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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Centro de Ensino à Distância

Parasitologia &
Fitopatologia-B0044
Universidade Católica de Moçambique
Centro de Ensino `a Distância

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino à Distância
Direitos de autor (copyright)
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino `a
Distância (CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou
reprodução deste manual, no seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer
meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de
entidade editora (Universidade Católica de Moçambique-Centro de Ensino `a Distância). O
não cumprimento desta advertência é passivel a processos judiciais.

dr Mauane peco verificar exercícios fugiram um


pouco não consegui acertar

Elaborado Por: Naftal Naftal


Licenciado em Ensino de Biologia e Química pela Universidade
Pedagógica-Delegação da Beira.
Foi Docente da Faculdade de Ciências de Saúde da Universidade Católica de Moçambique.
Colaborador e Docente do Centro de Ensino a Distancia-Departamento de
Química e Biologia da Universidade Católica de Moçambique.
Actualmente Docente da Faculdade de Ciências de Saúde na Universidade Zambeze.

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino `a Distância-CED
Rua Correira de Brito No 613-Ponta-Gêa

Moçambique-Beira
Telefone: 23 32 64 05
Cel: 82 50 18 44 0
Fax:23 32 64 06
E-mail:ced@ucm.ac.mz
Website: www..ucm.ac.mz
Agradecimentos
A Universidade Católica de Moçambique-Centro de Ensino `a Distância e o autor do
presente manual, dr. Naftal J. Naftal, agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e
instituições na eleboração deste manual.

Pela contribuição no conteúdo temático dr. Naftal J. Naftal , docente na Universidade


Católica e colaborador do CED e na
Faculdade de Ciências de Saúde na
Universidade Zambeze.

Pelas imagens e ilustrações dr. Sérgio Daniel Artur (Coordenador e


Docente de cursos de Licenciatura em
Ensino de Química e Biologia na UCM-CED )

Pela revisão linguística dr. Armando Ramiro Artur (Coordenador de


Curso de Língua Portuguesa e docente na
UCM-CED) e dr. Estevão Alculete Lopes de
Araújo ( Docente do Instituto de Língua da
Beira e Docente e Colaborador na UCM-
CED )
Índice
Visão Geral
0Erro! Marcador não definido.
Benvindo a Parasitologia
&Fitopatologia…………….……………………………………………..0
Erro! Marcador não definido.
Objectivos da
cadeira……………………………………………………………………
……………0Erro! Marcador não definido.
Quem deveria estudar esta
cadeira………………………………………………………………...0Er
ro! Marcador não definido.
Como está estruturada este
cadeira………………………………………………………………..0Er
ro! Marcador não definido.
Ícones de
actividade…………………………………………………………………
……………….0Erro! Marcador não definido.
Habilidades de
Precisa de
apoio?................................................................................................
...................0Erro! Marcador não definido.
Tarefas (avaliação e auto-
avaliação)……………………………………………………………….0
Erro! Marcador não definido.
Avaliação…………………………………………………………………
…………………………...0Erro! Marcador não definido.

Unidades de Estudo - B0044


Unidade 01. Introdução ao estudo de parasitologia e

fitopatologia……………………..05
Unidade 02. Introdução ao estudo de parasitologia e

fitopatologia…………………………15
Unidade 03. Metodologia de

trabalho ……………………………………………………………20
Unidade 04. Parasitas e sua

evolução ……………………………………………………………..27
Unidade 05. Epidemologia e estatística

médica..................................................................43
Unidade 06. Estágios de ciclo de

doenças………………………………………………………..50
Unidade 07. Doenças provocadas por

microrganismos……………................................55
Unidade 08. Efeitos do

patógeno……………...................................................................1
07
Unidade 09. Mecanismos de

defesa……………...............................................................113
Unidade 10. Métodos de controle de

doença......................................................................123
Unidade 11.
Protozoologia………………………………………..................
.................128
Unidade 12.
Nemátodos…………………………….......................................
.................140
Unidade 13. Relações entre as epidemias dos nemátodos
...............................................144
Unidade 14. Anelídeos

..……………………………........................................................
155
Unidade 15. Artropodes

……………………………........................................................1
59
Unidade 16. Importância dos artrópodes

..………….........................................................164
Visão Geral

Benvindo a Parasitologia &Fitopatologia


Caro estudante, bem-vindo a Parasitologia & Fitopatologia. A cadeira de
Parasitologia & Fitopatologia, é um campo das ciências biológicas que
se ocupa com o estudo das doenças de plantas, e de organismos que
passam toda a vida ou parte desta num sistema de vida parasítico sobre
ou dentro de outros organismos: plantas, animais e o homem,
abrangendo todos os seus aspectos, desde a diagnose, sintomatologia,
etiologia, epidemiologia, até o seu controle.

Esta cadeira permitirá, que o prezado estudante, compreenda e discuta


os organismos e as condições ambientais que causam doenças em
plantas; e animais ( Homem), os mecanismos pelos quais esses factores
produzem doenças em plantas e animais; a interação entre agentes
causando doenças e bem como, os métodos de prevenção ou controle
de doenças, visando diminuir os danos causadas por estas.

Objectivos da Cadeira
Quando caro estudante, terminar o estudo da
Parasitologia&Fitopatologia será capaz de:

Conceituar e definir terminologia em parasitologia &Fitopatologia


Demonstrar conhecimentos sobre a parasitologia &Fitopatologia.
Demonstrar a relação patógeno-hospedeiro-meio ambiente.
Descrever os principais causadores de doenças em plantas.
Caracterizar as principais doenças nas plantas
Explicar as principais doenças que afecta as plantas.
Objectivos
Contribuir para o combate de doenças nas plantas.
Caracterizar as doenças parasitárias nos animais em especial no
Homem, descrevendo dos agentes causadores, profilaxia e
tratamento

Quem deveria estudar esta Cadeira


Este manual da cadeira de Parasitologia &Fitopatologia foi concebido
para todos aqueles que estejam a ingressar para os cursos de
licenciatura em ensino de Biologia, dos programas do Centro de Ensino
`a Distância, e para aqueles que desejam consolidar seus
conhecimentos em Parasitologia &Fitopatologia, para que sejam capazes
de compreender melhor os aspectos relacionados com a vida das
plantas e os factores bióticos que influem sobre elas. E para todos
aqueles que desejam aprofundar os seus conhecimentos referentes a
doenças parasitárias nos animais em particular no Homem.
Como está estruturado este Módulo
Todos os manuais das cadeiras dos cursos oferecidos pela Universidade
Católica de Moçambique-Centro de Ensino `a Distância (UCM-CED)
encontram-se estruturados da seguinte maneira:

Páginas introdutórias
Um índice completo.
Uma visão geral detalhada da cadeira, resumindo os aspectos-chave
que você precisa conhecer para completar o estudo. Recomendamos
vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu
estudo.
Conteúdo da cadeira
A cadeira está estruturada em unidades de aprendizagem. Cada unidade
incluirá, o tema, uma introdução, objectivos da unidade, conteúdo
da unidade incluindo actividades de aprendizagem, um sumário da
unidade e uma ou mais actividades para auto-avaliação.
Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma
lista de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem
incluir livros, artigos ou sites na internet.
Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação
Tarefas de avaliação para esta cadeira, encontram-se no final de cada
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do manual.
Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários
sobre a estrutura e o conteúdo da cadeira. Os seus comentários serão
úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este manual.

Ícones de Actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens
das folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do
processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de
texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Acerca dos ícones


Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por
adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África
Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia.
Habilidades de Estudo
Caro estudante, procure olhar para você em três dimensões
nomeadamente: O lado social, professional e estudante, dai ser
importante planificar muito bem o seu tempo.
Procure reservar no mínimo 2 (duas) horas de estudo por dia e use ao
máximo o tempo disponível nos finais de semana. Lembre-se que é
necessário elaborar um plano de estudo individual, que inclui, a data, o
dia, a hora, o que estudar, como estudar e com quem estudar (sozinho,
com colegas, outros).
Evite o estudo baseado em memorização, pois é cansativo e não produz
bons resultados, use métodos mais activos, procure desenvolver suas
competências mediante a resolução de problemas específicos, estudos
de caso, reflexão, etc.
Os manuais contêm muita informação, algumas chaves, outras
complementares, dai ser importante saber filtrar e apresentar a
informação mais relevante. Use estas informações para a resolução dos
exercícios, problemas e desenvolvimento de actividades. A tomada de
notas desenpenha um papel muito importante.
Um aspecto importante a ter em conta é a elaboração de um plano de
desenvolvimento pessoal (PDP), onde você reflecte sobre os seus
pontos fracos e fortes e perspectivas o seu desenvolvimento.
Lembre-se que o teu sucesso depende da sua entrega, você é o
responsável pela sua própria aprendizagem e cabe a ti planificar,
organizar, gerir, controlar e avaliar o seu próprio progresso.

Precisa de Apoio?
Caro estudante, temos a certeza de que por uma ou por outra situação, o
material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de clareza,
alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de
clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone,
escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor,
contacte-o pessoalmente.
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor,
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interação, em caso de
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa
fase posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for da
natureza geral, contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.
Os contactos so se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais
de expediente.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante,
tem a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período
pode apresentar dúvidas, tratar questões administrativas, entre outras.
O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta, busque
apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-me mutuamnte, reflictam
sobre estratégias de superação, mas produza de forma independente o
seu próprio saber e desenvolva suas competências.
Juntos na Educação `a Distância, vencedo a distância..
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e
auto-avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejem realizadas.As tarefas devem ser entregues antes
do período presencial.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante.
Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser
dirigidos ao tutor/docentes.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo
os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os
direitos do autor.
O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito)
palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade,
humildade científica e o respeito pelos direitos autorais devem marcar a
realização dos trabalhos.

Avaliação
Vocé será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o
período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada
com base no chamado regulamento de avaliação.
Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos, durante o estudo individual,
concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira.
Os testes são realizados durante as sessões presenciais e concorrem
para os 75% do cálculo da média de frequência da cadeira.
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões
presenciais, eles representam 60%, o que adicionado aos 40% da média
de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a
cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 2 (dois) trabalhos; 1 (um)
teste e 1 (exame).
Não estão previstas quaisquer avaliações orais.
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizadas
como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração: a apresentação; a coerência textual; o grau de
cientificidade; a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a
indicação das referências utilizadas, o respeito pelos direitos do autor,
entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual.
Consulte-os.
Alguns feedbacks imediatos estão apresentados no manual.

Unidade 01
Tema: Introdução ao estudo de parasitologia e fitopatologia

Introdução
Caro estudante, seja bem-vindo ao Estudo da Parasitologia &
Fitopatologia . Desde da existência da humanidade na terra, o mundo
apresenta-se de forma indissociavel aos parasitas, elas cohabitam em
todos ambientes possíveis, onde é possível a existência da vida. Seria
impensável a existencia do Homem sem a existência dos parasitas,
pois contrariamente a muitos pensamentos errôneos relativamente a sua
existência, colocando-os num lugar de inimigos do Homem, eles ajudam
consideravelmente na manutenção do equilíbrio no nosso ecossistema
(no planeta terra).

Nesta primeira unidade do módulo, iremos começar a discussão sobre a


necessidade do conhecimento da Parasitologia & Fitopatologia.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

Conhecer a história da Parasitologia & Fitopatologia


Descrever as fases marcantes da história da Parasitologia &
Fitopatologia.
Conhecer a importância da Parasitologia & Fitopatologia
Objectivos

Importância de parasitologia e fitopatologia

Parasitologia – é o estudo dos organismos que passam toda a vida ou


parte desta num sistema de vida parasítico sobre ou dentro de outros
organismos: plantas, animais e o homem.
É a ciência que estuda a teoria dos parasitas, seu modo de vida e seu
combate. Ela interessa-se ainda pelo estudo de aspectos evolutivos e
ecológicos do parasitismo.
As parasitoses, doenças causadas por parasitas, encontram-se entre os
grandes problemas biomédicos, e medico sanitário especialmente em
países em vias de desenvolvimento. Elas possuem um grande impacto
social, para além de requererem um sistema de infra-estruturas,
adequadas, pessoal qualificado, condições indispensáveis para o
combate das parasitoses.
O estudo da parasitologia contribui para a compreensão deste grande
problema de saúde publica, e por sua vez contribui para o
desenvolvimento de comportamentos tendentes a melhorar a saúde da
comunidade, começando pela individual.

Fitopatologia é uma palavra de origem grega (phyton = planta, pathos =


doença e logos = estudo), podendo ser definida como a ciência que
estuda:
 Os organismos e as condições ambientais que causam doenças
em plantas.
 Os mecanismos pelos quais esses factores produzem doenças
em plantas.
 A interação entre agentes causando doenças e a planta doente.
 Os métodos de prevenção ou controle de doenças, visando
diminuir os danos causadas por estas.

Portanto, fitopatologia é a ciência que estuda as doenças de plantas,


abrangendo todos os seus aspectos, desde a diagnose, sintomatologia,
etiologia, epidemiologia, até o seu controle. no início, a fitopatologia era
uma ciência ligada directamente à botânica, tornando-se uma disciplina
autônoma somente no século xix. Embora autônoma, a fitopatologia usa
os conhecimentos básicos e técnicas de botânica, microbiologia,
micologia, bacteriologia, virologia, nematologia, anatomia vegetal,
fisiologia vegetal, ecologia, bioquímica, genética, biologia molecular,
engenharia genética, horticultura, solos, química, física, meteorologia,
estatística e vários outros ramos da ciência.

A Fitopatologia aparece ligada a parasitologia, devido à sua natureza.


Ela lida com doenças de animais e do homem. Ela estuda doenças de
plantas, provocadas por infestação parasitaria, por seres inferiores ou
superiores, podendo provocar infecções locais e muitas vezes
sistêmicas.

A historia recente da produção agrícola do país foi e continua a ser


caracterizada por uma baixa produção, sobretudo de produtos
tradicionalmente de exportação, como é o caso de castanha de caju. A
infestação do cajueiro pelo Oídio é apontada como sendo uma das
razoes para esse facto. Como este podem ser citados outros exemplos.
Assim a fitopatologia deverá contribuir para a disseminação de
conhecimentos que ajudem a compreensão deste material e levem o
homem a comportamentos tendentes ao domínio de doenças das
plantas.

Duma forma geral o estudo de Parasitologia & Fitopatologia visa


contribuir para a compreensão dos problemas que afectam a saúde
publica e dos animais, assim como para o domínio de problemas
relacionados com a saúde das plantas, mesmo daqueles que não são de
interesse imediato do homem.

História da parasitologia e fitopatologia


Historia da Parasitologia
Durante a idade média a doutrina predominante era a teoria da geração
espontânea defendida por Aristóteles, Hipocrates e outros.
Aristóteles, séc. IV – fala de tênias e oxiúros, originados de geração
espontânea nos excrementos.
Hipocrates admite que os vermes poderão ser transmitidos por
hereditariedade.
Durante a idade media foram estas doutrinas aceites.
Redi foi o primeiro a opor-se a esta teoria, protegendo fragmentos de
carne com uma rede, conseguiu que, pela geração espontânea de então
não surgissem larvas de moscas no tecido muscular em que fez a
experiência.
Leeuwenhoek, em 1670 consegue observar formas de vida através do
seu sistema de lentes. E juntamente com Redi é acérrimo inimigo da
geração espontânea.

Lineu, 1770, chama atenção para certas formas livres de seres


parasitas, já então conhecidos e descritos, mas não consegue relacionar
umas com as outras, só e 1824 apos a descoberta das gerações
alternadas por Herbst, é que foi possível explicar as relações entre as
formas jovens e adultas dos trematódeos. Diz Brumpt que a evolução da
triquina, descoberta por Herbst em 1850, foi o primeiro estudo de
parasitologia experimental.
Leuckart, 1850 realiza trabalhos sobre os ciclos da F.hepatica, T.spiralis
e L.serrata.
No inicio do séc. XX, diversos investigadores assinalam os mais variados
seres parasitas, conseqüência, em grande parte das missões dos
cientistas a vários países longínquos.
A Parasitologia teve que conquistar a sua afirmação, uma vez que
existiam o espírito da supremacia da bacteriologia, pois estava-se na
época em que as idéias de Pasteur tinham conseguido sua
consagração. Surgiram os primeiros parasitologistas, como, Railliet,
Brumpt, etc., que procuram nos seus livros, não focar apenas o parasita
como ser zoológico a descrever secamente, mas sim a relacionar
ocupando o devido lugar, a sua biologia, em parte no organismo do
hospedeiro, com o aspecto dinâmico das doenças parasitarias – surge à
verdadeira parasitologia medica.

Alguns nomes de parasitologistas ilustres que convém recordar:


Ildefonso Borges, português, com o seu notável estudo sobre
Schistosomas, além de muitos outros sobre globiose bovina em
colaboração com E. Franco.
Theiler, veterinário suíço, deixa uma obra na África do Sul que abrange
algumas das principais zoonoses parasitarias.
Nuttal, inglês, com as suas preciosas monografias sobre ixodideos. E
nesta material ocorrem os nomes de Neuman, Senevet, Delpy, etc.
Na Itália, Carpano, aproveitando o material constituído por animais
parasitados, muitos deles trazidos da áfrica, e existentes em campina
romana, faz descrições das mais variadas parasitoses.
Yakimoff, russo, faz descrições sobre esporozoários, hemáticos,
preocupando-se muito especialmente com as morfologias e as
dimensões, cria o gênero Françaiella, em homenagem ao parasitologista
português Carlos França.
Grande contributo na Parasitologia tiveram também: a Escola Francesa
do norte da áfrica, o Instituto Pauster de Argel.
Outros nomes, C. Chagas e César Pinto (Brasil), para além de Hall,
Wenyon, Skrjabin, Schultze, Cernaianu, Euzeby, entre outros.
Na proximidade da última grande guerra, surgem relatórios procurando
resolver praticamente o problema das parasitoses animais. Tais
relatórios eram arquitectados no seguinte molde: estudo pormenorizado
dos hábitos do hospedeiro definitivo, facilmente apreendidos, e do
hospedeiro intermediário, a que corresponde todo um campo novo de
investigação. Depois a experimentação dos fármacos já então
aconselhados contra a parasitose a tratar, e se não forem aproveitáveis,
pela sua fraca eficácia, os ensaios por vezes bem engenhosos, de novos
terapêuticos e novos métodos de diagnostico. É indiscutivelmente nesta
data, cerca de 1936, que os aspectos especulativos da parasitologia são
relegados, dando-se primazia aos aspectos prático, real de utilidade
imediata do combate as parasitoses.

Historia da Fitopatologia
Fitopatologia é uma palavra de origem grega (Phyton=planta,
Pathos=doença, e Logos = estudo), e indica a ciência que estuda as
doenças das plantas.

A Fitopatologia como ciência é relativamente nova, embora as doenças


das plantas são conhecidas desde há muito, pois desde que o homem
passou a viver em sociedade, sedentário, assentando a base da sua
alimentação nos produtos agrícolas, o problema da escassez dos
alimentos, intimamente relacionado com a ocorrência de doenças, teve
sempre grande importância e mereceu a atenção de historiadores de
varias épocas.

Na bíblia encontramos talvez as referencias mais antigas a doenças de


plantas, sempre atribuídas a causas místicas, apresentadas como
castigo divino (Amós 4.9); encontraremos referencias a doenças como a
ferrugem dos cereais, doenças em videiras, olivais, figueiras, que
constituíam a base da alimentação do povo.Pode se ler em
(Deuteronómio, 28:22, Génesis 41:22-23; Crónicas II, 6:28). Tais
doenças eram causa da fome, miséria e até revoluções, sendo sempre
apresentadas como castigo divino.
Os Hebreus, os primitivos gregos tiveram problemas com doenças de
plantas, e filósofos e estudiosos como Teofrasto (350 a.C.) dedicaram a
sua atenção a elas especulando sobre suas origens e meios de cura,
entretanto atribuíam a ocorrência das doenças a influências siderais e a
desfavores dos deuses.
Romanos, grandes agricultores em sua época também fizeram
observações sobre doenças, principalmente a ferrugem do trigo e de
outros cereais. Esta era atribuída ao castigo que o deus Robigo infligia
aos homens devido as sua más acções.
Durante a idade média, encontraremos apenas referências esparsas
sobre doenças das plantas. As melhores devemos aos árabes
erradicados na Espanha onde no séc. X, Ibn-El-Awn, séc. X, em Sevilha
publica um catálogo das doenças das plantas, onde se estudava com
detalhes as doenças das árvores frutíferas e da videira.
Nos séculos seguintes, á medida que a Botânica e a Micologia se
desenvolviam, aumentavam referencias ás doenças das plantas,
descritas com bastante exactidão, desde os sintomas até mesmo as
condições do ambiente que favorecem o seu aparecimento. Novos factos
e novas ideias vão se acumulando e pouco a pouco o estudo das
doenças foi tomado um rumo mais racional.

A historia da Fitopatologia pode ser subdividida nos


seguintes períodos:
- Místico, período compreendido entre a mais remota antiguidade e o
inicio do séc. XIX, porque na ausência de uma explicação racional para
as doenças das plantas, o homem em sua ignorância tendia a atribuí-las
a causas místicas, embora sejam encontradas muitas referências a
condições climáticas como causa primária das doenças.

Já no final do período místico alguns botânicos apresentavam descrições


minuciosas das doenças com base na sintomatologia, ao mesmo tempo
alguns micólogos chamavam atenção à relação para associação planta
doente e fungo. Tillet (1714-1791) considerava a cárie do trigo como
sendo uma doença causada por um fungo e Giovani Tozzeti em 1767,
defendia a ideia de que as ferrugens e os carvões eram causados por
fungos que cresciam debaixo da epiderme das Plantas. No entanto
neste período houve predominância das teorias da geração espontânea
e da perpetuidade das espécies, esta proposta por Lineu quando da
apresentação do seu sistema de classificação binominal.

- Predisposição, este período iniciou-se no começo do séc. XIX, onde


os botânicos já faziam a descrição dos sintomas, e já era evidente a
associação entre fungos e plantas doentes.
Em 1807 Presvot na França publica o seu trabalho que mostrava ser o
fungo Tilleria cáries o responsável pela cárie de trigo, confirmando as
ideias de Tillet. Embora as ideias de Presvot fossem bem aceites, suas
teorias não eram estendidas para outras doenças, sendo a cárie de trigo
uma excepção, pois nos demais casos, os fungos apareciam por
geração espontânea.
O Botânico Alemão Franz Unger apresentou sua teoria segundo a qual
as doenças seriam resultado de distúrbios funcionais provenientes de
desordens nutricionais que predispunham os tecidos da planta a
produzirem fungos. Segundo Unger sob determinadas condições
qualquer planta poderia produzir fungos. Esta teoria embora falha no
concernente aos fungos já apresenta um mérito inegável que é o de
relacionar doença com o ambiente, ao lado de uma associação
constante com os fungos. Ideias similares foram desenvolvidas por
outros Botânicos da época e ganharam numerosos adeptos
principalmente entre micologistas que passaram a catalogar fungos em
associação com plantas doentes.

-Período etiológico, período caracterizado por fome na Irlanda e outros


países europeus (1845-1846), devido à ocorrência da requeima da
batatinha.
Devido a requeima da batatinha, 500.000 pessoas migram para EUA,
250.000 pessoas morrem de fome.
De Bary (1861, Alemanha), demonstra que o míldio da batata era
causado por um fungo Phytophtora infestans.
O trabalho de De Bary, deu inicio ao período etiológico, e nessa mesma
época se ao mesmo se desenvolvia a Microbiologia, com Pasteur
destruindo a teoria da geração espontânea, e provando a origem
bacteriana de varias doenças, em homens e animais.
Koch, 1874, estabelece os seus postulados, possibilitando a
determinação exacta dos patógenos.
Darwin, com a sua teoria da evolução, contrapunha-se á perpetuidade
das espécies proposta por Lineu, abrindo novos horizontes no ramo das
ciências biológicas.
Período em que existe muita descrição e catalogação de doenças
A Fitopatologia inicia-se como ciência, a maior parte das doenças são
descritas nesse período como os oídios, os míldios, as ferrugens, os
carvões que foram estudados com detalhes.
Mayer, 1876 verifica o carácter infeccioso das viroses, e Beijerinck,
1896 é o primeiro a mencionar a expressão “contagium vivum fluidum”, e
ainda nesta época o aparecimento do primeiro fungicida eficiente no
controlo de doenças das plantas, a calda bordalesa, apresentada por
Millardet em 1882.
Nos anos que se seguiram aos trabalhos de De Bary os fitopatologistas
se dedicaram a relatar e estudar a maior parte das doenças, dedicando
seus esforços em provar a sua natureza parasitária.

Período ecológico, inicio no séc. XX, período em que se reconhece a


importância do meio ambiente na manifestação das doenças, agindo
tanto sobre as doenças como sobre o patógeno.
Inicio sobre estudos epidemiológicos, estudo sobre os mais variados
factores do meio, como factores (climáticos, edáficos, nutricionais,
estacionais e outros)
Inicio de pesquisas sobre resistência e predisposição das espécies
vegetais aos diferentes patógenos.
Período de investigação sobre controlo químico de doenças.
Aparecimento de fungicidas mercuriais orgânicos para tratamento de
sementes e mais tarde outro tipo de fungicidas.

Período fisiológico ou actual


Doenças resultam de relações fisiológicas entre planta e o patógeno
Desenvolvimento da biotecnologia /biologia molecular.

Fitopatologia em Moçambique
Investigação fitopatológica iniciada em 1932
Tomando carácter defintivo em 1937, com a instalação do laboratório
para estudos epifitologicas na secção de micologia dos serviços de
agricultura.

Sumário

Fitopatologia é uma palavra de origem grega (phyton = planta, pathos =


doença e logos = estudo). Portanto, fitopatologia é a ciência que estuda
as doenças de plantas, abrangendo todos os seus aspectos, desde a
diagnose, sintomatologia, etiologia, epidemiologia, até o seu controle.
Embora autônoma, a fitopatologia usa os conhecimentos básicos e
técnicas de botânica, microbiologia, micologia, bacteriologia, virologia,
nematologia, anatomia vegetal, fisiologia vegetal, ecologia, bioquímica,
genética, biologia molecular, engenharia genética, horticultura, solos,
química, física, meteorologia, estatística e vários outros ramos da
ciência.

A história da fitopatologia pode ser dividida em cinco fases ou períodos:


 Período Místico: compreende desde a mais remota antiguidade
até o início do século xix. Esse período é denominado místico,
devido ao homem, não encontrando explicação racional, atribuía
as doenças de plantas a causas místicas.
 Período da Predisposição: inicia-se no começo do século xix,
quando tornou-se evidente a associação entre fungos e plantas
doentes. Nesta época chegou-se a conclusão que, seriam as
doenças que produziam microrganismos e não estes os
responsáveis pelas doenças.
 Períodos Etiológico: neste período destacam-se os trabalhos
de Louis Pasteur e Robert Koch. Portanto, muitas das doenças
causadas por organismos tipo micoplasmas eram antes tidas
como causadas por vírus. Ainda no período etiológico, foi
formulado o primeiro fungicida eficiente no controle das doenças
de plantas, a calda bordalesa, por Millardet, na França, em 1882.
 Períodos Ecológico: no período ecológico foram iniciados os
estudos sobre epidemiologia, destacando os seguintes aspectos
sobrevivência do patógeno, disseminação, penetração,
colonização, condições predisponentes, ciclo biológico, etc.
Paralelamente, foram iniciadas as pesquisas sobre resistência e
predisposição das plantas aos diferentes patógenos e também,
estudos sobre melhoramento visando resistência às doenças.
Também nessa época, apareceram fungicidas orgânicos do
grupo dos tiocarbamatos, atingindo a fitopatologia seu valor
prático, ou seja, o controle de doenças.
 Período Fisiológico: com a evolução da fisiologia, da
microbiologia e da bioquímica, surgiram novas teorias sobre a
relação planta x patógeno e a sua resultante-a doença. A
engenharia genética aplicada às plantas tem proporcionado
importantes conhecimentos e técnicas que contribuem para o
avanço da fitopatologia na actualidade. Uma das aplicações
iniciais da cultura de tecidos foi no estudo de tumores de plantas
causadas por agrobacterium tumefaciens, tendo sido obtida a
primeira cultura de tecidos livre da bactéria por white e braun,
em 1942. Protoplastos de plantas são usados para estudar
infecções e replicações de vírus, ação de toxinas, bem como,
através de fusão, para regenerar plantas ou obter novos híbridos
somáticos que exibam diferentes graus de resistência a vários
patógenos.
1. Qual é o objecto de estudo da fitopatologia ?
2. Qual é o objecto de estudo da Parasitologia
3. Quais foram os desafios para o a autoafirmação da Parasitologia como
ciência?
4. Sobre a história da fitopatologia, responde:
a) Mencione os períodos da sua história.
Exercícios b) Caracterize dois períodos e justifique a sua escolha.
Unidade 02

Tema: Introdução ao estudo de parasitologia e fitopatologia

Introdução

Caro estudante, seja bem-vindo ao estudo das patologias causadas por fungos.
Como já sabemos, os fungos são organismos heterotróficos, pois alimentam-se
de matéria orgânica. Alguns fungos são beneficicos mas outros são prejudiciais.

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca das


migrações , guerras e a sua relação com doenças parasitárias, e as interações
entre o meio bioógico e os seres vivos

Ao completar esta unidade você será capaz de:

Descrever como as migrações contribuem para o alastramento das


doenças parasitárias
Descrever a relação que existe entre a guerra e as doenças parasitarias
Conhecer os aspectos ecológicos gerais para o estudo da
Objectivos parasitologia e fitopatologia , compreendendo a interação dos
seres vivos com o meio biológico.

Migrações e guerras e sua relação com doenças parasitarias

Como disse, Carlos França, parasitolgista português, nós e os


espanhóis, precedendo os outros povos nas viagens aos trópicos, o
paraíso dos parasitas, muito contribuímos para tais estudos. Discute-se
muito se foi a guerra ou a devastação provenientes das doenças que
teve uma maior influência histórica nas fronteiras geopolíticas. A malária
matou multidões ao longo dos tempos. (http/www.google.com.br, 2011)

Outro problema de grande interesse são os helmintos transmitidos por


alimentos ou por contacto com o solo (ascaris, ancilostoma, necator,
estrongiloides, oxiuros, tricocefalos, enterobios). Há muito tempo eles
são uma das principais causas de enfermidades crónica.

As doenças parasitárias provocam migração da população. Para ilustrar


este facto podemos citar o exemplo do que ocorreu na Irlanda no inicio
do séc. XIX, quando plantações inteiras de batatas foram totalmente
dizimadas por Phytophtora infestans, o que ocasionou a morte de
milhares de pessoas, para além de provocar a emigração de perto de um
milhão de pessoas para outros países. O facto é que a batata havia se
tornando a base da alimentação dos irlandeses, cerca de duzentos anos
após a sua introdução na Europa, devido a sua alta produtividade, fácil
adaptação e alto valor nutritivo.

A migração também tem o seu contributo, para o aumento das doenças


parasitárias com a revolução industrial construindo aglomerações de
trabalhadores vivendo sob precárias condições de vida, devido à baixa
remuneração da força de trabalho, a ocorrência de doenças passou a ter
um componente de determinação colectiva devido ao modo de produção.
Foram centralizados os meios de produção industrial e socializados os
modos de adoecer, aumentando a possibilidade de maior número de
indivíduos adoecerem pelas mesmas causas, nos mesmos locais de
trabalho e/ou residência. Nestas condições, são formados focos de alta
transmissão de parasitoses, exigindo acções abrangentes no meio
ambiente. As causas e a acções exigidas para o controle de doenças
passaram a ser entendidas como sendo de individuais a colectivas, visto
que sua determinação tomou dimensão de processo social .
A ascensão da esquitossomose de doença restritamente rural para
doença urbana altera o interesse de pesquisadores . Observa-se que,
entre 1908 e 1939, foram publicados na literatura brasileira, 107
trabalhos sobre esquistossomose. Durante o período de 1940 a 1949,
foram publicados 202 trabalhos, um número quase três vezes maior,
para um período de tempo três vezes menor (http/www.google.com.br,
2011).

