiste em um elemento
rígido 𝐶𝐵𝐷 e um cabo flexível 𝐴𝐵. Se uma força for aplicada à extremidade 𝐷 do elemento
e provocar uma rotação 𝜃 = 0,3°, determine a deformação normal específica no cabo. Em
sua posição original o cabo não está esticado.

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Exercícios

1.23) Refazer os exemplos 2.1 e 2.2 da bibliografia básica.


1.24) Parte de uma ligação de controle para um avião consiste em um elemento rígido 𝐶𝐵𝐷
e um cabo flexível 𝐴𝐵. Se uma força for aplicada à extremidade 𝐷 do elemento e provocar
uma rotação deformação normal no cabo de 0,0035 𝑚𝑚/𝑚𝑚, determine o deslocamento
do ponto 𝐷. Em sua posição original o cabo não está esticado.

1.25) Quando a força 𝑃⃗ é aplicada ao braço rígido 𝐴𝐵𝐶, o ponto 𝐵 desloca-se verticalmente
para baixo através de uma distância de 0,2 𝑚𝑚. Determine a deformação normal
desenvolvida no fio 𝐶𝐷.

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1.26) Se a força aplicada 𝑃⃗ faz com que o braço rígido 𝐴𝐵𝐶 gire no sentido horário sobre o
pino A através de um ângulo de 0,02°, determine a tensão normal desenvolvida nos fios 𝐵𝐷
e 𝐶𝐸.

1.27) As hastes rígidas 𝐴𝐵 e 𝐵𝐶, conectadas por pinos, estão inclinadas em 𝜃 = 30° quando
estão descarregadas. Quando a força 𝑃⃗ é aplicada, 𝜃 se torna 30,2°. Determine a
deformação normal média no cabo 𝐴𝐶.

1.28) O cabo 𝐴𝐵 não está alongado quando 𝜃 = 45°. Se uma carga é aplicada à barra 𝐴𝐶,
o que faz com que 𝜃 se torne 47°, determine a deformação normal no cabo.

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1.2.2 DEFORMAÇÃO POR CISALHAMENTO

Para que possamos entender como ocorre a deformação por cisalhamento em um


corpo sólido, observemos a Figura 1.24(a) que mostra um elemento estrutural ou de
máquina sobre o qual foram marcados dois segmentos de reta perpendiculares entre si.

(a) (b)

(c)
Figura 1.24 – deformação normal sofrida por uma barra sob carga axial
Fonte: HIBBELER, 2018, p. 59.

Se aplicarmos uma força cortante nesse elemento, esses segmentos de reta tendem
a sofrer uma mudança de ângulo de modo que deixem de ser perpendiculares entre si,
como mostrado na Figura 1.24(b). Notem que o ângulo, antes reto, pode tornar-se agudo
ou obtuso, a depender do sentido de aplicação da carga.
Essa mudança de ângulo que ocorre entre os segmentos de reta é chamada de
deformação por cisalhamento, 𝑦 (gama), e é sempre medido em radianos (rad), que são
adimensionais.
Assim, a deformação por cisalhamento, 𝑦, representa a variação na inclinação de dois
segmentos de reta que estão inicialmente perpendiculares entre si de modo que o ângulo
final se torne 𝜃. Essa deformação pode ser, matematicamente, expressa por:

𝝅
𝒚=𝟐−𝜽 (1.11)

Em que:
𝑦 = deformação por cisalhamento, em 𝑟𝑎𝑑;
𝜃 = ângulo dos segmentos após a aplicação da carga, em 𝑟𝑎𝑑.

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Notem que a Equação 1.11 mede a diferença entre o ângulo de 90° (𝜋⁄2 𝑟𝑎𝑑) e o
ângulo final 𝜃, de modo que, de forma simplificada, a deformação por cisalhamento mede
o quanto o ângulo de 𝟗𝟎° foi alterado, podendo tornar-se maior ou menor.

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EXEMPLO 1.12) A forma original da peça de borracha é retangular. Determine a


deformação por cisalhamento média 𝑦𝑥𝑦 , se os cantos 𝐵 e 𝐷 forem submetidos a
deslocamentos que provoquem a distorção da borracha mostrada pelas linhas tracejadas.

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EXEMPLO 1.13) A forma original de uma peça de plástico é retangular. Determine (a) a
deformação por cisalhamento em 𝐷 e (b) a deformação normal média que ocorre ao longo
das diagonais 𝐴𝐶 e 𝐷𝐵.

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Exercícios

1.29) Refazer o exemplo 2.3 da bibliografia básica.


1.30) A placa retangular é deformada na forma de um losango mostrado pela linha
tracejada. Determine a deformação por cisalhamento média no ponto 𝐴 em relação aos
eixos 𝑥 e 𝑦.

1.31) A placa triangular é deformada na forma mostrada pela linha tracejada. Determine a
deformação normal desenvolvida ao longo da aresta 𝐵𝐶 e a tensão de cisalhamento
média no canto 𝐴 em relação aos eixos 𝑥 e 𝑦.

1.32) A placa quadrada é deformada na forma mostrada pela linha tracejada. Determine a
tensão normal média ao longo da diagonal 𝐴𝐶 e a deformação de cisalhamento do ponto
𝐸 em relação aos eixos 𝑥 e 𝑦.

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1.3 RELAÇÃO TENSÃO-DEFORMAÇÃO: PROPRIEDADES MECÂNICAS

Nas seções anteriores, abordamos os conceitos de tensão e deformação de forma


isolada. Nessa seção, discutiremos como a tensão e a deformação podem ser
correlacionadas de forma experimental para determinar as propriedades mecânicas dos
materiais através dos diagramas tensão-deformação.
Veremos que a resistência de um material depende de sua capacidade de suportar
carga sem sofrer deformação excessiva. Essa propriedade é inerente ao próprio material e
pode ser determinada de forma experimental.

1.3.1 ENSAIOS DE TRAÇÃO E COMPRESSÃO E DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO

As propriedades mecânicas dos materiais são determinadas através de ensaios


mecânicos específicos em corpos de provas padronizados (Figura 1.24a) capazes de
representar de maneira apropriada o comportamento do material quando solicitado
mecanicamente. O ensaio de tração é o mais comum e o mais importante dos ensaios,
sendo conduzido em uma máquina específica capaz alongar o corpo de prova a uma taxa
lenta e constante até a sua ruptura, medindo, a cada instante, a tensão e a deformação
sofrida pelo corpo de prova.

(a)
(b)
Figura 1.24 – (a) corpo de prova padronizado (𝑑0 ≈ 12,4 𝑚𝑚 e 𝐿0 ≈ 51 𝑚𝑚) típico para ensaio de tração e
(b) máquina para condução do ensaio de tração
Fonte: HIBBELER, 2018, p. 72 e BEER et al., 2011, p. 59.
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Nesse tipo de ensaio, a tensão e a deformação de engenharia são calculadas pela


área da seção transversal e comprimento de referência originais do corpo de prova.
Matematicamente, esses dados são obtidos pelas Equações:

𝑷
𝝈=𝑨 (1.12)
𝟎

𝜹
𝝐=𝑳 (1.13)
𝟎

Em que:
𝜎 = tensão nominal ou tensão de engenharia, [𝑃𝑎]
𝜖 = deformação específica ou deformação de engenharia, [𝑚/𝑚]
𝑃 = carga axial, [𝑁]
𝐴0 = área original da seção transversal do corpo de prova, [𝑚2 ]
𝛿 = deformação (𝐿 − 𝐿0 ) do corpo de prova num dado instante, [𝑚]
𝐿0 = comprimento original do corpo de prova.

