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ALMEIDA, LEONARDO PINTO DE

Análise de Desempenho do Controle


Automático de Geração e do Controle
Secundário de Tensão [Rio de Janeiro] 2004
XVII, 166 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ,
M.Sc., Engenharia Elétrica, 2004)
Tese – Universidade Federal do Rio de
Janeiro, COPPE
1. Operação de Sistemas de Potência
2. Controle Automático de Geração
3. Controle Secundário de Tensão
I. COPPE/UFRJ II. Título ( série )

ii
Dedico esta tese aos meus pais, Waldir e Sônia
e a minha avó, Aurélia

iii
Agradecimentos

Agradeço acima de tudo a Deus, por estar sempre presente de uma forma ou de
outra em todo lugar, iluminando e guiando meus passos.

Agradeço também a minha família; meu pai Waldir e minha mãe Sônia, a
quem devo o que sou hoje. Além de me darem a vida me incentivaram nos
momentos mais difíceis me dando apoio incondicional e pela participação na
minha formação não só profissional e racional, mas também moral. Agradeço
também a minha avó Aurélia que sempre me concedeu seu total carinho
durante toda minha vida.

Agradeço a todos os meus professores tanto da UFRJ como da COPPE/UFRJ e


ao meu orientador Professor Glauco Nery Taranto, que contribuíram na minha
formação.

Aos colegas e amigos do CEPEL aos quais expresso meu muito obrigado pela
companhia e amizade, especialmente aos amigos Ricardo Henriques, João
Alberto e Ricardo Diniz pelas modificações feitas nos programas e aos amigos
Júlio Cezar e Camilo Braga pelas discussões técnicas.

iv
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

ANÁLISE DE DESEMPENHO DO CONTROLE AUTOMÁTICO DE GERAÇÃO E


DO CONTROLE SECUNDÁRIO DE TENSÃO

Leonardo Pinto de Almeida


Março/2004

Orientador: Glauco Nery Taranto

Programa: Engenharia Elétrica

Esta tese aborda principalmente o problema do Controle Carga-Frequência em


Sistemas Elétricos de Potência, voltando o seu enfoque para o controle da malha de
regulação secundária, mais comumente denominado Controle Automático de Geração
(CAG). O objetivo primordial deste tipo de controle é de restabelecer a freqüência ao
seu valor de referência. No sistema elétrico brasileiro a freqüência de referência é
fixada em 60 HZ. É feita uma revisão dos conceitos básicos dos controles responsáveis
pela regulação primária e secundária.

Esta tese também trata de assuntos relacionados ao problema de estabilidade de


tensão, enfocando principalmente o Controle Secundário de Tensão (CST), controle este
responsável pela regulação da tensão ao nível da transmissão.

Os controles, tanto o CAG como o CST, são implementados em um programa


comercial de análise de transitórios eletromecânicos. As simulações são realizadas
utilizando-se dois sistemas, a saber: um sistema teste de pequeno porte e outro real de
grande porte. Estas simulações visam à fixação dos conceitos e a avaliação do
comportamento dos controles secundários de freqüência e tensão.

v
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

PERFORMANCE ANALISYS OF AUTOMATIC GENERATION CONTROL AND


SECONDARY VOLTAGE CONTROL

Leonardo Pinto de Almeida


March/2004

Advisor: Glauco Nery Taranto

Department: Electrical Engineering

This thesis mainly approaches the problem of Load-Frequency Control in


Electric Power Systems, emphasizing the secondary control, more commonly
denominated as Automatic Generation Control (AGC). The primordial objective of this
type of control is to restore the frequency to its reference value. In the Brazilian electric
system the reference frequency is set to 60 HZ. A revision of the basic concepts of the
primary and secondary controls is made.

This thesis also deals with matters related to voltage stability problem, focusing
mainly the Secondary Voltage Control (SVC), which is responsible for the voltage
regulation at the transmission level.

The controls, both AGC and SVC, are implemented in a transient stability
program. The simulations are accomplished using two systems, namely: a small test
system and a large interconnected one. These simulations intend to the fixation of the
concepts and the evaluation of the secondary controls’ behavior of frequency and
voltage.

vi
Sumário

Lista de Figuras ...........................................................................................................................................ix


Lista de Tabelas.........................................................................................................................................xiv
Lista de Símbolos .......................................................................................................................................xv
Capítulo I Introdução...................................................................................................................................1
I.1 Considerações Gerais .....................................................................................................................1
I.2 Estrutura da Tese............................................................................................................................8
Capítulo II Modelagens Específicas .........................................................................................................10
II.1 Modelo de Máquina Síncrona .................................................................................................10
II.2 Modelos de Turbinas ...............................................................................................................15
II.2.1 Modelo para Turbinas Térmicas .........................................................................................16
II.2.2 Modelo para Turbinas Hidráulicas .....................................................................................18
Capítulo III Controle Carga-Freqüência...................................................................................................21
III.1 Introdução................................................................................................................................21
III.2 Regulação Própria ...................................................................................................................22
III.3 Regulação Primária .................................................................................................................25
III.3.1 Reguladores de Velocidade Isócronos ...........................................................................26
III.3.2 Reguladores de Velocidade com Queda de Velocidade.................................................29
III.4 Regulação Secundária .............................................................................................................35
III.5 Operação em Sistemas Interligados.........................................................................................42
III.5.1 Operação sem regulação secundária ..............................................................................42
III.5.2 Operação com regulação secundária..............................................................................48
III.5.2.1 Ajuste do Bias (B) .....................................................................................................50
Capítulo IV Controle Coordenado de Tensão ..........................................................................................53
IV.1 Introdução................................................................................................................................53
IV.2 Níveis Hierárquicos.................................................................................................................54
IV.2.1 Controle Primário de Tensão (CPT) ..............................................................................55
IV.2.2 Controle Secundário de Tensão (CST) ..........................................................................55
IV.2.3 Controle Terciário de Tensão (CTT) .............................................................................56
IV.3 Implementação do Controle Secundário de Tensão (CST) .....................................................57
Capítulo V Simulações .............................................................................................................................60
V.1 Sistema teste de pequeno porte................................................................................................60
V.1.1 Dados do sistema ................................................................................................................61
V.1.2 Sistema sem regulação secundária......................................................................................63
V.1.3 Inclusão do CAG ................................................................................................................67
V.1.3.1 Aumento de 40MW na carga da barra 5 – operação em modo TLB.........................70

Sumário vii
V.1.3.2 Aumento de 40MW na carga da barra 5 – operação em modo FF ............................73
V.1.3.3 Mudança na referência de potência do intercâmbio – operação em modo TLB .......76
V.1.3.4 Abertura da interligação............................................................................................78
V.1.3.5 Sensibilidade quanto ao ajuste do bias......................................................................84
V.1.4 Inclusão do CAG e do CST ................................................................................................87
V.1.4.1 Chaveamento de um banco de capacitores................................................................90
V.1.4.2 Mudança na referência de tensão da barra piloto ......................................................93
V.1.4.3 Mudança na referência de potência do intercâmbio ..................................................94
V.1.4.4 Abertura da interligação............................................................................................96
V.1.4.5 Aumento em rampa no carregamento do sistema .....................................................99
V.2 Sistema de grande porte ........................................................................................................103
V.2.1 Interligações Inter-regionais .............................................................................................108
V.2.1.1 Interligação entre as regiões SUL e SUDESTE ......................................................109
V.2.1.2 Interligação entre as regiões Norte, Nordeste e Sudeste .........................................111
V.2.2 Dados do Sistema .............................................................................................................113
V.2.3 Ajuste do ganho do CAG..................................................................................................116
V.2.3.1 CAG da Área Norte.................................................................................................117
V.2.3.2 CAG da Área Nordeste ...........................................................................................121
V.2.3.3 CAG da Área Sul ....................................................................................................124
V.2.3.4 CAG da Área Sudeste .............................................................................................128
V.2.4 Degrau de -10% na carga do sistema................................................................................131
V.2.5 Perda da Interligação SE-NE ............................................................................................133
V.2.6 Perda das Interligações N-SE e SE-NE ............................................................................135
V.2.7 Degrau de 600MW na Referência da Interligação SE-N..................................................137
V.2.8 Rampa de 600MW na Referência da Interligação SE-N ..................................................139
V.2.9 Perda de uma Unidade Geradora ......................................................................................140
V.2.10 Variação de Carga em Rampa......................................................................................141
V.2.11 Variação da Carga na Área Rio ...................................................................................143
V.3 Tempo computacional ...........................................................................................................147
Capítulo VI Conclusão ...........................................................................................................................148
VI.1 Considerações Gerais ............................................................................................................148
VI.2 Sugestões para Trabalhos Futuros .........................................................................................150
Referências Bibliográficas........................................................................................................................152
Apêndice A .........................................................................................................................................155
A.1 Dados para Estudo de Fluxo de Potência ..............................................................................155
A.2 Dados para Estudo de Transitórios Eletromecânicos ............................................................156
A.3 Controlador Definido pelo Usuário do CAG.........................................................................160
A.4 Controlador Definido pelo Usuário do CST..........................................................................164

Sumário viii
Lista de Figuras

Figura I.1: Estrutura funcional de um SEP...................................................................................................1


Figura I.2: Integração EletroEnergética........................................................................................................3
Figura I.3: Principais malhas de controle associadas a um SEP...................................................................5
Figura II.1: Máquina Síncrona ...................................................................................................................11
Figura II.2: Diagrama de blocos da equação swing....................................................................................14
Figura II.3: Diagrama de blocos da equação swing com desvios de potência...........................................15
Figura II.4: Percurso do vapor em uma unidade com reaquecimento ........................................................16
Figura II.5: Diagrama esquemático para uma unidade com reaquecimento...............................................17
Figura II.6: Diagrama de blocos para uma unidade com reaquecimento....................................................17
Figura II.7: Diagrama de blocos reduzido para uma unidade com reaquecimento....................................18
Figura II.8: Diagrama de blocos para uma unidade sem reaquecimento ...................................................18
Figura II.9: Representação esquemática de uma unidade hidráulica ..........................................................19
Figura II.10: Função de transferência para turbinas hidráulicas.................................................................20
Figura II.11: Resposta à um degrau unitário aplicado à função de transferência de uma turbina hidráulica
..........................................................................................................................................................20
Figura III.1: Resultado de uma análise de fluxo de potência......................................................................21
Figura III.2: Curva diária de carga .............................................................................................................22
Figura III.3: Curva Carga x Freqüência......................................................................................................23
Figura III.4: Diagrama de blocos com amortecimento ...............................................................................24
Figura III.5: Diagrama de blocos do sistema..............................................................................................24
Figura III.6: Regulador de Velocidade Isócrono ........................................................................................26
Figura III.7: Diagrama de blocos de um regulador de velocidade isócrono ...............................................27
Figura III.8: Reposta no tempo de uma unidade geradora com regulado de velocidade isócrono ............28
Figura III.9: Regulador com queda de velocidade......................................................................................29
Figura III.10: Diagrama de blocos de um regulador de velocidade com queda de velocidade...................30
Figura III.11: Resposta no tempo de uma unidade geradora com regulador de velocidade com estatismo31
Figura III.12: Característica Freqüência x Potência ..................................................................................32
Figura III.13: Ajuste do parâmetro R .........................................................................................................33
Figura III.14: Característica Freqüência x Potência para R=0...................................................................34
Figura III.15: Divisão de carga por duas unidades geradoras dotadas de reguladores com estatismo .......35
Figura III.16: Dispositivo de variação de velocidade .................................................................................37
Figura III.17: Sinal de Controle Secundário...............................................................................................37
Figura III.18: Malha de Controle Secundário.............................................................................................38
Figura III.19: Característica f × P com Regulação Secundária ..............................................................39

Lista de Figuras ix
Figura III.20: Diagrama de blocos com regulação primária e secundária ..................................................41
Figura III.21: Diagrama de blocos com regulação primária e secundária e com controle de intercâmbio .42
Figura III.22: Representação esquemática de um sistema com com duas áreas interligadas .....................43
Figura III.23: Diagrama de blocos para sistema de duas áreas interligadas sem regulação secundária......44
Figura III.24: Sistema com três áreas de controle interligadas...................................................................47
Figura III.25: Diagrama de blocos para sistema de duas áreas interligadas com regulação secundária .....48
Figura III.26: Relação ∆F × ∆T ..............................................................................................................49
Figura IV.1: Níveis Hierárquicos ...............................................................................................................54
Figura IV.2: Estrutura hierárquica do Controle Coordenado de Tensão ....................................................56
Figura IV.3: Controle de Tensão e Repartição de Potência Reativa...........................................................58
Figura IV.4: Malha de controle de tensão da barra piloto ..........................................................................58
Figura IV.5: Malha de controle de repartição de reativo ............................................................................59
Figura V.1: Sistema Teste de Pequeno Porte..............................................................................................60
Figura V.2: Regulador de Tensão...............................................................................................................63
Figura V.3: Regulador de Velocidade e Turbina........................................................................................63
Figura V.4: Carregamento do Sistema .......................................................................................................64
Figura V.5: Tensão nas barras 4 e 5 ...........................................................................................................64
Figura V.6: Freqüência do Sistema ............................................................................................................65
Figura V.7: Potência ativa dos geradores ...................................................................................................65
Figura V.8: Potência reativa dos geradores ................................................................................................66
Figura V.9: Fluxo de potência na interligação............................................................................................66
Figura V.10: Freqüência do sistema com e sem CAG................................................................................68
Figura V.11: Fluxo de potência na interligação com e sem CAG ..............................................................68
Figura V.12: Potência ativa dos geradores .................................................................................................69
Figura V.13: Erro de controle de área (ECA).............................................................................................69
Figura V.14: Integral do ECA ....................................................................................................................70
Figura V.15: Carregamento do sistema ......................................................................................................70
Figura V.16: Freqüência do sistema ...........................................................................................................71
Figura V.17: Fluxo de potência na interligação..........................................................................................71
Figura V.18: Potência ativa dos geradores .................................................................................................71
Figura V.19: Erro de controle de área ........................................................................................................72
Figura V.20: Integral do ECA ....................................................................................................................72
Figura V.21: Carregamento do sistema ......................................................................................................74
Figura V.22: Freqüência do sistema ...........................................................................................................74
Figura V.23: Fluxo de potência na interligação..........................................................................................74
Figura V.24: Potência ativa dos geradores .................................................................................................75
Figura V.25: Erro de controle de área ........................................................................................................75
Figura V.26: Integral do ECA ....................................................................................................................75
Figura V.27: Carregamento do sistema ......................................................................................................76
Figura V.28: Freqüência do sistema ...........................................................................................................77

Lista de Figuras x
Figura V.29: Fluxo de potência na interligação..........................................................................................77
Figura V.30: Potência ativa dos geradores .................................................................................................77
Figura V.31: Erro de controle de área ........................................................................................................78
Figura V.32: Integral do ECA ....................................................................................................................78
Figura V.33: Implementação da banda morta.............................................................................................79
Figura V.34: Fluxo de potência na interligação..........................................................................................79
Figura V.35: Variação de freqüência na área 1 ..........................................................................................80
Figura V.36: Variação de tensão na barra 4 ...............................................................................................80
Figura V.37: Variação da potência dos geradores da área 1.......................................................................81
Figura V.38: ECA da área 1 .......................................................................................................................81
Figura V.39: Integral do ECA da área 1 .....................................................................................................82
Figura V.40: Variação de freqüência na área 2 ..........................................................................................82
Figura V.41: Variação de tensão na barra 5 ...............................................................................................83
Figura V.42: Variação da potência do gerador da área 2............................................................................83
Figura V.43: ECA da área 2 .......................................................................................................................84
Figura V.44: Integral do ECA da área 2 .....................................................................................................84
Figura V.45: Freqüência do sistema para diferentes valores de Bias da Área 1.........................................85
Figura V.46: Esforço de controle área 1 para diferentes valores de Bias da Área 1..................................86
Figura V.47: Esforço de controle área 2 para diferentes valores de Bias da Área 1..................................86
Figura V.48: Carregamento do Sistema .....................................................................................................88
Figura V.49: Freqüência do sistema ...........................................................................................................88
Figura V.50: Tensão na barra 4 ..................................................................................................................89
Figura V.51: Tensão na barra 5 ..................................................................................................................89
Figura V.52: Potência reativa dos geradores 1 e 2 .....................................................................................90
Figura V.53: Repartição de potência reativa Q2/Q1...................................................................................90
Figura V.54: Valor do shunt da barra 4 ......................................................................................................91
Figura V.55: Tensão da barra 4 com e sem CST ........................................................................................91
Figura V.56: Potência reativa dos geradores da área 1 (sem CST) ............................................................92
Figura V.57: Potência reativa dos geradores da área 1 (com CST) ............................................................92
Figura V.58: Repartição de potência reativa Q2/Q1...................................................................................93
Figura V.59: Tensão da barra 4 ..................................................................................................................93
Figura V.60: Tensão da barra 5 ..................................................................................................................94
Figura V.61: Fluxo de potência na interligação..........................................................................................94
Figura V.62: Tensão da barra 4 com e sem CST ........................................................................................95
Figura V.63: Tensão da barra 5 com e sem CST ........................................................................................95
Figura V.64: Repartição de potência reativa Q2/Q1...................................................................................96
Figura V.65: Fluxo de potência na interligação..........................................................................................97
Figura V.66: Variação de freqüência na área 1 ..........................................................................................97
Figura V.67: Variação de tesão na barra 4 .................................................................................................98
Figura V.68: Repartição de potência reativa Q2/Q1...................................................................................98

Lista de Figuras xi
Figura V.69: Variação de freqüência na área 2 ..........................................................................................99
Figura V.70: Variação de tesão na barra 5 .................................................................................................99
Figura V.71: Carregamento da barra 4 .....................................................................................................100
Figura V.72: Perfil de tensão na barra 4 ...................................................................................................100
Figura V.73: Perfil de tensão na barra 5 ...................................................................................................101
Figura V.74: Variação de freqüência........................................................................................................101
Figura V.75: Potência reativa dos geradores ............................................................................................102
Figura V.76: Repartição de potência reativa Q2/Q1.................................................................................102
Figura V.77: Sistema de Transmissão do Sistema Interligado Nacional..................................................107
Figura V.78: Subsistemas do Sistema Interligado Nacional.....................................................................108
Figura V.79: Configuração da Interligação Sul/Sudeste e os principais pontos de medição do intercâmbio
........................................................................................................................................................110
Figura V.80: Configuração da Interligação Norte/Nordeste/Sudeste e os principais pontos de medição do
intercâmbio .....................................................................................................................................112
Figura V.81: Desvio de Freqüência..........................................................................................................117
Figura V.82: Desvio de Intercâmbio ........................................................................................................118
Figura V.83: Erro de Controle de Área ....................................................................................................118
Figura V.84: Desvio de Freqüência..........................................................................................................119
Figura V.85: Desvio de Intercâmbio ........................................................................................................119
Figura V.86: Erro de Controle de Área ....................................................................................................119
Figura V.87: Desvio de Freqüência..........................................................................................................120
Figura V.88: Desvio de Intercâmbio ........................................................................................................120
Figura V.89: Erro de Controle de Área ....................................................................................................120
Figura V.90: Desvio de Freqüência..........................................................................................................121
Figura V.91: Desvio de Intercâmbio ........................................................................................................121
Figura V.92: Erro de Controle de Área ....................................................................................................122
Figura V.93: Desvio de Freqüência..........................................................................................................122
Figura V.94: Desvio de Intercâmbio ........................................................................................................122
Figura V.95: Erro de Controle de Área ....................................................................................................123
Figura V.96: Desvio de Freqüência..........................................................................................................123
Figura V.97: Desvio de Intercâmbio ........................................................................................................123
Figura V.98: Erro de Controle de Área ....................................................................................................124
Figura V.99: Desvio de Freqüência..........................................................................................................124
Figura V.100: Desvio de Intercâmbio ......................................................................................................125
Figura V.101: Erro de Controle de Área ..................................................................................................125
Figura V.102: Desvio de Freqüência........................................................................................................125
Figura V.103: Desvio de Intercâmbio ......................................................................................................126
Figura V.104: Erro de Controle de Área ..................................................................................................126
Figura V.105: Desvio de Freqüência........................................................................................................126
Figura V.106: Desvio de Intercâmbio ......................................................................................................127

Lista de Figuras xii


Figura V.107: Erro de Controle de Área ..................................................................................................127
Figura V.108: Desvio de Freqüência........................................................................................................128
Figura V.109: Desvio de Intercâmbio ......................................................................................................128
Figura V.110: Erro de Controle de Área ..................................................................................................129
Figura V.111: Desvio de Freqüência........................................................................................................129
Figura V.112: Desvio de Intercâmbio ......................................................................................................129
Figura V.113: Erro de Controle de Área ..................................................................................................130
Figura V.114: Desvio de Freqüência........................................................................................................130
Figura V.115: Desvio de Intercâmbio ......................................................................................................130
Figura V.116: Erro de Controle de Área ..................................................................................................131
Figura V.117: Desvio de Freqüência........................................................................................................132
Figura V.118: Desvio de Intercâmbio ......................................................................................................132
Figura V.119: Erro de Controle de Área ..................................................................................................133
Figura V.120: Intercâmbio entre as áreas .................................................................................................134
Figura V.121: Geração na área Nordeste..................................................................................................134
Figura V.122: Freqüência em Itumbiara e Luiz Gonzaga ........................................................................135
Figura V.123: Fluxo no intercâmbio Norte-Nordeste...............................................................................136
Figura V.124: Freqüência em Tucuruí .....................................................................................................136
Figura V.125: Freqüência em Itumbiara...................................................................................................136
Figura V.126: Geração nas áreas Nordeste e Norte..................................................................................137
Figura V.127: Fluxo nos Intercâmbios .....................................................................................................138
Figura V.128: Geração da área norte........................................................................................................138
Figura V.129: Fluxo nos Intercâmbios .....................................................................................................139
Figura V.130: Geração da área norte........................................................................................................140
Figura V.131: Geração da área norte........................................................................................................140
Figura V.132: Intercâmbio da área norte..................................................................................................141
Figura V.133: Erro de controle da área norte ...........................................................................................141
Figura V.134: Carregamento do Sistema .................................................................................................142
Figura V.135: Freqüência do Sistema ......................................................................................................142
Figura V.136: Variação de potência das áreas de controle.......................................................................143
Figura V.137: Erro de Controle de Área ..................................................................................................143
Figura V.138: Carregamento da Área Rio................................................................................................144
Figura V.139: Perfil de tensão da barra de Jacarepaguá 345kV ...............................................................144
Figura V.140: Freqüência do Sistema ......................................................................................................145
Figura V.141: Potência reativa gerada .....................................................................................................145
Figura V.142: Variação de potência ativa gerada.....................................................................................146
Figura V.143: Intercâmbio líquido da área sudeste ..................................................................................146

