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18/10/2019 Portal Secad

OLÁ, JOSIANE
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INSCRIÇÃO: 961748

(home)

PROPSICO
PSICOLOGIA CLÍNICA
E DA SAÚDE
CICLO

1 VOLUME 4 Pesquisa Estendida

ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO SISTEMA


ÚNICO DE SAÚDE

MARIA APARECIDA CREPALDI


BEATRIZ SCHMIDT
SIMONE DILL AZEREDO BOLZE

■ INTRODUÇÃO
O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma política pública relativamente recente, mas que vem promovendo significativas
transformações no acesso às ações e aos serviços de saúde por parte da população brasileira, desde a sua criação, por
meio da Constituição Federal de 1988.

LEMBRAR
O SUS consiste em um sistema complexo e dinâmico, que preconiza a saúde como um direito do cidadão e um
dever do Estado. Dentre os seus objetivos, destaca-se o acesso universal às ações e aos serviços de promoção,
proteção e recuperação da saúde. Dessa forma, pauta-se no princípio da integralidade, de modo que a
assistência à saúde deve ser oferecida, em todos os pontos de atenção do sistema (isto é, espaços onde são
ofertados os serviços de saúde) preferencialmente por equipes multiprofissionais e interdisciplinares nas quais o
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ofertados os serviços de saúde) preferencialmente por equipes multiprofissionais e interdisciplinares, nas quais o
psicólogo pode estar inserido.

Nessa direção, a criação do SUS se associou a uma reorientação no campo de atuação para os psicólogos brasileiros,
visto que muitos deles passaram a ocupar postos de trabalho no setor de saúde pública, o que era pouco frequente até
então. Tais fatores estão relacionados a mudanças na formação e na prática profissional dos psicólogos, com vista ao
atendimento das demandas do SUS.
Assim, o objetivo deste artigo é apresentar possibilidades de atuação do psicólogo no SUS, considerando
particularidades da atenção básica, da média e da alta complexidade. Ademais, também serão abordados aspectos da
história das Políticas de Saúde no Brasil, da legislação e do funcionamento do SUS, bem como da trajetória de inserção
de psicólogos em instituições de saúde, no âmbito nacional. Para fins didáticos, serão expostos, inicialmente, tópicos
relativos ao SUS e, em um segundo momento, à atuação do psicólogo neste contexto, com especial ênfase à atenção
básica, dada a previsão de que aproximadamente 80% dos problemas de saúde da população sejam resolvidos nesse
ponto de atenção.

■ OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

identificar alguns aspectos da história das políticas de saúde no Brasil e da legislação do SUS;
caracterizar a articulação das ações e dos serviços de saúde executados pelo SUS nos diferentes pontos de atenção;
compreender como ocorreu a inserção do psicólogo em instituições de saúde no Brasil e, em particular, no âmbito do
SUS;
identificar as ações que fazem parte da atuação do psicólogo no SUS, considerando a atenção básica, a média e a
alta complexidade.

■ ESQUEMA CONCEITUAL
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HISTÓRICO E LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE


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■ HISTÓRICO E LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
No Brasil, até as primeiras décadas do século XX, as políticas de saúde priorizavam o controle sanitário e a saúde do
trabalhador, sobretudo com a intenção de beneficiar o capital comercial e industrial. Dessa forma, as ações se centravam
especialmente em doenças pestilenciais (por exemplo, febre amarela, varíola), doenças de massa (por exemplo,
tuberculose, sífilis) e na vigilância sanitária em regiões portuárias.
Dependendo da posição ocupada no mercado de trabalho, determinados serviços de saúde poderiam ser acessados
pelo indivíduo. Isso porque a assistência à saúde era vinculada à previdência social e financiada pelos institutos de
aposentadoria e pensão de diferentes categorias (por exemplo, marítimos, bancários). Ademais, cada uma dessas
categorias contava com distintos níveis de cobertura, de forma a caracterizar o sistema como desigual e fragmentado.1
De maneira geral, a oferta de serviços de saúde era inadequada para pessoas que não possuíam vínculo empregatício,
as quais dependiam principalmente de instituições filantrópicas, que prestavam atendimento gratuito, ou de serviços
privados, quando dispunham de recursos financeiros para pagá-los.
Após o golpe militar deflagrado em 1964, passaram a ocorrer reformas governamentais, no sentido de expandir
predominantemente os serviços privados e de alta complexidade, em particular, hospitais localizados em centros
urbanos. Em tal período, tinha-se um panorama de grande desigualdade nos níveis de saúde da população brasileira, e o
crescimento econômico gerado sob o regime militar se associou a melhorias na qualidade de vida que favoreceram, de
forma desproporcional, setores mais privilegiados da sociedade.1
Assim, até o final da década de 1980, os serviços de saúde consistiam, preponderantemente, em assistência médico-
hospitalar realizada na esfera privada, centrando-se na cura e na reabilitação, com pouca ênfase à promoção da saúde
e à prevenção de doenças. Foi neste contexto, em que o hospital se caracterizava como dispositivo central, que ocorreu
a regulamentação, em 1962, e as primeiras décadas de consolidação da profissão de psicólogo no Brasil.2 Logo, as
características desse modelo de atenção à saúde influenciaram — e ainda influenciam — a formação acadêmica, a
identidade profissional e a prática dos psicólogos brasileiros.3,4

LEMBRAR
Na área da saúde, os psicólogos passaram a se inserir, mais amplamente, em locais de prática diferentes de
instituições hospitalares somente a partir da reorientação dos serviços, por meio do estabelecimento do SUS.5

O SUS, criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e nº
8.142, de 28 de dezembro de 1990, é fruto da reforma sanitária, que fez parte do movimento social pela
redemocratização do País, o qual reuniu diversos setores da sociedade civil.1,6 Tal como assinalaram Böing e Crepaldi,6
as diretrizes do SUS propõem um conceito ampliado de saúde, ao considerar que os níveis de saúde da população se
relacionam a fatores dos meios físico, social, econômico e cultural.

Apesar dos desafios que o SUS ainda precisa superar (por exemplo, financiamento insuficiente, eficiência e
eficácia de algumas ações e serviços ainda abaixo do esperado), após a sua criação, constatou-se um
considerável aumento no acesso aos dispositivos de saúde pela população brasileira.1 Isso porque se passou a
legitimar, a todos, o direito às ações e aos serviços de proteção, promoção e recuperação da saúde, devendo o
Estado garanti-lo, o que era inédito, até então, em âmbito nacional.

O SUS considerado m dos maiores sistemas públicos de saúde no m ndo abrange desde procedimentos
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O SUS, considerado um dos maiores sistemas públicos de saúde no mundo, abrange desde procedimentos
relativamente simples, como atendimentos ambulatoriais, até os mais complexos, como transplantes de órgãos, de forma
a garantir acesso aos diferentes pontos de atenção, gratuitamente, a todas as pessoas em território nacional.7
Assim, entre os princípios doutrinários do SUS, destacam-se: universalidade, equidade e integralidade. A
universalidade diz respeito à garantia de acesso às ações e aos serviços em todos os pontos de atenção. A equidade
preconiza a assistência conforme a necessidade de saúde e independente do poder aquisitivo dos usuários, no sentido
de diminuir desigualdades. A integralidade prevê um conjunto contínuo e articulado de ações e serviços, individuais e
coletivos, de promoção, prevenção e recuperação da saúde.6
Dessa forma, a integralidade leva em conta os diferentes fatores determinantes e condicionantes dos processos de
saúde e doença, os quais se relacionam diretamente às condições de vida dos indivíduos e das comunidades.6

A atuação do psicólogo no SUS é fundamentada, em particular, com base no princípio da integralidade. Esse
profissional pode contribuir para a compreensão dos indivíduos, das famílias e das comunidades, de modo integral
e contextual. Ademais, a presença do psicólogo em equipes multiprofissionais e interdisciplinares, nos diferentes
pontos de atenção, favorece o desenvolvimento de ações intersetoriais, as quais são previstas na legislação do
SUS.6

No que tange aos pontos de atenção, salienta-se que todos são igualmente importantes, distinguindo-se apenas
em termos de densidade tecnológica. Ademais, é necessário que atuem de modo integrado e articulado, para que
a melhora dos níveis de saúde da população seja assegurada.8

Dessa forma, a porta de entrada preferencial dos usuários do SUS, que se configura como centro de comunicação com
toda a rede de saúde, é a atenção básica, a qual deve ocorrer com alto grau de capilaridade e descentralização, em
locais próximos à vida cotidiana das comunidades. As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) costumam ser instaladas
perto de onde as pessoas residem, trabalham e estudam, garantindo à população o acesso às ações e aos serviços de
saúde.9
A atenção básica se desenvolve a partir do trabalho em equipe, direcionado a populações em territórios definidos, por
meio de variadas e complexas tecnologias de cuidado. Assim, visa contribuir para o manejo e para a resolução de
demandas e necessidades de saúde frequentes e relevantes em seu território. Por conseguinte, o planejamento do
trabalho na atenção básica deve considerar critérios de vulnerabilidade, risco e resiliência, no âmbito individual e
coletivo. Em face do conhecimento e da proximidade com o território, este contexto é privilegiado em termos de
efetivação da integralidade.9
Além das ações da atenção básica, os serviços de assistência do SUS envolvem também ações de média e alta
complexidade, realizadas principalmente em ambulatórios e hospitais de todas as especialidades. Neste sentido, é
possível elencar algumas das políticas prioritárias no contexto de média e alta complexidade:10

saúde mental na rede de atenção psicossocial;


atenção ao portador de doença renal;
atenção ao portador de doença neurológica;
assistência ao indivíduo com obesidade;
assistência em unidades de terapia intensiva (UTIs);
urgências e emergências;
traumato-ortopedia;
transplantes;
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transplantes;
processo transexualizador no SUS.

