Sei sulla pagina 1di 8

XIX Exposição de Experiências Municipais em Saneamento

De 24 a 29 de maio de 2015 – Poços de Caldas - MG

QUALIDADE DA ÁGUA DISTRIBUÍDA PELOS CAMINHÕES-PIPA

PARA CONSUMO HUMANO

Adriana Moreira de Carvalho


Biológa, mestra em Saneamento e Meio Ambiente e aluna especial em doutorado área Águas
Subterrâneas pela Universidade Estadual de Campinas(UNICAMP), funcionária do DMAE-Poços
de Caldas, setor Laboratório.

Endereço: Rua Tupinamás, 210, casa- Bairro Vila Togni- Cidade-Poços de Caldas - Estado – MG
-CEP: 37.704-349 - País - Brasil Tel: (35) 8813-7706 - e-mail: adrianacarvalho71@gmail.com

RESUMO

A água transportada pelo caminhão-pipa usada para consumo humano visa suprimir uma falta
momentânea. Porém não é raro este tipo de abastecimento ser rotineiro e a única forma de
algumas localidades terem acesso a uma água potável. Em locais onde a estrutura geológica não
é favorável a instalação de redes para a canalização da água, demanda-se do improviso,
utilizando os caminhões-pipa para se obter água, e de boa qualidade. Algumas localidades
dependem deste tipo de transporte para fornecimento de água e a demanda só vem aumentando.
Na cidade de Poços de Caldas ainda é raro este tipo de abastecimento, sendo mais comum o
abastecer somente em casos de suprir uma falta de água ocorrida por problemas diversos no
sistema de abastecimento das ETA´s, mas que breve é solucionado. O presente trabalho analisou
a qualidade da água de um tanque de caminhão-pipa que é usado para distribuir água potável . As
análises das águas deste tanque foi realizada antes de se fazer a desinfecção e pós desinfecção.
Baseado na Portaria 2914 (BRASIL, 2011) e em outras legislações correlatas foram realizadas as
análises e as comparações com os limites permissíveis. Concluindo que é necessária a pré-
desinfecção destes tanques para garantir distribuição de água livre de contaminações e ou
alterações.

Palavras-chave: Caminhão-pipa; Água para consumo humano; risco de contaminação; qualidade

ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 1


XIX Exposição de Experiências Municipais em Saneamento
De 24 a 29 de maio de 2015 – Poços de Caldas - MG

INTRODUÇÃO/OBJETIVOS

Embora a cidade de Poços de Caldas apresente um alto índice plúviometric abastecendo nossos
mananciais não se pode descartar uma inevitável paralização do abastecimento de água ocorrido
eventualmente. As possíveis causas para a interrupção brusca de água tratada podem ser devido
a vários fatores, os prinicpais são: danificações nas tubulações que fornecem água, perda da
energia elétrica na estação e danificações nas bombas causadas por raios durante as fortes
tempestades, dentre outras.
Na ocorrência de falta de água por um tempo prolongado, isto para estabelecimentos
considerados de importância pública, como é o caso de hospitais, escolas, prédios públicos, é
solicitado o abastecimento por caminhões-pipa.
O abastecimento pelo caminhão-pipa também é realizado constantemente para localidades onde
não há rede de água. Geralmente estas localidades são ou de difícil acesso ou distantes em
demasia dos pontos mais próximos onde o DMAE (Departamento Municipal de Água e Esgoto)
possui rede de distribuição de água tratada. Nestes casos, o abastecimento só é possível por
caminhões-pipa e somente é realizado para localidades públicas. Um dos exemplo seria o ponto
turístico do Cristo Redentor situado no alto da Serra de São Domingos e Canil Municipal situado
em uma área rural.
A água que abastece os tanques deste caminhão-pipa é de origem da ETA-1 ( Estação de
tratamento de Água-1), portanto é uma água tratada. Esta estação de água é monitorada
diariamente, segundo a Portaria 2914 (BRASIL, 2011) onde são realizadas ánalises
microbiologicas e de determinados parâmetros físico-quimicos.
O DMAE, possuí um caminhão-pipa para abastecimento de água tratada. Este caminhão deve
segundo a Portaria 2914 (BRASIL, 2011) estabelecido no Artigo 15, garantir que a água
distribuída seja potável. Para tanto se devem seguir alguns procedimentos citados na referida
Portaria, assegurar que os tanques, válvulas e equipamentos dos veículos transportadores sejam
apropriados e de uso exclusivo para o armazenamento e transporte de água potável.
A legislação que regulamenta as competências para os órgãos que prestam este tipo de serviço
ainda é limitada. A Portaria 2914 (BRASIL, 2011), faz uma pequena citação no seu Art.15,
deixando muito a desejar.
No Estado de São Paulo, criou-se uma Resolução SS-48, de 31/03/99, onde estabelece
providências a respeito do transporte e comercialização de água potável através de caminhões-
pipa bem mais amplos do que é estabelecido pela Portaria 2914 (BRASIL, 2011).

ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 2


XIX Exposição de Experiências Municipais em Saneamento
De 24 a 29 de maio de 2015 – Poços de Caldas - MG

A preocupação referente ao transporte destas águas por caminhões-pipas é devido aos riscos de
contaminações que podem ocorrer. As exigências quanto à qualidade da água crescem de acordo
com o progresso humano .
Á água destinada ao consumo humano deve obedecer a certos requisitos de ordem :
organoléptica, não ter odor e sabor objetáveis; física, ter aspecto agradável, não apresentar
teores de cor e turbidez acima do padrão de potabilidade; química, não possuir substâncias
nocivas ou tóxicas em concentrações superiores aos limites estabelecidos pelo padrão; biológica
, não possuir germes patogênicos.
Dentre os casos envolvendo contaminações com caminhões-pipa podemos citar o ocorrido no
estado do Ceará, a Secretaria de Saúde detectou que 41% da água distribuída pelos caminhões-
pipa no interior do estado estava contaminadas com fezes, (R7 notícias, 2013).
A Secretaria de Vigilância em Saúde de Poços de Caldas solicitou que o DMAE cumprisse a
exigência da Portaria 2914 (BRASIL, 2011) Art.15 estabelecendo um plano de desinfecção para
os tanques dos caminhões-pipas e seguisse as normas da referida Portaria.
O presente trabalho teve como objetivo analisar a qualidade das águas distribuídas pelo
caminhão-pipa, antes de fazer a desinfecção do tanque de armazenamento de água e após a
desinfecção e assim analisar as possíveis alterações.
A caracterização da pesquisa envolveu a observação do local onde fica armazenada a água,
estudo da bibliografia científica e, posteriormente, coletas, análises e levantamentos de dados,
seguido da avaliação dos resultados e finalmente a conclusão.

METODOLOGIA

As amostragens foram realizadas diretamente nas válvulas de saída de água do caminhão-pipa.

As coletas de amostras e periodicidade podem ser visualizadas na Tabela 1.

Tabela 1- Parâmetros e periodicidade das amostragens


Parâmetros Período Análises
Coliformes termotolerantes;

Microbiológicos Antes e pós-desinfecção Coliformes totais;

Contagem de bactérias heterotróficas

Físico-químicos Aspecto, cor, odor, pH, ferro, turbidez e cloro residual.


Fonte: dados pesquisa, 2014.

ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 3


XIX Exposição de Experiências Municipais em Saneamento
De 24 a 29 de maio de 2015 – Poços de Caldas - MG

Parâmetros microbiológicos: realizou-se uma coletada água do tanque do caminhão pipa antes
da desinfecção e posteriormente mais coletas pós-desinfecção do tanque. As análises realizadas
neste período foram: Coliformes termotolerantes, Coliformes totais, contagem de bactérias
heterotróficas. A escolha dos parâmetros foi baseada na Portaria n. 2.914 (BRASIL, 2011).

Parâmetros físico-químicos: realizou-se uma coleta da água do tanque do caminhão pipa antes
da desinfecção e posteriormente mais coletas pós-desinfecção do tanque. Os parâmetros
selecionados para as análises físico-químicas foram: Aspecto, cor, odor, pH, ferro, turbidez e
cloro residual. A escolha dos parâmetros foi baseada na Portaria n. 2.914 (BRASIL, 2011).