Lista de Figuras xiii


Lista de Tabelas

Tabela III.1: Desvio de freqüência e intercâmbio para uma variação de carga ..........................................46
Tabela V.1: Dados de linha utilizados no estudo de fluxo de potência ......................................................61
Tabela V.2: Resultados obtidos no estudo de fluxo de potência (dados de barra).....................................61
Tabela V.3: Resultados obtidos no estudo de fluxo de potência (dados de geração) ................................62
Tabela V.4: Resultados obtidos no estudo de fluxo de potência (dados de carga) ....................................62
Tabela V.5: Dados dinâmicos dos geradores..............................................................................................62
Tabela V.6: Dados do CAG........................................................................................................................67
Tabela V.7: Valores de ganhos para os CSTs.............................................................................................87
Tabela V.8: Modelagem de Carga do SIN................................................................................................105
Tabela V.9: Pontos de medição dos intercâmbios considerados (S/SE)...................................................110
Tabela V.10: Pontos de medição dos intercâmbios considerados ............................................................112
Tabela V.11: Carga própria das áreas de controle ....................................................................................113
Tabela V.12: Geração Sincronizada das áreas de controle .......................................................................114
Tabela V.13: Valores de bias adotados nas simulações ...........................................................................115
Tabela V.14: Usinas sob atuação do CAG ...............................................................................................115
Tabela V.15: Intercâmbios líquidos de cada área .....................................................................................116
Tabela V.16: Locais de medição de freqüência........................................................................................116
Tabela V.17: Tempo Computacional – Sistema de Pequeno Porte ..........................................................147
Tabela V.18: Tempo Computacional – Sistema de Grande Porte ............................................................147

Lista de Tabelas xiv


Lista de Símbolos

AP: Alta Pressão


B: Bias
BP: Baixa Pressão
CA: Corrente Alternada
CAG: Controle Automático de Geração
CC: Corrente Contínua
CCF: Controle Carga-Freqüência
CCT: Controle Coordenado de Tensão
CPT: Controle Primário de Tensão
CST: Controle Secundário de Tensão
CTT: Controle Terciário de Tensão
D: Coeficiente de Amortecimento
E fd : Tensão de campo

EAT: Extra Alta Tensão


ECA: Erro de Controle de Área
ESP: Estabilizador de Sistema de Potência
f: Freqüência da Tensão
FF: Flat Frequency
FTL: Flat Tie Line Control
H: Constante de Inércia
J: Momento de Inércia Combinado
K IGi : Ganho do integrador associado ao gerador i

K PGi : Ganho proporcional associado ao gerador i

K I V : Ganho do integrador da malha de controle de tensão

K PV : Ganho proporcional da malha de controle de tensão

P: Potência Elétrica Ativa


PI: Pressão Intermediária

Lista de Símbolos xv
Q: Potência Elétrica Reativa
R: Estatismo
ra : Resistência de armadura
RAT: Regulador Automático de Tensão
RAV: Regulador Automático de Velocidade
S N : Potência Elétrica Aparente
SEP: Sistema Elétrico de Potência
SIN: Sistema Interligado Nacional
t : Tempo
Ta : Torque Acelerante

Tm : Torque Mecânico
Te : Torque Elétrico

TN : Torque Nominal Elétrico


TLB: Tie Line Bias Control
V: Magnitude da Tensão
Vb : Tensão terminal do gerador

Vbarra piloto : Tensão da barra piloto

VT : Tensão terminal da máquina


VCST : Tensão de referência para a malha de controle de tensão

Vshr : Tensão de referência para a malha de controle de potência reativa

Vref : Referência de tensão para o regulador automático de tensão

Vref CST : Tensão de referência da barra piloto

X d : Reatância de eixo direto

X q : Reatância de eixo de quadratura

X 'd : Reatância transitória de eixo direto

X 'q : Reatância transitória de eixo de quadratura

X 'd' : Reatância sub-transitória de eixo de quadratura

X l : Reatância de dispersão
α : Fator de Participação

Lista de Símbolos xvi


β : Característica Natural
δ : Posição Angular do Rotor
ω 0 m : Velocidade Angular Nominal do Rotor em Radianos Mecânicos

ω m : Velocidade Angular do Rotor em Radianos Mecânicos

ω r : Velocidade Angular do Rotor em Radianos Elétricos


ω 0 : Velocidade Angular Nominal do Rotor em Radianos Elétricos

∆A : Variação da Abertura da Admissão


∆F : Variação da Freqüência
∆Pm : Variação de Potência Mecânica
∆Pe : Variação de Potência Elétrica

∆PD : Variação da Carga (parcela variante com a freqüência)


∆PL : Variação da Carga (parcela invariante com a freqüência)
∆PG : Variação da Geração

∆Q shr : Erro de repartição de potência reativa

∆T : Variação de Intercâmbio
∆VCST : Erro de tensão da barra piloto

∆γ : Sinal do Controle Secundário

Lista de Símbolos xvii


I
Capítulo I
Introdução

I.1 Considerações Gerais

A função principal de um Sistema Elétrico de Potência (SEP) é de converter


formas de energia presentes na natureza em forma de eletricidade, e de
transportá-la até os centros consumidores. Por exemplo, converter e
transportar até os centros consumidores a energia potencial da água ou a
energia liberada na queima de combustíveis fósseis. A energia, contudo, é
raramente consumida sob a forma de eletricidade sendo convertida em calor,
luz ou energia mecânica. A grande vantagem da energia elétrica é que
podemos transportá-la e controlá-la com relativa facilidade e com alto grau de
eficiência e confiabilidade [Kundur 1994].

Como descrito em [Falcão 2000] de um ponto de vista funcional, os SEPs


apresentam uma estrutura como mostrado na Figura I.1.

Energia
Geração Transmissão Distribuição Consumidores
Primária

Interligação com
outros Sistemas

Transmissão

Figura I.1: Estrutura funcional de um SEP

Capítulo I - Introdução 1
Seus principais componentes são os subsistemas de:

• Geração: composto pelas usinas ou centrais geradoras. Estas


centrais podem ser do tipo hidrelétrica, térmica (carvão, óleo, gás
natural, etc...), nuclear ou eólica. Ao final de 2002 a capacidade
de geração instalada no Sistema Interligado Nacional (SIN)
correspondia à aproximadamente 73 GW sendo 80% de origem
hidráulica. Em um sistema hidrotérmico com predominância
hidráulica, como o brasileiro, as usinas são construídas onde
melhor se pode aproveitar as afluências e os desníveis dos rios,
geralmente distantes dos centros consumidores. Neste contexto
grandes blocos de energia precisam ser transmitidos das regiões de
produção para as regiões de consumo sendo necessário
desenvolver um extenso, e portanto complexo, sistema de
transmissão.

• Transmissão: constituído pelas linhas de transmissão e


equipamentos auxiliares necessários para transmitir a potência
produzida nas centrais geradoras até os centros consumidores. Os
sistemas de transmissão podem ser em corrente alternada (CA) ou
em corrente contínua (CC), sendo os últimos utilizados apenas no
caso de transmissão de grandes blocos de potência a distâncias
muito elevadas. Ao final de 2002, a rede de transmissão do SIN
era formada por mais de 72.000 Km de linhas de transmissão em
tensões superiores a 230 kV. Formando caminhos alternativos, a
rede de transmissão permite transportar a energia produzida até os
consumidores com um maior grau de confiabilidade. Mais ainda,
as grandes interligações possibilitam a troca de energia entre
regiões, permitindo obter benefícios a partir da diversidade de
comportamento das vazões entre rios de diferentes bacias
hidrográficas.

• Distribuição: constituído pelas subestações e alimentadores


responsáveis pela distribuição da energia elétrica aos
consumidores industriais, comerciais e residenciais. Em geral,
Capítulo I - Introdução 2
incluem também uma parte local do sistema de transmissão, em
tensões mais baixas (geralmente 69 kV e 138 kV), o qual recebe a
denominação de subtransmissão.

A Figura I.2 ilustra as principais bacias hidrográficas utilizadas nos


aproveitamentos hidrelétricos do sistema elétrico brasileiro, assim como as
grandes distâncias a serem percorridas pelas linhas de transmissão em extra
alta tensão (EAT) para atender a carga dos grandes centros consumidores.

Figura I.2: Integração EletroEnergética

Um SEP devidamente projetado e operado deve satisfazer os seguintes


requisitos fundamentais:

Capítulo I - Introdução 3
• O sistema deve ser capaz de suprir as contínuas mudanças na
carga. A eletricidade não pode ser armazenada de maneira
conveniente em grandes quantidades, portanto, uma adequada
reserva girante de potência ativa e reativa deve ser mantida e
apropriadamente controlada.

• O sistema deve suprir energia com o menor custo econômico e


impacto ecológico possível.

• A qualidade no suprimento de energia deve atender um


desempenho mínimo em relação à variação de freqüência, à
variação de tensão e ao nível de confiabilidade.

Vários níveis de controle, com inúmeros dispositivos, são utilizados para fazer
com que os SEPs sejam capazes de atender aos requisitos acima citados. Os
objetivos destes controles dependem do estado de operação em que se
encontram os SEPs. Em condições normais, o objetivo dos controles é
basicamente de manter a tensão e a freqüência próximas de seus valores
nominais da maneira mais eficiente possível. Quando em condições adversas,
novos objetivos devem ser alcançados fazendo com que o SEP retorne para sua
condição normal de operação [Kundur 1994].

O controle de SEPs é facilitado pela aplicação da propriedade de


desacoplamento entre os pares de variáveis: potência ativa ( P ) – freqüência da
tensão nas barras ( f ) e potência reativa ( Q ) – magnitude da tensão nas barras
( V ). Ou seja, os fluxos de potência ativa e potência reativa em um SEP são
razoavelmente considerados independentes um do outro e influenciados por
diferentes ações de controle [Kundur 1994]. Embora variações em P possam
afetar V e mudanças em Q possam influenciar f , dentro da faixa normal de
operação estes efeitos cruzados são apenas marginais. Assim, controlando-se o
torque entregue pelas máquinas primárias aos geradores controla-se
essencialmente a potência ativa e conseqüentemente a freqüência. Da mesma
forma, através de variações apropriadas da excitação de campo dos geradores

Capítulo I - Introdução 4
controla-se a potência reativa e conseqüentemente a tensão terminal da
máquina.

Na Figura I.3 são identificadas as principais malhas de controle associadas a


um sistema de potência.

Controle Secundário de Tensão

tensão de
referência

tensão da
barra piloto

Sistema de Excitação

tensão
corrente
de campo potência
velocidade

Sistema Elétrico
Grupo potência

Turbina - Gerador elétrica


(rede / carga)

potência velocidade
mecânica

Sistema de Regulação Primária


( Regulador de Velocidade ) frequência

intercâmbio

controles de uma geração


unidade geradora

potência de
referência

Sistema de Regulação Secundária


( Controle Automático de Geração )

Figura I.3: Principais malhas de controle associadas a um SEP

Capítulo I - Introdução 5
O controle do sistema de excitação consiste, basicamente, da atuação do
regulador automático de tensão (RAT). Esse controle procura manter a tensão
terminal da máquina igual ao valor de referência definido pelos operadores do
sistema ou por controles de nível mais elevado. O sistema de excitação,
através de estabilizadores de sistema de potência (ESP), ainda auxilia no
amortecimento das oscilações do rotor da máquina quando da ocorrência de
perturbações no sistema. Esta última função advém do fato de que a tensão de
campo do gerador afeta significativamente o torque de amortecimento da
máquina. As constantes de tempo do sistema de excitação são da ordem de
milisegundos.

O Controle Secundário de Tensão (CST) consiste de uma malha de controle


mais externa que regula a tensão do lado da transmissão através de barras
chamadas barras piloto. Isso é feito através do ajuste das tensões de referência
do RAT. Trata-se de um sistema de controle centralizado e cujas constantes de
tempo são da ordem de poucos minutos.

O controle do sistema de regulação primária consiste, basicamente, da atuação


do regulador automático de velocidade (RAV). Esse controle monitora a
velocidade do eixo do conjunto turbina-gerador e controla o torque mecânico
da turbina de modo a fazer com que a potência elétrica gerada pela unidade se
adapte às variações de carga. As constantes de tempo do controle primário são
da ordem de alguns segundos.

Como a atuação do controle primário normalmente resulta em desvios de


freqüência, é necessário que se conte com a atuação de um outro sistema de
controle para restabelecer a freqüência ao seu valor nominal. Este sistema é
chamado de Sistema de Regulação Secundária ou Controle Automático de
Geração (CAG). No caso de sistemas interligados este controle secundário tem
ainda a incumbência de manter o intercâmbio de potência entre regiões
vizinhas tão próximo quanto possível dos valores previamente programados.
Atualmente os CAGs são baseados em integrais do erro de controle, definidos

Capítulo I - Introdução 6
mais comumente como Erro de Controle de Área (ECA). As empresas que
operam o CAG são denominadas controladoras de área e as outras empresas
controladas. Trata-se de um sistema de controle centralizado e cujas
constantes de tempo são da ordem de minutos.

O projeto de um sistema de potência de grande porte, como o brasileiro, que


assegure uma operação estável a um baixo custo é um problema bastante
complexo. Os SEPs são sistemas extremamente não lineares. Para executar as
tarefas relacionadas ao planejamento e operação dos SEPs os engenheiros
necessitam de ferramentas computacionais para análise, simulação e controle.
Essas ferramentas permitem aos engenheiros a tomada de decisão com relação
ao planejamento da expansão, à melhor estratégia de operação e ao efetivo
controle do sistema. No Brasil da mesma forma que em diversos países, o
sistema é projetado para atender o critério N-1, ou seja, no caso de falta
temporária de um elemento de geração ou transmissão, outras fontes ou
caminhos alternativos de suprimento existem, de forma a permitir a
continuidade do fornecimento de energia aos centros de consumo.

Nos estudos convencionais de desempenho dinâmico à freqüência fundamental


não são levadas em consideração as variações lentas que ocorrem com a carga,
preocupando-se apenas com o comportamento do sistema frente a defeitos de
rápida duração, como por exemplo, curto-circuito seguido da abertura de
linhas.

Esta tese aborda principalmente o problema do Controle Carga-Frequência


(CCF) em SEPs, voltando o seu enfoque para o controle da malha de regulação
secundária, mais comumente denominado Controle Automático de Geração
(CAG). O objetivo primordial deste tipo de controle, como citado
anteriormente, é de restabelecer a freqüência ao seu valor de referência. No
Sistema Interligado Nacional a freqüência de referência é fixada em 60 HZ.

Capítulo I - Introdução 7
É feita uma revisão dos conceitos básicos dos controles responsáveis pela
regulação primária e secundária. Esta tese também trata de assuntos
relacionados ao problema de estabilidade de tensão, enfocando principalmente
o Controle Secundário de Tensão (CST), controle este responsável pela
regulação da tensão ao nível da transmissão. Os controles, tanto do CAG como
do CST, são implementados em um programa comercial de análise de
transitórios eletromecânicos. Um sistema fictício e outro real são simulados.
Diversas simulações dinâmicas são efetuadas com o objetivo de fixação dos
conceitos e validação dos modelos de CAG e CST.

I.2 Estrutura da Tese

Esta tese esta organizada da seguinte forma.

O Capítulo I apresenta a introdução deste trabalho.

O Capítulo II apresenta o desenvolvimento das equações diferenciais que


descrevem o comportamento dinâmico do sistema e suas respectivas funções
de transferência. São apresentadas modelagens específicas para máquinas
síncronas e as funções de transferência que regem o comportamento das
turbinas.

O Capítulo III aborda os aspectos teóricos do problema de controle carga-


freqüência. São discutidos os níveis de controle de freqüência e apontadas as
suas deficiências. O enfoque maior incide sobre a malha de regulação
secundária e seu comportamento na operação de sistemas interligados. A
utilização de bias diferente da característica da área é apresentada.

O Capítulo IV trata de questões relacionadas ao problema de estabilidade de


tensão, enfocando principalmente o Controle Secundário de Tensão (CST). A
implementação de um CST é apresentada.
Capítulo I - Introdução 8
O Capítulo V apresenta as simulações feitas com dois sistemas: um sistema de
pequeno porte, sendo utilizado um sistema de 6 barras com duas áreas, e um
sistema de grande porte, sendo utilizado o Sistema Interligado Nacional (SIN).
Estas simulações visam avaliar o comportamento dos controles secundários de
freqüência e tensão.

O Capítulo VI apresenta as conclusões deste trabalho e sugestões para


trabalhos futuros.

O programa utilizado para a implementação dos controles e para a realização


das simulações foi o Programa de Análise de Transitórios Eletromecânicos
ANATEM do CEPEL [CEPEL 2002]. Foram também utilizados os programas
ANAREDE (Programa de Análise de Redes) e PlotCEPEL (Programa de
Visualização de Gráficos), desenvolvidos pelo CEPEL [CEPEL
2003a][CEPEL 2003b].

Capítulo I - Introdução 9
II
Capítulo II
Modelagens Específicas

II.1 Modelo de Máquina Síncrona

Para estudar um sistema, é necessário que este seja convenientemente descrito


através de equações matemáticas. As equações diferenciais que descrevem o
comportamento dinâmico do sistema podem ser obtidas através de um balanço
de potência em cada máquina do sistema.

Seja a máquina síncrona representada na Figura II.1, a segunda Lei de Newton


em sua forma rotacional fornece:

dω m
J = Ta (1)
dt

Onde:

J → momento de inércia combinado (gerador-turbina), [ kg ⋅ m 2 ].

ω m → velocidade angular do rotor em radianos mecânicos, [ rad s ].

Ta → torque acelerante, [ N ⋅ m ].

t → tempo, [ s ].

Capítulo II – Modelagens Específicas 10


Figura II.1: Máquina Síncrona

O torque acelerante ( Ta ) é o torque resultante da diferença entre o torque


mecânico e o torque elétrico.

Ta = Tm − Te (2)

Onde:

Tm → torque mecânico, [ N ⋅ m ].

Te → torque elétrico, [ N ⋅ m ].

Em regime esta diferença é nula e não há aceleração ( Ta = 0 ). Durante

perturbações, contudo, Ta ≠ 0 .

Definindo-se a constante de inércia H como:

energia cinética armazenada à velocidade nominal


H= (3)
potência aparente nominal da máquina

Tem-se:

1 Jω 02m
H= (4)
2 SN

Onde:

Capítulo II - Modelagens Específicas 11


ω 0 m → velocidade angular nominal do rotor em radianos mecânicos, [ rad s ].

S N → potência aparente nominal da máquina, [ VA ].

O momento de inércia J em termos de H fica:

2H
J= SN (5)
ω 02m

Substituindo as Equações (2) e (5) na Equação (1) tem-se:

2H dω m
SN = Tm − Te (6)
ω 2
0m dt

d ⎛ ωm ⎞ Tm − Te
2H ⎜ ⎟⎟ =
dt ⎜⎝ ω 0 m ⎠ SN
(7)
ω0m

Notando-se que:

SN
= TN (8)
ω0m
ωr
ωm np ω r
= = = ωr (9)
ω0m ω0 ω0
np

Onde:

TN → torque nominal da máquina, [ N ⋅ m ].

ω r → velocidade angular do rotor em radianos elétricos, [ rad s ].

ω 0 → velocidade angular nominal do rotor em radianos elétricos, [ rad s ].

Capítulo II - Modelagens Específicas 12


ω r → velocidade angular do rotor em radianos elétricos, [ pu ].

np → número de par de pólos

Substituindo-se as Equações (8) e (9) na Equação (7) tem-se:

dωr
2H = Tm − Te (10)
dt

Onde:

Tm → torque mecânico, [ pu ].

Te → torque elétrico, [ pu ].

Ao invés de medir a posição angular em relação a um eixo fixo, é mais


conveniente fazê-lo em relação a um eixo de referência que gira à velocidade
síncrona em relação ao eixo fixo. Seja δ a posição angular do rotor, em
radianos elétricos, em relação ao eixo de referência que gira à velocidade
síncrona, e δ 0 , a sua posição em t igual a zero, tem-se:

δ = ω r t − (ω 0 t + δ 0 ) (11)

Derivando-se a Equação (11) em relação ao tempo, duas vezes consecutivas,


obtém-se:


= ω r − ω s = ∆ω r (12)
dt
d 2δ dω r d∆ω r
= = (13)
dt 2 dt dt

Capítulo II - Modelagens Específicas 13


d 2δ dωr d ∆ω r
2
= ω0 = ω0 (14)
dt dt dt

Substituindo-se d ω r dt na Equação (10) tem-se:

2 H d 2δ
= Tm − Te (15)
ω 0 dt 2

A Equação (15) representa a equação de movimento de uma máquina síncrona,


comumente chamada de equação swing.

A Figura II.2 mostra o diagrama de blocos das Equações (10) e (15).

+ 1 ∆ω r ω0
Tm Σ δ
− 2 Hs s

Te

Figura II.2: Diagrama de blocos da equação swing

Em estudos do tipo carga-freqüência é comum representar a relação acima em


termos de potência mecânica e elétrica ao invés do torque. A relação entre a
potência P e o torque T é dada por:

P = ω rT (16)

Considerando pequenos desvios em torno do valor nominal, e negligenciando


os termos de segunda ordem em diante tem-se:

Capítulo II - Modelagens Específicas 14


P = P0 + ∆P
T = T0 + ∆T (17)
ω r = ω 0 + ∆ω r
P0 + ∆P = (ω 0 + ∆ω r )(T0 + ∆T ) (18)
∆P = ω 0 ∆T + T0 ∆ω r (19)
∆Pm − ∆Pe = ω 0 (∆Tm − ∆Te ) + (Tm 0 − Te 0 )∆ω r (20)

Como em regime permanente os torques elétricos e mecânicos são iguais


( Tm 0 = Te 0 ), e com a velocidade expressa em pu , ω 0 = 1 , tem-se:

∆Pm − ∆Pe = ∆Tm − ∆Te (21)

O diagrama de blocos da Figura II.2 pode ser reescrito da forma mostrada na


Figura II.3.

+ 1 ∆ω r ω0
∆Pm Σ δ
− 2 Hs s

∆Pe

Figura II.3: Diagrama de blocos da equação swing


com desvios de potência

II.2 Modelos de Turbinas

Neste item serão analisadas as funções de transferência que definem o


comportamento das turbinas. Uma modelagem rigorosa destas funções de
transferência necessitaria de um maior detalhamento das próprias turbinas, o
que se considera fora do escopo desta tese. Portanto serão apenas apresentados
os resultados destas modelagens.

Capítulo II - Modelagens Específicas 15


II.2.1 Modelo para Turbinas Térmicas

Uma turbina a vapor consiste basicamente de aletas montadas sobre um eixo,


projetadas para extrair a energia térmica e de pressão do vapor superaquecido,
originário da caldeira, e converter esta energia em energia mecânica. O vapor é
admitido na turbina via válvula de controle, a alta temperatura e pressão. Na
saída, o vapor é entregue ao condensador, a baixa pressão e baixa temperatura.

