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Maria Paccelle

A IMPORTÂNCIA DA
EDUCAÇÃO MUSICAL
NA EDUCAÇÃO INFANTIL
E SÉRIES INICIAIS

“A aula de Educação Musical tem como


principais metas interagir com o conteúdo
programático, possibilitar a integração cerebral
auxiliando na subjetividade e raciocínio lógico
simultaneamente e apresentar a música com
uma socialização de alcance cultural”.
Maria Paccele

Rio de Janeiro

2016
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Paccelle, Maria -
A importância da educação musical na educação infantil
e séries iniciais / Maria Paccelle. -- 11. ed. Rio de Janeiro
- RJ : PoloBooks, 2016.
82 p.; 14 x 21cm
ISBN: xxxxxxxxxxxxxx
1. Educação. 2. Música. I. Título

CDD 780
CDU 780.7

Índice para catálogo sistemático


1 Educação : 2 Música

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO MUSICAL NA


EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS

Capa: Thiago Francisco


Diagramação: Anne Charlyne Raviani
Prefácio: Luciane Tavares de Lacerda
Impressão: PoloPrinter

11ª edição: maio de 2016

Copyright© 2016 Maria Paccelle

CONVITES PARA CURSOS E PALESTRAS:


www.escritoramariapaccelle.com.br

Gráfica PoloPrinter
Rua Antônio das Chagas, 550 - 04714-000 - São Paulo - SP
11 . 3791.2965 11 . 98393.7000
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SUMÁRIO

Dedicatória........................................................................ 5
Apresentação..................................................................... 7
Prefácio............................................................................. 9

I – MÚSICA, UMA LINGUAGEM UNIVERSAL.....................11


II – COMO TUDO COMEÇOU... ....................................... 13
III – CURIOSIDADES SOBRE O CÉREBRO.......................... 19
1- O que é o cérebro?.................................................. 19
2- Mapeamento do cérebro......................................... 20
3- Tronco Cerebral...................................................... 20
4- Tronco Encefálico................................................... 22
5- Diferenças entre o cérebro do homem e da mulher.... 22
6- Os movimentos dos globos oculares querem
dizer muita coisa... ................................................ 23
IV – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E DIFERENÇAS
DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS................................. 25
1- O que o cérebro esquerdo faz melhor?..................... 27
2- O que o cérebro direito faz melhor?......................... 27
V – NOÇÕES ELEMENTARES DA MÚSICA........................ 29
1- Notas – pauta – claves............................................ 29
2- Altura e duração dos sons........................................31
3- Figuras Musicais de Som e de Silêncio..................... 32
4- Compassos Simples e Compostos............................ 32

3
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

VI – TÉCNICAS PARA UTILIZAR O CONHECIMENTO


DAS DIFERENÇAS HEMISFERIAIS NA
CONSTRUÇÃO DO PLANO DE AULA......................... 35
1- Testes Hemisferiais................................................. 35
a) Educador........................................................... 35
b) Alunos.............................................................. 38
2- Equilíbrio Hemisferial............................................. 42
a) Exercícios.......................................................... 42
b) Origames........................................................... 43
3- Linguagem Subjetiva.............................................. 48
a) Organização...................................................... 44
b) Conteúdos......................................................... 50
c) Comandos, Tarefas e rotina................................. 53
4- Incluir a Educação Musical no Projeto Pedagógico
de sua escola......................................................... 56
a) Quando devemos começar a Educação Musical.... 56
b) Pontos importantes da música na Educação
Infantil e Ensino Fundamental I.......................... 57
c) Como planejar uma aula de Educação Musical
para Educação Infantil?...................................... 62
VII – Exemplo de Projeto de Educação Musical para
Educação Infantil..................................................... 67
1 - Objetivos Gerais..................................................... 67
2 - Formato das aulas................................................... 69
3 - Planejamento semanal............................................ 70
4 - Avaliação Trimestral................................................ 73
5 - Conteúdo programático........................................... 74
VIII – A volta da música nas escolas................................. 75
IX – Palavras finais ......................................................... 79
X – Bibliografia.................................................................81

4
DEDICATÓRIA

Ao meu esposo José Carlos que sempre me incentiva na


minha carreira.

Ao meu esposo José Carlos Joaquim Vieira que sempre


incentiva a minha carreira.

A todos os educadores que nunca desistem de dedicar


suas vidas, pacientemente, em benefício das “sementinhas
de gente” com quem convivem na Educação Infantil e Séries
Iniciais.

As escolas que trabalhei e tive oportunidade de colocar


em prática meus laboratórios com confiança e credibilidade
de seus diretores e coordenadores, especialmente ao Colégio
Nilopolitano, Santo Amaro – RJ e Fruto da Terra - GO

5
APRESENTAÇÃO

D e acordo com a nova LDB, lei 9394/96, portaria do


MEC nº 125/08 decretos 5622/05 sobre EAD, por
força da lei 11.769/2008, a música desde 2008 voltou a ser
uma disciplina obrigatória. Tivemos um prazo até o ano 2012
para nos adequar à lei. Estamos em 2016 e vemos que está
cada dia mais difícil cumprir a lei por conta de vários fatores:
a escassez do profissional qualificado, a falta de informação,
a dúvida do conteúdo programático da matéria visto que é
totalmente diferente de aulas em “escola de música”, profes-
sores de música perdidos na escola regular, e finalmente a
falta de fiscalização da lei. Ao mesmo tempo a música na
escola não voltou à tona à toa. Trata-se de uma ferramenta
de trabalho muito eficiente se usada da maneira correta como
disciplina e como parceira interdisciplinar em outras maté-
rias. Pensando em toda essa questão desenvolvi uma série
de materiais e cursos de capacitação sobre o tema destinado
a educadores, tanto os leigos quanto os especializados. No
livro: A importância da música na Educação Infantil e Séries
Iniciais defendo como base do trabalho musical as capacida-
des hemisferiais do cérebro do aluno e o que a música é capaz
de fazer para aprimorá-las, com técnicas pedagógicas incluí-
das no planejamento da matéria que farão toda a diferença.

7
Depois continuo explanando sobre os diversos aspectos da
música na escola: Conteúdo, planejamento,  benefícios, his-
tória da música na escola, esclarecimento da lei musical, etc.
O melhor a fazer nesse momento histórico é a preparação dos
estudantes e educadores já formados, e dos que estão dispos-
tos a ocupar essa cadeira, sejam eles músicos ou educadores
leigos. Porque apesar do músico estar por dentro da parte téc-
nica, o mesmo não conhece a rotina escolar e tratam as aulas
de música na escola como “Escola de música” o que não é
o objetivo mencionado nos RCNs e PCNs da disciplina. Por
outro lado os coordenadores, pedagogos e diretores não estão
a par do que seria um conteúdo programático da disciplina
e a didática correta a ser usada para construí-lo. Visando o
conhecimento pessoal e boa formação dos alunos vale a pena
se inteirar sobre o assunto!

A autora
PREFÁCIO

O trabalho “A importância da Educação Musical na


Educação Infantil e Séries Iniciais ” realizado pela
Mestranda em música Maria Paccelle, desenvolvido em 24
anos de laboratórios e tendo por base os estudos do PHD em
Psicologia David Lewis, vem revolucionando o meio educa-
tivo no Brasil. Vários educadores curvam-se a esse trabalho,
afirmando assim sua utilidade e importância.
Como cita Maria Paccelle, “Através do conhecimento
da Pesquisa Científica dos Hemisférios Cerebrais o professor
pode desenvolver uma didática mais eficiente e criativa”.
Surge com este trabalho uma nova visão metodológi-
ca, abrindo para os educadores um “leque” de opções para
desenvolver de forma mais ampla e positiva suas atividades
junto às crianças.
Como psicopedagoga afirmo que esse trabalho vem, e
muito, acrescentar soluções para nossos problemas de apren-
dizagem.
Como educadora parabenizo e apoio os esforços usados
para divulgação e realização deste expressivo trabalho.

Luciane Tavares de Lacerda de Moura Oliveira


(Psicopedagoga)

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I
MÚSICA, UMA LINGUAGEM
UNIVERSAL

V ocê tem ideia das inúmeras coisas que a música tem


proporcionado â humanidade?
A música é capaz de entrar nos lares, comunidades, re-
ligiões e transpor a barreira e distância entre os continentes.
A música é uma linguagem, que mesmo sem usar pa-
lavras une os corações apaixonados e penetra no fundo da
alma.
A música tem a capacidade de envolver nos com sen-
timentos que talvez não conseguíssemos expressar sem ela.
A música pode nos capacitar intelectualmente e psico-
motoramente.A música tem gramática, aspectos semânticos,
frases, timbres, etc.
A música pode auxiliar no raciocínio lógico-matemático
pois o ritmo e contado e dividido a todo momento.
Com estudo da música o aluno pode tomar conheci-
mento das características culturais de um povo.
Com a música podemos nos socializar, brincar, interagir
com o próximo. A música pode e deve ser usada como tera-
pia com pacientes que tenham diferentes tipos de problemas
como por exemplo a depressão, stress, problemas motores,

11
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

deficiência mental, etc. Tocar um instrumento é uma das ma-


neiras que o ser humano tem de desenvolver a capacidade
cerebral. Estudar música promove o trabalho dos hemisférios
cerebrais facilitando o aprendizado. A música desenvolve a
percepção, afinação e a audição. Está provado que é muito
bom ouvir músicas de qualidade quando a mulher está ges-
tante ajuda no desenvolvimento do feto. Além de vários be-
nefícios a música é uma profissão legalizada pela lei há mais
de 50 anos. O músico tem sindicado e a OMB (Ordem dos
músicos do Brasil). Exercer essa profissão sem os documentos
é crime.
Acima de tudo a música é um presente de Deus.
A música na Educação Infantil e Séries Inciciais não tem
o objetivo de formar músicos e sim de ser usada como ferra-
menta interdisciplinar, cultural, artística e motivadora.

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II
COMO TUDO COMEÇOU...

