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Material Teórico
A Biologia Celular; Estruturas e Funções das Organelas Celulares
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
A Biologia Celular; Estruturas e Funções
das Organelas Celulares
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Contextualizar historicamente o desenvolvimento da biologia celular.
· Apresentar ao aluno a estrutura e funcionamento da membrana
plasmática e as organelas membranosas do citoplasma celular.
· Identificar a relação entre estrutura, morfologia e função das organe-
las celulares.
· Identificar a integração entre os componentes celulares.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar e verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE A Biologia Celular; Estruturas e Funções das Organelas Celulares
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Figura 2 - Microscópio
Fonte: Wikimedia Commons
Jan Swammerdam
Jan Swammerdam (1637- 1680) foi um
dos pioneiros que utilizou o microscópio para
estudar o corpo humano, ele foi o primeiro a
observar os glóbulos vermelhos e a descrever
estruturas da medula raquidiana, pulmões
e cérebro. Filho de um farmacêutico em
Amsterdam que possuía um famoso acervo de
história natural, foi um grande corroborador
Figura 3 - Jan Swammerdam (1637- 1680 dos princípios de Descartes quanto ao abordar
Fonte: Wikimedia Commons a natureza.
Robert Hooke
Robert Hooke (1635 -1703), um ícone
na Ciência inglesa, foi peça fundamental da
revolução Científica do século XVII e uma das
figuras chave da revolução científica.
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UNIDADE A Biologia Celular; Estruturas e Funções das Organelas Celulares
Figura 6
Fonte: Wikimedia Commons
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Era um comerciante de tecidos e cons-
trutor de microscópios. Ao observar uma
gota de água ao microscópio, notou pe-
quenos organismos aos quais denominou
de animálculos, o que mais tarde seriam
conhecidos como protozoários, colabo-
rando para refutar a teoria da Geração
Espontânea para os seres chamados in-
feriores. Afirmou que “os seres inferiores
(microrganismos) que estão presentes em
um recipiente exposto ao ar não apare-
ciam espontaneamente, mas eram tra-
zidos pelo ar, vento e chuvas, revolucio- Figura 7 - Antonie Van Leeuwenhoek (1632 – 1723)
nando os conhecimentos da época. Fonte: Wikimedia Commons
Explor
Teoria Celular
Em meados do século XIX (1831), o botânico Mathias Jakob Schleiden e o
zoólogo Theodor Schiwann, ambos alemães, publicam a Teoria Celular, que
basicamente afirma que todos os seres vivos são constituídos por células, sendo
esta a unidade funcional da vida. Essa teoria se baseia em três premissas:
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UNIDADE A Biologia Celular; Estruturas e Funções das Organelas Celulares
• “A vida existe somente nas células”: a célula é a unidade funcional da vida, não
apenas constituintes dos seres vivos, mas é nela que ocorrem todas as reações
químicas necessárias para a vida.
• “As células provêm somente de células preexistentes”: uma célula se origina
somente de outras células, ocorrendo assim a transmissão de material genético.
• “A célula é a unidade de reprodução e transmissão das características
hereditárias.” Os caracteres hereditários são transmitidos de uma célula mãe
para as células filhas através da reprodução.
Estrutura Celular
Membranas Celulares
Todas as membranas celulares são formadas por uma dupla camada contínua
de lipídeos com proteínas. Tais moléculas são mantidas unidas, prioritariamente,
por interações hidrofóbicas, em uma estrutura chamada de “mosaico fluido”, sendo
que sua fluidez é observada pela mobilidade dos componentes em sua estrutura.
A membrana celular possui várias funções que podemos resumir da seguinte forma:
• separar o meio intracelular do extracelular, delimitando a célula;
• é a principal responsável pela penetração e saída de substâncias da célula:
substâncias adequadas são selecionadas e transferidas para dentro da célula; já
as substâncias desnecessárias são impedidas de penetrar ou, então, eliminadas
do citoplasma;
• mantém a constância do meio intracelular;
• tem a capacidade de reconhecer outras células e diversos tipos de moléculas,
graças a receptores específicos em sua superfície. A resposta pode ser
contração ou movimento celular, inibição ou estimulação da secreção, síntese
de anticorpos, proliferação mitótica e outras.