Aspectos ecológicos gerais para o estudo da


parasitologia e fitopatologia

Meio biológico e interações entre os seres vivos

Não é possível de facto abordar com suficiência informativa, mesmo


rudimentar todos os tipos de relação que os seres vivos mantém entre si,
as influências que animais e plantas exercem na sua qualidade de
ambiente sobre os outros animais e plantas, as interações que se tecem,
as reciprocidades que se criam. ( (Sacarão, 1991)
Os organismos invadiram todos os espaços e meios particulares do
ambiente natural, desde os mares, a água doce, a terra , o ar, e , todos
seres , servem de habitat para os mais diferentes organismos e estão
em constante interação entre si. (Uachisso, 2011)
Pode considerar-se meio biológico ou ambiente biótico , o corpo dos
seres vivos e o conjunto das acções que os organismos exercem
directamente uns sobre os outros. Relativamente a dado organismo , o
seu ambiente biótico será naturalmente constituido por todos organismos
que têm alguma acção sobre ele. Em sentido restrito meio biológico
poderá entender-se o próprio organismo , ao qual vem associar-se
outros organismos, como acontece com as associações simbióticas, ou
seja com o mutualismo, comensalismo e o parasitismo.
A noção de ambiente deve traduzir-se a totalidade dos factores e
processos extrínsecos a um organismo ou grupo de organismos,
estranhos á sua natureza íntima e não simplesmente o conjunto dos
factores que o envolvem, que lhe são exteriores. É fundamental
distinguir no conceito de ambiente o que se entende por ambiente
externo e ambiente interno.
Ambiente interno são as próprias células e partes do organismo , e
igualmente os líquidos intercelulares, o plasma sanguíneo com as suas
H
propriedades, a pressão osmótica, o p , a temperatura, etc. O
endoparasita não faz parte do ambiente interno de um organismo , eles
são “ ambiente externo” para o hospedeiro, constituem componentes
deles , na medida que são extrínsecos a ele. (Sacarão, 1991)
Ex: Uma ténia a viver como parasita no intestino do homem é “ambiente
externo” para este e o organismo é” ambiente externo “ para aténia.
O mesmo pode dizer-se de todos casos de parasitismo quer se trate de
ectoparasitas quer se trate de endoparasitas, o que acontece é que eles
estão onde as condições ambientais são favoraveis á sua sobrevivência.
A invasão de organismos por outros organismos é um fenómeno que
vem atestar a irresistível tendência da vida á ocupação de todos os
espaços e meios.
As relações entre os organismos podem na natureza, tomar os aspectos
seguintes:
a) Interações dependentes da densidade dos indivíduos presentes
na comunidade
b) Relações de natureza nutricional
c) Relações de natureza concorrencial, pelos recursos do ambiente
d) Interacções devidas á emissão de substâncias específicas pelos
organismos
e) Relações do tipo cooperativo e social, incluido a reprodução
f) Interacções de tipo simbiótico ( comensalismo, parasitismo,
mutualismo)
Diversos livros de Ecologia já se ocupam com detalhes sobre estas
matérias , não há necessidade as considerar aqui.

Sumário
A guerra contribui bastante para as migrações das populações . As
migrações aumentam o nível e o número de doenças parasitárias, uma
vez que quando existe uma migração podem ser transportadas doenças
de uma região para outra , eocorre aglomerações de trabalhadores
vivendo sob precárias condições de vida, devido à baixa
remuneração da força de trabalho e, a ocorrência de doenças
passou a ter um componente de determinação colectiva e são
socializados os modos de adoecer. Por outro lado existe ascensão
de doenças estritamente rurais para urbanas.
Os organismos invadem todos os espaços e meios particulares
do ambiente natural, desde os mares, a água doce, a terra , o ar,
e , todos seres , servem de habitat para os mais diferentes
organismos e estão em constante interação entre si.
As relações entre os organismos podem na natureza, tomar os
aspectos seguintes:
a) Interações dependentes da densidade dos indivíduos
presentes na comunidade
b) Relações de natureza nutricional
c) Relações de natureza concorrencial, pelos recursos do
ambiente
d) Interacções devidas á emissão de substâncias específicas
pelos organismos
e) Relações do tipo cooperativo e social, incluido a
reprodução
f) Interacções de tipo simbiótico ( comensalismo,
parasitismo, mutualismo)
São vários os aspectos ecológicos que auxiliam a sobrevivência,
multiplicação dos organismos em especial os micro nos mais diversos
habitats.
1. Fale da relação entre migracoes e guerras com doenças
parasitarias
2. A guerra e a migração trazem consigo aglomerações da
população sob precárias condições de higiene o que leva a
socialização da doença.
a) Concorda com a afirmação?
Exercícios b) Justifique com base em um exemplo concreto
3. São vários os tipos de relação que os organismos podem ter na
natureza. Escolha dois deles e descreva-os detalhadamente
Unidade 03

Tema: Metodologia de trabalho

Introdução
Caro estudante, é convidado a conhecer a metodologia usada para o estudo da
Parasitologia & Fitopatologia, a maneira mais recomendada de trabalhar com a
comunidade tendo em conta aspectos da ética e aspec tos sócio-antropológicos

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca da


metodologia de trabalho

Ao completar esta unidade você será capaz de:

Aplicar os seus conhecimentos de trabalho com a comunidade


respeitando aspectos éticos e sócio antropologicos
Aplicar os principais métodos de trabalho em Parasitologia &
Parasitologia
Utilizar os métodos aprendidos para resolução de problemas práticos do
Objectivos dia-a dia.

Metodos de trabalho em parasitologia e em fitopatologia

Métodos de trabalho em Parasitologia


Métodos epidemiológicos
Os métodos de estudo epidemiológicos se aplicam, independentemente
do tipo de agente causador da enfermidade. Falemos das principais
maneiras através das quais se pode obter uma informação útil.
1) A observação cuidadosa dos estudos realizados por
investigadores competentes sobre pacientes individuais pode
proporcionar pistas minuciosas da maneira como a enfermidade
em particular foi adquirida, e conduzir a um estudo
epidemiológico para determinar a extensão e a incidência da
enfermidade e a natureza de outros vectores, outros factores
para a transmissão dentro da comunidade em que o paciente se
encontra inserido, e a possibilidade da sua disseminação.
2) Estatísticos que utilizem dados vitais acumulados por institutos
de saúde locais, nacionais que incorporem dados de morbilidade
relativos a enfermidade infecciosas.

A OMS (Organização Mundial para a Saúde) assume as tarefas de


informar sobre as enfermidades epidémicas, serviço de consulta, criar
standarts para fármacos e produtos biológicos, investigação no campo
de enfermidades infecciosas e epidémicas, etc.

Técnicas da bioestatística
Os índices de mortalidade se podem expressar em mortes por 100.000
indivíduos por ano. Os índices de morbilidade se comunicam geralmente
como casos de enfermidades de declaração obrigatória em cada 1000
indivíduos por ano.

Os dados obtidos de grosso modo requerem um ajuste para explicar as


variáveis numa comunidade, tais como a composição racial, idade, sexo,
e ocupação das pessoas hospitalizadas e não hospitalizadas, e qualquer
outro factor que de alguma maneira poderá afectar os dados. Para que
os dados estatísticos sejam significativos deve se fazer uma amostra
representativa e significativa de acordo com o problema que se pretende
estudar. A informação obtida a partir dos dados já ajustados e obtidos de
uma amostra apropriada requerem um tratamento para determinar a
media, os desvios, os erros típicos antes de julgarmos a informação de
digna, e temos que fazer generalizações acerca do problema em estudo,
inclusive verificarmos se os resultados obtidos representam um grupo ou
um individuo particular de um grupo estudado, ou a outro grupo de uma
mesma comunidade.

Apesar de tudo as estatísticas vitais quando forem correctamente


analisadas, podem ser comparáveis com dados similares obtidos em
outras zonas para se poder descobrir se existe uma relação significativa
entre ambos. Assim quando se acumulam ano após ano tais dados
provem de uma valiosa evidencia sobre tendências, ciclos epidémicos,
assim como aumento ou diminuição dos índices de mortalidade e de
morbilidade.
Estudo epidemiológico dos parasitas
O estudo epidemiológico do parasita leva-nos a ter informação
epidemiological básica acerca de todos parasitas importantes que
afectam ao homem. Esta informação inclui os estádios dos parasitas
quando são expulsos do corpo humano (hospedeiros reservatórios), o
desenvolvimento extrínseco do parasita, no solo, na água, e no corpo do
hospedeiro requerido, e nos hospedeiros alternados necessários, e na
maneira como cada parasita tem acesso ao interior do corpo humano.

Existe uma informação relativamente boa em relação à distribuição


geográfica destas infecções, sua frequência entre os diferentes núcleos
da população, tendência da endemicidade, epidimicidade e aparição
esporádica em diferentes zonas de certas infecções, tendências de
aumento ou de diminuição.

Existem reunidos bastantes dados sobre amebiasis, paludismo,


leishamaniasis, tripanosomiasis africana, doença das chagas, triquinosis,
anquilostomiasis, ascariasis, enterobiasis, fiariasis de Bancroft,
oncocercosis e esquisotosomiasis.

Para realizar uma investigação sobre a incidência de paludismo,


parasitoses intestinais em uma comunidade, deve ser examinado um
número suficiente de indivíduos que constituam uma amostra
representativa da população. Em relação a frequência neste tipo de
investigação se utilizam crianças das escolas e depois da obtenção de
dados confiáveis para esse grupo de população, os mesmos critérios
podem ser aplicados para uma população adulta. Tendo em conta o
número de crianças em idade escolar que se encontrem infestadas, o
estudo pode ser usado como guia para aumentar os estudos sobre a
frequência de parasitoses em cada núcleo familiar. Desta maneira é
possível obter informação significativa para determinar a influência da
falta de higiene em grupo e a higiene pessoal, responsáveis pela
exposição a infecções.

Biólogos, entomólogos, médicos tem contribuído com dados


epidemiológicos essenciais em relação as parasitoses do homem,
enfermidades virais transmitidas por artrópodes, como a febre amarela,
dengue, e varias encephalitis, rickettsiais, peste e febres recorrentes.
Métodos de trabalho em Fitopatologia.
Técnicas de laboratório em Fitopatologia: assepsia, esterilização,
preparo de meio de cultura, cultivo.
- De fungos e bactérias;
- Reconhecimento e identificação de doenças que são estudadas no
sector de fitopatologia e outras que são trazidas para a clínica
fitopatológica.
- Técnicas de isolamento de fungos e bactérias em meios de cultura
especificas. Isolamento de vírus em plantas indicadoras.
- Inoculação de fungos, bactérias e vírus para espécies vegetais a fim de
reproduzir os sintomas da doença.
- Técnicas utilizadas para a quantificação de doenças por fungos.
- princípios gerais de controle, com exercícios práticos de controle
químico, físico e biológico.
- Técnicas moleculares em fitopatologia.

Trabalho com comunidades: aspectos de ética e comunicação


(aspectos sócio-antropológicos )

Vamos falar do trabalho com as comunidades, tomando como exemplo,


o cultivo protegido.
O cultivo protegido (cultivo protegido em plásticos, estufa ou
plasticultura) tem sido um importante insumo agrícola que permite
aumentos de produção das culturas, onde se esgotaram as tentativas
convencionais de se obter incrementos face ao elevado emprego de
técnicas modernas de cultivo. Nesse novo ambiente de cultivo, onde as
plantas são colocadas sob novo limite de produtividade, visando
propiciar condições para expressão do seu máximo potencial genético, o
maneio inadequando dos seus factores aéreos e do solo pode propiciar
condições muito favoráveis a determinada doença biótica ou abiótica.

Assim, doenças menos problemáticas ou de pouca importância em


cultivo convencional, podem tornar-se muito destrutivas em cultivo
protegido. Por isso, o maneio de doenças em cultivo protegido é uma
tarefa complexa e exige medidas de controle devem ser integradas num
sistema flexível, que seja compatível com o sistema de produção e que
seja económico. Desta forma, estratégias de maneio integrado das
doenças em cultivo protegido podem ser agrupadas em medidas que
visam a redução do inoculo inicial e aquelas que visam a redução da
taxa de progresso da doença. Para o efeito é importante um trabalho
com as comunidades, e ter em conta o aspecto da ética e da
comunicação, respeitando os aspectos sócio-antropologicos.
(http/www.yahoo.com.br, 2011)

Cultivo em ambiente protegido, cultivo protegido, cultivo em abrigo


plástico, cultivo em estufa ou plasticultura é considerado, em nível
mundial, como o mais recente e importante insumo agrícola a permitir
aumentos de produção das culturas, onde se esgotaram as tentativas
convencionais de se obter incrementos face ao elevado emprego de
técnicas modernas de cultivo (http/www.yahoo.com.br, 2011).

Com o Cultivo protegido, tornou-se possível alterar, de modo acentuado,


o ambiente de crescimento e de reprodução das plantas, com controlo
parcial dos efeitos adversos do clima .
Desta forma, permite-se obter colheitas fora de época normal, maior
crescimento das plantas, precocidade de colheita, possibilidade de maior
eficiência no controle de doenças e pragas, redução de perdas de
nutrientes ou por lixiviação, redução de estresses fisiológicos das
plantas, aumento de produtividade, aumento do período de colheita para
culturas de colheita múltipla e melhoria na qualidade de produção .

E se tratando do agrossistema cultivo protegido, maneio integrado de


doenças significa que, alem do uso racional e múltiplo das clássicas
técnicas de controle, significa também actuar sobre todos os
componentes da cadeia produtiva (preparo do solo, selecção de
cultivares e híbridos, fertilizações, irrigações, tratos culturais, maneio de
pragas, etc), que estão mais ou estão menos relacionados à doença,
procurando optimizá-los para a expressão do máximo potencial produtivo
da cultura e para a redução da intensidade de doenças .

Um trabalho respeitando a ética deve ser feita na comunidade para


reduzir os hábitos culturais tendentes a degradação do meio ambiente e
consequentemente da Saúde Ambiental, cultivando hábitos que
contribuem para a melhoria da Higiene individual e colectiva.

Sumário
Para a percepção dos diferentes aspectos que se encontra por detrás de
uma doença ou do seu agente causador é necessário estudar
minuciosamente a população afectada fazendo se a contagem dos seus

1.Quais sao os metodos de traballho em Parasitologia?


a)Descreva um método a sua escolha
b) Dê exemplo de uma doença parasitária que ocorre na sua zona de
origem e diga qual é a frequência de ocorrência da mesma
Suponha que esteja em uma zona recondida e depara-se com o
Exercícios seguinte conflito: “ O sogro não aceita em compartilhar a mesma latrina
com a nora por questões de habitos culturais”
Qual seria a sua contribuição para a resolução deste conflito?
Quais são os aspectos que tomaria em conta para mediar o conflito?

indivíduos como nos censos demográficos, isto pode proporcionar pistas


da maneira como a enfermidade em particular foi adquirida, e conduzir a
um estudo epidemiológico para determinar a extensão e a incidência da
enfermidade e a natureza de outros vectores, outros factores para a
transmissão dentro da comunidade em que o paciente se encontra
inserido, e a possibilidade da sua disseminação.
O estudo epidemiológico do parasita leva-nos a ter informação
epidemiological básica acerca de todos parasitas importantes que
afectam ao homem.
Esta informação inclui os estádios dos parasitas quando são expulsos do
corpo humano (hospedeiros reservatórios), o desenvolvimento
extrínseco do parasita, no solo, na água, e no corpo do hospedeiro
requerido, e nos hospedeiros alternados necessários, e na maneira
como cada parasita tem acesso ao interior do corpo humano.
Esta informação deve ser processada por técnicas da bioestatistica para
se estar a par da dimensão do problema em estudo.
É importante a identificação de doenças que são estudadas no sector de
fitopatologia e outras que são trazidas para a clínica fitopatológica
Um trabalho respeitando a ética deve ser feita na comunidade para
reduzir os hábitos culturais tendentes a degradação do meio ambiente e
consequentemente da Saúde Ambiental, cultivando hábitos que
contribuem para a melhoria da Higiene individual e colectiva.
Unidade 04

Tema: Parasitas e sua evolução

Introdução
Caro estudante, seja bem-vindo ao estudo dos Parasitas e sua evolução. Muitos
de nós tem se perguntado de onde vieram estes seres chamados de parasitas,
como teriam sido os seus ancestrais? Como chegam até as plantas e aos
animais? Estas e outras questões tem se levantado em volta do mundo dos
Parasitas

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca dos


diferentes tipos de parasitas, sua evolução, modo de transmissão, e sua
coevolução .

Ao completar esta unidade você será capaz de:

Conhecer os parasitas biotroficos e necrotroficos


Descrever a evolução dos parasitas segundo tipo de hospedeiro e o
mecanismo de transmissão no organismo animal e vegetal
Descrever a coevolução em parasitologia.
Objectivos

Parasitas biotróficos e necrotróficos


Parasitas biotroficos são parasitas obrigatórias, por sobreviverem
apenas na planta hospedeira viva. (excepções ocorrem no caso dos
carvões, uma vez que embora os patógenos que causem os carvões
sejam parasitas obrigatórios, eles podem sobreviver no solo na forma
teliosporica, em dormência).

Os Parasitas biotróficos não são controláveis pela rotação, porque são


dependentes de seus hospedeiros vivos (ferrugens, oídios, míldios).

Parasitas necrotróficos, são saprofitas que em certas condições


passam a parasitar plantas.

No entanto, os patógenos necrotróficos, agentes causais de manchas


foliares, são potencialmente controlados pela rotação, contrariamente,
sob monocultura, este são realimentados e, portanto, mantidos num
potencial de inoculo suficiente para a continuidade do seu ciclo biológico.

Características de patógenos vulneráveis a rotação de cultura –


patógenos necrotróficos
1) Não terem habilidade de competição saprofitica, por
apresentarem dependência nutricional dos restos de cultura do
hospedeiro, o que assegura a presença dos patógenos
necrotroficos daquela cultura.
2) Apresentarem esporos grandes, pesados, transportados pelo
vento a distâncias relativamente curtas. Exemplos: Bipolaris
sorokiniana, Dreschslera tritici, D. teres, Colletotricgum
lindemunthianum.
3) Apresentarem esporos relativamente pequenos e leves. Mas
dispersados pelo vento ou por respingos de chuva, a veiculadas
através de gotículas de água, a distancias curtas. Exemplos:
Septoria nodorum, S. Tritici.
4) Não terem estruturas de resistência (clamidósporos, esclerócios
e oósporos), os quais poderiam mantê-lo viáveis por vários anos
no solo, a espera de uma nova oportunidade de infectarem a
planta hospedeira, quando esta voltasse a ser cultivada naquele
local, a exemplo de Sclerotium cepivorum e Sclerotinia
sclerotirum. Os escleródios podem permanecer viáveis por 10 a
12 anos. Nesses casos, a rotação tem pouco valor

A incidência de um parasita necrotrofico em sementes é proporcional à


intensidade da doença que ele causou nos órgãos aéreos da cultura na
lavoura que as produziu. Por isso, deve haver a preocupação em manter
baixa intensidade de doenças causadas por necrotroficos, nas louvaras
produtoras de sementes.

Portanto, sob monocultura e plantio directo, a intensidade das manchas


foliares atinge os maiores níveis nas lavouras e nas sementes
produzidas. Por outro lado, sob plantio directo e rotação de culturas, a
intensidade tem sido significativamente reduzida. Experimentos em que
a distancia entre as parcelas era de aproximadamente 3metros, a
incidência das manchas foliares estatisticamente reduzida nos
tratamentos com rotação de culturas. Isso é uma evidencia de que o
transporte dos esporos (ascósporos e conídios processa-se a curta
distância).
Tem-se observado que a alta intensidade de manchas foliares na lavoura
determina, consequentemente, a presença dos patógenos nas sementes
colhidas.

O ciclo de vida de um patógeno necrotrofico desde a semente infectada,


a transmissão para os órgãos aéreos, o progresso da epidemia nas
folhas devido aos ciclos secundários até, finalmente, a colonização das
infrutescências e a infecção das sementes é um processo ciclo. Convém
lembrar o principio de que, na natureza, os patógenos procuraram não
se separar do hospedeiro (principal fonte nutricional ou substrato): uma
vez separando-se, correm o risco de perecerem por desnutrição.
Portanto, a maneira mais segura de garantirem o acesso ao substrato é
manterem-se associados às sementes. Sementes plantadas sem
tratamento ou aquelas com tratamento que não leve à erradicação, não
cortam o ciclo de vida do parasita.

Práticas recomendadas
- Rotação de culturas
A rotação de culturas reduz o inoculo primário dos parasitas
necrotróficos presentes nos restos culturais e, consequentemente, a
intensidade das doenças nos órgãos aéreos. Esse é o caminho para a
produção de sementes sadias. Portanto, as lavouras produtoras de
sementes devem apresentar como padrão a observância da rotação de
culturas.

Todos os parasitas necrotroficos que apresentam baixa habilidade de


competição saprofitica, esporos relativamente grandes ou se pequenos
veiculados e transportados em gotículas de água, gama restrita de
hospedeiros secundários e que não produzam estruturas de resistência
são potencialmente controláveis pela rotação de culturas.

- Tratamento eficiente da semente plantada


Considera-se eficiente o tratamento de sementes com fungicidas e doses
que levem à erradicação dos patógenos-alvo do controle. A eficiência
depende da incidência na semente, ou seja, quanto mais elevada for a
incidência, menor será a eficiência, e quanto menor for a incidência,
maior será a possibilidade de eliminação do inoculo.
Em trigo, tem sido demonstrado que os fungicidas registrados e
recomendados para o controle de patógenos veiculados pelas sementes
alcançam a erradicação somente nas amostras com incidência de B.
sorokiniana inferior a 30%.

O uso de semente livre de patógenos (submetidas a controle eficiente)


em área de rotação de culturas determina, dependendo do clima, uma
taxa de progresso da epidemia de mancha foliares que não alcança o
limiar de acção.

- Monitoramento de manchas foliares


Partindo-se do principio de que quanto menor for a intensidade da
epidemia nos órgãos aéreos, menor será a incidência na semente
colhida, deve-se, nas lavouras produtoras de sementes com rotação de
culturas e semente tratada com fungicida e dose eficiente, proceder-se
ao monitoramento do progresso das manchas foliares. Caso a epidemia
alcance o limiar de acção deve ser feita a aplicação do fungicida
recomendado. Os limiares de acção para o controle de manchas foliares
do trigo e da cevada são preconizados nas recomendações técnicas.
Sugere-se, para as lavouras produtoras de semente, que os limiares de
acção sejam inferiores aos recomendados para lavouras produtoras de
grãos. Nesse caso, espera-se que as epidemias não alcancem as folhas-
bandeiras e as infrustescencias da cevada e do trigo. Nos casos em que
as manchas foliares incidam sobre as folhas-bandeiras e as
infrutescências, poderá ocorrer a infecção das sementes. Por isso, pelo
maneio integrado deve-se procurar manter as epidemias sempre abaixo
dos limiares de acção.

- Maneio de plantas voluntárias


Os parasitas necrotróficos podem sobreviver também infectando plantas
voluntárias no verão apos a colheita dos cereais de inverno. Se isso
ocorrer, pode ser anulado o efeito da rotação de culturas para reduzir o
inoculo nos restos culturais. Recomenda-se o maneio das plantas
voluntárias logo apos sua emergência pelo uso correcto de herbicidas.
Dessa maneira, procura-se evitar a produção alternativa de inoculo.

- Fungicidas utilizados no tratamento de sementes


Os fungicidas devem ser utilizados no controle de patógenos dos cereais
de inverno.
Assim, se reconhece a importância do inoculo associado às sementes na
continuidade do ciclo vital dos fitopatógenos e, conseqüentemente, a
importância da patologia de sementes. Então, o tratamento de sementes
com fungicidas, neste ponto, evita a disseminação e a transmissão de
patógenos para plântulas, garantindo, desta forma, uma lavoura.

Evolução dos parasitas segundo tipo de hospedeiro e o mecanismo


de transmissão no organismo animal e vegetal

Evolução dos parasitas


A origem dos parasitas fez-se a partir de espécies livres possuidoras
provavelmente de um certo número de características e propriedades
que facilitaram e condicionaram o terem enveredado por essa via
adaptativa.
Parasita é todo o organismo de reduzido tamanho que
permanentemente, ou durante parte mais ou menos considerável do seu
ciclo de vida vive no outro organismo, o hospedeiro (á sua superfície ou
no seu interior), e dele retira alimento, protecção, abrigo ou transporte –
espoliação que não é benéfica para o hospedeiro, podendo causar-lhe
maior ou menor nocividade. Mas em regra não lhe causa morte imediata.

O parasita, salvo quando aniquila a espécie hospedeira, é sempre o


beneficiário da associação, ao passo que o hospedeiro poderá, ou não
ser prejudicado. H. Crofton, sugere três tipos de relações parasita-
hospedeiro.
1- Os indivíduos parasitas distribuem-se regularmente em grande
numero pelos hospedeiros.
2- Existe uma densidade da população parasitaria em cada hospedeiro
que pode matar este ultimo (nível letal).
3- A espécie parasita tem um potencial reprodutor que é sempre mais
elevado do que o da espécie hospedeira.

Quando um organismo não pode viver sem um hospedeiro, em qualquer


fase do seu ciclo de vida, diz-se que se trata de parasitismo obrigatório.
Um organismo vive como parasita em todos os estados do seu ciclo de
vida, ex de tantos Cestoideos (Tênias).

No parasitismo facultativo, um organismo pode viver inteiramente livre ou


associar-se, como parasita, a um hospedeiro. Ex:caranguejos do gênero
Pinnotheres, que podem levar vida independente. (Pinnotheres littoralis
introduz-se na cavidade paleal de mexilhoes).

Quando um parasita infesta indiferentemente hospedeiros de diferentes


espécies, a sua especificidade é relativa, mas pode acontecer que o
parasita não possa viver senão à custa de um hospedeiro de
determinada espécie e não de outra. Neste ultimo caso, diz-se que a sua
especificidade é absoluta, situação que alias, parece ser rara. Pode
haver preferência por esta ou aquela espécie, podendo o parasita
apenas escolher para hospedeiro uma ou duas espécies muito próximas.
O estudo da distribuição dos parasitas revela que espécies e gêneros
destes animais estão muito freqüentemente limitados a espécies e
gêneros afins de hospedeiros. O caso limite é aquele em que o parasita
é monoespecifico e só invade uma espécie hospedeira. A especificidade
é frequente entre os protozoários, esporozoários, incluindo as espécies
dos gêneros Plasmodium e Eimeria.

Em muitos casos, não se sabe qual factor ou factores que tornaram


obrigatória a associação intima de dois organismos, de modo que o
conceito mais rigoroso de parasitismo provirá, necessariamente, dos
conhecimentos que se obtém sobre o modo de nutrição e sobre a
evolução do parasita nas suas relações com o hospedeiro. Casos ha em
que o parasita pode ate ser benéfico para o hospedeiro. É o que
acontece com certas aves que criam jovens (de outras aves) com
prejuízo para as suas próprias crias. Todavia, em determinadas
circunstancias algumas destas espécies hospedeiras têm vantagem em
ser parasitadas, porque os jovens parasitas protegem os pais adoptivos
de insectos nocivos.

Entre as plantas, os parasitas mais importantes são numerosas bactérias


e um número imenso de fungos. Estes últimos cujo alimentação é
heterotrófica, incluem muitas espécies parasitas, por vezes de grande
especificidade, ligadas exclusivamente a determinado tipo de
hospedeiro.

Condições básicas para o parasitismo


A vida parasitaria e o desenvolvimento do parasita dependem da
realização de um certo numero de circunstancias, de que as mais
importantes são:
- Acesso ao hospedeiro conveniente – este tem de atravessar a área
onde se encontram os estados infestantes do parasita. Como grande
numero de parasitas entra pela cavidade bucal, ou atravessa o
tegumento do hospedeiro, a espessura deste, assim como a natureza
dos alimentos ingeridos, são factores determinantes da invasão
parasitaria;
- Condições favoráveis de ambiente no hospedeiro – no hospedeiro o
parasita deve encontrar condições favoráveis para o seu
desenvolvimento. A natureza da mucosa intestinal, o comprimento do
intestino, a presença de alimentos apropriados, são entre outros factores
significativos para a instalação do parasita no local apropriado.

- O parasita deve possuir meios adequados de protecção contra a acção


do metabolismo normal do hospedeiro – por exemplo, vermes que vivem
como parasitas no tubo digestivo do hospedeiro, devem possuir meios
de resistir á acção destruidora dos seus sucos digestivos, ou de serem
expulsos devido aos movimentos peristálticos. Alguns parasitas
segregam inibidores específicos que os protegem da acção dos
fermentos digestivos do hospedeiro. Além disso, muitos parasitas
desenvolveram processos de se fixarem e de garantirem a sua posição
no hospedeiro;
- A ausência de reacção por parte do hospedeiro que possa alterar o
metabolismo normal do parasita – se existe reacção, os parasitas
deverão possuir as condições para anular ou diminuir os seus efeitos.

Do ponto de vista puramente nutritivo reconhecem-se três tipos de


parasitas: Polifagos (numerosos hospedeiros) Olifagos (vários
hospedeiros), Monófagos (um só hospedeiro) ex, a ferrugem de trigo
(puccinia graminis ssp tritici) é polifaga, pois abrange numerosas raças
fisiológicas capazes de infectar muitas variedades de trigo.

O cestóide Taenia echinococcus é um parasita olifago, porque pode


infectar não só o homem como o porco e também vários carnívoros e
roedores. A planta Orobanche minor é polifaga porque parasita diversas
leguminosas.

O bacilo da difteria, o pneumococo são monofagos porque só parasitam


o homem. Apesar de um generalizado equilíbrio existente nas
associações entre parasitas e hospedeiros, são numerosos os casos de
doenças provocadas por esses agentes, não só em plantas como em
animais.

O mecanismo de transmissão no organismo vegetal

Os grupos de organismos capazes de parasitar plantas são:


- Fungos; Bactérias; Plantas parasíticas; Nematodes; Protozoários;
Vírus, etc.
Baseado no modo de aquisição de nutrientes os parasitas podem ser
agrupados em:
- Obrigatórios (biotróficos)
- Não-obrigatorios: - saprófitas facultativos
- parasitas facultativos
- saprófitas

Especificidade de hospedeiros:
- Tipo de plantas (família, gênero, espécie)
- Órgãos e tecidos infectados
- Idade dos órgãos e tecidos

Parasitas obrigatórios específicos


Parasitas não-obrigatórios não específicos
Inoculação
Fontes de inoculo
1. Plantas
2. Hospedeiros alteranados
3. Sementes contaminadas
4. Matéria orgânica do solo
5. Estruturas de resistência / sobrevivência

Penetração
Os patógenos podem penetrar no tecido vegetal do hospedeiro através
de:
1. Aberturas naturais
2. Ferimentos
3. Órgãos especiais
4. Órgãos especializados

Infecção / invasão / colonização / reprodução:


◙ Contacto entre o patógeno e células ou tecidos
◙ Desenvolvimento e multiplicação do patógeno

Algumas características importantes para sucesso em colonização


e sucessão
- Presença no local colonizável no momento certo,
- Capacidade de sobrevivência prolongada em ambiente adverso,
- Habilidade de obter todos nutrientes do ecossistema;
- Capacidade de tolerar todos os factores abióticos do ecossistema
- Habilidade de superar o “feedback” causado pela presença de outros
microorganismos
- Taxa de crescimento
- Habilidade de rápida “germinação” em condições favoráveis;
- Produção de estruturas especializadas para fixação no substrato

Desenvolvimento de sintomas
Mudanças visíveis na aparência da planta infectada constituem os
sintomas da doença. Algumas infecções mantêm-se latentes (não
produzem sintomas de imediato). O período entre a inoculação e o
aparecimento dos sintomas é denominado período de incubação.

Sintomas podem ser:


● Localizados
● Sistêmicos
● Primários
● Secundários

Sintomatologia – estudo dos sintomas e sinais (estruturas do patógeno)


das doenças das plantas.

O mecanismo de transmissão no organismo animal

Os mecanismos de transmissão de doenças parasitárias são vários,


Existem mecanismos de transmissão directa e mecanismos de
transmissão indirecta. (Rey, 2008)
Mecanismos de transmissão directa:
A transmissão directa pode ser feita de pessoa para pessoa, realizando
se por meio da mãos sujas ( Ex amebíase) .
Mecanismos de transmissão indirecta:
De várias maneiras pode ter lugar a transmissão do parasitismo:
- Contaminação de alimentos pelas mãos poluídas de microrganismos
- Contaminaçao dos alimentos por fezes humanas utilizadas como
adubo,
- Veiculação de microrganismos patogénicos pela água
- Transporte mecânico por insectos, roedores e outros
Factores coadjuvantes da transmissão:
Além das circunstâncias que favorecem a implantação do parasitismo,
devem considerar-se aqueles que facilitam a eclosão de quadros clínicos
- Idade,
- Actividades profissionais
- Aglomeracções e condições de vida insalubres;
- Desnutrição
- Migrações, guerras,
- etc

Evolução do parasitismo
As adaptações complexas (quer expressas pelo parasitismo, quer pelas
espécies livres) não surgem bruscamente, de um só passo, como se de
um acto de criação se tratase. Como regra geral, não se conhecem as
espécies de transição (extintas), a adptação toma aparência de ter
surgido de uma só vez, o que provavelmente é falso. Certas condições
prévias terão de existir para que as formas livres tenham algum sucesso
para enveredarem pelo parasitismo. Entre elas pode se referir um
elevado potencial de multiplicação, o hermafroditismo, um vasto
polimorfismo combinado com larga plasticidade de adaptação a
diferentes ambientes e modos de vida.