Um diagrama tensão-deformação convencional é importante na engenharia porque


proporciona um meio para obtenção de dados sobre a resistência à tração ou à compressão
de um material sem considerar suas características geométricas.
Um material dúctil, como o aço doce, por exemplo, apresenta quatro comportamentos
distintos quando é carregado na condução de um ensaio de tração: elástico, escoamento,
endurecimento por deformação (encruamento) e estricção. A Figura 1.25 é uma
representação típica de um diagrama tensão-deformação de engenharia para um aço de
baixo teor de carbono (aço doce) e mostra as regiões em que esses comportamentos se
apresentam.

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Figura 1.25 – Diagrama tensão-deformação de engenharia para aços baixo carbono (material dúctil) – Esse
tipo de diagrama apresenta ponto de escoamento bem definido, assim o limite de escoamento pode ser
determinado pela simples observação desse ponto
Fonte: BEER et al., 2011, p. 72.

O comportamento elástico ocorre quando as deformações estão dentro da primeira


região do gráfico (até 𝜖 = 0,0012), que na verdade é uma reta de inclinação constante, ou
seja, nessa porção do gráfico a tensão e a deformação são linearmente proporcionais. Esse
comportamento ocorre até o ponto que marca a tensão limite de escoamento, 𝝈𝒆 , ou
limite de elasticidade. Qualquer deformação sofrida pelo corpo de prova dentro dessa
porção é recuperada com o cessamento da carga.
Um pequeno aumento da tensão acima do limite de escoamento fará com que o
material se deforme plasticamente (permanentemente), passando a um comportamento
chamado de escoamento, pelo qual o corpo de prova continuará a alongar-se
apreciavelmente sem qualquer aumento significativo da carga.
Após o escoamento, a deformação continuará a ocorrer até que a tensão limite de
resistência, 𝜎𝑈 , ou tensão última do material seja alcançada. Entretanto, isso somente
ocorre com o aumento da carga aplicada, de modo que esse comportamento recebe o
nome de endurecimento por deformação ou encruamento. Nessa região, a deformação
é uniformemente distribuída em todo o corpo de prova.
Uma vez alcançada a tensão limite de resistência, a área de seção transversal do
corpo de prova começa a diminuir em uma região localizada. Como resultado, tem-se uma
constrição ou estricção, também chamada de empescoçamento (Figura 1.26). Nessa
região, a mediada que o corpo de prova se alonga até a ruptura, onde fica caracterizada a
tensão de ruptura, 𝜎𝑅 .

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Figura 1.26 – Região de estricção (empescoçamento) do corpo de prova


Fonte: HIBBELER, 2018, p. 75.

Se ao invés de usarmos a área de seção e o comprimento original, usarmos a área


de seção e o comprimento real do corpo de prova em cada instante em que a carga é
obtida, seremos capazes de traçar o diagrama tensão-deformação real, ou seja, a
representação gráfica dos valores verdadeiros de tensão e deformação. A Figura 1.27 é
uma representação desse tipo de diagrama.

Figura 1.27 – Diagrama tensão-deformação obtido em um ensaio de tração de um aço dúctil


Fonte: BEER et al., 2011, p. 75.

Nesse caso, a tensão verdadeira é obtida por 𝜎𝑉 = 𝑃 ⁄𝐴, em que 𝐴 representa a área de
seção no momento de aplicação da carga e a deformação específica verdadeira é obtida pela
𝐿 𝑑𝐿 𝐿
expressão: 𝜖𝑉 = ∫𝐿 𝐿
= ln 𝐿 .
0 0

Embora os diagramas tensão-deformação real e de engenharia sejam diferentes, quando


utilizados dentro do regime elástico, como é o caso da maioria dos projetos de engenharia, o erro
de utilização dos valores de engenharia, 𝜎 e 𝜖, é muito pequeno (aproximadamente 0,1%).
Os pontos mais importantes no diagrama tensão-deformação de engenharia, para os casos
de aplicação prática, são o limite de proporcionalidade ou limite de elasticidade, a tensão de
escoamento e o limite de resistência.

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Exercícios

1.33) Defina material homogêneo e isotrópico.


1.34) Indique os pontos, do diagrama tensão-deformação, que representam o limite de
proporcionalidade e limite de resistência.

1.35) Discuta as regiões 𝑂𝐴, 𝐵𝐶, 𝐶𝐷 e 𝐷𝐸.


1.36) Defina limite de proporcionalidade
1.37) Tensões e deformação de engenharia são calculadas usando-se a área e o
comprimento atual do corpo de prova. Verdadeiro ou falso? Justifique sua resposta.
1.38) O que diferencia o diagrama tensão-deformação de engenharia do diagrama tensão-
deformação verdadeiro?
1.39) Porque não é conveniente utilizar o diagrama tensão-deformação verdadeiro na
prática da engenharia estrutural?

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1.3.2 COMPORTAMENTO DA TENSÃO-DEFORMÇÃO DE MATERIAIS DÚCTEIS E


FRÁGEIS

Em função de suas características de tensão-deformação, os materiais de engenharia


podem ser classificados em dúcteis e frágeis.
Um material é considerado dúctil quando pode ser submetido a grandes deformações
antes de sofrer ruptura. São muito empregados em projetos em que a estrutura ou máquina
necessita absorver grandes choques de energia e, caso fiquem sobrecarregados,
apresentarão grandes deformações antes da ruptura. São exemplos os aços doces (com
baixo teor de carbono).
A ductilidade de um material pode ser especificada pela porcentagem de
alongamento ou pela porcentagem de redução da área do corpo de prova.

𝑳𝒓𝒖𝒑−𝑳𝟎
%𝑨𝑳 = (𝟏𝟎𝟎) (1.14)
𝑳𝟎

𝑨𝟎 −𝑨𝒇
%𝑹𝑨 = (𝟏𝟎𝟎) (1.15)
𝑨𝟎

Em que:
%𝐴𝐿 = porcentagem de alongamento, ductilidade
%𝑅𝐴 = porcentagem de redução de área, ductilidade
𝐿𝑟𝑢𝑝 = comprimento de ruptura do corpo de prova, [𝑚]
𝐿0 = comprimento inicial do corpo de prova, [𝑚]
𝐴𝑓 = área final ou área d corpo de prova no momento da ruptura, [𝑚2 ]
𝐴0 = área original do corpo de prova, [𝑚2 ]

Em equipamentos mais modernos, a ductilidade pode ser determinada pela


porcentagem de alongamento, uma vez que o alongamento do corpo de prova é
constantemente medido durante o ensaio de tração.
Entretanto, tanto o comprimento quanto a área de seção após a ruptura podem ser
facilmente medidos devido ao modo de falha apresentado por esses materiais. Isso ocorre
porque a fratura tipo taça-cone, típica de materiais dúcteis, permite que as peças sejam
perfeitamente “encaixadas” uma na outra após a ruptura, uma vez que não ocorre a

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projeção de estilhaços no momento da falha. A Figura 1.28 é uma fotografia de um corpo


de prova dúctil e revela a zona de estricção e a fratura tipo taça-cone.

Figura 1.28 – região de estricção do corpo de prova e fratura tipo taça-cone


Adaptado de: BEER et al., 2011, p. 72.

Por sua vez, materiais frágeis exibem pouco ou nenhum escoamento ou deformação
antes da falha. A Figura 1.29 mostra um típico diagrama tensão-deformação de engenharia
para um material frágil sob tração.

Figura 1.29 – Diagrama tensão-deformação para um material frágil típico


Fonte: BEER et al., 2011, p. 72.

A falha abrupta desses materiais (sem muita deformação anterior) ocorre devido a
presença de imperfeições em seu interior, o que origina a formação de trincas que se
propagam rapidamente, levando-as a falha repentina. A Figura 1.30 evidencia o modo de
falha típico de materiais frágeis sob tração.

Figura 1.30 – Modo de falha típico de materiais frágeis sob tração


Fonte: BEER et al., 2011, p. 73.

