Foi a partir de minha formação acadêmica enquanto pedagoga e meu ingresso no
Programa de Pós-Graduação em Ciências da linguagem (PPGCL-Unisul), que surge minha
inquietação de como se formula o discurso digital e quais as possíveis implicações e impactos que este pode causar no âmbito educacional e social. A revolução do digital iniciou em meados do século XX, e foi no ano de 1946 que foi possível utilizarmos o primeiro computador; a partir desta data o digital se tornou parte do nosso contexto social bem como fragmento significante no processo de construção do sujeito. Ao pensarmos na criança enquanto sujeito único, histórico, social e ideológico, que se constitui a partir das experiências que vivencia e que se socializa ao desenvolver habilidades como a fala e escrita, é que me pergunto: como vem se formulando o discurso educacional que circula nas redes e plataformas digitais. Busco identificar como este sujeito (criança) é inserido em uma sociedade digital com bases na produção e reprodução de capital, e me remeto aqui a um breve ensaio analítico reflexivo que se estrutura em pilares já construído anteriormente por alguns estudiosos da análise do discurso com ênfase no discurso da escritoralidade. Que segundo segundo (Gallo, 2012) se inscreve no espaço discursivo do digital e que rompe fronteiras com os discursos da escrita (DE) e da oralidade (DO). Devido à imensidão de informações contidas nos diversos enunciados e arquivos que são disponibilizados pela memória metálica é que proponho uma análise de um discurso específico que vem sendo proferido pelo youtuber Murilo Gam. O youtuber teve sua trajetória marcada em 1997 ao criar aos 14 anos sua primeira plataforma digital que foi premiada tornando o então ainda garoto reconhecido mundialmente, autodidata, nascido no Recife em uma família bem estruturada Murilo se forma em administração na Universidade de Pernanbuco,,,, e vira comediante buscando fama e reconhecimento em vários programas televisivos. No ano de 2014 que Murilo é convidado
Ao retornar ao Brasil se insere em um discurso totalmente capitalista que vem de encontro
a sua necessidade de vender cursos oferecidos por sua plataforma digital, que desconfiguram completamente o papel da escola, enquanto instituição e espaço social de apropriação do conhecimento. Desconfigura seu caráter de legitimidade, corrompe com a relação professor/aluno enquando mediador e parte do processo de desenvolvimento e aquisição do conhecimento. Reproduz e reafirma os interreses de uma sociedade marcada pelo capitalista levantando problematicas que englobam tempo, diferentes habilidades do sujeito, conhecimento mercantil e não epistemiológico, entre outros.