O parasitismo e o comensalismo são provavelmente, modos de


associação extremamente antigos. Moluscos ectoparasitas já existiam,
no paleozóico, vivendo sobre os equinodermes. Os tramatódeos e os
cestóides são também parasitas muito arcaicos, apesar de não haver
vestígios da sua longa evolução a partir de formas livres. (deve notar-se
que as partes moles raramente deixam testemunhos fosseis). Na mesma
era, era e também no mesozóico, é provável que tenham existido muitos
outros parasitas comensais (flagelados, insectos, cestóides, etc). Os
nematóides são igualmente animais muito antigos e a opção pelo
parasitismo deve ter ocorrido muito cedo.
A adaptação de uns organismos a outros organismos, particularmente
expressa no mutualismo, no comensalismo e no parasitismo foi um
fenômeno paralelo á evolução das outras espécies na sua adptação aos
meios físicos oferecidos pelo planeta.
No caso dos endoparasitas é legitimo pensar que a sua condição
adptativa já não permitirá o aproveitar de oportunidades evolutivas,
sobretudo quando a especialização conseguida em relação a dado tipo
de hospedeiro atingiu elevado grau, quando as modificações
morfológicas e fisiológicas do parasita não lhe deixam, talvez outra
alternativa que não seja invadir outro hospedeiro afim, circunstancia que,
por isso mesmo, pouco exigira de modificações ao invasor para ai se
instalar, ou, então se aprofundar a sua especialização, limitará ainda
mais o seu ambiente biológico e as suas possibilidades. As
especializações dos parasitas são, portanto restritas ou poderão estar
bloqueadas.

A origem do parasitismo e das adptações que o possibilitam é uma


questão difícil no que respeita aos factores determinantes deste tipo de
associação. Apesar disto o parasitismo oferece excelentes exemplos de
evolução das espécies. Mas a extrema degradação (que afinal é uma
especialização) não foi obtida bruscamente, e ela torna-se, talvez menos
surpreendente se a evolução for considerada como um processo
histórico e gradual. A fixação do parasita abriu o caminho á evolução
gradual do seu aparelho digestivo como sistema absorvente, de tipo
radicular especializado.

É possível conceber a origem de um parasita especializado a partir de


sucessivos especiações. Dessas inúmeras espécies, a traduzir múltiplos
ensaios de instalação em hospedeiros possíveis, só conhecemos os
estados terminais, as espécies parasitas bem sucedidas, tendo-se
extinguido os estados intermediários, as soluções logo malogradas, as
adaptações. Em grande numero de hospedeiros, e não parece difícil
admitir que isto se tenha realizado pela acção de processos de mutação
X selecção.

Como as possibilidades para futuras modificações são sempre, em cada


momento, limitadas pelo que aconteceu antes e pela estrutura pré-
existente, á medida que no decurso do tempo, um órgão ou uma
adaptação se tornam mais complexos, é talvez lógico esperar uma
crescente restrição das suas liberdades de transformação, sendo o
resultado provavelmente a progressiva canalização da sua evolução, no
sentido de que certas direcções de variação são mais prováveis que as
outras. E se a escala de possibilidades de variação para originar uma
adaptação mais eficaz e/ou mais complexas é cada vez menor, é
legitimo perguntar-se os seus estados avançados não estarão, por assim
dizer, mais probabilizados a surgirem do que os estados mais precoces
da mesma adaptação.

A evolução do parasitismo em Fitopatologia também ocorreu, se


tivermos em conta que na natureza existem milhares de plantas e de
microorganismos, mas a ocorrência das doenças é rara, o que
pressupõe que deve ter existido a evolução de parasitismo, com
aparecimento de parasitas que causassem doenças as plantas, embora
existissem outros que fossem inofensivos, mesmo habitando na
superfície das plantas. Como é que a planta se defende contra
organismos patogénicos e não patogénicos?

Para responder a esta questão é necessário perceber como é que


evoluiu o parasitismo e como é que as plantas se defendem deste.
Contrariamente aos animais as plantas não podem eliminar os seus
parasitas, elas são capazes de viver em harmonia com os seus
parasitas, como ocorrem em simbiose e outras formas de relações
bióticas.

Os saprofitas podem ser considerados muito avançados em parasitismo


uma vez que eles só colonizam tecido morto. A intensa competição entre
saprofitas faz com que alguns desenvolvam habilidades parasíticas – os
parasitas facultativos ( Ex Phytium sp). Todos os organismos do grupo
dos necrotróficos têm um amplo espectro de hospedeiros. Possuem
metabólitos e tóxicos secundários como suas armas. No que diz respeito
aos Semi-biotroficos e biotróficos a sua especialização foi para ter menor
dependência em toxinas e enzimas, ter maior acção de fitohormonas,
uma maior dependência do parasita em relação as células vivas do
hospedeiro, uma tendência de redução de gama de hospedeiros e mais
sincronização dos processos fisiológicos do hospedeiro e do parasita.

O aumento da sincronização fisiológica guiada pela sincronização


genética poderá ter conduzido a evolução dos simbiontes como os
Liquenes, e as micorrizas.
Um patógeno desenvolveu compactibilidade básica com o hospedeiro,
se ele for capaz de sincronizar os seus processos fisiológicos com os do
hospedeiro, depois de quebrar as barreiras de defesa geral do
hospedeiro. Contudo, o estabelecimento da compactibilidade básica não
garante que todos os indivíduos do patógeno têm habilidade de infectar
todos indivíduos dum hospedeiro de dada espécie. Este segundo nível
de interação entre o hospedeiro e o parasita é chamado especificidade
ou compatibilidade raça cultivar

Noções de coevolução em Parasitologia


Os fenômenos da coevolução são de grande importância, quando
falamos por exemplo a propósito da relação insectos-plantas com flor e
da evolução dos parasitas em ligação com a evolução dos hospedeiros
respectivos. Os fenômenos de parasitismo e de mutualismo não são
mais do que uma vasta problemática dos fenômenos de coevolução. E
que são tantas outras inter-relações bióticas senão processos
coevolutivos? Refere-se aqui aos efeitos populacionais das inter-
relações dos organismos de espécie diferente, aos seus aspectos
ecológico-evolutivos e biogeográficos.

O termo coevolução deve-se a Ehrlich e Raven (1964) como o estudo


das relações de borboletas com as plantas de que se alimentam as
larvas, mas o problema de caracterizar essa expressão não é nada fácil
sendo a própria existência de fenômenos coevolutivos difícil de avaliar
ou por em evidencia, havendo interacções que não são coevulutivas,
(como refere Wison e Gleeson, 1984).
Aspectos particulares que têm sido investigados abrangem, por exemplo,
a coevolução de plantas e herbívoros (insectos, por exemplo), a
coevoluçao predador-presa, a sua dinâmica populacional, a coevolução
de plantas e predadores de sementes.
Os fenômenos de competição, as coexistências e tolerâncias, não
deixam de manifestar também significativos aspectos coevolucionais.

A coevolução de plantas e animais sobre fenômenos de enorme


interesse, por exemplo, plantas e formigas contraem relações
mutualistas, nas quais as primeiras (plantas) fornecem alimento, abrigo e
as segundas (formigas) actuam como protectores das plantas, como
polinizadores, como disseminadoras de sementes, etc.

Nestas evoluções ligadas que mutuamente se influenciam, cujos


destinos são inseparáveis, em que a evolução de uma das partes
interactuantes como que orienta a evolução da outra, estabelecem-se
relações de ordem varia, incluindo relações de natureza química. Alem
de mensagens químicas trocadas entre membros da mesma espécie
(feromonas), conhecem-se hoje numerosos exemplos de interacções
entre membros de espécies diferentes exercidas por intermédio de
substancias químicas (aleloquimicos) que actuam como sinais químicos,
ou como tóxicos, repelentes ou então como meios de defesa contra
herbívoros, contra espécies concorrentes, contra micróbios.

O desenvolvimento de certas morfologias, fisiologias e comportamentos


numa das partes conjugadas (endoparasita em relação ao hospedeiro,
ou planta com flor em relação a insecto polinizador, por exemplo) só
parece poder explicar-se como resultado de interacções evolutivas, da
acçao de selecçoes recíprocas. Forças selectoras a exercerem-se sobre
espécies que interactuam, forças opondo-se entre si, em permanentes
compromissos mais ou menos estáveis e a desenvolverem igualmente
processos de mudança, lenta ou rápida. O estudo destes problemas
abriu novas e largas perspectivas, sobretudo pela síntese da ecologia e
da evolução, a evidenciar interdependências insuspeitadas.

Quase todas as interacções bióticas, pelo menos as mais importantes,


produzem fenômenos de coevolução, quer se trate de mutualismo, de
parasitismo, ou de fenômenos de competição, de relações predador-
presa e mesmo de muitos aspectos das relações intra-especificas,
nomeadamente as manifestações da sociedade e outras. Como toda a
comunidade biótica é uma trama complexissíssima de interacções
bióticas, os fenômenos de coevolução constituem uma das suas
manifestações mais importantes, se não a mais importante. O meio
biológico tem nesse processo o seu significado profundo. As dificuldades
residem em evidenciar essas interacções e em desmontar os seus
processos íntimos.

Os indivíduos serão beneficiados se desenvolverem uma resistência aos


parasitas, e os parasitas se beneficiam se conseguirem burlar o sistema
de defesa do hospedeiro e adquirir resistência, isso leva os parasitas e
os patógenos a um alto grau de especialização, tornando a relação
parasita/hospedeiro bastante precisa.

Algumas espécies, por exemplo, podem apresentar um alto grau de


variação genética. O vírus causador da gripe pode desenvolver uma
cepa com um grau de virulência muito maior que a cepa que causou uma
epidemia de gripe ano passado.
A relação de plantas com os seus parasitos pode ser utilizar diversos
mecanismos para evitar ser comidas ou parasitadas.
Sendo assim a especialização e evolução de um organismo pode
influenciar a evolução das espécies com as quais interage. Mas isso
pode ficar restrito entre duas espécies que interagem reciprocamente.
A coevolução entre plantas e seus parasitas e patógenos pode ser
determinada geneticamente. Para cada gene de resistência no
hospedeiro existe um gene correspondente no invasor determinando a
patogenicidade. Essas relações controladas gene a gene podem ser
encontradas em vários sistemas naturais.

Sumário
Parasitas biotroficos são parasitas obrigatórias, por sobreviverem
apenas na planta hospedeira viva. enão são controláveis pela rotação,
porque são dependentes de seus hospedeiros vivos (ferrugens, oídios,
míldios).
Parasitas necrotróficos, são saprofitas que em certas condições
passam a parasitar plantas potencialmente controláveis pela rotacao de
culturas.
A origem dos parasitas fez-se a partir de espécies livres possuidoras
provavelmente de um certo número de características e propriedades
que facilitaram e condicionaram o terem enveredado por essa via
adaptativa.
Parasita é todo o organismo de reduzido tamanho que
permanentemente, ou durante parte mais ou menos considerável do seu
ciclo de vida vive no outro organismo, o hospedeiro (á sua superfície ou
no seu interior), e dele retira alimento, protecção, abrigo ou transporte –
espoliação que não é benéfica para o hospedeiro, podendo causar-lhe
maior ou menor nocividade. Mas em regra não lhe causa morte imediata.
Existem parasitas obrigatórios e parasitas facultativos.
Para que o parasita consiga se alimentar e se multiplicar ele deve
possuir adaptações que o permitem viver á custa do hospedeiro. Os
parasitas conseguem penetrar nos tecidos vegetais atraves de
ferimentos, aberturas naturais, onde invadem e colonizam os tecidos.
Nos animais o mecanismo de penetração pode ser por via directa ou por
via indirecta.
Os fenômenos de competição, as coexistências e tolerâncias, não
deixam de manifestar também significativos aspectos coevolucionais.
1-Diferencie parasitas biotroficos de parasitas necrotroficos’
2- Mencione as formas de controle dos parasitas necrotroficos,
relacionando com as suas características.
3-Porque razão torna-se difícil provar aevolução dos parasitas
Exercícios 4- O que entende por coevolução. Dê um exemplo
Unidade 05

Tema: Epidemologia e estatística médica

Introdução

Caro estudante, seja bem-vindo Epidemologia e estatística médica.

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca da,


doença e dos factores que a condicionam

Ao completar esta unidade você será capaz de:

Classificar, as doenças das plantas


Caracterizar as doenças das plantas
Diagnosticar as doenças das plantas
Conhecer os factores que condicionam a doença.

Objectivos

A doença e os factores que a condicionam

Factores ambientais que causam doenças nas plantas

O ambiente, aqui visto em sentido restrito como o conjunto de factores


climáticos e edáficos que envolve o sistema patógeno-hospedeiro,
exerce papel crucial sobre as doenças das plantas
Doença é um processo dinâmico resultante da interação entre a planta e
o patógeno em intima relação com o meio. Condições particulares do
hospedeiro, do patógeno e do meio regulam esse processo,
determinando as condições e a intensidade com que a doença se
manifestará.

Classificação das doenças


- Baseado na ocorrência: endémicas ou enfitóticas, epidêmicas,
esporádicas, pandémicas

- Doenças endémicas ou enfitóticas: se ocorrer numa determinada


região, porém com baixa intensidade, produzindo pequeno número de
lesões. As causas que determinam a ocorrência de doenças endémicas
são as mais variadas possíveis, mas sempre se relacionam com: a baixa
patogenicidade do agente causal, pequena população ou baixa
suscetibilidade do hospedeiro, ou condições ecológicas desaforáveis ao
patógeno.
A importância das doenças endémicas é apenas potencial, uma vez que
apenas sob condições extremas é que elas podem ocorrer com maior
intensidade e causar prejuízos, quando o equilíbrio entre o patógeno,
planta e ambiente é quebrado a favor do primeiro.
- Doenças epidémicas ou epifitóticas: quando se manifestam com grande
intensidade, afetando um grande número de indivíduos ou mesmo toda a
população de forma a prejudicar o valor económico da cultura atingida.
Uma epidemia pode aparecer repentinamente, afectar
consideravelmente uma população e depois, com a mudança das
condições determinantes, desaparecer completamente.

- Baseado nos órgãos atacados: radiculares, foliares, caulinares, etc.


- Baseado nos sintomas: manchas foliares, murchidão, podridão,
mosaico, etc.
- Baseado no agente causador: doenças infecciosas (bioticas) e
doenças não infecciosas abióticas.

Doenças não infecciosas (abioticas)


- Plantas desenvolvem-se melhor dentro de certos padrões, dos vários
padrões que constituem o seu ambiente. Tais factores ambientais
incluem temperatura humidade, nutrientes do solo, luz, poluentes do solo
e do ar, humidade do ar, estrutura do solo, pH, etc.
- Embora esses factores afectem todas as plantas que crescem na
natureza, sua importância é consideravelmente maior, para as plantas
cultivadas, que são freqüentemente cultivadas, em áreas com deficiência
de requisitos normais para seu crescimento.

Características gerais
- Causada pela deficiência ou excesso de algo que garante a sua vida;
- ocorrem na ausência do patógeno, e não podem, portanto ser
transmitidas de planta doente para sã;
- Afectam as plantas em todo estagio do seu desenvolvimento (semente,
sementeira, fase vegetativa, maturação, etc) e podem causar danos no
campo, no armazém e no mercado;
- Os sintomas causados pelas doenças abióticas, variam no tipo e
severidade, consoante o factor ambiental envolvido, e no grau de desvio
desse factor normal.

Diagnóstico
- Facilmente feito pela presença na planta de sintomas característicos,
de falta/deficiência ou excesso de certos factores:
- De outra maneira o diagnostico pode ser feito, examinado ou analisado
as condições de temperatura dominantes, antes e durante o
aparecimento da doença, praticas culturais ou possíveis acidentes no
curso destas praticas, precedendo o aparecimento da doença.
Os sintomas das demais doenças abióticas são muito semelhantes,
aquelas causadas por vários vírus, micoplasmas e muitos patógenos do
solo (diagnostico complicado).
Passos para um diagnostico preciso:
1. Provar a ausência na planta de qualquer patógeno que possa estar
associado a doença.
2. Reproduzir a doença em plantas sãs, submetendo as plantas as
condições similares aquelas que se pensam serem responsáveis pela
doença.
3. Para distinguir dentre vários factores ambientais que causam os
sintomas similares, deve-se curar a doença, se possível cultivando a
planta em condições, que o grau ou a quantidade, do factor ambiental
envolvido esteja ajustado ao normal.

Controlo
- Assegurar que as plantas não fiquem expostas á condições ambientais
extremas, responsáveis por tais doenças;
- Suplemento a planta com substancias de protecção, que reponham
estas condições, a níveis favoráveis para o crescimento da planta.

Algumas doenças abióticas


- Carências e excessos da luz
- Desequilíbrios hídricos
- Excessos e defeitos térmicos
- Desequilíbrios nutricionais
- Excesso de salinidade
- Danos provocados por pesticidas.

O papel das doenças das plantas


- Danificam as plantas e seus produtos
- Reduzem a quantidade e a qualidade dos produtos agrícolas, trazendo
efeitos sobre a segurança alimentar
- Subida de preços
- Alimentos de baixa qualidade
- causam perdas financeiras, etc.

Algumas doenças abioticas

Tabela 1. Sintomas e funções de deficiência dos principais nutrientes


Deficiência Função do elemento Sintomas
do nutriente
Nitrogênio (N) Presente em muitas Atenuação do verde normal
substâncias celulares das folhas, necroses,
abrotamento das flores e dos
pequenos frutos, apirenes
(sem semente).
Fósforo (P) Presente em DNA, Namismo, folhas-verde-
RNA, fosfolipidos escuras azulada e com o
(membranas), ADP, tempo secam sem
ATP, etc amarelecer.
Potássio (K) Actua como catalisador O desenvolvimento, a
de muitas reacções fotossíntese, o
armazenamento das
substancias de reservam
cessam; maturação irregular
dos frutos. Nas folhas podem
aparecer manchas
amareladas ou entre
nervuras.
Magnésio Constituinte da Clorose entre nervuras, que
(Mg) molécula de clorofila e parte das folhas mais velhas
é activador de algumas e estendem as mais novas
enzimas *a carência aguda pode se
evitar regando as folhas com
soluções à 2% sulfato de
magnésio
Calcio (Ca) Regula permeabilidade Deformação das folhas
das membranas, afecta jovens, que apresentam uma
actividade de muitas margem recortada e
enzimas, encontra-se cloroticas e morte dos apices
associada as dos rebentos
substancias pecticas Tem um efeito antagônico
sobre o ferro
Boro (B) Afecta a translocaçao Escurecimento dos ápices
de açucar e a vegetativos, manchas
utilizaçao de calcio na escuras nos órgãos carnudos,
formaçao da parede amarecilecimento em
celular algumas leguminosas
* a carência pode se corrigir
administrando pequenas
quantidade de boro (2-20
kg/ha)
Zinco (Zn) Constituinte da enzima, Manchas cloroticas,
responsavel pela senescencia e encurtamento
sintese da auxina e dos entre nós e necroses
oxidaçao de açucar descendentes
* a suplementação pode ser
aplicada por via foliar, sob
forma de soluções de zinco
em proporções de 0,5 – 1%
Manganes Constituinte de muitas Clorose e manchas foliares
(Mn) enzimas da respiração necroticas, nanismo e morte
fotossíntese e da planta.
utilização de nitrogênio
Enxofre (S) Constituinte de muitos Sintomas semelhantes aos de
aminoácidos e enzimas deficiência de nitrogênio
Folhas novas tornam-se
verde-claro ou amarelo-claro
Ferro (Fe) É um catalisador de Folhas novas severamente
síntese de clorofila, cloroticas, mas com suas
constituinte de muitas nervuras principais com um
enzimas verde característico.

Tabela 2. Exemplo de sintomas de carência nutricionais no milho


Mudança de cor nas folhas mais baixas Elemento
carente
Amarelecimento do ápice em forma de “V” N
Acinzamento ao longo da margem exterior K
Amarelecimento internerval seguido de coloração Mg
vermelha do ápice
Coloração vermelha e escurecimento do ápice P
Amarelecimento das folhas altas e baixas S
Mudança de cor nas folhas mais altas Elemento
carente
Folhas emergentes que mostram riscas que vão do Zn
amarelo ao branco na parte mais baixa
Folhas novas com clorose internevais ao longo de Fe
toda lamina
Folhas jovens uniformemente amarelo pálidas, Cu
folhas velhas mortas no ápice
Manchas brancas e irregulares entre as nervuras B
Folhas jovens com coloração interneval verde pálido Mn
à amarela

Sumário
Doença é um processo dinâmico resultante da interação entre a planta e
o patógeno em intima relação com o meio.
1.Classifique as doenças quanto a ocorrência. E cite um exemplo para
cada tipo tomando como base o seu País.
2.Porque razão o diagnostico das doenças abióticas considera-se
complicado?
Exercícios 3. Fale do papel das doenças das plantas

As doenças podem ser baseadas na ocorrência: endémicas ou


enfitóticas, epidêmicas, esporádicas, pandémicas

- Baseado nos órgãos atacados: radiculares, foliares, caulinares, etc.


- Baseado nos sintomas: manchas foliares, murchidão, podridão,
mosaico, etc.
- Baseado no agente causador: doenças infecciosas (bioticas) e
doenças não infecciosas abióticas.
As doenças podem ser causadas por factores bióticos e abioticos
Doenças não infecciosas (abioticas) causadas por factores ambientais
que incluem temperatura humidade, nutrientes do solo, luz, poluentes do
solo e do ar, humidade do ar, estrutura do solo, pH, etc.
O diagnóstico pode ser facilmente feito pela presença na planta de
sintomas característicos, de falta/deficiência ou excesso de certos
factores, o que causa doenças nas plantas.
Unidade 06

Tema: Estágios de ciclo de doenças

Introdução
Caro estudante, seja bem-vindo ao estagio do ciclo da doença. Para que a
doença se desenvolva ela passa por ciclos onde se vão desencadear vários
eventos que proporcionarão o aparecimento desta

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca dos


estágios de ciclo de doenças.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

Conhecer os estágios do ciclo da doença.


Descrever os eventos que levam ao desenvolvimento da doença
Interpretar o triângulo da doença, descrevendo os parâmetros para
avaliação da quantidade da doença
Objectivos Conhecer as condiçoes óptimas para o desenvolvimento da doença

Estagios do ciclo da doença

Desenvolvimento da doença
Ciclo da doença
A série de fases ou eventos sucessivos que conduzem á ocorrência da
doença ou fazem parte do seu desenvolvimento, constitui um ciclo no
qual cada uma das diferentes fases apresenta características próprias e
tem função definida. Entretanto há que se ter sempre em mente que
doença é parte integrante do ciclo das relações patógeno-hospedeiro,ao
passo que só acidentalmente , figura como parte do ciclo biológico ou
ciclo vital de fungos patogénicos.

O estudo das relações hospedeiro patógeno constitui a base para a


avaliação e aplicação de medidas de controle. O conhecimento dos
detalhes de cada ciclo em particular indica quais as medidas de controle
mais eficientes e mais económicos a serem aplicadas em cada caso.
O ciclo das relações patógeno-hospedeiros dependendo das condições
pode ser caracterizado em:
 Ciclo Primário: é aquele que tem início a partir de estruturas de
sobrevivência do microrganismo ou a partir da fase saprofítica no
solo. Caracteriza-se por apresentar:
 Pequeno número de plantas infectadas.
 Pequeno número de lesões por planta.
 Baixo índice de infecção.

 Ciclo Secundário: é aquele que sucede o ciclo primário e se


desenvolve a partir do inóculo nele produzido, sem a
interposição de uma fase de repouso ou dormência entre eles.
Este ciclo apresenta:
 Grande número de plantas infectadas.
 Grande número de lesões por planta.
 Alto índice de infecção.

Baseado no número de ciclos que uma determinada doença apresentar


durante uma mesma estação de cultivo, pode ser classificada como
doença monocíclica (ou de ciclo primário) ou doença policíclica (ou de
ciclo secundário).
O ciclo primário difere do secundário por duas outras características
importantes:
1- Devido ao número relativamente reduzido de esporos ou de
outras estruturas do patógeno que actuam como inoculo, no ciclo
primário o núcleo de lesões produzidas, ou plantas afetadas, é
reduzido, traduzindo-se por um baixo índice de doenças, já os
ciclos secundários partindo de fontes de inoculo mais
numerosos dão como consequência um aumento no índice de
doença, isto é aumento do número de lesões de plantas doentes
ou de órgãos afectados
2- O ciclo primário tem por função, praticamente, introduzir o
patógeno na cultura afetada, quando as condições ambientais
começam a se mostrar favoráveis ao desenvolvimento desse
patógeno, ao passo que os ciclos secundários resultam na
disseminação do patógeno na cultura, enquanto as condições
ambientais permanecem favoráveis.

Estágios de desenvolvimento do ciclo da doença e o ciclo da


infecção

Penetração Infecção
Ciclo de infecção Colonização

Inoculação

Reprodução
Disseminação (inoculo
do patógeno
secundário)
Inoculum
primário
Desenvolvimento
de sintomas
Sobrevivência
(Overseasoning)

Triangulo da doença

Hospedeiro Patógeno
Grau de resistência Virulência, quantidade do inoculo,
Idade da planta estado do inoculo (dormente ou
Uniformidade genética Quantidade de activo)
doença

Ambiente
Temperatura, humidade, luz, ph do
solo, nutrientes.

O triângulo da doença é um conceito básico em Fitopatologia. E baseado


no principio de que a doença é resultado duma interacção entre a planta
hospedeira, patógeno potencial e ambiente.

Como é que os três componentes se influenciam?


- O hospedeiro fornece nutrientes ao patógeno
- O hospedeiro também influencia o ambiente (extracção de nutrientes
do solo por exemplo)
- O ambiente influencia o hospedeiro através de factores físicos,
químicos, e abióticos envolvidos no desenvolvimento e metabolismo da
planta.
- O patógeno pode também influenciar o ambiente através de efeitos
como a defoliação, adição de resíduos de planta no solo, mudança
fisiológica da planta, etc.
- O ambiente pode afectar o patógeno da mesma forma como o
hospedeiro, mas pode ser desfavorável ao patógeno e a favor do
hospedeiro e vice-versa.

Se os três componentes do triangulo pudessem ser quantificados, a área


do triangulo representaria a quantidade da doença numa planta ou
população de plantas. Se qualquer um dos três componentes for zero,
não pode haver doença.

Condições óptimas para o desenvolvimento da doença


- Hospedeiro susceptível
- Patógeno virulento
- Ambiente favorável

A mudança de um dos componentes pode alterar o grau de severidade


da doença duma planta individual e/ou dentro de uma população.

Exemplo: a acção do ambiente no processo de desenvolvimento da


Mancha ocular na cana-de-açúcar causada pelo Helminthosporium
sacchari.

A reposta da cana susceptível ao fungo varia com a temperatura: ao


abaixamento da temperatura a planta susceptível torna se resistente.

Sumário
A série de fases ou eventos sucessivos que conduzem á ocorrência da
doença ou fazem parte do seu desenvolvimento, constitui um ciclo no
qual cada uma das diferentes fases apresenta características próprias e
tem função definida. Entretanto há que se ter sempre em mente que
doença é parte integrante do ciclo das relações patógeno-hospedeiro,ao
passo que só acidentalmente , figura como parte do ciclo biológico ou
ciclo vital de fungos patogénicos.
O ciclo das relações patógeno-hospedeiros dependendo das condições
pode ser caracterizado em: Ciclo primário e Ciclo secundário
Baseado no número de ciclos que uma determinada doença apresentar
durante uma mesma estação de cultivo, pode ser classificada como
doença monocíclica (ou de ciclo primário) ou doença policíclica (ou de
ciclo secundário).
O triângulo da doença é um conceito básico em Fitopatologia. E baseado
no principio de que a doença é resultado duma interacção entre a planta
hospedeira, patógeno potencial e ambiente.
As condições óptimas para o desenvolvimento da doença são:
hospedeiro susceptivel, patógeno virulento e ambiente favorável

A mudança de um dos componentes pode alterar o grau de severidade


da doença duma planta individual e/ou dentro de uma população.

1. O que entende por ciclo de doença?


2. Diferencie o ciclo primário do ciclo secundário
3. Fale dos estagios do desenvolvimento do ciclo da doença e do
ciclo da infecção
4. Como é que os componentes do triângulo de doença se
influenciam mutuamente?
5. Quais são as condições óptimas para o desenvolvimento da
Exercícios doença?
.
Unidade 07

Tema : Doenças provocadas por microrganismos

Introdução
Caro estudante, seja bem-vindo ao estudo das doenças causadas por
microorganismos, concretamente fungos , bactérias e vírus, incluindo seus
vectores e métodos de controle.

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca das


doenças causadas por microorganismos

Ao completar esta unidade você será capaz de:

Classificar as doenças fúngicas segundo Mc New


Descrever principais as doenças bacterianas em plantas.
Conhecer as doenças virais em plantas
Conhecer os métodos de controle das doenças causadas por
Objectivos microorganismos nas plantas

Doenças causadas por fungos


Classificação das doenças
A classificação de doenças de plantas pode ser conforme a causa-
parasitária e não parasitária; - Conforme o hospedeiro ( doenças do
feijoeiro, do tomateiro, etc) e conforme o aspecto fisiológico ( processos
vitais da planta)
As doenças infecciosas podem ser agrupadas segundo os processos
fisiológicos afectados no hospedeiro (classificação proposta por
McNew).
Este agrupamento das doenças é uma maneira natural de se agrupar as
doenças e focaliza a doença dando ênfase a natureza fisiológica
afectada. A vantagem é que a doença é encarada como uma interacção
entre o patógeno e o hospedeiro permitindo assim a comparação das
diferentes interacções entre si. Também permite a sistematização das
medidas de controlo para as diferentes interacçõe

Classificação das doenças causadas por fungos com base nos


processos fisiológicos:
Tabela 3: Classificação das doenças causadas por fungos
Grupo Processo fisiológico afectado Doença resultante

I Armazenamento (acúmulo) de Podridões moles e


nutrientes utilizados pelos tecidos podridões de
embrionários (sob forma de sementes
carbohidratos e lípidos)
II Formação de tecidos jovens a partir Damping-off e morte
de utilização de nutrientes de plântulas
armazenados
III Absorção de água e sais minerais a Podridão de raízes
partir de um substrato
IV Transporte de água e sais minerais Murchidões vasculares
absorvidos através do sistema
vascular
V Fotossíntese Manchas foliares,
míldios, oidios,
ferrugens
VI Interferência na utilização de Carvões, galhas
produtos sintetizados pela planta

Fonte: (Galli, 1980)


Podridões de sementes moles em hortaliças e podridões de frutos
(doenças do grupo I)
Destroem as reservas nutritivas da planta interferindo na nutrição de
tecidos embrionários

Características comuns dos organismos que causam doenças do grupo I


- Vivem como saprofitas na matéria orgânica do solo
- Produção de toxinas enzimas que matam células para a sua nutrição
(maceração dos tecidos)
- Parasitas facultativos

Exemplo 1
Podridão das raízes

Em geral é causada pelos fungos Sclerotium rolfsii, Sclerotinia


sclerotiorum (Figura 1) As plantas atacadas apresentam crescimento
reduzido com as folhas superiores amareladas, as quais tornam-se
murchas no horário mais quente do dia. Os patógenos produzem
podridão mole acompanhada da formação de escleródios e profuso
crescimento micelial branco. Os escleródios de Sclerotinia sclerotiorum
são de cor preta, irregulares, com até 1 cm de comprimento, e os de
Sclerotium rolfsii são menores, redondos, assemelhando-se a sementes
de mostarda

As podridões ocorrem no campo quando a umidade do solo é excessiva.


Portanto, é essencial que se cultive a cenoura em solos que não
acumulem muita água, que o plantio em época chuvosa seja feito em
canteiros mais altos, e que a irrigação seja adequada, evitando-se o
excesso de água. O controle químico normalmente não é econômico
para nenhum dos três patógenos.

Após a colheita, ocorrem podridões secas e podridões moles, sendo


essas últimas as mais importantes.

