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PERIGOSAS

Paixão Proibida
Pamela Kondras

Índice
Nota da Autora.
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capitulo 12
NACIONAIS - ACHERON
PERIGOSAS

Capitulo 13
Capítulo 14

NACIONAIS - ACHERON
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Existem vários tipos de


leitores, aqueles que se
emocionam e suspiram pelo livro.
Tem aqueles que leem porque se
sentem bem e querem se distrair.
Assim como tem aqueles que
buscam um refúgio nos livros.
Independente de que tipo de leitor
você for, saiba que esse livro foi
escrito com carinho para você.

P.S: Não se esqueça de fazer sua


avaliação.

NACIONAIS - ACHERON
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NACIONAIS - ACHERON
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Capítulo 1
Amber

Nove horas e eu estou acordando, não


acredito que dormi até tão tarde!
Considerando que nunca acordo depois das
seis, nove horas é muito tarde. Aposto que
você quer saber por que estou tão
preocupada com a hora, se hoje é sábado e
eu não tenho nada para fazer.
Poderia dizer que gosto de acordar cedo
e aproveitar o café da manhã com minha
família, mas isso seria mentira. Aqui nesta
casa tudo é controlado, desde o horário de

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acordar, o horário das refeições, o horário


de sair e chegar.
Minha madrasta diz e meu pai concorda,
é assim que funcionam as coisas. E o pior é
que minha cabeça está doendo como se
estivesse prestes a explodir. E não, eu não
estou de ressaca como qualquer outra
adolescente da minha idade, na verdade
nem parece que tenho 17 anos, enquanto
outras adolescentes estão se divertindo em
festas e bebendo até não perceber com
quem realmente estão se agarrando eu estou
aqui, com dor de cabeça por uma discussão
que tive com meu pai na noite passada,
odeio desentendimentos, ainda mais quando
estou envolvida diretamente.
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Não é que eu seja uma menina má nem


nada, mas tudo tem um limite, e quando
meu pai disse que colocaria um segurança
junto comigo 24 horas por dia, eu cheguei
ao meu limite! Entendo que muita gente não
gosta do meu pai, afinal ele é um juiz, e um
juiz bem durão.
Depois que um chefe de gangue foi
preso, apareceram algumas cartas com
ameaças direcionadas a sua família, no caso
eu e a mulher com quem ele se casou há
longos nove anos, ela se chama Liza, mas
eu prefiro chamá-la de vacadrasta. A única
pessoa que sabe do apelido não carinhoso
que dei a minha madrasta é Janice.
Janice é minha melhor amiga, tá certo,
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Janice é minha única amiga, apenas


digamos que eu não sou muito popular,
como não posso ir a festas ou assistir aos
jogos do nosso time de futebol, fico um
tanto excluída do resto do grupo.
E por dois únicos motivos aceitei que
meu pai colocasse um gorila qualquer me
vigiando o tempo inteiro.
Motivo um: ele aceitou a condição de
que se eu tivesse um segurança particular
grudado em meu pé eu poderia assistir aos
jogos do nosso time e quem sabe ir a uma
festa ou outra.
Motivo dois: a carta que minha mãe
deixou antes de partir, uma carta que dizia

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que ela não estaria por perto, que eu teria


que obedecer a meu pai acima de tudo.
Quando eu tinha sete anos perdi minha
mãe para o câncer, nunca soube que ela
estava doente, até morrer. Ela era sempre
tão alegre e cheia de vida, foi um baque
quando meu pai disse que ela tinha morrido,
nem mesmo no velório eu pude ir. Meu pai
me explicou que eles esconderam a doença
para que eu não sofresse e a pedido de
minha mãe ela não queria que eu a visse em
um caixão, queria que me lembrasse dela
alegre e brincalhona, não imóvel em uma
caixa de madeira. Como ela expressou isso
em uma carta de despedida eu não pude
ignorar seus últimos desejos.
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— Amber, você está acordada? — meu


pai perguntou do outro lado da porta.
— Sim, já estou levantando.
— Ótimo, venha a meu escritório quando
estiver pronta.
Meu pai não parecia estar nervoso ou de
mau humor como ele normalmente ficaria
se eu acordasse tão tarde, talvez não ia ser
tão difícil, poderíamos conversar e esquecer
a briga de ontem.
Levantei da cama, que é grande demais
para uma pessoa só, não que eu tivesse
pensando em ter companhia nem na minha
cama nem em qualquer outra, é só que meu
quarto é muito exagerado, uma cama king

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size com lençóis e fronhas rosa-claro


acompanhadas de um edredom igualmente
enjoativo na mesma cor, as paredes são
amarelo-palha, o que é mais agradável, um
criado-mudo de cada lado da cama com um
abajur para cada, um computador de última
geração ocupa minha mesa de estudos que
fica perto da janela de vidro temperado, que
é grande o suficiente para o sol iluminar
todo o meu quarto pela manhã, um closet do
qual não uso nem metade do espaço, não
gosto de sair às compras.
Sempre que vou comprar alguma roupa
meu pai faz questão de que a vacadrasta me
acompanhe, está aí o motivo por eu não
gostar de sair para fazer compras.
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E como se tudo isso não fosse o


suficiente ainda tem uma porta que dá para
meu banheiro com hidromassagem.
O sonho de quase toda adolescente para
mim é só mais um quarto, não me
impressiona o tamanho ou qualquer coisa
que tenha aqui, eu daria tudo isso para ter
uma vida normal, queria que meu pai
ficasse mais tempo em casa, ter minha mãe
para me explicar coisas de menina, ir à
escola a pé ou mesmo de ônibus, poder
reclamar por querer um celular novo, ir a
festas nem que fosse escapando pela janela
do meu quarto, ter um relacionamento legal,
afinal sou uma menina de 17 anos, os
hormônios às vezes ficam fora de controle,
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queria poder bancar a adolescente rebelde


de vez em quando, mas nada disso é
possível para mim.
Meu pai é um homem muito ocupado e
me surpreende por ele ainda estar em casa
em pleno sábado de manhã. Não posso ter
uma conversa feminina com minha mãe,
pois ela já se foi, e a mulher com quem meu
pai se casou não é alguém com quem eu
queira ter qualquer tipo de conversa, e como
se eu já não fosse uma derrota social ainda
tem um motorista que me leva pra escola e
possivelmente logo um segurança também,
tenho o celular e o computador mais
modernos, mas ninguém além de Janice
para mandar mensagens, e um namorado
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está fora de questão.


Ninguém se dá ao trabalho de me
conhecer de verdade, os caras só chegam a
falar comigo por causa da minha aparência,
e quando descobrem de quem sou filha eles
caem fora; na escola é caso perdido,
ninguém tem interesse em mim, eu sou a
esquisita que nunca vai a festas, a filha do
juiz com quem ninguém pode mexer.
Mesmo que arrumasse um cara legal,
meu pai nunca me deixaria namorar, então
me apaixonar é tempo perdido para mim.
Antes que meu pai viesse me chamar
novamente fui até o banheiro, lavei meu
rosto, amarrei meus cabelos em um coque

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alto, tenho cabelos compridos cacheados e


castanhos. Meus cabelos são do tipo “tem
dia”. Tem dia que estão comportados, e tem
dia que não estão. Tenho inveja daquelas
meninas que acordam com os cabelos lindos
e maravilhosos, que só um passar de mãos e
parece que acabaram de sair do salão. Dei
uma boa olhada no espelho, minha boca está
inchada, sempre que fico nervosa mordo os
lábios, e como noite passada não foi nada
fácil... Meus olhos também estão inchados,
quase não dá para perceber o leve tom de
verde misturado no castanho. Eu não sou
uma chorona, mas ontem meu pai foi muito
rude comigo, falou muitas coisas que não
eram necessárias, é claro que uma hora ou

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outra eu iria fraquejar e o lado emocional


tomaria conta.
Tirei meu pijama, que consistia em uma
camisa larga e uma calcinha confortável,
coloquei uma calça de moletom e uma
camisa um pouco menos larga e depois de
soltar o ar que prendia no peito fui até o
escritório do meu pai, bati na porta e pedi
licença para entrar.
— Entre — meu pai respondeu de dentro
do escritório.
Quando entrei meu pai fez sinal para que
me sentasse, ele está no telefone falando
com alguém.
— Certo, John, mande que ele venha

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antes das quatro da tarde, tenho um jantar


importante e quero avaliar bem esse sujeito
antes de sair, não posso cometer nenhum
erro. Está bem, vou confiar na sua palavra
— meu pai encerrou a ligação.
Não queria que um silêncio
desconfortável nascesse entre nós, então me
apressei em falar.
— Sobre o que o senhor quer falar
comigo?
— Te peço desculpas por ontem, não
devia falar daquele jeito com você, apenas
quero que entenda que me preocupo com
minha filha, não vou deixar que ande por aí
correndo perigo. Acabei de falar com o

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John, ele conhece alguns seguranças e disse


que tem o homem perfeito para nós.
— Com isso o senhor prometeu me
deixar assistir aos jogos de futebol e ir a
festas — não pude deixar de lembrá-lo.
— Vai, com calma mocinha, não vou
deixar você fazer o que bem entende, antes
de qualquer jogo vai ter que me avisar a que
horas vai chegar e quero saber a que tipo de
festa você vai, se eu não achar apropriado,
nada feito.
Bom, isso já é melhor do que nada.
— Entendido, agora se o senhor me der
licença vou me retirar.
As conversas com meu pai são sempre
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assim, formais demais.


— Antes de você sair quero lembrar-lhe
a importância de acordar cedo, Liza gosta
que todos façamos as refeições juntos. Eu
concordo com ela, hoje você perdeu o café,
acho que deveria se desculpar.
— Claro pai.
Seria tempo perdido tentar explicar que
Liza, mais conhecida como vacadrasta, é
uma manipuladora e falsa.
A briga da noite passada já foi tensa
demais, é melhor apenas concordar, como
sei que ela vai estar esperando vou acabar
com isso de uma vez. Fui até a sala de estar,
onde sabia que Liza estaria assistindo a

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algum programa de televisão e trocando


mensagens com um dos amantes, é claro
que quando descobri as malandragens da
minha madrasta tentei avisar meu pai sobre
seu novo enfeite de cabeça, mas acho que
seria pedir demais que ele acreditasse em
mim, a única coisa que ganhei foi uma
semana de castigo sem meu celular e
computador.
E lá está ela, sentada no sofá fingindo
assistir à televisão enquanto manda
mensagens.
— Bom dia, Liza! Vim pedir desculpas
por ter perdido o café, não vai se repetir.
— Espero que não se repita mesmo, se

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você parar de fazer as refeições conosco


logo seu pai também para.
Liza tem a voz mais enjoativa do mundo.
— Para você isso ia ser bom, aí teria
mais tempo com seus amantes.
Antes que percebesse eu estava falando,
sabe aquele pensamento que ganha voz por
vontade própria?
— Você se engana, não seria bom para
mim se seu pai parasse de fazer as refeições
conosco, eu preciso de pelo menos o horário
das refeições para fingir que sou uma boa
madrasta.
Liza nem se importou em negar e vou
aproveitar essa chance.
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— Não entendo por que faz questão de


fingir que gosta de mim.
— Querida, seu pai é um homem muito
rico e eu preciso de um homem assim, se ele
achar que não gosto da filhinha dele vai me
largar, agora saia daqui, está acabando com
minha paciência!
No começo Liza tentava me enganar
dizendo que amava meu pai, agora ela sabe
que de boba eu não tenho nada e por isso
nem tenta.
Retornei a meu quarto e me enfiei
embaixo do chuveiro, nada como um bom
banho quente para relaxar. É claro que a
banheira de hidromassagem seria muito

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mais relaxante, mas não estou com muito


tempo para esperar a banheira encher e
assim poder relaxar de verdade, então tenho
que me contentar apenas com o chuveiro.
Depois de um bom banho vesti minha
calça jeans e uma camiseta de manga curta.
Hoje é sábado, de forma que não preciso ir à
escola, mas mesmo estando em casa gosto
de estar apresentável, por isso não hesitei
em delinear de leve meus olhos, nada muito
exagerado, apenas para dar um destaque,
passei um batom de cor clara para esconder
as marcas de mordidas e estou pronta.

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Capítulo 2
Derek
Pouco antes do meio dia John me ligou
dizendo que eu teria uma entrevista de
emprego. Costumo trabalhar em boates,
festas e até em alguns eventos, esse de
agora poderia ser um emprego fixo, o que
seria muito melhor, afinal o aluguel não se
paga sozinho.
Depois que falei com John vi aquela
mulher em meu sofá, ela estava fingindo
que dormia, talvez achou que eu iria acordá-
la de uma maneira carinhosa, ou mesmo
fazer café para ela. Bom, é melhor ela

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esperar sentada, não prometi nenhum tipo


de relacionamento ou carinho.
— Ei, levanta, logo vou sair e você cai
fora daqui! — falei enquanto puxava o
lençol que a cobria.
— Bom dia para você também, não quer
tomar um café primeiro? Posso fazer
alguma coisa...
A loira ainda acha que vai conseguir
alguma coisa.
— Não precisa fazer nada, apenas vista
sua roupa e vá embora!
Depois de se vestir muito devagar, a loira
voltou a falar. Qual é o nome dela mesmo?
Amanda? Luana? Ah, isso não importa.
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— Você ainda não pediu o número do


meu telefone — ela falou como se estivesse
me lembrando de respirar.
— Pra que vou querer seu número se não
pretendo te ligar...
— Depois desta noite incrível está
dizendo que me usou? Você não sabe
respeitar uma mulher?
— Esta noite foram dois adultos se
divertindo, nada mais, não te prometi nada
nem antes nem depois de fazer sexo com
você, se está procurando um
relacionamento, te aconselho a não ir para a
cama de um homem que você nem conhece,
agora vou pedir que saia, tenho outras

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coisas a fazer.
Reconheço que às vezes sou um canalha,
mas, melhor assim do que ficar iludindo
mulheres que vão esperar por um cara que
nunca vai querer nada com elas além de
prazer.
A loira cujo nome não me lembro
substituiu seu olhar de gatinha manhosa por
um olhar de leoa pronta para atacar. Nem
fiz questão de desviar, deixei que me
acertasse um tapa que pegou em cheio meu
rosto.
— Cretino! — ela esbravejou antes de
sair da minha casa.
É claro que eu poderia ser mais gentil

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com as mulheres e até tentar alguma coisa


além de uma relação carnal, a questão é que
eu não quero uma relação de outro tipo com
ninguém.
Depois de um bom banho, vesti uma
calça jeans escura que estava jogada em
cima de uma cadeira no canto do meu
quarto e uma camiseta cinza. John me
explicou que esse cara é um juiz e procura
um segurança particular para a filha de 17
anos. O sonho de toda adolescente é ter
alguém roubando toda sua privacidade;
geralmente é bem difícil lidar com
mulheres, independentemente da idade, tudo
que eu tenho que fazer é ficar quieto, na
minha, e observar a filha de um ricaço, vai
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dar tudo certo.


Embarquei na minha moto e fui para a
casa de Marcus Valentine, o tal juiz.
É uma casa enorme, se é que posso
chamar isso de casa, está mais para uma
mansão. Um muro alto rodeia toda a
propriedade; estacionei na frente do portão e
apertei a campainha. Pouco tempo depois
apareceu um senhor que deveria ser o
jardineiro, deduzi isso por suas roupas sujas,
ele não estava malvestido nem nada, é só
bem visível que estava fazendo um trabalho
braçal.
— Posso ajudar?
O possível jardineiro que aparentava ter

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por volta de 50 anos perguntou desconfiado.


— Tenho uma entrevista de emprego
com o senhor Valentine, é sobre a vaga de
segurança.
— Claro, aguarde um momento que vou
informar que está aqui — o homem me deu
um leve sorriso antes de se afastar.
Pouco mais de dez minutos e o jardineiro
estava de volta.
— Me acompanhe, vou levá-lo até o
escritório.
Acompanhei aquele senhor, em um passo
um tanto devagar, a idade já estava
limitando sua condição física, mas não me
importei com isso, muito pelo contrário,
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dessa forma pude observar tudo ao meu


redor.
A casa era muito sofisticada tanto por
fora quanto por dentro. Quando entramos
pude ver uma sala de estar muito bem
arrumada, um conjunto de estofado que
parece muito macio, tapete marrom mais
escuro que o tom do sofá, mesa de centro e
uma televisão grande. Tudo muito limpo e
arrumado.
Ouvi vozes vindas de onde
provavelmente é a sala de jantar, duas
mulheres estariam conversando, não parecia
ser uma conversa amigável. Tomei cuidado
para não ouvir nada que não fosse da minha
conta, concentrei-me no homem à minha
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frente para bloquear as vozes.


Acompanhei-o pela escada dando de
frente para um corredor. Fomos até uma das
portas e o jardineiro fez sinal para que eu
entrasse, a porta estava aberta de modo que
não precisei bater.
— Com licença, senhor Valentine?
O homem grisalho atrás da mesa carrega
um olhar cansado e uma feição carrancuda,
nada que me incomode, não tenho medo de
cara feia, mas como esse é meu possível
futuro patrão seria melhor tratá-lo com
educação e respeito.
— Sim, sente-se — ele indicou uma
cadeira à sua frente.

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Depois que eu já estava acomodado ele


voltou a falar.
— John te falou das exigências que
procuro em um segurança?
— Não, senhor, apenas me passou o
endereço e me disse para vir antes das
quatro.
Na hora me deu uma súbita vontade de
esganar John, ele bem que podia ter me
adiantado alguma coisa.
— Procuro alguém sem nenhum tipo de
compromisso, nada de esposa ou filhos,
nem namorada, para ser mais exato, preciso
que esse alguém vigie minha filha em
tempo integral, vai passar a dormir em

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minha casa no quarto de hóspedes, ganhará


comida e roupa lavada e terá direito a um
dia de folga por mês. Diga-me, qual o seu
nome?
— Derek Connor.
— Você corresponde às minhas
exigências, Derek?
— Sim, senhor, não tenho nenhum tipo
de compromisso e estou disposto a passar as
noites aqui, vigiando sua filha por tempo
integral como solicitado.
Isso é mais do que bom, eu ganharia
comida, roupa lavada e ainda uma cama,
fora o salário que obviamente não seria
pouco.

