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CENTRO ÍNTEGRADO DE TECNOLOGIA E PESQUISA - CINTEP

FACULDADE NOSSA SENHORA DE LOURDES - FNSL

CARLA XAVIER

FAMÍLIA E APRENDIZAGEM: influência da família no


processo de aprendizagem

PORTO SEGURO-BA
OUTUBRO – 2012
CARLA XAVIER

FAMÍLIA E APRENDIZAGEM: influência da família no


processo de aprendizagem

Monografia apresentada à Faculdade Nossa


Senhora de Lourdes- FNSL como pré-requisito
para obtenção do título de Especialista em
Psicopedagogia Institucional e Clinica.
Orientador:
Prof. Antônio Gomes de Souza Filho.
Psicólogo.CRP- 03-03557

PORTO SEGURO
OUTUBRO – 2012
CARLA XAVIER

FAMÍLIA E APRENDIZAGEM: influência da família no


processo de aprendizagem

Monografia apresentada à Faculdade Nossa Senhora de Lourdes – FNSL, como


pré-requisito para obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia Institucional
e Clinica.

Aprovada em ___/ ___ / ______.

___________________________________________
Orientador: Prof. Msc. Antônio Gomes de Souza Filho
Psicólogo.CRP – 03-03557

__________________________________
Prof. Msc. Carlos Victor Furtado Machado
Examinador 1

__________________________________
Profª. Msc. Ana Joaquina Amaral de Oliveira
Examinador 2

PORTO SEGURO
OUTUBRO - 2012
DEDICATÓRIA

À pessoa que veio iluminar a minha vida, e a quem dedicarei todo o meu

amor e estudo, pois será em prol desse amor que busco o aperfeiçoamento pessoal

e profissional, Rafael Xavier Galante meu amado filho.


AGRADECIMENTO

A Deus e aos meus guias espirituais que me iluminaram por mais esse

caminho.

A meu pai Miguel Xavier, minha mãe Paula Xavier, meu irmão Carlos Xavier,

a meu marido Wagner Galante e em especial a meu filho Rafael Galante que

estiveram sempre presentes. Com eles pude contar sempre que precisei e ainda

tiveram toda a paciência do mundo comigo. À minha família e amigos que apesar de

estarem longe, estão sempre me dando apoio e energia positiva.

Aos meus colegas que se tornaram grandes amigos e me acompanharam

sempre nessa caminhada acadêmica e com os quais pude partilhar os melhores

momentos desse curso. Em especial a Maísa Alves, Daniele Strogensky e Francisco

dos Santos. Ao professor Antonio Filho meu orientador, a quem agradeço pela

disposição e dedicação nesse trabalho.

Á equipe do Colégio Mater que sempre esteve à minha disposição e com a

qual pude contar sempre.

Aos professores e pais que se disponibilizaram, entre seus vários

compromissos, para auxiliarem e participarem diretamente da pesquisa de campo.

Àqueles que me acompanharam nesse caminho que parecia longo, mas, que

rápido passou e de alguma maneira, contribuíram com essa maravilhosa e

enriquecedora experiência.
[...] tratar de compreender que, se a escola não é
ainda hoje aquela ideal, por outro lado, é ainda o único
lugar em que nossos filhos encontram pessoas que
dedicam suas vidas – assim como nós, pais – à
formação das novas gerações. (ZAGURY, 2002, p. 14)
RESUMO

Esta pesquisa tem como objetivo analisar a participação das famílias na vida

escolar das crianças e a influência que esta exerce na aprendizagem dos alunos do

Ensino fundamental I (1º ao 5º ano). Além de refletirmos sobre a importância da

parceria entre a escola e a família e pontuarmos algumas sugestões para a

realização dessa parceria de forma significativa para ambas. É uma pesquisa de

cunho fenomenológico constituído pela pesquisa bibliográfica, cujo principal autor é

a psicóloga Heloísa Szymanski (2010), que aborda os diversos desafios e as muitas

perspectivas sobre a relação entre a família e a escola, esta é ainda referenciada

por vários autores. Além de Szymanski, fizeram parte da pesquisa bibliográfica

autores como Lakatos e Marconi (2010), Aquino (2000), Lane (1981), Guareshi

(2008), entre outros. Este trabalho é complementado com a pesquisa de campo, de

cunho qualitativo, na qual foram aplicados questionários a professores e pais do

Ensino Fundamental de um colégio da rede privada de Porto Seguro. Com esta

pesquisa podemos concluir como é importante a aproximação dos pais e da escola,

para primeiramente se pontuarem as dificuldades nas quais ambas as partes sentem

insegurança e posteriormente iniciar-se um plano de ações e atitudes que

desenvolvam uma parceria a fim de trazerem benefícios para a educação de seus

filhos e alunos.

PALAVRAS – CHAVE:

Escola. Família. Relação família e escola. Parceria entre família e escola.

Influência da família.
ABSTRACT

This research aims to analyze the participation of families at school life of the

children and the influence it exerts on apprenticeship of college students (1st to 5th

grade). In addition to reflect on the importance of the partnership between the school

and the family and point a few suggestions for making this partnership significantly to

both. Is a phenomenological slant search consisting of bibliographic search, whose

main author is psychologist Heloisa Szymanski (2010), which discusses the various

challenges and the many perspectives on the relationship between the family and the

school, this is still referenced by multiple authors. Besides Szymanski, were part of

the bibliographic search authors like Lakatos and Marconi (2010), Aquino (2000),

Lane (1981), Guareshi (2008), among others. This work is complemented by the field

and qualitative research, in which they were applied questionnaires to teachers and

parents from a private College of Porto Seguro's. Through this research we can

conclude how it is important to approach parents and school, at first point the

difficulties which both parties feel insecurity and later begin a plan of actions and

attitudes that develop a partnership in order to bring benefits to their children's

education and students.

KEY WORDS:

School. Family. School and family relationship. Partnership between family

and school. Influence of family.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................ 09

1. DESVENDANDO A FAMÍLIA E A ESCOLA...................................................... 11

1.1 Breve histórico da família......................................................................... 11

1.2 Breve histórico da escola......................................................................... 14

2. RELAÇÃO FAMÍLIA x ESCOLA........................................................................... 17

3. CONFLITOS ENTRE A FAMÍLIA E A ESCOLA................................................... 24

4. FAMÍLIA E ESCOLA – UMA PARCERIA............................................................. 30

4.1. Estratégias e mecanismos para se construir uma parceria.................. 31

5. VISÃO DOS PROFESSORES E DOS PAIS SOBRE A RELAÇÃO FAMÍLIA E

ESCOLA................................................................................................................... 37

5.1 Pesquisa de campo................................................................................. 37

5.2 Tabulação e análise de dados................................................................ 38

5.2.1 Dados referentes aos professores inquiridos...................................... 38

5.2.2 Dados referentes aos pais inquiridos.................................................. 42

5.3 Análise das entrevistas com pais e professores.................................... 46

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 50

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 53

APÊNDICES........................................................................................................... 55
INTRODUÇÃO

A presente pesquisa trata o tema família e aprendizagem dando ênfase à

influência desta no processo educativo do individuo, as observações de diversas

situações de conflito entre a família, o aluno e a escola serviram como a principal

motivação para a investigação desse assunto. Quando se está envolvido com a

educação, assiste-se a uma gama de conflitos no que diz respeito à educação dada

tanto pela família quando pela escola, e é necessário lidarmos com fatores

imprevisíveis, com os quais não estamos acostumados, pois como sabemos o ser

humano é sempre único na sua essência e nas suas particularidades. Pretende-se

analisar as ações da família perante seus filhos, como acontece e se acontece o

acompanhamento do processo educativo e quais as influências desse

acompanhamento familiar nos alunos do ensino fundamental (1º ao 5º ano) de uma

escola da rede privada.

Para a realização desta investigação, a pesquisa será conduzida por meio de

materiais bibliográficos, nos quais encontramos autores como Szymanski (2010),

que aborda a relação entre a família e a escola, que contribui na análise dos vários

fatores que estão implícitos nessa relação e auxilia também, na percepção das

possíveis influências da família no processo educativo. Giddens (2005), Lakatos e

Marconi (2010) que colaboram na abordagem histórica da família e da escola, nas

funções e expectativas de cada uma. Zagury (2002) que retrata a parceria entre a

escola e os pais, além de abordar a questão da educação informal, ou seja, a

educação que já vem de casa, a qual seria dada pela família.


A pesquisa de campo é também um importante método deste trabalho, esta é

de caráter qualitativo e é constituída por entrevistas gravadas, transcritas e

analisadas, assim como por breves questionários. O trabalho de campo foi realizado

com a participação de pais e professores, do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano)

Íntegrantes de uma escola privada de Porto Seguro.

Ao analisar a influência que a família pode ter sobre o processo de

aprendizagem das crianças, descobrimos que realmente a família tem uma

influência totalmente significativa nesse processo, e que dependendo de suas

atitudes esta influência se mostra positiva e alavanca o desenvolvimento do aluno

nos estudos ou aparece de forma negativa levando a possíveis problemas de

aprendizagem, sendo prejudicial para o desenvolvimento tanto escolar, quanto

Íntegral da criança.

Podemos dizer que percebemos um interesse significativo dos pais em

relação ao desenvolvimento escolar dos seus filhos, estes assumiram suas

dificuldades, a falta de conhecimento para fazer o acompanhamento da vida escolar

em casa e se mostram abertos às orientações, apesar de todos sentirem que essas

orientações não chegam até eles, ou quando chegam já vem de forma tardia, o que

atrapalha um pouco as boas intenções que a família tem para aprender a lidar com

esse processo.

Em relação à escola e aos professores, ficou delineado a melhora do

interesse dos pais pela vida escolar dos seus filhos, eles dizem que o número de

famílias que tenta acompanhar cresceu, mas eles sentem justamente que as

famílias ainda deixam a desejar (talvez, seja o momento de lembrar que os pais

precisam de orientações para esse acompanhamento). Assim, espera-se que este


trabalho contribua para ampliar o conhecimento sobre esse tema e ajude no

cotidiano dessa relação entre família e escola, que é tão importante para o

desenvolvimento Íntegral da criança.


1. DESVENDANDO A FAMÍLIA E A ESCOLA

1.1 Breve histórico da família.

Quando falamos sobre o ser humano e sobre a sua formação em todos os

aspectos, não podemos deixar de abordar a família, afinal é o primeiro grupo social

em que estamos inseridos. É dentro desse grupo chamado família, que recebemos

os primeiros costumes, valores, crenças, por isso esta é de suma importância na

formação do individuo. Sendo assim faz-se necessária a busca histórica sobre o

conceito de família, a sua evolução e as suas características.

Eva Lakatos e Marina Marconi (2010, p. 320) afirmam: “A família, é uma

instituição social básica, formada por um grupo de parentesco bilateral. Ela constitui

a estrutura da sociedade.” As autoras dizem ainda que, a família é um fundamento

das sociedades, pois estas estão inseridas em todos os agrupamentos humanos,

embora não possamos comparar as suas estruturas e o seu funcionamento.

Analisando as famílias de hoje, notamos mudanças na estrutura familiar.

Inicialmente, segundo Giddens (2005) havia apenas três tipos de estruturas

familiares classificadas, a primeira é chamada de família nuclear, a qual é composta

por um casal de adultos e seus filhos, este era o tipo mais comum de família – a

família tradicional; a segunda era a família ampliada ou extensa, esta é constituída

pelo casal adulto, seus filhos e outros parentes que morem juntos, como avós, tios e

sobrinhos; e por último a família poligâmica, esta menos comum, pois é uma

característica apenas de algumas sociedades não ocidentais. Seriam as estruturas

familiares idealizadas pela sociedade alguns anos atrás, porém podemos perceber
claramente que não é bem assim atualmente, surgiram tantos modelos de famílias

que precisamos usar a palavra diversidade para abordá-las.