Fig 1: Planta atacada por Sclerotium rolfsii

Podridão- mole ( Botrytis spp)


Sintomas: Sintomas no campo e em plantas novas são raros, mas
podem aparecer pequenas manchas ( fig nº 2).
Pouco antes da colheita observam-se lesões deprimidas nos tecidos da
base do caule que a seguir ficam moles e castanhos. A doença avança
pelos bolbos e as escamas aparecem deprimidas e aquosas. No tecido
atacado aparece um micélio cinzento e esclerotos, inicialmente brancos
que depois se tornam pretos (1-5mm). Inicialmente o tecido afectado dos
0
bolbos fica aquoso (fig n 3) mas seca depois, caso não seguido por um
ataque de bactérias.
A rebentação prematura dos bolbos no armazém é estimulada pela
humidade, que origina o ataque.

0 0
Fig n 2: Sintomas na folha do fungo Botrytis sp, Fig n 3: Podridão Mole
causa: fungo Botrytis sp

Biologia
A doença é transmitida pela semente e por restos da cultura do ano
interior. As plantas são geralmente infectadas através de feridas
provocadas por colheita prematura, por insectos, pela queimadura do sol
ou pelo míldio. A doença é favorecida por humidade relativa elevada e
adubação excessiva com azoto

Meios de protecção
-Queimar os restos da cultura depois da colheita e os bolbos estragados
que saem dos armazéns
- Usar variedades coloridas como Red Creole, que são menos atacadas
do que as variedades brancas como Texas Grano
-Usar semente certificada, isenta do patogéno
- Não fazer adubações com excesso de azoto
- Colher cebola após a ocorrência de um período seco e deixá-la secar
bem.
-Manejar os bolbos cuidadosamente durante e depois da colheita para
evitar feri-los
- Armazenar a cebola em armazéns frescos, com humidade relativa por
volta de 65%.
-“ Curar” artificialmente os bolbos no armazém por meio de ar quente (
300C) dentro de 03 dias depois da colheita
- Combate químico, através de tratamento da semente
Exemplo 3
Podridão das sementes
Podridão –da –espiga

Sintomas
A podridão das espigas pode ser provocada por vários fungos dos quais
se destacam Fusarium spp e Diplodia spp. Os grãos atacados por
Fusarium cobrem-se de um bolor rosado enquanto que os que são
atacados por Diplodia cobrem-se de um bolor branco, cinzento, castanho
ou quase negro, conforme a intensidade do ataque (fig 4). Nas
maçarocas as camisas ficam muito agarradas ao grão

Fig 4: Podridão da espiga provocada por Diplodia

Biologia
Frequentemente a doença aparece depois do ataque da broca, que abre
galerias e assim facilita a entrada dos fungos que causam podridão do
caule e da espiga. Também há infecção sistémica pelas raízes de
semente contaminada ou de restolhos de plantas infectadas que ficaram
no campo. Estas podridões diminuem a qualidade da semente que
apresenta baixo poder germinativo. Algumas espécies de fungos que
infectam a semente produzem micotoxinas perigosas para a saúde das
pessoas e para os animais que comem farinha ou rações feitas com
semente infectada.

Distribuição geográfica: Todo País


Outros hospedeiros: Mapira e Mexoeira

Meios de protecção
- Colher na época própria. Não deixar as espigas no campo, quando
est~ao prontas para colheita
- Em caso de colheita mecânica, ajustar o equipamento por forma a obter
o mínimo de dano no grão e o máximo de limpeza
-Secar o milho até pelo menos 15% de humidade, preferencialmente
dentro de 24 a 48 horas após a colheita
-Armazenar em boas condições de arejamento para evitar o
desenvolvimento dos fungos
-Seleccionar rigorosamente a semente. Usar semente de boa qualidade
para favorecer o estabelecimento de plantas de boa qualidade
- Não usar semente proveniente de uma cultura infectada, mesmo
quando a semente parece sã
- Tratar a semente com um fungicida antes de semear

Exemplo 4
Mapira e Mexoeira- Podridão- da- inflorescência ( Fusarium spp)
Sintomas
Os grãos ficam cobertos de bolor (fig 5)

Fig 5: A podridão-da-inflorescência (Fusarium moniliforme) na mapira

Biologia
Depois da floração o ataque do fungo dá-se em condições de humidade
elevada. A doença aparece nas variedades de ciclo curto nas zonas em
que chove durante o amadurecimento do grão. O fungo produz
micotoxinas que tornam perigoso o consumo do grão infectado.
Distribuição geográfica: A doença aparece nas zonas Centro e Norte do
País

Meios de Protecção
- Usar variedades resistentes
-Utilizar variedades regionais de ciclo longo, que atingem o
amadurecimento durante a época seca
- Combate químico
- Tratar as sementes com fungicida antes da sementeira
Doenças causadas por fungos na plântulas (doenças do grupo II)-
Doenças que causam danos nas plantulas ( Damping off)
Envolvem destruição de partes jovens da planta tais como radícula e
cotiledônea bem como a destruição do tecido tenro na haste da plântula
próxima a superfície do solo. Vários agentes causadores da Damping-off
são: Pythium, Phytophthora, Fusarium e Rhizoctonia solani.
● Saprófitas na matéria orgânica do solo
● Parasitas facultativos
● Produzem enzimas e toxinas
● Doenças causadas por Pythium, e Phytophthora ocorrem em maior
quantidade em condições de humidade elevada.

Damping-off
Vários agentes causadores, mas o Pythium spp é comum
- Principal problema dos viveiros e da fase de estabelecimento das
culturas
- A doença afecta as sementes, plântulas e raízes das plantas
- Sementes semeadas em solos infestados não germinam, tornam-se
moles, castanhas e se desintegram
- Sintomas nas plântulas são facilmente observados á superfície do solo.
Começa com o aparecimento de pontos que parecem estar
encharcados. Evoluindo para necrose da área encharcada, murcha e
morte da plântula
- Humidade elevada favorece o desenvolvimento da doença.
Exemplo
Rizoctónia (cancro) ( Rhizoctonia solani)
Sintomas: O fungo provoca o aparecimento de formações negras e
grumosas sobre a casca dos tubérculos (fig n0 6) e o enegrecimento da
raíz do caule, na parte que fica abaixo do solo
O fungo geralmente ataca os tecidos jovens de órgãos em
desenvolvimento, especialmente os caules pouco diferenciados.
Em condições favoráveis para desenvolvimento do fungo, este provoca
0
necroses nos rebentos recém –formados , antes de emergirem (fig n 7)
0
Fig n 7: Sintomas d
Rhizoctonia solani na batata

0
Fig n 6: Rizoctónia ( Cancro) provocada por
( Rhizoctonia solani) nos brotos da batata

Biologia
0
A temperatura óptima para crescimento do fungo é de 25 C e para a
0
infecção do caule da batata é por volta de 18 C, combinada com uma
humidade relativa de 100%. O fungo sobrevive de um ano para o outro
nos restos da cultura e sobre tubérculos.

Outros hospedeiros: Alface, Algodão, Alho, Amendoim, Café, Cana-de-


açúcar, Cebola, Feijão, Pimento, Soja, Tabaco, e Tomate

Modos de protecção
- Preparar o solo com antecedência de 2 a 3 meses para destruir a
matéria orgânica n`ao decomposta
- Plantar a uma profundidade média de 15cm
- Efectuar as operações de amontoa 20 a 30 dias após a germinação,
quando o caule estiver mais rígido
- Fazer a rotação das culturas durante 3 a 4 anos com cereais
- Combate químico usando uma das alternativas:- dar um banho de
imersão aos tubérculos na calda fungicida, pouco antes da plantação;
- Aplicar um fungicida sobre os tubérculos na altura da plantação, antes
de tapá-los.

Podridão das raízes (doenças do grupo III)


A podridão das raízes interfere com a absorção de nutrientes, sais
minerais, resultando no crescimento raquítico, amarelecimento, murcha
das folhas e morte da planta.
Causada por vários patógenos, ex:
Fusarium solani, F. sp phaseoli (Ascomicete)
Rhizoctonia solani (Basidiomicete)
Pythium spp (Ofomicete)
Penetração por ferimentos naturais, resultantes da emissão de raízes
secundarias, danificação das raízes pelas partículas do solo ou através
do tubo de germinação formado através do zoósporo.
Parasitas facultativos

Podridão das raízes (Doença do grupo 3)


Doenças de difícil controlo
Esterilização do solo
Rotação de culturas
Antibiose e competição (com micro-flora do solo)

Exemplo

Fig n08: Podridão-do-pé do feijão vulgar


Provocada pelo fungo Sclerotium rolfsii

Doenças vasculares e murchidoes (doenças do grupo IV)


A interferência de patógenos no processo de transporte de água e
sais minerais
Os sintomas mais comuns incluem: murcha, flacidez das folhas
superiores, escurecimento das nervuras, o amarelecimento do limbo
foliar.
As doenças vasculares são causadas por fungos (e bactérias) que são
parasitas do xilema. Exemplos:
Verticillium albo-atrum (algodoeiro)
F. oxusporum, F. sp Lycopersi (tomateiro).
Screotium spp
Parasitas facultativos
Toxinas envolvidas na patogenicidade

Controlo de doenças vasculares e murchidões


Controlo da doença no tecido vascular é difícil
Uso de variedades resistentes recomendado

Exemplo
Murchidão das plântulas (Tomate, Beringela, Pimento) (Vários
fungos como Pythium, Rhizoctonia, Sclerotium, Fusarium)
Sintomas
A doença pode manifestar-se antes ou depois da emergência das
plantas.
Antes da emergência o patógeno ataca a radícula e o caulículo, logo no
início da germinação, provocando a morte da planta antes da
emergência.
Nas plantinhas recém germinadas estes fungos provocam dificuldades
no crescimento, em alguns locais as plantinhas nem se desenvolvem ou
crescem muito pouco e morrem. Assim, nos viveiros há muitas falhas e
plantinhas fracas e mal desenvolvidas. As raízes ou a região do colo
tornam-se pretas ou castanhas e em muitos casos apresentam
estrangulamentos (ver fig nº 9 e 10)

Fig nº 9: A murchidão-das- plântulas da Fig nº 10: A murchidão-das-


plântulas no pepino
Couve que pode
ser provocada por vários fungos

Biologia
A maioria dos fungos causadoras desta sintomatologia são habitantes do
solo e assim a disseminação ocorre frequentemente através do
transporte de solo infectado. Todos os fungos mencionados são
polífagos, com numerosas raças fisiológicas, sendo capazes de atacar
muitas culturas. As condições que favorecem a doença são: solo mal
drenado, temperatura elevada, grande densidade de plantas,
sombreamento excessivo, cultivo intensivo no mesmo local e uso de
material orgânico não decomposto.
Outros hospedeiros: Alface, Tomate, Cebola, Alho, Couve, Repolho
Meios de protecção
-Localizar o viveiro em terra virgem numa área elevada
-Fazer a solarização do solo do viveiro isto é: estender uma película de
polietileno ( 20 a 50μm de espessura) em cima da área do viveiro sobre
solo húmido, durante 1 a 2 meses, na época quente para obter a
desinfecção do viveiro
- Queimar uma camada de capim em cima do viveiro antes da
sementeira para fazer a desinfecção superficial do solo
-Preparar o solo com devida antecedência para permitir a decomposição
completa do material orgânico
-Semear em linhas e com espaçamento
- Regar moderadamente com água não contaminada
0
Tratar a semente com água quente ( a 52 C) durante 30 min ( controla
apenas a Rhizoctonia)
- Combate químico: Tratar a semente
-Pulverizar preventivamente o solo, logo depois da sementeira
- Pulverizar as plantinhas e o solo logo que se manifeste o ataque

Doenças que interferem no processo da fotossinte (doenças do


grupo V)
Afectam principalmente folhas, mas outras partes da planta podem ser
afectadas (caules, ramos, flores, inflorescências e frutos).
Devido á variação no tipo de parasitismo e nos sintomas, estas doenças
podem ser subdivididas em 4 grupos:
- Manchas foliares e crestamento
- Míldios
- Oídios
- Ferrugens
Medidas de controlo
- Protecção química da parte aérea da planta
- Uso de variedades resistentes
- Criação de condições desfavoráveis ao patógeno

Míldios (oomicete)
Causados por fungos pertencentes a família Peronosparaceae
(oomicetes dos generos):
Peronosclerospora, Phytophthora, Plasmopora.
Estrutura do fungo constituído por fungo cenocítico
Esporângios e esporangiosforos facilmente observadas em condições
favoráveis (humidade).
Patógenos com especificidade no seu parasitismo por determinadas
plantas
Presença de haustórios

Exemplo
Milho: Míldio (Peronosclerospora sorghi)
Sintomas: Os primeiros sintomas aparecem cerca de duas semanas
depois da sementeira. As folhas das plantas atacadas são mais estreitas
(fig 11), cloróticas, com estrias brancas. A área clorótica começa sempre
na axila da folha e avança em estrias desiguais até um ponto bem
marcado (fig 12). Nas folhas mais novas a área clorótica é sempre do
que nas primeiras folhas. Sobre as folhas observa-se por um “pó
branco”. Nas plantas do milho atacado a bandeira não chega a sair do
invólucro das folhas ou apresenta-se distorcida. As plantas atacadas
quando jovens morrem antes de ter formado maçarocas

Fig 11: Sintomas do míldio Fig 12 : Sintomas do míldio (


Peronosclerospora (Peronosclerospora sorghi) no milho
sorghi) no milho

Fig 13 Folha do milho atacada por ( Peronosclerospora sorghi)

Distribuição geográfica: Zona sul, não tendo importância no Norte.


Biologia
A doença é provocada por um fungo que sobrevive no solo no restolho
do milho atacado no ano anterior. O fungo penetra pela raiz, mas só se
desenvolve com temperaturas elevadas no solo. Esta doença é
frequente nas culturas do milho de regadio, nos solos pesados do sul do
País, e em zonas baixas e húmidas

Outros hospedeiros: Plantas cultivadas de Sorgo ( mapira e mexoeira)


ou expontâneas
Meios de protecção
- Semear cedo preferencialmente antes do mês de Novembro, ou, em
regadio em Maio- Junho
-Fazer a rotação de culturas não utilizando na rotação as culturas mapira
ou mexoeira
- Destruir as ervas daninhas junto aos campos de cultura para eliminar
outras plantas hospedeiras
-Depois da cultura do milho fazer uma lavoura funda para enterrar os
restos da cultura eliminando assim os esporos do fungo
- Utilizar variedades resistentes
- Fazer o tratamento da semente com fungicidas sistémicos (caso se
justifique)

Míldio (Queimado-do-frio) (Phytophthora infestans)


Queimado da batata e do tomate
Causado pela Phytophthora infestans. Doença comum em quase todas
as regiões produtoras de batata do mundo. Tubérculos infectados ou
resíduos da vegetação produzem infecção primaria das folhas basais. A
disseminação da doença dá-se por meio da água ou do vento.
Condições ideias: presença de chuva, orvalho ou elevada humidade
relativa, temperatura não superior a 25ºC.
- Sintomas primários, manchas oleosas, geralmente nas margens das
folhas. Se as condições forem favoráveis, as manchas alargam
rapidamente e forma áreas castanhas com margens indefinidas. As
folhas murcham e morrem

Exemplo
Batata Reno ( Solanum tuberosum)
Doença: Míldio ( Queimado-do-frio) (Phytophthora infestans)
Sintomas
Nas folhas o fungo provoca manchas necróticas relativamente grandes,
de cor pardo-escura, principalmente nas margens das folhas (fig 15). Na
página inferior das folhas o fungo forma massas de micélio e esporos
(míldio) de cor cinzenta ou esbranquiçada. No caule e nos pecíolos as
lesões são semelhantes tingindo 3 a 10 cm de comprimento.
Nos tubérculos atacados observam-se manchas deprimidas, de cor de
rosa ou violáceo escura. Os tubérculos com ataque de míldio tem baixo
poder de conservação
O tamanho das manchas do míldio variam muito com a idade e
variedade da planta e com as condições ambientais, podendo atingir
alguns centímetros de diâmetro.

Biologia
Phytophthora é um género de protistas que engloba algumas espécies
particularmente nocivas para a agricultura e silvicultura, responsáveis por
várias doenças em plantas, vulgarmente associadas ao termo
"podridão". O termo em latim refere-se, aliás, a esta característica ao
aliar o termo grego phyton (planta) com phthora (destruição). Por vezes,
tudo ao que parece, por engano, é frequente encontrar a designação
Phytophora e Phytosphora. Em alguns sistemas de classificação,
pertence à divisão (ou reino) Eumycota e à subdivisão Mastigomycotina
- sendo considerado, nesse caso, como um fungo. De facto, este género
de protistas são semelhantes a fungos, e ataca as plantas de modo
semelhante às dos patogéneos fúngicos, pelo que são, por isso,
frequentemente considerados como fungos (ou pertencente a um reino à
parte: Eumycota). Atacam especialmente as plantas dicotiledóneas.

Phytophthora pode reproduzir-se sexuada ou assexuadamente. Os


zoosporos assexuados são capazes de viver como saprótrofos (ou
decompositores), pelo que podem subsistir no solo longo tempo após a
morte e remoção das plantas hospedeiras.

Existem várias espécies, incluindo:


* Phytophthora cactorum (podridão-do-colo)
* Phytophthora cinnamomi (- que afecta uma grande variedade de
espécies arbóreas, desde árvores da Oceania até aos castanheiros
europeus (com a chamada doença-da-tinta);
* Phytophthora erythroseptica (Podridão-rosada);
* Phytophthora infestans (requeima-do-tomateiro ou míldio-da-
batateira);
* Phytophthora lateralis - doença que provoca a morte dos Cedros-do-
oregon;
* Phytophthora ramorum (fungo da morte súbita dos carvalhos).
* Phytophthora sojae (Podridão da raiz da soja) - causa de grandes
perdas em colheitas de soja.

As doenças provocadas por este género de planta são difíceis de


controlar quimicamente, de modo que é frequente o uso de variedades
cultivares resistentes aos patogéneos.
O míldio aparece com tempo frio e oscilações bruscas de temperatura,
associadas a humidade atmosférica elevada.
A temperatura óptima para o desenvolvimento do fungo é de cerca de
0 0
21 C, para a produção de esporângios 18 a 21 C e para a disseminação
240C em meio saturado de humidade.
A disseminação do patógeno é feita por esporos provenientes de
tubérculos infectados de restos de cultura.
A disseminação dos esporos na cultura é feita pelo vento e pela chuva.
Há muitas raças fisiológicas do fungo, o que dificulta a utilização de
variedades resistentes.

Outros hospedeiros: Tomate, beringela

Fig nº 14: Follha infectada por Phytophthora infestans Fig nº 15:


Batata infectada
por Phytophthora
infestans

Meios de Protecção
- Evitar a utilização de campos com má drenagem ou zonas do campo
que sofram de excesso de água
- Utilizar batata-semente sã
- Arrancar, destruir as primeiras plantas atacadas por míldio, evitando
assim que sirvam de foco de infecção. Reduzir as regas.
- Evitar sempre que possível a rega por aspersão.
-Utilizar compassos largos entre plantas para facilitar o arejamento da
cultura
- Amontoar a batata para evitar que os tubérculos possam ser
contaminados pelo fungo
- Destruir afolhagem, desde que 75% da folhagem esteja afectada pela
doença, para evitar o risco de contaminação dos tubérculos
- Colher batata somente 10 1 15 dias após a rama estar morta apenas
quando aterra estiver seca
- Após o arranque, deixar a batata no campo apenas o tempo suficiente
para ela secar
- Queimar toda a rama da batateira e outros detritos logo após o
arrqnque dos tubérculos para o fungo não ter condições de
sobrevivência
-Fazer a rotação de culturas durante 3 a 4 anos não utilizando culturas
susceptíveis ao míldio
-Combate químico: para o míldio só devem fazer-se tratamentos
preventivos

Oídio da roseira (Spaherotheca pannosa)


Oídio do cajueiro (Oidium anarcardii)

Medidas de controlo
Variedades resistentes e fungicidas
Oidios (Míldios pulverulentos)
Causados por fungos pertencentes a ordem Eryphales
Parasitas obrigatórios. Patógenos se caracterizam por uma massa
branca constituída de micélio, conidiosforos, e conídios hialinis com
aspecto pulverulento.
Haustórios. Patógenos com especificidade marcante pela planta
hospedeira, chegando a formar-se raças fisiológicas que diferem entre si
quanto a capacidade de atacar determinadas variedades de uma mesma
espécie.

Exemplo
Oidium anacardii em cajueiro (Anacardium occidentale L.)
O cajueiro, Anacardium occidentale (Anacardiaceae), é uma cultura de
importância econômica, estimulada pela exportação do produto
industrializado e pelo consumo interno.
Do pseudofruto (pedúnculo hipertrofiado) são fabricados vários produtos,
tais como sucos, néctar de caju, caju em calda, caju cristalizado, geléia,
doce em massa, licor, aguardente, vinagre e vinho. Do fruto (castanha),
alem da amêndoa, destinada grande parte à exportação, é também
extraído o LCC (líquido da castanha de caju) utilizado na indústria
química para obtenção de resinas, fabricação de tintas, vernizes,
esmaltes, lonas de freio para veículos, etc.
O fungo Oidium anacardii associado à espécie hospedeira Anacardium
occidentale L. (Anacardiaceae) [cajueiro] e também como hospedeira foi
relatado em Anacardium sp. L. (Anacardiaceae), Mangifera indica L.
(Anacardiaceae) [manga] (Cenargen, 2010).

Hospedeiro/cultura: cajueiro (Anacardium occidentale L.)


Família Botânica: Anacardiaceae
Doença: Oídio
Agente Causal (Anamorfo): Oidium anacardii (F. Noack, 1898)

Taxonomia: Pertence ao Reino Fungi, Divisão Classe, Ordem insertae


sedis, grupo Fungos Mitospóricos, subgrupo Hifomicetos, gênero Oidium
sp., espécie O. anacardii.

Sintomatologia.
Os sinais são caracterizados por um delicado crescimento branco-
acinzentado, na superfície das folhas e inflorescência, constituído por
micélio , conidióforos e conídios do patógeno. O fungo emite haustórios
para o interior das células epidérmicas, de onde absorvem os nutrientes .
Em decorrência disto, o tecido afetado exibe pontos neuróticos, escuros,
mais pronunciados na face inferior da folha. Com a evolução dos
sintomas, pode ocorrer a queda prematura de folhas e flores. O
patógeno pode penetrar no tecido da planta em qualquer fase de seu
desenvolvimento .

Etiologia.
O agente causal é o fungo Oidium anacardii. Seus conídios hialinos (Fig.
1C) são produzidos em conidióforos curtos, em cadeias eretas, formando
um ângulo reto (Fig. D) com a superfície do hospedeiro. Na fase perfeita
ou teleomórfica, Erysiphe polygoni, forma cleistotécios escuros, dotados
de apêndices, sobre o micélio superficial, contendo vários ascos e,
dentro destes, ascósporos hialinos e unicelulares (Kimati et al., 2005).

O patógeno pode ser facilmente disseminado pelo vento e pelos insetos.


Como o crescimento é superficial, chuvas pesadas removem o micélio
do limbo foliar ou de qualquer outro órgão afetado. As condições que
favorecem a doença são alta umidade relativa, sem ocorrência de chuva,
e temperatura em torno de 28°C (Kimati et al., 2005).

Epidemiologia.
Nos paises africanos é mais comum o fungo infectar órgãos jovens,
provocando quase sempre efeitos devastadores na produção. Após o
período chuvoso o patógeno atinge seu pico populacional na África,
geralmente de junho a setembro, afetando folhas, brotações,
inflorescências e maturis (o conjunto pseudofruto + castanha jovem).
Mudas e plantas jovens mostram-se extremamente suscetíveis (Stadnik
et al. 2001).

Controle.
O controle do oídio do cajueiro pode ser feito com aplicações de
benzimidazóis espaçadas de 15 dias. Duas aplicações são eficientes
para eliminar o patógeno da superfície do órgão afetado, desde que a
pulverização tenha atingido toda a copa da planta. Fungicidas a base de
enxofre também são eficientes no controle da doença, tendo-se o
cuidado de não aplicar o produto nas horas quentes do dia devido a
problema de fitotoxidez.

Na África, ao contrario, durante os picos populacionais do fungo,


medidas de controle mostram-se indispensáveis. Caso não sejam
adotadas, a infecção pode comprometer seriamente a produção,
reduzindo-a quase completamente. Na Tanzânia, por exemplo, a
produção pode ser aumentada de 2 a 3 vezes quando da utilização
quinzenal de enxofre molhável na proporção de 200 kg ha-1. As
dificuldades econômicas para a compra do fungicida, a necessidade de
grandes quantidades de água para aplicação e a possibilidade de
acidificação do solo tem restringido o controle do O. anacardii na África.
De acordo com o Agrofit não encontra nenhum produto registrado para o
controle de Oidium anacardii .
Fig 16 Oidium anacardii em folhas de cajueiro ( Anacardium occidentale)
crescimento banco acinzentado

Manchas foliares
Para além das folhas atacam também outros órgãos da planta, tais como
flores, inflorescência, ramos, frutos. Exemplos dos fungos patogênicos:
Helminthosporium sp (imperfeito), Alternância sp (imperfeito),
Cercospora sp (imperfeito), Phytophthora infestans (oomicete).

Exemplo
Mancha castanha ( Drechslera oryzae = Helminthosporium oryzae)

Sintomas
O ataque da doença é caracterizado pelo aparecimento de manchas
castanho-escuras de cerca de 0,5-1cm nas folhas, caules e grãos.
Inicialmente essas lesões são pequenos pontos de forma oval, visíveis
sobre ambas às páginas. Quando desenvolvidas as manchas ficam
maiores (ovais), castanhas e o seu centro torna-se mais claro ou
cinzento.
Frequentemente as manchas juntam-se e toda a superfície seca.
Os sintomas do ataque nos grãos caracterizam-se por lesões escuras na
sua superfície.
Em condições favoráveis as manchas cobrem totalmente os grãos e as
sementes ficam enrugadas e descoradas. Estas sementes não
germinam ou as plantas jovens morrem.
Fig nº 17: Nome Popular: Mancha-parda, Mancha-marrom, Mancha-foliar
* Nome Científico: Bipolaris sp., Cochliobolus miyabeanus
* Sinonímia: Drechslera sp., Helminthosporium sp.
* Classe: Dothideomycetes
* Filo: Ascomycota
* Reino: Fungi
* Partes Afetadas: Caule, folhas e frutos.
* Sintomas: Manchas marrom-escuras, circulares ou arredondas em
folhas, caules e grãos. Na região externa às manchas, caracteriza-se um
halo amarelo-claro.

Biologia
A doença tem origem na semente. O fungo pode permanecer nas partes
das plantas atacadas, sobreviver no restolho ou nas gramíneas
espontâneas.
O desenvolvimento desta doença está relacionado com deficiências
nutricionais, nomeadamente de potássio e microelementos.
Distribuição geográfica: Todo o País

Meios de protecção
- Escolher sementes provenientes de culturas isentas da doença
- Adubação: duas a três aplicações durante o ciclo
- Fazer uma lavoura profunda
-Para a produção de semente, tratar a semente com um fungicida

Exemplo
MANCHA DE PHAEOSPHAERIA- Milho
A mancha foliar do milho causada pelo fungo Phaeosphaeria
maydis, também denominada de mancha branca ou pinta branca,

Sintomatologia
As lesões são em geral arredondadas, com 0,3 até 2,0 cm,
inicialmente de cor verde, com aspecto encharcado, que vão
rapidamente se tornando esbranquiçadas. Estas apresentam bordos
irregulares e bem definidos, que podem tornar-se marrom escuros.
Mancha de Phaeosphaeria ou pinta branca (Phaeosphaeria
maydis).

Controle
Recomenda-se o uso de cultivares resistentes. Deve-se evitar o
plantio de cultivares com maior suscetibilidade em épocas ou locais que
sejam muito húmidos ou chuvosos, principalmente durante o período
vegetativo/florescimento da cultura. A rotação de culturas e a destruição
dos restos culturais ajudam a complementar o manejo da doença.
Devem ser feitas também adubações equilibradas entre nitrogênio,
fósforo e potássio, pois o nitrogênio em excesso favorece a doença.

Fig 18: Mancha de Phaesphaeria ou pinta branca (Phaesphaeria maydis)

Ferrugens
Grupo das mais destrutivas doenças. Importantes doenças nas culturas
do grão (especialmente trigo, cevada) leguminosas, macieira, pinheiro e
cafezeiro. Atacam principalmente as folhas e caules. A ferrugem é
caracterizada por lesões com aspecto de ferrugem alaranjadas,
amareladas ou brancas que rompem a epiderme. Causadas por fungos
da classe basidiomicetes, ordem Uredinales
Produzem seus esporos sexuais (basidiosporos) em estruturas com
forma de raquet (basídios)
Parasitas obrigatórios (sem fase saprofitica fora do hospedeiro).
Patógenos colonizam o tecido da planta susceptível mediante a
produção de micélio intercelular do qual são emitidas hifas modificadas –
os haustórios. Alta especificidade em relação ao hospedeiro, existência
de raças fisiológicas que variam quanto a patogenicidade em diferentes
variedades da mesma espécie.
Ferrugens morfologicamente idênticas, mas que atacam hospedeiros
pertencentes a gêneros diferentes denominados formae specialis
Exemplo: Puccinia graminis F. sp tritici (trigo)
Pucinia graminis F.sp hordei (cevada)
Produção das ferrugens: a maioria das ferrugens produz cinco tipos de
corpos de frutificação e diferentes tipos de esporos que ocorrem numa
seqüência definida

Vários tipos de esporos: Picniosporos, Aeciosporos, Uredosporos,


Teliosporos, Basidiósporos.
Todas as formas produzem teliosporos e basidiósporos

Ferrugens
♣ Microciclicos ou ciclo curto, produzem teliosporos e basidiósporos
♣ Macrociclicos, com ciclo longo, produzem teliosporos, basidiósporos,
espermácia, aeciosporos, uredeosporos
ferrugens macrociclicas
♠ Autoico = completa o seu ciclo num único hospedeiro
♠ Heteroico = requerem dois hospedeiros diferentes para completarem o
seu ciclo de vida
formas de disseminação das ferrugens: vento, chuva, insectos e animais

Controlo das ferrugens


Variedades resistentes
Eliminação de hospedeiro intermediário (se aplicavel)
Rotaçao de culturas
Controlo químico (fungicida sistêmico)

Exemplo
Nome Popular: Ferrugem, ferrugem-da-folha, ferrugem-do-colmo,
ferrugem-amarela, ferrugem branca, ferrugem asiática, ferrugem polisora
* Nome Científico: Hemileia vastatrix, Puccinia horiana, Phakopsora
pachyrhizi, Physopella zea, Puccinia coronata, Puccinia cymbopogonis,
Puccinia graminis, Puccinia melanocephala, Puccinea polysora,Puccinia
recondita, Puccinia sorghi, Sphenospora kevorkianii, Tranzschelia
discolor, Uredo behnickiana
* Classe: Urediniomycetes
* Filo: Basidiomycota
* Reino: Fungi
* Partes Afetadas: Folhas, caules, flores e colmos.

Sintomas
Lesões de coloração amarela a vermelha e em alguns casos branca, de
formato arredondado a oblongo. Presença de esporos pulverulentos
semelhantes à ferrugem.

Muitas espécies de plantas são atacadas pela doença mais conhecida


como ferrugem, mas embora o nome seja o mesmo, muitas vezes o
agente causador da ferrugem não é o mesmo em se tratando de plantas
distintas. Por exemplo, a ferrugem branca do crisântemo é causada pelo
fungo Puccinia horiana e a ferrugem das orquídeas pelo Sphenospora
kevorkianii. Entre as grandes culturas alimentícias destaca-se a
ferrugem-do-colmo do trigo, causada por Puccinia graminis, e a ferrugem
asiática da soja, causada por Phakopsora pachyrhizi, entretanto existem
outras espécies de fungos que causam ferrugens em café, roseira, milho,
capim-limão, pessegueiro, goiabeira, macieira , entre tantos outros.

As ferrugens são assim denominadas devido à lesão com massa de


esporos pulverulenta de coloração amarela a avermelhada. Os esporos
são estruturas de dispersão dos fungos, semelhantes às sementes das
plantas. Seu tamanho é diminuto e cada lesão pode conter milhões de
esporos sendo que, para haver nova infecção, basta que um único
esporo germine em condições ideais de temperatura e umidade. No
entanto a viabilidade germinativa dos esporos é restrita e nem todos os
produzidos acabam por gerar novas infecções. O principal mecanismo
de dispersão dos esporos é o vento, que pode carregá-los por milhares
de quilômetros.

