Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Créditos:
Supervisão editorial:
Glaucinei Dutra Galvão
Nataniel dos Santos Gomes
Revisão:
Glaucinei Dutra Galvão
Nábia Massaroto da Silva
Nataniel dos Santos Gomes
Diagramação:
Marcos Paulo de Souza
Quadrinhos da Capa:
Thiago de Barros Santa Lucci e Silva
Campo Grande - MS
2018
ISBN 978-85-65158-46-6
1. Língua Portuguesa. I. Título
CDD 469
SUMÁRIO
Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
Prefácio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
Capítulo 01 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
PRECONCEITO CONTRA OS QUADRINHOS
Capítulo 02 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Capítulo 03 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
MODALIDADES DA LINGUAGEM: INTERFACES ENTRE AS OBRAS LITERÁRIAS E AS PARTICULARIDADES
DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Capítulo 04 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NO ENSINO DE LITERATURA: UMA PROPOSTA PARA A SALA DE AULA
Capítulo 05 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
MARCOS LEGAIS QUE RESPALDAM O USO DOS QUADRINHOS NO ENSINO
Capítulo 06 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
A LEITURA E OS QUADRINHOS
Capítulo 07 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
A LEITURA E A IMAGINAÇÃO ATRAVÉS DA HISTÓRIA EM QUADRINHOS
Capítulo 08 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS E OS SUPER-HERÓIS GANHANDO ESPAÇO NAS SALAS DE AULAS
Capítulo 09 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
A CONTRIBUIÇÃO DO GÊNERO HISTÓRIA EM QUADRINHOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA CIDADANIA
Capítulo 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
PRODUÇÃO DE HISTÓRIA EM QUADRINHOS COM AS TEMÁTICAS SAÚDE, VIDA E SOLIDARIEDADE
Capítulo 11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
PROJETOS ESCOLARES UMA PODEROSA FERRAMENTA DE ENSINO
Capítulo 12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171
ARTE POP ART, LÍNGUA INGLESA E TECNOLOGIA NO UNIVERSO DO SUPER–HERÓI
4
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS
AGRADECIMENTOS
Nossa sincera gratidão ao Professor Vítor Hugo Bordingnon e a Professora Dulce Botelho
Ferreira pela confiança dispensada a Equipe Pedagógica do Fundamental I, professores
e alunos, pois seria impossível escrever este livro sem a credibilidade dos senhores no
profissionalismo dos envolvidos neste projeto.
5
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS
PREFÁCIO
A arte é conhecida como um meio de se expressar através das cores, desenhos, formas e
diversas outras maneiras de comunicar-se uns com os outros. Quando se trabalha com
o desenho da criança, percebe-se que alguns trabalhos têm algo em comum, ao mesmo
tempo pode-se analisar os trabalhos infantis de outra maneira, ou seja, dar o enfoque
naquilo que a criança faz de diferente, algo singular, a marca pessoal da criança.
O trabalho artístico da criança tem uma história própria e única. Por meio do desenho
cada criança tem um modo de se expressar, seja uma história de vida, uma fantasia,
imagens e acontecimentos guardados na memória, enfim, cada uma tem algo diferente
para contar.
Ao executar um trabalho artístico a criança trabalha com o corpo, ela ri, canta, se mexe,
senta, levanta, fala, enfim, há uma necessidade de se expressar de todos os modos
possíveis. Por isso é de suma importância oferecer a liberdade de se expressar, pois a
criança transborda expressividade. Dar condições para a criança se expressar por meio
da linguagem visual requer um suporte de qualidade.
Com base no contexto acima, buscou-se por meio do trabalho em conjunto entre
professores e alunos a realização de um livro com histórias em quadrinhos produzidas
pelos alunos das séries iniciais com a intenção de aprofundar conhecimentos sobre
o tema e a importância de envolver os alunos no processo da produção textual, da
criatividade e da imaginação de cada criança.
6
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS
CAPÍTULO 1
11
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 1 · Preconceito Contra os Quadrinhos
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os quadrinhos têm uma interface com as ações sociais, com o universo da imaginação, da literatura, do entretenimento,
das artes, da história. São textos que motivam e convidam para interpretação e produção de sentidos a partir de
perspectivas selecionadas individualmente no ato da leitura.
As imagens cheias de cores quentes, frias, onomatopeias e demais traços são mais do que uma composição narrativa
artística com linguagem mista, um estímulo visual que aguça a imaginação e promove o desenvolvimento das
habilidades presentes nas diferentes áreas artísticas, tais como a cênica, a pintura, a escultura, a fotográfica, entre
outras.
O entreterimento por meio dos quadrinhos pode servir para aprender, o que pode tornar uma química perfeita, que
liga o conhecimento de forma mais prazerosa e significativa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CAGNIN, A. L. Os Quadrinhos. São Paulo: Ática, 1975.
_________. Os Quadrinhos: Linguagem e Semiótica. Um estudo abrangente da Arte Sequencial. São Paulo: Editora
Criativo, 2015.
CALAZANS, Flavio M. A. (Org.). As histórias em quadrinhos no Brasil: teoria e prática. São Paulo: Intercom, Sociedade
Brasileira de Estudos Interdisciplinares, 1997.
GOMES, Nataniel dos Santos e ABRÃO, Daniel. Grandes poderes trazem grandes responsabilidades: refletindo
sobre o uso das histórias em quadrinhos em sala de aula. 1ª ed. Curitiba: Appris, 2014.
MOYA, Álvaro de. Histórias das histórias em quadrinhos. Porto Alegre: L&M, 1986.
VERGUEIRO, Waldomiro. O uso das HQs no ensino. In: BARBOSA, Alexandre. Como usar as histórias em quadrinhos na
sala de aula. 2. Ed. São Paulo: Contexto, 2005. P. 07-30
_________. Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. 3ª ed. São Paulo: Contexto, 2006.
_________. RAMOS, Paulo. CHINEN, Nobu. Os pioneiros no estudo em quadrinhos no Brasil. São Paulo: Criativo,
2013.
12
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 1 · Preconceito Contra os Quadrinhos
CAPÍTULO 2
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS E
ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Marly Custódio da Silva
INTRODUÇÃO
Por algumas décadas a concepção de que as Histórias em Quadrinhos, doravante HQs, não seriam uma rica e interessante
opção de leitura se manteve. O crescimento desse preconceito acabou por caracterizar as HQs como “leitura para
preguiçosos” ou “leitura para criança”, podendo atrapalhar o desempenho cognitivo do leitor, ou até mesmo levá-lo ao
lado da malignidade e diversas outras concepções a partir da leitura desse gênero textual. Para Vergueiro:
Vergueiro (2016, p. 6) assinala que, durante boa parte do século XX, as histórias em quadrinhos sofreram rejeição quase
que generalizada por parte da sociedade, sendo alvo de preconceitos, perseguições e medidas judiciais que visavam
conter ou erradicar da face da Terra qualquer produto quadrinístico.
Por outra vertente, há instituições de ensino que adotam as HQs como leitura prazerosa, o que conquista cada vez mais
o seu alunado, tentando extinguir a concepção de que as HQs não podem adentrar ao mundo escolar para transformar
a leitura em algo que vai além da imaginação.
É constante o esforço que os professores têm feito em relação ao ensino de Língua Portuguesa em sala de aula, seja por
meio da leitura, compreensão, interpretação, produção textual e as próprias regras gramaticais contextualizadas por
meio dos variados gêneros textuais. Dentre os diversificados gêneros, um em especial chama a atenção, as histórias em
quadrinhos, as HQs. São textos de muito boa aceitabilidade por parte dos alunos de qualquer idade, pois une imagem
e texto, deixando pistas de ser algo voltado ao lúdico e não à cobrança burocrática da disciplina de Língua Portuguesa.
Por meio de um trabalho direcionado é possível levar para sala de aula exemplos de variação linguística em quadrinhos,
como, por exemplo, do Chico Bento e Turma da Mônica Jovem, onde um aborda a variação do estereotipado personagem
caipira e a outra a variação do dialeto dos adolescentes.
As histórias em quadrinhos utilizam recursos de descrição, narração e emoção crescentes, numa técnica muito bem
elaborada para envolver o leitor em seu contexto, principalmente se esse for de suspense e sem falar das páginas
multicoloridas que ajudam nesse processo, conforme Flávio Calazans (2004 p.18) “o roteiro de uma história em
quadrinhos, cada quadrinho atua como se fosse uma frase, cada sequência como um parágrafo e cada página como
um capítulo, que, se for finalizada com suspense, faz com que o leitor queira continuar a leitura.”
Nesse sentido, é possível analisar a crescente aceitação do gênero quadrinhos no ambiente escolar.
14
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 2 · Histórias em Quadrinhos e Ensino de Língua Portuguesa
Se no passado as histórias em quadrinhos foram consideradas uma ameaça ao aprendizado dos estudantes, hoje
se pode tê-la como uma das principais ferramentas no auxilio à aquisão do conhecimento. Professores buscam nos
gêneros textuais histórias em quadrinhos e tirinhas maneiras atrativas em consonância ao conteúdo trabalhado como
suporte pedagógico em suas aulas. É o resultado é o boa aceitabilidade por parte dos estudantes.
Conforme Vergueiro (2016), o despertar das Histórias em Quadrinhos como ferramenta didática surgiu inicialmente
na cultura européia, ganhando o mundo algum tempo depois de forma tímida quando eram utilizadas para ilustrar
matérias antes explicadas por texto escrito, mesmo assim as Histórias em Quadrinhos eram de uso bastante restrito nos
livros escolares, pois temiam que não fosse aceitável tal texto.
A inclusão efetiva das histórias em quadrinhos em materiais didáticos começou de forma tímida. Inicialmente, elas
eram utilizadas para ilustrar aspectos específicos das matérias que antes eram explicados por um texto escrito.
Nesse momento, as Histórias em Quadrinhos apareciam nos livros didáticos em quantidade bastante restrita, pois
ainda temia-se que sua inclusão pudesse ser objeto de resistência ao uso do material por parte das escolas. No
entanto, constatando os resultados favoráveis de sua utilização, alguns autores de livros didáticos – muitas vezes,
inclusive, por solicitação das próprias editoras –, começaram a incluir os quadrinhos com mais freqüência em suas
obras, ampliando sua penetração no ambiente escolar. (VERGUEIRO, 2016, p.20)
Ainda citando Vergueiro (2016, p.26): “No caso dos quadrinhos, pode-se dizer que o único limite para seu bom
aproveitamento em sala de aula é a criatividade do professor e sua capacidade de bem utilizá-los para atingir seus
objetivos.” Nesse sentido, o uso das HQs em sala de aula deve ser direcionado para que não transpareça algo fútil
quanto ao aprendizado e não gerar o efeito contrário da proposta que é auxiliar o educando no aprendizado.