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Lipídeos de Membrana
Os lipídeos mais abundantes das mem-
branas celulares contêm radical fosfato e,
portanto, são chamados de fosfolipídeos.
São macromoléculas que possuem porções
polares e porções apolares (afispáticas), uma
região hidrofílica, “cabeça polar”, que con-
tém o radical fosfato e uma região hidrofóbi-
ca com duas cadeias lineares de ácidos gra-
xos “caudas apolares”. Figura 10
Fonte: Wiley-Liss, 1997
Nas membranas, os lipídeos se dispõem de forma a manter as porções
hidrofóbicas voltadas para o interior da bicamada e as porções hidrofílicas voltadas
para o exterior da bicamada.
Explor
Eicosanoides: https://goo.gl/9KLuOs
Esse lipídeo é formado por quatro anéis hidrofóbicos ligados entre si em uma
cadeia linear possuindo 8 ou mais C e uma região hidrofílica que contém um grupo
hidroxila (OH).
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Colesterol
Proteínas integrais
Fibras do citoesqueleto
Proteínas periféricas
Figura 11
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images
Proteínas de Membrana
As proteínas das membranas ficam mergulhadas na camada lipídica de tal
modo que os resíduos hidrofóbicos das proteínas estão no mesmo nível das
cadeias hidrofóbicas dos lipídeos e os resíduos hidrofílicos das proteínas ficam na
altura das cabeças polares dos lipídeos, em contato com o meio extracelular ou
com o citoplasma.
Cada tipo de membrana tem suas proteínas características que são responsáveis
pela atividade metabólica dessas membranas (transporte de íons e de moléculas
polares, a interação com os hormônios e a transdução de sinais). Cerca de 70% das
proteínas das membranas são integrais, que corresponde à maioria das enzimas,
glicoproteínas responsáveis pelos grupos sanguíneos, proteínas transportadoras e
receptoras de hormônios e drogas.
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As células se reconhecem. Existe um grupo de glicoproteínas na superfície da
membrana plasmática denominadas complexo principal de histocompatibilidade
ou MHC (major histocompatibility complex). O MHC é responsável pela distinção
do que é próprio e do que não é próprio do organismo, muito importante para o
sistema imunológico.
Carboidratos
Os carboidratos fazem parte das glicoproteínas, glicolipídeos e proteogli-
canas. Na membrana plasmática, os carboidratos ficam voltados para o meio
extracelular e formam uma camada denominada “glicocalice” (glicocalix), que
possui várias funções:
• Proteção da superfície das células de possíveis lesões mecânicas e químicas;
• Como os oligossacarídeos e polissacarídeos do glicocalix adsorvem água, eles
conferem à célula uma superfície lisa que auxilia as células móveis tais como os
leucócitos a abrir caminho por meio de espaços estreitos, impedindo também células
sanguíneas de grudarem uma nas outras ou nas paredes dos vasos sanguíneos;
• Relaciona-se ao sistema imunológico dando à célula uma marca, uma
identidade. Exemplo: sistemas sanguíneos ABO, Rh e MHC;
• Processos de adesão entre o óvulo e o espermatozoide.
Transporte de Membrana
Os compostos hidrofóbicos como ácidos graxos, hormônios esteroides e
anestésicos atravessam facilmente a MP, já os compostos hidrofílicos atravessam
a membrana plasmática com mais dificuldade, precisando ser transportados por
intermédio de proteínas específicas de transporte, como as proteínas carreadoras
e as proteínas canais (canais iônicos).
A glicose, que é hidrofílica e não tem baixo peso molecular, também não passa
pela bicamada de fosfolipídeo e precisa de uma proteína específica de transporte,
a proteína carreadora, assim como os aminoácidos também precisam de proteínas
carreadoras específicas.
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Figura 12
Desmossomos
Os desmossomos (do grego desmos, ligação, e somatos, corpo) é a principal
estrutura de união entre as células. Podemos comparar um desmossomo a um
botão de pressão constituído por duas metades que se encaixam, estando uma
metade localizada na membrana de uma das células e a outra na célula vizinha.
