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Reestruturação Empresarial

Uma análise sobre a


Recuperação Judicial,
Recuperação Extrajudicial e a
Reorganização de Passivos
Índice

INTRODUÇÃO

SEÇÃO 1 Lei de Falência e Recuperação Judicial


SEÇAO 2 Recuperação Extrajudicial
SEÇÃO 3 Recuperação Judicial

ANEXO
Introdução
Crise Empresarial

Econômica

• Retração dos negócios


• Fatores Externos

Financeira

• Insuficiência de Liquidez
• Escassez de Crédito no Mercado Financeiro
• Dificuldade na renegociação de dívidas

Patrimonial

• Ativo inferior ao Passivo = Estado de Insolvência


Resultado Operacional – Até que ponto a empresa sustenta uma dívida?

(+) Receita

(-) Custos

(=) Lucro Bruto

(-) Despesas Operacionais

(-) IRPJ e CSLL

(=) Lucro Líquido

(+) Depreciação

(=) Fluxo de Caixa Operacional

*
(-) Juros

(-) Amortização

(=) Fluxo de Caixa de Financiamentos

(-) Investimentos

(=) Fluxo de Caixa de Investimentos


Reestruturação de Passivos – Por que as empresas se endividam?

Usualmente, empresas se endividam para financiar seu ciclo produtivo, sejam eles bens ou serviços.
Evitando utilizar capital próprio, capital de terceiros são utilizados
nos processos produtivos, onde os recursos gerados por esses
investimentos serão utilizados para o pagamento da dívida.

O problema ocorre quando a


empresa não consegue honrar seus
pagamento e captam novas dívidas
para pagar as já existentes.

Injeção de capital
Reestruturação de Passivos – Efeito multiplicador da alavancagem alta

Excesso de alavancagem

Limitação de garantia para novas


operações de crédito

Afastamento de potenciais investidores

Amortização e juros altos

Comprometimento do capital de giro da empresa

Insolvência
Reestruturação de Passivos – Operacionalização

Excesso de alavancagem
▪ No caso da repactuação financeira, a solução pode
São opções: ser desde o alongamento da dívida à renegociação
da taxa de juros, diminuindo o passivo mensal e
Venda de ativos
aliviando o caixa da empresa;
▪ É importante que a solução encontrada não impeça a
Aporte de sócios
empresa de exercer suas atividades operacionais,
Renegociação com as permitindo-a seguir com sua geração de receitas;
Instituições Financeiras ▪ Caso não ocorra acordo entre os credores e a
empresa, medidas judiciais podem ser tomadas.
Lei de Falência e Recuperação Judicial
SEÇÃO 1
Lei de Falência e Recuperação Judicial

Princípios Basilares

Função Social da empresa Preservação da empresa

Tratamento Igualitário dos credores Preservação do Emprego

Recuperação Judicial
Modalidades de Procedimento Recuperação Extrajudicial
Abrangidos pela Lei
Falência

• Lei autoriza qualquer outro tipo de acordo privado entre devedor e credores
Lei 11.101/2005 – Incidência da Lei

As disposições da Lei incidem sobre (Art. 1º):


• Empresários;
• Sociedade Empresária;
• Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI); e
• Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Lei Complementar nº 147 de 2014)

Estão excluídos da incidência da lei (Art. 2º):


• Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista;
• Instituição Financeira Pública ou Privada;
• Cooperativa de Crédito e Consórcio;
• Entidade de Previdência Complementar;
• Operadora de Plano de Saúde, Seguradora, Sociedade de Capitalização;
• Outras entidades legalmente equiparada às anteriores.
Lei 11.101/2005 – Incidência da Lei

• Sociedades Simples não se sujeitam à Lei de Falências, dada a sua natureza civil e atividade não empresária.

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária
ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa.

▪ O que configuraria elemento de empresa? Enunciado 193, da Jornada de Direito Civil III

• Organização Empresarial (capital, mão de obra, insumos e “O exercício das atividades de natureza

tecnologia); exclusivamente intelectual está excluído do conceito de

• Atividade de Produção ou Circulação de bens ou de serviços;


empresa”

• Impessoalidade dos profissionais.