É comum ouvirmos falar que pessoas gostam de Língua Portuguesa, mas não da gramática. Em épocas passadas o
ensino da Língua Portuguesa limitava-se pela gramática normativa, o aluno deveria aprender, por exemplo, a temida
oração subordinada substantiva objetiva direta, para que tivessem as regras de uma “boa língua” ou “língua correta”.
Não podemos dizer que o aprendizado das regras gramaticais não sejam válidos, mas quando pensamos em língua
elevamos nosso pensamento a todo e qualquer modo da língua se manifestar. Ramos (2016, p.65) enfatiza que hoje
“Ensina-se a língua em uso, como processo de comunicação, em seus mais diversos contextos.” O principal suporte
pedagógico para o ensino da língua são os diversos tipos e gêneros textuais. São disponibilizados textos jornalísticos,
cartas publicitárias, propagandas, dentre outros para que seja estudado a língua em uso e, a gramática normativa em
produções formais.
E o gênero textual história em quadrinho oferece um dos mais atraentes suportes pedagógico para que a gramática e
os estudos linguísticos sejam trabalhados de forma coerente e lúdica. Segundo conforme Vergueiro (2016, p. 21 a 25),
eis motivos para utilizar as histórias em quadrinhos em sala de aula:
Os estudantes querem ler os quadrinhos e não há qualquer tipo de rejeição por parte dos alunos que as recebem
de forma entusiasmada. As histórias em quadrinhos unem palavras e imagens para melhor aprendizado. Existe
um alto nível de informação nos quadrinhos, versando dos mais variados temas. A familiriaridade dos alunos com
os quadrinhos facilitam o entendimento do conteúdo e os auxiliam no desenvolvimento do hábito da leitura. Os
quadrinhos quando bem direcionados enriquecem o vocabulário dos estudantes e os obrigam a pensar e elevar
sua imaginação em determinadas cenas, globaliza culturas e miscigena povos, podendo ser utilizado em qualquer
nível escolar.
15
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 2 · Histórias em Quadrinhos e Ensino de Língua Portuguesa
Os quadrinhos são riquíssimos suportes pedagógicos no ensino da língua portuguesa, desde que bem trabalhados,
propõem maior conhecimento do conteúdo. Por exemplo, pode-se trabalhar a questão do preconceito linguístico.
Selecionando um quadrinho do Chico Bento e trazer para sala de aula a questão da variação linguística que há em toda
e qualquer comunidade de falantes, sem contar que pode unir ao conteúdo as marcas de oralidade presentes na fala
do dia a dia das pessoas com ou sem estudo, enfatizando que a oralidade não segue a escrita.
16
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 2 · Histórias em Quadrinhos e Ensino de Língua Portuguesa
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso das HQs auxilia no desenvolvimento do hábito de leitura, podendo ampliar a leitura para os desejados clássicos
literários, bem como ampliar o leque vocabular do estudante. Por ser uma narrativa com linguagem fixa, a dinâmica da
linguagem dos quadrinhos leva o leitor a pensar, a imaginar e elevar o mais alto nível de criatividade perante a cena
observada. As imagens auxiliam no entendimento e compreensão de vocabulário não conhecidos dentro do contexto.
O conhecimento prévio sobre o conteúdo ministrado aos alunos e as características e personalidades das histórias em
quadrinhos auxiliam o entendimento do enredo como um todo.
A escrita na história em quadrinho é feita com uma linguagem acessível, sendo que, a maioria das palavras faz parte do
cotidiano dos estudantes e, ao mesmo tempo, abordando de assuntos diversificados, proporciona inserção de novas
palavras aos leitores, obtendo assim a ampliação de vocabulário de forma contextualizada.
As histórias em quadrinhos são um rico e excelente suporte pedagógico para o aprendizado da língua como processo
de comunicação, podendo ser trabalhado nos mais variados conteúdos gramaticais, compreensão, interpretação de
texto e produção textual. Proporcionando ao estudante contato com o aprendizado de forma lúdica e divertida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CALAZANS, Flávio Mário de Alcântara. Histórias em quadrinhos na escola – São Paulo – Editora Paulus – 2004.
RAMOS, Paulo. CHINEN, Nobu. Os pioneiros no estudo em quadrinhos no Brasil. 1ª ed. São Paulo: Criativo, 2013.
RAMOS, Paulo. Os quadrinhos em aulas de Língua Portuguesa. In.: BARBOSA, A. et al. Como usar as histórias em
quadrinhos na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2016.
VERGUEIRO, W. Uso das HQs no ensino. In.: BARBOSA, A. et al. Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula.
São Paulo: Contexto, 2016, pp. 7-29
17
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 2 · Histórias em Quadrinhos e Ensino de Língua Portuguesa
CAPÍTULO 3
MODALIDADES DA LINGUAGEM:
INTERFACES ENTRE AS OBRAS LITERÁRIAS
E AS PARTICULARIDADES DAS
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Vanderlis Legramante Barbosa
INTRODUÇÃO
Para quem nutre sentimentos de admiração em relação aos textos literários, impressiona-se com os recursos estilísticos
utilizados pelos escritores na elaboração das estruturas narrativas e na construção imagética e expressiva do enredo,
isso tudo por meio da linguagem verbal escrita. Essa estratégia de produção é uma das formas mais condensadas
de elaboração do pensamento e da criatividade do universo ficcional. Portanto, não se pretende, neste capítulo,
discutir os entrelaçamentos da linguagem literária e as possibilidades de imersão no conjunto universal de produções
que absorvem e envolvem as percepções do ser humano. Isso, sem dúvida, seria uma atividade muito mais ampla
e questionadora quanto às noções da linguagem que comunica e abstrai do indivíduo impressões instigadas nos
momentos de trocas e diálogos textuais.
Nesse sentido, o que se propõe, nessa breve discussão, é olhar a literatura por entre as frestas da fechadura. Abreviar
a visão para outros formatos. Não menos expressivos, nem mesmo menos envolventes, mas sim permissivos na
elaboração de novas perspectivas no(s) sentido(s) dos textos. Esse convite de “espionagem” vem acompanhado por
cores, formatos, dimensões, ângulos, expressões, permitindo aos textos literários novas leituras, não com o intuito de
substituir, mas sim de expandir os significados e/ou reinterpretações do texto. Esses recursos, presentes nos gêneros
de histórias em quadrinhos (doravante HQ), vêm sendo uma das alternativas de aprendizagem e de leitura de obras
literárias, considerando-se a oportunidade de discutir, comparar e analisar as peculiaridades entre os gêneros textuais
e a composição das modalidades linguísticas.
19
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 3 · Modalidades da Linguagem: Interfaces entre as Obras Literárias e as particularidades das Histórias em Quadrinhos
Esse tipo de publicação representa diferentes concepções de associação e ressignificação da leitura. Sabe-se que a
leitura literária é repleta de condensações que se remetem, muitas vezes, a universos muito além da superficialidade e
trazem consigo muito das características do autor. Com isso, a preocupação com a qualidade desse tipo de adaptação
literária é um dos questionamentos sobre a perda do “valor”’ estético do texto quando representado em outro formato
que foge à percepção do autor.
Primeiramente, a adaptação não é a obra original, o termo já remete a tal entendimento. Dessa forma, a leitura do
material ocorrerá por outro ponto de vista devido aos artifícios característicos de cada gênero. Outro ponto a se
observar, deve-se ao fato de analisar o tipo de plataforma em que o texto está inserido, pois se assistimos a um filme
adaptado de um livro, por exemplo, outros recursos serão utilizados para o formato do gênero e para atrair o público
que o assiste. O mesmo ocorre com as HQs, as estratégias utilizadas para representar a essência e o caráter da obra
são específicos para o aguçamento das percepções do leitor que contará com a sensibilidade em observar detalhes
diferentes de uma narrativa apenas verbal escrita. Verificamos esses aspectos na passagem da obra Dom Casmurro, por
exemplo, no capítulo II, em que o autor explica o porquê do livro:
O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não
consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem
os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna
é tudo. O que aqui está é, mal comparando, semelhante à pintura que se põe na barba e nos cabelos, e que
apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o interno não aguenta tinta. Uma certidão que me
desse vinte anos de idade poderia enganar os estranhos, como todos os documentos falsos, mas não a mim. Os
amigos que me restam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos-santos.
Quanto às amigas, algumas datam de quinze anos, outras de menos, e quase todas creem na mocidade. Duas ou
três fariam crer nela aos outros, mas a língua que falam obriga muita vez a consultar os dicionários, e tal frequência
é cansativa. (Dom Casmurro, Machado de Assis)
No fragmento acima do livro Dom Casmurro, percebemos o detalhismo descritivo do autor em retratar os sentimentos
que o levaram a escrever o livro. A reminiscência dos pensamentos e sensações remetem a uma pessoa angustiada,
solitária, mas com ânsia em buscar a essência do que representou ter sido os melhores momentos da vida, preso em
suas lembranças. Essa busca resulta na frustação do personagem diante das relações do presente que lhe causam vazio
e desânimo.
A transposição do excerto acima é representada no quadro abaixo na adaptação da obra em HQ, produzido por Rodrigo
Rosa e Ivan Jaff.
20
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 3 · Modalidades da Linguagem: Interfaces entre as Obras Literárias e as particularidades das Histórias em Quadrinhos
Nesse quadro, notam-se os artifícios utilizados para retratar uma passagem bastante forte e importante da obra.