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O comportamento dos materiais frágeis muda quando submetidos a compressão.


Nesse caso, como não ocorre a formação de trincas, eles suportam cargas maiores e,
consequentemente, tensões muito superiores do que quando submetidos a tração. Assim,
materiais frágeis como o ferro fundido e o concreto, por exemplo, são utilizados para
solicitações em compressão. A Figura 1.31 mostra o comportamento do ferro fundido
cinzento e do concreto quando submetidos à compressão.

(a) (b)
Figura 1.31 – Diagrama tensão-deformação de engenharia típico: (a) para o ferro fundido cinzento e (b)
para o concreto
Adaptado de: HIBBELER, 2018, pp. 78-79.

De uma forma geral, a maioria dos materiais de engenharia apresentam,


originalmente, comportamentos dúcteis ou frágeis, entretanto, mudanças em suas
temperaturas podem alterar esse comportamento original. Isso ocorre porque em baixas
temperaturas os materiais tornam-se mais duros e mais frágeis, ao passo que a altas
temperaturas eles ficam mais macios e dúcteis. A Figura 1.32 ilustra a influência da
temperatura no comportamento dúctil-frágil dos materiais.

Figura 1.32 – Influência da temperatura na transição dúctil-frágil em um polímero metacristalino


Fonte: HIBBELER, 2018, p. 79.
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A Figura 1.33 é uma representação gráfica do comportamento tensão-deformação em


tração para metais frágeis e dúcteis carregados até a fratura. Tecnicamente, os metais são
considerados frágeis se sua deformação até a fratura for menor que 5%.

Figura 1.33 – Influência da temperatura na transição dúctil-frágil em um polímero metacristalino


Fonte: CALLISTER, 2013, p. 143

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EXEMPLO 1.14) Um corpo de prova metálico com formato cilíndrico, com diâmetro original
de 12,8 𝑚𝑚 e comprimento útil de 50,8 𝑚𝑚 é tracionado até a fratura. O diâmetro no ponto
de fratura é 6,60 𝑚𝑚 e o comprimento útil na fratura é 72,14 𝑚𝑚. Calcule a ductilidade em
termos da redução percentual de área e do alongamento percentual.

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Exercícios

1.40) Defina ductilidade.


1.41) Quais as formas de se determinar a ductilidade de um material?
1.42) Diferencie materiais dúcteis de materiais frágeis. Dê exemplos desses materiais e
indique os modos de falhas de cada um quando submetidos a tração.
1.43) Á temperatura ambiente, o aço doce (baixo carbono) é dúctil. Verdadeiro ou falso?
1.44) Cite alguns fatores que afetam a transição dúctil frágil de um material.

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1.3.3 LEI DE HOOKE

Um material é linear elástico se a tensão for proporcional à deformação dentro da


região elástica. Essa propriedade é denominada lei de Hooke e a inclinação da curva é
denominada módulo de elasticidade, 𝐸. A Equação 1.16 é a expressão matemática dessa
lei, que só pode ser aplicada na porção elástica do diagrama. A Figura 1.34 é uma
representação desse comportamento.

Figura 1.33 – Comportamento elástico de um material dúctil


Fonte: BEER et al., 2011, p. 100

𝝈 = 𝑬𝝐 (1.16)

Em que:
𝜎 = tensão normal no regime elástico, [𝑃𝑎];
𝐸 = módulo de elasticidade, [𝑃𝑎];
𝜖 = deformação específica ou de engenharia, [𝑚/𝑚].

Se um material não apresentar um ponto de escoamento visualmente bem definido,


como é o caso do alumínio, por exemplo, pode-se especificar um limite de escoamento e
o módulo de elasticidade por meio de um procedimento gráfico. Esse procedimento é
chamado de método da deformação residual ou método do desvio, tal como ilustrado
na Figura 1.35.

Figura 1.35 – Determinação do limite de escoamento pelo método do desvio


Fonte: BEER et al., 2011, p. 73.
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EXEMPLO 1.15) Um ensaio de tração para um aço liga resultou no diagrama tensão-
deformação mostrado na Figura que segue. Calcule e módulo de elasticidade e o limite de
escoamento com base em uma deformação residual de 0,2%. Identifique no gráfico o limite
de resistência e a tensão de ruptura.

Fonte: HIBBELER, 2018, p. 83.

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O limite de proporcionalidade, ou limite de escoamento, de um tipo particular de aço


depende, originalmente, da composição de sua liga, principalmente do teor de carbono, tal
como mostrado na Figura 1.36. Entretanto, a maioria dos aços, desde o mais macio até o
mais duto (aço ferramenta), apresentam aproximadamente o mesmo módulo de
elasticidade 𝐸, ou seja, a inclinação do diagrama tensão-deformação na região elástica
permanece constante.

Figura 1.36 – Relação entre a composição dos aços e o limite de escoamento


Fonte: HIBBELER, 2018, p. 76.

Além da adição de carbono e outros compostos em uma liga, o ponto de escoamento


de um material pode ser elevado através do endurecimento por deformação ou
encruamento. Isso é conseguido pela aplicação de uma carga grande o suficiente para
provocar um aumento na tensão de modo a causar deformação plástica (escoamento) e,
em seguida, liberando-se a carga.
Quando isso ocorre, a deformação elástica é recuperada à medida e que o material
volta ao seu estado de equilíbrio, entretanto, a deformação plástica permanece, e o
resultado é que o material fica sujeito a uma deformação permanente.
A Figura 1.37 é uma ilustração desse processo em que o material originalmente com
diagrama tensão-deformação 𝑂𝐴𝐴′ tem limite de escoamento definido pelo ponto 𝐴. Após
a deformação plástica e posterior recuperação elástica, passa a apresentar o diagrama
tensão-deformação 𝑂′𝐴′𝐵 e ponto de escoamento definido por 𝐴′. Essa maior região
elástica deve-se ao processo de endurecimento por deformação ou encruamento,

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entretanto a ductilidade do material é reduzida, além disso, o módulo de elasticidade, 𝐸,


permanece inalterado.

Fig. 1.37 – Curva de endurecimento por deformação


Fonte: HIBBELER, 2018, p. 80.

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EXEMPLO 1.16) A Figura (a) que segue mostra uma haste de alumínio com área de seção
transversal circular e sujeita a um carregamento de 10 𝑘𝑁. Se uma porção do diagrama
tensão deformação para o material é a mostrada na Figura (b), determine o valor
aproximado do alongamento da haste quando a carga é aplicada. Se a carga for removida,
qual é o alongamento permanente da haste? Considere 𝐸𝑎𝑙 = 70 𝐺𝑃𝑎.

Fonte: HIBBELER, 2018, p. 85

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Exercícios
1.45) Defina módulo de elasticidade.
1.46) Qual o material é submetido a um aumento de temperatura há uma redução em seu
módulo de elasticidade. Verdadeiro ou falso? Justifique sua resposta.
1.47) A adição de elementos de liga em um aço, especialmente o carbono, afeta
consideravelmente seu módulo de elasticidade de modo que quanto maior o teor de
carbono, maior o módulo de elasticidade. Verdadeiro ou falso? Justifique sua resposta.
1.48) O diagrama tensão-deformação de tração de uma liga de aço é mostrado, determine:
(a) o módulo de elasticidade, (b) o limite de escoamento para um desvio de 0,02%, (c) o
limite de resistência a tração, (d) se um cilindro de 10 𝑚𝑚 de diâmetro e 75 𝑚𝑚 de
comprimento fabricado com esse material for submetido a uma carga de 20 𝑘𝑁, qual será
o alongamento sofrido?

