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Adalto Cardoso Sales

ADVOGADO
OAB/MS 19.300 – OAB/RO 9.047 SUP.
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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO


ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE JI-PARANÁ – RO

Autos nº 7002355-30.2018.8.22.0005
Recorrente: CENTRAIS ELETRICAS DE RONDÔNIA S/A – CERON
Recorrido: SERGIO RAMALHO DA SILVA

SERGIO RAMALHO DA SILVA, já devidamente qualificado nos


autos do processo em epígrafe, por seu advogado signatário,
vem respeitosamente perante Vossa Excelência, tempestivamente,
oferecer CONTRARRAZÕES DO RECURSO INOMINADO, interposto pela
Demandada, consoante faculta os art.42, § 2º, da Lei 9.099/95,
requerendo sua juntada e regular processamento.

Nestes termos, pede deferimento.

Ariquemes-RO., 14 de novembro de 2018.

ADALTO CARDOSO SALES


OAB/MS 19.300
OAB/RO 9.047 (SUP.)

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Rua Zola Cícero, 665, M. Castelo, Cep:79011-510, Campo Grande - MS.: Tel. (67) 99158-3467
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CONTRARRAZÕES DO RECURSO INOMINADO

Processo nº: 7002355-30.2018.8.22.0005


1º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE JI-PARANÁ-RO
Recorrente: CENTRAIS ELETRICAS DE RONDÔNIA S/A – CERON
Recorrido: SERGIO RAMALHO DA SILVA

EGRÉGIO COLÉGIO RECURSAL


COLENDA TURMA
ÍNCLITOS JULGADORES

Merece ser mantida integralmente a r. sentença


recorrida, em razão da correta apreciação das questões de fato
e de direito, conforme restará demonstrado ao final.

I - DA TEMPESTIVIDADE

De acordo com o disposto no art. 42, § 2º, da Lei


9.099/95, o Recurso Inominado deverá ser respondido no prazo
de 10 (dez) dias a contar da intimação do recorrido. Assim
sendo, considerando que o Recorrido teve ciência da decisão em
30/10/2018, e que dia 02/11/2018, foi feriado nacional,
levando em consideração que a contagem de prazos, são em dias
úteis (art. 219, NCPC), verifica-se que as contrarrazões são
tempestivas.

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II - DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A presente demanda foi proposta pela parte autora como


“AÇÃO IN REM VERSO POR ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA”, sob a égide
da teoria actio nata, e não como afirma a demandada (Ação de
Obrigação de Fazer cumulada com Indenização por Dando
Material).

Em que pese, tenha sido usado o código 10671, da


plataforma do PJe (Obrigação de Fazer / Não Fazer), este não
ilide o teor da Petição Inicial que expõe contundentemente ser
o pleito, uma ação in rem verso, conforme alhures, com
fundamento nos artigos 884 a 886 do Código Civil, Instituto
este que socorre situações em que o “enriquecimento sem
causa”, não seja possível de restituição por outro meio capaz
de ressarcir o prejuízo sofrido, vez que o direito ao
ressarcimento tem sido abarcado pela prescrição ou decadência.

Frise-se que a “Obrigação de Fazer e não Fazer” e a


“Actio In Rem Verso”, são Institutos deveras diferentes que
tratam de situações diferentes. Enquanto aquela poder ser
conceituada pela doutrina como uma relação jurídica
determinada entre devedor e credor, tendo como caráter a
transitoriedade, e como objeto, a prestação pessoal devida
pelo primeiro ao segundo, tendo como garantia do cumprimento o

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seu patrimônio, esta, por sua vez, na lição de Limongi França1,


é:

“o acréscimo de bens que se verifica no patrimônio


de um sujeito, em detrimento de outrem, sem que
para isso tenha um fundamento jurídico”.

Em que pese a prescrição seja a “vilã” que, por um lado


desfavorece o Recorrido, e por outro favorece a Recorrente,
por se tratar de sansão aplicada (o que se observa no presente
caso), ao Recorrido, que não utilizou de sua pretensão pelas
vias judiciais no prazo assinalado em lei, a mesma não pode
ser pretendida sem nenhuma ressalva.

A bem da verdade, por se tratar de pessoa simples, que


passa maior parte do tempo no campo, o Recorrido somente teve
ciência de seu direito recentemente.

Nessa condição somente agora, buscou seu direito.

DD. Julgadores, importante a analise do termo inicial


da prescrição, bem como a incidência da Teoria da Actio Nata
no presente caso.

O artigo 189 do Código Civil, preconiza que: “violado o


direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue,

1 - FRANÇA, R. Limongi. Enriquecimento sem Causa. Enciclopédia Saraiva de


Direito. São Paulo: Saraiva, 1987.
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pela prescrição, nos prazos a aludem os arts. 205 e 206”. Logo


o termo inicial da prescrição é o surgimento da pretensão.

