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PPGAC

Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA -


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES CÊNICAS
2019-2 - TEA 507 – TÓPICOS ESPECIAIS EM ARTES CÊNICAS
LABORATÓRIO DE ESCRITAS CRIATIVAS
Professora responsável: Cássia Lopes

ÁLBUM DE TEXTOS
OTÁVIO JOSÉ CORREIA NETO

ATIVIDADE ENTREGUE COMO


AVALIAÇÃO PARCIAL DA
DISCIPLINA TEA 507 –
TÓPICOS ESPECIAIS EM ARTES
CÊNICAS : LABORATÓRIO DE
ESCRITAS CRIATIVAS
MINISTRADA PELA
PROFESSORA CÁSSIA LOPES.

Salvador, novembro de 2019


UMA PALAVRA CHAMA A OUTRA

INFÂNCIA
ROÇA, PIÃO, LIVROS

FOGO
QUEIMA, ARDE, ESQUENTA

LAÇOS
SEGURA, PRENDE, CUIDA

CIRCO
PALHAÇO, SONHO, MAGIA

TELHADOS
PIPA, BARRO, CÉU

BRISA
REFRESCA, MOVIMENTA, VOA

ESPERA
AFLIÇÃO, REFLEXÃO, INAÇÃO

RELICÁRIO
TESOURO, VALIOSO, INTIMO

ESPUMAS
VOA, LEVE, ALEGRA

CHUVA
LAVA, LEVA, RENOVA
VENTANIAS DA ESCRITA.

Em ardentes calores que rompem a rebentação


Sê livre… Sê vivo… Sê mar

Flutua no ar, deixa ir… Dança entre os pássaros


Alcança os sonhos, risca o céu com desejos e
temores
Escreve tua historia brincando de voar

Segue sem medo.


O percurso e o meio te criam. E volta…
Mas outro.
O adeus cais jamais será maior
que o abraço mar.
LAVANDA NÃO É COR

Terceiro sinal
Trevas total
O marrom do palco se sublima
Ouvem-se passos
De subito

Branco
Revela-se um monumento
Vestido em Branco
Branco como uma tela
Branco como as nuvens
Branco em suporte

Primeiro ato
Branco
Branco frio
Branco gelido
Branco Frigido

Segundo ato
Rubro
Rubro fogo
Rubro quente
Rubro amor

Terceiro ato
Lavanda
Lavanda sublime
Lavanda sonho
Lavanda a cor da alma

Mas lavanda não é cor


A cortina se fechado
Trevas
CRIPTOGRAFADO

Você está em código


Nas paisagens do caminho
Nas árvores da vítora
Nas folhas que caem no quintal

Você está em código


Na vibração da canção
No suspiro da Luísa que o Arnaldo citou
No outono e no verão

Você está em código


Na luz verde bananeira
Nos olhos que o chico cantou
No tablado e na palavra
De Goethe até Millor

Você está em código


O enigma da esfinge
O olhar da Capitú
O paradeiro de Godot

Você é um código meu


Uma língua inventada
Não escrita em lugar nenhum
Uma língua secreta
Que outro alguém não pode entender

Você está criptografado


Em mim
Em minha alma
GOTAS

Ela escorrega sinuosa


Se aproxima das demais
As absorve e segue seu caminho
Ela cresce
De repente choca
Se Divide

Surge outra
Mais leva, rápida
Vai crescendo
Se aproximam
Lado a Lado
Tensão
Vão se chocar
O encontro as integra
Escoem juntas
A chuva não passa
CHAMA

A chama em sua brevidade


Ilumina e aquece a ponta do tabaco
Que se prepara para a combustão
Para em seguida aquecer os alvéolos
De quem lhe levou a extinção
Breve em cinzas, fumaça e solidão
O APAGAR DOS VAGA-LUMES

Todos os dias
Após o deitar do sol
Era possível ver
As estrelas dançando

Elas desciam do céu


Pra iluminar a terra
E dançavam em fractais
Como se a saudassem

No início eram muitas


Mas a noite se fez densa
As estrelas não queriam mais dançar
A noite era só trevas

Apagou-se um vaga-lume
Apagaram um vaga-lume
Todas as estrelas choram
É luto no céu
O LATIFÚNDIO DA PALAVRA

Cinco linhas
Duas laudas
Três capítulos
Espaços
Conquistas
Responsabilidade
Cada latifúndio uma plantação
Cada território uma afirmação
Todo discurso um cuidado

Palavras bigornas
Pesam e moldam
Canetas espadas
Defendem e ferem

O olimpo está em guerra


Apolo ou Dionísio?
Quem esse latifúndio alimenta?
Qual o tempo da colheita?
É preciso respeitar o processo do plantio.
SOBRE NOSSAS CABEÇAS
Branco.

Tão branco.

Como um deserto de sal.

Uma calota de gelo.

Como as nuvens.

Branco.

Eu podia passar o dia inteiro olhando pra ele.

Uma semana.

O ano inteiro.

Branco. Branco. Branco.

Tanta coisa podia ter.

Tanta coisa podia se escrever, pintar, desenhar.

Tanto a se dizer.

Tanto a se falar.

Nesse espaço branco.

Podia ver tanta coisa nele.

O relevo, as marcas, vejo flores, vejo rostos.

As rachaduras no branco me mostram caminhos a descobrir.

Tão branco.

Hipnotizante e branco.

Eu podia passar o dia inteiro olhando pro teto.

Mas tenho que levantar.

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