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— Ótimo, você tem algum conhecimento


sobre artes marciais? Preciso de alguém
qualificado para proteger minha filha.
— Pratiquei krav maga por cinco anos e
pratiquei jiu-jítsu por um bom tempo,
senhor.
— Qual a sua idade?
— Tenho 25 anos.
— Bem, se você concordar com tudo que
eu vou explicar está contratado.
Valentine escreveu alguma coisa em um
papel e passou para mim.
— Esse vai ser o valor do seu salário.
É três vezes mais do que eu estava

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esperando, e eu já esperava por uma quantia


alta, ele pode falar qualquer coisa, o
emprego já é meu.
— Minha filha acorda às 5h30, nesse
horário você vai verificar como ela está, é
claro que sempre vai bater na porta de seu
quarto antes de entrar. Às 6h50 vai levá-la
pra escola com um de nossos carros, vai
ficar perto dela o tempo todo, inclusive no
meio das aulas; quando acabar o dia escolar
vai trazê-la direto pra casa, só tem
autorização de levá-la a algum lugar se
ouvir isso da minha boca. Depois de
estarem em casa você vai vê-la a cada 15
minutos, sei que parece exagerado, mas
estamos falando de uma psicopata que é
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capaz de tudo.
Valentine me passou a foto de uma
mulher muito bonita antes de voltar a falar.
— Essa é a pessoa que quer alcançar
Amber e isso não pode acontecer, minha
filha não sabe sobre essa mulher e deve
permanecer assim. Alguma dúvida, Derek?
— Não, senhor.
— Você vai dormir no quarto ao lado do
da Amber, esteja atento a qualquer coisa.
Vai aceitar o emprego?
Ele perguntou como se tivesse medo da
minha resposta, eu também achei um pouco
de exagero acompanhar uma adolescente o
dia todo, mas posso ver a preocupação no
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olhar desse homem, ele quer ter certeza de


que a filha está em segurança, e pelo valor
que me ofereceu é claro que vou aceitar o
emprego.
— Sim, senhor, quando começo?
— Se possível ainda hoje. Vou sair às
seis, você pode ir buscar suas coisas e voltar
aqui antes desse horário?
— Posso.
— Então pode sair. Procure por Clarisse
na cozinha, ela vai mostrar seu quarto e te
dar um uniforme provisório até o seu
chegar.
Valentine parecia mais tranquilo agora
que eu já aceitara o emprego. Depois de
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fazer um aceno me retirei. Fui para o


primeiro andar, onde encontrei a cozinha.

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Capítulo 3
Amber
Estou na cozinha com Clarisse, uma das
poucas pessoas que me entendem, ela é uma
empregada da casa, mas gosto de conversar
com ela. O dinheiro que meu pai tem não
me faz melhor do que os empregados, então
eu posso muito bem conversar com ela
sempre que quiser. Eu tinha acabado de ter
um desentendimento com a vacadrasta e
Clarisse estava tentando fazer-me sentir
melhor.
— Não dê bola para as coisas que ela te
disse, não deixe isso alcançar você —

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Clarisse falava enquanto lavava a louça.


— Não sei por que meu pai casou com
ela — eu disse emburrada enquanto
guardava os pratos que estavam na pia,
mesmo Clarisse insistindo para que eu não
fizesse nada eu fazia, gosto de ajudar.
— Algum dia você vai entender essas
coisas, menina.
— E tem mais, você acredita que daqui
para a frente vou ter um guarda-costas,
minha privacidade vai sumir!
— Isso é para o seu bem, seu pai está
preocupado com você — Clarisse justificou.
Antes que eu pudesse reclamar mais um
pouco, ouvi a porta da cozinha se abrir, virei
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esperando encontrar Hector, nosso


jardineiro, mas não foi ele quem meus olhos
viram. Um homem de barba rala, com olhos
de um azul-acinzentado que lhe davam uma
boa aparência estava em nossa cozinha.
— Estou procurando por Clarisse — o
homem anunciou ao entrar.
— No que posso ajudar? — Clarisse
perguntou ao meu lado.
— Eu sou o segurança, o senhor
Valentine me disse que você iria me mostrar
onde vou dormir e me arrumar um uniforme
provisório.
Não acredito que aquele pedaço de mau
caminho iria ficar junto comigo o dia

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inteiro, já estou arrependida de ter


reclamado quando meu pai insistiu que eu
tivesse um guarda-costas!
— Estávamos justamente falando de
você, como se chama? — Clarisse
perguntou.
— Derek, espero ouvir coisas boas a meu
respeito.
Ele cravou os olhos em mim e deu um
sorriso malicioso.
— Espero ter coisas boas para falar a seu
respeito — Clarisse retrucou.
Derek nem sequer respondeu, não tirava
os olhos de mim, e eu também não
conseguia parar de olhá-lo, tudo nele me
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chamava.
— É bom que já tenha conhecido Amber,
a filha do senhor Valentine.
Clarisse falou como se para cortar o
olhar que aquele homem estava me dando e
isso funcionou, quase imediatamente Derek
assumiu uma posição completamente
diferente, ele desviou o olhar de mim antes
de falar.
— Prazer em conhecê-la, senhorita
Valentine. Agora, se não se importa,
gostaria que Clarisse fizesse o que pedi.
Derek não falou de um jeito grosso nem
mal-educado, apenas muito formal.
— Me acompanhe — aparentemente
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Clarisse não gostou muito de Derek.


Derek saiu da cozinha acompanhado de
Clarisse. Mesmo de costas aquele homem é
de tirar o fôlego. A camisa marca muito
bem seus músculos, não consigo parar de
imaginar como seria vê-lo sem a camisa.
Seu cabelo é curto e cheio, dá uma enorme
vontade de enroscar meus dedos nele só
para saber se é tão macio como parece.
Só não entendo por que meu pai
contratou um cara tão gostoso para ficar o
dia todo comigo, é claro que meu pai não
tem um olhar crítico para homens bonitos,
mas, mesmo assim, sou uma adolescente
com os hormônios à flor da pele.

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Depois de certo tempo Clarisse voltou


para a cozinha.
— Tenho que agradecer meu pai pelo
meu novo guarda-costas — falei quando
Clarisse estava perto o suficiente para ouvir.
— Não acho uma boa ideia ir por esse
caminho, menina.
— Por quê? Vá me dizer que você não
viu o quão bonito ele é!
— A única coisa que vi foi um homem
que usa mulheres como objetos e depois as
descarta, conheço esse tipo de homem de
longe.
Clarisse tinha certo tipo de experiência
com homens, afinal, ela é uma mulher de
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seus quase 40 anos e, segundo o que me


disse, viveu muitas desilusões.
— Não precisa se preocupar, ele é um
homem feito e muito bonito, deve ter
quantas mulheres quiser, não é como se ele
fosse se interessar por mim.
— Depois do olhar que ele te deu não
diria isso, ele me pareceu muito interessado.
— Impressão sua, ele me tratou de um
jeito bem formal, me chamou pelo
sobrenome e nem se dirigiu diretamente
para mim.
Será que ele tinha me lançado um olhar?
Não, devia ser a imaginação fértil da nossa
governanta.

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— Cuidado menina, homens desse tipo


são perigosos, podem destruir corações sem
nem perceber.
Acenei em confirmação apenas para tirar
o olhar de preocupação estampado no rosto
de Clarisse, afinal, não é como se eu fosse
entregar meu coração para um
desconhecido, por mais atraente que ele é,
isso não vai acontecer.

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Derek

Depois de arrumar uma bolsa com


objetos pessoais voltei para minha moto,
iria começar a trabalhar na casa do juiz
Marcus Valentine, vigiando aquela deusa
das curvas, depois que meus olhos
alcançaram aquele corpo escultural foi
quase impossível parar de olhar, e não é só
o corpo, tudo nela é perfeito, seu rosto de
anjo a faz ainda mais linda, como se só o
físico já não chamasse atenção suficiente.
Uma menina no corpo de uma mulher,
quase não acreditei quando a empregada me

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disse que aquela menina era a filha do


chefe, ela não parece ter só 17 anos, e por
que a filha daquele homem rico estaria na
cozinha guardando pratos?
Assim que a empregada, cujo nome é
Clarisse, disse quem era aquela menina foi
como se eu tivesse sido espetado por uma
agulha, falei do jeito mais formal possível, a
última coisa de que preciso é perder esse
emprego que está pagando muito mais do
que qualquer outro, além do mais, o cara é
um juiz, eu seria preso se colocasse minhas
mãos na sua filha, que ainda é menor de
idade.
Embarquei em minha moto e voltei para
a casa do senhor Valentine o mais rápido
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que pude, disse a mim mesmo que só estava


querendo causar uma boa impressão, mas,
no fundo, não pude negar que queria colocar
meus olhos naquele anjo, decidi que olhar
discretamente não faria mal, tudo que eu
tenho que fazer é não deixar passar disso.
Mais cedo, quando Clarisse me levou
para ver meu quarto, ela me entregou uma
chave do portão, assim não teria que tocar a
campainha para entrar, e como eu teria que
levar a menina para a escola seria melhor se
tivesse uma chave. Segunda-feira pela
manhã me entregariam meu uniforme e um
carro, é claro que eu só poderia usar o carro
para levar a filha do senhor Valentine aonde
ela precisasse ir, não poderia fazer uso
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pessoal dele.
Depois de estacionar na frente do portão
não sabia o que fazer com minha moto, será
que eu poderia estacioná-la na garagem
deles ou isso seria um abuso? Queria
chamar alguém para fazer essa pergunta.
Antes que pudesse decidir o que fazer uma
BMW muito luxuosa se aproximou, deveria
ser o senhor Valentine, não pude dizer com
certeza, não dava para ver mais do que uma
silhueta pelo vidro escuro. O motorista
parou ao meu lado antes de abaixar o vidro.
— Que bom que já está de volta, Derek,
pode entrar e se apresentar para minha filha,
se precisar de alguma coisa pode me
chamar, Clarisse vai te passar meus
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números para contato.


Valentine parecia estar com um humor
melhor do que estava de manhã.
— Eu gostaria de saber onde posso
deixar minha moto, senhor.
— Estacione na nossa garagem, hoje
estou muito ocupado, mas amanhã
falaremos sobre o carro que vai usar para
levar minha filha para a escola — Valentine
olhou para o vazio por um instante antes de
voltar a falar. — Liza, minha mulher, está
em casa, apenas cuide para não esquecer
que seu serviço é vigiar minha filha e não
minha esposa.
— Senhor Valentine, posso lhe garantir

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que mulheres não me faltam, não vou atrás


da sua
Eu sei que fui desrespeitoso ao falar
assim, mas nem por todo dinheiro do mundo
vou deixar que alguém me destrate.
— Ótimo, fale com Clarisse, ela vai te
explicar tudo que precisar saber, fico feliz
em tê-lo conosco, Derek.
Valentine deu um breve aceno antes de
partir.
Das duas uma, ou Valentine é um
homem muito ciumento ou sua esposa é
uma mulher muito linda.
Guardei minha moto em um canto da
garagem, usei pouco espaço, esperando que
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ela passasse despercebida, é claro que ela


não chamaria atenção, mais dois carros
ocupavam a garagem muito espaçosa, uma
Land Rover enorme e um carro esportivo.
Não sou um fanático por carros, mas
reconheci que é um Citroën DS3, um carro
realmente muito bonito, e parece ser
novinhom intocado.
Estava indo para meu quarto na casa dos
Valentine, deixaria minha bolsa com meus
pertences lá e colocaria o uniforme
provisório que Clarisse me dera, um terno
que caía muito bem em mim. Mal entrei na
casa e uma mulher se atirou em cima de
mim.
— Você deve ser o novo segurança da
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família, eu sou Liza.


A mulher até é bonita, um loiro-
acinzentado faz um véu em suas costas e ela
tem olhos de um azul bem claro, mas, como
eu nunca gostei de mulheres assanhadas,
sua beleza não me despertou nenhum
interesse.
— Sou Derek, o segurança da senhorita
Valentine.
Apesar de não gostar de mulheres
assanhadas, nunca fujo de um sexo fácil,
apenas cortei a mulher porque no momento
que me disse seu nome eu soube que era a
mulher do Valentine. Então eu soube o
motivo de ele ter me falado aquilo no

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portão, só não entendo por que um homem


fica com uma mulher assim.
— Meu marido não está em casa, pode
relaxar.
Que mulherzinha mais baixa, estava
disposta a trair o marido em sua própria
casa!
— Senhora Valentine, estou aqui a
trabalho, então, se me dá licença, vou vestir
meu uniforme e fazer o que fui contratado
para fazer
Não me importei em ser estúpido, afinal,
é isso que eu faço de melhor, dispensar
mulheres. Geralmente as dispenso depois do
sexo, mas esse é um caso diferente.

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Não esperei por uma resposta, aquela


mulher aparentemente não sabia o que falar
depois disso. Deve ter sido a primeira vez
que um homem a tratou assim.
Subi as escadas e depois de colocar
minha bolsa em cima da cama vesti meu
uniforme e fui à procura da senhorita
Valentine. Bati à porta de seu quarto, deduzi
que ela estaria ali, e acertei.
— Pode entrar — ela falou em tom
despreocupado.
Puxei o trinco e me apressei em me
apresentar, mais cedo ou mais tarde teria
que fazer isso.
— Senhorita Valentine, estou aqui como

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seu segurança pessoal.


Ela estava em cima da cama lendo um
livro, tomei o cuidado de não olhar
diretamente para ela.
— Pode me chamar de Amber, Derek,
certo?
— Prefiro chamá-la de senhorita
Valentine — não podia deixar ter qualquer
intimidade entre nós.
— Olha, vamos passar um bom tempo
um na companhia do outro, então não
precisa ser tão formal, eu sinceramente não
queria um guarda-costas tirando minha
privacidade, e acho que não deve ser muito
emocionante ficar junto com uma

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adolescente sem graça, mas podemos nos


dar bem.
— Não estou aqui para me dar bem com
ninguém, meu serviço é mantê-la em
segurança, senhorita Valentine.
Novamente estou sendo um cretino.
Pensando bem, até seria legal se eu pudesse
me dar bem com essa garota, o fato é que se
eu não me controlar ao máximo vou acabar
passando dos limites. Tudo nela me atrai,
estar aqui em seu quarto me faz ter uma
série de pensamentos sujos, e ela parece tão
pura e inocente que eu não teria coragem de
usá-la para mais tarde jogar fora, assim
como faço com todas as outras, e não posso
me esquecer de que estou aqui para
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trabalhar.

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Capítulo 4
Amber
Quem esse cara pensa que é? Como ele
pode me humilhar dessa maneira depois de
eu tentar ser legal com ele? Deve ter
percebido que olho para ele como uma
boba, é claro que ele é bonito e desperta em
mim vários tipos de interesses, mas não
estava dando em cima dele, apenas quis ser
legal como sou com qualquer outro
funcionário. Sei bem que ele é o tipo de
homem que só posso ter na imaginação.
— Onde o senhor esqueceu sua
educação, Derek? — perguntei da forma

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mais rude que pude.


— Esqueci-a no útero da minha mãe,
senhorita Valentine.
Estava me sentindo sufocada nesse
quarto com esse homem desrespeitoso,
larguei o livro que estava lendo e fui em
direção à porta, antes de sair fuzilei-o com o
olhar, por um breve segundo ele pareceu
congelar; não dei bola para isso, ele
provavelmente queria rir da minha cara.
Estava indo às pressas pelo corredor, mas
parei quando ouvi barulhos de pés atrás de
mim.
— O que está fazendo? — perguntei com
raiva.

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— Seu pai me contratou para que eu a


acompanhasse em tempo integral, estou
fazendo meu serviço — Derek falou com
zombaria, parecia gostar de me ver nervosa.
— Então eu te demito, pode ir embora!
— Meu acordo é com seu pai, senhorita.
Eu preciso ficar sozinha só um pouco,
será que ele não podia entender isso?
— Eu vou voltar para o meu quarto,
tomar banho, posso ir sozinha ou você tem
que me acompanhar também? — cuspi as
palavras com tanta raiva que só me
arrependi depois que já tinham saído, pude
sentir meu rosto esquentar, até onde essa
humilhação iria?

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— Pode ir sozinha, mas em 15 minutos


irei verificar se está tudo bem, como seu pai
solicitou.
Derek deve ter percebido a vergonha em
meu rosto, ele não conseguiu segurar um
breve sorriso.
— Para sua informação eu vou trancar a
porta.
— Uma porta não pode me impedir,
senhorita Valentine.
— Eu entendi, você não quer se dar bem
comigo e gosta de me irritar, mas por favor
me deixe sozinha, depois que eu sair do
banho te aviso que estou bem, eu só preciso
de um tempo.

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Não sei se foi a súplica em meu olhar ou


minhas palavras, mas Derek concordou e
com um aceno voltou para seu quarto, que
ficava ao lado do meu.
Toda felicidade em ter aquele deus grego
como segurança sumiu assim que conversei
com ele, se é que posso chamar aquilo de
conversa. Que homem irritante e cheio de
si, agora ele deve estar debochando de mim,
quão estúpida posso ser? Não! Eu não fui
estúpida, estava apenas usando a boa
educação que meu pai me deu.
Depois de voltar para meu quarto liguei a
água na banheira, o chuveiro não seria o
suficiente para me acalmar; antes de tirar
minha roupa me certifiquei de que a porta
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estivesse bem trancada, só para garantir.


Coloquei sais de banho na água quente e
me afundei na banheira, incrível como um
bom banho pode resolver tantos problemas.
Só por um momento me deixei levar pelo
pensamento de como seria ter Derek junto
comigo; logo parei de pensar bobagens, o
cara é um completo idiota, eu nunca
deixaria que ele se aproximasse de mim de
outra forma. É claro que, mesmo sendo um
idiota ele ainda é muito bonito, eu não sou
uma menina superficial nem nada, mas ele
tem uma boa aparência, isso eu não posso
negar.
Outro pensamento que sondou minha
mente foi a preocupação de como seria
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segunda-feira, ir para a aula com um


segurança, minha vida social vai afundar
mais ainda, se é que isso é possível. Como
qualquer outra menina no meio de uma crise
de nervos, peguei meu celular e enviei uma
mensagem para minha melhor amiga.
Amber: “Meu guarda-costas já chegou,
não gosto dele”.
Não demorou para Janice responder.
Janice: “O que aconteceu? Você é
sempre tão compreensiva, o que ele fez para
ganhar sua raiva?”.
Amber: “Ele é um completo idiota, foi
muito rude quando eu tentei ser legal”.
Janice: “Se coloca no lugar dele, o que
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acha que seu pai ia pensar ao ver vocês


amiguinhos? Às vezes o cara precisa do
emprego e não pode deixar o patrão pensar
que ele quer entrar nas suas calças”.
Eu não tinha pensado por esse lado, e
Janice tem certa razão, mas isso não muda o
fato de eu ter ficado muito aborrecida.
Amber: “Você está certa, eu estou
exagerando. Como foi o jogo sexta-feira?”.
Janice: “Muito bom, Taylor fez dois
gols”.
Taylor é minha paixonite secreta.
Amber: “Quem sabe posso assistir ao
próximo jogo, estou fazendo uns acordos
com meu pai”.
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Janice: “Tomara que consiga, vou adorar


assistir aos jogos junto com minha melhor
amiga”.
Amber: “ J Conversamos mais tarde,
vou fazer a tarefa de matemática”.
Janice: “Só você para fazer tarefas em
pleno sábado. Até mais, sua maluca”.
É bom ter uma amiga como Janice, ela é
descontraída, divertida e ousada, o total
oposto de mim. Ela sempre diz que deve se
divertir por mim também, já que eu não
posso. Tudo seria muito diferente se meu
pai fosse mais compreensivo.