A hegemonia da família tradicional (Lakatos e Marconi 2010; Giddens 2005;

Lane 1981) e dos modelos a serem seguidos, foi sucumbida pelas mudanças das

sociedades, pois a sua industrialização, a sua globalização, foi alterando os perfis,

as expectativas, os valores e os costumes das pessoas. As famílias, hoje, não

seguem modelo algum, podemos até chamá-las de espontâneas, são constituídas

das mais diferentes formas e pessoas, como casais que preferem morar juntos sem

casar, a saída das mulheres de suas casas para ingressar na carreira profissional,

os homens deixaram de ser os únicos a terem autoridade ou supremacia econômica,

casas em que tem avós e netos, tios e sobrinhos, etc. Além, claro, dos casais

homossexuais que vivem juntos e que em algumas sociedades hoje já podem além

de casar, terem seus filhos. Isto é, acabaram-se os modelos de família, cada uma se

constrói de maneira livre e assume seus costumes, valores, enfim seu jeito

individual.

Como já foi mencionado anteriormente, a família é uma das estruturas

básicas da sociedade, seja qual for a sua constituição. Apesar de ouvirmos muitas

vezes dizer que “a família já é uma instituição falida” (grifo nosso), ela ainda é a

base da sociedade. Bem como Eva Lakatos e Marina Marconi (2005, p.171)

mencionam: “A família, em geral, é considerada o fundamento básico e universal

das sociedades, por se encontrar em todos os agrupamentos humanos, embora,

variem as estruturas e o funcionamento”.

Sendo a família um pilar de extrema importância da sociedade, devemos

lembrar que esta segue então o modo como essa sociedade se administra, isto é, a
família recebe as influências da sociedade em que está inserida e age de acordo

com o sistema.

Silvia Lane (1981,p. 40) confirma esse fato dizendo que:

A instituição familiar é, em qualquer sociedade moderna, regida por


leis, normas e costumes que definem direitos e deveres dos seus
membros [...] deverão reproduzir as relações de poder da sociedade
em que vivem.

Seguindo a total influência da sociedade ou adaptando com consciência

essas influências, a família desempenha funções importantes na organização social

das sociedades. Segundo Talcott Parsons (1956 apud Giddens, 2005, p.152), as

duas principais funções da família são a socialização primária e a estabilização da

personalidade, isto é, o primeiro se refere ao processo de aprendizagem das normas

culturais das sociedades em que se vive e como este se dá nos primeiros anos da

infância, é a família quem fornece a principal base para o desenvolvimento da

personalidade do indivíduo; a segunda função seria o acompanhamento emocional

que a família deve dar a seus membros.

No entanto, como a estrutura familiar mudou as funções também mudaram e

segundo Giddens (2005), esta visão de Parsons, atualmente, já se encontra

ultrapassada.

Sendo assim, hoje fica difícil pontuar as funções da família, pois são muitas e

dependem da sociedade em que estão inseridas, mas tem algumas tarefas de

grande importância que são responsabilidade da família. Segundo Lakatos e

Marconi (2010, p. 321) as principais funções da família são:


Na maioria dos casos, ela envolve funções educativas (informais)
visto que transmite considerável parte da cultura social à nova
geração. As funções reprodutivas tornam-se secundárias se
comparadas com as funções econômicas e sociais.”

Ou seja, um dos papéis da família é educar informalmente, isto é, ensinar os

valores, as crenças, os hábitos, as regras, além de promover a “socialização

primária” 1 da criança. Podemos considerar que é este papel da família que auxilia

na construção do individuo, é esta educação informal que será a base do sujeito.

Posto isto, podemos então passar para a outra instituição social, da qual a

criança faz parte a Escola.

1.2 Breve histórico da escola.

Começaremos por distinguir segundo Guareschi (2008) a escola e a

educação. Conforme o autor, a escola foi criada para reproduzir os interesses, os

valores, as crenças e as ideologias dos grupos dominantes. A escola era utilizada

pelos dominantes enquanto houvesse proveito, para os mesmos, se isso não

ocorresse, a escola era censurada, reformada ou até mesmo fechada.

Enquanto a escola agia dessa forma a educação não era algo interessante,

mas ainda sim veremos o significado do autor. Para este a educação, significa o

processo de tirar de dentro de uma pessoa, ou levar para fora desta, algo que esteja

presente na mesma, isto quer dizer que a pessoa, em si, tem potencialidades a

serem desenvolvidas e praticadas através do processo educativo. Lakatos e Marconi

(2010, p.323) resumem de forma semelhante o mesmo conceito: “O processo de


desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser

humano em geral, visando a sua melhor Íntegração”. Porém, com teoria da

dominação que a escola reproduzia, esses conceitos de educação pouco

importavam e o que as crianças logo aprendiam 2 era que existiam dois tipos de

gente os que sabem (professores) e os que não sabem (alunos), alguns estão por

cima (os que sabem) e os outros que estão por baixo (os que não sabem). Essa

teoria trata as pessoas como objetos que devem ser ensinados, de uma maneira

padronizada e inquestionável, dentro das normas do sistema.

No entanto, assim como a família a escola faz parte das instituições que

seguem as normas ditadas pela sociedade, e com as mudanças da estrutura familiar

e da sociedade em geral, a escola precisou acompanhar essas mudanças. Porém,

essas modificações vão acontecendo na medida em que o sistema precisa da

escola, isto é, a escola vai se adaptando às exigências e necessidades do sistema e

suas funções vão sendo determinadas de acordo com esse processo. Como nos

afirma Guareschi (2008, p. 102): “O tipo de escola que possuímos hoje, nos países

capitalistas dependentes, é o tipo de escola necessária para que o capital possa se

expandir e ter muitos lucros.” Posto isto, o autor diz que as duas funções da escola

são, principalmente, a preparação da mão de obra para o desenvolvimento

econômico do país e a reprodução, discreta, das relações de produção e de

dominação. Lane (1981), também ressalta a participação da escola na reprodução

das relações sociais, e afirma ainda que esta tem um caráter seletivo, no qual a

linguagem, as metodologias, os conteúdos e as abordagens, beneficiam aqueles

que têm as mesmas vivências e a mesma visão de mundo que a escola e/ou os

1 Expressão utilizada por Silvia Lane (1981, p.43) para denominar o primeiro contato social que as
crianças têm com outras pessoas, contato esse, promovido pela família.
2 Segundo o autor Guareschi (2008, p. 107).
professores, marginalizando, assim, aqueles cujas estruturas familiares e as

vivências cotidianas nada possuem em comum.

Sendo esse fato, segundo a autora, o bastante para se classificar os alunos

como bons ou maus, e se perceber que esses rótulos são seguidos nas relações

entre os alunos, na medida em que os alunos bons, aqueles que reproduzem aquilo

que a escola transmite, vão afastando e dando tarefas de menor importância

àqueles considerados os fracos.

Passaremos das funções da escola, para abordar um pouco da sua

organização estrutural. A estrutura da escola, segundo a autora Silvia Lane (1981),

consiste na fragmentação dos conhecimentos, a essa fragmentação chamamos

disciplinas, que vão se tornando mais complexas conforme as sériess. Assim, ao

final de cada séries o aluno é submetido à avaliação dos professores, os quais irão

dizer se estes estão aprovados ou reprovados 3. A autora pede que tenhamos

atenção para o fato de que as disciplinas ditas mais abstratas/intelectuais são mais

valorizadas, o que é determinante para a aprovação ou não dos alunos, e o que

demonstra claramente a diferenciação entre os trabalhos manuais e os intelectuais.

Depois dessa breve abordagem histórica da escola e da família podemos

perceber que na teoria as duas estão na luta por um mesmo objetivo, que seria a

formação absoluta das crianças. No próximo capítulo iremos refletir sobre a relação

desses dois grupos sociais.

3 Neste processo, onde o professor tem o poder de aprovação e reprovação, a autora afirma que já
está implícita a relação inquestionável de dominação do professor sobre seus alunos. (1981)
2. RELAÇÃO FAMÍLIA x ESCOLA

Atualmente, no meio educacional, uma das questões mais discutidas é a

relação entre a família e a escola, seja por pesquisadores ou informalmente pelos

envolvidos nesse meio. As cobranças surgem das duas partes, com o objetivo de

procurar culpados para uma determinada situação e sem aparente solução, começa

um infinito enredo de conflitos.

Neste capítulo não temos a pretensão de procurar culpados e sim, de

refletirmos sobre esta relação que é tão importante para o desenvolvimento Íntegral

e saudável das crianças. Szymanski (2010) confirma dizendo que as duas

instituições têm igualmente a responsabilidade de preparar as crianças para a sua

inserção na sociedade e para o cumprimento de tarefas e funções que permitam o

seu desenvolvimento pessoal, afetivo e social.

Inicialmente, surgem dois itens de polêmica a serem refletidos: o primeiro é a

função de cada envolvido nessa relação e o segundo, que vai um pouco além da

função, seria o que cada um espera do outro, em relação à educação.

Schmidt (1967, p. 247) afirma que:

À família pertencem o direito e o dever de educar. Todavia,


impossibilitada de dar cumprimento cabal a esse dever, escolhe uma
escola que represente os seus ideais de vida e lhe delega a
participação nas funções formativas.

Assim, podemos perceber que mais uma vez é atribuída à família a base da

educação: como os valores, os costumes, as crenças, entre outros fatores que

dizem respeito ao meio em que a família está inserida, além das regras básicas de
convivência e da primeira socialização, isto é, a família é quem deve promover o

primeiro contato da criança com outras pessoas. A escola fica responsável pela

transmissão de conhecimentos de uma forma geral, específica e formal.

Schmidt (1967) diz ainda que a escola seria uma espécie de delegada da

família e que é seu dever dizer aos pais as capacidades, os conflitos e as vocações

de seus filhos, mas que esta não deve ceder nem transferir obrigações e

responsabilidades, pois a família continua sendo a principal responsável pela

educação das suas crianças.

A escola exige uma participação maior dos pais na vida escolar de seus

filhos. “Antigamente, era apenas o problema do fracasso escolar que trazia os pais à

escola. Hoje, a escola pede à família todo um programa de cooperação positiva.”

(Schmidt, 1967, p. 253). Além disso, pede também o respeito, a lealdade e a

honestidade com relação ao seu trabalho e ao cuidado que se deve ter com relatos

dos alunos sobre situações ocorridas no ambiente escolar.

Com as mudanças que a sociedade vem passando 4, tudo se modificou e com

as famílias e as escolas não foi diferente, e assim surgem novos e diversos fatores

que envolvem essa relação entre a família e a escola.

Antigamente, as famílias viam a escola como um meio de ascensão social,

assim à sua maneira esta valorizava a escola, era através dela que seus filhos “iriam

ser alguém na vida” (grifo nosso). A família estava disposta a seguir todas as

orientações da escola, tudo mesmo, inclusive castigos, formando assim uma

parceria produtiva. Não estamos afirmando que essa parceria entre a escola e a

4 Mudanças abordadas no capítulo anterior.


família era a melhor para ambos, e sim fazendo referência ao conceito de parceria,

ou seja, dentro daquilo a que se propunham a atingir, estes eram parceiros.

A escola tinha um belo discurso, porém as suas práticas não condiziam com o

mesmo, como nos diz Szymanski (2010, p.116): “[...] embora seja esse o discurso

oficial da escola, seus objetivos e práticas pedagógicas nem sempre consideraram a

realidade das crianças [...]” Ou seja, não era levada em conta a realidade do aluno –

a sua condição social, a sua estrutura familiar, o seu desenvolvimento Íntegral e

muito menos as suas vivências.

Entre essas e outras mudanças as visões da família para com a escola e vice-

versa mudaram e consequentemente as atitudes também. A escola foi evoluindo

com as novas teorias e as pesquisas sobre educação, estas foram construindo o

que hoje chamamos de pedagogia, momento em que se começou a valorizar mais

as crianças e o que estas, sentem, são e trazem; isto é, a criança pela visão da

pedagogia é única (na sua essência), mas não deixa de estar inserida na

coletividade. (Aquino, 2000) Podemos perceber que, enquanto uma evoluía a outra

ia se perdendo, no que diz respeito à valorização e educação das crianças.