V ou contar um pouco da minha experiência como


aluna, para deixar mais claro o “porque” de ter co-
meçado todo este trabalho que realizo hoje.
Aos três anos de idade já lia e escrevia. Isso não deixava
só a minha família preocupada, mas também o corpo docente.
Fui progredindo nos estudos, gostava de estudar, escrever, fa-
lar, todas as disciplinas que envolviam isso eu tirava de letra.
Às vezes não as praticava em casa, mas só pela explanação eu
as entendia e fazia ótimas provas.
Mas havia um problema: A Matemática. Eu, se não fos-
se a pior aluna era uma das piores. Nunca entendia nada que
os meus professores me falavam. Geralmente eu até começava
a criar uma certa antipatia por eles, nunca repeti de ano, nem
fiquei de recuperação, graças aos muitos explicadores de ma-
temática que minha mãe me colocava todo ano.
Sempre estive muito adiantada na escola, mas isso não
me fazia sentir inteligente. Me sentia às vezes até um pouco
“burra”. Tudo por causa da matemática.
Estudei inglês, música... e foi aí que esqueci de tudo
mesmo. Eu estudava o dia inteiro o “tal do violão”. Minha
família dava a maior força. Eu fiquei tão ruim na escola, que

13
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

minha mãe, por castigo, me tirou por uns tempos das aulas
de violão.
Afinal eu consegui terminar o primeiro grau sem repetir
em matemática.
Eu queria ser professora, e aos 12 anos comecei o ma-
gistério. No início daquele ano completei 13 anos e como era
“grandona” pararam de me ver como uma “aberração”, pois
eu era a mais nova da sala mas não parecia.
Fiz vestibular para música e passei, meu sonho era ser
professora de música e abrir a minha própria escola.
Às vezes eu me questionava: - Porque não fiz pedago-
gia? Afinal lecionar era a minha paixão. Mas hoje eu sei que
se não tivesse estudado música, jamais teria descoberto o que
descobri.
A Teoria Musical é uma matéria difícil de ser assimilada
por alguns alunos. Podemos falar que muitos têm “ojeriza”
por ela. Você já reparou quantos músicos tocam muito bem e
não sabem nem o que é pauta musical? Comecei a questionar
isso! Afinal a música é uma linguagem, e como toda a lingua-
gem precisa de um trabalho: de leitura, audição e escrita.
Como passar isso para os alunos?
A forma a mais tradicional que aprendi música, não ti-
nha nada haver com o que eu pensava sobre a didática e tudo
aquilo que se aprende no curso de magistério e pedagogia.
O que fazer então?
Fiz alguns cursos de reciclagem, mas só percebi a solu-
ção, quando descobri as diferenças dos hemisférios cerebrais.
Através de várias pesquisas feitas, pude constatar que é pro-
vado cientificamente que o hemisfério direito do cérebro tem
funções subjetivas, musicais, artísticas, intuitivas, orientação
espacial, etc. Já o hemisfério esquerdo tem funções como ló-
gica, fala, racionalidade, objetividade, leitura, etc.
Apesar de usarmos os dois lados, sempre há um predo-
minante!

14
Maria Paccelle

Eis a questão: músicos são subjetivos, trabalham com


o hemisfério direito com mais facilidade. Por isso, a lógica
teórico-musical é desgastante para eles. É muito mais fácil
tocar subjetivamente do que traduzir códigos musicais que
são irmãos da matemática, que está no hemisfério esquerdo.
Na parte teórico-musical fazemos cálculos com frações
o tempo todo. A música escrita e a matemática têm tudo em
comum.
O contrário também se apresenta, há músicos incapazes
de improvisar de ouvido, mas que lêem partitura muito bem,
por ter predomínio do hemisfério esquerdo.
Perdoei-me por longas culpas de “burrice matemática”,
não decorar números telefônicos, não lembrar de nomes de
pessoas conhecidas ou que acabo de conhecer, sonhar colori-
do, achar endereço por imaginação intuitiva e nunca por ano-
tações, entre outras coisas. Segundo teste realizado, descobri
que trabalho muito mais com hemisfério direito.
A solução que encontrei para ensinar conceitos teóri-
cos, ritmo, e tudo que na música necessita do hemisfério es-
querdo, foi a minha própria criatividade. Afinal o meu mun-
do é o da criatividade! O interessante mesmo foi descobrir
que a minha dificuldade em matemática não era falta de in-
teligência e sim, que para um aluno com predomínio do he-
misfério direito, a lógica deve ser passada de outra maneira:
Subjetivamente!
Parei para me ver por dentro e entender como um mú-
sico pensa. Criei então uma forma subjetiva para ensinar a
lógica teórica. Resultado: Laboratórios, artigos para revistas ,
jogos educativos , fantasias, fantoches e uma maneira especial
de falar com a criança: usar a linguagem dela!
Foi então que mudou de figura. Todos podem ser músi-
cos, mas o professor tem que dar aula de acordo com o fun-
cionamento do cérebro de seu aluno. Cada aluno é um aluno.
O resultado é que todos poderiam ser músicos e utilizam a

15
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

música para estimular os dois hemisférios cerebrais. Isso é


chamado cérebro integrado!
Enquanto professora, comecei a me preocupar com a es-
cola. Principalmente com a Educação Infantil e Séries Iniciais,
porque estas dificuldades hemisferiais também estão presen-
tes lá. Estamos saindo do tradicionalismo e entrando numa
fase que se chama de “Busca embaralhada”. Teorias, estudos,
críticas do que a escola deve ser, qual o seu futuro. Que cami-
nho a seguir? Quase ninguém está se preocupando com o fato
de que há algo muito mais sério do que escolher uma teoria
moderna que seja a solução. Não desprezo teorias, críticas,
teses relativas à educação. Não tenho a intenção de defender
nenhuma tese ou teoria nesse trabalho que denomino: “A im-
portância da Música na Educação Infantil e Séries Iniciais”,
o que quero deixar claro é que existem diferenças dentro de
uma classe repleta de alunos, e que essas diferenças não são
só sociais ou de QI. São principalmente as de predominância
dos hemisférios cerebrais. Eu poderia ter sido uma ótima
aluna de matemática se os meus professores soubessem lidar
com o hemisfério direito, que é predominante em mim.
A maneira de colocar conteúdo, praticá-lo e fixá-lo deve
respeitar essas diferenças. Atualmente as escolas “trabalham”
com um só tipo de aluno, um aluno que não existe, pois nin-
guém é igual.
O que quero dizer, contando um pouco da minha vida
como aluna, e das minhas experiências como professora de
música, é que a escola deve fornecer meios ao professor para
se reciclar e se transformar em um educador que observa me-
lhor seus alunos, e está por dentro de todas as novidades na
educação.
O que fiz com música pode ser aplicado a qualquer
disciplina usando a Educação Musical como veículo de Inte-
gração Cerebral estimulando os alunos a usarem todo o seu
potencial.

16
Maria Paccelle

Nesse livro você vai poder conhecer um pouco mais so-


bre os hemisférios cerebrais, o poder da música e sobre você
mesmo.
Minha missão em compartilhar experiências com la-
boratórios que realizei e comprovei com sucesso é cutucar
o professor a SER CRIATIVO o tempo todo. Ele precisa ter
coragem para enfrentar dificuldades que surgirem. Acredito
que minhas sugestões vão ajudar ao exercício da criatividade.
Com certeza você vai usá-las como um ponto de partida para
suas próprias idéias, se aprofundar em pesquisas adquirindo
maior conhecimento e reciclagem em sua área!

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III
CURIOSIDADES SOBRE O CÉREBRO

1. O QUE É O CÉREBRO?

Localizado dentro do crânio ou da caixa craniana – a


cabeça –, o cérebro forma a principal parte do sistema ner-
voso central. Seu peso, em média, é de 1,3 quilo e forma a
parte mais desenvolvida e a mais volumosa do encéfalo. Sua
composição é formada por uma massa de tecido cinza-róseo,
interna e externamente. Por dentro, apresenta duas substân-
cias diferentes. A branca. que ocupa o centro, e a cinzenta,
que forma o córtex cerebral.
O córtex cerebral – onde estão agrupados os neurônios –
se divide em mais de 40 áreas com funções distintas. Ou seja,
cada uma controla uma atividade específica do corpo e manda
-ordens para os músculos, membros ou órgãos executem suas
tarefas voluntária ou involuntariamente Para os cientistas, a
presença de grandes áreas cerebrais ligadas ao controle da
face e das mãos, por exemplo, explica porque o cérebro reúne
tanta sensibilidade.

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A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

2. MAPEAMENTOS DO CÉREBRO

OS LOBOS

a) Lobo Frontal – Faz o controle do comportamento motor


especializado como a fala, o humor, o pensamento e o
planejamento do futuro. Geralmente, o controle da lin-
guagem fica no lobo frontal esquerdo.

b) Lobo Parietal – Tem a obrigação de receber e interpretar os


estímulos sensoriais provenientes do restante do corpo.
Nesse ponto são controlados os movimentos corpóreos.

c) Lobo Occipital – É a área que tem a responsabilidade de


interpretar a visão recebida externamente pelos olhos e
suas respectivas subpartes.

d) Lobo Temporal – Cuida da parte emotiva da pessoa. Ali


são geradas as recordações e as emoções. Tal região pos-
sibilita também que se reconheça outras indivíduos e
objetos, processem e recordem eventos distantes e ini-
ciem a comunicação ou as ações.

3. TRONCO CEREBRAL

Além dos lobos, o cérebro é composto em sua base por


agrupamentos de células nervosas que compõem o tronco ce-
rebral e cujas estruturas são dividas em três partes: gânglios
basais, tálamo e hipotálamo. Cada um tem papéis de grande
importância no desenvolvimento, funcionamento do corpo e
na manutenção da vida:

a) Gânglios Basais - Participam ativamente na realização


de movimentos suaves. As principais unidades anatô-

20
Maria Paccelle

micas dos gânglios basais incluem núcleo caudado, pu-


tamen, globo pálido e claustrum.

b) Tálamo – É responsável pela organização das mensa-


gens sensoriais que chegam e partem dos níveis supe-
riores do córtex cerebral. Funciona como centro de re-
transmissão dos impulsos elétricos que viajam para e do
córtex.

c) Hipotálamo – Faz a coordenação de algumas das fun-


ções mais automáticas do corpo: controle do sono e da
vigília, manutenção da temperatura corporal e equilí-
brio hídrico do organismo.

Outro subsistema cerebral muito importante é formado


pelo tronco encefálico, que reúne mesencéfalo, ponte e me-
dula oblonga. Cabe a essa região conectar o cérebro à medula
espinhal, além de coordenar e entregar as informações que
chegam ao encéfalo. Desse modo, controla a atividade de di-
versas partes do corpo.
O mesencéfalo dá conta da coordenação das informa-
ções referentes ao estado de contrações dos músculos, da pos-
tura e de certos reflexos do corpo. A ponte é formada essen-
cialmente de fibras nervosas mielinizadas que ligam o córtex
cerebral ao cerebelo.
O tronco encefálico regula automaticamente outras
funções fundamentais do organismo: auxilia no ajuste da
postura, no controle da respiração, da deglutição e do ritmo
cardíaco, no controle da velocidade com que o organismo
consome os alimentos e no aumento do estado de vigília em
caso de necessidade. Se o tronco encefálico for seriamente
lesionado, essas funções automáticas cessam e ocorre o óbi-
to do paciente.