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Capítulo 5
Derek
Já faz quase uma hora que Amber está
trancada naquele quarto, isso me leva a ficar
preocupado, seria exagero do senhor
Valentine ou essa pessoa que está atrás de
Amber é realmente perigosa?
Com a foto daquela mulher nas mãos
analisei bem, ela não aparenta ser uma
psicopata, apenas uma mulher muito bonita
com os olhos indecisos entre o marrom e o
verde, um sorriso largo que fazia covinha no
canto de sua bochecha, cabelo castanho
bagunçado com o vento e só isso. Será que

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ele não tinha nenhuma foto mais


intimidadora dela? Ou pelo menos uma em
que essa mulher não parecesse ser tão
alegre?
O que não sai de minha cabeça é a
pergunta de quem é essa mulher. E por que
está atrás de Amber? Seja ela quem for o
senhor Valentine parecia muito preocupado.
Eu estava subindo pelas paredes de
preocupação, fui pago para vigiar essa
garota a cada 15 minutos e agora faz uma
hora que ela não dá nem sinal de vida. Saí
para o corredor me perguntando se devia
bater na porta ou simplesmente derrubá-la;
resolvi bater.

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— Já estou indo — Amber respondeu de


dentro do quarto.
Esse “já estou indo” levou uma
eternidade, aquela garota só podia estar
fazendo isso para me provocar. Quando
estava prestes a bater novamente ela saiu.
— Viu, não aconteceu nada por me dar o
mínimo de privacidade.
— Não estou aqui para cuidar de sua
privacidade, meu serviço é protegê-la —
respondi carrancudo.
Para começo de conversa nem sei por
que deixei que ela ficasse tanto tempo
sozinha, talvez fiquei arrependido por ter
sido estúpido com ela, ou talvez fui fisgado

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quando ela me encarou daquela maneira e


não consegui dizer “não”, seja o que for já
passou, tomei meu foco novamente e não ia
desgrudar os olhos dela, e isso eu faria com
prazer.
Depois do jantar Amber foi para sala de
estar e ficou mexendo com alguns livros,
aparentemente fazendo deveres de escola;
depois assistiu a um filme extremamente
chato, um romance muito meloso em que a
mocinha encontrava o príncipe encantado.
Ah, que porra! Por que fazem filmes assim?
É por isso que essas mulheres andam
pela vida procurando príncipes que vão
casar com elas e fazê-las felizes para
sempre, até seria legal se os
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relacionamentos fossem perfeitos, mas não


são! Vi com meus próprios olhos como a
união de duas pessoas pode ser destrutiva,
minha mãe teve três casamentos que não
foram apenas ruins, foram péssimos,
infelizmente ela não resistiu ao terceiro,
deixando-me sozinho no mundo. Com 14
anos de idade passei por muitas
dificuldades.
Pela minha mãe procuro fazer as coisas
certas. Mesmo ela tendo se relacionado com
merdas uns piores que os outros, nunca me
colocou em segundo plano, mesmo quando
aos dez anos eu a chamei de covarde; a
única resposta que ela me deu foi “Eu te
amo filho, nunca seja um homem mau”. E
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pela minha mãe sou como sou hoje, mesmo


sendo um canalha não minto para as
mulheres, deixo que elas saibam com quem
estão lidando, nunca me fiz de bonzinho
para enganar uma mulher e acima de tudo
nunca encostei um dedo em nenhuma delas.

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Amber

Os primeiros raios de sol se esgueiravam


pela janela do meu quarto. Que amanhecer
bonito, essa é a vantagem de acordar cedo,
nada é tão lindo como o começo de um
novo dia. Eu me levantei da cama e fui para
perto da janela, esse é um amanhecer que
merece ser admirado.
Fiquei tão perdida em meus próprios
pensamentos que quase não ouvi quando
alguém bateu à porta, deve ser Clarisse com
um remédio para dor de cabeça, ela me
conhece bem e sabe que quando estou

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nesses dias tenho muita dor de cabeça,


principalmente quando acordo.
Até estou com um pouco de dor, mas ela
podia esperar eu descer para me entupir de
analgésicos; no fundo gosto de como ela
cuida de mim, é como uma mãe. Com a voz
ainda enrolada por causa do sono mandei-a
entrar.
— Bom dia, senhorita... — Derek não
terminou de falar, apenas ficou olhando
boquiaberto.
Foi quando realmente vi o que estava
usando, uma camiseta folgada dos Smurfs e
uma calcinha superconfortável de algodão.
Peguei um travesseiro que primeiramente

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usei para tampar minhas pernas, em seguida


atirei em Derek.
— Sai daqui!
Aposto que minhas bochechas estão mais
vermelhas do que pimenta.
Como se já não bastasse o jeito que ele
me trata e eu ainda o deixo me ver quase
sem roupas! Ah! Que inferno, até onde
posso me afundar?!
Reconheço que a culpa não é dele, fui eu
quem o mandou entrar, sem perceber com
que roupa estava, e nem perguntei quem
era, mas isso não muda o olhar que ele me
deu, é claro, ele é um homem e eu uma
garota que está seminua.

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Depois de me vestir mais


adequadamente, ajuntei o resto de dignidade
que me sobrava e saí para o corredor.
— Vai me devolver meu travesseiro? —
perguntei sem olhar para ele.
Depois que ele me devolveu, senti uma
enorme vontade de me jogar junto com o
travesseiro na cama e não sair dali pelos
próximos 100 anos.
— Olha, me desculpe, eu não deveria ter
entrado no seu quarto — Derek começou a
se desculpar.
— A culpa foi minha, achei que fosse a
Clarisse, mas você não precisava ter me
olhado daquele jeito, devia ter saído assim

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que percebeu como eu estava.


Por que eu falei isso? Bom, digamos que
tive vontade de repreendê-lo.
— Sabe o que eu acho, senhorita
Valentine? Acho que estava tentando me
seduzir, se vestiu daquele jeito e me
mandou entrar apenas para me provocar,
mas já vou avisando que garotinhas da sua
idade não fazem meu tipo.
Levei um tempo para acreditar que ele
realmente falou aquilo.
— Você é tão cheio de si! Até parece!
Não importa que você seja bonito, eu nunca
iria querer alguém como você!
Que homem mais irritante e atrevido!
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— Então me acha bonito, senhorita


Valentine? Ah! Como eu queria poder
apreciar sua beleza em minha cama!
Ele não falou isso, meus ouvidos estão
me enganando. Tenho certeza de que ele só
falou aquilo para me provocar e me deixar
sem palavras, e conseguiu. A única coisa
que meu cérebro conseguiu ordenar meu
corpo a fazer foi mostrar-lhe meu dedo
mindinho e depois sair correndo.
Lembro que um namorado que Janice
teve andou espalhando boatos obscenos
sobre ela, então em um dia que ele estava
com os amigos dando risada da minha
amiga ela foi até eles e fez o mesmo gesto,
mostrou o dedo mindinho e deu risada, e
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funcionou, ele nunca mais falou nada sobre


ela, apenas tenho que me lembrar de
perguntar o que esse gesto significa.

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Capítulo 6
Derek
Se Amber soubesse o quanto está errada
em fazer aquele gesto, minha vontade é de
ir atrás dela e lhe mostrar o quanto se
enganou sobre meu tamanho, mas, também,
por que eu falei em levá-la para minha
cama?
Primeiro ela tentou me repreender por
olhá-la e depois disse que gosta da minha
aparência, eu simplesmente não resisti, as
palavras saíram antes que eu pudesse
impedir; além do que, adoro vê-la nervosa.
Não posso negar que o travesseiro que
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ela jogou em mim foi muito útil, no instante


em que coloquei os olhos nela não pude
evitar a reação de meu corpo, pelo menos
tinha um travesseiro para usar como escudo,
seria desastroso se ela percebesse minha
ereção. Conheço a garota não faz nem um
dia e ela já tem esse controle sobre mim,
isso me deixa irritado.
Desci as escadas atrás de Amber, ela já
estava na sala de jantar com seu pai e sua
mãe tomando café. Depois de cumprimentar
o senhor e a senhora Valentine fui para a
cozinha, mas não antes de lançar um olhar
ameaçador para Amber.
Uma cozinha grande e completa, não
havia reparado muito da última vez que
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estive aqui. Agora, olhando melhor, ela é


muito bem iluminada, as paredes e o chão
igualmente brancos ajudam na claridade.
Alguns detalhes pretos se estendem pelo
azulejo das paredes e do chão, fazendo
contraste com os móveis brancos e os
eletrodomésticos todos de inox. Perto da pia
uma janela larga deixa o vento fresco da
manhã de primavera entrar.
Há uma bancada branca no centro da
cozinha com o mesmo tampo de granito
preto que cobre a pia e os balcões; nessa
bancada estavam Clarisse, que aparenta não
gostar de mim, um homem loiro com um
terno parecido ao meu e o homem que
julguei ser o jardineiro noutro dia.
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— Bom dia! — disse o homem que


pensei ser o jardineiro.
— Bom dia, eu sou Derek! — estendi a
mão para ele.
— Sou Hector, o jardineiro, este outro
aqui é Pier, o motorista, e Clarisse, a
governanta.
Hector fez sinal para que me sentasse
junto a eles. No meio da bancada tinha um
bule de café, um jarro com suco de laranja,
pães de queijo e um bolo seco, além de
outras coisas que eu considero demais para
um café da manhã.
Pier me deu um sorriso que não pareceu
ser verdadeiro e Clarisse me deu um olhar

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mal-humorado.
— Você vai gostar de trabalhar para o
senhor Valentine, ele paga bem, é muito
compreensivo e Amber é uma boa menina
— Hector falou empolgado.
— O senhor Valentine parece ser um
homem bem fechado, e acho que a senhorita
Valentine não vai muito com minha cara.
— Não se preocupe com isso, o senhor
Valentine apenas é um homem muito
ocupado, e Amber é muito madura para a
idade, apenas leva um tempo para que vocês
se acostumem com a companhia um do
outro.
Dei um breve sorriso para Hector antes

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de começar a comer. Não lembro quando foi


a última vez que tive um café da manhã tão
farto, talvez não me lembre porque nunca
tive um café da manhã decente. Minha mãe
sempre se esforçou para fazer coisas de que
eu gostasse, mas ela não tinha muito
dinheiro para gastar com comida, teve três
casamentos com bêbados desprezíveis que
achavam que a comida não era tão
importante quanto um litro de pinga.
Estava quase terminando de comer
quando Amber entrou na cozinha; ela
cumprimentou Clarisse com um beijo na
bochecha e depois com um largo sorrindo
disse “bom dia” para Hector, com um
sorriso forçado cumprimentou Pier.
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— Aqui, menina, tome.


Clarisse entregou um comprimido para
Amber, será que ela está doente? E por que
diabos eu me preocupo se essa menina está
doente ou não?
Depois de tomar o comprimido Amber se
virou para mim.
— Venha, vamos para garagem, meu pai
quer falar com você. pediu para que te
levasse lá.
Se ela continuasse com aquele sorriso eu
iria a qualquer lugar. Amber parece estar
realmente feliz, e eu quero que ela continue
assim.

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Amber

Derek me acompanhou em direção à


garagem, nenhum de nós falou nada, não
era um silêncio desconfortável, apenas
estávamos quietos. Eu fiquei muito feliz
quando vi meu pai com um sorriso no rosto,
a última vez que me lembro de o ter visto
assim, de bom humor, eu tinha 8 anos,
também fazia muito tempo que eu não me
alegrava na companhia do meu pai.
Hoje de manhã, quando ele falou que
queria que eu fosse até a garagem, ele
estava feliz. Não pude segurar meus lábios,

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que automaticamente se voltaram para cima,


não fiquei feliz por imaginar o que teria na
garagem, o simples fato de ver meu pai
contente fez com que eu sentisse uma
grande emoção crescer em meu peito.
Eu sei que pode parecer estranho me
animar em ver meu pai de bom humor, mas
fazia muitos anos que eu não o vi tão bem,
ele parece estar calmo, eu iria para a
garagem ou a qualquer outro lugar desde
que meu pai fosse sorrir daquela maneira só
mais uma vez.
Na verdade, pouco me importa o que ele
quer me mostrar, minha animação é pelo
seu bom humor.

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Finalmente chegamos à garagem. Meu


pai esperava junto de Liza, não que tivesse
sido convidada a nos acompanhar, mas lá
estava ela.
— Está pronta? — meu pai perguntou
com um brilho no olhar.
Eu acenei com a cabeça, as palavras não
conseguiam sair, quem era esse homem
bem-humorado e sorridente que estava na
minha frente? Das duas uma, ou meu pai
sofreu uma lavagem cerebral ou foi
abduzido por alienígenas e esse era um
impostor em seu corpo.
Sem mais delongas meu pai abriu a porta
da garagem e segurou Liza pelo antebraço

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para que eu fosse a primeira a entrar.


Olhando diretamente para mim, mudo,
mas me chamando, um carro perfeito, nem
muito grande nem muito pequeno, com uma
fita vermelha fazendo contraste contra a
lataria amarela... Lá está o carro mais
convidativo que eu já vira. Procurei pelo
olhar de meu pai em busca de respostas.
— Eu sei que ainda faltam seis meses
para você fazer 18 e ter sua carteira de
motorista, mas até lá Derek vai dirigi-lo e te
levar onde você precisar ir.
Abracei meu pai, um abraço apertado e
cheio de emoção. Palavras não podiam
expressar minha gratidão e não estava grata

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apenas pelo carro, é bem visível que meu


pai está tentando me mostrar que me ama e
confia em mim e não está fazendo isso
tentando me comprar com presentes; um
carro significa que ele confia em mim, além
disso está me dando liberdade para sair sem
a vacadrasta grudada em meu pé.
— Fico feliz que tenha gostado.
Meu pai deu algumas batidinhas com a
mão em minhas costas antes que eu me
afastasse.
— Querido, não acho que seja a hora de
Amber ganhar um carro, seis meses
demoram a passar, além do que precisamos
comprar um carro novo para a família, o

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Land Rover já tem quase três anos de uso e


a Amber pode usar o mesmo carro que eu
uso, o Pier pode levá-la aos lugares.
Essa mulher não podia simplesmente se
afogar? Como tem coragem de estragar um
momento como esse que não acontecia há
anos? E só para constar o Land Rover não é
da família, é da Liza, eu o uso apenas para ir
à escola, além das vezes que meu pai me
obrigou a acompanhar Liza nas compras. Eu
nunca o usei para lazer e fazer compras com
a vacadrasta não pode ser considerado nem
de longe como um momento de prazer.
Eu não precisava de uma bola de cristal
nem nada parecido para saber o que
aconteceria a seguir, meu pai iria concordar
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com a Liza e eu teria direito de permanecer


em silêncio, tudo que eu dissesse poderia e
seria usado contra mim em uma discussão.
— Seis meses passam rápido, e não vejo
mal algum em Amber ter um carro. Como
ela poderia ir aos jogos de futebol da escola
ou sair com as amigas sem um carro?
Alguém pode me avisar que o inferno
congelou e eu sou a única que ainda não
sabe?
— Pier pode levá-la aos jogos e a
qualquer outro lugar.
Liza também parecia não acreditar no
que estava acontecendo.
— Não, Pier não pode levá-la a lugar
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algum, pois sempre está ocupado levando


você sabe-se lá aonde...
Essa foi a primeira vez que vi meu pai
contrariar Liza, ela estava tão perplexa
quanto eu.
— E o que vai acontecer com Pier? Eu
preciso de um motorista.
— Pode ficar com ele, e também faça o
que quiser com o Land Rover, se quiser
trocar, ou vender e comprar um novo, fica à
sua escolha, apenas fique ciente de que não
vou dar um centavo para que você troque de
carro.
Meu pai olhou para mim e suavizou o
rosto antes de voltar a falar.

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— Quer dar uma volta?


— Claro, mas você não está ocupado
com o serviço ou outra coisa?
Está difícil de acreditar.
— Amber, apenas entre no carro. Derek,
você pode dirigir?
— Posso, sim, senhor.
Eu estava tão perplexa com esse ser que
colocaram no lugar do meu pai que quase
esqueci que Derek estava ali (quase).
Quando Derek passou por Liza seus lábios
se dobraram, não como um sorriso de flerte,
estava mais para uma risada de deboche.

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Capítulo 7
Derek
As semanas seguintes passaram rápido,
nem parece que trabalho aqui já faz mais de
um mês. Os dias são calmos, Amber é uma
menina tranquila, passa a maior parte do
tempo lendo, estudando ou assistindo à TV.
Eu passo a maior parte do tempo tendo
fantasias com essa menina, já me acostumei
com isso, não posso negar a beleza de
Amber, então me deixo vagar por
pensamentos que guardo só para mim.
Marcus é um homem muito ocupado,
mal olha a filha ou a esposa, quem dirá ter
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tempo para questionar como vigio sua filha.


Ah! Se ele soubesse do jeito que a vigio...
No começo Liza se jogava em cima de
mim sempre que possível, agora ela está
mais calma. Até mesmo eu percebi que ela
trai o marido, mas não contei nem a Amber
nem ao pai dela, não gosto de me envolver
em coisas que não são da minha conta, fui
contratado para cuidar da segurança de
Amber, não tenho que me preocupar com a
relação conjugal do juiz.
Os outros empregados me tratam bem,
Hector é o mais simpático. Pier é educado,
mas não temos muitos assuntos em comum.
Clarisse ainda não gosta muito de mim, ela
acha que vou me aproveitar da Amber; bem
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que gostaria, só não acho certo brincar com


os sentimentos de uma menina de 17 anos.
As mulheres com quem saio são
experientes e sabem que esse papo de
príncipe encantado não existe. Eu me
envolver com uma menina inocente e
sonhadora seria complicado, além de que,
antes mesmo de tocar os lábios dela, estaria
preso.
Nem sei por que estou pensando em
Amber e envolvimento ao mesmo tempo,
deve ser aquele corpo dela me confundindo
de novo.