Diversos termos que descrevem as sensações do personagem não são verbalizados no quadrinho, no entanto, outros
recursos aludem aos pensamentos e aos aspectos importantes do texto como entender o motivo do livro “atar as
duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência”, representado por uma corda amarrada e na ponta as duas
etapas da vida de Bentinho, a velhice e a adolescência, num confrontamento de olhares perdidos, reproduzido pelas
cabeças das duas pessoas: o que foi e o é na busca do passado. Na sequência, é demostrada a desilusão e desânimo
do protagonista, sentado, sozinho, em meio a fotografias, em um ambiente pálido, sombrio, com aspectos de solidão
e desencanto. Essa imagem procurou representar a frustração na tentativa desastrosa de reconstruir o que teve: “se só
me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta
lacuna é tudo.” E por fim a alusão à perda dos amigos de longa data “os amigos que me restam são de data recente;
todos os antigos foram estudar a geologia dos campos-santos”, nesse caso, a metáfora é representada visualmente
pelas cruzes, pela cor preta, referindo-se à morte e às mudanças que o levaram a escrever o livro.
Ao se analisar aspectos tão detalhistas e carregados de sentidos, como são os textos em quadrinhos, não se pode
esquecer de levar em conta as ressignificações das leituras. Para um leitor que já conhece, por exemplo, a obra Dom
Casmurro, a leitura fluirá com um ritmo diferente daquele que está tendo o primeiro contato. No entanto, mesmo para
um leitor conhecedor da obra original, os quadrinhos apresentam perspectivas novas de releitura do texto. Elementos
ou situações que podem não ser muito observados na leitura verbal, podem ser compreendidos ou reinterpretados na
leitura que conta com modalidades de linguagens. O visual reproduz questões que muitas vezes vão além da escrita, e
ampliam as possibilidades de imaginação e compreensão do texto, que para alguns alunos pode significar um empasse
para gostar dos clássicos. “No diálogo com os quadrinhos, na relação com outras artes e outros saberes, podemos
refletir o que significa sua presença no universo de leitura, a partir de trabalhos diferenciados no diálogo entre palavra
e imagem” (ABRÃO e GOMES, 2014). Por isso a relevância em desenvolver a leitura que observa e reinterpreta elementos
não verbais em consonância com a literatura. Nesse sentido, vale refletir sobre a visão de multimodalidade configurada
por:
linguagens e tecnologias que vão além da linguística, vale considerar como somos influenciados por essas
linguagens e como as lemos, ou, quais estratégias são usadas no processo de compreensão dos textos que nos
cercam no cotidiano. Sobretudo, como esses textos interagem na composição dos recursos multimodais para
então, aliados ao que os alunos já sabem, trazerem novas leituras, sentidos e compreensão de um determinado
texto. (BARBOSA, 2018)
Nessa perspectiva textual, a autora enfatiza o resgate para as outras modalidades das linguagens como propulsoras de
estímulo à leitura e interpretação textual. Levando-se em conta que as HQs são compostas por modalidades distintas,
percebe-se que cada modo de composição textual desempenha uma função no processo de construção de sentido do
texto. Dessa forma, quando se refere à leitura e interpretação dos textos de HQs, reforça-se um exercício mais amplo
que conhecer uma determinda obra literária. Na realidade, ressaltam-se outros aspectos a serem analisados e postos
em xeque. Em outras palavras, é possível abstrair do texto associações, releituras e entendimentos de reelaboração que
ultrapassam a mera compreensão textual.
21
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 3 · Modalidades da Linguagem: Interfaces entre as Obras Literárias e as particularidades das Histórias em Quadrinhos
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escola é o espaço para o conhecimento e crescimento do aluno, conduzindo-o por direções que auxiliam na percepção
crítica comparativa dos textos. Ao se referir ao clássico literário, “utilizando a imagem, os quadrinhos passam a atingir
e seduzir o leitor dentro de parâmetros ainda incorporados pelos valores da crítica canônica” (ABRÃO e GOMES, 2014,
p.17). Sendo assim, o uso das HQs é uma forma de divulgação e de abertura para alternativas de leituras que não
substituem a verbalização, entretanto, ampliam as possibilidades de construção dos sentidos dos textos a partir de
outras relações envolvendo as múltiplas linguagens.
Não pretendemos discutir a respeito da importância em se ler os clássicos originais, sobretudo por entender a “relevância
de se recorrer a clássicos para o entendimento do ser humano” (SOUZA, 2014, p. 188), até porque o que procuramos
analisar em relação à literatura e quadrinhos são as possibilidades de desenvolvimento da leitura e do conhecimento
que podem ser explorados no ensino.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, L. V. Multiletramentos críticos e construção de sentidos em textos multimodais nas aulas de Língua
Portuguesa, 2018. 125 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Campo
Grande/MS, 2018.
GOMES, Nataniel dos Santos e ABRÃO, Daniel. Grandes poderes trazem grandes responsabilidades: refletindo sobre
o uso das histórias em quadrinhos em sala de aula. 1ª ed. Curitiba: Appris, 2014.
GOMES, Nataniel dos Santos; RODRIGUES, Marlon Leal. Para o alto e avante!
Textos sobre histórias em quadrinhos para usar em sala de aula. Curitiba Appris, 2013.
SOUZA, Ana Aparecida Arguelho. Por que ler os clássicos. In. GOMES, Nataniel dos Santos e ABRÃO, Daniel. Pesquisa
em letras. Curitiba: Appris, 2012.
22
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 3 · Modalidades da Linguagem: Interfaces entre as Obras Literárias e as particularidades das Histórias em Quadrinhos
CAPÍTULO 4
AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
NO ENSINO DE LITERATURA:
UMA PROPOSTA PARA A SALA DE AULA
Taís Turaça Arantes (UERJ)
INTRODUÇÃO
Vamos aqui falar sobre como quadrinhos podem auxiliar no ensino de literatura no nível básico da educação. Para isso,
é importante ressaltar que este texto se apropria da palavra “literatura” de uma forma mais abrangente, ou seja, sem
restrições quanto ao que seria literatura clássica ou cultura de massa. Fazer essa explicação se torna algo importante,
pois compreende-se que, tanto no Ensino Fundamental II ou Ensino Médio, o aluno possui acesso a vários tipos de
textos.
Este texto demonstra, de forma breve, a importância de se trabalhar adaptações dentro da sala de aula. Contudo, com
o cuidado que se é preciso, uma vez que escolher como opção essa abordagem exige um trabalho consciente, ou seja,
não é esquecer a obra original, e sim fazer com que o aluno perceba e crie uma própria ponte entre o texto original e a
obra adaptada. Esse tipo de exercício contribui para a formação teórica e humana do aluno.
1. A SEMIÓTICA
Este texto apresenta uma abordagem através da semiótica de Charles Sanders Peirce, assim como da tradução
intersemiótica, que nasceu da referida semiótica. Mas o que é semiótica?
Peirce (2012) nos explica que a semiótica é o estudo das leis gerais dos signos. Em outras palavras, é o funcionamento
do sistema de signos. O conceito de signo da humanidade segundo a filosofia define o mesmo como um sinal, de
preferência verbal, que representa alguma coisa. Entende-se que o estudo dos signos sempre esteve relacionado ao
estudo do conhecimento. Por isso que os estudos dos signos são chamados de semiótica ou semiologia, de acordo
com a escola em que ele está inserido.
Antes de nos aprofundarmos, se torna necessário explicar que Peirce era um filósofo-lógico-matemático. Essa afirmação
nos demonstra que a semiótica de Peirce diferencia-se de seu contemporâneo Saussure, da mesma forma que se
diferencia da semiótica discursiva de Greimas e da semiótica da cultura de Bakhtin. Peirce apresenta ao mundo uma
teoria que permite enxergá-lo através de uma ótica triádica.
Como explicado anteriormente, Saussure foi contemporâneo de Peirce. Isso quer dizer que ambos os teóricos
construíram sua ciência sem terem entrado em contato um com o outro. Logo, para Saussure o signo é diático, possui
significante (o som ou as letras) e significado (a idéia transmitida). Enquanto para Peirce é triádico, ou seja, além de
significante e significado, também possui representante (imagem de um objeto físico associado, por exemplo).
A semiótica é compreendida como a ciência que nos permite ler o mundo, e quem nos aponta isso é Décio Pignatari
(2004). O que o pesquisador nos indica é que, enquanto seres humanos, estamos rodeados de signos. O mundo à nossa
volta são signos verbais e visuais. Por exemplo, se você escutar a palavra cabo, o que imagina? A palavra cabo pode
ativar em sua mente a imagem de um cabo de televisão, de um cabo de vassoura ou ativar a imagem de uma patente
militar. Enquanto seres constituintes, vivemos a analisar e interpretar esse signos. Em outras palavras, estamos sempre
lendo o mundo.
24
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 4 · As Histórias em Quadrinhos no Ensino de Iteratura: uma proposta para a Sala de Aula
Santaella (2012), em seu livro O que é semiótica, nos descreve que o mundo inteiro é permeado por linguagens. “As
linguagens estão no mundo e nós estamos na linguagem”. A linguagem é um fenômeno de produção de significado de
sentido. Nós, enquanto seres humanos, vivemos interpretando esses significados e dar-lhes sentido. Quando estamos
dirigindo e olhamos para o semáforo, sabemos que o vermelho é para parar e o verde, para seguir, da mesma forma
que, ao vermos uma pessoa balançando a cabeça horizontalmente de um lado para o outro, sabemos que ela está
dizendo “não” para algo, assim como, quando vamos a um restaurante e vemos a palavra cardápio escrita em um
quadro, sabemos que ali estão as nossas opções de pratos que podemos escolher.
Vemos então que a semiótica é o que Santaella (2012) nos explica, que por meio dela nos é possível interpretar o
mundo por intermédio das experiências subjetivas de consciência de cada um. Isto é. enxergar o mundo através de
sua primeiridade (tudo aquilo que está presente em sua consciência no momento presente), secundidade (o que dá
à experiência o seu caráter de fato, as nossas reações aos acontecimentos do mundo) e, por fim, a terceiridade (como
interpretamos as coisas presentes no mundo).
2. A TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA
Assim entramos na discussão da tradução intersemiótica. Roman Jakobson é um dos primeiros teóricos a utilizar o
termo “traducão intersemiótica”. Para ele, o processo cognitivo de tradução não é baseado apenas em traduzir um texto
de um sistema linguístico para outro, mas sim carrega em seu significado a tradução de uma linguagem para a outra,
como, por exemplo, “da arte verbal para a música, a dança, o cinema ou pintura” (JAKOBSON, 1997, p. 64–65).