Os pais e responsáveis foram tendo menos tempo para as crianças, com isso

estas vão se desenvolvendo por conta própria, como nos confirmam Lakatos e

Marconi (2010, p.325):

Muitas famílias, hoje, estão deixando a educação formal e a informal


por conta da escola. Nem a educação de base é dada, pois os pais
saem muito cedo de casa e só voltam à noite, não tendo tempo para
orientar seus filhos.
Assim, a escola agora, vai se sentindo sobrecarregada, isto é além de ter que

dar conta do conteúdo formal ainda tem que fazer o papel da família, o que acabou

gerando certa revolta nos professores. Vamos percebendo, a partir daqui, o que

muitos professores e famílias vivenciam atualmente, no que diz respeito à escola e à

educação.

No entanto, sabemos que em todas as situações cada envolvido tem a sua

versão, e nos dias de hoje a situação referida acima é muito comum de ser ouvida

no ambiente escolar. Junto com Szymanski (2010), sem desmentir, vamos apenas

observar o outro lado, a escola muitas vezes justifica o seu possível fracasso ou as

dificuldades encontradas ao lidar com os alunos, no seu cotidiano através da

desestruturação e/ou o desinteresse da família. Szymanski (2010,p. 104) diz ainda

que: “a mera forma de a família se organizar não é responsável pelo comportamento

acadêmico de suas crianças. ”

Além dessas aparentes, explicações fáceis para o insucesso escolar, a autora

afirma ainda que em algumas situações os professores acarretam preconceitos

quanto às circunstâncias em que acusam as famílias de não fazerem a sua parte. E

assim, ficam num círculo vicioso de culpar e se isentar de culpa, enquanto isso as

crianças ficam esperando uma solução, isto é, uma ajuda para resolver o seu

insucesso a nível escolar.

Falando em círculo vicioso... Aquino (2000, p. 43) exprime bem essa

expressão: “o processo se desenrola mais ou menos assim: diante das dificuldades

[...] professores culpam os alunos, que culpam os professores, que culpam os pais,

que culpam os professores.” No fim, parece que ninguém se apercebeu que essa
transmissão de culpa infindável é simplesmente improdutiva e não traz nenhuma

solução para os supostos problemas cotidianos do ambiente escolar/familiar.

Aquino (2000) relata o quão apavorante estão as práticas educativas,

segundo ele é só olharmos em volta para nos apercebemos disso. Falando com as

pessoas percebe-se que a maioria tem casos de frustração, traumas e de insucesso

escolar, na verdade na maioria das famílias, parecem existir diversos desses casos

e os alunos também convivem com esses estigmas, o que muitas vezes pode levar

a um receio para com a escola.

Assim os comentários comumente ouvidos, criticando a escola partem de

todos os envolvidos nesse meio e como diz Aquino (2000, p. 42) “[...] é o professor

quem no final “paga essa conta”, pois é ele quem tem de se haver com essa espécie

de “erosão” institucional [...]” Então, como se sente o professor que precisa lidar com

essa situação que, muitas vezes, não é somente ele quem pode resolver.

Situações, essas que levam o professor à frustração, onde este começa a

perder o “tal encanto” (grifo nosso) que se diz serem só os professores a sentir pela

sua profissão, encanto que às vezes força o professor a ouvir que ele pode trabalhar

sem remuneração e sim, por amor à sua profissão. Portanto, talvez seja ai que

comecem a surgir os professores desacreditados, “sem créditos como profissionais”

(Aquino 2000, p. 42), sem os fundamentos básicos que aprenderam para poderem

exercer o seu ofício.

Vamos discorrer um pouco mais sobre essa relação, estreitando os laços

entre a família e os professores, afinal são os professores que estão diretamente

ligados aos alunos nesse ambiente de educação formal chamado escola. Essa
relação entre professor, aluno e família também nos aparece como uma relação

desgastada e frustrada.

Parece que o grande problema dos professores são os chamados “alunos-

problemas” (grifo nosso), aqueles alunos fraquinhos de conteúdo, de famílias

desestruturadas, que são indisciplinados, agressivos, entre outras características

problemáticas.

Aquino (2000, p. 43) nos faz pensar dizendo que:

[...] é no mínimo estranho, e até mesmo contraditório, que nós, na


qualidade de profissionais da educação, aleguemos que a própria
clientela escolar constitua o impeditivo maior da escolarização nos
dias de hoje. [...]

Agora, pensemos um pouco, profissional que teoricamente tem o papel de

ajudar esses alunos e auxiliá-los nas suas dificuldades e nos seus conflitos, afirma

que a clientela única da sua profissão – que são os alunos – é o principal obstáculo

para a realização do seu trabalho, realmente parece-nos um tanto quanto estranho.

Talvez possamos dizer que é nesses momentos em que colocamos à prova a

real competência e experiência do docente, sendo assim eram essas situações que

deveriam motivar mais ainda o professor, até possivelmente como uma forma de

afirmação profissional.

Os argumentos para se justificar o fracasso escolar são os mais diversos e

quem sabe possamos dizer até, infinitos. Os professores, parecem muito à vontade

para fazer diagnósticos que expliquem as dificuldades dos seus alunos, os “pré-

diagnósticos” (grifo nosso) como diz Aquino (2000) são referentes a problemas

psicológicos, carências cognitivas e afetivas; passam pelas famílias que são


desestruturadas e fragilizadas, pela a cultura que às vezes também não ajuda e pelo

nível socioeconômico.

Portanto, tudo parece estar contra o trabalho do docente, o professor parece

“remar contra a maré” (grifo nosso), e se pararmos para pensar o problema vem de

todos os que rodeiam o professor, mas nunca parte dele. Aquino (2000, p. 45)

coloca essa situação de uma forma mais espirituosa: “A imagem que melhor

condensa esse posicionamento talvez seja a de um professor quixotesco, lutando

em vão contra moinhos de vento.”.


3. CONFLITOS ENTRE A FAMÍLIA E A ESCOLA.

Antes de iniciarmos a abordagem sobre os conflitos entre a família e a escola,

vamos esclarecer o significado de conflito. Chamamos de conflito toda e qualquer

divergência em relação à opinião, ao jeito de se olhar uma situação, de interesses e

de critérios (Chrispino,2002). Sem dúvida, podemos dizer que todos nós de uma

maneira ou de outra já nos deparamos com algum tipo de conflito. Então, aqui

vamos falar um pouco sobre os conflitos relacionados à educação – especificamente

entre a família e a escola.

No ambiente escolar os conflitos são inúmeros, iremos focar aqueles que

dizem respeito à relação entre a família, o aluno e a escola 5. Os conflitos, em geral,

podem ser por diferenças nas classes sociais, nas crenças, nos valores, nos hábitos

e nos costumes de convivência – essas diferenças podem vir dos alunos/família, dos

professores ou da escola em geral. (Szymanski, 2010)

Comecemos por um fato que vamos chamar de primeiro conflito, a não

compatibilidade das ações educativas dos pais e da escola isto é, o que os pais

acreditam ser educação, muitas vezes difere do que a escola entende por educação

(Szymanski, 2010). Podemos dizer que é aqui, em meio a esses diversos e adversos

fatores que se iniciam os conflitos entre a família e a escola. Aparentemente instala-

se uma relação de “braço de ferro” (grifo nosso), é como se a escola e os pais

ficassem medindo forças para ver quem manda mais.


Hoje, também as crianças estão diferentes, afinal as suas vivências são muito

mais intensas e completamente diferentes do que as crianças do século passado

experimentavam. Assim, nem os pais estão dando conta dos seus filhos, como nos

dizem Lakatos e Marconi (2010, p. 325):

Os pais dizem que não estão mais aguentando o comportamento dos


filhos. Já não querem assumir a responsabilidade dos ensinamentos;
preferem que a escola cuide da educação total: informal e formal.

Sabemos que a escola não tem condições para educar sozinha, e quando

essa sobrecarga lhe é passada, acaba que não dá conta de nenhuma, nem da sua

função original que seria a transmissão formal de conteúdos, nem daquela que lhe

foi imposta. Nesse momento, não estamos falando no sentido de obrigações que

ambos devem cumprir e sim, num sentido prático da ação educativa.

Aquino (2000 p.50) para reforçar o parágrafo anterior diz: “[...] polivalência

atribuída ao docente: ele deveria ser um pouco pai, psicólogo, médico, sociólogo,

político, aconselhador, pessoa etc.” Aquino (2000) cita ainda a ameaça que a

especificidade do trabalho docente e ação positiva da escola sofrem como resultado

dessa situação.

Então, podemos deduzir que temos aqui um segundo conflito, a ausência dos

pais na vida escolar/ educativa dos seus filhos, pois se estes não têm tempo para

ficar com eles e lhes dar o que só a família pode oferecer – carinho, valores

familiares, primeiro contato e socialização com o mundo e com as pessoas etc.,

5 Os professores têm envolvidos em suas ações as coordenações pedagógicas e as diretorias


escolares, mesmo que estes discordem uns dos outros, então continuaremos utilizando a palavra
escola em vez de professores, quando falarmos de maneira geral.
quem poderá suprir essa falta. Lembrando que se, se pretende que a escola

continue e se torne companheira da ação da família, então essa situação torna-se

um problema para ambos.

Essa ausência da família aparece de várias formas e em diversas situações, a

mais comum, talvez fosse a mais simples de se executar, é o acompanhamento dos

deveres de casa e dos hábitos de estudo. Entendemos que: “o dever de casa é

considerado uma estratégia de ensino: de fixação, revisão, reforço e preparação

para aulas e provas, na forma de leituras e exercícios.” (Carvalho, 2004 – p.94) Ou

seja, é muito importante para o aluno, até como um hábito de estudo inicial e

possibilita o desenvolvimento da autonomia.

Carvalho (2004) afirma que o dever de casa seria o primeiro contato entre a

família e a escola, estas juntando os esforços para um objetivo único – a

complementação da aprendizagem e o bom desempenho de seus filhos e alunos.

Há ainda, perspectivas que afirmam que é um meio de promover a própria relação

familiar – entre pais e filhos.

Ainda um conflito por parte da família, lembrando que as crianças são aquilo

que vivenciam e que o primeiro grupo que esta experimenta é a família, o significado

que a família dá à escola, reflete nos alunos, isto é, aquelas famílias que têm más

experiências escolares transmitem essa sensação para seus filhos e estes começam

a ter os mesmos receios e repulsas perante a vida escolar. Outra forma, desse

mesmo conflito, é se os pais foram muito exigidos nos estudos quando pequenos e

de uma forma rígida, estes tendem a ser mais permissivos e procuram uma escola

que aja dessa forma, ou o contrário. (Baltazar, Moretti e Balthazar - 2006)


A visão que a família tem, especificamente, do professor também gera um

conflito. Segundo Damke e Gonçalves (2007) os pais atribuem ao professor a

responsabilidade pela qualidade de ensino – incluindo nesse parâmetro a disciplina,

a motivação dos alunos e o sucesso ou fracasso escolar. Sendo assim, eles culpam

os professores caso seu filho viva uma situação de insucesso escolar, então o

professor torna-se um “vilão”6. Caso seu filho tenha sucesso na escola, então o

professor é o “mocinho”7 e não há razões para criticar. Este é um conflito de ambas

as partes, pois as duas continuam responsabilizando uma a outra nos casos de

dificuldades e problemas na escola.

Outro conflito, este por parte da escola, é a rotulação e a estigmatização das

famílias, isto é cria-se um preconceito em relação às estruturas familiares e ao que

estas podem oferecer, a nível educacional para seus filhos. É como se famílias de

baixa renda, com organizações diferentes do que se chama de família comum (pai,

mãe e filhos), com níveis de escolaridades baixos não estivessem aptas a

acompanhar os estudos das crianças. (Szymanski, 2010)

Assim, os professores relatam os problemas, como se com esse relato o

problema não fosse mais “seu” (grifo nosso), utilizando um diálogo dito pedagógico,

passando o problema e a solução deste para a família, esta sem saber o que fazer

conforma-se e acomoda-se com o relato, como exemplo, de que seu filho tem

problemas e nunca vai ser um bom aluno. Assim, temos mais uma forma de afastar

a família da escola.