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Amber
Havia um braço quente em torno de
mim, o corpo dele estava grudado no meu
como se qualquer espaço entre nós fosse
inadmissível, a respiração quente na minha
nuca aquecia vários outros lugares, e antes
de me virar eu já sabia quem estava ali.
Derek me deu um sorriso malicioso antes de
afundar seus lábios nos meus, seu beijo me
aqueceu por inteira e, como se isso já não
bastasse para me provocar, ele ainda
percorria sua mão por todo o meu corpo
com tanta intimidade que me fez soltar um
gemido.
Ele se colocou em cima de mim se
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apoiando com os braços, corri meus dedos


por seu cabelo puxando-o em minha direção
e o tomei novamente em um beijo urgente,
meu corpo todo pegou fogo, pressionei-me
com força contra sua ereção, Derek
percebeu o que eu queria. Não, é mais do
que querer. Eu preciso! Ele tirou a camisa
e... O despertador tocou!
Eu disse a mim mesma que fiquei feliz
em acordar, não consegui me enganar com
essa mentira, mas ia continuar repetindo até
acreditar. “Fiquei feliz em acordar.” “Fiquei
feliz em acordar.” E continuei repetindo
mentalmente a mesma frase.
Meus cabelos estavam incontroláveis
nessa manhã. Fiz um rabo de cavalo alto,
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lavei meu rosto e vesti meu uniforme, que


consistia em uma calça jeans e uma
camiseta branca com o símbolo da nossa
escola; coloquei uma sapatilha bem discreta
e dei uma olhada no espelho, eu nunca fui
de me arrumar muito para ir para escola,
mas hoje parecia um dia diferente, resolvi
que um pouco de maquiagem não faria mal.
(Tá certo, eu caprichei na maquiagem,
quase parecia outra pessoa e isso me deixou
feliz.)
Derek já estava me esperando no
corredor, disfarcei quando senti meu rosto
corar.
— Bom dia, senhorita Valentine, dormiu
bem?
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Será que tinha como ele saber que


sonhara com ele? Não, ele só estava sendo
simpático. Mas por que ele estaria sendo
simpático comigo? Será que eu estava sendo
neurótica?
Como eu não respondi, Derek voltou a
falar.
— O gato comeu sua língua, senhorita
Valentine?
— E se comeu, o que você tem a ver
com isso?
— Se quiser posso te emprestar a minha.
Derek lambeu os lábios, ele
provavelmente não soube o quando gostei
desse gesto.
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— Como se eu fosse querer essa sua


língua nojenta.
Ah! Como eu queria aquela língua nada
nojenta, mas isso eu nunca ia admitir, pelo
menos não em voz alta.
— Acho melhor você descer, logo seu
pai vem aqui ver o que estou fazendo com a
filhinha dele, e se continuar aqui vou acabar
fazendo alguma coisa mesmo.
Por que ele tinha que me provocar tanto?
Eu bem queria continuar ali e desafiá-lo a
fazer algo, mas sei que não passava de uma
brincadeira boba, dei as costas para ele e
desci a escada.
Liza e meu pai já estavam tomando café

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quando me sentei junto à mesa, peguei uma


tigela e juntei o leite com cereal e comecei a
comer bem rápido.
— Por que a pressa, Amber? — Liza
perguntou com aquela vozinha enjoada.
— Quero passar na casa da Janice e dar
uma carona para ela.
O que eu realmente queria falar é “Isso
não é da sua conta”, mas, como sei a
confusão que essa resposta ia provocar,
preferi ser educada com ela.
— Não acho que essa menina seja uma
boa escolha de amiga, ela é tão vulgar.
Liza com certeza queria me tirar do
sério.
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— Olha só quem fala, você já se olhou


no espelho?
— Você que deveria procurar um
espelho, já viu como está seu rosto? Uma
menina como você não deveria usar tanta
maquiagem.
Mesmo tendo me arrumado um pouco
melhor, cuidei para não passar dos limites,
um batom claro, os olhos levemente
delineados e uma sombra clara. O que tinha
de errado nisso?
— Então eu deveria ser mais como você?
Só para te informar suas pernas são muito
finas para usar tanta roupa curta, e esse seu
decote mostra desespero por não ter mais

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nada a oferecer.
Eu sei que peguei pesado, mas não ia
deixá-la ofender minha melhor amiga, uma
das poucas pessoas que me entende e apoia.
— Marcus! — a vacadrasta buscou por
reforço.
— Amber, não fale assim com a Liza,
não foi essa educação que você recebeu, e
sei que não faria mal lavar o rosto.
Tudo que é bom dura pouco, meu pai
tinha voltado a ser como sempre foi desde
que minha mãe morreu.
— Você percebeu que ela ofendeu a
Janice e depois tentou me ofender? Quer
saber, continue com sua esposa perfeita, eu
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estou saindo, daqui a seis meses saio para


sempre da vida de vocês.
Não costumo responder a meu pai, mas
dessa vez não pude me controlar.
Subi as escadas para pegar minha
mochila e quando desci fiquei feliz ao ver
que Derek já estava me esperando pronto
para sair, assim não teria que passar por
meu pai e Liza novamente. Meu pai não
tentou vir atrás de mim, pude ouvir
enquanto Liza falava o quanto eu estava
instável. Que vão à merda eles!

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Derek
Antes que Amber embarcasse no carro
dei uma boa olhada em seu rosto à procura
de lágrimas, mesmo sendo sem querer ouvi
a discussão que se passara. Ela não estava
chorando, nem parecia estar chateada. Ela
me passou o endereço da amiga e ficou em
silêncio.
Poucos minutos se passaram e eu tive
que perguntar.
— Você está bem? Eu ouvi a discussão.
— Esse tipo de coisa já não me atinge
mais.
Confesso que fiquei surpreso com sua

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resposta, ela é mais forte do que aparenta.


— Por que sua mãe te trata assim?
— Ela não é minha mãe, meu pai se
casou com a vacadrasta há nove anos.
— Vacadrasta?! — arqueei uma
sobrancelha. — Bom apelido.
Amber respondeu com um sorriso
travesso que fez uma corrente elétrica correr
pelo meu corpo.
— A casa da Janice é ali na frente, estou
mandando uma mensagem para ela vir aqui.
Encostei o carro na calçada, esperando
pela tal amiga de Amber. Pouco tempo
depois uma menina loira saiu da casa.
Conforme ela se aproximava do carro pude
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vê-la melhor, seu cabelo não parecia ser


natural, usava uma maquiagem forte e
brincos grandes, com certeza esse não é o
jeito de uma menina que está indo para a
escola em busca de aprendizado. Amber
abriu a porta do carro e a menina se
acomodou no banco de trás.
As duas estavam conversando muito
animadas, Amber falou sobre o carro, Janice
falou sobre seu fim de semana e de um jogo
de futebol.
— Estou vendo que está maquiada, tudo
isso é para o Taylor? — ouvi Janice
perguntar.
“Quem é Taylor?” A pergunta surgiu em

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minha cabeça acompanhada de uma raiva


quase incontrolável.
— Deu uma confusão por eu sair de casa
maquiada, a vacadrasta fez uma cena
daquelas! — Amber desviou o assunto.
Amber e Janice continuaram
conversando sobre a discussão que houvera
mais cedo. Eu deixei de prestar atenção à
conversa, ainda estava me perguntando
quem era Taylor, é claro que uma menina
bonita como ela teria vários pretendentes,
mesmo assim continuei nervoso.
Chegamos à escola e estou tão
carrancudo quanto possível. O sinal
anunciou o começo da aula, posicionei-me

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no fundo da sala enquanto Amber sentou-se


em uma cadeira. Fiquei de pé, um sujeito do
meu tamanho não ficaria bem sentado
nessas carteiras escolares.
As três primeiras aulas foram tão
tediosas quanto poderiam ser; no final da
terceira aula um garoto passou pela carteira
de Amber e entregou-lhe um bilhete. Soltei
uma tossida rouca, tive que fazer isso para
ter um tempo para recuperar o controle.
Quando Amber se virou evitei seu olhar de
interrogação, não queria que ela visse a
raiva misturada ao ciúme em meus olhos.

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Capítulo 8
Amber
Taylor passou por minha mesa e deixou
um bilhete, o que seria? Apesar de ter uma
paixonite por ele nós nunca conversamos.
Antes que eu pudesse ler o que estava
escrito ouvi alguém tossir no fundo da sala,
mais parecia que estava incomodado com
alguma coisa, e como sei que os meninos da
minha sala nunca iriam tossir desse jeito
rouco e sexy, lancei a Derek um olhar de
interrogação, será que a aula estava tão
chata que ele estava se afogando? Ele não
me olhou, deve ter feito isso para me
provocar, e conseguiu.
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Olhei para os lados apenas para verificar


se ninguém estava me olhando e então
discretamente abri o bilhete de Taylor.
Vou dar uma festa no sábado, gostaria
que você fosse. Aliás, você está bonita hoje.
Esse é o poder da maquiagem, sabia que
deveria me arrumar melhor hoje, apesar de
não ter feito isso pensando em Taylor, mas,
mesmo assim valeu a pena.
Na hora do intervalo eu e Janice
conversávamos contentes, ela me informou
que também iria a essa festa, mas não
recebeu um convite como o meu. Derek
estava extremamente mal-humorado.
Estávamos atrás da escola, onde nós duas

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costumávamos passar o tempo, é o lugar


onde o sol pega melhor e por isso gostamos
de ficar aqui.
Quando Janice teve que voltar para a sala
por ter esquecido seu celular na bolsa,
aproveitei para perguntar por que Derek
estava de mau humor, não que eu me
importasse (tá bem, eu me importo.)
— Por que essa cara amarrada?
— Por que deveria contar a você sobre
meu dia nada agradável?
Derek estava mais mal-humorado do que
imaginara e estava descontando em mim,
que não tenho culpa de nada.
— Eu estou fazendo um bom gesto
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sendo legal com um idiota, então você


deveria reconhecer isso e ser grato.
— Está bancando a boa samaritana?
Olha que eu posso me acostumar.
Ele ainda não estava sorrindo, mas pude
ver um leve vestígio de humor voltando a
seu rosto.
Antes que eu pudesse responder vi
Taylor vindo em minha direção.
— Eu queria saber se você vai sábado,
vai ser na minha casa — Taylor falou com
confiança, como se já soubesse a resposta.
Derek voltou a seu mau humor, só que
dessa vez estava pior, até Taylor percebeu,
pois deu um passo para trás e de repente já
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não estava tão confiante, ou estaria


assustado? Bom, qualquer um ficaria sem
jeito na frente de um homem musculoso e
mal-encarado.
— Estarei lá, obrigada pelo convite —
dei um sorriso exagerado, esperando poder
amenizar o ar em volta de Derek.
— Então até!
Tive a impressão de que Taylor queria
conversar, só que isso foi impossível por ter
um segurança com olhar assassino atrás de
mim, e depressa demais Taylor se afastou.
Cerrei os olhos para Derek antes de dar
um passo para mais perto dele, minha
intenção foi soar intimidadora.

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— Qual é o seu problema? — cuidei para


não falar alto demais.
— Não sei do que está falando — Derek
desviou o olhar.
— Você precisa ser assim com meus
amigos? Ainda mais com o Taylor?
Percebi que falei a coisa errada, pois
Derek deu um passo à frente, seu rosto
ficando a centímetros do meu.
No começo nós dois estávamos tensos e
nos encarando com desafio e nervosos, mas
aos poucos o rosto de Derek foi suavizando
e o meu também, no fundo de seu olhar
pude detectar uma faísca de vulnerabilidade,
tive vontade de passar a mão em seu rosto e

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antes que pudesse me impedir minha mão já


estava levantada bem perto dele. Ele se
aproximou mais, pude sentir sua respiração
em minha pele, fiquei imaginando como
seria sentir seu beijo, eu queria que ele me
beijasse e no fundo pude ver que ele
também queria... Talvez ele tivesse me
beijado se não tivéssemos ouvido o barulho
das botas de Janice se aproximando. Nós
nos afastamos o mais rápido possível.
— Minha bolsa está uma bagunça, quase
não encontrei meu celular, e quando estava
voltando ouvi Taylor comentando que tinha
vindo falar com você, me conte tudo e não
me poupe dos detalhes.
Janice não percebeu o que estava
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acontecendo entre eu e Derek, na verdade


nem eu mesma acreditei nisso que estava
presente o tempo todo, pelo menos de
corpo, porque minha mente ficou fixada na
boca de Derek e imaginando muitas coisas.
— Ele veio perguntar se eu iria à festa,
eu falei que “sim” e agradeci o convite, ele
pareceu contente e foi embora — falei de
um jeito bem robótico, não que fosse minha
intenção, ainda estava sob os efeitos de
Derek.
— Sábado você vai até minha casa para
nos arrumarmos. O segurança vai vir junto?
Janice pareceu levemente desconfortável,
eu entendi que não foi por mal, afinal Derek

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é um homem reservado e esse olhar que ele


tem de mau pode ser excitante para mim,
mas alguns o veem de forma intimidadora.
— Ele vai aonde eu for, ordens do meu
pai. Não precisa se preocupar, ele tem essa
cara fechada, mas é legal.

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Capítulo 9
Derek
O restante da semana se passou em
silêncio. Não conversei muito com Amber,
ela parecia estar desconcertada com o clima
que houve entre nós no outro dia.
Evitei provocá-la; não tenho controle
suficiente para me afastar dela, seria um
grande problema se eu a tivesse beijado.
Quando percebi que ela levantou a mão para
me tocar quase perdi o controle, naquele
momento mais do que tudo eu queria sentir
seu toque.
Sempre olhei mulheres como diversão,

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não precisava ser complicado, eu deixava


claro que não queria nada sério, às vezes
levava algum tapa ou xingamento e pronto.
Por que com Amber é tão difícil?
Nunca ansiei tanto pelo beijo de uma
mulher, nunca quis tanto ver o sorriso de
uma mulher e nunca tive tantos ciúmes de
uma mulher. Na verdade, nunca senti
ciúmes antes. E, agora, aqui estou eu,
sentindo falta de conversar com ela, nossos
joguinhos de ver que tem a resposta mais
rápida estavam ficando divertidos.
Só agora, depois de dias sem falar com
ela, que percebo quanta falta isso me faz.
E ainda tenho que aguentar os olhares

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maldosos que outros dão a ela. Noutro dia,


quando ela e a amiga saíram para as
compras, tive que me controlar para não a
jogar nas costas e a levar para casa, não
entendo por que saiu de casa com aquela
saia. No momento em que a vi vestida
daquele jeito é claro que fiquei feliz, mas
minha felicidade sumiu quando outros
homens também a olhavam.
É sábado e Amber está tomando banho,
depois vamos até a casa daquela amiga dela
e ainda terei que aguentar uma festa chata
com adolescentes se embebedando. Minha
noite não tem como ficar pior, ou tem?
Uma batida na porta me puxou de meus
pensamentos depressivos, é Amber. Nossa,
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como ela cheira bem! Os cabelos ainda


molhados me fazem engolir em seco. Ah!
Que vontade de passar minhas mãos por
esse corpo, colocar essa mecha de cabelo
atrás de sua orelha e beijá-la nesse ponto
bem embaixo do maxilar!
Ela ainda não me olha nos olhos. Deve
pensar em quanto fui desrespeitoso ao me
aproximar tanto no outro dia. Inferno, eu
quase a beijei! Se não fosse por Janice
aparecer eu a teria beijado, naquele
momento me esqueci do mundo à minha
volta, até mesmo esqueci que estávamos na
escola, onde qualquer um poderia ver, e
assim o juiz Marcus Valentine se certificaria
de que eu fosse preso por beijar sua filha,
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que ainda é menor de idade.


— Estou pronta, podemos ir — Amber
anunciou.
Por que tudo não podia voltar a ser como
antes?
Amber saiu sem se despedir da madrasta
ou do pai. O relacionamento deles parece
ser conturbado, mas isso não é da minha
conta.
Chegando à casa de Janice, deixei que
Amber se trancasse no quarto com a amiga,
afinal elas vão trocar de roupas e mesmo
tendo uma vontade enorme de vê-la despida
isso não vai acontecer desse jeito, espiar
uma mulher se trocando não é uma coisa

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legal.
Fiquei no corredor esperando por mais
de uma hora, o que as mulheres têm que
precisam demorar tanto para se vestir? A
porta enfim se abriu e Janice saiu primeiro,
com um vestido revelador demais para uma
menina da idade dela, e em seguida veio
Amber. Meu queixo deve ter caído por
quilômetros, se antes não achava que
Amber tinha só 17 anos, agora de vez não
dava para acreditar na idade dela.
Um vestido preto abraça suas curvas
perfeitas, não curto como o vestido de
Janice, e nem tão decotado, é um vestido
que a deixa sexy ao extremo. Quando
Amber passou por mim pude ver o decote
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em suas costas, e que costas! O decote não


mostrava muito, mas deixava a mente a
imaginar várias coisas. O cabelo dela está
solto, dando a ela um ar de mistério, há
apenas um enfeite preso em seus longo
cabelo sedoso. Ela está muito bem
maquiada, destacando tudo que tem de
bonito.
— Espera um pouco, preciso falar com
minha mãe antes de sairmos — Janice se
afastou, deixando eu e Amber sozinhos.
— Por que está me olhando? — Amber
percebeu que eu não conseguia tirar os
olhos dela.
Tenho duas opções de resposta.

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Opção 1: digo quanto está linda, que


nunca em toda minha vida vi criatura mais
bela.
Opção 2: faço uma piadinha bem sem
graça e não deixo ela perceber que estou
babando.
Se escolher a opção 1 ela vai se afastar
ainda mais de mim.
Que resposta acha que vou dar?
Se escolheu a opção 2, parabéns, você
acertou.
— Estou te olhando porque tenho olhos
— falei com deboche.
— Quase esqueci que você é um idiota,
obrigada por me lembrar — Amber bufou
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de um jeito extremamente sexy.


— Não me diga que achou que eu estava
te olhando com desejo?
— Como se eu quisesse seu desejo.
— Às vezes acho que você quer mesmo,
se arrumou toda para me impressionar — e
dei uma piscada para Amber, que por sua
vez corou.
— Quem disse que quero impressionar
você? Posso ter me arrumado para outra
pessoa — Amber provocou.
Prendi-a na parede, só não esperava
ouvi-la ofegar quando fiz isso.
— Não me provoque, saiba que sou
ciumento.
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Apesar de ter falado em tom de


brincadeira, era a mais pura verdade.
— Não me arrumei para ninguém em
especial, pode ficar tranquilo — Amber
falou ainda brincando, mas sua respiração
ficou pesada.
— Seja uma menina boazinha, caso
contrário, terei que te castigar.
— Talvez eu mereça o castigo — a voz
de Amber está rouca, e sua respiração
acelerada.
Só então me dei conta de quão próximos
estamos, meu corpo está quase pressionado
contra o dela, podia sentir seu calor. Sua
respiração me lançou um aroma doce,

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aproximei–me, preciso sentir mais isso, nem


me incomodei se Amber percebesse a
ereção que começava dentro de minhas
calças. Deixei meus braços se soltarem da
parede e se envolverem na cintura dela,
senti sua delicadeza embaixo de mim, senti
sua respiração presa, a última coisa que eu
esperava era sentir seu toque e quase não
acreditei quando ela passou a mão pela
minha barba rala, seus dedos delicados me
provocando mesmo estando só em meu
rosto. Quando olhei em seus olhos vi que
ela queria isso tanto quanto eu.
Dessa vez não conseguimos no afastar a
tempo, a amiga de Amber estava no
corredor com a boca aberta. Amber só
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percebeu que tínhamos plateia quando


acompanhou meu olhar.

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Amber

Derek me soltou e deu um passo para


trás, nem parecia que estávamos prestes a
nos beijar. Será que foi tudo imaginação
minha? Ele ia me beijar, não ia? E a
pergunta mais importante: eu queria que ele
me beijasse?
Janice percebeu que estava acontecendo
alguma coisa entre eu e Derek, mas eu não
ia conversar sobre isso na frente dele. Fiz
cara de inocente e dei um leve sorriso antes
de falar.
— Pronta para irmos?