Todavia, a aplicação da regra do art. 189 do CC., sem


ressalvas traz prejuízos àqueles que viram seus direitos
violados, uma vez que a violação do direito não
necessariamente caminha junto com a ciência daquele que sofreu
a violação.

Assim, eis a consagração da Teoria da Actio Nata que


reza que a contagem do prazo da prescrição somente é possível
a partir do conhecimento da violação do direito.

Nesta senda é o Enunciado 14 do Conselho da Justiça


Federal, verbis:

1) O início do prazo prescricional ocorre com o


surgimento da pretensão, que decorre da
exigibilidade do direito subjetivo;

2) o art. 189 diz respeito a casos em que a


pretensão nasce imediatamente após a violação do
direito absoluto ou da obrigação de não fazer.

Destarte, a Teoria da Actio Nata, se consagra, para a


proteção daqueles que não tiveram a possibilidade da imediata
ciência do dano sofrido, como bem aponta a Súmula 278 do STJ:

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“O termo inicial do prazo prescricional, na ação de


indenização, é a data em que o segurado teve
ciência inequívoca da incapacidade laboral”
(negritamos).

Nesta mesma senda de entendimento, o Ministro Napoleão


Nunes Maia explicou que “o instituto da prescrição é regido
pelo princípio da actio nata, ou seja, o curso do prazo
prescricional tem início com a efetiva lesão ou ameaça do
direito tutelado, momento em que nasce a pretensão a ser
deduzido em juízo2”.

Ainda a Ministra Regina Helena do E. Superior Tribunal


de Justiça, de igual forma declarou:

“O Superior Tribunal de Justiça possui entendimento


sedimentado sobre o prazo prescricional fundado na
teoria da actio nata, segundo o qual a pretensão
nasce quando o titular do direito subjetivo violado
obtém plena ciência da lesão e de toda a sua
extensão, bem como do responsável pelo ilícito,
inexistindo, ainda, qualquer condição que o impeça
de exercer o correlato direito de ação. Interrupção
não configurada” (grifo nosso)3.

2 - AgRg no REsp 1148236 / RN, julgado em 07/04/2011. Acesso em 14 nov.


2018.
3 EDcl no AgInt no REsp 1717713/SP, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA,

PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 31/10/2018), Acesso em 14 nov.


2018.

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Indubitavelmente, isso é um agir de má-fé, que trouxe


injustiça e desiquilíbrio em relação ao Recorrido. Ademais, o
enriquecimento sem causa tem status de princípio
constitucional implícito4.

Finalizando, as demais alegações da Recorrente, são


falácias, desprovidas de fundamentação e que não merecem ser
consideradas. A alegação de que não houve incorporação da
rede/substação que outrora pertencia ao Recorrido, não
procede. A bem da verdade, houve sim a incorporação, no
momento em que a Recorrente assumiu o controle absoluto da
referida rede / substação.

Quanto ao dano material, o mesmo ocorreu no exato


momento em que a Recorrente assumiu o controle da rede /
substação construída (instalada), as expensas única e absoluta
do Recorrido, sem que houvesse ressarcimento do valor
dispendido pelo ora Recorrido.

Assim, por todo o exposto, a r. sentença deve ser


mantida pelos seus próprios fundamentos.

4-Disponível em:
<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=+%
28%28MARCO+AUR%C9LIO%29%2ENORL%2E+OU+%28MARCO+AUR%C9LIO%29%2ENORV%2E+OU+%28
MARCO+AUR%C9LIO%29%2ENORA%2E+OU+%28MARCO+AUR%C9LIO%29%2EACMS%2E%29%28%40JUL
G+%3E%3D+19970304%29%28%40JULG+%3C%3D+19970516%29&pagina=10&base=baseAcorda
os&url=http://tinyurl.com/ycp8z37z >. Acesso em 14 nov. 2018.
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DO PEDIDO

DIANTE DO EXPOSTO, requer-se, que essa Egrégia Turma


Recursal negue provimento ao recurso inominado interposto pela
CENTRAIS ELETRICAS DE RONDÔNIA S/A – CERON, e que seja mantida
a r. sentença do juízo a quo em todos os seus termos, como
forma de inteira e lídima justiça, caráter inibitório de
condutas lesivas e caráter também educativo.

Requer, ainda, os honorários advocatícios em 20% (vinte


por cento), sobre o valor condenação.

Termos em que, pede deferimento.

Ji-Paraná-RO., 14 de novembro de 2018.

ADALTO CARDOSO SALES


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