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A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

4. TRONCO ENCEFÁLICO

O tronco encefálico é formado pelo: diencéfalo, mesen-


céfalo, ponte e mielencéfalo ou medula oblonga. A última é
continuada pela medula espinhal ao nível do forame magno.
O Tronco Encefálico é uma área do encéfalo que fica
entre o tálamo e a medula espinhal. O Tronco Encefálico pos-
sui ainda várias estruturas como o bulbo, a ponte, a formação
reticular e o tegmento do mesencéfalo, responsáveis pelas se-
guintes funções: Respiração, Ritmo dos batimentos cardíacos
e Pressão Arterial.
O tronco encefálico, que muito se assemelha na estrutu-
ra e função em todos os vertebrados, contém, além dos tratos
que descem e sobem através dele, grupos de células que:
a) compreendem os principais centros integrantes das fun-
ções motoras e sensitivas;
b) formam os núcleos da maioria dos nervos crânicos (to-
dos esses nervos, exceto o primeiro, estão ligados ao
tronco encefálico);
c) constituem centros relacionados com a regulação de
uma variedade de atividades viscerais, endocrinológi-
cas, comportamentais e outras;
d) estão funcionalmente associadas com a maioria dos
sentidos especiais;
e) controlam a atividade muscular da cabeça e, em parte,
do pescoço;
f) inervam as estruturas dos arcos faríngicos; e
g) estão ligadas com o cerebelo.

5. DIFERENÇAS ENTRE O CÉREBRO DO HOMEM E


DA MULHER

As diferenças existem, sem dúvida, e não apenas por


causa das diferenças sexuais, ligadas ao processo de repro-

22
Maria Paccelle

dução. As partes mais desenvolvidas do cérebro masculino


onde há maior metabolismo, são diferentes das observadas no
cérebro da mulher. Por isso, enquanto as fêmeas argumentam,
os machos usam a força. Tais peculiaridades explicam tam-
bém porque as mulheres se recuperam melhor dos danos da
fala decorrentes da doença cerebral-vascular. Justificaria ain-
da porque há certa dificuldade de comunicação entre os dois.

6. OS MOVIMENTOS DOS GLOBOS OCULARES


QUEREM DIZER MUITA COISA...

Existem coisas curiosas sobre o movimento dos olhos.


Os olhos estão diretamente ligados a atividades cerebrais. Pelo
movimento dos olhos a gente pode saber quais comandos es-
tão sendo utilizados. Você pode saber praticamente o que o
outro esta pensando... observe:

a) Olhos virados para o alto no lado direito: criando ima-


gens.
b) Lado esquerdo: recordando imagens.
c) Ao centro, lado direito: criando sons.
d) Ao centro, lado esquerdo: recordando sons.
e) Pra baixo, lado direito: pensando sobre si mesmo e ten-
tando achar soluções.
f) Pra baixo, lado esquerdo: pensando sobre si mesmo to-
mando decisões.

Observe seus alunos e seus amigos, etc.

23
IV
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E
DIFERENÇAS DOS HEMISFÉRIOS
CEREBRAIS

D e acordo com o PHD em psicologia pela Universi-


dade de Sussex, David Lewis, se você retirasse a
calota de um crânio humano e examinasse a matéria cinza-ro-
sada do cérebro descobriria que os dois hemisférios cerebrais
parcialmente separados e ligados por uma faixa de um tecido
conectivo chamado corpo caloso contém cerca de 200 milhões
de fibras nervosas que funcionam como um centro telefônico
muitíssimo complexo, não só transmitindo milhões de men-
sagens entre os hemisférios esquerdo e direito, mas também
tomando decisões sobre que sinais podem ser autorizados a
passar de um para o outro.
Desde o início do século os neurologistas reconheceram
que as diferentes áreas do cérebro estavam destinadas a rea-
lizar funções específicas. Durante os anos 1860, por exemplo,
um cirurgião de nome Paul Broca descobriu que nossa capa-
cidade de falar era, geralmente controlada pelo lado esquerdo
do cérebro. Posteriormente, Carl Wernicke, professor na Uni-
versidade de Breslau, de 26 anos, identificou uma segunda

25
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

área, também do lado esquerdo, responsável pela compreen-


são da palavra falada. Descobertas como estas sugeriam que
os hemisférios esquerdo e direito deveriam realizar, com toda
probabilidade, diferentes tarefas. Mas, foi apenas no século
XX que toda extensão destas diferenças foi reconhecida como
resultado de pesquisas em pacientes cujos corpos calosos
tinham sido danificados durante operações realizadas para
evitar os violentos ataques epilépticos que os acometiam. O
resultado foi a total interrupção da comunicação dos hemis-
férios esquerdo e direito, deixando os pacientes com o que
eram, essencialmente, dois cérebros operando independentes
um do outro, contidos no mesmo crânio.
Foi somente nos anos 60, quando sua atuação intelectu-
al foi assunto de um exame detalhado por parte do Dr. Roger
Sperry e seus colaboradores na Universidade de Chicago e no
Instituto de Tecnologia da Califórnia que vieram à luz diferen-
ças impressionantes.
“O lado esquerdo do cérebro tem a responsabilidade
fundamental da linguagem e das tarefas que exijam avaliação
lógica, metódica e analítica, como por exemplo, os problemas
matemáticos.O cérebro esquerdo acompanha o passar do tem-
po e opera de modo racional. Sua maneira de operar é linear,
ou seja, ele atua ligando uma idéia à seguinte até chegar a
uma conclusão. O hemisfério direito, em comparação, não é
verbal, nem raciocínio. Ele se ocupa de imagens e intuições,
reunindo idéias desconexas e criando unidades vivas. Seus
talentos especiais incluem a música, a pintura, a escultura, o
movimento e a dança.

26
Maria Paccelle

1. O QUE O CÉREBRO ESQUERDO FAZ MELHOR

1. Explicar usando palavras.


2. Recordar usando a linguagem.
3. Pensamento gradual.
4. Controle de emoções.
5. Encarar a vida com seriedade.
6. Trabalhar com fatos.
7. Analisar.
8. Raciocinar logicamente.
9. Tarefas práticas.
10. Atividades estruturadas.
11. Organização.
12. Exige fatos concretos antes de chegar a uma conclusão.
13. Competição.
14. Rotina.

2. O QUE O CÉREBRO DIREITO FAZ MELHOR

1. Explicar usando imagens.


2. Recordar usando a imagens.
3. Pensamento holístico.
4. Demonstração de emoções.
5. Encarar a vida com humor.
6. Trabalhar com situações problemas que, aparentemen-
te, não tem uma solução.
7. Sintetiza.
8. Raciocinar subjetivamente.
9. Tarefas lúdicas.
10. Atividades abstratas.
11. Desorganização.
12. Impulsividade.

27
V
NOÇÕES ELEMENTARES DA
MÚSICA

V amos tratar neste capítulo das noções elementares


da música. Estas devem fazer parte da Educação
Musical dentro e fora da escola.
Quem não conhece a escrita musical ficam curiosos para
entender o que são aquelas “bolinhas pretas” chamadas par-
tituras. Pois bem, vou tentar explicar da forma mais prática
possível que a música é uma linguagem: a gente pode ouvi-la,
reproduzi-la vocalmente ou com instrumentos musicais e es-
crevê-la.
Para todo o resto usamos símbolos. Esses símbolos são
sempre muito lógicos. Creio que a música tem tudo a ver com
lógica e matemática. Este motivo já era bastante convincente
para que a música fosse incluída no currículo básico do con-
teúdo programático do ensino fundamental.

1. NOTAS - PAUTA - CLAVES

A música é uma linguagem. Para que possamos com-


preendê-la e nela expressar-nos, é indispensável o estudo das
notas musicais.

29
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

Os sons musicais são representados por sete notas: DÓ,


RÉ, MI, FÁ, SOL, LÁ, SI.

PAUTA OU PENTAGRAMA:
Escrevem-se as notas em uma pauta de cinco linhas e
quatro espaços, que se contam de baixo para cima.

_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________

São utilizadas as linhas e os espaços.

CLAVES:
São sinais que servem para dar nome às notas.
Existem três claves; a clave de Sol, a clave de Fá e a de
Dó.
Como escrever a clave de sol na pauta:

A clave é colocada no início de cada pauta.

Empregando-se a clave de sol, as notas terão a seguinte


disposição na pauta:

30
Maria Paccelle

2. ALTURA E DURAÇÃO DOS SONS

Para representá-las, são usados sinais de forma oval,


que pelas posições tomadas no pentagrama indicam sons
mais graves ou mais agudos, e pela variedade de sua forma
indicam o temo de duração dos sons.

ALTURA

DURAÇÃO – FIGURAS E VALORES

São sinais que indicam a duração dos sons. São sete os


valores:

FIGURAS (VALORES)

A SEMIBREVE consideramos um inteiro

A MÍNIMA é a metade da semibreve

A SEMÍNIMA é um quarto da semibreve

A COLCHÉIA é um oitavo da semibreve

31
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

A SEMICOLCHÉIA é um dezesseis avos da semi-


breve

A FUSA é um trinta e dois avos da semibreve

A SEMIFUSA é um sessenta e quatro avos da semi-


breve

3. FIGURAS MUSICAIS DE SONS E SILÊNCIO

Pausas são sinais que indicam a duração dos períodos


de silêncio no decorrer da música. Cada figura tem uma pausa
equivalente:

semibreve mínima semínima colcheia semicolcheia fusa semifusa

4. COMPASSOS SIMPLES E COMPOSTOS

Compasso é uma reunião de tempos. Um trecho mu-


sical consta de partes iguais chamadas compassos, que são
separados por linhas verticais chamadas Barra Divisória ou
Travessão.
EXEMPLO:

32
Maria Paccelle

No final de um trecho usa-se dois travessões, chamados


de TRAVESSÃO DUPLO.

Os compassos são formulados com números sobrepos-


tos. O número superior indica a quantidade e o inferior a qua-
lidade dos valores que estabelecem a fórmula de compasso.
Assim, são indicados os valores:

São mais usados os compassos:

BINÁRIO – TERNÁRIO – QUATERNÁRIO

O Binário: abrange 2 tempos em cada compasso, tem o


primeiro forte e o segundo fraco.

O Ternário: abrange 3 tempos em cada compasso, tem o


primeiro tempo forte e o segundo fraco.