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— E eu achando que você era uma


menina inocente... Mas, respondendo à sua
pergunta, sim, estou pronta para irmos. Só
não comecem a se agarrar na minha frente,
não gosto de ficar de vela.
Não respondi nada, apenas passei por
Janice. Ela felizmente é legal quando quer
ser. Entendendo que eu não queria falar
sobre Derek na frente dele, ela me seguiu e
mudou de assunto.
Chegando à festa fiquei admirada com o
tamanho da casa de Taylor. Corrigindo: o
tamanho da casa dos pais de Taylor.
Janice, como é a mais extrovertida,
chegou cumprimentando todo mundo, eu fui

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atrás dela sorrindo para alguns rostos


conhecidos. Tinha muitas pessoas ali, todos
mais ou menos da minha idade.
A música agitada está alta demais para
meu gosto, claro que se alguém me
perguntar vou dizer que está maravilhoso.
Adoro uma música tão alta que é impossível
conversar, é incrível a maneira como esse
cantor desafinado grita palavras que eu não
consigo entender. E a bebida? Hum!
Excelente! Quem não gosta de cerveja
quente, preciso falar que o refrigerante está
tão quente quanto a cerveja?
E não para por aí, as meninas acham que
estão dançando. Acredite, quando eu digo
que é impossível tirar algum ritmo dessa
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música essas garotas apenas estão se


esfregando de uma maneira bem
inapropriada, elas devem achar que estão
sendo sexy. Elas querem chamar a atenção
dos garotos e por incrível que pareça
conseguem a atenção tão desejada.
Os meninos estão apenas tentando se dar
bem. Quando vi um casalzinho se agarrando
no meio de todo mundo apenas desviei o
olhar, aquilo não era um amaço inocente, o
garoto já estava com a mão por dentro da
saia curta daquela menina, que estava
bêbada demais para perceber que estava
quase tendo uma relação sexual no meio de
um monte de adolescentes com hormônios
descontrolados.
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Janice logo encontrou um cara em quem


se esfregar e eu fiquei ali parada sem saber
o que fazer. Já tinha pegado uma lata de
cerveja, a qual eu descartei logo depois do
primeiro gole; o refrigerante estava
igualmente ruim e eu definitivamente não
queria me esfregar em ninguém. Como não
costumo me enturmar com facilidade, fiquei
ali perdida por um tempo.
Olhei para trás, sabia que encontraria
Derek.
— Não é bem o que você esperava —
ele parecia tão animado quanto eu.
Apenas balancei a cabeça.
— Quando você for a uma festa de

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verdade vai ser melhor.


— Eu não consigo ser como eles, eu
queria ser normal e me enturmar —
desabafei.
— Eu também queria que você fosse
como as outras meninas da sua idade, seria
muito mais fácil.
Derek me deu um olhar profundo antes
de me dar um beijo leve no topo da cabeça.
— Se importa em me levar para casa?
— Acho uma ótima ideia, outro dia levo
você e sua amiga a uma festa de verdade —
Derek ficou aliviado.
— Vou procurar a Janice para avisar que
estou indo, talvez ela queira uma carona.
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Fiquei feliz ao ver Derek tentando ser


gentil comigo.
— Vá para o carro e me espere lá, eu
procuro sua amiga.
Estava perto do carro, a música já não
estava tão alta, e ouvi alguém se aproximar,
antes de me virar já sabia que não era
Derek, essa pessoa que estava atrás de mim
andava desengonçada e barulhenta, muito
diferente do andar de Derek.
— Ei, Amber, que bom que você veio!
— Taylor me cumprimentou.
— Eu já estou indo.
— Mas você nem bebeu nada, ainda,
volta comigo e vamos aproveitar a festa —
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Taylor está tão bêbado que mal entendo o


que ele fala.
— Eu sou menor de idade, não posso
beber — estou procurando por qualquer
desculpa que o faça me deixar sozinha.
— Não seja careta, vamos lá! Você vai
gostar!
— Onde estão seus pais? Eles sabem
que tem um monte de adolescentes
enchendo a cara na casa deles?
Eu sei que fui rude ao falar assim, só
achei que depois de falar isso Taylor fosse
me deixar em paz.
— Você não gostou da festa, mas não
vou deixar que vá sem antes conhecer um
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amigo meu.
Que ótimo, eu achando que Taylor
estava a fim de mim, mas tudo que ele
queria era ajudar um amigo.
Sendo bem sincera comigo mesma posso
dizer que não tenho mais aquela paixonite
por ele, acho que ela morreu no dia em que
conheci meu segurança particular.
— Eu realmente estou cansada, não
quero conhecer ninguém hoje.
Eu ia entrar no carro, não gostei do olhar
de Taylor, acho que me sentiria mais segura
dentro do meu carro, só então lembrei que
as chaves estavam com Derek.
— Você vai vir comigo e depois você
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pode ir para casa.


Pensei por um minuto, tudo seria mais
rápido se eu conhecesse esse amigo de
Taylor, eu dispensava o cara e depois ia
tranquilamente para casa. Naquele momento
pareceu ser uma boa ideia.
Segui-o pelo pátio e só comecei a me
preocupar quando vi que não estávamos
voltando para junto dos outros, estávamos
nos afastando do meu carro. Merda, eu
devia ter pensado por mais de um minuto!
Quando tentei voltar Taylor me segurou
pelo braço.
— Aonde pensa que vai?
— Taylor, me solta, eu quero ir embora!
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Ele não respondeu, apenas avançou em


minha direção. Gritar seria perda de tempo,
com aquela música alta ninguém iria me
ouvir. Poderia tentar lutar ou resistir, mas só
gastaria energia, Taylor é muito mais forte
do que eu. Fiz a única coisa que poderia
fazer: nada.
Quando ele me beijou pude sentir o
gosto de cerveja, um beijo babado e
nojento. Eu não cedi ao beijo, mas também
não lutei, estava esperando pelo momento
certo, quando ele baixasse a guarda eu lhe
daria uma joelhada, ou quando alguém se
aproximasse eu pediria ajuda.
Mas, e se ele não baixasse a guarda? E
se ninguém aparecesse para me ajudar?
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Fechei os olhos com força e quando


Taylor passou a mão pelo meu corpo rezei
em silêncio para que ele parasse. Pensei em
como isso acabaria, eu definitivamente não
queria perder minha virgindade com esse
babaca e muito menos queria ser obrigada a
dar um pedaço de mim a alguém que eu não
gosto.
Acabou, não tinha mais as mãos de
Taylor em cima de mim, nem estava mais
babando na minha boca, arisquei abrir os
olhos para ver o que aconteceu.
Taylor estava caído no chão, não parecia
machucado, mas pude ver o medo em seus
olhos. Meu coração tropeçou em um ritmo
desenfreado quando vi de quem Taylor
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tinha tanto medo.


Derek! Ele veio me salvar! Queria correr
para seus braços, queria abraçá-lo e até
mesmo queria beijá-lo. Parei quando
percebi que ele estava nervoso. E, pior, essa
raiva que ele tem parece direcionada a mim,
eu fiz alguma coisa de errado?
Antes que pudesse perguntar Derek me
pegou pela cintura e me jogou em seu
ombro, por que ele está nervoso comigo? Eu
não fiz nada. Fui agarrada contra minha
vontade e ele me trata assim?

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Capítulo 10
Derek
Cheguei ao carro e não encontrei Amber.
Quase enlouqueci, será que ela foi para
outro lugar? Ou, pior, aquela mulher a
encontrou? Comecei a andar pelo
estacionamento olhando para todos os lados,
tenho que encontrá-la. Não é porque o pai
dela está me pagando, mas tudo que importa
agora é Amber, que ela esteja bem.
Alguma coisa chamou minha atenção,
um objeto brilhante caído no chão, é um
enfeite de cabelo e é da Amber, tenho
certeza que ela o estava usando nesta noite,

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mas por que está aqui? Se eu seguir nessa


direção vou me afastar do estacionamento e
da festa, só não entendo por que Amber
teria seguido esse caminho.
Não tenho tempo a perder. Conforme me
afastei do estacionamento foi ficando mais
escuro. Vi a sombra de duas pessoas, um
casalzinho que estava se amassando e me
aproximei deles.
Congelei quando vi quem era a menina
que estava se agarrando com aquele garoto.
Era Amber! Perdi o controle ao vê-lo
passar as mãos no corpo dela e sem pensar
duas vezes avancei contra ele, puxei-o e dei-
lhe um bom soco antes de jogá-lo ao chão.

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Minha vontade é de dar uma boa surra nele,


mas, não sou covarde, o garoto está bêbado
e mesmo que estivesse sóbrio seria um
massacre se eu descontasse minha raiva
nele.
Amber sorriu quando me viu, ela fez isso
para me provocar?
Não vou deixá-la fazer joguinhos
comigo. Agarrei sua cintura e a joguei em
cima do ombro. Caminhei em passos largos,
quando chegamos ao carro abri a porta e a
joguei no banco. Entrei no carro e sai às
pressas do estacionamento, tive que sair o
mais rápido possível para evitar a tentação
de voltar lá e dar uma surra naquele garoto
abusado.
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Meus pensamentos estão correndo a mil


por hora, será que fui muito rude com ela?
Eu sei que não tenho o direito de cobrar
nada, afinal, não é como se fossemos um
casal. Apenas não consegui ficar parado ao
ver outro passando a mão nela.
— Por que não me esperou no carro? —
perguntei na tentativa de quebrar aquele
silencio torturador.
Ela não respondeu e foi assim o resto do
caminho, ela não falou nada e eu sou muito
orgulhoso para insistir.
Quando estacionei o carro na garagem
ela saiu apressada. Não vou deixá-la fugir.
Ah! Não vou mesmo! Segurei Amber pelo

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braço e a obriguei a olhar pra mim.


— O que acha que está fazendo
bancando a menina mimada?
Eu não quero discutir, só estou tentando
fazê-la voltar a falar comigo, nem que seja
para brigar.
— Você não entende nada, mesmo!
Apenas me deixe passar.
— Você não vai sair daqui até me pedir
desculpas por não ter me esperado no carro.
— NÃO VOU PEDIR DESCUPAS,
NÃO FIZ NADA DE ERRADO! — Amber
se irritou e aumentou a voz.
Ela gritou comigo e eu a beijei. Não me
pergunte por que eu fiz isso, poderia dizer
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que nunca tinha imaginado que isso fosse


acontecer, mas a verdade é que desde que a
vi pela primeira vez tudo que queria era
beijá-la. Quantas noites perdi o sono
pensando nela, muitas vezes fantasiei sobre
ela no banho junto comigo e mais ainda as
vezes que penso em como a quero.
Nosso beijo começou forte e intenso,
posso dizer que foi nosso beijo porque ela
correspondeu. No momento em que a tomei
em meus lábios ela entrelaçou as mãos na
minha nuca. Nunca um beijo foi tão
devastador, ela pressionou o corpo contra o
meu e eu a apertei mais forte. Não me
importei que ela fosse perceber minha
ereção, muito pelo contrário, pressionei com
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mais força, preciso que ela entenda o que


faz comigo, e eu também preciso entender
por que ela me deixa assim.
Quando ela soltou um gemido e correu
as mãos pelo meu peito segurei sua bunda e
apertei minha ereção em sua barriga. Tenho
que pôr um fim nisso, não posso passar dos
limites, seria um caminho sem volta, se bem
que eu sei que as coisas não seriam como
antes, esse beijo já mudou tudo.
Afastei-me de Amber enquanto ainda
tinha forças para isso e ela me olhou atônita,
o que eu iria fazer? Ou melhor, o que eu
poderia fazer?
— Se você foi a essa festa pra ficar se

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agarrando com alguém, pronto, já conseguiu


o que queria, agora vá dormir.
Sim, às vezes eu consigo fazer muita
merda.
Amber não me respondeu, mas me
arrependi de ter falado assim que vi
lágrimas se acumularem em seus olhos.
Acho que passei dos limites, até mesmo
para mim falar aquelas coisas foi muita
idiotice, antes que eu pudesse me desculpar
Amber passou correndo por mim.
Não consegui dormir, a imagem dos
olhos de Amber cheios de lágrimas não
saíam da minha mente. Eu queria bater na
porta do quarto dela para me desculpar, mas

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assim acabaria fazendo barulho e acordaria


o pai dela, não queria ter que explicar que
beijei Amber como nunca tinha beijado
outra mulher e depois que esse beijo
bagunçou minha cabeça e fui um completo
idiota.
Amanheceu e fui esperar por Amber no
corredor. Quero muito vê-la, ao mesmo
tempo não quero. Preciso me desculpar, ver
se ela está bem, mas não sei como vou olhar
nos olhos dela e como vou fazer para ficar
longe daquela boca tão macia.

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Amber

Encostei a testa na janela do meu quarto


na tentativa de organizar meus
pensamentos. Não funcionou.
Ainda posso sentir meus lábios inchados.
Passei a ponta dos dedos de leve em minha
boca, lembrei do nosso beijo, eu já tinha
beijados alguns garotos antes, mas Derek
foi diferente, não tinha aquela hesitação que
a maioria dos garotos da minha idade tem,
ele estava no controle, com apenas um beijo
me fez sentir várias partes do meu corpo.
Quando ele me segurou pela bunda e se
esfregou em mim eu senti um calor que
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nunca tinha sentido antes, algo nasceu aqui


dentro implorando por mais, naquele
momento eu estaria disposta a tudo, desde
que ele continuasse com o que estava me
fazendo sentir.
Foi muito mais intenso do que esses
sonhos que ando tendo ultimamente, mas,
como nos sonhos, chegou a hora de acordar.
Derek me afastou e foi muito rude
comigo, é óbvio que ele me beijou e depois
falou daquele jeito para me castigar, afinal
eu não estava esperando no carro como ele
mandara.
Quando ele afastou Taylor e me olhou
daquele jeito, não senti vontade de explicar

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que aquele beijo fora contra minha vontade,


como ele pôde imaginar que eu iria sair por
aí beijando e deixando alguém que eu mal
conheço apalpar meu corpo?
Tá certo, eu deixei Derek me beijar e
pegar o meu corpo, e eu mal o conheço, a
única coisa que sei é seu nome e sua
profissão.
Dei uma respiração bem longa e falei
comigo mesma “Ele nunca mais vai me
beijar. Eu não vou deixar que essa atração
continue, não vou pôr meu coração em
perigo por Derek, sei que ele é do tipo
gostosoperigoso”.
Apesar de sentir que sem seus lábios um

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pedacinho do meu coração vai se partir,


limpei os pensamentos de Derek me
beijando e abri a porta.
— Bom dia, senhorita Valentine — ele
me cumprimentou como se nada tivesse
acontecido.
Passei por ele sem responder, ele está
muito enganado se acha que vai ser fácil
assim, eu não vou esquecer o que aconteceu
(nem se eu quisesse poderia esquecer).
— Me desculpe por ontem.
— Pelo que está pedindo desculpas? Por
ter me jogado em seus ombros e me tratar
como se eu tivesse feito alguma coisa
errada, ou por ter me beijado?

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Antes que ele pudesse responder, falei:


— Não preciso das suas desculpas,
apenas saiba que a partir de hoje você nunca
mais vai encostar em mim — não soei tão
confiante quanto queria.
— Está me desafiando a tentar, senhorita
Valentine? — Derek sorriu de um jeito
travesso.
Eu não respondi. Mais um minuto nesse
corredor e não vou conseguir me controlar.
Desci as escadas e me juntei ao meu pai e à
vacadrasta para o café da manhã.
Enquanto comia minha torrada com
geleia deixei meus pensamentos vagarem e
como sempre minha mente procurava por

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Derek. Como pode, um sujeito do qual não


sei quase nada me afetar assim?
Ele parece diferente hoje, está usando o
mesmo terno que já vi tantas vezes, que o
faz parecer elegante e charmoso. Ainda que
esteja de terno parece selvagem, a barba rala
como sempre, um sorriso de tirar o fôlego, e
esse olhar matador, mas por que parece que
tem alguma coisa nova? Será que estou
imaginando coisas pelo beijo de ontem?
Não, tenho certeza de que não é apenas
minha imaginação, Derek definitivamente
está diferente, tem um certo brilho a mais.
Depois de tomar café meu pai se retirou
da mesa. Não conversamos muito durante a
refeição, na verdade não conversamos nada,
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apenas nos cumprimentamos. Também não


troquei nenhuma palavra com Liza além de
“bom dia”. Considerando que passei uma
refeição completa sem nenhuma discussão,
parece ser um bom início de dia. Estaria
mentindo se dissesse que concordo com
essa última frase. Um dia feliz deveria
começar com uma família conversando e
rindo, em que todos se desejassem um “bom
dia” sincero.
Sinto inveja quando Janice me conta
sobre como seu pai é chato, perguntando-
lhe todos os dias o que ela fez. Sinto tristeza
quando ela conta que ele vai toda noite a
seu quarto, apenas para ver se ela não fugiu
atrás de aventuras. E finalmente sinto
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vergonha desses sentimentos.


Tudo que eu queria era que meu pai
olhasse para mim de vez em quando. Eu
perdi minha mãe, que agora descansa em
paz, e perdi meu pai também, mesmo ele
estando vivo.
O que eu mais me pergunto é se eu o
perdi, ou se algum dia eu sequer o tive?
Porque não se pode perder aquilo que você
não tem...
Encontrei um cantinho atrás da casa e me
sentei na grama, estava curtindo cada
minuto da melancolia que sempre me
devasta toda vez que penso em como minha
vida é quebrada. Sem mãe e com um pai

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ausente.
Derek, que está comigo pareceu
preocupado, e como não ficaria? Ele tem
que ficar de olho em uma adolescente
problemática.
— Não sabia que seu pai trabalhava aos
domingos.
— Os domingos são quase os únicos dias
em que ele não trabalha, mas sempre tem
alguma coisa mais importante para fazer —
admitir isso em voz alta doeu mais do que
eu imaginava.
— Você sabe aonde ele vai?
Acho que Derek perguntou apenas para
puxar conversa, é claro que ele sabe que eu
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não sei nada da vida do meu pai.


— Não faço ideia de onde ele está.
— O que você me diz de sair para se
divertir um pouco? — Derek perguntou
esperançoso.
— Defina se divertir um pouco — eu
incentivei.
— Tem um parque na cidade, talvez
você tivesse interesse em conferir.
— Não tenho idade para ir ao
escorregador ou à balança, talvez fosse legal
brincar na caixa de areia, mas não acho que
seja bem-vinda a brincar com crianças que
são 12 anos mais novas do que eu.
— Não é esse tipo de parque, apenas
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diga “sim” e vamos nos divertir — Derek


sorriu.
Tem como dizer “não” a esse deus
grego? Se tem, eu ainda não descobri como.
— Está bem, mas primeiro vou ligar pro
meu pai, e pode tirar esse sorriso de vitória,
eu não disse “sim” a você, disse “sim” para
a diversão.
— Preciso te contar que eu e a diversão
somos o mesmo — Derek estufou o peito e
me olhou de soslaio.
Nós dois começamos a rir.
Depois de conversar com meu pai ao
telefone, fui me arrumar. Vesti um vestido
bem soltinho, está um dia muito quente;
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amarei meu cabelo em um rabo de cavalo e


passei uma maquiagem leve, meu visual não
está nada de muito diferente, mas quando vi
Derek me esperando no corredor me
surpreendi. Nada do terno de sempre; uma
camiseta branca aperta os músculos de seus
braços e uma calça jeans escura se pendura
em sua cintura.
— O que aconteceu com seu uniforme?
— perguntei tentando ao máximo não
começar a babar em cima dele.
— Você seria uma pessoa muito má se
me obrigasse a ir a um parque vestindo
terno.
— Se meu pai descobrir...

