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O ESPAÇO DO CORPO
E DA ROUPA
Banca Examinadora
Orientadora
Profa. Dra. Regina Melim
CEART/UDESC
Palavras-chave
vazio; intervalo; roupa; corpo; estética
Keywords
void; interval; clothing; body; aesthetics
13 Buscando o vazio
19 Lugar da fala
23 Tempo da roupa
31 Vazio intervalar
49 Olhar de estrangeiro
71 Referências
BUSCANDO
O VAZIO
15
16
LUGAR
DA FALA
19
Notas
20
TEMPO
DA ROUPA
44
Notas
5. Frase de Sato Haruo, traduzida para o inglês por Richie como “In
Literature the art of elegance chooses impromptu poetry, closest to silence;
in art, monochrome painting, closest to emptiness.”
45
46
OLHAR DE
ESTRANGEIRO
54
LAURA LIMA
PELO OLHAR
ESTRANGEIRO
64
Torres não utiliza o corpo no sentido literal, mas seu
trabalho é seu corpo, e também tem uma corporeidade própria.
Muitas vezes a obra faz alusão ao seu próprio corpo ou ao
corpo de outra pessoa, como em Portrait of Ross in L.A., corpo
composto de um empilhado de doces a serem consumidos
pelo público. Além do corpo estar abstraído, Fuchs (em
Ault, 2006) lembra que ele também se funde com o corpo do
espectador quando este participa da obra. Os empilhamentos
do artista muitas vezes possuem inclusive as dimensões em
medida e peso similares ao corpo que o artista está retratando.
Esta noção de corporeidade vai além do corpo da moda e do
corpo-carne das artes visuais. Trata-se de um corpo abstraído,
no limiar entre uma coisa e outra, corpo como corporeidade,
uma possibilidade, algo em constante movimento e mudança.
Como o corpo que Borges (2008) descreve a partir de Artaud,
uma mistura de pele, carne e ossos, mas também de fluxos e
afectos, um corpo que afeta outros corpos e é afetado por eles
em retorno, corpo que extrapola as fronteiras da carne para
encontrar outros corpos.
67
Notas
11. Laura Lima também fez uso da roupa no trabalho RhR. A artista
não considera RhR uma obra, mas um movimento, uma instância, onde
ela mesma não é artista nem criadora, é mais um integrante dentro
do organismo povoado de subjetividades, elementos orgânicos e não
orgânicos. Dentro do RhR, Laura Lima criou uniformes-desenhos. A
descrição de Piskur (em Lagnado, 2014) a respeito dessas roupas lembra a
fala de Issey Miyake e outros estilistas japoneses: “O uniforme-desenho foi
feito como um plano bidimensional – um tecido cortado com tesoura –,
dobrado e colado para ganhar espaço real e ser preenchido por um corpo.
O uniforme-desenho-devir tornou-se um espaço arquitetônico do corpo.”
(p. 259).
12. Em 2009 o museu 21_21 Design Sight (Tóquio) realizou junto à Issey
Miyake Foundation uma exposição intitulada The Outline: the unseen
outline of things, com objetos de design de Naoto Fukusawa fotografados
por Tamotsu Fujii, de modo a captar o contorno – e entorno – dos objetos.
Fukusawa sugere que o contorno do objeto é como o ar que o circunda,
é tudo que existe em volta: experiências, memorias, gestos, tempo,
circunstância, cultura, tecnologia, história.
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IMAGENS
DESLIZANTES
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Alice Yumi Sinzato
Florianópolis-SC-Brasil
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