Quaternário: abrange 4 tempos em cada compasso, tem


o primeiro tempo forte e o terceiro meio forte, sendo o segun-
do e o quarto fracos.

33
VI
TÉCNICAS PARA UTILIZAR O
CONHECIMENTO DAS DIFERENÇAS
HEMISFERIAIS NA CONSTRUÇÃO
DO PLANO DE AULA

1. TESTES HEMISFERIAIS

Cada ser humano nasce com uma predominância. Al-


guns trabalham mais com o lado direito, outros mais com o
lado esquerdo. Há ainda alguns que utilizam um pouco de
cada lado são chamados cérebros integrados. A primeira téc-
nica é aplicar o teste hemisferial em você, e depois nos seus
alunos. Sabendo disso, você vai ter mais argumentos para ad-
ministrar a relação ensino-aprendizado com a sua classe.

A) Teste de Predominância Hemisferial


(Educador)

Marque com um X a sua escolha:

1- Você costuma ter sonhos nítidos dos quais você se re-


corda com facilidade ao acordar?

35
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

(a) Frequentemente.
(b) Ocasionalmente.
(c) Raramente.

2- Quando lhe dão informações sobre um endereço desco-


nhecido, você de um modo geral:

(a) Visualiza o caminho que lhe estão descrevendo e


não faz anotações?
(b) Desenha um mapa?
(c) Apoia-se principalmente em anotações escritas?

3- Ao escrever, costuma fazê-lo com letra de imprensa?

(a) Frequentemente.
(b) Ocasionalmente.
(c) Raramente.

4- Ao conversar com outras pessoas costuma enfatizar


seus pontos de vista com gestos:

(a) Frequentemente.
(b) Ocasionalmente.
(c) Raramente.

5- Se calcular que horas são, depois de várias horas sem


olhar um relógio, você de um modo geral está:

(a) Errado em mais de 15 minutos?


(b) Com uma diferença máxima de 15 minutos?
(c) Com uma diferença mínima de 5 minutos?

6- Segure um lápis na vertical, mantendo o braço esticado,


e alinhe-o com algo como uma porta ou a esquadria de

36
Maria Paccelle

uma janela. Feche o olho esquerdo e verifique se o lápis


movou ou não. Agora feche o direito. O lápis se movi-
mentou menos:

(a) Com o olho esquerdo fechado?


(b) Com o olho direito fechado?

7- Sente-se numa posição relaxada e ponha as mãos no


colo com os dedos entrelaçados. Agora olhe para os po-
legares. Estão colocados de modo que:

(a) O dedo direito está por cima?


(b) Estão os dois polegares lado a lado?
(c) O esquerdo está por cima?

8- Após ter sido apresentado a alguém, você consegue, de


um modo geral:

(a) Recordar-se melhor do rosto do que do nome?


(b) Lembrar-se com igual facilidade do rosto e do nome?
(c) Gravar melhor o nome do que o rosto?

9- Preferia trabalhar num emprego onde:

(a) A rotina seja pouca ou nenhuma?


(b) Onde haja uma mistura de atividades rotineiras e
novos desafios?
(c) O trabalho segue uma rotina conhecida, com
poucas surpresas?

10- Você tem confiança na intuição e segue seus palpites:

(a) frequentemente
(b) de vez em quando
(c) Raramente

37
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

B) Teste de Predominância Hemisferial (Alunos)

Marque com um X a sua escolha:

1- Destas três matérias, de qual você mais gosta:

(a) Arte.
(b) Matemática.
(c) Inglês.

2- Gosta de participar de concursos e competições?

(a) Na maioria das vezes.


(b) Ocasionalmente.
(c) Raramente.

3- A TV quebrou e você tem meia hora antes de ir para a


cama. Como passaria este tempo?

(a) Desenhando?
(b) Brincando com jogo?
(c) Lendo?

4- Dê uma olhada rápida na figura. O rosto está:

(a) Sorrindo
(b) Carrancudo

5- Durante uma aula de redação, você terá que escolher


um desses temas. Qual escolherá?

38
Maria Paccelle

(a) Inventar uma história.


(b) Escrever sobre suas férias.
(c) Explicar como se constrói alguma coisa.

6- O que acha que este desenho mostra?

7- Qual o desenho que ilustra o modo que você escreve?

8- O que você preferia ser?

(a) Músico ou pintor.


(b) Escritor ou fotógrafo.
(c) Cientista ou engenheiro.

9- Após você ter ouvido uma canção algumas vezes, você


se lembra:

(a) Da melodia mais do que a letra?


(b) De ambas?
(c) Recorda-se mais da letra do que da melodia?

39
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

10- Segure um lápis na vertical com o braço esticado e ali-


nhe-o com uma porta ou esquadria da janela. Agora fe-
che o olho esquerdo e observe se o lápis mexeu ou não.
Repita a operação, fechando o olho direito. O lápis se
mexeu menos:

(a) Quando fechou o olho esquerdo?


(b) Quando fechou o olho direito?

CONTAGEM DOS PONTOS:

Marque 5 pontos para cada resposta (a) assinalada, 3


para cada (b) assinalada e 0 para cada (c), exceto na pergunta
6, onde marcará 5 pontos se tiver assinalado (a) e nenhum
ponto para (b). Isto oferece, como na avaliação uma possibili-
dade máxima de máxima de 50 pontos e um mínimo de zero.

Resultados:

Observe a faixa:

LE Lado esquerdo predominante

I Integrado (usa características dos dois lados mas não é


predominante em nenhum)

LD Lado direito predominante

40
Maria Paccelle

OBSERVAÇÕES SOBRE O TESTE COM ALUNOS:

1- Deve ser uma conversa informal, e o professor vai mar-


cando as opções do aluno;

2- As figuras apresentadas nas questões 4 e 6 devem ser


ampliadas;

3- Na questão 7 deve ser observado com qual mão a crian-


ça escreve.

O teste do aluno deve ser calculado da mesma maneira


que o do educador. Nas respostas das questões abaixo tere-
mos algumas explicações:

a) Número quatro: (a) cinco pontos e (b) três pontos

b) Número seis, quem acertar que o desenho represen-


ta um homem montado a cavalo recebe cinco pontos.
Quem disser outra resposta não recebe pontuação.

Ps: Figuras vazadas são preenchidas pelos predominan-


tes do cérebro direito.

c) Quem escreve com a mão esquerda recebe cinco pontos.


com a mão direita recebe três pontos.

CONSIDERAÇÕES:

Então existem três tipos de pessoas?

Não é bem assim, veja por essa maneira:

QI + PH + NS + QE + F = Aluno

41
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

Cada pessoa tem uma quantidade de Inteligência (QI),


uma predominância hemisferial (PH), um nível social que
possibilita a maiores ou menores possibilidades culturais e de
experiência de vida (NS), Quantidade Emocional (QE), que
cresce de acordo com a maturidade, e a formação familiar (F),
que encaminha na vida moral, formação do caráter e auto-
confiança.
Sem dúvida a predominância cerebral influencia no uso
de todas as outras partes desta “fórmula”.
Descobrir como lidar com ela nas suas aulas pode mu-
dar toda a forma de aprendizado do aluno fazendo com que
esse aproveite melhor sua vida acadêmica.

2. EQUILÍBRIO HEMISFERIAL

A) Exercícios

Precisamos realizar atividades que utilizem os dois he-


misférios. Por isso comecei a desenvolver trabalhos motores
para estimular os hemisférios opostos dos alunos.

As atividades motoras são enviadas pelo cérebro ao


contrário. Então, para trabalhar com o hemisfério direito, fa-
zemos exercícios com a mão esquerda e vice-versa.

Exemplos:

a. Tirar o elástico da mão sem usar a outra.


b. Cruzar as mãos e mexer os dedos uma a um.
c. Escrever coma mão oposta a que está acostumado.
d. Fazer um (zero) com a mão esquerda enquanto faz um
(oito) com a mão direita.

42
Maria Paccelle

B) Origames

Fazer dobraduras é um excelente exercício para o lado


esquerdo do cérebro. Experimente dobrar enquanto conta
uma história e cantar entre os espaços...

Exemplo:

DOBRADURA DO FOTÓGRAFO.

Objetivos Gerais:

Desenvolver o hemisfério esquerdo com a ação lógica


de dobrar.
Desenvolver o hemisfério Direito com a imaginação
através da história contada simultaneamente e o canto.

CONTO – FÉRIAS NA CASA DA VOVÓ

Joãozinho foi passar férias na casa da vovó. Foi direto


para o quintal montar uma barraca (figura 1).

43
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

O vento estava derrubando a barraca toda hora, ele en-


tão chamou seu amiguinho Pedrinho e juntos conseguiram
reforçar a barraca deixando-a resistente ao vento (figura 2).

Vovó chamou Joãozinho e Pedrinho para lanchar. En-


quanto isso vovô fez um chapéu de papel para Joãozinho
brincar de marinheiro (figura 3).

OBS.: Música “O meu chapéu tem três. pontas”.

44
Maria Paccelle

Depois fez um para Pedrinho também (figura 4).

Resolveram pegar três camisetas brancas, três varas de


pescar e uma máquina fotográfica e alugar um barquinho para
passearem e brincarem juntos de marinheiro (figura 5).

OBS.: Música “marinheiro, marinheiro”

Estavam se divertindo no barquinho quando de repente


um dos lados se partiu (figura 6).

45
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

Correram para o outro lado, o barco ficou pesado e par-


tiu daquele lado também (figura 7).

Jogaram rapidamente tudo na água pro barco ficar mais


leve e flutuar. Jogaram até as camisetas. Mas não funcionou.
Então nadaram até a margem e conseguiram se salvar. Da
margem observaram que o barco se partiu mais uma vez (fi-
gura 8).

Enquanto esperavam o socorro chegar, as ondas foram


trazendo tudo de volta. Primeiro as camisetas (figura 9).

46
Maria Paccelle

Depois as varas de pescar e a máquina fotográfica (fi-


gura 10).

Resolveram então tirar uma foto e registrar aquela aven-


tura, que “graças a Deus” terminou bem (figura 11).

PS.: Puxe os dois lados da máquina fotográfica para separas


as camisetas.
Cada menino ficou com uma foto .