Em cada célula existe uma placa circular de proteína, situada bem junto
à membrana, desta partem substâncias colantes, chamadas desmogleínas,
atravessando as membranas e unindo as células na região de contato. As placas
também estão ligadas a um grande número de filamentos de queratina.
Interdigitações
Em células de vários tecidos, é comum observarmos a ocorrência de
pregueamento entre as membranas plasmáticas de duas células adjacentes. Essas
pregas, conhecidas como interdigitações, são responsáveis por ampliar a superfície
de contato entre as células, promovendo maior adesão celular e, ainda, facilitam a
passagem de substâncias entre elas.
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Retículo Endoplasmático
O Retículo Endoplasmático é um sistema de comunicação interna das células.
É formado por várias membranas, criando canais que se estendem do citoplasma
até a carioteca (membrana que envolve o núcleo celular).
Núcleo
Interdigitações
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Já nas células musculares, o REL guarda o ATP, molécula que armazena energia,
que será utilizada nos movimentos.
Núcleo
Carioteca
Retículo
endoplasmático
rugoso Retículo
endoplasmático
liso
Figura 14
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
Complexo Golgiense
O nome Golgiense é derivado do nome de seu descobridor, Camilo Golgi,
médico histologista italiano que viveu entre 1843 e 1926.
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Enzimas digestivas do pâncreas, por exemplo, são produzidas no RER e levadas até
as bolsas do complexo golgiense, onde são empacotadas em pequenas bolsas que se
desprendem dos dictiossomos e se acumulam em um dos polos da célula pancreática.
Quando chega o sinal de que há alimento para ser digerido, as bolsas cheias de
enzimas se deslocam até a membrana plasmática, fundem-se com ela e eliminam
seu conteúdo para o meio exterior.
Face Cis
Vesículas de transferência
vinda do RER
Região Cis
Região Trans
Figura 15
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images
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Formação da Lamela Média em Células Vegetais
Nas plantas, o CG exerce a função de estruturação da lamela média, que é a pri-
meira membrana que separa as células recém-formadas no processo de divisão celular.
Lisossomos
Os lisossomos (do grego lise, quebra,
destruição) são vesículas membranosas
Acrossomo que contêm enzimas capazes de digerir
Núcleo substâncias orgânicas.
Eventuais restos do processo digestivo, constituídos por material que não foi digerido,
permanecem dentro do vacúolo, que passam a ser chamados vacúolo residual.
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Autofagia
Todas as células praticam autofagia (do grego autos, próprio, e phagein, comer),
digerindo partes de si mesmas com o auxílio de seus lisossomos.
Retículo
Endoplasmático
Membrana Rugoso
Plasmática
Vesúcula de
Transporte
Complexo
de Golgi
Lisossomas
Lisossomas
Partícula
alimentar Fagocitose
Vacúolo
Digestivo
Digestão
Figura 17
Por meio da autofagia, uma célula destrói e reconstrói seus constituintes, centenas
ou até milhares de vezes. Uma célula nervosa do cérebro, por exemplo, formada
em nossa vida embrionária, tem todos os seus componentes (exceto os genes) com
menos de um mês de idade. Uma célula de nosso fígado, a cada semana, digere e
reconstrói a maioria de seus componentes.
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Na silicose (“doença dos mineiros”), que ataca os pulmões, ocorre a ruptura
dos lisossomos de células fagocitárias (macrófagos) com consequente digestão dos
componentes e morte celular.
Peroxissomos
Peroxissomos são vesículas membranosas que contêm alguns tipos de enzimas
digestivas. Sua semelhança com os lisossomos fez com que fossem confundidos
com eles até bem pouco tempo. Entretanto, hoje se sabe que os peroxissomos
diferem dos lisossomos principalmente quanto ao tipo de enzimas que possuem.
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UNIDADE A Biologia Celular; Estruturas e Funções das Organelas Celulares
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Introdução a Citologia
https://youtu.be/Gqlorz9nMaY
Historia da Microscopia
https://youtu.be/-y0ddgq3wHQ
Bio é vida - Viagem à Célula (Vídeo UNICAMP)
https://youtu.be/JEZE9ykJGpg
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Referências
ALBERTS, B. et al. Biologia molecular da célula. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
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