Em geral, as turbinas são compostas por diferentes estágios, em função do


nível da pressão do vapor. No caso geral, uma turbina pode ter três estágios: de
alta, intermediária e baixa pressão (AP, PI e BP respectivamente). Em turbinas
com reaquecimento, o vapor que sai do estágio de AP é levado de volta à
caldeira para ter sua energia térmica aumentada antes de ser introduzido no
estágio de PI (ou BP). O objetivo é aumentar a eficiência da turbina.

O percurso do vapor em uma unidade com reaquecimento está representado na


Figura II.4. A Figura II.5 representa o diagrama de blocos relacionando a
posição das válvulas de controle de admissão de vapor e a potência mecânica
da turbina.

Reaquecedor

Vapor Válvula de controle Turbina Turbina


de admissão de vapor de AP de BP

Regulador Condensador
de Velocidade

Figura II.4: Percurso do vapor em uma unidade com reaquecimento

Capítulo II - Modelagens Específicas 16


FAP

Válvula Tubulação ∆Pm


Comando do de controle de entrada ∑
reg. de veloc. de admissão e câmara
de vapor de vapor (AP)

Câmara de
Reaquecedor
vapor de BP

Figura II.5: Diagrama esquemático para uma unidade com reaquecimento

O comportamento da válvula de controle é afetado pelo fato de que o fluxo de


vapor na válvula é uma função não-linear da posição da válvula, apresentando
efeito de saturação quando a abertura aumenta. Entre as variações de fluxo de
vapor na válvula e o fluxo de entrada na turbina de AP existe um atraso de
tempo devido às próprias tubulações de entrada e à câmara de vapor. A turbina
de AP extrai uma fração ( FAP ) da potência térmica do vapor, transformando-a
em torque mecânico. O estágio de BP (e PI, se houver), transforma a fração
restante de potência térmica em potência mecânica. Antes de o vapor chegar
aos estágios de PI e/ou BP, contudo, ele deve retornar à caldeira via
reaquecedor. Este, portanto, introduz um novo atraso no sistema térmico.

O diagrama de blocos da Figura II.6 apresenta em detalhes as funções de


transferência descritas acima.

FAP

∆A 1
+ ∆Pm

1 + sTC +

1
1 − FAP
1 + sTR

Figura II.6: Diagrama de blocos para uma unidade com reaquecimento

Reduzindo-se este diagrama de blocos, obtém-se o diagrama de blocos


mostrado na Figura II.7.

Capítulo II - Modelagens Específicas 17


∆A (1 + sFAPTR ) ∆Pm
(1 + sTC )(1 + sTR )

Figura II.7: Diagrama de blocos reduzido para


uma unidade com reaquecimento

O modelo para turbinas de condensação direta, ou seja, sem reaquecimento, é


um caso particular da função de transferência de turbinas com reaquecimento,
onde FAP = 1 . Para este caso teremos o diagrama de blocos mostrado na
Figura II.8.

∆A 1 ∆Pm
(1 + sTC )

Figura II.8: Diagrama de blocos para


uma unidade sem reaquecimento

II.2.2 Modelo para Turbinas Hidráulicas

A Figura II.9 representa esquematicamente o reservatório, o conduto forçado, o


distribuidor e a turbina de uma unidade hidráulica. Onde H é a altura de água
do reservatório em relação ao nível do distribuidor, u é a velocidade da água
no conduto forçado e L é o comprimento do conduto forçado.

Capítulo II - Modelagens Específicas 18


Figura II.9: Representação esquemática de uma unidade hidráulica

A representação da turbina hidráulica em estudos de estabilidade é


normalmente baseada nas seguintes aproximações [Kundur 1994]:

• A tubulação do conduto forçado é inelástica e a água é


incompressível.

• A velocidade da água é diretamente proporcional a abertura da


válvula e a raiz quadrada da coluna hidráulica líquida.

• A potência da turbina é proporcional ao produto entre altura da


água e a vazão.

• As perdas de pressão no conduto forçado são desprezíveis.

Usando as hipóteses acima citadas pode-se desenvolver o modelo da turbina


apresentado em [Kundur 1994].

O diagrama de bloco que representa a função de transferência desta turbina é


mostrado na Figura II.10.

Capítulo II - Modelagens Específicas 19


∆A 1 − sTω ∆Pm
T
1+ s ω
2

uL
Tω =
gH

Figura II.10: Função de transferência para turbinas hidráulicas

Esta função de transferência representa um sistema de fase não mínima, ou


seja, a variação inicial da potência é oposta à variação final. Pode-se observar
que, caso se aplique um degrau unitário àquela função de transferência tem-se:

1 − sTω 1
∆Pm ( s) = ⋅
Tω s (22)
1+ s
2

O que passando para o domínio do tempo.

2
− t
∆Pm (t ) = −3e Tω
+1 (23)

A Equação (23) é representada pela curva da Figura II.11.

Figura II.11: Resposta à um degrau unitário aplicado


à função de transferência de uma turbina hidráulica

Capítulo II - Modelagens Específicas 20


III
Capítulo III
Controle Carga-Freqüência

III.1 Introdução

Os estudos elétricos de sistemas de potência que retratam o desempenho em


regime permanente analisam as condições destes sistemas para uma certa
condição específica do mesmo. Isto significa uma fotografia do sistema
naquele instante. Geralmente são analisadas as condições mais severas de
carga, como por exemplo, carga pesada e carga mínima. Uma premissa
adotada para estes estudos é considerar a freqüência do sistema constante e
igual a 60 HZ, no caso do sistema brasileiro. A Figura III.1 ilustra um
resultado de uma análise de fluxo de potência.

Figura III.1: Resultado de uma análise de fluxo de potência

Mas na realidade o comportamento do sistema elétrico é bem diferente. As


cargas nos diversos barramentos variam a cada instante fazendo com que o
estado de equilíbrio carga-geração seja sempre alterado. À medida que a carga

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 21


do sistema se altera, é necessário que também se altere a potência mecânica dos
geradores do sistema, pois a variação de carga é suprida inicialmente pela
energia cinética das massas girantes provocando desvios de velocidade de
rotação das máquinas e conseqüentemente desvios de freqüência.

A Figura III.2 mostra uma curva da variação da carga diária do sistema


brasileiro.

Figura III.2: Curva diária de carga

Portanto, um SEP deve possuir um sistema de controle adequado no sentido de


fazer com que o mesmo restabeleça um estado de equilíbrio apropriado instante
a instante. O controle da geração e da freqüência é comumente denominado
Controle Carga-Freqüência (CCF).

III.2 Regulação Própria

Todo sistema de potência possui uma capacidade inerente de alcançar um novo


estado de equilíbrio carga-geração [Vieira Filho 1984][Kundur 1994]. Isto se

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 22


explica pelo fato da carga ser variável com a freqüência, e portanto, em geral,
quando a freqüência decai também decai o valor absoluto da carga, indicando
uma tendência do próprio sistema de se auto-regular, ou seja, de atingir um
novo estado de equilíbrio. Esta propriedade é denominada Regulação Própria
do sistema.

A regulação própria é quantificada por meio do parâmetro D, chamado de


Coeficiente de Amortecimento.

∆PD
D= (24)
∆F

Onde:

∆PD → representa a variação da carga sensível à freqüência.

∆F → representa a variação da freqüência.

A Figura III.3 mostra uma curva característica da variação da carga com a


freqüência.

Figura III.3: Curva Carga x Freqüência

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 23


Em um sistema de potência de grande porte como o brasileiro as variações de
carga ( ∆PD ) podem atingir valores consideráveis. Por outro lado, valores
típicos de D para tais sistemas são relativamente baixos (variando de 1% a
2%) mostrando que variações inadmissíveis de freqüência podem ser
alcançadas.

O diagrama de blocos do sistema incluindo o efeito de amortecimento da carga


é mostrado na Figura III.4.

+ 1
∆PM Σ −
∆ωr
− Ms

D
∆PL ∆PD

Figura III.4: Diagrama de blocos com amortecimento

Sendo:

∆PL + ∆PD = ∆PE (25)

Onde:

∆PL → representa a variação da carga não sensível à freqüência.

O diagrama de blocos da Figura III.4 pode ser reduzido como ilustrado na


Figura III.5.

+ 1
∆PM Σ ∆ωr
− Ms + D

∆PL

Figura III.5: Diagrama de blocos do sistema


Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 24
III.3 Regulação Primária

Como visto no item anterior, um sistema de potência tem uma característica


inerente, que denominamos Regulação Própria, de alcançar um novo ponto de
equilíbrio quando de um desbalanço carga-geração. Entretanto, esta auto-
regulação pode levar o sistema a níveis operativos inaceitáveis (variações de
freqüência de grande porte). Torna-se portanto necessária a atuação de um
controle que auxilie na condução do sistema a um novo ponto de equilíbrio
mais favorável.

Por esta razão as unidades geradoras são dotadas de mecanismos de regulação


de velocidade automática que atuam no sentido de aumentar ou diminuir a
potência gerada quando a velocidade (ou freqüência) se afasta da velocidade
(ou freqüência) de referência. Este primeiro estágio de controle de velocidade
em uma unidade geradora é denominado Regulação Primária [Vieira Filho
1984].

A seguir são apresentados os tipos de reguladores de velocidade existentes.

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 25


III.3.1 Reguladores de Velocidade Isócronos

Um regulador de velocidade isócrono é do tipo indicado na Figura III.6.

Figura III.6: Regulador de Velocidade Isócrono

As esferas indicadas giram em sincronismo com a turbina e a força que se


exerce sobre elas é função da velocidade de rotação. A cada valor de
velocidade (ou freqüência) da máquina corresponde uma posição do ponto B.
Dessa forma, podemos verificar que o fluxo de óleo no distribuidor será uma
função da freqüência, sendo que existe somente uma posição dos êmbolos do
distribuidor para a qual o fluxo de óleo é interrompido, e esta corresponde à
velocidade nominal da turbina (freqüência nominal).

Supondo-se uma diminuição na freqüência devido a um aumento de carga no


sistema. A tendência do ponto B, cuja posição é regida pela força centrífuga
das esferas, é elevar-se, deslocando os êmbolos e provocando a abertura da
parte superior do distribuidor, e como conseqüência uma injeção de óleo no
pistão que fará uma abertura maior na admissão da turbina. Este movimento

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 26


continuará até que se atinja exatamente o valor da freqüência nominal do
sistema, única para a qual cessarão as injeções de óleo no distribuidor.

A Figura III.7 mostra o diagrama de blocos da função de transferência de um


regulador de velocidade isócrono.

∆F −K ∆A
s

Figura III.7: Diagrama de blocos de um regulador


de velocidade isócrono

Na Figura III.7, ∆F representa a variação da freqüência do sistema em pu e


∆A representa a variação da abertura da admissão em pu .

Somente em um caso pode-se conceber tal tipo de regulação, sem se introduzir


danos para a estabilidade do sistema. Este seria o caso simplista de uma única
máquina suprindo uma única carga [Vieira Filho 1984].

A Figura III.8 mostra a resposta no tempo de uma unidade geradora, dotada de


um regulador isócrono, quando submetida a um aumento de carga.

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 27


Figura III.8: Reposta no tempo de uma unidade geradora
com regulado de velocidade isócrono

A operação em paralelo de unidades geradoras com controle do tipo isócrono,


possui uma séria dificuldade, pois é praticamente impossível estabelecer e
manter valores de referência idênticos nos diversos controladores de
velocidade do sistema. A implementação deste tipo de controle promove uma
disputa entre as unidades no sentido de cada uma buscar estabelecer para o
sistema a freqüência definida no seu próprio valor de referência. Como a
freqüência é única ao longo de todo o sistema, no final deste processo teríamos
um colapso, com algumas unidades tendendo ao seu despacho máximo
enquanto outras tenderiam ao seu despacho mínimo.

Portanto, em sistemas de potência com mais de uma unidade geradora suprindo


as diversas cargas, este tipo de regulador embora apresente a vantagem de fazer
com que a freqüência retorne ao seu valor original, traz sérios problemas de
instabilidade e impossibilidade de repartição adequada da carga entre as
unidades geradoras.

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 28


III.3.2 Reguladores de Velocidade com Queda de Velocidade

Para que se tenha uma divisão estável da carga entre duas ou mais unidades
geradoras operando em paralelo, os reguladores destas unidades devem
apresentar uma característica de queda de velocidade. A Figura III.9 mostra
um desenho esquemático de um regulador de velocidade com queda de
velocidade.

Figura III.9: Regulador com queda de velocidade

Supondo-se uma diminuição na freqüência devido a um aumento de carga no


sistema, haverá como vimos uma tendência de elevação do ponto B. Haverá o
deslocamento do êmbolo no sentido de abrir a válvula de admissão da turbina.
O ponto H tenderá a baixar para uma nova posição H’, mostrando tendência de
abaixar o ponto E. Quando se retorna à posição original, o servomecanismo
deixa de atuar e o sistema está de novo em equilíbrio.

Esta característica de regulação pode ser obtida adicionando-se um sinal de


realimentação em paralelo ao integrador da Figura III.7, como mostrado na
Figura III.10.
Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 29
∆F − K ∆A

− s

Figura III.10: Diagrama de blocos de um regulador


de velocidade com queda de velocidade

Essa malha adicional promove uma redução no valor de referência à medida


que a unidade assume carga. Ou seja, à medida que a máquina assume carga o
sistema de controle de velocidade admite uma queda de velocidade.

Com essa malha de realimentação o regulador de velocidade apresenta uma


Característica Estática representada pelo parâmetro R , também chamado de
estatismo.

A função de transferência, que converterá um ∆F em um ∆A , representada


pelo diagrama de blocos da Figura III.10, pode ser escrita da seguinte forma:

∆A −1 R
=
∆F 1 (26)
1+ s
R⋅K

Onde o parâmetro 1 R é conhecido como Energia de Regulação da Máquina.


Sendo TG = 1 RK , tem-se:

∆A −1 R
= (27)
∆F 1 + sTG

Pode-se demonstrar que o acréscimo provocado na admissão ∆A é


proporcional ao acréscimo na potência gerada pela máquina ∆P [Vieira Filho

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 30


1984], e em pu ∆A = ∆P . Portanto a função de transferência da Equação (27)
pode ser reescrita da seguinte forma:

∆P −1 R
= (28)
∆F 1 + sTG

Aplicando-se o teorema do valor final na função de transferência acima, pode-


se determinar o erro em regime permanente deste tipo de regulador.

⎛ ∆P ⎞ 1
⎜ ⎟ =− (29)
⎝ ∆F ⎠ r . p. R

A Figura III.11 mostra a resposta no tempo de uma unidade geradora, dotada


de um regulador com estatismo, quando submetida a um aumento de carga.

Figura III.11: Resposta no tempo de uma unidade geradora


com regulador de velocidade com estatismo

A Equação (29) pode ser reescrita como:

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 31


1
∆Pr . p. = − ∆Fr . p. (30)
R

ou ainda,

1
P − P0 + ( f − f0 ) = 0 (31)
R

Esta última equação corresponde à equação de uma reta que passa pelo (P0 , f 0 )
conforme indicado na Figura III.12.

Figura III.12: Característica Freqüência x Potência

O estatismo ( R ) é definido como a variação da velocidade que se tem ao


passar-se de carga zero para plena carga, em pu da velocidade nominal
[Vieira Filho 1984].

fv − fc
R (% ) = × 100 (32)
fn

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 32


O ajuste do parâmetro R implica em uma rotação da reta mostrada na Figura
III.12 em torno do ponto (P0 , f 0 ) , como mostrado na Figura III.13.

Figura III.13: Ajuste do parâmetro R

No Sistema Interligado Nacional o Operador Nacional do Sistema (ONS)


determina que todas os reguladores de velocidade operem com estatismo de
5% [ONS 2003a].

Cabe ressaltar que para um regulador isócrono, R = 0 , a curva Freqüência x


Potência seria uma reta, na freqüência nominal, paralela ao eixo das abscissas.
Isto mostra a não possibilidade de existência de um ponto de operação para
mais de uma máquina operando em paralelo. A Figura III.14 mostra esta
característica.

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 33


Figura III.14: Característica Freqüência x Potência para R=0

Se duas ou mais unidades geradoras dotadas de reguladores com estatismo


estão conectadas a um mesmo sistema de potência, existirá somente um único
valor de freqüência para o qual as unidades dividirão o aumento de carga.

A Figura III.15 apresenta duas unidades geradoras com estatismos R1 e R2


(sendo R1 > R2 ) respectivamente. Inicialmente o sistema está operando a uma
freqüência nominal f 0 , e cada máquina gerando P1 e P2 . Quando temos um

aumento de carga ∆Pd os reguladores farão com que a potência mecânica de


cada gerador aumente até se atingir um novo ponto de equilíbrio com um novo
valor de freqüência. A parcela do aumento de geração que cada gerador
absorverá, dependerá do estatismo de cada máquina e pode ser calculado
através das relações:

∆f
∆P1 = P1' − P1 = − (33)
R1
∆f
∆P2 = P2' − P2 = − (34)
R2

⎛ 1 1 ⎞
∆P1 + ∆P2 = ∆Pd = −⎜⎜ + ⎟⎟ ⋅ ∆f (35)
R
⎝ 1 R 2 ⎠

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 34


1 1 1
Onde: + =
R1 R2 Req

Figura III.15: Divisão de carga por duas unidades geradoras dotadas


de reguladores com estatismo

A utilização de reguladores de velocidade com estatismo supera os


inconvenientes dos reguladores isócronos, ou seja, os problemas de
estabilidade e de repartição de carga. No entanto, como conseqüência da
característica estática do regulador, a freqüência não retorna ao valor nominal
permanecendo no sistema um erro de freqüência proporcional ao montante de
desequilíbrio de potência ocorrido.

É desejável que o sistema seja capaz de manter o seu equilíbrio dentro de erros
de freqüência admissíveis. Contornar este inconveniente é o objetivo da
introdução na estrutura do regulador de velocidade de um segundo estágio de
regulação, que constitui a chamada Regulação Secundária.

III.4 Regulação Secundária

Na seção anterior verificou-se que embora a regulação primária propicie o


atendimento da demanda, através da sua repartição entre as diversas unidades
geradoras do sistema, isto se dá às custas de um desvio, em regime permanente,

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 35


na freqüência do sistema. Variações de freqüência no sistema poderiam se
tornar inaceitáveis devido a impactos sucessivos de carga. Diversas restrições
à operação com subfreqüência podem ser apontadas, abaixo são listadas
algumas mais importantes de acordo com [Vieira Filho 1984]:

• Aumento na fadiga das unidades geradoras e conseqüente perda


da vida útil.

• Cargas críticas controladas por processos síncronos, ou


processos dependentes de relógios síncronos.

• Carga reativa do sistema tende a aumentar. Com freqüências


reduzidas, os capacitores conectados ao sistema tendem a
fornecer menos reativo. A reatância dos reatores se reduz e
portanto a solicitação de corrente reativa aumenta neste tipo de
equipamento.

É necessário, portanto, a existência de um controle suplementar que faça a


freqüência retornar ao seu valor original. Este controle atua na referência dos
reguladores de velocidade e constitui a chamada Regulação Secundária.

Fisicamente, isto corresponde na introdução do seguinte dispositivo na Figura


III.9.

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 36


Figura III.16: Dispositivo de variação de velocidade

No diagrama de blocos da Figura III.10 isto equivale à introdução do sinal ∆γ


como mostrado na Figura III.17.

∆F

1
R

+

1 ∆A
∆γ ∑
1 + sTG

Figura III.17: Sinal de Controle Secundário

Uma estratégia de controle suplementar deve ter os seguintes requisitos


segundo a referência [Vieira Filho 1984]:

• A malha de controle resultante deve ser estável.

• Após uma variação de carga, ou geração, o erro de freqüência


deve retornar a zero.

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 37


Para atender os requisitos acima mencionados, faz-se necessária uma malha de
controle que verifique o erro de freqüência do sistema e atue no regulador de
velocidade de modo a eliminar esse erro. Para realizar essa função e introduzir
a possibilidade de ajuste, um controlador integral associado a um ganho K i
deve ser usado, conforme mostrado na Figura III.18.

∆F

∆F 1
R


1 ∆A
− Ki +

s ∆γ 1 + sTG

Malha de Controle
Secundária

Figura III.18: Malha de Controle Secundário

A característica estática do regulador para esse novo controle permanece com a


mesma inclinação, ou seja, o mesmo valor de R . No gráfico apresentado na
Figura III.19, a ação do controle secundário pode ser interpretada como o
deslocamento vertical da curva f × P , para cima ou para baixo, conforme o
interesse em modificar a freqüência de referência do regulador.

O gráfico f × P da Figura III.19 nos mostra o caso de uma única unidade


geradora, dotada de um regulador de velocidade com estatismo e um sistema
de controle secundário, alimentando uma carga. Inicialmente o sistema está
operando no ponto 1. Após uma variação de carga ∆Pd a carga passará a Pd 1 e

a unidade geradora fornecerá PG1 = Pd 1 , porém a uma freqüência mais baixa f1 .


Portanto, após a atuação da regulação primária o sistema encontra-se operando
no ponto 2. O controle secundário continuará a agir e somente cessará sua
atuação quando a freqüência voltar ao seu valor original ( f 0 ) . Logo, o novo

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 38


ponto de operação após a atuação do controle secundário corresponderá ao
ponto 3.

Regulação Secundária

Regulação Primária

Figura III.19: Característica f × P com Regulação Secundária

A descrição anterior tomou como base a presença de uma unidade geradora.


Porém, o raciocínio desenvolvido pode ser estendido a um sistema de uma
única área de controle com n máquinas.

Considerando-se como área de controle a parte de um sistema de potência na


qual os grupos de unidades geradoras respondem às variações de cargas
contidas nesta parte do sistema. Deste modo pode-se deduzir que [Vieira Filho
1984]:

• As áreas de controle deverão, sempre que possível, ser


balanceadas em termos de carga e geração.

• As linhas de interligação entre áreas de controle deverão,


sempre que possível, trabalhar com folgas suficientes para
garantir intercâmbios de auxílio, intercâmbios de emergência e
intercâmbios para otimização operativa do sistema.

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 39


• As unidades geradoras de uma área de controle deverão ser as
mais coerentes possíveis.

O estatismo equivalente de uma área de controle pode ser obtido a partir dos
estatismos individuais das unidades, ou seja:

1 1 1 1
= + +L+ (36)
Req R1 R2 Rn

A ação de controle secundário deve ser repartida entre as unidades geradoras


participantes do controle, cada uma recebendo um sinal ∆γ i = α i ⋅ ∆γ onde α

é o fator de participação e ∑α i = 1 , em pu . Tais fatores definem o montante

que cada máquina tomará, do acréscimo de demanda, após a regulação


secundária.