As ferrugens geralmente se beneficiam de climas amenos, com


temperaturas moderadas e alta precipitação. Observa-se maiores
incidências em anos chuvosos e propensos a formação de orvalho sobre
as folhas. Estes fatores se relacionam com a necessidade de haver
molhamento das folhas para que o esporo germine. Por isso, irrigação
mal manejada pode favorecer aparecimento de ferrugem, o ideal é irrigar
o solo ou substrato e evitar molhar em demasia as folhas, principalmente
se há histórico da doença no local.

Os danos causados às plantas são irreparáveis partindo do ponto de que


os tecidos vegetais afetados não têm capacidade regenerativa. Em
ornamentais o ideal é destruir as plantas atacadas para evitar que outras
plantas sejam afetadas. Em grandes culturas, o uso de fungicidas pode
minimizar o impacto negativo sobre a produção que é o objetivo dos
cultivos. Infelizmente, não existem produtos fungicidas curativos, apenas
preventivos, por isso as doenças são um sério problema.

(Existe uma receita de fungicida caseiro fácil de preparar e muito


utilizada na agricultura, trata-se da Calda Bordalesa¹. Consiste na
mistura de sulfato de cobre, cal hidratada ou cal virgem e água. Esta
calda tem eficácia comprovada sobre muitas espécies de fungos e
bactérias em muitas plantas, sejam ornamentais, frutíferas, produtoras
de grãos ou hortaliças).

As aplicações devem ser feitas preventivamente, como a Calda


Bordalesa age por contato, após alguns dias ou após uma chuva de
média intensidade, deve ser feita nova aplicação. Não aplicar
diretamente sobre todas as plantas, deve-se testar em poucas folhas e
averiguar se não há toxidez, pode diluir ou concentrar a calda caso
necessário.

Vale ressaltar que a sanidade das plantas deve sempre ser averiguada
no momento da compra, muitas doenças são transmitidas via substrato
contaminado ou plantas doentes. Portanto, muito cuidado na hora de
comprar, certamente este é o melhor método de prevenção não só da
ferrugem, mas de outras doenças.

Fig 19: Puccinia graminis Sp tritici Fig 20: Puccinia graminis


Ferrugem negra
Fig 21: A mancha castanha (Puccinia recôndita f.sp tritici) do trigo

Doenças que interferem na utilização dos produtos sintetizados


pela planta (doença do grupo VI)

Carvões
Carvões: - os carvões são causados Basidiomicretes da ordem
Ustilaginales. A maioria dos fungos de carvão produz dois tipos de
esporos: - teliosporos (não infectam, produzem basiosporos). Os fungos
atacam os vários órgãos da cultura de grãos, provocando modificações
no desenvolvimento das plantas, em particular nos órgãos florais.

Exemplos:
Carvão do milho causado por Ustilago maydis
Os grãos são substituídos por galhas, no interior dos quais se encontram
os teliosporos do fungo.
A denominação carvão provém da presença da massa negra
pulverulenta (teliosporo do fungo).

Exemplo
Doença: O carvão-do-milho Ustilago maydis
O carvão-do-milho ou morrão-do-milho, é uma doença do milho causada
por um fungo parasita, Ustilago maydis, este fungo tem uma distribuição
cosmopolita, existindo onde quer que seja cultivado milho, preferindo
zonas de clima quente e moderadamente seco. O nome genérico deriva
do latim ustilare (queimar), e refere-se à aparência da planta quando as
galhas produzidas pelo fungo, semelhantes a tumores, se rompem e
espalham sobre aquela os esporos negro-azulados.
Fig nº 23: Carvão do
carvão-do-milho
Ustilago maydis (Bref.)
Vanky)

Fig nº 22: Espiga de milho infectada com milho


(Moesziomyces penicillariae)

O carvão-do-milho é um fungo parasita altamente especializado que


ataca apenas o milho não apresentando qualquer perigo para outras
culturas agrícolas, ocorrendo em todas as regiões onde o milho é
cultivado. Em anos com condições climáticas apropriadas (mudança
rápida de verão seco para condições de elevada disponibilidade de
água), as perdas sofridas em termos de colheita são mais importantes,
devido a ocorrer um maior número de infecções nas espigas.

O carvão-do-milho pode atacar todas as partes aéreas da planta do


milho. É facilmente reconhecível macroscopicamente nas plantas
afetadas pelas excrescências com aspecto de tumores e galhas que em
casos extremos podem ter o tamanho da cabeça de uma criança. Nas
partes hipertrofiadas da planta o micélio desenvolve-se com especial
vigor, formando-se grandes quantidades de teliósporos que quando
libertados dão à planta um aspeto queimado. A infecção das espigas é
particularmente séria em termos económicos, pois é esta a parte mais
útil da planta do milho.

A infecção da planta ocorre apenas nos tecidos ainda suscetíveis de


divisão, e, portanto em crescimento, sobretudo após a planta atingir uma
altura de 40 cm. O fungo não infecta apenas a espiga, podendo, portanto
infectar também outras partes da planta e a infecção pode causar a
morte das plantas afetadas. A infestação reduzida das plantas parece
não ter impacto na saúde do gado com elas alimentado, porém parece
haver um aumento na ocorrência de abortos com o aumento da
quantidade de esporos na alimentação animal.

O ataque directo ao fungo (com agentes químicos, por exemplo) é


dificilmente possível. Como medida preventiva às sementes do milho são
revestidas, para evitar a infestação por certos insetos que podem causar
ferimentos nas plantas que servem como porta de entrada para o fungo.

Os esporos de Ustilago maydis poderão provocar alergias. O


envenenamento com o carvão-do-milho pode ocorrer em humanos e
animais e é chamado ustilaginismo. Crê-se que a causa destes
envenenamentos sejam alcaloides semelhantes à ergotamina, como os
encontrados na cravagem-do-centeio.
(Indígenas americanos, incluindo os zuni, usavam o carvão-do-milho
para induzir o parto. Tem efeitos semelhantes à cravagem-do-centeio,
mas mais ligeiros,devido à presença do alcaloide ustilagina)

Não foi possível verificar quaisquer efeitos adversos provenientes da


alimentação de animais com forragem infectada com Ustilago maydis.
No entanto, as plantas afectadas por este fungo mostram
frequentemente sinais de infestação por bolores, os quais podem
produzir micotoxinas, pelo que os efeitos relatados podem ser devidos às
micotoxinas produzidas por estes bolores e não à infestação com
Ustilago maydis. Assim, a alimentação animal não deve incluir uma
proporção muito grande de material infestado com Ustilago maydis (no
caso de gado jovem ou em engorda, não mais de 30% do peso seco da
ração total).
Os carvões e ferrugens produzem esporos semelhantes, mas existem
algumas diferenças:
Tabela 4: Diferenças entre esporos de carvões e ferrugens
Tipos de esporos Uredinales Ustilaginales (carvões)
(ferrugens)
Teliosporos Produzem em Produzidos
pústulas intercalararmente no
micélio dicariotico
Basidiósporos Produzidos em Não produzidos em
esterigmas esterigmas
Basidiósporo Germina produzindo Pode multiplicar-se por
micélio primário brotamento, produzindo
esporidios ou micélio
primário.

Doenças causadas por Bactérias


Características dos principais gêneros de bactérias fitopatogenicas
As bactérias fitopatogenicas possuem forma cilíndrica ou bastonetes e
não formam esporos (endosoporos). As cápsulas e as substancias
mucilaginosas oferecem resistência face a acção de factores adversos.
Os principais gêneros fitopatogenicos são:
Xanthomonas, Erwinia, Agrobacterium, Pseudomonas, Corynebacterium
Podem ser cultivados em meios artificiais. Bactérias fitopatogenicas têm
um crescimento mais lento que as saprofiticas. Organismos
heterotróficos, se desenvolvem somente na presença de materiais
orgânicos. As bactérias fitopatogenicas são aeróbicas e muito poucas
são aeróbicas facultativas.

Sintomas causadas pelas bactérias


Manchas foliares; Queimaduras; Podridões moles em frutos e órgãos de
reserva; Murchidões
Hipertrofias, proliferação de órgãos; Cancros.

Controlo das bacterioses


São geralmente muito difíceis de controlar
Controlo integrado é o mais eficaz
Uso de sementes e transplantes saudáveis
Aplicar medidas sanitárias (remover e queimar os rostolhos vegetais)
Variedades resistentes
Principais bacterioses
Nas podridões moles as bactérias destroem as reservas de nutrientes da
planta. Os órgãos vegetais atacados pelas bactérias são ricos em amido,
celulose, pectiba e outros componentes
Os patógenos causam podridões através da acção de enzimas e toxinas
produzidas por elas próprias. As bactérias penetram no hospedeiro
através de ferimentos, produzem a maceração dos tecidos por
intermédio das enzimas/toxinas e induzem o desenvolvimento da
podridão mole.

Podridão negra das crucíferas


Causada pela X. Campestris pv campestris. Doença de ocorrência geral,
afecta a todos os membros da família das crucíferas. Os primeiros
sintomas da doença aparecem nas folhas sob a forma de manchas
cloroticas largas em “V”. A clorose progride em direcção a nervura
central da folha, e as nervuras laterais vão se tornando escuras. A área
afectada torna-se necrótica e seca. O escurecimento das nervuras
avança sistemicamente das áreas afectadas para o caule, restantes
folhas e raízes. As folhas infectadas caem prematuramente umas atrás
da outra. Um cone transversal nos caules e pecíolos das folhas
infectadas revela uma coloração acastanhada nos tecidos vasculares

Medidas especificas de controlo da podridão negra das crucíferas


Uso de semente tratada com água quente a 50ºC durante 30 minutos
Variedades resistentes
Rotação de culturas
Pulverização com fungicidas cupricos

Exemplo
Doença: Podridão –Preta ( Xanthomonas campestris)

Sintomas
Amarelecimento da folha, começando a partir das margens, em forma de
“V” com o vértice voltado para o centro da folha. As nervuras na área
clorótica tornam-se pretas. Nas folhas, danificadas por insectos, estas
manchas cloróticas também podem aparecer no meio das folhas. No
caule das plantas doentes, em corte transversal, nota-se toda a volta um
anel preto, logo abaixo da casca.
A cabeça do repolho também pode ficar parcialmente descolorida
Fig nº 24: Sintoma da podridão-preta Fig nº 25: Repolho infectado
pela (Xanthomonas campestris) na couve Podridão- preta ( X.
campestris)

Biologia
A bactéria sobrevive nos restos da cultura, em crucíferas perenes (como
as couves de mil folhas) e nas sementes. A disseminação dentro do
campo faz-se através da água de rega ou de chuva, dos instrumentos
agrícolas e das plantas que vêm dos viveiros. Nas folhas as feridas de
qualquer natureza, facilitam a penetração da bactéria. Em condições
óptimas os sintomas são visíveis 04 dias após a penetração da bactéria.
As condições que favorecem a doença são bastante amplas, sendo a
0
temperatura óptima de cerca de 28 C

Outros hospedeiros: Outras crucíferas cultivadas ou espontâneas

Meios de protecção
- Fazer rotação de culturas durante cerca de dois anos
- Evitar fazer a cultura nos períodos quentes e húmidos
- Fazer os viveiros em solos não contaminados (sem resíduos não
decompostos), longe de outras crucíferas
- -Usar variedades menos susceptíveis (Ex Glória F1 Hybrid)
- Tratar semente com água quente durante 30 minutos
- Usar semente certificada, isenta do patógeno

Podridão mole dos vegetais


Provocada pela E.caratovora na batata P.fluorescens na alface. Doença
comum em todo mundo. Causam elevadas perdas, reduzem a
quantidade e qualidade dos produtos e aumentam os custos devidos as
medidas de controlo que devem ser adoptados para a redução de danos.

Exemplo

Doença: Podridão das raízes (Erwinia carotovora)


Causada pela bactéria Erwinia carotovora (Fig nº 32). As plantas
atacadas apresentam crescimento reduzido com as folhas superiores
amareladas, as quais tornam-se murchas no horário mais quente do dia.
A bactéria Erwinia carotovora produz uma podridão mole em pequenas
áreas das raízes, que se expandem sob condições de altas temperaturas
e humidade. As podridões ocorrem no campo quando a humidade do
solo é excessiva. Portanto, é essencial que se cultive a cenoura em
solos que não acumulem muita água, que o plantio em época chuvosa
seja feito em canteiros mais altos, e que a irrigação seja adequada,
evitando-se o excesso de água. O controle químico normalmente não é
econômico. Após a colheita, ocorrem podridões secas e podridões
moles, sendo essas últimas as mais importantes. O principal agente das
podridões é a bactéria Erwinia carotovora, que causa grandes perdas
quando as raízes são colhidas em solos molhados e/ou após a lavadas,
as raízes não são adequadamente secas antes de serem embaladas
(encaixotadas).

Fig nº 26: Raiz atacada por bactéria Erwinia caratovora

Descrição dos sintomas


Sintomas começam por pequenas manchas com aspecto humedecido
que alargam rapidamente em diâmetro e em profundidade. A área
afectada torna-se mole. Os tecidos da área afectada tornam-se cor
creme e com um aspecto viscoso que se desintegra numa massa de
células desorganizadas. Nem todas podridões moles têm um cheiro
nauseabundo. Por exemplo, a podridão mole da alface não tem nenhum
cheiro particular, mas o da batata é insuportável.

Medidas de controlo
Baseado exclusivamente nas medidas sanitárias e culturais
- remoção dos restos vegetais dos armazéns
- armazéns devem ser desinfectados periodicamente (Ex: sulfato de
cobre)
- evitar danos mecânicos
- produtos secos antes da armazenagem
- ambiente de armazenagem (temperatura e humidade baixas)
- solos bem drenados e com boa ventilação reduzem a ocorrência das
podridões moles
- infelizmente não existem variedades resistentes

Exemplo
Podridão mole (Erwinia carotovora)
Sintomas
A doença manifesta-se geralmente na fase final da cultura. Tecidos
afectados transformam-se numa massa mole viscosa, de cheiro
nauseabundo, devido a presença de microorganismos secundários (Fig
nº 33). No caule o anel vascular adquire uma coloração acastanhada.

Fig nº 27: A podridão mole ( Erwinia carotovora) no repolho

Biologia
A bactéria tem a capacidade de viver de matéria orgânica morta na
maioria dos solos. É facilmente disseminada por insectos, por
instrumentos agrícolas e pelo Homem. A penetração da bactéria
processa-se sempre através de feridas de qualquer natureza e assim
aparece por vezes na sequência da podridão –preta, de ataque traça –
da- couve, da Broca-da-couve ou dos Afídeos –da-couve. As condições
0
mais favoráveis á doença são temperaturas entre 25 e 30 C e humidade
relativa próxima de 100%. Deficiências de Boro e de cálcio predispõem
as crucíferas ao ataque da bactéria
Outros hospedeiros: A bactéria é capaz de afectar cerca de 70
espécies de plantas na sua maioria hortículas

Meios de protecção
- Usar um compasso largo para facilitar o arejamento
-Fazer rotação de culturas para diminuir o potencial de inoculo
- Incorporar os resíduos da cultura logo depois da colheita para acelerar
a sua decomposição
- Controlar outras doenças como podridão preta e controlar os insectos
-Não cortar as cabeças de repolho afectadas a fim de evitar a
disseminação do patógeno pelo instrumento de corte contaminado
-Armazenar os produtos colhidos em lugares frescos, bem ventilados

Murchidões
Murchidoes bacterianas
As murchidões são o resultado da interferência dos agentes patogênicos
no transporte ascendente da água e elementos minerais absorvidos pela
planta hospedeira.

A diferença entre a murchidão causada por fungos e bactérias


reside no seguinte:
Os fungos se mantêm exclusivamente nos vasos condutores.
As bactérias desintegram a parede celular dos vasos do xilema e
invadem os tecidos parenquimáticos adjacentes.

Murchidão bacteriana da bananeira (moko disease)


Causada pela P.solanocearum. Ocorre nos trópicos e em climas quentes
e causa elevadas perdas. Plantas jovens infectadas geralmente
murcham rapidamente e morrem. As suas folhas se quebram enquanto
jovens. Nas folhas mais velhas, primeiro a folha interior toma uma cor
amarela suja perto do pecíolo. Em seguida o pecíolo se parte e a folha
murcha e morre. O desenvolvimento dos frutos também é afectado. As
bananas são deformadas pretas e enrugadas. A bactéria sobrevive em
restos de tecido infectado

Controlo da murchidão bacteriana


Uso de variedades resistentes
Rotação de culturas com plantas não hospedeiras (recomendados
períodos de 5 a 7 anos).
Material de propagação livre de bactérias
Exemplo
Doença: Murcha bacteriana ( Pseudomonas solanacearum)

Sintomas
A doença manifesta-se pela Murcha acentuada das folhas mais velhas,
seguida um ou dois dias pela murcha de alguns ramos ou toda planta.
No caule das plantas atacadas encontram-se manchas castanhas e
forma-se raízes adventícias. Em corte transversal das raízes ou dos
ramos, nota-se descoloração dos vasos lenhosos (o que também
acontece no ataque do fungo Fusarium). Se os caules cortados forem
suspendidos em água vê-se sair pus bacteriano de cor cinzento-clara e
leitoso)

Fig nº 28: A murcha bacteriana (Pseudomonas solanacearum) na


batateira

Biologia
A bactéria que provoca esta doença é habitante do solo, e é disseminada
pela água, por amanhos culturais, por instrumentos agrícolas, por
insectos e pela batata semente contaminada. A bactéria penetra no
hospedeiro por ferimentos ou por aberturas naturais nas raízes, caules e
folhas. Maiores índices da doença ocorrem a temperaturas do solo entre
27 e 380C, mas a bactéria é capaz de sobreviver durante meses em
0
solos com 18 C. Humidade alta no solo aumenta a sobrevivência da
bactéria, a inoculação as plantas e o desenvolvimento do processo
patológico facilita a sua disseminação ás plantas vizinhas.

Meios de protecção
- Fazer a rotação de culturas durante pelo menos dois anos, e não incluir
tabaco, batata, beringela, pimento, piri-piri, amendoim ou soja , na
rotação.
Destruir as plantas contaminadas e evitar regar estas plantas para não
disseminar a bactéria

Doenças que afectam a fotossíntese


Manchas e queimaduras bacterianas.
As manchas podem ser necroticas, circulares ou angulares. Nas
dicotiledôneas as manchas são angulares. As manchas pode covalescer
e deixar a planta com aspecto de uma queimadura
Gêneros importantes: Pseudomonas, xanthomonas
Exemplos: P.syringae pathovar (pv) causa o queimado da batata
P.syringae pv phaseoline produz mancha com halo amarelo no feijão
X.campestris pv malvacearum causa mancha angular no algodão

Mancha angular do algodão (angular leaf spot)


É a mais importante doença do algodão
Largamente difundida em áfrica
Causada pela X.campestris pv malvacearum
Sintomas iniciais pequenas manchas redondas ou ovais na pagina
inferior dos cotilédones ou folhas novas
Estágios mais avançados:
- Manchas angulares nas folhas
- Lesões longas e escuras nos caules
- Manchas pretas angulares a irregulares nas cápsulas jovens
- As manchas apresentam um aspecto humedecido

Fontes de disseminação
Sementes
Partes da planta doente
Tecidos doentes podem ser transportados pelo vento
Equipamento contaminado

Controlo da doença
Tratamento da semente
Variedades resistentes

Prejuízos causados pela mancha angular do algodão


O prejuízo causado pela doença depende do numero e da extensão das
lesões, e do período da infecção
- Infecções em plantas jovens podem provocar a morte dos tecidos
acima do ponto de infecção
- Em infecções tardias a planta pode ser capaz de reagir e emitir novas
ramificações abaixo do nível da infecção

Como consequência da necrose das áreas afectadas as cápsulas abrem


antes do tempo expondo a fibra imatura. A fibra é depois invadida por
organismos saprofiticos ou parasitas facultativos, estes organismos
danificam e atingem a fibra depreciando-a.

Mancha ou pústula bacteriana do feijão Nhemba


Causada pela Xanthomonas spp
Doença de ocorrência geral
Desenvolvimento dos sintomas:
- Os sintomas iniciais consistem de pequenas manchas escuras de
aspecto humedecido
- E variedades susceptíveis as manchas circulares
- As manchas adquirem o aspecto de pústulas semelhantes as pústulas
da ferrugem
- As pústulas secam e o centro se desintegra
- Folhas severamente afectadas se tornam amarelas e caem

Fig nº 29: A pústula bacteriana (Xanthomonas campestris) na folha de


feijão nhemba

Disseminação da doença
Irrigação e chuvas
A bactéria é transmitida pela semente

Controlo da doença
Sementes sãs de boa qualidade
Variedades resistentes
Doenças que interferem com armazenagem e utilização dos produtos
fotossintéticos
Galhas bacterianas
As galhas bacterianas são produzidas nos caules e raízes das plantas
infectadas por bactérias dos gêneros Agrobacterium e algumas espécies
de Pseudomonas, Rhizobacter, e Rhodococcus. As galhas são
crescimentos amorfos, desorganizados de tecidos das plantas
A galha do colo (crown gall) é uma das principais doenças do grupo.

Galha do colo
Causada pela bactéria Agrobacterium tumefaciens. Bactéria virulenta,
possui um ou mais plasmidios (pequenas estruturas de DNA circular com
cadeia dupla). Alguns dos plasmidios possuem genes para indução de
tumores e esses são denominados plasmidio TI (tumor inducing). As
bactérias que não possuem o plasmidio Ti são avirulentas. Galhas do
colo são comuns e afectam plantas herbáceas e arbóreas.

Os sintomas aparecem como pequenas estruturas arredondadas,


esbranquiçadas nos caules e raízes ao nível do solo. A medida que os
tumores aumentam de tamanho as suas superfícies ficam enrugadas e
escurecem devido a morte das células periféricas. Esses tumores têm
uma certa semelhança histológica com os cancros humanos e animais.
As galhas do colo e a bactéria A.tumefaciens reeeberam muita atenção a
partir da altura em que se descobriu que a bactéria que possui o
plasmidio TI é capaz de modificar o material genético do seu hospedeiro.

Hoje é possível extrair o T-DNA introduzir novos genes, reintroduzir o


DNA transformando ao A.tumefaciens e infectar plantas com estas
bactérias transformadas – tenologia de recombinação genética.

Funções do plasmidio TI
Confere virulência a bactéria
Determina á gama de hospedeiros da bactéria
Determina o tipo de sintomas
A A.tumefaciens tem a habilidade de introduzir parte do Ti plasmidial nas
células do hospedeiro e transformar as células normais em tumor num
curto espaço de tempo.
As células transformadas sintetizam substancias químicas especiais
opinas que são utilizadas por bactérias que possuem o TI plasmidial.
Essa propriedade faz com que a bactéria que possuir esse mecanismo
seja considerado um parasita genético.
Parasita genético – parte do DNA da bactéria parasita a maquina
genética das células do hospedeiro e comanda as actividades
metabólicas das células do hospedeiro em seu beneficio.

Ciclo de vida do A.tumefaciens


A bactéria sobrevive no solo onde vive como saprofita muitos anos. A
bactéria entra na planta pela raiz danificada. Uma vez dentro do tecido
ela se desenvolve intercelularmente e com os produtos dos genes do T-
DNA ela estimula as células vizinhas do hospedeiro a se dividirem
As novas células não se diferenciam e produzem “inchaço” que é o
primórdio do tumor. A medida que os tumores crescem eles exercem
pressão nas células sãs vizinhas que as torna distorcidas e esmagadas.
Se esses tecidos fecham os vasos condutores então o transporte de
água e nutrientes fica afectado. Os tumores jovens são facilmente
danificados e atacados por insectos e microorganismos saprofiticos.
Estes invasores secundários causam as células periféricas dos tumores
a se desintegrarem e mudar de cor. A quebra das células dos tumores
libertam sã bactérias no solo que depois podem ser transportados pela
água e infectar novas plantas.

Mecanismos de transformação das células normais do hospedeiro


Quando a bactéria entra numa ferida, as células bactérias são atacadas
por substancias fenólicas produzidas pelas células do hospedeiro
danificadas. Em resposta a estas substâncias a bactéria produz factores
de crescimento que parecem condicionar a divisão e transformação
celular das células do hospedeiro. Nesta mesma altura a bactéria produz
enzimas que cortam o plasmidio Ti em sítios específicos liberando o T-
DNA. O T-DNA entra dentro das células danificadas e uma ou mais
copias do T-DNA são incorporadas em vários sítios no cromossomo da
célula da planta ,...transformando a célula.
As células transformadas produzem opines (que podem ser usadas
como alimento são pela bactéria que possui T-DNA) elevadas
quantidades de ácido indoleacético (auxina, hormona) citoquininas e
varias enzimas. O aumento dos reguladores de crescimento faz com que
haja um crescimento descontrolado das células transformadas.
Controlo da galha do colo
Controlo biológico com A. Radiobacter strain #84 (tratar sementes
germinadas ou plântulas com a bactéria).
Inspecções mandatárias de viveiros e rejeição de plântulas infectadas.

Doenças cosméticas
Cancro bacteriano dos citrinos
Doença bastante temida nos citrinos
Causa lesões necroticas nos frutos, folhas e ramos
Perdas devidas a redução da qualidade do fruto
Causada pela bactéria Xanthomonas axonopolis (antigamente
denominada X.campestris pv citri)
Doença endêmica no Japão e sudeste da Ásia.
Em Moçambique doença introduzida em 1953 na Beira mas foi
imediatamente estabelecida a quarentena na região infectada para a
erradicação da doença.

Medidas fitossanitárias
Todos os paises produtores de citrinos mantêm medidas bastante rígidas
de quarentena na importação de plantas e frutos (para exclusão do
patógeno).
Quando a doença é introduzida num País, todos os esforços são feitos
para a sua erradicação
As plantas infectadas e as adjacentes são queimadas para evitar que a
doença se espalhe.
Nas áreas onde a doença é endêmica como no Japão são aplicadas 3 a
4 pulverizações de fungicidas cupricos. Nestas zonas endêmicas são
também estabelecidas serviços de previsão de ocorrência do cancro e
são colocados quebraventos a volta das plantações.

Doenças causadas por virus


Organismos patogênicos relacionados com os vírus
Viroides – são pequenos (200-400 nucleotideos), moléculas circulares de
RNA com uma estrutura secundária com a forma de bastonete, sem
capsideo ou envelope. Possuem uma estratégia de multiplicação
semelhante a dos vírus, são parasitas intracelulares obrigatórios.
Prioes – agentes infecciosos que parecem ser constituídos por um tipo
de proteína molecular, sem nenhum componente nucléico acido. A
confusão surge do facto de a proteína do priao e o gene que o codifica
serem encontrados em células não infectadas. Estes agentes são
associados a doença das vacas loucas.

Genoma dos vírus das plantas


Simples ou complexo
Cadeias simples (ss) ou duplas (ds) de RNA ou DNA, a maioria dos vírus
das plantas são ssRNA. Se for RNA pode ter uma orientação positiva (+)
ou negativa (-), e a maioria dos vírus das plantas são ssRNA(+). Pode ter
uma ou mais proteínas nas partículas. Pode ou não ter envelope lipidico,
a maioria não tem. O tamanho do genoma varia entre 0,3 a 30kb

Translocação e distribuição de vírus na planta


Apos a infecção o vírus se movimenta de célula a célula através de
plasmodesmatas. Quando atinge o floema é transportado
sistematicamente para longas distâncias.

Transmissão de vírus das plantas


Geralmente os vírus entram através de feridas – não entram através de
aberturas naturais (não há receptores). Os insectos vectores são o meio
de maior importância na disseminação do vírus. O tipo de transmissão
ou relação vector/vírus determina a epidemiologia da doença.
A transmissão através da semente é relativamente comum, mas
especifico ao vírus e planta.
♦ Transmissão mecânica: - fricção (rub inoculation)
- Campo/ estufas – instrumentos abricolas, mansueamento de plantas
- Alguns vírus só se transmitem mecanicamente e outros não podem ser
transmitidos mecanicamente.
♦ Transmissão através de alguns vectores: - arthropodes são os mais
importantes
- Insectos sugadores muito importantes
- Nematodes com relativa importância
- Alguns fungos também podem transmitir vírus
Um dado vírus geralmente tem somente um único vector

Tipos de relações vector/vírus


♥ Transmissão não persistente
O vírus é adquirido rapidamente, retido pouco tempo (horas) transmitido
também rapidamente. Também é chamada “transmissão do estilete”
(stylet borne transmition).
♥ Transmissão persistente
O vírus é adquirido lentamente retido mais tempo (semanas) e
transmitido também lentamente. Vírus adquirido e transmitido durante a
testagem do floema pelo vector.
♥ Transmissão semi-peristente
A aquisição do vírus é relativamente rápida com período de retenção
moderado (dias) transmitido também rapidamente.

Sintomas causados por vírus


Todos os vírus causam um certo tipo de mecanismo as plantas
Reduzem o tempo meio de vida da planta
Sintomas mais óbvios aparecem nas folhas infectadas, mas em alguns
vírus aparecem nos caules e raízes.
Sintomas podem ser locais, latentes ou sistêmicos. Mais comuns são os
sistêmicos
Tipos de sintomas: mosaicos, manchas cloroticas, enrolamentos,
tumores, perfurações declínio.

Danos directos e indirectos associados a infecções virais


Redução de crescimento
- Redução de rendimento (incluindo a infecção assintomática)
- Redução do vigor
- Aumento da susceptibilidade na seca ou frio
- Aumento da predisposição ao ataque de outros patógenos
- Redução da qualidade do produto
- Defeito do produto (forma e tamanho)
- Custos para manter a cultura sã
- Produção de material são
- Problemas de erradicação
- Programas de melhoramento
- Práticas culturais para minimizar o problema

Epidemiologia das viroses das plantas


Transmissão através da propagação vegetativa e por sementes –
infecções primaria (doenças monociclicas)
Transmissão por insectos – infecção primaria e secundaria (doença
policiclica)
O ritmo da disseminação secundaria depende da actividade do vector
[semente + insectos – infecção primaria e secundaria (infecção precoce
e total, tendo como conseqüência severas perdas)]
Luta contra viroses
Variedades resistentes
Material de multiplicação livre de vírus
Controlo do vector
Protecção cruzada
[Termoterapia combinada com a cultura de tecidos]
Plantas transgénicas

Algumas doenças virais de importância econômica em Moçambique ,


Fonte (R. Van den Oever, 1994)

Listrado do milho
Lesões ou estrias cloroticas ou esbranquiçadas. Transmissão pelo
jassideo Cicadulina spp (transmissão persistente). Transmitido
mecanicamente, não transmitido por sementes ou pólen. Vários outros
hospedeiros susceptíveis, ocorre em áfrica e na índia.

Exemplo
Doença Listrado- da –folha ( Maize Streak Virus)
Sintomas
No princípio do ataque aparecem nas folhas mais novas pequenas
manchas redondas (0,5-2mm), brancas. Mais tarde estas manchas
juntam-se formando linhas brancas compridas e estreitas. Estas linhas
podem unir-se parcial ou totalmente, formando listras claras irregulares
entre as nervuras das folhas. As plantas atacadas ficam amarelas com
os entrenós mais curtos e produzem maçarocas pequenas

Fig nº 30: Sintomas do Listrado ( Maize Sreak Virus) no milho

Biologia
Quando a infecção se dá no estado juvenil da planta a produção é muito
afectada. Se a infecção se dá seis semanas após a germinação o
rendimento só é afectado ligeiramente. O vírus é transmitido por
Jassídeos (Cicadulina spp) aparecendo os sintomas 4 -7 dias depois da
inoculação pela Cicadulina

Distribuição geográfica: Principalmente no Sul e no Centro do País

Meios de protecção
- De preferência semear cedo, em terrenos de regadio no Sul é preferível
semear na época fresca (Maio- Junho)
-Limpar bem de capim o terreno numa área de 10m em volta do campo,
durante as primeiras seis semanas depois da sementeira
- Usar variedade mais resistentes, como por exemplo, as variedade “
Mtuba” e “ Umbeluzi”
- Combater o vector ( Jassideos)

Podridão castanha da mandioca


Manchas cloroticas nas folhas [mosqueado] e estrias acastanhadas nos
caules e descoloração das raízes. Vector não confirmado. [famílias com
hospedeiros susceptíveis Solanácea e euphorbiaceae]. Ocorre na áfrica
oriental

Exemplo
Doença de "Listrato Castanho" da Mandioca

A DLCM é uma doença causada por um vírus que afecta a maioria das
variedades de mandioca, embora existam algumas variedades
resistentes. O Vírus se encontra nos caules das plantas da mandioqueira
infectada. Caso as estacas de plantas infectadas forem usadas a doença
reaparece nas novas folhas da nova planta logo após a sua emergência.