LEMBRAR
O SUS se pauta em um modelo ampliado de saúde, ao considerar fatores dos meios físico, social, econômico e
cultural. Desse modo, as ações e os serviços do SUS são voltados a indivíduos e coletividades, com foco em
promoção, prevenção e recuperação da saúde nos diferentes pontos de atenção.

Outro aspecto importante a ser considerado sobre a legislação do SUS é a possibilidade de participação da iniciativa
privada em caráter complementar. Portanto, as ações e os serviços de saúde podem ser executados pelo SUS, de forma
direta, ou por meio de participação complementar da iniciativa privada.11 Tal combinação público-privada acrescenta
ainda mais complexidade ao SUS.
Assim, três subsetores compõem o sistema de saúde brasileiro:1

subsetor público, com serviços financiados e fornecidos pelo Estado, nos âmbitos municipal, estadual e federal;
subsetor privado, com ou sem fins lucrativos, em que os serviços são custeados com recursos públicos ou privados;
subsetor de saúde suplementar, incluindo apólices de seguro e planos de saúde privados.
Dessa maneira, de acordo com a facilidade de acesso, ou mesmo a capacidade para pagamento, os serviços oferecidos
pelos três subsetores de saúde podem ser utilizados pela população.1 Não obstante, no presente artigo, serão
enfatizadas as possibilidades de atuação do psicólogo no SUS, considerando, em particular, o subsetor público, como se
abordará na sequência.

ATIVIDADES

1. Com relação à história das Políticas de Saúde no Brasil, analise as afirmações a seguir.
I — Nas primeiras décadas do século XX, as Políticas de Saúde no Brasil priorizavam a alta complexidade, de
modo que o atendimento à população era realizado em hospitais de ponta, sobretudo em grandes centros
urbanos.
II — Até a criação do SUS, o acesso aos serviços de saúde dependia, em grande parte, da posição ocupada pelo
indivíduo no mercado de trabalho.
III — Durante o regime militar, os serviços de saúde no Brasil focalizavam principalmente a cura e a reabilitação,
com pouca ênfase à promoção da saúde e à prevenção de doenças.
IV — As bases para criação dos SUS foram estabelecidas a partir do movimento da reforma sanitária.
Qual(is) está(ão) correta(s)?

A) Apenas a II, a III e a IV.


B) Apenas a I, e a II.
C) Apenas a III.
D) Apenas a IV.
Confira aqui a resposta
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q p

2. Sobre os princípios doutrinários do SUS, correlacione a primeira e a segunda colunas.

(1) Universalidade ( ) Assistência de acordo com a necessidade de saúde, buscando


(2) Equidade reduzir desigualdades.
(3) Integralidade ( ) Conjunto contínuo e articulado de ações e serviços, individuais
e coletivos, de promoção, prevenção e recuperação da saúde.
( ) Garantia de acesso às ações e aos serviços de saúde em
todos os pontos de atenção.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) 3 — 2 — 1
B) 2 — 1 — 3
C) 1 — 2 — 3
D) 2 — 3 — 1
Confira aqui a resposta

3. Com relação à atuação do psicólogo no SUS, assinale a alternativa correta.

A) Quanto aos pontos de atenção em que a atuação do psicólogo é necessária, ela é mais importante nos
centros de apoio psicossocial e nas unidades ambulatoriais especializadas do que em outros pontos.
B) A atuação do psicólogo no SUS fundamenta-se, particularmente, no princípio da integralidade, uma vez que
ele pode contribuir para a compreensão dos diferentes fatores determinantes e condicionantes dos processos
de saúde e doença, na medida em que contribui para a compreensão dos indivíduos, das famílias e das
comunidades, de modo integral e contextual.
C) A presença do psicólogo em equipes multiprofissionais e interdisciplinares deve ser avaliada
cuidadosamente e ocorrer em casos específicos, pois, em determinados pontos da atenção, ela é ineficiente
e pode prejudicar tanto o trabalho do psicólogo quanto o do resto da equipe.
D) A atuação do psicólogo no contexto do SUS deve se dar em todos os pontos de atenção e, devido às
particularidades de sua especialização, deve se dar de maneira isolada dos outros membros da equipe.
Confira aqui a resposta

■ POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO SISTEMA


ÚNICO DE SAÚDE
Em 2012, por ocasião das comemorações dos 50 anos de regulamentação da profissão de psicólogo no Brasil, o
Conselho Federal de Psicologia (CFP) divulgou, em seu jornal, dados estatísticos sobre a profissão. De acordo com esse
órgão o Brasil era o país com o maior número de psicólogos em todo o m ndo (216 mil profissionais registrados)
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órgão, o Brasil era o país com o maior número de psicólogos em todo o mundo (216 mil profissionais registrados),
seguido pelos Estados Unidos (137 mil profissionais registrados). Dos psicólogos em atividade no Brasil,
aproximadamente 50 mil atuavam no contexto de políticas públicas, sendo que, desses, 30 mil estavam inseridos no
SUS.12
Entretanto, conforme pontuaram Ferreira-Neto e Henriques,13 o crescimento do número de psicólogos brasileiros
trabalhando na área de saúde pública não se deu de modo linear. Isso porque, nas primeiras décadas de consolidação
da profissão no Brasil, as áreas que mais absorviam esses profissionais eram a clínica, a escolar e a organizacional; a
área clínica, sobretudo com inclinação psicanalítica, voltada a atendimentos individuais em consultório privado,
rapidamente se estabeleceu como a mais robusta.
Assim, o acesso ao trabalho dos psicólogos era restrito quase que exclusivamente àqueles que dispunham de condições
financeiras para custeá-lo.14 Apenas com o final da ditadura militar, que que ocorreu 1985, observou-se a reorientação
do campo de atuação, dado que a retomada do regime democrático no Brasil esteve associada a uma série de
transformações, incluindo a criação do SUS e de outras políticas públicas.13
Dessa forma, o setor público passou a contratar, em maior número, psicólogos para atuar nas diversas áreas cobertas
pelas políticas públicas emergentes (por exemplo, saúde, assistência social, educação). Sobre a área da saúde, em
particular, a atuação, que em outros momentos parecia se restringir basicamente ao contexto dos hospitais,15 expandiu-
se de modo a abarcar UBS, ambulatórios, Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs), entre outros locais de prática.4 A
esse respeito, convém salientar que, por meio da Resolução CFP nº 3, de 5 de fevereiro de 2016,16 foi reconhecida a
especialidade “Psicologia em Saúde”.
As atribuições do psicólogo especialista nessa área são apresentadas na resolução citada anteriormente, segundo a qual
o profissional especialista em psicologia da saúde:16

insere-se em equipes multiprofissionais e interdisciplinares no campo da saúde, em diversos contextos da rede de


atenção;
vale-se de conhecimentos relativos à produção de subjetividade para analisar, planejar e intervir em processos de
saúde e doença;
propõe intervenções voltadas a populações específicas, com base em aspectos do contexto sociocultural, para
favorecer melhores condições de vida a pessoas, famílias e coletividades;
desenvolve ações de promoção da saúde, prevenção de agravos e vigilância em saúde, junto a profissionais de saúde
e a usuários dos serviços;
fomenta a articulação de redes de atenção à saúde e a participação social;
atua na formação de trabalhadores e na gestão de serviços de saúde;
domina conhecimentos sobre políticas de saúde, legislação, funcionamento e financiamento do SUS, monitoramento e
avaliação de serviços de saúde;
pode exercer funções nas esferas municipal, estadual ou nacional.
Logo, essa especialidade da psicologia se mostra alinhada aos princípios do SUS, uma vez que se embasa na proposta
de redes de atenção à saúde, cujo foco é de integração e articulação entre várias ações e serviços de saúde. Nesse
sentido, em vez de enfatizar o trabalho do psicólogo em um local específico (por exemplo, UBS, ambulatório, hospital), a
Resolução CFP nº 3/201616 abarca conjuntamente todos eles.
Esse aspecto tende a contribuir para uma maior integração da área e, por conseguinte, para o fortalecimento da prática
do psicólogo em todos os pontos de atenção à saúde.4 Sob essa perspectiva, serão apresentadas, a seguir,
possibilidades de atuação do psicólogo no SUS, considerando a atenção básica, a média e a alta complexidade.

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ATENÇÃO BÁSICA
Desde a criação do SUS, a organização da saúde pública brasileira passou por diversas reformulações, entre as quais
se ressalta a instituição da Política Nacional de Atenção Básica, ocorrida em 2007 e revisada em 2011, que
representou um avanço na configuração do SUS. A atenção básica objetiva desenvolver uma atenção integral, que
impacte na situação de saúde, na autonomia das pessoas, bem como nos determinantes e condicionantes de saúde das
coletividades. Ademais, abrange um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, caracterizando-se por:9

promoção, proteção e manutenção da saúde;


prevenção de agravos;
diagnóstico;
tratamento;
reabilitação;
redução de danos.
Tal como pontuado anteriormente, a atenção básica ocupa lugar central na rede de cuidados à saúde, tendo em vista sua
característica de funcionar como porta de entrada para os usuários. Dentre as suas responsabilidades, está a resolução
de problemas de saúde de maior frequência e relevância no território em que atua, bem como o referenciamento de
usuários para atendimento especializado nos demais pontos de atenção, quando for o caso.