Uma grandeza muita utilizada nos estudos de análises de controle automático


de geração é o Erro de Controle de Área (ECA), que corresponde ao sinal de
entrada do integrador e portanto a grandeza que deve ser corrigida. No caso de
uma única área de controle esse sinal é igual ao desvio de freqüência.

ECA = ∆F (37)

A Figura III.20 mostra como fica o diagrama de blocos, do sistema de


regulação primário e secundário, de uma unidade geradora de uma área de
controle com n máquinas.

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 40


1
ECA R

− ∆F
− Ki + 1 1 ∆PG + 1
∑ Σ
s ∆γ (1 + sTG ) (1 + sTC ) − Ms + D

∆PL

Figura III.20: Diagrama de blocos com regulação primária e secundária

Cabe ressaltar que no caso de sistemas interligados este controle secundário


tem ainda a incumbência de manter o intercâmbio de potência entre áreas de
controle vizinhas tão próximo quanto possível dos valores previamente
programados.

Contudo, convém salientar que ao se introduzir o controle de intercâmbio em


um sistema de controle secundário, o objetivo principal permanece: o de se
anular o erro de freqüência do sistema.

Com o objetivo de se controlar tanto os desvios de freqüência como os desvios


de intercâmbio, o sinal de ECA a ser aplicado à entrada do integrador será uma
combinação destes dois sinais.

ECA = B ⋅ ∆F + ∆T (38)

Onde:

B → fator que converte um desvio de freqüência em unidade de potência, e é


denominado Bias, [ MW Hz ].

∆T → representa a variação do intercâmbio, [ MW ].

A Figura III.21 mostra como fica o diagrama de blocos, do sistema de


regulação primário e secundário, de uma unidade geradora de uma área de
controle com n máquinas e com controle de intercâmbio.
Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 41
B 1
R

+ − ∆F
+ − Ki 1 1 ∆PG + 1
∆T Σ
+
∑ Σ
ECA s ∆γ (1 + sTG ) (1 + sTC ) − Ms + D

∆PL

Figura III.21: Diagrama de blocos com regulação primária e secundária e


com controle de intercâmbio

Existem três modalidades de operação que podem ser utilizadas pelos sistemas
de controle automático de geração:

• Controle de Intercâmbio e Freqüência (TLB – “Tie Line Bias


Control”).

ECA = B ⋅ ∆F + ∆T

• Controle em Freqüência Constante (FF – “Flat Frequency


Control”).

ECA = B ⋅ ∆F

• Controle de Intercâmbio Constante (FTL – “Flat Tie Line


Control”).

ECA = ∆T

III.5 Operação em Sistemas Interligados

III.5.1 Operação sem regulação secundária

A Figura III.22 representa esquematicamente um sistema composto por duas


áreas de controle. Cada área é representada por uma unidade geradora
equivalente, com seus respectivos controles, e por suas respectivas cargas.

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 42


Estas áreas são interligadas através de uma linha de transmissão, cuja
resistência é desprezada.

Área de Área de
PG1 Controle T12 PG 2
Controle
G 1 E1∠δ1 E2∠δ 2
2 G

PD1 PD 2

Figura III.22: Representação esquemática de um sistema com


com duas áreas interligadas

O fluxo de potência na linha da área 1 para a área 2 é dado por:

E1 E 2
T12 = sin(δ 12 ) (39)
X 12

Onde: δ 12 = δ 1 − δ 2

Como estamos interessados na análise para pequenas perturbações em torno de


um ponto de operação, linearizando a Equação (39) em torno de δ 12 obtemos:

∆T12 =
E1 E 2
X 12
( )
cos δ 120 ∆δ 12 (40)

Definindo-se K 12 =
E1 E 2
X 12
( )
cos δ 120 como sendo o coeficiente de potência

sincronizante entre os pontos 1 e 2, temos:

∆T12 = K 12 ⋅ ∆δ 12 (41)

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 43


O diagrama de blocos da Figura III.23 ilustra a representação de duas áreas de
controle. Note que, o fluxo de potência na linha (T12 ) foi definido como indo
da área 1 para a área 2. Portanto o fluxo é visto pela área 1 como sendo uma
carga e como uma fonte de potência pela a área 2.

ÁREA DE CONTROLE 1

1 ∆PL1
R1

+

1 1 ∆PG1 +

1 ∆F1
∑ Σ
∆γ 1 = 0 (1 + sTG1 ) (1 + sTC1 ) −
M 1s + D1

∆T12 K12
+

Σ
s −

+
∆γ 2 = 0 + 1 1 ∆PG 2 + 1
∑ Σ

(1 + sTG 2 ) (1 + sTC 2 ) − M 2 s + D2
∆F2

1
R2 ∆PL 2

ÁREA DE CONTROLE 2

Figura III.23: Diagrama de blocos para sistema de duas áreas interligadas


sem regulação secundária

Vamos agora analisar os desvios, em regime permanente, de freqüência e


intercâmbio após um distúrbio de carga no sistema da Figura III.22 sem
considerar a ação do controle secundário. Considere uma variação da carga
∆PL1 na área 1, e ∆PL 2 na área 2. Em regime permanente a freqüência será
igual nas duas áreas.

(∆F1 )r . p. = (∆F2 )r . p. = ∆Fr . p. (42)

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 44


A partir do diagrama de blocos da Figura III.23 podemos escrever que:

⎧⎪∆PG1 − (∆T12 )r . p. − ∆PL1 = ∆Fr . p. ⋅ D1


⎨ (43)
⎪⎩∆PG 2 + (∆T12 )r . p. − ∆PL 2 = ∆Fr . p. ⋅ D2

⎧ 1
⎪∆PG1 = − R ∆Fr . p.
⎪ 1
⎨ (44)
⎪∆P = − 1 ∆F
⎪⎩ G 2 R2
r . p.

Substituindo-se a Equação (44) na Equação (43) obtem-se:

⎧ ⎛ 1 ⎞
⎪− (∆T12 )r . p. − ∆PL1 = ∆Fr . p. ⎜⎜ + D1 ⎟⎟
⎪ ⎝ R1 ⎠
⎨ (45)
⎪+ (∆T ) − ∆P = ∆F ⎛⎜ 1 + D ⎞⎟
⎪ 12 r . p . L2 r . p. ⎜ 2⎟
⎩ ⎝ R2 ⎠

Somando membro a membro:

⎛ 1 1 ⎞
− (∆PL1 + ∆PL 2 ) = ∆Fr . p. ⎜⎜ + D1 + + D2 ⎟⎟ (46)
⎝ R1 R2 ⎠

Ou ainda:

∆PL1 + ∆PL 2
∆Fr . p. = −
1 1 (47)
+ D1 + + D2
R1 R2

Substituindo ∆Fr . p. na Equação (45):

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 45


⎛ 1 ⎞ ⎛ 1 ⎞
⎜⎜ + D1 ⎟⎟ ⋅ ∆PL 2 − ⎜⎜ + D2 ⎟⎟ ⋅ ∆PL1
R ⎝ R2
(∆T12 )r . p. =⎝ 1 ⎠ ⎠ (48)
1 1
+ D1 + + D2
R1 R2

A resposta de um sistema em regime permanente à variação da carga na área 1


ou na área 2 [Kirchmayer 1959] pode ser resumida como mostrado na Tabela
III.1.

Tabela III.1: Desvio de freqüência e intercâmbio para uma variação de carga

Variação da carga Área 1 Área 2

desvio de desvio de desvio de desvio de


Área 1 Área 2
freqüência intercâmbio freqüência intercâmbio

∆PL β 2 ⋅ ∆PL ∆PL β 2 ⋅ ∆PL


∆PL 0 − − −
β1 + β 2 β1 + β 2 β1 + β 2 β1 + β 2

∆PL β 1 ⋅ ∆PL ∆PL β 1 ⋅ ∆PL


0 ∆PL − − −
β1 + β 2 β1 + β 2 β1 + β 2 β1 + β 2

1 1
Na Tabela III.1 β 1 = + D1 e β 2 = + D2 , são as características naturais
R1 R2
das áreas 1 e 2 respectivamente.

No caso de mais de duas áreas de controle interligadas é conveniente não se


considerar o intercâmbio entre uma área e outra isoladamente, mas sim os
intercâmbios líquidos globais entre as diversas áreas [Simões Costa 2000],
como ilustrado na Figura III.24.

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 46


Figura III.24: Sistema com três áreas de controle interligadas

Para um sistema com n áreas de controle o desvio de freqüência em regime


permanente é dado por::

∑ ∆P Li
(49)
∆Fr . p. = − i =1

βS

Onde a característica natural do sistema, β S , é dada por:

n
β S = ∑ βi (50)
i =1

As variações nos intercâmbios líquidos globais podem ser obtidas por:

n
β j ∑ ∆PL − β S ⋅ ∆PL
(∆T ) (51)
i j

= i =1
, j = 1,..., n
βS
j r . p.

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 47


III.5.2 Operação com regulação secundária

Consideremos agora a introdução da regulação secundária no sistema da Figura


III.22. O novo diagrama de blocos do sistema, com a representação da
regulação secundária, é mostrado na Figura III.25.

ÁREA DE CONTROLE 1

1 ∆PL1
B1 R1

+
− K1 +

1 1 ∆PG1 +

1 ∆F1
Σ ∑ Σ
+ ECA1 s ∆γ 1 (1 + sTG1 ) (1 + sTC1 ) −
M 1s + D1

∆T12 K12
+

Σ
s −

− +
ECA2 − K2 ∆γ 2 + 1 1 ∆PG 2 + 1
Σ ∑ Σ
+ s −
(1 + sTG 2 ) (1 + sTC 2 ) − M 2 s + D2
∆F2

B2 1
R2 ∆PL 2

ÁREA DE CONTROLE 2

Figura III.25: Diagrama de blocos para sistema de duas áreas interligadas


com regulação secundária

No caso de sistemas interligados, exige-se que quando terminada a atuação dos


controladores secundários os desvios de freqüência e de intercâmbio sejam
nulos. Isto significa que os erros de controle de área (ECA) serão também
nulos [Vieira Filho 1984], como podemos constatar a seguir:

⎧ ECA1 = ECA2 = 0

⎨ B1 ⋅ ∆F1 + ∆T12 = 0 (52)
⎪ B ⋅ ∆F + ∆T = 0
⎩ 2 2 21

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 48


Após atingido o novo ponto de equilíbrio:

⎧(∆F1 )r . p. = (∆F2 )r . p. = ∆Fr . p.


⎨ (53)
⎩∆T12 = − ∆T21
⎧⎪ B1 ⋅ ∆Fr . p. + ∆T12 = 0
⎨ (54)
⎪⎩ B2 ⋅ ∆Fr . p. − ∆T12 = 0

⎧ ∆T12
⎪∆Fr . p. = − B
⎪ 1
⎨ (55)
⎪∆F = 12 ∆T
⎪⎩ r . p. B2

Graficamente temos:

Figura III.26: Relação ∆F × ∆T

As retas somente se cruzam no ponto em que ∆F = 0 e ∆T = 0 , e portanto


esta é a única condição que satisfaz simultaneamente as duas condições de
ECA = 0 . Em outras palavras, os ECA somente são nulos se ∆F e ∆T

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 49


também o forem, independentemente dos valores de B1 e B2 [Vieira Filho
1984].

III.5.2.1 Ajuste do Bias (B)

Classicamente, o ajuste do bias B tem se baseado no princípio de que cada área


tem condições de atender às suas próprias variações de carga. Sendo assim, o
controle suplementar em uma dada área deveria corrigir somente variações de
carga naquela área, sem ocasionar variações de geração em outras áreas. Em
outras palavras, é desejável que, se a alteração de carga for na área 1, não haja
ação de controle em outras áreas, mas apenas na área 1 [Simões Costa 2000].

Baseando-se neste princípio, o procedimento tradicional é o de se considerar os


seguintes ajustes para os coeficientes de polarização:

Bi = β i , i = 1,..., n (56)

Sendo n o número de áreas de controle. Isto é, o bias da área i deve ser igual à
característica natural da área i.

Considerando o caso de duas áreas interligadas da Figura III.22, foi visto na


Seção III.5.1 que o desvio de freqüência e de intercâmbio são dados pelas
Equações (47) e (48) respectivamente.

Supondo que:

B1 = β 1 , ∆PL1 = 0 (57)

B2 = β 2 , ∆PL2 = ∆L (58)

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 50


Temos:

∆L
∆Fr . p. = − (59)
β1 + β 2
β1 ⋅ ∆L
(∆T12 )r . p. = (60)
β1 + β 2

Substituindo-se os valores das Equações (57), (58), (59) e (60) na Equação (38)
temos:

β 1 ⋅ ∆L − ∆L
ECA1 = + β1 × =0 (61)
β1 + β 2 β1 + β 2
β 1 ⋅ ∆L − ∆L
ECA2 = − + β2 × = − ∆L (62)
β1 + β 2 β1 + β 2

Ou seja, na área 1, onde não houve impacto de carga, não haveria nenhuma
ação suplementar, mantendo-se apenas o acréscimo de carga ∆PG1 da regulação

primária de modo a garantir a assistência à área 2 enquanto sua regulação


secundária não agir. Na área 2, como ECA2 < 0 , a ação do controle
suplementar será a de elevar sua geração para absorver sua própria variação de
carga. Ou seja, para Bi = β i , a tendência é não haver elevação de geração em
uma determinada área na fase de regulação secundária quando o aumento de
carga ocorre em outra área.

De maneira análoga pode-se demonstrar que:

• Se Bi < β i , haveria redução de geração na fase de regulação


suplementar, quando o aumento de carga ocorrer em outra área
(isto é, ECAi > 0 ). Este ajuste é aconselhável para áreas com

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 51


pequena disponibilidade de geração com respeito à própria
carga.

• Se Bi > β i , haveria aumento de geração na fase de regulação


secundária, mesmo quando o aumento de carga se dá em outra
área (isto é, ECAi < 0 ). Este ajuste pode ser usado para áreas
com excesso de geração com respeito à própria carga,
garantindo desta forma maior socorro a áreas vizinhas com
carência de geração.

Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 52


IV
Capítulo IV
Controle Coordenado de Tensão

IV.1 Introdução

A estabilidade de tensão é atualmente um dos assuntos de maior interesse no


planejamento e operação de sistemas elétricos de potência. Cada vez mais
empresas do setor elétrico no mundo inteiro, universidades e centros de
pesquisa têm se voltado para os limites impostos pela estabilidade de tensão e
para os assuntos relacionados, tais como o colapso de tensão [Taylor 1994],
[Gomes 2001].

Entende-se por estabilidade de tensão a capacidade de um sistema de alcançar e


manter as tensões em níveis aceitáveis em todas as suas barras sob condições
normais ou após um determinado distúrbio. Um sistema entra em estado de
instabilidade de tensão quando distúrbios, aumento na demanda de carga ou
mudança nas condições de operação do sistema causam uma progressiva e
incontrolável queda no perfil de tensão. O principal fator que ocasiona essa
instabilidade é a incapacidade do sistema de potência em prover a potência
reativa demandada [Gomes 2001]. O período de transição pelo qual o sistema
de potência atinge níveis de operação inaceitáveis, devido à problemas de
tensão, é chamado de colapso de tensão.

Empresas do setor elétrico em alguns países europeus [Paul 1987], [Corsi


1995], [Vu 1996], têm adotado estratégias para manter um perfil de tensão
adequado em certas regiões do sistema para diferentes condições de
carregamento. No Brasil, algumas empresas têm demonstrado interesse em

Capítulo IV – Controle Coordenado de Tensão 53


investigar os benefícios da aplicação de esquemas de controle coordenado de
tensão.

A regulação de tensão no nível de transmissão, ao invés de depender somente


da experiência dos operadores pode ser melhor obtida se existir algum grau de
automação entre os sistemas que controlam a utilização dos recursos de
potência reativa. O controle automático do perfil de tensão contribui
significativamente para o aumento da segurança do sistema e da qualidade do
serviço oferecido [Taranto 2000].

IV.2 Níveis Hierárquicos

Como apresentado em [Gomes 2001] o Controle Coordenado de Tensão (CCT)


é subdivido em três níveis hierárquicos, a saber: Controle Primário de Tensão
(CPT), Controle Secundário de Tensão (CST) e Controle Terciário de Tensão
(CTT), sendo o CST mais lento que o CPT e o CTT mais lento que o CST.

A Figura IV.1 mostra as características de tempo e espaço do Controle


Coordenado de Tensão.

Espaço

Sistema
CTT
Área CST
Gerador / Usina CPT

segundos minutos horas Tempo

Figura IV.1: Níveis Hierárquicos

Capítulo IV – Controle Coordenado de Tensão 54


IV.2.1 Controle Primário de Tensão (CPT)

O CPT é subdividido em controle do gerador e controle da usina. O controle


do gerador consiste, basicamente, da atuação do regulador automático de
tensão (RAT). Esses reguladores tentam manter a tensão terminal do gerador
igual ao valor de referência definido pelos operadores do sistema ou por
controladores de nível mais elevado. Um RAT atua na excitatriz de uma
máquina síncrona, a qual fornece tensão e conseqüentemente corrente aos
enrolamentos de campo da máquina, podendo assim controlar a tensão terminal
da mesma. O controle da usina, geralmente conhecido como Controle
Conjunto de Tensão (JVC – Joint Voltage Control), tem como objetivo manter
o lado de alta tensão do transformador elevador igual a valores especificados,
evitando assim intercâmbio de potência reativa entre os geradores da usina.

IV.2.2 Controle Secundário de Tensão (CST)

O CST consiste de uma malha mais externa de controle que regula a tensão do
lado da transmissão através de barras chamadas barras piloto. Isso é feito
através do ajuste das tensões de referência do RAT, compensadores síncronos
ou estáticos, transformadores de tap variável, etc. A escolha da barra piloto
deve ser feita de tal sorte que ela represente de forma consistente o
comportamento do perfil de tensão em sua vizinhança. Além da escolha da
barra piloto devem ser determinados outros parâmetros, tais como: o valor de
referência de tensão do CST, os fatores de repartição de potência reativa a que
cada máquina participante do controle estará sujeita, os ganhos K P e K I das
malhas de controle de tensão da barra piloto e de repartição de potência reativa.

Capítulo IV – Controle Coordenado de Tensão 55


IV.2.3 Controle Terciário de Tensão (CTT)

Tem o objetivo de otimizar, adotar ações emergenciais e coordenação de usinas


estreitamente ligadas. As tensões de referência das barras piloto e outros
ajustes para o CST são fornecidos pelo CTT. O CTT pode assegurar, de forma
preventiva, a integridade e segurança do sistema. Geralmente um programa de
fluxo de potência ótimo é usado para esse propósito.

Quando da ausência do CTT a tensão de referência das barras piloto deve ser
determinada utilizando-se tanto a experiência de técnicos que conheçam bem o
comportamento do perfil de tensão da área, bem como pela utilização de
ferramentas computacionais em estudos de regime permanente e de
estabilidade eletromecânica.

A Figura IV.2 mostra a estrutura hierárquica de controle do CCT.

SCADA
CTT
Vp ótimo

CST
Vref
Vp Barra Piloto
CPT
Vt

E fd

Restante do Sistema
Constantes de Tempo

Figura IV.2: Estrutura hierárquica do Controle Coordenado de Tensão

Capítulo IV – Controle Coordenado de Tensão 56


IV.3 Implementação do Controle Secundário de Tensão (CST)

O objetivo dessa seção é apresentar a implementação do Controle Secundário


de Tensão (CST) a partir da filosofia desenvolvida em [Gomes 2001]. Um dos
objetivos deste controle é melhorar o perfil de tensão de uma determinada
região do sistema na qual ele foi implantado. Isto é feito, como já mencionado
anteriormente, através da regulação de tensão de uma determinada barra crítica
do sistema, denominada barra piloto. Além de regular a tensão, pretende-se
também fazer com que a potência reativa gerada por cada máquina participante
do CST seja repartida de uma forma preestabelecida.

A Figura IV.3 mostra como é feito o controle de tensão e de repartição de


potência reativa. Na figura apresentada dois geradores participam deste
controle. Cada gerador participante do CST recebe o mesmo sinal de VCST

(sinal responsável pelo controle de tensão) e o sinal VSHR (sinal responsável


pela repartição de reativo) é repartido entre os geradores através do fator de
participação α , onde ∑α i = 1 em p.u. .

Capítulo IV – Controle Coordenado de Tensão 57


− VT2
VRef2 E fd2 VT2
K RAT2 Gerador2
+ QG2

Controle Central do CST


QG2

Vshr2 Q Total
K I2 + s ⋅ K P2 +
α2
+ s
+ Q G2
+
VCST K + s ⋅ K Vbarra piloto
IV PV

s −

VRef CST + + Q
+ G1
Vshr1
+ K I1 + s ⋅ K P1
α1
s + Q Total

Q G1

Q G1
K RAT1 Gerador1
VRef1 + E fd1 VT1
− VT1

Figura IV.3: Controle de Tensão e Repartição de Potência Reativa

A Figura IV.4 apresenta o regulador de tensão de uma unidade geradora com a


malha de controle de tensão da barra escolhida como barra piloto.

Vbarra piloto
VT
− −
Vref CST VCST E fd VT
KI + s⋅ KP
K RAT gerador
+ s +

Figura IV.4: Malha de controle de tensão da barra piloto

Capítulo IV – Controle Coordenado de Tensão 58


A malha de controle de repartição de reativo é mostrada na Figura IV.5.

Q g1 Q gi
+ −
Q g2 + Q Total Vshri
KI + s ⋅ KP
αi
+ s
O +
Q gn

Figura IV.5: Malha de controle de repartição de reativo

Capítulo IV – Controle Coordenado de Tensão 59


V
Capítulo V
Simulações

Neste capítulo são apresentados os resultados de simulações feitas com um


sistema elétrico de pequeno porte e com um de grande porte. As simulações
foram feitas com o programa de análise de transitórios eletromecânicos
ANATEM do CEPEL.

V.1 Sistema teste de pequeno porte

O sistema utilizado para as simulações apresentadas nessa Seção é composto


por seis barras, sendo três barras de geração e duas de carga, como mostra a
Figura V.1.

ÁREA 1

3
Base do Sistema = 100 MVA
2
Freqüência do Sistema = 60 Hz

j 0,07 pu
4
P2 = 90 MW
(8 × 25MVA)
1
j 0,18 pu 120 MW
j 0,20 pu
j 0,18 pu
P1 = 50 MW
(4 × 25MVA)
T45 = 20 MW

j 0,20 pu
P3 = 20 MW
40 MW
(2 × 25MVA)
ÁREA 2

Figura V.1: Sistema Teste de Pequeno Porte


Capítulo V – Simulações 60
V.1.1 Dados do sistema

A Tabela V.1 apresenta os dados de linha do sistema utilizado no estudo de


fluxo de potência. Para esse estudo foi utilizado o programa de Análise de
Redes Elétricas ANAREDE do CEPEL [CEPEL 2003a]. Os dados de linha
aparecem, também no diagrama da Figura V.1.