FIM

47
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

3. LINGUAGEM SUBJETIVA

Os alunos que são predominantes do hemisfério direito


têm dificuldade com a lógica. Não somente a lógica matemá-
tica, mas a “lógica” da vida social, a “lógica” da organiza-
ção. Esta dificuldade pode ser sanada se falarmos para esses
alunos na linguagem deles. Como? Este é o grande dilema e
desafio de educadores e responsáveis.
Quero ressaltar que “a coisa” é muito mais séria do que
se pensa. Tudo na vida do ser humano depende da lógica. É
lógico que temos que chegar na hora, é lógico que devemos
fazer nossas obrigações diárias, é lógico que devemos organi-
zar nossos objetos pessoais, é lógico que devemos respeitar e
obedecer os comandos de nossos superiores, etc.
O que acontece principalmente com os alunos predomi-
nantes do hemisfério direito é o questionamento da lógica. Ele
não é um ser competitivo, e provavelmente não vai melhorar por
promessas com premiações. Ele não liga pra regras e provavel-
mente não vai chegar na hora e ficar quieto ao receber uma re-
preensão. Não vai ter medo “sequer” de levar umas chineladas.
Ele vive num mundo lúdico e não faz a menor questão
de entender quando fazemos um cálculo onde “vai um”, en-
tende? O um vai e é capaz de sumir.
Sua característica holística o impede de uma concentra-
ção e o torna inquieto em qualquer ambiente.
Facilmente se acomoda com o fracasso e a procrastina-
ção. Mas você, educador, tem que lidar com isso, não é mes-
mo? Fiz vários laboratórios com crianças assim (afinal, tudo
começou porque dava aula para músicos). Músicos, na sua
maioria, têm predominância do lado direito do cérebro.

Descobri então que a Linguagem Subjetiva é o caminho.


Devemos falar subjetivamente tudo que se refere a lógica. Vou
mostrar nos laboratórios abaixo o que quero dizer:

48
Maria Paccelle

A) Linguagem Subjetiva para ORGANIZAÇÃO

Vou citar o exemplo que desenvolvi com a aluna de te-


clado e flauta-doce, Micaela Garcia Cunha de Araújo (GO).
Micaela tinha dificuldades, contudo se relacionava à organiza-
ção. Por isso, sempre esquecia seu material, nunca estudava
as tarefas do teclado com constância e muito menos anotava
na caderneta o relatório semanal de estudo.
Se o aluno não sabe sequer onde se encontra os ma-
teriais pra estudar, como vai adquirir o hábito de estudo
diário?
Pesquisei com sua mãe como ela era em casa e porque
perdia seus materiais. Descobri que a mãe era severa, mas
Micaela se acomodou em dizer:
— Eu sou assim mesmo... desorganizada! Ela habituou-
se com o fracasso e se acomodou. Já não fazia questão de ter
nada organizado. Eles geralmente têm a desculpa da “bagun-
ça organizada”!
Resolvi começar por aí. Precisava ajudá-la a se organi-
zar para que entendesse o hábito de estudar diariamente.

A1) Projeto: Falar subjetivamente sobre a


organização pessoal.

Etapas
1º Dei tarefas de teclado “bem malucas”, na verdade não
tinham sequer uma nota, ou música, mas ela começou
a fazer e deu certo. Observe:

a) Fazer bandeiras com a toalha de banho:


Micaela tomava banho e deixava a toalha molhada em
qualquer lugar. Com esta tarefa subjetiva ela começou a
estendê-las na corda.

49
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

b) Fazer quadrados coloridos na gaveta de calcinhas:


Arrume sua gaveta, era a verdadeira tarefa. Mas quando
foi traduzida para linguagem subjetiva ela entendeu e
separou por cores e teve o trabalho de dobrar as calci-
nhas arrumando-as na gaveta.

c) Pendurar as roupas nos cabides separando por cores:


Sem querer ela acabou arrumando seu armário de rou-
pas. Desta forma ela encontrou várias coisas perdidas
inclusive os materiais da escola e a pasta de teclado.

A2) Resultados: levando a auto-estima ela


percebeu que arrumar era divertido e que a
organização pode ser uma atividade agradável.
Este laboratório teve os seguintes objetivos:

a) Dar comandos lógicos com linguagem subjetiva.


b) Tirar o aluno do “acostumei com o meu fracasso”. Eles
não se importam em competir. É muito mais fácil enviar
uma mensagem para o cérebro dizendo: - Sou assim
mesmo, não tem jeito!
c) Fazer o aluno compreender que a organização pode ser
algo prazeroso.
d) Utilizar estas práticas para o aprendizado mais eficaz
em casa e na escola.
e) Fazer com que os profissionais da educação e os respon-
sáveis reconheçam que a linguagem para comandos ló-
gicos precisa ser adaptada com crianças predominantes
do hemisfério direito do cérebro.

B) Linguagem Subjetiva para LANÇAR CONTEÚDOS

Transformar conteúdos elaborados e lógicos em textos


com analogias e subjetividade. Para ficar mais fácil de dizer:
Mude a linguagem para “Conto”.

50
Maria Paccelle

Como conto é algo muito abrangente dividimos da se-


guinte maneira:

a) Quanto à função:

1– Disciplinar: Trabalha o conteúdo especifico;


2– Motivador: Trabalha com algo novo que possa enrique-
cer o conteúdo, mas que talvez a criança não tenha
acesso fora da escola;
3– Educativo: Trabalha a vida em sociedade, tem caráter for-
mador de opinião e pode ser enriquecedor do conteúdo.

b) Quanto ao tipo:

1– Específico: É desenvolvido em cima do conteúdo, sem


rodeios e sem fugir da linguagem da criança;
2– Associativo: é construído com a associação do conto ao
conteúdo;
3– Informativo: é baseado em datas, eventos e fatos espe-
ciais do ano e da História Universal;

c) Quanto à explanação:

1– Discursivo: o professor passa para a classe, de uma for-


ma atraente. Pode ter auxilio de material didático. Por
exemplo: se locomover enquanto conta, usar persona-
gens, utilizar mudança de voz para personagens, utili-
zar figuras enquanto conta (recortes, desenhos, objetos
etc), ser um dos personagens.

2– Coletivo: o professor conduz um conto onde os alunos


fazem os personagens através de sons, vozes, gestos.
Pode ser combinado previamente ou ser espontanea-
mente realizada, sem comandos.

51
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

3– Teatro de Fantoches: usam-se fantoches que podem ser


feitos de acordo com o conto. Podem ser criados pelos
alunos previamente. O conto pode ser contado pelos
próprios alunos.

d) Benefícios

- Usa a linguagem da criança traduzindo textos comple-


xos;
- Se adapta à realidade da criança;
- Pode ser construído pelo professor a partir da necessi-
dade;
- O conto tem o poder de manter a criança no seu próprio
mundo para ensinar a realidade a sua volta, de levá-la
a imaginar, sonhar, viajar, emocionar-se e até mesmo
criar novas idéias sobre o assunto;

Para séries mais adiantadas podem ser desenvolvidos


com realismo e vocabulário mais avançado.

Exemplo: Conto os três Corações.


Objetivo geral: Mostrar às crianças os tipos de anda-
mentos musicais: lento – Moderato e Ligeiro.

CONTO DISCURSIVO

Conteúdo: Andamento e Pulsação.


Objetivo: Que a criança perceba a diferença entre os an-
damentos Lento, Moderato e Ligeiro, sem confundir com a
pulsação.
Título do conto: Os três corações.
Roteiro do conto:
Numa casa existiam três corações, um se chamava Tom-
Tom, o outro, Tum-Tum e o terceiro, Tim-Tim. Eles trabalha-

52
Maria Paccelle

vam o dia inteiro sem parar, fazendo um barulhinho que a


gente pode perceber quando põe os dedos no pulso.
O coração Tom-Tom morava no peito da vovó Pureza.
O coração Tum-Tum morava no peito do Papai Ricardo. E o
coração Tim-Tim morava no peito da menina Helinha.
O coração Tom-Tom trabalhava bem devagar porque a
vovó Pureza já estava velhinha.
O coração Tum-Tum trabalhava normalmente porque o
papai Ricardo tinha uma ótima saúde.
O coração Tim-Tim vivia agitado porque a menina Heli-
nha era muito sapeca.
A música também tem um coração que não pára de ba-
ter e dependendo dela, este coração pode ser de um dos três
tipos: o Tom-Tom, o Tum-Tum ou o Tim-Tim.
Preparação: Recortar todas as figuras que formam o
conto – as três máscaras e os três corações – e prender atrás
delas um palito grande (do tipo usado para churrasco), com
fita adesiva.
À medida que você for contando a história vá colocando
os corações e as máscaras correspondentes a cada um dos três
personagens.

Exercícios práticos:
Peça às crianças que imitem o som dos corações de cada
personagem (variando o andamento). Repita a seguir os exer-
cícios utilizando instrumentos de percussão.

C) Linguagem Subjetiva para COMANDOS, TAREFAS E


ROTINA

Não adianta falar: “– Está na hora, vamos...” “– E aí, já


acabou? Vá para o seu lugar...”
Comandos Lógicos devem ser falados subjetivamente.

53
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

a) Traduzindo frases lógicas para subjetivas:


Ex.: Vamos fazer uma rodinha... agora, vai!
Vou fechar os olhos e quando eu abrir vou ver os ami-
guinhos na rodinha a sorrir.

b) Cantar os comandos:
Incluir pequenas músicas para rotina e concentração do
grupo.

c) Concursos sem competição para ajudar na rotina:


Este é para ajudar a conscientizar que seus resultados
na vida dependem principalmente dele mesmo.
Faço isso com o meu filho há dois anos e tem dado mui-
to certo.
Chamo de concurso X. Aproveito para ensinar a impor-
tância dos atos e conseqüências. Que para conseguir-
mos nossos objetivos temos que fazer a nossa parte.

Como fazer:

- Listei, junto com ele, detalhadamente, todas as suas ta-


refas diárias.
- Fiz uma tabela com horários, tarefas e dias.
- Expliquei que adultos trabalham para conseguir manter
a vida. Crianças estudam e fazem tarefas necessárias.
Isto é o “trabalho” da criança.

Cada vez que ele realiza corretamente a tarefa, ele marca


um X, se não realizar ele marca um zero.
- Fizemos uma lista de tudo que ele gosta, precisa e quer,
como brinquedos, DVD’s, figurinhas e lazer.
Cada coisa da lista vale um determinado valor de X.
- Fiz uma moeda corrente chamada X com notas de valo-
res diferentes.

54
Maria Paccelle

- No final da semana contamos quantos X ele ganhou


com suas obrigações, hábitos e necessidades diárias lis-
tadas na tabela. Ele guarda suas notas. De tempos em
tempos verificamos o que ele pode comprar com o fruto
do seu trabalho.