Recuperação Extrajudicial
SEÇÃO 2
Recuperação Extrajudicial – O que é

A Recuperação Extrajudicial é um acordo realizado fora da esfera judicial, mas que deve ser homologado pelo
judiciário para obrigar credores aos termos acordados.

Vantagens Desvantagens

• Poderá ser cumprido pelas partes sem


• Sucessão tributária nos casos de alienação de
qualquer interferência do Judiciário, a quem
filiais ou unidades produtivas do devedor;
cabe apenas a homologação do plano;
• Dívidas são novadas e, na hipótese de falência,
• A proposta poderá ser mais aberta e flexível,
não há retorno às condições originalmente
dando liberdade às partes para negociar as
contratadas, permanecendo os créditos
condições do acordo;
estabelecidos pelo plano;
• Renegociação parcial das dívidas, envolvendo
• Revogação ou declaração de ineficácia de atos
determinadas classes de credores;
praticados na Recuperação Extrajudicial em
caso de posterior decretação de falência,
• Prestígio ao princípio da Celeridade;
conforme art. 129 da Lei 11.101/05.
• Baixo custo para implementação e conclusão.
Recuperação Extrajudicial – Créditos
Art. 83, incisos II, IV, V, VI e VIII da Lei 11.101/05

Créditos Sujeitos Créditos Não Sujeitos

1. Garantia real até o valor do bem gravado. 1. Tributário;


• Exemplos: Hipoteca de imóvel ou Penhor
2. Trabalhista;
de Máquinas e Equipamentos;

3. Garantidos por cessão e alienação


2. Natureza civil
• Exemplos: benfeitorias, custas e despesas fiduciária;
judiciárias
4. De arrendamento mercantil;
3. De microempreendedores individuais, micro
5. Créditos de proprietário ou promitente
e pequenas empresas;
vendedor de imóveis cujos contratos
4. Quirografários; contenham cláusulas de irrevogabilidade e
irretratabilidade;
5. Credores de mesma natureza e sujeitos às
mesmas condições de pagamento. 6. Contratos de adiantamento de câmbio.
Recuperação Extrajudicial – Homologação do plano

▪ O plano de recuperação extrajudicial poderá compreender o valor total ou parcial dos créditos de determinada espécie,
abrangendo uma ou mais espécies de crédito.

▪ Recuperação Extrajudicial Voluntária (art. 162)


Art. 162. O devedor poderá requerer a homologação em juízo do plano de recuperação extrajudicial, juntando sua
justificativa e o documento que contenha seus termos e condições, com as assinaturas dos credores que a ele aderiram.

▪ Recuperação Extrajudicial Obrigatória (art. 163)


Art. 163. O devedor poderá, também, requerer a homologação de plano de recuperação extrajudicial que obriga a
todos os credores por ele abrangidos, desde que assinado por credores que representem mais de 3/5 (três quintos) de
todos os créditos de cada espécie por ele abrangidos.
Recuperação Extrajudicial – ESTUDO DE CASO | Máquina de vendas S/A

• A principal marca do grupo é a Ricardo Eletro


• Uma das maiores empresas de varejo do Brasil, sendo a terceira maior no segmento
de eletroeletrônicos e eletrodomésticos.

1. Agosto/2018 – Pedido de Homologação da Recuperação Extrajudicial


2. Setembro/2018 - Concedida Tutela de Urgência para suspender as ações e execuções em curso, relacionadas
aos créditos abrangidos, pelo prazo de 180 dias úteis – incluindo ações de despejo dos estabelecimentos
comerciais que foram movidas em face do Grupo Empresarial.
3. Janeiro/2019 – Homologação pelo juiz

Valor total dos Créditos R$


Créditos Quirografários 1.272.202.770
Valor da Ação Créditos de Transportadoras 24.797.605
Cerca de R$ 1,966 bilhão
Créditos Marketing 81.307.810
Partes Relacionadas Abrangidas* 588.354.444

*Não são computados para fim do quórum de 3/5


Recuperação Extrajudicial – Máquina de vendas S/A | Percentuais de Adesão ao Plano
Recuperação Extrajudicial – Máquina de vendas S/A | Percentuais de Adesão ao Plano
Recuperação Extrajudicial – Máquina de vendas S/A | Formas de Parcelamento