Tabela V.1: Dados de linha utilizados no estudo de fluxo de potência


Dados de Linha
Número do
Barra de Barra para Impedância
Circuito
1 3 1 j 0,20 pu
2 3 1 j 0,07 pu
3 4 1 j 0,18 pu
3 4 2 j 0,18 pu
4 5 1 j 0,90 pu
5 6 1 j 0,20 pu

A Tabela V.2, a Tabela V.3 e a Tabela V.4 apresentam os valores após a


convergência do estudo de fluxo de potência. Cabe ressaltar que as cargas das
barras 4 e 5 são modeladas como potência ativa e reativa constantes.

Tabela V.2: Resultados obtidos no estudo de fluxo de potência


(dados de barra)
Dados de Barra

Número Tensão
da Barra Módulo (pu) Ângulo (graus)
1 1,024 0,0
2 1,021 -2,0
3 1,010 -5,5
4 1,000 -12,7
5 1,000 -23,1
6 1,004 -20,8

Capítulo V – Simulações 61
Tabela V.3: Resultados obtidos no estudo de fluxo de potência
(dados de geração)
Dados de Geração

Número Tensão Geração


da Barra Módulo (pu) Ângulo (graus) MW Mvar
1 1,024 0,0 50 10,0
2 1,021 -2,0 90 20,1
6 1,004 -20,8 20 2,6

Tabela V.4: Resultados obtidos no estudo de fluxo de potência


(dados de carga)
Dados de Carga

Número Tensão Carga


da Barra Módulo (pu) Ângulo (graus) MW Mvar
4 1,000 -12,7 120 0
5 1,000 -231 40 0

A Tabela V.5 apresenta os dados dinâmicos dos geradores.

Tabela V.5: Dados dinâmicos dos geradores


Dados Dinâmicos
Xd Xq X’d X’’d Xl
1,4 pu 0,75 pu 0,4 pu 0,25 pu 0,15 pu
T’d0 T’’d0 T’’q0 H D
9s 0,025 s 0,08 s 3s 0

A Figura V.2 mostra o diagrama de blocos do regulador de tensão utilizado


para este sistema. Neste sistema não são representados os limitadores de sub e
sobre-excitação.

Capítulo V – Simulações 62
Vref 7,0

+
100 E fd
Vb − 1 + 0,05 ⋅ s

− 7 ,0

Figura V.2: Regulador de Tensão

Figura V.3 mostra o diagrama de blocos do regulador de velocidade e turbina


utilizado para este sistema, onde R = 5% , TG = 0,5s e TW = 1,0s .

∆F

1 Pref
R

− + 1 − sTω ∆Pm
+ 1 +
∆γ ∑ ∑ T
1 + sTG 1+ s ω
2

Figura V.3: Regulador de Velocidade e Turbina

V.1.2 Sistema sem regulação secundária

Inicialmente foi simulado um aumento, em degrau, de 40 MW na carga da


barra 4 e de 25 MW na carga da barra 5 no instante de tempo igual a 50s.
Neste ponto os únicos sistemas de controle considerados foram os reguladores
de tensão e velocidade mostrados nas Figura V.2 e Figura V.3 respectivamente.

A Figura V.4 apresenta a curva de carregamento nas barras 4 e 5.

Capítulo V – Simulações 63
160
Carregamento Barra 4
147

133

120

107

93

80
Carregamento Barra 5
67

53

40
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.4: Carregamento do Sistema

A Figura V.5 mostra o perfil de tensão nas barras de carga do sistema. Como
esperado, após o crescimento da carga temos uma queda no valor de tensão.

1,

0,992
Barra 5
0,984

0,976

0,967
Barra 4
0,959

0,951

0,943

0,935

0,927
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.5: Tensão nas barras 4 e 5

A Figura V.6 mostra o valor da freqüência para cada instante da simulação.


Também como esperado, após o crescimento da carga temos uma queda no
valor da freqüência. A variação de freqüência em regime permanente pode ser
calculada usando-se a Equação (49) onde ∆PL = 65 MW e
β s = 11,7 MW 0,1Hz . Portanto, ∆Fr . p. = −0,56 Hz ou Fr . p. = 59,44 Hz .

Capítulo V – Simulações 64
60,1

60

59,9

59,8

59,7

59,6
59.44
59,5

59,4

59,3
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.6: Freqüência do Sistema

A Figura V.7 mostra como fica a repartição de potência elétrica ativa entre os
geradores do sistema. Esta repartição é determinada pela característica f × P .
Portanto pelo fato do gerador 2 possuir a metade de estatismo do gerador 1 e
este a metade de estatismo do gerador 3, o gerador 2 será responsável por
aproximadamente 57% do aumento de geração do sistema e os geradores 1 e 3
por 29% e 14% respectivamente. Após o aumento de carga, PG 1 = 68,6 MW ,

PG 2 = 127 ,1MW e PG 3 = 29,3MW , ou ainda, ∆PG 1 = 18,6 MW ,


∆PG 2 = 37 ,1MW e ∆PG 3 = 9,3 MW .

131

117
Gerador 2

103

89
Gerador 1
75

62

48
Gerador 3
34

20
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.7: Potência ativa dos geradores

Capítulo V – Simulações 65
A Figura V.8 mostra como fica a repartição de potência elétrica reativa entre os
geradores do sistema.

47,8

42,2
Gerador 2
36,5

30,9

25,2
Gerador 1
19,6

13,9
Gerador 3

8,3

2,6
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.8: Potência reativa dos geradores

A Figura V.9 mostra como fica o fluxo entre as áreas 1 e 2. O fluxo aumenta
de 20MW para aproximadamente 36MW, ou seja, a área 2 é ajudada pela área
1 em regime permanente.

41,4

38,8

36,1

33,4

30,7

28,

25,4

22,7

20,
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.9: Fluxo de potência na interligação

Capítulo V – Simulações 66
V.1.3 Inclusão do CAG

Como vimos na Figura V.6 a freqüência do sistema decai após o aumento de


carga pois neste caso as unidades geradoras do sistema possuem somente
regulação primária. Para que a freqüência volte ao seu valor original (60Hz) é
necessário a introdução de uma malha de controle secundário, como
apresentado no Capítulo III deste trabalho.

Neste item será implementado um CAG no sistema operando em modo TLB,


ou seja, controlando tanto a freqüência do sistema como o fluxo de potência
ativa na linha de interligação.

A Tabela V.6 apresenta os valores dos ganhos e o ajuste dos bias considerados
nesta simulação. Neste caso os bias são ajustados igual a característica natural
de cada área.

Tabela V.6: Dados do CAG


Dados do CAG
Área 1 Área 2

Ganho do Integrador 0,05 0,05


Bias (MW/Hz) 100 17

O distúrbio simulado é igual ao do item anterior, ou seja, um aumento, em


degrau, de 40 MW na carga da barra 4 e de 25 MW na carga da barra 5 no
instante de tempo igual a 50s.

A título de ilustração a Figura V.10 mostra a freqüência do sistema com e sem


a presença do CAG. Podemos ver o correto funcionamento do CAG, ou seja,
depois de passado o transitório eletromecânico onde temos a atuação do
controle primário (regulador de velocidade), o controle secundário faz com que
a freqüência retorne ao seu valor original como era desejado.
Capítulo V – Simulações 67
60,1

60,
com CAG
59,9

59,8

59,7

59,6

59,5 sem CAG

59,4

59,3
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.10: Freqüência do sistema com e sem CAG

A Figura V.11 mostra o fluxo de potência ativa na linha de interligação do


sistema. No caso em que temos a atuação do CAG este fluxo retorna para o
valor contratado de 20MW.

41,4

38,8

36,1

sem CAG
33,4

30,7

28,

25,4

22,7
com CAG

20,
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.11: Fluxo de potência na interligação com e sem CAG

A Figura V.12 mostra a repartição de potência ativa entre os geradores do


sistema. Neste caso os geradores 1 e 2 ( ∆PG 1 = 14,3 MW e ∆PG 2 = 25,7 MW )

absorvem o aumento de carga da área 1 ( 40 MW ) e o gerador 3


( ∆PG 3 = 25 MW ) absorve o aumento de carga da área 2 ( 25 MW ).

Capítulo V – Simulações 68
131
Gerador 2
117

103

90

76

62
Gerador 1
48

Gerador 3
34

20
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.12: Potência ativa dos geradores

A Figura V.13 e a Figura V.14 apresentam os ECA e a integral do ECA para


ambas as áreas. O valor não nulo da integral do ECA indica uma mudança no
valor de referência do regulador de velocidade.

3,1

-5,6
ECA Área 2

-14,3
ECA Área 1

-23,

-31,7

-40,4

-49,1

-57,9

-66,6
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.13: Erro de controle de área (ECA)

Capítulo V – Simulações 69
12,5

Área 2
10,9

9,4

7,8

6,2
Área 1

4,7

3,1

1,6

0,
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.14: Integral do ECA

V.1.3.1 Aumento de 40MW na carga da barra 5 – operação em modo TLB

Este caso se caracteriza pela impossibilidade da área 2 em suprir o aumento de


carga. A Figura V.15 até a Figura V.20 apresentam os resultados desta
simulação.

120,
Barra 4
110,

100,

90,
Barra 5

80,

70,

60,

50,

40,
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.15: Carregamento do sistema

Capítulo V – Simulações 70
60,1

60,

59,9

59,8

59,7

59,6

59,5
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.16: Freqüência do sistema

65,

56,

47,

38,

29,

20,
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.17: Fluxo de potência na interligação

119

106 Gerador 2

93

80

68
Gerador 1

55

Gerador 3
42

29

17
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.18: Potência ativa dos geradores

Capítulo V – Simulações 71
14,1

6,1

-1,9
ECA Área 1

-9,9
ECA Área 2
-17,9

-26,

-34,

-42,

-50,
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.19: Erro de controle de área

135

118

101

84

67
IECA Área 2

50

34
IECA Área 1
17

0
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.20: Integral do ECA

Podemos notar pelos resultados da simulação que o controle não conseguiu se


comportar adequadamente, pois a área 2, como dito anteriormente, não possui
reserva girante suficiente para atender ao acréscimo de carga ocorrido. A área
2 é auxiliada pela área 1 como podemos ver pelo aumento do fluxo na
interligação (Figura V.17) e pelo aumento da potência nos geradores 1 e 2
(Figura V.18). Conseqüentemente tanto a freqüência como o intercâmbio
apresentam desvios em regime permanente, como mostrado na Figura V.16 e
na Figura V.17 respectivamente. Neste caso B1 ∆F = − ∆T12 . A Figura V.20

Capítulo V – Simulações 72
apresenta a ação contínua e crescente do controle secundário em alterar o valor
de referência do regulador de velocidade.

Podemos concluir através desta simulação que, apesar da presença do controle


secundário, o desvio de freqüência em regime permanente, após uma variação
de carga, só será nulo se a área de controle na qual ocorreu o aumento de carga
puder ajustar sua geração no sentido de acomodar esta variação.

Se isto não for possível, como mostrado nesta simulação, o sistema de controle
não reduz o erro de freqüência a zero, pelo contrário, ele permite que o mesmo
persista em um nível suficiente, tal que a outra área forneça assistência à área
em necessidade, durante toda permanência desta necessidade.

Raciocínio análogo pode ser usado para o desvio de intercâmbio, ou seja, o


sistema de controle não reduz ∆TR. P a zero, mas sim permite que este fluxo
persista de tal forma que a outra área possa prover assistência à área em
necessidade.

V.1.3.2 Aumento de 40MW na carga da barra 5 – operação em modo FF

Este caso é idêntico ao caso do item anterior exceto o fato do CAG estar
operando em modo FF, ou seja, deixando de lado o controle de fluxo de
potência ativa da linha de interligação e controlando apenas a freqüência do
sistema (ECA = B∆F ) . A Figura V.21 até a Figura V.26 apresentam os
resultados desta simulação.

Capítulo V – Simulações 73
120,
Barra 4
110,

100,

90,
Barra 5

80,

70,

60,

50,

40,
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.21: Carregamento do sistema

60,

59,949

59,897

59,846

59,794

59,743

59,692

59,64

59,589
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.22: Freqüência do sistema

63,7

58,2

52,8

47,3

41,8

36,4

30,9

25,5

20,
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.23: Fluxo de potência na interligação


Capítulo V – Simulações 74
119

106
Gerador 2

93

80

68

55 Gerador 1

42
Gerador 3
29

16
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.24: Potência ativa dos geradores

0,

-5,1

ECA Área 2
-10,3

-15,4

-20,5
ECA Área 1

-25,7

-30,8

-35,9

-41,1
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.25: Erro de controle de área

34,2
IECA Área 1
29,9

25,6

21,4

17,1

12,8

8,5

4,3
IECA Área 2

0,
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.26: Integral do ECA


Capítulo V – Simulações 75
Podemos notar pelos resultados da simulação que operando o CAG em modo
FF a área 1 pôde auxiliar a área 2 sem que tivéssemos uma degradação da
freqüência.

Deve-se ressaltar que este modo de operação, por não controlar os intercâmbios
entre as áreas, não é usualmente utilizado em sistemas interligados. No
Sistema Interligado Nacional, o ONS determina que em condições normais de
operação e controle do sistema todos os CAGs devem operar em modo TLB
[ONS 2003a]. Somente em condições de emergência é permitida a operação
em modo FF.

V.1.3.3 Mudança na referência de potência do intercâmbio – operação em modo TLB

Neste caso é feito um acréscimo, em degrau, da carga na barra 5 de 30MW aos


50s e um acréscimo, em rampa, de 30MW no intercâmbio aos 150s com
duração de 1 minuto. A Figura V.27 até a Figura V.32 apresentam os
resultados desta simulação.

120,
Barra 4
110,

100,

90,

80,

70,

Barra 5
60,

50,

40,
0 50 100 150 200 250 300
Tempo (s)

Figura V.27: Carregamento do sistema

Capítulo V – Simulações 76
60,1

60,

59,9

59,8

59,7

59,6

59,5
0 50 100 150 200 250 300
Tempo (s)

Figura V.28: Freqüência do sistema

55,

50,

45,

40,

35,

30,

25,

20,
0 50 100 150 200 250 300
Tempo (s)

Figura V.29: Fluxo de potência na interligação

112,2

100,2

88,2
Gerador 2

76,2

64,3

52,3
Gerador 1

40,3
Gerador 3
28,3

16,4
0 50 100 150 200 250 300
Tempo (s)

Figura V.30: Potência ativa dos geradores

Capítulo V – Simulações 77
13,4

6,9
ECA Área 1

0,5

-6,

-12,4
ECA Área 2

-18,9

-25,3

-31,8

-38,3
0 50 100 150 200 250 300
Tempo (s)

Figura V.31: Erro de controle de área

15,

13,1

11,2
IECA Área 2

9,3

7,4

5,5

3,6
IECA Área 1

1,7

-0,2
0 50 100 150 200 250 300
Tempo (s)

Figura V.32: Integral do ECA

Podemos notar pelos resultados da simulação acima apresentados o correto


funcionamento do CAG quando mudamos o valor de referência da interligação.

V.1.3.4 Abertura da interligação

Foi simulada a abertura da interligação entre as áreas 1 e 2 no instante de


tempo igual a 50s. Esta abertura é vista pela área 1 como uma perda de carga e
pela área 2 como uma perda de geração visto que o fluxo de potência é da área
1 para a área 2.
Capítulo V – Simulações 78
Para esta simulação foi implementada uma função de banda morta, mostrada na
Figura V.33, na aquisição do valor de intercâmbio utilizado no CAG. Quando
o valor de fluxo de potência na linha for menor que o parâmetro ε o desvio de
potência na interligação é considerado zero pelo controle. Sendo assim o erro
de controle de área passa depender somente do desvio de freqüência.

Intercâmbio
Contratado

− 0 =0
Variação de
+
Σ
Intercâmbio Intercâmbio
=1
Medido

1
X
0
ε

Figura V.33: Implementação da banda morta

A Figura V.34 mostra o momento da abertura da interligação.

20,

17,8

15,6

13,3

11,1

8,9

6,7

4,4

2,2

0,
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.34: Fluxo de potência na interligação

Capítulo V – Simulações 79
A Figura V.35 e a Figura V.36 mostram o comportamento dinâmico da
freqüência e da tensão, respectivamente, da área 1. No momento da abertura
da interligação a geração na área 1 é maior do que sua carga, por isso a
tendência inicial da tensão e da freqüência é de aumentar..

60,299

60,266

60,233

60,199

60,166

60,133

60,1

60,066

60,033

60,
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.35: Variação de freqüência na área 1

1,023

1,021

1,018

1,016

1,013

1,01

1,008

1,005

1,003

1,
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.36: Variação de tensão na barra 4

Capítulo V – Simulações 80
A Figura V.37 apresenta a variação de potência nas unidades geradoras da área
1.

95,

90,

85,

80,

75, Gerador 2
70,

65,

60,

55,
Gerador 1
50,

45,

40,
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.37: Variação da potência dos geradores da área 1

A Figura V.38 e a Figura V.39 mostram o ECA e a integral do ECA para a área
1.

29,9

26,6

23,3

19,9

16,6

13,3

10,

6,6

3,3

0,
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.38: ECA da área 1

Capítulo V – Simulações 81
0,

-0,38

-0,75

-1,13

-1,51

-1,88

-2,26

-2,64

-3,02

-3,39
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.39: Integral do ECA da área 1

A Figura V.40 e a Figura V.41 mostram o comportamento dinâmico da


freqüência e da tensão, respectivamente, da área 2. No momento da abertura
da interligação a carga na área 2 é maior do que sua geração, por isso a
tendência inicial da tensão e da freqüência é de diminuir..

60,

59,79

59,59

59,38

59,18

58,97

58,77

58,56

58,36

58,15
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.40: Variação de freqüência na área 2

Capítulo V – Simulações 82
1,007

1,002

0,998

0,994

0,989

0,985

0,981

0,976

0,972

0,967
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.41: Variação de tensão na barra 5

A Figura V.42 apresenta a variação de potência na unidade geradora da área 2.

40,

37,8

35,6

33,3

31,1

28,9

26,7

24,4

22,2

20,
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.42: Variação da potência do gerador da área 2

A Figura V.43 e a Figura V.44mostram o ECA e a integral do ECA para a área


2.

Capítulo V – Simulações 83
0,

-3,5

-7,

-10,5

-14,

-17,5

-21,

-24,4

-27,9

-31,4
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.43: ECA da área 2

10,

8,9

7,8

6,7

5,6

4,4

3,3

2,2

1,1

0,
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.44: Integral do ECA da área 2

V.1.3.5 Sensibilidade quanto ao ajuste do bias

Na Seção III.5.2.1 foi visto que classicamente o ajuste do bias B tem se


baseado no princípio de que cada área tem condições de atender às suas
próprias variações de carga. Sendo assim, o controle suplementar em uma
dada área deveria corrigir somente variações de carga naquela área.

Baseando-se neste princípio, o procedimento tradicional é o de se considerar o


bias igual a característica natural da área, ou seja, B = β .
Capítulo V – Simulações 84
Neste item são considerados três valores diferentes para o ajuste de bias da
área 1. O primeiro igual a característica natural da área B1 = 100 MW / Hz , o
segundo o dobro da característica natural (B1 = 200 MW / Hz ) e o terceiro a
metade da característica natural (B1 = 50 MW / Hz ) . Deve-se ressaltar que o
ajuste de bias da área 2 não foi modificado e é igual a característica natural
desta área, ou seja, B2 = 17 MW / Hz . Pretende-se aqui analisar o esforço de
controle de cada área para estes diferentes ajustes.

A Figura V.45 mostra o comportamento dinâmico da freqüência para um


acréscimo de 25MW na carga da barra 5 (área 2). Nota-se que quanto menor o
valor de ajuste do bias, mais lenta é a correção do desvio de freqüência.

60,

59,913
B = 200

B = 100

59,826
B = 50

59,738

59,651
40 50 60 70 80 90 100
Tempo (s)

Figura V.45: Freqüência do sistema para diferentes valores de Bias da Área 1

A Figura V.46 e a Figura V.47 mostram os esforços de controle das áreas 1 e 2


respectivamente. O esforço de controle é calculado através da integral do
quadrado do ECA. Observa-se que para o ajuste de bias igual a característica
natural o esforço de controle é mínimo para a área sem distúrbio (área 1). Na
área onde ocorre o distúrbio (área 2) o esforço é praticamente o mesmo,
independente do ajuste do bias da área 1.

Capítulo V – Simulações 85
1700

B = 200

1275

MW2 850

B = 50
425

B = 100
0
40 50 60 70 80 90 100
Tempo (s)

Figura V.46: Esforço de controle área 1 para diferentes


valores de Bias da Área 1

3400

2550

B = 200
B = 100
B = 50
MW2

1700

850

0
40 50 60 70 80 90 100
Tempo (s)

Figura V.47: Esforço de controle área 2 para diferentes


valores de Bias da Área 1

Nesta simulação portanto, podemos constatar que utilizando o ajuste de Bias do


CAG igual a característica natural da área obtemos um esforço mínimo do
controle, ou seja, menores movimentos inadvertidos das máquinas e por
conseguinte menores desgastes.

Capítulo V – Simulações 86
V.1.4 Inclusão do CAG e do CST

Nesta Seção será vista a implementação do CAG em conjunto com Controle


Secundário de Tensão (CST), desenvolvido na Seção IV.3, que terá como
principal objetivo manter a tensão das barras de carga (barra 4 e barra 5) em
1,0 p.u..

Serão considerados dois CSTs, um na área 1 controlando a tensão da barra 4 e


outro na área 2 controlando a tensão da barra 5. No CST da área 1 será ainda
implementado um controle de repartição de potência reativa. Na Tabela V.7
são apresentados os valores dos ganhos para os CSTs.

Tabela V.7: Valores de ganhos para os CSTs.

K I G1 K PG1 K IG 2 K PG 2 KIV K PV

CST Área 1 0,05 0,005 0,05 0,005 0,05 0,005


CST Área 2 - - - - 0,05 0,005

A seguir são apresentados os resultados obtidos após a simulação de aumento


de 40MW na carga da barra 4 e 25MW na carga da barra 5 Como foi dito
anteriormente estas são as barras piloto. Além de manter a tensão das barras
piloto em 1 pu, objetiva-se que a potência reativa seja repartida da seguinte
forma 25% para o gerador 1 e 75% para o gerador 2.

A Figura V.48 mostra o carregamento do sistema.