Tabela 2 - Preservação e armazenamentos das amostras


Análises Recipiente/volume Esterilização Preservação/Armazenamento Observações

Microbiológicas Vidro, 250 mL Autoclavação Resfriamento (em gelo)


armazenamento refrigeração
121º/1atm (4± 2° C)
Amostras
identificadas e
enviadas para
Físico-química Polietileno, 1 litros Lavagem Sem preservação
análise
detergente
neutro, água
deionizada
enxague final

Fonte: dados pesquisa, 2014.

Material e métodos

As análises microbiológicas, físico-químicas, para avaliação da qualidade das águas distribuídas


pelo caminhão pipa do DMAE foram realizadas no próprio laboratório do Departamento Municipal
de Água e Esgoto de Poços de Caldas (DMAE). Os métodos e a metodologia das análises
microbiológicas podem ser vistos na Tabela 3.

ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 4


XIX Exposição de Experiências Municipais em Saneamento
De 24 a 29 de maio de 2015 – Poços de Caldas - MG

Tabela 3 - Métodos e metodologias das análises microbiológicas


Parâmetro Método Metodologia
1
Coliformes totais Tubos múltiplos
1
Coliformes termotolerantes e/ou Tubos múltiplos
Escherichia coli
Contagem de bactérias Plaqueamento em CETESB (N.T. L5. 213)*
2
heterotróficas profundidade
(pour plate)

N.T (Normatização Técnica) * DMAE não faz uso direto do Standard Methods baseia-se na metodologia da
CETESB.
1:
Método de tubos múltiplos técnica conforme semeadura de volume determinados da amostra em caldo
lactosado, incubação a 35° (24-48 horas), ocorrendo um enriquecimento de organismos fermentados da
2
lactose.Análises de bactérias heterotróficas : é feito por meio de contagem em placas de Petri, inocula-se a
amostra em meio enriquecido (glucose). Fonte: dados pesquisa,2014.

Os dados referentes ao método e a metodologia das análises físico-químicas encontram-se na


Tabela 4.

Tabela 4 – Método e metodologia das análises físico-químicas


Parâmetros Métodos Metodologia

Cor aparente* Calorimetria

pH Eletroquímico
CETESB
Turbidez/Ferro Espectrofotometria

Condutividade elétrica Condutivímetro

Fonte: dados pesquisa, 2014.

RESULTADOS/ DISCUSSÃO

RESULTADOS BACTERIOLÓGICOS

Os parâmetros selecionados foram baseados na Portaria 2914 (BRASIL, 2011). Considerados


parâmetros “importantes usados para definir a qualidade sanitária da água”. As bactérias do grupo
dos coliformes, presentes em material fecal, são as principais limitadoras do uso da água para
consumos diversos” (MARQUES s/d). Logo abaixo na Tabela 5 verificam-se os resultados das

ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 5


XIX Exposição de Experiências Municipais em Saneamento
De 24 a 29 de maio de 2015 – Poços de Caldas - MG

análises da Estação de Tratamento de Água (ETA-1), do tanque do caminhão-pipa antes da


desinfecção e pós-desinfecção.

Tabela 5 – Resultados das análises microbiológicas ETA-1, caminhão-pipa antes desinfecção


e pós desinfecção
Contagem Bacteriana Coliformes Termotolerantes Coliformes Totais
Portaria 2914/11 Até 500 UFC/mL UFC/100 mL UFC/100 mL
(V.M.P)
ETA-1 Ausente Ausente Ausente

Caminhão-pipa-Antes 02 Ausente Ausente


desinfecção
Caminhão-pipa- pós- Ausente Ausente Ausente
desinfecção
Fonte: DMAE,2014

As análises realizadas indicaram ausência de microorganismos patógenos para os parâmetros


acima analisados em conformidade com os valores estabelecidos na Portaria 2914 (BRASIL,
2011).

RESULTADOS ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS

As análises físico-químicas foram baseadas na Portaria 2914 (BRASIL, 2011) . Os resultados das
análises da ETA-1, tanque antes da desinfecção e pós-desinfecção estão apresentados na Tabela
6.