Os sintomas foliares podem ser observados nas plantas jovens,


principalmente nas folhas inferiores da planta. No limbo da folha
concretamente nos espaços entre as nervuras terciárias pode-se ver um
amarelecimento. As folhas não sofrem nenhuma deformação
(diferentemente do mosaico) e a planta parece saudável. Nas variedades
muito susceptíveis as terminais de seus ramos perdem as suas folhas e
as plantas secam.
Fig nº 31: raízes mostrando a podridão seca Fig nº 32: Folha com
sintomas De DLCM amarela/castanha

Mosaico doirado do feijão


Amarelecimento das nervuras e necrose entre as nervuras. Transmitido
pela mosca branca Bemisia inhaci (transmissão persistente).
Transmissão mecânica (alguns isolados), vários feijões susceptíveis,
ocorre em África e América Latina.

Exemplo
Doença: Mosaico-Dourado ( Cowpea Golden Mosaic Virus)
Sintomas
As plantas infectadas apresentam nas folhas manchas grandes amarelas
brilhantes. Nas infecções graves toda a superfície foliar fica amarelo-
brilhante, as folhas torcidas e enrugadas e as plantas raquíticas.

Fig nº 33: Sintomas do Fig nº 34 : Sintomas Mosaico dourado


no Mosaico-dourado ( CGMV) no feijoeiro comum
no feijão nhemba

Biologia
Esta virosi é transmitida pela mosca branca (Bemissia tabaci). Não se
conhece transmissão pela semente.

Meios de protecção
- Arrancar as plantas infectadas logo que apareçam os primeiros
sintomas, para diminuir os focos de infecção;
- Remover outras plantas hospedeiras, principalmente leguminosas
- Usar variedades resistentes
- Utilizar na plantação semente sã
- Controlo do vector

Exemplo
Doença : Mosaico-dos-Afídeos ( Cowpea Aphid-borne Mosaic Virus)

Sintomas
Nas plantas infectadas observam-se folhas com mosaico verde-claro e
verde-escuro, o último principalmente ao longo das nervuras. Em
ataques intensos as folhas são deformadas e as plantas ficam pequenas.

Fig n 35: Sintomas do mosaico-do-


afídeos (CAbMV) no feijão nhembba Fig nº 36: Afídeos (Aphis craccivora)
feijão nhemba
Fig nº 37: Opiolho-verde-do pêssegueiro (Myzus persicae), vector
principal
do vírus do enrolamento folha batateira

Biologia
O vírus é transmitido por afídeos ( Aphis craccivora) Myzus persicae e
também através da semente.

Outros hospedeiros: Soja, Feijão vulgar, Feijão holoco, Feijão frade

Meios de protecção
Combater os afideos
Ver mosaico amarelo

Mosaico da abóbora
vários sintomas incluindo mosaico, clorose das nervuras, manchas
anelares, nanismo, clorose, etc. Transmitido por afideos Aphis
cracciovra, Acyrthosiphon pisum, Myzus persicae (transmissão não
persistente), transmissão mecânica e por sementes, tem muitos
hospedeiros e ocorre em todo mundo.

Exemplo
Doença : Mosaico (Cucumber Mosaic Virus)
(Watermelon Mosaic Virus)

Sintomas
As folhas apresentam uma redução do tamanho co áreas de tecido
clorótico entremeadas com áreas de tecido verde normal e com
deformações resultantes do desenvolvimento desigual de diferentes
partes do limbo. Folhas com sintomas muito acentuados podem necrosar
e morrer.
As extremidades dos ramos em desenvolvimento apresentam-se com
entre-nós curtos. Os frutos torna-se muitas vezes deformados com
verrugas, pequenas saliências e uma cor irregular (verde).
Fig nº 38: Mosaico do pepino Fig nº39: O piolho-do-algodoeiro
( Cucumber Mosaic Virus) ( Aphis gossypii)
na abóbora

Biologia
A transmissão do vírus do mosaico pode ser feita mecanicamente
durante os trabalhos na cultura e pela semente, mas dá-se
principalmente por vectores, sendo os Afídeos os mais eficientes. Estes
dois vírus têm uma ampla gama de plantas hospedeiras que inclui
grande número de ervas e isso permite a sobrevivência do vírus de um
ano para outro.

Meios de protecção
- Incorporar os restos da cultura logo a seguir a última colheita
- Escolher um campo longe de culturas velhas de cucurbitáceas
- Escolher época própria, procurando fugir dos períodos quentes
favoráveis aos insectos vectores
- Usar sementes provenientes de plantas isentas de vírus
- Usar variedades resistentes (pepino)
Combate químico aos insectos vectores não é económico e nem eficaz

Mosaico africano da mandioca


Mosaico e deformação das folhas. Transmissão pela mosca branca
Bemisia inhaci (transmissão persistente). Transmissão mecânica difícil
para a mandioca, mas fácil para o tabaco, não se transmite através da
semente e ocorre em áfrica.

Exemplo
Doença: Mosaico- africano- da-mandioca

Sintomas
A doença manifesta-se na folhas pela formação de áreas cloróticas
verde-claras alternadas com áreas verde escuras (fig nº 46). As folhas
novas ficam muito deformadas, torcidas e de tamanho mais reduzido. Se
o ataque for intenso e a variedade for sensível, todas as folhas ficam
pequenas e malformadas e a área total da folhagem muito reduzida. As
plantas com infecções recentes são encurtadas nos entre-nós em
relação ás plantas saudáveis

Fig nº40:Sintomas do vírus Fig nº41:Sintomas do mosaico da mandioca


do Mosaico-africano-da-mandioca

Biologia
O vírus que provoca o mosaico é transmitido por uma mosca branca
(Bemisia tabaci), um pequeno insecto branco, que porém não é muito
eficaz na transmissão, sendo o Homem com o uso de estacas
provenientes de plantas infectadas, o maior responsável pela
transmissão da virose. Plantas provenientes de estacas infectadas
produzem 40-60% menos do que plantas sãs

Fig nº 48: Mosca branca ( Bemissia tabacci)


Vector do vírus do mosaico africano da mandioca
Distribuição geográfica: Todo o País

Meios de protecção
- Para propagação usar estacas sãs, obtidas de plantações
inspeccionadas e nas quais foram eliminadas as plantas infectadas
- Arrancar e queimar as plantas que imediatamente após a plantação se
mostrem infectadas
- Usar variedades resistentes e tolerantes

Tristeza dos citrinos


A tristeza é causada pelo vírus da tristeza dos citros. O (Citrus tristeza
virus, CTV) é uma das principais viroses dos citros (Citrus spp.). Declino
rápido das plantas, transmitido pelos afideos Tazoptera citricidus, Aphis
gassypii, A. Spiraecola, T.aurantii (transmissão persistente). Ocorre em
todas as zonas de produção de citrinos.

Roseta do amendoim
Causada pelos vírus groundnut rosette assitor vírus, groundnut rosette e
satélite RNA. Encurtamento dos entrenós. Transmissão por Afideos
Aphis craccivora e A.gassypii (transmissão persistente). Não transmitido
mecanicamente, transmitido por enxertia. Não transmitido através de
semente e nem de pólen. Ocorre em África, Índia, Filipinas.

Exemplo
Doença: Roseta ( Groundnut Rosette Virus)

Sintomas
Os primeiros sintomas concistem numa descoloração amarela das folhas
mais novas, descoloração que se acentua irregularmente. Os pecíolos
ficam curtos e as folhas deformadas e enrugadas, de cor amarelo-
esverdeada, uniformemente amarela ou ainda manchas verdes
irregularmente distribuídas, ou com nervuras mais escuras
As plantas infectadas, quando ainda novas, ficam raquíticas e nunca
produzem vagens.
As plantas infectadas mais tardiamente manifestam apenas os sintomas
de mosaico nas folhas mais novas e não ficam raquíticas
Fig nº 42: Sintomas da Roseta (Groundnut Rosette Virus) Fig nº 43:
Planta sã

Biologia
O vírus, causador da doença é transmitido por afídeo ( Aphis craccivora)
que suga a seiva da planta do amendoim. O afídeo precisa de se
alimentar durante pelo menos cinco horas numa planta infectada para
adquirir o vírus e dezoito horas depois consegue transmiti-lo a outras
plantas. Cerca de 10 a 14 dias após a infecção aparecem os primeiros
sintomas

Distribuição geográfica: todo País

Meios de protecção
- Semear o mais cedo possível
- Usar, se possível, variedades resistentes
- Destruir as plantas espontâneas de amendoim e dar atenção ás ervas,
porque os afídeos podem sobreviver nestas plantas durante a época
seca
Combate químico: afídeos

Mosaico do tabaco / tomate


Primeiro vírus das plantas a ser caracterizado. Facilmente transmissível
mecanicamente (única forma de transmissão). [primeiro vírus com todo o
genoma sequenciado]. [primeiro vírus que demonstrou resistência
mediada pela capa protéica]

Exemplo
Doença : Mosaico e Enrolamento-da –folha ( vários vírus)

Sintomas
As plantas infectadas ficam de tamanho reduzido. As folhas mais novas
são deformadas e as mais velhas enroladas. Nos frutos aparecem
manchas arredondadas ou irregulares de cor laranja ou amarela. A polpa
sob estas manchas têm aspecto vítreo e a maturação nestas zonas é
retardada

Fig nº44: Tomateiro sadio( esq) Fig 45: Enrolamento da folha causada
Infectado por um virus ( dir) por um virus

Biologia

As fontes do inoculo inicial do Virus-do-mosaico-do-tomateiro são a


semente, restos de plantas infectadas no solo e tabaco sob qualquer
forma (por exemplo, cigarros). A disseminação duma planta para outra
dá-se por transmissão mecânica ( na transplantação,na sacha ou na
pulverização). Para além do mosaico-do-tomateiro, há várias viroses que
afectam esta cultura e que são transmitidas por insectos (afídeos, mosca
branca ou tripés), al’em da transmissão mecânica.

Meios de protecção
- Arrancar as plantas infectadas ou suspeitas e queimá-las
imediatamente
- Arrancar todas as ervas solanáceas dentro ou em redor do campo
- Evitar a contaminação das mãos pelos vírus por manipulação de
cigarros (ou outros produtos do tabaco)
- Não cultivar tomate, onde se tenha cultivado tabaco ou tomate no ano
anterior e evitar mistura destas culturas
- Usar variedades resistentes
- usar semente certificada
1. Cite duas doenças fúngicas da sua região mencionando as culturas
mais afectadas e o seu método de combate
2. Cite duas doenças bacterianas da sua região mencionando as
Exercícios culturas mais afectadas e o seu método de combate
3. Cite duas doenças virais da sua região mencionando as culturas
mais afectadas e o seu método de combate

Sumário
A classificação de doenças de plantas pode ser conforme a causa-
parasitária e não parasitária; - Conforme o hospedeiro ( doenças do
feijoeiro, do tomateiro, etc) e conforme o aspecto fisiológico ( processos
vitais da planta)
As doenças infecciosas podem ser agrupadas segundo os processos
fisiológicos afectados no hospedeiro (classificação proposta por
McNew).
Este agrupamento das doenças é uma maneira natural de se agrupar as
doenças e focaliza a doença dando ênfase a natureza fisiológica
afectada. A vantagem é que a doença é encarada como uma interacção
entre o patógeno e o hospedeiro permitindo assim a comparação das
diferentes interacções entre si. Também permite a sistematização das
medidas de controlo para as diferentes interacções
MacNew propoe seis grupos de acordo com a natureza fisiologica
afectada segundo a tabela 3 deste manual.
Faz se tambem a descriçao de doenças fungicas , bacterianas e virais
incluindo a sua biologia, diagnostico e metodos de controlo.
Unidade 08

Tema: Efeitos do patógeno

Introdução
Caro estudante, seja bem-vindo ao estudo do efeito dos patógenos nas funções
fisiológicas do hospedeiro do reino vegetal Os patógenos interferem no
funcionamento normal de certas estruturas do hospedeiro vegetal modificando a
permeabilidade das membranas, respiração da planta e os processos de
transcrição e tradução do código genético .

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca dos


efeitos dos patógenos nas diferentes funções fisiológicas do hospedeiro do reino
vegetal
Ao completar esta unidade você será capaz de:

.
Descrever principais efeitos do patógeno na fotossíntese, na
translocação da água e nutrientes, e na transpiração das plantas.
Conhecer os efeitos do patógeno na respiração, na permeabilidade das
membranas,e na transcrição e tradução do código genético.
Objectivos
Descrever os distúrbios causados á cada uma das funções fisiológicas.

Efeito dos patógenos nas funções fisiológicas do hospedeiro- Reino


vegetal

Efeito do patógeno na fotossíntese


A fotossíntese é função básica das plantas, que lhes permite transformar
a energia solar em energia química, que depois é utilizada na actividade
celular. Qualquer fenômeno/evento que interfira com a fotossíntese irá
afectar a saúde da planta. A clorose (amarelecimento) e a necrose
(acastanhado ou morte) são os sintomas que evidenciam que o processo
fotossintético está comprometido.
As diferentes formas em que o patógeno ou doenças pode afectar a
fotossíntese são as seguintes:
- as manchas foliares, queimaduras, e outros tipos de doenças que
destroem ou causam a defoliação, reduzem a área fotossintética;
- outras doenças reduzem a fotossíntese especialmente nos últimos
estágios doença, afectando os cloroplastos e causando a sua
degradação;
- as toxinas, como a tentoxina e tabtoxina, produzidas pelos patógenos
inibem algumas enzimas que estão directa ou indirectamene envolvidos
na fotossíntese;
- em plantas infectadas por patógenos os estomas mantém-se
parcialmente fechados reduzindo deste modo à fotossíntese. É de
acrescentar que a fotossíntese pode parar mesmo antes da plana
murchar;
- muitos vírus/nematodes/molicutes induzem cloroses em plantas,
reduzindo drasticamente a fotossíntese.

Efeito dos patógenos na translocação da água e nutrientes


Todas as células de plantas vivas precisam de água e uma quantidade
adequada de nutrientes inorgânicos de forma a poderem viver e
desempenhar as suas funções fisiológicas.
As plantas absorvem a água e os nutrientes através das raízes.
Geralmente, estas substâncias são translocadas para cima através do
xilema do caule para a parte aérea/acima do nível do solo da planta. Por
outro lado, a maior parte dos nutrientes são produzidos na planta, após
a fotossíntese, e são translocadas para baixo e distribuídos por todas
as células da planta através do floema. Se o patógeno interferir em
qualquer um destes movimentos, partes da planta serão privadas de
material, que é transportado por essas vias. As partes doentes, por sua
vez, não serão capazes de desempenhar as suas funções e irão privar o
resto da planta com os seus serviços ou os seus produtos, causados
doença em toda a planta. Por exemplo, se o movimento da água para as
folhas for inibido, as folhas não podem funcionar normalmente, e a
fotossíntese é inibida ou cessada.

Portanto, o efeito do patógeno na translocação da água e nutrientes


pode se manifestar da seguinte forma:
a) no movimento ascendente da água e nutrientes inorgânicos
- absorção de água
Damping-off (causada por fungos)
Lesões nas raízes, incluindo podridões (causadas por fungos,
nematodos).
- Translocação da água através do xilema
Os vasos afectados podem ser preenchidos com corpos de patógenos e
substâncias secretadas pelo mesmo ou pelos hospedeiros em resposta
ao ataque, que podem ficar entupidos. Os vasos afectados deixam de
funcionar e permitem a passagem de pouca água.

As galhas exercem pressão nos vasos do xilema que podem ser


esmagadas ou deslocadas, tornando-as ineficientes no transporte de
água.

A disjunção mais típica na deslocação da água pelo xilema é observada


nas murchidões vasculares causadas pelos fungos, Vertiliciu, Fusarium e
pela bactéria Pseudomonas e Eriwinia. Estes patógenos invadem o
xilema e causam doenças principalmente pela interferência no
movimento ascendente da água (presença física no xilema, produção de
moléculas largas nas vesículas, e/ou desenvolvimento de tiloses).

Transpiração
Normalmente, a transpiração aumenta em plantas infectadas, devido à
destruição de pelo menos parte da protecção da cutícula, o aumento da
permeabilidade das células e a disfunção dos estomas.

Doenças como a ferrugem, míldios e a sarna destroem uma porção da


cutícula e epiderme, resultando em perda descontrolada de água. Se a
quantidade de água absorvida e translocada é inferior que a perdida, a
planta perde a turgidez e a folha murcha.

b) movimento descendente dos nutrientes orgânicos (através do floema).


Parasitas obrigatórias como as ferrugens, e o míldio causa uma
acumulação de produtos fotossintéticos, assim como de nutrientes
inorgânicos nas áreas invadidas pelos patógenos, indicando uma
translocação dos produtos das áreas, sãs para áreas infectadas (porque
estas áreas tem reduzida fotossíntese e altas respiração).

Efeitos dos patógenos na respiração do hospedeiro

Quando as plantas são atacadas por patógenos, a taxa de respiração


aumenta.
A respiração aumenta rapidamente em variedades resistentes (porque é
necessária muita energia para poder reproduzir e mobilizar rapidamente
os mecanismos de defesa) e depois a respiração volta a abaixar
rapidamente.

Nas variedades susceptíveis, a respiração aumenta gradualmente e


continua por muito tempo, pois este não possui mecanismos de defesa
aos patógenos.

O aumento da respiração pos a infecção, induz muitas mudanças no


metabólico da planta tais como:
- actividade e/ou concentração de enzimas que fazem parte da via
respiratória.
- acumulação e oxidação de compostos fenólicos
E outros,…

O aumento da respiração observada no processo da infecção está


associado ao incremento da actividade metabólica.

Efeito dos patógenos na permeabilidade das membranas

As membranas funcionam como uma barreira impermeável que só


permitem a passagem de substancias necessárias à célula e inibem a
saída das mesmas.

Mudanças na permeabilidade da membrana celular são geralmente as


primeiras reacções das células infectadas por patógenos. A mudança
mais comum é a perda de electrólitos. Electrólitos são quantidades
pequenas de iões solúveis.

Por exemplo, um estudo conduzido por Dr. D.L.D Dunkle, sobre o efeito
duma toxina (periconia toxin), em plântulas de sorgo, demonstrou que o
primeiro efeito da toxina era a perda de iões de cálcio e potássio. (uso da
condutividade eléctrica). As variedades resistentes ao fungo Periconia
circinata tinham uma fraca perda de iões quando a toxina obtida de
infiltrados da cultura de fungo estava presente na solução hidropônica
onde se desenvolvem as plantas. Por outro lado, variedades
susceptíveis sob as mesmas condições sucumbiam na presença do
fungo ou da sua toxina.
Efeito dos patógenos na respiração

A tradução do DNA celular em RNA mensageiro, e tradução do RNA


mensageiro em proteínas são os mais básicos e precisos processos na
biologia de qualquer célula.

O distúrbio por patógenos ou factores ambientais na transcrição e


tradução (translation) do código genético pode afectar a expressão dos
genes e causar mudanças bruscas e desfavoráveis na estrutura e função
da célula afectadas.

Sumário
Os patógenos quando penetram em um organismo vegetal, alteram os
processos fotossintéticos, o que pode resultar em cloroses e necroses
para além de alterarem o funcionamento dos vasos condutores, floema e
xilema, influenciando a traslocação da água e nutrientes
Quando as plantas são atacadas por patógenos, a taxa de respiração
aumenta e há mudanças na permeabilidade da membrana celular sendo
geralmente a primeira reacção das células infectadas por patógenos.
Os patógenos também causam distúrbios na transcrição e tradução do
código genético afectando a expressão dos genes e causando
mudanças bruscas e desfavoráveis na estrutura e função da célula
afectadas.

1.Diga quais são os processos fisiológicos que podem ser afectados


pelos patógenos no reino vegetal.
2. De que maneira os patógenos podem afectara fotossíntese.
Exercícios 3. Fale do efeito do patógeno na respiração da planta
Unidade 09

Tema: Mecanismos de defesa

Introdução
Caro estudante, seja bem-vindo ao estudo dos mecanismos de defesa da planta.
As plantas possuem mecanismos de defesa para impedir a entrada dos
patógenos e para os eliminar se as defesas estruturais por algum motivo tiverem
falhado, e entender o funcionamento de cada um deles

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca dos


mecanismos da defesa das plantas.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

Difenciar o sistema de defesa das plantas do sistema de defesa dos


animais
Conhecer as barreiras estruturais e químicas das plantas.
Conhecer as barreiras estruturais e químicas das plantas
Objectivos

Mecanismo de defesa da planta


É obvio que o sistema de defesa das plantas contra os agentes
patogênicos difere do dos animais devido às diferenças morfológicas,
anatômicas e fisiológicas que existem entre os mesmos. Enquanto os
animais têm o sistema central de defesa, as plantas desenvolveram um
sistema de defesa fundamentalmente localizado na forma de barreiras
estruturais e químicas.

Outras características particulares da planta, que a difere dos animais, é


a sua incapacidade de eliminar os patógenos. Como tal o hospedeiro
suporta as actividades do patógeno dentro do seu limite de tolerância.
Por outro lado, o patógeno que seja bem sucedido na infecção tende a
causar danos mínimos ao seu hospedeiro.

Para que o patógeno possa estabelecer uma compatibilidade básica com


o hospedeiro, requisito essencial para patogenicidade, o parasita deve:
- Ser capaz de quebrar as barreiras de defesa geral do hospedeiro; e
- Ser reconhecido pelo hospedeiro como um parceiro compactível.

A possibilidade de estabelecimento de compatibilidade básica é um


factor importante, mas não garante que o patógeno será capaz de
explorar o hospedeiro. Portanto, para que o patógeno possa infectar o
hospedeiro ele deve ser capaz de:
- Evitar que seja reconhecido pelo hospedeiro, ou;
- Se for reconhecido, deve ser capaz de suprimir o reconhecimento
(usando supressores), ou;
- Quebrar as reacções subseqüentes que são induzidas durante o
processo de infecção (usando enzimas degradativos), como a reacção
de hipersensitividade, a acumulação de fitoalexinas, barreiras da parede
celular (ex: lignina), síntese de hidrolases (chitinase, glucanase, etc) e/ou
libertação de receptores para induzir reacções de defesa numa
célula/tecido distante não invadido.

Portanto, o reconhecimento entre o parasita biotrófico (organismo que


pode viver e multiplicar noutro organismo vivo) e a planta hospedeira dá-
se a dois níveis:
1) No estabelecimento da compactibilidade básica;
2) No estabelecimento da especificidade (compactibilidade raça -
cultivar)

O reconhecimento ou não reconhecimento do patógeno pelo hospedeiro


explica a origem do hospedeiro sem resistência e cultivar-resistente

Em geral, as plantas se defendem contra os patógenos através os


seguintes mecanismos:
1) Uso de barreiras estruturais;
2) Uso de defesas bioquímicas.
As barreiras actuam como barreiras físicas e inibem a entrada e
dispersão do patógeno na planta. As defesas bioquímicas que tem lugar
nas células e tecidos da planta são produzidas sob a forma de
substâncias tóxicas ao patógeno ou são criadas condições que inibem o
desenvolvimento do patógeno na planta.

A combinação dos dois tipos de armas empregues na defesa da planta é


diferente em diferentes tipos de sistema patógeno-hospedeiro. Mesmo
entre o mesmo tipo de hospedeiro e patógeno, esta combinação várias
com a idade da planta, o tipo de órgão e tecido da planta atacada, a
condição nutricional da planta e das condições do meio ambiente.

Existem muitos factores/ barreiras, que operam individualmente ou em


diferentes combinações, que podem retardar ou interromper o avanço
dum parasita ou potencial parasita.

I. Defesas estruturais preexistentes


A primeira linha de defesa das plantas contra os patógenos é a sua
superfície por onde o patógeno deve penetrar se pretende causar
infecção. Existem algumas estruturas de defesa que se encontram
presentes na superfície do hospedeiro, mesmo antes de o patógeno
entrar em contacto com a planta (as defesas preexistentes). Tais
estruturas incluem:
- quantidade e qualidade da cera da cutícula que cobre as células da
epiderme;
- presença de apêndices na superfície da planta (tricomas, pelos
radiculares, etc.);
- tamanhos localização e formato dos estomas e lenticelas.

II. Defesas estruturais formadas em reposta a infecção


O reconhecimento precoce do patógeno pelo hospedeiro é muito
importante se a planta tiver que mobilizar as defesas bioquímicas ou
estruturais existentes para se proteger contra o ataque do patógeno.
Aparentemente o hospedeiro recebe sinais indicativos da presença do
patógeno, logo que se dá o contacto físico do patógeno com a planta.

Independentemente das estruturas preexistentes de defesa superficiais,


a maioria dos patógenos consegue penetrar no hospedeiro. Depois da
penetração do patógeno, as plantas geralmente respondem ao avanço
do patógeno com outro tipo de defesas estruturais internas. Algumas
dessas estruturas envolvem:
- Citoplasma das células (denominada reacção de defesa
citoplasmática)
- Paredes celulares das células invadidas (estruturas de defesa da
parede celular)
- Tecidos que antecipam a invasão (estruturas de defesa histológica)
- Morte da célula invadida, que pode proteger a planta duma progressiva
invasão (reacção necrótica ou hipersensível).

Reacção de defesa citoplasmática


Em alguns casos o citoplasma torna-se granular e densa e várias
partículas ou estruturas se desenvolvem nele. Finalmente, o micélio do
patógeno se desintegra e a invasão não continua.

Defesa da parede celular


Esta envolve mudanças morfológicas na parede celular da célula
invadida pelo patógeno, por exemplo:
- produção de material amorfo e fibroso que rodeia e armadilha o
patógeno, e inibe a sua multiplicação;
- aumento da espessura da parede celular em resposta aos patógenos,
com a produção de material celulósico.

Estruturas de defesa histológica


a) formação de camadas corticais
A infecção induz a formação de várias camadas de células corticais para
alem do ponto de infecção.

Essa camada de cortiça interrompe o fluxo de nutrientes e de água da


parte sã para a área afectada e priva o patógeno de alimentos.

b) Formação de camadas absissicas


Camadas absissicas são formadas em folhas novas e activas em
algumas fruteiras como as cerejas, ameixas. A camada absissica
consiste de uma falha formada entre duas camadas circulares de células
da folha que circundam o foco da infecção. Na infecção, a lamela média
é dissolvida. A área afectada gradualmente morre, levando consigo o
patógeno.

c) Formação de TILOSES
Formam-se nos vasos do xilema. Tiloses são células protoplasmáticas
do parênquima com excesso de desenvolvimento. Estas estruturas
bloqueiam os vasos. São comuns em doenças vasculares.

d) deposição de goma
Vários tipos de gomas são produzidos por muitas plantas a volta da
lesão depois da infecção. O patógeno fica isolado, e morre.

III. Defesas bioquímicas pré-existentes


Embora as barreiras estruturais tenham um papel importante na
resistência das plantas contra o ataque de patógenos, as substâncias
produzidas nas células antes ou depois da infecção ocupam um lugar de
relevo no processo de infecção. Exemplos de defesas químicas
preexistentes são:
 Inibidores libertos pela planta no seu ambiente
 Inibidores presentes nas células das plantas antes da infecção
 Defesa através da falta de factores essenciais, como por
exemplo:
- a falta de reconhecimento entre o hospedeiro e o patógeno;
- a falta de receptores do hospedeiro e pontos sensíveis para
toxinas
- falta de substâncias essenciais para o patógeno

Inibidores libertos pela planta no seu ambiente


Algumas substâncias exsudadas pelas raízes e folhas têm uma acção
inibitória contra certos patógenos. Por exemplo:
 O tomate exsuda uma substância fungitóxica que inibe a
germinação do fungo Botrytis
 A beterraba também produz uma substância fungitóxica contra
a Cercospora
 Cebolas vermelhas ou amarelas são resistentes ao
Collectotricum circinans. A resistência tem sido associada à
presença de acido fenólico que se encontra em altas
concentrações em variedades com pigmento vermelho ou
amarelo, e não nas cebolas brancas.

Inibidores presentes nas células das plantas antes da infecção


Vários compostos fenólicos, taninas, e alguns ácidos gordos parecem
conferir resistência às plantas contra certos patógenos. Estas
substâncias são produzidas por órgãos jovens antes da infecção.
Defesa através da falta de factores essenciais – falta de
reconhecimento entre o hospedeiro e o patógeno
Como é que o patógeno reconhece o hospedeiro e vice-versa?
Um dos requisitos para a ocorrência duma infecção é a presença de
factores de reconhecimento (moléculas ou estruturas específicas) na
superfície das células do hospedeiro.

A falta de reconhecimento do patógeno pela planta pode induzir a:


 Não aderência do patógeno na planta;
 Não produção de substâncias de infecção, como enzimas, ou
estruturas, como apressório, grampos de penetração e
haustórios.

Defesa através da falta de factores essenciais – falta de receptores


do hospedeiro e pontos sensíveis para toxinas
Nos sistemas patógeno-hospedeiro onde o patógeno produz toxinas de
hospedeiro específico, a toxina, que é responsável pelos sintomas, deve
ligar-se e reagir com receptores específicos ou pontos sensíveis da
célula.

As plantas que não possuem tais receptores ou pontos sensíveis tornam-


se resistentes à toxina e não desenvolvem nenhum sintoma.

Defesa através da falta de factores essenciais – falta de substâncias


essenciais para o patógeno
Hospedeiros que por qualquer motivo não produzem substâncias
essenciais para a sobrevivência dum parasita obrigatório, ou para o seu
desenvolvimento, tornam-se resistentes a esse patógeno.
Por exemplo, a podridão mole da batata, causada pela bactéria Erwinia
carotovora var a troseptica, é menos severa em batatas com baixo
conteúdo de açucares reduzido do que em batatas com alto conteúdo de
açucares reduzido.

IV. Defesas bioquímicas induzidas pelo patógeno


Uma vez que os eliciadores do patógeno são reconhecidos pelo
hospedeiro, ha uma série de sinais de alarme que são enviadas aos
genes do núcleo, fazendo com que eles sejam activados, para produzir
substâncias inibitórias ao patógeno, e para mobilizar os produtos para o
ponto de ataque.

Reacção de hipersensitividade (HR)


A HR é a morte localizada de células do hospedeiro induzida por um
patógeno. A morte das células dá-se no local de infecção.

A HR limita o desenvolvimento do patógeno, induzindo desta forma a


resistência do hospedeiro contra o patógeno.

A HR é o culminar das respostas de defesa do hospedeiro iniciado pelo


reconhecimento da planta de sinais produzidos pelo patógeno, moléculas
denominadas eliciadores. O reconhecimento dos eliciadores pela
planta, activa uma cadeia de reacções bioquímicas nas células atacadas
e nas vizinhas.

As funções mais comuns que se desencadeiam são:


 Rápida activação das reacções oxidativas;
 Aumento do movimento de iões;
 Ruptura das membranas e perda de compartimentalização das
células;
 Produção de fitoalexinas;
 Formação de proteínas relacionadas com a patogenesis.

A HR ocorre em combinações específicas hospedeiro-parasita, onde o


hospedeiro e o patógeno são incompatíveis (i.e. o patógeno não
consegue infectar o hospedeiro). Pensa-se que este fenômeno é devido
à presença na planta do gene de resistência R, que reconhece e é
activada pela molécula eliciadora liberta pelo patógeno.

Radicais de oxigênio activo, lipoxygenase, e ruptura das


membranas celulares.
A membrana celular é composta de uma camada fosfolipídica. O ataque
das células por patógenos pode resultar em mudanças na
permeabilidade e mudanças na estrutura celular.

Em muitas interacções hospeiro-fungo verifica-se uma rápida e


transiente produção de radicais de oxigênio activado, superóxido (O2),
peróxido de hidrogênio (H2O2) e radicais hidroxil (OH).
Reforço das paredes celulares com moléculas de fortificação
Em várias plantas doentes causadas por fungos, verifica-se uma
acumulação de várias substâncias de defesa na parede celular.
Produção de proteínas ligadas a patogenesis
As proteínas ligadas com a patogenesis (proteínas PR, patogenesis
related proteins) são um grupo bastante diverso de proteínas das
plantas, que são tóxicas aos fungos invasores. As proteínas PR mais
conhecidos são as proteínas PR1, β-1,3 - glucanases , chitinases,
lisozymes, PR4, peroxidases e outros.
As proteínas PR têm propriedades anti-fungos e anti-micróbios.

Fitoalexinas
São substâncias tóxicas produzidas pelas plantas somente depois do
estimulo do patógeno. Na maioria dos casos as fitoalexinas são o
resultado da infecção por fungos.

Imunização contra patógenos - planticorpos


Muitas vezes, nos homens e animais as defesas contra patógenos são
activadas por imunização natural ou artificial, resultando na produção de
anticorpos.