Capítulo V – Simulações 87
160
Carregamento Barra 4
147

133

120

107

93

80
Carregamento Barra 5
67

53

40
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.48: Carregamento do Sistema

A Figura V.49, a Figura V.50 e a Figura V.51 apresentam o comportamento


dinâmico da freqüência e da tensão, respectivamente, com e sem a presença do
CAG e do CST. Pode-se concluir que o controle funciona de forma esperada
visto que a tensão e a freqüência retornam aos seus valores de referência.

60,1

60,
com CAG e CST
59,9

59,8

59,7

59,6
sem CAG e CST
59,5

59,4

59,3

59,2

59,1
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.49: Freqüência do sistema

Capítulo V – Simulações 88
1,01

1,
com CAG e CST
0,99

0,98

0,97
sem CAG e CST
0,96

0,95

0,94

0,93

0,92
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.50: Tensão na barra 4

1,01

1,
com CAG e CST
0,99

0,98 sem CAG e CST

0,97

0,96

0,95

0,94

0,93

0,92
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.51: Tensão na barra 5

A Figura V.52 apresenta a potência reativa gerada pelos geradores 1 e 2. A


Figura V.53 apresenta a razão entre estas potências reativas. Pode-se observar
que o controle dividiu a geração de potência reativa da forma desejada, ou seja,
mantendo-se a relação 2 para 1.

Capítulo V – Simulações 89
47,5

43,3

39,2

35,

30,8 Gerador 2

26,7

22,5

18,4

14,2 Gerador 1

10,
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.52: Potência reativa dos geradores 1 e 2

2,15

2,1

2,05

2,

1,95
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.53: Repartição de potência reativa Q2/Q1

V.1.4.1 Chaveamento de um banco de capacitores

Neste caso o distúrbio aplicado foi a conexão de um banco de capacitores de


30 Mvar na barra 4 no instante de tempo igual a 50s, como apresentado na
Figura V.54. Cabe ressaltar que a barra 4 é a barra piloto do CST da área 1.

Capítulo V – Simulações 90
30,

26,7

23,3

20,

16,7

13,3

10,

6,7

3,3

0,
0 25 50 75 100 125 150
Tempo (s)

Figura V.54: Valor do shunt da barra 4

A Figura V.55 mostra a tensão na barra 4, apresentando os resultados obtidos


com e sem a presença do CST. Pode-se perceber que o CST controla a tensão
como especificado.

1,081

1,072

1,063

1,054

1,045

1,036
sem CST

1,027

1,018

1,009
com CST

1,
0 25 50 75 100 125 150
Tempo (s)

Figura V.55: Tensão da barra 4 com e sem CST

A Figura V.56 e a Figura V.57 mostram as potência reativas dos geradores 1 e


2, com e sem CST, respectivamente. No caso sem CST nota-se uma má
utilização da reserva de reativo, visto que, praticamente toda potência reativa
gerada pela máquina 1 é consumida pela máquina 2. Já no caso com CST,

Capítulo V – Simulações 91
observa-se um melhor uso desta reserva, onde as duas máquinas estão gerando
potência reativa para o sistema.

20,1

17,6

15, CASO SEM CST


12,5

10,

7,5

5,
Gerador 1
2,5

-0,1
Gerador 2

-2,6
0 25 50 75 100 125 150
Tempo (s)

Figura V.56: Potência reativa dos geradores da área 1 (sem CST)

20,1

17,6

15,1 CASO COM CST


12,5

10,

7,5

5,

2,5 Gerador 2

0,
Gerador 1

-2,5
0 25 50 75 100 125 150
Tempo (s)

Figura V.57: Potência reativa dos geradores da área 1 (com CST)

A Figura V.58 mostra a razão entre a potência reativa dos geradores 2 e 1.


Pode-se observar que o CST manteve a geração de potência reativa da forma
esperada, ou seja, 2:1. No caso sem CST esta razão não é mantida, e o sinal
negativo indica que uma máquina está gerando potência reativa enquanto a
outra está consumindo.

Capítulo V – Simulações 92
3

com CST
2

0
sem CST

-1

-2

-3
0 25 50 75 100 125 150
Tempo (s)

Figura V.58: Repartição de potência reativa Q2/Q1

V.1.4.2 Mudança na referência de tensão da barra piloto

Neste caso o distúrbio aplicado foi um degrau negativo de 2% na referência de


tensão da barra piloto da área 1 (barra 4) e um degrau positivo de 1% na
referência de tensão da barra piloto da área 2 (barra 5). Ambos os eventos são
aplicados em 50 segundos. A Figura V.59 e a Figura V.60 apresentam as
tensões nas barras 4 e 5 respectivamente. Pode-se observar o correto
funcionamento dos CSTs, visto que as tensões nas barras piloto atingem os
seus valores especificados.

1,

0,995

0,99

tensão da barra 4
0,985

tensão de referência

0,98
0 25 50 75 100 125 150
Tempo (s)

Figura V.59: Tensão da barra 4

Capítulo V – Simulações 93
1,01

tensão de referência
1,008

tensão da barra 5
1,006

1,004

1,002

1,
0 25 50 75 100 125 150
Tempo (s)

Figura V.60: Tensão da barra 5

V.1.4.3 Mudança na referência de potência do intercâmbio

Neste caso o distúrbio aplicado foi um degrau positivo de 10MW na referência


de potência do intercâmbio, em 50 segundos. A Figura V.61 apresenta o fluxo
de potência ativa na linha de interligação. Esta mudança no valor do
intercâmbio é feita através do CAG. Pode-se observar o correto funcionamento
dos CAGs, visto que a potência ativa na linha de interligação atinge o valor
especificado.

30,

27,5

25,

22,5

20,
0 25 50 75 100 125 150
Tempo (s)

Figura V.61: Fluxo de potência na interligação

Capítulo V – Simulações 94
A Figura V.62 e a Figura V.63 apresentam o perfil de tensão nas barras 4 e 5,
respectivamente, com e sem a presença do CST. Com o aumento do
intercâmbio o perfil de tensão na linha tende a diminuir, como mostrado pelos
gráficos onde não há atuação dos CSTs. Pode-se observar o correto
funcionamento dos CSTs, visto que as tensões nas barras piloto retornam aos
seus valores originais de referência, ou seja, 1.0 pu.

1,001

1,

0,999 com CST

0,998

0,997

sem CST
0,996

0,995

0,994

0,993
0 25 50 75 100 125 150
Tempo (s)

Figura V.62: Tensão da barra 4 com e sem CST

1,001

1,

com CST
0,999

0,998

0,997
sem CST

0,996

0,995
0 25 50 75 100 125 150
Tempo (s)

Figura V.63: Tensão da barra 5 com e sem CST

Capítulo V – Simulações 95
A Figura V.64 mostra a razão entre a potência reativa dos geradores 2 e 1.
Pode-se observar que o CST manteve a geração de potência reativa da forma
esperada, ou seja, 2:1. No caso sem CST esta razão não é mantida.

2,1

2,08

sem CST
2,06

2,04

2,02
com CST

2,

1,98
0 25 50 75 100 125 150
Tempo (s)

Figura V.64: Repartição de potência reativa Q2/Q1

V.1.4.4 Abertura da interligação

Foi simulada a abertura da interligação entre as áreas 1 e 2 no instante de


tempo igual a 50s. Esta abertura, como mostrado anteriormente, é vista pela
área 1 como uma perda de carga e pela área 2 como uma perda de geração visto
que o fluxo de potência é da área 1 para a área 2.

A Figura V.65 mostra o momento da abertura da interligação.

Capítulo V – Simulações 96
20,

15,

10,

5,

0,
0 25 50 75 100 125 150
Tempo (s)

Figura V.65: Fluxo de potência na interligação

A Figura V.66 e a Figura V.67 mostram o comportamento dinâmico da


freqüência e da tensão, respectivamente, da área 1. No momento da abertura
da interligação a geração na área 1 é maior do que sua carga, por isso a
tendência inicial da tensão e da freqüência é de aumentar.

60,3

60,25

60,2

60,15

60,1

60,05

60,
0 25 50 75 100 125 150
Tempo (s)

Figura V.66: Variação de freqüência na área 1

Capítulo V – Simulações 97
1,025

1,02

1,015

sem CST
1,01

1,005
com CST

1,
0 25 50 75 100 125 150
Tempo (s)

Figura V.67: Variação de tesão na barra 4

A Figura V.68 mostra a razão entre a potência reativa dos geradores 2 e 1.


Pode-se observar que o CST manteve a geração de potência reativa da forma
esperada, ou seja, 2:1. No caso sem CST esta razão não é mantida.

2,

com CST

1,95

1,9

1,85
sem CST

1,8
0 25 50 75 100 125 150
Tempo (s)

Figura V.68: Repartição de potência reativa Q2/Q1

A Figura V.69 e a Figura V.70 mostram o comportamento dinâmico da


freqüência e da tensão, respectivamente, da área 2. No momento da abertura
da interligação a carga na área 2 é maior do que sua geração, por isso a
tendência inicial da tensão e da freqüência é de diminuir.

Capítulo V – Simulações 98
60,

59,63

59,26

58,89

58,52

58,15
0 25 50 75 100 125 150
Tempo (s)

Figura V.69: Variação de freqüência na área 2

1,01

com CST
1,001

sem CST

0,992

0,983

0,974

0,965
0 25 50 75 100 125 150
Tempo (s)

Figura V.70: Variação de tesão na barra 5

Pode-se observar o correto funcionamento tanto do CAG como do CST, visto


que a freqüência do sistema e as tensões nas barras piloto retornam aos seus
valores originais de referência.

V.1.4.5 Aumento em rampa no carregamento do sistema

Foi simulado um aumento em rampa da carga da barra 4 durante 300 segundos,


com uma taxa de crescimento de 1 MW/seg. A Figura V.71 apresenta o
carregamento alcançado para os casos sem e com CST. No caso sem CST
Capítulo V – Simulações 99
tivemos um aumento no carregamento de aproximadamente 180 MW, e com
CST de aproximadamente 245 MW, uma margem de ganho de 65 MW.

370
350
com CST
330
310
290
270
sem CST
250
230
210
190
170
150
130
110
0 32 64 96 128 160 192 224 256
Tempo (s)

Figura V.71: Carregamento da barra 4

A Figura V.72 apresenta o perfil de tensão da barra 4 com e sem CST. Na


ausência do CST, a tensão da barra piloto cai rapidamente até o ponto de
colapso, que ocorre em 195 segundos. Enquanto com a atuação do CST, a
tensão permanece próxima ao valor de referência até ocorrer o colapso em 250
segundos.

1,02

1,

0,98
com CST

0,96

0,94
sem CST
0,92

0,9

0,88
0 32 64 96 128 160 192 224 256
Tempo (s)

Figura V.72: Perfil de tensão na barra 4

Capítulo V – Simulações 100


A Figura V.73 apresenta o perfil de tensão da barra 5 com e sem CST.

1,02

1,01
com CST

1,

0,99

sem CST
0,98

0,97

0,96
0 32 64 96 128 160 192 224 256
Tempo (s)

Figura V.73: Perfil de tensão na barra 5

A Figura V.74 apresenta o a variação da freqüência do sistema. Em ambos os


casos, onde temos a atuação do CAG, a freqüência encontra-se próxima do seu
valor de referência.

60,1

60,05

60

59,95
sem CST com CST

59,9
0 32 64 96 128 160 192 224 256
Tempo (s)

Figura V.74: Variação de freqüência

A Figura V.75 e a Figura V.76 apresentam as potências reativas geradas pelas


máquinas 1 e 2 e a repartição desta potência entre as mesmas. Pode-se

Capítulo V – Simulações 101


verificar que esses valores foram mantidos respeitando-se os fatores de
repartição.

146

129 Gerador 2

112

95

78

61

44
Gerador 1

27

10
0 32 64 96 128 160 192 224 256
Tempo (s)

Figura V.75: Potência reativa dos geradores

2,5

2,25

2,

1,75

1,5
0 32 64 96 128 160 192 224 256
Tempo (s)

Figura V.76: Repartição de potência reativa Q2/Q1

Capítulo V – Simulações 102


V.2 Sistema de grande porte

Nesta etapa da tese serão apresentados os resultados de simulações feitas em


um sistema de grande porte, no caso o Sistema Interligado Nacional (SIN). As
configurações de rede, despacho de geração e de carga para o sistema serão
referentes a outubro de 2003. Serão utilizados os casos de estudo referentes
aos cenários de carga pesada, média e leve.

Os dados de modelos de máquinas, reguladores de tensão, limitadores de sub e


sobre-excitação, reguladores de velocidade e sinais estabilizadores, das
unidades geradoras do SIN, são os que constam do banco de dados de setembro
de 2003 disponibilizado pelo ONS.

As cargas do sistema são dependentes da tensão e estão representadas por


modelo tipo ZIP. O comportamento das cargas é descrito pelas seguintes
equações [CEPEL 2002]:

Carga Ativa
[ ]
⎧⎪ (100 − A − B ) + A ⋅ (V V0 ) + B ⋅ (V V0 )2 ⋅ P 100
=⎨
V ≥ V fld
[ ]
⎪⎩ (100 − A − B )(V V fld ) + A ⋅ (V V0 )(V V fld ) + B ⋅ (V V0 ) ⋅ P 100
2 2
V < V fld
(63)

Carga Reativa
[ ]
⎧⎪ (100 − C − D ) + C ⋅ (V V0 ) + D ⋅ (V V0 )2 ⋅ Q 100
=⎨
V ≥ V fld
[ ]
⎪⎩ (100 − C − D )(V V fld ) + C ⋅ (V V0 )(V V fld ) + D ⋅ (V V0 ) ⋅ Q 100
2 2
V < V fld
(64)

Onde:

A Æ parâmetro que define a parcela de carga ativa que varia linearmente com
a magnitude da tensão Æ parcela da carga representada como corrente
constante.

Capítulo V – Simulações 103


B Æ parâmetro que define a parcela de carga ativa que varia com o quadrado
da magnitude da tensão Æ parcela da carga representada como
impedância constante.

C Æ parâmetro que define a parcela de carga reativa que varia linearmente


com a magnitude da tensão Æ parcela da carga representada como
corrente constante.

D Æ parâmetro que define a parcela de carga reativa que varia com o


quadrado da magnitude da tensão Æ parcela da carga representada
como impedância constante.

P e Q Æ são as potências ativa e reativa da carga a tensão V0.

V0 Æ tensão inicial da barra, convergida pelo fluxo de potência.

Vfld Æ tensão abaixo da qual a carga passa a ser modelada como impedância
constante.

A Tabela V.8 apresenta a modelagem de carga das diversas áreas do SIN para
os cenários de carga pesada, média e leve.

Nesta tabela, Z representa a parcela de carga modelada como impedância


constante, I a parcela de carga modelada como corrente constante e P a parcela
de carga modelada como potência constante.

Capítulo V – Simulações 104


Tabela V.8: Modelagem de Carga do SIN
Parcela de Carga (%)
Área
Carga Ativa Carga Reativa
No. Nome Z I P Z I P
1 Furnas 75 0 25 100 0 0
2 Cemig 50 0 50 100 0 0
3 Cemig - Secundaria 50 0 50 100 0 0
7 Cpfl 75 0 25 100 0 0
8 CESP 50 0 50 100 0 0
9 Light 50 0 50 100 0 0
10 Cerj 75 0 25 100 0 0
11 Escelsa 65 0 35 100 0 0
12 Celg 75 0 25 100 0 0
13 Ceb 75 0 25 100 0 0
16 Celtins 75 0 25 100 0 0
18 Cataguazes 75 0 25 100 0 0
20 Eletrosul 75 0 25 100 0 0
21 Copel 40 0 60 100 0 0
22 Copel - Secundaria 40 0 60 100 0 0
23 Ceee 40 0 60 100 0 0
24 Cgtee 100 0 0 100 0 0
25 Celesc 40 0 60 100 0 0
26 Enersul 75 0 25 100 0 0
27 Emae 50 0 50 100 0 0
28 Eletropaulo 50 0 50 100 0 0
29 Bandeirante 50 0 50 100 0 0
30 Elektro 50 0 50 100 0 0
31 Aes Sul 40 0 60 100 0 0
32 Rge 40 0 60 100 0 0
35 Grupo Rede - Area Sao Paulo 50 0 50 100 0 0
36 Cms-Energy - Grupo Paulista 50 0 50 100 0 0
37 C. L. F. Santa Cruz 50 0 50 100 0 0
41 Produtores Independentes 50 0 50 100 0 0
42 Companhia Piratininga de Força e Luz 50 0 50 100 0 0
43 Enersul - Area Nordeste 100 0 0 100 0 0
45 Eletronorte 60 0 40 100 0 0
46 Reg: RD-BG-CM 60 0 40 100 0 0
47 Reg: Cuiaba 60 0 40 100 0 0
48 Reg: NO-TG-SI 60 0 40 100 0 0
49 Reg: Caceres 60 0 40 100 0 0
52 Area Centro 70 0 30 100 0 0
53 Sudoeste da Bahia 70 0 30 100 0 0
54 Area Sul 50 0 50 100 0 0
55 Area Leste 60 0 40 100 0 0
56 Area Norte 60 0 40 100 0 0
57 Area Oeste 60 0 40 100 0 0
58 Area Maranhao 70 0 30 100 0 0
59 Area Tucurui-Belem 60 0 40 100 0 0
61 Albras + Alumar 100 0 0 100 0 0
62 Salgema 100 0 0 100 0 0
63 Interligacao Norte-Sul 100 0 0 100 0 0

Capítulo V – Simulações 105


Os modelos de CAG e CST são incluídos através da facilidade do programa
ANATEM conhecida como Controlador Definido Pelo Usuário (CDU) sem
necessidade de alteração do código fonte do programa. Com a utilização do
CDU o usuário do programa ANATEM pode definir modelos de controladores
para as unidades de geração, modelos de compensadores estáticos e seus
respectivos controladores, assim como sistemas de controle centralizados como
é o caso do CAG e do CST. O modelo definido pelo usuário pode ser linear ou
não-linear. Sua representação é feita no domínio da freqüência através de
diagrama de blocos, usualmente utilizado na engenharia de sistemas de
controle. O modelo de CAG e de CST, utilizados nas simulações, são os
apresentados nos Capítulos III e IV respectivamente.

A rede elétrica que representa a malha principal do sistema está mostrada na


Figura V.77

Capítulo V – Simulações 106


Figura V.77: Sistema de Transmissão do Sistema Interligado Nacional

Capítulo V – Simulações 107


V.2.1 Interligações Inter-regionais

Tradicionalmente, o Sistema Interligado Nacional (SIN) tem sido dividido em


quatro subsistemas, a saber: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
Todos estes subsistemas estão operando de forma interligada. A Figura V.78
mostra um mapa do SIN com estes subsistemas.

Figura V.78: Subsistemas do Sistema Interligado Nacional

Capítulo V – Simulações 108


V.2.1.1 Interligação entre as regiões SUL e SUDESTE

Atualmente, a interligação entre as regiões Sul e Sudeste é feita,


principalmente, pelo sistema de transmissão em 750 kV que escoa a energia da
usina de Itaipu 60 Hz. Os pontos desse sistema onde são efetuadas as conexões
são as subestações de Ivaiporã 750/500 kV, localizada no Estado do Paraná e
Tijuco Preto 750/500-345 kV, localizada no Estado de São Paulo.

Além dessa rede de transmissão em 750 kV existem outras redes de menor


capacidade que conectam o sistema de transmissão do Estado de São Paulo à
área norte do Estado do Paraná (em 230 kV e 88 kV) e ao Estado do Mato
Grosso do Sul (em 138 kV).

No início de 2003, entrou em operação a LT 500 kV Bateias - Ibiúna, circuito


duplo, com compensação série, que proporcionou um aumento na capacidade
de intercâmbio entre estas regiões.

A expansão da interligação Sul/Sudeste, após a entrada em operação da LT 500


kV Bateias/Ibiúna, será realizada através da LT 500 kV Londrina - Araraquara,
passando por Assis para futura transformação 500/440 kV.

A Figura V.79 e a Tabela V.9 apresentam as principais linhas de transmissão


que compõem a interligação Sul/Sudeste, bem como os pontos de medição dos
fluxos que melhor caracterizam o desempenho dessa interligação.

Capítulo V – Simulações 109


Figura V.79: Configuração da Interligação Sul/Sudeste
e os principais pontos de medição do intercâmbio

Tabela V.9: Pontos de medição dos intercâmbios considerados (S/SE)


Intercâmbio Descrição
Somatório do fluxo de potência ativa nas LTs de 750 kV
FSE
Ivaiporã-Itaberá circuitos 1, 2 e 3
Somatório do fluxo de potência ativa nas seguintes instalações:
LT 230 kV Guairá – Dourados;
Fluxo Norte
Londrina – Assis;
do Paraná
Maringá – Assis;

Figueira – Chavantes.
São Paulo
LT 138 kV Loanda – Rosana.
LT 88 kV Andirá – Salto Grande.
Recebimento FSE + (Fluxo Norte do Paraná – São Paulo) + Fluxo na LT 500
do Sudeste kV Bateias-Ibiúna circuitos 1 e 2
Somatório do fluxo de potência ativa nas seguintes instalações:
Tranformador 2x 750/500 kV Ivaiporã
LT 500 kV Bateias – Ibiúna circuitos 1 e 2.
LT 230 kV Guairá – Dourados;
Recebimento
Londrina – Assis;
do Sul
Maringá – Assis;
Figueira – Chavantes.
LT 138 kV Loanda – Rosana.
LT 88 kV Andirá – Salto Grande.
Capítulo V – Simulações 110
V.2.1.2 Interligação entre as regiões Norte, Nordeste e Sudeste

Atualmente, a interligação entre as regiões Norte e Nordeste é feita,


principalmente, pelo sistema de transmissão em 500 kV, que conecta a
subestação de Presidente Dutra, localizada no Estado do Maranhão, às
subestações de Teresina II e Boa Esperança, localizadas no Estado do Piauí.

A interligação entre as regiões Norte e Sudeste é feita, na configuração atual,


pela linha de transmissão em 500 kV que conecta a subestação de Imperatriz,
no Estado do Maranhão, à subestação de Serra da Mesa, no Estado de Goiás.
Este sistema de transmissão, que interliga as subestações de Imperatriz e Serra
da Mesa, em 500 kV, é denominado de Interligação Norte – Sul.

Hoje os subsistemas Sudeste e Nordeste estão interligados diretamente pela LT


500 kV Serra da Mesa - Rio das Éguas – Bom Jesus da Lapa II- Ibicoara –
Sapeaçu.

A Figura V.80 e a Tabela V.10 apresentam as interligações da Região Sudeste


com as regiões Norte e Nordeste, além da interligação entre o Norte e o
Nordeste.