PS: Se você pensa que seu filho, aluno ou familiar vai


aprender a ser organizado e lógico sozinho quando fizer
dezoito anos, está redondamente enganado. Trabalhar com
crianças predominantes do lado direito do cérebro exige vinte
e quatro horas de plantão, paciência e auto-conhecimento.
Precisa começar por você mesmo o exemplo e a compreensão
da maneira vê a vida. Você precisa ser firme e não ceder às
chantagens que usualmente eles vão oferecer. Eles têm muita
dificuldade com rotina.

PS: Daqui a algum tempo quando você abrir o guarda-rou-


pa do seu filho não vai despencar tudo em cima de
você!

4) INCLUIR A EDUCAÇÃO MUSICAL NO PROJETO


PEDAGÓGICO DE SUA ESCOLA

No dia a dia o professor precisa lançar inúmeros conteú-


dos, não pode descuidar da rotina, sem contar o planejamento
e as agendas para preencher.
Colocar um professor de Educação Musical pode trans-
formar toda a história da sua escola. Nem sempre encontra-
mos um profissional habilitado em música que conheça o
funcionamento da Educação Infantil e Ensino Fundamental I.
No entanto, utilizar a música na Educação Infantil e Ensino
Fundamental I estimula os dois lados do cérebro do aluno e é
imprescindível adequá-la à realidade escolar.

55
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

Desta forma, a partir deste ponto, tentaremos dar a pos-


sibilidade aos educadores de planejarem aulas de educação
musical mesmo sendo leigos na área.

Trataremos a seguir dos seguintes aspectos:

a) Quando devemos começar a Educação Musical.


b) Pontos importantes da música na Educação Infantil e
Séries Iniciais.
c) Como planejar uma aula de Educação Musical para
Educação Infantil e Ensino Fundamental I.

A) Quando devemos começar a Educação


Musical

A Educação Musical, seja dentro ou fora da escola, não


deve começar depois da criança ser alfabetizada.
A importância do trabalho com a educação musical já
convém a partir dos três meses de idade, e até os quatro anos
de idade é fundamental na busca da afloração musical do in-
divíduo.
A música está muito ligada às áreas de construção do
afetivo e do cognitivo auditivo. É um momento especial e
deve ser tratado com um planejamento competente pois deve-
rá direcionar toda a vida musical futura e conseqüente da fala
e outros problemas da área psíquica.
As conversas da mãe, por exemplo, são perfeitamente
audíveis pelo bebê.
O mais importante, no entanto, na preparação auditiva
do feto, é o som rítmico do coração da mãe. Os bebês que ou-
viam as gravações das batidas do coração da mãe choravam
menos, de acordo com uma pesquisa realizada por uma clíni-
ca pediátrica em Londres.

56
Maria Paccelle

Deve ser incentivado, até em bebês, o canto como ex-


pressão no dinamismo sonoro livre e como reflexo de elemen-
tos afetivos, antes mesmo que a “palavra”.
Quanto mais cedo sua escola promover aulas “especia-
lizadas” de Educação Musical, melhor será o rendimento e
aprendizado dos alunos.

B) Pontos importantes da música na Educação


Infantil e Ensino Fundamental I

O desafio de trabalhar com a música na Educação Infan-


til e Séries inciais vai muito além das noções elementares da
música. O professor deve utilizar as possibilidades musicais
como fios condutores da aceleração do aprendizado. Dividi-
mos este trabalho especializado nos seguintes aspectos:

a) Noções elementares da música para estimular o desen-


volvimento dos hemisférios cerebrais

Aprender estas noções, a saber: leitura rítmica, solfejo,


qualidades da música desenvolve nos alunos o RACIOCÍNIO
LÓGICO que será aproveitado na leitura da língua e nos pro-
blemas matemáticos.

a.1) Música no Raciocínio Lógico-matemático e


Lingüístico:

A habilidade para música é considerada por muitos pe-


dagogos, como por exemplo, Howard Gardner, como
uma forma de inteligência tão importante para nós como
as habilidades lógico-matemáticos ou lingüísticas. Este
tipo de inteligência auxilia a outros tipos de raciocínio.
Há alguns anos, por exemplo, os cientistas debatem o
chamado “Efeito Mozart”. Trata-se de uma prova de que

57
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

as crianças ficam mais “espertas” para cálculos depois


de escutar a Sonata para dois pianos em Ré Maior do
compositor austríaco.
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Hong Kong
com 90 estudantes entre 6 e 15 anos comprovou que a
educação musical estimula o lado esquerdo do cérebro,
favorece o aprendizado e a memorização de palavras.
Para Wigel, envolver crianças em atividades musicais
desenvolve suas capacidades de compreensão, interpre-
tação e raciocínio e que pode sem dúvida ser apreciado
pela língua portuguesa e a matemática.
Fica muito claro que no trabalho com música estão si-
multaneamente presentes habilidades úteis para o de-
senvolvimento de noções matemáticas e de processos
de resoluções de problemas como noção de espaço,
tempo, regularidades e padrões.
Os elementos que constituem a fala do indivíduo, des-
de as primeiras manifestações da criança, logo após o
nascimento são sempre compostos de melodia, ritmo e
dinâmica. A qualidade e prática da atividade musical
vão estabelecer sérias bases da fala.
No processo da alfabetização encontramos vários cam-
pos de influência através da música: formação de pala-
vras, códigos gráficos, características culturais e prática
de atividades em grupo.
De acordo com Emília Ferreiro o trabalho da Educação
Musical pode reforçar a cultura escrita por ser uma das
mais sintéticas e de qualidades comuns a todo mun-
do. Possui em seus códigos uma gama de possibilidades
onde a criança estabelece com grande facilidade a rela-
ção entre o som e sinais de representação gráfica.
A música é de grande importância quando a criança pas-
sa pelo momento silábico, onde símbolos gráficos repre-
sentam sílabas que de uma forma bastante rítmica dão

58
Maria Paccelle

início à construção de palavras e sentenças principalmen-


te a descoberta da possibilidade da comunicação escrita.
São inúmeros os elementos que a música pode oferecer
ao raciocínio lógico matemático: metade e dobro, me-
mória numerativa, dízima periódica, métrica, classifica-
ção, seriação, seqüência, tempo espaço, medidas...
Creio que agora devidamente alertados da importância
da Educação Musical como elemento facilitador do de-
senvolvimento lógico matemático.

b) Interdisciplinaridade:

Os sons musicais são fixados na memória musical do


lado direito do cérebro. Por isso utilizar canções para
fixar conteúdos programáticos é uma das mais impor-
tantes práticas da Educação Musical.

c) Socialização:

O nível de complexidade musical foi se alterando com o


passar do tempo, mas não perdeu a sua característica de
reunir pessoas. Tocar no outro enquanto canta, mexer
o corpo e repetir pequenas coreografias aproxima cada
indivíduo do grupo ao mesmo tempo que encoraja os
mais tímidos a se integrarem, se expressarem corporal-
mente e elevarem a auto-estima.

d) Musicoterapia:

O poder da música para concentração e manipulação de


emoções humanas desperta o interesse não só dos pe-
dagogos. Psicólogos, Produtores de comerciais, filmes e
médicos já estão tomando consciência do grande poder
que a música tem na vida do homem.

59
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

Pesquisas identificam gêneros musicais mais eficientes


até para que os clientes não desliguem o telefone en-
quanto ouvem mensagens de espera.
A Biomusicologia já resolveu que somos todos seres
musicais. O músico John Cage já tinha antecipado essas
descobertas depois de realizar uma das mais simples e
importantes experiências com os sons. Isolou-se de todo
ruído externo e comprovou que escutamos, no mínimo
o grave da nossa pulsação e o agudo do nosso sistema
nervoso. Até a vida longe dos ruídos externos, tem o seu
ritmo e sua própria música.
Devemos aproveitar a memória e sensibilidade do lado
direito do cérebro para incluir na educação musical can-
ções que relaxem, incentivem, formem hábitos e promo-
vam o social e o crescimento do QE (Quantidade Emo-
cional).
Músicas como as dos compositores Mozart e Beethoven
podem contribuir em muitos desses momentos tão ne-
cessários.
Depois da Segunda Guerra Mundial, hospitais america-
nos obtiveram resultados surpreendentes ao contratar
músicos para ajudar na recuperação dos veteranos de
guerra. “Foi assim que a musicoterapia ganhou força”,
diz Cléo Correia, vicepresidente da Associação de Pro-
fissionais e Estudantes de Musicoterapia de São Paulo.
Desde então, a terapia através da música e do uso de
sons ganhou status acadêmico. Hoje, no Brasil, existem
mais de cinco cursos de graduação sobre o tema. “Os
médicos estão mais conscientes da importância da mú-
sica em diversos tratamentos”, diz Cléo. “Até para dimi-
nuir a percepção de dor dos pacientes que estão na UTI
depois de uma cirurgia”.
Na Universidade Federal Paulista de Medicina, o neuro-
logista Mauro Muszcat pesquizou as alterações elétricas

60
Maria Paccelle

no cérebro de pacientes ao escutarem música. “Um pa-


ciente que sofreu algum dano cerebral pode recuperar
algumas dessas funções se for estimulado com a músi-
ca”, diz Muszcat. Os musicoterapeutas trabalham com
um roteiro específico de músicas e sons ambientes que
estimulam a resposta de cada paciente. Em alguns hos-
pitais, a música serve até como trilha sonora do tra-
balho de parto. “Uso a música para estimular as con-
trações uterinas”, diz José Bento de Souza, obstetra do
hospital paulista Albert Einstein. Em sua sala de parto,
os bebês nascem ao som de Mozart e Beethoven, como
numa grande abertura de ópera.

e) Música como Arte e Cultura:

Por meio da música, o educador pode planejar uma aula


inovadora que possa ir ao encontro dos Parâmetros Cur-
riculares Nacionais.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional é mui-
to clara quando determina que se proporcione o contato
da criança com a educação artística. No entanto, para a
maioria dos professores que não tiveram essa formação,
atender a esse importante item da lei passa a ser algo
difícil.
Observe o exemplo dado pelo arte-educador professor
Moacyr Carlos Junior:
“Se ouvirmos com atenção a canção “Asa Branca”, de
Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, não será difícil des-
tacarmos para os nossos alunos alguns valores como o
amor, a fé e a esperança, tão presentes nos versos desse
clássico da nossa Música Popular Brasileira, ao mesmo
tempo em que poderemos aproveitar para chamar-lhes
a atenção para a marcação do ritmo característico do
balão e os diferentes timbres dos instrumentos utiliza-

61
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

dos no acompanhamento desse gênero que é marca re-


gistrada da música nordestina. Na verdade, a música é
o fio condutor de uma série de outras colocações, como
aspectos da geografia, comportamento, clima, cultura,
a tão comentada interdisciplinaridade. Como resultado,
teremos uma aula dinâmica, criativa e com toda a certe-
za de grande aproveitamento.”