O princípio norteador da atenção básica é a integralidade, e uma das suas diretrizes é a corresponsabilidade no
trabalho em equipe e com a rede de apoio profissional disponível no sistema. Desse modo, para que a assistência
à saúde ocorra de forma integral, é essencial a promoção de práticas interdisciplinares permeada pela inter-
relação das diferentes áreas de conhecimento que compõem o sistema, dos profissionais entre eles e com os
usuários.17

A atenção básica se organiza pela Estratégia Saúde da Família (ESF), a qual se constitui como política prioritária de
expansão, consolidação e qualificação desse ponto de atenção.11 A ESF preconiza uma reorientação do processo de
trabalho, com maior potencial de aprofundar os princípios e as diretrizes da atenção básica, de ampliar a resolutividade e
o impacto na situação de saúde das pessoas e das coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-
efetividade.
A ESF determina a existência de equipe multiprofissional preestabelecida (equipe de saúde da família), que atua em
território adscrito. O psicólogo não está previsto como um dos profissionais lotados diretamente nas equipes de saúde da
família, mas atuante nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasfs).
O Nasf foi criado com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, fornecendo suporte
à ESF, com ênfase na territorialização e na regionalização.18 A principal ferramenta de trabalho é o apoio matricial, que
deve ser prestado por uma equipe do Nasf às equipes de saúde da família de um território adscrito.
Além disso, o Nasf também atua de forma integrada com as equipes de atenção básica para populações específicas (por
exemplo, consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais) e com o Programa Academia da Saúde, o qual se configura
como uma estratégia de promoção da saúde e produção do cuidado, que funciona com a implantação de polos de
academia em espaços públicos, os quais devem ser dotados de infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados.
Vale destacar que, atualmente, qualquer município brasileiro pode contar com um Nasf, desde que tenha, pelo
menos, uma equipe de saúde da família.

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O apoio matricial se configura, ao mesmo tempo, como um método de trabalho e como um arranjo organizacional,
em que profissionais de diferentes especialidades oferecem suporte assistencial e técnico-pedagógico a uma
determinada equipe.19 A dimensão assistencial se caracteriza pela ação clínica direta com os usuários, ao passo
que a dimensão técnico-pedagógica se caracteriza pela ação de apoio educativo aos profissionais da equipe.
Essas dimensões, em diferentes momentos, podem e devem se misturar.18

Assim, é importante frisar que os profissionais de apoio matricial não terão necessariamente relação cotidiana e
direta com os usuários, uma vez que suas tarefas também consistem em oferecer suporte às equipes de
referência.18

Um Nasf prevê investimento em nove áreas estratégicas, entre as quais se insere a saúde mental, em que está
prevista a inserção de psicólogo. Os gestores municipais têm autonomia para escolher entre três categorias profissionais
para compor a equipe de saúde mental de um Nasf, a saber: psicólogos, psiquiatras e terapeutas ocupacionais.
Entretanto, constata-se a predominância na contratação de psicólogos,17 sendo esta a segunda profissão com maior
número de profissionais nas equipes de Nasf — ficando atrás apenas de fisioterapeutas.13
Assim, o psicólogo que atua no Nasf costuma trabalhar no apoio matricial ou matriciamento, o qual objetiva expandir as
possibilidades de se realizar clínica ampliada e integração dialógica entre distintas especialidades e profissões,
configurando-se como um suporte técnico e especializado no sentido de qualificar suas ações. Assim, o apoio matricial é
um modo de produzir saúde, em que duas ou mais equipes, em um processo de construção compartilhada, criam uma
proposta de intervenção pedagógico-terapêutica.
Esse apoio matricial, preconizado por Gastão Wagner Campos, em 1999, tem servido como subsídio para a estruturação
de um tipo de cuidado colaborativo entre a saúde mental e a atenção básica.20 Nessa perspectiva, o cuidado deve
envolver as redes familiar, social e cultural do usuário, de forma que os saberes e as práticas se articulem à construção
de um processo de valorização da subjetividade, e que funcionem sob a lógica da atenção psicossocial.17
Uma vez que se prevê que aproximadamente 80% dos problemas de saúde da população sejam resolvidos na atenção
básica,22 no presente artigo será dada especial ênfase às intervenções do psicólogo no Nasf.

A clínica ampliada busca expandir os recortes teóricos de cada profissão, no sentido de melhor atender às
necessidades dos usuários. Isso porque cada profissão tende a dar destaque a determinadas informações e
sintomas, conforme a sua especialidade. Assim, a clínica ampliada reconhece que as demandas de saúde são
complexas, e que, portanto, requerem o compartilhamento de diagnósticos e propostas de solução. Esse
compartilhamento abrange as equipes e os usuários dos serviços de saúde, bem como as ações intersetoriais, na
perspectiva de abarcar as diversas dimensões de um mesmo problema, o que é mais eficaz do que uma
abordagem pontual unilateral.18

Intervenções do psicólogo no Núcleo de Apoio à Saúde da Família


O psicólogo inserido no Nasf assume o papel de matriciador, o qual, junto a outros profissionais da equipe de
matriciamento, prestará suporte a uma equipe multiprofissional e interdisciplinar de ESF. Entre os possíveis instrumentos
de intervenção do psicólogo no Nasf, que serão mais bem explicitados a seguir, destacam-se:20

formulação de projeto terapêutico singular (PTS);


interconsulta;
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te co su ta;
consulta conjunta;
visita domiciliar conjunta;
contato a distância;
elaboração de genograma e ecomapa.
O PTS estrutura-se como um recurso de clínica ampliada e humanização em saúde, no qual o psicólogo matriciador, ao
discutir um caso com a equipe de saúde, buscará um foco para além do indivíduo, isto é, um olhar abrangente, que
envolve o entorno familiar e o contexto social. Ressalta-se que um projeto pode ser elaborado para o caso de um
indivíduo, uma família, uma rua ou praticamente toda uma área de abrangência.

Para a elaboração do PTS, o psicólogo matriciador colhe informações e discute com a equipe, no sentido de
formular um diagnóstico ampliado multiaxial, ou seja, que aborda a compreensão da situação em suas várias
facetas. Nesse sentido, a formulação do PTS abarca o caso nas suas dimensões biológica, farmacológica,
psicossocial e familiar, define o suporte do sistema de saúde, o apoio da rede comunitária e se pauta no trabalho
em equipe, especialmente na divisão de tarefas específicas entre os seus membros.

A interconsulta caracteriza-se por uma ação colaborativa entre profissionais de áreas distintas, configurando-se como
uma prática interdisciplinar para a construção do modelo integral de cuidado e como o principal instrumento do
apoio matricial na atenção básica. Tem como objetivo específico a estruturação do PTS, no qual o psicólogo pode
discutir o caso com um ou mais membros da equipe e até realizar intervenções, tais como consultas e visitas domiciliares
conjuntas.
A consulta conjunta configura-se como técnica de aprendizagem em serviço, de caráter pedagógico, voltada à
resolutividade das demandas da assistência à saúde, que reúne, em um mesmo momento, profissionais de saúde de
diferentes áreas, o usuário e, se necessário, a sua família. A consulta conjunta é permeada pela troca de
questionamentos, dúvidas e informações e pelo apoio entre as partes envolvidas no processo, ou seja, equipes de
Nasf, ESF e pessoas relacionadas ao caso específico. O psicólogo matriciador, ao planejar uma consulta conjunta, deve
seguir as seguintes etapas:

1. Contato prévio entre as equipes para planejamento da consulta;


2. Discussão do caso específico antes do atendimento;
3. Explicação do modelo de consulta ao usuário;
4. Solicitação de permissão ao usuário para a realização da consulta conjunta;
5. Realização da consulta;
6. Discussão de uma conduta compartilhada entre as equipes;
7. Organização da revisão do caso.
Semelhante à consulta conjunta, a visita domiciliar se mostra como um recurso do arsenal terapêutico dos serviços de
saúde de base territorial, a qual ocorre quando os usuários não podem ser atendidos nas unidades de saúde por
motivos diversos (por exemplo, dificuldade de deambulação, recusa). A necessidade de o psicólogo matriciador participar
da visita domiciliar em conjunto com a equipe de ESF se dá para os casos de maior complexidade social ou psicossocial.
De modo geral, o planejamento da visita segue as mesmas etapas da consulta conjunta.

O psicólogo, nas visitas domiciliares conjuntas, não pode fazer papel de um especialista da atenção de média
complexidade (por exemplo, tarefa que seria dos profissionais de CAPS), mas de um profissional que ajuda na
discussão do caso em questão, oferecendo ideias e visões variadas que podem colaborar para novas ações da
eq ipe de ESF
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equipe de ESF.