Algumas reclamações por parte da escola como problemas de

comportamento, indisciplina, desrespeito com as regras, falta de limites são

6 Grifo nosso.
transformadas em mais um conflito, por não haver uma orientação por parte da

escola, para que os pais possam agir. Então o que acontece é que os pais acabam

encarando essas reclamações como uma critica à educação que estes dão a seus

filhos. (Aquino 2000, Szymanski 2010)

Podemos dizer que é moda, como vimos no capítulo anterior, dizer que um

grande empecilho do trabalho docente é o aluno-problema, isto é, um aluno com a

possibilidade de ter alguma dificuldade de aprendizagem. (Aquino, 2000). Perante

essa situação, as posturas do professor são de passar o problema para os pais,

para outro profissional – como psicólogo ou o psicopedagogo; justificar o insucesso

do seu trabalho, ou então fazer de conta que nada acontece. Esta última atitude

pode afirmar outro lado desse mesmo conflito, pode-se dizer que é um conflito

interno do professor, estes dizem que o docente muitas vezes não aceita as

dificuldades do aluno, nem a sua reprovação, pois isto é como o próprio docente

assumir o seu fracasso, a sua incapacidade de ensinar. (Baltazar, Moretti e

Balthazar - 2006)

A maioria dos conflitos abordados é direcionada de maneira geral, entre a

família e a escola, colocaremos como divergências do aluno em relação ao docente:

a posição hierárquica do professor, a complexidade do seu conhecimento e da sua

linguagem, dos diferentes interesses e da autoridade, mas todas essas situações só

se tornam conflitos quando mal geridos e orientados, como podemos entender na

afirmação de Aquino (2000, p. 43):

[...]essa somatória de culpas acaba se alojando na figura do aluno


[...] Uma figura que sinaliza uma realidade cruel e perigosa, porque
acaba se voltando contra a própria escola e o professor, sob a forma
de desesperança e descrédito profissional.”

7 Grifo nosso.
Ou seja, sabemos que essas divergências entre o aluno e o professor são

muito comuns, mas estas só se transformam num grande conflito quando já têm

outros problemas mal resolvidos por trás, e por falta de orientação sobre como

resolver esses conflitos os alunos resolvem expondo-os à sua maneira.

Colocaremos como último 8 conflito o diálogo, ou melhor, a ausência do

diálogo, pois sem este todos e qualquer acontecimento aumentam a possibilidade de

gerarem grandes conflitos e afastam ainda mais estas duas instituições.

As expectativas da escola em relação à família e da família em relação à

escola são muitas, como vimos ao longo dos capítulos, a família espera que a

escola assuma o papel de educar em todos os níveis 9 os seus filhos.

Já a expectativa da escola diz respeito, à maior participação dos pais na vida

escolar dos seus filhos, incentivando e motivando os estudos, além de ensinar boas

maneiras de se conviver em sociedade e como vimos, a mais básica das

esperanças dos professores em relação à família seria o auxilio nas tarefas de casa.

Porém, essas expectativas não serão atendidas por nenhuma das partes, como

ambas esperam e exigem.

Podemos dizer que tanto a família quanto a escola cometem seus deslizes,

têm suas falhas, mas é justamente isso que menos importa quando a intenção de

corrigir essas situações é maior do que a vontade de culpar e responsabilizar

alguém por seus desacertos.

8 Porém, sabemos que ainda existem inúmeros conflitos que não foram citados, pois abordamos os
conflitos de maneira geral.
9 Educar a níveis de comportamento, valores, conteúdo e podemos dizer ainda, que também no que

diz respeito às boas maneiras em casa e na sociedade.


No próximo capítulo pretendemos abordar a importância da parceria entre

estas duas instituições sociais, que estão, ou pelo menos devem estar estreitamente

interligadas, e algumas formas de se construir essa parceria.


4. ESCOLA E FAMÍLIA – UMA PARCERIA.

Pretende-se aqui abordar a importância da parceria entre a escola e a família

e citar algumas formas de como construir essa parceria de uma forma significativa

para ambas as partes.

Como temos visto ao longo dos capítulos, a família e a escola são os

primeiros grupos em que a criança é inserida, são eles que fornecem as primeiras

bases para a construção da personalidade e do cidadão que esperamos que nossos

alunos venham ter e ser.

Conte (2009) afirma que a possibilidade de trazer a família para dentro da

sala de aula, de maneira positiva trabalhando valores e experiências que a família

tem, e não de maneira negativa, para falar dos problemas e das dificuldades dos

seus filhos, contribui para a construção do conteúdo escolar em conjunto com aquilo

que a criança vivencia no ambiente extraescolar. O professor pode assim, utilizar os

conhecimentos e essas vivências de seus alunos como ponto de partida para iniciar

o seu trabalho.

Lopez (2002) diz que de modo geral, a parceria dos pais inclui o apoio total à

ação educativa da escola, isto é, os pais devem oferecer suporte para que a escola

possa exercer o seu papel, e assim agirem em conjunto de modo coerente na

educação dos filhos e alunos. Enquanto essa parceria, para a escola, deve ser

inserida nas suas ações cotidianas e no planejamento dos professores, isto é das

atividades de sala de aula levando em consideração o que estas provocarão no

aluno.
A iniciativa deve partir dos professores, da escola, afinal foram eles que

estudaram para lidar com essas questões. Assim, é a escola que terá de criar

mecanismos e formas de atrair as famílias para o ambiente escolar, de forma que

estas possam acompanhar os seus filhos no processo de aprendizagem.

4.1 Estratégias e mecanismos para se construir uma parceria.

Veremos algumas estratégias sugeridas por diversos autores, para que a

escola e a família possam construir uma parceria de maneira significativa.

Primeiramente selecionamos algumas dicas a que os pais devem ficar atentos, pois

tudo se inicia com a escolha da escola onde se vai matricular o filho.

Zagury (2002) afirma que deve se escolher uma escola que se encaixe nos

princípios em que os pais acreditem e ensinem para os seus filhos, ou seja, a escola

vai dar continuidade à educação da família. Sendo assim, não se pode achar que se

os pais não conseguem disciplinar seu filho, escolhendo uma escola extremamente

rígida esta o vá fazer por eles, pois voltamos à falta de coerência entre o que os pais

creem ser educação e o que a escola entende como educação, lembrando que este

era um dos principais conflitos citados no capítulo anterior.

De modo geral, os pais devem ser conscientes na sua maneira de agir, pois é

esta que vai transmitir uma mensagem de segurança, firmeza e confiança para seus

filhos.

Zagury (2002) oferece algumas dicas para que os pais ajudem na construção

dessa parceria, dizendo que estes devem tratar a escola como aliada, sustentar as
decisões da escola, acompanhar sempre os seus filhos durante os estudos e as

tarefas de casa (o que não significa fazer as coisas por eles), incentivar, apoiar e

chamar à atenção dos filhos sempre que necessário, fazendo uso do bom senso,

estar disposto a providenciar o que for necessário para dar suporte aos filhos. Sem

esquecer, das participações, sempre que for possível nos eventos, reuniões e outras

situações em que a escola possa pedir a colaboração da família.

Portanto, cooperar com a escola em todos os aspectos. No entanto, sempre

que acharem necessário, os pais devem procurar a escola ou os professores a fim

de esclarecerem suas angústias ou dúvidas, mas sempre com uma postura de

diálogo de forma tranquila e aberta para as orientações que forem receber ou para

os comentários e críticas construtivas que perceberem ser necessários de se dizer.

Agora, que vimos os alguns meios para que os pais possam contribuir para a

parceria entre a escola e a família. Vamos ver os recursos e os métodos que as

escolas podem utilizar para a promoção e o sucesso dessa parceria.

Como diz Szymanski (2010) o ponto inicial para esta parceria é o respeito

mútuo entre ambas as partes, e o desligamento de preconceitos e de atribuição de

responsabilidades por frustrações de alguma das partes. Posto isto, a escola precisa

tornar suas ações coesas de foma que a família se sinta à vontade para participar da

vida escolar dos seus filhos mais ativamente.

Bem como os pais, a escola deve estar aberta às diversas realidades de

seus alunos e respectivas famílias, sendo assim deve promover suas ações

pedagógicas levando isso em conta.

Gentile (2006) diz que a matrícula deve ser o primeiro contato entre a família

e a escola, sendo então muito importante para se esclarecerem dúvidas sobre todos
os aspectos relacionados à escola, seu funcionamento e suas regras em geral. Além

de ser uma ótima oportunidade para firmar um bom relacionamento entre ambas as

partes, como conversar sobre hábitos, dados de saúde, comportamento em casa,

relacionamentos e também parece um bom momento para deixar clara, a forma de

comunicação entre a escola e a família, afinal com as novas tecnologias essa

comunicação pode ser diversa – e-mail, telefone e/ou bilhetes.

O clima escolar deve ser transparente e coeso 10, assim como o das relações

desse ambiente para com a família, isto é, todos devem saber de suas atribuições e

do respaldo que têm uns nos outros, é como dizem Blin e Gallais-Deulofeu (2005)

um “espírito familiar” (Grifos dos autores).

Blin e Gallais-Deulofeu (2005) afirmam que outra estratégia lógica para essa

parceria é a melhoria do diálogo entre ambas as partes, isto é a escola e seus

professores devem usar um discurso inteligível à família, pois o que se quer é um

entendimento das situações para a resolução das mesmas, em parceria.

Além disso, e assim como Gentile (2006) sugere a abertura dos espaços

escolares para a realização de possíveis projetos executados por todos os

envolvidos no ambiente educativo – pais, alunos, professores e funcionários da

escola, além, claro da comunidade em geral. Podemos dar como exemplo, a

organização de campeonatos de esportes, soletração, comemorações festivas como

a festa de São João, oficinas de culinária, teatro, entre outras atividades que

despertem o interesse de todos e que podem ser desenvolvidas em conjunto. Esta

ação promove a aproximação, bem como o bem estar entre todos os participantes.

11 Com a expressão “clima coeso” queremos dizer que a escola e toda a sua equipe devem ter ações
coesas para enfrentar os desafios que possam surgir no ambiente escolar (Gallais -Deulofeu, 2005).
Gentile (2006, s/p) diz ainda que “Abrir os portões para os pais é uma via de

mão dupla: ao mesmo tempo que requisitam a parceria deles para melhorar a

aprendizagem, os educadores devem estar preparados para receber criticas e

implantar sugestões.” Portanto, todos saem ganhando.

A escola deve mostrar, de maneira possível e objetiva, o seu planejamento

para que a família possa se organizar e participar de forma confiante de todas as

situações que peçam a sua participação. Gentile (2006) aborda a questão das

reuniões, esta afirma que se deve informar aos pais desses encontros com

antecedência, ao comunicá-los pontuar os assuntos a serem abordados e

possibilitar a oportunidade de serem falados os conteúdos e suas utilidades.

De forma mais ampla, a escola cotidianamente pode convidar familiares para

dar palestras, contar histórias, dar depoimentos sobre algum assunto que está

sendo trabalhado, ensinar brincadeiras como forma de lembrar algumas brincadeiras

esquecidas pelas novas gerações, fazer receitas, entre outras atividades úteis que

juntam o agradável, à necessidade e à criatividade. (Gentile, 2006)

Cabe à escola também, informar quaisquer alterações feitas nas suas

estruturas organizacionais e físicas, bem como fornecer todo e qualquer apoio que

lhe seja possível às famílias e seus alunos.

Portanto, podemos perceber que as estratégias para ambas as partes

promoverem uma parceria agradável são inúmeras, aqui só pudemos pontuar

algumas.

Passemos agora, para a abordagem sobre a importância, que nos parece

óbvia, dessa parceria entre a equipe escolar e a família.


Já falamos em outro momento, que a escola e a família têm os mesmos

objetivos, que seriam o desenvolvimento Íntegral da criança e o sucesso na

aprendizagem, na vida escolar.

Segundo Gentile (2006, s/p) “As instituições que conseguiram transformar os

pais ou responsáveis em parceiros diminuíram os índices de evasão e de violência e

melhoraram o rendimento das turmas de forma significativa.” Além, de todas as

vantagens de se acompanhar de perto e com eficiência os estudos dos filhos.