Formas de Parcelamento

• Opção A: pagamento de 100% do crédito abrangido pelo plano, pelo sistema cash sweep, contra o oferecimento, pelo
credor, de linha de crédito de no mínimo 30% do valor a receber. Pagamento sem período de carência e amortização
anual, juros de 2,75% ao ano, pagos na mesma data de pagamento da parcela de amortização, e correção monetária
anual pela TR.
• Opção B: pagamento de 60% do crédito abrangido, sem submissão ao sistema cash sweep, contra o oferecimento, pelo
credor, de linha de crédito de no mínimo 30% do valor a receber. Carência de 24 meses e pagamento em 72 parcelas
mensais, vencendo-se a primeira após o fim do período de carência. Juros de 1% ao ano, pagos todo dia 30 do mês de
junho e correção monetária anual pela TR.
• Opção C: pagamento de 100% do crédito abrangido, sem submissão ao sistema cash sweep, contra o oferecimento, pelo
credor, de linha de crédito de até R$ 120.000.000,00. Pagamento de juros e principal em 101 parcelas, sem carência.
• Opção D: pagamento de 40% do crédito abrangido pelo plano pelo sistema cash sweep. Pagamento do principal após a
quitação das opções A e B e amortização dos juros todo dia 30 de junho. Juros de 1% ao ano e correção monetária anual
pela TR.
• Opção E (exclusiva para Credores Marketing): pagamento sem desconto e carência em 36 parcelas. Juros de 100% de
variação acumulada das taxas médias diárias de DI e possibilidade de aceleração de pagamento de 10% do crédito a
cada novo contrato.
• Classe F (exclusiva para Credores Transporte): pagamento sem desconto e carência em até 12 parcelas mensais. Juros de
1% ao ano e correção pela TR.
Recuperação Judicial
SEÇÃO 3
Recuperação Judicial – Pedidos requeridos desde o inicio da Lei

2.000

1.800

1.600

1.400

1.200

1.000

800

600

400

200

0
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Micro e Pequena Empresa Média Empresa Grande Empresa


Recuperação Judicial – Conceito e Objetivo

Conceito

• A Recuperação Judicial é uma medida legal para recuperar empresa em dificuldade econômico-

financeira e evitar sua falência, através de intervenção judiciária.

Objetivo

Art. 47. “A Recuperação Judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-

financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e

dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo

à atividade econômica”.
Recuperação Judicial – Vantagens e Desvantagens

Vantagens Desvantagens

• Suspensão das ações e/ou execuções; • Dificuldades com fornecedores e clientes


pelo estigma gerado à empresa;
• Congelamento das dívidas concursais
• Alienação de ativos depende da
• Separação das dívidas em classes e autorização de credores;
negociação conjunta de créditos
concursais; • Vencimento antecipado de contratos;

• Acompanhamento por 2 anos; • Dívidas extraconcursais (alienação e


cessão fiduciária);
• Juízo universal para julgar quaisquer
ações e/ou execuções de bens atrelados • Alto custo para implementação da
ao plano de recuperação. Recuperação Judicial.
Recuperação Judicial – Legitimidade Ativa

Legitimados a requerer Recuperação Judicial

Devedor, atendidas as determinações do art. 48 da Cônjuge Sobrevivente, Herdeiros, Inventariante ou


Lei 11.101/05 Sócio Remanescente

Requisitos necessários para o ajuizamento da RJ (art. 48 Lei 11.101/2005)

Exercício regular das suas atividades há mais de 2 Não ter obtido concessão de Recuperação Judicial
anos; há menos de 5 anos.

Não ser falido ou que as responsabilidades já Não ter sido condenado ou não ter, como
tenham sido extintas; administrador ou sócio controlador, pessoa
condenada por qualquer crime falimentar.
Recuperação Judicial – Características Gerais

1 Apresentação de Plano para solução do Passivo da Empresa;

Nomeado Administrador Judicial (PF ou PJ) para fiscalizar os atos e garantir que o plano de
2 recuperação judicial seja cumprido;

3 Exigência de Demonstração de Viabilidade da Empresa

Suspensão, por 180 dias, de todas as ações contra o devedor, excetuadas aquelas que não forem
4 líquidos o valor devido; execuções fiscais e ações trabalhistas até a apuração do crédito perante a
Justiça do Trabalho.
Recuperação Judicial – Créditos e Credores

Créditos Sujeitos

• Atinge todos os credores anteriores ao ajuizamento do pedido de recuperação judicial.