O contato a distância diz respeito à otimização da comunicação entre as equipes de Nasf e ESF, com o uso das
tecnologias de informação, tais como telefone, computador com acesso à internet e, particularmente, o Telessaúde
(serviço que oferece alguns recursos, como e-mail e fóruns, e que pode agregar outras funcionalidades, como
prontuários eletrônicos, acesso à informação científica e atividades educativas). Assim, o psicólogo matriciador, em seu
horário de trabalho, pode estar disponível por meio de telefone e de dispositivos on-line, para discutir casos e resolver
dúvidas da equipe de ESF.
O genograma, também denominado genetograma, consiste na representação gráfica que mostra o desenho ou mapa
da família. É considerado um instrumento essencial para profissionais que atuam junto a famílias, visto que tal recurso
oferece uma visão compreensiva dos complexos padrões familiares. Além disso, possibilita criar hipóteses sobre como o
problema clínico de um usuário envolve seu sistema familiar e como este pode se conectar ao contexto, bem como à
evolução de ambos, problema e contexto, ao longo do tempo.

Os aspectos das relações familiares podem se relacionar à origem e à manutenção de uma patologia; ademais, a
família também pode ser importante na prevenção de doenças e na recuperação de um de seus membros.

As informações da família, colhidas para a construção do genograma, costumam incluir aspectos:

genéticos;
médicos;
sociais;
comportamentais;
relacionais;
culturais.
O psicólogo matriciador, que usa o genograma, pode fazê-lo junto com a equipe de ESF e com o usuário e sua família,
quando possível. Dessa maneira, o psicólogo pode contribuir para uma visão ampla do caso e para o estabelecimento
de uma estratégia terapêutica para a família, inclusive em aspectos preventivos.2 O genograma pode ser elaborado
manualmente ou por meio do uso de programas computadorizados, os quais oferecem grande potencial para o
rastreamento de padrões familiares multigeracionais.22 Vale salientar que um exemplo de genograma será apresentado
vinculado ao caso clínico, mais à frente, no presente artigo.

Para saber mais:

Para conhecer o método de referência para construir genogramas, recomenda-se leitura adicional de McGoldrick e
colaboradores.

O ecomapa é um diagrama das relações entre a família e a comunidade, o qual é frequentemente associado ao
genograma. O ecomapa fornece uma visão ampliada da família com o meio social e possibilita avaliar fontes de apoio,
suporte e recursos disponíveis, bem como suas necessidades.2 O psicólogo matriciador, em conjunto com a equipe de
ESF, pode fazer o ecomapa de um caso específico para que sua análise resulte na elaboração de estratégias de ação
que ajudem o usuário nas suas relações com o ambiente social e com os vínculos comunitários, considerados essenciais
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na promoção e na prevenção de saúde.

O ecomapa pode ser útil para o fortalecimento de uma família, no sentido de que, ao fazê-lo, seus membros
costumam identificar as várias agências e instituições com as quais podem contar para buscar ajuda.23

Tal como o genograma, um exemplo de ecomapa também será apresentado, vinculado ao caso clínico mais à frente, no
presente artigo.
O psicólogo do Nasf também pode desenvolver atividades socioeducativas (por exemplo, palestras informativas sobre
temas diversos de interesse da comunidade e grupos de adolescentes, idosos, gestantes, pessoas com hipertensão,
diabetes, usuários de psicotrópicos). Essas ações podem ser compreendidas como ações preventivas, educativas e de
promoção da saúde.17 Tais atividades também podem ser realizadas pelo psicólogo, quando inserido em outras
estratégias de Nasf, diferentes da saúde mental, e até mesmo em outros pontos da rede de atenção à saúde.

O apoio do psicólogo às equipes não significa realizar intervenção psicoterapêutica direcionada aos profissionais,
mas, sim, contribuir para o desenvolvimento e para o fortalecimento do trabalho em equipe. No modelo do apoio
matricial, o psicólogo não deve, a princípio, realizar psicoterapia na atenção básica. Eventualmente, pode ser
necessário que esse profissional realize atendimentos de avaliação e aconselhamento e, para isso, poderá usar
técnicas psicoterapêuticas utilizadas na sua área de formação profissional.7

Esse parece ser um desafio para os psicólogos que atuam no Nasf, pois muitos ainda desempenham suas ações a partir
de modelos conservadores e individualizantes, e apresentam dificuldades em reconhecer o seu lugar dentro do modelo
de atenção à saúde proposto pelo SUS.17 Ao mesmo tempo, a atuação conjunta em equipe multiprofissional se mostra
como um problema adicional para os profissionais das diversas áreas, incluindo psicólogos, pois o estabelecimento de
relações interdisciplinares, dentro da equipe de Nasf, e o trabalho integrado com a rede ainda são frágeis.13
Essa tendência ao uso de um modelo clínico tradicional e ao exercício do trabalho individual é discutida como uma
carência na formação acadêmica, a qual nem sempre contempla ênfase em instituições de saúde ou propicia
experiências de trabalho em equipe. Desse modo, o psicólogo do Nasf pode não estar preparado para atender às
demandas preconizadas para a atenção básica. Tais desafios também são enfrentados por psicólogos que atuam na
média e alta complexidade, conforme se abordará na sequência.

ATIVIDADES

4. Sobre a atenção básica, correlacione a primeira e a segunda colunas.

(1) Atenção Básica ( ) Objetiva desenvolver uma atenção integral que impacte na
(2) ESF situação de saúde e autonomia das pessoas e nos
(3) Nasf determinantes e condicionantes de saúde das coletividades.
( ) A principal ferramenta de trabalho é o apoio matricial, sendo
comum a presença do psicólogo como um dos membros da
equipe.
( ) Preconiza uma reorientação do processo de trabalho, com
maior potencial de aprofundar os princípios e as diretrizes da
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18/10/2019 Portal Secad
maior potencial de aprofundar os princípios e as diretrizes da
atenção básica, de ampliar a resolutividade e o impacto na
situação de saúde de pessoas e coletividades.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) 3 — 2 — 1
B) 2 — 1 — 3
C) 1 — 3 — 2
D) 2 — 3 — 1
Confira aqui a resposta

5. Com relação à definição da especialidade “psicologia em saúde”, assinale a alternativa correta.

A) Nessa especialidade, o profissional direciona suas intervenções à população em geral, sem focar em
populações específicas.
B) O profissional de psicologia em saúde deve atuar exclusivamente no âmbito municipal.
C) O especialista em psicologia em saúde deve atuar sozinho ou em equipe especializada em psicologia, nos
diversos contextos da rede de atenção.
D) O especialista em psicologia em saúde deve, entre outras coisas, dominar conhecimentos sobre políticas de
saúde, legislação, funcionamento e financiamento do SUS, monitoramento e avaliação de serviços de saúde
e fomentar a articulação de redes de atenção à saúde e a participação social.
Confira aqui a resposta

6. Com relação ao apoio matricial, assinale a alternativa correta.

A) Os profissionais de apoio matricial devem necessariamente ter uma relação cotidiana e direta com os
usuários dos serviços de saúde.
B) No desenvolvimento das atividades de apoio matricial, é importante que os profissionais não misturem as
dimensões assistencial e técnico-pedagógica do suporte prestado.
C) O apoio matricial consiste em suporte assistencial, caracterizado pela ação clínica direta com os usuários, e
técnico-pedagógico, pela ação de apoio educativo aos profissionais da equipe.
D) O apoio matricial não pressupõe contato com os usuários dos serviços de saúde, uma vez que tanto a sua
dimensão assistencial quanto a dimensão técnico-pedagógica estão relacionadas ao apoio aos profissionais
da equipe de saúde.
Confira aqui a resposta

7. Quanto à clínica ampliada, é correto afirmar que

A) ela reconhece a complexidade das demandas de saúde, as quais requerem que os diversos profissionais de
saúde compartilhem diagnósticos e propostas de solução.
B) como cada profissão da área da saúde tende a dar destaque a determinadas informações e sintomas, ela
busca restringir os recortes teóricos de cada profissão, para que uma área não interfira na outra.
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C) l d tili d l i ã é í l b d t l 13/28
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C) ela deve ser utilizada apenas em casos complexos, nos quais não é possível uma abordagem pontual
unilateral.
D) devido à sua complexidade e à quantidade de dados acerca de diagnósticos e tratamentos, essa
metodologia não deve ser utilizada em ações intersetoriais, uma vez que ela é mais eficaz em casos
específicos e bem definidos.
Confira aqui a resposta

8. Sobre a atuação do psicólogo do Nasf, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).


( ) Uma das possibilidades de trabalho do psicólogo do Nasf é atuar de forma integrada com as equipes de
atenção básica para populações específicas (por exemplo, consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais) e
com o Programa Academia da Saúde.
( ) O psicólogo matriciador, inserido no Nasf, deve estar sempre disponível para dar suporte à equipe de saúde da
família por meio de telefone, de dispositivos on-line e de serviços, como o Telessaúde.
( ) Uma das possibilidades de atuação do psicólogo no Nasf é a interconsulta, que tem como objetivo específico a
estruturação do projeto terapêutico, no qual o psicólogo pode discutir o caso com um ou mais membros da
equipe de saúde da família e até realizar intervenções, tais como consultas e visitas domiciliares conjuntas.
( ) O psicólogo matriciador, em conjunto com a equipe de saúde da família, pode fazer o ecomapa de um caso
específico, para que sua análise resulte na elaboração de estratégias de ação que ajudem o usuário nas suas
relações com o ambiente social e os vínculos comunitários.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) F — V — V — V
B) F — V — F — V
C) V — F — V — V
D) V — V — V — V
Confira aqui a resposta

9. Com relação à visita domiciliar conjunta, assinale a alternativa correta.

A) Na visita domiciliar conjunta, o psicólogo deve atuar como um especialista da atenção de média
complexidade.
B) Uma vez que é um mero complemento da consulta conjunta, a visita domiciliar conjunta só deve ser
realizada com pacientes que frequentam regularmente a unidade de saúde.
C) O psicólogo, na visita domiciliar conjunta, tem o papel de auxiliar na discussão do caso em questão,
oferecendo ideias e visões variadas que podem colaborar para novas ações da equipe de ESF.
D) A visita domiciliar conjunta só deve ser realizada nos casos de baixa complexidade social ou psicossocial,
sendo que os casos de maior complexidade devem ser atendidos apenas nas unidades de saúde.
Confira aqui a resposta

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MÉDIA COMPLEXIDADE
A média complexidade se caracteriza por serviços especializados, realizados em nível ambulatorial e hospitalar, cuja
densidade tecnológica se situa entre a atenção básica e a alta complexidade. São exemplos de serviços de média
complexidade:24

CAPS;
policlínicas;
centros de especialidades odontológicas;
unidades de pronto-atendimento;
serviços de atendimento móvel de urgência.
Em linhas gerais, a organização das demandas para esses serviços prevê o referenciamento, pela atenção básica, para
o fluxo de atendimentos ambulatoriais; entretanto, a demanda é livre para os atendimentos de urgência.24
Em particular, a inserção do psicólogo na média complexidade tem como função o atendimento a determinados
problemas de saúde e agravos da população, ocorrendo prioritariamente em ambulatórios, vinculados ou não a hospitais.