1.49) Uma barra de 100 𝑚𝑚 de comprimento tem diâmetro de 15 𝑚𝑚. Se uma carga axial
de 100 𝑘𝑁 é aplicada, determine a mudança no comprimento. 𝐸 = 200 𝐺𝑃𝑎.
1.50) Uma barra tem comprimento de 200 𝑚𝑚 e área de seção de 625 𝑚𝑚2. Determine o
módulo de elasticidade do material se quando submetido a uma carga de 45 𝑘𝑁 sofre uma
deformação de 0,075 𝑚𝑚. O material apresenta comportamento elástico nessa situação.
1.51) Uma haste de 10 𝑚𝑚 de diâmetro possui módulo de elasticidade 𝐸 = 100 𝐺𝑃𝑎. Se a
haste tem 4 𝑚 de comprimento e estiver sujeita a uma carga axial de tração de 6 𝑘𝑁,
determine seu alongamento. Suponha comportamento linear elástico.
1.51) Uma barra com comprimento inicial de 50 𝑚𝑚 apresenta o diagrama tensão-
deformação mostrado. Se ela for submetida a uma carga 𝑃 = 100 𝑘𝑁, determine a
deformação resultante.

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1.52) Se o cabo 𝐵𝐶 alonga-se 0,2 𝑚𝑚 após a aplicação da força 𝑃, determine sua magnitude. O
cabo é fabricado com aço A-36 e apresenta diâmetro inicial de 3 𝑚𝑚.

1.54) A adição de plastificadores ao cloreto de polivinil provoca a redução de sua rigidez.


Os diagramas tensão-deformação apresentados a seguir mostram tal efeito para três tipos
desse material. Especifique o tipo que deve ser usado na fabricação de uma haste com
125 𝑚𝑚 de comprimento e 50 𝑚𝑚 de diâmetro que terá de suportar, no mínimo, uma carga
axial de 100 𝑘𝑁 e alongar, no máximo, 6 𝑚𝑚.

1.55) A figura mostra o diagrama 𝜎 − 𝜖 para as fibras elásticas que compõem a pele e os músculos
dos seres humanos. Determine o módulo de elasticidade das fibras.

1.56) Determine a deformação da barra vazada quando submetida a uma carga 𝑃 = 100 𝑘𝑁. A
barra é feita com uma liga de aço cujo diagrama tensão deformação pode ser aproximado pela
figura mostrada.

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1.57) O diagrama tensão-deformação para uma resina de poliéster é mostrado na figura que segue.
Se a viga rígida é suportada pela barra 𝐴𝐵 e o apoio 𝐶𝐷 que são fabricados com esse material,
determine a maior carga 𝑃 que pode ser aplicada sem que ambos os suportes se rompam. O
diâmetro da barra é 12 𝑚𝑚 e do apoio 40 𝑚𝑚.

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1.3.4 ENERGIA DE DEFORMAÇÃO

Energia de deformação é a energia armazenada no material por conta de sua


deformação. Essa energia por unidade de volume é denominada densidade de energia
de deformação, dada pela Equação 1.17.

∆𝑼 𝟏
𝒖= = 𝟐 𝝈𝝐 (1.17)
∆𝑽

Em que:
𝑢 = densidade de energia de deformação, [𝐽/𝑚3 ];
𝜎 = tensão normal, [𝑃𝑎];
𝜖 = deformação específica, [𝑚/𝑚].

Uma situação particular ocorre quando a tensão, 𝜎, atinge o limite de escoamento do


material. Nesse caso, a densidade de energia de deformação considerada equivale a área
sob a reta do diagrama tensão-deformação, sendo esse valor chamado de módulo de
resiliência, 𝒖𝒓 . Em termos práticos, a resiliência de um material representa sua capacidade
de absorver energia sem sofrer deformação permanente. A Figura 1.36 mostra a área
triangular do diagrama tensão-deformação que representa esse módulo e a Equação 1.18
é sua representação matemática.

Figura 1.36 – Módulo de resiliência


Fonte: HIBBELER, 2018, p. 81

𝝈𝟐
𝒖𝒓 = 𝟐𝑬𝒆 (1.18)

Em que:
𝑢𝑟 = módulo de resiliência, [𝐽/𝑚3 ];
𝜎𝑒 = limite de escoamento, [𝑃𝑎];
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𝐸 = módulo de elasticidade, [𝑃𝑎].

Por sua vez, quando toda a área sob o gráfico tensão-deformação é utilizada para o
cálculo da densidade de energia de deformação, estamos considerando o módulo de
tenacidade do material. Essa importante propriedade indica a quantidade total de energia
que o material pode absorver até imediatamente antes da falha.
Na prática de engenharia, materiais com elevado módulo de tenacidade são
preferidos, uma vez que podem sofrer apreciáveis deformações antes da falha, dando
indícios prévios de sobrecarga. Em contrapartida, materiais com baixo módulo de
tenacidade falham sem absorver muita energia, ou seja, sem muita deformação prévia.
A Figura 1.37 é a representação da área sob o gráfico do diagrama tensão-
deformação que é utilizada para o cálculo do módulo de tenacidade.

Figura 1.37 – Módulo de tenacidade


Fonte: HIBBELER, 2018, p. 81

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EXEMPLO 1.17) O diagrama tensão-deformação para uma liga de alumínio utilizada na


fabricação de peças de aeronaves é mostrado. Se um corpo de prova desse material for
submetido a tensão de tração de 600 𝑀𝑃𝑎, determine a deformação permanente no corpo
de prova quando a carga é retirada. Calcule também o módulo de resiliência antes e depois
de aplicação da carga.

Fonte: HIBBELER, 2018, p. 84

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Exercícios

1.58) A figura mostra o diagrama 𝜎 − 𝜖 para as fibras elásticas que compõem a pele e os
músculos dos seres humanos. Determine os módulos de tenacidade e resiliência
aproximados das fibras

1.59) O diagrama tensão-deformação para o osso é mostrado na figura e pode ser descrito
pela equação 𝜖 = (0,45 × 10−6 )𝜎 + (0,36 × 10−12 )𝜎 3 , em que 𝜎 está em 𝑘𝑃𝑎. Determine o
módulo de tenacidade do osso considerando que a falha ocorra em 𝜖 = 0,12 𝑚𝑚/𝑚𝑚.

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1.3.5 COEFICIENTE DE POISSON

Quando um corpo deformável é submetido a uma carga axial de tração, ele não
somente se alonga na direção longitudinal, mas também se contrai na direção radial ou
lateral, tal como ilustrado na Figura 1.38.

Figura 1.38 – Alongamento longitudinal e contração lateral de uma barra submetida à tração axial
Fonte: BEER et al., 2011, p. 104.

Por exemplo, se a barra de comprimento 𝐿 e raio 𝑟 mostrada na Figura 1.39 for


submetida a uma carga axial de tração 𝑃, ela sofrerá um alongamento 𝛿 em seu
comprimento e uma contração 𝛿′ em seu raio.

Figura 1.39 – Alongamento longitudinal e contração lateral


Fonte: HIBBELER, 2018, p. 91

Nesse caso, as deformações relativas podem ser expressas nas formas:

𝛿 𝛿′
𝜖𝑙𝑜𝑛𝑔 = 𝐿 e 𝜖𝑙𝑎𝑡 = 𝑟

No início do século XIX, foi observado pelo cientista francês S. D. Poisson que, dentro
do regime elástico, a razão entre as deformações longitudinais e laterais são constantes,
visto que 𝛿 e 𝛿′ são proporcionais. Em sua homenagem, a constante de proporcionalidade
que resultou desses estudos é chamada de coeficiente de Poisson, 𝜈 (lê-se nú), dado
pela Equação 1.19.

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𝝐
𝝂 = − 𝝐 𝒍𝒂𝒕 (1.19)
𝒍𝒐𝒏𝒈

Em que
𝜈 = Coeficiente de Poisson;
𝜖𝑙𝑎𝑡 = deformação específica lateral ou radial, [𝑚/𝑚];
𝜖𝑙𝑜𝑛𝑔 = deformação específica longitudinal, [𝑚/𝑚].