Szymanski (2010) também confirma a positividade da parceria entre a escola

e a família, afinal as duas lutam pelo mesmo fim, ou pelo menos devem fazê-lo. Se

as famílias podem fornecer todas as condições, o ambiente adequado, o contato

significativo com a linguagem escrita e oral, além de bons exemplos de valores e

princípios, estas famílias dão ao aluno mais condições para que este alcance o

sucesso nos estudos bem como, boas experiências na escola. “Quando a direção da

socialização familiar coincide com a da escola, a criança, em geral, segue seu

caminho sem grandes dificuldades.” (Szymanski, 2010 – p. 131)

Scoz (1994) reforça as afirmações acima quando diz que crianças que são

filhas de pais ausentes e que ficam muito tempo sozinhas, sentem-se carentes e não

sabem lidar com suas emoções, podemos dizer que é uma espécie de sentimento

de abandono. Essas vivências são refletidas na escola, e aparecem na forma da

insegurança, da improdutividade, do baixo rendimento, da indisciplina e todos se

tornam grandes obstáculos para uma boa aprendizagem, dificultando o sucesso

escolar desses alunos.

Weiss (2007) diz que essa influência da família na aprendizagem do aluno e

no seu sucesso ou insucesso escolar, é presenciada diretamente pelo professor,


este é quem assiste a tudo de perto podendo compreender as situações e perceber

qual a melhor maneira de intervir, se este o puder fazer.

Portanto, podemos perceber que apesar de diferentes autores, todos

concordam em dizer que a influência da família no processo de aprendizagem é

grande, isto é se a criança recebe bons estímulos a sua vontade de aprender se

aflora e esta, tem mais chances de alcançar o sucesso no que diz respeito à

aprendizagem. Já os que recebem influências negativas em relação a este

processo, refletem os problemas na sua aprendizagem, levando-os até o fracasso

do mesmo, se não houver intervenção.

É com as transformações e as modernizações que a sociedade vem sofrendo,

que nos damos conta de que educar está muito difícil, seja para pais seja para

professores, então a união dos esforços de ambos pode dar certo, como vimos no

decorrer desse capítulo.

Portanto, a parceria entre os pais e os professores, ou de maneira mais geral,

entre a escola e a família, fortalece ambos para juntos, conseguirem resolver os

conflitos e os desafios que possam surgir no cotidiano dessa relação e do ambiente

escolar e familiar.
5. VISÃO DOS PROFESSORES E DOS PAIS SOBRE A RELAÇÃO FAMÍLIA E

ESCOLA

5.1 Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo desenvolveu-se de forma qualitativa, o que permitiu

delinear as opiniões dos professores e dos pais sobre a relação atual entre a família

e a escola, entre pais e professores.

Os inquiridos são professores e pais do ensino fundamental I (1º ao 5º ano),

de um colégio particular de Porto Seguro. Este trabalho é de suma importância, pois,

pretende-se averiguar a opinião dos pais e dos professores perante esse assunto.

Para que talvez, depois seja possível a compreensão das atitudes dos professores e

dos pais perante a vida escolar de filhos e alunos.

Se, em algum lugar, no meio do caminho, essa relação se rompeu,


devemos buscar trazer à tona as dificuldades e as razões que vêm
levando a esse tipo de postura [...] porque, com certeza, quando os
pais não confiarem mais na escola (e vice-versa), aí o caos estará
instalado e nossos filhos perdidos. (ZAGURY, 2002, p. 13).

Assim, nesta parte da pesquisa, tem-se como objetivo o contato com os pais

e professores, através dos questionários e posteriormente de entrevistas

previamente elaboradas, a fim de chegarmos a alguma situação que possa nos

mostrar qual ou onde está a maioria dos conflitos. Como Zagury colocou na citação

acima, se não começarmos a tentar descobrir as dificuldades do relacionamento

entre a escola e a família, e só procurarmos depositar a culpa em alguém, chegará


um momento em que será difícil reverter o quadro de desconfiança e acusações que

poderá se instalar.

A análise e a tabulação dos dados da pesquisa de campo nos ajudam a

delinear a opinião dos professores e dos pais sobre a relação da família e da escola.

5.2 Tabulação e análise dos dados.

5.2.1 Dados referentes aos professores inquiridos.

A pesquisa foi realizada com uma amostra composta por seis professores de

um colégio particular, todos os inquiridos são do sexo feminino o que representa

100%, ou seja, o total de educadores que participaram desta pesquisa. Os inquiridos

tinham idades entre 28 e 40 anos e todos têm o nível superior completo.

Questão 1

A primeira questão refere-se à existência do acompanhamento da vida

escolar das crianças por parte da família:

SIM NÃO Total

Nº de Professores ------- 6 6

Percentual % ------- 100% 100%


Tabela 1

Nessa questão a opinião dos professores foi unânime. Como podemos ver na

tabela acima, todos os inquiridos acreditam que os pais não acompanham a vida

escolar de seus filhos.

Questão 2

Diz respeito à relação entre a escola e a família:

Boa Ruim Total

Nº de Professores ------- 6 6

Percentual % ------- 100% 100%

Tabela 2

A maioria dos professores respondeu que não sente que a relação entre a

família e a escola seja boa. Ressaltaram que alguns (poucos) pais tentam ter um

bom relacionamento com a escola dos seus filhos, mas a maioria ainda encara a

escola como um lugar onde se colocam as crianças enquanto se trabalha, foi usada

a expressão “depósito” para explicar essa situação. Foi dito, ainda, que a família

espera da escola ações que não são de responsabilidade da escola, e vice-versa,

isto é afirmou-se que os papéis da escola e da família não estão definidos. Parece,
então que o que define o que devemos ou não fazer, isto é nossa função como pais

ou professores se mostra indefinida.

Questão 3

Esta questão é discursiva e corresponde à visão que o professor tem do papel

da família em relação à vida escolar das crianças:

Os inquiridos afirmaram que uma boa parceria entre a escola e a família, e

especificamente o acompanhamento escolar por parte da família deixam o aluno

seguro, confiante e permitem que o aluno tenha melhor condição para assimilar o

conteúdo, resolver suas dúvidas, organizar os seus materiais, tarefas e

pensamentos. Foi citado como papel da família: o acompanhamento dos estudos e

da vida escolar das crianças, a preparação para a vida escolar e o oferecimento da

educação de base, na qual foram ressaltados os valores, a autonomia, a

responsabilidade com os próprios atos e a convivência em sociedade. Ficou

ressaltada a importância da escola e da família falarem a mesma “língua”

(expressão utilizada pelo entrevistado), ou seja, se os objetivos são os mesmos, a

escola e a família precisam se entender e não buscar argumentos para distribuir

culpas e responsabilidades.

Questão 4

Esta questão é discursiva e refere-se ao papel da escola e dos professores na

vida escolar dos alunos:


Para os inquiridos, o papel da escola seria o de oferecer condições

adequadas para que a aprendizagem ocorra de maneira significativa. O papel do

professor seria mais específico motivando, respeitando o momento e o processo de

que cada aluno vivencia.

Foi colocado pelos professores, principalmente, a necessidade de que este

deve participar diretamente da vida do aluno, conhecer sua história, ter contato com

a família e que, além disso, o professor deve orientar os pais quanto à melhor forma

de conduzir os estudos de seus filhos.

Questão 5

É uma questão discursiva, na qual se pede a descrição da relação que o

professor tem com pais e alunos:

Os professores unanimamente, dizem que se relacionam bem com os pais,

mas não é uma relação significativa para o processo educativo, é uma relação

descrita como cordial. Já com os alunos, também de forma unânime, os inquiridos

dizem manter uma boa relação, na qual procuram estar próximos, sendo parceiros,

motivando, respeitando, acompanhando e exigindo, também.

Questão 6

Esta questão refere-se à influência da família na aprendizagem da criança:

Sim Não Total


Nº de Professores 6 ------- 6

Percentual % 100% ------- 100%

Tabela 3

Conforme a tabela nos mostra, os professores inquiridos mais uma vez, estão

de comum acordo ao afirmarem que a família influencia na aprendizagem da

criança, dizendo que os pais que cobram, propõe rotinas de estudo e estimulam

seus filhos têm resultados melhores e significativos em relação à aprendizagem e ao

desenvolvimento das crianças. Os professores dizem ainda, que independe da

estrutura familiar, pois o importante é o acompanhamento e a presença significativa

da família nos momentos de estudo, de organizar o material escolar, de fazer tarefas

de casa, de cobrar das crianças as suas responsabilidades, ou seja, participar

realmente da vida escolar das crianças.

Perante a análise das respostas dos inquiridos, feita acima, podemos

perceber que as respostas foram unânimes. Todos os professores dizem que a

escola e a família não têm uma parceria em prol das crianças, que a relação

estabelecida é uma relação distante e sem grandes trocas de informações ou

orientações. Isto é, a maioria das famílias, segundo os professores inquiridos, deixa

as crianças na escola enquanto trabalha, em casa não parece haver

acompanhamento dos estudos e das atividades escolares, assim a criança vive uma

coisa na escola e outra em casa, não há continuidade nem coerência no processo

educativo.
Esta é uma análise, feita a partir das informações que foram recolhidas com

os professores inquiridos e não podemos dizer que são dados representantes do

município de Porto Seguro, afinal o número de inquiridos é bem restrito.

5.2.2 Dados referentes aos pais inquiridos.

Esta parte da pesquisa foi realizada com uma amostra composta por seis pais

de um colégio particular, todos os inquiridos são do sexo feminino, isto é mães de

alunos, apesar do número restrito de inquiridos, este dado nos dá a entender que as

mães, em geral, ainda tomam as rédeas da educação dos seus filhos. Os inquiridos

tinham idades entre 36 e 40 anos e todos têm o nível superior completo.

Questão 1

A primeira questão refere-se à escolha da escola, isto é se foi uma escolha

consciente feita pela família:

SIM NÃO Total

Nº de Pais 6 ------- 6

Percentual % 100% ------- 100%

Tabela 4

Todos os inquiridos disseram que escolheram a escola por conta própria, ou

seja, foi uma escolha feita conscientemente. Os motivos apontados para essa
escolha foram: a promessa pedagógica, as instalações físicas, o método utilizado e

a qualidade do quadro de professores.

Questão 2

Esta questão é discursiva e refere-se à visão que os pais têm da escola:

Aqui, pode-se dizer que todos os inquiridos responderam, de certa forma, a

mesma coisa, pois todos disseram ver a escola como um instrumento indispensável

de educação, de socialização, de ética, de princípios, e todos citaram a palavra

parceria, dizendo que são parceiros da escola e dos professores no

desenvolvimento de seus filhos.

Questão 3

Esta questão se refere ao acompanhamento que os pais fazem da vida

escolar de seus filhos:

Sim Não Total

Nº de Pais 2 4 6

Percentual % 32% 68% 100%

Tabela 5
Podemos perceber que as respostas podem confirmar o que os professores

afirmaram em relação ao acompanhamento escolar por parte da família. Pois,

apenas 32% disseram acompanhar seus filhos nas atividades de casa, na agenda

escolar, nos estudos diários, além dos seus resultados e dos relacionamentos que

estes têm com todos os envolvidos no ambiente escolar. Já aqueles que disseram

não acompanhar, justificam dizendo que ajudam no que podem, pois trabalham

muito e quando chegam em casa as crianças já estão indo dormir e então não há

muita conversa sobre o seu dia na escola. Porém dizem, também que sempre que

são chamados à escola tentam comparecer, quando o trabalho deixa.

Questão 4

É uma questão discursiva, na qual se pede que se descreva qual a relação

que os pais têm com a escola e com os professores:

Nesta questão, os inquiridos disseram ter uma boa relação com a escola e

com os professores, porém os motivos descritos foram colocados de maneiras

diferentes. A maioria afirmando que sempre que é necessário estão abertos à

conversa e que vão às reuniões. Já o restante diz que a relação é boa, pois a escola

e os professores os deixam à vontade para tirar dúvidas, quando há alguma

eventualidade se sentem orientados e apoiados, porém colocaram que poderia

haver mais interação entre o colégio e os pais, maximizando (expressão utilizada por

inquirido) a parceria.
Questão 5

Aqui se pergunta sobre a participação dos pais em reuniões, atividades ou

eventos escolares:

Sim Não Total

Nº de Pais 6 ------- 6

Percentual % 100% ------- 100%

Tabela 6

Os inquiridos responderam que sim, que costumam participar, porém alguns

registraram em observação que participam, mas levam em consideração a

importâcia do evento/ reunião e o horário do mesmo, estabelecendo prioridades por

conta dos seus empregos e outros compromissos.