Essa tradução intersemiótica está relacionada com a tradução de um signo para outro. Isso quer dizer que há uma
transposição de um sistema de linguagem para outro. Por exemplo, você pode verificar o ensaio fotográfico Alice in
Waterland, realizado pela fotógrafa Elena Kalis, traduzido do livro Alice no País das Maravilha, do autor Lewis Carroll, da
mesma forma que você vai ao cinema assistir um filme dos Vingadores, que foi inspirado nas histórias em quadrinhos.
Ou então você pode ler o livro Assassin’s Creed : Renascença, do autor Oliver Bowden, que foi traduzido do jogo Assassin’s
Creed II, desenvolvido pela Ubisoft Montreal.
Nesse mérito, Júlio Plaza nos explica que a tradução intersemiótica não é simplesmente traduzir um texto da língua
inglesa para a portuguesa, mas também pode ser a tradução de uma história em quadrinhos para um filme. Para
o teórico, é importante se atentar para as relações estruturais dos diferentes signos. A tradução está presente nos
diversos meios de comunicação e nos de produção, como livros e filmes (PLAZA, 2001, p. 14).
Compreende-se que a tradução implica em decodificar signos de uma linguagem para a outra, e que isso irá modificar
a matriz da linguagem adaptada (DINIZ, 1995, p. 33), como, por exemplo, ao adaptar uma obra literária para um filme,
o diretor cria as ambientações para as cenas do jeito que lhe parece mais pertinente.
A partir disso, torna-se importante explicar que, como a pesquisadora Daniela Araújo (2011) apresenta no escopo do
seu estudo, vários autores concordam que não há uma relação de fidelidade nas traduções; uma vez que uma obra é
adaptada, a sua matriz original sofre alterações, visto que aquele que está adaptando a obra realizará a sua própria
leitura, através de seus referentes.
25
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 4 · As Histórias em Quadrinhos no Ensino de Iteratura: uma proposta para a Sala de Aula
Logo, a partir desta breve discussão sobre semiótica e tradução intersemiótica, compreende-se que os signos existem
no mundo e permeiam o cotidiano de todos; interpretá-los e traduzi-los faz parte do processo de leitura de mundo
pelo ser humano.
26
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 4 · As Histórias em Quadrinhos no Ensino de Iteratura: uma proposta para a Sala de Aula
Os títulos apresentados são adaptações de clássicos da literatura e de um livro considerado pertencente à cultura de
massa por alguns teóricos. Dessa forma, temos duas obras da literatura inglesa, uma da brasileira e outra da francesa. A
escolha se deu para demonstrar que, através das adaptações, as crianças e os adolescentes podem estabelecer contatos
com diferentes tipos de obras.
O Hobbit, do filólogo britânico Tolkien; Sonho de uma noite de verão, do escritor também britânico, William Shakespeare;
O Alienista, de Machado de Assis da literatura brasileira; e O Pequeno Príncipe, do francês Antoine de Saint-Exupéry. Por
intermédio dessas quatro adaptações, os alunos conseguirão estabelecer os processos fenomenológicos da estética.
Isso quer dizer que é necessário ler a obra original e as adaptações em histórias em quadrinhos. A partir desse exercício,
o aluno poderá fazer suas próprias construções semióticas e intersemióticas de significado, significante e representante.
27
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 4 · As Histórias em Quadrinhos no Ensino de Iteratura: uma proposta para a Sala de Aula
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Demonstrou-se aqui que os seres humanos são permeados pela linguagem constantemente em seu cotidiano.
Signos verbais e visuais nos rodeiam constantemente. Por isso que estudar semiótica e a tradução intersemiótica nos
possibilitam um aprofundamento de nós mesmos, pois compreendemos a nossa dimensão enquanto seres humanos
em um mundo de símbolos.
A partir dessa reflexão, também é possível compreender como se realizam os processos de leitura dos signos visuais e
verbais, assim como abre possibilidades de leitura em diferentes abordagens.
Logo, como exposto no decorrer do texto, é de suma importância que as crianças e os adolescentes estejam em contato
permanente com a leitura, seja ela através de adaptações de livros de cultura de massa e de clássicos, ou através de
história em quadrinhos como arte também. Um ato de leitura possibilita novas perspectivas para o desenvolvimento
humano, e é através da literatura que processos cognitivos são acionados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, Daniela da Silva. A tradução intersemiótica do livro Cidade de Deus para o cinema: o testemunho da
violência. 64f. Dissertação (Mestrado) – Departamento de Linguística Aplicada Universidade Estadual do Ceará, 2011.
DINIZ, Taís Flores Nogueira. A tradução intersemiótica e o conceito de equivalência. In: Literatura e diferença – IV
Congresso da ABRALIC: Anais. São Paulo: Bartira, 1995, p. 1001-1004.
JAKOBSON, Roman. Linguística e Comunicação. São Paulo: Cultrix, 1997.
PLAZA, Julio. Tradução intersemiótica. São Paulo: Perspectiva, 2001.
PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica. São Paulo: Perspectiva, 2012.
PIGNATARI, Décio. Semiótica e literatura. Cotia: Ateliê, 2004.
SANTAELLA, Lucia. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 2012.
28
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 4 · As Histórias em Quadrinhos no Ensino de Iteratura: uma proposta para a Sala de Aula
CAPÍTULO 5
Logo a proeminência dada aos artigos seis e vinte e dois da Constituição Federal, fornecem subsídios legais para
a criação da Base Nacional Comum Curricular - BNCC, como também estabelecem as normatizações para a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação- LDB e o Plano Nacional de educação-PNE.
Já a Lei nº 9394/96 de dezembro de 1996, conhecida como LDB, determina no inciso quarto do nono artigo que:
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes
para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos
mínimos, de modo a assegurar formação básica comum; (BRASIL, 1996).
30
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 5 · Marcos Legais que respaldam o uso dos Quadrinhos no Ensino
Cabe ressaltar que a referida lei foi sancionada a mais de vinte anos com objetivo de assegurar a formação básica
comum para todos os cidadãos e em todas as etapas de ensino. No entanto, como todo o percurso histórico educacional
brasileiro, vivenciamos a morosidade na execução das diretrizes com uma perspectiva de execução de médio a longo
prazo, o que corresponde a um período entre dez e vinte anos para sua implantação parcial. Dessa forma, somente
em 2013, por intermédio das metas e estratégias traçadas no Plano Nacional de educação – PNE, Planos Estaduais
de Educação – PEE e Planos Municipais de Educação – PME iniciaram diagnósticos e estudos que culminaram na
elaboração das versões da BNCC, prescrita mediante a aprovação da Lei nº 12.796/2013. Orientada pelas Diretrizes
Curriculares da Educação Básica (DCN), a BNCC visa à formação humana integral e a construção de uma sociedade justa
democrática e inclusiva (MEC, 2016).
Art. 26. Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base nacional
comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte
diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos.
(BRASIL, 2013)
Apoiado pela Medida provisória nº 746, de 22 de setembro de 2016, passou a ser obrigatório no currículo escolar o
ensino da língua portuguesa, matemática, conhecimento do mundo físico, natural e da realidade social e política,
especialmente da república federativa do Brasil (Brasil, 2016).
Salientamos que a LDB permite a complementação da BNCC de acordo com o contexto local. Dessa forma, os currículos
serão construídos levando em conta as especificidades e diversidades dos alunos e instituições, sendo responsabilidade
das Secretarias Estaduais e Municipais de Educação nortear as decisões curriculares e didático-pedagógicas, seja para a
rede pública ou privada de ensino.
O referido documento também aponta diversas competências e habilidades no uso das tecnologias da informação e
comunicação - TICs, que precisam ser trabalhadas por professores e alunos nos diferentes componentes curriculares
reforçando o emprego das histórias em quadrinhos como uma possibilidade ferramenta digital para o ensino.
Esses pressupostos poderão ser compreendidos através das abordagens sintetizadas pelas autoras Lacerda, Sepel e
Falkembach (20017, p. 65) no quadro abaixo:
31
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 5 · Marcos Legais que respaldam o uso dos Quadrinhos no Ensino
ARTE
TICs/BNCC
Compreender as relações entre as linguagens
pelo uso das TICs e multimeios (animações, LÍNGUA PORTUGUESA
jogos eletrônicos, gravações em áudio e vídeo, Utilizar recursos de TICs, adequando
fotografia, softwares e etc.) nos processos vocabulário, pronúncia, entonação, gestos,
de criação artística. pausas e ritmo.
EDUCAÇÃO FÍSICA
Identificar as transformações nas GEOGRAFIA
Utilização de geotecnologias.
características dos jogos eletrônicos.
MATEMÁTICA CIÊNCIAS
Utilizar para modelar e resolver problemas Discutir e avaliar desenvolvimento de novos
cotidianos. materiais e tecnologias.
De acordo com a BNCC, as HQs são recomendadas como ferramenta pedagógica, permitindo ao professor o uso desse
hipergênero como forma de trabalhar as diversas linguagens em sala de aula, seja por meio das tecnologias (TICs)
como também pela utilização da escrita, imagens e recursos gráficos (balões, letras, onomatopeias) possibilitando
melhores resultados na aprendizagem.
Os eixos norteadores das áreas de conhecimento de Língua Portuguesa e Línguas estrangeiras foram organizados de
maneira a atender as seguintes competências e habilidades: oralidade, leitura, escrita, conhecimentos linguísticos e
gramaticais, dimensão intercultural.
[...] potencializa as possibilidades de participação e circulação – que aproximam e entrelaçam diferentes semioses
e linguagens (verbal, visual, corporal, audiovisual). Essas práticas criam novas possibilidades de identificar e
expressar ideias, sentimentos e valores (BNCC, 2017).
32
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 5 · Marcos Legais que respaldam o uso dos Quadrinhos no Ensino
Destarte compreendemos as HQs como uma ferramenta pedagógica no ensino e complemento dos componentes
curriculares de línguas, colaborando para o desenvolvimento de atividades de leitura, escrita, competência
argumentativa, senso crítico, imaginário, além da compreensão e apropriação de diferentes linguagens. Tendo como
objetivo garantir a todos os alunos o acesso aos saberes linguísticos necessários para a participação social e o exercício
da cidadania
Vale enfatizar que as temáticas apresentadas nas HQs perpassam os diferentes componentes curriculares, permitindo
ao docente um trabalho sequenciado e interdisciplinar, principalmente nos anos iniciais e finais do ensino fundamental.