O sinal negativo da Equação 1.19 deve-se ao fato de que o alongamento longitudinal


provoca uma contração lateral. O coeficiente é adimensional e, para materiais sólidos fica
entre 0,25 e 0,35, nunca sendo superior a 0,5.

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EXEMPLO 1.18) Uma barra de aço 𝐴36 tem as dimensões mostradas na figura que segue.
Se uma força axial 𝑃 = 80 𝑘𝑁 for aplicada à barra, determine a mudança em seu
comprimento e a mudança nas dimensões da área de sua seção transversal após a
aplicação da carga. O material comporta-se elasticamente. 𝐸𝑎ç𝑜 = 200 𝐺𝑃𝑎 e 𝜈𝑎ç𝑜 = 0,32.

Fonte: HIBBELER, 2018, p. 92

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Exercícios

1.60) Uma barra de 100 𝑚𝑚 de comprimento tem 15 𝑚𝑚 de diâmetro. Se uma carga axial
de 10 𝑘𝑁 é aplicada a ela, determine a alteração sofrida em seu diâmetro. 𝐸 = 70 𝐺𝑃𝑎, 𝜈 =
0,35.

1.61) A barra de plástico acrílico tem 200 𝑚𝑚 de comprimento e 15 𝑚𝑚 de diâmetro. Se


uma carga axial de 300 𝑁 é aplicada, determine a alteração no seu comprimento e no seu
diâmetro. 𝐸 = 2,7 𝐺𝑃𝑎, 𝜈 = 0,4.

1.62) A figura mostra a porção elástica do diagrama tensão-deformação para um aço-liga.


O corpo de prova do qual ela foi obtida tinha diâmetro original de 13 𝑚𝑚 e comprimento de
referência de 50 𝑚𝑚. Quando a carga aplicada ao corpo de prova foi de 50 𝑘𝑁 o diâmetro
era 12,99265 𝑚𝑚. Determine o coeficiente de Poisson para o material.

1.63) O tampão tem diâmetro de 30 𝑚𝑚 e se ajusta no interior de uma luva rígida com
diâmetro interno de 32 𝑚𝑚. Tanto o tampão quanto a luva têm comprimento de 50 𝑚𝑚.
Determine a pressão axial, 𝑝, que seve ser aplicada na parte superior do tampão para que
ele entre em contato com os lados da luva. Além disso, até que ponto o tampão deve ser
comprimido para baixo para isso acontecer? O tampão é feito de um material para o qual
𝐸 = 5,0 𝑀𝑃𝑎 e 𝜈 = 0,45.

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1.3.6 DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO PARA O CISALHAMENTO

O comportamento de um material submetido a cisalhamento puro pode ser estudado


em laboratório através de ensaios de torção em corpos de prova cilíndricos. Se o torque
aplicado e o ângulo de torção resultante forem medidos, os dados podem ser utilizados
para determinar a tensão e deformação por cisalhamento de modo a construir um gráfico
chamado de diagrama tensão-deformação para cisalhamento. A Figura 1.40 ilustra as
características desse tipo de ensaio.

Figura 1.40 – Ensaio de torção


Fonte: HIBBELER, 2018, p. 179

Um diagrama tensão-deformação de engenharia típico para o cisalhamento é


mostrado na Figura 1.41. Note-se que o comportamento é similar ao diagrama tensão-
deformação sob carga axial, com destaque para o limite de proporcionalidade ou tensão
de escoamento sob torção, 𝝉𝒆 , que limita a região linear do gráfico.

Fig. 1.41 – Diagrama tensão-deformação para o cisalhamento

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Adaptado de: HIBBELER, 2018, p. 93


A maioria dos materiais de engenharia apresentam um comportamento linear elástico
como mostrado na Figura 1.41. Assim, a lei de Hooke para o cisalhamento pode ser escrita
na forma da Equação 1.20.

𝝉 = 𝑮𝜸 (1.20)

Em que:
𝜏 = tensão de cisalhamento no regime elástico, [𝑃𝑎]
𝐺 = módulo de elasticidade ao cisalhamento ou rigidez torcional, [𝑃𝑎]
𝛾 = deformação de cisalhamento específica, [𝑟𝑎𝑑/𝑟𝑎𝑑 ]

As três propriedades dos materiais: 𝐸, 𝐺 e 𝜈 estão relacionadas pela Equação 1.21:

𝑬
𝑮 = 𝟐(𝟏+𝝂) (1.21)

Em que:
𝐺 = módulo de elasticidade ao cisalhamento ou rigidez torcional, [𝑃𝑎]
𝐸 = módulo de elasticidade, [𝑃𝑎]
𝜈 = Coeficiente de Poisson,

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EXEMPLO 1.19) Um corpo de prova de liga de titânio é testado em torção, e a Figura (a)
mostra o diagrama tensão-deformação de cisalhamento. Determine o módulo de
cisalhamento 𝐺, o limite de proporcionalidade e o limite de resistência ao cisalhamento.
Determine também a máxima distância 𝑑 de deslocamento horizontal da parte superior de
um bloco desse material, mostrado na Figura (b), se ele se comportar elasticamente quando
submetido a uma força de cisalhamento 𝑉. Qual é o valor de 𝑉 necessário para causar esse
deslocamento?

(a) (b)
Fonte: HIBBELER, 2018, p. 93

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EXEMPLO 1.20) Um corpo de prova de alumínio tem diâmetro 𝑑0 = 25 𝑚𝑚 e comprimento


de referência 𝐿0 = 250 𝑚𝑚. Se uma força de 165 𝑘𝑁 provocar um alongamento de 1,20 𝑚𝑚
no comprimento de referência, determine o módulo de elasticidade. Determine também qual
é a contração do diâmetro que a força provoca no corpo de prova. Considere 𝐺𝑎𝑙 = 26 𝐺𝑃𝑎
e 𝜎𝑒 = 440 𝑀𝑃𝑎.

Fonte: HIBBELER, 2018, p. 94

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Exercícios

1.64) Uma barra circular com 600 𝑚𝑚 de comprimento e 20 𝑚𝑚 de diâmetro está sujeita a
uma carga axial 𝑃 = 50 𝑘𝑁. A deformação experimentada pela barra é 𝛿 = 1,40 𝑚𝑚 e o
diâmetro assume o valor 𝑑 ′ = 19,9837 𝑚𝑚. Determine o módulo de elasticidade e o módulo
de rigidez torcional desse material. Assuma que o material não sofre escoamento.

1.65) Um bloco com 20 𝑚𝑚 de espessura está firmemente colado entre placas rígidas.
Quando uma força 𝑃 é aplicada o bloco deforma-se na forma mostrada pela linha tracejada.
Determine a magnitude da carga 𝑃. O módulo de rigidez do material é 𝐺 = 26 𝐺𝑃𝑎. Assuma
que o bloco não sofre escoamento.

1.66) Um bloco com 20 𝑚𝑚 de espessura está firmemente colado entre placas rígidas.
Quando uma força 𝑃 é aplicada o bloco deforma-se na forma mostrada pela linha
tracejada. Determine a deformação de cisalhamento permanente no bloco quando a carga
𝑃 é liberada.

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1.67) A figura mostra a porção elástica do diagrama tensão-deformação para uma liga de
alumínio. O corpo de prova usado para o ensaio tem comprimento de referência de 50 𝑚𝑚
e 12,5 𝑚𝑚 de diâmetro. Quando a carga aplicada for 45 𝑘𝑁, o novo diâmetro do corpo de
prova será 12,478 𝑚𝑚. Calcule o módulo de cisalhamento, 𝐺𝑎𝑙 , para o alumínio.

