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Período de Kiev

O início da expressão literária na Rússia pode ser situado em torno do século IX,
quando os missionários e eruditos bizantinos Cirilo e Metódio escreveram em
dialeto eslavo-macedônio que, mais tarde, passaria a se chamar eslavo-litúrgico.
A primeira grande época da civilização russa desenvolveu-se em Kiev e o
eslavo-eclesiástico antigo foi usado durante vários séculos como língua literária
para a qual se traduziram textos de caráter religioso e semi-religiosos escritos
em grego.

Os monges chegaram a dominar estas formas literárias importadas e produziram


uma literatura própria: Sermão sobre a lei e a graça (c. 1050), do religioso
Hilarion, e o mais conhecido, Profissão de fé, que, talvez, seja texto de um
monge e esboça uma história dos povos eslavos. Uma das obras mais
extraordinárias deste período, o Cantar das hostes de Igor (1185), aborda uma
comovedora epopéia anônima, apelando para a unidade dos eslavos contra os
invasores nômades asiáticos.

Século XX
No início do século XX, um considerável número de escritores russos — entre os
quais, Aleksandr Aleksandrovitch Blok, Valeri Yakovlevich Briusov, Konstantin
Dmitrievich Balmont, Boris Nikolaievich Bugaiev e Zinaida Nikolaievna Gippius
— dedicou-se à poesia.

Enquanto isto, os escritores simbolistas insistiam em alterar as propriedades


tradicionais do romance. O poeta, romancista e crítico literário Dimitri
Sergeievich Merezhkovski empenhou-se em escrever estudos históricos,
enquanto Fiodor Sologub descrevia fatos fantásticos ocorridos, paralelamente,
aos acontecimentos da existência doutrinária.

Numerosos escritores trabalharam independentes de qualquer escola ou


movimento. O dramaturgo e contista Leonid Nikolaievich Andreyev, o romancista
Alexandr Ivanovich Kuprin e o poeta e romancista Ivan Alekseievitch Bunin —
primeiro escritor russo que recebeu o Prêmio Nobel (1933) — enriqueceram a
prosa russa com obras bastante pessoais.
O romancista, dramaturgo e ensaísta Maksim Gorki realizou uma síntese literária
pessoal a partir de suas experiências e é considerado o fundador do movimento
denominado Realismo Socialista.

Durante o período de relativa calma que se seguiu à fundação da União das


Repúblicas Socialistas Soviéticas, surgiu uma nova escola de pensamento,
segundo a qual a cultura proletária substituiria as formas herdadas do passado.
Segundo esta escola, a literatura seria a ferramenta de conscientização e
transformação da sociedade. Os escritores Futuristas, encabeçados pelo poeta
Vladimir Vladimirovitch Maiakovski, propuseram uma drástica mudança nas
formas, nas imagens literárias e na textura da linguagem. Outro grupo mais
conservador, conhecidos como os Irmãos Serapion, preferiu manter-se fiel às
tradições clássicas russas.

Boris Leonidovitch Pasternak tornou-se uma das vozes poéticas mais


individualizadas de nossa época. Pasternak realizou, através de seus poemas
líricos e narrativos, amplas explorações em torno da percepção. Por outro lado,
Anna Akhmatova e Osip Emilievitch Mandelstam — associados ao grupo
Acmeísta surgido no período pré-revolucionário — também alcançaram certa
celebridade.

A narrativa desta época gravita em torno da doutrina oficial do Realismo


Socialista e caracterizou-se pela grande dificuldade que encontraram os
escritores da época em descrever a revolução e a guerra civil que a seguiu. Um
dos romances mais populares deste período, Chapaiev (1932), de Dimitri
Furmanov, oferece uma transcrição de acontecimentos pessoais e históricos. No
outro extremo, situam-se as histórias breves de Isaac Babel nas quais os
acontecimentos extraídos do diário do autor falam de irônicas discrepâncias e
surpreendentes analogias entre fatos e pessoas nos anos da guerra civil. Nesta
linha, destacam-se os romances de Konstantin Alexandrovich Fedin, Leonid
Maximovich Leonov e Alexandr Alexandrovich Fadeiev.

No período imediatamente posterior à guerra, a curiosa combinação entre o


ardor revolucionário e o afã comercial aparecem refletidos na narrativa de
Valentin Petrovich Kataiev, nos ácidos relatos curtos e apontamentos de Mikail
Zoshchenko e nas sátiras de Ilia Arnoldovich Ilf e Yevgeni Petrovich Petrov.

Os melhores escritores deste momento adaptaram-se às fórmulas políticas do


Realismo Socialista, entre eles Leonov, o dramaturgo e romancista Konstantin
Simonov e Mikhail Aleksandrovitch Cholokhov.

Com a morte de Josef Stalin, em 1953, os escritores começaram a se questionar


sobre a vida na União Soviética, ao mesmo tempo em que dirigiam seus olhares
para as viviam nos lugares mais distantes do país. O renomado poeta Ievgueni
Aleksandrovitch Ievtuchenko voltou a injetar paixão em uma moribunda tradição
poética e seu contemporâneo, Yrey Voznesenski, contribuiu para vitalizar a
linguagem da poesia.

Doutor Jivago (1957), de Boris Pasternak, não pode ser lido em russo até 1987.
Em 1958 foi concedido o Prêmio Nobel de Literatura a seu autor. Pasternak,
submetido à poderosas pressões oficiais, não o aceitou.

No começo da década de 1960, o crítico e erudito Yrey Siniavski publicou várias


obras sob o pseudônimo de Abram Tertz. Entre elas encontrava-se um artigo em
tom irônico, O que é o Realismo Socialista?, no qual atacava os fundamentos
intelectuais desta doutrina. Em 1966, sob a acusação de difamar a União
Soviética, Yrey Siniavski foi condenado, junto com o também escritor Yuli
Markovich Daniel, a trabalhos forçados.

O renomado romancista Aleksandr Isaievitch Soljenitsin ultrapassou,


constantemente, a linha que separava o permitido do proibido, não conseguindo
livrar-se da censura. Em 1970, Solzhenitsin recebeu o Prêmio Nobel de
Literatura. Seu gesto foi duramente condenado pelo governo e pela União dos
Escritores Soviéticos.

Durante o período pós-stalinista, o termo "literatura ilegal" (samizdat) foi usado,


repetidas vezes, para qualificar as obras de Mikail Bulgakov, do poeta Joseph
Brodsky, Prêmio Nobel de Literatura em 1987, além de muitos outros escritores
e pensadores, entre eles, Valerii Tarsis. Após o colapso da União Soviética, em
1991, iniciou-se uma nova era na literatura russa.
Por Rainer Gonçalves Sousa

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