As plantas não possuem um sistema imunológico como os animais e o


homem, não produzem anticorpos. Em 1990, foram produzidas plantas
transgênicas que foram geneticamente modificadas com os genes de
ratos, capazes de produzir anticorpos contra certos patógenos. Tais
anticorpos codificados por genes de animais, mas produzidos em plantas
são chamados os planticorpos.

Exemplo: Artichoke mottle crinkle vírus

Resistência local e sistêmica adquirida


Como já foi dito, as plantas não produzem anticorpos contra os seus
patógenos. É sabido ha muito tempo que as plantas desenvolvem
resistência a patógenos em resposta a infecção ou tratamento com
certos químicos.

A resistência induzida (ou adquirida) é localizada a volta do ponto de


infecção. Subsequentemente, a resistência se espalha sistematicamente
para alem das zonas não tratadas (SAR – sistemic aquired resistence).
O acido salicílico (SA), acido arachidónico têm sido associados à
indução da resistência localizada e sistêmica.

O mecanismo da SAR não é bem conhecido, mas pensa-se que SA


esteja envolvido.

Defesa através de plantas geneticamente modificadas


Genes das plantas
Hoje, são conhecidos muitos genes de resistência a doenças. O primeiro
gene a ser isolado foi o Hmll do milho em 1992, que codifica a enzima
que desactiva a toxina a HC – toxin produzido pela mancha foliar
Cochliobolus carbonum. Outros como o PTO gene do tomate que
confere resistência a Pseudomonas syrigae e PV tomato, Cf9 também do
tomate que confere resistência ao fungo Cladosporium fulvum, etc.

Genes do patógeno
Em 1986, foi demonstrada pela primeira vez que plantas de tabaco
transformadas com o gene da capa protéica do vírus do TMV tinham
resistência a infecção do mesmo vírus. Desde essa altura muitas plantas
têm sido transformadas com a capa protéica.

Sumário
O sistema de defesa das plantas contra os agentes patogênicos
difere do dos animais devido às diferenças morfológicas,
anatômicas e fisiológicas que existem entre os mesmos. Enquanto
os animais têm o sistema central de defesa, as plantas
desenvolveram um sistema de defesa fundamentalmente
localizado na forma de barreiras estruturais e bioquímicas.
As plantas se defendem usando barreiras estruturais As barreiras
actuam como barreiras físicas e inibem a entrada e dispersão do
patógeno na planta. As defesas bioquímicas que tem lugar nas
células e tecidos da planta são produzidas sob a forma de
substâncias tóxicas ao patógeno ou são criadas condições que
inibem o desenvolvimento do patógeno na planta.
A combinação dos dois tipos de armas empregues na defesa da
planta é diferente em diferentes tipos de sistema patógeno-
hospedeiro. Mesmo entre o mesmo tipo de hospedeiro e
patógeno, esta combinação várias com a idade da planta, o tipo
de órgão e tecido da planta atacada, a condição nutricional da
planta e das condições do meio ambiente.
e quimicas.

1 Diferencie o sistema de defesa das plantas do sistema de defesa dos


animais.
2. Enumere as barreiras estruturais . Detalhe duas a sua escolha
3. Enumere as barreiras bioquimicas . Detalhe duas asua escolha
.
Exercícios
Unidade 10

Tema: Métodos de controle de doença

Introdução
Caro estudante, seja bem-vindo aos métodos de controle de doença. A doença
pode ser controlada devido a resistência da planta que pode ser uma resistência
genética, resistência verdadeira e uma resistência aparente, o que pode levar ao
controle efectivo da doença na planta

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca dos


métodos utilizados pela planta para o controle da doença

Ao completar esta unidade você será capaz de:

Conhecer as causas de resistência das plantas acertos patôgeno


Classificar os tipos de resistência
Descrever os tipos de resistência
Objectivos Conhecer os factores genéticos da virulência nos patógenos e da
resistência nos hospedeiros

Resistência genética, verdadeira e


aparente
Tipos de resistência
As causas de resistência das plantas a certos patógenos têm varias
origens, tais como:
o A planta não pertence ao grupo dos hospedeiros do
patógeno (hospedeiro sem resistência – nonhost
resistance)
o A planta pode possuir genes de resistência (gene R)
contra genes de avirulência do patógeno (resistência
gene-por-gene)
o As plantas escapam ou toleram a infecção (resistência
aparente).
A resistência às doenças pode ser classificada em:
o Resistência verdadeira
Geneticamente controlada por um ou mais genes. O patógeno e
o hospedeiro são mais ou menos incompactíveis um com o
outro.

- Resistência horizontal
Tipo de resistência também designada não específica, geral,
quantitativa, de campo, e durável. Este tipo de resistência é
controlada por muitos genes, daí que é também designada
poligênica ou multigenética.

- Resistência vertical
Este tipo de resistência é também denominada específica,
qualitativa ou diferencial. É governada por muito poucos genes-
resistência mono ou oligogénica.

Geralmente, variedades com resistência vertical possuem completa


resistência a patógenos específicos, mas uma mutação no patógeno
pode produzir uma nova raça que seja capaz de infectar a variedade
resistente.

N.B.: as variedades com resistência horizontal, são menos estáveis na


reacção ao patógeno, mas só com múltiplas mutações é que pode surgir
uma quebra de resistência.

Resistência aparente

- Escape
Se plantas geneticamente susceptíveis escapam a infecção,
obviamente que as plantas não ficarão doentes. O escape ocorre em
varias circunstancias (germinação precoce ou tardia, altura da planta,
direcção do vento, falta de humidade, etc.).

Aspecto que é facilmente ignorado!!

- Tolerância
Habilidade da planta de sobreviver e ter uma produção razoável
mesmo infectada. As plantas tolerantes são susceptíveis ao patógeno,
mas o patógeno não é capaz de as matar. O patógeno tem um mínimo
efeito na planta que é tolerante. Muito comum em doenças virais.

Genética da virulência nos patógenos e da resistência nos


hospedeiros
As doenças infecciosas são o resultado da interacção de pelo menos
dois organismos, o hospedeiro e o patógeno. As propriedades destes
dois organismos são governadas pelo seu material genético, o DNA ou
RNA (vírus).

Sabe-se há bastante tempo que o grau de susceptibilidade ou resistência


a vários patógenos é uma característica hereditária.

Os patógenos são um conjunto de raças, que diferem um do outro na


sua habilidade para atacar certas espécies de plantas e não outras. Por
isso é que quando uma variedade é inoculada com duas raças
diferentes, a variedade pode ser resistente a uma raça e susceptível a
outra.

Tabela 10: Relação entre variedades de patógenos e a raça


Variedade Patógeno
Raça 1 Raça 2
Variedade A - +
Variedade B - -
Variedade C + -

Estudos sobre hereditariedade da resistência versus a susceptibilidade


provaram que genes singulares controlam a resistência e a ausência dos
mesmos resulta na susceptibilidade. Sabe-se que os genes de
resistência R são específicos para os genes de virulência avr.

o O conceito de gene-para-gene
Este conceito foi proposto por H. H. Flor, para explicar os resultados do
estudo de hereditariedade da patogenecidade na ferrugem do linho
(Linum usitatissimum). Ele introduziu o conceito de que tanto a genética
do patógeno tanto como a do hospedeiro determinam o resultado da
interacção.

O conceito de Flor considera que o gene para a resistência (R) é


dominante assim com o gene para a virulência (A) também é dominante.

Host
R r
Resistente Susceptível
Susceptível Susceptível

De acordo com a hipótese gene-para-gene, somente uma combinação


resulta em resistência. A hipótese pressupõe que existe um gene do
hospedeiro que interactua com um gene do parasita.

Sumário

As causas de resistência das plantas a certos patógenos têm varias


origens, tais como: (hospedeiro sem resistência – nonhost resistance),
(resistência gene-por-gene) e (resistência aparente).
A resistência às doenças pode ser classificada em: Resistência
verdadeira e resistência aparente.
As doenças infecciosas são o resultado da interacção de pelo menos
dois organismos, o hospedeiro e o patógeno. As propriedades destes
dois organismos são governadas pelo seu material genético, o DNA ou
RNA
Segundo H.H.Flor tanto a genética do patógeno tanto como a do
hospedeiro determinam o resultado da interacção.
1. Quais são as causas de resistência das plantas a certos
patógenos?
2. Como podemos classificar os tipos de resistência das plantas
aos patógenos
3. Descreva dois tipos de resistência
Exercícios 4. Quais são os factores genéticos da virulência nos patógenos
5. Explique o conceito de gene-para-gene
Unidade 11

Tema: Protozoologia

Introdução
Caro estudante, seja bem-vindo ao estudo dos Protozoarios, Os
protozoários encontram-se no reino Protista (organismos unicelulares
eucariotes), podem ser coloniais ou não
Os principais filos são: Sarcodina, Mastigophora, Ciliophora, Sporozoa.
Sarcodina: - Protozoários que se locomovem através de projeções
celulares denominadas pseudópodos
Mastigophora: - Protozoários que se locomovem através de flagelos.
Ciliophora: - Protozoários que se locomovem utilizando cílios
Sporozoa: - Protozoários que não possuem estrutura locomotora.

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão


acerca das afecções causadas por tremátodos e céstodas, a profilaxia
e o controlo das protozoonoses, asua biologia e ciclo de vida

Ao completar esta unidade você será capaz de:

Conhecer as afecções causadas por Trematódeos e Cestodas


Descrever a biologia e ciclo de vida dos Trematódeos e Cestodas.
Aplicar medidas de profilaxia para o controle dos Trematódeos e
Cestodas.
Objectivos

Estudo de afecções por tremátodos e céstodas

Classe Trematoda
Os tremátodas, mesmo sendo parasitas, apresentam estruturas
mais semelhantes as dos turbelários que com a outra classe de
platelmintes (os céstodas).
Ocorrem adaptações para a vida parasita no grupo, tais como:
presença de ventosas adesivas orais; tegumento com cutícula protetora
que impede a ação de enzimas digestivas dos hospedeiros; ausência
órgãos dos sentidos; há produção de muitos ovos na reprodução com o
objetivo de facilitar a sobrevivência e infestação de novos hospedeiros.
A excreção e as trocas gasosas ocorrem através do tegumento.
Na reprodução, os espermatozóides deixam os testículos e se
armazenam na vesícula seminal. Ocorre copulação mútua e fertilização
cruzada. O ciclo de vida pode envolver de um a vários hospedeiros. Os
tremátodas que possuem um único hospedeiro foram colocados na
ordem Monogenea.
Nesta ordem encontram-se os parasitas de muitos peixes marinhos e
também anfíbios, répteis e moluscos. A grande maioria são parasitas
externos (ectoparasitas).
A ordem Digenea contém a maioria dos tremátodas parasitas, onde há o
envolvimento de 2 a 4 hospedeiros no ciclo de vida dos organismos,
sendo a maioria endoparasitas. Nesta ordem é que se encontra o
responsável pela esquistossomose humana (Schistosoma mansoni).

Exemplo1 : Schistosoma

Schistosoma é o género de platelmintos tremátodes responsável pela


esquistossomose, uma parasitose grave que causa milhares de mortes
por ano.

Como todos os platelmintes o tubo digestivo do Schistosoma é


incompleto e tem sistemas de órgãos muito rudimentares. É um parasita
intravascular e permanece sempre no lúmen dos vasos quando infecta o
Homem. Ao longo do seu ciclo de vida, assume as seguintes formas:

1. A forma adulta é a principal e existem dois sexos, ambos fusiformes.


O macho é mais grosso e têm uma calha longitudinal (canal ginecóforo)
no corpo, onde se encaixa e se aloja permanentemente a fêmea,
cilíndrica e mais fina, mas um pouco mais longa. O macho tem cerca de
1 cm e a fêmea 1,5 cm.
2. Os ovos são redondos ou elípticos com cerca de 60 micrómetros e
têm um espinho afiado (terminal no S.hematobium, lateral no
S.mansoni), que lesa os tecidos do hospedeiro quando são expelidos.
Os miracídios imaturos no seu interior secretam enzimas que ajudam a
dissolver a parede dos vasos.
3. Os miracídios são formas unicelulares ciliadas que nascem dos ovos
expelidos nas fezes ou urina humana, que vivem nos lagos ou rios em
forma livre e são infecciosas para o caracol.
4. Os esporocistos são as formas unicelulares no caracol, que se
dividem assexualmente.
5. As cercárias, com meio milímetro, são as formas larvares
multicelulares com caudas bífidas que abandonam o caracol e penetram
a pele dos seres humanos. Elas produzem várias enzimas e têm
movimentos bruscos que lhes permitem furar a pele intacta em apenas
alguns minutos. A cercária transforma-se após a penetração numa forma
sem cauda que se denomina schistosolum. Os schistosolum são
susceptíveis à destruição pelos eosinófilos, mas uma vez estabelecidos
no pulmão, mascaram-se com proteínas e glícidos das células humanas,
ficando practicamente indetectáveis.

Fig nº 46: Ovo de Schistosoma mansoni contendo míracidio

Ciclo de Vida
Inicia-se com o caramujo (caracol aquático). Estes caramujos são
hospedeiros intermediários do Schistosoma, albergando o ciclo
assexuado. Nos seus tecidos multiplicam-se os esporocistos, dando
mais tarde origem às formas multicelulares cercarias, que abandonam o
molusco e nadam na água. O homem é contaminado ao entrar em
contato com as águas dos rios onde existem estes caramujos infectados.

Se estas larvas encontrarem um ser humano na água, penetram pela


pele nua e intacta, ou pelas mucosas, como da boca e esófago após
ingestão da água, ou anal ou genital. Ela continua a penetrar nos tecidos
até encontrar pequenos vasos sanguíneos, no interior dos quais entra.
Viaja então pelas veias, passa pelo coração e atinge os pulmões pelas
artérias pulmonares, onde se fixa.
Cercárias identificadas com anticorpos fluorescentes verdes. As caudas
são bífidas.
Após alguns dias ocorre à transformação para a forma jovem, liberam-se
e migram pelas veias pulmonares, coração e artéria Aorta até atingirem o
fígado. Lá ocorre o amadurecimento das larvas em formas sexuais
macho e fêmeas, e o acasalamento (forma sexuada). Após este
acasalamento, os parasitas migram juntos (a fêmea no canal ginecóforo
do macho), contra o fluxo sanguíneo (migração retrógrada), atingindo as
veias mesentéricas e do plexo hemorroidário superior (ou no caso do
S.hematobium o plexo vesical da bexiga).

Lá, os parasitas põem milhares de ovos todos os dias, durante anos


(entre três e quarenta anos). Os ovos passam do lúmen dos vasos ao
lúmen do intestino ou bexiga simplesmente destruindo todos os tecidos
intervenientes. Não são todos os ovos que passarão para o lúmen do
intestino, sendo assim, os ovos que continuarão na circulação serão
arrastados pela corrente sanguínea até chegar no fígado via veia porta,
onde se estabelecerá e provocará um processo inflamatório circunscrito
ao ovo, e este processo evoluirá para um tecido circunscrito fibroso
cicatricial, e o conjunto desta reação inflamatória e o ovo do schistosoma
no fígado chama-se granuloma hepático. Atravessam as paredes dos
vasos sanguíneos, causando danos tanto com os seus espinhos como
pela reacção inflamatória do sistema imunitário que lhes reage. Atingindo
o intestino são eliminados pelas fezes (ou no caso do S.hematobium
atingem a bexiga e são libertados na urina). Os ovos, em contato com a
água, liberam os miracídios que nadam livres até encontrar um caramujo
(caracol aquático), penetrando-o. Dentro do caramujo ocorre a
multiplicação da forma assexuada, o esporocisto, que se desenvolve na
forma larvar que é libertada seis semanas após a infecção do caramujo,
novamente recomeçando o ciclo.
Fig 47: Ciclo de vida S. mansoni

Exemplo2 : Fasciola hepática

Fascíola (Fasciola hepatica) é um verme achatado, trematódeo da


família dos fasciolídeos, filo Platyhelminthes, parasita dos canais biliares
do boi, ovelha, cabra, porco e, raramente, do homem. (Leitão, 1980)
Este verme apresenta corpo de coloração avermelhada (acinzentada na
porção anterior), foliáceo, achatado, com ventosa ventral e oral pequena
e faringe bem desenvolvida. Também é conhecido pelos nomes de
barata-do-fígado, baratinha-do-fígado, dúvia e saguaipé.

Ciclo de vida
O parasito, no homem, vive em geral nas vias biliares, alvéolos
pulmonares e demais localizações, sendo que apresenta um ciclo
evolutivo do tipo heteroxênico, seguindo a seguinte ordem: 1- Os ovos
são lançados à bile e eliminados pelas fezes 2- Após, originam
miracídeos em condições favoráveis (principalmente temperatura e
iluminação) e estes são atraídos até o caramujo 3- Cada miracídeo
forma um esporocisto, que por sua vez origina em torno de 8 rédias 4-
As rédeas podem originar novas cercárias ou se multiplicarem
novamente 5- As cercárias formadas nadam até o solo ou superfície da
água e perdem a cauda, encistando-se logo em seguida (metacercária)
6- A metacercária infecta o hospedeiro quando este bebe água
contaminada ou come alimentos contaminados 7- Desencista no
Intestino Delgado, pergura sua parede e migra pelo parênquima hepático
8- A metacercária chega aos ductos biliares após dois meses 9- No
fígado, a metacercária completa a maturação.

Patogenia
A patogenia se dá, não diretamente pela toxicidade do parasito, mas sim,
pela resposta do hospedeiro, isto é, uma inflamação crônica no fígado e
ductos biliares. Nos humanos, por serem hospedeiros acidentais, as
lesões são menores devido à diminuta carga parasitária.

Fig nº 48: Fasciola hepatica

Classe Cestoda

Esta classe apresenta os platelmintes mais especializados.


O corpo é recoberto por um tegumento protector, como nos
tremátodas, porém esse tem papel adicional na absorção de alimento,
uma vez que ocorre ausência total de trato digestivo em algumas
espécies (Taenia sp).
Há uma região anterior chamada escólex, adaptada a aderência no
hospedeiro com ganchos e ventosas. Seguida desta estrutura existe uma
região denominada colo da qual se origina vários segmentos individuais
arranjados linearmente. Esses segmentos são chamados
proglótides e compõem a maior parte do verme As tênias são geralmente
longas, podendo atingir até 12 metros de comprimento. As proglótides
mais jovens estão localizadas mais próximas do colo, aumentando de
tamanho e maturidade em direção à região posterior do animal.
Tênia ou Solitária é o nome comum dado aos vermes platelmintos das
ordens Pseudophilidae e Ciclophylidae, que pertencem à classe
Cestoda, que inclui vermes parasitas de diversos animais vertebrados,
inclusive do homem. A Taenia solium e a Taenia saginata são as mais
conhecidas por parasitarem o intestino delgado do homem. Os seus
hospedeiros intermediários são o porco, no caso da Taenia solium, o boi
no caso da Taenia saginata e os peixes no caso do Diphyllobothrium
latum. Além de ser o hospedeiro definitivo, quando tem o lúmen do
intestino parasitado, (de forma quase sempre benigna) causando a
doença Teníase, o homem também pode se tornar hospedeiro
intermediário, sendo acometido por uma doença mais grave, a
Cisticercose, somente determinada pela Taenia solium.

Ciclo de vida
As proglótides localizadas na extremidade da cadeia são as mais
maduras e são mais compridas que largas. Estas proglótides possuem
no seu útero ramificado entre 80.000 e 100.000 ovos. Os ovos são
libertados quando a proglótide se destaca do animal no lúmen intestinal
ou no exterior quando a proglótide se desintegra. São excretadas com as
fezes humanas. Os animais que se alimentam com água, de detritos
(porco) ou erva (vaca) contaminados são infectados. Nestes animais ou
acidentalmente no Homem os ovos eclodem no intestino, gerando
oncosferas, e penetram na mucosa intestinal, e disseminam-se pelo
sangue até os tecidos, onde se enquistam principalmente no músculo,
fígado e cérebro. Quando o Homem come esta carne mal cozida
infectada, a larva se aloja no seu intestino e aí se desenvolve, dando a
origem a uma tênia adulta, fechando o ciclo.

Fig nº 49: Proglótide de T. saginata


Ciclo de vida

Fig: 50 Ciclo de vida da T.saginata

Epidemiologia
As tênias existem em todo o mundo e são os parasitas mais comuns,
sendo estas, das poucas espécies que continuam a ser frequentes nos
países da Europa.

1. Taenia saginata - ocorre em todo o mundo, onde haja a criação de


bovinos e estes sejam consumidos. Na Índia onde o consumo de bovinos
é evitado pelos hindus, os casos são em menor número. Estima-se em
60 milhões o número de pessoas infectadas e em cerca de 5% dos
bovinos da Europa poderão conter cisticercos infecciosos, sendo que
nos países menos desenvolvidos, tal cifra poderá chegar a 50%. É
transmitida pela carne bovina, exceto a subespécie T. saginata asiatica
que parasita também no porco. Os abates clandestinos, realizados sem
a inspeção das carcaças, favorecem a disseminação da doença.
2. Taenia solium - ocorre em todo o mundo, mas está a tornar-se mais
rara na Europa. Nos países da América Latina, cerca de 5% das pessoas
serão portadoras, e até um quarto dos suínos terão cisticercos
infecciosos nos músculos. É também muito comum na África e Ásia. Os
suínos, por serem coprófagos, são mais facilmente infectados, ao
ingerirem ovos ou proglotes eliminados nas fezes humanas. A doença é
rara em povos que não têm hábito de ingerirem carne suína, como os
judeus. Os abates clandestinos, realizados sem a inspeção das
carcaças, favorecem a disseminação da doença.
3. Diphyllobothrium latum - ocorre em peixes de água doce em todo o
mundo, especialmente em lagos de água fria.

A Teníase ocorre quando o homem se infecta ingerido as larvas


cisticercos ao consumir carne crua ou mal-cozida (vermelha, mesmo que
não tenha sangue) de suíno, bovino ou peixe da água doce. A larva
cisticerco evolui para a forma adulta no intestino do homem.

A Cisticercose ocorre quando seres humanos ingerem água, terra ou


alimentos contaminados com ovos de Taenia solium presentes em fezes
humanas. Em alguns países o hábito de fertilizar o solo com fezes
humanas aumenta muito o risco. Também pode ocorrer por infecção
fecal oral como em determinadas práticas sexuais, ou até por
autoinfecção do mesmo indivíduo. A autoinfecção pode ser externa ou
interna. Na autoinfecção interna, os proglotes grávidos podem alcançar o
estômago por retroperistaltismo, liberando grande quantidade de
embriões, que invadem a circulação sangüínea, dissseminando-se pelo
organismo humano. Na autoingecção externa, o próprio indivíduo ao
defecar, contamina suas mãos ou fômites, que leva à boca, ingerindo os
ovos eliminados nas próprias fezes.

Progressão e sintomas
A teníase intestinal (o homem como hospedeiro definitivo da forma
adulta do helminto) é frequentemente assintomática, mas em algumas
pessoas pode causar sintomas de reacção imunológica como eosinofilia,
náuseas, vómitos, diarréia ou obstipação, dor abdominal, sensação de
movimento intestinal, sons e alterações do apetite. Em indivíduos
subnutridos pode agravar a desnutrição. A infecção não dá imunidade a
reinfecção.

No caso da infecção com a tênia dos peixes (D. latum) há


adicionalmente risco de deficiência em vitamina B12, a qual é consumida
em grandes quantidades pelo parasita, que afecta cerca de 1% dos
portadores, com anemia megaloblástica (também chamada de
perniciosa) e sintomas neurológicos como deficiências sensoriais do
tacto.

A Cisticercose é devida à ingestão acidental de ovos de tênia em água


ou comida contaminadas com ovos do parasita: o ser humano é
acidentalmente tomado como hospedeiro intermediário. Os ovos
eclodem no lúmen intestinal e as oncosferas invadem a mucosa
intestinal, alcançando a corrente circulatória sangüínea. A maioria migra
para os músculos, onde se encista, mas algumas podem enquistar-se
em órgãos delicados como o olho e o cérebro, causando sintomas como
alterações visuais, convulsões epilépticas e outros distúrbios
neurológicos. No coração podem agravar insuficiência cardíaca.

Diagnostico, tratamento, prevenção.


O diagnóstico da teníase intestinal é feito pela observação dos ovos ou
proglótes nas amostras fecais, observadas ao microscópio óptico. Um
único exame cropoparasitológico não exclui a teníase e deverá ser
repetido utilizando-se técnicas de concentração de ovos como a de
Ritchie ou de Albicrotchi que apresenta 90% de eficiência na
visualização de ovos e confirmação da teníase. Os testes de
hemaglutinação e imunofluorescência indireta auxiliam no diagnóstico da
teníase quando os métodos parasitológicos mostram-se insuficientes. O
diagnóstico da cisticercose é por imagiologia (TAC) com confirmação
pela análise de biópsia de tecidos afectados. A distinção entre as duas
espécies quase nunca é necessária, mas pode ser feita pela técnica de
reconhecimento de ADN, a PCR.

O tratamento da teníase intestinal é feito com fármacos antiparasíticos


como a nitazoxanida, o praziquantel ou mebendazole ou albendazol. Na
cisticercose são usados praziquantel e corticóides.

A prevenção é feita por meio da melhoria da higiene e controle da


alimentação de suínos e bovinos e inspecção das carcaças de animais
abatidos para consumo.
A prevenção pessoal passa pelo consumo de carne de porco
exclusivamente bem cozida ("bem passada"). A carne bovina é
geralmente mais segura porque os bovinos não ingerem fezes como o
porco; contudo, também é aconselhado o seu consumo apenas se bem
cozida, ou seja, sem ficar nenhuma porção vermelha. O presunto e
outros embutidos não cozidos são alimentos de especial risco.
Sumário
Os Trematodeos e os Cestodas pertencem ao filo Platelmintes
Os tremátodas, mesmo sendo parasitas, apresentam estruturas
mais semelhantes as dos turbelários que com a outra classe de
Platelmintes (os céstodas).
Nos Trematoda ocorrem adaptações para a vida parasitaria no
grupo, tais como: presença de ventosas adesivas orais;
tegumento com cutícula protetora que impede a ação de
enzimas digestivas dos hospedeiros; ausência órgãos dos
sentidos; há produção de muitos ovos na reprodução com o
objetivo de facilitar a sobrevivência e infestação de novos
hospedeiros. Ex: Schistosoma causador da esquistossomose e
Fascíola hepática causadora da inflamação crônica no fígado e
ductos biliares
Os Cestodes possuem o corpo recoberto por um tegumento
protector, como nos tremátodas, porém esse tem papel adicional
na absorção de alimento, uma vez que ocorre ausência total de
trato digestivo em algumas espécies.
Ex: Taenia , T. saginata e T.solium a sua prevenção é feita pela
melhoria da higiene.
1. Quais são as afecções causadas por Trematódeos.
2. Descreva o ciclo de via do Schistosoma mansoni
3.Fale da patogenia da Fasciola hepática
4. Descreva o ciclo de vida da ténia
5. De que maneira poderá ser diagnosticada ateniase?
Exercícios 6. Quas são as medidas de profilaxia contra a teniase.
Unidade 12

Tema: Nemátodos

Introdução
Caro estudante, seja bem-vindo ao estudo dos Nematodos. A Bioestatística não
se distanciada estatística aplicada em matematica. A principal diferença e o facto
deste módulo estudar aspectos directamento relacionados com o Homem, em
particular na escola como um lugar de busca de conhecimentos e atitudes que
caracterizam os princípios básicos de convivência humana

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca de


conceitos usados em bioestatistica, investigacao cientifica, projecto de
investigacao, etc.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

Conhecer as características gerais dos Nematodos


Descrever o modo de infecção pela Ascaris lumbricoides
Descrever o modo de reprodução e crescimento da Ascaris lumbricoides
.
Objectivos

Características gerais dos Nematodos

Características gerais. Os nematódeos ou nemátodos


(Nemathelminthes) (também chamados de vermes cilíndricos) são
considerados o grupo de metazoários mais abundante na biosfera, O
nome vem da palavra grega nema, que significa fio.

São animais triblásticos, protostômios, pseudocelomados. Seu corpo


cilíndrico, alongado e não segmentado exibe simetria bilateral. Possuem
sistema digestivo completo, sistemas circulatório e respiratório ausentes;
sistema excretor composto por dois canais longitudinais (renetes-formato
de H); sistema nervoso parcialmente centralizado, com anel nervoso ao
redor da faringe.

Ecologicamente são muito bem-sucedidos, sendo tal fato demonstrado


pela alta diversidade de espécies. Encontram-se em todos os habitats,
terrestres, marinhos e de água doce e chegam a ser mais numerosos
que os outros animais, tanto em número de espécies, como de
indivíduos. Algumas espécies são microscópicas, enquanto uma
espécie, parasita do cachalote pode atingir 13 metros de comprimento.

Fig nº 51: Arcaris lumbricoides


A ascaridíase, ascaridose, ascariose e ascaríase é uma parasitose
geralmente benigna causada pelo verme nemátode Ascaris lumbricoides,
também conhecido popularmente como lombriga ou bicha.

São vermes nemátodes, ou seja, fusiformes sem segmentação, e com


tubo digestivo completo. A reprodução é sexuada, sendo a fêmea (com
até 40 cm de comprimento) bastante maior que o macho, e com o
diâmetro de um lápis. Os ovos têm 50 micrometros e são absolutamente
invisíveis a olho nu. Ao contrario da crença popular, a Ascaridíase não é
"Criada" quando uma pessoa fica assustada ou traumatizada.

O ser humano infectado libera, junto às fezes, ovos do parasita. Assim a


larva se desenvolve em ambientes quentes e úmidos (por exemplo, o
solo nos países tropicais) no qual permanece dentro do ovo. A infecção
ocorre por meio da ingestão dos ovos infectantes em água ou alimentos,
principalmente verduras. As larvas são liberadas no intestino delgado e
alcançam a corrente sanguínea através da parede do intestino. Infectam
o fígado, onde crescem durante menos de uma semana e entram nos
vasos sanguíneos novamente, passando pelo coração e seguem para os
pulmões. Nos pulmões invadem os alvéolos, e crescem mais com os
nutrientes e oxigênio abundantes nesse órgão bem irrigado. Quando
crescem demasiados para os alvéolos, as larvas saem dos pulmões e
sobem pelos brônquios chegando à faringe onde são maioritariamente
deglutidas pelo tubo digestivo, passando pelo estômago, atingem o
intestino delgado onde completam o desenvolvimento, tornando-se
adultos.Apesar de haver alguns casos em que são expectoradas saindo
pela boca. A forma adulta vive aproximadamente dois anos. Durante
esse período, ocorre à cópula e a liberação de ovos que são excretados
com as fezes.

Reprodução e crescimento
A maioria das espécies são dióicas, (realizam fecundação interna),
ocorrendo em algumas nítido dimorfismo sexual: normalmente os
machos são menores que as fêmeas, apresentam espinhos copulatórios
e possuem a cauda encurvada.

Na cópula, os machos depositam os seus espermatozóides no poro


genital das fêmeas. Os machos não possuem poro genital, e a saída dos
espermatozóides ocorre pela cloaca.

Também são características exclusivas dos nematódeos a ausência de


células ciliadas e os espermatozóides amebóides, sem flagelo,
deslocando-se por pseudópodos.

A fecundação acontece dentro do corpo da fêmea (fecundação interna).


Depois de fecundado, o zigoto se desenvolve dentro de um ovo com a
casca resistente. Muitas espécies eliminam os ovos fecundados para o
ambiente, onde as primeiras divisões se processam e o ovo se torna
embrionado.

O ciclo evolutivo pode ser direto ou indireto, dependendo da formação de


larvas por dentro ou fora dos ovos.
Algumas espécies representantes → Ascaris lumbricoides (lombriga),
Ancylostoma duodenale e Necator americanus.

Sumário
Os Nematodos São animais triblásticos, protostômios,
pseudocelomados. Seu corpo cilíndrico, alongado e não segmentado
exibe simetria bilateral. Possuem sistema digestivo completo, sistemas
circulatório e respiratório ausentes; sistema excretor composto por dois
canais longitudinais (renetes-formato de H); sistema nervoso
parcialmente centralizado, com anel nervoso ao redor da faringe.
A ascaridíase, ascaridose, ascariose e ascaríase é uma parasitose
geralmente benigna causada pelo verme nemátode Ascaris lumbricoides,
também conhecido popularmente como lombriga ou bicha.
A maioria das espécies são dióicas, (realizam fecundação interna),
ocorrendo em algumas nítido dimorfismo sexual.
O ciclo evolutivo pode ser direto ou indireto, dependendo da formação
de larvas por dentro ou fora dos ovos.
Algumas espécies representantes → Ascaris lumbricoides (lombriga),
Ancylostoma duodenale e Necator americanus.