1.68) A junta é conectada usando um parafuso de 30 𝑚𝑚 de diâmetro. Se o parafuso for


fabricado a partir de um material que tenha um diagrama tensão-deformação por
cisalhamento que seja aproximado como mostrado na figura, determine a deformação por
cisalhamento desenvolvida no plano de cisalhamento do parafuso quando 𝑃 = 340 𝑘𝑁.

1.69) Um bloco de polímero é fixado por chapas rígidas em suas superfícies superior e
inferior. Se a chapa superior se desloca 2 𝑚𝑚 horizontalmente quando estiver sujeita a uma
força horizontal 𝑃 = 2 𝑘𝑁, determine o módulo de cisalhamento do polímero. A largura do
bloco é de 100 𝑚𝑚. Suponha que o polímero é linearmente elástico.

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1.4 FATOR DE SEGURANÇA E TENSÃO ADMISSÍVEL

Discutimos nas seções anteriores alguns efeitos das solicitações externas sobre os
materiais que compõem os elementos estruturais ou de máquinas. Vimos que é possível,
conhecendo-se o carregamento em cada elemento, determinar a tensão e a deformação
que irão ocorrer nesses elementos. Além disso, também discutimos a relação entre a
tensão e a deformação e as formas pelas quais elas podem ser correlacionadas para
determinar as propriedades mecânicas dos materiais.
Com base nesses estudos, podemos, num primeiro momento, admitir que o projeto
mecânico desses elementos pode ser pensado sob dois aspectos: (1) conhecendo-se as
solicitações externas, podemos selecionar um material com propriedades mecânicas
adequadas para suportá-lo sem que ele se deforme plasticamente, ou seja, podemos
selecionar um material com tensão limite de escoamento, 𝜎𝑒 , maior ou igual à tensão no
ponto mais crítico de cada elemento da estrutura ou máquina. Além disso, se desejarmos
controlar a deformação sofrida por cada elemento, podemos selecionar um material com
módulo de elasticidade, 𝐸, adequado. (2) conhecendo-se as propriedades dos materiais
através dos quais a estrutura ou máquina é fabricada, podemos limitar as solicitações
externas para as tensões e deformações resultantes em cada elemento fique dentro do
previsto.
Entretanto, em situações reais de engenharia, nem sempre (quase nunca) é possível
determinar com precisão as propriedades mecânicas dos materiais e, de forma mais
acentuada, as reais solicitações externas que a estrutura ou máquina estarão sujeitas. Além
disso, devemos prever alguns inconvenientes que são comumente encontrados em
situações reais:
• Apesar de os materiais metálicos terem suas propriedades mecânicas definidas com
grau aceitáveis de precisão, materiais como madeira, concreto, polímeros e
compósitos podem apresentar alta variabilidades de suas propriedades mecânicas;
• Mecanismos de desgastes como: abrasão, corrosão, entre outros, tendem a
danificar os materiais durante o tempo;
• Uma estrutura pode ser projetada para suportar somente carregamentos estáticos,
mas, durante sua utilização, ela pode estar sujeita a vibrações, impactos e outros
carregamentos acidentais não considerados no projeto;
• As dimensões estabelecidas no projeto de um elemento estrutural ou de máquina
podem não se materializar, devidas as imperfeiçoes oriundas do processo de
fabricação;
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• A falha repentina da estrutura ou máquina pode provocar elevados prejuízos


materiais e, o mais grave, a perda de vidas.

Uma forma utilizada pelos engenheiros para lidar com essas e outras incertezas
durante o projeto é estabelecendo uma carga admissível para cada elemento estrutural ou
de máquina através da utilização de um número chamado de fator de segurança, 𝑭𝑺, que
é a razão entre a carga de ruptura, 𝐹𝑟𝑢𝑝 , e a carga admissível, 𝐹𝑎𝑑𝑚 , como mostrado pela
Equação 1. 22.

𝑭
𝑭𝑺 = 𝑭 𝒓𝒖𝒑 (1.22)
𝒂𝒅𝒎

Em que 𝐹𝑟𝑢𝑝 é determinada através de métodos experimentais (ensaios mecânicos).


Se, no projeto do elemento, a carga é aplicada de modo que o material permaneça
dentro do regime elástico, então, podemos expressar o fator de segurança em termos das
tensões de ruptura e admissível, tanto para a normal como para a cisalhante. As Equações
1.23 e 1.24 trazem essas relações:

𝝈
𝑭𝑺 = 𝝈 𝒓𝒖𝒑 (1.23)
𝒂𝒅𝒎

𝝈𝒓𝒖𝒑
𝑭𝑺 = 𝝈 (1.24)
𝒂𝒅𝒎

Em que:
𝐹𝑆 = fator de segurança;
𝜎𝑟𝑢𝑝 = tensão normal de ruptura, [𝑃𝑎];
𝜏𝑟𝑢𝑝 = tensão de ruptura em cisalhamento, [𝑃𝑎];
𝜎𝑎𝑑𝑚 = tensão normal admissível (admitida no projeto), [𝑃𝑎];
𝜏𝑎𝑑𝑚 = tensão cisalhante admissível (admitida no projeto), [𝑃𝑎].

O fator de segurança, 𝐹𝑆, é determinado em função de algumas variáveis como:


experiência do engenheiro na execução de um determinado projeto, probabilidade de danos
patrimoniais elevados, probabilidade de perda de vida, incerteza quanto as propriedades
dos materiais envolvidos e das solicitações externas.
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Uma análise das Equações 1.23 e 1.24 nos leva a concluir que quanto maior o 𝐹𝑆
adotado no projeto, menor a tensão que se admite (𝜎𝑎𝑑𝑚 ou 𝜏𝑎𝑑𝑚 ) num dado elemento
estrutural e, com isso, maior será sua área de seção transversal. Isso implica em aumento
de custos de produção. Assim, estabelecer um 𝑭𝑺 apropriado para um dado projeto
requer um balanço entre custo e segurança.
Por fim, observe-se que a tesão de ruptura, 𝜎𝑟𝑢𝑝 ou 𝜏𝑟𝑢𝑝 , não necessariamente
representam a tensão de ruptura obtida através da realização de ensaios mecânicos. Isso
é verdadeiro somente no caso dos materiais frágeis, como o ferro fundido e o concreto, em
que a tensão de ruptura é, de fato, o parâmetro a ser considerado no projeto. No caso de
materiais dúcteis, como aços de baixo teor de carbono, utiliza-se a tensão de escoamento,
𝜎𝑒 ou 𝜏𝑒 , no lugar de 𝜎𝑟𝑢𝑝 ou 𝜏𝑟𝑢𝑝 , uma vez que o elemento deve ser dimensionado para
que as deformações ocorram somente no regime elástico.

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EXEMPLO 1.21) A suspensão anti-shock de uma bicicleta é fixada em 𝐶 e suportada pelo


amortecedor 𝐵𝐷. Se for aplicado ao conjunto uma carga de 1500 𝑁, determine os diâmetros
mínimos requeridos para os pinos 𝐵 e 𝐶. Use um fator de segurança 𝐹𝑆 = 2. Os pinos são
fabricados em um material que apresentem tensão de ruptura 𝜏𝑟𝑢𝑝 = 150 𝑀𝑃𝑎, e ambos os
pinos estão sujeitos à cisalhamento duplo.

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EXEMPLO 1.22) A haste em suspensão está apoiada em sua extremidade por um disco
circular fixo acoplado, como mostrado na Figura. Determine o diâmetro mínimo exigido para
a haste e a espessura mínima do disco necessária para suportar a carga de 20 𝑘𝑁. A tensão
normal admissível para a haste é 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 60 𝑀𝑝𝑎, e a tensão de cisalhamento admissível
para o disco é 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 35 𝑀𝑝𝑎.