C) Como planejar uma aula de Educação Musical


para Educação Infantil e Séries Iniciais?

Muitos recorrem à música e arte. Mas propomos aqui o


uso dessas artes de maneira funcional. Dividimos a aula de
Educação Musical em três partes: Exposição, prática e fixação.
Cada uma delas pode durar no máximo 15 minutos. Sua
aula terá 45 minutos.

. Observe as três partes da aula a seguir e


desenvolva suas próprias idéias.
Mãos à obra!

a) Exposição

A exposição do conteúdo deve ser feita de um modo


subjetivo. Como já falamos anteriormente, “passar con-
teúdos” de forma lúdica é uma ótima forma de ajudar o
aluno a aprender.
Como a Educação Musical na Educação Infantil deve
ser interdisciplinar, a exposição com historinhas é uma
ótima opção.

62
Maria Paccelle

É ótimo incentivar os alunos a ouvir e ler contos. Mas


nem sempre você vai encontrar o conto que você preci-
sa para a sua aula. Se houver necessidade, crie. Exercite
a sua criatividade. Passos para construir um conto:

1– Observe o currículo a ser lançado;


2– Faça uma pesquisa sobre o tema e prepare um sementei-
ro com os pontos principais;
3– Escolha a função, tipo e explanação;
4– Comece a trabalhar na tradução para a linguagem da
criança;
5– Prepare todo o material didático necessário;
6– Se houver um conto já existente que se adapte a sua
realidade, aproveite-o.

b) Prática: Artes Plásticas (desenho, pintura, recorte e co-


lagem)

Uma boa idéia é montar uma pasta para, e arquivar os


trabalhos para serem entregues junto com os das de-
mais disciplinas conforme o costume da escola. Pode
ser feita uma folha modelo e para trabalhos especiais
colocar uma etiqueta sinalizando.
“Observando o trabalho com crianças na Educação Mu-
sical, ficamos convencidos de que a música e o desenho
formam um par complementar no espectro”.

Os registros artísticos desenvolvem a capacidade de


imaginação e por isso “treinam” o conteúdo explanado.

c) Fixação: Música (Canto e Ritmo)

A música é super poderosa para gravar o conteúdo. A


memória musical “mora” no lado direito do cérebro.

63
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

Procure músicas que têm a ver com o seu conteúdo. Se


não existir uma música própria, faça uma letra e use
com alguma melodia conhecida (Paródia).
Os sons musicais são ótimos para guardar conceitos ló-
gicos, como por exemplo, os da matemática, a sabermos
as quatro operações.

EU NÃO SOU MÚSICO. E AGORA?


- Use a música que já existe e se refere ao tema;
- Crie uma letra e faça uma paródia com música conheci-
da;
- Tenha a coragem de criar e ordenar os sons que moram
na sua cabeça e faça uma;
- Anteriormente (na prática) desenvolva um exercício,
como poema ou redação e produza uma paródia junto
com os alunos;
- Escolha uma música conhecida.

Considerações:
- Para os conteúdos, especificamente musicais (noções
elementares da música), tão importantes para o desen-
volvimento do raciocínio lógico-matemático e lingüísti-
co, realmente é aconselhável um estudo mais profundo
da arte musical. Dependendo dos recursos da escola,
é válido habilitar os professores da Educação Infantil
com aulas de Teoria Musical. Principalmente aqueles
que trabalham com. Se a escola possui um “especiali-
zado” em Educação Musical, esse deve ser atualizado e
reciclado da metodologia e funcionamento da Educação
Infantil.
- O trabalho com o primeiro ano do Ensino Fundamental
deve ser desenvolvido com ênfase nas noções elementa-
res da música e se possível com oficinas extras de flau-
ta-doce soprano.

64
Maria Paccelle

- Para a continuidade deste trabalho nas próximas séries


(2ª e 3ª) podem ser oferecidas pela escola oficinas de
Coro Infantil.
- Podem ser desenvolvidos esporadicamente musicais
(teatro e musica), com projetos desenvolvidos com os
paradidáticos escolhidos para cada série. Aconselho
que este tipo de apresentação é muito adequado para
os eventos comemorativos abertos aos pais, familiares
e amigos, visto que estas não podem estar presentes
nas aulas conhecendo o trabalho de perto. É uma óti-
ma oportunidade de mostrar o nível pedagógico e inter-
disciplinar para os pais que investem na educação dos
filhos, mas que em sua maioria é leiga nos assuntos
pedagógicos.

d) Conteúdo Programático

O Projeto do Ano para esta disciplina deve ser desen-


volvido de acordo com o projeto pedagógico da escola,
os objetivos de cada série e os conteúdos necessários às
aulas de Educação Musical.
A seguir apresentaremos um projeto completo contendo
todos os detalhes para você tomar como base e fazer o
seu de acordo com sua realidade. Boa sorte!

65
VII
EXEMPLO DE PROJETO DE
EDUCAÇÃO MUSICAL PARA
EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES
INICIAIS

1. OBJETIVOS GERAIS

1. Despertar o gosto pela música.


2. Proporcionar igualmente a todas as crianças, sem preo-
cupação de mais ou menos dotados, todos os elementos
fundamentais da atividade musical.
3. Desenvolvimento das capacidades distintas dos hemis-
férios cerebrais.
4. Interagir com o conteúdo programático de cada série.
5. Desenvolver a capacidade auditiva, da fala e do canto.
6. Desenvolver o raciocínio lógico matemático e memori-
zação.
7. Promover a socialização e expressão corporal com apre-
sentações interclasses de pequenos teatros musicados.
8. Oficializar no calendário a Semana da Música, para que
possa ser realizado atividades como show de talentos,
gincanas e

67
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

8. Apreciação musical dos principais autores da música


erudita.

Planejamento Mensal:
Para atender as necessidades escolares dividimos o pla-
nejamento Mensal em quatro semanas. Em cada semana aten-
deremos a uma necessidade do plano de curso, observe:

Semana 1- Noções elementares da música:


Nessa parte ministramos um plano de aula que ensine
a arte musical propriamente dita, a saber as noções ele-
mentares da música.

Semana 2- Desenvolvimento Motor e Cognitivo:


Bandinha Rítmica e ou Flauta-doce
Trabalho rítmico (Bandinha) e ou melódico (flauta-do-
ce) para séries mais adiantadas.

Semana 3 – Trabalho Interdisciplinar.


- Músicas para fixação de conteúdos com parceria de ou-
tras disciplinas do currículo básico.
- Músicas para rotina em sala de aula: Sentar em roda,
lanchar, deslocamento, guardar materiais ou brinque-
dos, etc.

Semana 4- Projetos e Festas do calendário escolar


- Músicas para culminância de projetos pedagógicos com
os fios condutores acertados pela escola, ou pela classe.
- Músicas de datas especiais comemoradas pela escola.
- Músicas para danças ou cantos em Festas do calendário
escolar.

68
Maria Paccelle

2. FORMATO DA AULAS

Basicamente o educador deve seguir três passos:


Explanação
Exercícios práticos
Fixação

OS: Alguns detalhes importantes devem ser observados


no planejamento semanal:
- Tenha sempre uma planilha para preenchimento do
plano semanal. Nessa planilha deve constar: Nome da
instituição, nome do educador musical, nome da titular
da sala, horário e dia da aula, pequena lista de alunos
divididos em meninos e meninas, nome da classe e fai-
xa etária, tipo de semana escolhida.
- Espaço para detalhar o tema curricular, a explanação, os
exercícios e a fixação.
- Não esqueça de mencionar o material didático utilizado.
- Numa outra folha crie o mesmo cabeçário deixando es-
paço para o nome do aluno (a). Essa folha será utiliza-
da quando houver exercício escrito. Nós chamamos de
registro. Deve ser guardada pelo educador musical após
preenchida e devolvida na pasta de atividades que a
professora titular entrega aos pais em datas bimestrais
(é o mais comum).

Segue exemplo de planilhas 1 e 2 para xerox.

69
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

3. PLANEJAMENTO SEMANAL

Educação Musical
Professora:
Coordenadora:

HISTÓRICO DA TURMA

Professora: ____________________________________________
Quantidade total de alunos: _____ Meninos: ____ Meninas: ____
Faixa Etária: ________ Dia da Semana: ________________

Nome dos alunos:


01- 11- 21-
02- 12- 22-
03- 13- 23-
04- 14- 24-
05- 15- 25-
06- 16- 26-
07- 17- 27-
08- 18- 28-
09- 19- 29-
10- 20- 30-

OBSERVAÇÕES:
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

70
Maria Paccelle

RESUMO MENSAL DOS PLANOS SEMANAIS

1ª AULA:
Objetivo geral:
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

Desenvolvimento
____________________________________________________
____________________________________________________

Material necessário:
____________________________________________________
____________________________________________________

2ª AULA:
Objetivo geral:
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

Desenvolvimento
____________________________________________________
____________________________________________________

Material necessário:
____________________________________________________
____________________________________________________

71
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

3ª AULA:
Objetivo geral:
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

Desenvolvimento
____________________________________________________
____________________________________________________

Material necessário:
____________________________________________________
____________________________________________________

4ª AULA:
Objetivo geral:
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

Desenvolvimento
____________________________________________________
____________________________________________________

Material necessário:
____________________________________________________
____________________________________________________

72
Maria Paccelle

4) AVALIAÇÃO TRIMESTRAL

Educação Musical


TRIMESTRES

1º 2º 3º
1 – Relacionamento com a professora:
1.1 – estabelece vínculos afetivos.
1.2 – expressa suas emoções e busca diálo-
go com o professor

2 – Relacionamento com a turma:


2.1 – é cooperador e afetivo com os amigos.
2.2 – interrompe a atividade do grupo.
2.3 – interfere na concentração do grupo

3 – Atitudes apresentadas nas aulas:


3.1 – participa com interesse.
3.2 – demonstra capacidade de concentra-
ção.
3.3 – atende às solicitações e limites coloca-
dos pelo professor.

4 – Sobre os parâmetros sonoros:


4.1 – percebe os diferentes sons.
4.2 – tem dificuldade em algum parâmetro
específico
4.3 – é capaz de reproduzir células rítmicas.
4.4 – é capaz de criar com uma linguagem
artística (música, dança, teatro...)