LEMBRAR
Os ambulatórios têm como principal objetivo a oferta de atendimento especializado, quando não há necessidade
de internação hospitalar, considerando ações de promoção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico,
tratamento e reabilitação.

O psicólogo, quando inserido em serviços ambulatoriais, tem a possibilidade de acompanhar longitudinalmente os


usuários, uma vez que a sua atuação costuma compreender as etapas de diagnóstico, tratamento (que poderá
envolver ou não a internação hospitalar) e seguimento pós-tratamento. De tal forma, neste contexto, as
intervenções psicológicas tendem a ocorrer do início ao fim do ciclo da doença ou do distúrbio pelo qual o usuário
foi acometido.2

Tradicionalmente, os CAPSs têm sido considerados como um dos principais locais de prática do psicólogo na média
complexidade. De acordo com o CFP,25 o atendimento ambulatorial em saúde mental no SUS é realizado
prioritariamente nos CAPSs, que consistem em unidades de base comunitária para atendimento e tratamento às
pessoas com transtornos mentais graves e persistentes. Trata-se de um serviço de saúde que visa preservar e
fortalecer os laços do usuário em seu território, abrangendo acompanhamento clínico e estímulo à reinserção social,
entre outras ações, por meio do acesso ao convívio familiar e comunitário, ao trabalho, ao lazer e à educação.25
Nessa direção, um dos objetivos dos CAPSs é justamente evitar internações prolongadas em hospitais
psiquiátricos.Portanto, a estrutura deve conter:25

espaços de convivência;
salas para atividades grupais e para oficinas;
consultórios para atendimentos individuais;
refeitório;
banheiros.
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18/10/2019 Portal Secad

Ademais, os usuários devem ser acompanhados por equipe multiprofissional e interdisciplinar, em que o psicólogo
pode estar inserido.

Os CAPSs são definidos por ordem crescente de complexidade e abrangência populacional dos municípios, nas
seguintes modalidades: CAPS I, CAPS II e CAPS III, além do Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil
(CAPSi) (especializado no atendimento a crianças e adolescentes com transtornos mentais) e Centro de Atenção
Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSad) (especializado no atendimento a pessoas que fazem uso prejudicial de
álcool e outras drogas). Entre as ações a serem desenvolvidas pelo psicólogo que atua em CAPS, salientam-se o
acolhimento aos usuários, bem como o atendimento individual ou em grupo.25

Para saber mais:

Aspectos adicionais sobre a regulação dos serviços de saúde mental no Brasil, considerando a inserção dos
psicólogos no SUS e na saúde suplementar, podem ser acessados no seguinte endereço:

http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2013/07/Saude_mental.pdf.

Além da atenção à saúde mental realizada nos CAPSs, entre os usuários acompanhados por psicólogos em
ambulatórios destacam-se aqueles que buscam atendimento (por exemplo, em policlínicas), para realizar determinado
procedimento na área da saúde, o qual requer assistência e/ou avaliação psicológica para a sua efetivação. Para
ilustrar essa outra possibilidade de atuação na média complexidade do SUS, detalha-se, a seguir, o atendimento
ambulatorial a usuários em tratamento da obesidade ou em processo transexualizador, por se referirem a
procedimentos nos quais o psicólogo vem sendo cada vez mais solicitado a atuar.
O tratamento da obesidade pode ocorrer com ou sem a realização da cirurgia bariátrica, relacionando-se a significativas
transformações físicas, mas, também, psicológicas. Não obstante, a cirurgia bariátrica é indicada em casos específicos,
de acordo com critérios de índice de massa corporal, presença de comorbidades ou insucesso em tratamento clínico
longitudinal — o qual inclui atenção psicológica, entre outras ações —, por período mínimo de dois anos e com base
em protocolos específicos.2
Assim, psicólogos que atuam em ambulatórios podem acompanhar longitudinalmente usuários em tratamento da
obesidade. Ao mesmo tempo, esses profissionais também podem realizar a avaliação psicológica exigida no pré-
operatório da cirurgia bariátrica.2

No tratamento da obesidade, tanto no tratamento clínico longitudinal quanto na avaliação psicológica, é importante
que o psicólogo não restrinja sua atenção somente a fatores referentes à obesidade e às tentativas prévias de
perda de peso por parte do usuário, mas ainda aborde aspectos mais amplos, do ponto de vista emocional,
desenvolvimental, relacional e contextual, visando à efetivação da integralidade da assistência.2

O atendimento a usuários em processo transexualizador tem como objetivo a oferta de atenção integral à saúde de
transexuais e travestis, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar, da atenção básica à especializada,
considerando o acolhimento e o atendimento humanizado, livre de discriminação e com respeito às diferenças.10 Esse
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18/10/2019 Portal Secad
atendimento não está restrito a cirurgias de transgenitalização ou a outras intervenções físicas. Na modalidade
ambulatorial, envolve acompanhamento clínico, acompanhamento pré e pós-operatório, além de hormonioterapia, sendo
que a equipe de referência deve contar com, no mínimo, um psicólogo ou um psiquiatra, entre outros profissionais da
saúde.

Nas situações em que o processo transexualizador abrange intervenção cirúrgica, é necessário o


acompanhamento ambulatorial mensal ao usuário durante o período de, no mínimo, dois anos no pré-operatório e
um ano no pós-operatório.26

Neste contexto de média complexidade, é recomendável que a assistência psicológica promova a autonomia da
pessoa, por meio de informações sobre diversidade de gênero, bem como sobre riscos e benefícios
potencialmente relacionados ao processo transexualizador. Ademais, aspectos não correlatos ao processo
transexualizador (por exemplo, traumas, transtornos dismórficos corporais ou alimentares) também devem ser
considerados pelo psicólogo, visando à promoção da saúde do usuário.27

Um aspecto fundamental a ser levado em conta pelo psicólogo, como também pelos demais profissionais inseridos
na média complexidade, é a articulação com outros pontos da rede de atenção à saúde, considerando
mecanismos de referência e contrarreferência com a atenção básica (por exemplo, UBS) e com a alta
complexidade (por exemplo, hospitais). Isso porque um dos principais entraves à efetivação da integralidade da
assistência no âmbito do SUS é a fragilidade na articulação dos diferentes serviços de saúde.25

Nesse sentido, ao ampliar o acesso a consultas e a procedimentos especializados, a média complexidade desempenha
um importante papel em termos de resolubilidade e integralidade do cuidado, articulando pontos da rede de atenção à
saúde que, historicamente, se encontravam distantes.25

ALTA COMPLEXIDADE
A atuação do psicólogo na alta complexidade, no âmbito do SUS, se dá notadamente em hospitais, os quais realizam
procedimentos de alta tecnologia e de alto custo. No Brasil, diferentemente de muitos outros países, o hospital foi o
primeiro local de prática dos psicólogos na área da saúde. Tal como pontuado anteriormente, isso ocorreu em função das
características do modelo de atenção à saúde vigente no contexto nacional, até o final da década de 1980, em que o
hospital consistia em dispositivo central.4
Assim, antes mesmo da regulamentação da profissão, as atividades psicológicas eram realizadas em hospitais
brasileiros, por pessoas com graduação em outras áreas (por exemplo, filosofia, pedagogia) e formação
complementar em psicologia, por meio de cursos de especialização ou estágios.4 Esse é o caso de Mathilde Neder,
que, na década de 1950, iniciou trabalho pioneiro no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Clínicas da
Universidade de São Paulo (USP), com o acompanhamento psicológico a crianças submetidas à cirurgia e aos seus
familiares.15

LEMBRAR
Na área da saúde, o hospital foi um dos primeiros locais de prática para os psicólogos no Brasil. Isso porque,
antes mesmo da regulamentação da profissão, que ocorreu em 1962, as atividades psicológicas já eram
realizadas em hospitais.