Questão 7

Esta questão refere-se à presença dos pais no momento das tarefas de casa

e dos estudos diários:

Sim Não Total

Nº de Pais 1 5 6
Percentual % 16% 84% 100%

Tabela 7

Podemos ver que apenas 84 % acompanha de perto as tarefas de casa e os

estudos de seus filhos. A maioria dos pais diz não participar diretamente dos

estudos e das tarefas de casa diárias, porque está trabalhando e não pode, então,

encaminha o filho para a banca, alguns disseram ainda que não têm paciência e não

conseguem ajudar nesse momento e então acabam deixando que eles se virem

sozinhos.

Analisando as respostas dos pais inquiridos, podemos perceber que

realmente existe grande dificuldade dos pais para acompanharem de perto a vida

escolar de seus filhos, e pode-se dizer que sempre que a resposta foi de, alguma

maneira, negativa havia uma observação justificando tal resposta, mesmo quando

não era pedido. Assim, talvez possamos dizer que os pais sentem e assumem as

dificuldades em executar o acompanhamento escolar dentro de casa. Voltamos a

ressaltar que estes dados não podem servir de referência para representar o

município de Porto Seguro, pois o número de inquiridos é restrito.

5.3 Análise das entrevistas com pais e professores.

As entrevistas foram de suma importância, com elas pudemos ter um contato

direto com os pais e com os professores e perceber realmente o que eles sentem,

esperam e querem da relação entre a família e a escola. Apesar de ter sido bastante
difícil chegar até aos pais, pois demonstraram certa resistência para falarem do

assunto e principalmente para serem entrevistados, com os professores foi mais

fácil, porém ambos tomaram uma postura de não quererem se comprometer.

As entrevistas foram realizadas com perguntas previamente elaboradas, com

base nos questionários aplicados anteriormente, num ambiente tranquilo e no qual

apenas permaneciam o entrevistado e o entrevistador.

Nas entrevistas dos pais podemos perceber que todos se mostram abertos e

interessados em acompanhar os estudos dos seus filhos, as dificuldades que todos

disseram sentir dizem respeito à realização das atividades de casa e à falta de

conhecimento para auxiliar tanto nessas atividades como para gerenciar possíveis

conflitos. Alguns dos entrevistados que dizem sentir dificuldades principalmente em

acompanhar as atividades de casa, dizem que se sentem mais seguros

encaminhando os filhos para a banca, que seria um reforço particular ministrado por

professores, e que neste caso é dentro da escola e com professores da mesma.

As famílias dizem sentir que a escola não está totalmente aberta para que

eles a procurem sempre que precisem, também foi quase unânime o pedido por

orientação da escola em relação às atitudes que eles devem tomar para com seus

filhos, e dizem que essas orientações não chegam e quando chegam percebem que

já se perdeu um tempo precioso para resolver tal problema.

Os professores entrevistados dizem não existir uma parceria efetiva entre a

família e a escola, mas apontam o crescimento do número de pais ou responsáveis

que tentam acompanhar a vida escolar das crianças, dizem que ainda tem um

grande número que não demonstra se esforçar para participar da vida dos filhos e

estes se justificam de várias maneiras.


No entanto, afirmam que o acompanhamento que as famílias (que se

mostram interessadas) fazem ainda não é suficiente, e na maioria das vezes não

supre as necessidades da criança. Os pais não sabem exatamente do que se trata

esse acompanhamento escolar em casa e por isso também não sabem como devem

agir.

Em relação à escola, parece que os professores e os pais (os entrevistados)

parecem estar de comum acordo quando dizem que a escola atrapalha um pouco a

eficiência para resolver alguns problemas ou dificuldades dos alunos. Ambos

descreveram a dificuldade de contato direto, tudo é muito burocrático passando por

reuniões o que, lhes parece dificultar um pouco as soluções para as situações.

Os pais dizem ainda, que a escola quando comunica as situações, toma uma

postura como se tivesse resolvido o problema com a comunicação feita aos pais,

enquanto os pais se sentem perdidos e mal orientados para a resolução desse

conflito.

Foi citado entre os professores entrevistados, que a escola deveria promover

encontros onde pudessem ser dadas orientações de como ajudar nas tarefas de

casa, como lidar com os possíveis conflitos que surgem com as crianças, encontros

onde fosse possível para os pais perceber e aprender a lidar com as dificuldades,

tanto em relação à escola, aos estudos como à própria criança.

No que diz respeito à influência da família no desenvolvimento da criança, as

respostas foram unânimes, pois todos os professores disseram que a família é uma

influência extremamente importante e que é dela que parte a principal motivação dos

alunos para os estudos.


Os benefícios do bom acompanhamento e da boa influência que a família

pode promover para suas crianças são muitos. A maioria dos professores citou

benefícios como: autonomia, motivação, boa autoestima, boa assimilação do

conteúdo, independência, segurança, entre outros.

Portanto os benefícios que o bom acompanhamento promove, permitem um

retorno quase imediato para a família, pois todos levam ao bom desempenho dos

alunos na escola. Além de, como foi dito pelos entrevistados, de tornar a criança

mais preparada para tudo o que esta precise enfrentar.

Pelos entrevistados, percebemos que a resistência sobre esse assunto é

visível, mas foi possível perceber que as dificuldades são muitas, e parece que a

escola, a família e os professores ainda agem, muitas vezes, em direções diferentes,

porém é quebrando aos poucos as resistências, partindo da exposição, reflexão das

dificuldades e da flexibilidade para as mudanças que se deve agir para o sucesso

dessa parceria.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um trabalho monográfico muito gratificante e no qual foi possível confirmar as

suposições iniciais através dos teóricos e principalmente da pesquisa de campo.

Suposições essas que se referem à existência da influência do acompanhamento

familiar na vida escolar. Assim, podemos dizer que sim, existe extrema influência da

família no desenvolvimento escolar das crianças. Essa influência será positiva ou

negativa dependendo das ações e comportamentos que a família adota perante as

crianças, em relação aos princípios morais e éticos, aos valores, ou seja, postura

frente à educação e à escola.

Percebemos claramente é que nem a família, nem a escola sabem ao certo

qual é a sua função, ficou delineada a dificuldade que os pais e a escola ainda têm

em lidar com os conflitos do dia a dia do ambiente escolar e que são muitos os

fatores que atrapalham a parceria entre a família e a escola.

Os pais e os educadores estão unidos por uma responsabilidade social única,

a educação das crianças e a preparação destes para atuarem de forma ativa e

cidadã na nossa sociedade. Então, é necessário que ambas as partes, unam

realmente seus esforços em prol desse objetivo que é tão importante para todos.

Como pudemos ver ao longo do trabalho a família é muito importante para o

desenvolvimento saudável da criança, e ao contrário do que costumamos ouvir a

estrutura desta pouco importa, o que realmente é relevante são as atitudes, os

valores e tudo aquilo que podemos considerar uma educação de base, chamamos

de base porque é partindo daqui que o sujeito constrói a sua identidade e vai se
assumindo e se reconhecendo como parte Íntegrante dos grupos e da sociedade em

que está inserido.

Porém a família, não pode fazer tudo sozinha e é ai que a escola entra como

parceira da família. Pois, como já foi colocado, esta age principalmente na

contextualização daquilo que a família já ensinou, e na transmissão de conteúdos de

forma sistematizada e formal. Além, de poder sim atuar em outras áreas em que a

criança, a família ou a comunidade necessite, podendo construir projetos e ações

que ajudem a comunidade e a escola a se beneficiarem da parceria nessa relação.

Podemos dizer que as conclusões desta pesquisa se encaixam muito bem

dentro do que os teóricos utilizados nos descreveram ou abordaram. Nas entrevistas

com os pais, apesar da aparente resistência para falar do assunto, identificamos a

vontade de participar mais ativamente da vida escolar dos filhos, mas é aparente e

assumida a falta de conhecimento e a necessidade de orientações para a realização

efetiva do acompanhamento familiar dos estudos das crianças.

Dentro da escola, pudemos ver através dos professores que foi quase

unânime a questão do crescimento do número de famílias que se interessa e tenta

acompanhar os estudos dos filhos, porém também ficou aparente que o que estes

fazem como acompanhamento não é ainda o suficiente. Os professores também

afirmaram que a escola ainda impõe barreiras no acesso dos pais às informações e

ao contato com os professores, tudo parece ser muito burocrático, cordial e pouco

útil.

Enfim, podemos dizer que a família parece disposta a colaborar, agora a

escola precisa amolecer também e perceber onde podem ser feitas ações que

ajudem a família a participar mais da vida escolar dos seus filhos.


Assim, se colocadas as dificuldades tanto da escola como da família, é

possível perceber onde estão os conflitos, as inseguranças e assim, se pensarem

em atitudes, ações e metodologias que possam gerar realmente uma parceria entre

escola e a família.

Com isso beneficiar alunos, família e escola, pois se todos buscarem juntos

soluções e meios para alcançar o mesmo objetivo o sucesso dos alunos e o seu

desenvolvimento será mais efetivo.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AQUINO, Julio. Do cotidiano escolar: ensaio sobre a ética e seus avessos, São
Paulo: Summus, 2000.

BALTAZAR, José; MORETTI, Lucia; BALTHAZAR, Maria. Família e escola: um


espaço interativo e de conflitos. São Paulo: Arte & Ciência, 2006.

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para prevenir e administrar os problemas escolares. Porto Alegre: Artmed, 2005.

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da escola? O dever de casa e as relações família–escola - Universidade Federal da
Paraíba, Centro de Educação, in Revista Brasileira de Educação - Jan /Fev /Mar
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escola e a família é imprescindível no processo educacional. São Paulo: Editora
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DAMKE, Anderléia; GONÇALVES, Josiane. Família-escola: uma relação de


expectativas e conflitos. 2007
Disponível em:
<http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2007/anaisEvento/arquivos/CI-271-
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GENTILE, Paola. Parceiros na aprendizagem. In: Revista Nova Escola, jun./jul.


2006.
Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/parceiros-
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GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005.

GUARESCHI, Pedrinho. Sociologia crítica: alternativas de mudança. Porto Alegre:


Mundo Jovem, 2008.

LANE, Silvia. O que é psicologia social. São Paulo: Brasiliense, 1981.

LAKATOS, Eva; MARCONI, Marina. Sociologia geral. São Paulo: Atlas, 2010.
LOPEZ, Jaume. Educação na escola e na família: o que é como se faz. São Paulo:
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SCHMIDT, Maria. Educar para a responsabilidade. Rio de Janeiro: Agir editora,


1967.

SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e realidade escolar: o problema escolar e de


aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1994.

SOUZA, Antonio. MACHADO, Maria. FIGUEIREDO. Neízia (org.) Manual de


apresentação de trabalhados acadêmicos. Porto Seguro: ISED. 2007.

SZYMANSKI, Heloisa. A relação família/Escola: desafios e perspectivas. Brasília:


Liber Livro, 2010

WEISS, Maria. Psicopedagogia clínica – uma visão diagnóstica dos problemas de


aprendizagem escolar. Rio de janeiro: Lamparina, 2007.

ZAGURY, Tania. Escola sem conflito: parceria com os pais. Rio de Janeiro:
Record, 2002.
APÊNDICES

APÊNDICE A – Questionário aplicado aos professores.

APÊNDICE B – Questionário aplicado aos pais.

APÊNDICE C – Entrevista com os professores.

APÊNDICE D – Entrevista com os pais.


APÊNDICE A – Questionário aplicado aos professores.

FAMÍLIA E APRENDIZAGEM: influência da família no processo de

aprendizagem.

Este questionário deve ser respondido por você, Professor (a), não é

necessário identificar-se. O assunto abordado é a influência da família no processo

de ensino aprendizagem. Para um bom trabalho de pesquisa é fundamental a

seriedade nas respostas. Portanto, conto com a sua colaboração.