De acordo com Vergueiro (2010) também podem ser utilizadas nas diversas disciplinas para facilitar a compreensão de
assuntos complexos em que os alunos têm pouco interesse, trabalhando diferentes temas, questões éticas, científicas
e tecnológicas.
O uso dos quadrinhos em sala de aula faz parte de um processo continuo que busca demonstrar de uma forma
pedagógica como é possível tratar de diversos assuntos com os quadrinhos, uma vez que os alunos possuem uma
proximidade forte com esse tipo de material e por acreditar que faz parte do papel do professor levar para as crianças
e adolescentes das escolas um forma diferente de se trabalhar os assuntos decorrentes do ano escolar.
33
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 5 · Marcos Legais que respaldam o uso dos Quadrinhos no Ensino
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreendemos neste contexto que toda a atividade humana está relacionada ao uso da língua, que se efetiva por
meio de enunciados orais e escritos que se emanam de diversificados campos do saber, ou seja, não podemos tratar o
gênero independente de sua realidade social, pois são por meio de enunciados concretos que as práticas discursivas
marcam a relação do homem com a linguagem, sendo remetida à história e à historicidade do sujeito, que podem ser
representadas por gêneros como, por exemplo, as HQs.
Diante da importância que as HQs exercem no processo de aprendizagem, apresentamos neste texto alguns marcos
legais que respaldaram a construção da Base Nacional Comum Curricular – BNCC e especificamente a amplitude de
utilização das histórias em quadrinhos em sala de aula.
Já faz parte de uma maioria de professores a realidade dos quadrinhos em sala de aula. Não só porque está estabelecido
isso nos currículos, mas por existir docentes que acreditam que esse material é uma ferramenta eficaz. Sendo assim
a admissão das HQs como complemento dos componentes curriculares da área de linguagem, Língua Portuguesa
e Língua Estrangeira Moderna, estabelecida na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), colaborará não somente
para despertar o interesse dos alunos quanto para desenvolver habilidades e competências de leitura, por meio da
construção de sentidos, reflexão crítica, apropriação e elaboração desse gênero do discurso.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Tradução de Paulo Bezerra. 6º ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
_______________. Os gêneros do discurso. Tradução Paulo Bezerra. 1º ed. São Paulo: Martins Fontes, 2017.
BALLMANN, Fábio. A nona Arte: história, estética e linguagem e quadrinhos. Dissertação (Mestrado) - Universidade
do Sul de Santa Catarina. Tubarão, 2009.
Disponível em: http://aplicacoes.unisul.br/pergamum/pdf/100250_Fabio.pdf. Acesso em 19 de julho de 2018.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: 1988. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: Jul. 2018
_________Base Nacional Comum Curricular – BNCC de março de 2017. Dispõe sobre a terceira versão que
complementa e revisa a segunda versão. Brasília, DF: MEC/SEB.
_________ Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa. Brasília, DF: MEC/SEF.
_______. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Brasília:1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/L9394.htm>. Acesso em: Jul. 2018
34
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 5 · Marcos Legais que respaldam o uso dos Quadrinhos no Ensino
_______. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: proposta preliminar. 2 ed. Brasília. 2016.
_______. Emenda constitucional nº 59 de 11 de novembro de 2009.
_______. Congresso Nacional. Lei n. 12.796 de 4 de Abril de 2013.
_______. Lei n. 13.005 de 25 de junho de 2014.
CAGNIN, A. L. Os Quadrinhos: Linguagem e Semiótica. Um estudo abrangente da Arte Sequencial. São Paulo:
Editora Criativo, 2015.
Kensky, V. M. (2007). Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas, SP: Papirus.
LACERDA, C. C., SEPEL, L. M. N., & Falkembach, G. M. Toodoo: o uso de histórias em quadrinhos como objeto de
aprendizagem na formação continuada de professores. Revista Imagens da Educação, v. 7, n. 3, p. 63-73, 2017.
VERGUEIRO, Waldomiro. O uso das HQs no ensino. In: BARBOSA, Alexandre. Como usar as histórias em quadrinhos na
sala de aula. 2. Ed. São Paulo: Contexto, 2010. p. 07-30
35
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 5 · Marcos Legais que respaldam o uso dos Quadrinhos no Ensino
CAPÍTULO 6
A LEITURA E OS QUADRINHOS
Dagmar Vieira Nogueira Silva
INTRODUÇÃO
O uso de Histórias em Quadrinhos (HQs) no ensino já é bastante comum em escolas de todo o país. Livros didáticos,
das mais variadas editoras, trazem desde as formas mais curtas, como tirinhas, até outras mais amplas, que ocupam
algumas páginas desses suportes. Isso porque o formato HQ é bastante envolvente e propicia um leque de atividades
pedagógicas favoráveis ao desenvolvimento do educando. Esse gênero que pode ser percebido como um gênero
híbrido, outrora visto apenas como uma possibilidade de leitura rasa, traz para a sala de aula, temas diversos,
oportunizando diálogos, e ampliando o olhar crítico e reflexivo do leitor.
Assim, nas próximas linhas, faremos uma reflexão muito breve sobre leitura e quadrinhos, com o desejo que isso possa
despertar o leitor para nossas descobertas sobre esses dois universos tão fascinantes.
1. LEITURA E QUADRINHOS
Desde os tempos mais remotos da humanidade, a leitura de códigos verbais e/ou não verbais fez-se presente em
diferentes contextos sociais, exercendo um papel de suma importância para a transmissão de valores, crenças, costumes
e a construção do conhecimento. É possível ler, no sentido amplo da palavra, as nuvens no céu para identificar se
vai chover ou não, deduzir que o morador de uma determinada casa tem boas condições financeiras ou não, mas é
possível também ler palavras escritas em nossa língua materna, no nosso caso, da esquerda para a direita, de cima para
baixo (em algumas outras línguas o processo é um pouco diferente).
Saber ler é uma habilidade transformadora que possibilita o desenvolvimento de várias outras habilidades e a
interação social. Nas palavras de Silva (1999, pp. 16-17), “Ler é uma prática social de interação com signos, permitindo
a produção de sentido(s) através da compreensão-interpretação desses signos. [...] é interagir [...] é produzir sentido
[...] é compreender e interpretar.”
Sendo assim, essa prática social deve ser desenvolvida, buscando promover o conhecimento e ampliando a visão de
mundo do leitor. Por essa perspectiva, é fundamental que em uma instituição como a escola, os que estão ali como
docentes e discentes possam realizar essa prática, afiançados por suportes literários múltiplos.
Nesse sentido, vale observar que dentre os suportes mais cativantes para o leitor ainda aprendiz, estão as histórias em
quadrinhos, muitas vezes como um dos primeiros suportes de leitura do texto impresso que os estudantes têm acesso.
Os quadrinhos são veículos de linguagem mista, repletos de formas e cores que exercem certo fascínio, em especial,
no público infantil, tão seduzido pela linguagem visual, sem que isso signifique o desprezo por leitores mais velhos,
inclusive, a maior parte dos leitores de quadrinhos está na faixa etária dos trinta anos.
As histórias em quadrinhos são textos muito bem recebidos pelos estudantes, visto que é uma literatura que combina
imagem e texto, refletindo contextos, valores culturais, colaborando com a educação de seus leitores, discutindo
estereótipos e ampliando seus conhecimentos sobre o mundo social, quase sempre uma leitura que envolve a palavra
e a imagem, em uma relação de complementariedade. Esse tipo de material permite que as instituições educacionais
promovam projetos pedagógicos com uma visão inclusiva uma vez que tem a função de acrescentar valores de
cidadania e de conscientização social ante as diferenças do outro, presente dentro e fora dos muros da escola.
37
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 6 · A Leitura e os Quadrinhos
Utilizada como apoio para o desenvolvimento da leitura, a aquisição da escrita e/ou como promovedora de debates
sobre assuntos variados, as HQs possibilitam um leque de atividades pedagógicas, promovendo aprendizados
significativos para os educandos. Assim, figuram em livros didáticos, em muitos formatos, nas distintas áreas do saber,
ainda que não sejam aproveitadas com todo o seu potencial de leitura, de crítica e de criatividade que possuem.
Diante disso, é preciso ensinar o aluno a ler as imagens, para que ele possa interpretar e compreender os códigos não
verbais, carregados de sentidos e de diversos discursos sociais, ampliando noções que extrapolam o uso adequado ou
inadequado da língua, que pode ser a noção de movimento, a expressão facial da personagem, o quadro ao fundo e
tantos outros elementos que fazem parte do texto visual e que o leitor precisa decodificar.
Conforme Vergueiro, “A “alfabetização” na linguagem específica dos quadrinhos é indispensável para que o aluno
decodifique as múltiplas mensagens neles presentes e, também, para que o professor obtenha melhores resultados
em sua utilização (2009, p. 31) Dessa forma, o professor deve estar atento aos vários elementos constitutivos das HQs,
para que se alcance uma leitura mais crítica e reflexiva de tais suportes.
Pode-se afirmar que o uso das HQs nos anos iniciais e finais do ensino fundamental já é bastante comum, em
virtude das várias possibilidades apresentadas por esses suportes, o que favorece a construção do pensamento
crítico e a alfabetização. Ressaltando que o uso das HQs no ensino médio também adquire valor construtivo
quanto ao desenvolvimento de habilidades de percepção e interpretação. Efeitos como ironia, sarcasmo, humor,
entre outras inferências são muito frequentes nesse gênero, e também fazem parte da leitura. Em outras palavras,
diversas competências podem ser exploradas no contexto dos vários componentes curriculares, a fim de expandir as
possibilidades de aprendizagem e integração com o currículo escolar.
Com temáticas que abordam diversas questões sociais e culturais, as HQs tornam-se ponto de partida para debates
sobre fatos que refletem o comportamento humano. Nesse sentido, atividades que sugerem a construção de diálogos
em consonância com o que está sendo retratado pelas imagens são favoráveis à prática da produção textual.
38
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 6 · A Leitura e os Quadrinhos
Extraído do site https://www.acessaber.com.br/atividades/genero-
textual-historia-em-quadrinhos-5o-e-6o-ano/ em 14/06/2018.
O exemplo acima mostra a leitura dos balões de grito e de fala, mas não trazem palavras, o que não impede que o leitor
entenda o texto e possa achar graça da história.