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Derek me interrompeu colocando seu


dedo indicador em meus lábios.
— Seu pai não precisa saber de tudo. Se
não contarmos, ele não vai saber.
Não sei se Derek falou isso se referindo
ao uniforme ou se sua intenção foi falar do
beijo.
Ao me lembrar de seus lábios nos meus,
de suas mãos em meu corpo... minhas
bochechas coraram. Mordi meus lábios para
me impedir de implorar para que Derek me
beijasse de novo.
— No que você está pensando, senhorita
Valentine? Porque preciso lhe avisar que se
você não parar de morder os lábios eu

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também vou querer mordê-los.


Eu poderia ter me recomposto e dito a
Derek para se comportar, ou eu poderia
simplesmente ter parado de morder os
lábios, mas não fiz isso; bem pelo contrário,
prendi meus dentes no meu lábio inferior e
encarei Derek, talvez eu quisesse ver se ele
estava falando a verdade ou talvez eu
quisesse mais um beijo.
Sem aviso ou hesitação, Derek me tomou
em seus braços e o beijo mais profundo da
minha vida tomou conta do meu coração e
de meu corpo. Em um piscar de olhos eu
estava em meu quarto novamente, Derek me
segurou pela bunda, entrelacei minhas
pernas em sua cintura, minhas costas
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estavam na parede e estava literalmente


pendurada nesse homem que é gostoso
demais para se pôr em palavras. Sua boca
hábil só deixou a minha para percorrer meu
maxilar. Derek me deu uma mordida na
ponta da orelha e depois passou para meu
ombro. Joguei minha cabeça para trás
enquanto aproveitava as ondas de calor que
cresciam dentro de mim, as mãos dele
sempre percorrendo vários lugares ao
mesmo tempo.
O mundo parou quando senti sua dureza
roçar minha vulva que já implora por mais.
Senti minha calcinha se encharcar conforme
Derek me pressionava, ele passou a mão
pela parte interna da minha coxa e algo
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começou a crescer dentro de mim, não sei o


que é, apenas não consigo conter. Quando
Derek passou a língua pela parte superior do
meu peito não consegui prender o gemido
que insistia em sair. Sua língua percorreu o
decote do meu vestido e me pressionei com
mais força contra sua ereção. Eu preciso, é
mais do que apenas necessidade. Sem pudor
passei minha mão por seu membro rijo.
Derek também soltou um gemido de puro
prazer. Quis ouvi-lo gemer novamente, subi
minha mão para o botão de sua calça e antes
que eu pudesse desabotoá-la Derek se
afastou, percebi que ele precisou de muita
força para conseguir se afastar. Eu não teria
tal força, entregaria minha virgindade ali

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mesmo, se ele quisesse. Derek encostou sua


testa na minha.
— Amber, eu não vou tirar sua
virgindade aqui, com sua madrasta e todos
os empregados no andar de baixo — ele
falou, sua voz estava rouca, quase sem
fôlego.
— Quem disse que sou virgem?
Sim, eu sou virgem, mas como ele sabia
disso?
— Eu sou um homem experiente, sei
quando estou na companhia de uma menina
pura. Para começo de conversa nem é certo
estarmos fazendo isso.
— Isso o quê? Não estamos fazendo
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nada.
— Quase fizemos, e não se faça de
inocente, você é virgem e não ingênua.
Derek passou a mão pelo meu rosto antes
de se afastar mais.
— Se tivéssemos feito, qual seria o
problema?
— Você tem só 17 anos e eu já sou um
homem feito, você nunca teve uma relação,
enquanto eu nem costumo lembrar o nome
das mulheres com quem já estive.
Alguma coisa doeu em meu peito, seria
isso o ciúme? Por que ele tem que me falar
que já esteve com outras. Não tenho uma
resposta, e por isso ele voltou a falar.
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— Eu disse que a levaria ao parque, é


isso que vou fazer. Estarei te esperando no
corredor, quando estiver pronta nós vamos.
— Já estou pronta — respondi.
Derek apontou em direção ao espelho.
No momento em que me olhei, fiquei
embaraçada. Meu cabelo, que antes estava
em um perfeito rabo de cavalo, estava
torcido em bagunça, meu vestido todo
amassado e meu rosto muito vermelho, com
certeza preciso de um tempo para me
recuperar.

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Capítulo 11
Derek
Passei dos limites, não deveria ter
voltado a beijar Amber . Não posso
continuar com essa loucura, e mesmo
querendo resistir não paro de pensar em seu
corpo pequeno e frágil, em como ela se
encaixa perfeitamente em mim, seus
gemidos quando a toco. Ah! Isso é demais
para aguentar, se eu não parar de pensar
nela vou perder o controle e entrar em seu
quarto novamente, aí sim para terminar o
que comecei.
Quando eu já estava ficando inquieto,

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Amber saiu de seu quarto, usando um


vestido verde que realça sua pele. Esse é um
pouco mais curto do que o vestido anterior,
o que não é bom. Gosto de ver suas pernas
lisas e perfeitas, mas me incomodo se outros
homens as veem. É claro que não vou
mencionar que achei sua roupa curta, não
sou namorado e nem nada dela para cobrar,
e mesmo que fosse não cobraria, acho que
as mulheres devem vestir o que gostam.
— Podemos ir? — perguntei quando
percebi que ela estava tão inquieta quanto
eu.
Ela concordou. Pude ver que estava
envergonhada, e como não estaria? Depois
do que aconteceu no quarto é claro que ela
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ficaria acanhada.
No momento em que chegamos ao
parque Amber estava mais à vontade.
— Este parque é diferente do que eu
imaginava — Amber falou sorrindo.
— Pensou que viríamos a um parquinho
com escorregador e gangorra?
— Podemos ir à roda-gigante? — Amber
pediu animada.
— Só se você segurar a minha mão.
Sabe, tenho medo de altura.
— Sério?
— O quê? — perguntei distraído.
— Você tem medo de altura?

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— É mentira, só falei isso para usar de


desculpa para segurar a minha mão.
Dei uma risada provocativa para Amber.
Mas, no fundo admito que quero que ela
pegue a minha mão. Isso me deixa confuso,
nunca antes quis que uma mulher pegasse
minha mão, a única coisa que importava era
que pegassem meu membro, nunca quis ver
o sorriso de uma mulher como quero ver o
de Amber, o que importava era cumprir meu
papel como um bom fodedor, fazê-las ter
prazer era o único compromisso. Com
Amber é mais do que isso, será que se eu
fizer sexo com ela esse sentimento vai
mudar? E, o mais importante, eu quero que
mude?
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Chegamos à roda-gigante e estamos


sentados um do lado do outro, quando
começamos a subir. Amber pegou minha
mão, mas não olhou para mim, nem falou
nada.
Senti o calor de sua pequena mão na
minha e assim curtimos o passeio na roda-
gigante, ela segurando minha mão com
ternura e admirando a paisagem que se via
lá de cima e eu aproveitando seu toque e
admirando sua beleza.
Fomos a outros brinquedos. Na
montanha-russa, Amber passou a maior
parte do tempo gritando e rindo. Nos
carinhos bate-bate, ela reclamou um pouco
por eu não ter lhe dado nem uma chance de
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me acertar. Na casa dos horrores foi


divertido, Amber agarrava meu braço a cada
passo e não vou dizer que não gostei disso.
Mas o brinquedo que mais gostei foi o barco
viking, Amber se agarrou a mim com muita
força, o que me deixou extremamente feliz.
Depois de muito nos divertimos, fomos
fazer um lanche.
— Obrigada por me trazer aqui, fazia
muito tempo que não me divertia tanto! —
Amber está radiante.
— Eu que agradeço, gostei muito do
nosso passeio.
O clima estava gostoso, na verdade
estava tudo muito bom, até ouvir alguém

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chamar meu nome.


— Derek! Nossa, há quanto tempo não te
vejo, senti sua falta!
Uma morena toda sorridente me
cumprimentou.
Forcei meu cérebro a lembrar quem era
ela, depois de um pouco de esforço lembrei:
Cátia, uma mulher com que tive uma
aventura sexual que durou um pouco mais
de uma semana. Nossa aventura durou tanto
porque, apesar de ser chata, Cátia era uma
mulher muito bonita. Olhando agora pra ela
não vejo por que a achei tão bonita, depois
de conhecer Amber as outras mulheres são
apenas comuns.

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— E quem é essa? — Cátia perguntou


com desdém.
Se dependesse dela estaríamos juntos até
hoje, aposto que não gostou de me ver com
Amber, que é muito mais bonita e está me
acompanhando em um lugar público, à luz
do dia, e não num motel qualquer.
— Esta é Amber, uma amiga.
Amber a cumprimentou com simpatia.
Pude ver o ciúme em seus olhos, mas
mesmo assim cumprimentou Cátia com um
sorriso.
— Eu sou Cátia. Costumava transar com
Derek... E você, Amber, deve ser o
brinquedinho da vez.

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Sabia que Cátia não cumprimentaria


Amber com a mesma educação e simpatia
com a qual fora tratada, mas não esperava
por isso.
Eu não deixaria que essa mulher tratasse
Amber desse jeito, antes que Amber
respondesse eu passei a mão em sua cintura.
— Como você disse, Amber está na vez,
quando tem um brinquedo que não gosto
deixo para alguma outra criança brincar,
então, se nos dá licença, vamos continuar
aproveitando o dia.
Puxei Amber comigo e nos afastamos.

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Amber

Que mulherzinha mais mal-educada, não


gostei dela, e não é só por que ela esteve
com Derek e é muito bonita, ela é aquele
tipo de mulher desesperada, e esse tipo de
mulher só mancha a reputação feminina de
todas em volta.
— Não precisava dispensar a pobre
moça, eu podia ter me retirado e assim
vocês conseguiriam matar a saudade —
ainda estou com ciúmes.
— Pareceu que eu estava com saudades?
— Talvez.

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Não pareceu que ele quisesse conversar


com ela, mas, mesmo assim...
— Por acaso está com ciúmes?
Vi humor no rosto de Derek
— Por que estaria? — fiz um beicinho.
— Me responda você, por que teria
ciúmes?
— Não tenho ciúmes de você.
Mentira!
— Vou fingir que acredito, senhorita
Valentine.
— Dá pra parar de me chamar assim?
— Adoro te ver irritada — Derek me deu
uma piscadela.

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— Vai me ver bem mais do que irritada


se não se comportar.
— Isso é um desafio?
Como pode um homem ser tão gostoso e
intrigante e tão cara de pau ao mesmo
tempo?
— Como você sabia que teria um parque
aqui? — tentei mudar de assunto.
— Minha casa é aqui perto, vi os
cartazes pouco antes de eles montarem o
parque.
— Me deixa ver como é sua casa?
— Não acho que seja uma boa ideia —
Derek recuou.

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— Por quê?
— Não acho que seja sábio que fiquemos
sozinhos.
— Então não seremos sábios. Ah! Qual
é?! Não confia em mim? — foi a minha vez
de provocar.
— É em mim que não confio, Amber.
— Quero conhecer sua casa.
— Tem alguma chance de eu conseguir
te fazer mudar de ideia? — Derek falou
relutante.
— Nenhuma chance de isso acontecer.
E assim fomos até a casa de Derek. Uma
casa simples e bagunçada, não bagunçada

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como um lugar malcuidado, apenas não tão


organizada como minha casa. Uma sala com
cozinha conjugada, um corredor com uma
porta que provavelmente dá no banheiro e
no fim do corredor o quarto.
— Agora que já viu, podemos ir embora?
— Derek perguntou tenso.
— Ainda não, quero ver mais.
Na estante da televisão tinha alguns
DVDs espalhados, filmes de ação e alguns
de comédia. Na cozinha, apenas o fogão e a
pia, nada de forno, liquidificador ou
qualquer outro eletrodoméstico, bem como
eu imaginei que seria a casa de um homem
solteiro. Passei pelo corredor e fui direto ao

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quarto, lá com certeza encontraria mais


coisas sobre Derek.
A cama está arrumada, uma cama de
casal, não tão grande quanto a minha, mas
parece ser bem mais confortável, tem um
edredom verde e travesseiros brancos. Uma
escrivaninha com computador e alguns CDs
de música. Não tem roupas espalhadas pelo
chão, mas dá para ver um pouco de pó.
O que mais me chamou a atenção foi a
cama dele, parece tão convidativa.
— Por que está olhando desse jeito para
minha cama? — Derek se aproximou.
— Quantas mulheres já passaram por aí?
Não era o que eu queria falar, mas saiu.
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— Nenhuma.
Arqueei a sobrancelha, não acredito que
ele vai mentir assim na cara dura.
— Não gosto de trazer mulheres a meu
quarto, geralmente faço o serviço no sofá ou
em algum motel — Derek explicou.
Senti-me desconfortável por entrar em
seu quarto sem pedir, ele obviamente não
queria uma adolescente xeretando suas
coisas. Apressei-me em sair, mas quando
cheguei à porta trombei com Derek.
— O que aconteceu? — ele me
perguntou.
— Nada. Vem, vamos pra casa.
— Aconteceu alguma coisa e não vou
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deixar que passe até me contar o que foi, eu


falei alguma coisa errada? — Derek se
preocupou.
— Você não falou nada de errado, sinto
muito por ter entrado em seu quarto sem
pedir.
— Não me importo que você esteja em
meu quarto, não gosto de trazer mulheres
aqui, mas com você é diferente.
Derek afastou de meu rosto uma mexa de
cabelo e isso me provocou arrepios.
Aproximei-me dele, queria sentir seu
calor, queria sentir seu toque.
— Amber, acho melhor nós irmos —
Derek falou enquanto tenta se controlar.
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Posso ver o desejo em seus olhos, ele me


quer tanto quanto o quero.
Não respondi, apenas me aproximei e
pousei a mão em seu peito largo. Derek me
olhou buscando afirmação e quando lhe dei
um olhar firme ele não se segurou, tampou
minha boca com a sua, um beijo ardente e
feroz.
Derek segurou meus quadris com as duas
mãos e me guiou até a cama. Ele se
posicionou em cima de mim, mas sem
derrubar seu peso. Beijou-me com urgência
e paixão, enquanto suas mãos mapeavam
meu corpo. Abri as pernas e Derek ficou no
meio delas, ele me beijava e acariciava.

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Seus beijos cada vez mais fortes, ondas


de excitação percorreram meu corpo e senti
um formigamento entre minhas pernas.
Gemi e me agarrei a seus ombros.
Instintivamente ergui meu quadril, Derek se
pressionou contra mim, senti sua dureza
através da calça jeans. Seus beijos passaram
para meu pescoço, percorreram uma trilha
até o decote do meu vestido, sua mão que
estava apertando a lateral de meu corpo
subiu e abaixou o tecido do meu vestido.
Derek roçou a ponta do nariz em cima de
meu sutiã, meus mamilos que já estavam
duros latejaram.
— Hum, você tem um cheiro tão doce,
preciso saber se seu gosto também é assim
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— Derek falou com a voz rouca,


aumentando ainda mais meu desejo.
Ele abaixou a taça do meu sutiã e passou
a ponta da língua na parte superior do meu
peito e foi contornando até chegar a meu
mamilo latejante, não sabia que era possível
sentir tanto desejo por outra pessoa. Quando
senti sua língua esfreguei minha boceta já
encharcada em sua ereção. Derek gemeu e
passou a chupar meus seios com força,
agarrei suas costas e soltei um grito de
prazer, com agilidade Derek me ergueu e
puxou meu vestido por cima da cabeça.
Eu deveria estar com vergonha por ele
me ver só de calcinha e sutiã, mas não
estou, o prazer é grande demais para sentir
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vergonha ou hesitação.
Derek tirou meu sutiã, deixando meus
peitos expostos. Ele olhou para mim com
admiração e depois voltou a me beijar, já
não estou aguentando mais, o prazer cresce
dentro de mim e sinto que preciso de Derek,
preciso que ele me satisfaça.
Puxo sua camisa revelando um belo
tórax, com direito a barriga de tanguinho e
músculos bem definidos. Derek me aperta
contra si e sinto o calor de seu corpo no
meu. Sem perder tempo desabotoo sua calça
e passo minha mão por dentro, encontro seu
membro grande e grosso latejando por baixo
da cueca.

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Derek me ajuda a tirar sua calça e agora


a única coisa que nos separa é um pouco de
pano. Quando ele volta a me beijar e
encosta sua ereção em minha vulva eu gemo
e peço por mais.
— Derek, eu quero...
— Me diga o que você quer.
— Quero sentir você, quero que entre em
mim e me faça gozar — pedi com a
respiração ofegante.
Derek geme em aprovação e solta minha
boca. Agora ele está mordiscando a parte
interna de minha coxa, ele varia entre
lamber, chupar e morder. Aos poucos vai
subindo e quando chega a minha virilha

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minha ansiedade aumenta, ergo meu púbis


em direção à sua boca. Olhando em meus
olhos Derek arranca minha calcinha, ele a
amassa em suas mãos e esfrega em seu
nariz, o gemido que ouço sair de sua
garganta é selvagem. Torna a beijar minha
virilha e depois de me provocar muito passa
a lamber com a ponta da língua meu clitóris,
eu gemo alto e amasso os cabelos de sua
nuca, pressionando-o em mim.
Novamente aquela sensação, alguma
coisa cresce dentro de mim, sinto formigar e
me arrepiar, nunca senti nada assim.
Conforme Derek golpeia minha boceta com
a língua essa sensação aumenta e vai
aumentando até que se torne insuportável,
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eu preciso de alívio, preciso que Derek


continue com o que está fazendo. Ele parece
perceber e sem parar de lamber minha
entrada começa a esfregar meu clitóris.
— Goza na minha boca, me deixa sentir
o sabor do seu desejo — Derek fala, me
provocando ainda mais.
Até que meu corpo não aguenta e
explode em prazer. Começou com um
formigamento nas pontas dos pés e acima
do púbis, até que essa sensação aumentou
em um prazer líquido dentro de mim,
acumulou-se em um lugar só e saiu,
provocando espasmos e arrepios por todo
meu corpo. Derek chupa quando sente meu
orgasmo. Meu corpo se solta leve quando os
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espasmos de prazer diminuem.

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Derek

Quando sinto o gosto doce de Amber em


meus lábios a chupo com força, querendo
sentir o máximo que puder. É perigoso uma
garota ter um gosto tão viciante.
Amber está aliviada, mas ainda não
terminei, tiro minha cueca e volto a beijar
sua boca, corro minha mão por seu corpo,
aliso sua bunda e sua coxa, passo a mão por
sua cintura fina e chego a seus peitos,
esfrego seus mamilos com delicadeza e
depois um pouco mais forte, um gemido
escapa de sua boca.
Mordisco a ponta da orelha dela e chupo
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seu pescoço delicado, vou descendo até


chegar a seu ombro e depois em seus seios
novamente. Lambo seu mamilo e Amber se
contorce em prazer, meu pau já está
latejando, pronto para entrar, mas tenho que
ir com calma, sei que Amber é virgem e só
vou meter quando ela estiver preparada.
Amber se esfrega em meu membro,
nunca imaginei que sentiria tanto desejo por
uma mulher, mas aqui estou eu,
enlouquecendo em cima do corpo dessa
deusa.
— Derek, eu quero mais, eu quero que
você entre em mim!
Depois de colocar o preservativo começo

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bem devagar esfregando meu pau em sua


boceta quente e úmida, estou adorando vê-la
com tanta luxúria. Conforme a sinto relaxar
vou pressionando mais, ela está toda
molhadinha para mim, o que torna tudo
mais fácil e mais difícil. Mais fácil porque
vou entrar melhor ela estando assim toda
encharcada e mais difícil porque é custoso
me controlar sabendo o quanto ela me
deseja.
Amber fica um pouco desconfortável,
deve estar começando a doer.
— Quer que eu pare? — pergunto
preocupado, é claro que quero continuar,
mas nunca vou forçar Amber.