Idade:_______ Sexo: M ( ) F ( ) Escolaridade:____________________

Responda às seguintes questões:

1. Na sua opinião, as famílias acompanham a vida escolar dos seus filhos?

( ) Sim ( ) Não

2. Na sua opinião, a escola e a família têm uma boa relação? Explique.

__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
3. Como professor, qual é o papel da família na vida escolar dos seus alunos?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

4. E qual o papel da escola e do professor na vida escolar de seus alunos?


__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

5. Como você descreve a sua relação de professor com os pais e os alunos?

__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

6. Você acredita que a família influencia na aprendizagem da criança. De que


forma? Justifique.

__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
___________________________________________________________

MUITO OBRIGADO PELA COLABORAÇÃO.


APÊNDICE B – Questionário aplicado aos pais

FAMÍLIA E APRENDIZAGEM: influência da família no processo de

aprendizagem.

Este questionário deve ser respondido por você, Pai ou responsável, não é

necessário identificar-se. O assunto abordado é a influência da família no processo

de ensino aprendizagem. Para um bom trabalho de pesquisa é fundamental a

seriedade nas respostas. Portanto, conto com a sua colaboração.

Idade:_______ Sexo: M ( ) F ( ) Escolaridade:____________________

Parentesco: _______________ Número de filhos (as)? __________________

Responda às seguintes questões:

1. Foi você quem escolheu a escola do seu filho?

( )Sim ( )Não

2. Se sim, explique a razão ou as razões que a fizeram escolhê-la?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3. Como você vê a escola?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

4. Você acompanha a vida escolar dos seus filhos? De que maneira? Justifique.

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

5. Como é a sua relação com o professor e com a escola do seu filho? Descreva.

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

6. Você costuma participar das reuniões e/ou dos eventos escolares?

( )Sim ( )Não

7. Você fica perto dos seus filhos quando eles fazem os deveres de casa ou
estudam?

( )Sim ( )Não

MUITO OBRIGADO PELA COLABORAÇÃO.


APÊNDICE C – Entrevista com os professores

ENTREVISTA COM OS PROFESSORES

Pergunta: Existe uma parceria entre a família e a escola?

Entrevistado 1 – Professora das turmas da 3ª e da 4ª séries.

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Pode-se dizer que a


resposta da entrevistada
Se existe a parceria? Ás
demonstra que o contato
vezes sim, ás vezes não.
da família com a escola
Os pais não procuram A parceria entre a família e a
é superficial, o que deixa
muito contato com a escola, é mínima. O contato
claro que não existe uma
escola, mas alguns tentam significativo dos pais com a
parceria, talvez exista
e procuram ter um bom escola também é pouco.
uma relação cordial.
relacionamento com a
Não desenvolveu muito
escola.
a resposta, mesmo
quando estimulada.

Entrevistado 2 – Professora da turma do 3º ano.

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Existe, de algumas.
Algumas famílias são
A parceria entre a família
parceiras outras não. A parceria entre a família e a
e a escola não é maioria,
Muitas vezes a família não escola, não é maioria,
e percebe-se
confia na escola, o que Existem problemas de
desconforto em relação
acaba trazendo confiança das famílias em
à falta de confiança da
insegurança para os relação à escola.
família na escola.
alunos e atrapalhando o
trabalho da escola.
Entrevistado 3 – Professora da turma do 2º ano

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Aqui a resposta é firme e


demonstra incomodar a
Não. Deveria existir com
entrevistada que apoia a
certeza.
parceria entre a família e
a escola.

Pergunta: Como é a sua relação com os pais e os alunos?

Entrevistado 1 – Professora da 3ª e da 4ª séries.

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

A entrevistada aqui
pareceu bem
Tenho uma relação boa
desconfortável, com a
com os pais que chegam Pouco contato com os pais,
burocracia da escola
até mim, porque aqui na bom relacionamento, dentro
para resolver os
escola tem essa distância, do que é possível. Escola não
assuntos. É aparente a
os pais não podem chegar permite um contato direto do
vontade de contato direto
até ao professor. A escola pai com o professor, tudo
com os pais, para que
coloca uma barreira, manda passa primeiro pela
ela mesmo (professora)
a mãe marcar reunião coordenação.
possa resolver o
direto com a coordenação.
problema ou fornecer as
orientações devidas.
Entrevistado 2 – Professora da turma do 3º ano.

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

É uma boa relação. Ás


vezes eles não concordam
com algumas coisas da
Boa relação, disposição para
escola ou não concordam Aparentemente podemos
ouvir opiniões e sugestões
com algumas coisas dizer, que parece existir
dos pais. Exposição dos
minhas, mas sempre estou um contato maior e
pontos de vista e objetivos
ouvindo as opiniões e aberto com os pais.
para os pais.
também gosto de falar as
minhas opiniões e meus
objetivos.

Entrevistado 3 – Professora da turma do 2º ano

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Com os pais que eu


consigo ter acesso eu me
relaciono bem, respondo
ao que eles têm dúvida,
isso quando eles
procuram. Na maioria das A insatisfação é
Pouco acesso aos pais, mas aparente quanto à falta
vezes, quando os pais vêm
boa relação com aqueles com de contato direto com os
até mim, é porque o quem consegue contato. pais e a falta de atenção
problema já está Quando há o acesso é ou interesse dos
ultrapassando os limites, porque o problema já está
eles já não sabem o que mesmos. Também ficou
difícil de lidar. Falta de entendido que a escola
fazer, ou em algum acompanhamento dos pais. demora para tomar
momento tentaram ensinar
alguma atividade não Relação parceira com os qualquer tipo de atitude
conseguiram, viram que a alunos. em relação aos alunos e
criança está com às famílias.
dificuldade de
acompanhar, aí eles vêm
correndo na escola para
ver o que está
acontecendo. Quando
muitas vezes, antes de
isso acontecer a criança já
deu alguns sinais, a gente
sutilmente coloca algumas
anotações na agenda, mas
mesmo assim, eu acho que
eles ficam muito ausentes.
Com os alunos me
relaciono bem, sou brava
quando tenho que ser,
chamo a atenção. Tento
manter uma relação
próxima, de trocas, me
considero uma professora
parceira.

Pergunta: Você vê as famílias acompanhando a vida escolar das crianças?


Entrevistado 1 – Professora da 3ª e da 4ª séries.

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

O acompanhamento
familiar parece minoria.
A entrevistada
demonstrou incômodo
Poucos casos de
Em alguns casos, nem com isso, porém não
acompanhamento familiar.
todos. desenvolveu a resposta.
Poucas informações.
Talvez por falta de
argumento em virtude
do escasso contato com
as famílias.
Entrevistado 2 – Professora da turma do 3º ano.

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

O acompanhamento
Não todas. Algumas
familiar parece ser feito
acompanham, algumas Acompanhamento visível de
por poucos, mas com
fazem até a rotina para uns e de outros não.
certa eficiência, pelos
estudo.
que tentam.

Entrevistado 3 – Professora da turma do 2º ano

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Não todas, também não


vamos ser rigorosas. Existe O acompanhamento
uma boa parte, outras eu O acompanhamento familiar familiar não é maioria e
acho que podiam estar deixa a desejar. Sente que as quando há ainda não
mais inteiradas do que famílias, deixam as crianças parece ser completo.
acontece da vida dos sem muito apoio e às vezes Desconforto quanto à
filhos, e assim criar essa sabem pouco dos seus falta de interesse dos
parceria mesmo, entre a próprios filhos. pais pelos próprios
escola e a família. Então filhos.
infelizmente, fica a desejar.

Pergunta: Você acha que a falta de acompanhamento familiar prejudica os alunos?


Por quê?

Entrevistado 1 – Professora da 3ª e da 4ª séries.

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Com certeza. Porque tem A falta de


que ter a parceria, não Com certeza, a continuidade acompanhamento
adianta só o professor do trabalho da escola em atrapalha o trabalho da
explicar na escola e em casa é fundamental para escola e o
casa, se não houver a bons resultados dos alunos. desenvolvimento do
parceria, não há aluno. Demonstrou
continuidade no trabalho. E bastante incômodo com
os alunos têm a essa situação e pode-se
concentração e a dizer que transmitiu uma
organização em geral, sensação de impotência
prejudicada. O que dificulta perante essa situação.
muito o avanço no nível de
aprendizagem.

Entrevistado 2 – Professora da turma do 3º ano.

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final

(Íntegra) (Síntese - entrevistador) (Entrevistador)

A falta de
acompanhamento da
família permite que a
Sim. Quando não
criança deixe de ver a
acompanham é como se
escola como um lugar
não fosse algo importante A falta de acompanhamento
importante, adotando
para a criança. Se o pai e a transmite aos alunos a
comportamentos alheios
mãe não mostram que é insignificância da escola.
ao ambiente escolar.
importante a criança não Continuação do trabalho da
Ficou claro, o
vai achar importante, tem escola em casa.
desconforto e até certa
que ter uma continuação
revolta quanto à falta de
em casa também.
importância que (a
entrevistada sente) as
famílias dão à escola.

Entrevistado 3 – Professora da turma do 2º ano

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Com certeza. São Está clara, a falta de


prejudicados, no sentido, A falta de acompanhamento é acompanhamento da
de na maioria das vezes, percebida em todos os família perante suas
eu vejo mais, essa falta, aspectos seja como filho ou crianças. Negligenciando
mesmo assim, de estar como aluno. Com isso, a educação das mesmas
acompanhando de perto a procuram-se problemas na e prejudicando o
criança, de perceber as criança a fim de justificar as trabalho da escola. Foi
necessidades do aluno, do dificuldades que surgem. uma resposta firme, e
filho. Ir na escola – olhe novamente foi clara a
professora percebi tal indignação com essa
dificuldade como eu posso situação.
ajudar. Prejudica nas
questões de aprendizado,
questões emocionais,
porque ás vezes acontece
um problema familiar, a
gente não está sabendo o
que está acontecendo e o
menino está aqui na
escola, pegando fogo e às
vezes não se sabe do que
se trata, ai começa a se
chamar o menino de
indisciplinado, e disso e
daquilo.

Pergunta: E quando há o acompanhamento familiar, há benefícios para os alunos?


Explique.

Entrevistado 1 – Professora da 3ª e da 4ª séries.

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

O acompanhamento
quando feito melhora o
Sem dúvida. Ele assimila desenvolvimento do
Sem dúvida. Facilmente, se
muito melhor a matéria, o aluno. Foi possível
apontam benefícios do
material é mais organizado, perceber, como é
acompanhamento escolar
tem mais disposição para desejado esse
como a organização, em
fazer as tarefas e é mais acompanhamento e
geral e o bom desempenho.
caprichoso. como este traz sucesso
para o trabalho do
professor.

Entrevistado 2 – Professora da turma do 3º ano.

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Sem dúvida, os pais que Acompanhamento permite O acompanhamento


acompanham têm muito retorno visível. familiar promove retorno
mais retorno que os outros. Desenvolvimento da significativo para a
Benefícios de aprendizado, autonomia e do aprendizado. família e para a escola.
os alunos são mais
independentes, mais
autônomos.

Entrevistado 3 – Professora da turma do 2º ano

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Sim. Eu vejo assim, que as


crianças ficam mais seguras,
O acompanhamento
elas têm mais autonomia, se
familiar permite o
está em qualquer situação de Acompanhamento traz
desenvolvimento
atrito ou de conflito elas são segurança, autonomia,
pessoal, cognitivo e
bem resolvidas. Então acho ajuda na resolução de
afetivo das crianças que
que esse acompanhamento conflitos e estimula o
automaticamente
da família dá aquela desenvolvimento da
demostram melhor
segurança emocional, a criança.
desempenho no
criança se sente apoiada, e
ambiente escolar.
apoiada ela vai embora, ela é
capaz de seguir em frente.

Pergunta: O que é para você o acompanhamento familiar, da vida escolar das


crianças?

Entrevistado 1 – Professora da 3ª e da 4ª séries.