Créditos Não Sujeitos

• Tributário;
• Garantidos por cessão e alienação fiduciária;
• De arrendamento mercantil;

• Proprietário ou promitente vendedor de imóveis cujos contratos contenham cláusulas de


irrevogabilidade e irretratabilidade.

• A Jurisprudência Pátria tem entendido pela manutenção na posse do devedor dos bens gravados com alienação
fiduciária, se tais bens forem essenciais à continuação das atividades da empresa.
Recuperação Judicial – Créditos e Credores

Créditos Não Exigíveis

• Obrigações a título gratuito;


• Despesas que os credores fizerem para tomar parte na Recuperação Judicial, salvo as custas judiciais de litígio
com devedor;
• Créditos posteriores ao pedido de Recuperação Judicial.

Classes de Credores

1. Trabalhistas;

2. Garantia real;

3. Quirografários, com privilégio especial e privilégio geral,

4. Micro e pequena empresa.


Recuperação Judicial – Meios para Recuperação Judicial - Art.50

• Concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas;

• Cisão, incorporação, fusão ou transformação da sociedade; cessão de cotas ou ações;

• Alteração do controle societário;

• Substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação dos seus órgãos administrativos;

• Concessão aos credores de poder de veto e direito de eleição em separado de administradores;

• Aumento de capital social;

• Trespasse ou arrendamento do estabelecimento, inclusive da sociedade;

• Redução salarial, compensação de horários e redução da jornada;

• Dação em pagamento ou constituição de dívidas do passivo;

• Venda parcial dos bens;

• Constituição de SPE;

• Emissão de Valores Mobiliários.


Recuperação Judicial – Efeitos da Recuperação Judicial

• Autorização judiciária para alienação de bens e ativos

• Suspensão da Prescrição e de todas as ações e


execuções em face do devedor
• Devedor e Administradores são mantidos na condução das
atividades empresariais
• Créditos contraídos durante a Recuperação
Judicial são considerados extraconcursais em
• Novação dos créditos e obrigação das partes ao plano
caso de posterior decretação de falência
aprovado

• Na alienação de filiais ou UPI’s, não há sucessão do arrematante


nas obrigações do devedor, inclusive tributárias*

* Exceto quando o arrematante for: a) sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo falido; b)
parente, em linha reta ou colateral até o 4º (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do falido ou de sócio da
sociedade falida; ou, c) identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a sucessão.
Recuperação Judicial – Período de Superintendência

Período de Superintendência

• O devedor permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano
que se vencerem até 2 anos depois da concessão da recuperação judicial.

• O descumprimento de qualquer obrigação prevista:

a) Acarretará a convolação da recuperação em falência (art. 73, IV). Nesta situação os credores voltam ao
status quo, descontados pagamentos eventualmente realizados.

b) Permite ao credor requerer a execução específica ou falência do devedor.


Recuperação Judicial – Encerramento

Encerramento

Cumprida as obrigações vencidas no prazo, o juiz decretará por sentença o encerramento da Recuperação Judicial
e determinará:

• Pagamento do saldo de honorários do administrador judicial;

• Apuração do saldo de custos judiciais;

• Dissolução do comitê de credores e exoneração do administrador judicial;

• Apresentação de relatório do administrador judicial;

• Comunicação do Registro Público de Empresas;


Recuperação Judicial – ESTUDO DE CASO | Locação de veículos e venda de seminovos

Grupo Econômico atuante na área de locação de veículos e 350 Veículos


venda de seminovos em operação

Credores Extraconcursais
Representavam 77%
Relação de Credores

Credores Total 14.457.774 100,0%


Extraconcursais 10.086.537 69,8%
Houve busca e apreensão de Quirografários 2.514.491 17,4%

grande parte da frota e mais Garantia Real 788.085 5,5%

Subordinado 780.946 5,4%


processos foram ajuizados
Tributário 287.714 2,0%
Recuperação Judicial – ESTUDO DE CASO | Locação de veículos e venda de seminovos

Após deferimento do pedido de recuperação judicial, além da suspensão das execuções, conseguimos liminar de
manutenção da posse dos automóveis com alienação fiduciária, garantindo a geração de caixa da empresa.