Doutra forma, textos constituídos apenas pelo código verbal são utilizados como suportes e incentivo ao
desenvolvimento das habilidades artísticas, como o desenho e a pintura. Os leitores retratam cenas de uma narrativa,
dando asas a imaginação, conforme as ideias construídas com base no texto.
Estimular a escrita em atividades de leitura e produção textual, bem como o desenvolvimento da coordenação motora
fina, com o incentivo do desenho é uma forma profícua de construção do pensamento e do aperfeiçoamento de
habilidades fundamentais ao ser humano (para quem não sabe parte dos desenhistas de sucesso no mundo nasceu
no Brasil).
39
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 6 · A Leitura e os Quadrinhos
Além dessas atividades que perfazem os planejamentos pedagógicos, é possivel observar que outros conhecimentos
são efetivados no uso das HQs em sala de aula. Noções de espacialidade, enquadramento, tamanho, combinação de
cores, entre outros fundamentos podem ser explorados em trabalhos lúdicos e prazerosos aos educandos. Assim, as
HQs podem ser consideradas ferrramentas vantajosas para a construção do pensamento crítico e reflexivo.
40
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 6 · A Leitura e os Quadrinhos
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dessa forma, a leitura de histórias em quadrinhos em sala de aula não pode mais ser pensada apenas como atividade
de fomento à leitura e a escrita, mas também, como suporte literário capaz de ampliar a visão de mundo do educando,
viabilizando diálogos, contruindo e reconstruindo conhecimentos. Afinal, trata-se de um recurso didático diversificado
de linguagem mista que possibilita múltiplas abordagens e encanta pessoas de todas as idades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, Alexandre. Os quadrinhos no ensino de artes. In: RAMA, Angela; VERGUEIRO, Waldomiro. Como usar as
histórias em quadrinhos na sala de aula. 3. ed São Paulo: Contexto, 2009. In:http://www2.eca.usp.br/anais2ajornada/
anais4asjornadas/q_e_letramentos/fabio_tavares_da_silva_e_rogerio_junior_tavares.pdf
SILVA, Theodoro Ezequiel. Concepções de leitura e suas consequências no ensino. Florianópolis: Perspectiva, 1999.
41
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 6 · A Leitura e os Quadrinhos
CAPÍTULO 7
1. JUSTIFICATIVA
O presente artigo mostra os caminhos percorridos por nós professoras do 1º ano A, B e C a fim de que os seus alunos
desenvolvam suas habilidades com a leitura e escrita através de produção de textos, e a integração das atividades de
sala de aula com o Projeto #SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS.
Elaborar o projeto de super-heróis com a Turma da Mônica foi um processo muito prazeroso para as crianças e para
nos professoras. As crianças gostaram muito de ouvir as histórias em quadrinhos em que a turma fazia o papel de
super-heróis. Manifestaram desejo em escrever suas próprias histórias em quadrinhos, e por intermédio da observação
44
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
de imagens materializou-se a ideia de construir a sua própria história, mesmo os alunos que ainda não adquiriram o
domínio da escrita tentaram do seu jeito expor sua escrita. Precisaram de ajuda, mas não desanimaram na criação da
sua própria história.
Percebemos que houve o encantamento pelas histórias em quadrinhos, mesmo não sendo de super-heróis. O momento
é de cultivar e tentar criar um hábito em sala nos momentos livres para utilizarem desse recurso rico e criativo que são
as histórias em quadrinhos, assim estarão aprimorando a leitura e desenvolvendo a criatividade e a capacidade de
escrita.
45
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
5. CONCLUSÃO
Concluímos assim nosso registro das práticas e procedimentos utilizados em sala de aula para estimular a leitura e
imaginação dos alunos. Cada etapa descrita só veio a enriquecer a criação de belíssimas HQs que além de contribuir
com o estimulo da leitura e imaginação agregaram conhecimentos aos pequenos aprendizes em seu processo de
aquisição da língua escrita.
Mas o projeto não termina por aqui, já que cada turma apresentará uma música com coreografia sobre os temas
trabalhados em sala de aula, também termos a exposição de jogos com materiais recicláveis, histórias em quadrinhos,
desenhos e muito mais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CSIKSZENTMIHALYI, M. (1988). Society, culture and person: a systems view of creativity. In R. J. Sternberg (Org.),
The nature of creativity: contemporary psychological perspective (pp.325-339). New York: Cambridge University
Press.
CSIKSZENTMIHALYI, M. (1997). Creativity: flow and the psychology of discovery and invention. New York: Harper
Perennial.
VERGUEIRO, W. et all. Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2004.
46
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 1º A
Chiara Pietribiasi
Isadora Pilan Holsback
João Guilherme Silveira Biava
Lorena Almeida Vinha
Valentina Silveira Faccin
47
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
48
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
49
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
50
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
51
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
52
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 1º B
53
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
54
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
55
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
56
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
57
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
58
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 1º C
59
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
60
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
61
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
62
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
63
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
64
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
65
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
66
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
67
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 1º D
68
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
69
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
70
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
71
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
72
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
73
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 7 · A Leitura e a Imaginação através da História em Quadrinhos
CAPÍTULO 8
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS E
OS SUPER-HERÓIS GANHANDO
ESPAÇO NAS SALAS DE AULAS
Fabiola Albuquerque
Fernanda Zanardi dos Santos Aguirre
Luziane Santana de Oliveira
INTRODUÇÃO
Com a atualidade os livros têm sido deixados de lado pelas crianças, que muitas vezes demostram maior interesse pela
tecnologia, que entrega a informação de maneira mais rápida, porém o livro entrega a criança riquezas de informações,
detalhes, capacidade de interpretação e leitura, com isso sendo essencial para a vida e desenvolvimento total da criança.
Cada vez que uma pessoa lê um livro recebe toda aquela riqueza de palavras e amplia seu vocabulário, traz interpretação
e raciocínio. Para Solé (1998, p. 72), o aluno se torna autônomo e competente quando recebe o auxílio e o suporte
de um leitor mais experiente – o professor. Sendo assim, o grupo de professores, das turmas do segundo ano, do
ensino fundamental, do Colégio Alexander Fleming tornaram-se super-professoras comprometidas em desenvolver o
hábito de leitura nas crianças desde tão pequenas, para que seja a leitura um exercício prazeroso e não algo que traga
sacrifício, tornando-a essencial na vida.
A história em quadrinhos faz parte da infância das crianças há muito tempo, e com ela muitas vezes vem o prazer da
leitura, podendo ser textual e da leitura de imagem. Essa maneira de trazer desenhos com expressões tão marcantes
faz com o que a criança entenda o contexto da história apresentada, conheça seus personagens favoritos e mergulhe
na história, assim exercitando sua imaginação e criatividade.
75
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
E, baseada nesta perspectiva, os alunos puderam compartilhar com o colega a sua produção e ler para todos em roda,
desenvolveram o texto e os desenhos e se sentiram capazes por ter a capacidade de criar e passar para o papel uma
história que trouxe soluções para cuidar do ambiente e assim conscientizar o leitor de seus quadrinhos.
O maior objetivo foi trabalhar com o aluno a capacidade de criar, explorar a criatividade e interagir os pequenos de
maneira prazerosa com a leitura. Mostrar aos mesmos a capacidade de se tornar um herói do planeta, que todos são
capazes de proteger o ambiente e fazer a sua parte como os heróis dos quadrinhos.
Os alunos foram envolvidos com atividades de interpretação e produção das HQs, e com a leitura dos gibis exploraram
o universo mágico da leitura, desenvolveram a criatividade e oralidade por meio da leitura.
77
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
4. CONCLUSÃO
No quadrinho, há diversidade de possibilidades de aprender. O relacionamento do aluno com os HQs é afetivo, há
poucos entraves, desta maneira o aluno pode ampliar sua criatividade, as ilustrações são fascinantes e se ajustam aos
pequenos diálogos. Na elaboração dos HQs, os alunos mostraram-se receptivos, participativos e entusiasmados com
a produção. A criação foi instantânea, existia apenas a preocupação em demonstrar através das falas e desenhos as
expressões faciais das personagens e seguir a sequência dos acontecimentos. E a cada momento pode-se notar os
progressos alcançados pelos alunos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KNELLER, George Frederick. Arte e ciência da criatividade / George F. Kneller; tradução de J. Reis – 5a ed. - São Paulo:
IBRASA, 1978.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris, MACHADO, Veruska Ribeiro, CASTANHEIRA, Salete Flôres. Formação do professor
como agente letrador. São Paulo: Contexto, 2013.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
78
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 2º A
79
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
80
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
81
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
82
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
83
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
84
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 2º B E D
85
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
86
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
87
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
88
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
89
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
90
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
91
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
92
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
93
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
94
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
95
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
96
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 2º C
97
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
98
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
99
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
100
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
101
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
102
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 8 · Histórias em Quadrinhos e os Super-Heróis ganhando espaço nas salas de aulas
CAPÍTULO 9
A CONTRIBUIÇÃO DO GÊNERO
HISTÓRIA EM QUADRINHOS PARA O
DESENVOLVIMENTO DA CIDADANIA
Emilene Meza
Janaina Samaia Fernandes Pereira Ferreira
Sandra Mara Adania Luz
INTRODUÇÃO
O projeto anual do Colégio Alexander Fleming no atual ano, 2018, propôs a equipe pedagógica, professores e alunos
que trabalhassem com um tema atual e bem relevante, as histórias em quadrinhos (HQs). Surgindo então, o projeto
#Somos todos super-heróis.
Esse projeto estimulou professores e alunos a terem mais contato com as HQs, foi possível desenvolver a oralidade,
a criatividade e a escrita, utilizando as histórias em quadrinhos como um suporte, aprimorando assim, a leitura, a
interpretação e produção textual dos alunos.
As histórias em quadrinhos são objetos de estudos de diversos campos do conhecimento há muito tempo. Logo,
optou-se por apresentar as histórias em quadrinhos aos alunos para atender aos pedidos dos mesmos de trabalhar
com este tipo de gênero que deu início à formação de grande parte dos alunos como leitores. Optando por dar início
ao projeto partindo da chamada “alfabetização” (VERGUEIRO, 2009, p. 31) a linguagem específica dos quadrinhos é
indispensável para que o aluno decodifique as múltiplas mensagens neles presentes e, também, para que o professor
obtenha melhores resultados em sua utilização.