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EXEMPLO 1.23) Se a tensão de apoio admissível para o material sob os apoios em 𝐴 e 𝐵


for 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 1,5 𝑀𝑃𝑎, determine os tamanhos das chapas de apoios quadradas 𝑎𝐴′ e 𝑎𝐵′
exigidos para suportar a carga. Considere 𝑃 = 100 𝑘𝑁. Dimensione as placas com
aproximação de 𝑚𝑚.

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EXEMPLO 1.24) Uma placa de 10 𝑚𝑚 de espessura está encaixada em um bloco de


concreto e é utilizada para ancorar um cabo vertical de alta resistência, conforme mostra a
figura. O diâmetro do furo da chapa é 24 𝑚𝑚, o limite de resistência do aço utilizado é
𝜎𝑟𝑢𝑝 = 600 𝑀𝑃𝑎 e o limite de tensão de aderência entre a chapa e o concreto é 𝜏𝑟𝑢𝑝 =
6,0 𝑀𝑃𝑎. Sabendo que se deseja um fator de segurança de 3,0 quando 𝑃 = 20 𝑘𝑁,
determine (a) a largura 𝑎 necessária para a chapa e (b) a dimensão 𝑏 com que a placa deve
ser encaixada no bloco de concreto. (Despreze a tensão entre o concreto e a extremidade
inferior da placa).

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Exercícios

1.70) Refazer os exemplos 1.12, 1.14 e 1.15 da bibliografia básica.

1.71) As hastes 𝐴𝐶 e 𝐵𝐶 são usadas para suspender a massa de 200 𝑘𝑔. Uma vez
fabricadas em um material com 𝜎𝑎𝑑𝑛 = 150 𝑀𝑃𝑎, determine o diâmetro mínimo requerido
de cada haste.

1.72) A junta está presa por dois parafusos. Determine o diâmetro exigido para os parafusos
se a tensão de ruptura por cisalhamento para os parafusos for 𝜏𝑟𝑢𝑝 = 350 𝑀𝑃𝑎. Use um
fator de segurança para cisalhamento 𝐹𝑆 = 2,5.

1.73) Se cada um dos três pregos tem um diâmetro de 4 𝑚𝑚 e pode suportar uma tensão
de cisalhamento média de 60 𝑀𝑃𝑎, determine a força máxima permitida 𝑃 que pode ser
aplicada à placa.

1.74) O suporte é colado ao membro horizontal na superfície 𝐴𝐵. Se o suporte tem uma
espessura de 25 𝑚𝑚 e a cola pode suportar uma tensão de cisalhamento média de
600 𝑘𝑃𝑎, determine a força máxima 𝑃 que pode ser aplicada ao suporte.

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1.75) Se o parafuso de olhal é feito de um material com 𝜎𝑟𝑢𝑝 = 250 𝑀𝑃𝑎 determine o
diâmetro mínimo requerido 𝑑 da sua haste. Aplique um fator de segurança de 𝐹𝑆 = 1,5.

1.76) Determine a força máxima 𝑃 que pode ser aplicada à haste se ela for feita de material
com 𝜎𝑟𝑢𝑝 = 250 𝑀𝑃𝑎. Considere a possibilidade de que a falha ocorra na haste e na seção
𝑎 − 𝑎. Aplicar um fator de segurança 𝐹𝑆 = 2.

1.77) O pino é feito de um material com uma tensão de ruptura de falha de 𝜏𝑟𝑢𝑝 = 100 𝑀𝑃𝑎.
Determine o diâmetro mínimo requerido do pino para o 𝑚𝑚 mais próximo. Aplique um fator
de segurança de 𝐹𝑆 = 2,5.

1.78) Se a cabeça do parafuso e o suporte foram feitos do mesmo material com uma tensão
de cisalhamento defeituosa de 𝜏𝑟𝑢𝑝 = 120 𝑀𝑃𝑎, determine a força máxima permitida 𝑃 que
pode ser aplicada ao parafuso, de modo que ele não atravesse a placa. Aplique um fator
de segurança de 𝐹𝑆 = 2,5 contra falha de cisalhamento.

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1.79) As hastes 𝐴𝐵 e 𝐶𝐷 são feitas de aço cuja tensão de ruptura por tração é 𝜎𝑟𝑢𝑝 =
510 𝑀𝑃𝑎. Usando um fator de segurança 𝐹𝑆 = 1,75 para tração, determine o menor
diâmetro das hastes de modo que elas possam suportar a carga mostrada. Considere que
a viga está acoplada por pinos em 𝐴 e 𝐶.

1.80) O parafuso de olhal é usado para sustentar a carga de 25 𝑘𝑁. Determine seu diâmetro
𝑑 com aproximação de múltiplos de 5 𝑚𝑚 e a espessura exigida ℎ com aproximação de
múltiplos de 5 𝑚𝑚 do suporte de modo que a arruela não penetre ou cisalhe o suporte. A
tensão normal admissível para o parafuso é 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 150 𝑀𝑃𝑎 e a tensão de cisalhamento
admissível para o material é 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 35 𝑀𝑃𝑎.

1.81) Seis pregos são usados para manter a viga em 𝐴 contra a coluna. Determine o
diâmetro mínimo exigido para cada prego, com aproximação de 1 𝑚𝑚, se forem feitos de
material com 𝜏𝑟𝑢𝑝 = 112 𝑀𝑃𝑎. Aplique um fator de segurança 𝐹𝑆 = 2 na ruptura por
cisalhamento.

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1.82) Determine o diâmetro exigido para os pinos em 𝐴 e 𝐵 se a tensão de cisalhamento


admissível para o material for 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 100 𝑀𝑃𝑎. Ambos os pinos estão sujeitos ao
cisalhamento duplo.

1.83) Determine a espessura mínima exigida 𝑡 do elemento 𝐴𝐵 e a distância da extremidade


da armação se 𝑃 = 4 𝑘𝑁, cujo fator de segurança para ruptura é 2. A madeira tem tensão
de ruptura por tração de 𝜎𝑟𝑢𝑝 = 42 𝑀𝑃𝑎 e tensão de ruptura por cisalhamento 𝜏𝑟𝑢𝑝 =
10,5 𝑀𝑃𝑎.

1.84) Uma treliça é usada para sustentar a carga mostrada. Determine a área de seção
transversal requerida da barra 𝐵𝐶 se a tensão normal admissível for 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 165 𝑀𝑃𝑎.