Na época, a manutenção da posse de bens alienados, porém essenciais à operação, não era matéria pacífica.

Plano de Recuperação Judicial aprovado:

• Credores com Garantia Real:

Valor original, 6 meses de carência, 54 parcelas sucessivas e crescentes acrescidas de100% do CDI:

• Quirografários:

Desconto de 90% sobre o principal, sendo a primeira 90 dias após a aprovação do plano.

• Extraconcursais:

Não abrangidos pelo Plano, mas houve negociação posterior com desconto de 80% sobre o valor do principal.
Anexo A
Recuperação Extrajudicial – Requisitos necessários à homologação do plano recuperação
Art. 48 Lei 11.101/2005

O devedor que preencher os requisitos poderá apresentar o plano de recuperação extrajudicial

Exercício regular das suas atividades há mais de 2 Não ser falido ou que as responsabilidades já
anos; tenham sido extintas;

Não ter obtido concessão de Recuperação Judicial Não ter sido condenado ou não ter, como
há menos de 5 anos; administrador ou sócio controlador, pessoa
condenada por qualquer crime falimentar.

Não estiver pendente pedido de recuperação judicial ou homologação de outro plano de recuperação
extrajudicial há menos de 2 anos. (§3º Art. 161, Lei 11.101/2005)

O devedor pode propor o plano a qualquer um dos credores, desde que não haja impedimento legal. Contudo,
o plano só poderá ser homologado pelo Judiciário, se presentes todos os requisitos listados acima.
Recuperação Extrajudicial – Homologação do plano

▪ Para fins exclusivos do percentual de 3/5 previstos, considera-se (Art. 163, §3º):
I - o crédito em moeda estrangeira será convertido para a moeda nacional pelo câmbio da véspera da data de assinatura do plano; e
II - não são computados os créditos detidos pelas pessoas relacionadas no art. 43, quais sejam:
“sócios do devedor, bem como as sociedades coligadas, controladoras, controladas ou as que tenham sócio ou acionista com
participação superior a 10% (dez por cento) do capital social do devedor ou em que o devedor ou algum de seus sócios detenham
participação superior a 10% (dez por cento) do capital social”

▪ A petição inicial deverá incluir também (art. 163, §6º):


✓ A exposição da situação patrimonial do devedor;
✓ Demonstrações contáveis do último exercício social e as especialmente levantadas. Ex: Balanço Patrimonial, Demonstração de
Resultados Acumulados, Demonstração de Resultado desde o Último Exercício Social e Relatório Gerencial de Fluxo de Caixa; e
✓ Documentos que comprovem os poderes dos subscritores do plano para novar ou transigir;
✓ Relação nominal completa dos credores, com indicação do endereço de cada um, a natureza, classificação e o valor atualizado do
crédito, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente.
Recuperação Extrajudicial – Impugnação

▪ Estando em termos o pedido de homologação, o juiz determinará a publicação de edital convocando todos os
credores do devedor a apresentarem impugnação ao plano, num prazo de 30 (trinta) dias contados da referida
publicação (Art. 164, §2º).

▪ O credor só poderá alegar: a não aprovação do plano por mais de 60% dos créditos de cada espécie, a prática
de atos fraudulentos com intenção de prejudicar credores e/ou o descumprimento de qualquer outra exigência
legal.
Recuperação Extrajudicial – Observações importantes

▪ O plano não poderá contemplar a antecipação de dívidas nem tratamento desfavorável aos credores que não
estejam a ele sujeitos. (Art. 161, §2º)

▪ Em caso de alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia ou a substituição somente
serão admitidas mediante aprovação expressa do credor titular da garantia. (Art. 163, §4º)

▪ O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial acarreta a suspensão de direitos, ações


e/ou execuções com relação aos credores sujeitos ao plano, inclusive aos que foram obrigados a submeter-se,
até a data da efetiva homologação judicial. Após a homologação judicial do plano, as dívidas serão novadas.
(Art. 161, §4º)

• A lei não fixa qualquer prazo para suspensão, podendo ser utilizado o mesmo prazo de 180 dias da Recuperação
Judicial;
• Na hipótese de descumprimento do plano, pode ser requerida a falência do devedor.
Recuperação Extrajudicial – Observações importantes