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Em linhas gerais, a atuação do psicólogo em hospitais deve considerar a tríade paciente-família-equipe.15,28 Por
um lado, o adoecimento e a hospitalização mobilizam emocionalmente pacientes e familiares. Por outro lado, os
membros da equipe de saúde, cotidianamente, confrontam-se com sentimentos ambivalentes de impotência e
onipotência, com cobranças e expectativas, bem como com o significado de viver e morrer, o que se associa à
percepção da própria finitude. Portanto, a prática profissional do psicólogo neste contexto complexo pode
favorecer o fluxo dessas variadas emoções, sentimentos e reflexões, além de contribuir para a identificação e o
manejo de focos de estresse.28

Outro aspecto fundamental é a promoção de boas conversações, no sentido de mediar o relacionamento e a


comunicação entre pacientes, seus familiares e membros da equipe de saúde. Não obstante, nos atendimentos
psicológicos em hospitais, é preciso considerar as características de cada unidade hospitalar e de cada caso
acompanhado, para identificar o espaço físico mais apropriado para a realização das intervenções, a quem elas
serão direcionadas, em que horários e períodos ocorrerão.15

A simples transposição do modelo clínico tradicional, de caráter individual e privatista, não dá conta das peculiaridades
das demandas psicológicas existentes em hospitais.28 Neste sentido, questiona-se a adequação da formação e da
prática profissional nessa área.3,4
Conforme a Política Nacional de Atenção Hospitalar no âmbito do SUS, os hospitais são instituições complexas,
caracterizadas por densidade tecnológica específica, trabalho multiprofissional e interdisciplinar, que dão assistência a
pessoas em condições crônicas ou agudas, com potencial de complicação ou instabilidade de seu estado de saúde,
requerendo regime de internação e ações relativas à promoção da saúde, à prevenção de agravos, ao diagnóstico, ao
tratamento e à reabilitação.29 Assim, mesmo quando inserido na alta complexidade, é fundamental que o psicólogo leve
em conta aspectos da promoção e da prevenção, e não exclusivamente do diagnóstico, do tratamento e da
reabilitação.15
Contudo, a reorientação da formação e da prática do psicólogo na alta complexidade, atualmente, mostra-se ainda um
grande desafio. Como essa categoria profissional tinha construído uma trajetória de inserção e de atuação em hospitais
antes mesmo da criação do SUS,3 modificações em determinados modelos de intervenção já estabelecidos vêm se
mostrando lentas e graduais.
Nessa direção, um dos aspectos mais complexos parece ser a assimilação, pelos profissionais que lá trabalham, de que
o hospital é um dos dispositivos da rede de atenção à saúde e que, portanto, deve atuar de modo integrado, junto a
outros dispositivos, tais como UBS e ambulatórios, por meio de mecanismos de referência e contrarreferência.

LEMBRAR
Para Azevêdo e Crepaldi,15 muitos psicólogos inseridos em hospitais podem desconhecer as diretrizes do SUS
ou, ainda, negligenciar o fato de atuarem em uma rede de atenção à saúde. Esses aspectos consistem em
entraves à articulação dos diferentes pontos de assistência do SUS e, por conseguinte, associam-se a prejuízos
à atenção oferecida aos usuários.

Ademais, até mesmo a confusão terminológica no que diz respeito às denominações psicologia da saúde e psicologia
hospitalar parece dificultar a efetivação de práticas embasadas no modelo de atenção integral à saúde, além de
fragilizar a coesão da categoria profissional.
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18/10/2019 Portal Secad
g g p

O CFP reconhece tanto a psicologia da saúde quanto a psicologia hospitalar como especialidades, o que tende a
ampliar ainda mais a confusão terminológica entre elas.4

O termo psicologia da saúde é considerado o correto para designar as atividades realizadas por psicólogos nos
diferentes pontos da rede, de modo que a prática profissional do psicólogo no contexto hospitalar se refere a uma
subespecialidade da psicologia da saúde.15
Embora o termo psicologia hospitalar seja recorrentemente utilizado no Brasil, seu uso vem sendo considerado
inadequado por diferentes autores, pois se baseia em um local de prática profissional do psicólogo, ao invés de em uma
área do conhecimento. Não por acaso, essa terminologia raramente é adotada em outros países. Além disso, na
perspectiva de redes de atenção à saúde proposta pelo SUS, ao se fazer a distinção entre psicologia da saúde e
psicologia hospitalar, corre-se o risco de fragmentar e de desarticular a área, o que dificulta práticas pautadas no modelo
de atenção integral à saúde e enfraquece a psicologia enquanto categoria profissional. Dessa forma, destaca-se que a
inserção da psicologia no hospital se dá no escopo da psicologia da saúde no contexto hospitalar.4,15
Adicionalmente, a dificuldade de implementação de intervenções psicológicas que enfatizem a promoção e a prevenção,
em vez de exclusivamente o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação, pode também se relacionar a outro aspecto: a
sobrecarga de trabalho dos psicólogos que atuam na alta complexidade.
De acordo com Almeida e Malagris,28 como muitas vezes os serviços de psicologia de hospitais contam com um número
muito restrito de profissionais, esses psicólogos costumam atuar simultaneamente em diferentes setores. Tal
sobrecarga de trabalho dificultaria, na prática, o alcance daquilo que é preconizado na Política Nacional de Atenção
Hospitalar no âmbito do SUS,29 no que diz respeito ao hospital se configurar como um local adequado para realização de
ações de promoção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento e reabilitação.
Assim, embora a presença de psicólogos seja obrigatória em alguns setores do hospital, não é obrigatória em outros,
mas isso não significa dizer que se faça desnecessária. Como exemplo, cita-se que, entre os requisitos mínimos para
o funcionamento de uma UTI está a garantia de atendimento psicológico integrado às demais atividades assistenciais ao
usuário.30 Nessa direção, muitas vezes o psicólogo é contratado para trabalhar em UTI (pois sua presença é obrigatória
nessa unidade), mas acaba sendo solicitado a expandir sua atuação também para outros setores do hospital, que não
contam com psicólogo na equipe, mas que, assim como a UTI, apresentam importantes demandas psicológicas a serem
acolhidas.
Logo, se, por um lado, o Ministério da Saúde reconhece a importância da assistência psicológica e regulamenta a
presença do psicólogo em algumas equipes da alta complexidade, por outro lado, com frequência os gestores restringem
a contratação desse profissional nos diferentes setores do hospital, comumente por contenção de gastos com pessoal.
Dessa forma, apesar das conquistas relacionadas à atuação do psicólogo na alta complexidade no âmbito do SUS, ainda
há muito que ser feito em termos da reorientação da formação e da prática profissional, bem como da conquista de novos
postos de trabalho.

ATIVIDADES

10. Com relação à média complexidade, assinale a alternativa correta.

A) Quanto à organização das demandas na média complexidade ela é livre tanto para os atendimentos
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18/10/2019 Portal Secad
A) Quanto à organização das demandas na média complexidade, ela é livre tanto para os atendimentos
ambulatoriais quanto para os atendimentos de urgência.
B) A média complexidade se caracteriza por serviços especializados, realizados unicamente em nível
hospitalar.
C) A inserção do psicólogo na média complexidade tem como função o atendimento a determinados problemas
de saúde e agravos da população, ocorrendo prioritariamente em ambulatórios, vinculados ou não a
hospitais.
D) Na média complexidade, a função do psicólogo é atuar como apoio à equipe de saúde, tanto na intervenção
psicoterapêutica direcionada aos profissionais quanto em ações preventivas, educativas e de promoção da
saúde.
Confira aqui a resposta

11. Com relação à atuação do psicólogo em ambulatórios, analise as afirmações a seguir.


I — Quando inserido em serviços ambulatoriais, o psicólogo tem a possibilidade de acompanhar longitudinalmente
os usuários, uma vez que a sua atuação costuma compreender as etapas de diagnóstico, tratamento e
seguimento pós-tratamento.
II — Os psicólogos atuam em ambulatórios de saúde mental, de forma que atendem somente pessoas com
transtornos mentais graves e persistentes nos CAPSs.
III — Um aspecto fundamental a ser levado em conta pelo psicólogo, bem como pelos demais profissionais
inseridos na média complexidade, é a articulação com outros pontos da rede de atenção à saúde (por exemplo,
UBS e hospitais).
IV — No atendimento ambulatorial a usuários em tratamento da obesidade, o psicólogo pode atuar tanto no
acompanhamento longitudinal quanto na avaliação psicológica exigida no pré-operatório da cirurgia bariátrica.
Qual(is) está(ão) correta(s)?