Visto que o uso de atividades lúdicas como ferramenta de ensino pode proporcionar um melhor desempenho do
processo ensino-aprendizagem, fazendo com que as aulas se tornem mais atrativas e prazerosas, tanto para o professor
quanto para o aluno, além disso, esse tipo de atividade ainda pode melhorar a interação e a relação professor/
aluno. Seguindo esta linha de raciocínio e olhando especificamente para o gênero textual História em Quadrinhos,
acreditamos que este tipo de texto possa ser uma ferramenta lúdica possível de despertar nos alunos o gosto pela
leitura, motivando-os a outras leituras e a terem também um melhor desempenho na resolução das atividades de
um modo geral. A maneira como são criadas as HQs, contação de histórias e fatos através de desenhos, pode passar
ao aluno a ideia de que o lúdico proporciona o aprender brincando, pois os desenhos são os primeiros contatos das
crianças com o mundo escolar. Esta afirmação é corroborada por Sousa (2014), na seguinte passagem:
[...] os quadrinhos têm um aspecto lúdico para a criança, ótimo para a iniciação à leitura. A junção de texto e
imagem, a noção de movimento, cada descoberta após virar a página, tudo isso desperta o interesse pela leitura. E
já há até pesquisas, inclusive no Brasil, mostrando que crianças que lêem gibis têm mais facilidade de aprendizado.
Ler exercita a imaginação, aguça a curiosidade e desperta o interesse pelo desconhecido. (SOUSA, 2014)
Em suma, a escolha das HQs não pode ser feita aleatoriamente, e requer alguns cuidados por parte do professor. Este
precisa estar atento quanto à adequação da faixa etária de cada aluno; e também se a linguagem dessas HQs é clara e
coerente com o tema abordado em sala de aula.
Diante disso, foi possível observar, que o projeto anual do Colégio Alexander Fleming #Somos todos super-heróis, não
favoreceu apenas os alunos no seu desenvolvimento cognitivo, linguístico, criativo e raciocínio – lógico. Ele desempenhou
um papel como facilitador entre professor-aluno, aluno-professor, demonstrando que aluno aprende com o professor
e professor aprende com aluno, um ciclo que não termina, ele apenas evolui e aumentando conhecimentos de ambas
as partes.
O trabalho realizado foi muito satisfatório, muitos conhecimentos foram alcançados, habilidades que antes eram
desconhecidas foram descobertas e desenvolvidas. O desenvolvimento do projeto abriu muitas possibilidades a serem
trabalhadas, o professor que visa o crescimento e desenvolvimento do seu aluno deve estar sempre buscando favorecer
um ambiente que aguce a busca do conhecimento.
105
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
2. CAMINHOS PERCORRIDOS NO 3º ANO B
A ideia inicial para a produção das histórias em quadrinhos faz parte do projeto anual do Colégio Alexander Fleming,
com o tema #Somos todos super-heróis. A partir desse tema, foram elencados diversos assuntos referentes ao nosso
cotidiano. Para a criação das histórias em quadrinhos os alunos do 3º ano B tiveram como tema direcionado a cidadania.
Para a elaboração da história em quadrinhos foi apresentado dois vídeos aos alunos. O vídeo apresentado foi conhecer o
criador da primeira história em quadrinhos. O segundo vídeo demonstrou como elaborar uma história em quadrinhos,
desde a criação do desenho até o balão adequado nas falas das personagens.
Os alunos criaram um esboço com os desenhos, montaram uma sequência da história organizados em seis quadros. O
segundo momento foi a criação dos balões e as falas, e por fim o momento de colorir os desenhos.
Os alunos puderam apresentar aos colegas sua HQs e este momento foi de suma importância para a execução do
trabalho, pois trata-se de uma forma de enriquecer o processo criador da criança. Sensibilizar os alunos, para que eles
buscassem inspiração para se expressar a partir do assunto “cidadania”, deu um novo significado para a criação das
histórias. Além de ampliar os o conhecimento dos alunos acerca dos gêneros textuais as HQs também colaboraram
com a formação bons leitores e escritores.
106
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No desenvolvimento do projeto anual #Somos todos super-heróis, foi possível agregar outro projeto, a qual realizamos
no 3º bimestre, com o tema Cidadania. Entende-se que a escola é formadora de cidadãos e tem a função de apresentar
e desenvolver os valores, direitos e deveres de maneira consciente, coerente e crítica. Verificou-se que os alunos
conseguiram entender na prática, o que é ser um bom cidadão, pois além de atitudes que eles deveriam ter como bons
cidadãos, como ajudar seu colega quando não entender o conteúdo, até jogar lixo no lixo, eles também desenvolveram
suas histórias em quadrinhos de acordo com o tema. Percebe-se que eles entenderam que ser cidadão vai além saber
seus direitos e deveres, são valores que ficarão guardados em sua mente e em seu coração.
Trabalhar nesse projeto foi especial e muito gratificante. O foco principal foi o respeito e a valorização do trabalho de
cada criança. Ampliar o repertório na busca de novos saberes para as aulas diárias é de suma importância para um
ensino com mais qualidade. Quando o professor oferece formas diferentes de se trabalhar, a criança enriquece o seu
processo criativo, sempre preservando e respeitando a cultura de cada indivíduo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARO, Vitor Henrique. Educação como exercício do poder: crítica ao senso comum. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2010.
RAMOS, Paulo. A leitura dos quadrinhos. São Paulo: Contexto, 2009.
SOUSA, Mauricio de. Texto de Maurício de Sousa sobre a importância da leitura nas escolas. 13. out. 2007. Disponível
em: . Acesso em: 29 Jul. 2014.
VERGUEIRO, Waldomiro e RAMA, Ângela – Como Usar as Histórias em Quadrinhos na Sala de Aula – Editora Contexto
– São Paulo – 2009.
107
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 3º A
108
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
109
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
110
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
111
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
112
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
113
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 3º B
114
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
115
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
116
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
117
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
118
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 3º C
119
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
120
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
121
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
122
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
123
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
124
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 9 · A Contribuição do Gênero História em Quadrinhos para o Desenvolvimento da Cidadania
CAPÍTULO 10
PRODUÇÃO DE HISTÓRIA EM
QUADRINHOS COM AS TEMÁTICAS
SAÚDE, VIDA E SOLIDARIEDADE
Lisane de Castro Cruz dos Santos
Terezinha de Jesus Ferreira
INTRODUÇÃO
Visando estimular, no Âmbito social, da vida, saúde, a solidariedade e a coparticipação no âmbito pedagógico, o gosto
pela leitura e a escrita das crianças, foi elaborado e posto em prática o projeto pedagógico #Somos todos super-heróis.
Pautado sob o tema transversal Ética e Saúde, o projeto promove uma reflexão sobre atitudes simples do cotidiano
que, diante da realidade atual, acabam se tornando atitudes próprias de super-heróis.
Temos vivido tempos modernos, presenciando grandes descobertas e avanços em diversas áreas de conhecimento,
mas, por outro lado, estamos pagando um alto preço por tanta tecnologia, inovação e estímulos a todo instante, onde
os cidadãos ficam a mercê das redes sociais e que de certa forma os tornam pessoas sedentárias e individualistas
deixando de interagir e socializar com as pessoas que estão a sua volta. Assim, faz-se necessário incentivar em nossas
crianças atitudes solidárias, de respeito ao próximo, de trabalho em equipe, afinal, ensinar nossas crianças a compartilhar
no mundo real é imprescindível.
Então pertinentemente levamos os alunos a raciocinarem sobre as características que os heróis de quadrinhos
possuem. Com a nossa intervenção e conhecimento dos alunos conceituamos que o super-herói é aquele possuidor
de superpoderes e usa os mesmos para ajudar quem está em dificuldade. A utilização das histórias em quadrinhos
no ensino faz com que os alunos tenham um bom rendimento nas escolas, possibilitando um melhor desempenho no
processo de ensino e aprendizagem. O que corrobora com o autor Barbosa 2004, p. 23):
Os quadrinhos auxiliam no desenvolvimento do hábito de leitura – a ideia preconcebida de que as histórias em
quadrinhos colaboravam para afastar as crianças e jovens da leitura de outros materiais foi refutada por diversos
estudos científicos. [...] Os leitores de histórias em quadrinhos são também leitores de outros tipos de revistas, de
jornais e de livros”. (BARBOSA, 2004, p. 23)
Sendo assim, os alunos estavam preparados para a próxima etapa do projeto, a transposição para a realidade.
Enfatizando o personagem Homem de Ferro, os alunos foram convidados a refletir sobre a tecnologia, seus usos e
suas consequências. Focando a problemática do individualismo, pedimos aos alunos para listarem atitudes que
combateriam o egoísmo e, dessa forma, os alunos chegaram ao conceito de solidariedade.
Na próxima etapa, os discentes foram levados a pensar sobre o heroísmo de algumas práticas solidárias. Citamos
exemplos do conhecimento de mundo deles, como por exemplo, o trabalho dos bombeiros, lixeiros, enfermeiros,
126
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
médicos, mães ou pais que sustentam sozinhos suas casas, professores que se dedicam a ensinar, entre outros. Sobre
superpoderes foram citados sentimentos como paciência, bondade, amor, altruísmo, determinação, entre outros. Por
essa perspectiva os alunos concluíram que há muitos super-heróis reais, que não precisam de capa e nem de poderes
fantásticos para ajudarem ao próximo, mas, precisam de boa vontade, disposição e garra para tornar melhor o dia de
alguém.
Após toda a contextualização do tema, os alunos foram levados a refletir sobre o gênero textual adequado para que
pudessem expressar a ideia central do trabalho: #Somos todos super-heróis, e fora acordado que o gênero História
em Quadrinhos seria excelente para expor a ideia do super-herói, além de propiciar uma experiência estética aos
educandos.
De tal modo, foi necessário trabalhar os conceitos e características do gênero em questão, o que fora feito a partir
de textos de apoio e mostra de gibis. Retomamos conteúdos acerca da linguagem, explicitando a importância da
linguagem não verbal nas HQs. Por meio da leitura de gibis, os alunos puderam perceber a relevância das expressões
faciais e corporais das personagens, bem como a escolha adequado dos balões. Outro conteúdo trabalhado com os
alunos foi das onomatopeias, uma vez que seu uso enriquece e contribuiria para o entendimento global de um texto
desse gênero.