▪ O plano vincula as partes, sendo vedada aos credores a possibilidade de arrependimento, salvo na hipótese
de anuência expressa dos demais signatários. (Art. 161, §5º)

▪ A sentença de homologação do plano de recuperação extrajudicial constitui título executivo judicial e seus
efeitos poderão ser aplicados independentemente do julgamento de qualquer recurso. (Art. 161, §6º)

▪ O plano de recuperação extrajudicial só produz efeitos após a homologação judicial, contudo poderá produzir
efeitos anteriores à homologação desde que, exclusivamente, em relação à modificação do valor ou forma de
pagamento dos credores signatários. (Art. 165, §1º)
Recuperação Judicial – Assembleia de Credores Judicial

Assembleia Geral de Credores

• O juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção pelo credor ou tenha sido
aprovado pela assembleia geral de credores.

• O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação de todos os credores,
desde que, na assembleia de geral de credores tenha obtido, de forma cumulativa:
(i) o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à
assembleia, independentemente de classes;
(ii) a aprovação de duas das classes de credores ou, caso haja somente duas classes com credores votantes, a
aprovação de pelo menos uma delas;
(iii) na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 os credores, computados da seguinte
forma: aprovada por credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à
assembleia e, cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes, e em relação a classe dos titulares
de créditos trabalhistas e acidentes de trabalho, aprovado pela maioria simples dos credores presentes,
independentemente do valor de seu crédito.
Recuperação Judicial – Requisitos da Petição Inicial

1. Exposição das causas da situação de crise econômico-financeira;

2. Demonstrações contábeis dos últimos 3 exercícios sociais;

3. Relação nominal dos credores, classificação dos créditos e indicação dos registros contábeis das transações
pendentes;

4. Relação integral de empregados, com indicação de funções e salários a que tenham direito;

5. Certidão de Regularidade no Registro Público de empresas;

6. Relação de bens particulares dos sócios e administradores do devedor;

7. Extratos de contas bancárias e de aplicações financeiras do devedor;

8. Certidões de cartórios de protesto;

9. Relação de todas as ações judiciais que o devedor configure como parte.


Recuperação Judicial –Processamento da Recuperação Judicial

Após o preenchimento dos requisitos necessários


O Juiz determinará:

1. A nomeação do Administrador Judicial;

2. A dispensa da apresentação de certidões negativas de débitos tributários (STJ);

3. A suspensão de todas as ações contra o devedor que possuírem valor líquido, pelo prazo de 180 dias;

4. A apresentação de contas demonstrativas mensais;

5. A intimação do MP e das Fazendas;


6. A publicação de edital contendo: (i) resumo do pedido do devedor; (ii) relação nominal dos credores, discriminando
valor e classificação dos créditos; (iii) advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos e para que os
credores apresentem suas objeções ao plano.

• Após o deferimento do processamento, o devedor não pode desistir da Recuperação Judicial, salvo com aprovação da
Assembleia de Credores (art. 52, §4º).
Recuperação Judicial – Plano de Recuperação Judicial

Art. 53. O Plano de Recuperação Judicial será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta)
dias contados da publicação que deferir o processamento da Recuperação Judicial, sob pena de convolação em falência, e
deverá conter:

✓ Discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a serem empregados, conforma art. 50, e seu resumo;

✓ Demonstração da sua viabilidade econômica;

✓ Laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente
habilitado ou empresa especializada.

• Não poderá prever:

✓ Prazo superior a um ano para pagamento dos créditos derivados da legislação trabalhista ou
acidente do trabalho vencidos até a data do pedido de recuperação judicial; e

✓ Prazo superior a trinta dias para pagamento, até o limite de cinco salários mínimos por trabalhador,
dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos três meses anteriores ao pedido de
recuperação judicial.
Recuperação Judicial – Objeção ao Plano Judicial

Objeção ao Plano

• Qualquer credor em prazo de 30 dias, contados da publicação da relação de credores (art. 55).

1. Será convocada Assembleia Geral de Credores para deliberar sobre o plano de recuperação, em prazo

inferior a 150 dias contados do deferimento do processo.

2. O plano poderá sofrer alterações, desde que haja expressa concordância do devedor e que não diminua

os direitos exclusivamente dos credores ausentes.


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