A) Apenas a I.
B) Apenas a I, a III e a IV.
C) Apenas a III.
D) Apenas a II e a IV.
Confira aqui a resposta

12. Quanto à avaliação psicológica no tratamento da obesidade, é correto afirmar que

A) em casos específicos, a cirurgia bariátrica é indicada, e, dentre os critérios para essa indicação, está o
insucesso em tratamento clínico longitudinal, que inclui, entre outras ações, atenção psicológica por período
mínimo de dois anos e com base em protocolos específicos.
B) tanto no tratamento longitudinal quanto na avaliação psicológica do pré-operatório de cirurgia bariátrica, o
psicólogo deve restringir sua atenção a fatores referentes à obesidade e às tentativas prévias de perda de
peso por parte do usuário.
C) a atuação do psicólogo se restringe ao tratamento longitudinal, uma vez que a avaliação psicológica não é
necessária no pré-operatório da cirurgia bariátrica.
D) a atenção do profissional de psicologia só se torna necessária em casos de indicação de cirurgia bariátrica, e
ela ocorre tanto na avaliação psicológica no pré-operatório quanto no apoio após a cirurgia
https://www.portalsecad.com.br/artigo/6579 20/28
18/10/2019 Portal Secad
ela ocorre tanto na avaliação psicológica no pré-operatório quanto no apoio após a cirurgia.
Confira aqui a resposta

13. Com relação ao atendimento de usuários em processo transexualizador, assinale a alternativa correta.

A) Na modalidade ambulatorial, o tratamento dispensa a presença do psicólogo, o qual só é necessário em


caso de intervenção cirúrgica.
B) Uma vez que o processo transexualizador é complexo e envolve profundas mudanças físicas e psicológicas,
a atuação do psicólogo deve se manter exclusivamente concentrada em aspectos desse processo.
C) Nas situações em que o processo transexualizador abrange intervenção cirúrgica, é necessário o
acompanhamento ambulatorial mensal ao usuário durante período de, no mínimo, dois anos no pré-
operatório.
D) Nos casos em que a intervenção cirúrgica é abrangida, a atuação do psicólogo deve se dar a partir do pós-
operatório, se iniciando imediatamente após o procedimento e se estendendo por, no mínimo, três anos.
Confira aqui a resposta

14. Sobre a atuação do psicólogo na alta complexidade, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).


( ) A atuação do psicólogo na alta complexidade, no âmbito do SUS, se dá notadamente em ambulatórios.
( ) No Brasil, o hospital foi o primeiro local de prática dos psicólogos na área da saúde.
( ) As atividades psicológicas passaram a ser realizadas em hospitais brasileiros no final da década de 1980.
( ) A atuação do psicólogo em hospitais deve considerar a tríade paciente-família-equipe.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) F — V — V — V
B) F — V — F — V
C) V — F — V — F
D) F — V — V — F
Confira aqui a resposta

15. Com relação à atuação do psicólogo em instituições hospitalares, analise as assertivas a seguir.
I — Quando inserido em instituições hospitalares, o trabalho do psicólogo deve se centrar apenas no tratamento e
na cura dos pacientes, dadas as características da doença ou das condições de saúde que acarretaram a
internação.
II — Nos atendimentos psicológicos em hospitais, é preciso considerar as características de cada unidade
hospitalar e de cada caso acompanhado para identificar o espaço físico mais apropriado para a realização das
intervenções, a quem elas serão direcionadas, em que horários e períodos ocorrerão.
III — O hospital é um dos dispositivos da rede de atenção à saúde e, portanto, deve atuar de modo integrado junto
a outros dispositivos, tais como UBS e ambulatórios, por meio de mecanismos de referência e
contrarreferência.
Qual(is) está(ão) correta(s)?

https://www.portalsecad.com.br/artigo/6579 21/28
18/10/2019 Portal Secad

A) Apenas a II.
B) Apenas a I e a II.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Confira aqui a resposta

■ EXEMPLO CLÍNICO

Tânia, 54 anos de idade, é dona de casa e costuma comparecer com frequência à UBS de seu bairro, localizado
em região que se caracteriza por vulnerabilidade social em um município do Sul do Brasil. Há 32 anos ela convive
maritalmente com Osvaldo, 57 anos de idade, operário da construção civil. O casal tem três filhos: Raíssa, (30
anos de idade), Rafaela (25 anos de idade) e Renato (21 anos de idade).

Conforme relatos de Tânia aos membros da equipe de saúde da família, “Raíssa e Rafaela não incomodaram.
Completaram os estudos, são casadas, muito trabalhadoras, têm a vidinha delas e o dinheirinho delas. Raíssa está
grávida do segundo filho, Rafaela casou-se no ano passado. A usuária da UBS refere um ótimo relacionamento
com as filhas e os genros, entretanto, queixa-se de vê-los com pouca frequência, pois residem em municípios
distantes.
Raíssa e o marido moram longe, quase 2 horas de carro da casa de Tânia, e Rafaela, depois que se casou,
também se mudou para a cidade do marido, que é mais longe ainda, 4 horas de carro. Eles vêm pouco para a
cidade de Tânia por causa do trabalho, então, ela quase não vê as filhas.
Tânia também reclama da dificuldade de contato com as filhas, em virtude de não saber utilizar recursos da
tecnologia: “Até tenho celular moderno, mas se eu ligo para uma filha, já fico sem crédito para ligar para outra. O
preço da ligação está uma fortuna! E elas têm essas coisas de whatsapp, mas eu não sei lidar com isso. Elas
vivem vendo foto e filme uma da outra, mas eu não posso ver, porque não sei mexer direito no celular e não tenho
computador”.
Entretanto, recentemente, tem demonstrado grande satisfação em função da gravidez da filha mais velha.
Verbaliza que está tricotando “roupinhas para o segundo neto, porque o menino vai nascer no frio de julho”.
A relação de Tânia e Osvaldo já passou por “altos e baixos”, como costuma mencionar a usuária. Ao longo de sua
trajetória de vida, Osvaldo, assim como seu pai e seus outros dois irmãos mais velhos, apresentou problemas com
o consumo abusivo de álcool. Não obstante, desde que a família passou a frequentar uma igreja evangélica do
bairro, há três anos, ele parou de beber completamente. “Agora nós vivemos em lua de mel, diz Tânia”.
O comparecimento frequente de Tânia à UBS se deve a queixas de dores difusas pelo corpo, bem como relatos de
dificuldades para dormir. A usuária já realizou vários exames que não evidenciaram correlatos orgânicos para
esses sintomas. Tais queixas iniciaram há cinco anos, vindo a se agravar com o passar do tempo. Dessa forma, o
diagnóstico de fibromialgia foi hipotetizado por dois diferentes médicos que acompanharam o caso.
https://www.portalsecad.com.br/artigo/6579 22/28
18/10/2019 Portal Secad
g g p p q p
Há relatos de dificuldades relacionais entre os pais e o filho mais novo (Renato): “Ele é muito rebelde. Não
obedece a gente e só quer saber de sair para rua à noite. O rapaz parece que tem uma coisa dentro dele. Dorme a
manhã toda, só acorda quando o almoço está na mesa. À noite só quer saber de rua. Semana passada, ele ficou
duas noites sem voltar para casa. Eu e o meu marido quase morremos de tanta aflição. Nós avisamos todo mundo,
até a polícia. Aí, ligaram dizendo que ele estava deitado na praça. Fomos lá e pegamos o pobrezinho todo sujo,
parecia um mendigo”.
Osvaldo e Renato não se falam há três anos, desde que o caçula da família desistiu de cursar o ensino médio após
sucessivas reprovações e histórico de fracasso escolar. Em visita domiciliar realizada pela equipe, Osvaldo referiu
desconfiar que seu filho seja usuário de drogas. Contudo, segundo Osvaldo, Tânia não gosta de pensar nisso “nem
brincando”. Ela diz que não criaram os filhos para viverem a dependência. Mas afirma que ela desconfia do uso de
drogas por parte do filho porque o rapaz tem desaparecido com frequência de casa e dormido na rua.
Apesar dos sucessivos esforços da equipe, Renato nunca compareceu à UBS. Nas visitas domiciliares realizadas,
o jovem não vai ao pátio ou à cozinha da residência da família, locais onde os profissionais de saúde costumam
ser recebidos por Tânia. A dona de casa refere sair pouco da residência, em função de suas dores físicas: “Sair
mesmo é só para o culto, para fazer uma compra do que falta e para dar uma passadinha lá no posto (UBS)”.
O casal raramente tem contato com vizinhos, alegando que o perfil das pessoas do bairro mudou muito de uns
tempos para cá. Há também indicativos de que o contato com os irmãos de Osvaldo se tornou pouco frequente
desde o falecimento de seus pais. Ademais, os pais de Tânia também já são falecidos e ela dificilmente fala com o
seu único irmão, que casou e se mudou com a esposa para a região Centro-Oeste do Brasil. Assim, Tânia quase
não convive com a família dela, diz que sequer conhece a sobrinha que nasceu depois de o meu irmão ir embora.
“A gente se fala uma vez por ano, quando ele liga, no Natal”.
Orientado pelo exemplo clínico, pode-se criar um genograma familiar e um ecomapa (Figuras 1 e 2).
+

https://www.portalsecad.com.br/artigo/6579 23/28
18/10/2019 Portal Secad

Figura 1 — Genograma do exemplo clínico.


Fonte: Arquivo de imagens das autoras.

https://www.portalsecad.com.br/artigo/6579 24/28
18/10/2019 Portal Secad

Figura 2 — Ecomapa do exemplo clínico.


Fonte: Arquivo de imagens das autoras.

ATIVIDADES

16. Considerando as informações apresentadas no presente artigo, responda como o psicólogo inserido no Nasf
poderia intervir no caso citado no exemplo clínico.

Confira aqui a resposta

■ CONCLUSÃO
O objetivo deste artigo foi apresentar possibilidades de atuação do psicólogo no SUS, considerando particularidades da
atenção básica, da média e da alta complexidade. A inserção e a prática do psicólogo nos diferentes pontos de atenção à
saúde se mostram repletas de desafios. Isso ocorre, sobretudo, porque é recente a profissão de psicólogo no Brasil, a
criação do SUS, bem como a consolidação da atuação do psicólogo no âmbito do SUS.
É importante que o trabalho do psicólogo no SUS esteja pautado no princípio da integralidade, de forma a contribuir
para a compreensão dos indivíduos, das famílias e das comunidades do ponto de vista emocional, desenvolvimental,
relacional e contextual.
Ademais, destaca-se a necessidade de o psicólogo buscar atuação interdisciplinar — pois sua prática se dá no
contexto de equipes multiprofissionais —, como também articulação entre as diferentes ações e serviços da rede de
saúde.

■ RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS


Atividade 1
Resposta: A
Comentário: Até as primeiras décadas do século XX, as políticas de saúde brasileiras priorizavam o controle sanitário e a
saúde do trabalhador. Dessa forma, as ações se centravam especialmente em doenças pestilenciais (por exemplo, febre
amarela, varíola), doenças de massa (por exemplo, tuberculose, sífilis) e na vigilância sanitária em regiões portuárias.
https://www.portalsecad.com.br/artigo/6579 25/28
18/10/2019 Portal Secad

Atividade 2
Resposta: D
Comentário: Entre os princípios doutrinários do SUS, destacam-se a universalidade, a equidade e a integralidade. A
universalidade se refere à garantia de acesso às ações e aos serviços de saúde em todos os pontos de atenção. A
equidade preconiza a assistência, conforme a necessidade de saúde e independente do poder aquisitivo dos usuários,
no sentido de diminuir desigualdades. A integralidade prevê um conjunto contínuo e articulado de ações e serviços,
individuais e coletivos, de promoção, prevenção e recuperação da saúde.
Atividade 3
Resposta: B
Comentário: A atuação do psicólogo no SUS é fundamentada, em particular, com base no princípio da integralidade,
sendo que ele pode contribuir para a compreensão dos indivíduos, das famílias e das comunidades, de modo integral e
contextual. Além disso, a presença do psicólogo em equipes multiprofissionais e interdisciplinares, nos diferentes pontos
de atenção, favorece o desenvolvimento de ações intersetoriais previstas na legislação do SUS. Quanto aos pontos de
atenção, todos são igualmente importantes, distinguindo-se apenas em termos de densidade tecnológica. É necessário
que os psicólogos que atuam no SUS o façam de modo integrado e articulado, para que a melhora dos níveis de saúde
da população seja assegurada.
Atividade 4
Resposta: C
Comentário: A atenção básica deve ocorrer com alto grau de capilaridade e descentralização em locais próximos à vida
cotidiana das comunidades e se organiza pela ESF, a qual se configura como política prioritária de expansão,
consolidação e qualificação desse ponto de atenção à saúde. O Nasf se constitui por equipe composta por profissionais
de diferentes áreas de conhecimento, na qual comumente se insere o psicólogo, que deve atuar de maneira integrada e
apoiar os profissionais das equipes de saúde da família, compartilhando as práticas e os saberes em saúde nos
territórios sob responsabilidade dessa equipe, atuando diretamente no apoio matricial às equipes da(s) unidade(s) na(s)
qual(is) o Nasf está vinculado e no território dessas equipes.
Atividade 5
Resposta: D
Comentário: A especialidade “Psicologia em Saúde” pode ser definida pelas atribuições do especialista nesta área, o qual
deve se inserir em equipes multiprofissionais e interdisciplinares no campo da saúde, em diversos contextos da rede de
atenção; valer-se de conhecimentos relativos à produção de subjetividade para analisar, planejar e intervir em processos
de saúde e doença; propor intervenções voltadas a populações específicas, com base em aspectos do contexto
sociocultural, para favorecer melhores condições de vida a pessoas, famílias e coletividades; desenvolver ações de
promoção da saúde, prevenção de agravos e vigilância em saúde, junto a profissionais de saúde e a usuários dos
serviços; fomentar a articulação de redes de atenção à saúde e a participação social; atuar na formação de trabalhadores
e na gestão de serviços de saúde; dominar conhecimentos sobre políticas de saúde, legislação, funcionamento e
financiamento do SUS, monitoramento e avaliação de serviços de saúde. Além disso, esse profissional pode exercer
funções nas esferas municipal, estadual ou nacional.
Atividade 6
Resposta: C
Comentário: O apoio matricial se configura, ao mesmo tempo, como um método de trabalho e como um arranjo
organizacional, em que profissionais de diferentes especialidades oferecem, a uma determinada equipe, suporte
assistencial, caracterizado pela ação clínica direta com os usuários, e técnico-pedagógico, caracterizado pela ação de
apoio educativo aos profissionais da equipe. Essas duas dimensões, em diferentes momentos, podem e devem se
misturar. Deve-se ressaltar que os profissionais de apoio matricial não terão necessariamente relação cotidiana e direta
com os s ários ma e q e s as tarefas também consistem em s porte às eq ipes de referência
https://www.portalsecad.com.br/artigo/6579 26/28
18/10/2019 Portal Secad
com os usuários, uma vez que suas tarefas também consistem em suporte às equipes de referência.
Atividade 7
Resposta: A
Comentário: A clínica ampliada busca expandir os recortes teóricos de cada profissão, no sentido de melhor atender às
necessidades dos usuários, pois cada profissão tende a dar destaque a determinadas informações e sintomas, conforme
a sua especialidade. Dessa maneira, a clínica ampliada reconhece a complexidade das demandas de saúde, as quais
requerem o compartilhamento de diagnósticos e propostas de solução. Esse compartilhamento abrange as equipes e os
usuários dos serviços de saúde, bem como as ações intersetoriais, na perspectiva de abarcar as diversas dimensões de
um mesmo problema, o que é mais eficaz do que uma abordagem pontual unilateral.
Atividade 8
Resposta: C
Comentário: O psicólogo matriciador, inserido no Nasf, pode estar disponível em seu horário de trabalho para dar suporte
à equipe de saúde da família, por meio de telefone, de dispositivos on-line e de serviços, como o Telessaúde.
Atividade 9
Resposta: C
Comentário: A visita domiciliar é um recurso do arsenal terapêutico dos serviços de saúde de base territorial e ocorre
quando os usuários não podem ser atendidos nas unidades de saúde por motivos diversos, tais como dificuldade de
deambulação ou recusa; e a necessidade de o psicólogo matriciador participar da visita domiciliar em conjunto com a
equipe de ESF se dá para os casos de maior complexidade social ou psicossocial. Ressalta-se que o psicólogo, nessa
situação, não pode fazer papel de um especialista da atenção de média complexidade, mas de um profissional que ajuda
na discussão do caso em questão, oferecendo ideias e visões variadas que podem colaborar para novas ações da
equipe de ESF.
Atividade 10
Resposta: C
Comentário: A média complexidade se caracteriza por serviços especializados, realizados em nível ambulatorial e
hospitalar, cuja densidade tecnológica se situa entre a atenção básica e a alta complexidade. Em linhas gerais, a
organização das demandas para esses serviços prevê o referenciamento, pela atenção básica, para o fluxo de
atendimentos ambulatoriais, já para os atendimentos de urgência, a demanda é livre. A inserção do psicólogo na média
complexidade tem como função o atendimento a determinados problemas de saúde e agravos da população, ocorrendo
prioritariamente em ambulatórios vinculados ou não a hospitais.
Atividade 11
Resposta: B
Comentário: O trabalho dos psicólogos em ambulatórios do SUS não está restrito ao atendimento a pessoas com
transtornos mentais graves e persistentes, uma vez que as intervenções desse profissional podem ser voltadas, por
exemplo, a usuários em tratamento da obesidade e em processo transexualizador, entre outros.
Atividade 12
Resposta: A
Comentário: O tratamento da obesidade pode ocorrer com ou sem a realização da cirurgia bariátrica, a qual é indicada
em casos específicos, de acordo com critérios de índice de massa corporal, presença de comorbidades ou insucesso em
tratamento clínico longitudinal, o qual, entre outras ações, inclui atenção psicológica por período mínimo de dois anos e
com base em protocolos específicos. Os psicólogos que atuam em ambulatórios podem acompanhar longitudinalmente
usuários em tratamento da obesidade e também podem realizar a avaliação psicológica exigida no pré-operatório da
cirurgia bariátrica. É importante destacar que, tanto no tratamento clínico longitudinal quanto na avaliação psicológica, o
psicólogo não deve restringir sua atenção somente a fatores referentes à obesidade e às tentativas prévias de perda de
https://www.portalsecad.com.br/artigo/6579 27/28
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psicólogo não deve restringir sua atenção somente a fatores referentes à obesidade e às tentativas prévias de perda de
peso por parte do usuário, mas deve abordar, ainda, aspectos mais amplos, do ponto de vista emocional,
desenvolvimental, relacional e contextual, visando à efetivação da integralidade da assistência.
Atividade 13
Resposta: C
Comentário: O atendimento a usuários em processo transexualizador é realizado por equipe multiprofissional e
interdisciplinar, e objetiva a oferta de atenção integral a esses usuários. Na modalidade ambulatorial, ele envolve
acompanhamento clínico, acompanhamento pré e pós-operatório, além de hormonioterapia, sendo que a equipe de
referência deve contar com, no mínimo, um psicólogo ou um psiquiatra, entre outros profissionais da saúde. Quando ele
abrange intervenção cirúrgica, é necessário o acompanhamento ambulatorial mensal ao usuário durante período de, no
mínimo, dois anos no pré-operatório e um ano no pós-operatório. Recomenda-se, ainda, que a assistência psicológica
promova a autonomia da pessoa por meio de informações sobre diversidade de gênero, bem como sobre riscos e
benefícios potencialmente relacionados ao processo transexualizador. Ademais, aspectos não correlatos ao processo
transexualizador como por exemplo traumas transtornos dismórficos corporais ou alimentares também devem ser

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