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

É um acompanhamento O acompanhamento
diário, ver se o filho tem familiar é a presença
tarefas para fazer, não Acompanhamento diário dos
diária nos estudos, o
sentar para fazer com ele, estudos, tarefas de casa,
diálogo, o apoio, o
o aluno pode fazer a tarefa conversa e observação do
estímulo, a cobrança e
sozinho, se não fica momento que a criança
as ações que a família
dependente. Mas, têm que vivencia, seu dia-a-dia e suas
pode promover para o
saber o que o aluno está atitudes.
bom desenvolvimento
aprendendo, o que ele está das crianças.
fazendo, o que aconteceu
na escola. Observar as
atitudes do aluno.

Entrevistado 2 – Professora da turma do 3º ano.

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

O acompanhamento é a
presença da família na
Ir na escola, participar de escola, o interesse pelos
reuniões, saber o que é Acompanhamento é estar acontecimentos, a
que está acontecendo, presente na escola, organização e o estímulo
acompanhar a atividade de acompanhar e estimular os que a família pode
casa, organizar um horário estudos e as tarefas de casa, oferecer para que a
para realizar as atividades promover uma rotina. criança possa
de casa todos os dias. desenvolver suas
capacidades de
aprendizagem.

Entrevistado 3 – Professora da turma do 2º ano

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Acho que não é só Participação efetiva da vida O acompanhamento


relacionado à dos filhos. Disposição para a familiar é a participação
aprendizagem, é participar vida e para as exigências da família nas atividades
mesmo da vida do escolar escolares perante as de casa, das reuniões, o
do seu filho, estar aberto dificuldades e necessidades apoio e a cobrança
ao que a escola pede, ao de seus filhos. perante as atitudes, as
que a escola proporciona, necessidades, as
Pais tentam acompanhar da
observar se a metodologia dificuldades das
maneira que podem, pois
é satisfatória ou não. Vir crianças.
nem todos têm o
até à escola dar sugestões.
conhecimento que permita A busca pelo
No acompanhamento
um acompanhamento mais entendimento entre a
diário, os que tentam
direcionado. escola e a família, onde
acompanhar eles não têm
ambas precisam se
conhecimento, então tem A escola poderia promover esforçar para auxiliar
coisas que eles não ações que auxiliem e uma a outra.
sabem, mas eles orientem os pais para um
acompanham a vida acompanhamento adequado. Percebe-se que a
escolar do seu filho, mas entrevistada, tem a
do modo deles. Acho que a Acompanhamento deve ser sensação clara, de que a
diário nas atividades, nos
própria escola, se puder família não sabe como
estudos e em tudo o que diz
proporcionar mais acompanhar os seus
respeito à escola.
conhecimento para os pais, filhos.
promover uma abertura
maior para que os pais
sejam informados das
ações cotidianas - como
acompanhar as atividades
de casa, vir nas reuniões,
incentivar os estudos e
atividades em casa, se
mostrar presente
diariamente frente a tudo o
que diz respeito à escola –
eles ajudariam mais.
APÊNDICE D – Entrevista com os pais

ENTREVISTA COM OS PAIS

Pergunta: Como é a sua relação com a escola e os professores?

Entrevistado 1 – mãe de aluna da 3ª série.

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Boa, de um modo geral é


boa. Com os professores,
eu me sinto à vontade.
Com a escola, a relação A relação é boa com os
Boa relação com
que eu tenho é com a professores e com a
professores. Porém, com
coordenadora, que coordenação também.
a coordenação
também tenho uma boa Sempre foi atendida quanto
pedagógica, existe um
relação, sempre que às necessidades, mas
desconforto quanto à
preciso me atenderam percebe falta de orientações
falta de retorno, de
bem. Eu sinto às vezes e consideração, pois é
orientações e
que falta um retorno, eu necessário vir até a escola
informações.
busco mais que tudo, mas para buscar as informações.
falta a escola me informar,
eu que tenho que vir
buscar.

Entrevistado 2 – mãe de aluno da 4ª série

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Uma relação
Acho que ótima, todas as aparentemente boa,
vezes que eu preciso saber onde parece existir o
alguma coisa vou até eles diálogo. Foi possível
Boa relação com escola e perceber que é uma
e eles também conversam
professores. relação, onde a escola
muito comigo. E com a
escola a relação também é impera a sua vontade,
boa. isto é, fala do
comportamento do filho
a mãe em casa conversa
e se entende que está
resolvida a situação
apenas pela repreensão.

Entrevistado 3 – mãe de aluna do 2º ano

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Parece uma relação


Muito boa, eu não entendo cordial e de comodismo,
Boa relação com professores
muito dessas coisas, mas como não domina o
e escola, porém sem muitas
me dou bem com todo assunto parece não
informações.
mundo. existir um diálogo com
muitas informações.

Pergunta: Existe uma parceria entre a família e a escola?

Entrevistado 1 – mãe de aluna da 3ª série.

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Parcial. Porque, a parceria


seria eu acredito, que se a A escola parece deixar a
escola percebe os desejar quanto ao
problemas do aluno, a Não é uma parceria efetiva, contato com os pais para
escola não precisa esperar pois a escola só procura a informar, orientar ou
o pai chegar até a escola, família quando algo não resolver alguma
para questionar isso. A parece bem e não pode ser dificuldade. E é visível o
escola podia já estar resolvido pela escola. incômodo e a
informando, que a gente já insatisfação da
teria ganho tempo com entrevistada.
isso.
Entrevistado 2 – mãe de aluno da 4ª série

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Acredito que sim, porque A parceria aparece aqui


eles me falam o que ele como a chamada de
está precisando, eu vou e Sim, troca de informações e atenção que a família
converso com ele em casa, cobrança em casa, das ações precisa dar ao aluno. Ou
e cobro dele se vir na para com a escola. seja, a escola manda
agenda alguma coisa repreender e a mãe
escrita. obedece.

Entrevistado 3 – mãe de aluna do 2º ano

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Sim, mais ou menos. Eu


não me sinto muito à Parece uma relação de
vontade em falar algumas É mais ou menos uma insegurança que leva ao
coisas, porque não sei parceria. Não há conforto em comodismo. Não há
muito bem desses procurar a escola e a escola troca de informações ou
assuntos de escola. Então, também não procura a orientações, deduz-se
eu não procuro muito a família. que se não há reuniões
escola e ela não me é porque está tudo bem.
procura.

Pergunta: Você acompanha a vida escolar dos seus filhos? Por quê?

Entrevistado 1 – mãe de aluna da 3ª série.

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Acompanho, na medida do O acompanhamento


possível. Porque é parece existir, dentro
importante, porque a vida Existe o acompanhamento, das possibilidades da
dos meus filhos e tudo o na medida do possível. família, isto é a família
que se refere a eles é acredita que dá o
importante para mim. melhor que pode e
sabe.

Entrevistado 2 – mãe de aluno da 4ª série

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

O acompanhamento
escolar parece ser visto
Sim. Porque é muito
apenas como uma
importante, uma mãe Acompanhar a vida escolar é
questão de
responsável tem que uma responsabilidade.
responsabilidade. E que
acompanhar.
parece ser apenas da
mãe.

Entrevistado 3 – mãe de aluna do 2º ano

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

O acompanhamento
Sim, porque eu acho muito permite perceber o
importante, para ver o É importante acompanhar. desenvolvimento. Mas,
desenvolvimento dela. não parece ter muita
segurança quanto a isso.
Pergunta: Você sente dificuldade em acompanhar a vida escolar dos seus filhos, em
algum momento?

Entrevistado 1 – mãe de aluna da 3ª séries.

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Ah! As atividades, né por


isso ela faz o Edi (banca da
escola). Porque as
atividades de casa já são
um problema para mim, eu
acompanho o estudo, eu
acompanho - fez, não fez,
como está. Agora para
explicar a atividade eu
tenho dificuldade, porque
eu me lembro que o ano As atividades de casa são a
passado, na aula de dificuldade do
matemática, por exemplo, acompanhamento, pois existe Existe a consciência das
eu fui ensinar uma forma a possibilidade de confusão dificuldades, e por isso
de raciocínio, que ela dizia quanto às linhas de se procurou ajuda de
– mãe, não é assim que a raciocínio. professores para o
tia ensinou. Então eu tenho momento da realização
essa dificuldade, porque às Procurou-se a banca para a dessas atividades.
vezes, um jeito de ensinar execução das tarefas de
vai por uma linha de casa.
raciocínio e você vai por
outra, confunde mais, até
por isso eu optei por
coloca-la fazendo (edi –
banca dentro da escola)
aqui dentro as atividades,
porque eu acredito que
segue o mesmo raciocínio,
se não confunde a nossa
cabeça e a dela.
Entrevistado 2 – mãe de aluno da 4ª séries

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final

(Íntegra) (Síntese - entrevistador) (Entrevistador)

Consciência da falta de
acompanhamento
familiar, nesse momento
terceirizou-se essa
tarefa, mas segundo a
Quando eu preciso ensinar mãe não o
Dificuldade no
a atividade dele. Porque eu acompanhamento.
acompanhamento diário das
já chego num horário difícil. Porém, pode-se
atividades de casa, e assim
Porque eu trabalho o dia perceber que como não
encaminhou-se o aluno para
inteiro, por isso que ele faz é possível a presença da
a banca.
banca. mãe, ela passa a
responsabilidade para a
banca. Ou seja, - eu não
posso, mas encaminho
para a banca então está
tudo resolvido.

Entrevistado 3 – mãe de aluna do 2º ano

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

As atividades de casa. Consciência da falta de


Tem algumas atividades conhecimento para
Dificuldades no auxilio às
que são um pouco acompanhar as
atividades de casa, pede
complicadas e que eu peço atividades. Busca de
orientação à professora.
ajuda à professora. E a orientação com a
professora me ajuda. professora.
Pergunta: Como é o acompanhamento da vida escolar do seu filho? O que você faz?

Entrevistado 1 – mãe de aluna da 3ª séries.

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Eu sempre, por exemplo,


pego os dois na escola
todos os dias, então no
caminho eu vou
perguntando como foi, e ai
como foi seu dia, me conte
o que aconteceu, o que é
Dá-se importância à
que teve de novo. Sempre
conversa diária e ao
procuro abrir a agenda, ver
acompanhamento da
o material, todos os dias eu
agenda, parece se sentir
arrumo, por um lado eu
desconfortável com a
acho que nem é correto,
Conversa diária sobre o possível falha dos filhos
mas eu abro a mochila,
cotidiano escolar com os esquecerem os materiais
arrumo, vejo o que
próprios filhos. Observa a e permite uma
aconteceu, o que não
agenda, arruma o material na acomodação perante
aconteceu, o que fez, o
mochila, mesmo que não essa situação, não
que é que não fez. Nessa
aprove essa situação. estimula a autonomia,
parte eu tento acompanhar,
quando arruma a
até porque às vezes ela diz
mochila dos mesmos. Se
que o dia não foi bom,
sente segura com o
porque aconteceu isso e
acompanhamento que
isso ou aquilo, a relação
oferece aos filhos.
com os amiguinhos, a
relação com os professores
também muda muito, hoje
ela foi feliz – mãe hoje meu
dia foi ótimo, porque
alguma coisa foi legal no
intervalo,
Entrevistado 2 – mãe de aluno da 4ª série

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Parece que a banca


supre a necessidade do
Coloquei ele na banca,
Encaminhamento do aluno acompanhamento
olho a agenda, converso
para a banca, conversa, vê as familiar direcionado. Não
com ele, vejo as notas
notas e quando necessário se fala em atitudes
dele, procuro saber na
procura a escola. tomadas ou exigidas, a
escola e isso.
conversa parece resolver
tudo.

Entrevistado 3 – mãe de aluna do 2º ano

Resposta do Entrevistado Análise inicial Análise final


(Síntese - entrevistador)
(Íntegra) (Entrevistador)

Acompanhamento
Eu faço as atividades, quer parece ser apenas o
dizer faço as atividades auxilio nas atividades de
Acompanha as atividades de
com ela, procuro sempre casa e o estímulo que
casa e estimula com outras
estar, além das atividades tenta oferecer, mas que
atividades.
da escola, fazer atividades também não demonstra
à parte com ela. segurança para efetivar
tais estímulos.

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