Capítulo V – Simulações 111


Figura V.80: Configuração da Interligação Norte/Nordeste/Sudeste
e os principais pontos de medição do intercâmbio

Tabela V.10: Pontos de medição dos intercâmbios considerados


Intercâmbio Descrição
Somatório do fluxo de potência ativa na LT de 500 kV
Fluxo SEÆN
Miracema-Colinas
Somatório do fluxo de potência ativa na LT de 500 kV
Fluxo NÆSE
Miracema-Gurupi
Somatório do fluxo de potência ativa na LT de 500 kV
Fluxo NÆNE - Presidente Dutra – Boa Esperança;
- Presidente Dutra – Terezina circuitos 1 e 2.
Somatório do fluxo de potência ativa na LT de 500 kV Serra
Fluxo SEÆNE
da Mesa – Rio das Éguas

Capítulo V – Simulações 112


V.2.2 Dados do Sistema

Existem, atualmente, no Sistema Interligado Nacional oito áreas de controle


automático de geração em operação. Neste trabalho, porém, será considerado
um CAG em cada um dos subsistemas do SIN, ou seja, teremos quatro áreas de
controle: Área N, Área NE, Área SE e Área S. Esta escolha foi feita baseada
na própria geografia do SIN e pela facilidade de se determinar os intercâmbios
de potência entre estas áreas. A redução do número de áreas de controle foi
feita para simplificar a análise dos resultados. Contudo, esta simplificação
serve para mostrar a atuação e eficácia de um CAG operando em um sistema
de grande porte.

A usina de Itaipu não foi incluída em nenhum CAG, visto que, mudanças em
sua geração afetam significantemente o controle de tensão da rede de
transmissão de 750 kV.

As cargas e as gerações calculadas para as áreas de controle, para os cenários


de carga leve, média e pesada, são apresentadas na Tabela V.11 e na Tabela
V.12, respectivamente.

Tabela V.11: Carga própria das áreas de controle

Área de Carga Própria (MW)


Controle Pesada Média Leve
Norte 2775,5 2703,0 2300,9
Nordeste 7235,8 6942,7 5167,2
Sul 9142,5 8779,4 5622,7
Sudeste 32898,8 31419,3 22280,9

Capítulo V – Simulações 113


Tabela V.12: Geração Sincronizada das áreas de controle

Área de Geração Sincronizada (MW)


Controle Pesada Média Leve
Norte 3850,0 3850,0 3500,0
Nordeste 5959,5 6569,0 5026,0
Sul 8685,6 8685,6 4997,8
Sudeste 30521,0 28517,4 28558,74

Considerando os reguladores de velocidade das unidades geradoras operando


com estatismo (R) de 5% e a característica de amortecimento da carga (D) com
a freqüência de 2% da variação da carga para 1% da variação da freqüência , o
valor de bias (B) de uma área de controle pode ser calculado aproximadamente
pela seguinte expressão [ONS 2003a]:

1 ⎛ n CP ⎞
B= ⎜ ∑ PN i + ⎟[MW 0,1Hz ]
30 ⎝ i =1 10 ⎠

Onde:

PN → potência nominal das unidades geradoras sincronizadas da área (em


MW), que estejam funcionando como geradores e com os reguladores
de velocidade desbloqueados.

CP → carga própria da área de controle (em MW).

Os valores de bias devem ser calculados de acordo com a fórmula anterior


tomando-se os seguintes cuidados:

• Considerar as unidades geradoras sincronizadas, exceto as que


estejam operando como compensadores síncronos, de todas as
usinas constituintes da área de controle.

Capítulo V – Simulações 114


• Considerar a carga total da área de controle, ou seja, a soma das
cargas de todos os agentes pertencentes à mesma.

• Para a determinação dos bias de um determinado período devem


ser considerados os valores PN e CP referentes a esse período.

Com base no exposto acima, a Tabela V.13 mostra os valores de bias a serem
utilizados pelas áreas de controle para os diferentes cenários de carga.

Tabela V.13: Valores de bias adotados nas simulações

Área de Bias (MW/0,1Hz)


Controle Pesada Média Leve
Norte 138 137 124
Nordeste 223 242 185
Sul 320 319 185
Sudeste 1127 1055 1026

A Tabela V.14 apresenta as usinas de cada área que estão sob a atuação do
CAG.

Tabela V.14: Usinas sob atuação do CAG

Área de
Usinas
Controle

Norte Tucuruí
Nordeste Paulo Afonso, Luiz Gonzaga, Xingo e Sobradinho
G. Bento Munhoz, G. Parigot Souza, Salto Osório, Salto
Sul
Santiago
L. C. Barreto, Furnas, Itumbiara, Marimbondo, São Simão,
Sudeste Volta Grande, Água Vermelha, Ilha Solteira, Jupiá, Capivara,
Porto Primavera

A Tabela V.15 apresenta os intercâmbios líquidos de cada área.

Capítulo V – Simulações 115


Tabela V.15: Intercâmbios líquidos de cada área

Área de
Intercâmbio Líquido
Controle

Norte NÆNE + NÆSE


Nordeste NEÆN + NEÆSE
Sul Exportação do Sul
Sudeste SEÆN + SEÆNE - (Recebimento do Sudeste)

A Tabela V.16 apresenta os locais de medição de freqüência para cada área.

Tabela V.16: Locais de medição de freqüência

Área de
Locais de Medição
Controle

Norte Barramento de 500 kV da SE Tucuruí


Nordeste Barramento de 500 kV da SE Luiz Gonzaga
Sul Barramento de 500 kV da SE Gravataí
Sudeste Barramento de 500 kV da SE Itumbiara

V.2.3 Ajuste do ganho do CAG

Foi simulado um decréscimo de 10%, em degrau, no valor da carga de cada


área de controle com a finalidade de se analisar o comportamento de cada CAG
separadamente. Estas simulações foram realizadas para diferentes valores de
ganho K i (ver Figura V.25) do CAG.

Nas figuras, que são apresentadas a seguir, pode-se verificar que, como
esperado, a resposta do CAG é mais rápida quanto maior for o ganho do
controlador. Contudo, se o ganho do mesmo estiver muito alto o
amortecimento tende a diminuir e com isso existe o risco do sistema se tornar
instável. Por outro lado, se o ganho do controlador estiver muito baixo a
resposta do CAG será demasiadamente lenta não atendendo aos critérios
Capítulo V – Simulações 116
estabelecidos pelo ONS [ONS 2003a]. Isto mostra a necessidade de se ajustar
o ganho dos CAGs para que se tenha respostas dinâmicas adequadas.

Para exemplificar este comportamento foram utilizados três valores para o


ganho Ki, a saber:

• Ki = 0.05 Æ curva em vermelho

• Ki = 0.005 Æ curva em azul

• Ki = 0.0005 Æ curva em preto

V.2.3.1 CAG da Área Norte

• Carga Pesada

4,6E-2

2,3E-2

0,0E+1

-2,3E-2

-4,6E-2
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.81: Desvio de Freqüência

Capítulo V – Simulações 117


300

200

100

-100

-200
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.82: Desvio de Intercâmbio

300

200

100

-100

-200

-300
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.83: Erro de Controle de Área

Capítulo V – Simulações 118


• Carga Média
5,0E-2

2,5E-2

0,0E+1

-2,5E-2

-5,0E-2
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.84: Desvio de Freqüência

300

200

100

-100

-200
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.85: Desvio de Intercâmbio

300

200

100

-100

-200

-300
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.86: Erro de Controle de Área

Capítulo V – Simulações 119


• Carga Leve
0,05

0,025

0,

-0,025

-0,05
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.87: Desvio de Freqüência

300

225

150

75

-75

-150
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.88: Desvio de Intercâmbio

300

200

100

-100

-200
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.89: Erro de Controle de Área


Capítulo V – Simulações 120
V.2.3.2 CAG da Área Nordeste

• Carga Pesada

0,14

0,07

0,

-0,07

-0,14
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.90: Desvio de Freqüência

700

600

500

400

300

200

100

-100

-200
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.91: Desvio de Intercâmbio

Capítulo V – Simulações 121


900

750

600

450

300

150

-150

-300
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.92: Erro de Controle de Área

• Carga Média
0,125

0,1

0,075

0,05

0,025

0,

-0,025

-0,05

-0,075

-0,1

-0,125
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.93: Desvio de Freqüência

700

600

500

400

300

200

100

-100

-200
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.94: Desvio de Intercâmbio


Capítulo V – Simulações 122
1000

750

500

250

-250

-500
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.95: Erro de Controle de Área

• Carga Leve
0,15

0,075

0,

-0,075

-0,15
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.96: Desvio de Freqüência

600

500

400

300

200

100

-100

-200

-300
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.97: Desvio de Intercâmbio


Capítulo V – Simulações 123
700
600
500
400
300
200
100
0
-100
-200
-300
-400
-500
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.98: Erro de Controle de Área

V.2.3.3 CAG da Área Sul

• Carga Pesada

0,15

0,125

0,1

0,075

0,05

0,025

0,

-0,025

-0,05

-0,075

-0,1

-0,125
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.99: Desvio de Freqüência

Capítulo V – Simulações 124


900

750

600

450

300

150

-150

-300
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.100: Desvio de Intercâmbio

1200

900

600

300

-300

-600
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.101: Erro de Controle de Área

• Carga Média
0,1

0,05

0,

-0,05

-0,1
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.102: Desvio de Freqüência


Capítulo V – Simulações 125
400

300

200

100

-100

-200

-300
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.103: Desvio de Intercâmbio

600

400

200

-200

-400

-600
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.104: Erro de Controle de Área

• Carga Leve
0,14

0,07

0,

-0,07

-0,14
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.105: Desvio de Freqüência


Capítulo V – Simulações 126
600

500

400

300

200

100

-100

-200
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.106: Desvio de Intercâmbio

700

600

500

400

300

200

100

-100

-200

-300

-400
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.107: Erro de Controle de Área

Capítulo V – Simulações 127


V.2.3.4 CAG da Área Sudeste

• Carga Pesada

0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,
-0,1
-0,2
-0,3
-0,4
-0,5
-0,6
-0,7
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.108: Desvio de Freqüência

1200

900

600

300

-300

-600

-900
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.109: Desvio de Intercâmbio

Capítulo V – Simulações 128


8,0E+3

6,0E+3

4,0E+3

2,0E+3

0,0E+1

-2,0E+3

-4,0E+3

-6,0E+3

-8,0E+3
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.110: Erro de Controle de Área

• Carga Média
0,5

0,4

0,3

0,2

0,1

0,

-0,1

-0,2

-0,3

-0,4

-0,5
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.111: Desvio de Freqüência

1000

800

600

400

200

-200

-400

-600

-800
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.112: Desvio de Intercâmbio


Capítulo V – Simulações 129
6,0E+3

4,0E+3

2,0E+3

0,0E+1

-2,0E+3

-4,0E+3

-6,0E+3
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.113: Erro de Controle de Área

• Carga Leve
1,5

1,

0,5

0,

-0,5

-1,

-1,5
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.114: Desvio de Freqüência

2000

1500

1000

500

-500

-1000

-1500

-2000
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.115: Desvio de Intercâmbio


Capítulo V – Simulações 130
1,4E+4

7,0E+3

0,0E+1

-7,0E+3

-1,4E+4
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.116: Erro de Controle de Área

Podemos ver pelos resultados das simulações que o melhor valor para o ganho
Ki é 0,005, onde o CAG atua com um desempenho mais adequado.

As simulações apresentadas a seguir serão feitas somente para o cenário de


carga média. Serão considerados todos os CAGs operando simultaneamente
em modo TLB.

V.2.4 Degrau de -10% na carga do sistema

O distúrbio consiste em um decréscimo, em degrau, de 10% do valor da carga


do sistema, no instante de tempo igual a 20 segundos. Com isso pretende-se
analisar o comportamento conjunto dos quatro CAGs. A Figura V.117
apresenta o comportamento da freqüência em Tucuruí, com e sem a atuação do
CAG. Pode-se notar que no caso com atuação do CAG o erro de freqüência é
praticamente anulado aos 100 segundos. Na prática o CAG é desligado para
desvios de freqüência maiores que 0,5Hz, ação esta que não foi considerada
neste trabalho.

Capítulo V – Simulações 131


60,8

60,6

60,4

sem CAG
60,2

60,

com CAG
59,8

59,6
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.117: Desvio de Freqüência

A Figura V.118 e a Figura V.119 mostram respectivamente, o desvio de


intercâmbio líquido das diferentes áreas de controle e o erro de controle de
cada área.

500
ERRO INT NE
400 ERRO INT N
ERRO INT S
300
ERRO INT SE

200

100

-100

-200

-300

-400

-500
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.118: Desvio de Intercâmbio

Capítulo V – Simulações 132


7000
ECA NE
ECA N
5000 ECA S
ECA SE

3000

1000

-1000

-3000

-5000
0 50 100 150 200 250
T empo (s)

Figura V.119: Erro de Controle de Área

V.2.5 Perda da Interligação SE-NE

Nesta simulação foi feita a perda da interligação SE-NE, com a finalidade de


verificarmos o comportamento do sistema, observando se os fluxos entre as
áreas são mantidos. A perda desta interligação é vista pela área Nordeste como
uma perda de geração e pela área Sudeste como uma perda de carga.

A Figura V.120 apresenta os fluxos nas interligações Norte-Nordeste e


Sudeste-Norte. Podemos observar que com a atuação do CAG os fluxos são
mantidos em regime permanente em seus valores de referência, ou seja,
1108 MW e 650 MW respectivamente.

Capítulo V – Simulações 133


2000

1800

Norte-Nordeste sem CAG


1600

Sudeste-Norte sem CAG


1400

1200

1000
Norte-Nordeste com CAG

800

600
Sudeste-Norte com CAG

400
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.120: Intercâmbio entre as áreas

O déficit de importação da área Nordeste (650MW) ocasionado pela perda


desta interligação foi suprido com o aumento de geração interna, como mostra
a Figura V.121.

6300

6200

6100

6000

5900
com CAG
5800

5700

5600

5500
sem CAG

5400

5300
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.121: Geração na área Nordeste

As freqüências em Itumbiara e Luiz Gonzaga, com a atuação do CAG, são


apresentadas na Figura V.122.

Capítulo V – Simulações 134


60,08

60,04
Itumbiara

60,

59,96
Luiz Gonzaga

59,92

59,88
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.122: Freqüência em Itumbiara e Luiz Gonzaga

V.2.6 Perda das Interligações N-SE e SE-NE

Nesta simulação foi feita a perda simultânea das interligações Norte-Sudeste e


Sudeste-Nordeste, com a finalidade de verificarmos o comportamento do
sistema quando do ilhamento dos dois subsistemas Norte-Nordeste e Sul-
Sudeste-Centro Oeste.

A Figura V.123 apresenta o fluxo na interligação N-NE. Podemos observar


que com o CAG operando em modo TLB o fluxo é mantido em regime
permanente em seu valor de referência.

As freqüências em Itumbiara e Tucuruí são apresentadas na Figura V.124 e na


Figura V.125 respectivamente.

Capítulo V – Simulações 135


1200

1100
com CAG

1000

sem CAG

900

800
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.123: Fluxo no intercâmbio Norte-Nordeste

61,

60,5

com CAG

60,

59,5
sem CAG

59,

58,5
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.124: Freqüência em Tucuruí

60,4

60,3

60,2

sem CAG
60,1

60,
com CAG

59,9

59,8
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.125: Freqüência em Itumbiara


Capítulo V – Simulações 136
A Figura V.126 apresenta o aumento de geração nas áreas Norte e Nordeste
para o atendimento da demanda, no caso com atuação do CAG.

7000

6000

Nordeste

5000

Norte
4000

3000
0 50 100 150 200 250
T empo (s)

Figura V.126: Geração nas áreas Nordeste e Norte

V.2.7 Degrau de 600MW na Referência da Interligação SE-N

Neste caso o distúrbio aplicado foi um aumento em degrau de 600MW na


referência da Interligação Sudeste-Norte, em 20 segundos. A Figura V.127
apresenta os fluxos de potência ativa das interligações Sudeste-Norte, Norte-
Nordeste e Sudeste-Nordeste. Podemos observar que o aumento do fluxo
Sudeste-Norte não foi de 600MW, visto que os CAGs controlam o intercâmbio
líquido de cada área.

Capítulo V – Simulações 137


1300

1230 Sudeste-Norte

1160

1090

1020

950
Norte-Nordeste
880

810

740
Sudeste-Nordeste
670

600
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.127: Fluxo nos Intercâmbios

O fluxo Sudeste-Norte aumenta de 650MW para 1165MW, ou seja, um


aumento de 515MW. O fluxo Sudeste-Nordeste aumenta de 684MW para
771MW e o fluxo Norte-Nordeste cai de 1108MW para 1022MW. Contudo, o
intercâmbio líquido da área nordeste é mantido em 1792MW em regime
permanente. A área norte que era exportadora de 458MW passa ser
importadora de 141MW. A Figura V.128 mostra a redução de geração
ocorrida na área norte.

3400

3200

3000

2800

2600

2400
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.128: Geração da área norte

Capítulo V – Simulações 138


V.2.8 Rampa de 600MW na Referência da Interligação SE-N

Neste caso o distúrbio aplicado foi um aumento em rampa de 600MW na


referência da Interligação Sudeste-Norte, durante 50 segundos. A Figura
V.129 apresenta os fluxos de potência ativa das interligações Sudeste-Norte,
Norte-Nordeste e Sudeste-Nordeste.

1300

1200

1100 Sudeste-Norte

1000

Norte-Nordeste
900
Sudeste-Nordeste
800

700

600
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.129: Fluxo nos Intercâmbios

O fluxo Sudeste-Norte aumenta de 650MW para 1165MW, ou seja, um


aumento de 515MW. O fluxo Sudeste-Nordeste aumenta de 684MW para
771MW e o fluxo Norte-Nordeste cai de 1108MW para 1022MW. Contudo, o
intercâmbio líquido da área nordeste é mantido em 1792MW em regime
permanente. A área norte que era exportadora de 458MW passa ser
importadora de 141MW. A Figura V.130 mostra a redução de geração
ocorrida na área norte.

Capítulo V – Simulações 139


3400

3300

3200

3100

3000

2900

2800

2700

2600

2500

2400
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.130: Geração da área norte

V.2.9 Perda de uma Unidade Geradora

Neta simulação é feita a perda de uma unidade geradora da usina de Tucuruí,


que faz parte do CAG da área norte. A atuação do CAG fará com que as outras
unidades geradoras aumentem sua geração de forma a atender a demanda. A
Figura V.131 apresenta a geração total da área norte.

3300

3250

3200

3150

3100

3050

3000

2950

2900
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.131: Geração da área norte

A Figura V.132 apresenta o intercâmbio líquido da área norte.

Capítulo V – Simulações 140


550

435

320

205

90
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.132: Intercâmbio da área norte

A Figura V.133 mostra o erro de controle da área norte.

80

-20

-120

-220

-320

-420
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.133: Erro de controle da área norte

V.2.10 Variação de Carga em Rampa

Nesta simulação é feito um aumento da carga do sistema, em rampa, com


duração de 1 minuto, para se poder avaliar a atuação do controle de freqüência.
O aumento da carga é mostrado na Figura V.134.

Capítulo V – Simulações 141


51700

51500

51300

51100

50900

50700

50500
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.134: Carregamento do Sistema

A Figura V.135 mostra a variação de freqüência do sistema. No caso sem


CAG a freqüência atinge o valor em regime de 59,93 Hz. No caso com
atuação do CAG a freqüência retorna ao valor de 60Hz mostrando a eficácia do
controle.

60,04

60,02

60,

59,98
com CAG

59,96

59,94

59,92
sem CAG
59,9

59,88

59,86
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.135: Freqüência do Sistema

A Figura V.136 apresenta o aumento de geração nas áreas de controle.

Capítulo V – Simulações 142


800

700
Sudeste
600

500

400

300 Nordeste

200
Sul

100
Norte

0
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.136: Variação de potência das áreas de controle

A Figura V.137 apresenta o erro de controle das áreas sob CAG

400

Sudeste
300

200

Sul
100

Norte
-100
Nordeste

-200

-300
0 50 100 150 200 250
Tempo (s)

Figura V.137: Erro de Controle de Área

V.2.11 Variação da Carga na Área Rio

Foi simulada uma variação de carga na Área Rio. O esquema de CST usado
compreende o compensador síncrono de Grajaú, a usina nuclear de Angra, a
usina térmica de Santa Cruz e a usina hidráulica de Furna. Neste caso não foi
considerado a repartição de reativo. A Figura V.138 apresenta o carregamento
da Área Rio para os casos sem e com CAG e CST. Como a carga simulada é
Capítulo V – Simulações 143
dependente da freqüência e da tensão, o caso com atuação dos controles
secundários apresenta um maior carregamento, pois possui um melhor perfil de
tensão e de freqüência como pode ser observado na Figura V.139 e na Figura
V.140 respectivamente.

4000
com CAG e CST
3900

3800
sem CAG e CST
3700

3600

3500

3400

3300

3200

3100

3000
0 60 120 180 240 300
Tempo (s)

Figura V.138: Carregamento da Área Rio

1,06

1,05

1,04 com CAG e CST

1,03

1,02

sem CAG e CST


1,01

1,
0 60 120 180 240 300
Tempo (s)

Figura V.139: Perfil de tensão da barra de Jacarepaguá 345kV

Capítulo V – Simulações 144


60,04

60,02 com CAG e CST

60,

59,98 sem CAG e CST

59,96

59,94
0 60 120 180 240 300
Tempo (s)

Figura V.140: Freqüência do Sistema

A Figura V.141 mostra a potência reativa gerada pelas usinas participantes do


CST. Podemos notar a atuação do limitador de Angra em aproximadamente
170 segundos de simulação.

774

679
Angra
583

488

392
Furnas

297
Grajaú
202

106
Santa Cruz
11
0 60 120 180 240 300
Tempo (s)

Figura V.141: Potência reativa gerada

A mostra a potência ativa gerada pelas áreas do sistema sob controle do CAG.
Podemos notar que toda variação de carga da área Rio é suprida pela geração
da área sudeste.

Capítulo V – Simulações 145


825

725

625

525 Sudeste

425

325

225
Norte, Nordeste e Sul
125

25

-75
0 60 120 180 240 300
Tempo (s)

Figura V.142: Variação de potência ativa gerada

A Figura V.143 apresenta o intercâmbio líquido da área sudeste. No caso com


atuação do CAG o intercâmbio se mantém próximo a 1500MW como era
esperado.

-1350

-1400
com CAG
-1450

-1500

-1550

-1600

-1650
sem CAG

-1700

-1750
0 60 120 180 240 300
Tempo (s)

Figura V.143: Intercâmbio líquido da área sudeste

Capítulo V – Simulações 146


V.3 Tempo computacional

A Tabela V.17 e a Tabela V.18 apresentam os tempos computacionais


necessários para simular alguns dos eventos mostrados nesse trabalho.

