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Bom dia a todos.

Hoje estou aqui para vos falar do poema “Liberdade”, de


Fernando Pessoa ortónimo, e apresentar-vos as suas principais linhas de leitura e
algumas das suas possíveis interpretações.

Primeiramente, penso que será apropriado começar pelo título: “Liberdade”.


No contexto da poesia de Fernando Pessoa ortónimo, e como aliás se comprova
nas estrofes que se seguem, parece-me que se pode afirmar com confiança que
esta “Liberdade” a que o título se refere corresponde à libertação da dor de pensar
e do constante uso do intelecto.

Assim, o tema da liberdade continua a ser explorado ao longo do poema e


manifesta-se de várias formas, o que é imediatamente visível nos primeiros dois
versos: “Ai que prazer / Não cumprir um dever”, onde se verifica que a rejeição do
cumprimento de normas e regras traz grande felicidade e alegria ao sujeito poético.
Por outro lado, nos versos 7 a 13: “O sol doura / Sem literatura. / O rio corre, bem
ou mal, / Sem edição original. / E a brisa, essa, / De tão naturalmente matinal, /
Como tem tempo não tem pressa.” e nos versos 21 a 23: “Mas o melhor do mundo
são crianças, / Flores, música, o luar, e o sol, que peca / Só quando, em vez de
criar, seca.” vê-se que ele valoriza a simplicidade, a naturalidade, a
espontaneidade e a liberdade dos elementos da natureza, características estas
que são intensificadas pelo uso de recursos expressivos, como a personificação da
brisa no verso 11, caracterizando-a como não tendo pressa, ou a enumeração
presente na quarta estrofe, que surgem como forma de destacar a independência
que os elementos naturais têm das regras e deveres que regem a vida dos seres
humanos.

Temos ainda nesse mesmo verso 21: “Mas o melhor do mundo são as
crianças,”, o elogio e apreciação das crianças, que são inocentes, ingénuas e não
pensam, sendo inconscientes e representando uma idade de total liberdade,
sendo, por isso, muito valorizadas pelo sujeito poético.

Para além disso, verifica-se, ao longo do poema, uma recusa geral das
tarefas que envolvem qualquer tipo de trabalho intelectual e uso do pensamento,
visível nos versos 3-6, onde o “eu” toma um olhar crítico sobre os livros e a leitura,
14-16, onde outra vez despreza os livros e os estudos, e 24-27, onde o sujeito
poético afirma que a prova incontestável da inutilidade dos estudos e de todas as
disciplinas daí derivadas é Jesus Cristo, que mesmo sem leitura e ciência, se
tornou uma figura de referência pela sua sabedoria.

Por fim, a ideia de Liberdade é atingida na própria estrutura formal do


poema. Geralmente, estamos habituados a que os poemas de Pessoa ortónimo
tenham uma estrutura estrófica, métrica e rimática bem definidas. Neste poema, é
facilmente identificável que esta regularidade não se verifica, já que o poema é
constituído por 5 estrofes, uma de 13 versos, duas de 3 versos e duas de 4 versos,
sendo a métrica dos versos irregular ao longo de todo o poema e o esquema
rimático também anormal para a poesia de Fernando Pessoa ortónimo,
concretizando este desejo de Liberdade e recusa do cumprimento de regras e
normas, na medida em não há respeito pela estrutura formal a que Pessoa se
restringe na maioria dos seus poemas.

Muito obrigado pela vossa atenção e se tiverem alguma questão estão à


vontade para as colocar.

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