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— Continua, sinto que já vai passar.


Embalo em um ritmo e continuo a
mexer, sempre prestando atenção em
Amber, ela começou a relaxar novamente.
Sinto o calor dela aumentar e seus
gemidos cada vez mais intensos. Começo a
ir mais rápido e Amber aranha minhas
costas, meu tesão aumenta. Abraço-a com
força, conforme aumento o ritmo de minhas
estocadas. Amber também me aperta forte,
posso sentir o calor de seu corpo.
Ela joga a cabeça para trás, sei que logo
vai gozar novamente. Com meu polegar
fricciono seu clitóris, ela geme com mais
força e começa a rebolar em meu pau.

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Quando ela derrama seu prazer em mim e


chama pelo meu nome, perco o controle e
meto com força, minhas estocadas ficam
mais selvagens e animalescas, meto nela até
alcançar minha satisfação. Solto um gemido
gutural quando alcanço a libertação.
Os dois deitamos na cama, apenas
curtindo a sensação que vem depois do
orgasmo, aquele sentimento de leveza por
dentro e o corpo pesado. Ergo meu braço
para que ela se acomode em meu peito.
Nunca fiquei curtindo com uma mulher,
geralmente acabava o serviço e ia tomar
banho, assistir à TV ou qualquer outra
coisa, mas com Amber é diferente, quero
ficar aqui, apreciando sua feição de
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satisfeita, sabendo que fui eu que a fiz ficar


assim.
Depois de alguns minutos convido
Amber para irmos tomar banho. Esfrego
todo seu corpo com delicadeza e ela
também faz o mesmo comigo.
Pedimos uma pizza e agora estamos
deitados na cama comendo e assistindo a
um filme, está tudo indo muito bem até o
momento em que o celular de Amber toca.
“Oi, pai! Já estou indo, vim à casa da
Janice, depois que terminamos de assistir ao
filme peço para Derek me levar pra casa.”
“Está bem, tchau!”
— Você está na casa da Janice? —
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perguntei sorrindo.
— Meu pai não precisa saber de tudo. Se
não contarmos, ele não vai saber.
— Por que tenho a impressão de que já
ouvi isso em algum lugar?
— Por que será, né? — Amber sorriu e
me beijou.

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Capítulo 12
Derek
Tive a melhor foda da minha vida com
uma menina de 17 anos, uma menina
inexperiente e proibida para mim.
Chegamos à casa do senhor Valentine e
Amber foi distrair o pai enquanto eu subi as
escadas de mansinho. Saí com Amber sem
meu uniforme e isso é contra as regras, acho
que levar a filha do patrão para a cama
também é contra as regras, é só não deixá-lo
saber, nem do uniforme e nem do que
acabei de fazer.
Peguei meu terno, que estava pendurado

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no cabide do guarda-roupa e me chamou


atenção quando vi que alguma coisa caiu do
bolso. A foto daquela mulher, Valentine
disse para eu ter essa foto junto comigo,
assim não esqueceria o rosto dela, mas,
quem é essa mulher? O que quer com
Amber? E por que Amber não pode saber
sobre ela?
Poderia dizer que fiquei curioso ou que
estava entediado, mas não posso mentir nem
para mim mesmo e tenho que admitir que
me preocupo com Amber, por isso vou
descobrir quem é essa mulher.
Com meu celular tirei uma segunda foto
dela, não ficou tão bem definida, mas dava
para o gasto. Enviei a foto para Dan, ele
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pode conseguir informações de qualquer


pessoa, além de esperto Dan é discreto e um
grande amigo, sei que ele vai conseguir
alguma coisa sobre essa mulher. Junto com
a foto enviei um texto explicando o pouco
que sei e dizendo o que quero descobrir.
Agora tudo que tenho que fazer é
esperar.

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Amber

Um largo sorriso estampa meu rosto,


estou assistindo a um filme de comédia, mas
o sorriso não tem nada a ver com o filme.
Derek está ao meu lado fazendo a pose de
segurança mal-encarado, mas logo meu pai
e a vacadrasta vão se recolher em seu
quarto, hoje é domingo e eles vão dormir
cedo. Está aí o motivo do meu sorriso, logo
eles vão dormir e vou poder ficar com
Derek.
Dito e feito, assim que eles foram para o
quarto Derek relaxou.
— Posso saber o motivo dessa alegria?
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— Derek perguntou sorrindo.


— Senta aqui do meu lado e eu te conto
— provoquei.
— Você não se preocupa, não?
— Eles foram dormir, não vão voltar
aqui — falei com a voz mansa.
— Não deve se preocupar se seu pai nos
pegar, sua preocupação deveria ser o que
vou fazer com você quando ele não está —
Derek me olhou de cima a baixo de um jeito
malicioso.
— Estou disposta a correr o risco —
incitei-o.
— Você não deveria ter falado isso —
Derek diminuiu o espaço entre nós com
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passos largos.
— O que pretende fazer comigo?! — fiz
uma cara de falso espanto.
Derek não respondeu, apenas segurou
meu cabelo na parte da nuca e me conduziu
a beijo de tirar o fôlego. Aquele calor entre
minhas pernas surgiu novamente, faz
poucas horas que me entreguei para ele e
meu corpo já implora por mais.
Passei minha mão por dentro de sua
camisa esfreguei suas costas... seu peitoral...
sua barriga... e quando passei os dedos no
cós de sua calça Derek me apertou.
— Acho que corrompi a filha do patrão
— Derek falou entre os beijos.

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— Exatamente isso, agora vai ter que me


satisfazer — queria que soasse como uma
ordem, mas saiu como um pedido.
Pedido que Derek não ignorou.
Seus beijos ficaram mais intensos, seu
toque mais forte e sua respiração mais
pesada. Esfregou sua mão por cima da
minha calça, gemi quando o calor começou
a aumentar.
— Quietinha, sem fazer barulhos, senão
vou ter que parar por aqui.
— Não para, por favor, continua! —
implorei já com a respiração pesada.
Derek beijou meu pescoço e meu ombro,
depois passou para meus seios, levantou
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minha camiseta e meu sutiã e me chupou


com vigor, mais um gemido escapou de
minha garganta. Sua mão entrou dentro de
minha calça e me esfregou.
— Gosto de te ver assim toda
molhadinha — Derek chupou o dedo que há
pouco tempo estava dentro de mim.
Ergui meu quadril e me esfreguei em
Derek, senti sua ereção pulsando contra
mim. Derek voltou a me beijar enquanto
esfregava meus peitos e passou a esfregar
minha vulva novamente.
O calor crescendo cada vez mais, aquela
sensação de formigamento aumentando a
cada vez que Derek me esfregava.

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— Goza pra mim, meu anjo — Derek


cochichou em meu ouvido.
Rebolei enquanto Derek estava com as
mãos em mim, é como se meu corpo
ganhasse vida própria e dançasse em busca
do prazer. Derek mexeu com mais força até
que não me aguentei e me libertei em sua
mão, chamando seu nome e me
contorcendo.
Derek me aninhou em seu peito e passou
a mão pelos meus cabelos.
— Queria entrar em você aqui e agora,
mas se fizermos isso sei que não vamos
conseguir controlar o barulho, se seu pai nos
pegar a diversão acaba — Derek falou e eu

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concordei.
Fiquei ali por um bom tempo apenas
apreciando a companhia de Derek, gosto de
estar em seus braços, gosto quando ele me
dá prazer e acima de tudo gosto dele. Não
posso exigir que se apaixone por mim como
estou por ele, mas queria que fosse mais do
que apenas sexo, quero saber o que sou para
ele, mas tenho medo da resposta e por isso
não tenho coragem de perguntar.
— Sei que sua cama é mais confortável
do que o sofá. Está tarde, então vamos
dormir — Derek falou com carinho, pelo
menos eu imaginei que fosse carinho isso
em sua voz.

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Ele entrou em meu quarto e me


acompanhou até que eu deitasse em minha
cama, deu-me um beijo casto e se levantou
para sair, mas congelou quando viu a foto
em cima do meu criado-mudo.
— Quem é essa? — Derek parecia tenso.
— Ah, essa — peguei o retrato em
minha mão e depois voltei a falar — é
minha mãe.
Derek arregalou os olhos.
— Ela e seu pai são separados?
— Ela morreu quando eu tinha 7 anos.
Não gosto de dizer que minha mãe está
morta, para mim ela ainda vive em meu
coração.
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— Do que ela morreu? — a curiosidade


de Derek está começando a ficar estranha.
— Ela tinha câncer — respondi
melancólica.
— Tem certeza?
Pronto, agora está bem estranho.
— Por que está me fazendo essas
perguntas? — não consegui esconder a
irritação.
— Desculpe, não quis te aborrecer, só
estava curioso — Derek pareceu tão
desconfortável quanto eu.
— Está tudo bem — respondi.
Derek saiu do meu quarto sem falar mais

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nada. Das duas uma, ou eu falei alguma


coisa errada, ou Derek tem algum problema.

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Derek

Peguei a foto no bolso do meu terno mais


uma vez apenas para ter certeza, não restam
dúvidas, a mulher desta foto é a mesma
mulher da foto do quarto de Amber. Esta
mulher é a mãe da Amber!
Pouco tempo depois recebi um e-mail de
Dan com as informações que pedi, parecia
ser uma ficha, como aquelas que os
psicólogos têm de seus pacientes.
Silvia Fischer, 1,65 metros de altura,
pesa por volta de 65 quilos, pouco tempo de
casamento e engravidou do juiz Marcus
Valentine, tem uma filha, é divorciada, além
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da filha nenhum membro da família vivo.


Até aí estava tudo bem normal, não
conseguia compreender o porquê de Marcus
fazer Amber acreditar que a mãe está morta.
Continuei lendo, teria que ter alguma coisa
mais para frente, não demorou para que
encontrasse.
Silvia apresenta traços de psicopatia,
depois de se envolver com drogas foi
internada pelo marido em uma clínica de
reabilitação onde permaneceu por seis
meses; depois de fugir da clínica, Silvia
tentou matar a filha que tinha 7 anos,
Amber Valentine, que estava sozinha com
Liza Rederson, uma antiga amiga de Silvia.
Foi salva quando a senhorita Rederson se
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trancou em um banheiro junto com a


menina e em seguida ligou para a polícia.
Quando os policiais chegaram encontraram
vários objetos da casa quebrados. Amber
Valentine e Liza Rederson ainda estavam
trancadas no banheiro, Silvia Fischer havia
fugido. Dois meses depois Silvia foi
encontrada e presa em uma clínica para
pessoas com problemas mentais.
Meus pensamentos estão desordenados, a
mãe de Amber é uma psicopata, é isso
mesmo que acabei de ler?
A psicopatia pode ser definida de várias
formas. Doentes mentais vivem em um
mundo paralelo, onde não sabem e nem
entendem o que estão fazendo, enquanto
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psicopatas sabem exatamente o que estão


fazendo, entendem que é errado e mesmo
assim continuam fazendo, e continuam
porque não têm emoções, o cérebro deles
não funciona da mesma maneira que o das
outras pessoas. Os seres humanos têm o
chamado sistema límbico, a estrutura
cerebral responsável por nossas emoções, o
coração da mente. O sistema límbico não
funciona em certas pessoas e estas pessoas
são os psicopatas.
Independente de como for, essa mulher
não tem emoções ou sentimentos e está
atrás de Amber. É um perigo que não pode
ser ignorado e Amber precisa saber disso.
Mas, será que vou conseguir contar a
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ela?

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Capítulo 13

Amber
Hoje tinha tudo para ser um dia bom, o
clima está gostoso, o sol faz minha pele
formigar e o leve vento me faz cócegas.
Estou com Janice em nosso lugar habitual
de passar o intervalo, ela está falando sobre
o quanto se divertiu na festa de Taylor, não
contei pra ela o que ele tentou fazer comigo,
nem Derek sabe o que realmente aconteceu,
ele pensa que eu estava me agarrando com
Taylor por livre e espontânea vontade.
— Nem vai acreditar no que aconteceu
— Janice ligou seu modo fofoca. — Taylor
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foi até o estacionamento procurar você e um


ladrão o atacou, ele disse que não era
nenhum convidado da festa e era um
homem muito grande, o ladrão deu um soco
nele, mas ele surrou o cara, que fugiu.
Percebi que Derek estava segurando a
risada, também tive que me controlar para
não começar a gargalhar.
Antes que Janice pudesse continuar a
contar como Taylor surrou o bandido, ouvi
o próprio Taylor chamar meu nome.
— Amber!
Quase dei risada quando vi seu olho
roxo.
— Posso falar com você?
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Derek se aproximou de mim, ele não está


feliz em ver Taylor.
— Estou te ouvindo — fui rude de
propósito.
— Janice, você pode nos dar licença?
Taylor sabia que comigo seu charme não
iria funcionar e por isso pediu para que
Janice se afastasse e ela o fez sorrindo e
saltitando.
Depois que Janice se afastou, o Taylor
bonzinho e charmoso foi junto, dando lugar
ao Taylor idiota e cheio de si.
— Como quero seu bem vou te avisar
que se livre desse seu segurança, eu e meu
pai vamos abrir um processo por ele ter me
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batido, eu sou menor de idade e ele não


pode me bater, se você não quiser chamar
atenção para o nome do seu pai, demita esse
homem o quanto antes — Taylor estufou o
peito como se me tivesse na palma de sua
mão.
Derek se aproximou mais ainda, pude
ver a raiva em seus olhos.
— Avisa seu papaizinho por que Derek
te acertou, você se lembra o que tentou
fazer comigo, não lembra? Se vocês
tentarem qualquer coisa contra Derek terei
que contar a meu pai tudo que aconteceu
naquela noite. Agora que estamos
resolvidos me dê licença, preciso fazer
outras coisas.
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Minha ameaça funcionou, porque Taylor


está branco como um fantasma, mas Derek
está começando a ligar os pontinhos, por
isso peguei sua mão e me afastei o mais
rápido que pude.
— O que ele tentou fazer com você?
A raiva de Derek é quase palpável.
Não respondi, tinha a esperança de que
Derek fosse deixar para lá, mas não
funcionou.
— Me responda, Amber.
— Eu não estava me agarrando com
Taylor, ele me arrastou até lá e me agarrou
— falei bem rápido, esperando que Derek
não entendesse as palavras.
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— Mas você não estava tentando se


afastar — infelizmente Derek entendeu.
— Do que adiantaria tentar lutar? Ele é
bem mais forte do que eu, estava esperando
ele abaixar a guarda para lhe acertar uma
joelhada ou coisa assim.
Derek deu a volta e estava indo para
Taylor, mas me agarrei a seu braço e
supliquei.
— Não faça isso, não quero ninguém te
processando por agressão.
— Não me importo com isso — Derek
respondeu frio.
— Se fizer isso meu pai vai saber o que
aconteceu na festa, por favor, não deixe
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meu pai saber!


Fiquei apavorada e Derek deve ter
percebido isso, porque parou imediatamente
e se virou pra mim.
— Por que seu pai não pode saber?
— Ele é muito ocupado, mal tem tempo
de ficar em casa, depois que minha mãe se
foi ele ficou diferente, não quero que ele
tenha que se preocupar com mais isso.
É verdade o que acabei de falar, mas
também tem outro motivo, se Derek surrar
Taylor, meu pai vai mandá-lo embora, e
isso não pode acontecer.
— Como era o relacionamento do seu
pai e da sua mãe?
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Derek quer me contar alguma coisa e se


isso vai fazê-lo se acalmar, não vou
reclamar.
— Não lembro muito porque era
pequena, mas eles se davam bem. Ela não
era muito carinhosa, mas era bem divertida,
sempre fazia meu pai sorrir, e quando ele
ficava feliz eu também ficava. De repente
ela começou a se distanciar, acho que era
por causa do câncer.
— E como seu pai ficou com a Liza?
Derek está de novo com uma curiosidade
estranha.
— Ela era amiga da minha mãe, pouco
tempo depois que minha mãe morreu nossa

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casa foi invadida por bandidos, Liza se


trancou no banheiro junto comigo e chamou
a polícia. Depois disso ela e meu pai
ficaram bem próximos.
— Você viu quem invadiu sua casa
naquele dia? — Derek perguntou
preocupado.
— Não vi quem era, me tranquei com
Liza antes que eles nos alcançassem, mas
naquele dia ouvi a voz de minha mãe me
chamando, acho que era o espírito dela me
protegendo.
Lágrimas brotaram em meus olhos ao me
lembrar de minha mãe.
— Amber, preciso te contar uma coisa...

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— Derek ficou inquieto.


— Você tá tão estranho, o que
aconteceu? — comecei a me preocupar, é a
primeira vez que vejo Derek assim.
— Deixa pra lá, não é nada demais —
Derek disfarçou.
— Ajoelhou, agora reza. Se começou
pode contar, quero saber o que é — dei um
sorriso para tentar aliviar o clima entre nós.
— Te conto outra ora, logo você tem que
voltar pra sala de aula.
Derek tem razão não posso ficar de
bobeira e perder a aula, mas senti que ele
está escondendo alguma coisa e vou
descobrir o que é.
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Derek

Não consegui contar a ela, cheguei tão


perto de falar, mas quando lágrima em seus
olhos minha voz se prendeu. Amber tem
idade de uma menina, mas naquele corpo
vive uma mulher, ela é mais madura do que
muitas mulheres da minha idade, é também
mais esperta e bonita.
Confesso que no começo me perdi
naquelas curvas e naquele rosto de anjo,
mas hoje vejo que há mais do que
aparência, ela é meiga, mas sabe se
defender se for preciso, é carinhosa e
inteligente. Passou por tantas coisas e isso a
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fez amadurecer mais cedo.


Passei o resto do dia pensando em como
contar a Amber que sua mãe ainda está viva
e que é uma psicopata.
Depois do jantar vi que Amber estava
lendo um livro. Passei por ela em silêncio,
tenho que aproveitar agora que ela está
distraída. Fui para o segundo piso da casa,
bati à porta do escritório de Marcus.
— Entre — Marcus falou de dentro do
escritório.
— Senhor Valentine, precisamos
conversar sobre a mulher da foto que me
entregou — falei sério.
— Você a viu? Ela viu Amber? —
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Marcus levantou de sua cadeira preocupado.