Tabela V.17: Tempo Computacional – Sistema de Pequeno Porte

Tempo Tempo Computacional


Evento de
Simulação Pentium 4 Pentium 3
2,4 GHz 500 MHz

Variação de carga em degrau 500 s 7s 17 s


Variação de carga em rampa 500 s 11 s 24 s
Abertura da interligação 500 s 5s 11 s
Conexão de banco de
500 s 6s 15 s
capacitores
Mudança na referência de
500 s 6s 15 s
tensão da barra piloto
Mudança na referência de
500 s 6s 15 s
potência do intercâmbio

Tabela V.18: Tempo Computacional – Sistema de Grande Porte

Tempo Tempo Computacional


Evento de
Simulação1 Pentium 4 Pentium 3
2,4 GHz 500 MHz

Variação de carga do sistema


250 s 23 min 41 s 70 min 18 s
em degrau
Variação de carga do sistema
250 s 23 min 00 s 67 min 15 s
em rampa
Perda da interligação SE-NE 250 s 20 min 32 s 67 min 55 s
Perda das interligações N-SE e
250 s 22 min 50 s 70 min 11 s
SE-NE
Variação de carga da Área Rio 300 s 21 min 07 s 55 min 06 s

1
O passo de integração utilizado na simulação destes eventos foi de 5ms.
Capítulo V – Simulações 147
VI
Capítulo VI
Conclusão

Neste capítulo são resumidas as mais importantes conclusões, já discutidas nos


capítulos anteriores, e apresentadas sugestões para trabalhos futuros.

VI.1 Considerações Gerais

Nesta tese procurou-se abordar principalmente o problema do Controle Carga-


Freqüência em Sistemas Elétricos de Potência, voltando o seu enfoque para o
controle da malha de regulação secundária, mais comumente denominado
Controle Automático de Geração (CAG). O objetivo primordial deste tipo de
controle, como mostrado durante o trabalho, é de restabelecer a freqüência ao
seu valor de referência. No Sistema Interligado Nacional a freqüência de
referência é fixada em 60 HZ.

Inicialmente foi feita uma revisão dos conceitos básicos dos controles
responsáveis pela regulação primária. Mostrou-se que todo sistema elétrico de
potência possui uma tendência própria de atingir um novo estado de equilíbrio
carga-geração. Contudo, esta característica não é suficiente para um adequado
controle da freqüência, em especial se considerarmos sistemas de potência de
grande porte como o caso do sistema brasileiro, Em outras palavras, constatou-
se a necessidade de um primeiro nível de controle, o qual é realizado pelos
reguladores de velocidade das unidades geradoras do sistema. Mostrou-se a
eficácia deste controle na repartição da carga entre as diversas unidades
geradoras do sistema ao alcançar um novo estado de equilíbrio. No entanto,
vimos que este controle traz consigo um problema adicional, que é o

Capítulo VI – Conclusão 148


afastamento, em regime permanente, da freqüência do seu valor de referência.
É necessário portanto, a existência de um controle suplementar que faça a
freqüência retornar ao seu valor original. Este controle suplementar constitui o
chamado Controle Automático de Geração (CAG). Ressaltou-se também que
no caso de operação em sistemas interligados o CAG tem ainda a incumbência
de manter o intercâmbio de potência entre as áreas vizinhas tão próximo quanto
possível dos valores previamente programados.

Após a discussão sobre a teoria envolvida no controle carga-freqüência, partiu-


se para sua implementação utilizando o Programa de Análise de Estabilidade
Transitória ANATEM do CEPEL. Procurou-se então, através de diversas
simulações no domínio do tempo, testar a filosofia de controle de um CAG.
Para tanto foram utilizados um sistema de pequeno porte e outro de grande
porte, no qual se utilizou o Sistema Interligado Nacional. Os resultados
obtidos, tanto para o sistema de pequeno porte como para o sistema de grande
porte, são bastante úteis para esclarecer os conceitos envolvidos no CAG.
Dentro do que se pode avaliar no desenvolvimento desta tese, o CAG se
mostrou uma estratégia de controle bastante satisfatória para os sistemas
interligados.

Observou-se que se uma determinada área de controle não possuir reserva de


potência girante suficiente para atender as variações na sua carga, pode-se
comprometer a atuação do CAG, experimentando-se assim desvios de
freqüência e intercâmbio em regime permanente. Também foi realizada uma
análise de sensibilidade do comportamento dinâmico da freqüência e do fluxo
de potência na interligação quando da variação do bias. Mostrou-se que o
ajuste do Bias igual a característica natural da área acarreta ECAs menores.
Observou-se que quanto menor o valor de ajuste do bias, mais lenta era a
correção da freqüência.

Foi investigado também, o uso de esquemas de controle coordenado de tensão


em sistemas de potência, enfocando principalmente o Controle Secundário de

Capítulo VI – Conclusão 149


Tensão (CST), controle este responsável pela regulação da tensão ao nível da
transmissão. Para tanto, foram apresentados resultados de vários tipos de
distúrbios, como por exemplo, aumento de carga em degrau e degrau na
referência de tensão da barra piloto. Os resultados dos estudos mostram que
existe um ganho no desempenho do sistema quando utilizado o CST.

Algumas das vantagens em se usar o CST, a saber:

• Melhora no perfil de tensão das barras vizinhas à barra piloto;

• Melhor utilização das reservas de potência reativa do sistema;

• Uma repartição adequada do esforço de geração de potência reativa entre


as máquinas participantes do controle;

• Aumento na margem de carregamento do sistema.

VI.2 Sugestões para Trabalhos Futuros

• Desenvolvimento de novas estratégias para o ajuste do Bias.

• Implementação da estrutura do CAG através de um controlador do tipo


proporcional e integral (PI) o qual acrescenta um grau de liberdade
maior, em relação ao controlador do tipo integral utilizado nesta tese, que
poderá permitir uma melhor resposta dinâmica.

• Estudos para determinação da reserva girante e reserva de potência


reativa necessária a um sistema elétrico com controle secundário de
freqüência e tensão.

• Uma exploração mais apropriada dos aspectos de comportamento da


carga com a freqüência.
Capítulo VI – Conclusão 150
• Implementação do CAG em um programa de simulação rápida no tempo.

• Simular a atuação do CST agindo em conjunto com o Controle Terciário


de Tensão.

Capítulo VI – Conclusão 151


Referências Bibliográficas

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John Wiley & Sons Inc., 1996.

Referências Bibliográficas 154


A.
Apêndice A

A.1 Dados para Estudo de Fluxo de Potência

Dados do sistema teste em formato ANAREDE [CEPEL 2003a].

DBAR
(No) O TB( nome )G( V)( A)( Pg)( Qg)( Qn)( Qm)( Bc)( Pl)( Ql)( Sh)(A(Vf)
1 2 Gerador 01 1024 0. 50.7.534 -10. 26. 4 11000
2 1 Gerador 02 1021-2.1 90. 22.6 -30. 78. 4 11000
3 Barra Term 1010-5.6 11000
4 Barra PQ 1000-13. 120. 0. 11000
5 Barra PQ 1000-23. 40. 0. 21000
6 1 Gerador 03 1004-21. 20.2.621 -10. 26. 5 21000
9999
DLIN
(De) O (Pa)NcEP ( R% )( X% )(Mvar)(Tap)(Tmn)(Tmx)(Phs)( Bc)(Cn)(Ce)Ns
1 3 1 20.
2 3 1 7.
3 4 1 18.
3 4 2 18.
4 5 1 90.
5 6 1 20.
9999
DARE
(Ar) (Xchg) ( Identificacao da area ) (Xmin) (Xmax)
1 0. * Área 1 *
2 0. * Área 2 *
9999

Apêndice A 155
A.2 Dados para Estudo de Transitórios Eletromecânicos

Dados do sistema teste em formato ANATEM [CEPEL 2002].

(=======================================================================
( DADOS DE CARGAS FUNCIONAIS
(=======================================================================
DCAR
(Tp) (Id) 1 (To) (Io) P (Te) (Ie) 2 (Td) (Id) (A) (B) (C) (D) (Vol)
BARR 1 A BARR 9998 0 0 0 0
9999
(=======================================================================
( MODELO DE GERADOR
(=======================================================================
DMDG MD02
(No) O (CS) (Ld )(Lq )(L'd) (L"d)(Ll )(T'd) (T"d)(T"q)
(No) (Ra )( H )( D )(MVA)Fr
0001 140. 75. 40. 25. 15. 9. 0.0250.080
0001 3. 25.
0002 140. 75. 40. 25. 15. 9. 0.0250.080
0002 3. 25.
0003 140. 75. 40. 25. 15. 9. 0.0250.080
0003 3. 25.
9999
(=======================================================================
( CONTROLADORES DEFINIDOS PELO USUARIO
(=======================================================================
DCDU
(nc) ( nome cdu )
0001 RAT1
(EFPAR (npar) ( valpar )
DEFPAR #Ka 100.0
DEFPAR #Ta 0.05
(nb) (tipo) (stip)s(vent) (vsai) ( p1 )( p2 )( p3 )( p4 ) (vmin) (vmax)
9 ENTRAD DVRF
10 IMPORT VOLT VB
11 IMPORT VSAD VPSS
12 SOMA -VB X1
DVRF X1
VPSS X1
13 LEDLAG X1 EFD #Ka 0.0 1.0#Ta Emin Emax
14 EXPORT EFD EFD
(DEFVA (stip) (vdef) ( d1 )
DEFVAL Emin -7.

Apêndice A 156
DEFVAL Emax 7.
FIMCDU
(-----------------------------------------------------------------------
(nc) ( nome cdu )
0002 RAT2
(EFPAR (npar) ( valpar )
DEFPAR #Ka 100.0
DEFPAR #Ta 0.05
(nb) (tipo) (stip)s(vent) (vsai) ( p1 )( p2 )( p3 )( p4 ) (vmin) (vmax)
15 ENTRAD DVRF
16 IMPORT VOLT VB
17 IMPORT VSAD VPSS
18 SOMA -VB X1
DVRF X1
VPSS X1
19 LEDLAG X1 EFD #Ka 0.0 1.0#Ta Emin Emax
20 EXPORT EFD EFD
(DEFVA (stip) (vdef) ( d1 )
DEFVAL Emin -7.
DEFVAL Emax 7.
FIMCDU
(-----------------------------------------------------------------------
(nc) ( nome cdu )
0003 RAT3
(EFPAR (npar) ( valpar )
DEFPAR #Ka 100.0
DEFPAR #Ta 0.05
(nb) (tipo) (stip)s(vent) (vsai) ( p1 )( p2 )( p3 )( p4 ) (vmin) (vmax)
15 ENTRAD DVRF
16 IMPORT VOLT VB
17 IMPORT VSAD VPSS
18 SOMA -VB X1
DVRF X1
VPSS X1
19 LEDLAG X1 EFD #Ka 0.0 1.0#Ta Emin Emax
20 EXPORT EFD EFD
(DEFVA (stip) (vdef) ( d1 )
DEFVAL Emin -7.
DEFVAL Emax 7.
FIMCDU
(-----------------------------------------------------------------------
(nc) ( nome cdu )
0007 RV1
(EFPAR (npar) ( valpar )
DEFPAR #R .05
DEFPAR #TG 0.5
DEFPAR #TW1 1.0
DEFPAR #TW2 0.5
(nb) (tipo) (stip)s(vent) (vsai) ( p1 )( p2 )( p3 )( p4 ) (vmin) (vmax)
0001 ENTRAD WREF
0002 IMPORT WMAQ WMAQ
0003 SOMA -WREF DW
WMAQ DW
Apêndice A 157
0004 FRACAO DW DP 1.0 #R
0005 ENTRAD PCAG
0006 SOMA -DP X1
PCAG X1
0007 LEDLAG X1 X2 1.0 1.0 #TG
0008 ENTRAD PREF
0009 SOMA X2 X3
PREF X3
0010 LEDLAG X3 P 1.0 #TW1 1.0 #TW2
0011 EXPORT PMEC P
(DEFVA (stip) (vdef) ( d1 )
DEFVAL WMAQ WREF
DEFVAL PCAG 0.0
FIMCDU
(-----------------------------------------------------------------------
(nc) ( nome cdu )
0008 RV2
(EFPAR (npar) ( valpar )
DEFPAR #R .05
DEFPAR #TG 0.5
DEFPAR #TW1 1.0
DEFPAR #TW2 0.5
(nb) (tipo) (stip)s(vent) (vsai) ( p1 )( p2 )( p3 )( p4 ) (vmin) (vmax)
0001 ENTRAD WREF
0002 IMPORT WMAQ WMAQ
0003 SOMA -WREF DW
WMAQ DW
0004 FRACAO DW DP 1.0 #R
0005 ENTRAD PCAG
0006 SOMA -DP X1
PCAG X1
0007 LEDLAG X1 X2 1.0 1.0 #TG
0008 ENTRAD PREF
0009 SOMA X2 X3
PREF X3
0010 LEDLAG X3 P 1.0 #TW1 1.0 #TW2
0011 EXPORT PMEC P
(DEFVA (stip) (vdef) ( d1 )
DEFVAL WMAQ WREF
DEFVAL PCAG 0.0
FIMCDU
(-----------------------------------------------------------------------
(nc) ( nome cdu )
0009 RV3
(EFPAR (npar) ( valpar )
DEFPAR #R .05
DEFPAR #TG 0.5
DEFPAR #TW1 1.0
DEFPAR #TW2 0.5
(nb) (tipo) (stip)s(vent) (vsai) ( p1 )( p2 )( p3 )( p4 ) (vmin) (vmax)
0001 ENTRAD WREF
0002 IMPORT WMAQ WMAQ
0003 SOMA -WREF DW
Apêndice A 158
WMAQ DW
0004 FRACAO DW DP 1.0 #R
0005 ENTRAD PCAG
0006 SOMA -DP X1
PCAG X1
0007 LEDLAG X1 X2 1.0 1.0 #TG
0008 ENTRAD PREF
0009 SOMA X2 X3
PREF X3
0010 LEDLAG X3 P 1.0 #TW1 1.0 #TW2
0011 EXPORT PMEC P
(DEFVA (stip) (vdef) ( d1 )
DEFVAL WMAQ WREF
DEFVAL PCAG 0.0
FIMCDU
(
9999
(=======================================================================
( ASSOCIACAO DE MAQUINAS COM MODELOS
(=======================================================================
DMAQ
(No) O Mq (P) (Q) Un (Mg) (Mt)u(Mv)u(Me)u(Xvd)
1 10 4 0001 0001u0007u
2 10 8 0002 0002u0008u
6 10 2 0003 0003u0009u
9999

Apêndice A 159
A.3 Controlador Definido pelo Usuário do CAG

Dados do CAG utilizado no sistema teste em formato ANATEM [CEPEL


2002].

DCDU
(
0110 CAG-AREA#1
(
(EFPAR (npar) ( valpar )
DEFPAR #B1 100.
DEFPAR #K1 1.
DEFPAR #CHAV1 1.
DEFPAR #CHAV2 1.
DEFPAR #K2 -0.050
(nb) (tipo) (stip)s(vent) (vsai) ( p1 )( p2 )( p3 )( p4 ) (vmin) (vmax)
0001 ENTRAD FREF
0002 IMPORT FREQ PUFBAR 7
0003 GANHO PUFBAR HZFBAR 60.
0004 SOMA -FREF FERR
HZFBAR FERR
0005 GANHO FERR X1X #B1
0006 IMPORT FLXA TPUMED 8
0100 GANHO TPUMED TMWMED 100.
0007 ENTRAD TMWCTD
0008 SOMA -TMWCTD INTERR
TMWMED INTERR
0009 GANHO INTERR X2X #K1
0010 SOMA X1X ECA1
X2X ECA1
0011 PROINT ECA1 IECA1 #K2 0. 1.0
(
0012 IMPORT PMEC PPU1 9
0013 IMPORT PMEC PPU2 10
0014 GANHO PPU1 PMW1 100
0015 GANHO PPU2 PMW2 200
0016 SOMA PMW1 PMWTOT
PMW2 PMWTOT

Apêndice A 160
0017 ENTRAD FPPGR1
0018 ENTRAD FPPGR2
0019 MULTPL PMWTOT PMW1X
FPPGR1 PMW1X
0020 MULTPL PMWTOT PMW2X
FPPGR2 PMW2X
0021 SOMA PMW1X DPMW1
-PMW1 DPMW1
0022 SOMA PMW2X DPMW2
-PMW2 DPMW2
0023 PROINT DPMW1 IDPG1 #K2 0. 1.0
0024 PROINT DPMW2 IDPG2 #K2 0. 1.0
(
0025 MULTPL IECA1 ICA1G1
FPPGR1 ICA1G1
0026 MULTPL IECA1 ICA1G2
FPPGR2 ICA1G2
(
0027 SOMA IDPG1 ERRG1
ICA1G1 ERRG1
0028 SOMA IDPG2 ERRG2
ICA1G2 ERRG2
0029 GANHO ERRG1 SERRG1 #CHAV1
0030 GANHO ERRG2 SERRG2 #CHAV2
(
0031 FRACAO SERRG1 GER1 1.0 100.
0032 FRACAO SERRG2 GER2 1.0 200.
(
0033 EXPORT CDU GER1
0034 EXPORT CDU GER2
(
(DEFVA (stip) (vdef) ( d1 )
DEFVAL FREF 60.0
DEFVAL VAR TMWCT1 TMWMED
DEFVAL DEGRAU 0.
DEFVAL DPMW1 0.
DEFVAL DPMW2 0.
DEFVAL ERRG1 0.
DEFVAL ERRG2 0.
DEFVAL IECA1 0.
(
FIMCDU
(
0120 CAG-AREA#2
(
(EFPAR (npar) ( valpar )
Apêndice A 161
DEFPAR #B1 16.66
DEFPAR #K1 1.
DEFPAR #CHAV1 1.
DEFPAR #K2 -0.05
(
(nb) (tipo) (stip)s(vent) (vsai) ( p1 )( p2 )( p3 )( p4 ) (vmin) (vmax)
0001 ENTRAD FREF
0002 IMPORT FREQ PUFBAR 13
0003 GANHO PUFBAR HZFBAR 60.
0004 SOMA -FREF FERR
HZFBAR FERR
0005 GANHO FERR X1X #B1
0006 IMPORT FLXA TPUMED 14
0100 GANHO TPUMED TMWMED 100.
0007 ENTRAD TMWCTD
0008 SOMA -TMWCTD INTERR
TMWMED INTERR
0009 GANHO INTERR X2X #K1
0010 SOMA X1X ECA2
X2X ECA2
0011 PROINT ECA2 IECA2 #K2 0. 1.0
(
0012 GANHO IECA2 SERR #CHAV1
(
0013 FRACAO SERR GER6 1.0 50.
(
0014 EXPORT CDU GER6
(
(DEFVA (stip) (vdef) ( d1 )
DEFVAL FREF 60.0
DEFVAL VAR TMWCT1 TMWMED
DEFVAL DEGRAU 0.
DEFVAL IECA2 0.
(
FIMCDU
(
9999
(
DLOC
(lc) (tipo)(el)(pb)nc(ex)mq(bl)
7 BARRAC 4
8 CIRCAC 4 5 1
9 MAQ 1 10
10 MAQ 2 10
11 CDU 110 33
12 CDU 110 34
Apêndice A 162
13 BARRAC 5
14 CIRCAC 5 4 1
15 CDU 120 14
(
9999
(
FIM

Apêndice A 163
A.4 Controlador Definido pelo Usuário do CST

Dados do CST utilizado no sistema teste em formato ANATEM [CEPEL


2002].

DCDU
(
(nc) ( nome cdu )
0130 CST-AREA#1
(
(EFPAR (npar) ( valpar )
DEFPAR #KP 0.05
DEFPAR #KI 0.5
DEFPAR #CHAV1 1.
DEFPAR #CHAV2 1.
(
(nb) (tipo) (stip)s(vent) (vsai) ( p1 )( p2 )( p3 )( p4 ) (vmin) (vmax)
0001 ENTRAD VREF
0002 IMPORT VOLT VBAR 100
0003 SOMA VREF VERR
-VBAR VERR
0004 PROINT VERR X1 #KI #KP 1.0
(
0005 IMPORT QELE Q1 101
0006 IMPORT QELE Q2 102
0007 GANHO Q1 QT1 4.
0008 GANHO Q2 QT2 8.
0009 SOMA QT1 QT
QT2 QT
0010 ENTRAD FPQ1
0011 ENTRAD FPQ2
0012 MULTPL QT QT1SHR
FPQ1 QT1SHR
0013 MULTPL QT QT2SHR
FPQ2 QT2SHR
0014 SOMA QT1SHR QT1ERR
-QT1 QT1ERR
0015 SOMA QT2SHR QT2ERR

Apêndice A 164
-QT2 QT2ERR
0016 PROINT QT1ERR X2 #KI #KP 1.0
0017 FRACAO X2 X3 1.0 4.
0018 PROINT QT2ERR X4 #KI #KP 1.0
0019 FRACAO X4 X5 1.0 8.
(
0020 SOMA X1 VCST1X
X3 VCST1X
0021 SOMA X1 VCST2X
X5 VCST2X
0022 GANHO VCST1X VCST1 #CHAV1
0023 GANHO VCST2X VCST2 #CHAV2
(
0024 EXPORT CDU VCST1
0025 EXPORT CDU VCST2
(
(DEFVA (stip) (vdef) ( d1 )
DEFVAL VAR VREF VBAR
DEFVAL QT1ERR 0.
DEFVAL QT2ERR 0.
DEFVAL X1 0.
DEFVAL X2 0.
DEFVAL X4 0.
(
FIMCDU
(
(nc) ( nome cdu )
0140 CST-AREA#2
(
(EFPAR (npar) ( valpar )
DEFPAR #KP 0.05
DEFPAR #KI 0.5
DEFPAR #CHAV1 1. 0 ou 1
(
(nb) (tipo) (stip)s(vent) (vsai) ( p1 )( p2 )( p3 )( p4 ) (vmin) (vmax)
0001 ENTRAD VREF
0002 IMPORT VOLT VBAR 105
0003 SOMA VREF VERR
-VBAR VERR
0004 PROINT VERR VCST3X #KI #KP 1.0
0006 GANHO VCST3X VCST3 #CHAV1
0005 EXPORT CDU VCST3
(
(DEFVA (stip) (vdef) ( d1 )
DEFVAL VAR VREF VBAR
DEFVAL VCST3X 0.
Apêndice A 165
(
FIMCDU
(
9999
(
DLOC
(lc) (tipo)(el)(pb)nc(ex)mq(bl)
100 BARRAC 4
101 MAQ 1 10
102 MAQ 2 10
103 CDU 130 24
104 CDU 130 25
105 BARRAC 5
106 CDU 140 5
(
9999
(
FIM

Apêndice A 166

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