1.Cite Três características gerais dos Nematodos


2. Descreva o modo de infecção pela A.lumbricoides
3. Fale da reprodução da A.lumbricoides

Exercícios
Unidade 13

Tema: Relações entre as epidemias dos


nemátodos

Introdução
Caro estudante, seja bem-vindo as relações vegetais e o solo. Os Nematodos
fitófagos possuem uma grande importância para a agricultura, infectando as
raízes favorecendo a penetração de outros organismos patogênicos na
planta (fungos, bactérias e vírus), formando associações com estes
microrganismos

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca das


relações vegetais e o solo, a importância dos nematodos fitofagos, e os métodos
de controlo de doenças causadas por Nematodos nas plantas.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

Conhecer a importância dos Nematodos fitófagos na agricultura.


Descrever as fases do desnvolvimento dos Nematodos e os ciclo das
relações patógeno- hospedeiro
Conhecer as formas de sobrevivência e dessiminação dos Nematodos
Objectivos Descrever a sintomatologia e os danos causados por Nematodos nas
plantas
Classificar os Nematodos fitófagos quanto ao tipo de parasitismo
Descrever os tipos de interação entre Nematodos e outros organismos
patogênicos
Aplicar métodos de controlo contra doenças causadas por Nematodos
fitofagos.

Relações vegetais e o solo


Nemátodos fitófagos, sua importância na agricultura.
Os nematóides são microrganismos tipicamente vermiformes que, em
sua maioria, completam o ciclo de vida no solo. Sua disseminação é
altamente dependente do Homem, seja por meio de mudas
contaminadas, deslocamento de equipamentos de áreas contaminadas
para áreas sadias, ou por meio da irrigação ou água das chuvas.

Nemátodes fitoparasíticos podem ser ecto-ou endo-parasitas; todos


têm estiletes, mas enquanto alguns se mantêm no solo, com apenas
o estilete no tecido vegetal, outros enterram a cabeça na planta e
alguns entram na planta por inteiro, o que geralmente provoca um
inchaço ou uma galha. As galhas são estruturas vegetais
deformadas pela presença do verme, dentro das quais o verme se
desenvolve e pode sobreviver por muito tempo quando dessecado
(há relatos de vermes sobrevivendo por 27 anos em galhas, apesar
de serem raros; Dilendus dipsaci, que ataca pepinos, alho e outras
culturas, sobrevive por 4 a 9 anos em galhas, dependendo do
material vegetal usado.

É interessante notar que as fases infectantes de fitoparasitas têm


grandes reservas nutricionais, tendo em vista que eles não se
alimentam até achar um hospedeiro. As fases infectantes de
Heterodera podem viver no solo por até um ano, e outros tilenquídios
conseguem sobreviver por pelo menos algumas semanas.

Juvenis infectantes aparentemente são atraídos a novas plantas por


exsudações, sendo capazes de percorrer distâncias de até 2,5 m
para chegar a um hospedeiro. Tendo em vista que provavelmente o
estilete não é utilizado para penetrar na planta, apenas para perfurar
as células e sugar o conteúdo, a penetração ocorre em pontos fracos
da raiz, de modo que os nemátodes são atraídos pelas feridas.

Uma característica para um nematóide ser fitoparasita é a presença


de estilete na parte anterior do sue corpo. Quanto ao tipo de
parasitismo são classificados em ecto ou endoparasitas (dividido em
sedentário ou migrador), podendo atacar folhas, flores, caule e
raízes. O sintoma característico causado pelo género Meloidogyne é
a galha, devido a indução de um crescimento desenfreado de 3 a 5
células, por onde o nematóide irá se alimentar, crescer, se reproduzir
e morrer. O nematóide possui uma reserva lipídica em seu corpo que
o permite não se alimentar até que encontre seu hospedeiro. Pode
ocorrer a perda de sua capacidade parasitária, caso gaste de 50 a
60% desta reserva corporal. Os juvenis buscam seu hospedeiro
guiado pelos exsudatos que as plantas liberam direcionando-os. Em
regra geral, os nematóides só parasitam raízes novas, uma vez que
é sabido que o estilete é utilizado para perfurar e não penetrar a
planta.

Condições favoráveis ao desenvolvimento de nemátodos


a) Humidade: abundam mais em solos frescos e húmidos, onde
haja matéria orgânica em decomposição.
b) Temperatura do solo: importante na actividade dos nemátodos
e, os valores óptimos variam entre 20ºC a 30ºC.
c) A estrutura do solo: abundam mais em solos com textura
arenosa
d) A falta de rotações de culturas permite a manutenção de
populações de nemátodos no solo

Desenvolvimento dos Nematodos


O desenvolvimento do patógeno compreende fases activas e inactivas.
As fases activas são patogênese e saprogênese. A fase inactiva é
chamada de dormência.

1. Patogênese: é a fase em que o patógeno está associado ao tecido


vivo do hospedeiro. Compreende três fases: pré-penetração, penetração
e colonização. Ocorre nos parasitas obrigados e facultativos.

2. Saprogênese: é a fase em que o patógeno não está associado ao


tecido vivo do hospedeiro, ele encontra-se em atividade saprofítica sobre
restos de cultura ou sobre a matéria orgânica do solo. Não ocorre nos
parasitas obrigados.
3. Dormência: é a fase onde as condições não são favoráveis à
atividade do patógeno, achando-se este com metabolismo reduzido. em
tais oportunidades os microrganismos poderão sobreviver na forma de
estruturas apropriadas, denominadas estruturas de resistência, que são
órgãos consistentes e ricos em reservas, tais como esclerócios,
peritécios, clamidosporos e esporos de resistência em alguns fungos,
bem como na forma de micélio dormente dentro de sementes e gemas.

A formação de estruturas de resistência não constitui um privilégio de


todos os agentes fitopatogênicos, pois muitos fungos e bactérias, além
da maioria dos nematóides fitoparasitas, não as possuem. ocorre tanto
nos parasitas obrigados como nos facultativos. Essas fases nem sempre
ocorrem seguindo uma regular alternância, pois a ordem de sucessão
das mesmas depende de várias circunstâncias. a seqüência poderá
obedecer às mais variadas combinações.

Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro


A série de fases ou eventos sucessivos, que conduzem à ocorrência da
doença, ou fazem parte do seu desenvolvimento, constitui um ciclo,
denominado ciclo das relações patógeno-hospedeiro, no qual cada uma
das diferentes fases apresenta características próprias e tem função
definida.

O estudo das relações patógeno-hospedeiro, constitui a base para a


aplicação de medidas de controlo, pois o conhecimento dos detalhes de
cada ciclo em particular indica quais as medidas de controlo mais
eficientes e econômicas a serem adotadas e as fases mais adequadas
para sua adoção.

O ciclo das relações patógeno-hospedeiro pode ser dividido em ciclo


primário e ciclo secundário.

Formas de sobrevivência dos nemátodos


a) Anabiose: as larvas de um estádio podem enquistar ficando
encerradas dentro da cutícula anterior (por exemplo, na falta de
hospedeiro, ou em períodos de secas prolongadas).
b) Enquistamento das fêmeas: por exemplo, Heterodera spp.
Endurecimento do corpo da fêmea e, torna-se num invólucro
protector dos ovos que permanecem no interior da fêmea.
c) Nemátodos do gênero Meloidogyne depositam os ovos num
saco gelatinoso de natureza glicoprotéica que os protege da
dissecação
Formas de disseminação de nemátodos
a) Deslocação do nemátodo no solo é limitada, devido ao seu
tamanho reduzido, isto explicado por manchas de cultura
localizadas ao longo do campo.
b) Água de rega, chuva, vento pode disseminar nemátodos para
novas áreas, sobretudo os quistos
c) Propagação de material vegetativo infestado, por exemplo,
socas de bananeiras, tubérculos de batata, semente, etc., pode
se transportar os nemátodos a distâncias consideráveis, criando
novos focos de infestação
d) O próprio homem através do solo aderente a sapatos
e) Através de utensílios agrícolas, rodas de veículos, patas de
animais.

Alimentação
O nemátodo quando localiza o hospedeiro introduz o estilete e extrai o
conteúdo celular de que se alimenta.

Os nemátodos fitófagos, quando ao tipo de parasitismo, podem


classificar-se em:
a) Endoparasitas
Penetram o tecido da planta onde também faz a postura dos ovos
(por exemplo, Meloidogyne spp, Pratylenchus spp, Radopholus
similis, Helicotylenchus spp.)

b) Ectoparasitas
Vivem no solo, e parasitam os tecidos das plantas estando fora,
introduzindo apenas o estilete. Apresentam estiletes compridos em
relação ao primeiro grupo. (por exemplo, Xiphnema spp.,
Trichodorus spp., Longidorus spp. Pratylenchus spp.)

C) Semi-endoparasitas
Trylenchus semipenetrans, Nacobbus spp, etc.

Danos causados por nemátodos no tecido da planta


a) Injúrias mecânicas resultantes da movimentação dos
nemátodos dentro do tecido vegetal (por exemplo, nemátodos
endoparasitas)
b) Desvio de substancias nutritivas produzidas ou absorvidas
pela planta, para o sustento do parasita.
c) Acção tóxica
- as secreções ou a saliva de certos nemátodos determinam a
paralisação da divisão celular na zona parasitada (por exemplo,
Trichodorus spp)
- alguns gêneros causam a morte das células do ponto afectado,
originando uma lesão (por exemplo, Pratylenchus spp.,
Radopholus spp., etc.)
- outros gêneros induzem o hospedeiro a produzir células gigantes
(hipertrofia celular dando origem a galhas) exemplo, Gênero
Meloidogyne

Sintomatologia produzida por nemátodos


1) Parte aérea
 Aparecimento de manchas da cultura ao longo do campo
 Presença de plantas raquíticas e amareladas
 Necroses nas folhas que estendem-se progressivamente
por todo o limbo, originando a morte da folha, por
exemplo, Aphelenchoides na cebola

2) Alterações do sistema radicular


 Formação de necroses resultantes da destruição profunda
das células (exemplo, Pratylenchus spp., Radophulus
similis, etc.)
 Quistos constituídos pelo corpo da fêmea, transformando-se
num invólucro protector da descendência (exemplo, gêneros
Heterodera sp. e Globdera sp.)
 Galhas formadas por células gigantes polinucleadas, como
reacção do tecido do hospedeiro a picada dos nemátodos
(exemplo, Meloidogyne spp.)

Interacção entre nemátodos e outros organismos patogênicos


 As picadas do nemátodo podem favorecer a penetração de
outros organismos patogênicos na planta (fungos, bactérias e
vírus), por exemplo, queda da resistência do algodoeiro e
tomateiro à murcha provocada por Fusarium spp. Se as plantas
estiverem previamente atacadas por nemátodos da galha,
Meloidogyne spp.
Associação da doença de panamá (Fusarium oxysporum) que na
presença do Radopholus similis a sua incidência é elevada

Associação de bactérias e nemátodos:


 Anguina tritici vector de Corynebacterium tritici
 A mesma associação entre Ditylenchus dispsaci e a bactéria
Corynebacterium insidiosum
A presença destes gêneros de nemátodos aumenta a incidência da
murcha bacteriana em variedades susceptíveis

Associação de vírus e nematodes:


Nemátodos dos gêneros Xiphinema, Longidorus e Trichodorus são
vectores de viroses em algumas culturas, exemplo, na vinha: o urticado
ou nó curto infeccioso e a clorose infecciosa.

Associação de fungos e nemátodos:


 Aumento da incidência e severidade da murchidão causada pelo
Fusarium em plantas simultaneamente infectadas pelo nematoge
de galhas.
O mesmo fenômeno é observado em complexos de doenças
envolvendo murchidão causada pelo Verticillium, damping-off do
Pythium, e podridão radicular causada pela Rhizoctonia e
Phytophthora.

Culturas hospedeiras: milho, feijões amendoim, algodão, batata,


tabaco, ananaseiro, tomate, quiabo, bananeira e varias hortícolas e
infestantes.

Biologia: as larvas penetram nas raízes ou tubérculos em formação


onde completam o ciclo. Tanto as fêmeas como os machos são
vermiformes.
A temperatura óptima para o desenvolvimento: 20ºC a 30ºC.
Radopholus similis e Helicotylenchus spp. Causam os mesmos
sintomas nas raízes.
Particularidade do Radopholus similis: as plantas infestadas caem em
dias de ventos fortes.

Métodos de controlo usados no combate de nemátodos


1) Métodos culturais
 Rotações de culturas
 Aplicação de estrume ou matéria orgânica
 Uso de plantas como Crotalaria spp, Tagetes spp., e outras com
algumas propriedades nematicidas
3) Utilização de variedades resistentes quando disponíveis
4) Aplicação de nematicidas (seleccionados)
5) Quarentena
6) Controlo biológico com a utilização de alguns fungos
(exemplo: controlo do nemátodo da galha com os esporos do
fungo Dactylella oviparasitica, que parasita os ovos do
nemátodo).
7) A prática de protecção integrada (combinação de vários
métodos disponíveis).

o Gêneros de nemátodos considerados importantes


(Nemat-DNA): Meloidogyne , Pratylenchus, Helicotylenchus,
Trylenchus, Radopholus

O gênero Meloidogyne possui vasta gama de hospedeiros: solanáceas


(tomate, pimento, berinjela, batata, tabaco), cucurbitáceas (abobora,
pepino, melancia), crucíferas (repolho, couve), leguminosas (feijões,
soja, fava), euforbiáceas (mandioca), fruteiras (papaieiras, bananeiras).
Espécies importantes: M. incognita, M. javanica, M. arenaria e M. hapla

Sintomas
Sistema radicular: galhas nas raízes e por vezes nos caules.
Parte aérea: redução no crescimento, clorose nas folhas e murcha das
plantas durante o dia, podendo levar ate a morte em caso de elevadas
populações do nemátodo.

As alterações provocadas ao nível da raiz vão reflectir-se


 Redução de absorção e translocação da água e nutrientes e
consequentemente baixa taxa fotossintética e a produção.
 Redução da qualidade do produto final para alem dos prejuízos
quantitativos, por exemplo, batata, cenoura entre outras.
Fig 52 Verugas na casca da batata Fig 53 Meloidogyne sp
na raiz
Provocadas por (Meloidogyne spp)

Biologia de Meloidogyne spp.


O ciclo começa no ovo, depositado na superfície do órgão parasitado. Os
ovos ficam encerrados num saco gelatinoso produzido pela fêmea e
podem variar de 400 a 500 ovos cada. Poucas horas depois dá inicio o
desenvolvimento embrionário. A primeira muda dá-se ainda dentro do
ovo e assim o primeiro e segundo estádio larvais ocorrem dentro do ovo.
As larvas do segundo estádio são as larvas infectantes e elas localizam
o hospedeiro iniciando deste modo o parasitismo.
A presença das larvas leva a profundas alterações morfológicas e
fisiológicas com o desenvolvimento das células gigantes polinucledas.
Estas alterações normalmente são acompanhadas por um
engrossamento da raiz e pela formação de galhas que constituem o
primeiro sintoma numa planta parasitada. A larva aumenta de tamanho e
antes de atingir a fase adulta passa por três mudanças da cutícula
(mudas). Após a última muda a fêmea torna-se globosa e o macho
filiforme.

A reprodução neste gênero é partenogénica, não necessitando de


machos para a fecundação. A proporção machos e fêmeas está
relacionada com a disponibilidade do alimento. Quando a disponibilidade
de alimento é grande originam-se mais fêmeas que machos e quando é
pequena, surge maior numero de machos.

De um modo geral o ciclo de vida destes nemátodos é dividido em duas


partes: a primeira designa-se por pré-parasita, vai desde o ovo ate à
penetração da larva no hospedeiro e a segunda, que decorre desde a
infecção ate ao completo desenvolvimento dos adultos, machos e
fêmeas incluindo a oviposição e é designada por fase parasítica.

O numero de gerações observadas ao longo do ano é variável com as


espécies e está, sobretudo relacionado com a gama de hospedeiro de
cada espécie.

Nemátodo de lesão: Pratylenchus spp.


Sintomas: formação de lesões (áreas necróticas) nas raízes e
tubérculos (e nestes facilitam a entrada de fungos e bactérias).

Sumário

As picadas do nemátodo podem favorecer a penetração de outros


organismos patogênicos na planta (fungos, bactérias e vírus).
Uma característica para um nematóide ser fitoparasita é a presença de
estilete na parte anterior do sue corpo. Quanto ao tipo de parasitismo
são classificados em ecto ou endoparasitas, podendo atacar folhas,
flores, caule e raízes, causando modificações na parte aerea , no
sistema radicular, etc, formando associações com bacterias, virus e
fungos.
O controlo dos Nematodos fitofagos pode ser feito atraves da rotação
das culturas, utilização de variedades resistentes, controlo biologico, etc.
1.Qual é a a importância dos Nematodos fitófagos na agricultura?
2.Descreva o ciclo das relações patógeno-hospedeiro.
3.Quais são as formas de sobrevivência e dessiminação dos
Nematodos
4.Descreva a sintomatologia e os danos causados por Nematodos nas
plantas
5.Classifique os Nematodos fitófagos quanto ao tipo de parasitismo
Exercícios 6.Descrever os tipos de interação entre Nematodos e outros organismos
patogénicos
7.Cite alguns métodos de controlo de doenças causadas por
Nematodos fitofagos

Unidade 14
Tema: Anelídeos

Introdução
Caro estudante, seja bem-vindo ao estudo dos Anelídeos. O Filo annelida tem o
corpo segmentado em pequenos anéis. A classe Oligachaeta ( minhocas
habitam no solo, a classe Hirudinea ( sanguessugas são habitantes da agua
doce. Alguns são de vida livre, vivendo em galerias ou tubos, outros são
comensais aquáticos, poucos são ecto ou endoparasitas e muitas sanguessugas
fixam-se em vertebrados.

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca da


classe Hirudinea, sua importância.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

Conhecer as características gerais da classe Hirudinea.


Descrever a alimentação das sanguessugas
Conhecer a importância das sanguessugas na medicina.
Objectivos

Características gerais da classe Herundíneas: Sanguessugas , sua


importância

Uma sanguessuga é um anelídeo da Classe Hirudinea (antigamente


chamados aquetas, ou seja sem sedas,contrariamente às outras classes
do seu Filo) que se alimenta de sangue de outros animais (hematófago).
São animais hermafroditos, não possuem cerdas e que possuem
ventosas para sua fixação. São assim chamados por produzirem uma
substância anticoagulante denominada hirudina. Existem mais de 500
espécies.

Morfologia
O corpo da sanguessuga é achatado e afunilado na extremidade
anterior, formando a cabeça, e ainda possui a ventosa anterior que
circunda a boca. A ventosa posterior está localizada ventralmente, e é
maior que a anterior. Possui 32 segmentos (anéis) no seu corpo. O
clitelo (uma estrutura) não é visível, exceto na época da reprodução. O
seu comprimento vai de 6 a 10 cm, a maior sanguessuga do mundo é a
Haementeria ghilianii amazônica que mede 30 cm. As cores mais
comuns são o negro, o marrom, o verde-oliva, vermelho, e ainda existe a
sanguessuga listra.

Alimentação
Alimenta-se do sangue das suas vítimas. Podendo ingerir uma
quantidade de sangue 10 vezes superior ao seu próprio volume. Ao
aderir ao corpo do ser vivo de que se alimenta, segrega um
anticoagulante que leva o sangue a circular sem estancar. A
sanguessuga não é apenas hematófaga, muitas espécies podem ser
predadoras alimentando-se de vermes, caramujos e larvas de insectos,
além de matéria orgânica. (Storer, 1984)
Podem ser encontradas em todo o mundo, geralmente na água doce.
Existem também algumas espécies marinhas e outras que vivem na
lama. Nas zonas tropicais existem espécies arbóreas que caem sobre as
vítimas. Preferem lagos, lagoas, rios calmos de água quente.

Uso medicinal
Até ao século XIX, as sanguessugas eram utilizadas na Medicina
tradicional chinesa, na medicina oriental e mesmo na medicina ocidental
(nas sangrias). Hoje em dia ainda há necessidade de utilizar
anticoagulantes na medicina convencional, ainda que sejam artificiais.
Recentemente, as sanguessugas voltaram a ser utilizadas em medicina
em casos de grandes dificuldades circulatórias em membros, visto que a
sua acção sugadora força o sangue a circular, ajudando a manter vivas
as células.

Porém, são usadas somente na medicina alternativa, já que essas


técnicas exóticas não são aceitas na medicina tradicional. A eficácia
destes tratamentos e outras propriedades das sanguessugas na
medicina ainda são bastante pesquisadas, mas, por enquanto, são
utilizadas na medicina tradicional.
Fig nº 54: Uma sanguessuga nas pedras

Sumário
Uma sanguessuga é um anelídeo da Classe Hirudinea que se alimenta
de sangue de outros animais (hematófago). São animais hermafroditos,
não possuem cerdas e que possuem ventosas para sua fixação. São
assim chamados por produzirem uma substância anticoagulante
denominada hirudina . As sanguessugas foram muito usadas na
medicina tradicional chinesa e na medicina oriental no sec XIX,
actualmente voltaram a ser utilizadas em medicina em casos de grandes
dificuldades circulatórias em membros, visto que a sua acção sugadora
força o sangue a circular, ajudando a manter vivas as células.
Diga três características gerais da classe Hirudinea.
Descreve o modo da alimentação das sanguessugas
Qual é a imporância das sanguessugas na medicina?
Exercícios
Unidade 15

Tema: Artropodes

Introdução
Caro estudante, bem-vindo ao estudo dos Artropodes. Os Artropodes possuem
pés articulados , inclui as classes Crustaceos (carangueijos, camarões) Classe
Insecta (insectos),classe Arachnida ( aranhas) a classe Chilopoda ( centopeias),
e outros. O filo é um dos mais importantes ecologicamente.

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca das


características gerais dos Anelideos e das vias de transmissão de doenças

Ao completar esta unidade você será capaz de:

Descrever as características gerais dos Artropodes.


Descrever as relações do Artropode com seu hospedeiro.
Conhecer a importância económica dos Artropodes
Objectivos

Características gerais e vias de transmissão de doenças

Os Artrópodes (do grego arthros: articulado e podos: pés, patas,


apêndices) são animais invertebrados caracterizados por possuírem
membros rígidos e articulados e terem vários pares de pernas.
Compõem o maior filo de animais existentes, representados pelos
gafanhotos (Insectos), aranhas (Arachnida), caranguejos (crustáceos),
centopeias (quilópodes) e embuás (diplópodes), somam mais de um
milhão de espécies descritas (apenas mais de 890.000 segundo outros
autores). Mais de 4/5 das espécies existentes são Artrópodes que vão
desde as formas microscópicas de plâncton com menos de 1/4 de
milímetro, até crustáceos com mais de 3 metros de espessura.

Os artrópodes habitam praticamente todo o tipo de ambiente: aquático e


terrestre e representam os únicos invertebrados voadores. Existem
representantes parasitas e simbióticos. Há registros fósseis de
artrópodes desde o período Cambriano.
Características gerais dos artrópodes
Os Artrópodes, invertebrados que possuem pernas articuladas, ou
“juntas” móveis, têm o corpo segmentado e dividido em cabeça, tórax e
abdomen. Em alguns neste caso, o corpo é dividido em cefalotórax e
abdomen.

Possuem um esqueleto externo, denominado exoesqueleto. É o que se


chama de “casca” na lagosta, no siri, no camarão, no caranguejo, na
barata etc.

O exoesqueleto é resistente e limita o crescimento do animal. Assim, o


exoesqueleto “velho” e limitante é trocado por um “novo” e “folgado”, que
permite a continuidade do crescimento. Essa troca de exoesqueleto, que
pode ocorrer várias vezes durante a vida do animal, é chamada de muda
e ecdise.

Relação Artrópode – Hospedeiro


1. Os artrópodes existem há mais de 500 milhões de anos, 300 milhões
de anos antes do surgimento dos animais de sangue quente.
2. Não se sabe exatamente quando os Artrópodes começaram a
parasitar, mas pensa-se que com o aparecimento dos animais
vertebrados terrestres os artrópodes começaram a explorar novos
ambientes, oportunidades.
3. Um dos fatores que pode ter favorecido a parasitismo foi a
possibilidade de se alimentar no hospedeiro vertebrado.
4. Os artrópodes inicialmente deveriam ter se alimentado de matéria
orgânica e no hospedeiro passaram a se alimentar de debris de pele ou
pêlos, penas. Já deviam ter peças bucais adaptadas para picar,
mastigar, sugar, etc...
5. Durante o processo evolutivo, provavelmente uma refeição ocasional
de sangue tenha se tornado obrigatória para a existência de alguns
artrópodes.

6. A associação hospedeiro-parasita pode ser contínua (ocorre durante


toda a vida do parasita) ou intermitente (algumas fases evolutivas no
hospedeiro)
7. Podem variar quanto a especificidade:
1. Hospedeiro específico, acometendo somente uma espécie e, muitas
vezes somente uma região do hospedeiro vertebrado.
2. Parasitar hospedeiros de espécies distintas.
8. A relação entre o hospedeiro e o artrópode várias formas:
1. Parasitismo obrigatório
2. 9. Hospedeiro pode fornecer:
1. Fonte de alimento (sangue, linfa, lágrimas ou suor, debris da pele,
pêlos ou penas).
2. Proteção do meio ambiente.
3. Transporte de um local a outro (transmissão de um hospedeiro a
outro).
10. Como resultado da sua atividade os artrópodes podem ter ação
indireta ou direta sobre o hospedeiro. Parasitismo facultativo

Ação Indireta queda nos índices de produtividade, de reprodução


1. Perturbação
2. Irritação
3. Ferimentos: na tentativa de escapar do incômodo gerado pelos
insetos, os animais sofrem colisões com objetos podendo se ferir.

Ação Direta:

1. Perda de sangue: Alta carga parasitária----- anemia (Dermanyssus


gallinae).

2. Miíase: Infestação por larva ----- danos à pele ou carcaça


3. Inflamação da pele ou prurido: Prurido, irritação, alopecia e
dermatose.
4. Hipersensibilidade, alergia: saliva (picada)
5. Reações tóxicas

Em adição aos efeitos diretos:


1. Atuar como vetor de patógenos: vírus, bactérias, protozoários,
cestóides, nematóides e mesmo outros artrópodos.
2. Vetor mecânico: bactérias, vírus, protozoários etc. Este patógenos
podem ser carregados pelas patas, peças bucais, pelo corpo e serem
transmitidos a outro hospedeiro quando se alimentam. Dentre outros
fatores, a eficiência da transmissão está relacionada à resistência do
patógeno no meio ambiente.
3. Vetor biológico: Atua como hospedeiro intermediário para muitos
protozoários, nematóides e cestóides. O patógeno se desenvolve no
hospedeiro intermediário, tornando-se infectante para o hospedeiro
vertebrado. Requer um período de tempo entre a aquisição e a produção
de parasitas infectantes. O patógeno pode ou não causar doença ao
vetor.

1. De um modo geral, o prejuízo causado pelos artrópodes é diretamente


proporcional à sua abundância.
2. Em relação à transmissão de doenças, mesmo baixa carga parasitária
é suficiente para gerar grande impacto econômico.
3. Criação de animais domésticos tem favorecido o parasitismo:
1. Superlotação de animais -----maior oferecimento de alimento para o
parasita.
2. Seleção genética: maiores índices de produtividade menor resistência
às doenças.
3. Transporte de animais:
1. Transporte de hospedeiros susceptíveis para áreas endêmicas.
Ex. Introdução do Bos taurus em áreas onde só existiam Bos
indicus, últimos resistentes à vários parasitas.
2. Introdução de parasitas que não existiam na região. Ex. Piolho de
ovelha introduzido na Austrália.

Sumário
Os Artrópodes (do grego arthros: articulado e podos: pés, patas,
apêndices) são animais invertebrados caracterizados por possuírem
membros rígidos e articulados e terem vários pares de pernas.
Os artrópodes, invertebrados que possuem pernas articuladas, ou
“juntas” móveis, têm o corpo segmentado e dividido em cabeça, tórax e
abdome. Em alguns neste caso, o corpo é dividido em cefalotórax e
abdomen.
Possuem um esqueleto externo, denominado exoesqueleto
Existem Artropodes de vida livre e parasitas. Não se sabe exactamente
quando os artrópodes começaram a parasitar, mas pensa-se que com o
aparecimento dos animais vertebrados terrestres os artrópodes
começaram a explorar novos ambientes, oportunidades. Podem actuar
como vectores de patógenos.
De um modo geral, o prejuízo causado pelos artrópodes é diretamente
proporcional à sua abundância.
1. Quais são as características gerais dos Artropodes?
2. Fale das várias formas de relação entre o hospedeiro e o
artrópode
3. Diga a importância dos Artropodes como vectores de
doenças
Exercícios
Unidade 16

Tema: Importância dos artrópodes no campo Agricola


e industrial

Introdução

Caro estudante, bem-vindo ao estudo sobre a importância dos Artropodes no


campo Agrícola e Industrial. Na agricultura dentre os mais diversos aspectos
podemos destacar o arejamento do solo, polinização, recilagem da matéria
orgânica, e no campo industrial a valor dos seus produtos como o caso do mel.

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca de


importância dos Artropodes no campo Agricola e industrial

Ao completar esta unidade você será capaz de:

Conhecer a importância dos Artropodes na agricultura


Conhecer a importância dos Artropodes da industria
Mencionar os artrópodes de grande relevância para a industria e a

Objectivos agricultura

Importância dos Artropodes no campo agrícola


-Os insetos como abelhas, vespas, besouros podem ser
importantes agentes polinizadores que aumentam em muito a
produção de frutos, ajudando tanto na manutenção de
ecossistemas naturais, como auxiliando a produção agrícola.
-Podemos utilizar insetos no controle biológico de certas pragas
da lavoura, como por exemplo, a joaninha que controla as
populações de pulgões ou determinadas espécies de vespas
que devoram larvas de vários insectos
-Crustáceos como camarões, lagostas, e caranguejos são
largamente empregados nas industrias de processamento de
alimentos .
-Fragmentação da matéria orgânica, permitindo melhor trabalho
para os microrganismos
-Certos Artropodes alimentam-se de restos de plantas
-Alguns Artropodes saprofagos, alimentam-se de matéria
orgânica em decomposição- húmus
-Formigas fazem aberturas permitindo arejamento e penetração
da água das chuvas
-Artropodes como gafanhoto podem migrar e fixar-se cnas
culturas, ex, mandioca provocando prejuízos
-Joaninhas podem combater pulgões e insectos utilizando os na
sua alimentação
-Lagarta invasora , termitas, causa danos nos cereais
-Maria café alimenta-se de matéria orgânica morta permitindo a
reciclagem da mesma.

Importância dos Artropodes no campo industrial


-Bichos-da-seda também contribuem com sua actividade na
fabricação da seda que é utilizada a milênios na confecção de
tecidos
-Abelhas também podem produzir mel que pode constituir em
óptima fonte de nutrientes para os seres humanos, mel para
fabrico de xaropes
- O veneno das abelhas pode ser utilizado para o fabrico de
medicamentos.
- Abelhas produzem a cera utilizada na industria
-De certas espécies de cochonilhas podem-se extrair um óptimo
corante de cor carmim, muito utilizado em tintas, cosméticos e
como aditivo alimentar
Sumário

Os Artropodes, como abelhas, vespas, besouros podem ser


importantes agentes polinizadores que aumentam em muito a
produção de frutos, como vectores para controlo bioógico, para o
arrejamento do solo, reciclagem da matéria orgânica
, etc
No campo industrial os Artropodes como as abelhas são
utilizadoas na produção industrial de produtos valiosos como o
xarope, são utilizados na industrialização dos tecidos ,
medicamentos e muito mais.

1. Mencione quatro aspectos referentes aimportancia dos


Artropodes no campo agrícola
2. Fale da importância das abelhas para aindústria
3. Mencione tês representantes dos Artropodes( excluindo os
Exercícios acima refenciados) e diga a sua importância
Bibliografia
1. Fernando, G. Manual de Fitopatologia. Sao paulo: Geres.
2.Galli, F. (1980). Manual de Fitopatologia. Editora Agronomica
ceres.
3.Leitão, J. s. (1980). Parasitologia veterinária. Portugal:
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4.R. Van den Oever, J. C. (1994). Pragas, Doenças e Ervas
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Drukkerij Modern, Bennekom.
5.Rey, L. (2008). Parasitologia. Rio de janeiro: Guanabara
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6.Sacarão, G. d. (1991). Ecologia e Biologia do ambiente.
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7.Storer, T. (1984). Zoologia geral. Sao paulo: Editora nacional.
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