73
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

Assinatura do professor:

1º Trimestre ____________________________________
2º Trimestre ____________________________________
3º Trimestre ____________________________________

Responda: S (sim), N (não) AV (às vezes)

PS: Personalize com o cabeçalho da Escola. Conteúdo


Básico do Plano de Curso da Disciplina Educação Musical

5 Conteúdo programático

1- Noções elementares da música:


O som – Corpo, natureza, animais, habitat.
O Ritmo – Figuras Musicais de som e silêncio, compas-
sos simples, andamentos.
A melodia – Clave de Sol, pauta musical, notas musi-
cais Qualidades da música- Duração, altura, intensida-
de, timbre.
2- Tipos de instrumentos musicais: Cordas, sopro, metais
e percussão.
3- Estilos de época: Idade Média, Barroco, Clássico, Ro-
mântico, Impressionismo, Contemporâneo, Século XX.
4- Música Nacional – Principais compositores Brasileiros,
Cantigas de roda, folclore, hinos pátrios.
5- Trabalho Interdisciplinar, parceria com disciplinas do
currículo básico.
6- Bandinha Rítmica e ou flauta-doce.
7- Projeto pedagógico da Escola, Datas comemorativas e
Festas do Calendário Escolar.

74
VIII
A VOLTA DA MÚSICA NAS
ESCOLAS

A primeira ideia de escolaridade e música no Brasil


teve início com os Jesuítas. Eles ensinavam cantos
aos curumins para evangelização, e assim atraiam os outros
índios adultos. Eram músicas simples que comoveram os in-
dígenas. Com a chegada do rei D. João VI, a música recebeu
um tratamento especial com a reorganização da Capela Real
pelo padre José Maurício Nunes Garcia.
Nesse período, só uma figura zelou pela conservação do
patrimônio musical: Francisco Manuel da Silva (compositor
do Hino Nacional), que fundou o Conservatório de Música
do Rio de Janeiro (1841). Um decreto federal de 1854 regu-
lamentou o ensino de música no país e passou a orientar as
atividades docentes.
A partir da década de 1920, diversas transformações nos
modelos e nas legislações relativas ao ensino de música ocor-
reram.
Um fato relevante para a educação musical sucedeu-se
no ano de 1923, quando as escolas públicas paulistas passa-
ram a utilizar o método “tonic-solfa” como modelo de musi-
calização.

75
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

Outro grande avanço foi a musicalização para crianças,


a partir de sua instituição através de uma lei federal de 1928,
a qual criou os jardins de infância com orientação especiali-
zada. Um dos momentos mais ricos da educação musical no
Brasil foi o período que compreendeu as décadas de 1930/ 40,
quando se implantou o ensino de música nas escolas em âm-
bito nacional, com a criação da Superintendência de Educação
Musical e Artística (SEMA) por Villa-Lobos, a qual objetivava
a realização da orientação, do planejamento e do desenvolvi-
mento do estudo da música nas escolas, em todos os níveis
A perspectiva pedagógica da SEMA foi instaurada de
acordo com os princípios: disciplina, civismo e educação ar-
tística (Esperidião, p. 196). Com a evolução do ensino de can-
to orfeônico em todo o território nacional, foi criado o Conser-
vatório Brasileiro de Canto Orfeônico (CNCO), em 1942, com
a finalidade de formar professores capacitados a ministrar tal
matéria, constituindo-se numa notável realização a favor do
ensino da música.
Ocorreu que, por meio da Lei de Diretrizes e Bases (LDB
4024/ 61), o Conselho Federal de Educação instituiu a educação
musical, em substituição ao canto orfeônico (por meio do Pare-
cer nº 383/62 homologado pela Portaria Ministerial nº 288/62),
provocando grande alteração no cotidiano musical escolar
A educação musical transformou-se em disciplina cur-
ricular até o início da década de 1970, quando, com a LDB
5692/71, o Conselho Federal de Educação instituiu o curso de
licenciatura em educação artística (Parecer nº 1284/73), alte-
rando o currículo do curso de educação musical. Esse currículo
passou a compor-se de quatro áreas artísticas distintas: músi-
ca, artes plásticas, artes cênicas e desenho. Assim, a educação
artística foi instituída como atividade obrigatória no currículo
escolar do 1º e 2º graus (ensino fundamental e médio), em
substituição às disciplinas artes industriais, música e desenho,
e passando a ser um componente da área de comunicação e

76
Maria Paccelle

expressão, a qual trabalharia as linguagens plástica, musical e


cênica (São Paulo, 1991). Essas transformações também abran-
geram os currículos dos cursos superiores em música, que pas-
saram a ter duas modalidades: licenciatura em educação artís-
tica (habilitação em música, artes plásticas, artes cênicas ou
desenho) e bacharelado em música (habilitação em instrumen-
to, canto, regência e/ ou composição). Na elaboração tanto da
lei 5540/ 68 (reforma do ensino superior) quanto da lei 5692/
71 (reforma do ensino de primeiro e segundo graus), algumas
influências passaram a ficar notadamente perceptíveis, como
a dependência entre educação e mercado de trabalho, a racio-
nalização do (mercado) sistema educacional, o ensino pago, a
profissionalização do ensino médio e a reciclagem para aten-
der à flexibilidade da mão de obra. Cinco anos mais tarde, com
a implantação das diretrizes contidas na lei 5692/71, as escolas
da rede estadual de ensino passaram a compor sua estrutura
curricular com um dos componentes relacionados no artigo
7º daquele dispositivo legal, voltado exclusivamente para o
ensino de educação artística (São Paulo, 1992). Diante desse
quadro, a Secretaria da Educação de São Paulo, como exem-
plo, elaborou um único documento (o guia curricular) a fim
de orientar o trabalho docente, já que o número de professores
formados em educação artística era muito inferior ao grande
número de aulas, e encontrou uma solução provisória para
tal questão, conferindo o direito de atuar na área aos antigos
professores de desenho, música e artes industriais. Entretanto,
essas ações não permitiram a viabilização do desenvolvimento
das capacidades artísticas dos alunos desprovidos de capital
cultural, aqueles que já não eram incentivados no ambiente
familiar a adquirir conhecimentos sobre arte. Porém, a trans-
formação de maior relevância na atualidade consistiu-se na
LDB 9.394/96 – que estabeleceu o ensino da disciplina arte na
educação básica –, sobre a qual Penna (2004, p. 23) comenta:
A atual LDB, estabelecendo que “o ensino da arte constituirá

77
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da edu-


cação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural
dos alunos” (Lei 9.394/96 – art. 26, parágrafo 2º), garante um
espaço para a(s) arte(s) na escola, como já estabelecido em
1971, com a inclusão da Educação Artística no currículo ple-
no. E continuam a persistir a indefinição e ambiguidade que
permitem a multiplicidade, uma vez que a expressão “ensino
de arte” pode ter diferentes interpretações, sendo necessário
defini-la com maior precisão. Também alude-se ao fato de que
os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), elaborados pelo
Ministério da Educação como propostas pedagógicas, também
não contribuem para uma definição concreta sobre como a
música deve ser trabalhada em sala de aula e não definem
se o professor de arte deve ter uma formação geral, com o
conhecimento das várias linguagens artísticas, ou se deve ser
especializado em uma só modalidade

A nova lei de obrigatoriedade da música nas escolas:


A Educação Musical tem sido incluída e subtraída do
currículo escolar brasileiro a cada reforma educacional. Ora
foi elencada como componente curricular, ora como conteúdo
vinculado ao ensino de Artes.).
Contudo, por diversos fatores, ainda que presente nos
Referenciais Curriculares e nos Parâmetros Curriculares Na-
cionais, os conteúdos de Educação Musical ainda estão ausen-
tes do cotidiano escolar.
Porém, um novo caminho se descortina com a promul-
gação da Lei 11.769/08, sancionada em 18 de agosto de 2008,
que altera a redação da Lei nº 9.394/96, dispondo que “[...]
a música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo,
do componente curricular de que trata o §2º deste artigo”
(BRASIL, 2008a). Abriu-se a possibilidade da universalização
do acesso à Educação Musical, enquanto bem cultural, a toda
a população.

78
IX
PALAVRAS FINAIS

M eu desejo com este livro é conscientizar educa-


dores e responsáveis que as diferenças hemisfe-
riais devem ser consideradas, respeitadas e estudadas e que a
Educação Musical na escola tem o poder de ser uma grande
ferramenta de crescimento pessoal, desta forma desenvolva-
mos em casa e na escola, “métodos” para lidar e avançar no
aprendizado.
Espero que minhas experiências pessoais “como aluna”
e as de educadora musical possam estimular os que lerem este
livro a utilizarem mais a criatividade interior!

A autora

79
X
BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Renato. História da Música Brasileira. Rio de Janeiro:


F. Briguiet & Comp., 1942. ÁLVARES, Sérgio Luis de Almei-
da. A educação musical curricular nas escolas regulares do
Brasil: a dicotomia entre o direito e o fato. Revista da ABEM,
Porto Alegre, v. 12, p. 57-64, mar. 2005. ARROYO, Margarete.
Música na educação básica: situações e reações nesta fase
pós-LDBEN/ 96; Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 10, 29-34,
mar. 2004. BARBOSA, Joaquim Gonçalves (Org.). Multirrefe-
rencialidade nas ciências e na educação.
- Laboratórios desenvolvidos pela Educadora Musical Maria
Paccelle desde 1992 até 2016.
- Kamil, Constance Y Deuries, R – A teoria de Piaget e a educa-
ção Pré-escolar, Ed. Socicultor, Lisboa, 1978.
- SUZIGAN, Maria Lucia Cruz – A educação musical para crian-
ças de quatro a doze anos, Zimbo Edições Musicais, São Pau-
lo, 2ª edição, 1986.
- Piaget, Jean – O raciocínio da criança, Record Cultural, SP, 2ª
edição, 1967.
- Revista Época – 2003
- Documento Verdade (especial) – Editora Escala
- Revista Páginas Abertas – Ano 29 – nº 20 – 2004

81
A Importância da Educação Musical na Educação Infantil e Séries Iniciais

- A matemática na Educação Infantil


- Lewis David – Mind Skills – Editorial Nórdica Ltda.
- Projetos e Estudos desenvolvidos para Casa da Música – SP,
Colégio Cetecon Kappa – RJ Nilópolis – Colégio Nilopolitano
– RJ Nilópolis – Colégio Estadual Fruto da Terra – Goiás – Co-
légio da Companhia de Maria – RJ – Colégio Expressivo – RJ.
- Olair Ribeiro – Viajando no tempo
- Lei de diretrizes e bases da educação (Lei 9.394/96) / apre-
sentação Carlos Roberto Jamil Cury – 4ª ed. – Rio de
- Janeiro: DP&A, 2001
- Colaboradores: Rita Bueno, Marcela Sampaio e José Carlos
Joaquim Vieira

82

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