— Eu não a vi e nem ela viu Amber, mas
quero saber por que Amber acha que a mãe
dela está morta.
Fui direto ao ponto. Marcus fez uma cara
feia e eu fiz uma carranca pior, não estou
para brincadeiras.
— Você foi contratado para proteger
minha filha, não para se interferir em meus
assuntos — Marcus voltou a se sentar.
— Senhor Valentine, não vou sair daqui
até que me conte o motivo, ou se preferir
conte diretamente a Amber — estreitei os
olhos.
— Como se atreve? Saia imediatamente
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daqui, ou o mandarei embora — Marcus


aumentou a voz e começou a ficar
vermelho.
— Não me importa que me demita, o
senhor conta a ela ou eu conto?
Aproximei-me de Marcus e fiquei bem a
altura de seus olhos.
— Por que insiste que conte a ela? O que
você tem a ver com isso?
— Não acha que Amber merece saber
sobre a mãe? Sei que o senhor quer protegê-
la, eu também quero, mas esse não é o jeito
certo.
— Saia desta casa e fique longe da
minha filha!
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Marcus bateu a mão na mesa e ficou em


pé, a vermelhidão em seu rosto mostrava
raiva.

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Amber

Estava lendo quando percebi que Derek


não estava em volta de mim como de
costume. Fui até seu quarto, ele
provavelmente estaria tomando banho se eu
tivesse sorte e seria mais sorte ainda entrar
lá sem que meu pai nos flagrasse.
Derek não se encontrava no quarto e nem
estava tomando banho. Pensei que seria
legal esperar por ele ali, queria ver sua cara
de surpresa quando me encontrasse em sua
cama.
É entediante ficar sem fazer nada e

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comecei a vasculhar as coisas de Derek. Um


livro de mistério em cima do criado-mudo,
um jogo de caça-palavras, uma revista de
carros e uma foto.
Por que Derek tem uma foto da minha
mãe? E por que essa foto parece tão
recente?
Saí do quarto, comecei a me sentir
sufocada, teria passado direto pelo escritório
de meu pai se não tivesse ouvido a
discussão.
Empurrei a porta sem bater como era de
costume. Meu pai e Derek ficaram em
silêncio quando eu entrei, os dois me
olharam espantados. Eles não falaram nada,

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eu também não. Apenas coloquei a foto


sobre a mesa e olhei para eles.
— Você contou a ela? — meu pai
perguntou a Derek.
Meu pai está muito irritado, nunca o vi
assim antes.
— Eu ia te contar, não queria que fosse
assim.
Derek se aproximou de mim e eu recuei,
vi a dor em seus olhos.
— Por que você tem uma foto da minha
mãe? E por que essa foto parece ser
recente?
Minha voz fria poderia fazer parecer que
não estou sentindo nada, mas é muito pelo
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contrário, sinto tudo ao mesmo tempo, as


emoções estão embaralhadas em minha
cabeça e por isso elas não saem na voz.
— Sua mãe está viva, ela tem um
problema, fui contratado para te proteger
dela. Eu não sabia que era sua mãe, descobri
há pouco tempo — Derek se explicou ainda
com dor no olhar.
— Você sabia e não me contou! — dei
um último olhar para Derek e procurei por
meu pai.
— Sua mãe é uma psicopata, e isso não
tem cura, eu tinha que te proteger.
Meu pai se justificou, mas ele não tinha
mais aquela autoridade para falar; mesmo

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que tivesse, eu não teria me importado.


— Não precisava ter mentido para me
proteger, você nunca se importou comigo,
apenas não queria perder o controle —
minha voz começou a subir junto com
minha fúria.
— Sabe que me importo, você é meu
bem mais precioso!
— Se você se importasse não teria me
enganado, não teria se casado com aquela
mulher, se gostasse de mim passaria mais
tempo comigo ou pelo menos confiaria em
mim!
— Tente me entender, eu tive que fazer
isso!

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Meu pai esticou o braço para me


alcançar, mas dei alguns passos para trás.
— Você sabe o que é psicopatia?
Meu pai começou a ficar nervoso, mas
ele não tem direito de ficar irritado comigo.
— É um maldito pedaço de cérebro com
defeito, e por isso a pessoa não tem
emoções, é a mesma coisa que julgar uma
pessoa por ter um dedo a mais ou a menos,
não é culpa dela ter nascido assim.
— Não é tão simples, sua mãe é
perigosa! — meu pai retrucou.
— Você sabe quanto chorei por achar
que ela tinha morrido? Sabe quanto sofri
por ter crescido neste inferno de vida, sem
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mãe e sem pai, porque depois que ela se foi


você esqueceu que eu existo e ainda por
cima se casou com uma mulher que me
odeia.
— A Liza não te odeia, você está
passando por uma fase difícil, é normal se
estressar com sua madrasta, sei que teria
sofrido bem mais se tivesse crescido com
uma mãe psicopata — meu pai assumiu sua
voz de sermão, a voz que ele sempre
assumia para defender sua esposa querida.
— E você sabe de tudo isso por que me
perguntou, sempre se preocupando com o
que eu penso — falei com sarcasmo.
Não esperei que meu pai continuasse

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com suas explicações, não adiantaria de


nada argumentar. Passei para sair de seu
escritório, mas Derek me segurou pelo
braço.
— Se acalme, sente e converse com seu
pai.
Derek está preocupado, posso ver sua
agonia em me ver descontrolada, mas não
posso continuar aqui, preciso de ar fresco.
— Me deixa sozinha!
Não consegui controlar as lágrimas que
começaram a rolar pelo meu rosto, puxei
meu braço e sai o mais rápido que pude.
Derek não me seguiu e eu agradeci por
isso, quando passei pelo portão de casa
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soltei o ar que nem percebi que estava


preso.
O vento da noite secou minhas lágrimas
e a brisa gelada me acalmou. Estava
andando por uma calçada não muito longe
de casa, meus pés ganharam vida própria e
me levaram até um parque onde eu e minha
mãe costumávamos vir quando eu era
criança.
Sentei-me no balanço e deixei meus
pensamentos vagarem. Está escuro, mas a
iluminação cálida do parque me faz sentir
confortável, mesmo com o vento frio estou
mais confortável aqui do que em casa.
Estava perdida em tantos pensamentos

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que quase não percebi quando alguém se


sentou no balanço ao lado.
— Dia difícil?
A pessoa que sentou do meu lado é uma
mulher, soube pela sua voz doce e
aveludada.
Não respondi, apenas assenti.
— Dias difíceis vêm e vão, é assim
mesmo, eu mesma passei por muitos dias e
anos difíceis.
Eu não estou em um bom estado de
espírito para ouvir o desabafo de uma
desconhecida, limitei-me a balançar a
cabeça, acho que se ela ficar aqui falando a
única coisa que consigo fazer é assentir.
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— Veja como uma hora ou outra as


coisas se ajeitam, passei dois meses
querendo chegar a uma pessoa e não
conseguia, ela nunca estava sozinha, um
homem muito bonito a acompanhava, não
imagina como fiquei feliz ao vê-la sair
sozinha — a mulher sorriu.
Lentamente me virei para encarar a
desconhecida e me surpreendi ao ver que
não era tão desconhecida, é minha mãe! Ela
está aqui!
Sem hesitar lancei meus braços ao redor
dela, ela me abraçou e riu alto.
— Não imagina como estou feliz — ela
falou e eu concordei. — Achei que tinha

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perdido minha chance quando aquela puta


se trancou no banheiro com você, ela
chamou os policiais e tive que fugir, mas
aqui estou eu, o universo está me dando
mais uma chance!
Ela me apertou com muito mais força do
que o necessário.
Quando consegui me afastar vi o que ela
tinha na mão, o metal brilhou contra a noite.
Tentei correr, mas ela me segurou pelos
cabelos.
— Você acha que vou te deixar fugir?
Esperei tanto por este momento e agora
você acha que pode escapar? — sua voz não
era doce como antes, um sorriso esganiçado

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fazia fundo sonoro ao meu medo.


Com facilidade ela me derrubou ao chão,
nunca briguei e meus reflexos não são dos
melhores. Caí de bruços e ela firmou o
joelho em minhas costas me
impossibilitando de levantar.
— Por que está fazendo isso?
Sei que ela não tem emoções, culpa ou
remorso, mas tem que ter um motivo para
ela querer me matar.
— Quando comecei a usar drogas
Marcus me obrigou a fazer exames e
também me levou a psicólogos e
psiquiatras, eles disseram que sou um
perigo para todos. Seu pai me internou em

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uma clínica onde passei seis meses, e sabe


por que ele me internou? É porque não
queria que eu machucasse sua filha
preciosa.
— Não precisa ser assim, a gente pode
dar um jeito, eu vou te ajudar a passar por
isso — apesar do medo eu não chorei,
preciso ficar calma.
— Depois que tentei te matar Marcus me
internou em uma clínica para doentes
mentais, se eu for pega agora vou para um
presídio. Nunca quis achar um jeito para
tudo isso, só quero tirar o que ele tem de
mais valor, mas não se preocupe, vou ser
rápida.

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Fechei meus olhos com força esperando


pela dor que viria, mas a dor não veio, senti
o peso de seu joelho ceder. Quando abri os
olhos ela já não estava em cima de mim.
Derek a imobilizou no chão com uma
das mãos enquanto ligava para a polícia.
Minha mãe não pareceu nervosa nem
preocupada por Derek ter ligado para a
polícia, ela riu e o ameaçou.
Não demorou muito para que os policiais
a levassem.

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Capitulo 14
Derek
Amber me olhou assustada e se jogou em
meus braços. Acariciei seus cabelos e dei
um beijo em seus lábios. O doce mel de sua
boca se apoderou de mim, já era pra ter me
acostumado com seu cheiro, seu gosto e seu
toque, mas a cada vez que estou com ela
sinto como se fosse a primeira vez. Seus
beijos embriagam e seus toques são
viciantes.
— Desculpe ter demorado para vir te
buscar — sussurrei em seu ouvido.
— Sinto muito por ter saído como uma

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descontrolada, eu estava confusa e precisava


ficar sozinha, mas não foi uma boa ideia
escolher um parque vazio e mal iluminado
para passar um tempo.
— Agora está tudo bem, já passou, mas
acho que você deveria voltar pra casa, seu
pai teve um mal-estar, nada sério, Clarisse
cuidou dele — passei a ponta dos dedos em
seu rosto e enxuguei suas lágrimas.
— A culpa é minha, ele ficou mal porque
eu não quis entender, ele ficou magoado
comigo.
Amber abaixou a cabeça, pude ver a
tristeza em seus olhos.
— Ele não está magoado, não é culpa

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sua, uma hora ou outra ele teria que te


contar sobre sua mãe. Isso poderia ter
acontecido de uma maneira melhor, mas
agora já passou.
Pousei a mão em seu rosto e a fiz olhar
pra mim, sorri quando a expressão dela se
suavizou.
Coloquei meu paletó em seus ombros,
confortei-a com um abraço e fomos para
casa.

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Marcus

— Tome isso, logo estará melhor —


Clarisse me passou um copo de agua com
açúcar e um comprimido.
— O que é isso? — estreitei os olhos.
— Não seja teimoso, tome logo, é um
calmante, vai te fazer sentir melhor.
Engoli o comprimido e tomei um gole de
água. Clarisse me deu um olhar de
repreensão e achei que seria melhor tomar
toda água do copo. Funcionou, ela sorriu.
— Amber me odeia — falar isso em voz
alta doeu mais do que eu imaginava.

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— Ela não te odeia, apenas está confusa.


Derek vai trazê-la para casa e você vai
conversar melhor com ela — Clarisse tentou
me acalmar, mas só em ouvir o nome dele
fiquei irritado.
— Vou mandar ele embora e farei o
possível para ter certeza de que ele não vai
se safar, como ousa pôr as mãos na minha
filha?! Ela é apenas uma criança! —
esbravejei.
— Me desculpe a intromissão, senhor,
mas Amber não é uma criança, não sei até
onde foi o relacionamento dos dois, mas sei
que ele não a obrigou a fazer nada.
— Como assim relacionamento? Por que

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não me contou isso antes? — repreendi


Clarisse.
— Não é da minha conta o que acontece
nesta casa, sabia sobre a mãe da Amber e
não contei nada a ela e soube dos
sentimentos dela por Derek e também não
contei, sou apenas uma empregada.
— O que você pensa de Derek? — não
sei por que fiz essa pergunta, talvez porque
Clarisse parecesse ser a pessoa mais bem
informada desta casa.
— Não gosto dele, mas Amber gosta e
ele a faz sorrir, não vejo por que não dar
uma chance a ele — Clarisse pareceu
sincera ao falar sobre Derek, mas ainda não

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gosto e não vou aceitar aquele homem perto


da minha filha.
Fiz uma carranca e discordei.
— Em breve Amber vai completar a
maioridade e vai tomar suas próprias
decisões, se ela quiser ficar com Derek,
cedo ou tarde isso vai acontecer — Clarisse
explicou de um jeito direto.
Nunca reparei em como Clarisse é
atenciosa e inteligente, além do que é ela
que mantém tudo em ordem nesta casa.
Também é compreensiva, todas as
qualidades que procuro em uma esposa,
quando conheci Silvia achei que ela fosse
assim.

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Casei com Liza por Amber, não queria


que minha menina crescesse sem uma mãe,
não queria que ela se sentisse sozinha e
confusa, não queria que ela tivesse que
passar por fases de meninas sem um
conselho ou pelo menos uma explicação e
eu não sou a melhor pessoa para explicar
coisas de meninas para minha filha. Ou
talvez eu simplesmente quisesse uma ajuda,
mas não sei se Liza foi a escolha certa para
me ajudar.
Estava gostando de conversar com
Clarisse, ela é o tipo de mulher que faz ver
que os problemas não são tão grandes e para
cada problema existe pelo menos uma
solução.
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— Querido, o que aconteceu? — Liza


perguntou com uma falsa preocupação.
— Amber descobriu sobre a mãe, acho
que as emoções foram fortes para nós dois
— respondi de um jeito evasivo.
— Amber é uma menina perturbada,
talvez fosse melhor procurar um médico, ela
pode ter o mesmo problema da mãe —
dessa vez Liza não consegui fingir
preocupação.
— Amber não tem problema nenhum,
mas eu tenho, quero que você junte suas
coisas e saia desta casa. Você tem até o
meio-dia de amanhã para estar fora daqui,
assim que possível irei lhe enviar os papéis

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do divórcio! — comecei a ficar nervoso


novamente, não vou deixar que ninguém
fale da minha filha como Liza fez.
— Não vou deixar que se divorcie! —
Liza perdeu aquela máscara de calma e
tranquilidade.
— Você violou os nossos valores
conjugais quando me traiu. Não que eu me
importe com quem você sai, sabe que nos
casamos por causa da Amber, mas essas
traições me dão o direito de pedir o divórcio
e não tem nada que você possa fazer para
recorrer — falei com a mesma voz firme e
autoritária que uso nos tribunais.
— Casamos com separação de bens,

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você me garantiu que nada me faltaria se eu


aceitasse cuidar da sua filha — Liza
choramingou.
— Eu e você sabemos que nunca cuidou
da Amber, mas não se preocupe, sei que
logo vai conseguir outro marido rico —
descontei todas as vezes que Liza maltratou
Amber, deveria ter feito isso há muito
tempo.
Liza correu para o quarto com lágrimas
descendo pelo rosto, lágrimas que sei que
são por estar perdendo um marido com
dinheiro. Espero que algum dia ela veja que
essa ganância não leva a lugar nenhum,
nesse dia Liza encontrará a felicidade.

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Ouvi a porta da frente se abrir, seria


Amber que teria voltado? Busquei pelo
olhar encorajador de Clarisse e fui até lá
receber minha filha.

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Amber

Quando entrei pela porta da sala corri


para os braços de meu pai, ele me abraçou
com força.
— Desculpa! — foi a única coisa que
consegui dizer.
— Me desculpe por ter mentido para
você! Vamos sentar e vou te explicar tudo,
contar tudo que quiser saber. — meu pai
passou a mão por minha cabeça, olhou em
meus olhos e voltou a me abraçar.
— Senhor Valentine! — Derek chamou.
Meu pai me soltou e deu um passo à

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frente, ele definitivamente não está contente


com Derek.
— Amber encontrou com a mãe dela.
Silvia foi levada algemada, avisei aos
policiais que eu mesmo contaria ao senhor.
Você deve ir até a delegacia para resolver o
que falta — Derek explicou em tom seco,
vejo que ele e meu pai têm alguns
problemas.
— Ela fez alguma coisa com você? —
meu pai me perguntou aflito.
— Ela tentou me matar, tive tanto medo!
Mas Derek me salvou! — olhei para trás em
busca do meu salvador e dei-lhe um sorriso.
O rosto de meu pai suavizou, mas não o

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suficiente, ele deu um passo em direção a


Derek antes de voltar a falar.
— Agradeço por ter cuidado de minha
filha, mas seus serviços acabam aqui, vou
pagar o valor que te devo e está dispensado.
Meu pai falou e Derek assentiu. Isso não
pode acontecer, sei que meu pai descobriu
sobre meu relacionamento com Derek.
Derek me contou que ele não aceitou muito
bem.
— Pai, não faça isso! — pedi com os
olhos cheios de lágrimas prestes a cair,
parece que não chorei o suficiente por hoje.
— Fazer o quê? Você não está mais em
perigo, não precisa de um segurança, estou

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demitindo um funcionário e não a


impedindo de vê-lo.
Percebi que meu pai ainda está digerindo
a ideia de ver eu e Derek juntos, mas tenho
que dizer que isso é um ótimo começo.
— Vou para a delegacia, quero resolver
isso o quanto antes.
Meu pai parece mais confiante. Ele
sempre andou com o mundo sobre suas
costas e agora parece que finalmente pode
descansar um pouco. O que o teria deixado
ele mais tranquilo?
— O senhor acabou de passar mal, não
deveria ir sozinho — Clarisse como sempre
prestava atenção em tudo.

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— Então venha comigo — o convite de


meu pai espantou a todos na sala.
Clarisse, que ficou com as bochechas
vermelhas, concordou sem jeito.
Derek e eu estávamos sozinhos
novamente.
— Sabe eu acho que você merece uma
recompensa por ter me salvado? — falei
com um sorriso maroto.
— E o que você tem em mente? —
Derek me devolveu o sorriso.
— Não sei, talvez uns beijinhos? —
disse e beijei seu pescoço.
— Acho que eu mereço um pouco mais
— Derek resmungou enquanto passou a
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mão pelo meu corpo.


— Hum! Está me dando ideias, acho
melhor te mostrar essas ideias lá no meu
quarto — sussurrei contra sua boca.
— Estou ansioso por essas ideias —
Derek respondeu enquanto depositava
beijos e mordidas em meu ombro.
Encarei Derek por um momento
pensando se deveria falar, sei que está cedo
para falar isso e sei que tem grandes
chances de ele se assustar, mas está preso
em minha garganta e não vou conseguir
relaxar enquanto não falar.
— Eu te amo! — falei olhando em seus
olhos.

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— Eu te amo! — ele respondeu.


A princípio achei que fosse eco, mas
não, Derek também disse que me amava.
Derek encostou sua testa na minha e nós
dois demos uma risada gostosa.

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