Para concluir o projeto, a última etapa consistia na produção de uma HQs com seis quadrinhos que, por meio da
linguagem multimodal, retrataria uma situação na qual uma pessoa comum demonstrasse seu lado heroico a partir
de uma atitude solidária. Intermediamos toda a elaboração do texto, auxiliando nos aspectos linguísticos e artísticos.
Após o término, dessa etapa os alunos foram incentivados a realizarem uma mostra e leitura coletiva dos trabalhos.
A avaliação do envolvimento, participação e desempenho de cada aluno em relação às etapas do projeto nos permite
afirmar o sucesso desse trabalho. Os trabalhos construídos pelos educandos fornecem-nos subsídios para garantir que
houve aprendizagem no que tange o tema em questão, dessa forma, é certo assegurar que a partir desse projeto foi
possível ensinar a nossas crianças uma lição de cidadania, ética e solidariedade.
No caderno de leitura, interpretação e produção anexamos algumas informações de como se produzir HQs, como
utilizar as onomatopeias, as falas nos balões, os tipos de balões utilizados e uma pequena produção no caderno como
“treinamento” antes de colocar em prática tudo o que foi assimilado em sala de aula.
Para concluir o projeto, a última etapa consistia na produção de uma HQs com seis quadrinhos, onde os discentes
tinham como objetivo criar um super-herói tendo como referência Alexander Fleming. Nesse momento houve troca de
experiências e informações entre os alunos.
Os educandos foram avaliados quanto ao envolvimento, participação e desempenho de cada um em relação às etapas
do projeto. Os trabalhos construídos fornecem-nos subsídios para garantir que houve aprendizagem no que tange o
tema em questão, dessa forma, é certo assegurar que a partir desse projeto foi possível ensinar a nossas crianças uma
lição de cidadania, ética, saúde e solidariedade.
128
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com Projeto #Somos todos super-heróis e a produção de HQs vimos em nossos discentes a sensibilidade e a dedicação
em produzir, criar e acima de tudo compartilhar com o outro as experiências vivenciadas e o prazer pela leitura. Em
virtude das atividades mencionadas, a HQs pretende não só ampliar o contato dos alunos com o gênero textual, como
também colaborar para a formação de atitudes favoráveis a leitura, a escrita e o aprendizado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, Alexandre et al. Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2006.
REZENDE, Lucinea Aparecida de. Leitura e Formação de Leitores: Vivências TeóricoPráticas.Londrina: Eduel, 2009.
129
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 4º A
130
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
131
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
132
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
133
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
134
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 4º B
135
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
136
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
137
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
138
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
139
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
140
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
141
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
142
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 4º C
143
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
144
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
145
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
146
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
147
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
148
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 10 · Produção de História em Quadrinhos com as temáticas Saúde, Vida e Solidariedade
CAPÍTULO 11
PROJETOS ESCOLARES UMA
PODEROSA FERRAMENTA DE ENSINO
Cristiane Adriane Okama
Glaucinei Dutra Galvão
Hélia Martins Góes
INTRODUÇÃO
O presente capítulo apresenta uma série de experiências metodológicas com Histórias em Quadrinhos (HQs) para
alunos do 5º ano do Ensino Fundamental. Estas experiências buscaram contribuir com o aprimoramento da língua
escrita, leitura, interpretação e oralidade dos alunos além de somar com o desenvolvimento do projeto #Somos todos
super-heróis.
As experiências compartilhadas surgiram a partir da proposta da coordenação do Colégio Alexander Fleming com
a união de outros quatro projetos bimestrais desenvolvidos ao longo do ano, são eles: Valores, Meio Ambiente/
Sustentabilidade, Cidadania e Vida é Saúde, os mesmos se compilaram em um único projeto anual denominado #Somos
todos super-heróis. As professoras dos 5º anos trabalharam com todos os projetos, mas os desdobramentos maiores
foram dedicados ao projeto Sáude é Vida.
Logo um turbilhão de ideias surgiram com a proposta de unir os ideais dos projetos com as disciplinas de Ciências,
Geografia, Gramática, História, Matemática e Leitura e Produção de Texto e nas linhas que seguem tecemos nossas
experiências na perspectiva de se usar as HQs como uma poderosa ferramenta de ensino.
E com base nas colocações de Santos, procuramos envolver os alunos com as características dos personagens Vingadores
e ao mesmo tempo levá-los a produzirem diversos gêneros textuais como biográficas, histórias em quadrinhos, você
sabia e curiosidades. Dentro destes processos de criação os alunos leram, interpretaram, produziram, ampliaram seu
repertório linguístico e compartilharam seus conhecimentos já adquiridos.
152
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Finalizamos este artigo agradecendo ao Colégio Alexander Fleming pela criação de projetos tão envolventes e
motivadores, que contribuem ricamente com o processo de aprendizagem dos seus alunos e aprimoramento das
práticas pedagógicas de seus professores. A execução de diferentes tipos de projetos requer práticas pedagógicas e
dinâmicas com alunas diferenciadas que enriquecem o processo de ensino.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GASPARIN, J. L. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 3 ed. Campinas: Autores Associados, 2005
NEGÓCIOS, Época. ‘Vingadores: Guerra Infinita’ e o sucesso financeiro do Universo Cinematográfico Marvel.
Disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2018/04/vingadores-guerra-infinita-e-o-sucesso-
financeiro-do-universo-cinematografico-marvel.html>. Acessados em: 06 de set. 2018.
SANTOS, J. C. F. dos. Aprendizagem Significativa: modalidades de aprendizagem e o papel do professor. Porto
Alegre: Mediação, 2008.
SAVIANI, Dermeval. Educação socialista, pedagogia histórico-crítica e os desafios da sociedade de classes. In:
LOMBARDI, José Claudinei; SAVIANI, Dermeval (Org.)
Marxismo e Educação: debates contemporâneos. Campinas: Autores Associados, 2005.
153
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 5º A
154
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
155
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
156
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
157
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
158
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
159
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 5º B
160
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
161
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
162
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
163
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
164
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
165
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS 5º C
166
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
167
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
168
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
169
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
170
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 11 · Projetos Escolares uma poderosa Ferramenta de Ensino
ARTE POP ART, LÍNGUA INGLESA
CAPÍTULO 12
E TECNOLOGIA NO UNIVERSO
DO SUPER–HERÓI
Deylla Thalyta Fogaça de Souza1
Marilyn Gomes Pael 2
Sabrina Wohnrath Bianchi 3
Os artistas pop tratam de forma ironizada o excesso de consumo que domina o comportamento social, eles adotam
materiais como a tinta acrílica, poliéster, látex, colorações fortes, imitando artefatos da rotina popular, tornando o
kitsch aceitável e até mesmo “Cult”.
172
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 12 · Arte Pop Art, Língua Inglesa e Tecnologia no Universo do Super–Herói
Para melhor aproximação do tema super-heróis, o artista enfatizado foi Roy Lichtenstein, o qual transmite exatamente
o estilo das HQs, trabalhando com cores fortes, marcação dos contornos e técnicas como o pontilhismo, para recriar as
retículas dos quadrinhos impressos. De acordo com Toledo (2018), há uma intensa valorização das obras Pop Art e ao
mesmo tempo da ascensão cultural de gênero dos quadrinhos que vem acontecendo nos últimos 20 anos.
Na prática, os alunos recriaram obras de Roy Lichtenstein com caneta hidrográfica com o objetivo de entender e se
apropriar do estilo do artista. A retícula dos quadrinhos também foi aplicada sobre onomatopeias.
174
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 12 · Arte Pop Art, Língua Inglesa e Tecnologia no Universo do Super–Herói
Grrr Nhac Opa Shhh Smack Tchibum
(Raiva) (Mordida) (Surpresa) (Pedindo silêncio) (Beijo) (Mergulho)
Vrum Zzzz
(Motor de carro) (Sono, dormindo)
Este trabalho foi realizado entre o 5ª A, 5ª B, 5ª C, em diferentes dias da semana. E para cada sala foram dispensadas
duas aulas de 45 minutos cada. No primeiro momentos foi apresentado o assunto: onomatopeias em inglês, verificou
se previamente o que os alunos conheciam sobre o assunto, foi entregue em um papel impresso com algumas delas e
juntos conversamos sobre o significado em Português, fizemos as comparações entre Inglês e Português.
Foi então proposto para que cada confeccionasse em um folha A4 uma onomatopeia em Inglês para exposição que
será para em Outubro.
175
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 12 · Arte Pop Art, Língua Inglesa e Tecnologia no Universo do Super–Herói
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho realizado foi muito gratificante e enriquecedor tanto para nós, professoras, como para os alunos. Observando
os resultados, constatou-se o quão necessário se faz a interdisciplinaridade nos anos iniciais do Ensino Fundamental,
como meio de uma melhor aprendizagem e construção do conhecimento. As experiências teóricas e práticas com
os alunos demonstraram a grande importâncias da inovação de metodologias e processos entre as áreas escolhidas.
Como resultado final, obtivemos o sucesso na aprendizagem, os alunos demonstraram interesse e foram motivados a
realizarem em sua individualidade, o melhor possível.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ENGLISH EXPERTS. Disponível em: <https://www.englishexperts.com.br/onomatopeias-em-ingles/> Acessado em:
06 de set. de 2018.
MENDES, Lina Maria Braga. Experiências de Fronteira: os meios digitais em sala de aula. Dissertação apresentada
à Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Educação. São Paulo,
2009. Crystal, D. (2003).
LINDSAY, C. &KNIGHT, P. (2006). Learning and teaching English: a course for teachers. New York: Oxford University
Press.
TOLEDO, Marília. Pop Art e os Quadrinhos. Disponível em: <https://guiadamonografia.com.br/citacao-de-site-e-
artigo-da-internet/>. Acessado em: 29 de ago. 2018.
WILSON, Simon. A Arte Pop. Barcelona Editorial Labor do Brasil, S.A, s.d.
176
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS Capítulo 12 · Arte Pop Art, Língua Inglesa e Tecnologia no Universo do Super–Herói
177
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS
178
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS
179
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS
180
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS
181
#SOMOS TODOS SUPER-HERÓIS
Campo Grande - MS
2018