Tabela 6 - Resultados análises físico-químico ETA-1


Chuvas Aspecto Cor Odor pH Turbidez Cloro Ferro
24 h aparente residual
Portaria Límpido 15 Ausente 6,0 a 5 3,0 0,3
2914/11 9,5
V.M.P
Eta-1 - Límpido 0,9 Ausente 7,24 0,66 0,99 *
Tanque antes Não Turvo 35,8 N.Objetável 7,23 5,30 0,40 0,99
desinfecção
Tanque pós- Não Límpido 7,9 N.Objetável 6,87 2,1 0,68 0,18
desinfecção
Valor turbidez baixo não é necessário fazer análise ferro (*). Fonte: DMAE (2014).

ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 6


XIX Exposição de Experiências Municipais em Saneamento
De 24 a 29 de maio de 2015 – Poços de Caldas - MG

As análises físico-químicas foram baseadas na Portaria 2914 (BRASIL, 2011) e na Resolução


SS-48 da Secretaria de estado de Saúde Coordenadoria de Controle de Doenças. Os resultados
das análises físico-químicas da água do tanque do caminhão antes da desinfecção apresentou
alterações conforme verifica-se na tabela 6.
Os resultados obtidos da amostra antes do procedimento de desinfecção do tanque do caminhão-
pipa indicaram que esta água está com seu aspecto alterado e com valor de ferro
aproximadamente 3 vezes acima do estabelecido pela Portaria 2914 (BRASIL, 2011) . Do ponto
de vista estético é uma água inadequada para consumo.
A cor na água é causada pela presença de íons metálicos, principalmente ferro. A cor torna a
água esteticamente inaceitável para uso doméstico, bem como em alguns casos, para uso
industrial. A Cor aparente - é a cor conferida pelas substâncias dissolvidas e também pelas
substâncias em suspensão.
A turbidez é causada por matéria em suspensão na água (argila, silte, matéria orgânica, etc.) que
perturba sua transparência É expressa em mg/L, através de aparelhos denominados
turbidímetros, sendo o mais comum o de Jackson. As unidades que também expressam turbidez
são: unidade de turbidez (UT), unidade de turbidez Nefelométrica (UTN), Unidade Jackson (UJ),
onde todas eqüivalem a mg/L.
O ferro constitui problema em função de manchas marrom-avermelhadas, coloração característica
de ferrugem. O ferro acima de 0,3 mg/L, já se apresenta como indesejável.
Para as análises realizadas da ETA-1 e pós desinfecção verifica-se ausência de alterações nos
parâmetros acima analisados e conformidade com os valores estabelecidos na Portaria 2914
(BRASIL, 2011).

CONCLUSÃO

Concluiu-se que cumprir as normas de desinfecção dos tanques dos caminhões-pipa que tem a
função de distribuírem água potável para consumos diversos, melhora as condições da água
armazenada e consequentemente preserva-se as condições de qualidade da água distribuída. A
desinfecção deve seguir as normas, tanto quanto a maneira correta, quanto a frequência que
deverá ser realizada. É dever da vigilância sanitária fiscalizar, mas é ético partir das empresas a
iniciativa de seguir as normas, independente da fiscalização.

ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 7


XIX Exposição de Experiências Municipais em Saneamento
De 24 a 29 de maio de 2015 – Poços de Caldas - MG

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. PORTARIA 2.914. (2011). Ministério do Estado da Saúde-MS. Norma de qualidade da


água para consumo humano. Portaria n° 2.914, D.O.U. de 14/12/11, República Federativa
do Brasil, 2011.

BRASIL. RESOLUÇÃO SS-48. (1999). Secretaria de Estado da Saúde Coordenadoria de


Controle de Doenças. Pulicado em D.O.E.- Seção 1- Volume 109 – Número 61. S.P.

CABRINI, K. T.; GALLO, C. R. (2001). Avaliação da qualidade microbiológica de águas


minerais envasadas. Hig. Alim., v.15, n.90/91, p.83-92,.

GOOGLE. www.R7noticias. Acesso dia 18/02/14 às 17:45.

GUEDES, A.B.; CARVALHO, J.M.T.; (1997). Operação e Manutenção de ETAS. CAGEPA-


Diretoria de Operação.João Pessoa (Pb).

MARQUES, P. P.(s/d). Programa de qualidade de águas. Revista Ciência e Tecnologia, pp. 35-
42.

ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento 8

Potrebbero piacerti anche