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RESPOSTAS

1.2) 𝜎𝐴𝐵 = 118 𝑀𝑃𝑎 𝜎𝐵𝐶 = 58,8 𝑀𝑃𝑎


1.3) 𝜎 = 106,1 𝑀𝑃𝑎
1.4) 𝜎 = 10,0 𝑀𝑃𝑎
1.5) 𝑤 = 2,25 𝑁/𝑚
1.6) 𝜎𝐷 = 13,3 𝑀𝑃𝑎 (𝑐) 𝜎𝐸 = 70,7 𝑀𝑃𝑎 (𝑇)
1.7) 𝜎𝐴 = 15,3 𝑀𝑃𝑎 (𝑇) 𝜎𝐵 = 7,64 𝑀𝑃𝑎 (𝐶) 𝜎𝐶 = 10,2 𝑀𝑃𝑎 (𝑇)
1.8) 𝜎 = (238 − 2,26𝑧) 𝑘𝑃𝑎
1.9) 𝑑 = 1,2 𝑚
1.10) 𝜎 = (43,75 − 22,5𝑥) 𝑀𝑃𝑎
1.12) 𝜏𝐴 = 78,6 𝑀𝑃𝑎 𝜏𝐶 = 78,6 𝑀𝑃𝑎
1.13) 𝜏𝑝 = 79,6 𝑀𝑃𝑎 𝜏𝑚 = 225 𝑘𝑃𝑎
1.14)
1.15) 𝜏 = 50,9 𝑀𝑃𝑎
1.16) 𝜏 = 29,71 𝑀𝑃𝑎
1.17) 𝜎 = 549,05 𝑀𝑃𝑎 𝜏 = 428,96 𝑀𝑃𝑎
1.18) 𝜎 = 66,7 𝑘𝑃𝑎 𝜏 = 115 𝑘𝑃𝑎
1.19) 𝜎 = 90 𝑘𝑃𝑎 𝜏 = 52 𝑘𝑃𝑎
1.20) 𝜎 = 266,67 𝑘𝑃𝑎 𝜏 = 461,88 𝑘𝑃𝑎
1.21) 𝜎 = 4,69 𝑀𝑃𝑎 𝜏 = 8,12 𝑀𝑃𝑎
1.22) 𝑤 = 16 𝑘𝑁/𝑚
1.24) (𝑦𝐴 )𝑥𝑦 = 0,00524 𝑟𝑎𝑑 (𝑦𝑐 )𝑥𝑦 = 0,00524 𝑟𝑎𝑑
1.25) ∆𝐷 = 4,38 𝑚𝑚
1.26) 𝜖𝐶𝐷 = 0,001 𝑚𝑚/𝑚𝑚
1.27) 𝜖𝐶𝐷 = 0,00604 𝑚𝑚/𝑚𝑚
1.28) 𝜖𝐴𝐵 = 0,0343
1.30) (𝑦𝐴 )𝑥𝑦 = −0,00833 𝑟𝑎𝑑
1.31) 𝜖𝐵𝐶 = 0,00446 𝑚𝑚/𝑚𝑚 (𝑦𝐴 )𝑥𝑦 = −0,00741 𝑟𝑎𝑑
1.32) 𝜖𝐴𝐶 = 0,00347 𝑚𝑚/𝑚𝑚 (𝑦𝐴 )𝑥𝑦 = −0,0332 𝑟𝑎𝑑
1.48) (a) 𝐸 = 200 𝐺𝑃𝑎 (b) 𝜎𝑒 = 400 𝑀𝑃𝑎 (c) 𝜎𝑈 = 500 𝑀𝑃𝑎 (d) 𝛿 = 0,0955 𝑚𝑚
1.49) 𝛿 = 0,283 𝑚𝑚
1.50) 𝐸 = 192 𝐺𝑃𝑎
1.51) 𝛿 = 3,06 𝑚𝑚
1.52) 𝛿 = 0,0796 𝑚𝑚
1.53) 𝑃 = 628 𝑁
1.55) 𝐸 = 38,5 𝑘𝑃𝑎
1.56) 𝛿 = 0,333 𝑚𝑚
1.57) 𝑃 = 11,3 𝑘𝑁
1.58) 𝑢𝑟 = 77,0 𝑘𝐽 ⁄𝑚 3 𝑢𝑡 = 135,0 𝑘𝐽 ⁄𝑚 3
1.59) 𝑢𝑡 = 350,72 𝑘𝐽 ⁄𝑚 3
1.60) ∆𝑑 = −4,24 × 10−3 𝑚𝑚
1.61) 𝛿 = 0,126 𝑚𝑚, ∆𝑑 = −0,00377 𝑚𝑚
1.62) 𝜈 = 0,35
1.63) 𝑝 = 741 𝑘𝑃𝑎, 𝛿 = 7,41 𝑚𝑚
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1.64) 𝐸 = 68,2 𝐺𝑃𝑎 𝐺 = 25,3 𝐺𝑃𝑎


1.65) 𝑃 = 260 𝑘𝑁
1.66) 𝛾𝑝 = 0,015 𝑟𝑎𝑑
1.67) 𝐺𝑎𝑙 = 27,0 𝐺𝑃𝑎
1.68) 𝛿 = 0,833 𝑚𝑚
1.69) 𝐺 = 5 𝑀𝑃𝑎
1.71) 𝑑 = 4,08 𝑚𝑚
1.72) 𝑑 = 13,5 𝑚𝑚
1.73) 𝑃 = 2,26 𝑘𝑁
1.74) 𝑃 = 1,73 𝑘𝑁
1.75) 𝑑 = 16 𝑚𝑚
1.76) 𝑃 = 157 𝑘𝑁
1.77) 𝑑 = 36 𝑚𝑚
1.78) 𝑃 = 362 𝑘𝑁
1.79) 𝑑𝐴𝐵 = 6,02 𝑚𝑚 𝑑𝐶𝐷 = 5,41 𝑚𝑚
1.80) 𝑑 = 15 𝑚𝑚 ℎ = 10 𝑚𝑚
1.81) 𝑑 = 4,35 𝑚𝑚 ≈ 5 𝑚𝑚
1.82)
1.83) 𝑡 = 25,4 𝑚𝑚, 𝑏 = 88,0 𝑚𝑚
1.84) 𝐴 = 25,9 𝑚𝑚 2

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REFERÊNCIAS

CALLISTER, W. D. Jr. Ciência e engenharia dos materiais: uma introdução. 8 ed. Rio
de Janeiro: LTC, 2013.

BEER el al. Mecânica Vetorial para Engenheiros: Estática. 9. ed. Porto Alegre: AMGM,
2012.

BEER, F. P; et al. Mecânica dos Materiais. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.

BEER, F. P; JOHNSTON, R. E. Resistência dos Materiais. 3. ed. São Paulo: Pearson


Makron Books, 1995.

GERE, J. M; GOODINO, B. J. Mecânica dos Materiais: Tradução da 7ª edição norte-


americana. 7. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010.

HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 10. ed. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2018.

HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.

ROY, R; CRAIG, Jr. Mecânica dos Materiais. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003.

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APÊNCIDE A – PROPRIEDADES DE ALGUNS MATERIAIS

Módulo de Módulo de Tensão de escoamento, 𝝈𝒆 (𝑴𝑷𝒂)


Massa Coeficiente de
elasticidade elasticidade Coeficiente
Materiais específica, 𝝆 dilação térmica,
longitudinal, 𝑬 transversal, 𝑮 Tração Compr. Cisalh. de Poisson, ν
(𝒌𝒈/𝒎𝟑) 𝜶 (𝟏𝟎−𝟔 ℃−𝟏 )
(𝑮𝑷𝒂) (𝑮𝑷𝒂)
Metálicos
Ligas de 2014-T6 2790 73,1 27 414 414 172 0,35 23
alumínio
6061-T6 2710 68,9 26 255 255 131 0,35 24
forjadas
Ligas de ferro Cinzento ASTM 20 7190 67,0 27 - - - 0,28 12
fundido Maleável ASTM A-197 7280 172 68 - - - 0,28 12
Latão vermelho
8740 101 37 70 70 - 0,35 18
Ligas de cobre C83400
Bronze C86100 8830 103 38 345 345 - 0,34 17
Liga de
Am 1004-T61 1830 44,7 18 152 152 - 0,3 26
magnésio
Estrutural A36 7850 200 75 250 250 - 0,32 12
Estrutural A992 7850 200 75 250 250 - 0,32 12
Ligas de aço
Inoxidável 304 7860 193 75 207 207 - 0,27 17
Ferramenta L2 8160 200 75 703 703 - 0,32 12
Liga de titânio TI-6AL-4V 4430 120 44 924 924 - 0,36 9,4
Não metálicos
Baixa resistência 2380 22,1 - - - 12 0,15 11
Concreto
Alta resistência 2380 29 - - - 38 0,15 11
Polímero Kevlar 49 1450 131 - - - - 0,34 -
reforçado Vidro 30% 1450 72,4 - - - - 0,34 -
Madeira Abeto Douglas 470 13,1 - - - - 0,29 -
estrutural Espruce branco 3600 9,65 - - - - 0,31 -
Fonte: HIBBELER, 2018, p. 754.

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